PECUÁRIA EM ALTA
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PALAVRA DO DIRETOR
Caro leitor, É muito gratificante iniciar um novo projeto e comprovar como ele está sendo bem sucedido. Essa é a minha percepção ao escrever para vocês na segunda edição da nossa Revista Pecuária em Alta, um projeto que começou na televisão, se consolidou e agora se estende para uma versão impressa, rica em conteúdo e disponível ao leitor em casa a qualquer momento. A missão da Alta visa entregar resultados, fazemos isso ao levar uma genética com fertilidade garantida ao mercado e conhecimento aos nossos clientes. Sabemos que a genética sozinha não faz milagres, ela precisa de manejo, alimentação, gestão e vários outros fatores que vão fazer com que os animais expressem ainda mais a genética que carregam. Temos mais de 700 técnicos espalhados pelo Brasil trazendo pra nós todos os dias a realidade e as dificuldades que vocês enfrentam no dia a dia. É assim que pautamos o nosso trabalho, buscando respostas e soluções para os questionamentos de vocês, tenho certeza que a leitura da revista irá agregar muito conhecimento para todos, pois são assuntos pertinentes que agregam valor a nossa pecuária. Como estamos em clima de exposição, com a Megaleite 2015, abordaremos muitas questões relacionadas ao leite, um mercado desafiador, mas com muitas oportunidades disponíveis aos pecuaristas que buscam inovações, investem em tecnologia, gestão e encaram as dificuldades confiantes e otimistas. Nesta edição, fomos até os EUA, no estado da Califórnia visitar grandes produtores de leite para trazer a vocês a receita do sucesso americano. Vamos abordar também a importância da gestão na pecuária. Em todas as nossas edições esse será um tema bastante discutido, a fim de mostrar aos nossos homens do campo como uma fazenda bem gerida pode trazer mais produtividade e por consequência, maiores lucros na atividade. Pois, quem não investir em gestão não terá sustentabilidade para continuar no mercado. Boa leitura!
Heverardo Carvalho Diretor
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ÍNDICE EXPEDIENTE
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Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) renata.paiva@altagenetics.com
Fotos Francisco Martins fjunior@altagenetics.com Marketing/Comercial pecuariaemalta@altagenetics.com.br
ESPECIAL 23º GRUPO DO SUMÁRIO GIR LEITEIRO É DIVULGADO Caminho certo: destaque no Sumário ABCGIL / EMBRAPA, Alta comprova o sucesso
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ALTA NEWS
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CORTE
Colaboradores desta edição Guilherme Marquez, Miguel Abdala, Heloise Duarte, Edmundo Vilela, Marlizi Moruzzi, Tiago Ferreira, Márcio Delfino, Eduardo Diniz, Renan Junqueira Meireles, José Joaquim Sacramento, Paulo Siqueira, Ricardo Bertola, Larissa Vieira, Rodrigo Longo e Fábio Fogaça Diagramação e arte Ana Paula Alves paula.alves@altagenetics.com
ALTA SE DESTACA NA 81ª EXPOZEBU ExpoZebu 2015: Alta comemora bons resultados e novas contratações
Diretor Heverardo Resende de Carvalho Gerente de Mercado Tiago Carrara tcarrara@altagenetics.com
ESPECIAL
Alta concorre ao troféu Agroleite, 1º encontro Alta de IATF, Central recebe grupo de jornalistas da América do Sul, Gerente de leite participa do 1º congresso de leite do Panamá, Fazenda Colorado realiza seu primeiro leilão e Técnico de corte recebe homenagem, fique por dentro das realizações da Alta
CONCEPTO, UM NOVO CONCEITO EM IATF Análise precisa e rapidez são os atributos do novo software de gestão, Concepto. Lançado no último mês durante evento de IATF
Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação indiaraassessoria@gmail.com Impressão Gráfica 3Pinti atendimento@grafica3pinti.com.br Tiragem 5 mil exemplares
Erramos! Errata da 1ª Edicação Revista Pecuária em Alta Página 8 – Legenda foto Claudio Paranhos, presidente da ABCZ Página 49 – Legenda foto Sérgio Barone, regional Juiz de Fora Página 50 – Legenda foto Romão Ribeiro Flor, proprietário da Fazenda Rio Preto Páginda 18 – A média de venda dos animais no leilão tem girado em torno de R$ 7.800
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GIRO PELO CAMPO Filhos e filhas dos touros Alta: qualidade comprovada em todo o Brasil
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LEITE NACIONAL A EFICIÊNCIA DOS GRUPOS DE APARTAÇÃO
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Identificar cada animal e agrupá-los de acordo com seu perfil tem sido uma excelente ferramenta para aumentar a eficiência e a produtividade do rebanho
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GIGANTES DO LEITE Alta Advantage Showcase: uma visita aos grandes produtores de leite americanos. Empresas familiares com até 8.500 vacas em ordenha, produzindo acima de 13.000 quilos por lactação. Sistemas produtivos extremamente eficientes, com equipes treinadas e índices excelentes
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GIROLANDO: A RAÇA MAIS PRODUTIVA E ADAPTADA PARA A PRODUÇÃO DE LEITE NOS TRÓPICOS Conheça a história desta raça que desde o seu surgimento tem sua produção e vendas crescentes. Muito adaptada ao clima tropical brasileiro, a raça cumpre bem o desafio de produção de leite a pasto e apresenta grande evolução e adaptabilidade.
48 CAPA
RAÇA
CASOS DE SUCESSO Agropastoril Jóia Rancho: investimentos em genética fazem a diferença Fazenda Papa Terra: produção de leite sustentável no Nordeste Fazenda Santo Ângelo: gestão tem foco no melhoramento genético Sítio Bola Preta: a evolução em busca de conformação e de saúde
ARTIGO GERENCIANDO ÍNDICES: FOCO NOS RESULTADOS A importância dos números para a geração de resultados
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EVENTOS BRASIL BEEF SHOWCASE 2015 Viaje conosco pelas principais cabañas fornecedoras de genética do Rio Grande do Sul
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ENTREVISTA OS DESAFIOS À FRENTE DA GIROLANDO Jônadan Ma: presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando abre o jogo sobre os desafios da entidade e sobre novos projetos
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ESPECIAL
ALTA SE DESTACA NA 81ª EXPOZEBU PRINCIPAL MOSTRA ZEBUÍNA DO PAÍS MOSTRA SUA IMPORTÂNCIA PARA O MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL Em sua 81ª edição, a ExpoZebu faturou mais de R$45 milhões em 34 leilões realizados. O montante é 3% maior do que o último ano. Com um público de quase 200 mil visitantes, a feira mostrou a sua importância não só no mercado
nacional. Em pista, 1.825 animais de nove raças zebuínas de corte e de leite participaram dos julgamentos apresentando ao mercado seus principais exemplares. Passaram por Uberaba (MG) visitantes de 23 diferentes paí-
ses. Além das atrações no Parque Fernando Costa, a ExpoZebu Dinâmica, montada em uma chácara próxima à cidade, reuniu mais de 35 empresas, que apresentaram seus produtos com demonstrações práticas.
Brado Santa Marina Com apenas quatro animais inscritos na feira, o touro Brado Santa Marina teve dois de seus filhos entre os finalistas concorrendo ao grande campeonato da raça. Brado também é destaque nos sumários PMGZ/ABCZ e Embrapa/ Geneplus, onde suas DEPs vêm melhorando com a entrada dos pesos de seus filhos.
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Nelore Sempre uma atração à parte na feira, a raça Nelore somou 795 animais inscritos. Progênies de 27 touros da bateria Alta estiveram em pista. Na competição entre machos, 75% dos animais eram filhos de touros Alta, e entre as fêmeas, esse número subiu para 80%. Os que mais tiveram filhos premiados foram Basco, Bitelo e Jeru. Basco de Naviraí é um dos melhores reprodutores da história dos rankings da ACNB e muito utilizado por transmitir carcaça e beleza racial
Destaque no Sumário ANCP, Quaraça 10 é uma excelente opção de nelore mocho para produzir bezerros precoces, touros geneticamente superiorese matrizes funcionais
Novas contratações Dentro da raça Nelore, a Alta fez duas importantes contratações, uma delas vindo da genética Naviraí, o jovem reprodutor
Jeru FIV Brumado foi Grande Campeão Nacional aos 23 meses. No Sumário PMGZ possui mais de 10.100 filhos avaliados em 1.046 rebanhos e mantém boa avaliação no índice e para características de crescimento
Quatro C. de Naviraí, e a outra, da genética EAO, uma grande promessa, Ganhoso FIV da EAO, filho de Rambo da MN em uma das mais importantes doadoras do país, Típica II FIV da EAO (Bitelo
x Típica Barros Correia). Ganhoso é um Touro TOP 3% no iABCZ, alia premiação em pista, carcaça muito volumosa, sendo o atual recordista de peso (1.392 kg) e de perímetro torácico (269 cm).
O Ganhoso é um touro completo, que, com certeza, vai produzir touros muito pesados e eficientes. A EAO tem buscado uma pecuária eficiente, moderna e com custo cada vez mais competitivo. MAURÍCIO FILHO, DIRETOR DA EAO
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ESPECIAL
Tabapuã
Gir Leiteiro
A raça Tabapuã levou em pista 141 animais, sendo 59 machos e 82 fêmeas. Ao todo foram 19 criatórios de cinco estados brasileiros. Vários animais se consagraram e foram destaque, mas o touro Candado FIV da LIAB provou a sua soberania dentro da raça, com vários filhos sendo premiados. Candado é expressivo racialmente, de carcaça que impressiona por seu comprimento e volume. Seu posterior é de encher os olhos, de tanta carne. São características raciais que o animal transmite a seus filhos.
Com mais de 240 animais inscritos na feira, o Gir Leiteiro contou com os melhores exemplares da raça em pista. Destaque para o melhor touro para facilidade de ordenha e temperamento de filhas da raça, Vaidoso da Silvânia, pai do Grande Campeão da feira, e também para o jovem touro integrante da bateria Alta, Nito Parintins do JO, que se sagrou como Reservado Grande Campeão da raça. Outro touro jovem da bateria é Figo Edon, que conquistou o título de Reservado Campeão Touro Jovem. Já Figo Bahadur consagrou-se como Reservado Campeão Touro Adulto.
Premiações Candado - 1º Colocado Progênie de Pai - Campeã Bezerra - Sapeca FIV de Tabapu - Reservada Campeã Bezerra - Sanca FIV de Tabapuã - Reservada Campeã Novilha Maior - Recuca FIV de Tabapu - Terceiro Melhor Bezerro - Sargo FIV de Tabapuã - Reservado Campeão Júnior Menor - Samurai FIV de Tabapuã - Campeão Júnior Maior - Rente FIV de Tabapuã
Nito Parintins do JO, Reservado Grande Campeão Gir Leiteiro ExpoZebu 2015 e Steven Richard de Melo da Fazenda Tamboril
Guzerá Leiteiro O julgamento do Guzerá Leiteiro trouxe grandes surpresas para a bateria Alta com o Touro Escoteiro FIV Uniube, que conquistou a 1ª colocação no Campeonato Progênie de Pai e sagrou-se o Grande Campeão Touro Adulto da feira. Escoteiro é pai de Encanto 4 Meninos, o Campeão Júnior Maior e Reservado Grande Campeão da raça e, também, do Reservado Campeão Júnior Maior, Edipo 4 Meninos. Ainda no Guzerá Leiteiro, Hidrante FIV NF fez o Campeonato Júnior Menor. 8
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Escoteiro FIV Uniube, grande destaque da raça na ExpoZebu 2015
Foto: JM Matos
7º LEILÃO NELORE
25 JULHO 2015 SÁBADO . 11H . Barra do Garças-MT
O DIAMANTE DA PECUÁRIA LUCRATIVA.
200
Reprodutores PO Avaliados
200
3.000
Matrizes PO
Animais de Corte
50%
À Venda Faraó FVC Touro de Central
PRIMAVERA MÁQUINAS
PATROCÍNIO
REALIZAÇÃO
(66) 3468-6600
TRANSMISSÃO
LEILOEIRA
FRETE FREE: 500 km (qualquer quantidade) 1.300 km (carga fechada)
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Eduardo Machado (62) 9968-3404 | Jairo Machado Filho (62) 9972-5454 | Escritório (62) 3941-2092 www.neloreveracruz.com.br
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ESPECIAL
23º GRUPO DO SUMÁRIO GIR LEITEIRO É DIVULGADO ALTA ALCANÇA 70% DOS 20 PRIMEIROS TOUROS PROVADOS PARA LEITE, COM SÊMEN DISPONÍVEL PARA COMERCIALIZAÇÃO No ano em que o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro completa três décadas, quem comemora é a Alta. A cada divulgação de sumários do teste de progênie, comprovam-se as escolhas certeiras do passado que fortalecem a bateria Alta.
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Dentre os primeiros colocados do 23º grupo, quatro grandes touros são da bateria Alta: Único TE CAL, com PTA para leite de 488.4; Faraó FIV de Brasília, com PTA de 471.9; Hargo Kubera, com PTA de 454.4, e Fomento TE Giroeste, com PTA de 444.8.
Os 20 touros participantes do grupo tiveram sêmen distribuído entre os anos de 2007 e 2008 e filhas nascidas entre 2008 e 2011. Ao todo, foram 476 filhas nascidas e avaliadas em 165 rebanhos. “O teste de progênie é a avalição real do de-
Ficamos muito satisfeitos com a classificação do Tabu e do Único, o que mostra que nós estamos fazendo o dever de casa correto, desde a base dos nossos animais até os nossos acasalamentos. E sem dúvidas não conseguiríamos isso sem a utilização de importantes ferramentas tecnológicas e também as parcerias, como a Alta, que é nossa principal parceira na comercialização dessa genética. JORDANE JOSÉ DA SILVA, DIRETOR DA FAZENDA CALCIOLÂNDIA
sempenho das filhas dos touros para determinada característica. É a garantia de que se o touro for positivo e usado corretamente, será realmente melhorador. Hoje, estamos divulgando uma lista de touros que vão realmente contribuir para o aumento da produção”, disse o diretor da Epamig, Rui da Silva Verneque. Quando falamos do ranking
geral da raça, dentre os 20 primeiros com sêmen disponível para comercialização, 70% estão na bateria Alta, ou seja, dos 20 melhores touros para leite da raça, 14 compõem a bateria Alta. São eles: Tabu TE CAL (PTA 627.4), Casper TE de Kubera (PTA 604.6), Urânio TE da Silvânia (PTA 599.5), Facho TE de Kubera (PTA 582.0),
Barbante TE de Kubera (PTA 526.4), Atlântico TE da Silvânia (PTA 490.2), Único TE CAL (PTA 488.4), Vaidoso da Silvânia (PTA 477.5), Faraó FIV de Brasília (PTA 471.9), Calibre TE de Brasília (PTA 466.9), Modelo TE de Brasília (PTA 458.1), Hargo Kubera (PTA 454.4), Fomento TE Giroeste (PTA 444.8) e PH Uisque (PTA 443.6).
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ESPECIAL
Chandanny FIV Cal filha do Tabu TE da Cal, número 1 para leite da ABCGIL/EMBRAPA 2014
Outros touros também se destacaram, como Diego BJS (PTA 414.4), Astro (PTA 412.5) e Faraoh TE de Kubera (PTA 391.0). Para se chegar ao resultado do ranking geral da raça, o banco de dados do programa de avaliação possui 32.849 vacas, 12.819 filhas de touros em teste e 20.660 companheiras contemporâneas para avaliação. Ao todo, são 358 touros avaliados,
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desde o início do teste de progênie, dos quais 316 possuem PTA positivo para leite e 131 com resultados positivos para linear. A média fenotípica e a base genética da raça foram de 3.042 kg para produção de leite em 305 dias, teor de gordura 4,09% e proteína 3,18%. Todos os resultados apresentados pela Embrapa e Epamig confirmaram que a tendência genética da raça
vem crescendo ano após ano, mostrando que o objetivo do melhoramento do rebanho Gir Leiteiro vem sendo alcançado. “O aumento e a evolução da raça mostram-nos que os critérios de seleção usados hoje nos rebanhos são realmente bons e que as pessoas optam cada vez mais por touros provados, identificados pelos catálogos, ou seja, a prova está sendo não só bem conduzida, mas bem utilizada”, salienta o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinícius Barbosa da Silva. Para o gerente de Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, a divulgação do teste coroa a dedicação da empresa à raça. “Gostaria de parabenizar todos os criadores que contribuem para o sucesso do sumário e a melhoria genética da raça. A Alta se orgulha de ser a central com o maior número de touros provados dentro do Sumário Embrapa/ABCGIL. Ter 70% dos melhores touros da raça, com sêmen disponível para comercialização, mostra que nós estamos no caminho certo”, finalizou Guilherme.
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ALTA NEWS
ALTA CONCORRE AO TROFÉU AGROLEITE Um dos mais importantes e cobiçados troféus do setor leiteiro, o Troféu Agroleite, vai homenagear os maiores e melhores representantes da cadeia produtiva do leite. A Alta concorre na categoria Genética, como empresa de destaque em genética e biotecnologia da
reprodução animal, em 2014. A votação on-line é pelo site altagenetics.com.br. Basta clicar no pop-up de abertura que indica o Troféu Agroleite. Você é encaminhado diretamente para o site de votação. Seu voto só será validado se você confirmar no link enviado para seu e-mail.
1º ENCONTRO ALTA DE IATF Técnicos e representantes da Alta de todo o Brasil se reuniram nos dias 13 e 14 de junho na central em Uberaba, para o 1º Encontro Alta de IATF. Na programação, assuntos relacionados à fertilidade do sêmen, nutrição das fêmeas, impactos da boa gestão às fazendas e, principalmente, na Inseminação
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Artificial em Tempo Fixo (IATF). O encontro trouxe também como tema a realidade de algumas fazendas, como a Agropontieri, que trabalha com a IATF em uma estação de monta bem enxuta, com 70 dias. Outro case foi a Fazenda Brasil, que protocola na IATF, por ano, 18 mil matrizes.
CENTRAL RECEBE GRUPO DE JORNALISTAS DA AMÉRICA DO SUL A Alta recebeu a visita de um grupo formado por 17 jornalistas, vindos da Bolívia, Panamá, Paraguai, México e Colômbia, durante a 81ª ExpoZebu. O grupo foi convidado para visitar o Brasil e a feira, por meio do Projeto Imagem, promovido pelo Projeto Brazilian Cattle, em parceria entre a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os jornalistas de revistas e programas de televisão especializados em Agronegócio foram recepcionados pelo
diretor da Alta, Heverardo Carvalho, e conheceram as
instalações e a trajetória da empresa no Brasil.
GERENTE DE LEITE PARTICIPA DO 1º CONGRESSO DE LEITE DO PANAMÁ No início do mês de junho, o Panamá recebeu seu 1º Congresso Nacional de Produtores de Leite das Províncias Centrais do Panamá, na cidade de Chitré, na região de Herrera. Com a participação de mais de 260 produtores, o evento teve como tema Produção de Leite em Condições Desfavoráveis. O gerente de leite nacional da Alta, Guilherme Marquez, foi um dos palestrantes internacionais do evento. Ele abordou o tema Produção de Leite em Países de Clima Tropical.
Guilherme Marquez, gerente de leite nacional; Jesús Cañizalez, representante ; Margarita Oquendo, promotora do estande e Samuel Galeno, distribuidor Alta no Panamá
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ALTA NEWS
FAZENDA COLORADO REALIZA SEU PRIMEIRO LEILÃO
Lote 44 - Vaca DETROIT de 2ª cria produzindo 56 kg/dia
Após 50 anos, a Fazenda Colorado, forte parceira Alta, disponibilizou sua genética em remate, em 2 de maio. O sucesso foi absoluto. Uma honra para a Alta, que apoiou e participou do evento. Os 148 animais (90% bezerras e novilhas)
foram vendidos pela média de R$11.200,00. A arrecadação total atingiu R$1.656.000,00. A maior produtora de leite do país possui animais criteriosamente selecionados. São 1.700 vacas, produzindo 70 mil litros de leite/ dia, com excelente produtividade, de aproximadamente 40 kg/vaca/ dia. Há sete anos, a Colorado conta com assessoria da Alta na área de Melhoramento Genético do Rebanho. A saúde é o objetivo principal do seu plano genético. A maioria dos animais comercializados e os principais destaques são frutos da genética oferecida pela Alta. Quatro deles conquistaram maior preço de venda. O Lote 45, Vaca Detroit de 1ª cria, produzindo 52 kg/ dia, atingiu R$ 33 mil; o Lote 49, Vaca Jayz de 1ª cria, produzindo 54 kg/dia, chegou a R$ 23 mil; o Lote 44, Vaca Detroit de 2ª cria, produzindo 56 kg/ dia, foi comercializada por R$ 21 mil, e o Lote 47, Vaca De-
troit de 1ª cria, produzindo 41 kg/dia, chegou a R$ 20 mil. Destaque também para o Lote 01, com cinco bezerras de aproximadamente oito meses de idade, entre elas uma filha do touro AltaSuplex e duas filhas do AltaBrandon. Foi o maior preço médio por bezerras do leilão, R$ 12.000,00 por cabeça. Em pista, muitas filhas também de Superb, Iota, Ross, Meteor, Rush, além de várias novilhas prenhas de Roble, Bowie e Stewart, fizeram sucesso.
TÉCNICO DE CORTE RECEBE HOMENAGEM Marcos Labury, técnico de Corte da Alta, foi um dos homenageados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV/MG), em Belo Horizonte, em 22 de maio. Labury recebeu Honra ao Mérito pelos relevantes serviços prestados à Zootecnia no Estado.
Marcos Labury, Técnico de corte
Equipe da Fazenda Colorado comemora o sucesso do leilão
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PECUÁRIA EM ALTA
REM TORIXORÉU É LÍDER NO SUMÁRIO DE TOUROS DA ANCP O touro REM Torixoréu da Alta continua sendo destaque no Sumário da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), de abril de 2015. Líder no sumário desde julho de 2013, destacou-se na avaliação das 12 características de maior relevância. Com mais de 1.000 filhos, possui Mérito Genérico Total (MGT)
de 29,2 e TOP 0,1% (percentual que indica a posição do touro para determinada DEP ou MGT). O 0,1% é equivalente ao melhor animal entre 1.000 avaliados. REM Torixoréu da Alta é filho de REM Quisco em vaca B9707. Seu pedigree une importantes linhagens, como IZ e Lemgruber.
16º ALTA ADVANTAGE SHOWCASE SERÁ REALIZADO EM OUTUBRO Guarde esta data: 21 de outubro. Esse é o dia marcado para o início do 16º Alta Advantage Showcase, um evento realizado pela Alta Global que vai levar
aos Estados Unidos, produtores e técnicos de todo o mundo para visitar durante três dias, rebanhos leiteiros progressivos no centro da cidade de New York.
Na programação, estão rebanhos que ordenham de 400 até 4.000 vacas, incluindo uma visita inédita a um rebanho de ordenha robotizada, nunca antes vista em um showcase. O objetivo principal do evento é ampliar o leque de informações dos participantes, através do compartilhamento de estratégias de manejo, reprodução e genética, com produtores de leite de todo o mundo, para que assim eles possam voltar para suas casas e aplicarem dentro de suas realidades os novos conceitos adquiridos. Para mais informações entre em contato com a Alta e conheça os benefícios do programa Alta Advantage, estabelecendo seu próprio e personalizado Plano Genético. PECUÁRIA EM ALTA
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CORTE
CONCEPTO, UM NOVO CONCEITO EM IATF Entre os grandes desafios para a pecuária está a geração de números de qualidade, de maneira rápida, simples e confiável. Significa que as fazendas devem ser eficientes em produzir carne e, mais do que isso, em gerir bem o seu negócio. “O pecuarista tem à sua disposição várias ferramentas, como genética de qualidade, IATF, tecnologia de ponta nas áreas de Nutrição e Pastagens, entre outras que permitem incrementos na produção. No entanto, em muitos casos, a gestão deixa a desejar. Esta falha existe por falta da cultura em gerar e analisar resultados, que ocorre, em parte, pela falta de ferramentas adequadas. Que devem permitir trabalhar a coleta e a análise de dados para medir itens como desempenho dos animais e rentabilidade da fazenda e, assim, traçar os próximos objetivos da propriedade”, explica o gerente de mercado da Alta, Tiago Carrara. A maciça utilização da IATF fez com que surgissem profissio18
PECUÁRIA EM ALTA
nais autônomos focados na execução da IATF. Esses profissionais atualmente se deparam com a necessidade de controlar as inseminações, a saúde financeira do negócio e a entrega de resultados para seus clientes. Neste caso, o custo desses controles,
“O pecuarista que busca uma pecuária de resultados tem agora, à sua disposição, mais uma ferramenta para otimizar o seu negócio” a confiabilidade, a padronização e a velocidade são fundamentais para o sucesso. Pensando nesses desafios, o Ideagri – um dos melhores softwares de gestão e soluções informatizadas para o agronegócio, fruto da parceria entre Rehagro,
LinkCom e Alta Genetics – ganhou reforço com a parceria da empresa Lageado para oferecer soluções aos clientes. Dessa união surgiu o Concepto, um novo conceito em IATF. Um programa moderno, que possui módulos operacionais e de análises para produzir números de maneira eficiente. “O Concepto une a experiência do Ideagri em softwares de gestão pecuária com o entendimento em CRIA e IATF, que a Lageado adquiriu ao fazer mais de 1 milhão de IATF, em mais de 300 fazendas, de 12 estados brasileiros, nos 15 anos de sua existência”, diz a diretora do Ideagri, Heloise Duarte. Com olhares diferentes, um com base na excelência dos processos técnicos/operacionais da IATF e outro no desenvolvimento de softwares de gestão, o Concepto foi desenvolvido para que, de forma simples, produtores e técnicos possam coletar dados no campo e usar os números para gerar relatórios que permitam análises de desempenho por
meio de um sistema web. “Nós já sofremos muito com as planilhas de Excel. Passávamos noites digitando para criar relatórios que, nem sempre, eram confiáveis. Quando levamos em conta o custo da pessoa que fazia o lançamento de dados em Excel, em média R$0,32 por IATF digitada. Por esse motivo, decidimos inovar e melhorar o nosso trabalho, criando um sistema específico para isso”, explica o veterinário da Lageado, Edmundo Vilela. E salienta que o levantamento de custo considerou o valor do tempo que um colaborador gasta para a função mais os encargos e outros custos. Apesar de ter sido criado recentemente, o Concepto possui um banco de dados elaborado com mais de 400 mil inseminações cadastradas e disponíveis para o benchmarking. “Esse sistema é uma revolução na pecuária brasileira. O pecuarista que busca resultados tem à sua disposição, mais uma ferramenta para otimizar o seu negócio”, afirma o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho. Em questão de segundos, no sistema Concepto Web, você consegue fazer várias análises em tabela e em gráficos dinâmicos com resultados precisos. “Podem ser gerados relatórios de desempenho e concepção, por exemplo, considerando diferentes tipos de protocolo, reprodutores, partida de sêmen, analisando o efeito do inseminador, considerando se é a primeira inseminação. Enfim, são vários fatores que podem ser combinados e relacionados até criar, ao final, um relatório geral da estação de monta trabalhada”, explica Heloise.
Concepto Desktop Normalmente, as fazendas não possuem Internet no curral, por isso, o programa oferece o Concepto Desktop. Esta ferramenta permite que o técnico, ou mesmo o funcionário da fazenda, lance todos os dados no sistema, independentemente de ter acesso à Internet. Assim que o usuário entra on-line, sincroniza as in-
formações coletadas. A partir de então, o usuário – com seu login de acesso e senha individual – pode acompanhar os lançamentos e gerar relatórios operacionais ou de resultados em qualquer lugar do mundo. “É muito mais rápido do que armazenar os dados em um papel. Todas as informações estão armazenadas em um banco de dados seguro e confiável”, explica Heloise.
IMAGENS DO CONCEPTO WEB
RESULTADOS - DIAGNÓSTICO FINAL 100 90 80
75,90%
70 60 50 40 30 20 10 0
15,85% 0,09%
2,22%
2,32%
3,61%
Prenha Absorvendo
Vazia Anestro
Sem Diagnóstico
Vazia Ciclando
Diagnóstico
Vazia Sem avaliação
Prenha Normal
Qtd. matrizes
Perc. (%)
Prenha - Absorvendo
1
0,09
Vazia - Anestro
24
2,22
Sem diagnóstico
25
2,32
Vazia - Ciclando
39
3,61
Vazia - Sem avaliação
171
15,85
Prenha Normal
819
75,90
Total
1079
100
PECUÁRIA EM ALTA
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GIRO PELO CAMPO
Nos quatro cantos do mundo a genética Alta mostra seus resulta-
dos. Todos os dias nossos técnicos e clientes se deparam com animais
que realmente se destacam nos rebanhos. Veja alguns destaques.
Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br
Rodrigo A. Franco e seu pai Fábio Franco com uma bezerra filha do touro holandês Roble da bateria Alta
João Alves Neto, médico veterinário e parceiro Alta em sua propriedade, a Fazenda Santa Luzia localizada no município de Elesbão Veloso no Piauí com um dos garrotes de seu plantel, filho do touro Jeru FIV Brumado
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PECUÁRIA EM ALTA
Esse é o Sr. Manoel que trabalha na fazenda Gir Paracatu ao lado do seu xodó, Jardo Paracatu, integrante da bateria de Gir Leiteiro
João Madison da Fazenda JM em Teresina no Piauí, com um dos lindos bezerros do seu plantel, filho do touro PH Uisque, destaque da bateria Gir Leiteiro Alta
Fred Magalhães, da Líder Agropecuária, localizada no município de Jaborandi na Bahia, com as Marias, Ana Maria e Maria Ana, gêmeas, filhas do touro AltaCOMET
A equipe de comunicação da Alta esteve presente durante o primeiro leilão da Fazenda Colorado e acompanhou o nascimento de uma linda bezerra, progênie AltaBOWIE
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LEITE NACIONAL
A EFICIÊNCIA DOS GRUPOS DE APARTAÇÃO por Guilherme Marquez, gerente de leite nacional O grupo de apartação em animais leiteiros surgiu através da demanda de produtores em conseguir valorizar suas melhores vacas multiplicando no rebanho as características predominantes nas mesmas. Para isso precisamos conhecer vaca por vaca e encontrar o grupo de animais que melhor estão inseridas no sistema. Ou seja, encontrar a vaca, ou o grupo de vacas que estão bem, e estar bem para uma vaca é apresentar conforto, produzir tranquilamente e reproduzir com facilidade. Essas características são muito relacionadas ao ambiente que esse animal está inserido e se em sua seleção natural suas aptidões seletivas possam lhe proporcionar esse bem estar. O Brasil possui diversos sistemas implantados em diferentes ambientes, e isso proporciona inúmeros desafios. Para entendermos melhor, como por exemplo, o desafio calor, onde se uma
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vaca não teve a seleção natural para essa característica quando o calor aumentar acontecerá inúmeras ações na mesma. Haverá redução do consumo de matéria seca, ela procurará sombra e vento, água, aumentará a transpiração, ao mesmo tempo, haverá a diminuição da produção de leite e reprodução, fluxo sanguíneo será direcionado para a pele e não mais para os órgãos internos e outros itens que irão fazer com que este animal pare de produzir e consequentemente reduzirá a rentabilidade. Outro fator importantíssimo é a parte de necessidade de alimentos com que o animal foi selecionado. Sabemos que animais zebuínos possuem uma taxa de mantença menor, ou seja, precisam comer menos para sobreviver. Isso pode ser explicado pela seleção natural feita com a disponibilidade de comida em seu habitat natural. Através dessas informações podemos então definir diversos
modelos de produção inserindo animais cruzados como uma forma muito boa de fazer a vaca estar bem, ou seja colocar a vaca certa no ambiente certo. Assim, o grupo de apartação surgiu para padronizar o rebanho no que mais é rentável para o produtor, a vaca certa no lugar certo. Começamos com a necessidade de conhecer muito bem as diferenças morfológicas dos diversos percentuais de Holandês e seus cruzamentos com o Gir. Para isso, é importante identificar as características morfológicas tanto do Holandês quanto do Gir Leiteiro. Com esse conhecimento podemos então usufruir do Grupo de Apartação. O grupo de apartação praticado pelos técnicos da Alta, já avaliaram mais de 4000 vacas e contabilizam excelentes resultados. Se você possui um rebanho heterogêneo, esta pode ser uma boa ferramenta, procure um dos nossos técnicos.
1º Passo: Avaliamos o ambiente da fazenda conhecendo as suas potencialidades e seus desafios. Faz-se um relatório sobre isso. 2º Passo: Avaliamos o Grau de Sangue de cada vaca do rebanho, uma a uma. Faz se um relatório. 3º Passo: Avaliamos os números produtivos e reprodutivos e criamos um ranking das melhores vacas. Assim apartamos quem são as 10% melhores qualificadas. 4º Passo: Criamos a estratégia de cruzamento para multiplicarmos o rebanho. 5º Passo: Apresentação do Relatório atual e futuro.
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GIGANTES DO LEITE EMPRESAS FAMILIARES COM ATÉ 8.500 VACAS EM ORDENHA, PRODUZINDO ACIMA DE 13.000 QUILOS POR LACTAÇÃO. SISTEMAS PRODUTIVOS EXTREMAMENTE EFICIENTES, COM EQUIPES TREINADAS E ÍNDICES EXCELENTES. ABUNDANTE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, APESAR DA INTENSA SECA. ESSA FOI A REALIDADE CONHECIDA PELO GRUPO DE BRASILEIROS QUE PARTICIPOU DO SHOWCASE 2015, NA CALIFÓRNIA, EUA, PROMOVIDO PELA ALTA por Marlizi Marineli Moruzzi, médica veterinária e editora da revista Leite Integral Um grupo de 15 brasileiros participou da 15a edição do Showcase Alta Genetics, realizado no estado da Califórnia, entre os dias 25 e 28 de março. Ao todo, 250 pessoas, de 25 diferentes países, visitaram as fazendas selecionadas para o evento. Todas são referências no estado líder em produção leiteira dos Estados Unidos. O intuito do evento, que consiste em visitar fazendas de referência em reprodução, produtividade e genética, é levar produtores do mundo todo para conhecer e aprender
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com o trabalho desenvolvido nesses centros de produção e, posteriormente, ajustar e aplicar, dentro do possível, as técnicas em sua propriedade. Com perfis muito semelhantes, as fazendas visitadas têm grande foco na gestão dos processos e, também, de equipe. Com rebanhos de 2.000 a 8.500 vacas em lactação e produtividades acima de 13.000 quilos por lactação, contam com administração totalmente familiar e equipe de funcionários relativamente enxuta. Produzem toda ou gran-
de parte da forragem utilizada na dieta dos animais, sob sistemas de irrigação, recorrendo à água de poços ou dos canais que captam água de degelo das montanhas. Apesar de as condições climáticas da região favorecerem a atividade leiteira – com cada vez menos neve nas montanhas, pouca chuva e baixa umidade do ar negativa –, a intensa seca que atinge o estado tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras, e o uso da água tem se tornado cada vez mais restrito e controlado. Ao longo das gerações, essas
fazendas têm buscado crescer cada vez mais, não apenas em número de vacas, mas principalmente em eficiência, através de equipes mais capacitadas, redução de custos e incremento da produtividade. A seleção genética tem sido uma ferramenta fundamental na obtenção desses resultados, ao permitir que as fazendas direcionem o rebanho para um objetivo desejado, por meio de um planejamento genético. Quando os fatores externos são estabilizados, como a alimentação e condições ambientais, as diferenças se devem ao melhoramento genético. E isso é possível ver e medir. Os lotes de desempenho apresentados em cada uma das fazendas visitadas mostraram filhas dos principais touros da bateria Alta Genetics, tanto touros provados como touros jovens (genômicos). A consistência da progênie desses animais ressalta a confiabilidade dos mesmos em relação ao melhoramento genético. Além dos animais, foram apresentados os programas desenvolvidos pela empresa, os quais auxiliam e orientam os produtores nas melhores condutas para seu rebanho. “O resultado dessa viagem é positivo quando os produtores conseguem absorver e levar algumas experiências que estão sendo executadas nos rebanhos visitados e aplicá-las em seus sistemas produtivos”, afirmou o gerente de leite importado da Alta, Fábio Fogaça. Nesta reportagem, você vai conhecer algumas fazendas de destaque visitadas no estado líder em produção leiteira dos Estados Unidos. PECUÁRIA EM ALTA
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MEDEIROS & SON DAIRY
Rui Medeiros é um português apaixonado pelo leite. Mudou-se para a Califórnia em 1986, começando a produção em Chino, com 64 vacas, em áreas arrendadas. Em 2003, adquiriu sua fazenda em Hanford, na qual trabalha ao lado de sua família, principalmente de seu filho Brian. Hoje, a fazenda possui 2.500 vacas em lactação, com a produção média de 41 kg/cab/dia, e CCS de 130 mil cél/ml. A produtividade média do rebanho é de 11.702 quilos por lactação (305 dias). Evolução. Em 2005, foram iniciadas as primeiras construções na fazenda. Alguns currais foram substituídos por free stalls, permitindo maior conforto dos animais, e uma nova sala de ordenha construída. Recentemente, esta sala foi remodelada, incluindo equipamentos para aplicação de pré e pós-dipping e novos conjuntos de ordenha,
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com extratores automáticos. Esse investimento otimizou a rotina de ordenha, facilitando o trabalho e reduzindo o tempo de cada turno, além de diminuir a incidência de mastite. Anexa à sala de ordenha principal, há outra sala menor, onde são ordenhadas vacas com alguma enfermidade ou alteração no leite. Esse procedimento impede a contaminação do tanque, evitando descartes importantes. Foram instalados também sistemas de ventilação e aspersão nos free stalls. “No verão, a temperatura média ultrapassa 40 graus Celsius e notamos que a temperatura corporal de algumas vacas chegava aos 46OC. Isso gerava muito estresse térmico, afetando a produção, a reprodução, o consumo de alimentos, entre outros fatores. Com o sistema de resfriamento, conseguimos manter a temperatura corporal das vacas entre
19ºC e 21oC, mesmo nos dias mais quentes do ano, e pudemos manter nossa produção de leite mais constante neste último verão”, contou Rui. Medeiros & Son Dairy é uma das poucas propriedades visitadas que realiza três ordenhas diárias. Segundo os proprietários, é uma forma de estimular a produção, por permitir que a vaca tenha mais “espaço” no úbere. “Entre 7 e 9 horas após uma ordenha, as vacas já estão com os úberes cheios”, disse Brian. Cada turno de ordenha leva cerca de 7 horas (350 a 370 vacas por hora), com quatro funcionários por turno – três ordenhadores e um funcionário para buscar os animais nos currais. Manejo. Uma das grandes preocupações na Medeiros é o período de transição, durante o qual buscam minimizar o risco de qualquer tipo de enfermidade. Como exemplo, realizam um ciclo de vacinação no momento da secagem das vacas e, também, no pré-parto das novilhas. Esse ciclo é repetido aos 21 dias pré-parto. Após a secagem, as vacas ficam por 21 dias em um curral e, de lá, seguem para a área de pré-parto, onde recebem uma dieta especial, com sais aniônicos, para promover uma acidose metabólica. “O intuito desta dieta é aumentar a concentração de cálcio disponível no momento do parto, ajudando na contração uterina e promovendo um parto mais tranquilo, o que consequentemente irá reduzir o período de anestro pós-parto”,
explicou o Dr. Jim Davis. Após o parto, os bezerros são retirados e todas as vacas recebem uma dose de ocitocina. Além disso, faz-se a análise do colostro, para saber sua qualidade imunológica. Um curral maternidade foi construído em 2012, para oferecer maior conforto neste período crítico para as vacas leiteiras. Aos 21 dias pós-parto, é realizada a palpação retal para avaliar as condições uterinas. Até os 30 dias pós-parto, as vacas recebem uma dieta com menor teor de energia em relação ao lote de alta produção. O programa reprodutivo da Medeiros envolve um protocolo pré-sync-ovsynch, tendo um período de espera voluntário de 45 dias, em média. A taxa de prenhez (média anual) é de 22%, e os acasalamentos são feitos por técnicos da Alta Califórnia. “Tenho total confiança no trabalho dessa equipe; depois que discutimos o meu plano genético, é uma área que não preciso me preocupar, porque a Alta me providencia a genética que preciso”, afirmou Brian. Alimentação. Também foi dada maior atenção ao setor de alimentação, desde o plantio até o fornecimento do trato no cocho. Foram instalados equipamentos GPS nos tratores, os quais ajudam a calcular o trabalho de plantio e, com isso, diminuir a quantidade de combustível utilizado, reduzir o tempo de plantio e o desgaste dos equipamentos. Com um sistema de manejo de alimentação, através de software, é possível acompanhar todo o consumo de alimentos e
controlar os estoques. Permite, ainda, monitorar como estão precisamente misturadas as dietas para cada grupo. Na composição da dieta dos animais são utilizados muitos ingredientes (em torno de 25), mas principalmente casca de amêndoa, polpa cítrica, silagem de milho, silagem de triticale, sorgo e feno de alfafa. Devido às condições da região, com alta salinidade do solo e escassez de água, somente 30% da dieta corresponde à forragem e 70% são alimentos concentrados. “Muitas pessoas acreditam que essa proporção resulte em baixo teor de sólidos do leite; no entanto, a média anual do leite produzido aqui é de 3,3% para proteína e de 3,7% para gordura”, explica o técnico responsável pela nutrição, Andy Riordan. Um dos principais cuidados durante a ensilagem e posterior manuseio da silagem é evitar a produção de fungos, o que é obtido com boa compactação e vedação do silo. “O controle de mofo na dieta permite melhorar o desempenho dos animais, aumentar a produção, e as novilhas conseguem emprenhar mais cedo”, afirmou Riordan. São três as dietas para as vacas em lactação: uma para recém-paridas, outra para o lote de alta produção e uma terceira para as vacas de baixa produção. Genética. Os animais apresentados no lote de desempenho mostraram claramente a principal característica do rebanho: alta produção. Entre eles, três filhas de AltaSAMOA, um touro especialista em saúde,
vida produtiva e fertilidade das filhas, além de alto teor de gordura e proteína. Uma das vacas mais produtivas do rebanho, apresentada no lote, é filha de AltaSUPERIOR. Este touro é positivo para quase todas as características, pois, além da alta produção, é muito eficiente em saúde, com filhas que emprenham rapidamente e têm alta vida produtiva. Uma filha de AltaLEO se destacou no lote, pela excelente conformação e, principalmente, produtividade. Tendo acabado de completar dois anos, está produzindo 50 kg/dia. Três filhas de AltaNATURAL foram também apresentadas. Este touro ConceptPlus imprime alta facilidade de parto, além de excelentes úberes, com muita produção leiteira e saúde. Também puderam ser vistas filhas de AltaGOALMAN, AltaAVALON, AltaMADISON, AltaJUPITER, AltaBERLAGE, AltaQUANTUM, AltaMELHOR, entre outros. Objetivos. A gestão é crucial para a rentabilidade da empresa, principalmente prevendo cenários desafiadores e a forma como enfrentá-los. “Tivemos boa rentabilidade em 2014, com preços que chegaram a US$0,485/ litro. Hoje, nosso custo por litro (US$0,330) supera o preço recebido (US$0,303) e esta é uma situação sazonal para a qual temos que estar preparados”, afirmou Rui. A venda de bezerros machos também tem contribuído com a renda das fazendas. Na Medeiros, os machos de um dia são vendidos, em média, por US$370.
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ZONNEVELD DAIRIES A Zonneveld Dairies iniciou sua atividade leiteira nos anos 50 e é composta, atualmente, por seis fazendas no estado da Califórnia, somando mais de 2.700 hectares. Esta grande sociedade familiar é hoje administrada pelos filhos John Jr., Frank e Jack Zonneveld, sendo que a terceira geração já começou a se envolver nos negócios da família. Para gerenciar de forma eficiente as operações dos sistemas, os irmãos dividiram as funções por setores. John Jr. cuida das finanças e negócios; Frank lidera a parte da lavoura e alimentação (do plantio ao fornecimento), e Jack supervisiona a produção leiteira. Considerando os seis centros de produção, são 8.500 vacas em lactação, produzindo 300.000 litros de leite diariamente, com CCS abaixo de 100 mil cél/ml, na média anual. A produtividade média do rebanho é de 13.154 quilos por lactação (305 dias). Assim como nas demais fazendas visitadas, o preço recebi-
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do pelo litro de leite (US$0,31) está abaixo do seu custo de produção (US$0,35). “Essa diferença conseguimos compensar com a comercialização de castanhas e, também, com a venda de animais – tanto para corte (bezerros) como os tourinhos para reprodução. Com isso, não precisamos mexer no nosso patrimônio nem realizar empréstimos para passar por esses períodos”, explicou Frank. Alimentação. Nas terras dos Zonneveld são desenvolvidas várias culturas, caracterizando a diversificação da produção agrícola. Milho, trigo, triticale e alfafa são produzidos para a alimentação do rebanho. No entanto, a produção de milho e trigo atende 75% da necessidade e o restante é adquirido de outras lavouras. Tomate, pistache, nozes e amêndoas são produzidos para comercialização. A região de Laton é menos crítica em relação à escassez
de água, devido à existência de um rio que passa pela região e abastece os reservatórios. No entanto, a água de superfície recebida através dos canais está praticamente esgotada. Um novo sistema de irrigação por gotejamento, com utilização de tubulações subterrâneas superficiais, está sendo testado nas lavouras de milho e trigo. “O intuito é com esse sistema economizar água, praticamente a metade do uso anterior, e promover uma irrigação mais eficiente”, explicou Frank. Genética. Os Zonnevelds dão muito enfoque à genética do rebanho, utilizando sempre os melhores touros para alcançar seus objetivos de seleção, e o resultado de seu programa genético tem sido sempre exitoso. Já enviaram vários touros para centrais de inseminação artificial e, também, comercializam touros para várias fazendas leiteiras em todo o país. Seu plano genético tem como prioridade a produção e o volume de sólidos no leite, além de vida produtiva. “Antes, dávamos mais enfoque na conformação dos animais. Hoje em
dia, queremos animais produtivos, com alto volume de sólidos e vacas que suportem pelo menos três ou quatro lactações”, afirmou John Jr. O primeiro touro apresentado através de suas filhas foi o AltaESQUIRE, um ConceptPlus com mais de mil filhas. Entre as principais características de sua progênie está a alta facilidade de parto e fertilidade das vacas, de boa estrutura corporal e produção de sólidos. Também uma filha do touro AltaIOTA, uma das estrelas da Alta Genetics, faz parte do Programa Alta Proteína, transmitindo às suas filhas muita fortaleza leiteira e estrutura corporal, principalmente úberes posteriores e garupa. Outras fêmeas apresentadas no lote de desempenho foram filhas de AltaAIRNET, AltaGREATEST e AltaSUSTAIN. Criação. Toda a criação de bezerras da Zonneveld Dairies é realizada na fazenda, em Laton. Nascem cerca de 1.000 animais por mês e todos os cuidados nessa etapa garantem o baixo índice de mortalidade: 2% nos primeiros 50 dias de vida e 5% considerando o período de 0 a 12 meses. Dos 90 funcionários da empresa, 13 estão dedicados a esse setor. Quase todos os machos eram criados e vendidos como tourinhos para outras fazendas. No entanto, com a atual valorização desses animais, apenas 100 a 150 de todos os nascidos são mantidos e criados, e o restante é vendido logo após o nascimento, por cerca de US$400, a cabeça. Nesta fazenda, há quatro cur-
rais maternidade, onde os recém-nascidos ficam com as mães nas primeiras 12 horas de vida e, mesmo assim, recebem 2 litros de colostro na mamadeira e mais 2 litros assim que são levados às casinhas individuais. O leite fornecido às bezerras é pasteurizado – utiliza-se leite de animais em tratamento e de vacas recém-paridas. Além de água à vontade desde o nascimento, são fornecidos cinco litros de leite por dia, em dois tratos, nos primeiros 30 dias de vida. Dos 31 aos 50 dias, passam a receber seis litros diários. Desde o nascimento até os 50 dias, recebem ração iniciadora composta por grãos. A partir dos 51 dias, são fornecidos apenas três litros de leite por dia e uma ração peletizada, que contém alfafa, inclusive. A desmama é feita aos 90 dias. No primeiro dia de vida, os bezerros recebem uma dose de
vacina intranasal para prevenir pneumonia. No sétimo dia, são vacinados contra Salmonela, e no trigésimo, recebem uma dose de vacina polivalente, com reforço aos 60 dias. Considerando a grandeza desse sistema de produção, o grupo visitante ficou impressionado com a organização do manejo e com os resultados obtidos. “Um dos segredos do sucesso da empresa é a relação com a equipe de funcionários”, afirmou Frank. Cada setor possui um gerente, com autonomia para tomar muitas decisões necessárias, o que tem dado bons resultados. “Aprendemos com o tempo que, quando os funcionários têm certa liberdade de tomar decisões, sentem-se parte da empresa e orgulham-se de sua função. Isso impulsiona a um grande crescimento e o sucesso da empresa como um todo”, ressaltou o produtor.
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HILMAR JERSEYS A Hilmar Jerseys compreende seis centros de produção leiteira, com o total de 6.000 vacas em lactação, sendo a grande maioria da raça Jersey, mas também alguns cruzamentos com o Holandês. Um desses centros – e também o maior deles – é o Charles Ahlem Ranch, localizado em Hilmar e visitado pelo grupo durante o Showcase. Lá, são mantidas 2.850 vacas em ordenha, com a produtividade média de 10.400 quilos por lactação (305 dias). Sua história começou quando o pai de Charles Ahlem, Willian Ahlem, adquiriu sua primeira fazenda leiteira com gado Jersey, na década de 70, e junto à sua esposa expandiu a produção leiteira e agrícola, com a compra de outras duas propriedades. Assim, foram crescendo e adquirindo mais terras ao longo dos anos, que ficaram sob os cuidados de Charles. Em certo momento, vendo que a qualidade do leite Jersey não era valorizada pela cooperativa que captava a produção nas fazendas, um grupo de dez produtores decidiu montar sua própria indústria, que reconheceria o valor agregado do leite de vacas Jersey. Em 1984, era criada a Hilmar Cheese Company, sendo Charles Ahlem um de seus fundadores, e a sua fazenda, uma das produtoras originais. Nos últimos 25 anos, a Hilmar Cheese Co tornou-se uma das maiores indústrias de queijos do mundo. Charles Ahlem Ranch e os demais centros de produção, 32
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atualmente, são conduzidos por Charles e seu filho Mark. Reprodução e genética. O gerente Frank contou que, na escolha dos touros para acasalamentos, não buscam animais com características extremas, ou seja, nem valores muito altos nem muito baixos. “Preferimos animais com equilíbrio nos índices, buscando sempre um balanço entre produção e fertilidade”, afirmou. Um intenso trabalho de detecção de cio é realizado, sendo esse um dos fatores que garantem a alta taxa de prenhez do rebanho, de 22%. Entre os animais apresentados no lote de desempenho do Charles Ahlem Ranch estavam
duas filhas de Paul, touro para alta produção, com formação de úberes exemplares e que se mantêm bem estruturados por várias lactações. Também duas filhas de Cyrus, touro que há vários anos se mantém como número um em melhorador de altura e largura do úbere posterior. Ainda no lote, uma filha de Marvel, um touro especialista em produção, com mais de 100 filhas provadas. Compunham o lote também filhas de Sam, Karbala, Celebrity e Applejack. Gestão e recursos humanos. O foco de Charles Ahlem tem sido o treinamento constante dos funcionários, o que lhe rendeu o Prêmio 2015 como o
Produtor Leiteiro Inovador do Ano, devido às melhorias consideráveis em saúde animal e práticas leiteiras em cada uma de suas fazendas. A Hilmar Jerseys é uma das poucas empresas que mantêm em tempo integral um profissional especializado em capacitação da equipe. Entre outros treinamentos realizados estão o manejo com os animais, aplicação de protocolos reprodutivos, procedimentos de segurança e a integração de novas pessoas à equipe. “O grande intuito desses
treinamentos é fazer com que as pessoas entendam as vacas, seus comportamentos e tenham com elas uma relação o mais harmoniosa possível. Com isso, há menos estresse, elas adoecem menos e produzem mais. O trabalho dos funcionários fica muito mais agradável e produtivo”, enfatizou o responsável pelos treinamentos. Para o acompanhamento dos rebanhos e gerenciamento dos índices zootécnicos, a Hilmar Jerseys utiliza em suas fazendas o software DairyComp. “Este siste-
ma facilita muito o manejo, principalmente em relação à análise de dados e tomada de decisões”, explicou o gerente do Charles Ahlem Ranch, Frank Dinis. Ao todo, a Hilmar Jerseys emprega 85 funcionários, com baixíssima rotatividade. “Temos uma equipe de sucesso, pois todos se esforçam para fazer suas tarefas da melhor forma possível, ao mesmo tempo em que têm liberdade para expor suas ideias e opinar”, afirmou Ahlem, ressaltando que “as mudanças são as únicas constantes em nossa vida”.
A viagem foi muito proveitosa, pelo fato de estar com produtores que são entusiastas da atividade, visitando fazendas altamente tecnificadas e muito bem administradas. Foi interessante ver a preocupação dos produtores com a sua equipe de funcionários, realizando treinamentos e valorizando os resultados. Com isso, a rotatividade é muito baixa. Impressiona também a seleção genética do rebanho, com animais muito eficientes e consistentes que, mesmo produzindo altos volumes, se mantêm saudáveis e com excelentes índices, principalmente na reprodução e qualidade do leite ANTÔNIO TINOCO NETO, PROPRIETÁRIO DA FAZENDA SANTO ANTÔNIO BARREIRAS, PATOS DE MINAS (MG)
Nessas fazendas, pude ver aonde quero chegar, em relação ao progresso genético. Mesmo já tendo obtido melhorias no meu rebanho, ainda há muito por fazer, e visitando esses sistemas foi possível conhecer mais sobre os programas de seleção e como focar o plano genético para atender aos objetivos da fazenda. Como criador da raça, fiquei impressionado em ver vacas Jersey produzindo mais de 30 quilos por dia, com taxa de prenhez de até 27%. Além disso, a forma como manejam o rebanho e os diversos setores da propriedade trouxeram um aprendizado muito grande. Usarei várias das informações obtidas para melhorar minhas rotinas JOSÉ ALVES BARBOSA NETO, PROPRIETÁRIO DA FAZENDA JAÓ, JANDAIA/GO
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ARTIGO TÉCNICO
GERENCIANDO ÍNDICES: FOCO NOS RESULTADOS por EDUARDO DINIZ E RENAN JUNQUEIRA MEIRELES - EQUIPE REHAGRO No âmbito das empresas rurais brasileiras, são frequentes os casos nos quais as decisões são tomadas apenas pelos “achismos”, ou seja, sem dados reais e instrumentos de medida eficientes. É comum encontrarmos proprietários dizendo não terem “problemas com a reprodução de seus animais” ou mesmo que em suas propriedades “já não morre uma bezerra há muito tempo”. No entanto, quando o processo de levantamento de dados é iniciado, tais suposições não se confirmam. Muitas vezes, há grande surpresa ao começar a medir determinados itens dentro das propriedades. Partindo do pressuposto que medir é uma forma muito eficaz de diagnosticar determinada atividade, a gestão por índices pode ser uma forma inteligente e
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fácil de alcançar os resultados esperados. Esse método vai gerar números que auxiliam a enxergar a real situação do negócio e, assim, buscar melhorias dentro de focos que realmente possam gerar melhores resultados. Gerando os índices Inicialmente, precisamos definir quais serão os índices e os setores monitorados, de acordo com os diferentes perfis e as realidades das propriedades. É importante lembrar que os índices escolhidos serão fundamentais para a tomada de decisão e que, por isso, a má escolha poderá ocasionar perdas significativas no alcance dos resultados esperados. Para auxiliar na escolha, é necessário o entendimento de quais são os fatores críticos de
sucesso da empresa rural. De acordo com Porter, “fatores críticos de sucesso de uma empresa são aqueles que, dependendo de seu desempenho, determinam se a empresa está condenada ao insucesso”. Ao serem identificados, definem-se quais os itens da produção que, uma vez monitorados, podem gerar resultados realmente significativos para a empresa. Este é o momento de estabelecer o que realmente merece ser monitorado. Uma das vantagens da gestão por índices é a possibilidade de comparação dos resultados entre propriedades distintas que utilizam sistemas de produção semelhantes. É possível enxergar oportunidades de ganhos de eficiência e possíveis desvios negativos nos resultados. Por tudo isso, é interessante traba-
Veja, a seguir, um exemplo de Benchmarking:
Fonte: IDEAGRI. Dados ilustrativos, recortados do relatório “Benchmarking” do IDEAGRI, obtidos considerando dez fazendas com sistemas de produção similares. O relatório integral apresenta a comparação entre dezenas de índices zootécnicos.
lhar com índices já conhecidos e possíveis de ser comparados. Uma etapa que requer atenção especial na geração de índices é a coleta de dados, pois serão os responsáveis pelo resultado final. Dados coletados erroneamente podem gerar tomadas de decisão não acertadas. Supondo que fosse interesse de uma fazenda saber a taxa de concepção de vacas, mas não existissem anotações de inseminação ou cobertura e dos diagnósticos de gestação, o insucesso do cálculo do índice estaria carac-
terizado antes mesmo do processo ser implementado de forma integral. Esse parece um exemplo simples, mas demonstra um princípio essencial da coleta de dados: somente será possível calcular índices onde e quando houver informações corretas disponíveis. A partir do momento da obtenção de dados confiáveis, é possível iniciar o cálculo dos índices específicos, aplicando a cada um a metodologia de cálculo própria. Abaixo, seguem alguns exemplos de índices amplamente utilizados em propriedades leiteiras de todo o mundo.
Taxa de concepção Corresponde à porcentagem de animais que ficaram gestantes dentre todos aqueles que foram cobertos ou inseminados em determinado período de tempo. Seu cálculo é feito dividindo a quantidade de animais que ficaram gestantes no período por todos aqueles que foram cobertos ou inseminados. Taxas de concepção podem ser analisadas em função do inseminador, do touro, do número de inseminações etc.
Fonte: IDEAGRI. Dados meramente ilustrativos.
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ARTIGO TÉCNICO
Taxa de serviço Corresponde à porcentagem de vacas que foram inseminadas ou cobertas dentre todas as vacas aptas no plantel num período de 21 dias. É calculada dividindo o total de vacas cobertas ou inseminadas pelo número de vacas aptas em um período de 21 dias. As vacas aptas são compostas pelas vacas vazias com os dias em lactação (DEL) acima do período de espera voluntário (PEV) mais a estimativa, pela taxa de concepção, das vacas que foram inseminadas e não ficaram gestantes. Taxa de prenhez Corresponde à porcentagem de vacas que ficaram prenhes dentre todas as vacas aptas do rebanho num período de 21 dias. É um índice muito importante que demonstra a velocidade com que as vacas ficam prenhes. Basta dividir o número de vacas que ficaram gestantes entre as vacas que estavam aptas a ser inseminadas em um período de 21 dias. Esse número é o produto entre a taxa de serviço e a taxa de concepção.
O IDEAGRI é uma ferramenta indispensável na gestão profissional da fazenda. É um software amigável e seus relatórios são flexíveis, permitindo extrairmos os dados da forma que quisermos. MARCUS VINÍCIUS B. DE CARVALHO, FAZENDA SANTA MARIA LEITE MARVIN - JUIZ DE FORA (MG)
Os índices comentados são apenas alguns exemplos dentre tantos outros possíveis de ser monitorados e que apresentam grande potencial de incrementar os resultados positivos das propriedades. É muito importante que haja uma rotina de cálculo e análise dos índices, no intuito de um melhor embasamento das tomadas de decisão. É interessante que, após o cálculo e a análise dos índices com os envolvidos na obtenção dos resultados, estes sejam sistematicamente divulgados, apontando desvios negativos e positivos, demonstrando dificuldades e ganhos de cada setor da propriedade. A gestão eficiente das empresas rurais vem a cada dia sedimentando-se como um grande
diferencial na busca do tão esperado sucesso da atividade. É interessante observar o grande paradigma envolvendo algumas fazendas. Algumas estão crescendo, comprando animais, aumentando suas áreas, ao mesmo tempo em que tantas outras se queixam das margens apertadas, das dificuldades com pessoas, enfim, dos desafios em se manter em atividade. Várias são as ferramentas gerenciais que podem auxiliar na obtenção de bons resultados. A gestão por índices é uma ferramenta fundamental, que deve ser tratada com seriedade, pois nos modelos de produção e mercados dos dias atuais a utilização eficiente da gestão é um grande diferencial para a obtenção de sucesso em qualquer empresa.
Com o IDEAGRI temos agilidade nas decisões, pois geramos dados com rapidez e segurança. O software é uma importante ferramenta na gestão profissional da Fazenda da Vovó, possibilitando agilidade, velocidade e qualidade nas informações, dando suporte às decisões gerenciais, uma vez que passamos a ter a fazenda nas mãos. A equipe é fantástica, disponível e prestativa, sempre pronta a sanar qualquer dúvida!! Impossível gerenciar sem ele! MARIA THEREZA REZENDE, FAZENDA DA VOVÓ, ARCOS (MG)
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IDEAGRI zzzzzzzz zzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzz
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Excelência TrabalhamosGéG éééé éééFé éééFé éééF
Conveniência
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Facilidade
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EVENTOS
BRASIL BEEF SHOWCASE 2015 TÉCNICOS E PRODUTORES SE REÚNEM NO RIO GRANDE DO SUL, EM BUSCA DE PRODUÇÃO E MELHORAMENTO GENÉTICO O fim do mês de maio foi marcado por uma importante excursão técnica no estado do Rio Grande do Sul, para conhecer o universo da pecuária de corte do Estado. Durante uma semana, um grupo de produtores e técnicos participou do Brasil Beef Showcase, realizado pela Progen, em parceria com a 38
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Alta. O foco principal foi na produção e no melhoramento genético. Ao todo, quatro fazendas parceiras, fornecedoras de genética para a bateria Alta Progen, foram visitadas: Cia Azul, Gap Genética e Cabanha Umbu, localizadas em Uruguaiana, e o Grupo Pitangueira, na cidade de Itaqui.
Desfile de touros No primeiro dia, o grupo visitou a sede da Progen, em Dom Pedrito. Os convidados acompanharam um desfile dos principais touros alojados na central, além de conhecer as instalações e um pouco mais da história da empresa. Desde a sua criação, a Progen é focada no resultado de cada cliente, oferecendo uma genética adaptada para cada ambiente. “Esse foi um dos momentos mais importantes do evento, já que todos puderam ver pessoalmente a genética que oferecemos, além do intercâmbio de informações”, afirmou o diretor
da Progen, Fábio Barreto. O desfile apresentou 30 animais das raças Angus, Devon, Hereford, Brangus e Braford, reconhecidas mundialmente pela precocidade sexual, rapidez de terminação, maciez, sabor e suculência. “Foi um evento que agregou muito valor e informação, principalmente por conhecermos os touros pessoalmente. Nem sempre o animal está em sua melhor forma na foto do catálogo, então, vir aqui possibilita ver realmente o fenótipo do animal e tirar nossas próprias conclusões”, comentou o gerente de Corte da Granja 4 Irmãos, Anderson Pueblo. Os participantes ficaram impressionados com a qualidade dos animais, destacando o critério de seleção dos reprodutores na hora de compor a bateria, um dos pontos mais criteriosos do trabalho da Progen. Os touros são identificados e localizados dentro dos principais Programas de Melhoramento Genético do país. Nas raças Hereford e Braford, por meio dos sumários Conexão Delta G, Promebo e Pampa Plus. Já nas raças Angus e Brangus, os sumários são Promebo e Natura. Dentre o seleto grupo de reprodutores escolhidos para o desfile estavam Wolf, Vermelho 27 e Spartacus, líderes de vendas e grandes destaques da bateria Alta Progen. “Eu, que produzo carne e utilizo a genética do Angus, fiquei impressionado com Wolf, um touro que se encaixa perfeitamente no meu projeto. Além dele e de toda a bateria de Angus, gostei muito das outras raças apresentadas”, ponderou Floriano Reingruber, da fazenda Três Irmãs e Princesinha do Leste, no Mato Grosso.
Touros do desfile
Wolf SAV Final Answer 0035 x Cia Azul 0719 Zorzal
Vermelho 27 Santa Prenda 38-A23 x Santa Prenda 38-E039
Spartacus Ebano 4045 Gladiador T/E x Anamelia TE k522-36A
PECUÁRIA EM ALTA
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EVENTOS
Sobre a Progen Parceira Alta desde 2006, a Progen está localizada na região da campanha gaúcha, próximo à divisa com o Uruguai. Em 2014, a Progen Inseminação Artificial produziu 550 mil doses. Atualmente, são 50 reprodutores sendo coletados pela central, de animais de origem britânica e suas sintéticas. A localização privilegiada abrange uma ampla área produtora e rápido acesso aos clientes de várias partes do país e exterior.
Tour pelas fazendas Cia Azul e GAP O tour no Estado possibilitou ao grupo de técnicos e pecuaristas conhecer duas fazendas tradicionais, originadas da mesma seleção, a Cia Azul Agropecuária e a Gap Genética. Uma trajetória iniciada por volta de 1906, quando João Vieira de Macedo, criador e invernista na fronteira do Brasil com o Uruguai, adquiriu
terras na região de Uruguaiana/ RS. Foi formada a Estância Azul, mais tarde conhecida como Cabanha Azul. Ele se encarregou da importação de animais de origem britânica, buscando características genéticas de carcaça e precocidade para o rebanho da propriedade, cuja seleção era feita, fundamentalmente, baseada no olho e na experiência dos técnicos. Em 1993, após a partilha da
Cabanha Azul, surgiram a Gap e a Cia Azul, duas seleções muito fortes em avaliação genética. “Eu ando muito e acompanho muitas propriedades, mas essas duas fazendas realmente me impressionam todas as vezes que as visito. Elas nunca deixaram de ter pressão de seleção, avaliação e números, comprovando a qualidade dos animais”, reforçou o gerente comercial da Progen, Rogério Royes.
CIA AZUL AGROPECUÁRIA Raças: Angus, Braford e Brangus. Início das atividades: desde 1907 (Cabanha Azul) Touros na bateria Alta: Touareg, Nacional, Wolf, Kodak, Ébano. Número de animais: 5.000 cabeças. Área: 6700 ha destinados a pecuária de corte. Atividades desenvolvidas: arroz irrigado / sementes forrageiras / pecuária de corte. Melhoramento Genético: Conexão Delta G, Promebo e Natura.
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GAP GENÉTICA Raças: Hereford, Braford, Angus, Brangus. Início das atividades: Desde 1907 (Cabanha Azul) Touros na bateria Alta: Russo e Chumbo Grosso. Número de animais: 7.000 cabeças. Atividades desenvolvidas: Arroz irrigado / soja / sementes forrageiras / pecuária de corte. Melhoramento Genético: Conexão Delta G, Promebo, Natura.
Braford da Pitangueira No município de Itaqui, o grupo partiu para conhecer um dos maiores rebanhos Braford do Brasil. O trabalho realizado pelo grupo Pitangueira na raça é resultado do cruzamento do Hereford e Nelore, com criterioso investimento em programas de aperfeiçoamento genético. O grupo foi pioneiro no trabalho de medições e utilização de DEPs no Brasil, exercendo uma forte pressão de seleção no plantel, produzindo animais adaptados. “Todos os re-
sultados que temos só são possíveis pela equipe que formamos. Desde o início, estivemos rodeamos por pessoas que realmente têm paixão pelo que fazem. Esse é o nosso grande diferencial”, conta o proprietário da Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes. Desde o início da seleção, a Pitangueira busca animais funcionais e adaptados para as diversas realidades do país, elegendo os melhores indivíduos de cada geração. “A gente fica de longe e, às vezes, não sabe como funcionam
as coisas aqui na base, onde é produzida a genética que utilizamos. Esse evento foi muito importante para conhecer os critérios de seleção das fazendas e ter ainda mais certeza de que estamos usando uma tecnologia de ponta. Confesso que ainda tinha algumas dúvidas em relação à inseminação artificial, mas, depois desses dias, estou completamente certo de que esse é o caminho a ser seguido”, disse Antônio Paulo Carvalho, pecuarista do município de Mineiros, interior de Goiás.
GRUPO PITANGUEIRA ITAQUI/RS Raças: Braford e Nelore. Touros na bateria: Big Brother, Pitoco, Vintage, Capataz e Playboy. Número de animais: 7.000 cabeças. Atividades desenvolvidas: arroz irrigado / soja / sementes forrageiras / pecuária de corte. Melhoramento Genético: Conexão Delta G e Promebo.
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EVENTOS
Os encantos da Umbu A última cabanha visitada foi a Umbu Uruguaiana. O objetivo da seleção, tanto na raça Angus quanto no Brangus, é produzir animais cada vez mais produtivos, funcionais e adaptados às diversas regiões. Para isso, desde 1991, é realizado um trabalho de coleta de dados e acom-
panhamento individual de todos os animais, desde o nascimento. “Me chamou muito a atenção a coleta de dados deles, selecionando realmente animais superiores, fortalecendo a pressão de seleção”, disse o pecuarista Luis Fidel Fernandes, da cidade de Rio Grande (RS), que iniciou há poucos anos a criação de Angus. O pecuarista Augusto de Oli-
veira Carvalho, de Mineiros, Goiás, ficou muito satisfeito com todas as fazendas visitadas.“Fiquei impressionado com a grande carga genética dos animais. Adquirir essa genética de números e comprovada é a certeza de que você terá um bezerro de qualidade, que vai desmamar pesado. É levar um produto que realmente fará a diferença no mercado”.
CABANHA UMBU URUGUAIANA/RS Raças: Angus e Brangus. Início das atividades: Desde 1964. Touros na bateria: Umbu 1922. Atividades desenvolvidas: arroz irrigado / pecuária de corte. Melhoramento Genético: Promebo.
Veja o especial Brasil Beef Showcase no Pecuária em Alta
Grupo de técnicos e produtores que participou do Brasil Beef Showcase 2015
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RAÇA
GIROLANDO
A RAÇA MAIS PRODUTIVA E ADAPTADA PARA A PRODUÇÃO DE LEITE NOS TRÓPICOS A necessidade de aumentar a produção de proteína animal para alimentar as populações crescentes no Brasil fez com que os produtores de leite brasileiros buscassem além de suas fronteiras alternativas genéticas. Da Índia vieram as raças zebuínas, adaptadas ao clima brasileiro. Da Europa, foram importadas as raças fortes na produção de leite. O Brasil tornou-se, assim, um celeiro de diversidade e, por algum tempo, foi palco de cruzamentos desordenados entre raças zebuínas e taurinas. Preocupado com o rumo a partir das novas formações genéticas, o governo federal institui a criação do Programa Nacional de Cruzamento Dirigido, comumente
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conhecido como Procruza. Dentre todos os cruzamentos sugeridos pelo programa,
“O sistema de produção semiconfinado coloca a vaca no desafio de produzir leite a pasto e o Girolando faz isso naturalmente”, Heverardo Carvalho, diretor Alta Brasil. um deles dominou o cenário dos currais brasileiros. Por ser
o mais produtivo e com maior adaptabilidade para o Brasil, o Holangir (hoje Girolando) foi escolhido naturalmente pelo produtor de leite como o mais viável para produzir em sistema semiextensivo, ou seja, durante as águas, no pasto, e durante a seca, no cocho. O Girolando tornou-se a preferência nacional. Com o término do programa de cruzamento dirigido, a raça foi escolhida pela Associação de Produtores de Leite (atual Associação Brasileira de Criadores de Girolando) para registro genético e melhoramento animal. Em 1996, o Ministério da Agricultura e Pecuária reconheceu a raça Girolando – uma criação brasileira – como sintética pura.
O Procruza O programa foi responsável por organizar os cruzamentos entre os Bos taurus taurus e os Bos taurus indicus, sendo que muitos deles, com foco na produção de leite, foram feitos com o intuito de gerar um forte choque entre as raças distantes geneticamente, ou seja, o efeito Heterose.
Você sabia? O primeiro passo para a consolidação da raça sintética foi a fixação do Grau de Sangue correto. Com a preocupação inicial de construir bons indivíduos para multiplicá-los em me-
lhores indivíduos e, finalmente, criar características próprias, o Girolando fixou-se no grau de sangue 5/8 Holandês + 3/8 Gir Leiteiro, ou seja, 62,5% de sangue Holandês e 37,5% de sangue Gir Leiteiro. A associação criou uma tabela de cruzamen-
tos para orientar os produtores sobre como formar a raça, começando pelas duas raças mães, Holandês, com suas altas produções, e Gir Leiteiro, com sua rusticidade ao clima brasileiro. O quadro abaixo apresenta as várias formações do Girolando.
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RAÇA
A necessidade de comprovar o desempenho nos currais brasileiros fez com que, em 1997, a Associação de Girolando se unisse com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e começasse o Programa Nacional de Melhoramento Genético
da Raça Girolando. Com o objetivo de mostrar, em números de desempenho produtivo de leite, as filhas de touros da raça Girolando, o corpo técnico da associação criou parâmetros de seleção de jovens reprodutores. Quando escolhidos, poderiam coletar material genético e distribuir sêmen para todo o Brasil, ou seja, para
rebanhos colaboradores. Após 18 anos do programa, muita evolução foi constatada. O desempenho produtivo das filhas de touros Girolando comprovou a forte especialização dessa raça sintética para a produção de leite em países com clima tropical. Abaixo, podemos ver um pouco dessa evolução:
Além da produção de leite, a melhoria morfológica desses animais é muito marcante. A conformação também evoluiu e características funcionais,
como capacidade respiratória e cardíaca, composto de pernas e pés e, principalmente, o sistema mamário concretizaram a procura pela raça em
outros países da África, Américas do Sul e Central. Veja as vacas de 1994 comparadas com as de 2014, ou seja, 20 anos depois.
A evolução
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Girolando como opção Todo o investimento fez com que aumentasse a procura por material genético do Girolando. A raça está entre as que mais crescem em vendas, todos os
anos. Auditada pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a Girolando é, sem dúvidas, a raça brasileira para a produção de leite. Abaixo, o quadro aponta a evolução de vendas de sêmen de Girolando no Brasil.
Alguns touros provados Alta
Impacto FIV da Prata JAC 5/8 Clinita Zack Frederick-ET Harmonia Terra Vermelha 1/4
Nicolau Fausto Itaúna 5/8 PS Fausto Polo Itaúna 5/8 Java Gaiato Itaúna 5/8
“A Girolando é, definitivamente, a raça de produção de leite em países com clima tropical. O sistema de produção semiconfinado coloca a vaca no desafio de produzir leite a pasto e o Girolando faz isso naturalmente. Somos muito felizes por confiar e investir nesse segmento”, diz o diretor da Alta Brasil, Heverardo Rezende de Carvalho.
Atualmente, a Alta possui 54 touros Girolando, sendo 25% Girolando ¾ e 75% Girolando 5/8 ou P.S., responsáveis por quase 40% do mercado, o que confere à empresa o posto de “número um” da raça. Possui ainda a maior quantidade de touros provados no Programa de Melhoramento Genético.
Fausto Polo Itaúna 5/8 B-Hiddenhills Mark-O-Polo Bolacha Oasis Itauna 1/4
Jovens touros que são sucesso no mercado nacional e internacional Calígula
Jagunço
5/8
5/8
Imperador Baxter 5/8
Thor 3/4
Charmoso 3/4
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CASOS DE SUCESSO
GENÉTICA DE SUCESSO Enfrentar o desafio de produzir leite na seca do nordeste, investir em genética e buscar novas instalações
para aumentar a produtividade do rebanho, esses são alguns dos destaques dos cases de sucesso desta
Agropastoril Joia Rancho
Com a elevação da qualidade dos animais a cada geração, decidiram participar de pistas e de exposições. “Com o passar dos anos, começamos a ter ótimos resultados e muitos dos nossos animais passaram a ganhar prêmios”, diz o proprietário da fazenda, José Benedito Plens. Os desafios continuaram. Os trabalhos com a Fertilização In Vitro (FIV) tiveram início e mais algumas doadoras foram adquiridas. “Fizemos novos acasalamentos e começamos uma nova etapa na fazenda. Com esse novo projeto, logo se iniciou a venda de novilhas e touros para o Nordeste, um mercado que se tornou interessante e grande comprador, devido à qualidade dos animais enviados para aquela região”, explica Márcio Delfino. Hoje, o rebanho conta com 450 vacas Nelore PO e mais 200 receptoras. Os touros mais utilizados no plantel foram: Bitelo SS, Panagpur, Alarme, Basco SM, Donato, Funcionário, Jabriel, Lastro,
BUSCA POR MELHORES TOUROS VISA RESULTADOS
Márcio Delfino, gerente regional Alta em Itapetininga (MG) e José Benedito Plens, proprietário da Agropastoril Joia Rancho
A Agropastoril Joia Rancho está localizada no município de Itapetininga, interior de São Paulo. Iniciou seu criatório no ano 2.000, com arrojo, determinação e apoio de sua equipe de funcionários. Na fase inicial, adquiriu animais e prenhezes das mais renomadas famílias da raça Nelore. Foi quando iniciou a parceria com o gerente regional Alta da área, Márcio Delfino. O profissional ofereceu todo apoio e assistência, acompanhando a fazenda e propondo inovações, como transferência de embriões (TE). 48
PECUÁRIA EM ALTA
edição. Produtores que juntamente com os profissionais da Alta servem de exemplo para a nossa pecuária.
Jabriel FIV de Naviraí Provado
Brado SM, dentre outros grandes destaques da bateria Alta. A Agropastoril Joia Rancho participa do Programa de Melhoramento Genético (PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Conta também com o apoio da equipe Alta nos acasalamentos do rebanho, por meio da apartação de grupo. O auxílio vem do técnico de corte, Marcos Labury. “José Benedito Plens é um exemplo de cliente inovador, que está sempre em busca dos melhores touros e, principalmente, dos resultados”, finaliza Márcio.
Sobre a Regional A regional Itapetininga, hoje gerenciada por Márcio Delfino, conta com uma região bem diversificada, com rebanhos de corte e leite. Atua junto ao cliente sempre com as melhores opções, em busca dos resultados para maior lucro final. O telefone para contato é (15) 9 9716-4014.
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CASOS DE SUCESSO
FAZENDA PAPA TERRA PRODUÇÃO DE LEITE SUSTENTÁVEL NA SECA NORDESTINA da nova cria ganham mais ênfase nos 60 últimos dias da gestação da vaca, quando as mesmas são mantidas em confinamento no piquete maternidade e alimentadas com volumoso e concentrado.
Localizada no município de Jaramataia, em Alagoas, a Fazenda Papa Terra é um exemplo em gestão e produtividade. De propriedade de Ana Carla Pereira Brandão, a propriedade é gerida por seu marido, José Brandão Vieira Júnior. Atualmente, é dividida nas áreas de produção de vacas e bezerras, ordenha, sanidade, alimentação, receita e despesa, além dos serviços gerais. Os cuidados com o nascimento
AltaSTONE Planet x Elegant x O Man
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PECUÁRIA EM ALTA
Bezerreiro Após o parto, a cria tem a cura do umbigo feita de imediato, com a utilização de iodo, e recebe, no mínimo, quatro litros de colostro nas primeiras seis horas de vida. Até o 40º dia, são fornecidos seis litros de leite, água e concentrado à vontade. A cria fica em bezerreiro suspenso e individual. Após esse período, até o 60º dia, segue para o bezerreiro argentino, onde recebe quatro litros de leite pela manhã, água e concentrado à vontade. Até os 90 dias, no período de transição para os piquetes conjuntos e com base no peso, inicia-se o consumo de volumosos, concentrado e de água à vontade, a mesma dieta fornecida para os animais que se encontram nos piquetes. Decorridos 90 dias, as bezerras são encaminhadas para os piquetes de recria com a média de peso alcançada em torno de 100 quilos. Recria Na recria, os animais passam por quatro piquetes, com sombreamento e água, até que completem 350 quilos, em média, quando estarão aptas para a gestação. Os piquetes se diferenciam conforme o peso do animal. São alimentados
com volumosos, concentrados e água. Com 350 quilos, essas novilhas são submetidas à inseminação artificial. O processo de melhoramento genético foi iniciado em 2007, sendo utilizados os protocolos de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), sempre que necessário. Em algumas épocas do ano, normalmente em períodos de chuva, ou de verão, se a produção de capim for satisfatória, ficam parte do tempo em campo aberto, com mineralização adequada e suplementação, se necessária. A mesma rotina aplica-se para as vacas e novilhas gestantes até 60 dias antes do parto. A partir daí, são confinadas em piquete maternidade até o parto. As vacas em lactação ficam confinadas em piquetes com sombreamento e separadas por volumes de produção, excetuando-se as primíparas, que compõem um único lote. Todas recebem dieta servida no cocho com volumosos, além de concentrados e água. Novas tecnologias Em 2014, a Fazenda Papa Terra iniciou o processo de transferências de embriões, para imprimir maior velocidade ao melhoramento. O objetivo dessa iniciativa é a redução nos graus de sangue, tendo em vista os contínuos incrementos de temperatura e redução da disponibilidade pluviométrica, que comprometem a produção de volumosos no agreste alagoano.
Resultados
• Taxa de mortalidade de fêmeas(0 a 3 meses) – 3,72% • Taxa de mortalidade de fêmeas(3 a 6 meses) – 0,60% • Taxa de mortalidade de fêmeas (6 a 9 meses) – 0,65% • Taxa de mortalidade de fêmeas (9 a 12 meses) – 0,00% • Taxa de mortalidade de fêmeas (acima de 12 meses sem aptidão) – 0,23% • Idade média à primeira inseminação ou transferência de embrião – 24,39 meses • Idade média ao primeiro parto – 34,54 meses • Intervalo entre parto e o primeiro cio – 45,62 dias • Intervalo entre partos real – 13,40 meses • Dose por prenhez novilha – 2,43 doses • Dose por prenhez vaca – 2,98 doses • Taxa de concepção novilhas – 41,10% • Taxa de concepção vacas – 33,56% • Período de descanso – 83,46 dias • Período de serviço – 129,27 dias • Peso médio de fêmeas ao nascimento – 37,98 kg • Peso médio de fêmeas à desmama – 113,32 kg • Pico das lactações encerradas – 21,70 kg • Pico das lactações em aberto – 22,98 kg
Tanto para a inseminação artificial, pura e simples, quanto por meio da transferência de embrião, definiu-se como grau de sangue limite o equivalente ao 7/8, com predominância do3/4 e do 5/8 por aproximação. A fazenda é cliente Alta há muitos anos, sendo consumidora de embriões do programa Alta Embryo. Trabalha com acasalamento corretivo há, pelo menos, cinco anos. No ano de 2014, a Papa Terra aderiu ao plano genético individual da propriedade, utilizando o Crossmate, um programa exclusivo da Alta para avaliação em raças mestiças. Resultados do Ideagri A propriedade já atingiu o patamar dos 2.200 litros, mas foi obrigada a recuar diante das graves crises, desde a seca dos anos
de 2011 e 2012, cuja pluviometria ainda se encontra instável. Outros fatores foram as crises sucessivas junto à situação econômico-financeira das indústrias de laticínios e as perdas produtivas na produção de volumoso, em decorrência da instabilidade das chuvas. Atualmente, a produção é de 1.200 kg/dia, com a média diária de 16,2 kg/animal. A meta é a produção de 3.000 kg/dia, com a média diária de 15 a 16 kg/animal. “Não há como sobreviver na
atividade sem planejamento e sem acompanhamento dos indicadores, mesmo porque o que resta ao produtor é viabilizar a redução dos custos de produção na medida da sua governabilidade, já que não domina a formação do preço do leite, os estoques disponíveis no mercado, as variações das commodities e as precipitações das chuvas, dentre outras variáveis”, finaliza José Brandão Vieira Júnior. Os dados do Ideagri têm como base a média do período de junho de 2014 a maio de 2015.
Sobre a Regional A regional Maceió atende todo o estado de Alagoas e tem em sua equipe o regional José Joaquim Sacramento, mais oito técnicos capacitados para atender tanto rebanhos de corte quanto de leite. O telefone para contato é (82) 3341-0025.
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CASOS DE SUCESSO
FAZENDA SANTO ÂNGELO: NOVO PROJETO, MAIS DESAFIOS
Paulo Siqueira, regional São Gonçalo do Sapucaí; Geraldo Viotto, proprietário da fazenda; Maurício Prata, veterinário da fazenda e Ricardo Bertola, consultor técnico de leite
Geraldo Viotto é produtor de leite há 18 anos, mas, na Fazenda Santo Ângelo, no município de Turvolândia (MG), o trabalho começou em 2007. Atualmente, conta com o apoio da regional São Gonçalo de Sapucaí, por meio do representante Alta, Paulo Siqueira, e também do técnico de leite, Ricardo Bertola. A produção diária está em torno de 8.300 litros de leite, com
AltaROBLE Mogul x Observer x Shottle
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270 vacas em lactação. A meta é ter 400 vacas em lactação. Para isso, as instalações já estão construídas, para alojar todas as vacas em camas de free-stall. A fazenda conta com 190 hectares, e toda a produção de comida é feita na propriedade. Há vários anos, toda a produção de leite é vendida para a Danone e integra projeto Gold do laticínio. A qualidade do leite é uma preocupação constante. Os números não mentem: são 3.35% de proteína, 3.55% de gordura, CCS média de 177 mil e CBT 5 mil. Os animais da Santo Ângelo são registrados, classificados por tipo e submetidos ao controle leiteiro oficial, com média de produção, aos 305 dias ajustada para idade adulta, de 11.375 kg de leite. O serviço é realizado pela Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais. A fazenda possui vários produ-
tos Alta, que se destacaram com suas lactações oficiais encerradas, como uma filha de AltaSPARTA, com mais de 40 mil quilos acumulados em apenas duas lactações; uma filha de AltaDORNE, MB 85 pontos, com mais de 14 mil kg na primeira lactação; duas vacas filhas de AltaWILDMAN, com 15.886 kg e 13.080 kg de leite, ambas na primeira lactação, e uma filha de AltaMINISTER, MB 85 pontos, com lactação de 14.996 kg de leite, também na primeira lactação. Desde que foi criado o projeto da Santo Ângelo, a fazenda utilizou apenas genética Alta. A propriedade faz parte do seleto grupo de clientes Advantage e o plano genético busca Conformação/Saúde. Em produção, já se veem filhas de Avalon, Caliber, Exacter, Maxlife, Jayz, Armstead, Baxter entre outros. Dos touros mais novos, já oriundos do Programa Advantage, destacam-se Suplex, Roble, Horizon, Buckaroo, Skoda, Toprock, Alix e Ceo. Em dois anos, o objetivo do projeto é disponibilizar os primeiros animais para venda. Animais de alto valor genético, provenientes de acasalamentos bem direcionados, que somarão em qualquer rebanho. Uma característica marcante da propriedade é a preocupação com o meio ambiente. O novo projeto da fazenda compreende o tratamento de dejetos, com separador de sólidos. Toda a água será reutilizada.
SÍTIO BOLA PRETA: FOCO GENÉTICO TRAZ METAS Proprietário do sítio Bola Preta, em Elói Mendes (MG), José Ricardo Xavier, iniciou suas atividades com gado de leite em 2007. Atualmente, a fazenda já produz mais de 3.000 litros/dia, com 115 vacas em lactação. O atual gerente e responsável financeiro da propriedade é filho dele, Luiz Ricardo, conhecido como Kadão. A meta é possuir 200 vacas em lactação e produzir em torno de 7 mil litros/dia. Para isso, um free-stall já está em fase final de construção. A inauguração está prevista para agosto. A Alta realiza um forte trabalho técnico nesta fazenda, por meio do regional Paulo Siqueira, de São Gonçalo de Sapucaí, juntamente com o técnico Ricardo Bertola. “É impressionante a evolução do nosso rebanho. É fácil perceber como as vacas melhoraram”, afirmou o gerente de campo da fazenda, Luís Carlos
Flausino, destacando a qualidade dos animais, seja em conformação ou em produção. Hoje, 100% dos animais jovens da fazenda são produtos da Alta. Em produção destacam-se filhas de Caliber, Baxter, Decree, Minister, Jayz, Armstead, Wildman entre outras. Entre as bezerras, há filhas de Carnival, Titleist, Toyota, Detroit, Avalon, Extreme, Jupiter e Meteor.
Além de investir no rebanho, a fazenda preocupa-se com a responsabilidade social. Na propriedade há um espaço para a formação de atletas de futebol, denominado Arthur Antunes Coimbra (Zico). Cerca de 450 jovens atletas, entre 5 e 17 anos, realizam atividades esportivas, diariamente. A escola mantém parceria com o clube de futebol do Atlético Paranaense.
Camilo Canella, veterinário da fazenda; Ricardo Bertola, técnico de leite da Alta; Luis Carlos Flausino, gerente e Luiz Ricardo (Kadão), proprietário da fazenda
Sobre a Regional Paulo Siqueira já atuou como classificador e jurado de pista da Associação de Gado Holandês e é veterinário autônomo. Parceiro da Alta desde a sua chegada no Brasil, é responsável pela região central do Sul de Minas. O ponto forte do atendimento é leite, com foco no plano genético dos clientes, acasalamentos e orientações para a melhor obtenção de resultados. O telefone de contato é (35) 3241-2205. AltaAVALON Mac x Shottle x Alta Finley
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ENTREVISTA
OS DESAFIOS À FRENTE DA GIROLANDO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE GIROLANDO, JÔNADAN HSUAN MIN MA, DESCREVE AS AÇÕES PARA TORNAR A ENTIDADE MAIS FORTE E PARTICIPATIVA NA PECUÁRIA NACIONAL E APRESENTA OS DETALHES DA MEGALEITE E DO 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DA RAÇA Quais as maiores dificuldades encontradas neste um ano e meio de gestão? Assumimos a Girolando com o desafio de tornar a associação uma entidade mais forte e participativa na pecuária leiteira nacional. Para isso, estabelecemos dez metas, que vão desde uma sólida política de valorização da raça Girolando, dos associados, técnicos e colaboradores da entidade, uma participação ativa em todos os segmentos da cadeia produtiva do leite, o incremento do Programa de Melhoramento Genético Girolando (PMGG) até o desenvolvimento e a implantação de mecanismos modernos que promovam melhor acesso dos pequenos e médios produtores ao mercado de leite e genética e maior investimento na divulgação da raça. Em pouco mais de um ano, alcançamos resultados bastante positivos, como a ampliação do número de registros genealógicos, de novos associados, de rebanhos colaboradores e de características avaliadas pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Também estamos participando ativamente junto aos órgãos do Governo, Ministérios e Secretarias, Congresso Nacional e junto 54
PECUÁRIA EM ALTA
à Frente Parlamentar da Agropecuária, Instituto Pensar Agro e Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Além disso, temos projetos que estão garantindo melhor acesso dos pequenos e médios produtores ao mercado de leite e genética.
“Precisamos continuar trabalhando pelo melhoramento genético da raça para que essas famílias possam aumentar suas rendas por meio de rebanhos mais produtivos” Nos últimos 10 anos, o Girolando teve um crescimento surpreendente, tanto em número de criadores, registros e, principalmente, em produtividade, visto que hoje cerca de 80% da produção de leite do país vem da raça. Do seu ponto de vista, quais foram os diferenciais que impulsionaram esse crescimento?
Essa evolução da raça é, em grande parte, reflexo dos investimentos em melhoramento genético feitos pelos criadores, tanto de Girolando quanto de Gir Leiteiro e Holandês (as raças base para a formação do Girolando). Neste ponto, os programas de melhoramento das três raças foram de suma importância, porque passaram a oferecer ferramentas de seleção cada vez mais eficazes. No caso do PMGG, o Teste de Progênie vem ampliando o número de características avaliadas e incorporando novas metodologias de seleção, como é o caso da pré-seleção de Touros. Com isso, aumentamos a confiabilidade do mercado nos nossos reprodutores, comprovada pelo aumento significativo das vendas de sêmen da raça nos últimos anos. O crescimento foi de mais de 500% na última década. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de leite do mundo, mas a nossa produtividade ainda é muito baixa. Quais os planos da associação para orientar e incentivar nossos pecuaristas a produzir mais? Aumentar a produtividade de um rebanho requer investir em genética, nutrição e sanidade.
Estamos trabalhando em duas frentes. Uma delas é a transferência de tecnologia. De norte a sul do Brasil, nossos técnicos têm ministrado palestras, cursos e jornadas técnicas com o intuito de orientar os produtores sobre a utilização correta da raça dentro do sistema de produção de cada propriedade e o manejo ideal. Também ampliamos nossa comunicação com os associados para garantir que as informações cheguem a eles de forma rápida e eficiente. Uma segunda vertente do trabalho está relacionada com a inserção dos pequenos e médios produtores a genética de qualidade. Estamos fazendo isso por meio de programas, como o Pró-Fêmeas e o Pró-Genética, que estão possibilitando a esses produtores a compra de fêmeas e de touros geneticamente superiores. Como a agricultura familiar é responsável por boa parte do leite produzido no Brasil, aumentar a qualidade genética desses rebanhos ajudará a melhorar essa produtividade do rebanho nacional. A previsão dos pesquisadores é de que até o fim do ano esteja completo o sequenciamento do genoma da raça Girolando. Como essa nova ferramenta beneficiará os produtores e a raça? Será possível acelerar os ganhos genéticos e otimizar os sistemas produtivos em fatores como produtividade, qualidade do leite e saúde animal. Essa tecnologia será incorporada ao PMGG, garantindo que os produtores sejam beneficiados com esse avanço.
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ENTREVISTA
Este ano, teremos no Brasil, na nossa capital mineira, o primeiro congresso internacional da raça Girolando, juntamente com o 2º Congresso Brasileiro da Raça Girolando. Como serão esses eventos? O Congresso será realizado entre os dias 19 e 21 de novembro, no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte (MG), e contará com a presença de renomados técnicos e pesquisadores do Brasil e do exterior, que abordarão temas como: sanidade, reprodução, melhoramento genético, manejo, nutrição, seleção genômica e comportamento animal. Também haverá visitas a fazendas produtoras de leite com a raça Girolando. Será um momento de atualização e troca de informações entre os produtores, pois teremos participantes de diversos países. O interesse dos estrangeiros pela raça é crescente e o produtor brasileiro precisa estar preparado para atender com eficiência e qualidade o mercado internacional. Chegamos a mais uma edição da Megaleite, sua segunda exposição desde que assumiu a associação. Quais são as novidades e expectativas para este ano? Teremos a participação das principais raças leiteiras do país e uma programação variada para atender a todos os tipos de público, desde pequenos, médios, grandes produtores até profissionais da área e a comunidade em geral. Uma das novidades é a Megafeira do Pró-Fêmeas e Pró-Genética, que vai comercializar animais registrados. Também 56
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teremos, pela primeira vez, uma audiência pública da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que debaterá as políticas para a pecuária leiteira com foco no mercado de leite e na seleção genética de animais. Haverá ciclo de palestras técnicas e divulgação de mais uma edição do Sumário de Touros. Na parte cultural, teremos o Concurso Estadual de Queijo Minas Artesanal e cursos para crianças. Ainda serão realizados julgamento, concurso leiteiro e leilões. Sobre o futuro da raça, o que o criador que utiliza a raça pode esperar? Se comparada a outras raças leiteiras, o Girolando é uma raça relativamente nova, mas que tem evoluído rapidamente. O desafio é torná-la cada vez mais eficiente na produção sustentável de leite. A pecuária leiteira é a única atividade presente em todos os municípios
brasileiros, ou seja, é a principal geradora de renda para muitas famílias. Precisamos continuar trabalhando pelo melhoramento genético da raça para que essas famílias possam aumentar suas rendas, por meio de rebanhos mais produtivos.
“Precisamos continuar defendendo os direitos dos produtores de leite, garantindo melhores políticas públicas” Com isso, vamos beneficiar também nossos associados, que passarão a ter mais mercado para seus produtos. Precisamos, também, continuar defendendo os direitos dos produtores de leite, garantindo melhores políticas públicas.
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