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PALAVRA DO DIRETOR
Caro leitor, Esta já é a quarta edição de um projeto que particularmente tenho muito apreço, porque desde o início nosso objetivo sempre foi garantir que os nossos clientes estivessem preparados para o futuro. Oferecer a melhor genética disponível ao mercado não é mais que nossa obrigação, por isso inovamos, e buscamos sempre formas de mantê-los bem informados sobre todos os assuntos que envolvem a cadeia produtiva da pecuária. Desde que a revista foi pensada, a primeira exigência foi: ela deve realmente ter conteúdo! E não ser apenas um “folder” cheio de propagandas. Com essa primícia básica ela vem sendo desenvolvida deste a sua primeira edição, prezando pela informação técnica de qualidade. Nesta edição trazemos na capa uma importante reportagem falando sobre a valorização do bezerro. É muito importante que o pecuarista entenda o momento único que estamos vivendo para o nosso negócio e tenha muito clara a diferença entre um bezerro ruim, um bezerro bom e principalmente, um bezerro muito bom! Ao longo da reportagem você vai conhecer grandes clientes e parceiros da Alta, especializados na produção de bezerros diferenciados no mercado, como a Fazenda 3R e as Fazendas Bartira, que enxergaram o momento e já se prepararam para o futuro. Depois, fechando o assunto, no final da revista, na nossa entrevista, Alexandre Mendonça de Barros um grande entendedor e estudioso dos mercados nacional e mundial nos apresenta a sua visão a curto e médio prazo. Para os parceiros que produzem leite, dois importantes artigos: um que ressalta a importância da reprodução dentro de um rebanho e o impacto financeiro que essa etapa fundamental pode causar na propriedade e outro destacando o investimento de se produzir comida para os animais que estão em lactação. Além disso, o conteúdo da revista está repleto de outros assuntos elaborados por nossos técnicos e também exemplos de parceiros de sucesso que em parceria com a Alta vem obtendo cada vez mais lucro em seus negócios. Espero que gostem do que preparamos e principalmente, que a partir desta leitura, nós da Alta o ajude a ter cada vez mais clareza na sua tomada de decisões. Tenha uma ótima leitura.
Heverardo Carvalho Diretor
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ÍNDICE EXPEDIENTE
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Diretor Heverardo Resende de Carvalho Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) - renata.paiva@altagenetics.com Colaboradores desta edição Guilherme Marquez, Miguel Abdalla, Tiago Carrara, Fernanda Borges, Rafael Oliveira, Marcos Labury, Tiago Moraes, Sandro Roberto Westphal, Ângelo Roberti Neto, Luiz Antonio Lopes de Oliveira, Flávio Pereira, Rodolffo Assis, Gilson Pessoa, Glauco Freire, João Daniel Kreling, Eduardo Cavallin, Armando Pereira, Ronaldo Dessoti, Márcio Delfino, Jorge Duarte, Ricardo Bertola, Alexandre Mendonça de Barros e José Maria Matos. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com
Impressão Gráfica Tiragem 5 mil exemplares Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorando a lucratividade individual de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Ser líder do mercado de inseminação artificial e reconhecida como a melhor empresa desse segmento. Valores: • Escolha CONFIANÇA à invulnerabilidade • Escolha CONFLITO à harmonia • Escolha CLAREZA à certeza absoluta • Escolha NÚMEROS à popularidade • Escolha RESULTADOS a status
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EXPOGENÉTICA 2015 Feira reúne pecuaristas para discutir o melhoramento genético das raças
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ALTA NEWS
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GESTÃO
Eventos importantes, novas contratações e destaques em pistas, fique por dentro de tudo que acontece na Alta
ESTAÇÃO DE MONTA O aumento da eficiência reprodutiva do seu rebanho pode estar em uma estação de monta bem planejada.
ARTIGOS
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A GENÔMICA NA PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA Conheça mais sobre genômica e seus avanços na pecuária de corte
Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com Revisão Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação indiara@indiaraassessoria.com.br
ESPECIAL
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INVESTIMENTO X RISCO
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IMPACTO ECONÔMICO DA REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRA
Produzir comida para nossas vacas, risco ou investimento?
Impacto econômico da reprodução na pecuária leiteira
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GENÉTICA ARGENTINA
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CORTE
Critérios argentinos de seleção despertam a atenção de pecuaristas brasileiros
SULTÃO FIV DA TERRA BRAVA Touro se classifica no Programa de Avaliação Nacional de Touros Jovens PNAT e está avaliado em quase R$ 600 mil
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RAÇAS SIMENTAL PRETO, POR QUE USAR? Raça se destaca na produção de animais com excelentes dados de carcaça com alto peso, grande nível de marmoreio, área de olho de lombo e maior acabamento
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CASES DE SUCESSO - AGROPECUÁRIA RÉGIA - CAMAPUÃ AGROPECUÁRIA
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CORTE
Conheça exemplos de pecuaristas progressistas que juntamente com a Alta servem de exemplo para a nossa pecuária
UMA GENÉTICA DIFERENTE Uma genética diferente transforma a raça nelore
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GIRO NO CAMPO
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EVENTOS
Nossos cliente e leitores destacam a qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta espalhados por todo o Brasil
- O DIA DO BOM NEGÓCIO - EXPHOMIG - EXPOINTER - EXPOZEBU
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ENTREVISTA MERCADO, O QUE PODEMOS ESPERAR? Alexandre Mendonça de Barros fala sobre o mercado atual e o que podemos esperar para o futuro
36 CAPA COM PREÇOS JAMAIS VISTOS, BEZERRO GANHA A ATENÇÃO DO PRODUTOR Bezerro ruim, bezerro bom e bezerro muito bom! Valorização do bezerro ganha a atenção do produtor que passa a investir na qualidade de seu produto
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ESPECIAL
O GRANDE ENCONTRO ENTRE AVALIAÇÃO GENÉTICA E PADRÃO RACIAL Em sua 8ª edição, a Expogenética reuniu cerca de 800 exemplares das raças zebuínas, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Conhecida por ser a principal mostra zebuína de touros provados do mundo, a feira não possui julgamentos, apenas exposição de animais nos pavilhões. A intenção da feira, desde a sua primeira edição, é apresentar e discutir o melhoramento genético das raças. Para participar da Expogenética, os animais devem ter registo genealógico nas 6
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categorias PO (Puro de Origem) ou LA (Livro Aberto), com idade a partir de oito meses na data do evento e sem idade limite. Reprodutores e matrizes selecionadas para corte devem apresentar avaliações genéticas em seus respectivos programas, classificados entre os 20% superiores, prevalecendo para essa definição o índice adotado pelos principais programas de melhoramento genético participantes ou serem portadores de Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). Já
para os animais selecionados para leite são exigidas avaliações genéticas positivas ou a média da avaliação dos pais positiva, sempre com origem em programas oficiais. “Aqui se concentram grandes selecionadores que buscam o melhoramento genético. Na Expogenética são apresentados apenas animais avaliados, com bons perfis para ser utilizados em gado comercial e também PO, que alia números e padrão racial”, explica o gerente de Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira.
Os sumários
Alguns destaques do sumário ANCP
Para promover maior interação entre criadores, pesquisadores e representantes dos programas de melhoramento genético, a Expogenética inovou, realizando o lançamento simultâneo dos sumários dos principais Programas de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) – corte. A Alta foi bem representada em todos eles. Confira alguns resultados: ANCP O sumário da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), considerado um dos principais indicadores para selecionadores que visam a melhorar a produtividade do plantel, apresentou avaliações de reprodutores das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã. Na raça Nelore, REM Torixoréu (MGT 28.80) permanece na liderança pelo terceiro ano consecutivo, seguido de REM Sabiá (MGT 24.20) e Grafite da Bela (MGT 23.67), que inclusive superou o MGT de seu pai, confirmando o conceito básico do melhoramento, no qual as gerações futuras devem ser superiores à atual. Estão também entre os TOP 10, REM Usp (MGT 22.33), Truck da Alô Brasil (MGT 21.34) e Lokhan de Naviraí (MGT 20.92).
REM Torixoréu (MGT 28.80)
Grafite da Bela (MGT 23.67)
GENEPLUS O Sumário Geneplus trouxe a força da raça Nelore chancelada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além dos touros provados, com vários filhos nascidos, o Geneplus avalia touros jovens, que ainda não possuem acurácia suficiente para sair no sumário. O objetivo é a identificação e a avaliação de
Truck da Alô Brasil (MGT 21.34)
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ESPECIAL
jovens reprodutores promissores nos rebanhos integrados ao Programa Geneplus da Embrapa. Dentre os touros avaliados, REM Vokolo é o líder, com o IQG impressionante de 5,59, sendo destaque para todas as características. REM Armador vem em segundo lugar, com IQG de Destaques do sumário Geneplus
REM Vokolo (IQG 5,59)
Ganges COL (IQG 3,72)
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4,57, e também é TOP 0,1% para seis características economicamente importantes para qualquer sistema de produção. Na classificação dos touros provados, os principais destaques da bateria Alta dentro do sumário são: REM Torixoréu, REM Usp, Mamuth e Ganges COL.
Destaques da 6ª bateria do PNAT são contratados pela Alta Quem passou pela Expogenética pode também conhecer os jovens touros participantes da 6ª edição do Programa Nacional de Avaliação de Touros (PNAT). O programa seleciona reprodutores zebuínos registrados, com idades entre 18 e 30 meses, com exame andrológico positivo para avaliação de suas progênies através do PMGZ. O diferencial é o processo de seleção democrático, que conta com a participação de criadores, técnicos e centrais de inseminação, além da distribuição gratuita de sêmen a propriedades cadastradas na ABCZ. O número de animais pré-selecionados para esta edição foi ampliado pela ABCZ devido à alteração do percentual do TOP máximo do Índice ABCZ de qualificação genética (iABCZ) para a maioria das raças. A medida permitiu maior variabilidade genética. Nas raças Nelore e Nelore Mocho, o iABCZ será de até TOP 5%; já nas raças Brahman, Gir, Guzerá, Indubrasil, Sindi e Tabapuã participam animais com TOP até 10%. A quantidade de touros selecionados pelo PNAT contribui para a manutenção da variabilidade genética das populações zebuínas sob seleção. A Alta busca dentro da melhor genética disponível dos programas, parcerias com os principais fornecedores de genética.” Este ano, o programa avaliou 86 animais e, dentre os 15 selecionados e classificados na bateria 2015, cinco foram contratados pela Alta.
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ESPECIAL
2ª Prova Nacional de Produção de Leite busca Gir Leiteiro sustentável Produzir mais gastando menos. Este é o desafio de todos os setores produtivos do agronegócio. Dentro desse contexto, a Associação Brasileira dos Criadores do Gir Leiteiro (ABCGIL), juntamente com a Embrapa Gado de Leite e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), concluíram, durante a Expogenética, a 2ª edição da Prova Nacional de Produção de Leite - Gir Leiteiro sustentável. O objetivo foi mostrar ao pú-
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blico a qualidade e a produtividade da raça. Durante a prova, as matrizes em lactação foram submetidas a um regime alimentar próximo à realidade da pecuária leiteira nacional e a um ambiente padronizado, buscando-se destacar o potencial produtivo dos animais. “Com todos esses pontos nivelados, o que vai se expressar é a genética”, pondera o superintendente técnico da Gir Leiteiro, André Rabelo Fernandes. A prova tornou-se um laboratório a céu aberto e tem, também, o objetivo de avaliar várias características que ainda não foram estudadas no Gir Leiteiro e servem
de subsídios para os pesquisadores e professores. “Juntamente com a mensuração do leite, estão sendo avaliados os percentuais de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e CCS, bem como de escore corporal”, explica André. Dentre as fêmeas que participaram da prova, seis delas são filhas de touros da Alta. “Tivemos filhas de Vale Ouro, Vaidoso, Modelo e Tabu, que apresentaram excelentes médias, produzindo um leite mais barato e provando todo o potencial que o touro pode transmitir à sua progênie”, finaliza o gerente de Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez.
Check in na Central da Alta durante a Expogenética
Sérgio Pedrossian Cortada Abrantes, de Campo Grande (MS) e Anderson Fraquin da Aliança Consultoria foram recepcionados por Tiago Carrara, gerente de mercado, e o Clemilson Sandim, técnico de corte
José Renato, responsável por receber nossos clientes na central e José Darmand, da Fazenda Morro Verde Nelore Caraibas com Fernando Salvani, da Vetplus Assessoria
Wendel Nantes, da MS Reprodução e Marcos Labury, técnico de corte da Alta, receberam José Carlos da Agrop. Garupa juntamente com João Roberto e João Ricardo da Cabaña San Juan que fica na Bolívia
Os parceiros da Alta, Antônio Chaves, técnico da associação da raça Angus no Paraná e Guto Grassano proprietário dos touros Soluto e Nacional da nossa bateria Angus, visitaram a central com Marcos Longas, gerente distrital
Você sabia? O local estratégico escolhido para a construção da central possibilita, por ano, mais de 12 mil visitas, entre pecuaristas, técnicos, criadores, estudantes e pessoas relacionadas ao agronegócio.
A Central da Alta foi construída em formato circular, com o laboratório e a área de coleta no centro. Esse desenho faz com que o touro não tenha que se deslocar mais do que 200 metros na hora da coleta.
Ao todo, a Central da Alta tem capacidade para alojar 279 touros, que ficam em piquetes com cerca de 1.200 m², baia e muita sombra natural. A dieta é servida no cocho, 100% balanceada, feita sob medida, com nutrientes que estimulam a boa produção de sêmen. PECUÁRIA EM ALTA
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ALTA NEWS
VENDA DE SÊMEN APONTA CRESCIMENTO DA RAÇA GIROLANDO Ano após ano, a raça Girolando cresce em número de doses de sêmen comercializadas. Os animais possuem adaptabilidade aos trópicos, oferecendo uma oportunidade perfeita para a produção de leite a baixo custo em sistemas de produção à pasto. No mês de agosto, dois touros da bateria de reprodutores Girolando da Alta alcançaram a marca de 100 mil doses de sêmen comercializadas. Os dois touros, Charmoso e Impacto, venderam juntos 200 mil doses. O primeiro touro a alcançar essa marca foi o reprodutor Charmoso Wildman Tannus, touro 3/4 de grau de sangue. Charmoso é filho de Wildman,
sucesso nato de vendas das raças Girolando e Holandês, e na linha materna traz a recordista Alcachofra MAMJ, uma das vacas mais respeitadas na raça Girolando.O segundo a bater esse recorde foi Impacto FIV da Prata, um touro 5/8 filho de Frederick, com o terceiromaior valor genético da Raça Girolando 1/4, Harmonia FIV
da Prata. Impacto foi o líder 5/8 do Sumário de 2014 e se mantém provado nos TOP 10 da edição 2015. A Alta contabiliza aumentos na ordem de 15% ao ano de crescimento, tornando a raça de leite brasileira a que mais vende sêmen. São mais de 60 touros ofertados ao mercado, dentre eles 13 opções provadas.
Charmoso Wildman Tannus
Impacto FIV da Prata
JARDO FIV PARACATU É O GRANDE CAMPEÃO DA 6ª EXPO AGRO UNAÍ A 6ª Exposição Regional do Gir Leiteiro de Unaí (MG), conhecida também como Expo Agro, premiou um dos grandes destaques da bateria de reprodutores Gir Leiteiro da Alta. Jardo FIV Paracatu sagrou-se como Campeão Touro Jovem e Grande Campeão da raça. Filho de Fardo FIV Mutum na Catulé Cal, uma vaca com valor genético, de 1.064,4 quilos de leite, Jardo sempre se destacou pelos aprumos e pela estrutura corporal.
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Jardo Fiv Paracatu
TÍMIDO DA GRENDENE É AVALIADO EM MAIS DE MEIO MILHÃO DE REAIS
Tímido da Grendene e sua mãe
O terceiro leilão Mil Touros da Nelore Grendene comprovou a qualidade de uma das mais recentes apostas da Alta, o reprodutor Tímido da Grendene. Durante o leilão, realizado na Fazenda Ressaca, no município de Cáceres (MT), o touro foi avaliado em R$540 mil. Foram mais de 30 minutos
de disputa.O pecuarista Massahiro Ono, de Colíder (MT), esteve presente até o último lance, mas na batida do martelo quem arrematou 33,33% das cotas do reprodutor foi o condomínio dos pecuaristas Francis Maris Cruz, do grupo Cometa, e João Oliveira Gouveia Neto. Logo após
a venda, o megalote com 30 bezerros, filhos do Tímido, com aproximadamente 12 meses, foi avaliado em R$9 mil na média. Tímido é filho de Quinado do IZ em matriz Rambo da MN e tem avaliação com elevados índices no Sumário Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), sendo destaque para dez características essenciais para quem tem como objetivo produzir bezerros pesados e fêmeas funcionais. Na sequência, mais um filho do Tímido em um lote individual, um touro de 20 meses, foi arrematado por R$21.600, confirmando o potencial do touro.O leilão obteve a média de R$11.064,25, o que corresponde a um crescimento de 45% em relação ao ano passado.
FILHA DE GABINETE SILVANIA É GRANDE CAMPEÃ DE TORNEIO LEITEIRO O torneiro leiteiro da 35ª Exposição Agropecuária, do município de Rio das Flores (MG),destacou Olímpia Gabinete FIV Monte Alverne, filha de Gabinete Silvânia, o reprodutor mais usado no Girolando no ano de 2014. No início de setembro, Olímpia concorreu na categoria Vaca Adulta 1/2 sangue e obteve a média de 82.800 quilos de leite e pico de 84.600kg, números que lhe renderam o título de Grande Campeã do torneiro leiteiro da feira.
Olímpia Gabinete FIV Monte Alverne
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GESTÃO
ESTAÇÃO DE MONTA FAÇA O CHECKLIST E GARANTA AUMENTO DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA DO REBANHO A eficiência produtiva é preocupação comum entre os pecuaristas. É sabido que a alimentação, o conforto, o manejo, a mão de obra, os aspectos sanitários, a escolha de touros e, finalmente, a inseminação e/ou uso de touros na monta a campo são importantes elementos para garantir o sucesso. Combinar todos eles não é simples. O empresário do meio rural de visão progressista sabe disso e investe. O segredo da sobrevivência pode estar na gestão da empresa. Contabilizar o lucro, definir o melhor investimento, cortar gastos, enfim, colocar os números no papel e planejar. O pla14
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nejamento será responsável por desenhar o futuro do rebanho. E mais importante ainda do que planejar é seguir o planejado. Para a máxima da eficiência reprodutiva de um rebanho, a primeira medida a ser aplicada é definir uma estação de monta. Com a definição, pode-se ter maior número de bezerros contemporâneos, permitindo a avaliação mais precisa quanto ao desempenho da matriz e do pai dos bezerros e de seus filhos. Planejar e executar A Estação de Monta não é uma atividade engessada, mas
uma ferramenta a ser utilizada para resolver problemas da propriedade. A partir de outubro, grande parte das fazendas de gado de corte do Brasil está envolvida com a atividade. A época e a duração variam de acordo com cada região e propriedade, mas, no país, geralmente está em torno de 120 dias. Para que haja o máximo de resultados é necessário estabelecer prioridades. A revista “Pecuária em Alta” juntamente com o médico veterinário e diretor da Coar Consultoria Fernando Andrade, apresentam um checklist para você conferir se o seu rebanho já está pronto para entrar em estação.
Check-list Estação de Monta Disponibilidade de alimento (capim), para que as vacas deem cio; A nutrição é o principal fator que influencia o desempenho reprodutivo. Inúmeros trabalhos de pesquisa mostram que quanto melhor a condição corporal de uma fêmea, maior é a concentração de fecundação e, consequentemente, de nascimentos durante o ano. Abaixo, três tópicos que vão permitir uma pressão de seleção maior sobre a fertilidade das fêmeas e, consequentemente, a diminuição do período de serviço (período que vai do parto até a próxima concepção). Definição do período para o nascimento da cria, concentrando os partos e não deixando que os bezerros adoeçam. Definição do período da desmama, para que os bezerros desmamem pesados e continuem a ganhar peso. Definição do período de abate dos produtos, permitindo que eles sejam abatidos o mais precoces possível. A perspectiva é de aumento da eficiência reprodutiva. É comprovado que determinar a época para o nascimento e para o desmame de bezerros, permite que eles não nasçam em épocas inadequadas, diminuindo o número de animais sofrendo em razão dos parasitas, além de evitar a oferta de pastagens de baixa qualidade para as matrizes e bezerros. Essas medidas também facilitam o controle zootécnico e sanitário do rebanho, devido à uniformidade do lote de bezerros, e permitem a seleçãomais criteriosa de fêmeas e machos que vão permanecer no rebanho. “Após a definição do período e a duração da estação, outros cuidados precisam ser observados. Nosso foco agora passa a ser a obtenção de bons resultados de índices e a alta taxa de prenhez”, explica Fernando. O especialista ainda recomenda: Definir quantas e quais matrizes vão compor os lotes a serem inseminados. Realizar o controle sanitário dos animais.
Definir os touros de acordo com o objetivo da seleção. Adquirir o sêmen antecipadamente. Verificar se os touros de repasse da propriedade estão aptos e se são em quantidade suficiente para a quantidade de matrizes que vão entrar em Estação de Monta. Definir a quantidade de matrizes que serão inseminadas através da Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) e adquirir os protocolos antecipadamente. Conferir botijões e materiais de inseminação (luvas, aplicador, cortador de palhetas, pinça, descongelador de sêmen etc). Fazer manutenção do curral, inspecionando condições de uso para o tronco e o tronco de contenção. Definir quais pastos serão utilizados durante a Estação de Monta e avaliar sua capacidade de suporte (taxa de lotação). Distribuir os lotes de matrizes de acordo com a capacidade de cada pasto ou módulo. Estabelecer as datas (dias) em que serão feitas as IATFs em cada lote de matrizes, quando serão colocados os touros de rapasse e a quantidade de touros em cada lote. Realizar o acompanhamento para ver se tudo está ocorrendo conforme o planejado. “É muito importante que o produtor tenha em mente a importância e os ganhos que a estação traz a uma propriedade. O acompanhamento de um técnico no planejamento ou mesmo na implantação da técnica é fundamental, pois mudanças bruscas do sistema poderão reduzir drasticamente os índices de fertilidade nos anos seguintes. A obtenção da máxima eficiência só é possível por meio de planejamento e execução de um bom programa de reprodução e melhoramento genético, utilizando as ferramentas adequadas ao sistema, com eficiência máxima na sua aplicação”, finaliza Fernando.
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GESTÃO
Estação de monta pelo Brasil Na maioria das regiões do Brasil, a estação de monta começa entre setembro e novembro,
variando de acordo com o início das águas em cada região. Qual a melhor época para a sua região? Conheça o planejamento de cinco regiões brasileiras.
Amazônia e Acre
“ Aqui temos chuvas com abundância consequentemente possuímos pastagens de ótimas qualidades. Em particular, temos duas estações do ano bem definidas, as quais chamamos de inverno o período das chuvas e de verão o período da “seca”. É grande este período de chuvas, durando em torno de seis meses (dezembro a maio). Consequentemente temos ótimas pastagens. Porém, temos problemas principalmente com os recém-nascidos devido a intoxicações, pneumonias, atolamentos e outros. O período de verão, ou seja, de “seca” ou com menos chuva (junho a novembro), se mostra como o período ideal para a estação de monta pois temos ótimas pastagens, facilitando o manejo dos animais tanto no pasto quanto no curral.” Ronaldo Dessoti, Médico Veterinário – Regional Alta Acre
Pantanal “ O Pantanal sul mato-grossense é a maior planície alagada do mundo, por isso, produzir nesta região não é nada fácil. As dificuldades são imensas, como: grandes distâncias dos centros urbanos, inexistência de estradas e períodos longos sem acesso devido às cheias, além de falta de energia elétrica em grande parte da região. Por todas estas características seu sistema de produção encarece, principalmente pelo transporte tanto de insumos, que acabam tendo que ser armazenados em grande volume nas fazendas, como de gado que na maioria das vezes são conduzidos por longas distâncias a pé, por comitivas. Apesar dos entraves, o Pantanal vem superando as expectativas em produtividade, o que é grande mérito dos pantaneiros que são pessoas adaptadas a suas dificuldades, e a IATF, que está sendo uma ótima ferramenta para potencializar a evolução genética da região.” Armando Pereira, Rebanho Assistência Veterinária Médico Veterinário – Equipe Regional Alta Campo Grande
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Nordeste “ No oeste baiano temos regiões que possuem pluviosidade variando de 600 até 1.200mm com períodos sem chuva superiores a seis meses. Por isso, é fundamental manter uma lotação adequada à manutenção da condição corporal das matrizes no momento do parto. Devido à chuva cair muito concentrada e mal distribuída, a abundância de pastagens se dá por um curto período e é por isso que recomendamos que a estação seja curta, não ultrapassando os 90 dias. Nas áreas de melhor pluviosidade e que se iniciam as chuvas no final de Outubro, em geral iniciamos as estações em Dezembro ou Janeiro, nas regiões com menor pluviosidade em geral costumamos iniciar a estação em meados de Janeiro ou até em Fevereiro.” João Daniel K. Chibiaque Médico Veterinário – Equipe Alta Regional Barreiras
Brasil Central “ Analisando a realidade do Centro Oeste temos dentro do segmento pecuário e agrícola situações bem específicas. No Centro Oeste, a estação ocorre de novembro a março, com cada fazenda determinado o tempo de duração. Algumas já estão com nível de seleção genética tão avançada que dura apenas 70 dias, mas na média da região ela gira em torno 120 dias. Hoje com a integração lavoura pecuária algumas fazendas conseguem iniciar mais cedo, visto que os animais não perdem peso na seca e entram no período das águas com uma condição de peso ideal para a reprodução.” Eduardo Cavallin, consultor Corte – Regional Alta Goiânia
Pampas “ No Rio Grande do Sul em particular, temos as quatro estações do ano bem definidas e como oferta forrageira o campo nativo com uma grande diversidade de gramíneas e leguminosas. A predominância dos rebanhos de corte é taurino e seus cruzamentos, que podemos dividir em estabelecimentos que utilizam a integração-lavoura pecuária e as que trabalham com pecuária exclusivamente no campo nativo. Nas fazendas de integração-lavoura pecuária temos disponibilidade de pastagens cultivadas de inverno (aveia e azevém), viabilizando a antecipação da estação de monta para em agosto. Já as que trabalham somente com campo nativo ela se inicia em novembro devido a melhor oferta de pastagem nativa no período de primavera.” Gilson Antonio Pessoa, Médico Veterinário, Mestre em Fisiopatologia da Reprodução Animal- UFSM e Doutorando em Medicina Animal – UFRGS
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ARTIGO
A GENÔMICA NA PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA Por José Bento Sterman Ferraz, professor titular de Genética e Melhoramento Animal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo
A pecuária de corte tem enfrentado vários desafios, como os constantes aumentos de produtividade e rentabilidade da agricultura, quem vem progredindo ano a ano em produtividade. Isso obriga o empresário da pecuária de corte a buscar o aumento da produtividade e da rentabilidade. Uma das formas de conseguir isso é pelo melhoramento animal. A seleção de reprodutores consiste na escolha dos animais que serão os pais das próximas gerações e contribuam de forma diferenciada para o patrimônio genético dela, alterando a frequência gênica. Mas como escolher reprodutores e matrizes de maneira adequada a determinados objetivos, com o menor risco de erro possível? 18
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A pergunta chave: para que servem os reprodutores e as matrizes? Eles são verdadeiras “máquinas” e valem pelos produtos que conseguem produzir, os bezerros. Seu valor é medido pelos seus produtos, e eles produzem esses descendentes somente pela união de seus gametas (espermatozóides e óvulos). Infelizmente, não é possível conhecer com precisão o valor genético dos animais, pois o desempenho deles (fenótipo) é resultado do patrimônio genético (genótipo) e dos efeitos do meio ambiente, existindo ainda uma interação entre eles. O processo de estimação dos valores genéticos aditivos dos animais é conhecido como avaliação genética, que torna possível estimar esses valores, isolando-os dos efeitos não genéticos. Essas estimativas mostram o quanto a média dos filhos de um animal seria desviada em relação à média de todos os filhos dos reprodutores utilizados na mesma avaliação, o que é conhecido pelos criadores como Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs), as verdadeiras especificações técnicas genéticas dos animais. Seu uso correto no momento de decidir qual material
genético será adquirido aumenta de maneira acentuada o progresso genético dos rebanhos. Além da predição do valor genético, é importante avaliar a acurácia associada a essa estimativa, medida de quanto a estimativa é relacionada com o “valor real” do parâmetro. Ela nos informa o quanto o valor estimado é “próximo” do valor real e nos dá a “confiabilidade” daquela estimativa. Esse conceito de acurácia é muito importante, pois indica o “risco” da alteração da estimativa do valor genético com a entrada de novas medidas de sua progênie ou de outros parentes na avaliação genética. Uma informação essencial para o criador é que o ganho genético por ano, que na verdade é o que gera recursos para o pecuarista, é calculado tendo a acurácia no numerador, mas o intervalo de gerações no denominador. O balanço entre o uso de animais de acurácia mais alta, mas com a menor idade possível, maximiza esse ganho genético. Uma das formas de aumentar a acurácia de animais jovens é a seleção genômica, uma metodologia que integra as tecno-
logias genômicas e as ferramentas da genética quantitativa e do melhoramento, propiciando um grande salto qualitativo nos sistemas de avaliação genética. Essa nova abordagem vem rapidamente mudando os paradigmas do melhoramento genético de animais domésticos e plantas, causando uma verdadeira revolução na nossa capacidade de prever fenótipos e, com isso, aumentar a acurácia de seleção ACURÁCIA
em idade precoce. Um dos principais aspectos da seleção genômica é pré-selecionar animais antes mesmo de seu desempenho ser medido, minimizando custos e economizando tempo. O uso de marcadores moleculares serve para ajudar o criador a identificar animais, ainda jovens, que têm potencial para transmitir alelos favoráveis aos rebanhos, assim serão alteradas as frequências desses alelos em
detrimento de outros menos favoráveis ou até mesmo desfavoráveis que existam. O Quadro 1 apresenta a relação entre acurácia e risco de alguém comprar material genético e, no futuro, ele não corresponder à informação do momento da compra. Quadro 1. Relação entre acurácia da estimativa do valor genético e o risco de alteração dessas novas informações. RISCO
RAZÃO
0,10 a 0,30 (baixa)
poucas informações a respeito do animal, animal em geral muito jovem ► acurácia baixa, diminui o intervalo entre gerações
alto
0,31 a 0,70 (média)
número razoável de informações, reprodutor jovem, com de 10 a 20 filhos já testados (em gado de leite, 10 a 20 filhas com lactação) ► acurácia média, intervalo entre gerações médio
médio
acima de 0,70 (alta)
número suficiente de informações, animal com mais de 20 filhos ou filhas testados ► acurácia alta, aumenta muito o intervalo entre gerações
alto
Quadro 1: Relação entre acurácia da estimativa do valor genético e o risco de alteração dessas novas informações.
Juntamente com as DEPs, os marcadores genéticos serão de grande valia para: - Identificação de paternidade ou parentesco correto de animais; - Adquirir material genético para reprodução ou até mesmo de lotes para terminação; - Escolha de doadores de sêmen ou oócitos; - Escolha de matrizes que produzam maior sobrevivência embrionária e produzam mais prenhezes nas transferências de embrião; - Orientação acasalamentos; - Classificação de animais em grupos de melhor desempenho,
com alimentação, medicação ou vacinação diferenciada, com as novas ciências, a nutrigenômica, a farmacogenômica, a vacinogenômica etc; - Identificação de reprodutores com qualidades específicas, como carne mais macia, cobertura adequada de gordura, características de mensuração cara e/ ou difícil; - Antecipação à tomada de decisões, descartando-se, precocemente, animais de menor produtividade; - Escolha de animais pela presença ou ausência de chifres ou cor dos descendentes - Agilização do progresso
genético, pela escolha de animais com avaliações genéticas (DEP) interessantes, jovens, sem progênies, mas com acurácia mais alta. Marcadores moleculares, em conjunto, explicam uma parcela, normalmente de 10 a 30% da variância genética e essa, por sua vez, explica uma parcela, normalmente de 20 a 30% da variância fenotípica. Assim, é muito comum uma avaliação molecular, denominada valor genético molecular (VGM) ser diferente e até mesmo de sinal contrário e magnitude muito diferente do valor genético aditivo estimado pelas avaliações genéticas. PECUÁRIA EM ALTA
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ARTIGO
INVESTIMENTO X RISCO DESAFIOS DE PRODUZIR COMIDA PARA NOSSAS VACAS Por Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional Alta O leite entra pela boca. Sempre escutei esse ditado e por isso venho procurando constantemente criar soluções para que possamos ter comida de qualidade e suficiente para nossas vacas. Confesso que não é uma tarefa simples assim, pois exige muito conhecimento, investimento e sorte climatológica para que nossas decisões tenham um impacto positivo. Esse esforço na busca de soluções também nos apresenta um grande gargalo, talvez chamado ainda de um grande desafio. Esse adjetivo “grande” é relacionado à palavra custo. O custo é quase sempre o fator de decisão dentro de uma propriedade que visa lucro. Custo e lucro são expectativas que devem se comportar de forma controlada e quem sabe oposta, ou seja, menor custo maior lucro. O custo gera um investimento primário, na esperança de que o retorno seja alto. Entre o investimento e o retorno existe um 20
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grande espaço, que, muitas vezes, é incontrolável e totalmente dependente do meio. Nesse pensamento, conhecemos outra palavra chamada risco. Risco significa a variação de resultados, tanto para o negativo quanto para o positivo que um investimento pode gerar. Então perguntamos: qual é o risco de produzir comida para nossas vacas? Vamos então pensar sobre todas as alternativas que podemos ter no futuro antes de fazermos um investimento em comida. Precisamos pensar em tudo, nos chamados Plano A, Plano B, Plano C e quem sabe até em Plano D. Todos os planos passam pela primeira análise que deve ser feita – chamo aqui de Análise de Aptidão da Fazenda –, ou seja, após uma análise de solo, de históricos de chuvas na região, na facilidade de entradas de maquinários, na aptidão da região
para terceirizações, na capacidade financeira de investimentos da propriedade e no potencial do rebanho, temos que ser capazes de fazer nossas escolhas, tendo em plano o máximo de retorno sobre nossa decisão; valendo assim, nosso investimento. Neste artigo, queria enfatizar o entendimento de dois pontos muito importantes para nossa reflexão: o primeiro, sobre chuva, e o segundo, sobre risco. Para falar de chuva, precisamos mais do que conversa ou de percepções. Temos que ter números, históricos de chuvas, ou seja, informações mais embasadas para tomarmos uma decisão. Toda planta precisa de água para poder nascer, crescer e se desenvolver. Veja, por exemplo, o comportamento das chuvas nas últimas décadas. Não foram tempos mudados, e sim o volume de água. Chove na mesma época, só que os volumes estão alternados.
Índice Pluviométrico 450,00 400,00 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 Jan
Fev
Mar
Década de 70
Abr
Mai
Jun
Década de 80
Jul
Ago
Set
Década de 90
Out
Nov
Dez
Década de 2000
Fonte: Site Coletta
O site www.coletta.com.br, em serviços - Histórico de Chuvas, mostra bem esses dados. É muito interessante notar o crescimento do volume de água que vem crescendo no mês de janeiro. Nota-se também que, nas últimas décadas, o valor de água nunca foi inferior a 150 milímetros, gerando no mínimo 450 mm nos três primeiros meses do ano. Quando colocamos isso no comparativo de necessidade de água de uma planta, temos, por exemplo, o milho (exemplifico milho por ser a comida estocada mais usual e tradicional da pecuária) é uma cultura muito exigente em água. Entretanto, pode ser cultivado em regiões
onde as precipitações vão desde 250 mm até 5.000 mm anuais, sendo que a quantidade de água consumida pela planta, durante seu ciclo, está em torno de 600 milímetros. O consumo de água pela planta, nos estádios iniciais de crescimento, num clima quente e seco, raramente excede 2,5 mm/dia. Durante o período compreendido entre o espigamento e a maturação, o consumo pode se elevar para cinco mm a 7,5 mm diários, mas, se a temperatura estiver muito elevada e a umidade do ar muito baixa, poderá chegar a 10 mm/dia. A ocorrência de déficit hídrico na cultura do milho pode ocasionar danos em todas as fases. Na
fase do crescimento vegetativo, devido ao menor alongamento celular e à redução da massa vegetativa, há uma diminuição na taxa fotossintética. Após o déficit hídrico, a produção de grãos é afetada diretamente, pois a menor massa vegetativa possui menor capacidade fotossintética. Na fase do florescimento, a ocorrência de dessecação dos estilos-estigmas (aumento do grau de protandria), aborto dos sacos embrionários, distúrbios na meiose, aborto das espiguetas e morte dos grãos de pólen resultarão em redução no rendimento. Déficit hídrico na fase de enchimento de grãos afetará o metabolismo da planta e o fechamento de esPECUÁRIA EM ALTA
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ARTIGO
tômatos, reduzindo a taxa fotossintética e, consequentemente, a produção de fotossimilados e sua translocação para os grãos, ou seja, sem a quantidade certa de água, não teremos comida para nossos animais. Em termos de produtividade, o milho chega a suas 12,8 toneladas de matéria seca por hectare. Se formos buscar uma cultura de valor nutritivo menor, podemos como opção entender um pouco mais da cana-de-açúcar. Os principais componentes climáticos que controlam o crescimento, a produção e a qualidade da cana são temperatura, luz e umidade disponível. A planta usa de 148 gramas a 300 g de água para produzir 1.0 g de matéria seca. O sucesso dessa gramínea deve-se a duas características intrínsecas da planta: alta produção de matéria seca por hectare e capacidade de manutenção do potencial energético durante o período seco. A cana-de-açúcar é insuperável em termos de produção de matéria seca e energia/ha em um único corte. Nas condições de Brasil Central, a produção de cana integral fresca/ha/corte pode variar entre 60 e 120 toneladas, por um período de até cinco anos (maior produção no primeiro ano). Entretanto, a cana-de-açúcar é um alimento que, apesar dos elevados teores de açúcar, possui baixos níveis de proteína, tornando seu valor nutricional desbalanceado. Assim se torna necessária a sua complementação para o correto balanceamento nutricional. Ainda temos o caso da capineira de capim-elefante, de 22
PECUÁRIA EM ALTA
Cultivo de campim-elefante
napier ou de cameron. Com a produção de forragem em intervalos de corte de 42 dias, a produção anual de forragem será de 120 toneladas de forragem
“Custo e lucro são expectativas que devem se comportar de forma controlada e quem sabe oposta, ou seja, menor custo maior lucro.” verde. O capim-elefante é a gramínea tropical que apresenta o maior potencial de produção de matéria seca (FARIA,1994) desde que as condições climáticas e de manejo sejam favoráveis. O capim-elefante pode chegar a 100 quilos por hectare. Tendo volume da água sufi-
ciente, temos comida suficiente. O problema é que, quando não planejamos corretamente, os resultados são desastrosos. Casos e mais casos nas regiões mais secas em Minas Gerais, por exemplo, contabilizam perdas e até morte de animais por falta de comida. Uma lição tem que ser dita. É melhor ter do que não ter. A decisão sobre o que plantar e quando plantar passa agora pelo segundo assunto, ao qual dou muita importância, o assunto risco. Chamo de risco o montante de dinheiro investido na cultura pela sua colheita, ou seja, o seu resultado final como comida, avaliando dois aspectos fundamentais, a qualidade e a quantidade. Em termos práticos, trabalhamos com uma tonelada de volumoso por vaca/mês. Quantas vacas iremos trabalhar e por quanto tempo? As respostas dessas perguntas já nos dão uma ideia bem interessante do volume final de comida que deveremos fazer.
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ARTIGO
IMPACTO ECONÔMICO DA REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRA Por Tiago Moraes Ferreira, gerente técnico de Leite Alta A atividade leiteira se torna mais competitiva a cada dia. Ainda me recordo de meu pai dizendo que já vendeu um litro de leite pelo mesmo preço de um litro de gasolina. O tempo passou, novas tecnologias surgiram e a produtividade só aumenta, por isso, controlar os custos, cuidar do fluxo de caixa e ter um rebanho equilibrado entre vacas em produção e recria (vacas solteiras) dentre outros aspectos necessitam de uma atenção especial dentro de uma leiteria. A eficiência reprodutiva é o fator que, isoladamente, mais afeta a produtividade e a lucratividade de um rebanho. Entretanto, existem muitos obstáculos para otimizá-la, pois vários fatores, como nutrição, conforto térmico, técnica da inseminação e o sanitário dos animais, influenciam diretamente no aumento ou na queda dos números. Sabendo dessas dificuldades dos rebanhos brasileiros, a Alta, em parceria com o Rehagro, desenvolveu uma planilha que mensura o impacto econômico da variação de taxa de serviço e concepção. Esses fatores juntos impactam diretamente na taxa de prenhez e, consequentemente, no financeiro da atividade leiteira. 24
PECUÁRIA EM ALTA
CONHEÇA OS CONCEITOS Antes de entrarmos na planilha, precisamos reforçar a definição exata dos conceitos. DEL: Dias médios em lactação das vacas. IEP (Intervalo Entre Partos): O período definido por dois partos. Considera somente as vacas que ficaram gestantes nesse período. PS (Período de serviço): Período de Serviço. É o intervalo de tempo desde o parto até a vaca ficar prenhe. Este número tem algumas vantagens em relação ao Intervalo Entre Partos (IEP), pois a avaliação é realizada mais próxima do período de inseminação das vacas. Com isso, podemos intervir mais rapidamente se houver falhas. As primíparas, que ficaram prenhes, entram na avaliação. Assim como no intervalo entre partos, as vacas vazias e inseminadas não são avaliadas. As vacas com problemas ficam de fora da avaliação. PEV (Período de espera voluntário): É o período que vai do parto até a liberação da vaca para ser novamente inseminada. Vacas Aptas: São todas as vacas fora do Período de Espera Voluntário (PEV), vazias e inseminadas, menos a concepção esperada. TS (Taxa de serviço): É o número de vacas servidas (inseminadas, cobertas ou implantadas – embrião) sobre o número de vacas aptas em um período de 21 dias. TS (%): Vacas servidas/vacas aptas (21 dias). TC (Taxa de concepção): É o número de vacas gestantes sobre o total de serviços gastos em determinado período de tempo. TC (%): Vacas gestantes/vacas servidas. TP (Taxa de Prenhez): É o resultado da Taxa de Concepção (TC) x a Taxa de Serviço (TS). Mede a velocidade que as vacas ficam gestantes a cada 21 dias. TP (%): Taxa de Prenhez Por Cento. É a Taxa de Concepção (TC) x a Taxa de Serviço (TS).
FIGURA 1: Planilha de resultado econômico, conforme os índices reprodutivos
Entenda a planilha A figura representa um rebanho fictício, mas que pode ser comparado a muitos projetos. Vamos considerar um rebanho de 100 vacas com 6.000 quilos de lactação média por vaca, preço médio de leite anual de R$1,10 e margem de contribuição por litro de leite de R$0,50 (considerando só o litro de leite extra produzido pela melhora da eficiência reprodutiva). A Taxa de Prenhez atual desse rebanho é 12%, com concepção de 30% e taxa de serviço de 40%. Se colocarmos uma meta de 16% de Taxa de Prenhez, mantendo a concepção a 30% e evoluindo a Taxa de Serviço de 40% para 52%, essa alteração será impactada em 67.962,07 litros de leite em um ano. São
R$74.758,27 de valor bruto de faturamento, com margem de contribuição de R$0,50, resultando em R$37.379,14 de lucro. Mesmo que precise investir parte dessa rentabilidade para aumentar a Taxa de Serviço, sem dúvida, é muito rentável focar em um manejo reprodutivo adequado. Esta é apenas uma linha de evolução criada a partir de um exemplo fictício, mas a Alta, por meio de seu corpo técnico, está disponível para realizar uma simulação real de qualquer rebanho. Caso tenha interesse em incrementar seus ganhos, entre em contato com a nossa central ou mesmo com um de nossos 86 regionais e os mais de 600 técnicos espalhados pelo Brasil.
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GENÉTICA ARGENTINA OBJETIVOS E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO BEM DEFINIDOS NORTEIAM A SELEÇÃO DOS ANIMAIS QUE PRODUZEM A MAIS CONCEITUADA CARNE DO MERCADO Por Miguel Abdalla, gerente de Produto Corte Taurino Alta O Programa de Gado de Corte da Alta vem sendo desenvolvido a passos largos, com muito profissionalismo e investimento no que há de melhor no mundo. Presente nos principais países selecionadores de genética bovina, a Alta conta hoje com centrais espalhadas em todo o mundo: Estados Unidos, Canadá, Holanda, China e Brasil. Mais recentemente, no ano de 2011, a Alta adquiriu participação majoritária da principal empresa de inseminação artificial na Argentina, a renomada Ciale, hoje com nome de Alta Ciale. A Alta incorporou às suas operações uma importante fonte da genética Argentina. A Alta Ciale é uma empresa de mais de 50 anos de trabalho 26
PECUÁRIA EM ALTA
no mercado argentino, sendo líder em produção, venda e exportação de sêmen. A liderança não veio por acaso, mas sim devido ao reconhecido e rigoroso controle de qualidade de sêmen, à seleção dos melhores touros de cada safra e ao seleto grupo de técnicos envolvidos. A Argentina está entre os quatro maiores países do mundo em seleção de genética pura e sintética de raças britânicas, como: Angus, Brangus, Hereford e Braford. A central da Alta Ciale tem capacidade para alojar 80 touros, dos quais 70 são dessas quatro importantes raças. A genética do país é reconhecida mundialmente pela velocidade de ganho de peso dos
animais, pelo alto potencial de deposição de gordura na carcaça e pela pureza racial, além da variabilidade genética alcançada pelo tamanho da população e amplitude ambiental. A incorporação da bateria de touros argentinos no catálogo da Alta foi um avanço para a empresa e para o mercado brasileiro. Atualmente, a bateria Alta conta com mais de 50 touros oriundos dos principais rebanhos argentinos. Essa atual bateria amplia a variabilidade de oferta aos clientes da Alta no Brasil, permitindo atender diferentes necessidades, de acordo com os diferentes ambientes, objetivos e sistemas de produção.
Conheça alguns touros da genética argentina
Elegido
Melincué
Araucano
Touro completo desde seu fenótipo até seu pedigree e DEPS. Em seu fenótipo, combina muita musculatura com tamanho, volume e comprimento corporal. Em seu pedigree carrega renomados touros e matrizes consagradas. Possui dados fenomenais de desempenho, da desmama ao sobreano.
Animal que impressiona pelo seu volume de garupa, profundidade e largura lombar. Suas DEPS são impecáveis, tanto para produzir animais pesados na desmama quanto no gancho. Indicado para a retenção de matrizes em rebanhos PO, comercial ou em programas de cruzamento com Zebu.
Campeão Sênior na Expo Nacional Brangus Argentina, em 2014. Irmão próprio de Lonquimay surpreende por ser um animal muito equilibrado, com volume de posterior e lombo, além de ser correto de prepúcio. Bastante utilizado no Brasil em programas de cruzamento e rebanhos Brangus PO.
Independência
Carbonero
Boomerang
Animal muito musculoso, equilibrado e se destaca por sua qualidade testicular e fertilidade. Sua progênie sobressai tanto em programas de cruzamento quanto em rebanhos Brangus PO. Sua régua de Deps é impecável para produzir animais pesados na desmama ou no peso ao abate.
Melhor filho de Bucanero, na atualidade, impressiona pelo volume e pela largura corporal. Sua produção tem sido destaque, de Norte a Sul do país. Tem a média mais pesada em várias propriedades. Suas Deps surpreendem, com destaque para as características de crescimento, peso e carcaça.
Destaca-se por sua beleza racial, estrutura, musculosidade, seu tamanho e umbigo corrigido. Suas Deps mostram baixo peso ao nascer, com ótimo desempenho à desmama e no peso final. É amplamente utilizado para produzir touros e bases de rebanho.
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ARTIGO
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO ARGENTINOS GERAM ÓTIMOS RESULTADOS AOS REBANHOS BRASILEIROS O ano era 1920. Um grupo de criadores argentinos, percenbendo o potencial que tinha em suas mãos, montou uma corporação para alinhar os objetivos e pensamentos referentes à raça Angus. Em 1961, essa união viria a se tornar a Associação Argentina de Angus. Assim como em outros países de pecuária avançada, a associação definiu parâmetros e estabeleceu o seu programa de melhoramento genético. Desde 1989, ERA é o nome do programa que norteia os plantéis de muitos selecionadores argentinos. O programa teve início com uma base de dados de mais de 180
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PECUÁRIA EM ALTA
“Os objetivos e os critérios de seleção argentinos são muito bem definidos, assim os resultados aparecem de forma rápida, mesmo que o sistema mais utilizado nesse país seja a criação de gado extensivo”
mil animais, garantindo a consistência do Sumário. De lá pra cá, são avaliadas características de alta relevância para o mercado de carne, como, por exemplo, Diferenças Esperadas de Progênie (DEPs) de crescimento (peso a desmama e sobreano) e, também, DEPs relacionadas à qualidade de carcaça (Marmoreio e espessura de gordura subcutânea). Os objetivos e os critérios de seleção argentinos são muito bem definidos. Assim os resultados aparecem de forma rápida, mesmo que o sistema mais utilizado nesse país seja a criação de gado extensivo. Com o pensamento de levar
não apenas material genético a produtores de todo o mundo, mas também de ser um indispensável parceiro a eles, a Alta Genetics investe cada dia mais em qualificação de seus colaboradores, estrutura física, pesquisa e, também, em parceira com grandes empresas que venham somar a companhia. Após analisar o tempo de seleção e a consitência dos touros argentinos tão logo percebemos que excelentes resultados nos campos brasileiros não são mera coincidência, muitos grupos brasileiros têm visitado a AltaCiale para conhecer de perto esse trabalho e, também, entender por que essa genética tem sido supe-
rior em seu sistema de produção. Grande parte desses reprodutores possui genética americana, mas o que os diferencia dos animais de lá é o tipo de seleção que é feito. A Argentina é conhecida mundialmente pela sua excelente carne de qualidade para ter esse reconhecimento. Essa seleção é baseada em animais que tenham alto desempenho em ganho de peso, acabamento e precocidade. Com todas essas qualidades, esses touros passam a ser indispensáveis àqueles produtores que desejam obter um produto pesado, bem acabado e no tempo certo, atingido assim esse mercado rentável e exigente, que busca
uma carne com mais qualidade. Existe também uma preocupação muito grande com as matrizes que permanecem no rebanho. Essas permanecem no rebanho desde que sejam altamente produtivas, gerando animais superiores todos os anos. Não diferente do criterioso programa de avaliação argentina, o corpo técnico da Alta é extremamente cuidadoso ao selecionar os touros que fazem parte da bateria AltaCiale. Tal preocupação se deve ao propósito de encontrar animais que somarão na diversidade do rebanho nacional, do Oiapoque ao Chuí, claro que respeitando as diferentes realidades do país.
Conheça mais alguns de nossos reprodutores
Ambicisoso
Astor
Mochilero
Filho de Crédito em mãe Right Time, chamou a atenção desde pequeno por seu biotipo robusto e expressão racial. Combina excelentes dados de crescimento com uma fantástica estrutura, comprimento corporal e musculatura evidente. Eleito um dos mais impressionantes touros no Alta Beef Showcase 2014.
Destacado filho de Pioneer em mãe Nichols Performa, combina precocidade e facilidade de acabamento de gordura com excelentes dados de desempenho, tamanho e carcaça. A produção significativa no Brasil de gado puro e de cruzamento industrial faz com que Astor, em tão pouco tempo, seja uma das grandes opções da bateria Alta.
Filho de Net Worth em vaca Zorzal, o touro destaque nas DEPs de crescimento e carcaça em um biotipo ideal com características raciais bem definidas. Mochilero se destaca por sua desenvoltura, correção de estrutura e comprimento corporal. Extremamente recomendável por todo esse pacote genético que une DEPs e fenótipo. PECUÁRIA EM ALTA
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CORTE
SULTÃO FIV DA TERRA BRAVA TERRA BRAVA E ALTA COMEMORAM DESTAQUE DO REPRODUTOR NA EXPOGENÉTICA 2015 Prestes a completar 40 anos, a Terra Brava Agropecuária, de propriedade do Dr. Eduardo Pinheiro Campos, é uma empresa que se dedica a criação e seleção da raça nelore. Com rigorosos critérios, mantém seu foco na produtividade a pasto, selecionando animais equilibrados, com forte fenótipo e avaliação genética. A empresa possui quase cinco mil hectares no cerrado mineiro – divididos em plantação
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PECUÁRIA EM ALTA
de café e agropecuária - no município de Presidente Olegário - MG, onde estão localizadas as Fazendas Boa Sorte, São João Grande e Dona Neném. Hoje, com mais de 700 matrizes, a Terra Brava tem uma meta de vender mais de 500 touros a partir 2018, e sempre colocando no mercado animais superiores, com as melhores avaliações alinhadas à um excelente fenótipo. “Nosso objetivo é qualificar
o rebanho com o melhoramento genético a cada ano e assistir os pecuaristas com a venda de animais de alta produtividade. Com a assistência da Alta, neste último ano tivemos um incremento de 40% nas vendas de sêmen de nossos touros, que além de grandes raçadores são excelentes produtores e vendedores de sêmen”, ressalta Eduardo Campos Filho, sócio proprietário da Terra Brava Agropecuária.
Nosso objetivo é qualificar o rebanho com o melhoramento genético a cada ano e assistir os pecuaristas com a venda de animais de alta produtividade. Com a assistência da Alta, neste último ano tivemos um incremento de 40% nas vendas de sêmen de nossos touros, que além de grandes raçadores são excelentes produtores e vendedores de sêmen EDUARDO CAMPOS FILHO, SÓCIO PROPRIETÁRIO DA TERRA BRAVA AGROPECUÁRIA
O ano de 2015 vem superando as expectativas para o pecuarista, acumulando ótimos resultados obtidos nos leilões realizados na ExpoGenética 2015. O touro Sultão FIV da Terra Brava foi classificado no Programa de Avaliação Nacional de Touros Jovens - PNAT, desenvolvido pela ABCZ e está avaliado em quase R$ 600 mil. “Durante nosso leilão realizado dia 15 de agosto, vendemos 33,33% deste touro no valor de R$ 186 mil. Este foi o animal mais valorizado entre todos os remates da ExpoGenética, além de ter sido recorde de preço na história da Terra Brava. Já foram reservadas mais de 3.000 doses de sêmen do touro Sultão, superando todas as nossas expectativas”, diz Eduardo. O PNAT tem como objetivo acelerar o processo de melhoramento genético do rebanho ze-
buíno e antecipar a identificação dos touros melhoradores ainda na idade precoce, para que o potencial genético destes animais seja explorado por mais tempo e com maior acurácia. A exigência de exames andrológicos e de congelabilidade de sêmen confere transparência e segurança no projeto. Outro destaque foi o touro 992 da Terra Brava. De acordo com a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), este touro teve a melhor avaliação entre os demais comercializados nos leilões – durante a ExpoGenética - alcançando o maior MGT (Mérito Genético Total) de 27,5. Este índice é composto por características de importância econômica para a pecuária de corte, proporcionando ao criador a oportunidade de escolher animais geneticamente superiores (habilidade maternal,
crescimento pós desmama, fertilidade, entre outros). Os touros com índices elevados tornam-se moedas fortes de comercialização para os pecuaristas. É na Central Alta que estão os quatro touros (Haltrium, Impacto, Sultão e o 992) da Terra Brava Agropecuária. A história de parceria entre as duas empresas vem de longa data, pois foi através da compra de sêmen de grandes raçadores vendidos pela Alta, que a Terra Brava consolidou a base de seu rebanho. Desde então com o auxilio dos técnicos da Alta, a fazenda vem “lapidando” o rebanho até os dias de hoje, onde possuem quatro touros de central, com sufixo Terra Brava. “Apesar de termos 39 anos de seleção na raça Nelore, estamos apenas no nosso 4º leilão e, desde o primeiro, a Alta foi a primeira empresa que nos abriu as portas”, finaliza Eduardo.
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CORTE
UMA GENÉTICA DIFERENTE DESTAQUE DESDE BEZERRO, DIFERENTE FIV JHV ENTRA PARA A LISTA DOS MAIS IMPORTANTES RAÇADORES DO NELORE Camparino importantes touros de central, como: Teatro, Realce, Samaritano, Triunfo, Boeng, Falcon e Apache. Mais recentemente, na safra 2013, um bezerro se destacou no plantel e prendeu a atenção do pecuarista. “Certo dia, eu estava em casa e meu capataz me
“A pecuária vive um momento de muito investimento em tecnologia e alta precisão. Não existe espaço para erros, por isso temos que estar sempre em busca de animais diferentes, com alta carga genética e que acompanhem as mudanças e o direcionamento do mercado”, Zezé Di Camargo. Apaixonado pelo Zebu, José Humberto Villela Martins dedicou boa parte da vida à pecuária. Investiu na produção de carne e na seleção de animais geneticamente superiores. Há mais de 50 anos à frente da 32
PECUÁRIA EM ALTA
Fazenda Camparino, um dos mais renomados e tradicionais criatórios do Brasil pautou seu trabalho na busca pelo Nelore moderno, produtivo e funcional. Tamanha dedicação rendeu alegrias. Integram a genética
chamou para me mostrar um bezerro que estava se destacando no lote. Segundo ele, nunca tinha nascido nada parecido dentro da Camparino. Fiquei intrigado e fui lá ver. Quando cheguei ao curral, eram mais de
Zezé Di Camargo com o touro Diferente em recente visita à central da Alta em Uberaba
100 bezerros juntos e aquele realmente me chamou a atenção. Ele era diferente dos outros”, explica José Humberto. Com o passar dos meses, o bezerro, que teve o mesmo tratamento que todos os outros, voltou a despontar. “Ele mesmo se batizou. Todos que viam o bezerro faziam o mesmo comentário: ‘ele é diferente’. Eu sempre busquei esse animal na minha seleção, mas nunca pensei que ele viria tão rápido. O Diferente veio para transformar o meu criatório e dar um salto genético na raça Nelore”, afirma. Os números alcançados pelo
garrote impressionam. Diferente JHV desmamou aos sete meses, com 336 quilos, e ao sobreano se tornou elite para medida de AOL (Área de Olho de Lombo), realizada pela Avaliação Genética de Características de Carcaça (Aval). Aos 21 meses, alcançou o peso de 910 kg e 41,5 centímetros de circunferência escrotal (CE). Seu pai, Teatro JHV, foi destaque na bateria da Alta nas estações de monta 2013/2014. Na linha materna, é filho da doadora D4566 da MN, uma matriz fechada na linhagem Lemgruber e uma das mais importantes no
plantel da Fazenda Camparino. Desde julho deste ano, antes mesmo de imaginar o sucesso que o touro faria entre os criadores, a Alta, apostando no desempenho, contratou Diferente em uma visita técnica realizada na fazenda. “Diferente entra para somar na nossa bateria, pois possui régua de Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) equilibrada e muito consistente, o que faz dele um touro realmente completo, aliando beleza racial, carcaça moderna e avaliação genética consistente”, afirma o gerente de Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira. PECUÁRIA EM ALTA
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CORTE
Ele mesmo se batizou. Todos que viam o bezerro faziam o mesmo comentário, ‘Ele é diferente’. Eu sempre busquei esse animal na minha seleção, mas nunca pensei que ele viria tão rápido. O diferente veio para transformar o meu criatório e dar um salto genético na raça nelore. JOSÉ HUMBERTO VILLELA MARTINS FAZENDA CAMPARINO
Valorização Diferente saiu da ExpoGenética 2015 como um dos touros mais valorizados da feira. No 17º Leilão Naviraí, Camparino foi avaliado em mais de meio milhão de reais, teve 50% de suas cotas comercializadas por R$264 mil para Zezé Di Camargo, da Nelore É o Amor. Há mais de 20 anos, o cantor deu início ao seu criatório com o nome de uma de suas canções mais famosas. A fazenda fica na região do Vale do Rio Araguaia, no município de Araguapaz, no estado de Goiás, a 250 quilômetros da capital Goiânia. O projeto começou com a produção de gado geral para cria, recria e engorda e, hoje, detém um invejável rebanho de elite, resultado de alto investimento em genética. “A pecuária vive um momento de muito investimento em tecnologia e alta precisão. Não existe espaço para 34
PECUÁRIA EM ALTA
erros, por isso temos de estar sempre em busca de animais diferentes, com alta carga genética e que acompanhem as mudanças e o direcionamento do mercado”, ressalta Zezé.
Durante o leilão, mais de 15 mil doses do touro já foram reservadas. Diferente JHV saiu do recinto direto para a central da Alta em Uberaba (MG), sua casa nos próximos anos.
Leilão No dia 27 de outubro, o tradicional Leilão É o Amor vai disponibilizar aos investidores pacotes promocionais de sêmen de Diferente. A transmissão será do Canal Rural. O remate está marcado para as 20 horas.
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GIRO NO CAMPO
Os técnicos da Alta percorreram diferentes propriedades por todo o país e trouxeram
exemplos de grandes representantes da bateria Alta. E você? Viu um animal que se destacou
no rebanho? Tire uma foto com ele e mande para a revista Pecuária em Alta.
Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br
O pecuarista Pedro Grotto, do Sítio Sonho Meu, do município de Itapetininga (SP), ao lado de uma bezerra destaque de seu plantel, filha do touro Holandês Alta Briar. Pedro é parceiro Alta desde o início de sua criação
O casal Adonias Sousa e Rosane Souza, da Fazenda Mônica, do criatório Gir Veredas, é cliente Alta da regional Itapetininga (SP) e utiliza sêmen Gir Leiteiro e Holandês em suas vacas Gir. Na foto, duas filhas do touro Holandês Alta Haley
Imagem fotografada por nosso cliente João Batista da Silva, de Ataléia (MG); ele apresenta a produção do touro Donato Naviraí 36
PECUÁRIA EM ALTA
O produtor Gladson Cortinoz, cliente 100% Alta, da cidade de Coraados (SP) com uma filha do Touro Quincas
@vjunior31
@alessandroleofalcao
@fazendasaojoserv
@wapecuaria
@ cavallineduardo
@criafertil
@valerioavellar
@ francisco.alta
@renapaiva
PECUĂ RIA EM ALTA
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EVENTOS
DIA DO BOM NEGÓCIO APRESENTA OS PRINCIPAIS REPRODUTORES TAURINOS DO BRASIL
O fim do mês de agosto é marcado por eventos tradicionais no calendário pecuário dos gaúchos: o Dia do Bom Negócio e o Desfile de Touros, realizados pela Alta Progen. Na comemoração de 10 anos de evento, o desfile de touros reuniu no município de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, mais de 600 produtores e técnicos, buscando conhecimento e genética de qualidade. O evento teve início com uma palestra sobre Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) como incremento para a produtividade e rentabilidade dos negócios. Logo após, houve o desfile dos principais reproduto38
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res taurinos do Brasil. O primeiro a se apresentar foi o lendário Big Brother, conhecido como o principal reprodutor da raça Braford. Big abriu o desfile pelo décimo ano consecutivo e, com quase 15 anos, recebeu uma homenagem pela contribuição com a pecuária brasileira. Big Brother está se aposentando e saiu aplaudido do palco. Ainda na raça Braford, o líder do sumário, Conexão Delta G 2015, Caty Guarani, também desfilou no Dia do Bom Negócio. Na bateria Brangus, destaque para o reprodutor Negrito e, também, para Spartacus, o primeiro touro com selo Concept Plus a ser apresentado. Spartacus foi ava-
liado e identificado entre touros com as melhores taxas de concepção no campo. Além deles, os touros da raça Angus, Touareg, Dólar Negro, Wolf e Vesúvio já possuem o selo Concept Plus, que garante a fertilidade. A raça Red Brangus também apresentou importantes representantes, como o touro Russo, originário da GAP genética. No Red Angus, filho do consagrado Brigadier, o reprodutor Umbu da Cabaña Umbu chamou a atenção do público. Encerraram o desfile representantes da raça Hereford. O reprodutor Tapera, oriundo da seleção Guatambu, foi o último touro a entrar em pista. Ao todo, 28 touros de destaque representaram a qualidade genética da Alta Progen. No evento, dois importantes acordos foram firmados com a Conexão Delta G e com a Associação Brasileira de Angus. A Alta Progen realizará teste de progênies, em parceria com as duas instituições, para localizar jovens touros melhoradores das raças Hereford, Braford e Angus.
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EVENTOS
Exphomig surpreende e resgata seu prestígio
Um verdadeiro encontro do leite, assim foi a 24ª Exposição Estadual de Gado Holandês de Minas Gerais, realizada de 7 a 12 de setembro, no Parque Senador Bias Fortes, em Barbacena (MG). A realização da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais (ACGHMG) con-
tou com a parceria da Prefeitura de Barbacena e o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Barbacena e do Núcleo dos Criadores de Gado Holandês de Barbacena (Nughobar). Mais de 500 animais das raças Holandês, Girolando e Jersey trouxeram muita qualidade às pistas
Jonadan Ma, Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e Fábio Fogaça, gerente de Leite Importado
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de Barbacena. A exposição teve a participação de expositores de outros Estados, entre eles Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A raça Holandesa realizou a feira de forma inédita, com a participação de um jurado nacional. O responsável pelos julgamentos do Holandês Preto e Branco (HPB) e Holandês Vermelho e Branco (HVB) foi o médico veterinário, Cláudio Aragon. A raça Girolando foi conduzida pelo jurado Fernando Boaventura Oliveira, e a raça Jersey teve como jurado de pista o gerente de Leite Importado da Alta, Fábio Fogaça. O técnico de Leite Ricardo Bertola participou de toda a parte de locução do julgamento do Gado Holandês. “Este foi um evento em que a principal exposição de gado Holandês de Minas Gerais foi resgatada, com uma incrível recuperação de público e prestígio”, afirma Bertola.
Fábio Fogaça, gerente de Leite Importado, atuando como jurado de pista da raça Jersey na Exphomig 2015
Expointer confirma bom momento da pecuária
Equipe Alta na Expointer em Esteio (RS)
A Expointer 2015 encerrou sua 38ª edição com volume de negócios chegando a R$1,70 bilhão. A venda de animais obteve incremento de 23,79% em relação ao ano de 2014. O volume chegou a R$15.389.240,00. Comprovando o excelente momento por que passa a Pecuária de Corte, a venda de bovinos de corte e mistos atingiu R$2.687.520,00, ou seja, o aumento foi de 60% em relação ao ano anterior. Durante os nove dias, a Alta marcou presença no evento e recebeu muitas visitas do segmento pecuário em seu estande, como os proprietários de fazendas parceiras em genética: Cia Azul, Pitangueira, Conexão Delta G, Associações de Angus do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também representantes da Associação Brasileira de Charolês, de cooperativas, além de técnicos e juízes internacionais. “A Expoin-
Estande da Alta na Expointer
ter é a principal feira agropecuária do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes da América Latina. As novas perspectivas e tendências do agronegócio gaúcho são definidas nos encontros técnicos e, no caso da Pecuária, nas pistas de julgamentos das diferentes raças de corte e de leite, exigindo que estejamos presentes. Este ano, aproveitando, em especial, o ótimo momento da pecuária de corte, inovamos com uma promoção especial de vendas, desafiando nossa equipe comercial e impulsionando ainda
mais a participação da Alta no mercado de Inseminação Artificial (IA) do Rio Grande do Sul (RS)”, afirmou o gerente Distrital do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Jorge Duarte. Na pista da Expointer, destaque para a bateria Alta. No julgamento da raça Aberdeen Angus, a Cabanha São Bibiano, de Uruguaiana (RS), reconhecida como uma das mais antigas cabanhas da raça do país, levou o Grande Campeonato entre os machos, com o touro São Bibiano 7351 Verdadero touro com genética Alta.
Durante a feira, o programa Pecuária em Alta apresentou uma edição especial, com importantes representantes da genética taurina da bateria Alta, além da participação ao vivo de criatórios e técnicos que são referência na região. De acordo com o gerente de Produto de Corte Taurino, Miguel Abdalla, o evento foi bastante expressivo. “Foram vendidas mais de 30 mil doses de sêmen”, assegurou.
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EVENTOS
EXPOINEL 2015 FEIRA ACUMULA ÓTIMOS RESULTADOS DE PÚBLICO, PISTA E FATURAMENTO A 44ª edição da Expoinel reuniu entre os dias 17 a 27 de setembro no Parque Fernando Costa em Uberaba – MG um grande público. O evento girou mais de R$ 16 milhões de reais em seus onze leilões oficializados durante o evento. Foram 548 lotes de animais entre machos, fêmeas e prenhezes da raça com média aproximada por lote foi de 29.010,65 mil reais. Em pista, filhos dos grandes líderes do ranking, além de grandes promessas que começam a escrever seu nome na principal mostra de Nelore do país. Os julgamentos reuniram 975 animais Nelore e Nelore Mocho, desse número, 70% são filhos de touros da bateria Alta. Destaque sempre para Bitelo da SS, Basco da SM e Jeru FIV do Brumado, que acumularam mais importantes títulos. De acordo com o Gerente Técnico na ACNB, Marcos Pertegato “Os resultados da exposição foram muito positivos, de maneira geral. Os animais eram de alto nível em relação à qualidade, e os jurados conduziram com tranquilidade e muita técnica o julgamento”.
Bitelo da SS
Basco da SM
Nova Contratação A Expoinel trouxe um novo integrante para a bateria nelore da Alta, o touro Ornado do Leblon, grande campeão nelore mocho, que 42
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Jeru FIV do Brumado
reforça o time da alta, que está sempre em busca das melhores opções da raça para os rebanhos selecionadores do país. Ornado impressiona pelo volume e revestimento de carcaça associado à beleza racial extraordinária. Com pedigree muito consistente, é filho de Feriado OB em vaca Rastã, tornando assim uma ótima opção para linhagens Voltaire, Rapilho e Oficial. Para Rafael Oliveira, gerente de produto Corte Zebu da Alta, um dos touros mais esperado pelo mercado, “Sem dúvida fará historia na raça, um grande produtor de touros com alto valor agregado e fêmeas férteis e produtivas”, completa.
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COM PREÇOS JAMAIS VISTOS, BEZERRO GANHA A ATENÇÃO DO PRODUTOR GENÉTICA, NUTRIÇÃO E MANEJO SÃO OS PRINCIPAIS DIFERENCIAIS A pecuária de cria é reconhecida como a atividade menos lucrativa na pecuária. Comumente direcionada para as terras de pior qualidade e com menos investimentos em tecnologia, viveu uma supervalorização em 44
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2015. O ano do bezerro, como ficou conhecido, provocou uma mudança na cadeia produtiva de carne brasileira. São diferentes as explicações para a transformação. Muitos apontam que o problema é o alto
índice de fêmeas abatidas nos últimos anos; outros falam da falta de oferta de boi gordo para os frigoríficos, e há ainda os que alertam para o momento da carne brasileira no mercado internacional e para a desvalorização da
moeda real. Independentemente do fator principal, o fato é que o impacto do preço do bezerro na cadeia pecuária tem sido assunto recorrente nas rodas de conversas de pecuaristas Brasil afora. Enquanto os criadores esbanjam otimismo, os recriadores e invernistas estão extremamente preocupados com o rumo de suas atividades, já que o atual preço do bezerro pode inviabilizar a recria. “Em 1996, tínhamos uma relação de troca de 3,5 bezerros por boi gordo. Essa condição vem caindo desde então. Na primeira década deste século, ficou em torno de três, e nos últimos anos, próximo a 2,5. A partir de 2014, já vimos essa relação de troca se aproximar de dois, e em 2015, atingimos o pior indicador da história da pecuá-
ria brasileira: chegamos a 1,7, com a arroba do bezerro sendo
loeiras que mais comercializam gado de corte do país, o empresário Maurício Tonhá deve ultrapassar, em 2015, a casa dos 300 mil animais vendidos. Segundo ele, vários fatores influenciaram o mercado e o aquecimento dos preços. “A economia, o consumo e a exportação, a meu ver, são fatores fundamentais e determinantes. Por causa deles, estamos iniciando um ciclo de alta. Para se ter ideia, em meus remates de 2015 os bezerros subiram de preço em mais de 40%, se compararmos com os valores dos primeiros oito meses de 2014, e os tourinhos, em torno de 30%”, salienta. O gráfico do Instituto de Economia Agrícola (IEA) mostra os preços atingidos pelo bezerro nos últimos dez anos.
“Não se fala mais em preço por bezerro, a conversa agora é somente em preço por quilo de bezerro”, diz o gerente de Mercado da Alta Genetics, Tiago Carrara. valorada a R$220,00”, aponta o gerente de Mercado da Alta Genetics, Tiago Carrara. Proprietário de uma das lei-
Preço histórico do bezerro (reais/Mês) 1.100,00 1.000,00 900,00
Preços em reais
800,00 700,00 600,00 500,00
Preço
400,00 300,00 200,00
set/14
abr/14
nov/13
jun/13
jan/13
ago/12
mar/12
out/11
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dez/10
jul/10
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set/09
abr/09
jun/08
nov/08
jan/08
ago/07
mar/07
out/06
dez/05
jul/05
fev/04
set/04
-
mai/06
100,00
Meses do anos Fonte: Institulo de Economia Agrícola (IEA)
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O reflexo do aumento dos preços já foi percebido nos abates, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de machos abatidos no Brasil aumentou 2,3%, totalizando 4,4 milhões de cabeças do primeiro para o segundo trimestre deste ano. A valorização do bezerro, no entanto, fez com que a venda de fêmeas para frigoríficos diminuísse 6,2%, limitando-se a 3,2 milhões de cabeças, segundo dados do boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Agropecuária (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). “Sem dúvida, o momento é muito propício para o criador, mesmo nos mercados mais tradicionais. Não se fala mais em preço por bezerro, a conversa agora é somente sobre o valor por quilo de bezerro. Essa condição dá ao criador a oportunidade para repensar sua estratégia de produ46
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ção. Se ele recebe melhor pelo bezerro com maior peso, então, deve buscar tecnologias para produzir animais com índice de peso elevado, produzindo mais numa mesma área e com o mesmo número e matrizes”, afirma Tiago.
Significa que o bezerro deixou de ser commodity e vive uma valorização diferenciada. Hoje, para o mercado, há o bezerro normal, o bezerro bom e o bezerro muito bom. Cada um recebe uma precificação diferenciada
por quilo, levando em conta seu estado corporal, peso e potencial de ganho de peso. Quanto maior o potencial do animal para reduzir o tempo de recria e terminar o ciclo mais rápido, maior será seu preço de mercado. Preços mais altos representam a oportunidade de se produzir mais bezerros, já que economicamente se tornou mais vantajoso investir na cria. “Não mudamos a qualidade do bezerro produzido em nossa propriedade sem investir em tecnologias que vão agregar potencial produtivo ao animal, tais como nutrição, genética e manejo. O mercado já reconhece e agrega valor ao produto de qualidade; com isso, o retorno sobre o investimento passa a ser garantido”, acrescenta Carrara. Bom exemplo A estratégia de investir mais para faturar mais já é praticada por diversas propriedades distribuídas pelo país. Um exemplo disso é a fazenda 3R, de propriedade de Rubens Catenacci. Ela é uma das grandes responsáveis pelo título de Capital do Bezerro de Corte, cedido à Camapuã (MS). Especializada em animais de cria, tem hoje três mil bezerros (as) comerciais e 500 Nelore PO. Recentemente, iniciou um projeto de engorda com o 1/2 Angus, tendo como objetivo abater em torno de 300 animais superprecoces por ano. A média na comercialização dos bezerros é de oito arrobas aos dez meses de idade. Para chegar a esses indicadores, a 3R investe em três frentes de
trabalho: manejo, nutrição e genética. “Temos um manejo
“A comercialização dos nossos animais está acima de 50% do valor de mercado. Com isso, estimamos que a média deva superar os R$ 1.700,00 para os bezerros e R$1.500,00 para as bezerras”, diz o proprietário da fazenda 3R, Rubens Catenacci. extremamente inovador, que batizamos de Confinatto 3R, composto por pastos rotacionados. São, ao todo, 200 hectares, divididos em dez piquetes, com
média de três dias de pastejo cada um. O formato em ‘pizza’ apresenta duas diferentes praças de alimentação, sendo uma mais centralizada, para os bezerros, e outra maior, para as vacas”, explica o proprietário da fazenda, Rubens Catenacci. A partir dos 30 dias, os bezerros recebem 0,4% do peso vivo em ração, por meio do sistema de creep feeding, aumentando essa quantidade em até 0,7% até o desmame. Como existe qualidade genética, a nutrição corresponde e permite ganhos de até 1,2 quilo/dia/bezerro. Com o mercado aquecido, a fazenda 3R aponta que valeu a pena investir. “Até o fim de setembro deste ano, a comercialização dos nossos animais está acima de 50% do valor de mercado. Com isso, estimamos que a média deva superar os R$1.700,00 para os bezerros e R$1.500,00 para as bezerras”, pondera Catenacci. Os números só foram alcançados com nutrição adequada e critério na escolha da genética. Os reprodutores são selecionados por meio dos programas de melhoramento genético, sempre em busca de características econômicas, como: ganho de peso, habilidade maternal, precocidade e acabamento de carcaça. “A genética é levada muito a sério na 3R. Estipulamos uma estação de monta ajustada com 110 dias e realizamos Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) em 100% do rebanho. Isso possibilitou planejar nossas vendas futuras, além do ganho com a padronização dos bezerros (as), que é fantástica”, finaliza Rubens. PECUÁRIA EM ALTA
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Diferencial do sucesso Outro criatório de destaque que trabalha há quase 30 anos no agronegócio, as Fazendas Bartira possuem 150 mil hectares, localizados em quatro estados brasileiros na região do cerrado. Na pecuária são aproximadamente 18 mil bezerros produzidos e em torno de 16 mil comercializados por safra; estes, por decisão estratégica, são vendidos logo no desmame em leilões para confinadores e demais pecuaristas. Para o cruzamento industrial, as raças escolhidas foram Aberdeen Angus, para as vacas Nelore e Santa Gertrudes para as F1 Angus. Já no gado elite são 300 matrizes (200 Nelore e 100 Santa Gertrudes), produzindo bezerros dos quais cerca de 30% são aproveitados para reprodutores, algo em torno de 70 animais por ano; o restante é comercializado em leilão. O aumento no preço do bezerro fez com que o projeto da fazenda incrementasse a integração lavoura–pecuária e a intensificação de pastagens. “Nosso objetivo é aumentar a capacidade de lotação, o número de matrizes, melhorar o desempenho na recria de reposição e o desempenho no peso médio final dos animais comercializados”, afirma o gerente de pecuária do grupo Bartira, Levy Campanhã. A taxa de lotação em crescimento e o aumento da quantidade de matrizes em IATF geraram outros pontos de avaliação para garantir a evolução genética das futuras gerações: a avaliação nutricional do rebanho (o que melhora o desempenho reprodutivo); a utilização de reprodutores 48
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“Nos últimos anos, a meta é trabalhar com 25% de ágio em relação ao mercado. Estamos conseguindo manter o resultado, principalmente pela qualidade e pelo peso dos produtos ofertados. Em relação ao ano anterior, o incremento obtido foi de 30% no valor dos bezerros”, explica o gerente de Pecuária do grupo Bartira, Levy Campanhã. provados de alta acurácia e com avaliação genética forte, e sêmen de alta qualidade, aumentando o índice de prenhez.
“Na raça Nelore, trabalhamos com a seleção de criatórios que seguem os seguintes critérios: avaliação genética, funcionalidade e características fenotípicas da raça. Já no cruzamento com o Angus buscamos qualidade do sêmen, boa profundidade, estatura mediana, características de ganho de peso e rendimento de carcaça”, revela Levy. Ele reforça que o grupo realiza o ajuste da nutrição em relação ao desempenho dos bezerros, visando a otimizar o potencial genético. Outra forte aliada é a tecnologia. “Nos últimos anos, a meta é trabalhar com 25% de ágio em relação ao mercado. Estamos conseguindo manter o resultado, principalmente pela qualidade e pelo peso dos produtos ofertados. Em relação ao ano anterior, o incremento obtido foi de 30% no valor dos bezerros”. Os especialistas argumentam que a qualidade é, sem dúvida, o novo referencial para o segmento de cria. Outro ponto interessante de ser avaliado é a chegada do agricultor, que promove a integração lavoura-pecuária. Há ainda a demanda por animais de qualidade que favoreçam o ciclo curto de produção/abate. “Vale ressaltar a abertura do mercado americano para a carne brasileira, que confere um conceito de credibilidade sanitária, amplia as possibilidades de mercado, o que exigirá maior qualidade de carne. Essa opção leva o Brasil, mais uma vez, ao novo referencial para o segmento: a qualidade do produto, que será alcançada rapidamente por aqueles que investem em qualidade genética e nutrição”, finaliza Carrara.
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RAÇAS
SIMENTAL PRETO, POR QUE USAR? Por Miguel Abdalla, gerente de Produto Corte Taurino Alta
IPU Liner 56U 213Y - Simental Preto
A necessidade de produzir uma carne de qualidade e, ao mesmo tempo, com carcaças pesadas, em menor tempo, fez com que os Estados Unidos desenvolvessem uma variedade de raça. Na década de 90 surgiu o Black Simmental ou Simental Preto. A proposta era unir as qualidades de crescimento e produtividade da raça Simental com a habilidade do Angus de imprimir qualidade na carne, como marmoreio, gordura, precocidade de terminação, além do caráter mocho, que facilita o manejo. Deu certo. A produtividade da raça se comprova pelos abates técnicos realizados nos Estados Unidos. É a segunda maior base americana de dados, perdendo apenas para o Angus, o que a 50
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torna ainda mais confiável e seguro o uso. Por se tratar da variação de uma raça continental, é necessário que os animais produzidos sejam submetidos a sistemas em que haja boa oferta de alimento (creep feeding e confinamento). Seja para animais taurinos puros ou cruzamentos. A proposta é de que o desempenho seja maior e mais eficiente.
O Simental Preto apresenta excelentes dados de carcaça, com alto peso, grande nível de marmoreio, área de olho de lombo e maior acabamento. Além disso, possui pelagem preta (homozigoto) e, por essa variedade ter um tamanho mais moderado comparado ao simental tradicional, as fêmeas passam a ter um custo de manutenção mais baixo. Outras vantagens são: precocidade; não há problemas com cânceres oculares, e menor índice de partos distócicos (desde que o touro escolhido tenha boa DEP para a característica de facilidade de parto e peso ao nascer). Os especialistas da Alta salientam que, se a finalidade é produzir carcaça pesada e marmorizada, o Simental Preto é uma excelente opção, sinônimo de lucro de uma propriedade, seja utilizado em raça pura ou mesmo em cruzamento com zebuínos, em que o ganho de heterose é maior, pois o Black Simental é 100% taurino.
A Alta possui em sua bateria uma excelente opção de Simental Preto. O touro Liner alia conformação, estrutura e volume impecáveis. Ele é destaque para quase todas as características em sua avaliação genética. Liner é indicado para rebanhos comerciais e cruzamentos industriais, mostrando-se ideal para produzir animais pesados, com peças nobres e de grande maciez.
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CASOS DE SUCESSO
GENÉTICA DE SUCESSO A editoria denominada Casos de Sucesso apresenta duas fazendas nesta quarta edição da revista: uma de leite e outra de
corte. Ambas são exemplos na pecuária. Entre tantos pontos positivos, sem dúvida, estão os pecuaristas progressistas, sem-
pre em busca de novas tecnologias para aumentar a produtividade do rebanho e a parceria bem-sucedida com a Alta.
AGROPECUÁRIA RÉGIA O SUCESSO DA SINERGIA COM A EQUIPE ALTA
Localizada a 60 quilômetros da capital paranaense, no município de Palmeira, a Colônia Witmarsum foi fundada na década de 50, por alemães menonitas. Hoje é uma referência na produção de leite e queijos. Desde a origem, a família Epp, proprietária da Agropecuária Régia, desenvolve um criterioso trabalho na pecuária leiteira. Em 1968, Marvin Epp assumiu a propriedade do pai, com 15 vacas em lactação. Percebendo a necessidade de investimento, Marvin procurou um curso de inseminação para se especializar. Nos anos 70, foram realizadas importações de animais da Argentina e do Canadá, mas depois desse período nunca mais foram adquiridos animais. Desde 2009, trabalham com touros genômicos. A família percebeu que esse é o caminho para o rápido 52
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avanço genético. Desde 2011, são parceiros do Alta Advantage e possuem filhas de touros Advantage, em segundo parto. Atualmente, 100% das vacas são inseminadas com os touros do programa Alta Advantage e, nas novilhas, são realizadas duas tentativas com sêmen sexado. “A parceria com a Alta é um trabalho que vem bastante ao encontro com a nossa necessidade. Na parte genética, ajudam na seleção de touros pelo programa Alta Advantage e, no acasalamento das vacas, pelo Alta GPS. Nós começamos, há vários anos, a utilizar touros genômicos, com a orientação dos técnicos da Alta. Na época, foi uma decisão ousada, e agora podemos ver que deu certo e vai muito bem. Hoje, praticamente, só usamos touros genômicos”, diz o filho de Marvin, Marcos Epp, que em 1997 assu-
miu o setor pecuário da fazenda, deixando a agricultura com o pai. Além da parceria no programa Alta Advantage, a Agropecuária Régia é uma das mais importantes fornecedoras de genética da raça Holandesa para o programa Alta Embryo, que disponibiliza prenhezes de embrião para o mercado. A utilização de touros genômicos garante a superioridade genética do produto oferecido. “Às vezes, a gente nem para pra pensar, mas são muitos anos de trabalho bem próximo da equipe da Alta, com o Sandro (gerente regional) me atendendo e o Ângelo (técnico de Leite), que nos auxilia na escolha de touros e na discussão sobre o Plano Genético. Algumas vezes, converso com o Fábio (gerente de Leite Importado). Esse trabalho tem sido muito importante, porque é uma coisa constante e que se tornou sólida. Acho que o resultado vem à medida que você faz algo de forma contínua, em longo prazo. Nós podemos dizer que, na propriedade, o resultado que temos hoje, em boa parte, é em função da nossa parceria com a Alta. Com certeza existe uma sinergia muito grande entre nós e a equipe da Alta”, reforça Marcos.
Investimentos Em 1995, a Agropecuária Régia investiu em seu primeiro Free Stall, com cama de colchão e piso ripado, com capacidade para 160 vacas. Em 2009, construiu o segundo Free Stall, já com cama de colchão e piso, com capacidade para 200 vacas. Mais recentemente, em 2014, veio o terceiro investimento de Free Stall. Foi construído com cama de areia e capacidade para 320 vacas. Em dezembro do mesmo ano, foi inaugurada a ordenha rotatória para 32 vacas, com capacidade para ordenhar em torno de 180 vacas por hora.
truir mais um Free Stall, que já tem local escolhido. Os touros mais utilizados têm sido Baxter, Wildman Jayz, Minister, Avalon, Meteor, Iota e Caliber. Recentemente, investiram em FirstClass, Spring, Roble, Rabo, Sunshine Hulk e Genuine.
Projeto Do total da propriedade, 200 hectares são utilizados para pecuária, entre área de instalações e área agrícola. Os outros 900 são exclusivos da agricultura, nas plantações de soja, trigo, milho e canola. O setor agrícola presta serviço na produção de forragens para o setor pecuário e há avaliações financeiras independentes. Essa organização possibilita que o setor pecuário não se preocupe com a produção de forragens, focando exclusivamente no manejo do gado. Atualmente, no plantel são 600 vacas em lactação e 1.400 animais no total. A média de produção de leite atual é de 40 kg por vaca por dia, em controle oficial da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH) e a média das lactações está em 12.511 kg, em 305 dias em idade adulta, mas as primíparas possuem essa projeção acima de 13.000 kg, o que mostra a evolução genética do rebanho. A gestão e o levantamento dos números e índices são realizados pelo programa de gestão Ideagri. No próximo ano, o projeto é chegar a 700 vacas em lactação, mas a possibilidade de atingir 1.000 vacas ainda não foi descartada, já que a ordenha comporta o número de animais e existe área suficiente para a produção de comida. Faltaria apenas cons-
ALTAFirstClass
ALTARabo
Sobre a Regional A Regional Carambeí é hoje composta de seis vendedores entre zootecnistas e veterinários, todos treinados e capacitados para trabalhar com as ferramentas que a Alta, líder no mercado nacional e mundial, desenvolveu para dar qualidade total em atendimento ao cliente. O contato é pelo telefone (42) 3229-5360.
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CASOS DE SUCESSO
CAMAPUÃ AGROPECUÁRIA EMPREENDEDORISMO É A MARCA DA FAZENDA ENGANO
A Fazenda Engano, localizada a 100 quilômetros de Camapuã (MS), é administrada pelo sócio-proprietário Paulo Aranha, um empreendedor, que percebe a necessidade da administração moderna e arrojada. O visionário busca empregar tecnologias de ponta, visando à pecuária lucrativa, que garante o bem-estar animal e a qualidade de vida de seus colaboradores. Hoje, dos seus 24.000 hectares, 25% são de reserva legal. A
área é para o plantio de madeira Pinus. Os outros 10.000 hectares são destinados à bovinocultura de corte. O rebanho flexível é de, aproximadamente, 5.500 matrizes da raça Nelore (3.500 multíparas e primíparas, 1.200 nulíparas e 800 precocinhas, sendo que estas fêmeas sofrem pressão de seleção para emprenhar entre 13 e 15 meses), podendo chegar a 11.000 cabeças no período de pré-desmama. Com o uso da Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF), a Fazenda Engano deixou de trabalhar com Monta Natural e trabalha somente a cria. Por ser uma empresa focada no mercado, mantém uma estrutura de engorda a pasto e, quando necessário, faz uso do confinamento. As áreas de pastagem são de qualidade, não havendo a necessidade de esperar o período chuvoso para iniciar a estação de monta (IATF). Há invernadas pequenas e praças de alimentação, com tamanho de lote adequado.
Evaldo Almeida, gerente; Hilton Alves, gerente geral; Rodolffo Assis, regional Alta de Presidente Prudente (SP); Paulo Aranha, proprietário e Flávio Pereira, médico veterinário
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Todos os currais são adaptados com antiestresse, localizados em áreas estratégicas, estrutura de corredores com acesso aos currais, para o total conforto dos animais e segurança dos colaboradores. O trabalho de condução dos animais ao curral ou mudança de pasto é realizado com o uso da motocicleta, e não mais a cavalo. A equipe trabalha com consciência, fazendo uso de protetores e capacetes. Os equinos são utilizados somente no manejo da maternidade. Estação de monta 100% IATF Os protocolos de IATF em 100% das matrizes iniciam na segunda quinzena de setembro e seguem até 23 de dezembro. Em 90 dias, faz-se a IATF1, IATF2, chegando a alguns lotes a IATF3. O índice de prenhez atinge a média de 80%, desde as precocinhas até as multíparas, não fazendo repasse com monta natural. Em razão de a estação ter um curto prazo e, também, da quantidade numerosa de matrizes, optou-se pelo protocolo do D22, em que todas as matrizes de IATF1 são reimplantadas no D22 (22 dias após o D10). No D30 faz-se o diagnóstico gestacional (ultrassonografia). As prenhes saem do lote e as vazias seguem o protocolo. Sempre preocupado com o bem-estar dos colaboradores, das matrizes e dos produtos que virão a nascer, Paulo opta por fazer um segundo diagnóstico
gestacional (ultrassonografia) nas matrizes com 60 dias de gestação. O objetivo é identificar gestações gemelares. Estas são separadas em uma maternidade para receber cuidados especiais, evitando assim a perda de bezerros por abandono de um ou de ambos, o que os levaria à morte. Os touros mais utilizados têm sido Berloque e Brado. Apartação de Grupo Para o melhoramento do rebanho, de geração a geração, a fazenda utiliza uma ferramenta que hoje é indispensável na propriedade: a apartação de grupo. Com ela, são identificadas as matrizes que carregam características de produtividade. Após a identificação dessas matrizes, há uma marcação a fogo, conforme classificação de Grupo 1, 2, 3 ou 4. As matrizes G1 e G2 permanecem no rebanho e são inseminadas de Nelore. Sua progênie será de excelente qualidade. Os machos são ideais para a engorda de ciclo curto e as fêmeas, futuras matrizes, com qualidade de carcaça e beleza racial, carregam pedigree de muita produtividade. Com o processo de aumento da quantidade de matrizes, foi criado o G3 “aproveito”, que recebe sêmen de Aberdeen Angus, corrigindo os defeitos morfológicos pela heterose do F1. Já as G3 “descartes” são destinadas ao confinamento. Por último, o G4 recebe sêmen de Nelore, sem a preocupação de fenótipo. Essas matrizes são inseminadas de reprodutores que darão muita fertilidade e carcaça. Ao final, são obtidas duas linhas de ma-
trizes Nelore: as extremamente produtivas e as de beleza racial para servir a outros criatórios futuramente, e sempre que possível serão descartadas as G3. Parceria Por meio da regional Alta do Mato Grosso do Sul, a Biofértil Reprodução e Assessoria Pecuária, representada pelo médico veterinário Flávio Pereira, iniciou uma parceria com a Camapuã Agropecuária, no ano de 2002. “Nós aprendemos muito com a forma de gestão do Dr. Paulo Aranha. Costumo dizer que ele é o responsável pela minha evolução como empresário e como profissional na área de Medicina Veterinária. Quando começamos essa parceria, a Camapuã já vinha numa crescente evolução do rebanho e com um objetivo traçado. Coube a nós assumirmos a responsabilidade de crescer e contribuir com a gestão empregada”, explica Flávio. Para Paulo, o trabalho sério e a determinação de indicar reprodutores melhoradores a cada ano fazem da Alta Genetics uma parceira da Camapuã Agropecuária, desde 2008. “Em dez anos de evolução, conseguimos
Berloque da Bonsucesso
Brado S. Marina
desmamar bezerros 50 quilos mais pesados e colocamos novilhas Nelore em IATF com 13 meses. Trabalhávamos com um volume grande de reprodutores e, hoje, estamos com genética 100% de inseminação artificial”, afirma Paulo.
Sobre a Regional Atuando no Oeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Berrante é a maior regional da Alta. Sua equipe presta serviços como implantação de programas de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), acasalamento dirigido, seleção através de programas de avaliação genética e cursos de inseminação artificial. Contato pelo telefone (67) 3383-6000.
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MERCADO, O QUE PODEMOS ESPERAR? Alexandre Mendonça de Barros é engenheiro agrônomo e Doutor em Economia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq USP). Foi professor de Macroeconomia e Economia Agrícola na escola em que se graduou e da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV). Participou dos conselhos de administração da Fosfertil, Vale Fertilizantes, Casp, Coplana e do Grupo Terra Viva. Atualmente é membro dos conselhos de Administração do Frigorífico Minerva, dos Grupos Otávio Lage, Guarita e Roncador. Além do Conselho Consultivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e diretor do Departamento de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Alexandre é sócio da consultoria MB Agro e criador de Nelore Mocho. Corte A pecuária de corte vive o melhor momento das últimas décadas e a carne é, sem dúvidas, um dos produtos mais promissores do agronegócio brasileiro em médio e longo prazo. O que podemos esperar para o segmento? Acredito que o momento que vive a pecuária de corte brasilei56
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ra é muito raro. Há uma combinação de ciclo pecuário que não me recordo de ter visto. Três dos maiores exportadores mundiais de carne vermelha (Brasil, Estados Unidos e Austrália) encontram-se em um momento de
“Na verdade, devemos ver, na próxima década, um incremento muito positivo das exportações para a China. Abriu-se também a oportunidade de conseguirmos uma cota de exportação de carne in natura para os Estados Unidos, fato inédito em nossa história.” retenção de fêmeas e, portanto, de menor oferta de gado para abate. Por essa razão, os preços internacionais de carne vermelha seguem muito firmes e assim devem continuar nos próximos anos. Ao mesmo tempo, novos mercados estão se abrindo para a carne brasileira. Merece destaque a China continental. Os pre-
ços internos pagos ao produtor são duas vezes maiores que os brasileiros, e a procura por carne segue aumentando. Na verdade, devemos ver, na próxima década, um incremento muito positivo das exportações para a China. Abriu-se também a oportunidade de conseguirmos uma cota de exportação de carne in natura para os Estados Unidos, fato inédito em nossa história. Caso consigamos explorar essa oportunidade, teremos a possibilidade de garantir status sanitário para abrir mercados de alto valor, como o Japão, a Coreia do Sul e o México. Com a contração prevista das exportações australianas para esses destinos nos próximos dois anos, é uma oportunidade de avançarmos em mercados que pagam muito pela carne vermelha. Até que ponto o aumento do dólar e a instabilidade política, somada à queda da confiança dos investidores no Brasil, afetam o agronegócio? Há um aparente paradoxo no ar: a macroeconomia vai muito mal; entretanto, o agronegócio brasileiro segue relativamente bem. A resposta para esse enigma é a taxa de câmbio. Todas as moedas perderam valor frente ao dólar. Entretanto, o real foi a moeda que mais se desvalorizou com relação ao dólar nos últimos meses. Essa desvalorização ser-
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viu por compensar a queda nos preços em dólares das principais commodities agrícolas. No caso da carne vermelha (que, como já comentamos, por problemas de oferta teve os preços internacionais sustentados), a desvalorização do real ajudou a sustentar altos preços do boi gordo. Esse é o lado positivo do desajuste macroeconômico brasileiro. O lado negativo é que a piora das condições de vida dos brasileiros por conta da alta inflação e do desemprego crescente é que o consumo interno de carne vermelha caiu muito nos últimos seis meses. O consumo per capita de carne vermelha foi de 34 quilos no ano passado. Os dados de abate e exportação divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o primeiro semestre de 2015, indicam que o consumo per capita caiu para algo próximo a 30 quilos por habitante. É bom ter presente que a perda no poder aquisitivo afetou muitos dos nossos compradores de carne. Todos os países exportadores de petróleo estão sofrendo com a abrupta queda nos preços dos combustíveis no mercado internacional. Com a redução do poder aquisitivo, estão trocando carne vermelha por carne de frango. Nos oito primeiros meses do ano, nossas exportações, que estão muito concentradas nos países árabes, africanos, Rússia e Venezuela, caíram em torno de 18%. Note como é interessante: o consumo cai, mas os preços seguem firmes por conta da oferta mais apertada que comentamos anteriormente.
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Quais alternativas tem o pecuarista para manter seu negócio rentável em meio à situação que o país atravessa? Acredito que a única alternativa em um cenário mais adverso é fazer subir os níveis de produtividade. Aos produtores de bezerros, o importante é aumentar o desfrute de seu reba-
“Acho que os últimos anos serão lembrados como os anos de maior crescimento do negócio lácteo no Brasil. Dentre as proteínas animais o leite foi a maior estrela do ponto de vista de expansão de consumo nos últimos anos no Brasil. Em todos os supermercados as prateleiras que mais cresceram foram as de produtos lácteos.” nho, elevando a fertilidade e o peso da desmama. Ao recriador e terminador, que vive um quadro de maior aperto na oferta de bezerros e de boi magro, é vital ser mais eficiente na engorda. Vivemos um momento de alta dos preços dos grãos no mercado interno, uma vez que a forte desvalorização do real acabou
por pressionar os preços internos. Os preços relativos do boi com o milho e o farelo de soja pioraram, o que exige máxima atenção a todos os custos da cadeia. Temos que aproveitar ao máximo o que os pastos podem nos dar e integrar boa genética com eficiência nutricional. A oferta de boi pronto para abate pode continuar apertada em razão do abate de fêmeas ocorrido em anos anteriores. Prova disso foi que, no primeiro semestre deste ano, os abates caíram 11% comparados com o mesmo período do ano passado. Qual a sua leitura dessa situação? A oferta de boi pronto tende a continuar apertada, pois os anos anteriores foram anos de menor produção de bezerros, com o pior momento atingindo o ano de 2014. O bezerro do ano passado será o boi gordo do próximo ano. Assim é que se combinarmos a menor oferta de boi gordo com a manutenção do processo de retenção de fêmeas, devemos ter um cenário continuado de aperto na oferta. Entretanto, é bom ter presente que o número de nascimentos de bezerros deve seguir ampliando nos próximos anos, o que indica que o ciclo de oferta pode voltar a melhorar a partir de 2017. Leite Frente ao cenário econômico atual, muitas incertezas estão preocupando os integrantes do setor lácteo, tendo como impactos iniciais a redu-
ção de investimentos por parte dos produtores e as projeções bem mais cautelosas das indústrias para os próximos meses. Essas medidas são, de fato, necessárias ou há espaço para o setor crescer na crise? Acredito que os últimos anos serão lembrados como os anos de maior crescimento do negócio lácteo no Brasil. A ascensão de uma nova classe média tornou claro que existia (e segue existindo) uma forte demanda reprimida por produtos lácteos de diferentes níveis de valor. Dentre as proteínas animais, o leite foi a maior estrela do ponto de vista de expansão de consumo nos últimos anos no Brasil.
Em todos os supermercados, as prateleiras que mais cresceram foram as de produtos lácteos. A perda de renda do consumidor neste último ano deve dar uma brecada nesse processo de diversificação da demanda de lácteos. Os consumidores brasileiros já estão trocando derivados como iogurtes, queijos etc por leite puro. É uma tendência que deve durar enquanto a economia seguir afundando. Entretanto, esse processo não durará para sempre, e o mercado, quando voltar, deve seguir forte, pois o brasileiro aprendeu a conhecer produtos que ele passou a apreciar e, assim que a renda permitir, vai voltar a consumir.
Qual é a tendência de preço internacional de leite em pó? O comércio mundial de lácteos é bastante restrito se comparado ao consumo de leite. A maior parte do consumo de leite é fluido e, por se tratar de um produto de alta perecibilidade, não é possível exportar grandes volumes. O comércio se dá essencialmente por leite em pó e são poucos os países que exportam leite em volume expressivo. Assim, os indicadores de preços de leite em pó são restritos. Normalmente, acompanhamos os leilões da Fonterra, empresa que controla mais de 90% do leite produzido pela Nova Zelândia, o maior exportador do mundo.
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Nos últimos meses, o preço do leite em pó saiu do patamar de US$3.000, caiu para US$1.600 e, nos últimos leilões, retornou aos níveis de US$2.500. Parece que esse nível é compatível com os balanços de oferta e demanda, embora o comportamento errático da China como compradora de leite dificulte a estabilidade dos preços no mercado internacional. Caso se sustente ao câmbio de R$4 por dólar, o preço interno do leite equivalente seria da ordem de R$1,1 por litro. Não é um preço ruim, mas há que se ter em conta que o milho e a soja subiram e pressionaram as margens. Esse movimento exigirá muita eficiência e expansão da produtividade por parte dos produtores de leite. A exportação de leite em pó e de outros derivados para fortes mercados, como Rússia e China, fará diferença no preço leite ao produtor em curto e médio prazo? O Brasil tem potencial para atender e sustentar esses mercados? Sim, tanto a China quanto a Rússia devem seguir demandando leite nos próximos meses. São mercados crescentes, especialmente a China. Acho que o Brasil tem uma oportunidade concreta de exportar leite em pó, por conta da desvalorização do real, que ainda pode atingir patamares mais elevados de fortalecimento do dólar. Vale notar que a desvalorização de nossa moeda ocorreu sem que a taxa de juros dos Estados Unidos tivesse subido. Não é possível avaliar a intensidade da crise política brasileira que vem 60
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afetando sobremaneira a economia, criando um ciclo negativo de autoalimentação entre economia e política. Quanto pior a economia, pior a crise política e vice-versa. Quando esse ciclo perverso se encerrará é a pergunta central a ser respondida e de difícil previsibilidade. Enquanto as coisas andarem nessa direção, dificilmente nossa mo-
“O importante é surfar a onda do momento, que permite aproveitar um mercado interno mais fraco, com a arbitragem de preços no mercado internacional.” eda deixará de se desvalorizar. Entretanto, uma mudança no quadro político pode reverter abruptamente a desvalorização do real. Em minha opinião, essa é a variável chave para saber qual a longevidade do potencial exportador de leite em pó pelo Brasil. O importante é surfar a onda do momento, que permite aproveitar um mercado interno mais fraco, com a arbitragem de preços no mercado internacional. Quanto mais o país aprofunda essa estratégia de diversificação de riscos entre o mercado interno e o externo, maior será a estabilidade de preços aos produtores de leite. É o que ocorre hoje nas cadeias de carne vermelha e de frango.
Agricultura Como a instabilidade brasileira tem afetado a agricultura? O que os agricultores podem esperar para o ano de 2016? A situação dos agricultores brasileiros é semelhante à dos pecuaristas, mas talvez um pouco mais radical em sua magnitude. Os preços de soja, milho e algodão subiram muito com a desvalorização do real, mesmo diante de um cenário de boas safras no mundo todo e de forte queda no preço em dólares. No caso do café e do açúcar, a desvalorização do real foi totalmente compensada pela queda nos preços em dólares e, portanto, seguiram relativamente estáveis em reais. Ocorre que, para os agricultores, mais que para os pecuaristas, a desvalorização do real elevou substancialmente os custos de produção, uma vez que fertilizantes e agroquímicos são cotados em dólares. Note que a elevação dos custos de produção se deu em um momento de contração na oferta de crédito, que é um fato que vem ocorrendo em todos os setores da economia. Ademais, vale notar que alguns agricultores, especialmente no cerrado, têm sua dívida em dólares. Com a desvalorização, a dívida em reais subiu muito, piorando os balanços e criando dificuldades na renovação do crédito. É um cenário bastante complexo e exige muita atenção e cautela de nossos agricultores. Nesse sentido, a pecuária, por ser menos alavancada e com custos menos dolarizados, tem vantagens em momentos como este que estamos vivendo.
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