Editora responsável Daniela Carrara Conteúdo Daniela Carrara e Alessandro Carvalho Projeto gráfico, arte e diagramação Daniela Carrara
(dandanhiphop@hotmail.com)
Colaboradores de Fotografia: Marcos Pequeno “Portal Tattoo”, Ricardo Kafka, Sergio Deatchuk, André “Peixe”, Christian Pfammatter, Mark Mei jering. venda de anúncios: tattoodigital@gmail.com
Foto Capa: Miss Sorry Modelo: Telly Lale
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jose lopez Alguns dizem que as pessoas nascem com talentos artísticos naturais, enquanto outros dizem que os talentos são adquiridos posteriormente. Para Jose Lopez, devido às circunstâncias em que foi colocado, foi obrigado a aprender e se tornou um dos melhores artistas da atualidade.
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“A concorrência é o que nos impulsiona a fazer o melhor, mas o legal é sempre manter a mente aberta, porque isso vai trazer a sua criatividade.”
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ascido no México, Jose foi com a família para a Califórnia, aos 12 anos de idade. A intenção era viver o “sonho americano”, mas, infelizmente, um incidente ocorreu poucos anos depois, colocando Jose permanentemente em uma cadeira de rodas. Muitas pessoas que se tornam deficientes, passam por um tempo de sofrimento e depressão e perguntam a si mesmos: “Por que eu?” Jose não é mais capaz de andar, e nem de exercer as suas atividades físicas habituais. Em vez de se revoltar, ele pegou um lápis e começou a fazer esboços. Quanto mais o tempo passava, mais ele aprendia e se aperfeiçoava em sua arte, ficando melhor a cada trabalho que realizava. Resolveu se adentrar no mundo da tatuagem e após oito anos de aprendizado, foi ganhando espaço e sua fama rapidamente começou a se espalhar por toda a área de Orange County. Tornou-se tão ocupado que não tinha tempo para pensar em sua deficiência física. Quando completou quatro anos de profissão, a demanda pelo seu trabalho era tão grande que ele abriu sua própria loja de tatuagem, o Lowrider Tattoo. Hoje, a loja ganhou inúmeros prêmios em convenções de tatuagem e atualmente emprega outros artistas talentosos, além de Jose. Jose cita seus pais, esposa, filha e amigos próximos que o apoiaram emocionalmente e fisicamente. “Toda ação provoca uma reação”, diz Jose, “e se não fosse por eles, eu não seria tão bem sucedido como eu sou hoje, e, ironicamente, se não fosse por eu estar em uma cadeira de rodas, eu provavelmente teria seguido outro caminho.” Jose diz que teve que se dedicar e se esforçar muito para se tornar o artista que é hoje. Praticando e aprendendo técnicas de outros artistas e, em seguida, aplicando o seu próprio toque a essas técnicas são o que o levaram onde ele está agora. Jose diz que não tem medo da concorrência, pois todos os artistas podem aprender uns com os outros. “A concorrência é o que nos impulsiona a fazer o melhor, mas o legal é sempre manter a mente aberta, porque isso vai trazer a sua criatividade.” almanaquedigital.com.br • 11
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andré tenório Em relação a eventos, você produziu, juntamente com dois profissionais da área, uma convenção que mesmo com o formato padrão de convenções conseguiu ter um grande diferencial, e obteve enorme sucesso levando a nata da tatuagem brasileira e fazendo as duas edições do evento um grande exemplo de convenção. A que você atribui o fato? Não concordo quanto ao formato, acho que saiu do padrão por isso teve grande repercussão. Fizemos uma convenção que, em primeiro lugar, privilegiou o artista desde a chegada ao hotel até no essencial para execução da tatuagem, não faltou nada para nenhum artista (papel, água, aparelho de barbear, até mesmo massagistas à disposição o tempo todo...); nos empenhamos realmente para suprir todas as necessidades dos artistas.
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Outro ponto crucial foi não ter concurso, onde, com isso trouxemos artistas com um nível espetacular, nomes que há muitos anos não participavam de eventos nacionais. Acho que não tem segredo, apenas fizemos um evento onde o foco foi a integração entre artistas e amigos, em um ambiente diferenciado e de alto padrão, dando aos participantes todo o conforto e respeito que merecem. Você acha importante a criação de novos formatos de eventos, ou os existentes já podem atender às várias necessidades dos tatuadores na atualidade? Acho que se deve criar primeiramente um calendário oficial de convenções, devido ao número exagerado (em minha opinião) existentes
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andré tenório atualmente no Brasil, sendo a grande maioria feita de qualquer jeito, por organizadores sem experiência ou por oportunistas, achando que ganharão dinheiro fácil produzindo uma convenção de tattoo. Mas quanto ao formato, acho que deve ser diversificado sim, até porque todos em algum momento já nos sentimos cansados ou “enjoados” das convenções, exatamente pelo fato de ser quase sempre a mesma coisa. Eu sempre bato na mesma tecla em relação aos concursos, não porque eu não goste de concurso em si, mas porque acho que eles tiram demais o foco da convenção, que a meu ver, deveria ser a integração entre artistas, os workshops, a troca de ideias e desenvolvimento de novos projetos na área, e não um monte de tatuadores disputando entre si, tatuando por horas a fio tentando concluir um trabalho até a hora do julgamento, acabando nem tendo tempo para conhecer a convenção em si, conversar com artistas, participar de workshops etc. Também acho que para o público em geral que vai em uma convenção, não se tem muito que fazer, principalmente quando a maioria dos tatuadores está apenas pensando em trabalhos para o concurso e não em atender os visitantes locais que talvez tenham a convenção como a única oportunidade de encontrar e tatuar com artistas de outras cidades/ estados/países. Além de, no final, sempre rolar rivalidade, egos feridos e comentários revoltados de quem perdeu. Eu já disse isso outras vezes e repito a única profissão que conheço onde existe competição durante um evento é a tatuagem; nunca vi, por exemplo, um Congresso de Medicina onde se dispute o melhor médico nisso ou naquilo durante o Congresso. Talvez pudessem existir eventos distintos de convenções, exclusivamente para premiação, como existe em outras áreas (exemplo: Oscar, Troféu Imprensa, Grammy...) acho que seria bacana, um evento anual, com uma equipe capacitada para reunir indicados e premiar de acordo com categorias (observando o trabalho do indicado durante o ano todo e não baseado em um único trabalho) e aí se fizesse um evento para a
entrega da premiação, não sei... É apenas uma ideia. (risos) Hoje em dia você tatua como visitante em estúdios de outros estados, você acha importante essa interação em outros lugares, ou esse trabalho é feito somente por conta da demanda de clientes que buscam sua tatuagem? Por onde tem trabalhado? Acho que o ditado “o artista deve ir onde o povo está” representa bem o que penso. Tenho muita procura de clientes de outros lugares que nem sempre têm condições para se deslocarem até meu estúdio, então, não vejo mal nenhum em organizar minha agenda para atendê-los em algum lugar que fique bom para ambas as partes. Também acho que muita rotina não é legal, prefiro viajar, ter intercâmbio com outros artistas/ estúdios e aprender um pouco a cada saída, sem falar que as viagens ajudam a desestressar, volto revitalizado para produzir mais e melhor a cada vez. Como você chegou a ter o seu próprio estúdio? Na verdade, só tive um período de dois anos e meio em que não trabalhei em meu próprio estúdio, mas nem sempre foi como hoje, no início, trabalhei num estúdio em casa, já tive estúdios minúsculos e mal localizados, passei muitas dificuldades até conseguir montar o Tinta na Pele. Estamos cada vez mais procurando deixá-lo com um conforto e estrutura diferenciada, um ambiente descontraído e ao mesmo tempo clean, para que o cliente se sinta bem ao entrar na loja. O estúdio Tinta na Pele é um empreendimento familiar? Vocês trabalham com outros serviços? Tendo em vista que quem está à frente “dos negócios” somos eu e a Shann, minha esposa, sim, é um empreendimento familiar. Mas não trabalhamos sozinhos, estamos reunindo uma almanaquedigital.com.br • 25
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equipe forte de tatuadores. Além da tattoo, temos aqui no estúdio uma loja de roupas e acessórios alternativos e agora estamos montando uma galeria para artistas exporem suas obras e comercializá-las. Também abrimos espaço para alguns artistas ministrarem workshops, não só de tatuagem, mas de desenho, pintura etc.
clientela também é diferenciada, o nível cultural e econômico aqui é privilegiado e assim há mais liberdade de criação ao artista e a arte é mais valorizada; além disso, morar na região sul do País, como já disse antes, é fantástico, temos tudo aqui, Praias paradisíacas, campo, montanhas, rios, grandes cidades, tudo que procuramos em um só lugar.
Como é a cena da tatuagem no sul do País, em particular em Blumenau? Muito boa, tenho orgulho de trabalhar em uma cidade com o nível artístico que temos em Blumenau, há artistas fantásticos, temos alguns estúdios aqui que representariam bem em qualquer lugar do mundo. A
Quais as grandes referências da tatuagem no sul do País, e quais os novos artistas que vêm despontando nessa região? Temos aqui alguns artistas lendários, como o Stoppa, o Toca e o Grand, de Florianópolis, o Bola e o Lagarto, do Rio Grande do Sul. Também temos artistas fantásticos, como Danilo
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Stefan, Edu Meca, Marcelo Marzari, Denis Fabris, Franja, Verani, Diogo Quadro, Bat Cat, Oberdan, Christofer Pipcak, Eduardo Andrade, entre muitos outros que não caberiam citar todos aqui (risos) e também há os que estão despontando, em minha opinião, como o Mauricio Huber, Marcelo Smash, Arnon Corte Real, Rafinha Oliveira, Diego Santellano (Negão), Renan Batista, Erasmo Zutter (Paleta)...são caras que vêm desenvolvendo trabalhos muito bem feitos e certamente vão representar cada vez melhor o sul. Quais os temas abordados nos workshops que você ministra pelo Brasil? Há muito tempo ministro workshops, não estou seguindo uma “nova tendência”, até porque
nunca lancei um workshop meu como organizador, até hoje todos que ministrei e os próximos que tenho agendados foram convites que me fizeram, e se tem pessoas interessadas em aprender minha forma de trabalhar, não vejo porque recusar, e nunca disse que desaprovo isso, pelo contrário, sempre falo que é estudando que se evolui e sempre menciono workshops como uma grande fonte de aprendizado. Tem surgido um grande número de tatuadores iniciantes que já estão no mercado e podem/devem aprender técnicas corretas e assim melhorar o nível do mercado e diminuir a discriminação. Converso com muita gente que tem preconceito porque acham que tatuagem “são aquelas coisas feias como se faziam na almanaquedigital.com.br • 27
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cadeia”, quando mostro trabalhos bem executados de diversos artistas eles mudam de idéia na hora dizendo: “Nunca imaginei que se poderia fazer algo assim, tão bonito, em tatuagem.” Creio que com o alto nível de tatuadores o preconceito também diminui, e o diferencial será o estilo próprio de cada artista e o bom atendimento e estrutura dos estúdios. O que ressaltei e continuo ressaltando neste tema, é que para ministrar um workshop, penso que no mínimo o profissional tem que conhecer como a tatuagem dele é cicatrizada, não em um mês ou dois, mas em anos, como as técnicas que ele aplica na pele resistem com o passar de dois ou três anos, para saber se estas técnicas são de fato eficazes para passar adiante, além disso, acredito que a bagagem que vamos adquirindo ao longo do tempo é fundamental, 28 • ADT
muita coisa só se aprende na prática e para passar seus conhecimentos para frente, primeiro você precisa praticá-los bastante, não me considero o melhor cara para ministrar um workshop, tenho ainda e sempre terei a aprender/melhorar (ainda bem!) mas o que trago para os meus workshops são técnicas e dicas da minha experiência de mais de 23 anos como tatuador, não apresentarei nada de especial, apenas o que eu faço no meu dia a dia, no meu estúdio, desde regulagem de máquinas à aplicação de tinta na pele, cada um tem um jeito de trabalhar e é nessa troca de informação/experiência que vamos evoluindo... E o workshop é um tempo que temos destinado exclusivamente para isso, tanto o ministrante quanto o tatuador participante estão ali especialmente para isso, e os resultados só têm a ser positivos.
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ESTUDEM SEMPRE. Honestidade e respeito são grandes passos para o aprendizado, olhem mais para o que você faz e menos para o que os outros fazem e vão evoluir sempre, é como penso. CONTATO Email: tintanapeletattoo@gmail.com facebook/TintanapeleTattooStudio tel. (47) 3222-1529 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, a Shann e a Duda (esposa e filha) e a todos meus amigos, familiares e clientes que apoiam, acreditam e confiam em mim e no meu trabalho.
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Eduardo Cavelucci começou a trabalhar como body piercer em sua casa. Através desse interesse conheceu pessoas do ramo e com um amigo tatuador abriu um estúdio. Depois de algum tempo sentiram a necessidade de aumentar a “família” chamando o Paçoca, que viria a ser o seu mentor. Como sempre gostou de desenhar, um dia estava na recepção trabalhando em um esboço e acabou chamando a atenção de um cliente que pediu que Eduardo o tatuasse.
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om a ajuda de todos e instruções do Paçoca fez a sua primeira tattoo. A partir daí, não queria outra coisa na vida. Eduardo já vive há seis anos em Portugal, onde morou em Faro (sul de Portugal) e depois de quatro anos se mudou para Lisboa. Conta que Portugal cresceu bastante desde que chegou.“Estamos no centro do mundo, muita gente passa aqui e temos imensas possibilidades de viajar, de partilhar e adquirir conhecimento. Consequentemente, torna-se evidente uma enorme evolução e o aparecimento de bons artistas neste ramo.” A vontade de conhecer o mundo e aprender inglês foi o que motivou Eduardo a se mudar do Brasil. Inicialmente, foi para a Austrália onde passou um ano tatuando e estudando. Foi lá que ganhou o gosto e a vontade de conhecer mais e mais, conviver com novas culturas e alargar horizontes. Sempre que possível, participa de algumas convenções na Europa e acompanha o trabalho de ta-
tuadores brasileiros, mesmo que pela internet. Sobre seu estilo de tatuar, diz: “Humm, não sei definir meu estilo porque procuro sempre por coisas novas e estou sempre variando. Quero sempre saber e fazer um pouco de tudo. Quem sabe um dia ‘estaciono’ em algum lado. No momento estou gostando de misturar um pouco do old school com o realismo, um cartoon com um toque de real.” A lista dos tatuadores que Eduardo tem como referência é grande, e vai desde Joe Capobianco, Grimme, Jime Litwalk, Guy Aitchison, Gunnar, Ranho, Brinkedo, Paçoca, Zero, Mordenti e Cigano, até tatuadores que conheceu quando estava na Europa, como Carlos Torres, Mr. Cartoon, Jose Lopez, Jee, Mateo Pasqualin, Nikko Hurtado, Ivano Natale, Jesse Smith, Matt Jordan, Silvano Fiato, entre outros. Para os tatuadores que estão começando a tatuar, Eduardo deixa um recado: “Persistência, trabalho duro e muita vontade de aprender!” almanaquedigital.com.br • 33
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flavia carvalho Início da Profissão Lembro-me de quando eu tinha 10 anos de idade e já folheava, encantada, revistas de tatuagens e desenhos. A arte em geral sempre fez parte de mim, sempre fui incentivada pela minha família em relação a desenho e pintura, mas não me lembro exatamente quando de como esse gosto específico pela tattoo surgiu em mim. Mas um desejo que eu sempre tive — era de me tatuar, de carregar essa arte no meu corpo. Quando entrei na faculdade, muitos amigos me incentivaram a começar a tatuar, e fiz isso da maneira mais difícil [haha], comprei um kit simples de tattoo, aprendi o “básico do básico” e saí tatuando “cobaias” por aí. Por isso, demorei tanto para começar a tatuar profissionalmente, isso só aconteceu quando outros tatuadores começaram a me ajudar compartilhando seus conhecimentos comigo. Passei por muitos “hiatos” e longos períodos sem tatuar, até que hoje, há pouco mais de três anos, ser tatuadora é minha profissão principal, de onde tiro o meu sustento, da minha mãe e da minha filha. Atividades Paralelas Como toda tatuadora iniciante, eu sou bem “deslumbrada” e, no estúdio, quando não estou tatuando, estou estudando sobre tatuagem ou desenhando. Fora isso, eu sou uma pessoa bem caseira e “família”: não costumo sair muito, apenas para me reunir com amigos; e tento aproveitar o máximo de tempo livre que tenho curtindo a minha filha. Como eu trabalho o dia todo e ela passa esse mesmo período na escola, procuro aproveitar bastante o tempo que temos juntas. Estilo Trabalhei alguns anos com ilustração científica no Laboratório de Estudos de Lepidoptera Neotropical, da Universidade Federal do Paraná. É de lá que eu herdei meu gosto por elementos naturais (principalmente flores e insetos) e a técnica do pontilhismo. A natureza, em geral, é a minha grande fonte de inspiração. Gosto do estilo tradicional e hoje me vejo apaixonada pelo estilo almanaquedigital.com.br • 39
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flavia carvalho New Traditional, com seus animais exóticos, e admiro é infinita, e sempre tento absorver algo mulheres, flores e camafeus. É um estilo que eu de bom quando vejo uma obra de arte — seja ela pretendo me aprimorar e que, um dia, espero ter tatuagem ou não — que me cativa. meu portfólio baseado nele. Tatuadoras Vida Pessoal x Vida Profissional Entre as “gringas”, acho impecável a técnica e No começo foi muito difícil! Voltei a tatuar quan- o estilo da Emily Rose Murray, da Austrália; já do a minha filha tinha apenas 13 dias de vida, no Brasil, admiro muito o trabalho da Bruna Yonão pude me dar ao luxo de uma “licença-ma- nashiro. ternidade”, e dividir o meu tempo entre tatuar e amamentar a minha filha, por exemplo, era muito Espaço aberto desgastante. Depois, ela cresceu um pouco e, Pode parecer engraçado, mas minha relação com ela indo pra escolinha em tempo integral, com a arte sempre foi baseada na “insatisfamais a ajuda da minha mãe, as coisas ficaram ção”. Enquanto a maioria dos tatuadores que muito mais fáceis. É claro que eu tenho algumas eu conheço é vaidosa e se vangloria do traba“limitações” (não tatuo depois das 19 horas nos lho que faz, eu acredito que ainda tenho muito dias de semana, nem nos domingos e feriados, que melhorar e aprender inúmeras coisas que como muitos tatuadores fazem), pois o tempo só vejo nos artistas que tomo como referência. É que eu posso passar com a minha filha é prio- por isso que eu sempre bato na tecla de que eu ridade, mesmo assim, eu consigo oferecer uma sou uma tatuadora iniciante, buscando sempre boa qualidade de vida a ela. a evolução e o aprendizado. Pode parecer falsa modéstia, mas na verdade acredito que seja Tatuagem em Curitiba uma armadilha para um artista se gabar demais É semelhante à de outras capitais: um punhado e achar que seu talento é “sobrenatural”: ele se de tatuadores excelentes, alguns muito bons e torna pedante e limitado. uma grande parte de oportunistas e “curiosos”. No entanto, quando um cliente se diz satisfeito Mas no geral, eu gosto da cena de tatuagem com sua tattoo ou quando recebo uma mensadaqui: tem muitos tatuadores dispostos a con- gem de alguém que admira meu trabalho, certatribuir com a arte e compartilhar conhecimentos mente eu fico honrada e emocionada. É revigoem prol do crescimento da tatuagem brasileira, rante receber um feedback positivo, me motiva a como um todo. Sinceramente, eu sou meio “so- aprender e me dedicar à arte ainda mais. ciopata” [haha] e não costumo me misturar com grupos e panelinhas, por isso, do pouco que eu Contato conheço, não tenho muito do que reclamar. O Malta Tattoo mercado curitibano é bom e, mesmo para tatua- Rua XV de Novembro, 420 – loja 69 – 1º andar dores iniciantes como eu, há espaço para quem Centro - Curitiba - Paraná tiver dedicação e carinho pelo que faz. (41) 3232-5604 Facebook.com/flabeluga Referências Eu aprecio muito tatuadores do estilo New Traditional, como Uncle Allan, Lars Uwe, Pawel Jankowski, Marcus Maguire... Também me inspiro muito em ilustradores científicos renomados como Mary Vaux Walcott, Jacques de Sève, Marianne North e Maria Sibylla Meria. No mais, a lista de tatuadores, artistas e ilustradores que eu gosto almanaquedigital.com.br • 41
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almer de Maria, 36, teve seu começo na profissão como a maioria dos tatuadores. Trabalhou um ano e meio como aprendiz em um estúdio e logo depois virou sócio, atuando também como body piercer. A falta de dinheiro nessa época era um grande problema, pois durante sua fase como aprendiz não recebia nada pelo trabalho. “Me orgulho de nunca ter feito uma tattoo que precisasse de reforma ou acabamento feito pela pessoa que me ensinou, porque sempre fui paciente, tentando nunca dar o passo maior que a perna.” Seguiu seu caminho e arrumou um trabalho em outro estúdio, mas teve que aprender a fazer
bem todos os temas, mas como o passar dos dias e dedicação tudo foi se acertando. Além de tatuar há oito anos, Palmer é baterista de uma banda de thrash metal, anda de skate desde 1984 e está sempre pesquisando novas referências na net. Palmer faz temporadas na Europa e este ano completou sua oitava viagem para a Noruega e terceira para a Holanda e aproveitou para marcar presença na 9a Convenção de Stavanger que aconteceu nos dias 26 e 27 de julho. Estavam presentes tatuadores renomados como Liorcifer, Robert Hernandez, Noi Siamese III, entre outros, e Palmer era o único brasileiro representando a tatuagem brasileira. almanaquedigital.com.br • 71
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