Edição 08 - Junho/Julho Pecuária em Alta

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PALAVRA DO DIRETOR

Escolhas certas trilham o caminho da liderança. Em mais de um ano produzindo a revista “Pecuária em Alta”, acredito que esta é uma das capas mais importantes para a nossa empresa. Sinto-me extremamente feliz em comemorar mais essa conquista com vocês: os líderes dos principais sumários de avaliação genética das raças leiteiras estão na nossa bateria, das raças Gir Leiteiro, Girolando, Holandês, Jersey e Guzerá Leiteiro. Um trabalho com planejamento, feito dia a dia, um projeto de anos que, mais uma vez, é coroado com números e provas consistentes. Esta conquista mostra que as escolhas da nossa equipe técnica, no passado, foram corretas. Esse trabalho tem resultado nas provas divulgadas em 2016. Além dos líderes, são vários touros com provas positivas para leite, ou seja, o touro tem habilidade de transmitir para sua progênie essa importante e fundamental característica. Claro que a liderança nos sumários nos envaidece, mas de uma forma positiva, dando-nos ainda mais responsabilidade para continuarmos realizando este importante trabalho para a pecuária brasileira, identificando touros melhoradores e disponibilizando-os para o mercado. Não possuímos apenas os líderes em nossa bateria. O Brasil é muito grande e conta com diversos sistemas de produção; cada criador tem um objetivo e um plano genético. Por isso, essa variação de produtos se torna tão importante. Se tomarmos como exemplo o sumário da raça Gir Leiteiro e olharmos os 30 primeiros colocados, nós temos 14. Isso mostra a variabilidade genética que possuímos e o nosso foco em produzir genética de qualidade. Estamos prontos a ajudar os criadores a atingir seus objetivos individuais. Agradeço, imensamente, por compartilhar mais esse importante passo de nossa história. Espero que goste de mais esta edição da revista, que foi elaborada com muito conteúdo técnico para que você tenha ainda mais sucesso na sua atividade. Uma ótima leitura.

Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil

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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Heverardo Rezende de Carvalho

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Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com

Colaboradores desta edição Guilherme Marquez, Miguel Abdalla, Tiago Carrara, Rafael Oliveira, Manoel Sá Filho, Letícia Gabarra de Oliveira, Carla Gasparotto C. Vasconcelos, Aline Quintanilha de Freitas, Yuri Farjalla, Marlizi Marineli Moruzzi, Tiago Ferreira, Fábio Fogaça, Fernanda Borges, Paulo José Moraes Vasconcelos, Armando Pereira da Silva, Antônio Carlos e Luiza Mangucci. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com

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Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação LTDA ME indiara@indiaraassessoria.com.br

ARTIGO

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MOSCA-DOS-CHIFRES PARASITA DO GADO E DO BOLSO A praga dos rebanhos brasileiros

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MARMOREIO COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO Técnicas promovem mudanças rápidas no rebanho, impactando na qualidade da carne EFEITOS DA VACINAÇÃO CONTRA O VÍRUS DA FEBRE AFTOSA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS DE CORTE BOS INDICUS Vacinação afeta desempenho reprodutivo de vacas de corte

Tiragem 5 mil exemplares

Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorando a lucratividade individual de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Ser líder do mercado de inseminação artificial e reconhecida como a melhor empresa desse segmento. Valores: • Escolha CONFIANÇA à invulnerabilidade • Escolha CONFLITO à harmonia • Escolha CLAREZA à certeza absoluta • Escolha NÚMEROS à popularidade • Escolha RESULTADOS ao status

ALTA NEWS Campeões em pista e novidades na bateria Alta

Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com

REM ARMADOR DA ALTA SUPERA PAI E SE TORNA LÍDER NO SUMÁRIO ANCP Novo índice identifica animais com maior potencial de retorno econômico

Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) - renata.paiva@altagenetics.com

ESPECIAL

LEITE

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PERDEMOS ALTAIOTA, NOSSO MILLIONAIRE Raça Holandesa perde um de seus principais representantes

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SHOWCASE ALTA GENETICS Alta comemora 10 anos de realização do evento, com mais de 300 produtores e técnicos, de 31 países, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos


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CAPA PECUÁRIA DE RESULTADOS Os principais touros provados desfilam nas páginas da Pecuária em Alta

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LEITE

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DETECÇÃO DE CIO UM FATOR CRÍTICO PARA EQUACIONAR A REPRODUÇÃO

GIRO NO CAMPO De norte a sul do Brasil, clientes e leitores destacam a qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta

Os segredos para seu rebanho produzir mais e melhor

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CORTE

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EVENTOS

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RAÇAS

NELORE PERDE UM DOS PRINCIPAIS RAÇADORES DA HISTÓRIA Nelore se despede de um dos touros mais valorizados da raça

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MEGALEITE Na 13ª edição, feira reúne representantes da cadeia produtiva do leite em BH

ALTA PROMOVE INTERCÂMBIO PARA BRASILEIROS NA ARGENTINA

TOUROS JOVENS INVESTIMENTOS CORRETOS E RETORNO GARANTIDO

Equipe de corte reúne mais de 50 pecuaristas, de vários estados brasileiros, na Argentina, para conhecer importantes fornecedores de genética

Touros jovens garantem futuro do melhoramento genético

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PROGRAMAS E SERVIÇOS COLETA, INDUSTRIALIZAÇÃO E ENTREGA DE SÊMEN Programa de prestação de serviços promove rápida multiplicação de genética

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CASOS DE SUCESSO - Fazenda Quebra Cuia - Fazenda São Bento - Fazenda Santa Bárbara

ENTREVISTA O jornalista Tobias Ferraz fala sobre os desafios da comunicação no segmento

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ESPECIAL

REM ARMADOR DA ALTA SUPERA PAI E SE TORNA LÍDER NO SUMÁRIO ANCP Nos últimos anos, a pecuária brasileira evoluiu bastante e entre os pontos fundamentais para o aumento da qualidade e da produtividade do rebanho estão os dados coletados e as avaliações realizadas pelos programas de melhoramento genético. “Alguns anos atrás, ninguém falava em avaliação genética. Só se falava em fenótipo, em animais bonitos e grandes, mas ninguém mensurava qual a im6

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portância de ter um animal que pesa mais na desmama, no sobreano, que as filhas são mais férteis, os filhos mais precoces sexualmente. Ninguém mesurava isso e ficava empírico. A seleção era feita no olho. Hoje, através das avaliações genéticas, a gente tem uma fotografia do rebanho nacional via sumários. Eles facilitam a vida dos criadores porque provam qual é o melhor touro para determina-

da característica. Trabalhar com seleção pensando em produtividade não é possível sem passar pelas avaliações genéticas”, explica o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira. Em todos os sumários das raças zebuínas, a Alta possui grandes representantes. Na última edição, apresentada pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), em maio de 2016, um novo índice


foi apresentado, o Mérito Genético Total Econômico (MGTe). Para a formação do novo índice, utilizaram-se informações de indicadores econômicos e produtivos, compondo as estimativas de custos, receitas e lucro de uma propriedade de pecuária de corte comercial de ciclo completo. As várias características foram distribuídas em 15% para precocidade sexual, 8% para habilidade materna, 40% para crescimento, 22% para habilidade de permanência da vaca no rebanho, 6% para fertilidade e 9% para carcaça. Após avaliar todas as características, na liderança do sumário para o MGTe, o resultado comprova que a premissa básica do melhoramento genético tem sido alcançada: os filhos superando os pais. Após anos na liderança do sumário, em 2016, Rem Torixoréu passa o seu lugar para o filho, Rem Armador. Rem Armador é TOP 0,1% e apresentou um MGTe de 25.13, acurácia de 65. Seu pai, Rem Torixoréu, que agora ocupa o segundo lugar do sumário, sempre esteve entre os primeiros de todos os sumários de que participa. Um touro que possui régua de Diferença Esperada de Progênie (DEPs) de alta acurácia, consistente e positiva. Indicado para todas as fases do ciclo produtivo. Rem Torixoréu, também é TOP 0,1%, com MGTe de 24.01 e acurácia de 76. Em outras características, como a habilidade materna – a capacidade que a fêmea tem de criar um bom bezerro –, a bateria alta mostrou-se muito forte. Entre os mais bem colocados, além

dos dois primeiros, CEN Lambisco e Bambu da MN, a Alta possui General da MN, Erug de Naviraí, Quaraçá 10 da Bacuri e Rem Quartudo. Quando a fertilidade dos touros foi avaliada, houve mais uma comprovação do trabalho sério de identificação de touros com alto potencial de concepção. Os três primeiros do sumário são da bateria: Rem Quilano, Rem Sabiá e Rem Torixoréu. Há, ainda, mais sete touros entre os primeiros colocados: Rem Armador, Truck da Alô Brasil, Grafite da Bela, Fraque da Bela, Rem Sagres, Ganges Col e Máximus da Matinha.

“Trabalhar com seleção pensando em produtividade não é possível sem passar pelas avaliações genéticas” No índice área de olho de lombo, a Alta também possui importantes representantes, dentre eles Rem Vokolo, um touro jovem que ainda não pode ser destacado no sumário por não possuir o número suficiente de rebanhos com filhos avaliados. Mas, quando se consulta o site da ANCP, constata-se que ele possui os números de todos os touros que estão sendo avaliados e, mais do que isso, Rem Vokolo é o primeiro colocado no índice de MGTe. Ainda na área de olho de lombo, estão em destaque Máximus da Matinha, Rem Armador, Hércules Col e Dirigível Col.

Entenda o MGTe O Mérito Genético Total Econômico (MGTe) é um índice de seleção desenvolvido pela ANCP durante mais de dois anos e que envolveu pesquisadores e técnicos de várias instituições. O objetivo desse índice é identificar os animais mais rentáveis para os consumidores de genética de alta qualidade. O desenvolvimento do MGTe utilizou as informações de indicadores econômicos e produtivos para compor as estimativas de custos, receitas e lucro de uma propriedade de pecuária de corte comercial de ciclo completo (cria, recria e engorda), localizada no Brasil Central, e, desta forma, avaliar a importância econômica de cada uma das características por meio de seus valores econômicos. Esses valores são definidos como a variação do lucro da propriedade em consequência da variação de uma característica em uma unidade. Por exemplo, o acréscimo de um quilo no peso aos 450 dias de idade aumenta os custos de manutenção dos animais. Em contrapartida, esses indivíduos chegarão ao peso de abate mais cedo e mais pesados, o que provoca a redução dos custos e o aumento da receita. Desta forma, chega-se ao cálculo do novo lucro da propriedade. Nas estimativas dos valores econômicos, o processo é realizado para uma característica de cada vez, mantendo-se as demais, de interesse, constantes. Para estimar os valores econômicos das características, a ANCP desenvolveu um modelo bioeconômico, que é uma ferraPECUÁRIA EM ALTA

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ESPECIAL

menta fundamental, pois possibilita captar toda a complexidade dos sistemas de produção, além de permitir explorar a complexa interação entre todos os fatores que determinam a globalidade desses sistemas. O modelo bioeconômico é uma programação matemática, composta por sistemas de análise econômica e produtiva, que correlaciona os custos, as receitas, os dados biológicos, a caracterização dos recursos físicos e de manejo da propriedade. Após a finalização das estimativas dos valores econômicos de todas as características, foi possível verificar quais delas trazem maior retorno fi-

nanceiro ao pecuarista. Os valores econômicos expressam não só o retorno financeiro das características, como também o peso ou a importância econômica de cada uma delas na composição do índice de seleção. No processo de estimação dos ponderadores do índice de seleção entraram, também, as informações de parâmetros genéticos das características, herdabilidade e correlações e, desta forma, os coeficientes de ponderação consideraram as associações genéticas existentes entre as características. Nas estimavas dos ponderadores foram obtidas as seguintes

contribuições: 15% para precocidade sexual, 8% para habilidade materna, 40% para crescimento, 22% para habilidade de permanência da vaca no rebanho, 6% para fertilidade e 9% para carcaça, distribuídas nas seguintes características: Idade ao Primeiro Parto (DIPP), Probabilidade de Parto Precoce (D3P), Maternal para peso aos 120 dias (MP120), Maternal para peso aos 210 dias (MP210), Peso aos 210 dias (DP210), Peso aos 450 dias (DP450), Stayability (DSTAY), Perímetro Escrotal aos 365 dias (DPE365), Perímetro Escrotal aos 450 dias (DPE450), Área de Olho de Lombo (DAOL).

Mérito genético total econômico (MGTe) Classes Precocidade sexual

Habilidade materna

Crescimento

Habilidade de permanênciada vaca no rebanho

Fertilidade

Carcaça

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Contribuição

15%

8%

40%

22%

6%

9%

Características

Nelore

Idade ao primeiro parto (DIPP) Edad al primer parto

6%

Probabilidade de parto precoce (D3P) Probabilidad de parto precoz

9%

Maternal para peso aos 120 dias (MP120) Maternal para peso a los 120 días

3%

Maternal para peso aos 210 dias (MP210) Maternal para peso a los 210 días

5%

Peso aos 210 dias (DP210) Peso a los 210 días

16%

Peso aos 450 dias (DP450) Peso a los 450 dias

24%

Stayability (DSTAY) Stayability

22%

Perímetro escrotal aos 365 dias (DPE365) Perímetro escrotal a los 365 días

3%

Perímetro escrotal aos 450 dias (DPE450) Perímetro escrotal a los 450 días

3%

Área de olho de lombo (DAOL) Área del ojo del bife

9%


Rem Armador

Líder do sumário, é TOP 0,1%; apresentou MGTe de 25,13 e acurácia de 65.

Rem Torixoréu

Pai do Rem Armador Segundo colocado, também TOP 0,1%, com MGTE de 24,01 e acurácia de 76.

Rem Vokolo

Touro TOP 0,1% no índice geral em todos os sumários que participa Destaque em todas as características do sumário da ANCP Primeiro colocado no índice MGTE, com 26,9.

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ALTA NEWS

73ª EXPOCURVELO: GRANDE CAMPEÃO E CAMPEÃO TOURO ADULTO SÃO GENÉTICA ALTA A 73ª Exposição Agropecuária e Industrial de Curvelo foi realizada entre 12 e 15 de maio, pela Associação Mineira dos Criadores de Zebu (AMCZ). A feira contou com exposições, julgamentos e leilões de animais Puro de Origem (PO), aprimoramento da mostra genética e agronegócio, exposição e demonstração de máquinas e equipamentos. A genética Alta destacou-se mais uma vez, consagrando o Campeão Touro Adulto, Zamir FIV Vila, e também o Grande Campeão, Davi FIV Fube, filho de Gabinete TE da Silvânia na lendária Profana Ouro Bahia.

Gabinete Silvania

Zamir FIV Vila

GENÉTICA ALTA BATE O PRÓPRIO RECORDE Máxima Harmonia FIV da Prata, filha de AltaBaxter, bateu o próprio recorde. Máxima havia produzido 27.433,19 kg de lei-

Máxima Harmonia FIV da Prata

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te, em 365 dias, no ano passado. Agora, atingiu a marca de 27.740 kg. Máxima é uma vaca 5/8, considerada a número um da raça Girolando. Ela está no primeiro lugar do sumário das TOP Mil vacas avaliadas pema EMBRAPA. Máxima traz na linha paterna o touro AltaBaxter e na linha materna a vaca 1/4 Harmonia FIV da Prata, filha da recordista Quartinha. “Máxima é de propriedade da 2R Gir Leiteiro e Girolando, localizada em Jataí (GO), e já tem produtos nascidos para se tornarem futuros touros da bateria Alta. Máxima é o resumo de seu nome, máxima produção de leite, estrutura e capacidade”, afirma o gerente de Produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez. Atualmente estão na central da Alta seus irmãos maternos, Impacto FIV da Prata, Valente FIV da Prata, Minister FIV da Prata e Calígula da Xapetuba, além do irmão paterno Imperador Baxter.


WORKSHOP SOBRE IATF APRESENTA NOVOS TOUROS DE MAIOR FERTILIDADE

Cerca de 130 pessoas participaram do 2º Workshop Alta de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), na Central da companhia, localizada em Uberaba (MG), na primeira semana de junho. Foram dois dias de plenárias sobre qualidade do sêmen x fertilidade a campo, além de apresentação de tecnologias aplicadas a campo, de sistemas de cobertura de novilhas superprecoces e dicas de empreendedorismo. “Foi uma oportunidade de reunir profissionais das empresas e instituições acadêmicas para trocar conhecimento e tecnologias. Estamos sempre preocupados em capacitar os profissionais do agro, pensando no desenvolvimento do setor como um todo”, destaca o diretor da Alta, Heverardo Carvalho. Nomes renomados estiveram presentes, como Gustavo Siqueira, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que

falou sobre a suplementação no sistema de recria a pasto. Já Pietro Sampaio Baruselli, da Universidade de São Paulo (USP), ministrou palestra sobre plano reprodutivo para a cobertura de novilhas aos 14 meses de idade, enquanto Rogério Perez (Fazenda Brasil) contextualizou o plano genético e a evolução dos resultados da fazenda. Destaque também para Lino Rodrigues (USP), que abordou a precificação, prospecção de clientes e marketing na IATF. Na ocasião, os participantes conheceram, em primeira mão, os novos touros com maior fertilidade da bateria da Alta que integram o programa exclusivo de fertilidade Concept Plus. A partir de agosto, o mercado terá acesso a esse material, pelo site da Alta. “Este programa é um dos mais importantes. Identifica, com precisão, os touros, através

de informações da prenhez ao campo. Além disso, é altamente eficiente, pois trabalha com modelo de bioestatística, que contempla outros efeitos que interferem na fertilidade do campo, isolando a contribuição do touro na determinação da prenhez”, explica o gerente de Programas Especiais da Alta, Manoel Sá Filho. O ConceptPlus apresenta respostas concretas sobre a variação da concepção de touros no campo que não são explicadas pelas análises laboratoriais. “Isso dá um passo à frente de qualquer tipo de especulação do mercado de inseminação artificial”, completa o gerente. O evento teve como patrocinadores a Zoetis Brasil, MSD Saúde Animal, Ouro Fino Saúde Animal, Agener União – Saúde Animal, Biogénesis Bagó, Cargill Nutrição Animal e IVP Brasil.

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ALTA NEWS

EL BANDOLEIRO É O TOURO MAIS VALORIZADO DA RAÇA SENEPOL DISPUTADO LANCE A LANCE, O ANIMAL SE DESTACA PELA BELEZA RACIAL E EXCELENTE AVALIAÇÃO GENÉTICA

O Leilão Procura-se Genética Senepol, organizado pelos promotores Tufubarina Senepol, WV Senepol e Senepol 3G, juntamente com vários convidados, ofertaram ao mercado 32 lotes entre embriões, prenhezes, doadoras, em 23 de junho, em Uberlândia (MG). O grande destaque da noite foi a comercialização do touro El Bandoleiro, de propriedade da Fazenda Tufubarina e grande destaque da bateria Alta. Os 50% de suas cotas foram comercializadas por 36 parcelas de R$ 3.500, sendo o touro avaliado em mais de R$ 250 mil. “O Bandoleiro foi destaque absoluto dentro do Alta Performance Tufubarina 2012. Logo após foi contratado pela Alta e, de lá pra cá, vem trilhando um caminho de sucesso, tanto no PO quanto no cruzamento, com bezerros

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muito superiores na média dos lotes contemporâneos”, diz o proprietário da Fazenda Tufubarina, Gustavo Rezende. O touro foi disputado lance a lance e, na batida final do martelo, Rodrigo Vieira de Matos, do Senepol S97, da cidade de Santa Helena do Goiás, tornou-se o novo sócio de El Bandoleiro. “Antes de conhecer a raça, fiz muita pesquisa sobre o Senepol

e, hoje, tenho certeza do real valor dessa raça para pecuária brasileira. Entrei para o mundo do Senepol pelas mãos da Tufubarina e o El Bandoleiro passa a ser um símbolo desse meu agradecimento, principalmente com a chancela da Alta Genetics”, diz Rodrigo. De extrema beleza racial, El Bandoleiro vem da seleção Tufubarina e foi considerado o melhor touro do rebanho na safra 2011. “Seus ascendentes são todos touros renomados para potencial de crescimento dentro da raça Senepol. Bandoleiro alia em seu pedigree nomes da raça Senepol mundial, como Sol 31, Redeener, Hércules 5480 e Profit. Com certeza, um dos grandes touros Senepol já produzidos no Brasil”, finaliza o gerente de produto Corte Taurino da Alta, Miguel Abdalla.

Gustavo Rezende da Tufubarina, Tiago Carrara da Alta Genetics, Rodrigo Vieira de Matos, da Senepol S97 e Frederico Rezende da Tufubarina


NASIK FIV PERBONI ESTÁ DE CASA NOVA TOURO É CONHECIDO POR SER UMA MÁQUINA DE PRODUZIR CAMPEÕES, COM FILHOS E FILHAS PREMIADOS EM VÁRIAS EXPOSIÇÕES Líder nas pistas e, agora, um dos grandes destaques da bateria Nelore da Alta, Nasik FIV Perboni é o mais novo representante da genética Alta. Destaque no ranking da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), esse touro impressiona não só pela beleza racial, mas pela carcaça moderna e de musculatura muito evidente, tanto na paleta e, principalmente, em seu posterior. “Ele é um touro que reúne todas as características buscadas pelo mercado da atualidade, além de possuir pedigree extremamente consistente. Na-

sik é filho do chefe de raça Bitelo SS, líder do ranking ACNB por oito anos consecutivos, na grande Lacuna TE Kubera, irmã materna de Rhenno TE Kubera”, explica o gerente de produto Corte Zebu, Rafael Oliveira. Nasik já está no quarentenário da Alta, na central em Uberaba (MG), para a realização de todos os exames necessários e protocolos sanitários para começar a coleta de sêmen. “Ele já é um dos touros mais aguardados pela equipe comercial do Brasil, da Bolívia e, também, do Paraguai. Sem dúvidas,

será uma opção para ser utilizada não só nos criatórios de elite, mas também para aqueles clientes que fazem touro comercial com alto valor agregado”, diz. O grande campeão da Expoinel 2012 tem tudo para ser o futuro líder do ranking da ACNB. Atualmente, está em terceiro lugar, mas é o único touro vivo dos cinco primeiros colocados. Nasik é propriedade de dois grandes criadores: Fazenda Ipê Ouro e Nelore Cass, renomados selecionadores dos estados de Minas Gerais e São Paulo, respectivamente.

Nasik Fiv Perboni

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ARTIGO

MOSCA-DOS-CHIFRES PARASITA DO GADO E DO BOLSO por Aline Quintanilha de Freitas, resentante Alta Genetics Campos dos Goytacazes (RJ) A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) é uma pequena mosca, de cor castanha, que tem como característica pousar de cabeça para baixo no lombo e no ventre nos animais. Ela tem sido responsabilizada por perdas anuais superiores a 2,5 bilhões de dólares na pecuária nacional e, por isso, é considerada uma das maiores pragas dos rebanhos brasileiros. Estas perdas estão associada às picadas frequentes e doloro-

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sas, que impedem os animais de pastejarem tranquilamente. Assim, com a redução da ingesta de alimentos, esses animais tendem a perder peso e, por consequência, ocorre a redução da produção de leite e o aumento do período de anestro das vacas (quando a fêmea não apresenta cio), ou seja, há redução das taxas produtivas como um todo em rebanhos infestados. Também devemos levar em consideração os crescentes gas-

tos com parasiticidas na tentativa de exterminar essa mosca. No entanto, sem a correta orientação, raramente obtém-se sucesso e os tratamentos, embora custosos, não passam de medidas paliativas, que são repetidas até a exaustão, comprometendo a segurança ambiental, alimentar e financeira da atividade pecuária. Este insucesso obtido na tentativa de controle da mosca-dos-chifres se deve, principalmente, à falta de conhecimento sobre a es-


pécie e a má utilização dos fármacos disponíveis no mercado. Por isso, este artigo tem como objetivo esclarecer alguns pontos sobre a biologia da mosca, para que possamos tomar medidas químicas ou físicas para seu controle. Conhecendo para combater A mosca-dos-chifres, em sua fase adulta, alimenta-se exclusivamente de sangue e permanece sobre o corpo dos animais durante todo o período de vida, exceto as fêmeas, que somente abandonam o hospedeiro para “ovipor” e depois retornam ao bovino. Observa-se que essa mosca tem preferência por se alimentar em animais de sangue europeu, de pelagem escura e, prioritariamente, ocupa locais onde a cauda dos animais não alcança, como lombo, ventre, paletas e pernas. A fêmea coloca seus ovos sobre as fezes recém-excretadas de seus hospedeiros, onde obrigatoriamente os estágios imaturos se alimentam e se desenvolvem (larva e pupa) e, de quatro a oito dias, emergem novos adultos. A duração do ciclo de vida da H. irritans depende das condições climáticas. No verão, quando a temperatura e umidade são elevadas, o intervalo entre gerações dessa mosca pode ser de oito a nove dias; já no inverno, quando as condições ambientais são desfavoráveis, esse intervalo pode se estender de 20 dias a um mês. Medidas de controle físico Limpeza. Essa é a palavra que resume todas as ações de con-

trole físico que podem ser adotadas no domínio desta praga. Uma vez que todos os estágios imaturos dessas moscas estão obrigatoriamente nas fezes dos animais, com a remoção destas do ambiente e acondicionamento em esterqueiras fechadas, temos a quebra do ciclo de vida e grande redução populacional das mesmas.

“Limpeza. Essa é a palavra que resume todas as ações de controle físico que podem ser adotadas no controle dessa praga” A remoção do esterco deve ser periódica, ocorrendo pelo menos uma vez por semana durante a seca e duas vezes na semana durante as águas. Esta limpeza deve ser concentrada principalmente nas áreas de descanso dos animais e instalações. Existem diversos modelos de esterqueiras disponíveis para o armazenamento de fezes de animais. O ponto mais importante é consultar um técnico para a escolha e devida orientação do manejo dessa esterqueira. O investimento na construção da estrutura é recuperado, uma vez que, após o processo de fermentação das fezes, será obtido composto orgânico de alta qualidade e, em alguns casos, como no uso de biodigestores, a geração de energia contribuirá com a redução dos gastos da propriedade.

Medidas de controle químico Desde a recente chegada da mosca-dos-chifres ao território nacional, a indústria farmacêutica tem sido pressionada a desenvolver novos princípios ativos e mais potentes, capazes de combater essa praga. Esses esforços se devem ao rápido desenvolvimento de populações resistentes. Este processo de resistência se deve, em muito, à má utilização dos produtos disponíveis no mercado. Dosagens inapropriadas, aplicações inadequadas e falta de assistência técnica são as principais responsáveis. É comum, ao visitar uma fazenda em dia de tratamento, observarmos funcionários destreinados, utilizando equipamentos impróprios e sem supervisão. Esse cenário deve ser combatido. Após a escolha do produto por um médico veterinário, deve-se atentar para a via de administração do fármaco. Se este deve ser aspergido sobre o animal, o processo precisa começar pela revisão da bomba. É necessário evitar o uso de bombas costais manuais, no caso de rebanhos numerosos. O bico utilizado deve garantir que o jato saia em “leque” para compreender maior superfície corporal. Também é importante atentar-se à contenção do animal para que este seja totalmente banhado. No caso de produtos tipo “pour-on”, a

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ARTIGO

“Quanto mais inseticidas são utilizados, menor o número de inimigos naturais e mais moscas teremos, formando assim um círculo vicioso”

dosagem de acordo com o peso de cada animal deve ser rigorosamente obedecida e o produto, aplicado por toda a extensão do lombo (da cruz ou garrote até a inserção da cauda). É importante ressaltar que os períodos de carência devem ser respeitados, que o processo deve ser supervisionado e os profissionais envolvidos, munidos de treinamento e equipamentos de proteção pessoal. Também é preciso advertir que, mesmo com a aplicação adequada dos fármacos, é importante aliar medidas de controle físico para garantir a maior eficácia no tratamento. Manejo Integrado de Pragas O Manejo Integrado de Pragas consiste na utilização de uma combinação de técnicas para a redução dos níveis populacionais 16

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de determinada praga a níveis inferiores aos considerados capazes de gerar danos econômicos à atividade. No entanto, como podemos afirmar que o número de moscas que afeta um bovino está alterando sua performance produtiva? Este número está em debate na comunidade científica desde 1990, quando o pesquisador Horner afirmou não haver perdas produtivas significantes em animais parasitados por até 200 moscas. No entanto, pesquisas posteriores divergiram desse número e variaram de 50 a 300 moscas por cabeça, devido à susceptibilidade inerente a cada raça e ambiente. Frente a tais divergências, é recomendável que o pecuarista crie seu próprio índice, pois este, com certeza, irá respeitar as peculiaridades da sua fazenda. Para

tal, ele precisará registrar os índices produtivos relevantes para a sua atividade e observar se as alterações neles têm correlação com a parasitose e, ainda, se a queda dos seus índices produtivos justificam os gastos com tratamento. Feito isso, a tomada da decisão de tratar qualquer parasitose será assertiva, reduzindo os desperdícios financeiros e o uso indiscriminado de parasiticidas. É importante salientar que os inseticidas interferem diretamente na população dos inimigos naturais das moscas, como os besouros africanos e himenópteros. Desta forma, quanto mais inseticidas são utilizados, menor o número de inimigos naturais e mais moscas teremos, formando assim um círculo vicioso.

Aline Quintanilha de Freitas, representante Alta Genetics Campos dos Goytacazes (RJ) Médica veterinária, PHD, discente do Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPGCV-UFRRJ). Sócia da Fazenda Lagoa do Capim (Girolando) e da Fazenda Entre Rios (Nelore).


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ARTIGO

MARMOREIO COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO por Yuri Farjalla, sócio-proprietário da Aval Serviços Tecnológicos A pecuária brasileira mostrou avanços nos últimos anos e tem importante papel na evolução da economia e do desenvolvimento do país. O Brasil deve continuar sendo importante ator na cadeia produtiva da pecuária de corte. Estima-se que as exportações este ano serão lideradas por Brasil, Austrália, Argentina e Nova Zelândia, concentrando 93,8% das exportações mundiais e um volume em equivalente carcaça de 2.849 mil toneladas. 18

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No âmbito das constantes mudanças do sistema produtivo de bovinos de corte, o enfoque sobre a qualidade da carne é cada vez maior. A cadeia da carne bovina poderá ganhar significantemente com a valorização do produto final, como já demonstrado por muitos. À medida que a indústria e os produtores se tornam mais conscientes sobre o que afeta a demanda, mais é aceito que o que é fornecido ao consumidor não é meramente carne bovina,

mas sim sabor. Pesquisas têm reforçado que as pessoas pagariam mais para ter um nível maior de satisfação, pois, quando se fala de carne bovina, o sabor é o maior destaque. A ciência continua mostrando que a satisfação ao consumo é um reflexo da maciez, do sabor e da suculência, que melhora à medida que a idade de abate diminui, enquanto a gordura de acabamento e o marmoreio aumentam. Uma vez que um nível de maciez é alcançado,


o sabor se torna mais importante. Para tanto, são necessários investimentos contínuos em melhoramento genético e nutrição e maior utilização dessa genética melhorada no rebanho comercial brasileiro. Hoje em dia, o termo técnico “porcentagem de gordura intramuscular”, popularmente conhecido como marmoreio, grau de marmorização, gordura “entremeada”, tornou-se comum aos ouvidos daqueles mais atentos às tecnologias inerentes à pecuária moderna. Com a busca por animais que forneçam carne de qualidade, a inclusão dessa característica de carcaça em programas de melhoramento genético tornou-se muito importante e, com isso, o uso da ultrassonografia tornou-se fundamental. As características de carcaça apresentam estimativas de herdabilidades médias a altas, o que justifica a seleção de animais geneticamente superiores para essas características. Para falarmos em seleção para marmoreio, temos que ser muito claros quanto à importância de seguir e de cumprir o protocolo de avaliação. Não se trata,

simplesmente, através da ultrassonografia, de mensurar à revelia qualquer indivíduo, adulto, fora de grupo de contemporâneos e em regime nutricional inadequado. Trata-se de uma ferramenta tecnológica que, se aplicada de forma correta, é capaz de promover mudanças rápidas no rebanho em favor de melhorias na qualidade da carne.

“Os esforços para não somente manter, mas melhorar os níveis de marmoreio, podem beneficiar a todos” Para que a informação gerada através da ultrassonografia tenha qualidade e possa contribuir de fato com o melhoramento genético da característica, a avaliação deve ser realizada nos grupos de contemporâneos em idade ano ou sobreano (dependendo do nível nutricional). Objetiva-se, com isso, evitar interferências de meio, como, por exemplo, habilidade maternal,

época de nascimento, que favorecem animais avaliados em outras idades não padronizadas. Além disso, focando na seleção para marmoreio, não se pode excluir a seleção das outras características importantes economicamente, como fertilidade, desempenho, precocidade sexual, rendimento e acabamento de carcaça etc. Erra-se ao avaliar e comparar medidas fenotípicas de animais adultos, de diferentes eras, número de crias, em que vacas “solteiras” são favorecidas em relação às vacas paridas, por exemplo. Na seleção genética, é preciso identificar os melhores indivíduos, de forma correta. A recomendação é sempre priorizar a DEP (avaliação genética), ou seja, consultar os sumários de touros no momento da tomada de decisão. A relevância do marmoreio está baseada em seu papel na contribuição com sabor, suculência e, dessa forma, na crescente demanda dos consumidores. Isso representa uma oportunidade financeira para toda a cadeia. Os esforços para não somente manter, mas melhorar os níveis de marmoreio, podem beneficiar a todos, desde o produtor, recebendo preços premium, aos parceiros, estabelecendo mais relações estáveis com consumidores satisfeitos.

Yuri Farjalla, Sócio-proprietário da Aval Serviços Tecnológicos Mestre em Ciência Animal e Pastagens pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). Sócio-proprietário da Aval Serviços Tecnológicos.

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ARTIGO

EFEITOS DA VACINAÇÃO CONTRA O VÍRUS DA FEBRE AFTOSA NO DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS DE CORTE BOS INDICUS por Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais Corte da Alta

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, que acomete animais de casco fendido (“biungulados”), como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Seus primeiros sintomas são a febre alta e a perda de apetite, que ocorrem em virtude do aparecimento das aftas na boca e na gengiva, além de feridas nos cascos e nos úberes, comprometendo, assim, a produção desses animais. A melhor forma de erradicar essa doença é através de siste-

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mático controle sanitário. No Brasil, acontece o programa de vacinação, no qual em grande parte do país, no primeiro semestre, ocorre a vacinação dos animais de até 24 meses, e no segundo semestre, dos animais de todas as idades. A determinação do período de vacinação é de responsabilidade da Secretaria de Agricultura de cada Estado. Neste sentido, a campanha de vacinação do segundo semestre coincide com a estação reprodutiva em muitas fazendas do país,

durante a primavera e verão. A taxa de concepção pode ser influenciada por diversos fatores e, até então, apenas se suspeitava de que tal vacina contra febre aftosa poderia reduzir a taxa de concepção das vacas. Tal suspeita é antiga e há inúmeros relatos técnicos, mas não científicos, que já abordaram tal tema. A dificuldade é isolar exatamente o efeito da vacina frente aos diversos fatores que podem influenciar a taxa de concepção de vacas submetidas aos programas de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF). Dentre os principais fatores influenciadores, pode-se citar o escore de condição corporal das fêmeas, os protocolos de sincronização, o próprio inseminador, bem como o reprodutor. Desta forma, a clareza da informação divulgada no trabalho demonstra, de forma objetiva, o efeito negativo da vacinação sobre os índices reprodutivos. Estudo recente, realizado no estado do Mato Grosso do Sul, comprovou a real causa dos bai-


xos índices. Afirmou que a vacina contra febre aftosa contém cepas virais inativadas e adjuvantes à base de óleo para estimular maior resposta imunológica. Os adjuvantes estimulam a síntese de citosinas pró-inflamatórias, provocando duas respostas de fase aguda: a síntese de prostaglandina, que leva à hipertermia e às alterações do metabolismo e a regulação gênica do fígado, favorecendo a síntese hepática de proteínas de fase aguda, como a haptoglobina. Estas citosinas pró-inflamatórias são conhecidas por influenciar a manutenção da gestação, reduzindo a proliferação de células do endométrio, além da alta temperatura corporal e da síntese de prostaglandina endometrial em níveis suficientes e capazes de interromper a gestação. Em outras palavras, as fêmeas vacinadas apresentam resposta inflamatória, que é importante para a prevenção da febre aftosa, mas acaba atrapalhando o reconhecimento e/ou a manutenção da gestação e reduzindo os índices reprodutivos.

“Preferencialmente, as fêmeas devem ser imunizadas antes da estação de monta, visando a otimizar a eficiência reprodutiva do rebanho” Neste experimento foram feitos diversos testes para dimensionar o quão a vacina contra febre aftosa pode afetar o sucesso gestacional, de acordo com

o período gestacional em que a mesma foi administrada. O primeiro estudo ocorreu em Miranda (MS). Foram separados dois grupos: aquelas que receberam a vacina 31 dias antes da inseminação (n=291 fêmeas) e as que foram vacinadas 30 dias após a inseminação (n=313 fêmeas). A data de vacina do segundo grupo coincidiu com o diagnóstico de gestação (DG), realizado em ambos os grupos. Esses grupos foram novamente avaliados, 60 dias após, para avaliação das perdas gestacionais. Como resultado, constatou-se aumento de, aproximadamente, 4,2 vezes mais no grupo vacinado após a inseminação, sendo que no grupo que recebeu a vacina antes as perdas foram de 4%, o que é considerado dentro dos parâmetros normais. Isso demonstra, de maneira muito clara, a importância da associação entre o planejamento reprodutivo e sanitário. Os produtores devem identificar os lotes que serão inseminados no mês da campanha de vacinação e realizar a imunização antes da inseminação, evitando, assim, a vacina durante o período pós-inseminação e, consequentemente, quedas nos índices reprodutivos. No segundo experimento, realizado em Terenos (MS), na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), foram medidas temperaturas retais e colhidas

amostras de sangue dos 40 animais avaliados, em que 20 foram vacinados contra febre aftosa e outros 20, não. As temperaturas foram aferidas no momento de 0, 24, 72, 120 e 168 horas após a administração da vacina. Dessa forma, foi constatado que o grupo vacinado demonstrou maiores temperaturas na medida de 24 horas, além de ter produzido maior quantidade de haptoglobinas, as chamadas proteínas de fase aguda, que indicam a ocorrência de resposta inflamatória aguda e podem afetar o estabelecimento e manutenção da gestação. Assim, vale ressaltar a importância da associação entre o planejamento reprodutivo e sanitário em vacas de corte, evitando a vacinação contra febre aftosa nas fases iniciais da gestação (terço inicial de gestação). Preferencialmente, as fêmeas devem ser imunizadas antes da estação de monta, visando a otimizar a eficiência reprodutiva do rebanho.

Médico veterinário e pós-doutor em Reprodução Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de mais de 70 artigos científicos, publicados em revistas especializadas e do Manual de IATF da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Colaboração: Luiza Mangucci, programa de jovens talentos da Alta.

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LEITE

PERDEMOS ALTAIOTA, NOSSO MILLIONAIRE por Fábio Fogaça, gerente de Produto Leite Importado O mês de maio terminou com uma triste notícia para a pecuária leiteira. Morreu o touro ícone global e milionário, por produzir mais de um milhão de doses sêmen, Regancrest AltaIOTA. Produzindo mais de 1,1 milhão de doses de sêmen em sua vida, AltaIOTA deixou sua marca em rebanhos ao redor de todo o mundo. Não só era um popular pai de novos touros, mas, também, de inúmeras mães de touros. Assim que o mundo tomou conhecimento das impressionantes filhas que AltaIOTA gerava, ele se tornou, rapidamente, o 22

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touro preferido dos produtores. Sua proeza de alcançar o status de milionário foi verdadeiramente notável. Ele teve o lançamento da sua prova, com filhas em produção, na fase inicial da era genômica. Significa que nunca foi comercializado antes de receber sua primeira prova com filhas. Um touro alto, de muita angulosidade, com excelente capacidade e amistosa personalidade, AltaIOTA era um dos favoritos entre o pessoal que trabalha com os touros nas instalações de Conrich, no Canadá. AltaIOTA foi o favorito de mui-

tos. Clientes ao redor do mundo e a equipe Alta sentirão falta desse touro. O impacto dele formou raízes profundas por meio de seus inúmeros filhos e filhas.

Fábio Fogaça gerente de Leite Importado da Alta Zootecnista, durante mais de 20 anos atuou em todo o Brasil como consultor nas áreas de Nutrição, Manejo e Genética. Há sete anos integra a equipe da Alta


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LEITE

SHOWCASE ALTA GENETICS BRASILEIROS PARTICIPAM DE ENCONTRO MUNDIAL, EM TOUR POR FAZENDAS NOS EUA por Marlizi Marineli Moruzzi, médica veterinária, editora da “Revista Leite Integral” Mais de 300 produtores e técnicos, vindos de 31 países, reuniram-se no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, para mais um Showcase Alta Genetics, durante 14 a 17 de junho. O estado de Wisconsin é o segundo maior estado em produção de leite do país, com cerca de 10.000 rebanhos leiteiros formalizados, com 1,2 milhão de vacas. Responde por 26% da produção nacional de queijos. Este ano, a empresa celebra dez anos de organização deste evento, tendo realizado, durante este período, mais de 125 paradas em rebanhos de 70 fazendas diferentes. Nos quatro dias, fomos em seis fazendas progressivas, que desenvolvem intensos programas de seleção genética, além de práticas de manejo muito ajustadas e eficientes. Todas juntas, estas fazendas visitadas totalizavam 12.960 vacas ordenhadas por dia. Os integrantes do tour conheceram os objetivos produtivos de cada fazenda, sendo este o guia principal para a definição do plano genético de cada um dos rebanhos. Durante as visitas, o grupo pôde ver 132 filhas de 28 touros da Alta Gene-

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tics, destacando: AltaJACKMAN, AltaSKODA, AltaJOHNSON, AltaGILCREST, AltaTOPROCK, AltaFAIRWAY, AltaBRANDON, AltaSTEWART, AltaSILVER, AltaPRIVILEGE e AltaAIRNET. Também foi possível conhecer uma das fazendas parceiras do programa Peak, onde estão alojadas doadoras de embriões de altíssimo valor genético, e entender as premissas e os objetivos do programa. Esta fazenda é onde o programa terceiriza manejo, alimentação, reprodução e todos os cuidados necessários para cada categoria de animal. No local, o grupo pôde ver vacas de altos índices genéticos, produções superiores e muito bem conformadas. Além de visitar as instalações da criação de bezerros, em ambiente altamente organizado e controlado. Acompanhados pelo diretor da Alta Genetics no Brasil, Heverardo Carvalho, e pelo Gerente de produto Leite Importado da Alta Brasil, Fábio Fogaça, produtores e técnicos brasileiros receberam explicações técnicas em seis estações/fazenda. O que totalizou 36 estações que os participantes

percorreram, tendo oportunidade de ouvir explicações detalhadas a respeito de: nutrição e alimentação de precisão; cultura bacteriana na própria fazendado; protocolos reprodutivos, genômica e elaboração de um plano genético; tecnologia RFID; manejo bezerras; fertilidade de sêmen; manejo de areia reciclada; economia aplicada no rebanho: diversificação. E os nossos convidados poderão aplicar os conhecimentos e as tecnologias em seus sistemas de produção, visando sempre maior eficiência e rentabilidade. Conheça um pouco das fazendas visitadas.

BUDJON FARM Com o surgimento da genômica, houve uma grande aceleração do avanço genético, permitindo a reprodução de animais superiores, precocemente. Criado em 2013, o principal objetivo do Programa Peak é produzir seus próprios touros, a partir de fêmeas altamente selecionadas, por meio de testes genômicos, assim como produzir fêmeas e embriões para a comercialização. Atualmente, há sêmen disponível de 75 touros nascidos dentro do Programa Peak e, é previsto que em breve cerca de 50% dos touros que irão ao mercado através da Alta sejam provenientes do


programa, que produz reprodutores não só para a Alta, mas dispõe também de alguns para outras empresas do ramo. A Budjon Farm é uma das seis fazendas parceiras do Peak Program, onde são alojadas cerca de 60 doadoras de embriões do programa (no total, o programa conta com quase 130 doadoras, sendo que 50 delas possuem TPI acima de 2.700). As bezerras do programa, nascidas na propriedade, também são criadas sob um ambiente altamente controlado e seguindo rígidos padrões sanitários e de manejo. Em 2015, nasceram 150 produtos (entre machos e fêmeas) nessa propriedade, de um total de 800 nascimentos nas seis fazendas onde

Peak mantem os produtos após nascimento. Para 2016, o programa estima um crescimento em novos nascimentos de 25% e meta de transferir 4.000 embriões, que resultarão em 1.000 produtos nascidos. Na oportunidade da visita, foi possível conhecer um seleto lote de novilhas, algumas delas avaliadas em mais de 100 mil dólares. As novilhas entram no manejo reprodutivo aos sete meses, em média, quando passam por exame clínico para avaliação de seu sistema reprodutivo. A partir dos oito meses, as novilhas aprovadas no exame clínico começam a ter seus oócitos aspirados uma vez ao mês, até os 10 meses. A partir daí, são aspiradas duas ve-

zes ao mês até que alcancem os 18 meses, quando são inseminadas. As coletas seguem até os 120 dias de gestação, sendo que a meta é produzir 80 a 100 embriões por doadora até este momento. A média é de 15 oócitos por novilha a cada aspiração. As receptoras dos embriões são alojadas em quatro diferentes fazendas, sendo a maioria delas novilhas Holandesas virgens e, também, há receptoras mestiças Holandês x Jersey.

MELICHAR BROAD ACRES

Com 1.200 vacas em lactação e produção diária média de 46.000 litros, a propriedade é conduzida, atualmente, por Jim Melichar e seu filho Adam. Respectivas esposas e os filhos também estão envolvidos com as rotinas da fazenda, e a família orgulha-se muito do trabalho realizado, desejando que as próximas gerações deem sequência ao negócio.

Ao longo dos anos, várias mudanças foram realizadas na estrutura de produção. O antigo tie stall foi substituído por um galpão de free stall, com capacidade para 1.300 vacas, e a nova sala de ordenha conta com um equipamento duplo 24 paralelo. A atividade do rebanho é monitorada com o uso de pedômetros, auxiliando na detecção de vacas em cio. Este sistema, em

conjunto com protocolos presynch/ovsynch, tem ajudado a subir a taxa de prenhez do rebanho, que hoje se encontra em 28%. O período de espera voluntário (PEV) é de 57 a 60 dias. A Melichar trabalha exclusivamente com a Alta Genetics, há 10 anos. Seu plano genético atual está direcionado 40% à Produção (proteína e gordura), 40% à Saúde e 20% à Conformação. Seguindo o programa AltaAdvantage®, os melhores touros genômicos são utilizados nos acasalamentos. A criação das bezerras é outro setor importante da Melichar Broad Acres. Imediatamente após o parto, as vacas são ordenhadas e as bezerras recebem o colostro da própria mãe (quatro litros). A fazenda utiliza o software DairyComp 305 para o gerenciamento e manejo do rebanho. PECUÁRIA EM ALTA

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LEITE

LAKE BREEZE DAIRY

Junto a outras duas fazendas produtoras de leite, a Lake Breeze Dairy integra o Breeze Dairy Group, que ordenha 7.500 vacas no estado de Wisconsin. O grupo tem como prioridade o bem-estar animal, o cuidado com o meio ambiente e a produtividade do sistema. Na Lake Breeze Dairy, estão em produção, atualmente,

3.100 vacas, com a produtividade média de 41,7 kg/dia, com 3,2% de proteína, 3,7% de gordura e CCS média de 200 mil células/ml. A meta da fazenda é alcançar os 43 kg/vaca/dia. A dieta é composta 68% por forragem (silagem de milho e pré-secado de alfafa) e o restante por grãos. O manejo reprodutivo da fazenda segue um protocolo padrão presynch/ovsynch, a cada 14 dias. Antes do primeiro serviço, todas as fêmeas são avaliadas através de ultrassonografia. Isso tem ajudado a alcançar a taxa de 49% de concepção no primeiro serviço e a taxa geral de prenhez de 29%. Além disso, um recente ajuste no manejo reprodutivo, com uma segunda aplicação de prostaglandina dentro do protocolo ovsynch, mostrou-se muito

positivo, resultando num aumento de 6 a 7 pontos percentuais na taxa de concepção. O plano genético da Lake Breeze Dairy prioriza a Produção (70%), com foco em proteína, e a Saúde (30%). Assim que nascem, as bezerras são enviadas para uma central de recria terceirizada e retornam à fazenda cerca de um mês antes do parto. Todo rebanho é confinado em free stalls, com camas de areia e sistema de flushing para limpeza dos corredores. Os dejetos são coletados e seguem para lagoas de decantação, onde a areia é separada e reutilizada. O processo garante que a água chegue à lagoa final de armazenamento mais limpa, sendo reaproveitada na limpeza dos galpões. O material das camas alcança 95% de matéria seca.

ridos de parceiros da região. A cada 15 dias são feitas análises da forragem conservada, realizando os ajustes necessários na fração concentrada da dieta. A dieta é composta em cerca de 48% por forragem (silagem de milho e pré-secado de alfafa) e dividida em lotes: novilhas, vacas secas, vacas recém-paridas, vacas de alta produção e vacas de menor produção. O consumo do lote de alta produção alcança os 32 kg/dia, com teor de 17,25% de proteína. Na dieta das vacas pré-parto são acrescentados selênio orgânico e cerca de 1.000 UI de vitamina E.

Assim que entram em trabalho de parto, as vacas são levadas para o galpão de recém-paridas e lá permanecem até os 21 dias em lactação, sob intenso monitoramento, visando a prevenir ou a tratar qualquer problema relativo a vacas recém-paridas. A taxa de concepção ao primeiro serviço na Kane Farms é de 50%, com taxa de prenhez de 31% em todo o rebanho. O plano genético do rebanho está focado em Produção (70%) e Saúde (30%). Assim que nascem, as bezerras recebem quatro litros de colostro da própria mãe e, a partir

KANE FARMS Alta produtividade e excelentes índices reprodutivos são os grandes destaques desta fazenda, de propriedade de Tim e Carla Kane. A fazenda iniciou a produção leiteira em 1958, com os pais de Tim. As 40 vacas em lactação, ordenhadas em tie stall tradicional, deram lugar hoje a 760 em produção, alojadas em free stall e ordenhadas em um equipamento duplo 12 paralelo. Toda a forragem utilizada na alimentação do rebanho é produzida na fazenda, sob a coordenação do filho Pat. Os grãos e outros suplementos são adqui26

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do segundo dia, um substituto lácteo (quatro litros por dia nas duas primeiras semanas e seis litros até a sexta semana), além de grãos e água. São mantidas em casinhas individuais até o desmame, aos 45 a 50 dias. Do desmame aos dez meses, são alojadas em um galpão recém-construído, agrupadas em lotes de acordo à idade.

TINEDALE FARMS

De propriedade da família Theunis, a Tinedale Farms desenvolve a atividade leiteira desde 1993, tendo iniciado com 400 vacas em lactação. Com expansões graduais e a construção de

dois galpões free stall, chegaram a 1.700 vacas, em 1999. A fazenda utilizava colchões de borracha nas camas, mas, vendo os problemas que os mesmos estavam gerando, decidiram mudar para camas de areia e os resultados do melhor conforto das vacas foram impressionantes. Hoje, 2.100 vacas estão em lactação, produzindo 85.700 litros por dia (40,8 kg/vaca/dia), com 3,8% de gordura e 3,1% de proteína. A fazenda está concluindo a construção de um novo free stall para alojar vacas no período de transição. O manejo reprodutivo envolve o uso de protocolos presynch/ ovsynch 14-11 dias, com período

de espera voluntário de 50 dias. Também começaram a utilizar uma aplicação extra de prostaglandina dentro do protocolo – pouco depois de ter sido lançado um estudo sobre essa técnica. Com isso, afirmam ter conseguido um aumento na taxa de concepção. Os touros são selecionados seguindo o plano genético da fazenda, com 60% do foco em Produção e 40% em Saúde. Mais de 50% dos ingredientes da dieta do rebanho são produzidos na própria fazenda: silagem de milho, pré-secado de alfafa, milho grão e soja. A dieta das vacas é dividida em quatro lotes: vacas pré-parto, vacas recém-paridas, vacas em lactação e vacas secas/final de lactação.

GREEN VALLEY DAIRY Um problema virou solução e ainda gera lucro. Assim pode ser descrito o resultado do investimento realizado pela família Jacobs, com a construção do biodigestor na Green Valley Dairy. A história desta fazenda é recente, tendo iniciado do zero no ano 2000, com 1.500 vacas

em lactação. Um ano depois, já contava com 2.500 cabeças e, em 2009, atingiu seu tamanho atual, com 3.500 animais, sendo 3.000 vacas em lactação, produzindo 120.000 litros/dia (40 kg/ vaca/dia). Visando a reduzir a pegada de carbono da fazenda, um bio-

digestor anaeróbico foi instalado, em 2005, permitindo manejar os dejetos de forma sustentável, ambientalmente correta e sem odor. O biodigestor foi ampliado em 2008 e, atualmente, capta gás metano suficiente para proporcionar energia elétrica para, aproximadamente, 1.200 caPECUÁRIA EM ALTA

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sas da região, além de fornecer energia para os secadores do sistema. É uma renda extra con-

siderável para a fazenda. A parte sólida dos dejetos segue para um secador e o material resultante (com 40% de umidade) é reutilizado nas camas dos galpões de free stalls. A fração líquida é utilizada para fertirrigação das lavouras de milho. Todos os animais possuem brincos RFID (Radio Frequency IDentification), sendo monitorados diariamente, através do sistema Pocket CowCard, que, com o uso de um leitor em formato de bastão, informa o status de cada animal, indicando a necessidade

de medicação, mudança de lote, entre outras práticas de manejo. A tecnologia também está presente no setor de nutrição, com o programa FeedWatch, utilizado para maximizar a eficiência alimentar através do controle de compras, vendas, ingestão de alimentos e custos da dieta. No manejo reprodutivo, a fazenda emprega protocolos duplo ovsynch, obtendo 42% de taxa de concepção e 28% de taxa de prenhez. Seu plano genético está divido igualmente em Produção (50%) e Saúde (50%).

nidade, têm ajudado a manter a taxa de mortalidade neonatal abaixo de 2%. O corte impecável da silagem de milho, o cuidado no carregamento do vagão misturador, a pesagem minuciosa da ração, fazem não somente com que a dieta fornecida no cocho seja o mais próximo possível da dieta formulada, como também permitem que as perdas sejam mínimas (inferior a 5% no silo e menos de 2% nos cochos). A Dairy Dreams realiza um programa agressivo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) para o primeiro serviço, respeitando um período de espera voluntário de 67 dias. Utiliza, também, os bastões (giz) para pintar a base da cauda e identificar vacas em cio. O plano genético da fazenda enfatiza fertilidade e saúde (50%) e proteína e gordura (Produção - 50%). As fêmeas do rebanho são genotipadas e as melhores são utilizadas em acasalamentos com

touros que melhor se encaixem no plano genético, produzindo animais de reposição geneticamente superiores. Já as fêmeas de classificação genômica mais baixa são utilizadas como receptoras de embriões do Programa Peak. O grande foco nas áreas de maternidade, criação de bezerras e reprodução têm proporcionado o rápido avanço do rebanho da Dairy Dreams, alcançando altos padrões de eficiência e seleção genética.

DAIRY DREAMS Considerada a “cereja do bolo” entre as fazendas visitadas, a Dairy Dreams é reconhecida pelos ótimos resultados de seu manejo reprodutivo, pela excelência dos procedimentos na maternidade e pelos cuidados rigorosos na criação de bezerras. Por esses atributos, foi uma das fazendas escolhidas para ser parceira do Programa Peak. Na maternidade da Dairy Dreams, ou seja, no galpão onde ficam alojadas as vacas pré-parto, com baias individuais de parição, três funcionários estão encarregados de supervisionar e atender as vacas em trabalho de parto, verificando a posição do feto, reposicionando-o e intervindo se necessário, dando todo o suporte antes, durante e após o parto. Uma das principais práticas no auxílio ao parto consiste na infusão de solução lubrificante, para facilitar a saída do bezerro. A experiência dos funcionários do setor, aliada ao cumprimento dos protocolos da mater28

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“Dois pontos que me chamaram muito a atenção foram as instalações de cria e recria, assim como todo seu manejo e o trabalho de seleção genética. Muitas das técnicas vistas aqui podem ser implementadas na nossa rotina e isso será assunto para muitas conversas com minha equipe, principalmente em relação ao avanço genético. Outra coisa que pudemos notar é a rigorosa padronização dos procedimentos. Isso, certamente, permite uma rotina ajustada, com poucas falhas e alto desempenho” Maria Antonieta Guazzelli – proprietária da Fazenda Palmito, em Boa Esperança (MG), pertencente à Agropecuária Rex “O que mais me impressionou foi a evolução genética dos animais, sendo que a definição de planos genéticos diretamente focados nas necessidades das fazendas permite rápidos avanços a cada geração. Acredito que tudo que vimos nessas visitas pode ser, de alguma forma, aplicado em nossa realidade, fazendo as adequações necessárias e considerando os sistemas produtivos, mas mantendo a premissa da padronização e otimização das rotinas de manejo” Marcelo Faria – Fazenda Boa Esperança, Coronel Pacheco, MG “Criar rotinas e padronizá-las é a ferramenta chave das fazendas visitadas. Muitas vezes, buscamos grandes mudanças, mas o segredo pode estar apenas na padronização de algumas tarefas, ou seja, ter consistência em todas as áreas de manejo. Outro ponto interessante foi o fato de o plano genético das fazendas não focar em conformação, porém os animais de todos os rebanhos visitados possuem excelente estrutura” Marcus Vinícius Borges de Carvalho – Fazenda Santa Maria, Juiz de Fora, MG PECUÁRIA EM ALTA

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TOUROS ALIAM AVALIAÇÃO GENÉTICA E MÁXIMA PRODUÇÃO ALTA LIDERA O RANKING DAS CINCO PRINCIPAIS RAÇAS LEITEIRAS DO BRASIL E OFERECE TOUROS PARA ATENDER AS DIVERSAS REALIDADES BRASILEIRAS 30

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O Brasil é um país de ampla variação climática, topográfica e solo de qualidade. Esses fatores possibilitam ao pecuarista uma gama de sistemas de produção, mas, em contrapartida, dificultam a definição de objetivos de seleção. Quando falamos na escolha de um bom reprodutor para a melhoria genética do rebanho, essa afirmação torna-se ainda mais verdadeira. O criador, muitas vezes, tem preferências que podem prejudicar o trabalho, deixando no rebanho animais que comprometem a performance econômica. “O processo de melhoramento genético deve ser acompanhado de rigorosa seleção para que o rebanho contenha animais que irão contribuir efetivamente para o aumento da produtividade nas futuras gerações”, afirma Tiago Carrara, Gerente de Mercado da Alta Genetics.

“Nosso objetivo sempre foi garantir que nossos clientes estivessem um passo a frente e preparados para o futuro” Há vários anos na pecuária leiteira, por meio de programas de melhoramento genético, os produtores buscam se orientar para melhorar a produtividade do seu rebanho, agregando valor à sua produção e melhorando o retorno econômico na atividade leiteira. “Os produtores, inicialmente, precisam ter seus objetivos claros

e buscar informações e apoio técnico oferecidos no mercado. Os programas de melhoramento genético de cada raça têm o intuito de classificar os melhores touros pelo desempenho de suas filhas. Isso traz a possibilidade de sairmos da crença e irmos para o fato, ou seja, o número, mostrando o real propósito de cada touro”, explica o gerente de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez. Desde que chegou ao Brasil em 1.996 a Alta apoia todos os programas de melhoramento genético e investe em tecnologias, programas, serviços e principalmente em equipe técnica qualificada para garantir que a genética que disponibiliza ao mercado seja certificada, “Nosso objetivo sempre foi garantir que nossos clientes estivessem um passo a frente e preparados para o futuro. Oferecer a melhor genética ao mercado é nossa obrigação, por isso não medimos esforços para buscá-la em qualquer parte do mundo”, ressalta Heverardo Carvalho, diretor da Alta Genetics. O criterioso trabalho de seleção e identificação de animais de genética superior realizado pela empresa trouxe resultados. Hoje, os cinco principais touros

das mais importantes raças leiteiras do país estão da bateria de reprodutores da Alta. ”A Alta, não aposta na qualidade genética de seus touros, ela confia. Ter na nossa bateria os primeiros dos rankings de todas as raças é muito importante. Mas o que nos deixa mais satisfeito é saber que possuímos vários touros que atendem diversas realidades brasileiras. E nós só conseguimos estes resultados por termos uma equipe técnica qualificada e que entende a realidade do nosso mercado e buscar as melhores opções”, destaca Heverardo.

“A Alta, não aposta na qualidade genética de seus touros, ela confia” A Revista Pecuária em Alta apresenta a você nesta edição quais são os principais touros, líderes dos rankings para produção de leite do país. “São reprodutores que possuem excelentes provas e com as informações necessárias que você analise a melhor opção para o seu plano genético”, completa o diretor. PECUÁRIA EM ALTA

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HOLANDÊS E JERSEY De acordo com o USA Department of Agriculture, o touro da raça Holandesa AltaFAD possui maior índice genético para produção de leite. Com 76% de confiabilidade, apresenta excelente PTA leite, de +3288. AltaFAD é o touro número um para leite à frente do segundo em aproximadamente 500 lbs. Kingemerling Brde Faddis ET é filho do touro Brodie com uma das mais consagradas filhas do touro O Man – Kingemerling O-Sty Favor ET, classificada MB 86 e que produziu, em sua segunda lactação, 16.551 kg de leite, a vaca Kingemerling O-Sty Favor-Et. A segunda mãe (avó) de AltaFAD, é filha de Planet, classificada MB 85 e com produção de 14.786 quilos. Na sequência, há mais seis gerações MB ou EX, todas elas com produções superiores a 14.000 quilos. “AltaFAD é um touro que está com praticamente 12 meses de idade e em produção de sêmen há dois meses. Aliás, a Alta do Brasil terá, em breve, algumas poucas doses de sêmen desse incrível reprodutor para gerar e reforçar, ainda mais, o padrão de qualidade de nossos touros Girolando no Brasil”, assegura Fábio Fogaça. Além de ser imbatível para produção de leite, ele é o segundo melhor para produção de proteína, bem próximo do primeiro. Vale ressaltar que o banco de dados dos Estados Unidos é o maior do mundo e a maioria dos países busca fazer testes genômicos por ele, pois conseguem mais acurácia nas informações. Diante dessa 32

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lógica, o touro pode ser considerado o mais interessante para leite do mundo.

“Esses touros de diferentes raças com essas fabulosas capacidades para gerar filhas de altíssima produção combinada com qualidade no leite confirmam que a Alta, desde o processo da seleção das melhores genéticas, tem um alto grau de envolvimento para que tenhamos mais uma ferramenta que ajude o produtor de leite a ter mais rentabilidade e ser cada vez melhor naquilo que faz” AltaFAD é garantia de transmissão de altos volumes de leite e proteína, bem como é homozigoto A2A2. Em outras palavras, tem capacidade de gerar filhas que produzem a beta caseína, intitulada A2A2. Essa combinação tem mostrado, em pesquisas, como sendo capaz de produzir leite de melhor digestibilidade e com menos afecções relacionadas ao sistema digestivo, cardíaco e neurológico. Vários mercados ao redor

do mundo já estão remunerando, com bônus, o leite A2. Não é diferente na raça Jersey. Se avaliados todos os touros genômicos e provados com filhas do touro MARCIN, este se mostra também o maior potencial para leite. Possui 99% de confiabilidade e impressionante PTA Leite, de +2144. Hoje em dia, é o único que ultrapassa 2.000 lbs de leite. Glynn Valentino Marcin é filho de Valentino e Dutch


Hollow Jace Melinda ET. Sua mãe, classificada EX 92, produziu 10.953 kg de leite, 4,3% Gordura e 3,5% Proteína. “Pelas notícias das principais fazendas comerciais dos Estados Unidos, as filhas de Marcin são imbatíveis para leite e sólidos. Conferindo pelas 7.618 filhas paridas, em 849 rebanhos, Marcin é garantia de transmissão de altos volumes de leite, além de ser um touro carreador A2A2”, diz Fábio. O gerente de Leite Importado reforça que não é sempre que encontramos touros com 99% de confiabilidade, acima de 2.000 lbs de leite e, ainda, tão bom para melhoramento de úbere. “Se observarmos os melhores de leite da raça, também poderemos verificar que Marcin é um dos únicos com Vida Produtiva (PL) significativamente alto”, assegura. São úberes que mostram ótima capacidade para armazenar grandes volumes de leite e, ao mesmo tempo, rasos e demonstrando longa vida produtiva. É uma rara combinação de um dos touros mais altos em leite da raça com a capacidade de transmissão de excelentes úberes e, ainda, com altíssima confiabilidade, em função de suas mais de sete mil filhas avaliadas. Marcin é, também, uma exceção à regra, quando dizem que touros altos em leite produzem filhas mais débeis ou frágeis. Ao contrário, este é um touro que, certamente, transmitirá muita força, profundidade e forma leiteira. Segundo Fábio, algumas azões fazem de Marcin um

Touros destaques

AltaMarcin

Mãe do AltaFAD

dos mais populares touros do mundo: a espetacular habilidade de transmissão para leite e excelente vida produtiva. Conforme o gerente, o touro excede as expectativas na prova de tipo funcional, produzindo extremo equilíbrio em vacas de altíssima produção. “Esses touros de diferentes raças com essas fabulosas capa-

cidades para gerar filhas de altíssima produção combinada com qualidade no leite confirmam que a Alta, desde o processo da seleção das melhores genéticas, tem um alto grau de envolvimento para que tenhamos mais uma ferramenta que ajude o produtor de leite a ter mais rentabilidade e ser cada vez melhor naquilo que faz”, finaliza Fábio. PECUÁRIA EM ALTA

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CAPA

GIROLANDO “Em um programa de melhoramento genético, o principal objetivo é identificar os indivíduos superiores, ou seja, quais animais realmente irão transmitir boas características aos seus descendentes, promovendo assim o melhoramento genético do rebanho”, esclarece o coordenador operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Marcello Cembranelli. A melhor forma de conhecer o valor genético de um reprodutor para produção de leite é o teste de progênie por meio da avaliação da produção de leite de suas filhas. O leite não é expresso no macho, sendo o controle leiteiro a principal ferramenta do Teste de Progênie. O teste avalia as filhas dos touros responsáveis por mais da metade do melhoramento genético do rebanho. Na edição de 2016, o touro campeão do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando é da Alta. O líder é Jacuba Titânio Benfeitor Celsius, maior produtor de leite do mercado. SeJacuba Titânio: a marca do leite provado Jacuba Titânio saiu provado no ano de 2014. De lá para cá, seus números só melhoram, comprovando a consistência genética construída em gerações. Em 2016, ocupa a liderança do sumário de touros apresentado pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Jacuba

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gundo Guilherme, trata-se de um touro com uma consistência de família, criado pela Fazenda Jacuba, uma das primeiras propriedades rurais de Holandês com controle

“Possuímos não só o líder do ranking, mas também mais oito touros entre os 20 primeiros. Isso mostra a consistência genética e a variabilidade da bateria Alta” leiteiro oficial ininterrupto da raça. “Isso fez com que criassem um Girolando usando touros provados da raça Gir Leiteiro, por várias gerações”, acrescenta. A Alta também teve mais oito touros entre os 20 primeiros colocados: Turbante Touch das Arábias, Charmoso Wildman Tannus, Jacuba Dark Benfeitor Aaron, Diplomata Roy Santa Luzia, Garimpo Boss JGVA, Impacto FIV da Prata JAC, Cacique Índio Sertão e Diamante Billy da Cacá. “Estamos

Titânio possui agora um PTA Leite de 504,19 kg, sendo o Maior PTA Leite do Programa da raça Girolando. O afixo Jacuba vem da seleção de Roberto Pimentel Mesquita e sua família, que, há mais de 40 anos, aprimora a genética da raça Holandesa em sua propriedade, consagrando-se como um grande criador de Holandês e contribuindo muito para a

muitos felizes. Esses resultados nos trazem um sentimento de um trabalho bem feito. Escolhemos estes touros há sete anos”, destaca Marquez que ainda ressalta, “Possuímos não só o líder do ranking, mas também mais oito touros entre os 20 primeiros. Isso mostra a consistência genética e a variabilidade da bateria Alta”. No sumário também foram divulgados os touros aprovados, que farão parte das avaliações (os touros jovens). Entre eles, sete são da Alta. Os novos touros são JEL Rancho Grande Iota Jupiter TE, Bellator Stone OG, ICH Natural Dorcy, Embaixador FIV Haley da Sianinha, Elvys FIV Toystory da Sianinha, Demolidor Wildman Felicidade, Sião Gameday FIV da Interminas, Valdez FIV Goldwyn Santa Luzia. “Nos planejamos ano após ano para garantir que nossa bateria seja sempre de boa qualidade; a número um do mercado”, salienta o gerente da Alta. O resultado foi divulgado durante a Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite, Megaleite, considerada o maior evento de leite do Brasil.

formação da raça Girolando. “Partindo de um pequeno rebanho Holandês de boa origem, inseminando com os touros que achávamos os melhores e fazendo controle leiteiro oficial em gado alimentado com capim-gordura e capim-napier, em condições tropicais, conseguimos livros de mérito e de escol por anos seguidos e, dessa maneira, selecionamos as nos-


sas melhores e mais adaptadas matrizes holandesas”, explica Roberto. A grande virada do criador no Girolando, logo no início, foi quando perceberam que a associação possuía um registro genealógico organizado,

GIR LEITEIRO Um dos momentos mais esperados do ano para o Gir Leiteiro é a divulgação do teste de progênie da raça, que faz parte do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Todos os anos, quatro de maio, durante a ExpoZebu, é oficialmente o dia marcado para a liberação dos dados. Em 2016, o 24º grupo de touros em teste apresentou 14 novos reprodutores, sendo 12 positivos para leite e dois nega-

além, é claro, das qualidades da raça, com maior adaptação às condições tropicais. “O Girolando nos dava a chance de andarmos com as próprias pernas e produzir nossos touros no Brasil para fazer avançar a raça, permitindo-nos agregar todos

tivos. Dentre os positivos, cinco fazem parte da bateria Alta, incluindo o líder do grupo, Gabinete TE da Silvânia, de propriedade de Geraldo Marques, da Estância

“Há oito anos os touros líderes do grupo do teste de progênie da ABCGIL pertencem à bateria Alta” Bom Retiro. Gabinete saiu provado com PTA Leite de 502,0 kg e tornou-se, agora, o terceiro melhor Touro para Leite no sumário geral, sendo o primeiro

os fantásticos avanços genéticos dos touros holandeses importados em um produto original”, diz o criador. Seguindo a orientação da associação, a família dirigiu todo o rebanho para o grau de sangue 1/4 e 5/8, continuando o trabalho modesto realizado no Holandês. “Procuramos persistentemente agregar ao patrimônio genético de cada geração o melhor que pudemos. Como todos aprendem no colégio, a cada geração, mandamos para frente informações genéticas, boas e ruins, de todas as gerações passadas, mesmo as de ancestrais distantes. Não adianta; genética é ciência, e não tem jeitinho brasileiro”, finaliza Roberto.

vivo e em produção. “Há oito anos os touros líderes do grupo do teste de progênie da ABCGIL pertencem à bateria Alta”, diz Guilherme. O líder do grupo surpreende pela sua consistência genética, aliando beleza racial com a máxima em produção. Ele já foi 12 vezes campeão de pista e lidera o ranking de Touros Provados para Leite, pela performance de suas filhas. Além de Gabinete, a bateria da Alta provou-se com Galio TE F Mutum, com PTA Leite de 276,6 kg; Vazão TE Cal, com PTA Leite de 224,8 kg, e Eldorado FIV Kenyo, com PTA Leite de 153,9 quilos. Este ano, as provas incluíPECUÁRIA EM ALTA

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CAPA

ram, também, duas importantes características: a genotipagem para beta caseína de todos os touros e a inclusão dos dados de filhas dos touros pela Associação Brasileira de Girolando. No ranking geral da raça, a Alta possui a maior bateria de touros provados do mercado com sêmen disponível. Dos cinco melhores touros para leite, a Alta tem três: Casper, Gabinete e Facho TE Kubera.

Para chegar ao resultado do ranking geral da raça, o banco de dados do programa de avaliação possui 36.405 vacas, 13.285 filhas de touros em teste e 23.120 companheiras contemporâneas para avaliação. Ao todo, são 391 touros avaliados, desde o início do teste de progênie, dos quais 330 possuem PTA positivo para leite e 134, resultados positivos para linear. A média fenotípica e a base

Gabinete: a evolução do Gir Leiteiro Gabinete da Silvânia é um dos bons touros da nova geração. Filho do Dom da Silvânia com Ametista, é um reprodutor que conta em seu pedigree com seguramente três das dez matrizes de maior destaque dentro do Gir Leiteiro, Garbha dos Poções, na linha alta, e Juju e Nata, na linha baixa. O primeiro touro do sumário

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vivo e ainda em coleta de sêmen é cria da Estância Silvânia, uma das grandes referências na seleção e no melhoramento genético da raça Gir Leiteiro. Atualmente, Gabinete é de propriedade de Geraldo Marques, da Estância Bom Retiro, em São Sebastião do Rio Verde (MG). Geraldo é criador de Gir Leiteiro desde 2007 e, de

genética da raça foram de 3.045 kg para produção de leite em 305 dias, teor de gordura 3,66% e proteína 3,14%. Todos os resultados apresentados pela Embrapa e Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig) confirmaram que a tendência genética da raça vem crescendo ano após ano, mostrando que o objetivo do melhoramento do rebanho Gir Leiteiro está sendo alcançado.

lá pra cá, formou um dos mais respeitados plantéis do país. “O primeiro animal Gir Leiteiro que comprei foi a Ametista, mãe do Gabinete, no leilão da Estância Silvânia, na extinta Feileite, em 2007. Naquele dia, ela estava prenhe, mas, assim que acabou o leilão, voltou para a fazenda do Eduardo e, acidentalmente, quebrou o pé. Quando esse fato aconteceu, ele me questionou o que eu queria: ficar com ela ou abrir mão da compra. Eu disse que esperaria ela se recuperar”, conta Geraldo. Assim ele fez. Em março de 2008, já recuperada, Ametista foi para sua nova casa, na Estância Bom Retiro, com um bezerro ao pé, um animal que se destacou na propriedade e se tornou o grande marco na seleção Gir Leiteiro de Geraldo. “O Gabinete representa só coisas boas para mim, tanto em premiações em pista como na produção de animais excelentes e, principalmente, nas grandes amizades que ele me proporcionou”, finaliza.


GUZERÁ LEITEIRO O Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite tem como base a integração de modernas ferramentas do melhoramento, constando de três esquemas integrados para a geração de informações: trabalho de seleção em fazenda, executado pelos criadores da raça; Núcleo Múltipla Ovulação e Transferência de Embriões de Seleção (MOET) e Teste de Progênie. Os dados oriundos dessas fontes são reunidos no banco de dados Embrapa/CBMG/ABCZ, permitindo avaliação genética integrada, única e comparativa. Atualmente, são avaliadas quatro características produtivas e oito de conformação e manejo.

“Remanso é o único touro que superou o seu pai no Teste de Progênie” Divulgado durante a programação da 82ª ExpoZebu, o resultado do teste de 2016 sagrou o touro Remanso TE Taboquinha, de propriedade de Sinval Martins de Melo, como líder do sumário. Remanso se provou com PTA Leite 552,0 kg, tornando-se o número um para leite. “Remanso é Humaita na Guerra e, hoje, essa história se torna muito interessante, visto que Remanso é o único touro que superou o seu pai no Teste de Progênie”, afirma o gerente de Leite Alta, Guilherme.

Remanso TE Taboquinha: consistência do Guzerá Leiteiro Antes de falar do Remanso, é importante destacar a consistência genética de seu pai e de seu avô. Édipo da Alagoinha, avô de Remanso, foi vários anos líder de sumário e seu pai, Humaitá, trilhou o mesmo caminho no sumário. Hoje, Remanso é o atual sucessor desse reinado. Sua mãe, Guerra TE Taboquinha, vem de uma linhagem (JA e Xarqueada) em que foram selecionados animais com muita aptidão leiteira, sem abrir mão do duplo propósito leite e carne. Desde jovem, Remanso faz parte da bateria Alta e já possui prova com 43 filhas em sete rebanhos. As três fêmeas com as maiores Diferenças Esperadas da Progê-

nie (DEPs) para leite no sumário Embraba/Guzerá são filhas do Remanso e a quarta e quinta são irmãs paternas. Ele tem, também, dez filhas no TOP 50 de fêmeas do mesmo ranking. Remanso é cria da Fazenda Taboquinha, no município de Itambacuri (MG), um seleto criatório de Guzerá Leiteiro de Sinval de Melo e seu filho, o veterinário Marcos Melo, à frente da seleção. A Taboquinha é a fazenda que mais tem touros Guzerás provados no sumário. Atualmente, são oito touros provados entre os Top 10 do sumário de teste de progênie e MOET da Embrapa Guzerá, sendo que os quatro primeiros do sumário são Taboquinha.

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LEITE

DETECÇÃO DE CIO UM FATOR CRÍTICO PARA EQUACIONAR A REPRODUÇÃO por Brian Stahl, gerente de Contas Elite da Alta EUA e traduzido por Fábio Fogaça, gerente de Produto Leite Importado da Alta Brasil

(ou taxa de detecção de cio) e Taxa de Concepção. Uma maneira simples de calcular Taxa de Prenhez é multiplicar a Taxa de Serviço e a Taxa de Concepção. Embora a média nacional nos Estados Unidos seja estimada em 15%, muitos consideram a Taxa de Prenhez de 20% uma meta considerada realista e desejável. É claro que o sucesso de um programa de reprodução não é medido em percentagem, mas no número de prenhezes, que começa a partir da detecção do cio e da Taxa de Serviço. A equação da reprodução compreende Taxa de Serviço x Taxa de Concepção = Taxa de Prenhez. Taxa de Serviço (TS)

A criação regular de prenhezes é essencial para garantir o constante fluxo de vacas parindo e, assim, manter boa média na produção de leite, somando ainda às bezerras, que se tornarão as futuras substitutas. A medida mais comum para

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avaliar o desempenho reprodutivo nas fazendas é a Taxa Prenhez, medida a partir do percentual de vacas aptas à inseminação em um período de 21 dias. Os dois fatores que impulsionam a Taxa de Prenhez são a Taxa de Serviço

É o número total de vacas inseminadas, dividido pelo número total de vacas aptas à inseminação durante um período de 21 dias. O termo Detecção de Cio é usado, muitas vezes, de forma semelhante à Taxa de Serviço, mas Taxa de Serviço é um termo de mais precisão, uma vez que inclui todas as vacas inseminadas, inclusive vacas sincronizadas, que não foram realmente detectadas no cio. Taxa de Concepção (TC) É o número total de vacas que ficaram prenhes, dividido pelo número total de vacas inseminadas durante um período de tempo específico.


Taxa de Prenhez (TP) É o número total de vacas que empenharam, dividido pelo número total de vacas aptas à inseminação durante um ciclo de 21 dias. Taxa de Serviço ou Detecção de Cio É, muitas vezes, o maior fator limitante da equação. A alta Taxa de Concepção é impressionante, mas deve ser complementada por uma Taxa de Serviço adequada para que o objetivo final, que é uma alta Taxa de Prenhez, seja alcançado. Antes de uma vaca ser inseminada, devemos estar certos de que ela está no cio ou em um programa de sincronização, para fazer com que ela ovule no momento certo. Fatores que podem contribuir para uma baixa Taxa de Serviço Detecção de cio inadequada: Mesmo uma pessoa que seja boa observadora pode perder alguns sinais sutis de que a vaca está no cio, resultando em baixa Taxa de Serviço. Por outro lado, uma pessoa mal trei-

nada pode conseguir boa Taxa de Serviço, por meio da inseminação de muitas vacas, que não estão realmente no cio. Isso será refletido em baixas Taxas de Concepção, mas é o resultado de uma fraca detecção de cio. Inseminação é um processo que pode ser aprendido, mas a detecção de cio é mais que uma arte e requer o desenvolvimento de habilidades de observação aguçada. Vacas que não ciclam: Problemas nutricionais, metabólicos e de doença, juntamente com um prematuro Período Voluntário de Espera (PEV), podem resultar em um elevado número de vacas não ciclando. De acordo com o Dr. Arun Phatak, especialista em Fertilidade, “Em um rebanho, cerca de 10% das vacas não irão ciclar e, também, não apresentarão quaisquer sinais de cio até os 75 dias de lactação. Se o número for superior a 10%, a nutrição e a ingestão terão que ser examinadas. Além disso, as primíparas necessitam de um lote próprio”. A consequência de um número maior de vacas acíclicas será de taxas de detecção de cio mais baixas, juntamente

com a Taxa de Concepção. Instalações inadequadas: Lotes superlotados e concretos escorregadios podem limitar a atividade do salto das vacas. Inadequado número de canzis e má iluminação também podem dificultar a capacidade de o funcionário avaliar as vacas para os sinais de estro (cio). Para demonstrar a importância da Taxa de Serviço, geralmente observa-se a variação do desempenho do serviço e da Taxa de Concepção, listada abaixo, juntamente com possíveis combinações resultantes da Taxa de Prenhez: Intervalo usual para Taxa de Concepção: de 25% a mais de 40%; Intervalo usual para Taxa de Serviço: de 35% a 70% (ver tabela 1). Comparada com a Taxa de Serviço, a faixa de desempenho para a Taxa de Concepção é relativamente menor e mais estreita, portanto, tem menos potencial de impacto sobre a Taxa de Prenhez final. O intervalo mais amplo e mais elevado para a Taxa de Serviço tem maior potencial de afetar a Taxa de Prenhez final.

Tabela 01: Prenhezes criadas em quatro diferentes cenários de TS x TC

TS=70% CR=40% CR=25%

TS=35%

TP = 28%

TP = 14%

28 prenhezes / 100 aptas

14 prenhezes / 100 aptas

TP = 17%

TP = 9%

17 prenhezes / 100 aptas

9 prenhezes / 100 aptas

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LEITE

Tabela 02: Retorno ecônomico/vaca a partir da melhoria reprodutiva

TS=70%

TS=35%

CR=40%

$190

$50

CR=25%

$80

$0

** calculos de retorno comprado com o pior cenário (baixa TC e Baixa T$

Exceto pela situação dos rebanhos que inseminam integralmente suas vacas pela sincronização de cio, as habilidades de detecção de cio são essenciais para se alcançar uma desejável Taxa de Serviço. Um dos métodos mais populares de detecção de cio nos grandes rebanhos seria a marcação na inserção da cauda das vacas e a avaliação diariamente, enquanto se anda por trás delas durante o período em que estejam contidas no canzil. Vacas, quando perdem a marca, têm uma alta probabilidade de estar no cio. De acordo com Phatak, apenas 40% a 50% das vacas serão montadas em tempo suficiente para se esfregando perder completamente a marcação. Portanto, a capacidade de reconhecer os sinais secundários mais sutis de cio é crítica na identificação dessas vacas extras para inseminar e garantir uma adequada Taxa de Serviço. Programas de sincronização podem ser excelentes ferramentas para aumentar a Taxa de Serviço, se forem bem manejados. O estrito cumprimento dos pro-

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tocolos é absolutamente necessário para resultados positivos. Para economizar em despesas com medicamentos e maximizar as Taxas de Concepção, a maioria dos rebanhos que usam um

“Em um rebanho, cerca de 10% das vacas não irão ciclar e, também, não apresentarão quaisquer sinais de cio até os 75 dias de lactação. Se o número for superior a 10%, a nutrição e a ingestão terão que ser examinadas” programa de sincronização irá inseminar (assumindo que ela já tenha ultrapassado o PEV) qualquer vaca que esteja mostrando um cio ativo e a removerá do programa. Portanto, as habilidades de observação de cio são es-

senciais, também, neste cenário. Programas de sincronização podem ser excelentes ferramentas para aumentar a Taxa de Serviço, se forem bem manejados. O estrito cumprimento dos protocolos é absolutamente necessário para resultados positivos, para economizar em despesas com medicamentos e maximizar as Taxas de Concepção. A maioria dos rebanhos que usam um programa de sincronização irá inseminar (assumindo que ela já tenha ultrapassado o PEV) qualquer vaca que esteja mostrando um cio ativo e a removerá do programa. Portanto, as habilidades de observação de cio são essenciais, também, neste cenário. Se um dos objetivos do seu sistema de produção é melhorar o desempenho reprodutivo do seu rebanho, certifique-se do número de vacas que você está inseminando a cada mês e avalie. Monitorar somente a Taxa de Concepção lhe mostrará apenas metade de uma situação. Afinal de contas, a Taxa de Concepção para uma vaca não inseminada é sempre zero.


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CORTE

Funcionário de Naviraí

NELORE PERDE UM DOS PRINCIPAIS RAÇADORES DA HISTÓRIA AOS NOVE ANOS, FUNCIONÁRIO DE NAVIRAÍ FOI UM DOS TOUROS MAIS VALORIZADOS DA RAÇA “Funcionário de Naviraí foi um dos touros que mais representaram a linha de trabalho da seleção de Cláudio Sabino Carvalho, criatório dos mais tradicionais do país. Extremamente equilibrado, com muita profundidade e arqueamento de cos42

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telas, boca grande e ótima estrutura – marcas registradas dos touros Naviraí”, explica o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael de Oliveira. Desde que deixou a Fazenda Santa Marta, em Naviraí (MS), em 2009, a casa de Funcioná-

rio foi a sede da Alta, localizada em Uberaba (MG). Em sua vida produtiva, ao longo de sete anos, Funcionário comercializou mais de 250 mil doses de sêmen. “Funcionário, com certeza, vai ser um marco para a Naviraí. Ele foi um touro com


biotipo diferente, que a gente sempre buscou ao longo desses 50 anos de seleção. Um animal eficiente e com ótimas avalições genéticas”, afirma Cláudio Sabino Filho. Em 2014, durante a 80ª ExpoZebu, o touro Funcionário teve 50% das cotas comercializadas para a Alta, para Alfredo Zamlutti e para Verdana Agropecuária, por R$840.000,00. Sua totalidade foi avaliada em R$1.680.000,00.

Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), desenvolvido pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), e mais de 7.400 filhos avaliados no sumário da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP).

“Funcionário não foi egoísta, como dizemos. A gente via o fenótipo dele e, realmente, repassava as características para a produção deste raçador. Imprimia muito forte as marcas produtivas. É o que o mercado busca”, finaliza Rafael.

“Ele foi o touro que mais marcou na comercialização de touros da Naviraí” Em 14 de maio de 2016, a raça Nelore perdeu uma de suas principais referências. Funcionário foi considerado por muitos técnicos e criadores um touro curinga, pelo fácil acasalamento e pela progênie de alto valor agregado e fácil comercialização. “Além das fêmeas produzidas por ele, que se superam ano após ano, a melhor média que já fizemos em leilões com tourinhos foi de filhos de Funcionário. Ele foi o que mais marcou na comercialização de touros da Naviraí”, enfatiza Cláudio. Funcionário deixa seu legado não só como um dos touros mais valorizados da raça, mas principalmente pelo grande número de filhos e netos avaliados. Esse raçador tem mais de 12.600 filhos avaliados pelo sumário

Max Naviraí, filho de Funcionário

Uiru da Água Boa, neto de Funcionário

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CORTE

ALTA PROMOVE INTERCÂMBIO PARA BRASILEIROS NA ARGENTINA

Grupo de participantes do showcase

Cerca de 50 pecuaristas dos estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo se reuniram com a equipe de corte da Alta para um Showcase, realizado pela empresa, na Argentina. O objetivo da companhia é mostrar a cultura de produção na Argentina por meio de experiências técnicas, trocas de ideias e tecnologias, além de apresentar a genética disponível da empresa no país. “É uma oportunidade para 44

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mostrarmos ao mercado a força e expressão que a genética argentina tem. Nós temos muito a aprender com eles, que produzem uma carne de alta qualidade em um ambiente a pasto e trabalham em um cenário de livre concorrência, entre muitos frigoríficos”, explica o gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara. As raças trabalhadas durante o Showcase foram Angus, Hereford, Red Angus, Brangus, Braford e Red Brangus. O evento começou em Buenos Aires, se-

guido de uma visita ao Mercado Liniers, o maior centro de venda de animais vivos para frigoríficos da América Latina, considerado o mais importante balizador de preços da carne no país. Os clientes puderam conferir, em tempo real, os remates de diversas categorias. “Eles também ficaram impressionados com a livre concorrência que acontece por lá. São mais de 200 frigoríficos e abatedouros cadastrados, o que não ocorre no Brasil”, afirma Carrara. Os visitantes também esti-


veram no criatório de Brangus, denominado Las Tres Cruces, uma das três principais fazendas da raça na Argentina. Puderam conhecer um pouco da cultura, rica em artesanatos com couro, prata e bronze, na cidade de San Antonio de Areco. Seguindo a programação, tiveram a oportunidade de visitar a Alta Ciale, a Central da Alta no país, localizada na cidade de Capitán Sarmiento. Foram realizadas palestras sobre melhoramento genético, evolução genética, critérios de seleção adotados, mercado de carne no Brasil e sistema de cruzamento industrial como alternativa para otimizar ganhos.

“Nós temos muito a aprender com eles, que produzem uma carne de alta qualidade em um ambiente a pasto e trabalham em um cenário de livre concorrência, entre muitos frigoríficos” Para fechar, houve desfile de 40 touros e visita a Cabanha Charles Del Guerrero, a responsável pela primeira importação da raça Angus para a Argentina. “O Brasil tem sido muito pressionado a abrir novos mercados para a exportação de carne e esses mercados exigem melhor qualidade do produto. Ir para a Argentina buscar essas iniciativas é uma forma de vencermos esses desafios”, finaliza Tiago.

Touros destaques

Ambicioso (Aberdeen Angus)

Esperto (Braford)

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PROGRAMAS E SERVIÇOS

COLETA, INDUSTRIALIZAÇÃO E ENTREGA DE SÊMEN PROGRAMA CRIADO PELA ALTA VISA A PROMOVER MULTIPLICAÇÃO DE GENÉTICA por Fernanda Borges, técnica em Corte da Alta O mercado de inseminação artificial está cada vez mais aquecido. O último relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) mostra crescimento no número de matrizes inseminadas nos últimos anos. O pecuarista brasileiro está se tecnificando e buscando sempre maior produtividade.

“Uma das formas de multiplicação rápida e econômica é a produção de sêmen desses touros previamente identificados como superiores” Melhorias na estrutura das fazendas, pastagens reformadas, integração lavoura-pecuária, nutrição balanceada e melhoramento genético são conceitos comuns para o aumento da lucratividade por hectare nas propriedades rurais. Hoje, temos muitos programas de avaliação genética nas diversas raças de corte e leite que nos permitem identificar 46

PECUÁRIA EM ALTA

Benefícios - Padrão de qualidade internacional - Tecnologia avançada - Multiplicação do material genético - O melhor seguro para o reprodutor - Excelente custo-benefício - Atendimento personalizado - Estrutura física da central moderna e funcional - Rigoroso controle sanitário - Central com excelente localização - Mão de obra altamente capacitada


matrizes e reprodutores superiores, mesmo quando jovens. Para aumentar nosso progresso genético, devemos multiplicar rapidamente esse material genético. Uma das formas de multiplicação rápida e econômica é a produção de sêmen desses touros previamente identificados como superiores. Pensando nesse mercado, a Alta criou um programa de coleta, industrialização e entrega de sêmen específico para nossos clientes que desejam replicar a genética de seus reprodutores. Como funciona O criador entra em contato com a nossa equipe para fazer um contrato de industrialização de sêmen; reservamos a vaga na central e o touro entra na data agendada. Após período em quarentenário, o reprodutor inicia as coletas. Assim que o Ministério da Agricultura libera as doses para distribuição, a Alta entrega o sêmen no nosso escritório regional mais próximo da fazenda. É muito importante ressaltar que o sêmen produzido através do programa de prestação de serviço possui o mesmo critério do padrão internacional ALTA de qualidade, com rigoroso controle sanitário e tecnologia avançada, dando a garantia de uso ao cliente.

Fernanda Borges, Técnica de Corte da Alta Formada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Ingressou na Alta como estagiária por meio do programa Jovens Talentos, em 2012.

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GIRO NO CAMPO

Viaje pelo país e conheça os animais que se destacaram nas diferentes realidades do Brasil. Os técnicos da Alta, juntamente

com seus clientes, apresentam, por meio de fotos, os vários sistemas de produção. E você? Tem algum animal de destaque no re-

banho? Envie uma foto dele para o e-mail da revista “Pecuária em Alta”. Ela poderá ser o destaque da próxima edição.

Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br

O Gerente de Produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, com Roberto Mesquita, proprietário do líder do ranking do girolando, Jacuba Titânio e Rogério Corrêa, proprietário da recordista de produção da raça, Máxima Harmonia FIV

A esquerda o gerente distrital da Alta, Glauco Freire, juntamente com o cliente da capa do catálogo de leite nacional Fidel Campos Reis e o regional Alta em Pompéu, Daniel Augusto Ribeiro Maciel

Propriedade do Dr. Dalton Roso, Colônia Borges Restinga Seca (RS)

Carlos Eduardo Novaes do Nelore CEN e seu filho Eduardo visitando o Touro Adonis na central da Alta

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@cavallineduardo

@criafertil

@felslazer

@lelis.william

@marioser22

@ rhaymorais

@rodrigohgpe

@walterthaler

@rhamar_matheus

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EVENTOS

TOUROS ALTA SÃO DESTAQUE NA MEGALEITE Durante seis dias a Megaleite reuniu, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, toda a cadeia produtiva do leite. Com visitação de mais de 70 mil pessoas, o parque recebeu 1.400 animais das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Pardo Suíço e Jersey. Os três jurados escalados pela Girolando tiveram a responsabilidade de avaliar mais de 700 animais entre machos e fêmeas dos três graus de sangue: 1/2 sangue, 3/4 e 5/8. “Nos últimos anos, a Megaleite tem mostrado uma constante evolução dos animais, do ponto de vista morfológico. Em todas as categorias, as campeãs e suas reservadas mostram extrema qualidade leiteira. O que é apresentado na pista de julgamento é fruto do trabalho realizado dentro da fazenda. O contrário não é verdadeiro. Da porteira para 50

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dentro, nós precisamos ter foco genético (Plano Genético), reunir informações. Para o Girolando, o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG) traz grandes soluções. Acredito que o único caminho para fortalecermos ainda mais nossa raça é aumentar a quantidade e a qualidade dos dados oriundos do campo, como, por exemplo, a taxa de prenhez das filhas, facilidade de parto (do touro e das filhas), gordura, proteína e outros”, ressalta o responsável pelo julgamento do grau de sangue 5/8, Tiago Ferreira. Além do Girolando, foram julgados animais das raças Pardo Suíço, Holandês e Gir Leiteiro. O grande destaque coube ao touro Expoente de Brasília, que recebeu o título de Grande Campeão. Os touros Energético FIV GAM e Zamir consagraram-se

campeões em suas categorias. A 13ª edição de uma das principais feiras da pecuária leiteira trouxe na programação, também, torneios leiteiros, ações sociais e educacionais, além de oito leilões, com médias que superaram as expectativas. “Como o preço do leite está subindo muito, os pecuaristas que estiverem com a melhor genética conseguirão aproveitar este momento e, com a alta dos insumos, existe uma demanda por animais mais eficientes”, explica o gerente de produto Leite Nacional, Guilherme Marquez. Alta é destaque no sumário Além das premiações em pista, o maior destaque da feira foi a divulgação da liderança do touro Jacuba Titânio Benfeitor Celsius, no Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando – Sumário de Touros – Resultado do Teste Progênie – Edição 2016. Segundo Guilherme, trata-se de um touro com a consistência de família, criado pela Fazenda Jacuba, uma das primeiras fazendas de Holandês com contro-


le leiteiro oficial ininterrupto da raça. “Isso fez com que criassem Girolando usando touros provados da raça Gir Leiteiro por várias gerações”, acrescenta. A Alta teve mais oito touros entre os 20 primeiros colocados. “Estamos muito felizes. Esses resultados trazem um sentimento de trabalho bem feito. Escolhemos estes touros há sete anos. Isso comprova que as escolhas da Alta são criteriosas”, destaca Marquez. No sumário foram divulgados, ainda, os touros jovens aprovados, que integraram as avaliações. Entre eles, oito são da Alta. “Já pensamos lá na frente para garantir que nossa bateria seja sempre de boa qualidade, a número um do mercado”, afirma o gerente. A Alta levou, também, para o evento o juiz Patrick Conroy, que comandou a pista do Holandês, com apoio da tradução de Fabio Fogaça, gerente de Leite Importado da Alta. Na ocasião, foi realizada a venda do touro Oásis da Divisa Luxo, o maior recordista de vendas da bateria de touros jovens da Alta. “Participar desse evento é muito importante para nós, pois ficamos mais próximos dos pecuaristas, parceiros e de outros profissionais do setor. É um momento de troca de informação e disseminação de tecnologia”, completa Guilherme. Ele reforça a necessidade de investir em tecnologia para aumentar a produtividade da fazenda. “O pecuarista ainda pensa muito em preço, mas, para ter bons resultados, é preciso investir agora e o retorno virá”, conclui.

Touros destaques

Jacuba Titânio - O touro número 1 provado do mercado

Charmoso Wildman - Novidade 3/4 provado

Imperador Baxter - Pai de campeãs PECUÁRIA EM ALTA

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RAÇAS

TOUROS JOVENS INVESTIMENTOS CORRETOS E RETORNO GARANTIDO por Rafael Oliveira, gerente de Produto Corte Zebu da Alta oferecer pedigrees modernos e forte avaliação genética. Desde a criação do Programa Nacional de Avaliação de Touros (PNAT), realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), a Alta sempre foi a empresa que mais contratou tou-

A Alta não é líder de mercado por acaso. A empresa possui a mais gabaritada equipe de técnicos do mercado, além do mais moderno centro de coleta de sêmen do país, com estrutura de produção, coletando a maior bateria de touros do mercado. Um dos pontos fortes para oferecer, com qualidade, a variabilidade genética que possui em sua bateria é o investimento da empresa em relacionamento. Hoje, há parceria com os mais renomados fornecedores de genética do Brasil. São criadores que investem pesado no melhoramento genético, sempre utilizando os melhores reprodutores dos principais sumários de tou52

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ros. Podemos entrar no rebanho dos principais criadores do país e indicar um acasalamento que possa gerar um futuro reprodutor de central e, também, escolher os animais em destaque no intrarrebanho para compor na nossa bateria. O mercado de corte vive um momento de franca expansão e, para acompanhar esse crescimento, a Alta investe pesado na contratação de touros, oferecendo sempre excelentes reprodutores para o mercado. Dentro do princípio do melhoramento genético, em que os filhos têm de ser melhores que os pais, investimos, cada vez mais, na contratação de touros jovens para

“O investimento em touros jovens tem se mostrado perfeito, pois contratando o touro certo ele se tornará um futuro líder de sumário” rinhos jovens dessa procedência. Um grande exemplo é o touro Logan do Digênio, destaque absoluto do PNAT 2015 e um dos tourinhos mais comentados na ExpoZebu 2016, pela sua genealogia, avaliação genética e conformação. Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Alta apoia, também, a Avaliação de Touros Jovens (ATJ). Dessa parceria, temos o touro Barac da Santa Nice, líder para habilidade materna, sendo um dos mais utilizados para fazer base de rebanho.


Touros destaques

Logan da Digênio

Nero de Naviraí

O investimento em touros jovens tem se mostrado perfeito, pois contratando o touro certo ele se tornará um futuro líder de sumário. Prova disso é REM Armador, que entrou na central com apenas 23 meses e, hoje, é o líder do sumário da Associação Nacional dos Criadores e Produtores (ANCP), superando o próprio pai.

“A Alta continuará buscando novos parceiros e fortalecendo ainda mais as parcerias já existentes com os principais selecionadores do Brasil” A Alta continuará buscando novos parceiros e fortalecendo ainda mais as parcerias já existentes com os principais selecionadores do Brasil. A meta é reunir os melhores reprodutores para os principais sistemas de criação, consolidando cada vez mais nossa bateria. O sucesso se faz através de uma estrutura sólida e muito planejamento. Estaremos cada dia mais consolidados na liderança do mercado.

Rafael Oliveira, gerente de Produto Corte Zebu

Brasil FVC

Rafael de Oliveira é graduado em Medicina Veterinária pela UNIUBE, formado em Administração de empresas pela FCETM e pósgraduado em produção pecuária de corte pela REHAGRO. Atualmente é Gerente de Produto Corte Zebu da Alta.

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CASOS DE SUCESSO

GENÉTICA DE SUCESSO Nesta edição, apresentamos três grandes clientes, amigos e parceiros da Alta. Cada um em seu sistema de produção apresenta

diferentes realidades e, principalmente, sucesso em suas atividades. Uma das grandes dificuldades das atividades pecuárias hoje é a su-

cessão familiar e, nos três casos, o desafio existe. Conheça o trabalho das fazendas Santa Bárbara, Fazenda Quebra Cuia e São Bento.

FAZENDA QUEBRA CUIA EVOLUÇÃO GENÉTICA E QUALIDADE DE LEITE

Manoel Pedro Cota Segundo e sua filha Raquel

Na atividade leiteira há mais de 50 anos, a Fazenda Quebra Cuia, no município de Alvinópolis (MG), possui hoje 226 hectares. São 85 destinados ao leite e 35 para a agricultura, com duas safras ao ano. A fazenda ainda reserva parte de sua área para uma parceria, com plantio de eucalipto e grande percentual de reserva de mata. O proprietário, Manoel Pedro Cota Segundo, mais conhecido como Maninho, é quem está à frente dos negócios, juntamente com a filha Raquel, desde que se formou em Veterinária. Para aumentar a sua produtividade, desde 1986, Maninho investe na Inseminação Artificial (IA). “Começamos a atender a pro54

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priedade há cerca de 20 anos. No início, não havia objetivo definido, pois a fazenda vinha do sistema antigo. Com o tempo, fomos conseguindo demonstrar que os animais, com um pouco mais de grau de sangue Holandês, respondiam melhor. Dessa forma, fomos conseguindo melhorar a qualidade do rebanho”, explica o representante da Alta na região Sul de Belo Horizonte, Paulo José. “A fazenda já insemina há 30 anos, mas foi marcante o incremento ocorrido após o início dos trabalhos da Alta. Existe uma grande satisfação em visualizar os animais, que chamam a atenção pelas características fenotípicas, mas também pela ótima produção”, conta Raquel. Maninho percebeu que os animais, mesmo não tendo um bom conforto/manejo, respondiam em produção e sentiu a necessidade de investimentos. Há 14 anos, construiu um pequeno Free Stall para apenas 16 animais. “Nessa estrutura, fomos colocando as vacas de maior produção, o que proporcionou um acréscimo na produtividade e aumentou significativamente a persistência de lactação. Iniciamos, assim, o crescimento no

volume de leite produzido na fazenda”, diz Paulo José. Outras estruturas pequenas foram construídas. A maior delas tem capacidade para 32 animais, mas todas apresentam muita funcionalidade e proporcionam aumento da produtividade. Hoje, são 136 camas disponíveis para as vacas em lactação. A fazenda produzia, em 1998, a média diária de 918 litros de leite ao ano, com a média por vaca de 14,5 litros. No ano passado, obteve produção média de 28,5 litros. Na época de maior produção chegou a ter média de 31 a 31,5 kg por dia. O objetivo da fazenda é chegar a 140 animais em lactação, com a produção média de 5.000 litros diários. Neste ano, entrarão em lactação cerca de 30 animais, filhas dos touros Jenkins, Meteor, Avalon, Minister e Razor. Estão prenhes de Haley, Plano, Lautan e Brandon. Nas novilhas tem sido utilizado sêmen sexado. São duas inseminações de sexado e só depois se utiliza o convencional. Com essa estratégia, há em torno de 81% de nascimento de fêmeas nos partos das novilhas, o que possibilita um crescimento mais


Touros destaques

rápido do rebanho. A perspectiva é chegar ao objetivo de 140 animais em lactação em 2017. “A Alta sempre atendeu à expectativa da fazenda, pois preocupa em ‘fazer’ a vaca que melhor se encaixe ao sistema da fazenda. Fomos melhorando o rebanho de acordo com o que podíamos oferecer. Fomos aprendendo com as vacas sobre as suas necessidades e adequando a estrutura da fazenda. Sabemos que temos muito a melhorar e estamos preocupados com isso. Sempre vamos procurar fazer o máximo para que elas possam expressar todo o seu potencial”, enfatiza o pecuarista. No ano de 2014, a fazenda recebeu premiação, oferecida pela empresa Tortuga. Os rebanhos dos clientes tiveram classificação por faixa de produção de leite e a qualidade de leite foi mensurada. A Fazenda Quebra Cuia ficou em terceiro lugar no Estado, na faixa em que se encontrava. “Foi o reconhecimento do trabalho que a gente vem fazendo há muitos anos. É muito gratificante ver a evolução do rebanho ao nos lembramos da base inicial e percebermos, hoje, a qualidade que temos. Com certeza, temos um dos bons rebanhos na região. É uma referência para todos”, finaliza Maninho.

AltaJake

AltaMatt

Sobre a Regional A Regional BH-Sul é parceira da Alta há 17 anos. A equipe é composta por veterinários, que prestam serviços na área de reprodução e nutrição em bovinos de leite. Além de acasalamentos e de oferecer informações de manejo, a equipe auxilia na estratégia da atividade leiteira como um todo. O telefone para contato é (31) 3296-3073.

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CASOS DE SUCESSO

FAZENDA SANTA BÁRBARA LÍDER NACIONAL DE MELHOR CARCAÇA DO CIRCUITO BOI VERDE

Reinaldo Ledesma, Administrador da Fazenda Santa Bárbara, Darci D’Anúncio, Gerente Distrital da Alta e Armando Pereira da Silva, Médico Veterinário da Regional Alta Campo Grande

Há 10 anos, Sandra Maria Massi, filha de Reinaldo Massi, recebeu de herança a Fazenda Santa Bárbara, que pertencia à Fazenda Someco, no município de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul. Na divisão da herança, Sandra ficou com 11.936 hectaresmais 596 da Fazenda Experimental (arrendada para cana). Hoje, a Fazenda Santa Bárbara destina-se à pecuária com um rebanho de 15 mil cabeças Nelore, sendo seis mil de fêmeas para reprodução. No último ano, a taxa de prenhez foi de 89%. A Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) é feita em todas as matrizes, com repasse após 15 dias com o touro. A maior parte do sêmen utilizado é de touros para o cruzamento industrial, das raças Red Angus. A fazenda, também, possui um confinamento para cinco mil cabeças. No último ano, foram confinadas mil vacas vazias, 500 novilhas, três mil garrotes de 12 a 24 meses e 500 garrotes de desmama de cruzamento, com 11 56

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meses. “Hoje, na fazenda, não são abatidos animais com mais de 24 meses”, explica o médico veterinário e administrador da fazenda, Reinaldo Ledesma. Das 1.500 fêmeas vazias, abatidas no último ano, parte vem das outras fazendas, do município de Água Clara (MS). As fazendas Cangalhas, San Remo e Queixada totalizam mais 11.600 hectares. “Em Água Clara, temos um rebanho de 7.500 cabeças, sendo 3.500 fêmeas para reprodução. Fazemos IATF em 2.500, com repasse de touros em 15 dias, da

mesma forma que na Santa Bárbara. Parte Nelore e parte cruzamento. Lá, com esse sistema, temos obtido 87% de prenhez”, afirma. As novilhas de 15 meses 1/2 sangue Red Angus são entouradas, 250 novilhas em Água Clara e 350 em Ivinhema, onde as crias são desmamadas e as novilhas, enviadas para o confinamento e abatidas. Desde a divisão da fazenda, há dez anos, Sandra e Reinaldo contam com o apoio do veterinário Armando Pereira da Silva, da Regional Alta, em Campo Grande. “O Armando me ajuda, escolhendo o sêmen de touros melhoradores, me atualizando e mandando vídeos dos bezerros produzidos. Ele é um dos responsáveis pela genética do gado que temos hoje”, completa. Hoje a empresa de Armando, além dos acasalamentos, presta serviço de IATF na fazenda, além de realizar juntamente com os funcionários cursos de reciclagem e de inseminação. O esforço da equipe em produzir animais de melhor qualida-


Touros destaques

Carcaça de filho do touro CEN Adonis, primeiro lugar em nível nacional de Melhor Carcaça do Circuito Boi Verde 2015

de e a parceria levaram a Santa Bárbara, em 2015, a receber o primeiro lugar em nível nacional de Melhor Carcaça do Circuito Boi Verde. O título já havia sido conquistado em 2008. “A genética ajuda a diminuir a idade de abate dos animais, produz animais de melhor qualidade e aumenta o peso de desmama. São animais com melhor produção de carne e cobertura”, diz Reinaldo. O animal 100% nelore abatido no circuito é filho do touro CEN Adonis, conhecido por produzir machos de alto valor agregado e fêmeas extremamente férteis e funcionais.

“A genética ajuda a diminuir a idade de abate dos animais, produz animais de melhor qualidade e aumenta o peso de desmama” A carcaça avaliada em um lote com outros 110 animais obteve nota 9,45 em cronologia, enquanto a média geral do abate foi 9. Já na característica peso, a nota foi 9,72, enquanto a média geral foi 8,82, e no acabamento a nota foi 9,68 e a média geral 8,68. Adonis além de transmitir ganho de peso e funcionalidade aos seus filhos tem a garantia de fertilidade através do Concept Plus, um programa idealizado pela Alta para avaliar o potencial de concepção dos touros de sua bateria.

CEN 6884 Adonis TE

Brasão da ENSA

Sobre a Regional Atuando no oeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Berrante é a maior regional da Alta. Sua equipe presta serviços como implantação de programas de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), acasalamento dirigido, seleção por programas de avaliação genética e cursos de inseminação artificial. Mais informações pelo telefone (67) 3383-6000.

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CASOS DE SUCESSO

FAZENDA SÃO BENTO SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL E DOS ANIMAIS

Os irmãos José Antônio Furtado e Antônio Furtado, proprietários da fazenda

A história da Fazenda São Bento na pecuária começa há muitos anos, quando o bisavô de Sérgio de Andrade Costa saiu de Ituiutaba, no Pontal do Triângulo Mineiro, e se mudou para a região do Vale do Paraíba. Há 50 anos, o avô, Francisco José de Andrade Costa, iniciou um projeto no Vale do Paraíba. Após a desapropriação de mais de 80% da fazenda pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), seu filho, Danilo de Andrade Costa, deu continuidade à atividade leiteira, com um plantel meio sangue (Girolando) em sistema de produção a pasto, com bezerro ao pé e ordenha manual. Entre 2009 e 2010, Sérgio de Andrade Costa, filho de Danilo, já formado em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e com Mestrado em Ciência do Solo, assumiu a fazenda e iniciou um projeto de longo prazo (10 anos) para tornar a mesma em empresa modelo no setor. “Inicialmente, o rebanho, na época, era do meu avô e do meu pai. Um rebanho mestiço, com 58

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animais mais apurados para o Gir Leiteiro. O plantel chegava a 70 vacas em lactação, no máximo, com média de 8 a 9 litros/dia, em duas ordenhas. A fazenda sempre teve boa estrutura, curral e benfeitorias, mas não focava no manejo intensivo das pastagens ou na gestão zootécnica. A alimentação era semelhante para todo o plantel e eram realizadas duas ordenhas, tendo como fonte principal de alimento o capim-elefante picado com farelo de trigo, cevada e, às vezes, farelo de soja e polpa cítrica. No inverno, entrava um pouco de cana fresca na dieta. As bezerras mestiças eram criadas a pasto e toda a pastagem era de braquiária, sem manejo rotacionado ou adubação”, explica Sérgio. Hoje, o plano genético da fazenda é voltado para a longevidade e a sanidade. A produção diária é de cerca de três mil litros de leite por dia, com 190 vacas em lactação. A área destinada à pecuária de leite é de 80 hectares e a taxa de concepção média está em 40%. As bezerras são criadas em casinhas individuais, recebendo seis litros por dia (depois reduz para três) até desmamarem, com 60 dias. Após esse período, pas-

sam 10 dias recebendo concentrado e água e são transferidas para um lote de desmama, onde permanecem temporariamente até ser levadas a um centro de recria terceirizado (Agropecuária KR), no município de Guaratinguetá (SP). Lá, permanecem até que estejam prenhes e retornam à fazenda, com 60 dias, para parir no pré-parto. É paga uma diária por bezerra criada, tudo acordado via contrato, inclusive, com os animais assegurados. “Buscamos mostrar que o leite é um alimento nobre, resultante de um trabalho árduo, de muita paixão, priorizando as pessoas que viabilizam esse rico alimento. Um alimento que, além de nutrir, transmite um sentimento de proximidade com a vida rural. Buscamos o respeito ao meio ambiente, aos animais e às pessoas envolvidas no processo”, salienta. Desde que Sérgio iniciou o novo projeto, a Alta tem sido importante parceira, não só oferecendo genética, mas também viabilizando cursos de inseminação na região da fazenda. “A atenção dada e a crença em nosso projeto tornaram-se fortes parceiras da Alta. Hoje, a empresa, inclusive,


utiliza nossa estrutura para ministrar treinamentos da sua própria equipe. Além do mais, sempre que solicitada, nos fornece cursos de reciclagem no setor de reprodução, assim como outras temáticas, abordando escore corporal, locomoção, dentre outras. A Alta representa uma das poucas empresas do setor privado que, realmente, se coloca à disposição. Seu representante aqui na região, o Toninho, é um amigo, bem quisto por todos da equipe. Nosso vínculo hoje é muito forte. Sempre procuramos manter a Alta a par dos nossos projetos, sonhos e conquistas”, enfatiza. O projeto da São Bento está hoje na segunda geração de animais nascidos e Sérgio destaca os impactos positivos em todos os touros utilizados. Dentre eles os principais são Jay-z e Wildman.

animais, não foi necessário tanto esforço para atingirmos esta posição. Só foi preciso organização e planejamento”, reforça Sérgio. A Fazenda São Bento se baseia no princípio da “ethicsquality”, ou seja, qualidade com ética, por isso, o tripé: sustentabilidade ambiental, social e dos animais. Novos projetos A empresa pretende aumentar a escala de produção a partir do incremento na produtividade dos animais, buscando chegar a quatro mil litros de leite diários, com 200 animais em lactação e mantendo suas metas de qualidade do

leite como prioridade (CBT abaixo de 10 mil, CCS abaixo de 250, gordura acima de 3,7% e proteína acima de 3%). Em paralelo, a empresa trabalhará para obter mais duas certificações, uma atrelada à parte social e a outra à ambiental. “Com os selos, volume e qualidade de leite, a empresa verticalizará a produção, construindo uma indústria na fazenda na qual elaborará produtos finos, com qualidade e que tragam inovação ao segmento, focando em um nicho de clientes específico, alinhado com a filosofia da empresa para produzir leite, ou seja, MEQ - leite, educação e qualidade”, finaliza o empreendedor.

Touro destaque

Certificado de bem-estar animal Em 2016, a Fazenda São Bento recebeu o Certified Humane, um certificado internacional que representa um selo da qualidade e bem-estar dos animais envolvidos no sistema de produção. Só possuem este selo fazendas com filosofia de produção voltada para a qualidade do leite, das pessoas que o produzem e dos animais envolvidos no processo. “A certificação nada mais foi que o resultado de ações conjuntas, que priorizaram a educação no sistema de produção. Priorizar a formação de jovens no setor rural foi imprescindível para conseguirmos este selo. Como já vinha no DNA da família e da fazenda priorizar a qualidade de vida dos

Alta 5G

Sobre a Regional A regional Taubaté é parceira da Alta há 14 anos. A equipe é composta por zootecnistas, agrônomos, médicos veterinários e técnicos agrícolas, que prestam serviços aos clientes em melhoramento e acasalamento de rebanhos leiteiros. A equipe conta também com técnicos que trabalham em nutrição. O telefone para contato é (11) 3876-9840.

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ENTREVISTA

TOBIAS FERRAZ, UM COMUNICADOR A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO agrícola e pesquisador na Unicamp; minha irmã Maria Emília trabalhou com controle biológico de pragas no extinto Planalçúcar. Antes de me formar no colégio como técnico em Açúcar e Álcool, eu já trabalhava num laboratório de análises agronômicas, com análise de solo, análise foliar, teste de herbicidas e adubos. Trabalhei na destilaria da Usina Palmeiras, da família Baggio. Quando o jornalismo “me encontrou”, eu já queria a editoria agropecuária, ou rural, como falávamos na época.

Natural de Araras (SP), Tobias Ferraz é técnico em Açúcar e Álcool e Jornalista, graduado pela Universidade de Uberaba (Uniube), que iniciou carreira como comunicador, muito antes de se formar, ainda na década de 1980. Na década de 90, investiu no jornalismo especializado, voltado para a editoria de agronegócio. Somou experiência na Revista “Hippus” – especializada em cavalos, Notícias Agrícolas, Bureau Agribusiness e, atualmente, trabalha no Canal Terraviva. 60

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Como a profissão o levou para o caminho do agronegócio? Descendente de produtores rurais por parte de pai e de mãe e nascido e criado num município agrícola, cresci ouvindo falar sobre safra boa, safra ruim, geada e todas as variáveis que compõem a produção. Então, para mim, sempre foi muito clara, desde criança, a importância da roça, mesmo antes de entender o que era economia. Meu irmão mais velho, Antonio Carlos – professor Carlão –, é engenheiro

Você acredita que canais abertos e fechados de TV destacam a real importância do setor para a economia do país? Sou supersuspeito para falar sobre isso. Na minha opinião, os chefes de jornalismo das grandes empresas têm uma cabeça de gente da cidade – muitos se esqueceram de que vieram de municípios agrícolas – e, por isso, o campo tem pouca presença nas edições diárias. Um exemplo desse cosmopolitismo nas redações é a previsão do tempo. A “mocinha do tempo” fala que vai gear e só se comenta o turismo


na Serra Gaúcha; não fala que vai queimar lavoura. O foco dos grandes jornais ainda é muito São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. As redações não se importam com o crescimento da pecuária, com a ocupação do cerrado ou com a riqueza do Centro-Oeste. Para falar do jornalismo agro, temos muito ainda o que aprimorar, mas estamos bem. Temos revistas excelentes e os canais de TV especializados têm buscado a excelência. As dificuldades são inúmeras. Fazer TV é muito caro e nem sempre os patrocinadores estão dispostos a investir.

“Então, para mim, sempre foi muito clara, desde criança, a importância da roça, mesmo antes de entender o que era economia” O que falta para conectar o Brasil com o agro por meio das mídias? Falta conhecer o Brasil. Hoje, os jornalistas passam férias no exterior. Não sabem o que está acontecendo no Mato Grosso, no Maranhão, em Rondônia. Existe uma ignorância sobre o Brasil agropecuário. Você conhece bem o Brasil rural. Como o pecuarista pode produzir mais e garantir lucros? A profissionalização da pecuária de corte e de leite é um

capítulo recente para a maioria dos pecuaristas. Tem uma porcentagem muito pequena de produtores que se capacitou administrativa e tecnicamente para a busca de resultados. O governo do presidente Collor sucateou o Extensionismo Rural e isso trouxe um atraso muito grande para a capacitação dos produtores. Falta investimento em transferência de tecnologia. A própria Alta produz esses dados pra gente. Nas conversas com o Everardo, com o Labury, com o Longas, a gente fica sabendo o tanto que a inseminação artificial pode crescer no Brasil, mas falta política pública séria e bem elaborada para que isso aconteça. Acredito muito nessa nova geração de técnicos que estão no campo, nos jovens produtores e em uma volta de rumo para o país. Só com planejamento, metas e com a sociedade brasileira convencida de que o agro é a sustentação da economia é que vamos conquistar a estabilidade econômica. Como diz o Dr. Roberto Rodrigues, “a agricultura e a pecuária precisam ser um projeto de nação da sociedade brasileira”. O mercado de produção de carne varia de região para região. Qual paralelo você faz entre o Sul, Centro Oeste e Norte? O Sul é gado europeu, cota Hilton e pouco volume. O Centro Oeste é um mistério ainda. Tem o maior rebanho nacional. Só o Mato Grosso tem 29 milhões de cabeças. Como o Nelore domina, a inseminação artificial vem trazendo ganhos e padronização para a carne dessa região.

Cresce no número de projetos e de pecuaristas que investem até mesmo em marcas de carne de qualidade diferenciada com cortes de gado cruzado. A criação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) é um marco para o estado e para o país, porque vai disseminar e certificar essa carne. O Norte ainda tem tudo para ser feito. É uma região com muitos problemas fundiários, uma região onde ainda estamos aprendendo como é o manejo e como integrar produção com preservação. Mas vemos exemplos no Pará, em Rondônia e no Tocantins de extrema tecnificação e em conformidade ambiental e trabalhista. Tem muito trabalho pela frente em quase todo o Brasil.

“Só com planejamento, metas e com a sociedade brasileira convencida de que o agro é a sustentação da economia é que vamos conseguir estabilidade” Qual a sua análise da evolução do melhoramento genético desde que se especializou na área? Tenho 54 anos, sou do tempo do “boi alongado”, aquele boi que era esquecido no pastão extensivo, por seis ou sete anos, para ir para o abate. Hoje, vemos projetos com boi de dois

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ENTREVISTA

da por todas as regiões, todos os dias, numa edição de telejornal. No meu caso, por exemplo, eu não falo só de pecuária; tem os grãos, os pequenos animais, fruticultura, mercado, pragas e doenças, clima, práticas agrícolas e pecuárias. Enfim, tem dia que a gente sente que cada produtor, técnico e pesquisador estão na Redação com a gente, porque passam informações, mas, na maioria dos dias, o trabalho do jornalista é solitário no garimpo da notícia. Já a construção do jornal ou da revista é um trabalho coletivo. O Brasil é desafiador até para a cobertura do jornalismo agro.

anos, com 18 ou 19 arrobas. O brasileiro é fora de série em melhoramento de gado. Precisamos agora olhar para o leite. Tirando meia dúzia de fazendas de excelência, nossos números médios são muito ruins, mas os técnicos começam a fomentar essa melhoria e as políticas públicas estão apertando as normas de qualidade para que o leite brasileiro seja de alto padrão. O perfil do pecuarista tem mudado? Eu não diria que o perfil tenha mudado. O que vemos hoje são pecuaristas de vários perfis. Aquele que não se modernizar e não adotar tecnologia vai ser

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obrigado a vender a fazenda. A terra já não é sinônimo de garantia de renda. A sociedade cobra cada vez mais que a produção seja integrada e as pressões ambientais cobram o uso de espaço cada vez menor. Vai sobrar na pecuária quem entender o compasso e dançar no ritmo dos novos tempos. Quais as principais dificuldades de trabalhar com jornalismo voltado para o agronegócio? Jornalista é “um bicho” que quer ficar sabendo de tudo antes de qualquer um, então, só pelo tamanho do nosso país, é impossível a gente dar uma passa-

“O brasileiro é fora de série em melhoramento de gado. Precisamos agora olhar para o leite” Qual a reportagem que mais marcou a sua vida? Fiz grandes e boas reportagens. Conheci criadores e agricultores fantásticos. A vida como jornalista agropecuário sempre foi muito generosa comigo. Mas, para um jornalista que não perde o espírito de repórter, a reportagem mais marcante sempre está por vir. Qual o principal valor que o jornalismo lhe trouxe? Concordo com o saudoso jornalista Cláudio Abramo quando ele diz: “O jornalismo é o exercício diário do caráter”.


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