Edição 01 Abril/Maio - Pecuária em Alta

Page 1

PECUÁRIA EM ALTA

1


2

PECUÁRIA EM ALTA


PALAVRA DO DIRETOR

Caro leitor, Após um excepcional 2014 para a Alta e para a pecuária brasileira, começamos mais um ano prontos para os novos desafios. Pra nós, 2015 ainda tem clima de comemoração, com as quatro milhões de doses de sêmen comercializadas em apenas um ano, além de nos mantermos, pelo sexto ano consecutivo, líderes de mercado no ramo da inseminação artificial. Não poderíamos esperar menos do que isso de uma equipe como a nossa. Só no Brasil são 86 escritórios regionais e mais de 700 técnicos espalhados a campo, levando soluções eficientes aos nossos clientes. No mundo são nove centrais de coleta de sêmen, onde produzimos o material genético das mais variadas raças bovinas. Independentemente da localização, nossa equipe trabalha para garantir que nosso produto mantenha uma fertilidade de excelência. Voltando para o nosso mercado o Brasil está passando por um momento delicado politicamente, mas a alta do dólar, e consequentemente a desvalorização do real será muito importante para a pecuária de corte, visto que exportamos algo em torno de 30% da carne que produzimos. E mais importante ainda que a questão do câmbio é que os EUA, maior produtor de carne e também um grande exportador, está sem carne e sem reposição de bezerros, assim como aqui no Brasil, na Austrália, Argentina e em outros países que mataram muitas fêmeas e ficaram sem bezerros. Sem dúvidas, os próximos anos, mesmo com todas as dificuldades políticas, serão muito promissores para a nossa pecuária de corte. No leite, o final do último ano foi difícil para o produtor, mas 2015 já se mostra diferente. O grande problema que enfrentamos é a concorrência do produto importado, mas a alta do dólar encarece essa importação e, consequentemente, alavanca os preços pagos ao produtor brasileiro. A Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) divulgou seu relatório anual e, segundo o mercado geral de sêmen, o Brasil cresceu 4,49% em 2014 quando comparamos com 2013. Já a Alta, cresceu nesse mesmo período 9%, ou seja, o dobro do mercado. O nosso objetivo é crescer em torno de 12% (ao ano) nos próximos cinco anos. Mercado tem de sobra para crescer e desenvolver, o que precisamos é conscientizar melhor o criador. É o momento de investir e buscar novas tecnologias. Posso afirmar com toda certeza que quem não adotar a inseminação artificial em sua propriedade, num futuro muito próximo, deixará de ser competitivo e estará fora do mercado. Por isso, espero que nós, da Alta, juntamente com a revista “Pecuária em Alta” possamos ajudá-los com notícias e informações de qualidade, que agreguem conhecimento e valor ao seu negócio, além, é claro, de participar com vocês também dos bons momentos que estão por vir. Uma ótima leitura.

Heverardo Carvalho Diretor

PECUÁRIA EM ALTA

3


ÍNDICE EXPEDIENTE

06

Diretor Heverardo Resende de Carvalho

08

ALTA NEWS

12

CORTE

16

CORTE

Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) - renata.paiva@altagenetics.com Colaboradores desta edição Rafael Oliveira, Rodolffo Assis, Rodrigo Longo, Rui Fernandes, Tiago Carrara, Rafael Mazão, Tiago Ferreira, Rodrigo Rodrigues, Fernanda Borges, Marcos Labury, Jair Assis, Davi de Leon Batista, Valério Avelar, Sérgio Barone, Ricardo Passos, Walter Laender, Ernane Campos e Heloise Duarte. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com José Maria Matos Revisão Indiara Ferreira Impressão Gráfica 3Pinti Tiragem 5 mil exemplares

Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorando a lucratividade individual de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Ser líder do mercado de inseminação artificial e reconhecida como a melhor empresa desse segmento. Valores: • Escolha CONFIANÇA à invulnerabilidade • Escolha CONFLITO à harmonia • Escolha CLAREZA à certeza absoluta • Escolha NÚMEROS à popularidade • Escolha RESULTADOS a status

4

PECUÁRIA EM ALTA

PECUÁRIA EM ALTA E SEUS NOVOS DESAFIOS Programa Pecuária começa sua nova temporada na televisão e lança sua própria revista, com o objetivo de apresentar soluções e ideias ao homem do campo para que ele cresça ainda mais em sua atividade.

Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com

ESPECIAL

Convenção anual de vendas 2015, homenagem pela parceria com PMGZ, visitas técnicas e Show Beef Case 2015, são alguns dos assuntos desta edição. Corra lá e fique por dentro de tudo que acontece na Alta.

FAZENDA BARTIRA: QUALIDADE GENÉTICA EM NÍVEL DE PASTO Parceria 100% Alta no cruzamento industrial. Conheça um dos principais projetos agropecuários do Brasil.

FAZENDA GRENDENE: PRODUTIVIDADE E GENÉTICA SUPERIOR Seleção genética em busca de morfologia funcional e avalições, não perseguindo o touro TOP 0,1%, mas sim animais que possuam uma régua de DEPs bem estruturada e que possam produzir um animal de boa caracterização racial.

20

GIRO PELO CAMPO Viaje com nossos parceiros e conheça os animais que têm se destacado no campo.


42

22

CAPA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

EVENTOS VISITA AOS LÍDERES DE PRODUÇÃO A 15ª Edição do Showcase Alta Advantage aconteceu na Califormia, EUA e os participantes visitaram grandes cliente Alta.

32

LEITE BAIANO: PAI E FILHO DESAFIAM O CALOR NORDESTINO E APOSTAM NAS RAÇAS LEITEIRAS No oeste baiano, os proprietários se destacam por manter o equilíbrio entre a alta produção e o estresse térmico.

• A biotecnologia que desafiou a pecuária e se firmou como a principal ferramenta de reprodução e melhoramento genético bovino. • Em apenas 19 anos no Brasil, a Alta firmou-se como líder de mercado e bateu todos os recordes da pecuária no país.

28

LEITE

46

ARTIGO IMPORTÂNCIA DO USO DE TOUROS PROVADOS NO GIROLANDO Os testes de progênie aumentam a eficiência e a segurança genética para produção de leites e sólidos.

48

CASOS DE SUCESSO Conheça alguns casos de sucesso da pecuária brasileira com parceria com a Alta: • Agropecuária Adam; • Fazenda Santa Maria; • Fazenda Rio Preto; • Fazendas Alvorada, Bela Vista e Planalto.

GESTÃO GERENCIANDO A REPRODUÇÃO: FOCO NA TAXA DE PRENHEZ Eficiência reprodutiva e seus indicativos como forma de obter melhores resultados.

36

RAÇA CONHECIDA COMO ZEBU BRASILEIRO, RAÇA TABAPUÃ CRESCE A CADA DIA E MOSTRA SEU POTENCIAL PRODUTIVO Raça cresce provando seu potencial produtivo através de provas de ganho de peso e programas de avaliação genética.

38

LEITE ALTA OFERECE PROGRAMAS E SERVIÇOS PARA A MELHORIA GENÉTICA DO REBANHO BRASILEIRO Alta oferece programas e serviços específicos para cada cliente em busca de produtividade e rentabilidade.

54

ENTREVISTA DESAFIOS DA PECUÁRIA Luiz Cláudio Paranhos, presidente da ABCZ, fala sobre os desafios para 2015, a importância da inseminação para o progresso genético do rebanho brasileiro, programas de melhoramento genético e o papel das centrais na nossa pecuária.

PECUÁRIA EM ALTA

5


ESPECIAL

Rodrigo Rodrigues, distrital; Guilherme Marquez, gerente Leite Nacional; Renata Paiva, jornalista Alta Brasil, e Fábio Fogaça, gerente Leite Importado

PECUÁRIA EM ALTA E SEUS NOVOS DESAFIOS DEPOIS DO SUCESSO DO PROGRAMA DE TELEVISÃO, ALTA LANÇA SUA PRÓPRIA REVISTA DESTINADA AO PRODUTOR PROGRESSISTA A produção de proteínas nobres, como a carne e o leite, em harmonia com a preservação ambiental, responsabilidade social e bem estar animal é, sem dúvida, o grande desafio da nossa pecuária. O meio mais fácil e econômico, capaz de causar grande impacto no aumento da produção mundial de proteínas sem agredir o meio ambiente, passa necessariamente pela aplicação correta de biotecnologias. Pensando em orientar o produtor rural brasileiro nesse importante desafio, a Alta criou em 2012 o Programa Pecuária em Alta, produzido pela própria empresa e transmitido pelo canal Terra Viva. Com um conteúdo composto de análises e tendências de mercado, aplicação prática das mais diversas biotecnologias em diversos sistemas de produção, entrevistas 6

PECUÁRIA EM ALTA

com especialistas e produtores, cobertura dos principais eventos de relevância e, naturalmente, um desfile da melhor e mais confiável genética da atualidade; o programa completa em 2015 três anos de existência, com novas metas a serem alcançadas. Nesta nova temporada, o programa será totalmente reestruturado, com novos quadros, um formato diferenciado e, também uma nova logomarca, que tem ainda mais a cara da Alta. Dentro do novo projeto, decidiu-se ainda lançar um produto impresso do Pecuária em Alta, a revista que tem o propósito apresentar soluções e ideias ao homem do campo para que ele possa crescer mais em sua atividade. “O Pecuária em Alta é um diferencial em marketing para a Alta, com um alcance e retorno maior do que podemos dimen-

sionar. Em contato com as pessoas das fazendas, é visível como se identificam com o programa, a ponto de se sentirem ‘íntimas’ e interagirem conosco. Outro ponto forte do programa, a meu ver, são as reportagens técnicas, em que os profissionais de nossa equipe falam sobre diferentes assuntos. Elas repercutem bastante e fornecem um diferencial ao programa. Agora, com a revista, teremos mais um meio para conversar com nossos clientes e amigos”, diz Marcos Labury, técnico de corte da Alta. Ao todo serão cinco mil exemplares entregues diretamente aos principais clientes da Alta. Além disso, a revista estará disponível para download no site da Alta e será amplamente divulgada em todos os canais de comunicação da empresa: no site, com mais de 41 mil acessos por mês; no Fa-


NO TERRA VIVA

cebook, que possui quase 20 mil curtidas, e também será enviada pelo e-mail marketing, que conta com 3.400 clientes cadastrados. “A revista é mais um meio de comunicação do projeto Pecuária em Alta. Esse projeto é muito bem sucedido por tratar de forma simples e direta sobre questões relacionadas ao aumento de produtividade e à aplicação do melhoramento genético. Trazer essa realidade para a mídia impressa é um passo importante, tendo em vista que o material poderá ser acessado a qualquer momento, livre dos horários fixos da televisão. Outro ponto interessante é poder unir em um único produto informações de toda a cadeia produtiva, passando pela gestão, pelo meio ambiente, pela pecuária de corte e leite, assuntos ligados à estação de monta até o produto na mesa do consumidor. Um material muito rico e amplo”, diz Tiago Carrara, gerente de Mercado da Alta. Com uma linguagem simples e objetiva, a revista é destinada ao produtor e empresário progressista, que visa o crescimento, através de informações

Diariamente, às 19h55 Especiais às 21h 29 de abril Especial leite 02 de maio Especial ExpoZebu 24 de junho Especial Corte

confiáveis para aprimorar seu negócio, em busca de melhor desempenho, competitividade e rentabilidade. Tudo que interessa ao cliente, parceiro e pecuarista da Alta interessa à revista. “O Pecuária em Alta é um Institucional que valoriza a marca da Alta sem abdicar do compromisso com o consumidor final, o pecuarista. O objetivo do programa é reduzir cada vez mais os erros de uso indevido de touros, nem sem-

pre adequado no planejamento genético de alguns produtores. Essa minimização dos erros se dá com matérias e depoimentos de casos de sucesso em programas de inseminação que se enquadram no perfil e objetivo de cada cliente. Através do programa, o pecuarista tem mais conhecimento da raça correta e o reprodutor indicado para o seu sistema de produção”, diz Jair Assis, representante regional do MS.

O Pecuária em Alta é um diferencial em marketing para a Alta, com um alcance e retorno maior do que podemos dimensionar. Em contato com as pessoas das fazendas, é visível como elas se identificam com o programa, a ponto de se sentirem ‘íntimas’ e interagirem conosco. Outro ponto forte do programa, a meu ver, são as reportagens técnicas, em que os profissionais de nossa equipe falam sobre diferentes assuntos. Elas repercutem bastante e fornecem um diferencial ao programa. Agora, com a revista, teremos mais um meio para conversar com nossos clientes e amigos. MARCOS LABURY - TÉCNICO DE CORTE DA ALTA

PECUÁRIA EM ALTA

7


ALTA NEWS

De 24 a 28 de maio, a Alta e a Progen, sua parceira em Dom Pedrito – RS, realizarão o Brasil Beef Show Case 2015. A intenção é reunir produtores e técnicos de todo o país para visitar, durante uma semana

propriedades no Rio Grande do Sul que são referência para a pecuária. A programação inclui visitas à Estância Guatambu, à Agropecuária Caty, à Cia Azul Agropecuária, à Cabanha Umbu e à Gap Genética.

ALTA REALIZA CONVENÇÃO ANUAL DE VENDAS 2015 Durante uma semana muito produtiva, a 20º Convenção Anual de Vendas da Alta reuniu, em Uberaba (MG), a equipe comercial e técnicos da empresa em busca de conhecimento e, principalmente, inovação. A programação incluiu palestras com temas de destaque na pecuária, desfile de touros, atividades interativas e visitas técnicas em algumas propriedades fornecedoras de genética. No último dia, foi realizada uma grande festa, homenageando os melhores de 2014.

Carlos Paranhos (presidente da ABCZ) e Tiago Carrara (gerente de Mercado)

ALTA RECEBE HOMENAGEM PELA PARCERIA PMGZ Em visita à Alta, técnicos da ABCZ e o presidente da entidade, Luiz Claudio Paranhos, apresentaram as novas pro-

Regional Patos de Minas, ganhadora do troféu Mr. Pon 2015

8

PECUÁRIA EM ALTA

postas do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos) como ferramenta de seleção. O objetivo principal foi o de atualizar a equipe técnica e comercial da Alta sobre os avanços e o leque de informações do programa, além de alinhar a argumentação para estimular criadores e clientes. Na oportunidade, Luiz Claudio Paranhos entregou ao gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara, a placa de parceria com o PMGZ, por todos os anos de trabalho.


TÉCNICOS DA ABCZ DE GOIÂNIA E EQUIPE DA ALTA CONHECEM GRANDES CRIATÓRIOS FORNECEDORES DE GENÉTICA O encontro teve início na central em Uberaba (MG), onde os participantes puderam conhecer importantes raçadores da pecuária nacional. Na sequência, deram início às visitas aos criatórios, onde tiveram a oportunidade de ver de perto as famílias e produções dos touros que integram a bateria Alta. Foram visitadas as fazendas Bonsucesso, Nelore Cen, Bela Alvorada e Nelore do Golias.

Técnicos da ABCZ e Regional Goiânia durante visita à Central Alta Brasil

GERENTE DE LEITE NACIONAL PARTICIPA DE PALESTRAS SOBRE MELHORAMENTO GENÉTICO A Alta se fez presente no 2º Ciclo de Palestras sobre o Melhoramento Genético aplicado a bovinos de leite, promovido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Organizado pelo GEMEGA – Grupo de Estudos de

Melhoramento Genético Animal e pela Consultoria e Assistência Veterinária da UFU (CONAVET) o evento contou com a presença de aproximadamente 50 participantes, entre os quais alunos de Zootecnia, Medicina Veterinária,

mestrandos em Melhoramento, técnicos e produtores da região. Na abertura, o gerente de Produto Leite Nacional, Guilherme Marquez, ministrou a palestra com o Tema: Mercado de Melhoramento Genético do Zebu Leiteiro.

PECUÁRIA EM ALTA

9


ALTA NEWS

ALTA LANÇA CATÁLOGO DE LEITE IMPORTADO Está disponível para todos os clientes da Alta o catálogo de leite importado 2015. O catálogo apresenta reprodutores das raças holandês, jersey e pardo-suíço. Dentre os 78 animais da seleção, 36 são novos (21 holandeses, 13 jersey e 2 pardo-suíço). O catálogo já está sendo distribuído para todas as regionais Alta, mas também se encontra disponível para download no site www.altagenetics.com.br

1º ENCONTRO DOS INSTRUTORES DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL A Alta tem hoje 18 centros de treinamentos espalhados pelo Brasil. Em 2013, foram oferecidos 124 cursos e 1.199 alunos capacitados. Já em 2014, foram 145 cursos e 1.276 capacitações. Para que todos os instrutores caminhem na mesma direção e garantam

a qualidade dos cursos, a Alta realizou, na central em Uberaba (MG), o 1º Encontro dos Instrutores de Inseminação Artificial. Durante dois dias, foram abordados assuntos como: sêmen sexado e seu correto uso na IATF; noções básicas de reprodução aplica-

Instrutores de inseminação e responsáveis pelos treinamentos por todo o Brasil

10

PECUÁRIA EM ALTA

das no dia a dia da fazenda; visões práticas e workshops, com o objetivo de preparar os profissionais para a correta aplicação da técnica, alcançar melhores resultados e, assim, contribuir para a maior produtividade e o melhoramento genético do rebanho bovino.


PECUÁRIA EM ALTA

11


CORTE

FAZENDA BARTIRA: QUALIDADE GENÉTICA EM NÍVEL DE PASTO UM DOS MAIORES PROJETOS AGROPECUÁRIOS DO BRASIL APOSTA NA QUALIDADE E DIVERSIFICAÇÃO DE SEUS PRODUTOS Há quase 30 anos no Brasil, a Fazenda Bartira só tem bons exemplos para apresentar e comemorar. O mais recente deles foi a conquista, pelo segundo ano consecutivo, do título de uma das melhores produtoras do país na categoria “Gado de Produção”, promovido pela revista “Dinheiro Rural”. “Atribuímos essa conquista ao trabalho transparente e consistente, e à dedicação a um projeto iniciado há 15 anos, com uma equipe comprometida, sempre buscando melhorar seus resultados”, diz Levy Campanhã, gerente de Pecuária do grupo. O grupo possui em seu portfólio aproximadamente 150.000

12

PECUÁRIA EM ALTA

hectares de terras agrícolas, localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com atividades dedicadas à pecuária, cana-de-açúcar, soja, ao milho, arroz, abacaxi e à seringueira. Dentro da pecuária, o projeto é direcionado para a cria e a comercialização de bezerros no desmame. Ao longo dos anos, o grupo veio modernizando suas operações, aumentando o rebanho, melhorando a qualidade do pasto, evoluindo nos resultados zootécnicos, participando de programas de melhoramento genético e investindo no treinamento de sua equipe.

As 12 propriedades da Bartira destinadas à pecuária estão localizadas na Região Oeste de São Paulo, no Triângulo Mineiro, Tangará da Serra, Vale do Araguaia, no Mato Grosso, e no norte de Mato Grosso do Sul, próximo a Camapuã, região considerada a capital nacional do bezerro de qualidade. Produção e comercialização de bezerros Atualmente, são 22.000 matrizes em estação de monta, em que 50% entram no manejo de inseminação. Com o projeto de produção todo a pasto, a Bartira


prioriza dois fatores principais: a qualidade e diversificação dos produtos, para que sejam explorados em qualquer sistema de produção. A imagem positiva conquistada pelos produtos provocou forte fidelização de clientes. “Observamos em nossos clientes o potencial e o profissionalismo na maneira em que seguem em seu sistema de produção. Os clientes são variados e diversificados. Temos clientes envolvidos em todo o sistema de produção (cria, recria e engorda). Nos últimos três anos, a taxa de recompra ultrapassou 60% dos nossos clientes, o que nos deixa satisfeitos e orgulhosos acreditando que estamos seguindo o caminho certo”, afirma Levy. O grupo promoveu em 2014 o Circuito de Leilões da Fazenda Bartira (seis leilões), além de participar de vários eventos que se destacam em nível nacional. Ao todo, comercializaram 16.000 animais e a perspectiva é de que os números se repitam em 2015. Os animais são vendidos logo após o desmame, entre 8 e 10 meses, sendo os machos com a média de 250 kg para o cruzamento industrial e 230 kg para os nelore; as fêmeas de cruzamento industrial, com a média de 230 kg, e as nelore com 210 kg. Tecnologia aliada à genética Segundo Levy, a expectativa para 2015 é positiva, já que o mercado começou firme. Para manter a constância no melhoramento genético, a Fazenda Bartira trabalha com vários parceiros como a Embrapa, através do programa Geneplus; a Universidade de São Paulo (USP), com projetos de suplementação bovina a pasto, e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), com projeto para abate de novilhos superprecoces em que foi obtido peso médio de 16,5 arrobas, aos 14 meses de idade.

PECUÁRIA EM ALTA

13


CORTE

Touros utilizados

Harmony Connealy Consensus x Prissla Of Conanga 8259

RV Stevenson Del R81 Stevenson CE Deluxe 1914 x Stevenson Clova Pride 2096

Paramount SAV Pioneer 7301 x SAV Rosetta 7428 14

PECUÁRIA EM ALTA

No fornecimento de genética para cruzamento industrial, o grupo conta há mais de 18 anos com a parceira da Alta, representada pela Berrante Genética. Juntos, têm comprometimento com os resultados. As raças escolhidas para ser trabalhadas foram angus, pardo-suíço e santa gertrudis. A opção por essas raças para o cruzamento com matrizes nelore se deu por atender às principais exigências de mercado: maciez, textura, tamanho e acabamento de carcaça. “A parceria que temos com a Fazenda Bartira nos enche de orgulho e responsabilidade, pois trata-se de um projeto reconhecido nacionalmente, pela qualidade de seus produtos. Assim, temos a obrigação de oferecer uma genética que atenda às fortes expectativas dos clientes da Bartira, como também as supere”, diz Rodolffo Assis, sócio-proprietário da Berrante Genética. Os resultados desses cruzamentos garantem aos pecuaristas ganho de peso e bom acabamento de carcaça, fazendo com que eles obtenham retorno satisfatório sobre seus investimentos. “Sabemos da seriedade, qualidade e competência com que a Alta sempre trabalhou. No cruzamento, estamos 100% Alta e, com o auxilio da Berrante Genética nas escolhas dos reprodutores, temos tido ótimos resultados. Nos dois últimos anos, os touros que tiveram grande destaque em sua produção foram o Harmony e o Del. Estamos confiantes na produção que vem pela frente, que é do touro Paramount”, finaliza Levy.


PECUÁRIA EM ALTA

15


CORTE

PRODUTIVIDADE E GENÉTICA SUPERIOR UMA SELEÇÃO BASEADA EM AVALIAÇÕES E MORFOLOGIA FUNCIONAL A receita para produzir um rebanho funcional e com genética de qualidade envolve muitos aspectos, mas o resultado buscado é sempre o mesmo: novas gerações devem ser sempre superiores. Para se alcançar uma pecuária de resultados, é necessário aliar aspectos econômicos de uma atividade moderna, números obtidos através de programas de melhoramento conceituados e nunca se esquecer do padrão racial. 16

PECUÁRIA EM ALTA

“O objetivo da Nelore Grendene é um só: produzir animais com uma régua de DEPs equilibrada e que apresentem a morfologia com padrão Nelore Grendene: ossatura forte, bons aprumos, com um modelo de carcaça de costelas profundas, arqueadas, massas musculares bem desenvolvidas, enquadradas no padrão racial, mas muito mais ligada à parte funcional da raça. Nós buscamos masculinidade evidente; o touro tem que ter chanfro curto, testa en-

rugada, goteira pronunciada. Esse é o modelo que se busca na Nelore Grendene”, explica Willian Koury Filho, diretor da Brasil com Z e consultor da Grendene. Há mais de 20 anos, a Nelore Grendene investe em um amplo projeto para a produção de animais PO melhoradores, tendo por base uma genética com vistas à melhora de cada safra. Informações de peso, perímetro escrotal, idade ao primeiro parto, escores visuais de


Grupo de fêmeas Nelore Grendene, Fazenda Resaca, Cáceres (MT)

estrutura corporal, precocidade e musculosidade são alguns dos pontos principais de seleção. “Nós estamos preocupados com um animal equilibrado e com o comprador que sabe o que quer para o plantel dele”, explica Ilson Correa, diretor de Pecuária da Nelore Grendene. Desde 1985, quando a marca Nelore Grendene foi criada, é utilizada a inseminação artificial, o que proporcionou um avanço genético significativo no rebanho. Atualmente, o grupo possui duas propriedades, sendo uma em Andradina (SP), voltada para a cana-de-açúcar e outra em Cáceres (MT), destinada à pecuária com mais de 12 mil matrizes comerciais para a produção de bezerros e quatro mil matrizes PO.

A Alta tem um método de trabalho muito parecido com o da Grendene, sempre preocupada com os clientes. Eles se comprometem a trazer coisas novas. A gente percebe o zelo que eles têm na contratação dos touros e isso faz com que tenhamos ainda mais confiança com a parceira. Estamos sempre muito satisfeitos com o profissionalismo da empresa e de seus funcionários. ILSON CORREA DIRETOR DE PECUÁRIA DA NELORE GRENDENE

PECUÁRIA EM ALTA

17


CORTE

Através de uma assessoria especializada auxiliando nos acasalamentos, a Grendene está conseguindo multiplicar essa genética superior. A Alta, parceira de longa data da empresa, está sempre junto da Grendene, orientando e acompanhando o trabalho. “A Alta tem um método de trabalho muito parecido com o da Grendene, sempre preocupada com os clientes. Eles se comprometem a trazer coisas novas. A gente percebe o zelo que eles têm na contratação dos touros

e isso faz com que tenhamos ainda mais confiança com a parceira. Estamos sempre muito satisfeitos com o profissionalismo da empresa e de seus funcionários”, diz Ilson. A Grendene está na constante busca do animal produtivo e dos touros bem avaliados. Uma grande particularidade do seu processo de seleção é não perseguir o touro TOP 0,1%, e sim animais que possuem uma régua de DEPs bem estruturada e que possam produzir um animal de boa caracterização racial. “Nós buscamos

animais produtivos e que possam contribuir para a pecuária nacional e na bateria da Alta conseguimos encontrar tudo isso. Dentre os touros utilizados no nosso rebanho, podemos citar o Donato de Naviraí e até mesmo alguns mais novos, que já estão apresentando excelente produção, como o Lokhan e Jigar. Um touro da bateria da Alta que não tem como não ser utilizado é o Funcionário de Naviraí. Ele tem uma produção fantástica, tem tudo que a gente busca em uma pecuária moderna e produtiva”, explica Ilson.

Comercialização de touros

tes de grandes acasalamentos entre suas principais matrizes e touros avaliados e provados. A média de venda dos animais no leilão tem girado em torno de R$ 9 mil. Em 2015, além do leilão de Mil Touros, a Grendene vai pro-

mover um leilão de bezerros, com 10 mil animais da Grendene e de alguns convidados levados a remate, ofertando ao mercado uma diversidade de linhagens para atender todas as regiões brasileiras.

Com a ajuda de técnicas de reprodução, a Grendene montou um projeto arrojado e que desafia a pecuária. Desde 2013, promove um leilão de mil touros, provenien-

Touros utilizados na Fazenda Grendene

1384 Lokhan TE de Naviraí Provador IZ x Trucada da SM 18

PECUÁRIA EM ALTA

Naviraí FIV Jigar Tecelão da SM x Danca TE


PECUÁRIA EM ALTA

19


GIRO NO CAMPO

Nos quatro cantos do mundo a genética Alta mostra seus resulta-

dos. Todos os dias nossos técnicos e clientes se deparam com animais

que realmente se destacam nos rebanhos. Veja alguns destaques.

Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br

Nosso cliente Arlindo Rodrigues, da Fazenda Cio da Terra, em Medeiros Neto – BA, viveu uma experiência muito interessante no último mês e decidiu compartilhar conosco. Nasceram trigêmeos na propriedade dele, provenientes de um cruzamento entre uma vaca Aberdeen-Angus x o Touro Bagisa (Wagyu), um dos destaques da bateria Alta. Os bezerros nasceram com aproximadamente 15 quilos cada um, e estão todos saudáveis. Obrigada por dividir conosco.

Em suas viagens pelo Brasil, nosso técnico Tiago Ferreira presta assistência em várias propriedades e aproveita para nos enviar imagens de produções dos touros da bateria Alta. A primeira foto foi tirada em Alagoas, na propriedade do nosso cliente Mário Silvio. Esta linda bezerra é filha de um dos destaques da bateria de Gir Leiteiro, Único TE da Cal. A segunda foto foi tirada em Patrocínio (MG), na propriedade do nosso parceiro Cassimiro Nunes e é de uma filha do provadíssimo Espelho TE de Brasília.

20

PECUÁRIA EM ALTA


A novilha girolando ½ sangue Candeia Wildman bateu mais um recorde mundial de produção de leite. Desta vez, a doadora fechou sua primeira lactação, com duração de 354 dias, com a extraordinária produção de 21.501,18 kg/leite, em controle leiteiro oficial, aferido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Ela superou a marca anterior, de 21.167,59 kg/leite com duração de 365 dias, produzida pela doadora Engenho da Rainha Bruna, na primeira lactação, há quatro anos.

Em viagem recente à Argentina, o gerente regional Alta de Santa Maria no Rio Grande do Sul, Davi Batista, visitou várias propriedades, dentre elas a Cabanha La Pastoriza, onde registrou imagens de produção dos touros Aljibre e Nicanor.

Técnica de corte no estado do Mato Grosso, Fernanda Borges sabe da importância de visitar e estar em contato com criatórios fornecedores de genética, para ter sempre informações atualizadas para repassar aos clientes. Recentemente, esteve na Fazenda Bela Alvorada, em Guararapes (SP), e registrou imagens de novilhas, filhas dos touros Fraque e Grafite, grandes expoentes da raça nelore e integrantes da bateria Alta.

PECUÁRIA EM ALTA

21


CAPA

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL A BIOTECNOLOGIA QUE DESAFIOU A PECUÁRIA E SE FIRMOU COMO A PRINCIPAL FERRAMENTA DE REPRODUÇÃO E MELHORAMENTO GENÉTICO BOVINO A inseminação artificial é a mãe de todas as biotecnologias da reprodução e, mesmo sendo antiga, ainda é imbatível no que se refere a menor investimento, facilidade de formação de mão de obra e de aplicação no campo. Até ser reconhecida como o mais eficiente mecanismo de distribuição do melhoramento genético, foram necessários centenas de anos de estudo e de aplicações práticas. Surgimento da inseminação Diz a história que em 1780, o monge italiano Lazzaro Spallanzani, inspirado pela polinização dos vegetais, em que há a manipulação dos gametas masculinos, publicou em um artigo científico a inseminação artificial de uma cadela, que lhe rendeu não só três filhotes, como

22

PECUÁRIA EM ALTA

também o importante título de inventor da inseminação artificial. O passo inicial para o desenvolvimento da inseminação artificial foi a descoberta do espermatozoide, feita em 1677 por Christiaan Huygens, na Holanda. Curiosamente, 100 anos após essa descoberta, Spallanzani fez diversos testes utilizando sêmen e apesar de ter certeza de que alguma coisa no sêmen era a responsável por gerar prenhezes nas fêmeas, ele ainda insistia que os espermatozoides eram apenas parasitas sem importância. Daí o nome “vermes espermáticos” foi dado a esse gameta, que somente no século XIX recebeu o nome de espermatozoide, após a conclusão que essa estrutura era uma célula móvel, proveniente dos testículos, com

capacidade fecundante. Finalmente, em 1899, o cientista russo Ivanov fez o primeiro experimento em ovelhas que nos anos seguintes foi replicado em vacas. Em 1909, a técnica foi bem sucedida nos Estados Unidos e em 1914 na Itália. Suas pesquisas revolucionaram o uso da inseminação e foram utilizadas como meio para a revolução comunista de Lenin derrubar teorias religiosas que eram contra seu regime e reforçar as teorias científicas. Com isso, Ivanov desenvolveu os primeiros híbridos interespécies da história, acasalando zebras com jumentos, entre outros. Ele chegou a tentar acasalar sêmen humano com chimpanzés fêmeas para provar a teoria da evolução humana de Darwin.


VERDADE OU MITO

Foram encontradas referências de que no século XIV, por volta de 1320, os árabes já detinham o conhecimento dessa técnica. Através de lendas seculares, há a especulação do uso de inseminação artificial em cavalos, a partir de um “roubo” de um ejaculado de um garanhão de uma tribo rival, inseminado na melhor égua da tribo do assaltante e posterior nascimento de um potro com características do cavalo da tribo rival. Verdadeira ou falsa, essa história nunca foi comprovada.

Crescimento da Inseminação Com o tempo, outro pesquisador russo, Milovanov, começou a perceber que a inseminação artificial não só era um meio para o tratamento reprodutivo nos rebanhos, mas também poderia ser utilizada para aumentar a produtividade, através do aumento da concepção, da redução de doenças infectocontagiosas e do uso de animais melhoradores. Sua técnica foi amplamente difundida na Rússia e em outros países do mundo, como Dinamarca, Itália, Japão e Estados Unidos. Estima-se que, na década de 40, milhões de animais já eram inseminados na Rússia, entre éguas, vacas e ovelhas. Naquela época, o material utilizado era o sêmen fresco resfriado, coletado nas próprias fazendas ou em núcleos de coleta, o qual possuía viabilidade de uso por curto prazo – aproximadamente cinco dias. Com a estruturação das pesquisas em melhoramento genético, a inseminação artificial foi tomando proporções incríveis, liderada pela comunista União Soviética, que queria mostrar ao mundo o sucesso de seu sistema político-econômico. Sob essas

condições, a Rússia chegou a inseminar cinco milhões de vacas em 1955 e, em 1972, bateu a incrível marca de 26 milhões de vacas inseminadas. Em 1950, a criopreservação, que é a técnica de congelar o espermatozoide e descongelá-lo ainda viável para a fecundação, ganhou força científica na Inglaterra e logo já era realidade em diversos países do mundo, especialmente nos que sofriam com problemas de logística. Em 1973, mais de 85 milhões de vacas eram inseminadas no mundo. O grande feito americano ocorreu na década de 1960, quando produziram a maior

combinação tecnológica para o aumento de produtividade de leite da história. De um lado, os grandes avanços no estudo do melhoramento genético da raça holandesa, que identificavam os melhores indivíduos; por outro lado, o sêmen congelado e a inseminação artificial, que viabilizavam a logística do produto para todo o país em larguíssima escala, multiplicando de forma eficiente os melhores animais identificados nos programas genéticos. Essa combinação entre identificar e multiplicar fez com que as vacas americanas saltassem de 4.000 litros para mais de 11.000 litros por lactação atualmente.

PECUÁRIA EM ALTA

23


CURIOSIDADE

CAPA

Na década de 40, para que o sêmen fosse distribuído rapidamente nas fazendas, utilizavam-se pombos correios e a entrega via aérea, em que o sêmen era lançado sobre as fazendas utilizando-se um pequeno paraquedas.

A inseminação no Brasil Na década de 1930, a inseminação artificial chega ao Brasil em modelo experimental, no Rio Grande do Sul e, logo após, em São Paulo. Na década de 1940, o Ministério da Agricultura monta o primeiro centro de pesquisa e estímulo à inseminação artificial, em Deodoro (RJ). Em 1947, foi transferida para o Instituto de Zootecnia em Barretos (SP) a responsabilidade pelo estímulo da inseminação artificial no país, quando foram importados, diretamente da Holanda, quatro touros da raça holandesa. A partir daí, deu-se início a um intenso programa de treinamento e disseminação da técnica para todo o Brasil. Já na década de 1950, surgiu o primeiro banco de sêmen congelado da América do Sul, e em 1954, houve o registro do primeiro trabalho de inseminação artificial com sêmen congelado no estado do Rio de Janeiro, com 54% de prenhez. Esses resultados estimularam a importação de sêmen e a aplicação da técnica em Centros de Pesquisas Brasileiros, que começaram a congelar sêmen de zebuínos. No final da24

PECUÁRIA EM ALTA

quela década e início da década de 1960, diversas cooperativas de inseminação artificial foram criadas no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no sul do estado de Minas Gerais, iniciando-se assim o uso da inseminação artificial em modelos comerciais no Brasil. Em 1968, foi criada a primeira Central de Coleta e Industrialização de sêmen bovino de caráter privado no país, a Central VR, instituída na Chácara Zebulândia, em Araçatuba (SP). Já na década de 1970, diversos outros Centros se instalaram no país e, em 1974, foi criada a ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificia). Com um início tímido, as comercializações de sêmen tiveram um forte crescimento na década de 1980, quando dois touros da raça nelore – Gim e Ludy de Garça – impulsionaram o uso da inseminação em gado de corte, antes restrita ao gado de leite e a algumas fazendas de gado puro. Desde então, a inseminação artificial viabilizou o aumento de produtividade em fazendas de leite e de corte ao transportar para dentro do sistema produtivo as melhores genéticas do Brasil e do Mundo. Também pela inseminação foi pos-

sível a realização de diversos testes de progênies no país, como os das raças gir leiteiro, girolando, guzerá leiteiro, bem como o estabelecimento de outros programas de melhoramento genético em diversas raças de corte, como o PMGZ, ANCP, Delta Gen, CFM, Qualitas, Geneplus, Promebo, Aliança, Natura, entre outros. Nos últimos 10 anos, a inseminação artificial cresceu de forma muito significativa, atingindo a marca de 93% de crescimento. Isto ocorreu principalmente pelo advento da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que viabilizou a prática em larga escala em sistemas extensivos de corte, os quais predominam no Brasil. A IATF possibilitou o retorno do cruzamento industrial, como também um grande salto genético no rebanho zebuíno de corte. No gado de leite, a inseminação é realidade em diversos sistemas produtivos e contribui para o desenvolvimento de novas grandes bacias leiteiras. Hoje, são mais de 15 centros de produção e Industrialização de sêmen e mais de 30 empresas que distribuem e comercializam sêmen no país, dentre elas, a Alta Genetics.


GRUPO KOEPON

Chegada da Alta ao Brasil Em 1995, acontece a fusão da Alta e do grupo Koepon, bem como a compra da multinacional Landmark Genetics, que lançou a marca Alta Genetics no mercado internacional. No mesmo ano, a empresa começa a sua atuação comercial no Brasil, com um escritório sediado na cidade de Porto Alegre (RS) como distribuidor de sêmen importado. Em 1996, estabelece parceria com a Central VR e posteriormente, com a

Central Bela Vista para a comercialização de sêmen nacional produzido por essas duas Centrais. Ainda em 1996, muda de endereço e estabelece escritório na cidade de Uberaba (MG). Escolhida pela localização estratégica, a capital da pecuária nacional permitiu melhor atendimento aos clientes, além da facilidade logística de distribuição do sêmen. Anos mais tarde, em 2005, a empresa inaugura a mais moderna central de inseminação artificial as margens da BR-050.

A Koepon Holding é uma das maiores organizações privadas de agricultura e agronegócios do mundo, com um rebanho holandês de cinco mil matrizes em produção. O trabalho realizado nas seis propriedades do grupo serviu de base para todas as outras atividades da organização: a Saskatoon Colostrum, maior fábrica de colostro do mundo; a Valley Agri System (VAS), uma empresa de softwear focada exclusivamente no gerenciamento de rebanhos leiteiros, e a Alta, uma das empresas líderes globais em inseminação artificial. PECUÁRIA EM ALTA

25


CAPA

A Central

Fertilidade do sêmen

O local estratégico escolhido para a construção da central possibilita por ano, mais de 12 mil visitas, entre pecuaristas, técnicos, criadores, estudantes e pessoas relacionadas ao agronegócio. Ela foi construída em formato circular, com o laboratório e a área de coleta no centro. Esse desenho faz com que o touro não tenha que se deslocar por distâncias maiores que 200 metros na hora de ser coletado. Ao todo, a central tem capacidade para alojar 279 touros, que ficam em piquetes com cerca de 1.200 metros quadrados, com baia e muita sombra natural. A dieta é servida no cocho, sendo 100% balanceada e feita sob medida, com nutrientes que estimulam a boa produção de sêmen.

A bateria de touros da Alta, tanto de raças leiteiras quanto de corte, possui touros provados das mais diversas origens confiáveis. Além disso, a empresa preocupa-se em oferecer programas e serviços de apoio para cada tipo de plano genético, ou seja, individual para cada produtor. O empenho no desenvolvimento de programas de melhoramento genético em suas centrais, aliado à qualidade de sua equipe e dos touros que compõem sua bateria de reprodutores, garantiu a Alta o reconhecimento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) como a empresa TOP em Fertilidade no mercado de sêmen.

A Central foi construída para atender a todas as exigências da Organização Mundial de Saúde Animal e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, além de estar nos padrões estabelecidos pela União Europeia e pelo Mercado Comum dos Países do Cone Sul. Por isso está apta a exportar para qualquer país do mundo que possua protocolo sanitário com o Brasil.

Alta no mundo Presente em mais de 90 países, a Alta tem nove centrais de coleta no mundo, instaladas no Brasil, nos Estados Unidos, no Canadá, na Argentina, na Holanda e na China, sendo que a último possui, a única empresa multinacional com licença para produzir sêmen naquele país.

26

PECUÁRIA EM ALTA


A busca pela liderança Em 2001, a Alta já figurava entre as três maiores Centrais de Inseminação do Brasil, ao comercializar um milhão de doses de sêmen. Em 2008 a Alta alcançou a liderança de mercado e bateu o recorde de comercialização de sêmen do Brasil, ao atingir a marca de dois milhões de doses comercializadas. Firme na liderança, nos próximos anos voltou a bater recorde em 2011, com três milhões de doses vendidas, e em 2014, com a veneta de quatro milhões de doses. “Desde o início, construímos uma empresa com os pés no chão. Temos uma equipe fantástica, que nos ajudou a erguer esse ícone. Não foi fácil deter quase 30% do mercado, mas o que

mais nos surpreende é o foco e a garra de todos para mantermos esse percentual. É uma história gratificante”, ressalta Heverardo Rezende Carvalho, presidente da Alta Brasil. Segundo a Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), o mercado geral de sêmen no Brasil cresceu 4,49% em 2014 quando comparado com 2013. Já a Alta, cresceu 9% no mesmo período, ou seja, o dobro do mercado. O segmento é promissor e a meta da empresa é ousada. “O objetivo é crescer em torno de 12% (por ano) nos próximos cinco anos. Mercado tem de sobra para desenvolver. Somente 10% ou 11% das mais de 200 milhões de fêmeas em idade reprodutiva no Brasil foram são inseminadas.

Precisamos conscientizar melhor o criador. Com toda certeza, afirmo que quem não adotar esse sistema em sua propriedade, num futuro muito próximo, deixará de ser competitivo e estará fora do mercado”, alerta. Para atingir os resultados esperados, a Alta investe em treinamento e, assim, conta com uma equipe extremamente capacitada. Ao todo, são 83 escritórios regionais e mais de 600 técnicos espalhados a campo por todo país. Em 2014, foram realizados diversos treinamentos com 2,4 mil participantes, em cursos presenciais e a distância. Além disso, a Alta dispõe de 19 cursos de inseminação artificial em todo o Brasil, para que a técnica seja disseminada de forma correta.

PECUÁRIA EM ALTA

27


EVENTOS

VISITA AOS LÍDERES DE PRODUÇÃO EMPRESAS FAMILIARES COM ATÉ 8.500 VACAS EM ORDENHA, PRODUZINDO ACIMA DE 13.000 KG POR LACTAÇÃO. SISTEMAS GIGANTESCOS, COM ROTINAS CONTROLADAS, GESTÃO EFICIENTE E EXCELENTES RESULTADOS. ESTE É O PERFIL DAS FAZENDAS VISITADAS DURANTE A 15ª EDIÇÃO DO SHOWCASE ALTA GENETICS, REALIZADO NA CALIFÓRNIA, EUA por Marlizi Marineli Moruzzi, médica veterinária e editora da revista Inforleite Entre os dias 25 e 28 de março um grupo de 15 brasileiros participou da 15ª edição do Showcase Alta Genetics, no estado da Califórnia, EUA. Ao todo, 250 pessoas de 20 diferentes países visitaram nove fazendas selecionadas para o evento, todas elas referências no estado líder em produção leiteira dos Estados Unidos. Mega sistemas Com perfis muito semelhantes e administração totalmente familiar, as fazendas visitadas têm grande foco na gestão dos processos e também na sua equipe de funcionários relativamente enxuta. Os rebanhos vaiaram de 3.000 a 8.500 vacas em lacta28

PECUÁRIA EM ALTA

ção, com produtividades acima de 13.000 quilos por lactação. As condições climáticas da região, com pouca chuva e baixa umidade do ar, favorecem a atividade leiteira. Por outro lado, a intensa seca que atinge o estado prejudica o desenvolvimento das lavouras, e o uso da água tem se tornado cada vez mais restrito e controlado. As propriedades produzem toda ou grande parte da forragem utilizada na dieta dos animais, principalmente silagem de milho, silagem de trigo e feno de alfafa. Outros ingredientes utilizados são citros (laranja e limão), casca de amêndoas, milho floculado, polpa cítrica, entre outros. A qualidade do leite produzido, principalmente ao considerar

o tamanho dos rebanhos, é impressionante. A média anual da contagem de células somáticas está abaixo de 130 mil cél/ml, o que garante significativa bonificação pelos laticínios. O período de transição é considerado uma etapa crítica, e as fazendas dedicam muita atenção nesta fase. Dietas especiais, observação diária dos animais, acompanhamento de partos, entre outras medidas, garante uma rápida recuperação das vacas recém-paridas, com alta taxa de concepção e prenhez (taxa de prenhez média de 23%). Com até 1.000 nascimentos por mês, a taxa de mortalidade média das fazendas visitadas é de 1%, o que denota o extremo cuidado com a criação de bezerras.


Apesar das oscilações do mercado, com períodos do ano em que os custos de produção superam o preço recebido pela matéria-prima, as fazendas obtêm a rentabilidade esperada, fruto do planejamento de curto, médio e longo prazos realizado pelos gestores. Ao longo das gerações, essas fazendas têm buscado crescer cada vez mais, não apenas em número de vacas, mas principalmente em eficiência, através de equipes mais capacitadas, redução de custos e incremento da produtividade. E a seleção genética tem sido uma ferramenta fundamental na obtenção destes resultados, ao permitir que as

fazendas direcionem o rebanho para a meta desejada, através do plano genético. Quando os fatores externos são estabilizados, como a alimentação e condições ambientais, as diferenças são devidas ao melhoramento genético. E isso é possível ver e medir. Os lotes de desempenho apresentados em cada uma das fazendas visitadas mostrou filhas dos principais touros da bateria Alta Genetics, tanto touros provados como touros jovens (genômicos). A consistência da progênie destes animais ressalta a confiabilidade dos mesmos em relação ao melhoramento genético. Além dos animais, foram apresentados também os Programas desenvolvidos

pela empresa, os quais auxiliam e orientam os produtores nas melhores condutas para seu rebanho. Conhecimentos aplicáveis O principal intuito do tour foi mostrar aos participantes as estratégias utilizadas pelas fazendas para torná-las eficientes e rentáveis. E o mais importante, que absorvam as informações aplicáveis dentro das possibilidades e objetivos de seus sistemas de produção. Alguns dos participantes do evento deram suas opiniões sobre o que de mais interessante puderam ver e aprender durante as visitas:

Esta viagem foi uma oportunidade muito grande, não só por conhecer estes incríveis sistemas de produção, como também poder trocar experiências com os demais produtores brasileiros, de diferentes regiões. Sobre as fazendas visitadas, a sucessão familiar é algo que chama a atenção. O negócio é passado por gerações, muitas vezes com o pai ajudando os filhos a adquirirem novas terras, formando grandes centros de produção. Além disso, a mão de obra é capacitada e motivada, com equipes que realmente se dedicam a obter bons resultados. Com alimentação de qualidade e alto nível de seleção genética, alcançam produtividades espantosas, com rebanhos de estrutura excelente. Hermann Paulo Hoffmann, proprietário da Fazenda Santa Elizabeth, Descalvado/SP

O mais impressionante é o nível de comprometimento dos produtores com o seu negócio. São muito focados e direcionam os trabalhos, resolvendo efetivamente os problemas. No manejo reprodutivo, por exemplo, o foco dado nos últimos anos permitiu atingir taxas de prenhez de 23% ou mais, o que é altamente significativo para rebanhos da raça holandesa com produção acima de 40 litros/dia. Outra coisa é a gestão extremamente eficiente. As fazendas têm muitos dados e, mais importante que isso, elas usam todas essas informações para avaliar o negócio e realizar os planejamentos. Marco Antonio Pádua Carvalho, Médico Veterinário e Diretor da MCA Gestão Pecuária, Passos/MG

PECUÁRIA EM ALTA

29


EVENTOS

Além das visitas, a interação do grupo proporcionou grande troca de experiências e muitos momentos de descontração, fazendo deste tour

uma experiência muito proveitosa, tanto tecnicamente como também para novas parcerias e amizades. São oportunidades como essa que fortalecem

e estimulam os protagonistas dessa atividade tão importante, estimulando-os a investir e crescer, buscando eficiência e satisfação em seu negócio.

A próxima edição da revista Pecuária em Alta irá trazer, com detalhes, todos os processos e sistemas de produção das fazendas visitados.

Griffioen Dairy Número de Vacas: 6 mil Produção de Leite: Média de 11,850 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 23% Número de Funcionários: 32

Jongasma Family Farm Número de Vacas: 7.100 Produção de Leite: Média de 14,061 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 20% Número de Funcionários: 15

Medeiros & Son Dairy Número de Vacas: 2.450 Produção de Leite: Média de 11,702 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 22% Número de Funcionários: 27

Zonneveld Dairies Número de Vacas: 8.500 Produção de Leite: Média de 13,154 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 19% Número de Funcionários: 90 30

PECUÁRIA EM ALTA


Lone Oak Dairy #2 Número de Vacas: 3.400 Produção de Leite: Média de 13,589 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 23% Número de Funcionários: 28

Larry A. Shehadaey Dairy Número de Vacas: 8.800 Produção de Leite: Média de 12,473 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 24% Número de Funcionários: 105

Red Top Jerseys Número de Vacas: 5.700 Produção de Leite: Média de 10,500 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 25% Número de Funcionários: 41

Yosemite Jerseys Número de Vacas: 1.850 Produção de Leite: Média de 9,877 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 27% Número de Funcionários: 18

Hilmar Jerseys Número de Vacas: 6 mil Produção de Leite: Média de 13,380 kg em 305 dias Taxa de Prenhez: 22% Número de Funcionários: 85 PECUÁRIA EM ALTA

31


GESTÃO

GERENCIANDO A REPRODUÇÃO: FOCO NA TAXA DE PRENHEZ por ERNANE CAMPOS, MÉDICO VETERINÁRIO - EQUIPE REHAGRO Uma boa eficiência reprodutiva é primordial como componente de lucratividade nos sistemas de produção de leite. No início da lactação, as vacas produzem mais leite e com melhor conversão alimentar, reduzindo, portanto, o custo alimentar. Mas, afinal, como gerenciar a eficiência reprodutiva do rebanho? Um indicador ainda muito usado para monitorar a eficiência reprodutiva é o intervalo entre partos. Como o próprio nome diz, ele mede o intervalo entre dois partos consecutivos de uma mesma vaca, sendo que o ideal

32

PECUÁRIA EM ALTA

é ter esse indicador o mais próximo de 12 meses, ou seja, um parto por ano. Entretanto, este é um indicador com várias falhas e, portanto não deve ser usado como ferramenta gerencial para o monitoramento da eficiência reprodutiva. A principal falha é a demora na obtenção do número. Para que ele possa ser calculado, a vaca precisa ter parido novamente. Quando um problema é identificado através desse índice, significa que aconteceu há no mínimo 9 a 12 meses, ou seja, as ações para a correção do problema deveriam não

incluir as primíparas (vacas de primeira cria), pois elas ainda não pariram pela segunda vez, e nem as vacas que não emprenham ou que foram descartadas. A taxa de prenhez é um indicador mais eficiente como ferramenta gerencial de monitoramento da eficiência reprodutiva. Ele é obtida em um curto espaço de tempo e inclui todo o rebanho. A partir de desvios encontrados na análise desse indicador, ações corretivas podem ser implantadas rapidamente para evitar o pior: a falta de partos.Se esperarmos a maternidade ficar vazia, para só,


então, tomar alguma atitude, provavelmente será muito tarde. A taxa de prenhez é o percentual de vacas que ficam prenhes em relação ao número de vacas aptas, medido a cada período de 21 dias. Vacas aptas são aquelas que ainda não estão prenhes, mas que já passaram pelo período de espera voluntário (PEV), que é o tempo para a “recuperação” do sistema reprodutivo após o parto, geralmente entre 35 e 60 dias. Para alcançar uma boa taxa de prenhez é preciso que se tenha, por exemplo, 24% de vacas aptas ficando prenhes em um período de 21 dias. Para isso é preciso que haja um bom núme-

ro de fêmeas em cio, que elas sejam inseminadas e que a maioria fique prenhe. Assim, dois outros índices compõem a taxa de prenhez: a taxa de serviço ou taxa de inseminação, que mede a porcentagem de vacas que são inseminadas em relação ao número de vacas aptas em um período de 21 dias, e a taxa de concepção, que é a porcentagem de vacas que ficam prenhes em relação ao total de vacas inseminadas. Então, taxa de prenhez = taxa de serviço x taxa de concepção. A taxa de serviço é influenciada, basicamente, pela observação de cio e pelo percentual de vacas em anestro, ou seja, aquelas que não estão entrando

no cio. Já a taxa de concepção é influenciada pela fertilidade da vaca, qualidade do sêmen, pelo processo de inseminação, dentre outros fatores. Um erro muito comum é confundir a taxa de prenhez com o percentual de vacas que deram positivas no toque. É muito comum ouvir que “a taxa de prenhez lá em casa é mais de 70%”, sendo que, na verdade, não se trata da taxa de prenhez. Outras vezes, a taxa de prenhez é confundida com a taxa de concepção, que é muito importante, porém não diz tudo, pois uma boa taxa de concepção com uma taxa de serviço baixa resultam em baixa taxa prenhez. Veja o exemplo:

Com certeza, o IDEAGRI é a ferramenta que toda propriedade deveria possuir. O sistema nos permitiu identificar vários problemas que existiam na fazenda, principalmente na parte gerencial e reprodutiva. Os relatórios são fáceis de interpretar e os dados são precisos. Um grande diferencial do sistema é seu suporte técnico, com pessoas bem treinadas, educadas e sempre prontas para resolver qualquer dúvida e problema. Recomendo a todos.

Uma das melhores ferramentas para a gestão financeira e principalmente zootécnica disponíveis no mercado. Com os recursos e relatórios disponíveis, o IDEAGRI tem nos ajudado a guardar e gerar informações importantes nas tomadas de decisões do dia a dia da propriedade, tanto os envolvidos com as estratégias e a administração quanto os profissionais envolvidos com a fazenda, como veterinários e zootecnistas.

PAULO CERVIERI FAZENDA TRANSMONTANA PONTA PORÃ (MS)

RODRIGO COELHO DENIPOTE FAZENDA SÃO JOSÉ DO CAN CAN PASSOS (MG)

PECUÁRIA EM ALTA

33


GESTÃO

Fazenda 1 Fazenda 2

Comparando somente a taxa de concepção, a Fazenda 2 tem melhor desempenho reprodutivo. Mas, na verdade, como a Fazenda 2 tem uma taxa de serviço muito baixa, a Fazenda 1 consegue emprenhar suas vacas quase cinco vezes mais rápido do que a fazenda 2, mesmo tendo uma taxa de concepção mais baixa. A taxa de prenhez mede exatamente a velocidade com que as vacas estão ficando prenhes.

34

PECUÁRIA EM ALTA

Taxa de serviço

Taxa de concepção

Taxa de prenhez

70,0% 10,0%

35,0% 50,0%

24,5% 5,0%

Ao gerenciar a eficiência reprodutiva dos rebanhos através da taxa de prenhez, haverá plenas condições de identificar rapidamente falhas no processo, atuando de maneira precisa e eficiente. O sistema IDEAGRI Desktop disponibiliza um relatório específico para avaliar a “Taxa de prenhez”. Veja um exemplo da análise do índice no sistema (a análise foi feita considerando as vacas no período de 04/06/2014 a 31/12/2014):


PECUÁRIA EM ALTA

35


RAÇAS

CONHECIDA COMO ZEBU BRASILEIRO, RAÇA TABAPUÃ CRESCE A CADA DIA E MOSTRA SEU POTENCIAL PRODUTIVO A raça tabapuã teve seu início por volta de 1940, quando começaram a surgir trabalhos de pesquisas em cima do “gado mocho branco”, surgido nos campos do Brasil através dos cruzamentos entre as raças mocho nacional (muito semelhante à raça caracu), nelore e guzerá. Dentre os pioneiros desse trabalho estão o criador goiano Salviano Monteiro Guimarães e, posteriormente, seu neto Nelinho Guimarães, além de outro criador baiano, Deolisano Rodrigues de Sousa, conhecido como “Seu Dosinho”, proprietário da importante marca Pampulha. Mas foi na fazenda Água Milagrosa onde tudo começou, quando, em 1940, Alberto Ortenblad foi presenteado com um bezerro mocho branco, sem raça definida, possivelmente fruto do cruzamento entre nelore e guzerá. Com o passar dos anos, a ausência de chifre no animal foi chamando a atenção e o touro foi identificado com marcação a ferro com a letra e o número T-0. O touro impressionava pela carcaça bem conformada e revestida, aprumos corretos, boa 36

PECUÁRIA EM ALTA

pigmentação e ótima estrutura. T-0 foi acasalado com matrizes de chifre e desse acasalamento, foram gerados, na grande maioria, animais também sem chifres. A partir da terceira geração o acasalamento com animais de chifre deixou de ser realizado. No ano de 1968, foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Mocho Tabapuã, através da mobilização realizada por Alberto junto aos criadores da raça. Em 1970, o Conselho Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), aprovou o padrão racial do tabapuã, sendo o animal Baile de Tabapuã o primeiro a receber o registro definitivo da raça. Dez anos depois, a ABCZ fechava o livro genealógico da raça Tabapuã, que passou a ser reconhecida oficialmente como raça. Atualmente, a raça tabapuã vem mostrando os resultados da força e da luta de seus pioneiros, sendo a segunda raça zebuína em RGNs (Registro genealógico de nascimento) e a terceira em RGDs (Registro genealógico definitivo) dentro da ABCZ. Ao longo

dos anos, o número de pesquisas em busca da melhoria da raça só vem aumentando. Só no ano de 2013 foram realizadas 33 Provas de Ganho em Peso (a pasto ou confinamento) com mais de 1100 animais participantes. “A pecuária moderna exige animais que respondam bem ao sistema extensivo; identificar animais que ganham mais peso na criação a pasto e intensificar o uso de sua genética são de fundamental importância e a raça tabapuã investe em PGPs por todo o Brasil”, explica Rafael Oliveira, gerente de corte zebu da Alta. Há 20 anos, através do cruzamento de touros da raça em vacas nelore comerciais, o pecuarista Renato Fernandes conheceu o tabapuã. Começou então a selecionar a raça pura, em busca de produtividade, e hoje, com um trabalho criterioso, tornou-se referência quando o assunto é tabapuã. “A raça é extremamente funcional e produtiva, com excelentes características; isso foi o que mais me encantou. E também uma raça produtora de carne de muita qualidade e adap-


tada”, explica o proprietário da Fazenda 4 Irmãs. Os trabalhos de pesquisa sobre a raça não ficam apenas nas PGPs. Desde 2008 a Universidade Federal de Lavras (UFLA), sob o comando do professor Tarcísio de Moraes Gonçalves e a doutora Sarah Laguna, desenvolve pesquisas sobre várias características, incluindo abates técnicos comprovando as qualidades da raça tabapuã. A raça tabapuã está presente dentro dos principais programas de melhoramento genético, sendo eles: PMGZ/ABCZ e ANCP/ USP. O número de animais avaliados vem crescendo ano após ano nos dois sumários. No PMGZ, já são mais de 180 mil animais avaliados e a tendência genética das principais características em constante evolução

mostra o melhoramento e a consistência genética da raça. “A avaliação genética é o retrato de um rebanho e por esse motivo é de fundamental importância a utilização de programas de melhoramento para qualquer raça e rebanho, pois o uso intensificado de touros melhoradores agrega aos criatórios características que aumentam o desempenho do animal, como peso, precocidade sexual e rendimento de carcaça”, diz Rafael. O sucesso da raça tabapuã é comprovado pelos resultados crescentes de participação de animais em feiras agropecuárias, leilões com excelentes médias de preço e, também, na comercialização de sêmen em centrais. O crescimento da raça se deve ao desempenho que ela vem mostrando no campo. São animais

extremamente dóceis, rústicos, com ótimo rendimento e qualidade de carcaça, alta habilidade materna e boa estrutura. A Alta investe pesado no tabapuã, tendo 16 touros em lista constituída de touros provados e aprovados em produção e, também, touros jovens que já se destacam dentro da raça, indicados tanto para rebanho puro como para cruzamento. “Particularmente gosto muito da raça tabapuã. A alta habilidade materna nos traz fêmeas produtivas e ótimas mães. Os machos possuem ganho de peso extraordinário, bom acabamento e rendimento de carcaça. Outro ponto muito positivo da raça é quando a usamos em cruzamento, pois o bezerro nasce leve e com um ponderal fantástico, aproveitando a máxima heterose”, finaliza Rafael.

PECUÁRIA EM ALTA

37


LEITE

ALTA OFERECE PROGRAMAS E SERVIÇOS PARA A MELHORIA GENÉTICA DO REBANHO BRASILEIRO LUCRATIVIDADE MÁXIMA NO INVESTIMENTO EM GENÉTICA POR MEIO DE UM PACOTE TECNOLÓGICO COMPLETO AOS PRODUTORES DE CORTE E LEITE DE NOSSO PAÍS

Tanto na pecuária leiteira quanto no corte, a Alta está sempre em busca de opções que acelerem o progresso genético do rebanho brasileiro e, consequentemente aumentem a produtividade e a lucratividade de seus clientes, através da orientação técnica realizado por profissionais extremamente focados em obter os melhores resultados. “Há seis anos trabalhando na Alta, posso afirmar que um dos grandes diferenciais dessa empresa é, sem dúvida, a qualidade dos programas disponibilizados para nós, técnicos e representantes, para que possamos atender de forma diferenciada o nos38

PECUÁRIA EM ALTA

so cliente”, diz o técnico de Leite e Regional Patos de Minas, Rui Fernandes Teixeira Silva. Para quem trabalha com leite, várias opções são oferecidas em busca da melhoria da qualidade do leite, desde programas que buscam produção de sólidos, programas com 100% de acurácia nas provas medidas, identificação do real valor genético dos touros em menos tempo, além de avaliações de características específicas, focadas no plano genético de cada cliente. “Dentre os clientes com os quais trabalho e a realidade da nossa região, dois programas são essenciais; o CONCEPTPLUS

que identifica os touros de melhor fertilidade, podendo incrementar em média três pontos percentuais na taxa de concepção, auxiliando-nos na melhoria da reprodução e, consequentemente, no aumento da produção de leite das propriedades, e o programa Alta GPS que é muito completo e segundo o qual devemos seguir alguns passos para obter o melhor resultado”, explica Rui. A primeira coisa a ser feita é definirmos junto ao cliente os objetivos genéticos da fazenda (Plano Genético) depois, ranquearmos os touros e as fêmeas do rebanho de acordo com o Plano Genético que foi traçado. Logo após é feito o acasalamento do rebanho para obtermos a melhor combinação touro/vaca, com o intuito de maximizarmos o investimento, e, por fim, fazermos o reposicionamento do rebanho para que por meio de gráficos possamos confirmar se o caminho traçado realmente nos levará ao resultado esperado.


Agropecuária Riacho A Agropecuária Riacho de propriedade de Elísio Alves Cardoso, localizada em Coromandel (MG), iniciou sua atividade leiteira há oito anos e, atualmente, possui 300 vacas em lactação em sistema de Compost Barn. A produção diária é de nove mil litros diários. Desde o início da atividade, a fazenda conta com o acompanhamento da Alta. O gerente da fazenda Ermane Vaz de Oliveira, acredita que ter um plano genético bem definido e segui-lo até que seus objetivos sejam alcançados é a chave do sucesso, “Estou impressionado com o avanço genético que os animais tiveram nesse período. O apoio técnico e a parceria da Alta, com todos os programas que nos ofereceram, fizeram toda a diferença”, relata o gerente. Plano Genético Agropecuária Riacho PRODUÇÃO 20%

SAÚDE 40%

CONFORMAÇÃO 40%

Proteína (Lbs) 10%

Vida Produtiva 25%

Tipo 15%

Gordura (Lbs) 10%

Vida Produtiva 25%

Tipo 15%

Estou impressionado com o avanço genético que os animais tiveram nesse período. O apoio técnico e a parceria da Alta com todos os programas que nos ofereceram fizeram toda a diferença. ERNANE VAZ DE OLIVEIRA, GERENTE DA AGROPECUÁRIA RIACHO

PECUÁRIA EM ALTA

39


LEITE

Fazenda Onça Para que qualquer empresa possa obter lucros, é necessário que produza o suficiente para arcar com os custos e obtenha receitas para reinvestir na sua melhoria. Quando há falhas na administração do empreendimento ocorrem perdas e a consequente diminuição da produção. Na pecuária leiteira, que tem posição de destaque na economia brasileira, não é diferente; necessário estar atento às constantes mudanças. “A administração rural está em plena expansão, devido às tecnologias cada vez mais presentes no meio rural e ao surgimento e à contratação de técnicos es-

pecializados para cada área específica. É importante, também, acompanhar o desempenho das atividades, para assim ser capaz de decidir quais são os elementos chaves para implementar programas táticos mais eficazes e para que a empresa atinja suas metas estratégicas”, diz o proprietário da Fazenda Onça, José de Paula. É grande o capital imobilizado em estruturas e animais da pecuária leiteira, por isso é importante desenvolver habilidades no gerenciamento, manejo e melhoramento genético do seu rebanho para que a atividade possa se tornar rentável.

Há 18 anos, em parceria com a Alta, a Fazenda Onça, localizada em Patos de Minas (MG), realiza um trabalho em busca do melhoramento genético, norteando pela assessoria técnica prestada pelos técnicos da empresa com a prática do acasalamento criterioso, sempre buscando melhores resultados. “Com os resultados alcançados pela melhoria da genética do rebanho nos últimos anos, pude observar que contribuíram para o aumento da produção de leite. Hoje, conto com orgulho que a sua base genética veio toda da Alta”, finaliza José de Paula.

Plano Genético Fazenda Onça

40

PRODUÇÃO 20%

SAÚDE 50%

CONFORMAÇÃO 30%

Leite 20%

Vida Produtiva 30%

Úbere 20%

Fertilidade de filhas 20%

Pernas e pés 10%

PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

41


LEITE

LEITE BAIANO: PAI E FILHO DESAFIAM O CALOR NORDESTINO E APOSTAM NAS RAÇAS LEITEIRAS Mesmo atuando em diferentes áreas do comércio, a visão empreendedora falou mais alto para Roberto Antônio Guimarães Pereira, que encontrou, em 2004, uma excelente oportunidade de ingressar e investir no meio agropecuário. Começou adquirindo uma propriedade de mil hectares, localizada no oeste da Bahia, no município de Jaborandi, no encontro dos Rios Arrojado e Formoso, a 873 km de Salvador. Em seus primeiros anos, a propriedade era focada na pecuária de corte, mas, em meados de 2007, devido a uma grande seca na região, um vizinho estava se desfazendo de um pequeno rebanho leiteiro e Roberto decidiu investir. “Nessa época começamos a tirar leite e a atividade passou a ajudar nos custos da fazenda. Convidamos então o médico veterinário Valter Fernandes para fazer um diagnóstico reprodutivo e acasalamento dos nossos animais. Ao chegar à fazenda, ele nos mostrou o potencial que tínhamos para produzir leite. Com 42

PECUÁRIA EM ALTA

esse incentivo, passamos a visitar fazendas produtoras de leite para buscar conhecimento”, explica Fred Magalhães Pereira, proprietário da Líder Agropecuária. Atualmente, a administração da fazenda é familiar. Roberto e seu filho Fred estão envolvidos diariamente nas atividades. Juntos, enxergando o potencial para a produção leiteira, pai e filho decidiram adquirir animais com genética superior. Em 2010, já com o suporte técnico de grandes profissionais, compraram lotes de novilhas girolando, totalizando 260 animais, provenientes de grandes fazendas em Minas Gerais. “Ao longo dos anos, houve um amadurecimento das relações profissionais, levando-nos a maior objetividade, maior agilidade nas correções, maior experiência interna nossa e da fazenda, melhor e crescente abordagem de mercado e fortalecimento das parcerias comerciais”, explica Cassimiro Cesar de Castro, médico veterinário consultor da Equipe Applic. Em meados de 2010, produziram no primeiro mês 627

litros/dia com 60 vacas. Hoje, o plantel já conta com 658 fêmeas, sendo 205 vacas em produção, com a media diária de quatro mil litros em duas ordenhas. A perspectiva é chegar a cinco mil litros diários, com 250 vacas e três ordenhas até o final de 2015. A consultoria proporcionou à propriedade trabalhar em três diferentes fases. Na primeira etapa de trabalho, foi feito um estudo do projeto, construção das estruturas, aquisição do rebanho inicial e preparação para abrir a ordenha das primeiras vacas. “A partir do momento em que começamos a ordenhar, passamos para o que chamaria de segunda etapa, que foi montar e treinar a equipe nas operações básicas, dar o suporte gerencial básico. Nessa fase, levamos um colaborador de Minas para nos auxiliar na consolidação das operações de rotina e na qualificação das pessoas”, explica Cassimiro. Atualmente, o trabalho está na terceira etapa, que é a de expansão e seleção do plantel, ajustes e melhorias na produção de volumosos e manejo in-


tensivo da pastagem, além da ampliação dos horizontes de negócio da fazenda. “O potencial para a produção de leite na

nossa região é muito grande. A região é rica em água, rica em agricultura e, certamente, essa é uma grande oportunidade para

atingirmos números maiores na produção de leite e comercialização da melhor genética do girolando”, finaliza Fred.

Para os acasalamentos, considerando que a raça holandesa sempre agrega produção na construção do plano genético, o foco principal é a saúde, a vida produtiva do animal, acompanhada da conformação, já que o rebanho é girolando, “Isso quando selecionamos touros holandeses para acasalamento. Já no caso da escolha dos touros girolando, buscamos touros provados. A vaca vai até 3/4 e 7/8 em alguns casos; depois olhamos e avaliamos. Se elas tive-

rem condição de ser acasaladas com girolando, utilizamos esses touros; do contrário, acasalamos com holandês”, explica o técnico de Leite da Alta, Tiago Ferreira.

Reprodução A fazenda trabalha com seriedade para o crescimento do rebanho, utilizando a inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Desde 2012, em parceria com a Alta, através da regional Barreiras (BA) com o responsável João Daniel e, também, o técnico de Leite Tiago Moraes Ferreira, foi traçado um plano genético, em que todos os animais da propriedade são acasalados através do Alta GPS, um programa exclusivo da Alta para o acasalamento corretivo para vacas de leite.

Bezerreiro

Pivô

As bezerras são criadas no sistema de bezerreiro coletivo após 24 horas do seu nascimento. Nos primeiros dias, é fornecido o colostro e nos próximos 90 dias, leite de descarte ou em pó, duas vezes ao dia. Quando desmamadas, são transferidas para piquetes rotacionados, irrigados, com grama tifton, e alimentadas com ração balanceada. “É muito importante cuidar de nossas bezerras nos seus primeiros meses de vida, pois elas são o futuro dos nossos negócios”, alerta Fred.

A fazenda possui 80 hectares irrigados com pivô central, sendo 60 deles voltados para a agricultura e 20 destinados ao pastejo rotacionado, para alimentação dos animais. Além disso, é feita uma complementação da dieta com silagem de milho, farelo de soja, farelo de milho, caroço de algodão e um mix de sais. Servimos essa dieta nos cochos com um vagão totalmix autocarregável, em galpões com dois tratos/dia em diferentes quantidades de volumoso mais concentrados, de acordo com cada lote de produção e períodos do ano.

PECUÁRIA EM ALTA

43


LEITE

Touros utilizados

Estresse térmico Impacto FIV da Prata JAC 5/8 Clinita Zack Frederick-ET x Harmonia Terra Vermelha 1/4

A propriedade tem atenção dobrada para o estresse térmico dos animais, já que fica em uma região muito quente, causando desconforto e fazendo com que as vacas produzam menos.Assim, estão sempre buscando alternativas de sombreamento, com plantio de árvores, cobertura com sombrite e resfriamento com água.

Atual Wildman Thor TE 3/4 Ladys-Manor Wildman- ET x Estrela Tricordiana

Ordenha

AltaCOMET Sully AltaMETEOR-ET TV TL x Rosylane-LLC Ramos 44

PECUÁRIA EM ALTA

O sistema da ordenha é espinha de peixe canalizada, composta de 14 conjuntos com balanças e extratores automáticos. O leite é armazenado em tanques resfriadores e o laticínio coleta a cada dois dias.


PECUÁRIA EM ALTA

45


ARTIGO

IMPORTÂNCIA DO USO DE TOUROS PROVADOS NO GIROLANDO por TIAGO FERREIRA, CONSULTOR TÉCNICO DE LEITE A raça girolando é a principal raça de produção de leite do Brasil. Segundo a associação, cerca de 80% do leite produzido no país provém de animais girolando. No ano de 2014, comercializou 547.155 doses de sêmen, o que reforça a posição de destaque no cenário nacional e mostra que os números estão em constante evolução. A produção de leite das

primíparas, por exemplo, saltou de 3.657 kg em 305 dias no ano para 4.534 kg em pouco mais de 10 anos, dados expressivos que valorizam a raça. Sentindo a necessidade de apresentar números cada vez mais exatos e avaliar o rebanho nacional, a Associação Brasileira dos Criadores da Raça Girolando e a Embrapa Gado de Leite criaram o

Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando (PMGG). No ano 1997, começou a ser realizado o teste de progênie. Desde então, programas como controle leiteiro oficial, serviço de registro genealógico e o próprio teste de progênie (pré-seleção dos animais para ingressar no teste) ganharam cada vez mais importância dentro da associação.

dias. Além, disso a mãe do reprodutor precisa ter obrigatoriamente avaliação genética positiva para produção de leite, realizada pela Embrapa Gado de Leite. Quando o touro ingressa na pré-seleção, passa por diversas avaliações, como: peso e escore corporal, andrológica e classificação andrológica por pontos, congelamento e descongelamento do sêmen, teste de libido e capacidade de serviço, avaliação morfológica de tipo para características funcionais e, por final, a avalição do temperamento do touro. Os touros são classificados pelo Índice Final de classificação de Touros (IFTC), que faz um ranking dos touros. O IFTC tem 60% do peso

na classificação andrológica por pontos, 30% na avaliação morfológica de tipo funcional e 10% na avaliação de temperamento. São aprovados os touros com pontuação final igual ou superior a 50 pontos no IFCT. Todas essas exigências reforçam a qualidade dos touros que ingressam no teste de progênie e num futuro próximo ainda poderão contar com o genoma para aumentar a acurácia das informações. O raçador, nos próximos sete anos, espera as filhas ser avaliadas na primeira lactação e junto a outros fatores, como a matriz de parentesco, vão formar o resultado da sua prova.

Teste de Progênie Um touro para ingressar no teste de progênie da raça hoje precisa passar pela pré-seleção de touros, que teve início em 2013 e este ano já caminha para a terceira prova. Os pré-requisitos para participar da pré-seleção são: estar inscrito no serviço de registro genealógico da raça girolando (SRGRG), com composição racial 5/8 holandês + 3/8 gir, ¾ holandês + ¼ gir ou puro sintético da raça girolando (PS). As matrizes, mães dos reprodutores inscritos, ter lactações mínimas exigidas pelo programa. Para as vacas 1/4, 5.000 kg de leite e as demais mães 7.500 kg de leite, padronizadas até 365

46

PECUÁRIA EM ALTA


Importância do touro provado O produtor que optar por usar o touro girolando, primeiramente, precisa de uma orientação técnica, através de um profissional gabaritado, para que juntos possam ter uma definição clara do tipo de vaca e do sistema de produção desejado no futuro. Junto a isso, as informações coletadas no teste e no programa de melhoramento da raça só aumentam a certeza dos bons resultados. O criador que necessita de flexibilidade no sistema de produção de leite com expectativa média de produção por vaca de 6.500 kg de leite anual, por exemplo, sem dúvida tem o sêmen de touro girolando como uma grande opção. Ao comprar uma paleta de sêmen de touro girolando provado, o produtor está levando para suas vacas cromossomos testados e provados para a produção de leite e sólidos.

A Alta possui a mais completa bateria girolando do mercado; 60% dos touros provados estão na bateria, o que comprova a liderança de mercado e a segurança para o rebanho brasileiro.

Touros provados

Impacto FIV da Prata JAC 5/8 Clinita Zack Frederick-ET x Harmonia Terra Vermelha 1/4

Jacuba Titânio Benfeitor Celsius 5/8 528 Etazon Celsius-ET GM x Jacuba I Novena I 1/4

Diamante Billy da Cacá 3/4 110 Billy Fancy Paul Y 3/4 x Lira Boagy da Cacá

PECUÁRIA EM ALTA

47


CASOS DE SUCESSO

GENÉTICA DE SUCESSO Produtores acreditam que a genética fez diferença; inovação é a palavra do milênio. No dicionário, o verbo “inovar”

significa realizar algo novo, que nunca havia sido feito antes, ou seja, produzir novidades. Os clientes da Alta desta-

cados nesta matéria inovaram, buscaram algo a mais e estão fazendo diferente na história da pecuária brasileira.

Agropecuária Adam A Agropecuária Adam, localizada na cidade de Santa Rosa (RS), produz atualmente três mil litros de leite por dia, com a média de 32 litros/dia por vaca. A propriedade é do Sr. Arcildo Adam e sua esposa, Iloni Ilga Adam. A administração é realizada pelo filho Elias Jair Adam. A mão de obra é basicamente familiar, com o auxílio de um diarista. Em 2010, produziam com 50 vacas em um sistema de confinamento a céu aberto, o que devido ao tipo de solo da região, acumulava muito barro nos piquetes e, com isso, havia muitos casos de mastite, CCS e CBT muito elevadas, além de alto descarte de animais.

A Alta é parceira da família Adam desde 2002, mas desde 2006 a assistência técnica passou a ser realizada por Valério Avellar, responsável pela Regional da empresa em Santa Rosa. Em 2010, em conversa com a família, traçaram um novo objetivo: chegar a 200 vacas em ordenha. Mas, para que isso fosse possível, com qualidade de leite, conforto e bem-estar animal, foi recomendada a construção de um galpão Free Stall, com capacidade para 120 vacas alojadas. Já no ano de 2013, chegaram a produzir mais de 3.500 litros/dia. O número de casos de mastite, além da CBT e da CCS, foi reduzido

para níveis muito bons, chegando a menos de 200.000 de CCS e em torno de 7.000 de CBT. A propriedade utiliza sêmen sexado nas novilhas até o terceiro serviço, o que foi essencial para dobrar o plantel de vacas em ordenha. Os touros utilizados são todos genômicos e o plano genético é focado em produção e saúde. A taxa de concepção média do ano de 2014 foi de 35% e com a taxa de prenhez de 21%. Na propriedade também se utiliza o programa IDEAGRI, que tem sido muito importante para a gestão zootécnica, pois ajuda na visualização e interpretação dos dados da fazenda.

Sobre a Regional A Regional Santa Rosa iniciou seus trabalhos em parceria com a Alta em outubro de 2002 e tem em seu portfólio de clientes as principais cooperativas e produtores da região. A equipe da regional conta hoje com 20 colaboradores, que oferecem a melhor genética, além do trabalho de assessoria técnica a fazendas e entrega de nitrogênio. Fale com a Regional: (55) 9543-1071 Elias Jair Adam, administrador da Agropecuária Adam

48

PECUÁRIA EM ALTA


Fazenda Santa Maria: Leite Marvin Logo quando assumiu a fazenda Santa Maria, Marcus Vinicius Borges de Carvalho tinha a incumbência de vender as vacas e fechá-la. Em uma fase de aprendizado, recém-chegado de Santos (SP) e com formação em Administração, Marcus Vinicius mudou de ideia e decidiu reestruturar o projeto que, além da produção de leite, contemplava a produção de leite tipo A. O momento foi de aprofundamento da confiança entre a fazenda, a Regional Juiz de Fora (MG) e a Alta, quando surgiram necessidades de se buscarem soluções não apenas relacionadas à genética do rebanho, mas a todos os setores do projeto. A participação em cursos subsidiados pela Alta fez uma diferença na maneira como se passou a ver e vivenciar o negócio. As definições das necessidades e dos objetivos são feitas junto com a fazenda e a definição dos produtos são atribuições da Alta, através da presença periódica do Ricardo Bertola e de visitas eventuais de outros técnicos, como Rodrigo Longo. A propriedade tem hoje 180

Marcus Vinicius B. Carvalho, proprietário da Fazenda Santa Maria e Ricardo Bertola, Regional Juiz de Fora (MG)

vacas em lactação, produzindo 6.000 litros de leite por dia. Para o futuro ele espera que sejam colhidos resultados decorrentes da parceria na melhora dos índices reprodutivos e conformação dos animais, sem que a conquista dos níveis de pro-

dução sejam relativizados. Dentro da parceria, ele deseja que a busca por soluções relativas à reprodução, à saúde, ao conforto e efluentes seja ainda mais constantes pois entende que esses são os maiores desafios da fazenda para os próximos anos.

Sobre a Regional A Regional Juiz de Fora (MG) comandada pelo médico veterinário Sérgio Barone é parceira da Alta desde o ano de 2004 e, desde então, trabalha focada no pecuarista que busca eficiência em seu rebanho, levando a ele soluções seja qual for a sua necessidade. Fale com a Regional: (55) 3543-1071

PECUÁRIA EM ALTA

49


CASOS DE SUCESSO

Fazenda Rio Preto Localizada na cidade de Canabrava, no Mato Grosso, a Fazenda Rio Preto, administrada pelo pecuarista Romão Ribeiro Flor, é hoje responsável pela cria dos animais meio-sangue angus, que são terminados no confinamento da Fazenda Califórnia, localizada em Goiânia (GO). Romão nasceu em Minas Gerais e, nos anos 70, juntamente com o irmão já falecido, Sebastião Ribeiro Flor, arrendou algumas áreas para o cultivo de lavouras de feijão e milho, em Goiás. Mas, nos anos 80, consolidaram-se na pecuária e começaram a expandir para o Mato Grosso. Desde o ano 2000 as fazendas são parceiras da Alta, através da Regional Goiânia (Cria Fértil), que tem como coordenador do projeto das fazendas, Ricardo Passos; como técnico responsável, Cleverson Machado, e veterinário, Gabriel Cunha. Além do fornecimento de genética e assessoria nos

Ricardo Passos, Regional Goiânia; Romão Ribeiro Flor, administrador da fazenda Rio Preto e Cleverson Machado, Regional Goiânia

acasalamentos, a Regional faz todo o trabalho de IATF na Fazenda Rio Preto, há sete anos. Para a IATF são utilizados apenas touros líderes em fertilidade e as características mais importantes na seleção dos reprodutores são: velocidade de crescimento, qualidade de carne e custo de produção de arroba em confinamento. Em 2015, a fazenda vai des-

mamar mais de 17 mil bezerros meio-sangue angus. A taxa média de concepção na IATF este ano, na primeira ressincronização, foi de 55% e a taxa de prenhez geral da estação passada foi de 81,9%. Todo o excelente trabalho realizado pela fazenda na gestão de Romão Flor rendeu para ele, em 2014, o prêmio BeefPoint, como o melhor produtor de bezerros do Brasil.

Sobre a Regional Atuando no centro norte do estado de Goiás e Vale do Araguaia, a Regional Goiânia (Cria Fértil) é parceria da Alta há 15 anos. A equipe conta hoje com mais de 50 profissionais especializados em reprodução e é a empresa que mais insemina no Brasil, já são mais de 700 mil vacas. No grupo Gerar, da empresa Zoetis, os clientes da Regional produziram 7,6% de bezerros na IATF, um índice bastante significativo. Fale com a Regional: (62) 3233-3002

50

PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

51


CASOS DE SUCESSO

Fazendas Alvorada, Bela Vista e Planalto A oportunidade do investimento em algumas propriedades em Carlos Chagas (MG) trouxe a engenheira florestal Larissa Bitti Vescovi para a pecuária. Na época, em 2011, o objetivo era diversificar as atividades da família, que tem um longo histórico de investimento em silvicultura nos estados da Bahia e do Espírito Santo. Com a aquisição das propriedades, o desafio inicial para a pecuária era o de ajustar a mão de obra e parte estrutural como cercas, pastagem, currais que ainda são muito simples, quando comparados aos saltos em produção. O rebanho total foi adquirido com a área das propriedades e tinha características muito heterogêneas, sem critérios de seleção, sem projeto racial e com apenas

O projeto:

• Estabilizar o número de matrizes em 1.500; • Base genética - tabapuã; • Ciclo completo; • Enfoque da produção: Gado de corte e F1 com base holandês; • Mercado alvo das F1: Grandes Bacias Leiteiras compostas pelo nordeste de Minas, sul da Bahia e norte do Espírito Santo.

Desafios

• Consolidar a genética da fazenda no mercado; • Desenvolver um projeto de leite.

uma parcela do gado oriunda de inseminação artificial. No primeiro ano foram apenas 370 nascimentos em 1.500 matrizes, o que mostrava ineficiência da reprodução das fazendas. Após quatro anos de trabalho e boas parcerias, os índices reprodutivos e a sanidade do rebanho deram um salto. Hoje, já atingiram a produção de 990 bezerros com 1.300 matrizes, e o objetivo é ampliar esse número. A Alta foi a primeira grande parceira da fazenda, iniciando de forma tímida, com apenas 480 inseminações no ano. Com as

definições dos objetivos gerais da fazenda, ficou clara a necessidade de um projeto racial. A visita de Marcos Labury, técnico de corte da Alta, e a equipe regional ofereceram embasamento técnico em todo o projeto, que, no primeiro momento, tinha o objetivo de guinar a produção de bezerros na fazenda. A Alta esteve presente com a seleção dos touros nelore. Numa segunda percepção do mercado regional, a Alta também foi parceira, direcionando a produção para base tabapuã e traçando o projeto genético definitivo da fazenda.

Sobre a Regional A Regional Teófilo Otoni está localizada nos municípios do Vale do Mucuri e Jequitinhonha. Possui uma equipe de vendas com 15 profissionais, entre veterinários, zootecnistas e agrônomos. A Regional iniciou seus trabalhos em setembro de 2007 e atualmente tem um atendimento de 65% de leite e 35% de corte. Fale com a Regional: (33) 3521-6239 Walter Laender, Regional Teófilo Otoni e Larissa Bitti Vescovi, proprietária das fazendas Alvorada, Bela Vista e Planalto

52

PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

53


ENTREVISTA

DESAFIOS DA PECUÁRIA Luiz Cláudio Paranhos, zootecnista, com MBA em Gestão no Agronegócio, é diretor da Japaranduba Fazendas Reunidas, com propriedades em Uberaba (MG) e Muquém do São Francisco (BA), onde se dedica à seleção das raças nelore, nelore mocho e brahman. Desde 2004, participa da diretoria da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) e, em 2013, assumiu a presidência da entidade. Atualmente, a ABCZ representa cerca de 20 mil associados (no Brasil e no exterior) dentro das seis categorias que possui. Do início da sua vida profissional até hoje, como zootecnista e pecuarista, quais as principais mudanças que notou na pecuária brasileira? São várias as mudanças pelas quais a pecuária brasileira passou nos últimos 25 anos, desde as novas estratégias no controle sanitário, passando pelo manejo racional, pela nutrição e até mesmo pela maior utilização de biotecnologias. De um modelo predominantemente extensivo, um tanto quanto extrativista e muito vinculado à especulação imobiliária, evoluímos para uma das melhores pecuárias do mundo; moderna, competitiva e sustentável. Obviamente, ainda existem muitas propriedades rurais que permanecem trabalhando nos moldes antigos, mas são projetos de vida curta. A competitividade atual do agronegócio brasileiro não permite baixa produtividade 54

PECUÁRIA EM ALTA

em nenhuma atividade, muito menos na pecuária, que é responsável por grandes extensões de terras. Temos o segundo maior rebanho do mundo e lideramos as exportações de carne. No leite já produzimos mais de 35 bilhões de litros por ano, colocando nosso país entre os líderes mundiais.

A ABCZ sente muito orgulhosa em poder ter a Alta como parceira nos mais importantes programas de apoio à produção pecuária brasileira, como o PMGZ, que inclui as ações do PNAT e da Expogenética. Como presidente da ABCZ, quais os desafios a serem enfrentados em 2015, falando agora da pecuária comercial? Considero nosso maior desafio a busca permanente pelo aumento da produtividade. Evoluímos bastante nas últimas décadas, mas ainda podemos avançar muito. Temos genética e conhecimento técnico para isso, mas talvez esteja nos faltando levar essas ferramentas para quem mais precisa, os pequenos e médios produtores. A ABCZ faz a sua parte investindo em progra-

mas como o Pró-Genética, que procura oferecer touros geneticamente superiores a produtores que ainda não os utilizam. Também investimos bastante em cursos, treinamentos, disseminação de conhecimento, fundamental para utilização das melhores ferramentas. A preocupação da ABCZ com a produtividade fez com que esse fosse o tema escolhido para a 81ª ExpoZebu, que ocorrerá entre os dias 3 e 10 de maio, em Uberaba (MG). A ideia é ressaltar a importância da produtividade na pecuária, mostrando como a ExpoZebu contribuiu e ainda contribui para que o setor continue avançando. Mesmo com os avanços trazidos pelos programas de melhoramento genético, especialmente o PMGZ, a avaliação visual manteve-se como instrumento primordial de identificação das matrizes e dos reprodutores utilizados como referência para o trabalho a campo. Podemos afirmar que a avaliação visual foi se aprimorando ao longo dos tempos e a ExpoZebu foi fundamental nesse processo. Indo além do trabalho de seleção, é durante a ExpoZebu que as empresas se reúnem para mostrar ao mercado as novidades e o que há de mais moderno no em genética bovina para viabilizar o aumento da produtividade no campo. Mais recentemente, com a realização da ExpoZebu Dinâmica, a ABCZ conseguiu agregar à Feira ExpoZebu a apresentação de outras tecnologias de produção que beneficiam diretamen-


te a produtividade da pecuária, como é o caso, da metodologia de Integração Lavoura Pecuária-Floresta (ILPF). Atualmente, pouco mais de 10% das matrizes em idade reprodutiva no Brasil são inseminadas. Esse número vem crescendo, mas, ainda está longe de ser o ideal para um mercado tão promissor quanto o Brasil. Quais são os projetos da ABCZ para incentivar esse pecuarista a se modernizar e a buscar ferramentas, como a inseminação artificial, que de fato promovem um salto genético no rebanho brasileiro? Ações como dias de campo, palestras, congressos e

workshop podem ajudar bastante na disseminação do conhecimento. Conhecendo a técnica e seus custos, aumenta muito a possibilidade de o produtor incorporar a IA ao seu sistema de produção. Além disso, precisamos trabalhar sempre na identificação e certificação dos melhores animais a serem disponibilizados para ter seu sêmen comercializado. A confiança do mercado é fundamental para manter e avançar nos índices de IA. A ABCZ já desenvolveu diversos projetos em parceria com a Alta, dentre eles o PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens), Expogenética, PMGZ, entre outros. No PNAT, por exem-

plo, somos a central que mais contrata touros avaliados pelo programa. Qual o impacto para o pecuarista que utiliza o sêmen desses touros jovens selecionados pelo PNAT e distribuídos pela central? O PNAT vem se mostrando como uma das melhores e mais confiáveis ferramentas de seleção de novos valores na pecuária zebuína brasileira. E, sem dúvida, a mais democrática. Todo criador que participe do PMGZ em qualquer lugar do país pode ter um animal selecionado. Através de uma criteriosa seleção genética e após aprovação em diversas instâncias (Registro da ABCZ, avaliação genética do PMGZ, seleção dos criadores, escolha dos técnicos de campo da ABCZ e aval das centrais) os animais entram na fase do programa de coleta e distribuição de sêmen. Nesta fase a ação das centrais de coleta e distribuição de sêmen é extremamente importante e a Alta tem se destacado como uma das principais parceiras do programa. Milhares de doses de sêmen já foram distribuídas pra rebanhos colaboradores em todo o país, e de forma gratuita. Sêmen de qualidade, sem custo, que vem contribuindo para melhora da qualidade da produção pecuária nacional. Cada vez mais os líderes de vendas na central são animais que possuem boas avaliações genéticas em sumários, como o do PMGZ. O que isso representa na prática no final da cadeia? A avaliação genética vem evoluindo muito ao longo do tempo,

PECUÁRIA EM ALTA

55


ENTREVISTA

ficando mais confiável e cada vez mais sendo usada como critério decisivo na escolha dos reprodutores. Uma ferramenta que auxilia bastante o produtor na hora de escolher os animais a serem utilizados. Na prática, esse movimento de utilização dos animais melhores avaliados repercute diretamente na pecuária comercial, melhorando com mais rapidez os índices de fertilidade, habilidade maternal e ganho em peso. Por outro lado, diminui bastante a chance de se utilizar em animais negativos para essas características. O que a ABCZ espera de uma central de inseminação artificial? A ABCZ enxerga as centrais como um dos elos mais importantes e estratégicos do sistema produtivo da pecuária nacional. O ritmo da evolução genética no país depende da distribuição do melhor material genético disponível e é exatamente aí que atuam a central e seus técnicos. O grande desafio é identificar aqueles animais de maior potencial

comercial, mas que possuam boa avaliação genética e boa caracterização racial. O senhor acredita que o nível de gestão das propriedades no Brasil está em crescimento? Qual o papel desempenhado pela ABCZ nesse sentido? Acredito que a evolução que ocorreu no campo nas últimas décadas se deve à melhora do nível de gestão da propriedade rural, que aconteceu primeiro com os projetos de agricultura e vem sendo acompanhada agora pelos projetos de pecuária. Não há como sobreviver em um ambiente cada vez mais competitivo se não for com boa gestão e com incorporação de novas tecnologias. A ABCZ, preocupada com a formação de mão de obra qualificada para melhor gestão das propriedades rurais, criou há 40 anos a FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba). Esse ano conseguimos a colaboração de um grupo altamente qualificado de profissionais ligados à

educação e estamos propondo uma série de ajustes acadêmicos e administrativos na FAZU, sempre visando a ter uma grande escola capaz de formar excelentes gestores de projetos na área das ciências agrárias, mas também capaz de formar lideranças que trabalhem com agronegócio. Produzir mais proteína sem aumentar o espaço trabalhado. Seria esse o grande desafio da pecuária brasileira? Não só da pecuária brasileira, mas da pecuária mundial. O mundo clama por sustentabilidade e por preservação do meio ambiente. Aqui temos a maior capacidade de o aumento de produção apenas com aumento da produtividade. Essa é a oportunidade. Em 2014 a Alta bateu mais um recorde para a pecuária brasileira; foi a primeira empresa de inseminação artificial a comercializar quatro milhões de doses em apenas um ano. O que isso representa para o nosso mercado? A Alta é exemplo de empresa bem gerida, com muita eficiência e competência. Mas acredito que só conseguiu comercializar essa quantidade extraordinária de sêmen porque contratou bons touros. O mercado está cada vez mais exigente e responde positivamente à qualidade oferecida. A ABCZ sente -se muito orgulhosa em poder ter a Alta Genetics como parceira nos mais importantes programas de apoio à produção pecuária brasileira, como o PMGZ, que inclui as ações do PNAT e da Expogenética.

56

PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

57


58

PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

59


60

PECUÁRIA EM ALTA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.