Revista Agro Negócios

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eSPeCiAL eXPoLoNDriNA

ABRIL DE 2013

SAFRA À FRENTE DA LOGÍSTICA Brasil antecipa produção prevista para a próxima década. Soja e milho renovam recordes, mas infraestrutura deficitária pode limitar crescimento Páginas 14 a 17

Público busca mistura de atrações na ExpoLondrina

Pecuária respira e faz planos após sequência de crises

Páginas 6 e 7

Página 18




[editorial Simplesmente ExpoLondrina

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Feira do Paraná”, “A Melhor do Brasil” ou simplesmente a ExpoLondrina, pouco importa. O que realmente faz a diferença é a mobilização, a contribuição e o residual que eventos dessa natureza trazem para sociedade, em especial para o agronegócio. Na atual conjuntura, palcos como esse são ainda mais relevantes. Não apenas porque o setor tem ampliado sua participação na economia do país, com sucessivos recordes de produção e exportação, que, entre outros reflexos, têm sustentado o superávit da balança comercial. Isso é constatação. O que precisamos é discutir tendências, planejar e definir estratégias. Eu não diria prever, mas preparar o futuro. Um amanhã que chega cada vez mais rápido, que exige respostas ágeis de dentro e de fora da porteira. A sinergia entre o campo e a cidade, o urbano e o rural, é outra característica marcante dessas feiras, que se esforçam para integrar esses dois mundos. Uma realidade que impõe um desafio, que está em conciliar e alinhar expectativas diante de conceitos e interesses teoricamente distintos. Teoricamente, porque, na prática, essas realidades já se conversam, são interdependentes e têm objetivos comuns. Num país onde 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) tem origem no campo, a cidade é o principal instrumento de sustentação e consolidação dessa economia rural. Boa parte desse agronegócio moderno tem a ver com um ambiente mais urbano que rural. Movimenta o consumo, o crédito, a agroindústria, o comércio e o serviço, o público e o privado. A discussão então é pertinente e os palcos – no caso as feiras – são muitos. Agora, no entanto, é a hora e a vez da ExpoLondrina que, aliás, não precisa de títulos e chancelas complementares para se credenciar ao debate. Até porque está em uma das mais conhecidas e reconhecidas agrocapitais do país. E ponto! Giovani Ferreira, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo giovanif@gazetadopovo.com.br

[índice

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PerFil Da eXPolonDrina Shows, discussões técnicas, exposições de animais e leilões compõem a feira mais completa do país, defende a Sociedade Rural

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“boate aZul” reJuvenesciDa

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caFé Para eXPortaÇÃo

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recuPeraÇÃo Das carnes

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obras na roDovia Do caFé

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inDicaDor eXPeDiÇÃo saFra

Nova geração de cantores da ExpoLondrina renova apelo da época de Milionário e José Rico

Apesar das décadas de recuo no campo, produto ainda é líder nas vendas externas de Londrina

Indústria dos suínos, bovinos e aves reformula planos e deixa ano de crise para trás

Duplicação da BR-376 tem primeiros trechos definidos e gera expectativa de desenvolvimento

Sondagem mostra que problemas climáticos pouparam as regiões que mais produzem grãos

eXPeDieNTe A revista Agronegócio é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Editor Executivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocher. Editor Executivo de Imagem: Marcos Tavares. Editores de Arte: Alexandre L. De Mari, Carlos Bovo e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos Tavares. Diagramação: Allan Reis. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas. Foto Capa: Christian Rizzi. Redação: (41) 3321-5050. Fax: (41) 3321-5472. Comercial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: agro@gazetadopovo.com.br Site: www.agrogp.com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão e acabamento: Gráfica Serzegraf

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[destaques Hugo Harada / Gazeta do Povo

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logística a reboque

Produção de soja e milho se aproxima do volume esperado para 2022 e torna o avanço logístico uma questão de emergência

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Invencível é o touro

André Silva /Divulgação

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Fórum Brasil Agro Os gargalos logísticos, as alternativas e as oportunidades da cadeia de grãos pautam evento na abertura da ExpoLondrina

Peões que colecionam títulos vão tentar, mais uma vez, ficar oito segundos no lombo de Agressivo


[feira pop

O que só a ExpoLondrina tem

Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Animais motivam visita de 73% do público, conforme estimativa da Sociedade Rural do Paraná (SRP).

Agropecuária é atração à parte

José Rocher

em feira que mistura discussões

:: A melhor e mais completa feira agropecuária do Brasil. O slogan, usado pela Sociedade Rural do Paraná (SRP) para descrever a ExpoLondrina, desafia as principais feiras do país. Com público calculado em 470 mil visitantes em 2012 e faturamento de R$ 355 milhões, o evento vai além desses números, defende o presidente da SRP, Moacir Sgarioni. “Existem feiras com faturamento superior e público aproximado, mas são eventos com focos bem mais específicos”, argumenta o pecuarista, que acompanhou pelo menos 40 edições da exposição de 53 anos. A Expointer, de Esteio (RS), divulga que seu público passa de 500 mil visitantes. Tanto a feira gaúcha quanto a Agrishow, de Ribeirão Preto (SP), sustentam ter faturamento três vezes maior, acima de R$ 1 bilhão. Nenhuma dessas duas feiras, no entanto, apresenta shows de música sertaneja entre as atrações noturnas

técnicas com shows de música sertaneja

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(são oito noites de shows e três de rodeio) ou abrange tantas cadeias produtivas em suas discussões técnicas, aponta a SRP. A ExpoLondrina chegou a atrair 450 pessoas em discussões sobre o Código Florestal, cita Sgarioni. No ano passado, a feira mostrou a lideranças do estado e do país as contradições da cadeia do trigo num ciclo de redução na produção. Foi pautada também pela crise das cadeias da carne suína e de frango, que agora dão sinais de recuperação. A sanidade da pecuária vem pautando debates decisivos desde a crise da aftosa, em 2005. Entre os temas centrais deste ano estará a expansão da produção brasileira de soja e milho e os desafios da cafeicultura no Paraná. “Neste ano, estamos expondo mais de 13 mil animais. São 1,1 mil expositores só da pecuária, de um total de 2,2 mil, incluindo os estandes de outros setores”, acrescenta o presidente da SRP. Na agenda técni-


Com público de 470 mil visitantes e faturamento de R$ 355 milhões (2012), exposição reúne atrações para todos os gostos. Roberto Custódio / Jornal de Londrina

Fotos: SRP/Divulgação

“Existem feiras com faturamento superior e público aproximado, mas são eventos com focos bem mais específicos”. Moacir Sgarioni, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP).

ca, são cerca de 60 oficinas e pelo menos 15 palestras. Indispensáveis para a pecuária, estão programados 20 leilões. Sgarioni contesta o argumento de que são os shows sertanejos que levam o grande público à ExpoLondrina. Em sua avaliação, os animais fazem a diferença. “Há shows sertanejos que estiveram em Londrina há menos de um ano. De acordo com nossas pesquisas, 73% das pessoas vêm ao parque Ney Braga para ver os animais, porque suas raízes são ligadas ao campo. Nossa colonização é recente. É natural que elas tenham interesse pelos produtos do meio rural.”

Outro diferencial da ExpoLondrina é a preocupação com o ambiente, aponta. Aos moldes das feiras norte-americanas, a disposição das lixeiras e a contratação de zeladores consideram que uma pessoa anda com um papel na mão por no máximo 15 metros, tendendo a jogá-lo no chão logo em seguida, principalmente se observar algum lixo espalhado. Os dejetos dos animais são recolhidos e transformados em adubo para hortas comunitárias de Cambé. Serviço: Confira a programação completa em www.expolondrina2013.com.br.

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Roberto Custódio/Jornal de Londrina

[ venda direta

Feira sobre rodas ExpoLondrina deixa de ser apenas vitrine e se consolida como mercado de automóveis Guto Rocha,

especial para a Gazeta do Povo

:: De olho nos consumidores que estão entre os mais de 400 mil visitantes da ExpoLondrina, as concessionárias de carros de passeio e de luxo entraram de vez na feira e disputam espaço com revendedoras de máquinas agrícolas no Parque Ney Braga. Desde o ano passado, a Sociedade Rural do Paraná (SRP), promotora da ExpoLondrina, realoca a tradicional feira de variedades que ocupava o Pavilhão Nacional para dar espaço aos veículos de passeio. Com mais de 2 mil metros quadrados, o pavilhão fica repleto de carros de luxo. O faturamento com as vendas de carros tende a passar de R$ 40 milhões

neste ano. O presidente da Rural, Moacir Sgarioni, observa que há um perfil de consumidor que prefere comprar carro em feiras. “Eles aguardam novidades e condições especiais.” Para esta edição, SRP negociou com 11 marcas de automóveis. Diretor-presidente do Grupo Tropical (que oferece as marcas Ford, Nissan e Sino Truck), Job Terrin conta que, em fevereiro, houve retração das vendas na concessionária porque as pessoas deixam para comprar na ExpoLondrina.” Ele espera aumento de 40% a 50% nos negócios na feira. Como os carros saem faturados direto da fábrica, os preços são realmente menores, explica. A Metronorte, concessionária da GM, espera aumento de 20% nas vendas. “Participamos da exposição para fazer negócios, e não apenas para mostrar os produtos”, afirma o diretor, Waldir de Rezende Filho. Para atrair os consumidores, a estratégia é apresentar lançamentos e importados como o Camaro, de R$ 200 mil. Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Motos Harley Davidson e carros de luxo tornam-se atração no Parque Ney Braga.

Evento traz colheitadeiras e tratores cada vez maiores.

Máquinas agrícolas pedem passagem :: O espaço tradicional que as máquinas agrícolas ocupam na ExpoLondrina não é mais suficiente para atender ao setor. A Sociedade Rural do Paraná (SRP) informa estar oferecendo lotes alternativos no Parque Ney Braga para não deixar de atender novos clientes. Entre eles, estão inclusive expositores de máquinas pesadas, como retroescavadeiras e pás-carregadeiras. Diretor comercial da New Agro, revenda da marca New Holland em Maringá que expõe desde 1999, Régis Edson Mazzaro considera que a feira funciona como um centro de negócios diretos e, ao mesmo tempo, uma vitrine de divulgação. “Reúne produtores rurais de várias regiões e também agentes financeiros que montam seus estandes. Isso agiliza as vendas.” As novidades deste ano serão colheitadeiras gigantes e tratores potentes, de 200 cavalos, conta. O gerente geral da Horizon, revenda da marca John Deere em Londrina, Martin Stremlow, afirma que a ExpoLondrina é essencialmente uma vitrine de máquinas agrícolas. “A nossa participação é uma ação de marketing . Clientes de todo o Norte do Paraná vêm à ExpoLondrina.” O que o consumidor quer são preços e condições promocionais, avalia. As promoções são mantidas em segredo até a feira, mas o executivo confirma que sai mais barato esperar para comprar máquinas agrícolas no evento. (GR)

R$ 40 milhões em vendas a clientes fisgados na ExpoLondrina dão às lojas de carros e motos um terço do faturamento total do setor de veículos, que inclui as máquinas agrícolas.

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[música

A Boate Azul da nova geração

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Hits universitários dominam programação da Expolondrina, que também tem espaço

Gusttavo Lima vai abrir a série de shows.

para os clássicos

Igor Castanho :: A onda do “Ai se eu te pego” se manifesta nas atrações da Expolondrina. Dos mais de dez shows que integram a programação do evento, o sertanejo universitário tem domínio absoluto. Mas engana-se quem pensa que isso impeça o saudosismo. No palco e no repertório dos cantores é possível encontrar sucessos do passado que ainda hoje conseguem agitar o público. Entre uma “fugidinha” e outra o sertanejo Michel Teló abriu espaço a versos como os da Boate Azul. Apesar de ter surgido em 1985, o som inspirado na boemia noturna ainda consegue entoar o coral do público. Outros clássicos como “Telefone Mudo” também já estiveram presentes no repertório do cantor. Ele canta na Expolondrina na quinta-feira, 11 de abril. Também no campo sertanejo, João Bosco & Vinícius são outro caso da nova geração que entoa o passado. A dupla, que se apresenta no sábado, 06 de abril, traz um pot-pourri que inclui o “Pagode em Brasília”, música que conta a história de um violeiro capaz de solucionar todos os problemas que lhe são apresentados. Além do espaço dado pelas novas duplas, a exposição também recebe a velha guarda. Com 72 anos e 66 anos, respectivamente, Milionário e 10 GAZETA DO POVO

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José Rico são a atração do domingo, 07 de abril. E o Norte do Paraná não poderia ser lugar melhor para o show do dueto. Um dos sucessos da dupla, a música “Paraná Querido” faz uma homenagem ao estado, mas tem ênfase nas cidades próximas a Londrina. Municípios como Bandeirantes, Assaí e Cambé estão entre os mencionados na canção, que saiu no primeiro LP do par, em 1973.

Outros ritmos A Expolondrina também oferece opções para quem não é fã do som da viola. Na quarta-feira, 10 de abril o grupo Sambô se apresenta ao público. A banda produz um som que mistura samba, rock e pop. Uma das músicas do repertório foi composta por

outra atração da noite. “Os Cegos do Castelo” é de autoria de Nando Reis, cantor que sobe ao palco no mesmo dia. Os ingressos de todas as atrações já estão à venda. Mais informações podem ser encontradas no site do evento: www.expolondrina2013.com.br. D ie

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Jorge & Mateus têm missão de levantar o público na segunda-feira.

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Michel Teló encerra as noites de música sertaneja.

Domingão será com Milionário e José Rico.

Serviço Confira a programação completa dos shows da Expolondrina Dia 04 de abril (quinta-feira): Gusttavo Lima Dia 05 de abril (sexta-feira): João Neto e Frederico Conrado & Aleksandro Dia 06 de abril (sábado): João Bosco & Vinícius Israel & Rodolffo Dia 07 de abril (domingo): Milionário & José Rico Festival Novos Talentos Dia 08 de abril (segunda-feira): Jorge & Mateus Dia 09 de abril (terça-feira): Cristiano Araújo Zé Ricardo e Thiago Dia 10 de abril (quarta-feira): Sambô e Nando Reis Dia 11 de abril (quinta-feira): Michel Teló Bruninho e Davi Os ingressos custam a partir de R$25,00, valor válido para a meia entrada, 1º lote, compra antecipada.

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[ mercado

Roberto Custódio/ Jornal de Londrinaa

Café para o estrangeiro

Serviço: As reivindicações dos cafeicultores, como controle de estoques por parte do governo, serão discutidas no 21º Encontro do Café, que ocorre na ExpoLondrina, dia 10, às 8h30 no Recinto José Garcia Molina e às 13h30 no Milton Alcover.

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Após décadas de retração no campo, produto conserva liderança nas exportações de Londrina Guto Rocha,

especial para a Gazeta do Povo

:: Os vastos cafezais que cobriam a região de Londrina ficaram na história. Atualmente, a cultura, que foi responsável pelo desenvolvimento regional entre as décadas de 1940 e 1970, enfrenta reduções de área ano a ano. Os produtores que resistem têm dificuldades para manter suas lavouras. Paradoxalmente, mesmo não sendo mais o principal produto nos campos do Norte do Paraná, o café é a matéria-prima para o item de maior volume e valor na pauta de exportações de Londrina: o café solúvel. Com larga vantagem sobre os demais produtos, os embarques de café renderam US$ 40,5 milhões a Londrina no primeiro bimestre deste ano (3/4 para o solúvel e 1/4 para o café em grão). O milho, segundo colocado, atingiu US$ 23 milhões. Em âmbito estadual, o café rendeu US$ 65 milhões, enquanto sexto produto nas exportações do agronegócio. A valorização da soja e do milho frente aos altos custos de produção do café têm feito com que tradicionais cafeicultores desistam do cultivo, agravando o recuo iniciado em 1975, quando a geada arrasou os cafezais da região. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), a área ocupada pelo produto no Paraná caiu de 164 mil hectares, em 2000, para cerca de 80 mil ha, em 2013. A escassez e o encarecimento da mão de obra favorecem a redução da área dos cafezais, afirma Paulo Franzini, técnico do Deral em Apucarana e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café. “A mão de obra representa 63% do total do custo de produção.” Os produtores menos tecnificados trabalham no vermelho. A saca de 60 quilos de um café com padrão médio de qualidade está cotada a R$ 290. Para produzir a mesma saca, o produtor arca com custos que variam entre R$ 270 e R$ 300, conforme o Deral. O coordenador de Projeto do Instituto Emater em Londrina, Ildefonso José Haas, diz que a redução da área ocupada pelos cafezais na região só não foi maior porque, há cerca de um ano e meio, os preços estavam em alta e a saca chegou a ficar entre R$ 470 e R$ 530. Houve recuo nos preços e quedas na produtividade agravam essa tendência, aponta Haas. “As lavouras estão mais velhas e os investimentos em tratos culturais menores.” O especialista afirma que a tecnologia do adensamento das lavouras, lançada na década de 1990 pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Londrina, ainda pode viabilizar a cafeicultura. “Mas é preciso que haja investimento nas lavouras, com implantação de novas variedades e adequação para uso de máquinas.” O coordenador de Projeto da Emater-PR em Londrina, que também é cafeicultor, observa que quem gosta da cultura, mesmo com tantas dificuldades, pensa duas vezes antes erradicar a plantação.


35 sacas por hectare de café eram colhidas em lavouras adensadas na décadas de 1990. Hoje, a média dessas mesmas lavouras fica em 22 sacas por hectare.

Mecanizar pode ser até barato, mas é pouco :: Cuidar do cafezal com o cuidado dispensado a um pomar. Esta é a receita encontrada para produtores que acreditam na viabilidade da cultura no Paraná. O geneticista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) Tumoro Sera, que afirma ser cafeicultor muito antes de pesquisador (ele foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia do café adensado no estado e criador de algumas variedades da planta), defende que a cultura é ainda a melhor alternativa para o pequeno produtor. “Mais de 90% das lavouras cafeeiras estão em propriedades de até 10 hectares”, afirma. Sera relata que durante 10 anos manteve uma lavoura de 10 ha, em Congonhinhas, no Norte do estado, e há quatro anos ampliou para os atuais 20 ha. “O objetivo é atingir 50 ha”, comenta entusiasmado. “É uma cultura viável, mas a maioria está patinando, principalmente aqueles que ainda não adotaram o modelo adensado e não investiram em mecanização”, observa. O pesquisador garante que é possível mecanizar sem grandes investimentos. “Não é tecnologia cara. Inicialmente, pode-se adotar técnicas e equipamentos que são simples e baratos”, afirma. Sera observa que com um investimento entre R$ 10 mil e R$ 20 mil é possível mecanizar uma pequena propriedade. “É preciso pensar na lavoura como uma empresa. O foco é produzir lucro, e não café. Para isso, é necessário tecnologia e informação, disponíveis com os pesquisadores e extensionistas”, recomenda o pesquidor-produtor, que teve café premiado pelo concurso Abic de Qualidade do Café. Quem investiu em tecnologia no cafezal está colhendo melhores resultados. É o caso do produtor Francisco Barboza Lima, que cultiva 29 ha de café em sua propriedade, no município de Japira, Norte Pioneiro. Com boa parte do manejo da lavoura e tratos culturais feitos com máquinas, a produção de Lima não ainda não escapou dos altos custos da colheita manual. “A mão de obra ainda é o grande gargalo da produção”, comenta. No entanto, Lima e sua família apostaram na agregação de valor ao produto para garantir resultados melhores. “Montamos uma pequena empresa para processar o melhor café da nossa produção”, afirma. Desta iniciativa surgiu o café gourmet Pecatto, que é comercializado em lojas especializadas de Londrina e com venda direta ao consumidor. No ano passado, ressalva Lima, apenas 10% de toda a colheita foi industrializada pela família, e o restante exportado. (GR) GAZETA DO POVO

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[ grãos

2012 13 2021 22 Volume de soja e milho desta safra deve somar 155 milhões de toneladas, marca que, nas projeções oficiais, só seria alcançada em 2020

Luana Gomes :: Terceiro maior exportador de alimentos do mundo, o Brasil é o país que tem mais condições de ampliar produção e atender à crescente demanda internacional, conforme a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Na última safra, de fato, o país avançou

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dez anos em um. Pelo menos na comparação do volume da colheita de soja e milho com as previsões oficiais. Na temporada 2011/12 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou um estudo que previa que a produção brasileira de soja e milho cresceria em média 2% ao ano em uma década, chegando a 159,3 milhões de

toneladas no ciclo 2021/22. Apenas um ano depois, na temporada 2012/13, a safra nacional dos dois grãos alcança a marca de 155,2 milhões de toneladas – 81,6 milhões de toneladas de soja e 73,6 milhões de toneladas de milho, conforme estimativa da Expedição Safra Gazeta do Povo. Para bater a meta oficial, faltam apenas 4 milhões de


METAS VENCIDAS

Estimulada pelo consumo internacional, produção brasileira de grãos se aproxima de patamares que deveriam ser alcançados apenas na próxima década.

Projeções para 2021/22

Em milhões de toneladas

2012/13

Mapa

Soja Produção

81,62

88,91

38,4

44,92

73,6

70,42

24,5

14,21

Exportação Milho Produção Exportação

Usda

108,04 59,19 78,55 13,7

Fonte: Expedição Safra, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Infografia: GP.

“De que adianta produzir tanto se não tem como escoar e onde armazenar essa produção?”

Safra de milho já ultrapassou a meta oficial. Soja, que avança a passos largos em grandes áreas do Cerrado como a da foto, está a caminho.

toneladas. Na temporada atual, a produção brasileira de soja e milho avançou, de uma vez só, 15 milhões de toneladas. Além de produzir mais, o Brasil também ocupa posição de destaque no mercado internacional. Depois de assumir, na safra passada, a liderança mundial nas exportações de soja, deve subir ao topo do pódio no mer-

Pg1/Divulgação

Aedson Pereira, analista da Informa Economics FNP.

cado de milho neste ano (leia na página 17). Porém, tão difícil quanto chegar é manter-se lá. O momento é uma encruzilhada. Para ser competitivo e sustentar a posição de destaque assumida em 2012, o setor terá de vencer uma série de desafios internos, impostos por anos de falta de planejamento e ausência de políticas de longo prazo,

dizem os especialistas. “Precisamos pensar não no agora ou daqui cinco anos, mas num horizonte muito maior”, afirma Aedson Pereira, da Informa Economics FNP. “O campo tem uma capacidade de resposta muito rápida. Mas a logística ficou parada. Isso compromete a competitividade do Brasil”, sustenta Marcos Jank, especialista em agronegócio e bioenergia. “Nossa capacidade de armazenagem e escoamento há anos não acompanha o crescimento da produtividade”, concorda o analista Steve Cachia, da Cerealpar. Pereira avalia que dificilmente a produção brasileira manterá o crescimento exponencial que apresentou nos últimos anos porque não tem suporte logístico para que isso ocorra. GAZETA DO POVO

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Alta concentração de navios em Paranaguá indica demanda aquecida e expõe limitação logística.

novos portos

Saída – Brasil precisa de mais 106 novos terminais portuários até 2031, segundo levantamento da Booz&Company encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Programação do governo era construir 42.

Fluxo dobrado – a movimentação de cargas gerais pelos portos brasileiros deve ser duplicada nos próximos 18 anos. Até 2031, o país exportará 1,8 bilhão de toneladas.

Caminho sobre rodas – cerca de 60% das exportações do agronegócio brasileiro passam pelo asfalto antes de chegar aos portos. Nos Estados Unidos, esse índice é de 10% a 15%. Norteamericanos priorizam hidrovias e ferrovias.

Sem planejamento, logística fica à deriva

Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Cassiano Ribeiro

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:: A logística caminha na contramão do desenvolvimento agrícola. Esgotados, os portos atrasam o escoamento da produção, represam a colheita nas fazendas e ainda engolem parte da receita do setor. E para chegar até a porta de saída os grãos ainda precisam percorrer um caminho cheio de obstáculos. Maior parte das estradas está em situação precária, com trechos de pistas simples e esburacadas; as ferrovias, consideradas a melhor alternativa de transporte para um país como Brasil, são ampliadas a passos de tartaruga; e as hidrovias acabam ficando de escanteio, com uma capacidade inalterada. À infraestrutura sucateada somam-se outros dois problemas, diz Marcos Jank, especialista em agronegócio e bioenergia. O primeiro é o das greves dos trabalhadores portuários, que protestam conta a Medida Provisória 595, que prevê a privatização das operações nos terminais de embarque em todo o país. O segundo diz respeito à nova legislação trabalhista dos caminhoneiros, que deve tirar uma grande quantidade de carretas das estradas.

“Tudo isso vai levar o frete para cima. E não será resolvido no curto prazo”, afirma. Diante de um crescente apetite internacional por grãos, especialmente soja e milho, não importa quanto o Brasil irá retirar das lavouras, mas sim quanto o país conseguirá levar até os portos. Para Steve Chachia, da Cerealpar, o Brasil dificilmente cumprirá os planos com o mercado internacional. “Neste ano vamos exportar menos que o nosso potencial porque nossos portos e estradas não suportam um volume tão grande de soja e milho ao mesmo tempo.” Para Jank, os problemas no escoamento vão resultar em um aumento brutal nos custos para os produtores e prejudicar a geração de renda e emprego, comprometendo o poder de compra nos polos agrícolas. “Estamos ‘gastando’ 30% a 40% da soja para transportá-la. Mas o mundo vai precisar do Brasil de qualquer jeito”, pondera. A esperança do agronegócio brasileiro está na iniciativa privada. Com a aprovação da MP dos Portos, o setor acredita que novos terminais para exportação sairão do papel, principalmente no Centro-Oeste e Nordeste do país. “Hoje 60% da produção de grãos estão concentrados nessas regiões, mas somente 14% saem pelo Norte. 86% vêm para o Sul, particularmente para Santos e Paranaguá”, lembra Jank.


Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Políticas comercial e tributária penalizam exportações :: Com o consumo interno estabilizado, a principal válvula de escape – e incentivo – para o aumento da produção tem sido o mercado externo. Um terço do milho e 70% da soja (grão, óleo e farelo) que serão colhidos no país neste ano devem ter essa destinação, o que torna o Brasil o maior fornecedor mundial dos dois produtos, segundo histórico do Usda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O cenário é animador. Mas é preciso olhar além dos números, alerta o analista da Informa Economics FNP Aedson Pereira. O Usda estima que, em cinco anos, as exportações de milho do Brasil estão passando de 7,2 milhões para 24,5 milhões de toneladas e as de soja de 30 para 38,4 (milhões de t). “Com o apagão logístico que estamos vivendo, se o importador tiver escolha, o Brasil vai ser a última opção”, afirma Pereira. Questões tributárias e comerciais também põem em xeque a competitividade do agronegócio brasileiro, destaca o advogado, Fábio Carneiro Cunha, da Legex Consultoria em Comércio Exterior. “A política do Itamaraty, de priorizar acordos multilaterais em detrimento de acordos bilaterais, coloca o Brasil em desvantagem”, pontua.

A política norte-americana parte do princípio oposto, cita o advogado. Prova disso são as diretrizes da Estratégia Nacional de Exportação (NEI), de 2010. “A ideia é aumentar o foco em países específicos ao invés de regiões maiores e traçar estratégias individuais para aumentar as exportações para cada mercado”, explica o secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack. No primeiro ano do projeto, os embarques do agronegócio ultrapassaram em quase US$ 5 bilhões a meta fixada pelo governo, um salto de 12% . No Brasil, a representação política do setor não é condizente com a sua importância econômica, avalia Cunha. Assim, cada cadeia precisa buscar suas próprias negociações comerciais individualmente. Outro diferencial competitivo dos norte-americanos, explica o advogado, é que lá a questão tributária não penaliza o agronegócio. “Exportamos tributos”, crava o especialista. Ele explica que os impostos pagos por um elo da cadeia produtiva vão deixando resíduos para os subsequentes. “Quanto mais agroindustrializado o produto, maior esse residual”, avalia. Iniciativas como o Reintegra, regime tributário que devolve aos exportadores 3% do faturamento bruto com as vendas externas, amenizam o problema. Mas, não são suficientes para compensar integralmente a cobrança de tributos residuais pagos ao longo da cadeira produtiva. (LG)

Terminal ferroviário fica cercado por caminhões de milho dois meses após inauguração, em Itiquira (MT).

No rastro da demanda

Apetite voraz – maior importador, a China é destino de 65% da soja movimentada no globo. Segundo o Usda, importações chinesas devem passar de 63 milhões de toneladas, em 2012/13, para 90 milhões , em 2012/22.

Novo player – a China passa a ter importância cada vez maior também no comércio mundial de milho. Antigo exportador, o país importou 5,2 milhões de toneladas em 2012 e deve demandar mais de 18 milhões (t) do cereal até 2022.

Compras estagnadas – já o Japão, maior importador de milho, deve continuar demandando os volumes atuais na próxima década. Nas contas do Usda, as compras japonesas devem passar de 15 milhões para 16 milhões (t) até 2021/22.

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Novos planos à produção de carnes

Avicultura aposta em elevação do consumo interno.

Após ano de crise, setor assume estratégias para voltar à linha de

anunciam folga nas contas

iGoR castanho :: Salto nos custos, problemas sanitários, embargos de compradores e perdas acumuladas. O ano de 2012 traz lembranças amargas à pecuária brasileira. Não se chegou ao volume de exportações esperado e o setor perdeu participação no Produto Interno Bruto (PIB). Passada a tormenta, 2013 vem sendo considerado um ano de revisão de planos e de retomada do crescimento para suinocultura, bovinocultura e avicultura. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a pecuária como uma das principais vilãs para que o valor adicionado do campo ao PIB tenha caído 2,3% em 2012. Considerando todos os setores, a riqueza do país cresceu 0,9%. Houve fraca evolução nas exportações de carnes do Paraná. Apesar de um aumento de 8% no volume embarcado, registrou-se alta de apenas 0,14% no valor recebido. A renda das exportações da suinocultura, que teve a maior retração, caiu 13% no estado, sempre na comparação de 2012 com 2011. O salto nas cotações da soja e milho elevou os custos da ração, com impacto principalmente nas contas da pecu18 GAZETA DO POVO

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Albari Rosa / Gazeta do Povo

crescimento. Ajustes nos custos

Suinocultura espera aumentar exportação com abertura do mercado russo.

ária do primeiro semestre do ano passado. De janeiro a setembro, a saca de 60 quilos da oleaginosa apresentou variação positiva de 74%, ultrapassando a barreira dos R$ 70. No mesmo período, o cereal subiu 10%. Depois do ápice os produtos entraram em queda gradual – hoje a oleaginosa custa menos de R$ 60, enquanto o milho oscila na casa dos R$ 22 por saca. E o valor pode cair ainda mais, graças à expectativa de safra recorde, uma boa notícia para a cadeia das carnes. “Quanto mais soja e milho, menor será o custo da ração”, confirma Darci Backes, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS).

Suínos A suinocultura consolida recuperação nos primeiros meses de 2013. O quilo da carne teve preço médio de R$ 2,45 em fevereiro, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Sete

meses antes, em julho, o valor pago era de R$ 1,52. “O preço subiu porque vários produtores pararam o abate e a oferta diminuiu, gerando uma valorização. Este ano será melhor, sem dúvida”, afirma Backes. O dirigente sustenta que o desafio agora é manter oferta e demanda equilibradas para evitar novas baixas. “Os produtores ainda estão endividados. Então, o risco agora é de um novo aumento nos plantéis.” A possibilidade de reabertura do mercado russo promete incentivar os investimentos. O país suspendeu o embargo à carne oriunda dos estados de Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, mas isso ainda não se converteu em aumento no volume de negócios. As importações russas subiram apenas 0,49% em 2012 na comparação com 2011, aponta a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Jonathan Campos / Gazeta do Povo

[ pecuária


R$ 86,4 mil Jonathan Campos / Gazeta do Povo

foi o valor do animal mais caro negociado durante os leilões da Expolondrina. O preço foi pago pela fêmea Maharash da raça nelore, com 52 meses de idade.

Bovinos A bovinocultura sofreu um susto no fim de 2012, com a divulgação da morte de uma vaca portadora do agente causador da Encefalopatia Espon­ giforme Bovina (EEB), o mal da “vaca louca”. Ocorrido em 2010, na cidade de Sertanópolis (Norte), o caso não caracterizou a ocorrência da doença, mas gerou repercussão internacional. Países como Arábia Saudita, China, Japão, Egito e Jordânia anunciaram embargos ao produto brasileiro. O fato forçou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a destacar comitivas para visitar as nações que restringiram compras, visando a retomada nos negócios. Segundo Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), os altos e baixos do setor vão além dos embargos e fazem com que a expansão se torne um desafio. “Há problemas como a logística, tributação e burocracia que impedem um crescimento rápido”, sustenta. Para este ano ele salienta que a preocupação é conter o abate de vacas. “Isso compromete a pecuária no longo prazo, pois diminui a produção de bezerros”, diz.

EXPOLondrina

Leilões prometem recuperação O mercado de leilões também sofreu com os problemas da pecuária em 2012, pelo menos durante a Expolondrina. Na última edição o faturamento caiu 40% comparado com 2011 – a redução foi de R$ 20,5 milhões para R$ 12 milhões. Neste ano, contudo, a organização aposta em uma retomada dos negócios. Afrânio Brandão, diretor de pecuária da Sociedade Rural do Paraná (SRP) relata que o tombo da última edição foi um caso particular. “Muitas vezes determinada raça fica com o preço sobrevalorizado, o que afeta o volume total de negócios”, explica. Por essa razão, ele acredita que o desempenho dos leilões em 2013 pelo menos se mantenha próximo ao do último ano. Para os doze dias de feira estão programados mais de 20 certames, com predomínio no comércio de bois e cavalos. O valor dos animais exige cuidados sanitários. “O controle é rigoroso, pode haver risco”, complementa Brandão (IC). Serviço: A programação completa dos leilões pode ser acessada em www.expolondrina2013.com.br.

Aves O excesso de oferta aliado ao aumento nos custos gerou crise no setor da avicultura. No primeiro semestre de 2012, o quilo do frango vivo oscilou entre R$ 1,60 e R$ 2 no Paraná. A reversão veio no final do ano, quando o mercado conseguiu equiparar receitas e despesas – a carne atingiu preço médio de R$ 2,46 em dezembro. De acordo com Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), o quadro atual

é de estabilidade. “Houve uma desaceleração da produção e o setor agora tem trabalhado no azul”, relata. Para este ano, a aposta é de aumento no consumo interno. “O Brasil ainda é o maior exportador de carne de frango, mas o crescimento expressivo foi no mercado interno.” Ele também aposta numa queda de custos devido à safra recorde, mas argumenta que se a situação contrária ocorrer, num caso de quebra na produção, o setor está preparado para os desafios. GAZETA DO POVO

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[ rodovia do Café

Daniel Castelano / Gazeta do Povo

Fluxo para o desenvolvimento

Serra do Cadeado teve 12 quilômetros duplicados há dez anos. Queda no número de acidentes tende a se repetir em outros trechos.

Duplicação da BR-376 vai

José RocheR

destravar 127 quilômetros que

:: Os 127 quilômetros de pistas simples que restam na BR-376 entre Apucarana e a região de CuritibaParanaguá, apontados como entrave ao desenvolvimento do Norte e do Noroeste do Paraná, terão o tráfego destravado pelas obras de duplicação anunciadas em março pelo governo do estado. O projeto vai duplicar ao todo 231 quilômetros da chamada Rodovia do Café entre Apucarana (Norte) e Ponta Grossa (Campos

ainda não têm terceira faixa. Motoristas deverão economizar até 20% do tempo em trânsito

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Gerais), dos quais 104 contam com terceiras faixas. Na maior parte do trajeto, o tráfego acaba limitado à velocidade dos caminhões, principalmente no auge do escoamento da safra de soja e milho de verão (fevereiro a maio). Nos trechos de maior movimento, os motoristas vão economizar até 20% do tempo, conforme a Rodonorte, concessionária do Grupo CCR, que prevê R$ 1,2 bilhão para a obra de sete anos. Para garantir mais fluidez também ao desenvolvimento da região, foi


9,2 mil veículos transitam diariamente no trecho da Rodovia do Café entre Apucarana e Califórnia, prioridade no projeto de duplicação.

necessária intensa mobilização política, de acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi), Luiz Carlos Gil (PMDB), prefeito de Ivaiporã. As articulações envolveram 26 prefeitos, relata. O orçamento de R$ 1,2 bilhão ultrapassa os investimentos realizados na BR-376 desde a concessão do trecho à iniciativa privada, em 1997, que somam R$ 970 milhões. Além da duplicação, haverá construção de nova ponte sobre o Rio Tibagi no km 461, dois viadutos sobre ferrovias, retornos a cada cinco quilômetros e correção geométrica de curvas, informa a Rodonorte. Haverá ganho em segurança, aponta o prefeito de Marilândia do Sul, Pedro Sérgio Mileski. Dono da funerária Rosa Branca, ele conta que a concessão em si reduziu o número de acidentes graves e que, com a rodovia duplicada, espera-se novo recuo. “Havia uma vítima fatal ou mais da região de Marilândia todo mês e agora os acidentes são bem menos graves, nem chegam ao nosso conhecimento.” “De Apucarana a Mauá da Serra [58 quilômetros] praticamente não há terceiras faixas. O pior trecho é de Apucarana a Marilândia [30 quilômetros]: o tráfego de caminhão é intenso e os demais veículos se obrigam a rodar lentamente”, lamenta Mileski. O início das obras estava previsto para 2015 e, em sua avaliação, a antecipação representa ganho significativo. “Se as obras começarem em 2013 ou 2014, já está bom.” Para a Polícia Rodoviária Federal, é possível reduzir o índice de 77 acidentes por mês no trecho de 244 quilômetros entre Apucarana e Ponta Grossa – que considera acessos já duplicados. A expectativa é que seja zerado o número de colisões frontais, que em 2012 chegou a 36, com 21 mortes.

do CaFÉ À SoJa A rodovia do Café é o pedaço mais importante da Br-376 – que liga Dourados (MS) a Garuva (SC). o trecho abrange cerca de 460 quilômetros de Apucarana a Paranaguá e ganhou esse nome quando o café era o principal produto de exportação do Paraná (de Curitiba a Paranaguá, segue na Br-277). implantado na década de 1960, possui 228 quilômetros duplicados, considerando os 216 de Paranaguá a Ponta Grossa e os 12 da Serra do Cadeado, obra de 2001, realizada após a concessão das rodovias paranaenses à iniciativa privada em 1997. Atualmente, a soja é o principal produto agrícola transportado na rodovia. A ampliação da produção, verificada em todas as regiões do estado, torna a infraestrutura deficitária para a exportação.

diSpUta por dUpLiCaçÃo No cronograma da concessionária CCr rodonorte, a duplicação do trecho entre Piraí do Sul e Jaguariaíva (Pr151) estava prevista para o período de 2012-2014, informa a empresa. Agora, com o anúncio da duplicação da Br376 entre Apucarana e Ponta Grossa, não há previsão para o início dessa obra. A região terá de se mobilizar e apontar problemas de lentidão no tráfego e insegurança. o governo do estado enfrenta pressão também de regiões como a de Guarapuava, que reivindica a duplicação da Br373 até Ponta Grossa. “esse trecho canaliza o tráfego do oeste e do Sudoeste. Deveria ser prioridade”, defende rodolpho Botelho, presidente do Sindicato rural de Guarapuava.

Travessia de cidades deve ser prioridade :: A escolha dos trechos da BR-376 que serão duplicados primeiro tem dois critérios básicos: a fluidez e a segurança. E ambos devem fazer com que a travessia das cidades receba novo asfalto antes das regiões de traçado regular, conforme o presidente da CCR Rodonorte, Sílvio Marchiori. A ordem dos lotes de obras vai considerar também a necessidade de a Rodovia do Café continuar operando nas épocas de maior movimento, como a do escoamento da safra e a das semanas próximas ao fim do ano. A meta é concluir a duplicação no prazo de 7,5 a 8 anos. Além dos 11 quilômetros de duplicação na saída de Ponta Grossa para Apucarana, confirmados como prioridade, entram na fila o restante desse trecho até Alto do Amparo (distrito de Tibagi), somando 20 quilômetros, e cerca de 11 quilômetros entre Apucarana e Califórnia. “Estamos com projeto executivo para o trecho de Apucarana a Califórnia, que é o mais movimentado, com 9,2 mil por dia aproximadamente”, afirma Marchiori. “As próximas decisões vão ser tomadas em comum acordo com o governo do estado”, acrescenta. Em relação à contratação das obras, a CCR Rodonorte espera contar com pelo menos 15 companhias interessadas. A concessionária busca empresas que ofereçam da preparação do relevo às obras de acabamento. Essas empreiteiras poderão tercerizar tarefas. Para entrar no cadastro adotado pela CCR Rodonorte, precisam ter experiência no setor. A concorrência “está aberta a quem quiser participar e que, evidentemente, possua cadastro e atenda ao requisito de experiência”, afirma o presidente da concessionária. A estimativa é que um terço do total de R$ 1,2 bilhão seja destinado a obras de preparação – que deixam o solo pronto para receber o asfalto. A duplicação é considerada uma obra complexa, principalmente da Serra do Cadeado até Ponta Grossa, por conta do relevo mais acidentado. Segundo Marchiori, a CCR Rodonorte deve recorrer a financiamentos para levantar os recursos necessários à duplicação da BR-376. (JR) GAZETA DO POVO

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[ expedição Safra

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Recorde em ano de altos e baixos

Sondagem mostra que, apesar de veranicos, colheita nacional se sustenta em ampliação de área e nos resultados dos estados que mais produzem Lagoas usadas como fonte de água para irrigação no Rio Grande do Sul salvaram parte das lavouras da região de Cruz Alta.

José Rocher :: Os relatos de perdas na produção de soja e milho de verão foram frequentes durante o ciclo 2012/13. Mas, no final das contas, a safra nacional rende volume surpreendente. Essa aparente contradição surge da capacidade de recuperação das lavouras e deve-se ao peso maior das regiões que produziram bem nas estatísticas, avalia a Expedição Safra Gazeta do Povo, que compartilha na

ExpoLondrina os dados consolidados desde setembro, na maior pesquisa de campo em sete anos de estrada. A produção de 81,62 milhões de toneladas de soja é recorde e acrescenta 14,67 milhões à marca de 2011/12 ou 9,11 milhões sobre o antigo teto, de 2010/11, mostram os indicadores do projeto, que percorreu 12 estados no plantio e 14 na colheita. No milho, o volume é de 36,3 milhões de toneladas, muito próximo ao alcançado na última temporada

(36,14 milhões. de toneladas). Mas os altos e baixos da safra 2012/13 não se limitam aos números da produção. Houve ampliação de 4,84% (1,63 milhão de hectares) na área de cultivo de milho e soja. Esse crescimento foi puxado pela expansão das lavouras da oleaginosa, registrada em todos os estados, principalmente no Centro-Oeste (12,9%) e no Centro-Norte (14,2%). Outro ponto alto: o Sul teve um ano de recuperação. Dois terços do

Embarque de soja no Rio Madeira, em Porto Velho (RO). Equipe registrou logística de escoamento da soja do Norte de Mato Grosso após 3,3 mil quilômetros de viagem.

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Colheita de milho em Pato Branco (PR) deu largada à safra nacional com boa produtividade.

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Jonathan Campos/Gazeta do Povo


Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

A CAMINHO DA ÍNDIA

O décimo país visitado pela Expedição será a Índia. Projeto chega à sétima safra ampliado.

Estados Unidos O Corn Belt e a Bolsa de Chicago são visitados todo ano entre setembro e outubro, para sondagem sobre a colheita norteamericana e sobre o mercado.

Alemanha, Bélgica, Holanda e França Lavouras, portos e centros políticos da União Europeia foram percorridos pela Expedição na safra 2010/11 para discussão sobre o potencial da demanda europeia e relações comerciais.

Argentina e Paraguai Técnicos e jornalistas percorrem lavouras argentinas e paraguaias na colheita de verão, consolidando dados da América do Sul, líder global na exportação de soja e milho.

Brasil Primeiro no plantio e depois na colheita de verão, 12 estados brasileiros recebem a Expedição duas vezes por safra. Neste ano, o roteiro foi ampliado a 14 estados.

China Maior importador de soja do mundo, o gigante asiático foi destino da Expedição em 2011/12, numa viagem que discutiu as conexões do Brasil com a Ásia e desvendou a logística chinesa.

Índia A viagem extraordinária da safra 2012/ 13 é para a Índia, mercado que se compara ao chinês mas que ainda consolida relações com o agronegócio brasileiro. A incursão ocorre ainda neste semestre.

Fonte: Redação. Infografia: Gazeta do Povo.

incremento na produção de soja saíram da região, que havia registrado uma das quebras mais expressivas de sua história em 2011/12. Tanto Paraná quanto o Rio Grande do Sul perderam cerca de 5 milhões de toneladas de soja – mesmo volume da quebra norte-americana de 2012/13. A produção aumentou, mas a infraestrutura não acompanhou essa evolução. Com reportagens sobre logística, a Expedição Safra

mostrou que faltou espaço nos armazéns desde o início da colheita. Com nova legislação para o transporte, o frete subiu 50% em Mato Grosso e 30% no Paraná. No interior, terminais de embarque ficaram rodeados de caminhões. Os portos de Santos e Paranaguá, por sua vez, estão cercados de navios. A contribuição da Expedição nas discussões sobre os desafios do agronegócio chegou também ao campo. Em Mato Grosso, Goiás, Tocantins,

Maranhão e Piauí, foram realizados rallies em parceria com a multinacional Ceagro Los Grobo. Comboios de mais de 50 veículos reuniram até 130 produtores em cada estado para atividades de campo e debates. A Expedição Safra 2012/13 tem programada ainda uma viagem à Índia (veja infográfico), país asiático que tende a ampliar relações comerciais com o agronegócio brasileiro. As reportagens podem ser conferidas no site www.agrogp.com.br.

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Agricultores participam de rally em Canarana (MT). Quatro etapas do evento, em parceria com a Ceagro Los Grobo, reuniram mais de 400 produtores e técnicos com roteiros também em Goiatuba (GO), Gurupi (TO) e o trecho de Balsas (MA) a Bom Jesus (PI).

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[rodeio

Cuidado, lá vem O touro Peões têm o desafio de ficar oito segundos no lombo de touro invicto. O campeão que conseguir a proeza terá vitória em dose dupla

Fotos: André Silva / Divulgação

No primeiro pulo, Agressivo é capaz de derrubar campeões.

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O campeão Elton Cide quer tentar, de novo, vencer touro invicto.

Cassiano Ribeiro :: Ele é bruto até no nome. Quando pisa na arena, os salva-vidas ficam em alerta e o público se agita na arquibancada. Agressivo, o touro que não deixa nenhum peão ficar em seu lombo por mais de quatro segundos, deve marcar o “grand finale” da ExpoLondrina 2013. O animal – meio-sangue charolês e nelore – será um dos astros do Rodeio Brahma SuperBull. Organizado pela Professional Bull Riders (PBR), vale como a segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Montaria em Touros e está ligado ao Mundial de Montaria, que ocorre nos EUA. Os 35 melhores montadores do Brasil também estarão sob os holofotes em Londrina, mas apenas um – aquele que tirar a maior nota de todas as noites – duelará com Agressivo, considerado o mais valente de todos os touros da atualidade, invicto há quatro anos. No ano passado, ele jogou o então campeão brasileiro Elton Cid para o chão logo no primeiro pulo durante a ExpoLondrina. “Foi uma das melhores performances que eu tive a oportunidade de acompanhar. Em um pulo, o Agressivo mostrou tudo o que a gente avalia num julgamento”, comenta Paulo Crimber, árbitro que participou do rodeio. Competidor profissional por 15 anos, ele garante que um peão depende 60% de preparo psicológico e 40% de condicionamento físico. “É preciso treinar todos os dias. Praticar corrida, natação e muito abdominal”, descreve.

Tratamento animal O treinamento diário e os cuidados com a alimentação não fazem parte apenas da rotina dos montadores. No pasto, os touros de rodeio também recebem um tratamento diferenciado. A dieta de Agressivo, por exemplo, é baseada em massa (silagem de milho e ração específica para touro competidor) e energia (aveia). “Também colocamos ele para trotear numa terra mais pesada, para preparar a musculatura”, diz o proprietário, Paulo Emílio. Os cuidados se refletem nos resultados alcançados até agora. Cerca de 80 peões —alguns de renome internacional – tentaram parar o Agressivo, que acumula mais de R$ 150 mil em prêmios. “Para mim, ele não precisa provar mais nada”, diz Emílio, que pretende ter Agressivo como um reprodutor da espécie. Quem “domar” o bicho na ExpoLondrina embolsará R$ 70 mil. E aí, vai encarar? Serviço: O Rodeio Super Bull será nos dias12, 13 e 14. O ingresso sai R$ 20 e pode ser comprado no site www.expolondrina2013.com.br.

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Produção e logística em descompasso Fórum Brasil Agro 2012-2022 discute a antecipação em quase uma década da produção de soja e milho, a falta de infraestrutura e as oportunidades do mercado

Carlos Guimarães Filho :: O descompasso entre a produção de grãos brasileira e a infraestrutura de escoamento é o tema do Fórum Brasil Agro 2012-2022, na abertura da ExpoLondrina, dia 4. O encontro, que terá transmissão ao vivo pelo site www.agrogp.com.br, reúne especialistas no assunto para debater formas de eliminar gargalos e permitir que o país amplie sua participação no mercado global. “O planejamento do futuro do agronegócio passa por discussões que abrangem não apenas a atividade agrícola, mas todos os elos da cadeira produtiva, incluindo o mercado internacional”, afirma Giovani Ferreira, gerente do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, responsável pela promoção do evento em parceria com a cooperativa Integrada e apoio da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Federação da 28 GAZETA DO POVO

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Henry Milleo/ Gazeta do Povo

[ agenda

ao vivo Assista ao Fórum em tempo real pelo site www.agrogp.com.br

“O estrangu­lamento dos portos, se não for resolvido, irá impedir que o Brasil viabilize novos negócios ou receba prêmios na comercialização de soja.” Derli Dossa, coordenador de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura.

Agricultura do Paraná (Faep). O volume da colheita atual de soja, estimado em 81,6 milhões de toneladas, era esperado para daqui cinco safras, conforme estudo de projeções de longo prazo elaborado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A estimativa oficial era de 70 milhões de toneladas de milho na temporada 2021/22. Porém, o país irá produzir 73,6 milhões de toneladas já na safra atual, segundo levantamento da Expedição Safra Gazeta do Povo. Para o coordenador de Gestão Estratégica do Mapa, Derli Dossa, que fará uma das apresentações do Fórum, não adianta o Brasil continuar aumentando a produção se não consegue escoar a safra na velocidade que o mercado mundial exige. ”Mesmo assim é positiva a situação de produção no Brasil em função de pesquisa, indústrias processadoras, entre outros pontos.”

O país conseguiria minimizar os problemas em curto prazo se contasse com maior capacidade operacional nos portos instalados no Nordeste, aponta. Hoje, apenas 10% das exportações de grãos são embarcados na região. “Estamos exportando muito pouco pelo Nordeste”, avalia Dossa. Mais da metade da produção de grãos do país sai do Cerrado (Centro-Oeste e Centro-Norte), mas boa parte depende dos portos de Santos e Paranaguá. Entre os palestrantes, estão Abdon Juarez da Silva Dias, da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Fábio Carneiro Cunha, consultor em comércio exterior, e José Richa Filho, secretário estadual de Infraestrutura e Logística. Serviço: Fórum Brasil Agro 2012-2022. Londrina, Parque Ney Braga, auditório Milton Alcover, dia 4, às 9 horas Confirme sua presença pelo e-mail rsvp@gazetadopovo.com.br


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[ safra de inverno

Região que mais produz o cereal no Paraná, o Norte não abre mão da estratégia de ceder espaço ao milho de inverno

DIVISÃO

Antonio Costa/Gazeta do Povo

Caminho estreito para o trigo

Enquanto outras regiões ampliaram a área plantada de trigo no Paraná, o Norte do estado se manteve praticamente estável.

Norte

Noroeste CentroOeste Oeste

Sul Sudoeste

Participação em área por safra (%)

Sul 27% da área cultivada no estado, mas o Norte ainda detém 35% dos trigais. 39 40 alcança Norte 35 35 30 Sul 27 DIVISÃO 25 20 Sudoeste 20 Enquanto outras regiões 17 14 15 ampliaram a área plantada Oeste 12 17 Norte 10 Noroeste de trigo 10 8 no Paraná, o Norte Centro-oeste 5 do estado se manteve Noroeste 0 1 Centro0 praticamente estável. 2009/10 2007/08 2008/09 2010/11 2011/12 2012/13* Oeste Oeste

Participação em área por safra (em números absolutos)

Igor Castanho :: A Região Norte mantém a liderança no plantio de trigo no Paraná, mas é a que mais reduz suas apostas no cereal, mostram os números das últimas cinco safras. A área deste ano deve se equiparar à de 2012 num momento em que as outras regiões preveem expansão. É nas estratégias do Norte que os especialistas encontram as razões para os solavancos na produção do trigo no estado. O recuo não representa estagnação, mas uma decisão regional que avalia potencial produtivo, preços, relação entre culturas e liquidez, dizem os técnicos. Desde o ciclo 2007/08, a participação do Norte na safra estadual de trigo caiu de 39% para 35%, conforme a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A liderança foi mantida com 285 mil hectares no ciclo 2011/12. Regiões como o Sul e o Sudoeste ampliaram seu peso na safra estadual. Na última temporada, esses dois polos responderam, juntos, por 44% da área total, ou 345 mil hectares. Neste ano, tendem a ampliar o plantio. Luiz Carlos Pacheco, consultor da Trigo e Farinhas, afirma que o clima favorável para o cultivo de milho de

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Sul

1400

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Sudoeste

Participação em área por safra (%) 1200 234.300

1000 40 39 166.730

35 800 30

220.200

199.615 25 600 20 454.826 20 400 14 15 10 200 5 00

Norte Sul

27

Sul Sudoeste

140.000 96.500 17 289.440 12

17 8 5.840 1 94.781 2007/08

35

10

2008/09

2009/10

2010/11

2011/12

1.500 80.000 0 2012/13*

Sudoeste Oeste Oeste Norte Centro-oeste Noroeste Noroeste Centro-oeste

* Estimativa preliminar Fonte: Secretariaem de Estado da Agricultura e donúmeros Abastecimento (Seab). Infografia: Gazeta do Povo. Participação área por safra (em absolutos) 1400 1200

inverno234.300 limita a expansão do trigo no nortista tem mercado garantido. “Ali A metade sul do estado não é onde se planta o cereal de melhor estaria adotando a mesma estratégia qualidade e o produto tem 166.730 Sul mercado, 800 por ser muito fria e, assim, não posaté por estar perto do estado São 220.200 199.615 suir Paulo”, complementa. Sudoeste 600 condições de cultivar milho safrinha. 454.826 Depois de140.000 plantar 776Oeste mil hectares 400 Gabriel Ferreira, analista da AF 96.500 na última safra – menor área desde Norte News Análises, acrescenta que a 1999/00 –289.440 o trigo deve recuperar 200 5.840 1.500 expansão da área de soja no verão, espaço no Paraná. Na Noroeste previsão da 94.781 0 Centro-oeste devido aos bons preços, colaborou Seab, serão 80.000 827 mil hectares. Para 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13* para uma mudança na programação Pacheco, quem apostar na cultura *do Estimativa invernopreliminar em regiões como o Norte deve encontrar condições favoráveis. Fonte: Secretaria“O de Estado da Agricultura Abastecimento (Seab). Gazeta do Povo. do Paraná. pessoal acaboue do não “O preço estáInfografia: acima do custo, e quem plantando o milho no verão e está plantar vai ter liquidez tanto no mermigrando para a safrinha”, explica. cado interno quanto para exportaMesmo assim, ele avalia que o trigo ção”, prevê. Norte. 1000


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