Caderno Saúde

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Quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

GAZETA DO POVO Editora responsável : Themys Cabral saude@gazetadopovo.com.br

apressados em tempo integral. síndrome da pressa atinge 33% dos brasileiros. saiba o que é isso e o que fazer para diminuir o ritmo

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Com 5 a 10 kcal, em cada porção de 100 gramas, o Konjac, espécie de miojo japonês, é a nova promessa das dietas do verão

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o certo e o errado na hora de colocar o seu bebê para dormir. gráfico ensina o que fazer e o que não fazer

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8 vilões do verão Um guia preparado pela Gazeta do Povo mostra quais são as principais doenças da estação, os seus sintomas, como evitá-las e como tratá-las. Leia e garanta uma temporada de férias, praia e piscina longe de sobressaltos Páginas 4 e 5


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saúde

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Notas

EU SUPEREI

pesQUIsa

Boa higiene bucal acelera gravidez

Bolsas que conseguem devolver a vida Abertura

Dâmaris Thomazini

Estoma ou ostoma é um orifício criado por meio de uma cirurgia. Ele comunica a parte interna do corpo com o exterior. Pode ser definitivo ou temporário. A pessoa pode ser ostomizada devido ao câncer, inflamações, má formação dos órgãos ou traumatismos por arma de fogo ou arma branca.

N

Colostomia Comunicação do intestino grosso para eliminação das fezes.

Ileostomia Comunicação do intestino delgado para eliminação das fezes. Hugo Harada / Gazeta do Povo

os tempos em que se dedicava às atividades de artesã, com as mãos ocupadas entre as agulhas e linhas de bordado, há 12 anos, Luiza Helena Ferreira Silveira, sabia vagamente o que eram pessoas ostomizadas. Mas a luta contra um câncer fez com que ela se aproximasse desta deficiência e vivesse na pele essa realidade. Os ostomizados são pacientes que passaram por uma cirurgia para a abertura de um orifício (ostoma) no corpo. Esta passagem – de aparência vermelho-vivo como a mucosa da boca – comunica o interior do organismo com o exterior para entrada de ar e de alimentos ou para eliminação de necessidades fisiológicas. Diagnosticada com câncer no reto aos 44 anos e com risco de a doença se espalhar para os pulmões e o fígado, a artesã foi amputada e perdeu o reto e o sigmóide – parte que liga o intestino grosso ao reto. Desde então, ela passou a conviver com a condição de colostomizada e utiliza a todo o momento uma bolsa que armazena os dejetos do organismo. O preconceito é o principal problema para os ostomizados, segundo Luiza Helena. “Temos histórias de familiares que discriminam o ostomizado. As pessoas acham que manipulamos os próprios dejetos, o que não é verdade”, diz, lembrando que ninguém está livre de ser portador desta deficiência. Na época do câncer, sua maior motivação para vencer os desafios de ser portadora de ostomia era poder ver a chegada de seu terceiro neto. “Fiz um pacto com Deus para que Ele, pelo menos, permitisse que eu conhecesse meu neto, nascido depois da cirurgia”, conta

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Urostomia Criação de trajeto alternativo para eliminação da urina.

Gastrostomia Luiza Helena Silveira mostra como funciona a bolsa de ostomização.

Luiza, que é mãe de quatro filhos e avó de cinco netos. “Usar a bolsa para sempre não era o que mais me preocupava: eu queria me curar do câncer e ter chances de viver mais tempo. Nessa situação, você prefere usar uma bolsa a morrer.” Para viver melhor com a ostomia, Luiza precisou alterar alguns hábitos, principalmente em sua dieta. “Passei a consumir alimentos que prendem o intestino para não passar por situações desagradáveis”, explica ela. Pessoas nesta situação não têm controle sobre o esfíncter – músculo capaz de controlar a

eliminação das necessidades fisiológicas. Assim, o intestino e o sistema urinário funcionam independentes da sua vontade. Hoje, aos 56 anos, ela ainda se dedica ao bordado, mas divide o tempo com as responsabilidades da presidência da Associação Paranaense de Ostomizados (APO) – instituição que há 21 anos apoia os portadores desta deficiência. “É gratificante ajudar as pessoas a perceberem que elas podem viver melhor mesmo com a ostomia. Esta é uma deficiência não aparente. Se não revelarmos, ninguém sabe que somos ostomizados”, afirma ela.

Comunicação do estômago com uma sonda, que facilita a nutrição e a administração de líquidos.

Traqueostomia Abertura na traqueia para facilitar a respiração. Fonte: Associação Paranaense de Ostomizados (APO).

InTeraTIvIdade Você tem uma história de superação? Conte para nós. Escreva para: saude@gazetadopovo.com.br

❚ Uma higienização bucal adequada tende a acelerar a gravidez em até dois meses, segundo afirmam cientistas da University of Western, na Austrália. Isto porque as doenças periodontais causam inflamações que podem contaminar o sistema circulatório e prejudicar outras partes do corpo. Segundo o estudo, as mulheres com problemas periodontais levaram cerca de sete meses para engravidar. Aquelas com dentes saudáveis levaram apenas cinco.

FerTIlIdade

Laptop reduz qualidade do esperma ❚ Laptop conectado à rede Wi-Fi

piora a qualidade do sêmen, diz estudo publicado no Fertility and Sterility. Amostras de 29 homens saudáveis foram expostas a esta situação. Quatro horas depois, em um quarto delas, os espermatozoides deixaram de se mover. Na amostra usada como controle, colocada longe do computador, o índice foi 14%. Além disso, 9% da amostra teve danos no DNA quando exposta, número três vezes maior do que a usada no controle.

expedIenTe

Caderno Saúde é um suplemento especial da Gazeta do Povo desenvolvido pelo Núcleo de Saúde. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Editor Executivo: Guido Orgis. Edição: Themys Cabral. Diagramação: Allan Reis. Capa/Ilustração: Gilberto Yamamoto. Redação: (41) 3321-5316. Fax: (41) 3321-5472. Comercial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: saude@gazetadopovo.com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020.Não pode ser vendido separadamente.

Próxima edição 8 de fevereiro


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Comportamento

Por que tanta correria assim? Síndrome da Pressa

Dâmaris Thomazini

afeta 33% dos

entar vencer o relógio a qualquer custo – e sem justificativa plausível – é bastante prejudicial à saúde de qualquer um. Imagine para quem se torna um apressado em tempo integral. De acordo com a ciência, pessoas assim não conseguem diminuir o seu ritmo nem em momentos de relaxamento e vivem em estado de alerta. No Brasil, 33% da população se encaixa neste perfil. Eles sofrem da chamada Síndrome da Pressa.

T

brasileiros. Comportamento gera ansiedade e angústia desnecessárias

“O organismo de uma pessoa constantemente apressada libera mais adrenalina e cortisol [hormônios relacionados ao estresse] na corrente sanguínea. Ela pode apresentar problemas como hipertensão arterial e alteração na frequência cardíaca”, revela a psicóloga especialista em estresse e coordenadora do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), Ana Maria Rossi. A situação pode parecer um problema dos tempos modernos, mas a síndrome começou a ser estudada em 1950 por cardiologistas americanos. Segundo a especialista, a pressa em excesso nunca foi considerada uma doença: na verdade, é um comportamento que precisa ser controlado, pois faz com que o apressado sofra com ansiedade e angústias. “Hoje em dia o problema é mais oportuno, pois vivemos em uma

sociedade onde esse tipo de comportamento é cada vez mais comum”, observa Ana. Ela descreve o apressado como uma pessoa que quer tudo para ontem, não aguenta esperar em filas ou no sinal vermelho e se irrita com quem tem um ritmo mais lento. “O comportamento de quem sofre com a síndrome às vezes chega a ser patético”, opina. Quem sofre com a pressa excessiva, geralmente, são pessoas vistas como muito ocupadas e com grandes responsabilidades. “A sociedade tem uma visão preconceituosa e acha que se comportar dessa forma faz parte”, diz o psicólogo do trabalho e coordenador do curso de Psicologia da Universidade Positivo, Raphael di Lascio. Estas desculpas são comuns, segundo ele, mas não são justificativas para encarar as ações do apressado como algo natural.

Tratamento

Um dos problemas para tratar a síndrome da pressa é a falta de reconhecimento do apressado sobre sua condição: “A pessoa não se dá conta do problema, nem percebe que existe algo errado. Quando é alertado, nega e diz que aquele é seu ritmo de vida”, explica Ana Maria. Quando o problema é percebido, o modo mais eficiente de mudar o comportamento é entrar em contato com a irritação e a impaciência para controlá-las. “Caso a pessoa se pegue com pressa, que ela avalie o motivo da correria e diminua o ritmo. Diante de um semáforo vermelho, por exemplo, que se obrigue a reduzir a marcha em vez de seguir o impulso de furá-lo”, aconselha Ana. Afinal, a ciência mostra que na corrida contra o relógio não há como vencer.

Sintomas Veja indícios da Síndrome da Pressa: u No mercado, compra só a

Conteúdo extra

quantidade liberada para uso do caixa rápido, pois não suporta a fila do convencional;

Confira os dados de uma pesquisa sobre a Síndrome da Pressa no site

www.gazetadopovo.com.br/saude

u Diante de uma porta automática,

fica impaciente ao aguardar a abertura e força a passagem ;

Você se identificou com os sintomas da síndrome da pressa? Conte sua história para nós. Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Antônio Costa / Gazeta do Povo

Interatividade

u Numa escada rolante, não

aguenta ficar parado no lugar e caminha para acelerar a subida; u Quando percebe que o sinal de

trânsito está ficando vermelho, pisa no acelerador. Faz isso até em momentos de folga e feriados; Diego Reguero Marques prefere acumular tarefas no trabalho em vez de delegá-las a quem tem um ritmo mais lento. u Diante de uma pessoa com ritmo

lento, fica irritado e agressivo;

Estresse positivo? A ansiedade e o estresse nem sempre são sentimentos ruins. “O problema é o excesso”, explica o psicólogo do trabalho e coordenador do curso de Psicologia da Universidade Positivo, Raphael di Lascio. De acordo com ele, o estresse, quando na medida certa, é positivo e faz com que as pessoas tenham forças e motivações para encarar suas atividades de rotina, sem preocupações ou sofrimento excessivo.

Marques, apressado desde sempre

O

bancário Diego Reguero Marques, 30 anos, não se lembra de um dia sequer em sua vida em que ele tenha deixado a pressa de lado. Ao abrir os olhos pela manhã ele já se pega programando o que vai fazer durante o dia e pensando qual trajeto irá percorrer para chegar mais rápido aos seus compromissos.

A consequência de tamanha aceleração foi sentida na balança: ainda que tivesse uma hora de almoço por dia, Marques fazia questão de vencer o buffet e a refeição em apenas 15 minutos para não “perder tempo” (e assim aproveitar os raros minutos de descanso). “Hoje eu procuro me policiar mais, pois, em quatro anos, saí de 72 kg para 120 kg”, conta o bancário, que hoje pesa 100 kg. No trabalho, ele confessa preferir acumular algumas tarefas e resolvê-las sozinho em vez de dele-

gá-las para pessoas que possuem um ritmo mais tranquilo. A inquietação é grande também em conversas truncadas: “Costumo completar as falas de terceiros até quando a conversa não é comigo”, confessa. Marques nunca procurou ajuda para mudar seus hábitos, mas, para aliviar o cansaço que prejudica o corpo e a mente depois de tanta correria, ele, ao menos, conta com a atenção profissional em casa – sua esposa, educadora física, incentivou a perda do peso adquirido nesta correria. (DT)

u Não é um bom ouvinte. Numa

conversa, tende a completar as frases das outras pessoas; u Ao perceber alguém caminhando

na mesma direção de um guichê de atendimento, aperta o passo para chegar antes; u Come muito rápido. Fonte: Ana Maria Rossi, psicóloga especialista em estresse e coordenadora do ISMA-BR


Guia

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FURE AQUI

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Dengue

Brotoeja

Rafaela Bortolin

Olhos vermelhos, inchados e com presença de secreção (pus), fotofobia (sensibilidade excessiva à luz), lacrimejamento, coceira e sensação de ardência nos olhos.

Irritações vermelhas ou transparentes na pele, que parecem “bolinhas”, que coçam e incomodam. É mais comum em bebês e crianças. Geralmente aparece no pescoço, nas pregas dos braços e em regiões de dobras, como atrás dos joelhos.

Febre alta súbita, cansaço excessivo, dor de cabeça forte,

sInToMas

Verifique e esvazie periodicamente recipientes que possam acumular água parada. Evite áreas próximas de terrenos baldios ou com lixo acumulado.

CoMo evITar

Doença causada por um vírus e transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti. O calor e as chuvas facilitam a reprodução do mosquito e o desenvolvimento de larvas em recipientes com água parada.

o QUe É?

Opte por loções para aliviar a coceira. Caso a sensação não passe, procure um médico.

Desidratação

sInToMas

sInToMas

TraTaMenTo

Lave o rosto e as mãos com frequência. Não coce ou esfregue os olhos e não use objetos de outras pessoas, principalmente toalhas, roupas, lentes de contato, roupas de cama e colírios.

Beba ao menos 2 litros de água por dia, evite refrigerantes e sucos em pó (por causa do excesso de sódio), mantenha uma alimentação leve, use roupas frescas, de tecidos leves e cores claras. Não fique exposto ao sol – principalmente entre as 10h e as 16h. Use protetor solar, chapéu ou boné.

CoMo evITar

Perda excessiva de líquidos e sais minerais do corpo, principalmente pelo suor. Atinge mais idosos e crianças.

o QUe É?

Use colírio antibiótico, receitado por oftalmologista. Faça limpeza dos olhos, pelo menos quatro vezes ao dia, utilizando uma gaze embebida em água fervida gelada. Não aplique água boricada, chás de ervas ou água da torneira.

TraTaMenTo

CoMo evITar

Uma infecção ou inflamação da conjuntiva, pele que reveste os olhos. No verão, a mais comum é a conjuntivite bacteriana, transmitida pelo contato com pessoas doentes ou materiais contaminados (na piscina, por exemplo, a bactéria se propaga na água e contamina quem está no local).

o QUe É?

Escolha roupas leves e claras, não use tecidos sintéticos e prefira peças em algodão. Não exagere nos agasalhos para o bebê. Prefira ambientes arejados.

Conjuntivite

CoMo evITar

Quanto mais quente, mais o corpo tem a necessidade de eliminar líquidos, o que aumenta o suor. Esse suor acaba ficando retido por causa de uma obstrução no duto das glândulas que o eliminam. Com isso, surgem irritações na pele.

o QUe É?

sintomas costumam apresentar e o que você pode fazer para se prevenir

da saúde nesta época do ano. O verão é o período em que as pessoas estão mais propícias a algumas doenças. Descubra quais são, que

Para quem quer curtir férias, praia, piscina, sol e calor longe de problemas, a Gazeta do Povo traz um guia que vai ajudar a evitar os vilões

As oito doenças do verão

4


Pode-se usar um analgésico e fazer compressas em cima das orelhas, usando um pano quente e seco. Não pingue água boricada, álcool ou qualquer outro tipo de líquido no ouvido. Não use cotonete, já que a cera deixa a área mais protegida. Geralmente, em dois dias, a inflamação some. Caso a dor persista, procure um médico.

TraTaMenTo

Dor de ouvido e, em alguns casos, febre.

sInToMas

O ideal é não exagerar nos banhos de mar ou de piscina (passar o dia todo por lá, por exemplo) e suspender as brincadeiras na água ao primeiro sinal de dor.

CoMo evITar

Uma inflamação ou infecção no canal do ouvido. Acontece principalmente com as crianças. Em excesso, a água do mar ou da piscina pode se acumular no ouvido e gerar otite.

o QUe É?

Procure um hospital, para que um médico prescreva o tratamento e a melhor forma de reidratação.

TraTaMenTo

Sensação de mal-estar, náuseas, vômito, diarreia, febre, dor de cabeça e desidratação.

sInToMas

Verifique a higiene do local onde vai comer e se os alimentos são acondicionados em estruturas com controle de temperatura. Confira se o funcionário usa roupas limpas e luvas. Observe o cheiro, a consistência e o prazo de validade dos alimentos. Evite consumir produtos vendidos por ambulantes. Prefira refeições leves, com verduras, legumes, frutas, carnes magras e cereais integrais. E fique atento: os campeões da intoxicação alimentar são o ovo, os peixes, frutos do mar e carnes.

CoMo evITar

Queimaduras solares

Micose

Beba bastante água, vista roupas leves, passe cremes hidratantes no corpo, aplique compressas com água fria e use loções especiais para acalmar a ardência. Se a dor no local for intensa, houver bolhas ou sintomas relacionados à insolação, procure um médico.

TraTaMenTo

Manchas vermelhas, bolhas, inchaço, dor no corpo e mal-estar. Em casos extremos, ocorre também dor de cabeça, náusea, diarreia, vômito e desmaios, o que caracteriza uma insolação.

sInToMas

Use protetor solar (no mínimo, fator 30) e reaplique o produto a cada duas horas, logo depois de sair da água ou se suar bastante. Exponha-se ao sol apenas antes das 10h ou depois das 16h. Use roupas leves e claras e não esqueça o boné ou chapéu.

CoMo evITar

Lesões na pele por exposição ao sol.

o QUe É?

Produtos antifúngicos receitados por um dermatologista.

TraTaMenTo

O problema atinge a pele, as unhas e o couro cabeludo, principalmente. O mais comum são lesões que causam irritação, coceira e vermelhidão. As unhas ficam mais grossas, amareladas ou com manchas brancas. A planta dos pés descasca e fica mais espessa. Os vãos dos dedos ficam com a pele mais esbranquiçada e esfarelada.

sInToMas

Após o banho, enxugue bem as dobras do corpo – virilhas, axilas e entre os dedos dos pés . Use roupas arejadas e com tecidos leves. Não utilize roupas, toalhas ou calçados de outras pessoas. Evite andar descalço em locais como praias, piscinas e vestiários.

CoMo evITar

Uma infecção causada pela proliferação exagerada de fungos em algumas partes do corpo. O verão favorece o desenvolvimento deles, com um ambiente quente e úmido.

o QUe É?

Beba bastante água, água de coco e sucos naturais. Em caso de febre ou diarreia, procure um hospital.

TraTaMenTo

Boca seca, olhos irritados e ressecados, sensação de sede constante, muitas horas sem urinar e urina com cor escura e cheiro forte. Em casos extremos, febre, diarreia, vômitos e até desmaios.

sInToMas

setor de doenças do ouvido do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO); e Rossana Spoladore Hurtado, médica dermatologista da Paraná Clínicas.

Fontes: Alexandre Giandoni Wolkoff, coordenador médico do Pronto-Socorro Adulto do Hospital San Paolo; Joice Carloto, nutricionista do Hospital Vitória; Luciane Moreira, médica oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná; Marta Fragoso, médica infectologista do hospital Vita; Rogério Hamerschmidt, responsável pelo

Otite

Intoxicação alimentar Uma reação do organismo, após a ingestão de alimentos contaminados com micro-organismos nocivos. Quanto maior a temperatura, mais rápido os alimentos estragam.

o QUe É?

Faça repouso, beba bastante água, mantenha uma alimentação leve e use analgésicos para aliviar os sintomas. Evite aspirina, que pode agravar as complicações da dengue. Prefira dipirona ou paracetamol. Em caso de hemorragia ou manchas vermelhas, procure um médico com urgência.

TraTaMenTo

atrás dos olhos e nas articulações. Em casos graves, aparecem hemorragias e manchas vermelhas.


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saúde

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GAZETA DO POVO

Compare

Arroz na medida certa em seu prato O grão é fonte de

Rafaela Bortolin

vitaminas e sais

le está no prato dos brasileiros todos os dias. Apesar de ser um alimento comum, o arroz traz uma série de benefícios que ajudam a regularizar o metabolismo e manter a saúde em dia. É preciso cuidado, porém, com o excesso, em especial com o tipo branco, o preferido entre os brasileiros. Em quantidade, ele tende a comprometer a dieta. A nutricionista clínica Marilize Tamanini explica que o arroz é fonte de carboidratos, vitaminas A, E e

minerais, mas, como é rico em amido, compromete a dieta

Diferenças

E

do complexo B, e ainda tem doses de cálcio, ferro e fósforo. “No integral, a quantidade desses nutrientes benéficos é bem elevada e ele ainda tem fibras, que auxiliam no controle do colesterol e no trânsito intestinal, facilitando a digestão.” Segundo a professora do curso de Nutrição da Pontifícia Univer­ sidade Católica do Paraná (PUCPR) Ana Cristina Miguez, o alimento também é rico em proteínas, mas o nutriente não é bem aproveitado. Apenas 50% realmente é absorvido pelo corpo – no caso das proteínas de carnes e derivados do leite, esse número sobe para 70%. Por isso, vale a pena investir em uma combinação bem brasileira para deixar o prato mais nutritivo. “Nada melhor que combinar o arroz, rico em metionina, e o feijão, uma fonte de lisina – dois aminoácidos que, combinados, auxiliam no metabolismo do corpo.”

Outra dica é cozinhar o arroz com outros alimentos. “Como ele é bom em absorver sabor e nutrientes, na mesma panela, a pessoa pode acrescentar abobrinha, lentilha, ervilhas ou cenoura. Fica uma delícia e deixa o prato mais nutritivo.” Também vale a pena evitar os temperos industrializados. “O tempero pronto, como os caldos em tablete e os com glutamato monossódico, causam retenção de líquido pelo excesso de sódio. Prefira usar cebola, alho, curry, ervas frescas ou o caldo resultante do preparo de uma carne ou peixe”, recomenda Marilize.

“Em grande quantidade, ele faz a pessoa engordar mais rápido”, diz. Por isso, o ideal é não consumir mais que quatro colheres de sopa do grão por dia. Quanto ao valor calórico, não há grandes diferenças entre os vários tipos. “Seja branco, parboilizado ou integral, há basicamente a mesma quantidade de calorias. A vantagem do integral é que as fibras exigem mais energia do organismo para serem digeridas, o que faz com que várias calorias sejam queimadas ainda na digestão. Uma ótima forma de evitar o ganho de peso”, afirma Marilize.

Excesso Para quem está de olho na balança, um alerta: rico em amido, um tipo de carboidrato responsável por dar energia ao corpo, o arroz branco pode ser um dos vilões da dieta.

Conteúdo extra Confira informações sobre outros três tipos de arroz (negro, vermelho e selvagem) no site

www.gazetadopovo.com.br/saude

Fontes: Ana Cristina Miguez, professora do curso de Nutrição da Pontifícia

Fique atento às características, prós e contras dos tipos mais conhecidos de arroz:

Fotos: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Marilize Tamanini, nutricionista clínica.

Arbóreo

u Características: tem grãos

grandes, largos e arredondados. Tem sabor característico e fica cremoso após o cozimento. u Prós: é o campeão na

capacidade de absorver condimentos e nutrientes durante o cozimento, então vale a pena combiná-lo com verduras, legumes, carnes e frutos do mar. u Indicação: ideal para risotos. u Contras: assim como o arroz

branco, é pobre em vitaminas e sais minerais e rico em amido. Exige atenção durante o cozimento, pois facilmente passa do ponto e “vira papa”. u Preço: entre R$ 6 a R$ 12

(pacote de 500g).

Branco

u Características: com grãos

Integral

u Características: sabor marcante,

brancos e grandes, tem sabor suave.

coloração amarelada e grãos em vários formatos e tamanhos.

u Prós: mais barato, demanda

u Prós: o mais recomendado pelos

menos tempo para ficar pronto, fácil de acertar o ponto correto, encontrado em todos os supermercados. u Indicação: qualquer tipo de prato,

menos risotos e receitas orientais. u Contras: não é nutritivo (como é

processado, ele tem a casca retirada), apresenta uma taxa mais alta de amido (carboidrato que, em excesso, engorda), costuma ter número baixo de fibras e sais minerais. u Preço: R$ 1,50 a R$ 3

(pacote de 1kg).

especialistas. É campeão na quantidade de fibras, o que amplia a sensação de saciedade e auxilia na digestão. Tem menos amido, é rico em vitaminas A, E e do complexo B, e tem quantidades significativas de cálcio, ferro e fósforo. u Indicação: qualquer tipo de prato,

menos risotos e receitas orientais. u Contras: preparo exige mais

cuidado que o do arroz branco e demora o dobro de tempo para ficar pronto. u Preço: R$ 5 a R$ 8 (pacote de 1kg).

Japonês

u Características: grãos curtos e

levemente transparentes quando crus. u Prós: sua consistência, após o

cozimento, é ideal para o preparo do sushi. Mesmo sendo basicamente uma fonte de amido e não tendo vitaminas e sais minerais, é beneficiado pelas combinações usadas nos pratos japoneses, como algas, carnes magras e legumes. u Indicação: pratos da culinária

japonesa. u Contras: rico em amido, seu

preparo exige cuidado, pois o arroz facilmente “vira papa”. u Preço: R$ 5 a R$ 10

(pacote de 500g).

Parboilizado

u Características: parecido com o

arroz branco, tem sabor um pouco mais forte. u Prós: passa por um tratamento

hidrotérmico (usando água quente), no qual os grãos são aquecidos ainda dentro da casca. Com isso, parte das vitaminas e minerais passam para o interior do grão, tornando-o mais nutritivo que o arroz branco. O preparo é fácil e parecido com o do arroz comum. u Indicação: qualquer tipo de receita,

menos risotos e pratos asiáticos. u Contras: é mais caro que o arroz

branco e menos nutritivo que o integral. u Preço: R$ 2 a R$ 4 (pacote de 1kg).


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Dieta

Depoimento Albari Rosa / Gazeta do Povo

O miojo que promete milagre

Macarrão japonês Konjac: 5 a 10 kcal a cada porção de 100 gramas.

É bom demais para ser verdade

Com pouquíssimas

Rafaela Bortolin

calorias, algumas

uem vê uma porção de macarrão konjac pode até não acreditar, mas está diante da nova sensação das dietas de emagrecimento no mundo todo. Motivo é o que não falta. Há algumas semanas, a apresentadora britânica Nigella Lawson causou surpresa por aparecer visivelmente mais magra. Em entrevistas, ela não revelou quantos quilos perdeu – comenta-se que seja algo entre 20kg e 30kg –, mas fez questão de anunciar que as medidas diminuíram depois que começou a ingerir porções de macarrão konjac (também conhecido como itokonnyaku). A fórmula do “sucesso” é simples. Formado basicamente por água, o konjac, feito a partir de um tubérculo, tem pouquíssimas calorias – entre 5 e 10 kcal em cada porção – , poucos carboidratos e é rico em glucomanan, uma fibra que não é digerida e aumenta a sensação de saciedade. “Em contato com a água, a fibra é hidratada e ganha mais volume. No estômago, ela ocupa mais espaço com porções menores, o que faz com que a pessoa se sinta saciada e demore mais para sentir fome novamente”, diz a professora do curso de Nutrição da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Andréa Tarzia. Porém, engana-se quem pensa que esse “milagre” é exclusivo do konjac. “Esse efeito é obtido a partir da ingestão de qualquer alimento com fibras, como frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais”, esclarece a nutricionista e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná

fibras e muita água, o macarrão konjac, típico da culinária japonesa, ganhou fãs depois que a apresentadora britânica Nigella Lawson disse ter emagrecido graças a ele

Q

Dicas O que você precisa saber antes de comer o konjac: u O que é: um tubérculo

processado e cortado em tiras, como se fosse um macarrão. u Preparo: as marcas nacionais

vêm com o produto embalado em um saco plástico e imerso em uma solução. Para preparar, retire essa solução, escalde o macarrão com água quente (se quiser, adicione um pouco de shoyo e limão à mistura) e sirva acompanhado pelo molho de sua preferência. No caso das marcas importadas do Japão, o produto vem desidratado e precisa ficar de molho em água quente por mais tempo para ser consumido. u Preço: Entre R$ 5 e R$ 15. Cada

pacote rende entre uma e três refeições. Em Curitiba, o Konjac pode ser encontrado no Mercado Municipal

(PUCPR) Louise Saliba. E Andréa alerta: não há qualquer comprovação de que o produto japonês realmente reduza tanto peso quanto no caso de Nigella. “O konjac ajuda, mas nem todo mundo vai perder 20kg com ele. Não existe milagre. Emagrecer exige uma alimentação saudável e prática regular de exercícios.”

Sabor Um dos problemas do konjac é a falta de sabor do produto. Por isso, é quase impossível prová-lo sem adicionar um molho ou acompanhamento. Quem preferir alternativas leves, pode optar por vegetais no vapor, cogumelos ou molho de tomate. E é bom ficar de olho para não exagerar. “Mesmo o macarrão sendo pouco calórico, se você mistura com algo muito calórico e gorduroso, o esforço da dieta vai todo pelo ralo. Por isso, molhos tipo quatro queijos, pesto, com creme de leite ou à base de óleos são vetados”, diz Andréa. Óleo de gergelim e azeite de oliva também inspiram cuidados, já que são saudáveis, mas altamente calóricos. Quanto ao shoyu, o problema é a quantidade excessiva de sódio – mesmo a versão light não deve ser usada com frequência.

Cuidados Apesar de ajudar no emagrecimento, o konjac não deve ser a base das refeições ou alimento exclusivo ao longo do dia. “Para funcionar, o corpo precisa de uma série de nutrientes, como proteínas, vitaminas e sais minerais, que esse macarrão não fornece”, explica Louise. O melhor é ingeri-lo somente uma vez por dia, somá-lo com outros alimentos, como porções de saladas e legumes e um corte de uma carne magra (frango ou bife grelhado), e evitar a combinação com frituras e produtos industrializados. Na dúvida, vale recorrer a um nutricionista. “Mesmo nos casos em que a pessoa quer somente perder uns ‘quilinhos’, a orientação é importante para não prejudicar a saúde”, afirma Andréa.

Rafaela Bortolin Confesso: sou uma exceção. Com 1,55m e 47 kg, nunca fiz dieta. Mas aceitei com curiosidade o desafio de provar o konjac. A primeira impressão não foi das melhores: os fios de macarrão branco dentro da embalagem com água não é das visões mais inspiradoras. Em casa, segui o passo-apasso do preparo e optei por fazêlo em duas versões: com shoyu e com molho de tomate, ambos acompanhados por um pequeno filé de frango grelhado. Claro que tive que prová-lo também sem molho para saber se ele não tinha gosto algum mesmo. Comprovei: ele é realmente insosso. O visual não é dos mais apetitosos e a consistência é de um alimento “borrachudo”. Mas a experiência nem por isso foi ruim. Ao comer, percebe-se que o macarrão é mesmo rico em água – bastam alguns minutos para ele se desidratar e o prato virar quase uma sopa. Na boca, ele parece uma gelatina e não lembra nada um macarrão al dente. Quanto à promessa de saciedade rápida, comigo não funcionou bem. Logo depois de comer, continuava sentindo fome. Alguns minutos depois, estava mais satisfeita, mas parecia que faltava alguma coisa. Não sei como seria se tivesse que comê-lo todos os dias, mas acho que, para perder uns quilinhos no verão, é uma boa opção. Mesmo assim, continuo com um pé atrás com o konjac: com apenas 5 a 10 kcal por porção, parece ser bom demais para ser verdade.


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saúde

Cuidado

Sono do bebê sem medos e sobressaltos Posição de barriga para cima diminui pela metade o risco de morte súbita. Outra recomendação importante é deixar o berço livre de objetos Dâmaris Thomazini

A

s horas de soneca de um bebê – que até um ano de idade representam em média 10 a 12 horas do seu dia – são importantes para o desenvolvimento neurológico da criança. Porém, o período de descanso e tranquilidade do neném costuma tirar o sono dos pais e ser alvo de receios e dúvidas. “Os pais acham que o bebê é frágil demais para ficar sozinho e têm medo do sufocamento pelo vômito e de não perceberem a síndrome da morte súbita”, observa a pediatra e presidente do departamento de neonatologia da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), Gislaine Souza Nieto. A segurança do neném e dos pais pode ser conquistada com ações simples como manter o berço livre de objetos e deixá-lo dormir de barriga para cima. Segundo dados da Academia Americana de Pediatria (AAP), posicionar a criança desta forma diminuiu em 50% as mortes súbitas de bebê nos Estados Unidos. “A insegurança [dos pais] é grande, principalmente com o primeiro f ilho: a mãe dorme pouco, fica alerta e sempre vai checar se o bebê está respirando, mas com o passar do tempo ganhamos mais conf iança. Nessa fase é preciso buscar informações para ficar mais segura e passar essa sensação para o neném”, comenta a advogada, doula e mãe de três f ilhos, Patrícia Bortolotto.

Quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

GAZETA DO POVO


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