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PALAVRA DO DIRETOR
Começamos o ano de 2016 com muitas incertezas. A crise política e a instabilidade que o país atravessa ainda geram muitas dúvidas para todos nós, produtores, mas, temos que parar de pensar apenas na crise e começar a enxergar as oportunidades apresentadas. É importante lembrar sempre que trabalhamos com algo imprescindível para a população: “proteína animal”. Neste momento, é preciso colocar as contas no papel e planejar as novas estratégias. Quando analisamos o mercado, com todos os altos e baixos da economia do país, percebemos que o leite começou o ano em plena recuperação, com preços melhores. O pecuarista precisa utilizar as tecnologias disponíveis e também a gestão para aumentar a produtividade e, por consequência, a rentabilidade do seu negócio. Na pecuária de corte, o céu continua azul. Já são alguns anos muito bons, e 2016, com certeza, será também muito bom; mas, nem por isso, o pecuarista pode se deslumbrar. Mesmo com este momento favorável é necessário estar sempre de olho nos serviços disponibilizados, acompanhar a tecnologia e estar sempre um passo à frente, avaliando o mercado e investindo nos pontos corretos. Cada criador tem necessidades e objetivos diferentes. Um grande diferencial da Alta é possuir programas e serviços específicos para cada cliente, tanto no leite quanto no corte. Assim, como não existe uma pessoa igual à outra, também não existe uma fazenda ou um sistema de produção igual ao outro. Nós, da Alta, não medimos esforços para ter uma equipe treinada e capacitada para atender você e seus reais objetivos. Esta primeira edição de 2016 traz notícias e informações que exemplificam realmente esse compromisso relativo aos vários sistemas de produção inseridos na nossa pecuária. Buscamos sempre abranger um leque de assuntos, falando sobre genética, economia, gestão, manejo, nutrição, enfim, temas relevantes para a sua realidade. Esperamos que goste. Acredito que estamos começando com o pé direito. Muito sucesso para nós, em 2016. Quero ainda celebrar muitas vitórias com você ao longo do ano. Uma ótima leitura.
Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil
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ÍNDICE EXPEDIENTE
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Diretor Heverardo Rezende de Carvalho Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com
ESPECIAL INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL APRESENTA SEUS BENEFÍCIOS Técnica comprova que é 20% mais barata que a monta natural
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ALTA NEWS
Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com
Visitas, novos projetos e eventos são destaques na Alta. Fique por dentro dos últimos acontecimentos da empresa.
Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) renata.paiva@altagenetics.com
ARTIGO
Colaboradores desta edição Adriano Rúbio, Darci D’Anúncio, Fábio Barreto, Fernanda Borges, Gustavo Almeida, Guilherme Marquez, Jorge Duarte, Manoel de Sá Filho, Márcio Delfino, Marcos Labury, Miguel Abdalla, Paulo Esteves, Rafael Oliveira, Reginaldo Santos, Régis Henrique, Stefan Dor e Tiago Carrara. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br
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A PECUÁRIA DE CORTE EM 2016
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EXISTE RELAÇÃO ENTRE MAIOR OCORRÊNCIA DE MASTITE E A QUEDA DA TAXA DE CONCEPÇÃO NA FAZENDA?
Falta de bezerros e bons preços compõem o cenário deste ano
Qual o impacto de uma sobre a outra?
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REPRODUÇÃO PROGRAMADA Reprodução programada maximiza resultados na atividade leiteira
Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação LTDA ME indiara@indiaraassessoria.com.br Tiragem 5 mil exemplares
Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorando a lucratividade individual de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Ser líder do mercado de inseminação artificial e reconhecida como a melhor empresa desse segmento. Valores: • Escolha CONFIANÇA à invulnerabilidade • Escolha CONFLITO à harmonia • Escolha CLAREZA à certeza absoluta • Escolha NÚMEROS à popularidade • Escolha RESULTADOS ao status
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GESTÃO FORMAÇÃO DE EQUIPE Por que é tão difícil ter uma equipe estruturada e completa?
LEITE
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ALTABAXTER
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EFICIÊNCIA DE RESULTADOS A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR COM ÍNDICES CORRETOS
Alta Baxter morre perto de completar 14º aniversário
Está na hora de colocar as contas no papel
CORTE
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IMPACTO DO TOURO MELHORADOR NA SELEÇÃO Qualidade do reprodutor corresponde a quase 90% do ganho genético do rebanho
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CAPA SINAL VERDE PARA A CARNE Pacto garante ganhos a partir da qualidade
TESTE DE PROGÊNIE AVALIA A CAPACIDADE REPRODUTIVA DOS TOUROS ANGUS Teste de progênie avalia o desempenho de animais
EVENTOS
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WV GENETIC FESTIVAL ANGRA DOS REIS ABRE CALENDÁRIO DA PECUÁRIA Parceiros Alta abrem o calendário oficial de leilões do ano
RAÇA
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GIRO NO CAMPO Clientes e leitores destacam a qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta
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FACILIDADE DE PARTO NA RAÇA BRAHMAN Estudo avalia facilidade de parto da raça
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CASOS DE SUCESSO
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- FAZENDA SANTA MARIA - FAZENDA MONTE ALEGRE
ENTREVISTA Doutora em Medicina Veterinária fala da falta de mensurações e estratégias que impactam na eficiência reprodutiva de rebanhos leiteiros
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ESPECIAL
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL APRESENTA SEUS BENEFÍCIOS TÉCNICA COMPROVA QUE NÃO CUSTA E SIM ELA VALE, POIS GERA LUCROS AO SEU USUÁRIO por Reginaldo Santos, gerente técnico de Leite e Cursos de Inseminação Artificial da Alta A Inseminação Artificial é a técnica disponível mais importante para acelerar a melhoria do padrão genético do rebanho, apresentando um custo acessível e com inúmeras vantagens em relação à monta natural. Com as novas técnicas, principalmente a Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF), os resultados obtidos trarão mais lucro aos seus usuários, seja pela formação de lotes para inseminação, mais padronizados e de mesma idade - por ser feita por técnicos terceiriza6
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dos, dispensando a presença de inseminador - ou por dispensar a observação de cios nos rebanhos. A técnica tornou-se uma grande arma da pecuária moderna, na qual o criador pode se agarrar. Com os atuais custos de produção, o criador não pode mais ficar enraizado em conceitos e sistemas ultrapassados de criação. Há necessidade urgente de se adaptar às novas tecnologias, reduzindo custos e garantindo maior produção e maior produtividade no seu negócio.
O criador que se enquadra nos métodos tradicionais de produção, salvo em condições especiais, está deixando de obter mais lucros, pois produz seus bezerros a um custo muito maior do que se utilizasse a Inseminação Artificial; além de estar dispensando benefícios relacionados aos elevados níveis de ganho genético. Ele pode contar com empresas ou profissionais capacitados, que prestam, inclusive, serviços de terceirização.
Vantagens da Inseminação Artificial Economia: A técnica da Inseminação Artificial fica por volta de 20% mais barata que a monta natural, além de trazer mais resultados para os sistemas de reprodução. Temos duas maneiras de mostrar esta vantagem. De uma forma mais simplista, podemos fazer a seguinte comparação: para se adquirir um reprodutor, hoje, em qualquer mercado no Brasil, teríamos que desembolsar a quantia mínima de R$ 3.000,00 - isto para um touro sem prova, que não sabemos se será melhorador ou não. E ainda teremos que aguardar no mínimo três anos para saber como serão suas filhas e filhos, correndo o risco de nossa expectativa em produção e/ou conformação, acabamento e outras características desejadas não serem alcançadas, trazendo grande prejuízo. Isto não acontece na Inseminação Artificial, pois sempre utilizamos touros provados, seja através de teste de progênie com touros provados ou touros genômicos. Com um valor inferior a estes R$ 3.000,00, conseguimos adquirir, hoje, da Alta, todo o Kit de Inseminação (botijão, nitrogênio, aplicador, bainhas, pinça, termômetro, caixa de isopor, caixa de inseminador, luvas) e, no mínimo, R$ 500,00 em sêmen, para pagar em até seis vezes. O sêmen é de touros provados. Razão que indica que iremos alcançar o melhoramento genético, obtendo filhas e filhos mais produtivos e com tipo funcional mais adequado para aliar produção e longevidade. Além
disso, a cada três anos, teremos que trocar o touro doador de sêmen, para evitar que ele comece a acasalar com suas filhas, fazendo com que o índice de consanguinidade seja alto, trazendo mais prejuízos ao produtor. Importante salientar que um touro na propriedade pode trazer problemas, como ferir funcionários, quebrar cercas, ocasionar problemas com vizinhos pela cobertura de algum de seus animais, etc. Ainda há os problemas reprodutivos e no aparelho locomotor - que dificultam a monta - e o risco de perdê-lo caso seja picado por cobras.
“A técnica da Inseminação Artificial fica por volta de 20% mais barata que a monta natural, além de trazer mais resultados para os sistemas de reprodução” Controle de doenças transmissíveis através da monta natural: Pela monta natural, seja ela controlada ou não, pode ocorrer de o touro transmitir às vacas algumas doenças chamadas “da reprodução”, e vice-versa (trichomonose, vibriose). Estas ocorrências trazem grande prejuízo aos criadores, pois fazem com que as fêmeas não levem a termo as gestações. Tais gestações são interrompidas (aborto ou reabsorção), aumentando o intervalo entre partos. Imagine uma vaca portadora
de uma destas doenças: qualquer reprodutor que cobri-la irá adquirir a doença, que será transmitida a todas as outras fêmeas que ele cobrir. Com a inseminação isto não ocorre, pois toda vez que inseminamos uma vaca, utilizamos uma bainha descartável que envolve o aplicador, ou seja, só pode ser usada para uma única inseminação, evitando, assim, o contágio de um animal para outro. Controle reprodutivo do rebanho (melhor escrituração zootécnica): Por meio deste controle, podemos obter dados precisos de fecundação e parto. Pelo preenchimento de fichas de controle, quando da inseminação, teremos as datas corretas de concepção e, consequentemente, datas muito aproximadas dos partos, facilitando o manejo destes animais para piquetes próprios, bem como para os procedimentos de secagem dos animais. Touros para novilhas: Sabemos que alguns reprodutores são muito pesados e existem casos de novilhas que tiveram sua coluna seriamente comprometida na hora do salto do reprodutor. É sabido também que alguns reprodutores, de tamanho normal, produzem crias bastante grandes. No caso de serem utilizados em novilhas, com certeza, trarão problemas na hora do parto, podendo ocorrer perda da matriz, da cria, ou de ambas. No caso da Inseminação, este problema não ocorre, pois através de teste de progênie, sabemos quais reprodutores poderemos utilizar em novilhas, sem trazermos problemas de parto. PECUÁRIA EM ALTA
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ESPECIAL
Cruzamento entre raças: Grande parte dos criadores de animais para produção de leite, dependendo da região onde se encontra, dificilmente quer apurar o seu rebanho, chegando até determinado grau de sangue com taurinos e, em seguida, usa touros zebuínos para promover choque de sangue e garantir mais rusticidade em seus animais. Nesse caso, seria necessário ter dois ou três touros na propriedade (europeu e zebuíno), o que aumenta o custo em razão da manutenção destes animais. Na Inseminação, basta ter, no botijão, o sêmen de quantos touros quiser e da raça que mais lhe agrada. Acasalamentos dirigidos: Tanto em rebanhos de corte quanto de leite é possível a utilização de acasalamentos
que visam produtos nascidos, melhorados, com relação aos pais, por meio do uso de programas de computação e de touros provados. Padronização de rebanho: Com a utilização de poucos reprodutores conseguimos obter lotes de animais com padrão zootécnico muito semelhante (características de fenótipo e genótipo). Uso de touros provados geneticamente: Tanto para a produção de leite quanto para a de carne, com a Inseminação Artificial, hoje, é grande a oferta de animais testados (provados) por meio de testes de progênie disponíveis a um preço bastante acessível, para grandes criadores e, também, para pequenos produtores.
Melhoramento genético: Mais qualidade e produção em menor tempo através do uso de touros comprovadamente superiores para produção (leite e carne) e tipo. IATF: Hoje é uma técnica extremamente difundida - seja em gado de leite, corte e elite - pela facilidade de utilização e pelos grandes resultados obtidos, possibilitando a inseminação de lotes de animais em curto espaço de tempo.
Reginaldo Santos, gerente técnico de Leite e Cursos de Inseminação Artificial da Alta Médico veterinário pela Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), pós-graduado em Pecuária de leite
CURSOS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Um curso de Inseminação Artificial deve seguir alguns requisitos. De preferência, ter o aval e o padrão requerido pela Associação das Empresas de Inseminação Artificial (ASBIA). A duração é de quatro a cinco dias, com 36 horas-aula pelo menos. São oferecidas noções básicas de anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor da fêmea bovina (teoria e prática em peças anatômicas), observação de cios em gado de leite e corte, passo a passo da inseminação, além de aulas práticas sobre manejo de botijões, descongelamento de sêmen, montagem de aplicador, higiene, aulas práticas de passagem de aplicador pela cérvix da vaca. Qualquer pessoa interessada pode participar do curso; basta fazer o cadastro nas regionais da Alta. O curso é ofertado mensalmente, em Uberaba (MG), sede da empresa, conforme parceria com a Universidade de Uberaba (Uniube). O participante tem a oportunidade de visitar a Central de Tecnologia de Sêmen, assistir à coleta de sêmen e conhecer os touros. Mais informações pelo telefone (34) 3318-7771.
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ALTA NEWS
ALTA E TUFUBARINA CONVIDAM PARA PARTICIPAR DO ALTA PERFORMANCE TUFUBARINA
Os criadores da raça Senepol já podem se inscrever na 5ª edição do Programa de Avaliação Alta Performance Tufubarina. Parceria da Alta com a Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) e com a Tufubarina Senepol visa a avaliar e identificar animais de alto desempenho, com equilíbrio entre as características de ganho de peso, carcaça e precocidade reprodutiva.
EQUIPE ALTA VISITA A FAZENDA CALCIOLÂNDIA nhecidas fazendas do Brasil. Tornou-se referência tanto na criação e seleção do gado Gir Leiteiro como do cavalo Mangalarga Marchador, além de trabalhar com outras atividades agropecuárias. O gerente de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, e o gerente A fazenda Calciolândia, localizada no Oeste de Minas Gerais, de propriedade de Gabriel e Vera Andrade, é hoje uma das mais co10
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Distrital, Ricardo Ramos, estiveram na fazenda com o intuito de programar novos acasalamentos para futuros touros. Na oportunidade,
Os especialistas da Alta alertam para o fato de que este equilíbrio está diretamente relacionado à pecuária contemporânea, que exige animais funcionais, de ganho de peso acelerado e respostas reprodutivas precoces. Por dois anos consecutivos, a maior média de touros foi conquistada pela Alta, um reflexo da união entre criadores, ciência e mercado. Interessados em inscrições podem fazer contato pelo telefone (34) 3318-7762 ou pelo email miguel.abdalla@ altagenetics.com, até 15 de abril.
comprovaram o ótimo desempenho das vacas 1/2 que integram o plantel responsável por produzir 12 mil litros/ dia. As filhas de Toyota, Wildman, Meteor e Detroit estão fazendo a diferença. Responsável pela Calciolândia, Jordane Silva mostrou ótimos números do Gir Leiteiro, que conta com Tabu da Cal, PH Uísque, Apollo e Campestre. “Fiquei muito impressionado com a beleza do Campestre. O touro chama muito a atenção. As filhas de Tabu são lindas e com úberes diferenciados. Jordane também me disse estar muito confiante no touro Escalado, filho de Tabu”, comenta Guilherme Marquez.
ALTA ESTARÁ NO 20º CURSO NOVOS ENFOQUES NA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE BOVINOS A cidade de Uberlândia (MG) será palco de um dos mais tradicionais eventos relacionados à reprodução bovina do Brasil. Entre os dias 19 e 20 de março, o 20º Curso Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos contará com três módulos de palestras simultâneas sobre temas relacionados ao Manejo e Sanidade, Leite e Corte. “A Alta se orgulha de participar deste evento que é referência no setor do agronegócio. Estamos preparando um estande para melhor atender aos participantes com nossas equipes comercial e técnica”, diz o gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara.
Organizado pela Consultoria Agropecuária Júnior (Conapec Jr.), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Campus Botucatu, o evento tem coordenação do professor José Luiz Moraes Vasconcelos. Na programação, palestras serão ministradas por profissionais de renome no Brasil e no mundo. Durante o evento, os organizadores apresentarão também dados nacionais e resultados de diversas fazendas de todo o Brasil, de empresas de consultoria e de estudos feitos pela Unesp Botucatu. Confira a toda a programação no site da Alta: altagenetics.com.br.
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ARTIGO
A PECUÁRIA DE CORTE EM 2016 por Marcos Labury, gerente técnico de Corte da Alta Início do ano. A perspectiva de alta do boi continua firme no Brasil. No Sul e no Sudeste choveu bastante. No Centro-Oeste, Norte e Nordeste, embora a chuva tenha sido intensa em janeiro, os pastos ainda não se recuperaram. Se não temos pasto, ainda não dispomos de animais em boas condições de abate, a não ser os confinados. Estes, já acabaram ou estão com oferta em fase final. Prova disso é a valorização do boi magro, categoria mais valorizada no momento atual e que acusa uma alta próxima de 20% neste início de ano. São necessárias 14 arrobas de boi gordo para se adquirir um boi magro. Temos visto que o mercado é comprador de bons animais e, notadamente, todas as categorias para reposição estão com variação acima do boi gordo. Quando as pastagens melhorarem, certamente, aumentará ain12
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da mais esta procura pela reposição, ou seja, oferta curta e preços firmes devem nortear a pecuária de corte neste ano. As exportações se mostram hoje com um acréscimo por volta de 13% nos embarques. A situação é favorecida pelo fim dos embargos da nossa carne pela China e pela valorização do dólar frente
“Oferta curta e preços firmes devem nortear a pecuária de corte neste ano” ao real, sinalizando boas perspectivas de aumento real em 2016. O cenário da pecuária mudou e como está muito difícil a abertura de novas áreas, resta, a quem
produz, melhorar a sua produtividade; ou seja, o pecuarista tem que produzir mais na mesma área onde produzia antes. O bezerro tem se mostrado bastante valorizado nos últimos anos e, ao que tudo indica, a baixa oferta permanecerá. A vaca que ficou prenhe em 2015 vai parir em 2016 e o bezerro só será desmamado em 2017, ano em que começaremos a perceber mudanças na escala de ofertas. Quero dizer que, este ano, a oferta de bezerros desmamados ainda não vai atender à demanda de mercado. Em rebanhos estabilizados existe uma necessidade, dependendo da qualidade e da eficiência, da reposição de 10 a 20% das matrizes. Os motivos são a falha de prenhez, por defeitos reprodutivos, perda de tetos, progênie fraca, mortes, dentre outros fatores. Como é o criador quem decide os animais que serão pais da nossa próxima safra, se ele quiser aumentar a produtividade por área, consequentemente, necessitará de repor, da melhor maneira possível, as diferentes categorias necessárias a cada modelo de exploração, além de investir em nutrição, sanidade, mão de obra e genética;
buscar alcançar índices próximos a 85% de prenhez e 82% de desmama; descartar as fêmeas que são pouco ou menos produtivas; trabalhar com genética de ponta, escolhendo sêmen e reprodutores que possam trabalhar bem a vacada trazendo boas perspectivas de melhoramento genético da bezerrada, proporcionando ganho real ao rebanho; produzir bezerros com peso ao desmame perto de 40% do peso da mãe e ficar atento aos custos de produção na propriedade. Com o dólar em alta, certamente, os mercados de sal mineral e proteinado serão afetados, por isso, o pecuarista deverá demonstrar competência, fazendo bem o dever de casa, lembrando que o ótimo é inimigo do bom. Na verdade, a melhor forma de enfrentar o futuro, de forma adequada, é se preparando para ele. Aqui, entra em ação o criador progressista, que tem visão de mercado e informações adequadas para administrar bem o seu rebanho. Quem possui informação sobre o seu negócio, obtém a vantagem de decidir bem sobre ele. Para conquistar a informação precisa, é fundamental uma escrituração zootécnica em dia e, consequen-
temente, de animais devidamente identificados para registro adequado de seus dados. Falando de genética, aqui na Alta, estamos bastante otimistas em relação ao Zebu de Corte. A garrotada que entrou na central,
“A garrotada que entrou na central no ano passado está bem nivelada na prateleira de cima e se mostra compatível para disputar o mercado com nossos reprodutores já consagrados” no ano passado, está bem nivelada na prateleira de cima e se mostra compatível para disputar o mercado com nossos reprodutores já consagrados. O biotipo está de acordo com o que o mercado busca e se mostram consistentes em suas avaliações dentro dos diferentes sumários. Todos eles, seja Puro de Origem (PO) ou Certifica-
do Especial de Identificação e Produção (CEIP), são reprodutores com ótimo desempenho de suas progênies ou jovens promessas que logo se tornarão realidade. Certamente, novas contratações virão neste ano que se inicia, graças à forte parceria, identificação e relacionamento entre a Alta, os fornecedores de genética e a equipe de vendas. O mercado reconhece este diferencial adquirindo sêmen tanto de reprodutores já consagrados quanto dos reprodutores jovens. É uma prova de que estamos no caminho certo. Por isso, nossa Equipe Técnica está sempre nas propriedades em busca do que o mercado deseja, tentando identificar, com a maior precisão possível, os animais que possam se enquadrar nos diferentes perfis que procuramos.
Marcos Labury, gerente técnico de Corte da Alta Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), pós-graduado em Gado de Corte. Jurado efetivo do Colégio de Árbitros da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ)
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EXISTE RELAÇÃO ENTRE MAIOR OCORRÊNCIA DE MASTITE E A QUEDA DA TAXA DE CONCEPÇÃO NA FAZENDA? por Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais da Alta 14
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O verão chegou e, na maioria das regiões brasileiras, as tão esperadas chuvas, também. Normalmente, nesta época, muitas das fazendas de nosso rebanho leiteiro apresentam maior ocorrência de partos, muitos deles oriundos de inseminações que foram realizadas no início do outono do ano passado. Ainda durante o verão chuvoso, as fêmeas são submetidas a situações não tão confortáveis, associadas a ambientes quentes, úmidos e com elevada presença de lama. Normalmente, apresentam redução da eficiência reprodutiva, principalmente ligada ao desconforto e ao estresse por calor. Muitas vezes, consideramos que a reduzida taxa de concepção (número de fêmeas gestantes/ número de fêmeas inseminadas) observada no rebanho é justificada por sinais de cio fraco, falhas no protocolo de sincronização de cio/ovulação para Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), ou mesmo reduzida qualidade do sêmen utilizado. No entanto, quando avaliamos, de maneira mais ampla, os fatores que influenciam a taxa de concepção, percebemos que inúmeros fatores adicionais aos já citados podem reduzir significativamente a taxa de concepção dos rebanhos leiteiros. Dentre as causas que reduzem a taxa de concepção pode-se citar a ocorrência de mastites clínicas e inaparentes (“subclínicas”). Ao contrário da redução da taxa de concepção observada durante o verão chuvoso brasileiro, observamos frequentemente o aumento dos casos de mastite durante os períodos de maior umidade e
de ambientes mais lamacentos. Inúmeros estudos científicos demonstram, de maneira clara, que alterações inflamatórias e infecciosas da glândula mamária influenciam negativamente a taxa de concepção e as perdas gestacionais de vacas leiteiras, principalmente aquelas de maior aptidão e produtividade.
“Alterações inflamatórias e infecciosas da glândula mamária influenciam negativamente a taxa de concepção e as perdas gestacionais” Em estudo recente de grupo de pesquisados da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos (Ribeiro et al., 2013, J. Dairy Sci. 96 :5682–5697), os autores avaliaram a ocorrência de doenças clínicas e “subclínicas” em 957 vacas leiteiras mantidas a pasto com suplementação alimentar, oriundas de dois rebanhos. Do
total de fêmeas avaliadas, 37,3% apresentaram doenças clínicas durante o período periparto (do parto até 55 dias pós-parto), tais como problema de parto (8,5%), metrite puerperal (5,3%), endometrite clínica (15,0%), mastite (15,3%), problema respiratório (2,5%), problemas digestivos (4,0%) ou laminite (3,2%). O interessante é que as fêmeas que não apresentaram doença clínica apresentaram taxa de concepção 30 dias após a inseminação de 66,9%, enquanto fêmeas que apresentaram somente um único caso de doença clínica tiveram 56,5%. Especificamente, no caso de ocorrência de mastite, as fêmeas apresentaram 54,5% de taxa de concepção após a primeira inseminação pós-parto. Adicionalmente, diversos estudos avaliaram o momento da ocorrência da mastite clínica sobre os índices reprodutivos. Normalmente, pesquisas avaliam o impacto de casos de mastite clínica que ocorreram antes da realização da primeira IA pós-parto, entre a primeira IA e o diagnóstico de gestação ou após o diagnóstico de gestação até 45 dias
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pós IA. Em um destes estudos, os autores (Santos et al., Ani. Reprod. Sci. 80; 31–45; 2004), reportaram que, quando a mastite clínica ocorreu antes da primeira IA, esta primeira IA foi atrasada. Nos casos em que a mastite clínica ocorreu entre a primeira IA e o diagnóstico de gestação, as fêmeas tiveram menor taxa de concepção, maior intervalo entre o parto até a concepção, e mais serviços foram necessários para que a fêmea se tornasse gestante. Outro estudo interessante realizado também nos Estados Unidos, no estado de Nova York (Hertl et al., 2010; J. Dairy Sci. 93 :1551–1560), os autores avaliaram o efeito dos diferentes tipos de mastite clínica sobre a taxa de concepção de vacas leiteiras. Este estudo avaliou 55.372 inseminações realizadas em 14.148 vacas, oriundas de sete rebanhos. A ocorrência de mastite clínica, seja ela ocorrendo 14 dias antes até 35 após a inseminação, foi associada à menor taxa de con-
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cepção. A maior redução foi observada quando a mastite clínica ocorreu em até uma semana após a inseminação e o microrganismo
“Investimentos em sanidade, manejo correto e, principalmente, conforto dos animais são elementos chaves para a melhoria das taxas de concepção” causador da mastite foi gram-negativo. Ainda de maneira geral, quando a mastite ocorreu próxima à realização da inseminação, as fêmeas tiveram menores taxas de concepção. Além disso, independente do período de ocorrência da mastite, quando esta foi causada por organismos gram-
-negativos, houve maior impacto negativo na taxa de concepção. Outra questão a ser considerada seria: existe influência negativa da ocorrência da mastite sobre a reprodução, mesmo em casos de mastite “subclínica”? Em conformidade com o que foi relatado sobre a mastite clínica, casos de mastite “subclínica”, avaliada na maioria das vezes pela contagem de células somáticas (CCS) no leite, confirmam tal redução. Vacas com CCS maior que 300.000 céls./ml apresentaram intervalo, entre o parto e a primeira IA, atrasado em 21,8 d, dias em aberto maior em 48,7 d e 0,49 mais serviços por concepção que vacas com CCS menor que 300.000 céls./ ml (Pinedo et al., Dairy Science, v. 92, p. 1575–1580, 2009). Ainda outros pesquisadores (Moore et al., J. of American Veterinary Medical Association, v. 226, p. 1112–1118, 2005) descrevem que vacas com CCS maior que 300.000 céls./ml antes da IA foram 2,4 vezes mais propensas a perder a gestação entre o d 28 e d 40, que vacas com CCS menor que 300.000 céls/ml (30% vs. 12,5%). Em conformidade a tais relatos, um estudo realizado no Brasil pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), de Botucatu, comandado pelo professor José Luiz Moraes Vasconcelos (Barbosa, L.F.S.P. Dissertação Mestrado, 2013), avaliou a influência da mastite “subclínica” sobre a prenhez após a transferência de embriões (TE) em vacas leiteiras. Um total de 1.397 vacas Girolando em lactação foram
avaliadas e amostras de leite foram coletadas dois dias antes da TE em tempo fixo (TETF) para análise de CCS. Os animais foram classificados em três grupos, de acordo com a CCS: menor que 200.000 céls./mL, entre 200.000 e 400.000 céls./mL e maior que 400.000 céls./mL. A taxa de prenhez após a transferência foi menor nas fêmeas com mastite “subclínica” em relação às fêmeas saudáveis (30% vs. 44%). Portanto, a mastite “subclínica” avaliada pelo CCS reduz a eficiência reprodutiva de vacas leiteiras submetidas tanto à IA quanto à TE. Diante do exposto, fica evidente a influência da mastite sobre a reprodução, existindo, então, relação negativa entre a ocorrência de mastite e a taxa de concepção em rebanhos leiteiros. Investimentos em sanidade, manejo correto e, principalmente, conforto dos animais são elementos chaves para a melhoria das taxas de concepção durante os períodos chuvosos do verão. Ainda o correto controle da mastite pode influenciar diretamente nos índices reprodutivos e, consequentemente, aumentar a produtividade das vacas e a lucratividade das propriedades leiteiras.
Plano genético individual da Alta Sempre preocupada com o resultado de seus clientes, a Alta usa do plano genético individual como ferramenta para estabelecer metas de seleção de reprodutores para cada rebanho. Existem touros que determinam menor Escore de Células Somáticas (SCS) em suas filhas e, consequentemente, reduzem a insciência de mastite e melhoram a saúde geral do rebanho. Veja alguns exemplos:
Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais da Alta Médico veterinário e pós-doutor em Reprodução Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de mais de 70 artigos científicos, publicados em revistas especializadas e do Manual de IATF da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia)
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REPRODUÇÃO PROGRAMADA USO SISTEMÁTICO DE PROGRAMAS DE RESSINCRONIZAÇÃO EM VACAS LEITEIRAS por Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais da Alta A eficiência reprodutiva é essencial para maximização da produtividade leiteira em rebanhos bovinos. Fazendas com boa reprodução apresentam maior rentabilidade financeira. Este retorno econômico, normalmente, 18
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é decorrente da maior proporção de vacas em lactação e da maior quantidade de fêmeas no terço inicial da lactação, o que determina maior lucro sobre o custo de alimentação. Nesse contexto, o estabelecimento de programas
reprodutivos adequados à rotina das fazendas é uma ferramenta importante para melhorar os resultados reprodutivos, bem como a viabilidade econômica do setor. Dentre os métodos para cobertura da fêmea, a inseminação artificial (IA) é a técnica mais utilizada em âmbito mundial. O emprego da IA em fazendas de leite propicia o melhoramento genético do rebanho e, consequentemente, animais com maior mérito genético e maior produtividade. A eficiente aplicação prática dessa técnica é limitada frente às falhas na detecção de cio. Essa dificuldade pode ser agravada quando o trabalho é realizado em fêmeas leiteiras de alta produção,
nas quais a duração do cio é normalmente reduzida. Diante da problemática, os programas de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) têm viabilizado a IA, principalmente em fazendas com baixas taxas de detecção de cio. Os resultados variam entre 30 a 45% nas épocas mais frescas do ano.
“A ressincronização se refere à sincronização do cio e da ovulação de uma fêmea que foi previamente inseminada” Atualmente, a IATF é utilizada de maneira rotineira para a realização do primeiro serviço pós-parto das fêmeas leiteiras, após o período voluntário de espera. Inúmeros estudos demonstram que o uso sistemático neste momento adianta a primeira inseminação pós-parto e reduz o período de serviço. Uma pergunta importante seria: o que fazer com as vacas que não ficam gestantes na primeira IA pós-parto? Ainda nos dias de hoje, o manejo mais comum realizado nas fazendas é a observação de cio de retorno, que ocorre entre 18 e 25 dias pós-primeira IATF. No entanto, normalmente, observa-se baixa taxa de serviço neste retorno (menor que 40%), o que determina elevada quantidade de fêmeas não gestantes e não reinseminadas no momento da rotina de reprodução da fazenda para o diagnóstico de gestação. A ressincronização se refere à sincronização do cio e da ovulação de uma fêmea que foi previamente inseminada. Essa estratégia tem como objetivo eliminar a necessidade de observação de cio das fêmeas que não se tornaram gestantes à IA anterior, reduzindo o período de serviço (intervalo parto-concepção) e o intervalo entre partos e otimizando a eficiência reprodutiva dos rebanhos bovinos. É importante ressaltar que não basta ressincronizar. Os programas de ressincronziação devem ser adequados à rotina das propriedades de leite, de forma a definir pro-
PECUÁRIA EM ALTA
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ARTIGO
cessos e procedimentos no setor de manejo reprodutivo. Além disso, avaliações da eficiência reprodutiva bem como da viabilidade econômica dos programas de ressincronizações consecutivas serão essenciais para o estabelecimento desse procedimento. Atualmente, existem dois métodos de ressincronização, conforme o momento do início do protocolo: 1. Início da ressincro-
nização no dia do diagnóstico de gestação (aproximadamente 32 dias após a primeira IATF; intervalo dependente da frequência de visitas do médico veterinário); 2. Início da ressincronização em todas as fêmeas 25 dias após IA ou IATF prévia, antes do diagnóstico de gestação (Figura 2). A ressincronização iniciada 25 dias após a IATF prévia proporciona antecipação de sete dias
na realização da 2a IATF (intervalo de antecipação dependente da frequência de visitas do médico veterinário), proporcionando maior probabilidade de os animais se tornarem gestantes no início da lactação. Por outro lado, o início do protocolo antes do diagnóstico de gestação obriga a sincronização de 100% dos animais previamente inseminados (gestantes e não gestantes).
1. Ressincronização no momento do dignóstico de gestão US (disgnóstico de gestão)
1ª IATF
Parto
2ª IATF
Fêmeas não gestantes 32 d*
Protocolo IATF
Protocolo IATF
//
Dias de lactação Dia 0
Dia 50
Dias da semana
SEG
TER
Dia 60
Dia 92
QUI
SEG
Dia 102 TER
2. Ressincronização antes do diagnóstico de gestação Fêmeas gestantes e não gestantes
1ª IATF
QUI
US
Fêmeas não gestantes
(disgnóstico de gestão)
2ª IATF
Parto 25 d
Protocolo IATF
Protocolo IATF
//
Dias de lactação Dia 0
Dia 50
Dias da semana
SEG
TER
Dia 60
Dia 85
Dia 93
Dia 95
QUI
SEG
TER
QUI
Figura 1. Desenho esquemático dos manejos para a ressincronização de fêmeas de leite: 1. Início da ressincronização no dia do diagnóstico de gestação (aproximadamente 32 dias após a primeira IATF), apenas nos animais não gestantes; e 2. Início da ressincronização, em todos os animais submetidos à primeira IATF, 25 dias após a IATF. Protocolo IATF - protocolo de sincronização da ovulação; IATF – inseminação artificial em tempo fixo; US – diagnóstico de gestação por ultrassonografia.
O estabelecimento de um manejo adequado à rotina de uma propriedade leiteira é essencial e o mesmo deve estar vinculado às visitas periódicas do médico veterinário. Nesse contexto, com o objetivo de desenvolver 20
PECUÁRIA EM ALTA
um programa de ressincronizações consecutivas para os rebanhos leiteiros, estudos foram iniciados para obtenção de elevada eficiência reprodutiva, bem como da aplicabilidade e viabilidade econômica desse
programa reprodutivo. Portanto, os programas de ressincronização após a IATF prévia são uma alternativa de manejo reprodutivo para propriedades leiteiras. Estes programas possibilitam a rápida reinseminação
Figura 2. Calendário anual do manejo reprodutivo de fêmeas bovinas leiteiras submetidas ao manejo de ressincronizações consecutivas com intervalo de 32 dias entre IATF prévia e início do protocolo de sincronização subsequente. Neste exemplo, o médico veterinário realiza 26 visitas programadas no período de um ano.
das fêmeas não gestantes, reduz o intervalo entre o parto e a concepção, aumentando a proporção de fêmeas gestantes no início da lactação e reduzindo o intervalo entre partos. O uso sistemático de tais programas ainda padroniza o trabalho, viabilizando um planejamento anual, eliminando a necessidade de mão de obra para a de-
tecção de estro e ajustando a mão de obra na fazenda. Entretanto, é importante mencionar que outros fatores, como nutrição e manejo sanitário, bem como organização e disponibilidade de mão de obra qualificada podem influenciar significativamente os resultados dos programas de IATF com ressincronização em rebanhos leiteiros.
Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais da Alta Médico veterinário e pós-doutor em Reprodução Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de mais de 70 artigos científicos, publicados em revistas especializadas e do Manual de IATF da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia)
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GESTÃO
FORMAÇÃO DE EQUIPE ESTRATÉGIA FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO EMPRESARIAL por Régis Henrique, coordenador de pós-graduação Rehagro As últimas décadas permitiram constatar ao país e ao mundo o enorme potencial do agronegócio brasileiro. Mesmo estando em um setor que alavanca a economia brasileira, vemos empresas, dentro do agronegócio, que retornam bons resultados a seus proprietários. Outras, nem tanto. O que diferencia essas duas categorias de empresas? Sem dúvida, a figura a seguir (Figura 01) representa bem as características em comum de empresas de sucesso. Figura 1: características em comum de empresas de sucesso Fonte: elaborado pelo autor
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PECUÁRIA EM ALTA
Nestas empresas de sucesso existe uma grande preocupação com a formação de equipe e com o desenvolvimento das pessoas, tornando-as aptas a desempenhar as funções para as quais foram destinadas, buscando desenvolver atitude nos indivíduos. Quadro efetivo de treinamentos e momentos de feedback são ferramentas de uso em comum. Entender que as pessoas são diferentes e, portanto, possuem desejos e entendimentos diferentes da realidade que as cerca, também é ação em comum nestas empresas de bons resultados. Um aspecto que muitos de nós, gestores, sabemos, é que grande parte das melhores ideias nunca chegam a ser colocadas
em prática. Grandes ideias não saem do papel, não viram ações transformadoras e não trazem os resultados esperados. Nós, gestores, nos perguntamos: onde está a falha? Meus funcionários não conseguem entender a mensagem. Mas o problema estava tão claro! Não é possível que eles não conseguiram enxergar! Nossos “modelos mentais” determinam não apenas a forma como entendemos o mundo, mas também como agimos. Chris Argyris, de Harvard, que trabalha com modelos mentais e aprendizagem organizacional há 40 anos, diz: “Embora não se comportem [sempre] de forma coerente com o que dizem, as pessoas comportam-se de
forma coerente com seus modelos mentais” Os modelos mentais moldam todos os aspectos de nossa vida. Se você está bloqueando sua carreira, se sua empresa não cresce ou se existe um modelo mental subjacente que impede seu avanço, um novo modelo mental pode lhe abrir oportunidades para progredir. Seus modelos mentais configuram sua visão e suas ações (Figura 2). Saber como acontece esse processo o ajudará a questionar sua maneira de ver o mundo e sua forma de agir. É na transformação do pensamento que se iniciam todas as transformações em nossa vida pessoal, em nossas empresas e em nossa sociedade.
Figura 2: como os modelos mentais agem em nosso dia a dia Fonte: Wind, Yoran (2007)
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GESTÃO
Os problemas dos modelos mentais não estão no fato de eles estarem certos ou errados – por definição, todos os modelos são simplificações. Os problemas com os modelos mentais surgem quando os modelos são tácitos – quando eles existem abaixo de nosso nível de consciência. Desta forma, continuamos inconscientes de nossos
“Se você está bloqueando sua carreira, se sua empresa não cresce ou se existe um modelo mental subjacente que impede seu avanço, um novo modelo mental pode lhe abrir oportunidades para progredir” modelos e não os examinamos. Como não são examinados, esses modelos permanecem inalterados. Mas o que fazer com as mudanças que estão ocorrendo no mundo? A inércia de modelos mentais profundamente arraigados pode aniquilar até os melhores insights sistêmicos. Porém, se os modelos 24
PECUÁRIA EM ALTA
mentais podem impedir a aprendizagem - congelando empresas e setores em práticas obsoletas - por que não podem também ajudar a acelerar a aprendizagem e, por consequência, melhorar os resultados na empresa? À primeira vista, os modelos entais podem parecer abstratos e inconsequentes, mas não podem ser deixados de lado, como meras ilusões de ótica, jogos de salão ou curiosidade acadêmica – todos na nossa mente. Nossos modelos determinam a qualidade e o rumo de nossas vidas. Eles geram implicações de lucros e perdas e até mesmo de vida e morte. De onde vêm os modelos? Vem de longe o debate sobre a influência da natureza x nutrição na configuração de nosso pensamento. No momento, parece cada vez mais provável que a natureza, na forma de genética, tenha um papel significativo na determinação de quem somos; porém, o constante treinamento dá forma e refina nossos “modelos”. A abordagem de cada um é moldada por sua personalidade (genética), educação, treinamento, influência dos outros, além de outras experiências. Assim, certa quantidade de forças da “nutrição” molda e remodela nossos modelos mentais. São
eles: Educação, Treinamento, Influência dos outros, Recompensas e incentivos e Experiência pessoal. Veja o impacto que os modelos mentais trazem no nosso dia a dia. A forma como percebemos as coisas (e as outras pessoas também) traz impactos diretos na contratação e na adequação das pessoas em seus devidos cargos, na comunicação e na divisão de tarefas e gestão eficiente de equipe.
“Aqueles que desejam obter resultados diferentes dos que estão sendo alcançados atualmente, devem pensar em atitudes diferentes” Existe uma frase atribuída a Albert Einstein que diz: “O princípio da insanidade é fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. Por isso, aqueles que desejam obter resultados diferentes dos que estão sendo alcançados atualmente, devem pensar em adotar atitudes diferentes. Um processo eficiente de gestão pode ser parte dessa mudança.
Régis Henrique, coordenador de pósgraduação Rehagro Médico Veterinário pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Atua em fazendas de bovinocultura de corte, de leite, de agricultura, em especial, relacionadas à cafeicultura
PECUÁRIA EM ALTA
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LEITE
ALTABAXTER UM TOURO À FRENTE DE SEU TEMPO
por Fábio Fogaça, Gerente de Leite Importado O início do ano de 2016 foi marcado por uma lamentável perda para a Alta. O touro reconhecido como um ícone global, Emerald-Acr-SA T-Baxter, morreu alguns meses antes de completar o seu 14º aniversário. Baxter, como era conhecido no Brasil, finalizou sua carreira na Alta como o melhor touro em produção e vendas. Recentemente, superou as 1.166.000 doses vendidas em 50 países. Nascido em 2002, Baxter obteve a sua primeira prova com filhas 26
PECUÁRIA EM ALTA
em 2006. Apesar de já ter passado por duas mudanças de base genética, ele ainda permanecia com respeitáveis: 1252 PTAM, 3.3 PL e 1923 TPI. Um touro que sempre esteve à frente de seu tempo, inigualável em relação aos touros de sua época. Baxter ultrapassou Bolton em número de filhas, obtendo aproximadamente 30 mil filhas a mais. Com a marca de 3,3, o touro superou o PL de O Man, que globalmente foi sempre promovido como o melhor em saúde. E se aproximou bem do tipo de Shottle.
“AltaBaxter deixou sua marca em rebanhos de todo mundo. Ele produziu filhas de alta produção, conformação funcional para quem busca vacas que duram, e foi pai ou avô materno de famosos touros e vacas de nosso mercado global”, afirma o gerente de produto Leite Importado da Alta, Fabio Fogaça. Para citar alguns filhos: AltaRazor, AltaExacter e AltaDecree. Entre os netos destacam-se Petrone e Epic. Há ainda as filhas consagradas: R-Z Baxter Caramel, Fleury Gen Baxter Lisa, Mapel Wood Baxter Bethany e a KHW-I Aika Baxter. Baxter era o favorito entre a equipe de coleta na central da Alta, no Canadá. Seu comportamento chamava a atenção. Podia ser tratado por todos. Os filhos dele, na
Alta, possuem a mesma personalidade e ainda são muito similares na conformação, força e disposição para caminhar. “Parabéns a Emerald Acres e Scott Armbrust por produzirem um touro que teve tanta influência na raça Holandesa. Parabenizamos também Jay Jauquet por comprar este campeão de todos os tempos. Agra-
decemos à equipe de coleta e laboratório, que sempre deram toda atenção ao Baxter. Por fim, mas não menos importante, agradecemos ainda aos clientes e parceiros que tiveram muita confiança neste touro para impactar positivamente o programa de melhoramento genético de seus respectivos rebanhos”, finaliza Fogaça.
Conheça os filhos de AltaBaxter da bateria da Alta
Fábio Fogaça Gerente de Leite Importado da Alta Zootecnista, durante mais de 20 anos atuou em todo o Brasil como Consultor nas áreas de Nutrição, Manejo e Genética. E há 7 anos é o Gerente de Produto Leit Importado na Alta.
Veja algumas filhas de AltaBaxter
Baxter Caramel AltaExacter Um dos principais e mais conhecidos filhos de Baxter. Produz filhas de bastante estrutura, largas e abertas, com úberes bem aderidos, além de muito leite
Beq Baxter Berline
Imperador Baxter Um dos touros mais consagrados nas exposições por todo o Brasil. Possui um pedigree conforme a Tabela de Percentil (TOP) para leite, sólidos, vida produtiva e composto de úbere. Tornou-se conhecido por produzir filhas com muita força leiteira
Farm Baxter Extrabell
PECUÁRIA EM ALTA
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LEITE
EFICIÊNCIA DE RESULTADOS A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR COM ÍNDICES CORRETOS por Guilherme Marquez, Gerente de Produto Leite Nacional
Não existe nenhuma conversa entre produtores de leite que não comece com a reclamação do preço pago pelo laticínio. Essa conversa sempre perene se deve ao resultado financeiro visível e amplo da atividade. Muitos produtores são excelentes no processo executivo de criação e ordenha, mas desconhecem a ordem administrativa e estratégica da atividade. Os preços pagos ao produtor possuem uma sazonalidade qua28
PECUÁRIA EM ALTA
se constante, ano após ano. Em nossa janela de informações, somos sempre agraciados com comparativos de preços de anos anteriores. Para se ter uma ideia, O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/USP) divulgou recentemente as médias de preços pagos ao produtor, comparando 2015, 2014 e 2013. A curva de tendência é a
mesma, sendo preços menores no primeiro e quarto bimestres e preços mais altos no segundo e terceiro bimestres. As grandes diferenças são realmente no valor. Em 2015, começamos com valores inferiores a R$1,00 o litro e, nos anos anteriores, o preço se mostrou acima de R$1,05. Então o que fazer? Como trabalhar com valores que desconhecemos? Entregar um produto sem saber o quanto iremos receber?
1,40 2013
1,30 2014
R$/Litro
1,20
Média 2004 a 2014
1,10
Dezembro/2015
1,00
0,90
0,80
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Gráfico 1: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pelo IPCA. Média Brasil ponderada bruta (BA, MG, GO, PR, SC, SP, RS) Valores reais - R$/Litro (deflacionado brase novembro/2015) Fonte: Cepa-Esalq/USP
Precisamos, então, primeiramente, conhecer todos os nossos custos de produção e, assim, garantir, de forma consciente, o valor mínimo para se produzir. Muitos de nós - digo nós, pois também sou produtor - acabamos cortando custos que não influenciam em nada no nosso resultado final. Vejo produtores cortar até mesmo a Inseminação Artificial e utilizar touro de boiada para diminuir custos e produzir bezerros mais comerciais. Mas quanto a Inseminação influencia no custo final? Você sabe? De acordo com o Projeto Educampo, de assistência gerencial a produtores de leite, criado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), 30% das causas influenciam 75% das consequências, ou seja, 30% das atividades são responsáveis por 75% dos custos. Ainda conforme os dados do projeto, em primeiro lugar, temos os gastos com concentrados, chegando à ordem de R$0,38 de média do custo. Em segundo lu-
“Muitos produtores são excelentes no processo executivo de criação e ordenha, mas desconhecem a ordem administrativa e estratégica”
gar, há a mão de obra, com custo de R$0,12 por litro. Em terceiro lugar, vem os gastos com volumoso, chegando à ordem de R$0,11 por litro. Esses três ícones representam os 75% do custo e os 25% restantes são divididos entre os demais custos. O que acontece de errado é que, muitas vezes, olhamos para os 25% e tentamos ali economizar mais; porém, no final, nada parece eficaz. Precisamos atacar o que realmente importa e impacta. Algumas ações fazem a diferença: por exemplo, aumentar a produção para diluir os custos. Se formos analisar os dados citados, veremos três situações nas quais podemos trabalhar para conseguir resultados mais eficientes. Na parte de concentrados, PECUÁRIA EM ALTA
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LEITE
“Atualmente, para R$1,00 o litro, a assistência técnica representa R$0,012” a saída é buscar opções de matéria-prima mais barata e que possa substituir as que temos. Podemos, ainda, trabalhar a apartação de lotes, com maior frequência, direcionando qual vaca ou lote deve comer mais ou menos. Considero perigoso cortar o concentrado. Acho mais justo fornecer a quem realmente precisa e retorna o investimento. Na parte de mão de obra, é necessário trabalhar com maior eficiência. Alguns estudos apontam produções de leite por ordenhador, diferenciando apenas se o sistema é manual ou mecânico, sendo 250 litros por ordenhador em sistema manual ou 500 litros por ordenhador em sistema mecânico. Como você está hoje na fazenda? Quando falamos do custo volumoso, podemos diminuí-lo também com a apartação mais frequente dos lotes. Concentrar, por exemplo, a silagem de milho para as vacas mais lucrativas e para as vacas com menor produção e entrar com medidas alternativas como cana-de-açúcar ou capim cortado podem ser boas alternativas. Ser eficiente na reprodução é também de extrema importância. Um técnico com maior frequência não impactará o custo e poderá diminuir intervalos entre partos, o que aumentará a quantidade de suas vacas na ordenha. Isso diluíra seus custos fixos com maior rapidez. Atualmente, para R$1,00 o litro, a assistência técnica repre30
PECUÁRIA EM ALTA
senta R$0,012. Ainda sobre a Inseminação, o custo é de R$0,009 e hormônios com R$0,019; ou seja, baixíssimo custo para se ter um benefício enorme.
“Conheça a sua atividade ao máximo, anote tudo e saiba usar essas informações para tomadas de decisão” Se, por acaso, diminuirmos um ciclo estral, 21 dias, com o trabalho de um técnico, em uma vaca com 15 litros de média, teremos um retorno de 315 litros a mais por lactação, o que resulta no
preço de dezembro de R$0,90; ou seja, a soma é de R$283,50 a mais de faturamento. Conheça a sua atividade ao máximo, anote tudo e saiba usar essas informações para tomadas de decisão. Crie índices para serem seguidos e tente ao máximo controlar os seus custos para não ter tanta surpresa no mercado.
Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional Especialista em Pecuária de Leite e em Gestão de Agronegócios pela Reagro, Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Possui também MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É jurado auxiliar da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
PECUÁRIA EM ALTA
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CORTE
IMPACTO DO TOURO MELHORADOR NA SELEÇÃO por Fernanda Borges, consultora técnica de Corte da Alta que um reprodutor pode deixar dezenas ou até mesmo milhares de filhos, por ano, na propriedade rural, dependendo se será utilizado em monta natural ou em inseminação artificial. Já a fêmea, deixará apenas um fi-
Já se sabe que o melhoramento genético animal é fundamental para o progresso do rebanho, bem como para o aumento de produtividade. Uma das formas de aplicar o melhoramento é pela seleção, tanto de matrizes como dos reprodutores utilizados no plantel. A seleção de fêmeas por desempenho de suas progênies e também por falhas reprodutivas já são corriqueiras em muitos rebanhos nacionais, mas, apesar de importante, a seleção dos reprodutores tem impacto muito maior no progresso genético. Isso se deve ao fato de 32
PECUÁRIA EM ALTA
“Em geral, de acordo com a relação touro/ vaca, o reprodutor corresponde de 80 a 88% do ganho genético de todo o rebanho” lho. Mesmo em caso de FIV (Fertilização Invitro), esta não é capaz de superar a quantidade de filhos do macho. Em geral, de acordo com a relação touro/ vaca, o reprodutor corresponde de 80 a 88% do ganho genético de todo o rebanho.
As avaliações genéticas são ferramentas úteis no momento de escolher os melhores touros para seleção e para suprir as deficiências em cada plantel. Dentre as características avaliadas, o peso e a desmama são das mais acuradas pelos programas de melhoramento genético e também com valor econômico conhecido no mercado. Por isso vamos utilizar o peso, ao desmame, como exemplo para estimar o impacto no uso de um touro superior. A partir de dados do Indicador Bezerro ESALQ/BM&F Bovespa Mato Grosso do Sul, concluímos que a média de preço do quilo do bezerro, em fevereiro deste ano, girou em torno de R$7,54. Vamos considerar, portanto, esse valor em nosso exemplo e também as avaliações de dois touros (A e B), do mesmo sumário, e para a mesma característica: peso a desmama (PD).
Peso a desmama (Kg) TOURO A
13,00
TOURO B
4,00
DIFERENÇA
9,00
Observando a tabela, podemos citar que o touro A possui uma Diferença Esperada na Progênie (DEP) para PD de 13 quilos, e o touro B apresenta uma DEP de 4 quilos para a mesma característica, no mesmo sumário. Portanto, a diferença de mérito genético entre esses indivíduos é de 9 quilos. Significa, então, que, em média, se utilizados em larga escala e de forma aleatória, os filhos do touro A serão nove quilos mais pesados do que os filhos do touro
B, aos 210 dias de idade. Considerando o valor do quilo do bezerro a R$7,54, teremos uma diferença econômica de R$67,86, ou seja, se cada touro deixar 1.000 filhos em uma propriedade, o touro A trará um retorno financeiro de R$ 67.860,00 a mais do que o touro B. Claro que não podemos basear o retorno econômico de um touro superior apenas pelo peso ao desmame, mas podemos concluir que o investimento em touros geneticamente supe-
riores pode nos trazer um ganho financeiro satisfatório, além da contribuição para o aumento de produtividade da pecuária de corte nacional.
Fernanda Borges, Consultora técnica de Corte da Alta Formada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Ingressou na Alta como estagiária por meio do programa Jovens Talentos, em 2012
Conheça os líderes para peso à desmama dos sumários da ANCP e Geneplus
REM Vokolo
Rain Rsan
REM 5467 Mamuth
Iman Bonsucesso PECUÁRIA EM ALTA
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CORTE
TESTE DE PROGÊNIE AVALIA A CAPACIDADE REPRODUTIVA DOS TOUROS ANGUS REALIZADO PELA ALTA GENETICS E PROGEN, O OBJETIVO É REUNIR DADOS QUE GABARITEM OS REPRODUTORES E NORTEIEM O TRABALHO DOS CRIADORES QUE UTILIZAM INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
A carência de touros brasileiros provados no mercado brasileiro é uma realidade. Atentas ao fato, a Alta Genetics e a Progen, com o apoio da Associação Brasileira de Angus, Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciaram, no ano passado, um Teste de Progênie da raça Angus para avaliar a capacidade reprodutiva dos touros, levando em consideração seus descendentes e permitindo catalogar uma série de informações, como taxa de prenhez na Inseminação Artificial de Tempo 34
PECUÁRIA EM ALTA
Fixo (IATF) e os dados técnicos de Diferença Esperada de Progênies (DEPs).
“Para que todos se beneficiem, é preciso o comprometimento dos diferentes elos envolvidos” O lançamento oficial foi realizado na Expointer, na cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul, considerada uma das maiores
feiras de exposição de animais da América Latina. Para dar andamento ao teste, a equipe conta com a coordenação técnica da Assessoria Agropecuária FF Velloso & Dimas Rocha. “Para que todos se beneficiem dos resultados do estudo, é preciso o comprometimento dos diferentes elos envolvidos”, ressalta a presidente do Conselho Técnico da Angus, Susana Macedo Salvador. Por ter mais facilidade de obter retorno de informações, a avaliação de 2015 focou em touros Puro de Origem (PO), que têm em sua genealogia pais com pelagem preta. A meta é avaliar seis touros por ano (cinco com pelagem preta e um com pelagem vermelha). Todos remetidos à Progen. Inicialmente, cada animal teve 500 doses de sêmen coletadas para fins de Teste de Progênie. As doses foram utilizadas em rebanhos pré-definidos, formados por matrizes registradas e participantes do Promebo. Outras duas mil doses de cada animal estão sendo comercializadas,
especialmente para utilização em cruzamento industrial, com acompanhamento da equipe da Alta Genetics. Segundo o diretor da Progen, Fábio Barreto, a apresentação dos seis primeiros touros agradou bastante, gerando a expectativa de que, em maio do próximo ano, os primeiros resultados já estejam disponíveis. “É um trabalho muito importante para conseguirmos melhorar a genética da raça no Brasil. O desafio é termos os melhores animais com genética adaptada ao ambiente nacional”, explicou. Os reprodutores foram selecionados dentre os cem integrantes do grupo de touros jovens superiores do Promebo. A seleção considerou os 50 exemplares com índice final acima de 20. Dos selecionados, cinco são exemplares pretos e um, vermelho. O destaque é a boa caracterização racial, aprumos corretos e avaliação genética superior. Os seis touros pertencem à Estância Tradição, de Santa Vitória do Palmar (RS); Fazenda Rio da Paz, de Cascavel (PR); Cabanha Cantagalo, Santana do Livramento (RS); Cabanha Santo Antão, de Alegrete (RS); Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS); e Tradição Azul, de Quaraí (RS). “O Teste de Progênie vem ao encontro do compromisso da Alta junto à classe pecuarista, no sentido de selecionar e disponibilizar a melhor genética disponível nos programas das associações de raças, favorecendo a produtividade dos rebanhos e a lucratividade de seus negócios”, explica o gerente Distrital da Alta, Jorge Duarte.
Touros em destaque
Tradição 2028 Retruco Índice Final 21,0 (Promebo Angus 2015)
Cantagalo 3845 Índice Final 20,2 (Promebo Angus 2015)
Camaru da Rio da Paz 1096 Índice Final 22,0 (Promebo Angus 2015)
PECUÁRIA EM ALTA
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GIRO NO CAMPO
Viaje pelo país e conheça os animais que se destacaram nas diferentes realidades do Brasil. Os técnicos da Alta, juntamente
com seus clientes, apresentam, por meio de fotos, os vários sistemas de produção. E você? Tem algum animal de destaque no re-
banho? Envie uma foto dele para o e-mail da revista “Pecuá¬ria em Alta”. Ela poderá ser o destaque da próxima edição.
Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br
No pasto da Fazenda Itaituba, no município de Bujari, no Acre, a linda bezerra é filha do touro Rem Armador
Também na Fazenda Itaituba, o pequeno Antônio Augusto Ribeiro do Valle aprende a observar o desenvolvimento das fêmeas
O produtor José Francisco Rocha, proprietário do sítio Santa Ana, parceiro Alta há anos, exibe, com muito orgulho, as filhas do touro AltaSuperb 36
PECUÁRIA EM ALTA
João Vitor e Heleninha, filhos do senhor Altemir Folgiarini, da Girolando Nova Canaã, em Campo Verde (MT). Com eles, na foto, uma filha do touro Bond Choral e, ao fundo, uma filha do touro Kalika
@ciclorural
@dionejoni
@ felslazer
@wellington.elin
@jchibiaque
@ lelis.william
@ rafaelvidal
@wapecuaria
@francisco.alta
PECUĂ RIA EM ALTA
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CAPA
SINAL VERDE PARA A CARNE PACTO ENTRE GOVERNO DO MATO GROSSO DO SUL, PECUARISTAS, ASSOCIAÇÕES E EMPRESAS FOCA NA VALORIZAÇÃO DA CADEIA ATRAVÉS DE REMUNERAÇÃO ADEQUADA AO PRODUTOR E ENTREGA DE MAIS QUALIDADE AO CONSUMIDOR DE CARNE BOVINA 38
PECUÁRIA EM ALTA
Nas últimas décadas, a melhoria da produtividade e da qualidade da produção de carne tem sido visivelmente amparada pelo desenvolvimento de novas tecnologias. O desenvolvimento de pastagens, vacinas, manejo nutricional, manejo sanitário, genética e outros insumos ajudam o produtor a obter benefícios e a entregar um produto de qualidade elevada. Muitos avanços foram conquistados, entretanto, para conquistar novos mercados e valorizar o nosso produto é necessário que o produtor busque melhorar cada vez mais o sistema.
“Não mudamos o jeito de abater o gado, mas a forma de monitorar o processo. Os colaboradores devem pensar como consumidores” Várias instituições de pesquisas oferecem condições de ampliar o leque de tecnologias disponíveis e ajudar no processo de melhoria progressiva da qualidade da carne. A participação da ciência vai desde o aprimoramento genético do rebanho até a avaliação de diferentes sistemas produtivos, ao desenvolvimento de produtos para manejo sanitário e nutricional do rebanho, chegando à avaliação da qualidade final da carne no prato do consumidor. Assim, com o apoio das instituições de ciência e tecnologia, o pecuaris-
ta e todos os atores da cadeia produtiva têm disponível um arsenal tecnológico que permitirá alcançar a melhor tipificação possível, investindo em tecnologia e melhorando a nossa carne. Atento aos novos mercados, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Associação SulMatogrossense dos Produtores de Novilho Precoce, Embrapa Gado de Corte, com o apoio da JBS S/A, firmou termo que tem o compromisso para au-
mentar a qualidade da carcaça abatida no estado: o Pacto Sinal Verde. O movimento tem o objetivo atender às novas demandas dos consumidores brasileiros e internacionais como uma estratégia para alavancar a produção e a comercialização da carne bovina do Estado. Para o governador, Reinaldo Azambuja, o Sinal Verde fortalecerá e auxiliará no crescimento da pecuária. “Cada dia mais, aumenta a procura por uma carne bovina de qualidade e o Governo busca justamente fortalecer o setor produtivo. Esse pacto, além de melhorar a qualidade dos animais produzidos no estado, vai também remunerar melhor os nossos pecuaristas”, afirma.
Avaliação dos animais O nome do pacto, Sinal Verde, faz analogia ao semáforo de trânsito. As três cores do farol representam a qualidade da carne abatida. O sinal vermelho significa que o padrão é indesejável; o sinal amarelo indica o padrão tolerável; e o verde, o padrão desejável. Com o sinal verde, o produtor recebe R$2,00 de bônus sobre o preço de balcão da arroba. Com o amarelo, será remunerado pelo valor de balcão; já com o vermelho, serão descontados R$3,00. O gabarito de tipificação ilustra a forma de avaliação.
Farol vermelho Padrão indesejável Farol amarelo Padrão tolerável Farol verde Padrão desejável
PECUÁRIA EM ALTA
39
Machos castrados
Machos inteiros
CAPA
Gordura
Peso DIP
1
0-8
2
0-8
3-4
Gordura
Peso DIP
1
0-8
2
0-8
Fêmeas
Gordura
18-20
20-22
22-26
<15
15-16
16-17
17-18
18-20
20-22
22-26
>26
15-16
>16
4-8 0-8
Peso DIP
0-8
2
0-8
5
17-18
0-2
1
3-4
16-17
0-2 0-8
5
15-16
4-8
5
3-4
<15
<11
11-12
13-14
14-15
0-6 8 0-8
A primeira coluna vertical identifica o acabamento de gordura da carcaça: 1 para ausente, 2 para escasso, 3 para mediano, 4 para uniforme e 5 para excessivo. A segunda coluna informa o DIP, número de dentes incisivos permanentes. A coluna horizontal superior identifica a faixa de peso, ou seja, o número de arrobas do animal. Na ilustração, as três figuras apresentam claramente os três sinais: a primeira carcaça, com sinal vermelho; a segunda recebe o sinal amarelo; e a terceira está dentro
40
12-13
PECUÁRIA EM ALTA
dos padrões estabelecidos pelo pacto, recebendo, assim, o sinal verde. Enquanto os abates do estado estão aproximadamente 7,5% acima da média brasileira no volume de carcaças enquadradas no padrão desejável (farol verde), em 2015, os abates dos municípios do Norte do MS estão quase 9% acima. Integram a região os municípios de Alcinópolis, Camapuã, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Rio Verde do Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora.
Dados da JBS, no Mato Grosso do Sul, apontam que quase 100% dos abates da companhia, no estado, já são tipificados com remuneração diferenciada ao produtor. A meta, com a adesão ao Pacto Sinal Verde, é tipificar 100% das carcaças processadas pela indústria no MS, até o fim do ano. “Não mudamos o jeito de abater o gado, mas a forma de monitorar o processo. Os colaboradores devem pensar como consumidores”, sintetiza a diretora de qualidade da JBS Carnes, Emília Raucci.
100
Tipificação de carcaça
90
das unidades JBS no MS
80
Mais de 90% dos abates da companhia no Mato Grosso do Sul já tipificam carcaças conforme o Farol da Qualidade, desenvolvido por pesquisadores e validado por associações e indústria. Protocolo Juntos por um Boi de Sucesso remunera conforme a meritocracia dos animais entregues.
70 60 40 30 20
Fonte: JBS
10 JAN FEV
MAR ABR
MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV em %
30
Farol da Qualidade MS
25
2015
20
Carcaças no Farol Verde (padrão desejável) entregues às unidades da indústria no MS já representam mais três vezes mais o total Farol Vermelho (indesejável): 26,74% contra 8,23% com dados de outubro. Meta do Governo do MS é elevar farol verde para 50% e diminuir o vermelho para 4% até agosto de 2016.
15 10 5 0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN JUL AGO
Farol Verde
A cadeia produtiva do MS prova que começou, no campo, uma revolução para transformar a carne brasileira em produto de alta qualidade, afastando a hipótese de que um movimento deste seria utópico em curto prazo. “Só se sustenta valor com entrega constante de valor. Pelo histórico de boi capão, o sul-mato-grossense acolheu a missão de levar uma carne melhor ao consumidor. Este produtor percebeu que a pecuária depende da satisfação e da recompra da ponta final da cadeia. A indústria é sua parceira e responsável pelo
SET
OUT
Fonte: JBS
Farol Vermelho
escoamento da produção”, destaca o diretor de Originação da JBS para o Mato Grosso do Sul e São Paulo, Eduardo Pedroso. Conhecida como a Capital do Bezerro, a cidade de Camapuã aderiu ao pacto. “O momento que vive a atividade é muito bom, satisfatório. Chegou a hora de o pecuarista se atentar para produzir qualidade. É isso que falta ainda para a profissionalização da pecuária. Esse programa do Governo do Estado é de excelência, pois valoriza quem produz qualidade e ganha quem
investe. Toda a cadeia será beneficiada”, enfatiza o prefeito da cidade, Rogério Rosalin. O pecuarista Rubens Catenacci, especializado em animais de cria, tem hoje três mil bezerros e bezerras comerciais. Para ele, o pecuarista precisava deste incentivo de receber mais pelo animal de qualidade. “Para produzir qualidade, nós gastamos mais, investimos mais recursos; por isso, precisamos ser mais bem remunerados. Faltava isso para o pecuarista entrar no espírito e focar no animal de qualidade”, afirma.
PECUÁRIA EM ALTA
41
CAPA
OBJETIVOS DO PACTO VERDE - Atingir 100% do abate do Estado tipificado. - Medir a qualidade do manejo e tomar ações corretivas. - Fornecer mapeamento da evolução da qualidade para auxiliar o desdobramento de planos de ação na base produtiva. - Fomentar a melhoria da qualidade sanitária dos rebanhos. - Fomentar a regularização ambiental das propriedades rurais por meio da adesão ao cadastro ambiental rural. - Promover a intensificação sustentável da pecuária por meio do aumento progressivo de arroba de carcaça/hectare. - Promover o mapeamento digital da cadeia fornecedora como ferramenta de auxílio ao planejamento da produção e logística. - Fidelizar e abrir novos mercados para a carne do Estado de Mato Grosso do Sul. - Aumentar o abate de animais, com carcaças desejáveis, para 50%.
Influência da genética O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, mas nem por isso é reconhecido por ser um exportador de qualidade. Com consumidores mais exigentes, aumenta a necessidade de identificar produtos diferenciados. “A carne bovina, seja ela de qualquer raça e produzida em pasto ou em confinamento, deve corresponder às expectativas do consumidor, no que se refere aos atributos de qualidade sanitária, nutritiva e organolépticas - características de sabor, cheiro e até mesmo a cor”, diz o gerente técnico de Corte, da Alta, Adriano Rúbio. Várias pesquisas científicas apontam que a composição genética dos animais é o fator 42
PECUÁRIA EM ALTA
que mais afeta a qualidade da carne bovina, variando entre raças e, principalmente, entre os indivíduos da mesma raça, devido aos fatores ambientais e genéticos. O processo de seleção genética e científica conta, hoje, com inúmeras ferramentas tecnológicas para a obtenção do mérito genético para a produção de carne de qualidade de um reprodutor em vida útil. A avaliação de carcaça por ultrassonografia e, mais recentemente, a seleção genômica, por exemplo, são capazes de gerar dados cumulativos de importantes características de impacto transformador na qualidade da carne, tais como performance em crescimento, distribuição fisiológica deste ganho em peso,
rendimento da carcaça ao abate, rentabilidade comercial de abate, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea, marmoreio e muitas outras características. A Alta é a principal responsável pela difusão de genética voltada à qualidade da carne no Brasil. A cada três doses de sêmen bovino de corte utilizadas no país, uma tem origem na Alta. Nesse sentido, a sua equipe técnica especializada norteada por programas como o AltaBeef - realiza pesquisas, na formação de suas fontes genéticas, focadas na qualidade da carne e por meio da elaboração individual de projetos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Orienta criadores a obter aumento da eficiência econômica na produção de uma carne de melhor qualidade para a indústria, com reflexos claros para o consumidor final. Os projetos são elaborados individualmente, por propriedade, dentro de um plano genético desenvolvido para cada produtor. “O Brasil possui uma extraordinária capacidade genética para produzir carne que agrade ao paladar dos grandes mercados consumidores. Independentemente da raça ou do cruzamento escolhido, o importante é que seja realizado um planejamento consciente, que explore ao máximo o potencial genético das raças, para o resultado. A Alta trabalha há décadas para a formação de uma gama de touros, de variadas raças importantes na produção de carne mundial. Touros provados e comprova-
dos para a melhoria da eficiência econômica e para o aumento na produção de carcaças pesadas e conformadas, ou seja, características intrínsecas de qualidade da carne”, completa Adriano.
“Para produzir qualidade nós gastamos mais, investimos mais recursos, por isso precisamos ser mais bem remunerados. Faltava isso para o pecuarista entrar no espírito e focar no animal de qualidade” Rubens Catenacci, Fazenda 3R
“O Brasil possui uma extraordinária capacidade genética para produzir carne que agrade ao paladar dos grandes mercados consumidores de carne bovina. Independente da raça ou cruzamento escolhido, o importante é que seja realizado um planejamento consciente, que explore ao máximo o potencial genético das raças para o resultado” Adriano Rúbio, gerente técnico de corte da Alta
O Alta Beef Program é um programa de identificação de touros com alto mérito genético para as mais diversas características mensuradas nos programas de melhoramento genético das raças taurinas de corte. Além de um criterioso processo de seleção dos animais pelos seus méritos genéticos, os desenvolvedores de produtos do programa em cada país (Brasil, Argentina, Canadá, EUA e Austrália) analisam os quesitos visuais e a ascendência genealógica de cada animal, procurando trabalhar com todas as variáveis que compõem o valor genético de um touro. São trabalhados também com rebanhos parceiros em cada país, fazendo com que os touros jovens selecionados sejam utilizados e provados pelo desempenho de sua progênie.
PECUÁRIA EM ALTA
43
EVENTOS
WV GENETIC FESTIVAL ANGRA DOS REIS ABRE CALENDÁRIO DA PECUÁRIA Unir lazer, conforto, gastronomia e todo o requinte dos tradicionais leilões da mais alta genética bovina e equina nacionais. Esse foi o objetivo do WV Genetic Festival, organizado pela WV Leilões. Entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro, o evento reuniu, no Vila Gale Eco Resort, em Angra do Reis (RJ), 160 convidados, entre empresários, criadores e selecionadores de diversas
regiões das quatro grandes raças que participaram do festival: Girolando, Gir Leiteiro, Quarto de Milha e Senepol. “Começamos o ano com o pé direito. O evento superou as nossas expectativas, apresentando uma genética realmente diferenciada de todas as raças apresentadas, além de reunir grandes criadores que puderam realizar ótimos negócios e também se divertir com suas famílias”, es-
clarece o gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara.
LEILÃO GIROLANDO
Thiago Bianchi Silveira, da Xapetuba Agropecuária, juntamente com o gerente de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, e João Alberto Gomide, do Sítio Indiano
O primeiro leilão do evento prestigiou a raça Girolando. Promovido pela Fazenda Volta Fria e Xapetuba Agropecuária, computou média dos animais no valor de R$11.781,00. Destaque 44
PECUÁRIA EM ALTA
para vários touros da bateria Alta, como AltaMeteor, Wildman, Garimpo, Gabinete, AltaZap, AltaToyota e AltaHaley, com ótimas filhas comercializadas. “O evento de Angra marcou o início de uma temporada de eventos que, com certeza, irá valorizar muito a genética de alta qualidade. Tive a oportuni-
dade de comentar vários lotes de genética Alta, bem como de assessorar parceiros na compra de animais superiores. Foram dois eventos na pasta de leite nacional que puderam balizar os preços para o resto do ano”, ressalta o gerente de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez.
LEILÃO GIR LEITEIRO O Leilão Angra Gir Leiteiro foi promovido pelas Fazendas do Basa, Fazenda Mutum, Agropecuária Alambari e convidados, que comercializaram 70% dos animais ofertados, com média nos lotes de R$23.565,00. Grande destaque para a prenhez sexada de fêmea do Tabu Te Cal, segunda colada no ranking da Embrapa ABCGIL (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária e Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro) com a Fécula TE F Mutum, melhor fêmea do Ranking Geral ABCGil 2010/2011, disponibilizada pelas Fazendas Mutum, do criador Leo Machado e Filhos, e apregoada pelo selecionador Ricardo Cordeiro Quadur, por R$61.500,00. Destaque também para as filhas dos touros da bateria Alta: Tabu Cal, Ph Uísque e Vaidoso da Silvânia.
Os proprietários da Gir e Girolando 2R, de Jataí (GO), Rogério e Roberto, com o gerente da Alta, Guilherme Marquez
LEILÃO SENEPOL
Rogério, com o gerente de Corte Taurino da Alta, Miguel Abdalla e o representante da Fazenda Tufubarina, Gustavo Rezende
Literalmente com os pés na areia, três grandes fornecedores de genética para a Alta, Soledade, Agropecuária 3G e a Senepol Tufubarina, realizaram, juntamente com seus convidados, a 2ª edição do leilão WV Genetic Festival. Juntos, ultrapassaram marca de R$ 1,6 milhões, com média de R$ 55 mil para as fêmeas e R$ 16.800,00 para os machos.
A maioria dos lotes possuía algum grau de parentesco de touros da Alta. Destaque para Bialo, Barbaridade, TUF 600, Funcionário, Torá, El Bandolero, Mehum, Dom Manuel, 3G 529, Urucum, Mata 36 e Stephanus. Durante o evento, a Alta, em parceria com a Tufubarina e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), divulgou a abertura das inscrições da 5ª edição do AltaPerformance, um projeto conhecido no mercado que avalia machos e fêmeas submetidos às mesmas condições de ambiente. “Estamos vivendo um dos melhores momentos da pecuária no Brasil e, junto com ele, temos visto uma evolução significativa no rebanho nacional. Isso se deve a vários motivos, dentre eles, ao uso de touros melhoradores bem avaliados. Não podemos mais voltar a escolher touros por “beleza” e pedigree; precisamos de mais. Por isso, a Alta, juntamente com a UFU e com
a Tufubarina, tem realizado o Projeto Alta Performance, com o objetivo de avaliar e selecionar os melhores touros dentre inúmeros rebanhos”, salienta o gerente de produto Corte Taurino da Alta, Miguel Abdalla. Ainda segundo Miguel, touros como El Bandoleiro, campeão da 1ª prova, já fizeram filhos dentre os cinco primeiros em duas provas seguidas. “Há outros excelentes produtos em rebanho puro, comercial e cruzamento industrial. Se isso já não fosse o bastante, a prova se encerra com um leilão, em que são ofertados os touros acima da média. O resultado é que, há três anos, temos a maior média de preço dos machos da raça Senepol e um alto índice de recompra. Isso nos deixa extremamente felizes, pois o objetivo da Alta quando apoia projetos como esse é conquistar a satisfação do cliente, ajudando-o sempre a obter melhores resultados”, finaliza o gerente de produto Corte Taurino. PECUÁRIA EM ALTA
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RAÇAS
FACILIDADE DE PARTO NA RAÇA BRAHMAN PARCERIA ENTRE ALTA E UBERBRAHMAN IDENTIFICA ANIMAIS SUPERIORES
Na década passada, foram utilizados muitos touros campeões em exposições e provas de desempenho na modalidade Confinamento, nos rebanhos de seleção Puro de Origem (PO), privilegiando alguns animais maiores e tardios - geralmente com maior peso ao nascimento e provenientes de períodos de gestação mais longos. Diversas linhagens, em todas as raças, passaram a ter maior incidência de dificuldade no parto. Entre os produtores, cresce a preocupação em evitar problemas de parto e bezerros com baixo vigor (os chamados “bezerros moles”). Nas propriedades com maior oferta de alimento, como nos sistemas 46
PECUÁRIA EM ALTA
Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), as novilhas vêm sendo desafiadas cada
“Os primeiros resultados demonstraram que vale a pena prosseguir na investigação” vez mais jovens. Estas novilhas precisam ser cobertas e/ou inseminadas por touros “especialistas” em facilidade de parto, capazes de gerar bezerros com baixo peso ao nascimento e óti-
mo vigor. A ideia é também melhorar a taxa de reconcepção (um desafio nas superprecoces), aproveitando maior número de bezerros, pois o baixo vigor ao nascimento está diretamente ligado às mortes desses animais nos primeiros 30 dias de vida. “A facilidade do parto é uma das características econômicas mais importantes na pecuária e nesta pesquisa. Estamos buscando associar vários fatores aos melhores resultados”, esclarece o professor titular de Genética e Melhoramento Animal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), doutor José Bento Sterman Ferraz. Foi a partir dessa afirmação do professor, que a Alta, em parceria com a Fazenda Morro Alto II, em Uberlândia (MG), realizou uma detalhada pesquisa sobre facilidade de parto. Dados de fenótipo, genealogia e genótipos coletados durante oito anos estão sendo compilados e analisados. A sistematização de todas das informações está a cargo do doutor José Bento e da professora de Melhoramento Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), doutora Fernanda Rezende. “Em alguns países desenvolvidos, a facilidade de parto é o fa-
tor preponderante na escolha da melhor genética a ser utilizada. Precisávamos encarar isso em algum momento para informar com maior segurança nossos clientes”, afirma o proprietário do UberBrahman, Aldo Valente Júnior. Para Aldo Júnior, falamos muito em percentual de prenhez, atualmente, e, certamente, passaremos a falar em bezerros nascidos ou até em desmamados. “É mais objetivo e assertivo. Nos Estados Unidos, é comum as baterias de touros Brahman ofertadas serem divididas entre baixo peso ao nascimento e os demais. Há muitos anos, os acasalamentos realizados no rebanho UberBrahman consideram a facilidade de parto como critério de escolha do reprodutores”, completa.
“Esse projeto tem o potencial de contribuir de uma forma nunca vista para o crescimento e desenvolvimento da Raça Brahman” A fase atual da pesquisa abrange dados coletados em 2.684 animais que, após os primeiros filtros, cerca de 1.400 animais filhos de 100 touros e 360 matrizes já integram o banco de dados principal. Trabalhos como este esbarram em dois obstáculos importantes: a coleta de dados que geralmente não é feita de forma correta - e a obtenção das informações genômicas que tem custo muito elevado para o produtor. “A quantidade de dados coletados para diversas características produtivas é muito vasta no UberBrahman. Transformar estes dados em informações de qualidade é o nosso desafio”, afirma doutora Fernanda. O peso ao nascimento, até agora, parece ser o fator mais importante relacionado à facilidade de parto. A pesquisa já permite afirmar que alguns touros, de fato, geram bezerros mais leves que outros, conforme mostrado na tabela.
Touro
DEP (Kg)
Acurácia
Nr. de progênies
189
-2,81
0,68
17
IMPRE57
-1,42
0,80
36
UBER182
-1,31
0,90
82
UBER274
-0,56
0,75
16
UBER153
-0,37
0,92
133
UBER353
-0,17
0,86
48
UBER336
-0,03
0,82
31
UBER461
0,01
0,78
20
Marri 557
0,48
0,92
182
UBER653
0,54
0,75
15
QERJ1563
0,67
0,82
35
Elliott 761
0,79
0,82
48
Tabela 1. DEP, acurácia da DEP, número de progênies e valores médio, mínimo, máximo e desvio padrão para o peso ao nascimento dos filhos de touros avaliados no UberBrahman.
PECUÁRIA EM ALTA
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RAÇAS
Conclusões
Segundo Aldo Júnior, a seleção, exclusivamente para baixo peso ao nascimento, pode levar a animais com menor desempenho e musculatura plana, reduzindo o rendimento de carcaça.
“A Alta apostou em nossas ideias e, com sua equipe, sempre participou das decisões estratégicas do nosso projeto de melhoramento” O criador garante que, no UberBrahman, os touros que produzem bezerros com baixo peso ao nascimento são escolhidos entre os campeões de Prova de Ganho de Peso (PGP) e maior rendimento de carcaça (ultra som). 48
PECUÁRIA EM ALTA
Na tabela, as informações do criador se confirmam: o Touro Mr. V8 189/4 foi maciçamente usado nos Estados Unidos e é líder para característica de PN. O Mr. Imperial 57 foi o Campeão da última edição da PGP do Centro de Avaliação de Touros (CAT), na Fazenda Chalé, em Uberlândia (MG). Mr. Uber Puro de Origem Importada (POI) 182 é Elite em PGP e Carcaça. O Mr. Uber POI 274 não participou de PGP, mas é Elite em Carcaça. Mr. Uber POI 153 – Mr. Natural é campeão de PGP e Elite em Carcaça. Mr. Uber Atina 353 é campeão de PGP, Pistas e Elite em Carcaça. Mr. Uber POI 336 é Elite em PGP e Carcaça e Mr. Uber Araguaia 461 é campeão de Pistas, PNAT ABCZ e líder do Sumário do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), 2013.
O Brahman Araguaia, do tradicional pecuarista Charles Maia, utiliza a raça Brahman em 100% do rebanho PO e Comercial, na região de Jussara (GO). Charles é proprietário do touro Mr. Uber Araguaia 461. Por meio deste touro, e de seu pai, o Mr. Natural, o criador passou a utilizar genética selecionada para facilidade de parto no rebanho. “Ficávamos assustados com os bezerros nos primeiros dias, pois eram muito menores e mais espertos do que estávamos habituados. Porém, até a desmama se desenvolvem de maneira surpreendente e superam definitivamente os demais. É realmente uma grande evolução, gerando ganhos bastante expressivos”, enfatiza Maia. “Os primeiros resultados demonstraram que vale a pena prosseguir na investigação. Como próximos passos, vamos incluir informações de partos distócicos, vigor ao nascimento e marcadores genéticos”, esclarece Fernanda. Os criadores e pesquisadores envolvidos neste projeto têm como meta apresentar outras conclusões, até o fim deste ano, para gerar resultados comerciais que beneficiem os demais pecuaristas. “Esse projeto tem o potencial de contribuir de uma forma nunca vista para o crescimento e desenvolvimento da Raça Brahman”, avalia o presidente da Associação de Criadores de Brahman do Brasil, Adalberto Cardoso.
Boa notícia A boa notícia é que esta genética está disponível a todos os produtores. Os principais estão na bateria Zebu Corte da Alta Genetics: Uber 274, Uber 182, Natural, Araguaia, Uber 806 (filho do 182), Uber 783, dentre outros. Todos participam com destaque não só nesta pesquisa, mas de inúmeras outras Cooperações Técnico/ Científicas mantidas pelo UberBrahman. “A Alta apostou em nossas ideias e, com sua equipe, sempre participou das decisões estratégicas do nosso projeto de melhoramento. O mercado é soberano e o fato de se
antecipar às necessidades dos clientes, produzindo animais capazes de responder tais expectativas, é um diferencial competitivo importante. A parceria com a Alta Genetics nos traz perspectiva”, pondera Aldo Valente Júnior. “Selecionar animais com baixo peso ao nascimento é vital para qualquer sistema de criação, e não apenas à raça Brahman. O mercado está cada vez mais exigente e dinâmico. É fundamental uma matriz parir um bezerro ‘esperto’, ou seja, com vigor alto. Isto é correlacionado, muitas vezes, com o peso ao nascer. Outro fator importante, e
até determinante para esta seleção na raça Brahman, é que hoje a raça tornou-se muito utilizada em cima de mátria meio sangue Nelore/ Angus. As fêmeas entram em reprodução muito cedo e, por serem jovens, temos que tomar cuidado na escolha do touro a ser utilizado nestas matrizes. É importantíssimo, na hora de indicarmos um touro Brahman aos nossos clientes, que conheçamos o histórico do nascimento de seus filhos. Assim, asseguramos que não haverá problema de parto em sua propriedade”, completa o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira.
Touros destaques
Mr. Natural Uwber 153
Mr. Araguaia Uber 461
PECUÁRIA EM ALTA
49
CASOS DE SUCESSO
GENÉTICA DE SUCESSO Nesta edição, apresentamos duas fazendas, em diferentes segmentos da pecuária: corte e leite. A primeira, no norte do país, é a Fazenda Santa Maria, referência na re-
gião em genética, produção de leite e otimização de resultado. A segunda, localizada no sul do país, no município de Maçambará, no Rio Grande do Sul, é a Fazenda Monte Ale-
gre, que optou por trabalhar com a raça Braford e produz animais com excelente padronização racial e características importantes, como facilidade de parto e ganho de peso.
FAZENDA SANTA MARIA INVESTIMENTOS CORRETOS GERAM RESULTADOS NA BAHIA
Moisés Santos, gerente da fazenda, juntamente com Bruno Veloso, veterinário e o proprietário Carlos Alberto Dantas
Localizada no município de Itaju do Colônia, na Bahia, a Fazenda Santa Maria atua na bovinocultura há cerca de 50 anos, sob o comando do senhor José Nogueira Dantas. Com 85 anos de idade, ele é um eterno apaixonado pela pecuária. Com a área total de 1.250 hectares, a propriedade investe em múltiplos setores da pecuária. São 700 hectares para a pecuária de corte, 300 para a pecuária leiteira e 250 hectares para a reserva de mata legal. Na pecuária de corte, a Santa Maria investe na recria e terminação de animais Nelore e
50
PECUÁRIA EM ALTA
azebuados. Na atividade leiteira, possui um rebanho total de 250
“As bezerras estão sendo cuidadas com muito carinho e já ganharam fama em toda a região leiteira, por sua beleza e desenvolvimento” animais cruzados, predominantemente 1/2 sangue e 3/8, sendo 100 fêmeas em idade produtiva
e as demais, em cria e recria. A produção leiteira, com 60 vacas em ordenha e pastejo extensivo, atinge 720 litros por dia. O trabalho de inseminação artificial é realizado há mais de 20 anos, intercalando zebuínos e taurinos no rebanho, procurando manter o grau de sangue e a rusticidade do rebanho trabalhado unicamente em pastagens extensivas. Há cerca de quatro anos, a Fazenda Santa Maria passou a ser assistida e orientada tecnicamente, com mais frequência, pela equipe da regional Alta de Itabuna (BA), composta pelo representante Gustavo Almeida e pela zootecnista Priscila Lasmar (PZL Consultoria Pecuária). Nos anos de 2013 e de 2014, foram produzidas silagens de milho e, em 2015, foi concretizado um pastejo rotacionado com Braquiarão e Mombaça, em 80 hectares. Importante frisar que durante este período de quatro anos foi implementado o acasalamento dirigido, trabalhando com o programa Alta Mate. Foram
utilizados touros com fertilidade garantida Concept Plus e Alta Advantage e o programa de teste de progênie com verificação de parentesco por DNA em todas as filhas de cada touro provado. Além disso, quando se fez necessário, investiu-se em animais provados Gir e Girolando. O objetivo foi padronizar o rebanho para um grau de sangue próximo a 5/8. Recentemente, mais dois grandes passos foram tomados pelo criatório da fazenda. Orientado e gerenciado pelo filho, o zootecnista Carlos Alberto Alves Dantas, também diretor da Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (ADASB), o senhor José Nogueira Dantas tornou-se associado da Associação Brasileira de Criadores Raça Girolando (ABCGIL) e passou também a trabalhar com Alta Embryo, um programa da Alta que disponibiliza aos clientes prenhezes originadas dos mais conceituados rebanhos comerciais do Brasil. Já estão na fazenda produtos Girolando 1/2 sangue dos touros Alta Meteor e Alta Caliber, além de produtos Girolando 5/8 de Alta Avalon e Alta Caliber e produtos Girolando 5/8 dos touros Impacto FIV da Prata e Axxor Avalon. “As bezerras estão sendo cuidadas com muito carinho e já ganharam fama em toda a região leiteira, por sua beleza e desenvolvimento. Desejamos vê-las em produção brevemente, pois sabemos que o sucesso delas será uma grande alavanca econômica e comercial para o criatório, além de incentivo para a pecuária leiteira regional como um todo”, espera o senhor José.
Touros destaques
Impacto FIV da Prata JAC 5/8
AltaMeteor
Sobre a Regional A Regional Itabuna é parceira da Alta desde 2000, tendo fixado endereço na cidade em 2004, fomentando o trabalho na Bahia. Abrange a macrorregião compreendida entre Eunápolis, Santo Antônio de Jesus, Jequié e a região cacaueira. Possui parceria com vários veterinários trabalhando com Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF), acasalamentos dirigidos, seleção de rebanhos, provas de ganho de peso, formação e implantação de pastejo rotacionado. O telefone para contato é (73) 3617-2773.
PECUÁRIA EM ALTA
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CASOS DE SUCESSO
FAZENDA MONTE ALEGRE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL GARANTE PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE
Nelson Gastaldo, proprietário da Fazenda Monte Alegre
Empresário do agronegócio, com formação em Engenharia Civil, Nelson Gastaldo tem como atividade principal a agricultura. Cultiva soja e trigo. Na pecuária, trabalhava apenas com a terminação de animais, no município de Tupanceritã (RS). Em 2012, novos projetos surgiram com a aquisição da fazenda Monte Alegre, localizada no município de Maçambará, também no Rio Grande do Sul. A intenção era produzir os próprios animais para terminação. No primeiro momento, foram adquiridas cerca de duas mil matrizes, de várias raças e cruzamentos; mas a necessidade de produzir bezerros padronizados fez com que Nelson buscasse uma genética de qualidade. A Vetec, empresa de assistência técnica e veterinária, represen52
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tante da Alta-Progen, foi contratada. A empresa está localizada na cidade de Rosário do Sul. A busca pela qualidade nor-
“Os touros Jakão e Escondido foram utilizados por três anos consecutivos em função de apresentarem ótimos resultados em IATF” teia o trabalho de Nelson Gastaldo. Na estação de monta de 2012, após uma avaliação ginecológica de todas as matrizes do rebanho, foi realizada a Inseminação Artificial (IA) e o repasse com os reprodutores.
De olho na posição geográfica e nas condições climáticas, o produtor optou por produzir terneiros da raça Braford, a partir dos reprodutores Jakão e Escondido. Já em 2013, foram realizados os trabalhos de Inseminação Artificial (IA) e também de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Novamente, os touros Jakão e Escondido foram utilizados. O mesmo ocorreu em 2014, porém com um percentual do touro Vermelho 27. “Os touros Jakão e Escondido foram utilizados por três anos consecutivos em função de apresentarem ótimos resultados em IATF e, também, por terem potencial de padronização racial, levando características importantes como facilidade de parto, ganho de peso e animais adaptados”, explica Nelson.
“Além do índice de prenhez, a padronização das fêmeas e a uniformidade dos machos surpreenderam” No ano passado, entre vacas solteiras e novilhas nulíparas, foram inseminadas 800 matrizes e realizada IATF em 964 vacas com cria ao pé. Nesta temporada, os touros Tapera e Índio tornaram-se os doadores de genética.
Touros destaques
Índio
Resultados Nelson alcançou, nos primeiros três anos, um índice de prenhez em torno de 75%, e, no ano de 2015, índice de 85% em todo o rebanho, ou seja, um resultado considerado excelente para a região. “Além do excelente índice de prenhez, a padronização das fêmeas oriundas da inseminação e a uniformidade dos machos que são terminados em áreas de cultivo de azevém, surpreenderam”, conta o responsável pela Fazenda Monte Alegre.
Vermelho 27
Projeto Devido à exigência do mercado e ao incentivo dos frigoríficos da região, há a necessidade de busca constante pela qualidade da carne. “O projeto é padronizar, cada vez mais, o rebanho, descartando os animais fora do padrão e que não reproduzem, utilizando touros da Alta-Progen em IA e IATF, na intenção de obter o máximo de animais oriundos desta biotecnologia”, completa Paulo Roberto Esteves dos Santos, Técnico em Agropecuária da Vetec.
Sobre a Regional A Vetec é parceira da regional Dom Pedrito Alta-Progen. Atua na área de Inseminação Artificial desde 2006. É composta por três veterinários e quatro técnicos em agropecuária, todos capacitados em realizar serviços de IA e IATF, diagnóstico de gestação, andrologia, exames e cirurgias. A atividade principal é o comércio de sêmen dos serviços reprodutivos. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (55) 3231-4271.
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ENTREVISTA
FALTA DE MENSURAÇÕES E ESTRATÉGIAS COMPROMETEM A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REBANHOS LEITEIROS Ricarda Maria dos Santos é doutora em Medicina Veterinária pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), de Jaboticabal. Atualmente, é professora adjunta da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ela possui experiência na área de Produção Animal, com ênfase em Eficiência Reprodutiva de Bovinos, atuando principalmente com saúde uterina, eficiência reprodutiva, detecção de cio, inseminação artificial em tempo fixo e sincronização da ovulação. Qual importância da eficiência reprodutiva para as fazendas leiteiras? O desempenho reprodutivo é o responsável direto pela produção de leite por dia de vida útil da vaca, número de animais de reposição, redução de custos e evolução do rebanho. Quando a reprodução está em ordem, a fazenda tem mais vacas produzindo leite, mais novilhas 54
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para reposição e os descartes são feitos de forma voluntária (a vaca é descartada por uma decisão de manejo, baseada na produção de leite, tipo, temperamento, resistência às doenças, dentre outras características), e não, involuntária (a vaca gestante é mantida no rebanho e a vaca vazia é descartada, sem considerar as características produtivas). O descarte involuntário prevalece na maioria das fazendas com problemas de manejo reprodutivo. A maioria das vacas de leite é descartada involuntariamente devido às falhas reprodutivas ou a doenças, principalmente mastite e problema de casco. A taxa de descarte involuntário deve ser a menor possível para que haja chances de o rebanho evoluir, ou seja, criar chances de descarte voluntário mais intensivo, permitindo uma seleção do rebanho. As falhas reprodutivas estão entre as principais causas do descarte involuntário de vacas de leite. Vacas vazias têm mais chances de serem descartadas do que vacas gestantes.
Comparadas às outras causas do descarte involuntário, as falhas reprodutivas merecem atenção especial, pois a eficiência reprodutiva determina a produção de leite por dia de vida útil da vaca no rebanho e isso significa lucro para o produtor. Como avaliar a eficiência reprodutiva de um rebanho? Existem várias formas de avaliar a eficiência reprodutiva do rebanho. As mais simples analisam os dias médios em lactação das vacas (DEL) para rebanhos puros. Um rebanho com DEL maior que 150 dias significa que as lactações, em média, são maiores que 300 dias e, como o período seco (PS) é de 60 dias, em média, provavelmente o intervalo entre partos (IEP) desse rebanho é maior que 365 dias. Em rebanhos leiteiros mestiços, a avaliação mais simples da eficiência reprodutiva pode ser feita pela relação entre vacas em lactação e vacas secas do rebanho, pois esta dá uma boa ideia de como está a eficiência reprodutiva do rebanho, poden-
do ser usada como a primeira avaliação da situação reprodutiva da fazenda. As vacas leiteiras mestiças têm baixa persistência de lactação, o que significa que, depois do pico de produção, a redução da produção é acentuada e a duração da lactação varia de seis a nove meses, dependendo da composição genética dos animais. Portanto, se as vacas mestiças não ficam gestantes até os 90 dias pós-parto, quando secarem, a gestação ainda estará na fase inicial, o que aumenta o período seco das vacas com falhas reprodutivas. Não é possível estender a lactação de vacas mestiças, como acontece nas vacas de raças especializadas (por exemplo: Holandesa e Jersey). Como consequência, ocorre o aumento da porcentagem de vacas secas do rebanho. Considerando um rebanho mestiço com período de lactação de nove meses, se a eficiência reprodutiva estiver ótima, o intervalo entre partos será de 12 meses e, portanto, a porcentagem ideal de vacas em lactação nesse caso seria de 75%. Com o aumento de 2 meses no intervalo entre partos, essa porcentagem cai aproximadamente 10% (75 – 64,25%). Nessa situação, a fazenda estaria produzindo 10% a menos de leite devido a falhas reprodutivas. Os índices para avaliar a eficiência reprodutiva devem refletir a capacidade da vaca de emprenhar em um intervalo pós-parto ideal, do ponto de vista econômico. Apesar das dificuldades envolvidas, é importante diferenciar se as falhas reprodutivas são
causadas por problemas fisiológicos da vaca ou problemas de manejo como confinamento, piso escorregadio, grande número de vacas por lote ou falta de observação de cio, que podem fazer com que animais férteis deixem de expressar os sinais de estro, resultando na ausência de detecção ou em baixa probabilidade de prenhez à inseminação.
“Em rebanhos leiteiros mestiços, a avaliação mais simples da eficiência reprodutiva pode ser feita pela relação entre vacas em lactação e vacas secas do rebanho” Qual é a melhor medida isolada de desempenho reprodutivo geral de um rebanho? Os métodos tradicionais de mensuração da reprodução em vacas leiteiras se baseiam em medidas como o intervalo do parto até a primeira inseminação e o intervalo entre partos. O intervalo do parto até a primeira inseminação pode sofrer grande interferência do manejo do rebanho, principalmente da baixa taxa de detecção de cio, mas também das decisões de manejo referentes ao momento da liberação das vacas para a inseminação. Uma vaca pode não
Ricarda Maria dos Santos
estar sendo observada em cio por dois motivos: a vaca está em anestro (não está ciclando) ou o responsável pela observação de cio não está vendo a vaca em cio, porém a vaca esta ciclando normalmente. A taxa de concepção (TC) é a quantidade de vacas gestante após receberem um serviço, ou seja, número de fêmeas gestantes sobre o número de fêmeas inseminadas/servidas. O problema de se utilizar a TC como forma de avaliar a eficiência reprodutiva de um rebanho é que este índice leva em consideração apenas as vacas que foram inseminadas, e não leva em conta as vacas que não foram inseminadas. A TC reflete a eficiência do uso do sêmen e pode refletir a acuidade da detecção de cio, a técnica de inseminação ou a adesão ao protocolo de sincronização, mas não é necessariamente uma medida da eficiência reprodutiva do rebanho. Tanto o intervalo entre partos quanto o “período de serviço” (número de dias entre o parto e PECUÁRIA EM ALTA
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a concepção) são muito influenciados pela inclusão apenas das vacas que emprenham. É difícil justificar o uso do intervalo entre partos como medida do desempenho reprodutivo se todas as vacas que não emprenham são excluídas. O intervalo entre partos é influenciado também pela consideração apenas de animais multíparos. A melhor medida isolada de desempenho reprodutivo geral de um rebanho é a taxa de prenhez (TP), que mede a probabilidade de prenhez das vacas vazias por unidade de tempo. Uma vez que o intervalo entre estros (cios) em vacas dura em média 21 dias, a taxa de prenhez costuma ser calculada a cada 21 dias e leva em consideração a taxa de detecção de estro (TDE) e a taxa de concepção (TC); portanto, a taxa de prenhez representa a proporção de vacas que ficam gestantes dentro do período de um ciclo estral. A maior vantagem do emprego da taxa de prenhez de 21 56
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dias é a inclusão das vacas vazias que, enquanto permanecem no rebanho, participaram dos cálculos. A TP determina a “velocidade” na qual as vacas ficam gestantes a partir do período voluntário de espera (PVE).
“Os índices para avaliar a eficiência reprodutiva devem refletir a capacidade da vaca de emprenhar em um intervalo pós-parto ideal do ponto de vista econômico” O cálculo da TP não é tão simples de ser feito por levar em consideração o tempo. A maioria dos programas de gerenciamento de rebanho modernos traz esse cálculo, mas, na maioria das vezes, o dado não é utilizado
como ferramenta para tomada de decisão na fazenda. Quais as principais estratégias para aumentar a eficiência reprodutiva em vacas leiteiras? Um dos grandes problemas para se o obter a eficiência reprodutiva desejada em fazendas de vacas são as falhas de detecção de cio e a baixa de taxa de concepção. A Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) é uma ferramenta para contornar as falhas de detecção de cio, porém, para aumentarmos a taxa de concepção, ainda não temos ferramentas muito efetivas. Estudos realizados nos EUA, pelo grupo do doutor José Eduardo Portela Santos, têm mostrado que um dos fatores que mais influenciam negativamente a taxa de concepção na primeira Inseminação Artificial (IA) pós-parto é a ocorrência de doenças na vaca, do parto e até 42 dias após a primeira IA, tanto quando são avaliadas as doenças uterinas
como doenças não uterinas. Portanto, uma das principais estratégias para aumentarmos a eficiência reprodutiva de um rebanho é cuidarmos da saúde das vacas, principalmente nessa fase.
“Uma das principais estratégias para aumentarmos a eficiência reprodutiva de um rebanho é cuidarmos da saúde das vacas, principalmente nessa fase” Quais as diferenças de resultados de prenhezes em relação aos escores corporais das vacas? Os dados dos estudos realizados com vacas de leite, puras e mestiças, mostram que existe efeito do escore de condição corporal no momento da IA na taxa de concepção. Vacas com menor ECC terão pior desempenho reprodutivo. A melhor estratégia para melhorar a proporção de vacas com ECC adequado no momento da primeira IA pós-parto é fazer as vacas de leite parirem com adequado ECC. Não podemos ter vacas parindo nem com ECC muito baixo nem muito alto. Os extremos são indesejáveis. Outra estratégia é cuidar da saúde das vacas. As saudáveis têm mais chances de ter ECC adequado.
Existe estudo a respeito do estresse térmico interferindo nos resultados de prenhes? O estresse térmico interfere negativamente na eficiência reprodutiva das vacas leiteiras. Estudos realizados pelo nosso grupo de pesquisa da FAMEV-UFU nos últimos anos têm mostrado que as vacas mestiças também sofrem os efeitos negativos do estresse térmico. Numa avaliação de 1.219 inseminações, foi detectado que vacas inseminadas no período de outono/inverno apresentaram taxa de concepção de 31,75% contra 25,49% nas vacas inseminadas no período de primavera/verão (dados aprovados para publicação na Revista SEMINA – Ciências Agrárias, 2016).
empenhados em entender por que é tão difícil fazer uma vaca de leite parir, pois, além de baixa concepção, a taxa de perda da gestação nesses animais é alta. Uma consequência da maior preocupação com a eficiência reprodutiva dos rebanhos leiteiros foi o direcionamento da seleção genética. Hoje, na avaliação de touros, já existem os parâmetros de eficiência reprodutiva e isso, provavelmente, terá um impacto positivo na eficiência reprodutiva dos rebanhos leiteiros. Por parte dos fazendeiros, penso que eles estão despertando para a importância do manejo adequado, para que as vacas tenham condições de expressar todo seu potencial, tanto produtivo quanto reprodutivo.
Qual a relação dos resultados com os protocolos de IATF? Na maioria dos estudos realizados com IATF, os resultados são muito semelhantes e, em alguns casos, os resultados da IATF são superiores, principalmente quando estamos trabalhando com vacas de alta produção, pois com o protocolo de IATF conseguimos contornar as falhas de detecção de cio, momento da inseminação e falhas da ovulação.
Você retornou de seu pós-doutorado, nos Estados Unidos, recentemente. O que há de mais novo na reprodução das vacas? Durante o meu estágio de pós-doutoramento na Universidade da Flórida ficou muito claro que a preocupação com a nutrição, bem-estar e saúde dos rebanhos dos Estados Unidos é muito grande, por isso, sistemas eletrônicos de monitoramento da saúde do rebanho estão sendo desenvolvidos e implantados. Estas tecnologias permitem avaliar em tempo real a condição fisiológica e metabólica das vacas para que adequações do manejo sejam feitas para otimizar o desempenho reprodutivo, a saúde e o bem-estar da vaca em lactação.
O que podemos esperar, para um futuro próximo, da reprodução em vacas de leite? Acredito que desde o início do uso da IATF, nos anos 1990, os pesquisadores estão
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