Pecuária em Alta Edição 19 - Agosto/Setembro 2018

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PALAVRA DO DIRETOR

Se você é um cliente progressista e está preocupado com a rentabilidade do seu negócio, gostaria de convidá-lo a ler toda esta edição com muita atenção. Folhear esta revista é mergulhar nos avanços do nosso setor. Nesta edição, trouxemos notícias e informações que exemplificam o crescimento da pecuária brasileira através dos vários sistemas de produção que nela estão inseridos, seja no corte ou no leite. Na capa, apresentamos os novos resultados do Concept Plus, o programa exclusivo da Alta que identifica touros de fertilidade superior à campo. Em 5 anos de coleta de dados, o programa evoluiu de forma impressionante. Saltou de 78 colaboradores na estação de monta 2013/14 para mais de 230 em 2017/18. Já em quantidade de fazendas, no mesmo período, o número cresceu de 700 para quase 1.800. Ao todo, na base de dados já são 2.800.000 dados avaliados. Todo esse aumento é traduzido em resultados. O programa se destacada por deter a maior variação de perfil, segmentação e origem dos touros identificados como alta fertilidade. Este ano, apresentamos ao mercado 93 touros Concept Plus, sendo destes 45% zebuínos e 55% taurinos. Essas são informações valiosas para a nossa pecuária, pois, de nada adianta investir em infraestrutura, alimentação, gestão e equipe se o sêmen não for fértil e não emprenhar a vaca. Melhoramento genético só ocorre se houver concepção. Além disso, o conteúdo da revista está repleto de outros assuntos elaborados por nossos técnicos e exemplos de parceiros de sucesso que em parceria com a Alta vem obtendo cada vez mais lucro em seus negócios. Espero que gostem do que preparamos e principalmente, que a partir desta leitura, nós da Alta, o ajude a ter cada vez mais clareza na sua tomada de decisões. Tenha uma ótima leitura.

Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil

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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Heverardo Rezende de Carvalho

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Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) renata.paiva@altagenetics.com Colaboradores desta edição Ana Luiza Galvão, Angela Bittencourt, Ângelo Roberti, Emerson Alvarenga, Guilherme Marquez, Júlia Gazoni, Luiza Mangucci, Manoel Sá Filho, Paula Tiveron, Pedro Monteiro, Rafael Azevedo, Rafael Quaquio.Ricardo Bertola, Roberta Gestal, Rodrigo Ferri e Tiago Ferreira. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br

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ESPECIAL GENÔMICA Tecnologia auxilia na maximização da produtividade, otimização do tempo e redução do impacto ambiental

ALTA NEWS EM SINTONIA Acompanhe os eventos, as feiras e as novas parcerias da empresa

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LEITE POR QUE AS VACAS NÃO EMPRENHAM? As vacas leiteiras nem sempre emprenham após a primeira tentativa de inseminação, por diversas causas

Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com José Maria Matos - jmmatosfotografo@gmail.com Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação indiara@indiaraassessoria.com.br Tiragem: 5 mil exemplares Impressão: Gráfica 3 Pinti

Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorar a lucratividade de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Tornar-se a marca global que seja a melhor escolha para produtores progressivos dos segmentos de leite e corte. Valores: Foco, pessoas e competências, coesão, dinamismo, relacionamento, comunicação e ética.

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CAPA CONCEPT PLUS Identificação de touros férteis potencializa retorno de investimento da Inseminação Artificial


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PROGRAMAS E SERVIÇOS CROSS MATE Conheça o programa que intensifica o progresso genético com cruzamentos de raças zebuínas

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GIRO NO CAMPO Acompanhe os filhos e as filhas dos touros Alta e o cuidado dos profissionais com os rebanhos

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CRIAÇÃO DE BEZERROS VOCÊ SABIA QUE PODE CORRIGIR E ENRIQUECER A QUALIDADE DO COLOSTRO?

EVENTOS MEGALEITE DIVULGA SUMÁRIO DA GIROLANDO Feira consagra Alta nas pistas e na liderança do sumário da raça Girolando

Produto apresenta nova alternativa de utilização para facilitar a vida do produtor

RAÇAS ALTA LANÇA CATÁLOGO DE LEITE NACIONAL Conheça os melhores exemplares das raças Girolando, Gir Leiteiro, Sindi e Guzerá

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CASOS DE SUCESSO FAZENDA NICOMAR Um exemplo de lucratividade e sustentabilidade

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CORTE VALE A PENA CASTRAR OS ANIMAIS PARA TER ACABAMENTO MAIS CEDO? Conheça os detalhes que podem fazer diferença na hora da escolha

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ENTREVISTA RODRIGO PATUSSI Especialista em Gestão defende a profissionalização da pecuária como saída para garantir lucros

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ESPECIAL

GENÔMICA

A EVOLUÇÃO DO MELHORAMENTO GENÉTICO

por Roberta Gestal, técnica de corte da Alta, e Angela Bittencourt, equipe Melhora + Consultoria Genética

Um dos grandes desafios da pecuária atual é o aumento da eficiência produtiva, sem deixar de lado a preocupação em minimizar os impactos ao meio ambiente. Além disso, as estimativas de crescimento da população mundial e a demanda dos consumidores por proteínas de alta qualidade é um fator imprescindível a ser levado em consideração pela cadeia produtiva da carne e do leite. Nos últimos 30 anos, tivemos 6

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uma grande evolução na produtividade da pecuária nacional, resultante da mudança de foco da seleção que, antes, se baseava apenas em peso - no caso da pecuária de corte - voltando o olho do criador para outras características importantes economicamente, como, por exemplo, habilidade materna, precocidade sexual e características de carcaça. Com o surgimento dos programas de melhoramento genético, passamos a medir estas e

muitas outras características nos animais e em suas progênies. Com as informações resultantes deste processo, tornou-se possível obter predições sobre o desempenho dos reprodutores utilizados – as famosas “DEPs: diferenças esperadas na progênie”, que já se consolidaram como ferramenta indispensável para o pecuarista escolher touros e matrizes com maior confiança nos resultados para seu rebanho. No melhoramento genético, o objetivo principal é identificar os indivíduos geneticamente superiores para características de importância econômica, aumentando a média da safra a cada geração. O número de animais avaliados por programas de melhoramento tem crescido ano a ano, mostrando que a tecnologia realmente traz resultados e que, se o criador tiver foco e fizer a lição de casa corretamente, os resultados chegam. Porém, o caminho ainda é longo, pois é difícil avaliar características que são evidenciadas apenas quando o animal atinge a maturidade, causando um atraso na verificação dos resultados da seleção. Se considerarmos a acurácia, que é o grau de confiabilidade das informações de um reprodutor, a demora é ainda maior, pois temos que aguardar as avaliações de suas progênies para ter maior certeza nos seus resultados. Entretanto, este panorama


está sendo transformado, graças a uma tecnologia que acreditamos ser a evolução do melhoramento genético e que veio para ficar: a seleção genômica. Explicando de maneira simplificada, com a genômica é como se pudéssemos enxergar dentro do animal, ou seja, aquilo que ele realmente carrega em seu código genético e a capacidade de transmitir aos seus filhos. Até alguns anos atrás, era possível medir somente aquilo que o animal e suas progênies expressam e, como já mencionamos anteriormente, essas medidas demandam tempo – muitas vezes só percebíamos que um reprodutor não era eficiente em transmitir suas características positivas quando já era tarde demais, acarretando em perda de tempo, de produtividade e, principalmente, de dinheiro investido. Hoje, com a genômica, é possível avaliarmos o potencial genético de um animal a qualquer momento, seja para acelerar o ganho genético ao selecionar animais muito mais jovens ou para evitar investir tempo e dinheiro em reprodutores que não correspondem ao que buscamos.

“Economizamos tempo e reduzimos custos, principalmente quando se trata de características que dependem de teste de progênie, como as maternais e reprodutivas, nas fêmeas” dos indivíduos pertencentes à mesma espécie, existem algumas posições nas quais há variabilidade entre indivíduos. Essas posições são chamadas de polimorfismos de DNA. Esses polimorfismos podem atuar como marcadores genéticos, pois são transmitidos, associados a outros genes localizados na região próxima a eles e podem ser a base do que diferencia um indivíduo de outro. São os famosos SNPs, de que tanto se tem falado recentemente. O nome SNP vem do inglês “Single Nucleoti-

de Polimorphism”, que significa “polimorfismo de nucleotídeo simples”. É o marcador genético utilizado, atualmente, para seleção genômica. Pela associação de um grande número de SNPs em todo o genoma, com fenótipos conhecidos, é possível estimar o desempenho da progênie de um animal para cada característica avaliada, com base na informação contida no seu DNA. Agora, com as análises genômicas, a informação do DNA do animal pode ser incorporada à sua DEP no programa de melhoramento genético, incrementando a confiabilidade da informação sobre o potencial genético de um animal, especialmente nos mais jovens. É como se pudéssemos, de certa forma, prever o futuro. Desta forma, economizamos tempo e reduzimos custos, principalmente quando se trata de características que dependem de teste de progênie, como as maternais e reprodutivas, nas fêmeas. Reduzindo o intervalo de geração, o ganho genético é potencializado e melhora a estabilidade econômica dos criadores.

Benefícios da genômica A genômica nada mais é que o estudo do DNA de uma espécie, visando encontrar genes ou conjuntos de genes relacionados às características de interesse, obtendo um mapeamento dessas características que, no caso dos bovinos, pode ser usado para fins de seleção. Embora uma grande porcentagem do genoma seja a mesma para a maioria

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ESPECIAL

Ouve-se muito por aí que não é possível selecionar por meio de números, que genética não é matemática e sim biologia; mas será que é isso mesmo? Em parte, sim. Genética é biologia, mas também é matemática. Avaliações genéticas se baseiam em probabilidade. Quando um animal nasce, sua DEP se baseia apenas em informações de pedigree, portanto, a probabilidade de sua informação se alterar à medida que seu próprio desempenho seja computado e, especialmente depois que se reproduzir e ter filhos avaliados, é alta. Ele pode ter sua avaliação melhorada ou piorada e sua acurácia (grau de confiabilidade da DEP) aumenta à medida que mais informações de progênie são inseridas. Quanto maior a acurácia, menor a margem de erro ao utilizarmos as avaliações. Já sabemos que o ganho genético é maximizado com o uso de animais jovens; então, como minimizar os erros causados pela baixa acurácia? É aí que a genômica entra no jogo, como uma ferramenta crucial para quem quer aumentar seus índices de acerto, acelerando resultados com muito mais precisão. Estamos sim no caminho certo, utilizando avaliações genéticas tradicionais, porém em velocidade e eficácia menores. Com a genômica, é como se trocássemos a bicicleta por uma moto: chegaremos aos nossos objetivos com muito mais velocidade. Mas, cuidado: para acelerar resultados, temos que ter muito bem definido onde queremos chegar! Uma ferramenta mais poderosa demanda maior atenção. É essencial saber interpretar e utilizar da forma correta todas 8

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as informações disponíveis para, assim, utilizar a matemática a nosso favor pelo aumento da probabilidade de acertos na seleção. Aquele 100% de acerto é praticamente impossível, mas podemos nos munir de informações confiáveis para chegar cada vez mais perto disso.

“Reduzindo o intervalo de geração, o ganho genético é potencializado e melhora a estabilidade econômica dos criadores” Na prática, a seleção genômica tem contribuído de muitas formas: - Aumentando a acurácia das DEPs em animais jovens. - Reduzindo a consanguinidade pela possibilidade de identificar mais precisamente as relações entre os animais. - Na seleção de características de baixa herdabilidade ou difíceis de se medir, como as reproduti-

vas, de habilidade materna, de carcaça, eficiência alimentar, etc. - Na seleção de fêmeas de reposição, tanto para produção de genética quanto em rebanhos comerciais. - No direcionamento dos acasalamentos para maximizar o ganho genético, além de controlar a endogamia. - Diminuindo o intervalo de gerações pela combinação com tecnologias de reprodução (Fertilização In Vitro, Transferência de embriões, etc.). Concluindo, as ferramentas genômicas podem incrementar a eficiência e a lucratividade da produção animal por proporcionarem a tomada de decisões mais acertadas no processo de seleção. Com a tendência à redução de custo e ao aumento dos limites que as tecnologias podem prover, é cada vez mais importante a coleta de dados fenotípicos relacionados às características que impactam a lucratividade e a qualidade dos produtos gerados. A utilização da genômica favorece, atualmente, a tão necessária sustentabilidade na produção animal, por meio da maximização da produtividade com otimização de tempo e menor impacto ambiental.

Fórum da Pecuária Eficiente Seleção Genômica

23/08 14:00 - 18:00

• Palestra: Fernando Baldi Prof da Unesp Jaboticabal e Pesquisador Associado da ANCP • Cases de sucessos Faça sua inscrição no nosso site: www.altagenetics.com.br


Angela Bittencourt, equipe Melhora+ Consultoria Genética

Roberta Gestal, técnica de corte da Alta

Zootecnista formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e integrante da equipe Melhora+ Consultoria Genética

Zootecnista pelas Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e mestre em Genética e Melhoramento Animal pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). É consultora da Melhora + Consultoria Genética e técnica de Corte da Alta

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ALTA NEWS

ALTA MARCA PRESENÇA NO “MELHORES DE MINAS” DA RAÇA HOLANDESA Considerado o “Oscar” da Raça Holandesa do Estado de Minas Gerais, o prêmio “Melhores de Minas” foi realizado durante a Megaleite, em Belo Horizonte, em 22 de junho. O evento é organizado pela Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais e contou com a Alta como patrocinadora. Nesta 20ª edição, 38 produtores receberam a premiação. Cerca de 240 pessoas participaram, dentre produtores de leite e seus familiares, autoridades, representantes do Governo do Estado de Minas Gerais, técnicos e outros. Marcaram presença os técnicos da Alta, Túlio Marins e Ricardo Bertola (escolhido como o mestre de cerimônia do evento); o gerente de Lei-

te Importado, Fábio Fogaça; o gerente de Leite Nacional, Guilherme Marquez; e os distritais da Alta, Rodrigo Longo e Glauco Freire. Os associados foram premiados em diversas categorias: produções vitalícias, lactações individuais, produções de sólidos, melhores rebanhos, classificações para tipo e, também, resultados do ranking de exposições homologadas em 2017. Produtos de genética Alta figuraram praticamente em todas as categorias, com destaque para as maiores lactações vitalícias: 25% dos animais, com mínimo de 70 mil Kg de leite, no controle leiteiro oficial, são produtos Alta. “A nossa filosofia é comercializar genética para

Fábio Fogaça, Gerente de produto Leite Importado, Guilherme Marquez, Gerente de produto Leite Nacional e Rodrigo Longo, Gerente Distrital

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obter animais de alta produção, saúde para gerar vacas livres de problemas e, consequentemente, vida produtiva mais longa. Tudo isso traz mais rentabilidade aos produtores”, completa Fábio Fogaça. Outros produtos Alta também se destacaram em demais categorias, como nos animais melhores classificados para tipo.


ALTA É PARCEIRA DO MAIS GENÉTICA EM MINAS GERAIS O programa Mais Genética objetiva o melhoramento genético do gado leiteiro e de corte, a fim de aumentar a produtividade e a renda dos pequenos produtores rurais de Minas Gerais. Dentre as ações do programa, estão a formação de inseminadores, a doação de botijões de sêmen, o instrumental de inseminação e o material genético. A Alta é parceira do Mais Genética e participou de um circuito de palestras realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, localizado em Muzambinho. O gerente

“Já são mais de 11 mil vacas inseminadas. Minas Gerais dará um salto enorme na produção de leite, por vaca, nos próximos anos. Os animais escolhidos são de genética superior e a Alta se sente orgulhosa de fazer parte desse projeto”

de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, palestrou sobre “Graus de Sangue da Raça Girolando”. Na ocasião, foram apresentadas as primeiras bezerras nascidas do projeto. “Já são mais de 11 mil vacas inseminadas. Minas Gerais dará um salto enorme na produção de leite, por vaca, nos próximos anos. Os animais escolhidos são de genética superior e a Alta se sente orgulhosa de fazer parte desse projeto”, salienta o gerente. O programa é firmado por

convênio entre os governos estadual e municipal, com apoio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo (Emater), do Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (Girolando).

Resultados - 24 mil doses de sêmen já adquiridas - 13 mil vacas inseminadas - 63 botijões de sêmen distribuídos - 57 motos para os inseminadores - 73 inseminadores capacitados - 31 cidades oficialmente no Mais Genética – (58 atendidas no total) - instrumental de inseminação (luvas, bainhas, pipetas)

Guilherme Marquez, gerente de de produto Leite Nacional

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ALTA NEWS

ALTA E PROGEN REALIZAM SHOWCASE NO RIO GRANDE DO SUL Mais de 30 criadores e veterinários estiveram juntos para mais uma edição do Showcase realizado pela Alta e Progen, no Rio Grande do Sul, em meados do mês de junho. Grupos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e do Rio Grande do Sul começaram as visitas na Estância Santa Prenda, conhecida por ser referência nas raças Hereford e Braford, onde foi oferecido um jantar. É de lá o renomado touro Vermelho 27, melhor touro da Nacional Braford 2010, identificado como Concept Plus, desde 2016. A recepção ficou por conta do proprietário, Sérgio Barbieri, juntamente com o técnico Miguel Ferreira. Eles contaram a história da fazenda, que já possui mais de 20 anos de seleção para produção de carne de qualidade. No segundo dia, os participantes acompanharam um desfile de touros na Progen, central parceira da Alta, no município de Dom Pedrito. Conheceram os reprodutores taurinos coletados na central, o biótipo e os dados técnicos de cada animal. Também houve visita à Estância Guatambu, importante fornecedora de genética para a Alta. Trabalhando com um sistema de ciclo completo, a propriedade utiliza, como base do plantel, animais das raças Braford e Hereford. Dentre os destaques

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da bateria Alta estão Lafite, da raça Braford, consagrado Concept Plus, desde 2015; Tapera e Guabiju, a mais recente contratação da raça Hereford. Na oportunidade, o grupo conferiu o sistema autossustentável construído para produzir energia a partir da luz solar. No terceiro dia de evento, a visita foi à Cia Azul. O rebanho tem 60% Angus, 30% Braford e 10% Brangus. A especialidade é a comercialização de genética de alto padrão, possuindo como base para sua seleção, além das características fenotípicas, as Diferenças Esperadas na Média das Pro-

gênies (DEP’s) dos sumários Promebo, Conexão Delta G e Natura. A estância é berço de reprodutores da bateria Alta, que integram o Concept Plus, como Touareg, Wolf, Nacional. Também se destacam Kodak, Ébano, Roger e Avatar. A próxima parada foi na GAP Genética, focada na seleção da raça Brangus, que também atua com Angus, Braford, Hereford e cavalos Crioulos. O rebanho é composto por 7.000 bovinos, sendo 3.500 matrizes submetidas à reprodução aos dois anos, em média. Animais importantes da bateria Brangus da Alta são da


seleção da GAP, como Negrito, Chumbo Grosso e WhatsApp. Também se destacam Russo, da raça Red Brangus, e GAP Sinuelo, da raça Braford. No último dia do showcase, os convidados conheceram o Frigorífico Silva, onde são abatidas, aproximadamente, 750 cabeças/dia. Chama a atenção o abate técnico, com Certificação de Carne Angus e Hereford. A raça Angus possui como exigência que os animais tenham, ao menos, 3mm de gordura, até quatro dentes e padrão racial. Quanto mais jovem o animal e mais pesada a carcaça, maior a bonificação, que pode chegar até 12% do valor da arroba. Já para certificação de Hereford é exigido que os animais tenham, pelo menos, 3mm de gordura. Além da avaliação do padrão racial, para o Hereford são aceitos até seis dentes e, para o Braford, até quatro dentes. O chamado Careta, fruto do cruzamento do Hereford com Angus, pode se encaixar nos dois programas, porém, recebe bonificação de apenas um dos dois. Em ambos os programas foi salientada a importância de os animais terem acabamento e capa de cobertura, principalmente nas regiões da picanha, fraldinha, maminha, costela e lombo (contrafilé), objetivando a produção de carne de melhor qualidade.

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LEITE

POR QUE AS VACAS NÃO EMPRENHAM? por Andrew Sandeen, Penn State University, com tradução de Angelo Roberti Neto As vacas leiteiras nem sempre emprenham após a primeira tentativa de inseminação. Há uma variedade de causas que pode contribuir para o fracasso da concepção. Elas são inseminadas, mas, dentro de um mês ou dois, exigirão outra inseminação ou, inesperadamente, aparecem vazias. O que está acontecendo? Por que há tantas vacas que não emprenham? Mesmo quando uma atenção cuidadosa é oferecida ao manejo reprodutivo, as taxas de sucesso podem ser decepcionantes. Há muitas explicações possíveis: anovulação, predisposição 14

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“A fertilidade pode ser reduzida como resultado do estresse térmico que ocorreu até vários meses antes da ovulação” genética, tempo inadequado de inseminação, problemas com armazenamento do sêmen, técnica de inseminação artificial (IA), morte embrionária, infecção, estresse calórico, problemas metabólicos... E a lista continua. Para este artigo, vamos nos concen-

trar nas quatro razões principais pelas quais as vacas não emprenham. Ela está saudável? Em termos de saúde, três aspectos são claros: 1 - distúrbios pós-parto são comuns em rebanhos leiteiros; 2 - distúrbios pós-parto levam a uma cascata de outros problemas de desempenho; 3 - as relações entre diferentes distúrbios e vários índices de produção são complexas. Em uma série de estudos realizados recentemente, os efeitos dos distúrbios pós-parto (reten-


ção de placenta, metrite, mastite, claudicação, problemas digestivos ou problemas respiratórios) se estendem por mais de quatro meses em muitos casos. Alguns especialistas documentaram os impactos negativos no desenvolvimento do embrião, no reconhecimento materno da prenhez e no ambiente uterino. As vacas diagnosticadas com uma desordem entre o momento do parto e a IA eram de sete a dez pontos percentuais menos propensas a emprenhar do que suas companheiras saudáveis. A diarreia viral bovina (BVD) e a infecção crônica pela leptospirose são duas das infecções mais problemáticas que podem também levar à infertilidade e à perda precoce da prenhez. Programas completos de vacinação são importantes. A condição corporal avaliada em um único momento após o parto pode não ser tão significativa quanto a mudança na condição corporal que ocorre durante as primeiras semanas após o parto. Outros especialistas notaram uma queda notável na condição corporal que afeta negativamente a fertilização e a qualidade do embrião, enquanto as vacas que são capazes de manter a condição corporal têm respostas reprodutivas mais favoráveis. Vacas leiteiras em lactação são particularmente suscetíveis ao estresse calórico. Seus corpos produzem muito calor que, em combinação com o clima quente, podem causar danos a oócitos e embriões jovens. A fertilidade pode ser reduzida como resultado do estresse térmico que ocorreu até vários meses an-

tes da ovulação. Curiosamente, os efeitos negativos do estresse por calor podem ser contornados com a transferência de embriões porque um embrião de uma semana está além dos estágios vulneráveis quando o estresse térmico causa a maior parte de seus danos.

“A baixa fertilidade com certas doses de sêmen é mais provável devido ao inadequado armazenamento, descongelamento ou manuseio do sêmen” Ela ovulou? Independentemente de quaisquer outros fatores, se um folículo não ovular, não há como estabelecer uma prenhez. Anovulação, um termo que descreve quando as vacas não ovulam normalmente, pode ser resultado de uma má saúde pós-parto, mas também pode estar relacionada à alta produção de leite na vaca leiteira moderna. Especialistas salientam que, em média, a anovulação acontece em pelo menos 20% das vacas leiteiras que estão fora do período de espera voluntária, comum de 60 dias. A falta de ovulação não só significa oócitos não disponíveis para fertilização, mas, também, que as concentrações circulantes de progesterona são baixas du-

rante o desenvolvimento folicular. Está ficando cada vez mais claro que o ambiente hormonal durante o desenvolvimento folicular afeta a qualidade do oócito e que as concentrações mais altas de progesterona nos dias anteriores à ovulação têm um impacto positivo na fertilidade. Ela foi inseminada corretamente com sêmen de alta qualidade? Espermatozóides e oócitos ovulados têm uma vida útil limitada no trato reprodutivo. No entanto, os espermatozóides também precisam passar várias horas no trato reprodutivo antes de terem capacidade de fertilização, durante as quais eles fazem sua jornada de onde quer que tenham sido depositados até o local da fertilização no oviduto. Embora haja argumentos para alguma flexibilidade, o momento apropriado da inseminação ainda é crítico: pode significar a diferença entre fertilidade ótima e marginal. O ideal é que a inseminação seja baseada na detecção de cio, independentemente de se tratar de métodos tradicionais de detecção visual ou métodos mais sofisticados usando dispositivos tecnológicos, ou seja, deve ser realizada quatro a 16 horas após o início do cio ou atividade aumentada. Usando a IA em tempo fixo, um passo em falso pode comprometer seriamente todos os outros esforços e despesas. Embora alguns dos protocolos recomendados sejam mais complicados e menos convenientes, há justificativa para o formato deles. Com conformidade adequada,

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LEITE

alguns dos protocolos mais complicados funcionam bem e podem levar a melhores resultados do que os mais convenientes. Embora existam diferenças entre touros, individualmente, bem como na forma como cada empresa envaza o sêmen, a baixa fertilidade com certas doses de sêmen é mais provável devido ao inadequado armazenamento, descongelamento ou manuseio do sêmen. Um botijão de sêmen deve estar em bom estado de conservação e deve ser monitorado o nível de nitrogênio. A exposição de palhetas de sêmen a temperaturas altas deve ser minimizada. A temperatura do descongelamento e o tempo de descongelamento do sêmen devem estar em conformidade com as recomendações do fornecedor. O sêmen deve ser corretamente depositado no corpo do útero. Comprometer qualquer um des-

“Para a perda de embriões, aceite que nem sempre podemos impedir que isso aconteça, mas esteja atento para identificar as vacas vazias e cuidar para que elas sejam reinseminadas o mais rápido possível” ses detalhes pode ter um impacto negativo na fertilidade. É possível que ela estivesse gestante, mas tenha perdido a prenhez? A perda de gestação é comum

e uma das maiores limitações para se emprenhar as vacas leiteiras. A fertilização ocorre com mais frequência do que podemos pensar, porém, mais de 20% dos embriões não sobrevivem além de quatro semanas. Mesmo que os embriões sobrevivam por quatro semanas, mais 12% são perdidos entre o 28º e o 60º dia após a inseminação. O que pode ser feito? Alguns procedimentos importantes podem ajudar a melhorar a fertilidade em um rebanho leiteiro. Abordar quaisquer lacunas nos programas de vacinação ou no período de transição de vacas é fundamental. É preciso procurar uma redução efetiva do estresse calórico durante os meses de clima quente e considerar o uso de GnRH e CIDRs para garantir a presença de progesterona durante o desenvolvimento folicular, visando reduzir o número de vacas anovulares problemáticas. Faz-se necessário também atentar-se para a manutenção nos equipamentos de IA e ter cuidado para seguir boas práticas de inseminação. Para a perda de embriões, aceite que nem sempre podemos impedir que isso aconteça, mas esteja atento para identificar as vacas vazias e cuidar para que elas sejam reinseminadas o mais rápido possível.

Andrew Sandeen, Penn State University Professor da Penn State University, com ênfase em Reprodução Leiteira, Tecnologia Reprodutiva e Produção de Laticínios Orgânicos.

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CAPA

CONCEPT PLUS CORTE IDENTIFICA NOVOS TOUROS COM FERTILIDADE ACIMA DA MÉDIA 20

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“As novas gerações devem ser melhores que as antigas”. Essa é uma das premissas do melhoramento genético. Para medir a evolução dos rebanhos, a pecuária possui, hoje, programas de melhoramento genético e tecnologias para disseminação deste material, como a Inseminação Artificial (IA), protocolos de sincronização para Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), programas de produção e transferência de embriões, dentre outras. Todas as ferramentas são importantes, como também é muito importante

a fêmea emprenhar. As Diferenças Esperadas das Progênies (DEP’s), por exemplo, são geradas apenas a partir da gestação estabelecida e do descendente nascido (progênie). Avaliando o impacto financeiro positivo quando há grande número de bezerros nascidos, a Alta, lançou, em 2013, o Concept Plus Corte. O programa identifica os touros das raças de Corte, de melhor fertilidade a campo. O trabalho apresenta respostas concretas das variações de fertilidade a campo que não podem ser diagnosticadas em testes laboratoriais. PECUÁRIA EM ALTA

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CAPA

A origem Nos Estados Unidos, desde 2001, foi instituído o programa que determinava a fertilidade dos touros de raças leiteiras da Alta Genetics. O programa Concept Plus apresentou grande evolução, avaliando a fertilidade a campo dos touros das raças leiteiras da bateria, conquistando o reconhecimento e o prestígio no mercado mundial do segmento de Leite. Com esse sucesso foi instituído o Concept Plus Corte, para avaliar a campo a fertilidade dos touros das raças de corte no Brasil. Em números Em cinco anos de coleta de dados, o programa Concept Plus Corte evoluiu de forma impressionante. Saltou de 78 colaboradores, na estação de monta 2013/14, para 167, em 2017/18, ou seja, um aumento de 114,1%. Já em número de fazendas, no mesmo período, o número cresceu de 698 para 1.757, ou seja, um aumento de 151,71%. Ao todo, na base de dados, já são 2,8 milhões de dados avaliados. As informações da última estação foram enviadas de 18 estados brasileiros, além de países como Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. “Tão importante quanto a base de dados do programa é a taxa de aproveitamento desses dados. Validamos cada dado recebido, podendo, desta forma, certificar item por item. Assim, podemos oferecer ao mercado uma base cada vez mais sólida e consistente”, afirma o gerente de Programas Especiais Corte da Alta, Manoel Sá Filho.

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Base de dados recebidos e aproveitados pelo programa Concept Plus Corte

Outro diferencial é a Base Móvel de Dados. Com esse formato, toda a análise estatística e a identificação dos touros com alta fertilidade são fundamentadas nas informações obtidas das duas últimas estações reprodutivas. “Isso é importante porque a informação que estamos analisando é sempre condizente com a realidade atual, em termos de fertilidade geral dos rebanhos nacionais”, salienta Manoel. De acordo com Manoel, outro ponto muito importante, além desse ajuste das informações para a realidade atual, está relacionado ao dia a dia dos touros. “Os touros são expostos naquele momento que ele está vivendo, então com a base móvel, conseguimos identificar qualquer variação de fertilidade dos indivíduos. É importante ressaltar que só conseguimos utilizar

a base móvel de dados porque temos grande volume de informação coletadas todos os anos, dando sustentação ao uso dessa estratégia chave do programa”. O médico veterinário e representante da Global Genetics, no Mato Grosso do Sul, Cleir Vieira, é um dos pioneiros no envio de dados para o programa. “Utilizamos muitos touros jovens; assim, cada vez mais, vamos provar esses animais mais cedo e identificar os que possuem alta fertilidade. Com mais touros avaliados, teremos mais opções para oferecer aos nossos clientes. Cada um tem um objetivo: seja vender animais na desmama, vender tourinhos, abater animais com terminação a campo ou em confinamento. Ter opções de touros Concept Plus para cada objetivo vai nos ajudar no campo”, reforça Cleir.

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CAPA

DIFERENCIAIS DO CONCEPT PLUS CORTE

Abrangência: contempla informações oriundas de mais de 1.757 fazendas, localizadas em 18 estados brasileiros, além de países como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Esta grande diversidade de localidades aumenta a capacidade e a segurança das respostas do programa, uma vez que os touros são expostos às mais distintas situações de manejo e desafios.

Consistência: os colaboradores do programa são técnicos especializados e com experiência na realização de programas de IATF, o que garante a qualidade das informações analisadas.

Confiabilidade: a comparação entre os reprodutores é realizada após análise de bioestatística, na qual se consegue isolar a contribuição do touro na determinação da concepção. Passo a passo do programa A primeira etapa é a mais importante de todas; afinal, quanto mais informações, mais acurácia nos resultados. A partir das informações recebidas pelos colaboradores, os dados passam pelo filtro de qualidade e seguem para a análise bioestatística. Existem inúmeros fatores que alteram e afetam o sucesso gestacio-

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PECUÁRIA EM ALTA

nal, como, por exemplo, o estado nutricional da fêmea, a fazenda em que as fêmeas são alojadas, o inseminador, a categoria animal, dentre outros. Mas, apesar desses fatores, o programa de bioestatística consegue ajustar a prenhez do touro e fazer um contraponto sobre o que pode mascarar o efeito. Deste


modo, o fato de o Concept Plus isolar a contribuição do touro na determinação da prenhez é o grande diferencial do programa. A terceira fase é identificar e divulgar os touros acima da média. Essas informações ajudam o produtor a garantir a rentabilidade dos negó-

“A informação que estamos analisando é sempre condizente com a realidade atual, em termos de fertilidade geral dos rebanhos nacionais”

cios porque o investimento é em reprodutores com maior fertilidade. Os touros de pior fertilidade, identificados pelo programa, têm sua participação na bateria da Alta cancelada, deixando claro o compromisso da empresa na entrega de resultados aos seus clientes.

Divulgação dos resultados Ao final das três fases, a Alta realiza um evento para a divulgação de resultados. O Workshop Concept Plus é promovido em Uberaba (MG) e em Dom Pedrito (RS). Os colaboradores co-

nhecem, em primeira mão, os melhores touros, um mês antes de a nova lista ser divulgada para o mercado, ou seja, podem antecipar as aquisições para a estação de monta.

PECUÁRIA EM ALTA

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CAPA

Variabilidade genética O Brasil é um país de dimensões continentais e, ao pensarmos em pecuária, há muitas diferenças genéticas, climáticas, nutricionais e mercadológicas entre as regiões. Com o Plano Genético Corte é possível indicar raças, filtros e ponderações de índices, conforme objetivos e critérios próprios de cada criador para o rebanho em questão. Mas, como potencializar essa genética? A resposta é rápida: a partir da confirmação de prenhez! Não apenas de sua confirmação, mas, também, do aumento no número de bezerros nascidos. A indicação dos touros de elevada fertilidade é chave para esse aumento, somada a uma confiável e precisa avaliação de mensuração. A partir daí, inicia-se o caminho para fornecer a melhor possibilidade de sucesso, conciliando fertilidade e a genética mais ajustada ao modelo de negócio.

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PECUÁRIA EM ALTA

“Para que realmente se potencialize o retorno do investimento da inseminação, devese aliar o máximo de fertilidade e perfil genético ajustado ao sistema produtivo”

Com o Concept Plus, a Alta consegue entregar resultados ainda mais confiáveis, principalmente no que diz respeito à variabilidade genética dos touros da bateria identificados com fertilidade acima da média. O programa se destacada por deter a maior variação de perfil, segmentação e origem dos touros identificados como alta fertilidade do mercado. Este ano, foram identificados

93 touros, sendo, destes, 45% zebuínos e 55% taurinos, com destaque para o leque de origens. No grupo genético taurino, a raça angus se destaca por ser pioneira nesta diversidade, sendo 47% de origem americana, 21% argentina e 32% nacional. Isso, com possibilidade de indicação para qualquer sistema produtivo do seu negócio. O grupo genético zebuíno vem sendo liderado pela raça Nelore, que apresenta diferentes perfis, tanto para a produção de animais com elevado desenvolvimento corporal e rendimento de carcaça, quanto touros para a produção de matrizes para a formação de base rebanho, sendo fortes no que tange à habilidade materna e fertilidade. Abre-se a possibilidade de escolha para criadores que optam pela utilização do segmento CEIP (cinco touros identificados) ou para aqueles que apostam na maior e mais rápida intensidade de seleção por meio de indivíduos jovens geneticamente superiores (nove touros jovens identificados). “Hoje, sem dúvida, a fertilidade de um touro é a primeira escolha que o produtor deve fazer para utilizá-lo em um programa de IATF. Mas, para que realmente se potencialize o retorno do investimento da inseminação, deve-se aliar o máximo de fertilidade e perfil genético ajustado ao sistema produtivo. Por isso, para a Alta, é tão importante essa diversidade genética dentro dos touros Concept Plus”, finaliza Manoel.


PECUÁRIA EM ALTA

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CAPA

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PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

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PROGRAMAS E SERVIÇOS

CROSS MATE

PROGRAMA AUXILIA PRODUTORES E SUGERE CRUZAMENTO IDEAL PARA RAÇAS TROPICAIS DE LEITE por Júlia Gazoni, Técnica de Leite da Alta

A conformação é um conjunto de características importantes e que precisam ser conhecidas, entendidas e levadas em consideração no processo de seleção. Escolher animais apenas pela característica de produção resulta em um rebanho limitado morfologicamente, a médio e longo prazos. Nem sempre a vaca mais rentável é a que produz mais leite. As características funcionais representam a eficiência e estão correlacionadas com o tempo de permanência de um animal dentro da propriedade (longevidade), e, consequentemente, a um menor descarte involuntário, impactando diretamente na lucratividade da atividade. Precisamos buscar a eficiência produtiva em vacas saudáveis, longevas e férteis. A classificação linear é uma ferramenta que auxilia na seleção de indivíduos mais produtivos e longevos dentro dos rebanhos, segundo especialistas. A avaliação da conformação das vacas permite ao produtor conhecer o tipo de rebanho da propriedade, individualizando qualidades e deficiências, além de auxiliar na seleção de novilhas para reposição e no descarte de animais com defeitos importantes para o sistema. Segundo os autores da área, a avaliação da conformação em 30

PECUÁRIA EM ALTA

gado leiteiro, atualmente, foca em características funcionais para formar animais cada vez mais próximos ao modelo ideal funcional, que consiste em um animal forte, anguloso e profundo, com capacidade para converter grandes quantidades de forragem em leite. É analisada a garupa ampla, com úbere equilibrado e pernas e pés que permitem boa mobilidade, sem causar problemas no decorrer da vida produtiva.

“O objetivo é auxiliar o produtor no processo de seleção de animais para compor o rebanho” O Brasil utiliza o sistema canadense de avaliação linear, para 21 características de tipo, separadas em quatro compostos: sistema mamário, pernas e pés, garupa e força leiteira, avaliadas em uma escala linear de um a nove pontos. De acordo com autores da área, vacas com pontuação final muito boa, na classificação linear para tipo, atingem produções vitalícias de leite maiores do que aquelas com pontuação final baixa, além de estarem cor-

relacionadas ao tempo médio de permanência dos animais nos rebanhos. Portanto, avaliar a conformação do rebanho permite uma classificação objetiva de cada animal, individualizando qualidades e deficiências, mensurando a eficiência do programa genético da propriedade, tornando os cruzamentos eficientes. Analisando todas essas questões, a Alta Genetics do Brasil criou o Cross Mate, uma ferramenta para raças zebuínas especializadas na produção de leite (Gir, Girolando e suas composições raciais, Guzerá, Sindi e cruzamento). O objetivo é auxiliar o produtor no processo de seleção de animais para compor o rebanho. Um relatório de orientação de cruzamento evidencia as melhores combinações touro X vaca para obter animais mais produtivos, funcionais, saudáveis e apropriados para o tipo de sistema de produção. Para isso, é considerado o plano genético específico, de acordo com os objetivos das fazendas. O Cross Mate é gratuito para todos os produtores que almejam investir em melhoramento genético. Nossos técnicos realizam atendimento personalizado, na propriedade, para avaliar a morfologia do rebanho, o tipo de sistema e o objetivo. A avaliação do rebanho será realizada individualmente, utilizando a classifica-


ção linear para as características: estatura, vigor, forma leiteira, composto de úbere, composto de pernas e pés e pelagem. Cada vaca será identificada (nome ou número) e receberá nota por característica morfológica, gerando um índice individual que identifica os melhores animais. Com o índice individual das vacas, teremos o posicionamento atual do rebanho, conhecendo as debilidades e fortalezas para definir o objetivo, ou seja, para definir um plano futuro de melhoramento e elaborar o índice de seleção de touros, de acordo com o interesse estipulado pelo proprietário, para ge-

“O Cross Mate é gratuito para todos os produtores que almejam investir em melhoramento genético” rar as melhores combinações de cruzamento do rebanho e pressão de seleção. O cruzamento do rebanho selecionará as melhores combinações de touro e vaca, de acordo com o tipo de sistema da propriedade, para potencializar as características de cada animal,

proporcionando a melhoria esperada da progênie, maximizando a evolução genética, o investimento e a produtividade. O Cross Mate intensifica a pressão de seleção, a partir de um plano futuro de melhoramento, e entrega aos produtores não só o cruzamento das vacas, mas o retorno do investimento.

Júlia Gazoni, técnica de Leite da Alta Zootecnia pelo Instituto Federal do Triangulo Mineiro (IFTM), capacitada em gestão da pecuária leiteira pelo Rehagro.

PECUÁRIA EM ALTA

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GIRO NO CAMPO

Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br

No município de Castro (PR), José Henrique Matos, filho do regional da Alta, Menelau Murilo Matos

Dr. Raimundo Neri transferindo embriões de FIV, na Rússia

Danillo Rodrigues, gerente de Prestação de Serviço da Alta, Reginaldo Santos, técnico de Leite na fazenda com o técnico de Corte da Alta, Plínio Queiroz, em visita à Querência do Guaçu (SP), pronto para ministrar o Fazenda Lambari, no município de São Miguel do Araguaia curso de reciclagem para inseminadores (GO) 32

PECUÁRIA EM ALTA


@bruninha_quintana

@danillorodr

@fcofabiopires

@ganaderiamanodedios

@gustavovet

@jugazoni

@meireroncolato

@mrsegawa

@rodrigohgpe

PECUĂ RIA EM ALTA

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EVENTOS

MEGALEITE DIVULGA SUMÁRIO DA GIROLANDO A qualidade genética do rebanho leiteiro nacional, as inovações e as tecnologias do setor leiteiro foram o grande destaque da 15ª edição da Megaleite (Exposição Internacional do Agronegócio do Leite). O evento recebeu um público de 52 mil pessoas, inclusive de outros países, entre os dias 20 e 23 de junho, no Parque da Gameleira,

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PECUÁRIA EM ALTA

em Belo Horizonte (MG). Mais de 80 empresas apresentaram produtos e serviços. A Alta é parceira da realizadora do evento, a Associação Brasileira de Criadores de Girolando, desde a primeira edição da feira. A mostra de animais contou com 1.984 animais das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Jersey, Pardo-Suíço, Guze-

rá e o cruzamento Guzolando, número 12% superior ao de 2017. Ao todo, foram realizados nove leilões e um shopping na Megaleite, que, juntos, movimentaram R$3.763.700,00. Já a movimentação financeira geral do evento, incluindo os negócios feitos pelas empresas expositoras, é estimada em R$25 milhões.


Touros destaque

50% DOS TOUROS POSITIVOS PARA LEITE FAZEM PARTE DA BATERIA ALTA Tradicionalmente, a Megaleite é palco da divulgação do sumário de avaliações do Programa de Melhoramento Genético da raça Girolando (PMGG). O objetivo é identificar os indivíduos superiores, ou seja, animais que realmente transmitirão boas características a seus descendentes, promovendo o melhoramento genético do rebanho. O teste envolve registro dos dados em campo e prospecção, organização e administração dos rebanhos colaboradores pela Associação de Girolando. A entidade tem parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para tratamento, armazenamento e análise de dados. O PMGG existe desde 1996. Neste ano, foram incorporados 27 novos touros. O programa atingiu o número recorde de 127 animais avaliados. “Dos 12 primeiros colocados do sumário, com doses disponíveis no mercado, sete são da Alta, resultado que comprava a força da nossa bateria Girolando, que, agora, está recheada de touros provados”, comemora o gerente de Produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez. Na composição racial 5/8, a primeira colocação ficou com Jagunço IV, 842,58 quilos de PTA leite, com 20 filhas avaliadas em 10 rebanhos espalhados pelo país. No segundo lugar, está Bond Choral, com PTA leite de 800,84 quilos, também integrante da bateria de leite nacional da Alta. Juntos, os dois reprodutores possuem mais de 200 kg de PTA leite de vantagem, se comparados aos demais colocados do ranking. Ainda na composição racial 5/8, a terceira colocação do ranking de touros com sêmen disponível, ficou com o Axxor Avalon (644,39 quilos PTA leite). A bateria também tem como destaque Jacuba Titânio, que, no terceiro ano provado pelo teste de progênie, possui 591,83 quilos de PTA leite. Já na composição racial 3/4, a Central também conquistou a liderança com o touro Alfy Cayuaba Irídio TE de PTA leite 486,56 quilos. “Temos muito orgulho em dizer que a Alta possui os melhores touros do mercado”, reforça o gerente. Segundo Guilherme, com os resultados, a Alta espera aumentar a comercialização de sêmen ainda neste ano. Em 2011, a central bateu o recorde brasileiro, sendo a primeira empresa a vender três milhões de doses em um ano.

Axxor Avalon

Bond Choral

Irídio TE

Jagunço IV

PECUÁRIA EM ALTA

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EVENTOS

Alta na pista Com 1.984 inscritos, a pista de julgamento da Megaleite foi palco de diversos campeonatos das raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Jersey e Pardo-Suíço. O evento sediou a 10ª Exposição Internacional da Raça Gir Leiteiro. Koro FIV Vila Rica recebeu o título de Grande Campeão Internacional da raça. O animal é de propriedade de Dilson Cordeiro, da fazenda Vila Rica, no Distrito Federal. “Koro possui a mais impressionante história de pistas da raça. Foi consagrado 15 vezes grande campeão de pistas, assegurando as opiniões diversas sobre sua beleza racial, correção de aprumos e um composto de corpo que segue a per-

feição. Ainda melhor é que essas qualidades estão sendo repassadas às filhas dele. Koro é único”, comenta Guilherme. Na categoria de Fêmeas, a Reservada Grande Campeã Internacional da raça foi para a matriz Naine FIV Vila Rica, também de propriedade de Dilson Cordeiro, da Fazenda Vila Rica. Naine é filha do Vaidoso da Silvania. “Naine traz um sistema mamário muito especial, talvez um dos mais modernos e funcionais da atualidade”, finaliza Marquez. Na categoria Girolando, competiram 519 animais de 89 expositores. A Alta obteve excelentes resultados. Filhas dos touros AltaJayZ, AltaWildman e AltaHaley se destacaram em torneios leiteiros e em várias categorias de avaliação.

Vale ressaltar que o 29º Torneio Leiteiro da Girolando terminou com a quebra de recordes de produção. Participaram 18 fêmeas, que produziram um total de 3.185,900 kg de leite, nos três dias da competição. A Grande Campeã foi Roma FIV dos Poções, uma filha do touro AltaWildman. De propriedade dos expositores Roberto Assis Peres e Rogério Omar Corrêa, Roma atingiu uma produção de 309,590 kg/leite e média de 103,197 kg/leite, superando o recorde anterior de 100,140. Pertencente à composição racial CCG 1/2 HOL+ 1/2 GIR, também foi campeã da categoria Vaca e conquistou o Grande Campeonato no julgamento. A lista completa das campeãs está disponível no site da Alta.

Roma FIV dos Poções, Filha de AltaWildman; Grande campeã nas pistas, torneio leiteiro e melhor úbere adulto da Megaleite 2018

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RAÇAS

ALTA LANÇA CATÁLOGO DE LEITE NACIONAL por Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional da Alta Composto com os melhores exemplares das raças Girolando, Gir Leiteiro, Sindi e Guzerá aptidão leite, a edição de 2018/2019 do catálogo de Leite Tropical da Alta é marcada com as últimas atualizações das provas de desempenho das quatro raças. Na raça Girolando, o catálogo já traz as informações divulgadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), durante a Megaleite 2018, em que a bateria de reprodutores da Alta conquistou um feito impressionante: 50% dos touros provados positivos para leite fazem parte da bateria da empresa, sendo que dos 12 maiores PTAs de Leite, a Alta possui sete. O maior PTA Leite do programa é do touro Jagunço IV Shottle, que, além de ser o melhor para leite da raça, ainda traz as características de fertilidade e precocidade de suas filhas. Também se destacam o 2º Melhor de Leite, Bond Choral; o mais consistente, Jacuba Titanio; e o de melhor precocidade sexual da raça, Axxor Avalon RPM. No catálogo, há outros touros com seus desempenhos detalhados. Já na raça Gir Leiteiro, a empresa mostra toda a sua força com uma bateria espetacular, a partir de atualização de provas, novas conquistas individuais e novidades de touros. Vale uma atenção especial ao maior PTA 38

PECUÁRIA EM ALTA

Leite da Alta: Dragão TE. Também destacamos a evolução contínua do touro Kalika FIV Vila Rica. Ambos são evidenciados pelo Sumário de Touros da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCGIL). Além desses dados, os touros também mostram os dados do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ Leite), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). São jovens touros, com um futuro promissor, expostos com comentários sobre a sua genética e seu desempenho fenótipo. Ressaltamos também que o Guzerá Aptidão Leiteira traz uma boa divisão sobre a força provada e as promessas futuras dos jovens touros. Alpino Taboquinha se destaca, acima de 400 kg de PTA Leite, como um dos touros jovens mais usados. Vale salientar, ainda,

Escoteiro FIV Uniube. No Sindi, a Alta apresenta três opções, vindas de recordistas de produção nos melhores reprodutores para leite da raça. O Catálogo de Produtos Leite Tropical da Alta Genetics do Brasil traz novos números, novos touros, indicando a qualidade da empresa número um em Leite Tropical do Mercado.

Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional da Alta Especialista em Pecuária de Leite e em Gestão de Agronegócios pela Reagro – certificada pelas Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ); possui também MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e é Diretor Internacional da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando


GIROLANDO

Jagunço IV Shottle

Dragão TE

Kalika FIV Vila Rica

Alpino Taboquinha

Escoteiro FIV Uniube

GUZERÁ LEITEIRO

GIR LEITEIRO

Bond Choral

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CORTE

VALE A PENA CASTRAR OS ANIMAIS PARA TER ACABAMENTO MAIS CEDO? por Luiza Mangucci, Técnica de Corte Taurino da Alta

Um assunto que tem voltado à pauta nas principais discussões da pecuária de corte é o fato de castrar ou não os animais que serão abatidos e qual o melhor momento para realizar esse feito. A decisão do momento ideal da castração deve levar em conta algumas análises, sendo que diversos estudos demonstram que quanto mais se retardar a castração, melhor será para o produtor que visa otimizar o ganho de peso, tendo em vista um melhor 40

PECUÁRIA EM ALTA

aproveitamento da ação anabolizante dos hormônios andrógenos, produzidos nos testículos e responsáveis pelo crescimento dos animais. A principal desvantagem de animais que são castrados no momento do nascimento é, justamente, o não aproveitamento dos hormônios de crescimento, o que prejudica o ganho de peso, quando comparamos animais castrados mais tardiamente. Porém, existe a grande vantagem

da rápida recuperação dos animais nesta fase da vida, reduzindo possíveis custos com medicamentos e impactos causados em virtude de manejo. Um período muito comum dos pecuaristas realizarem a castração, é no momento da desmama. Quando se realiza a castração nesse período, o impacto no ganho de peso desses animais é duplamente prejudicado – pelo desmame e pela castração – sendo dois manejos altamente estressantes para o animal. O impacto nutricional que esse animal sofre após o desmame prejudica toda sua curva de crescimento, sendo demonstrado, por alguns estudos, que animais castrados no nascimento e no desmame não possuem diferença no ganho de peso final. Especialistas realizaram um experimento, em que avaliaram o efeito da idade de castração sobre o ganho de peso, qualidade da carcaça e tempo para acabamento da carcaça de animais ½ sangue Nelore-Angus ou 1/2 sangue Nelore-Simental, com acabamento exigido de 5mm. O trabalho mostrou que o momento da castração, que pode ocorrer desde o nascimento até os 12 meses de idade, não interferiu nos ganhos.


PESO DE ABATE (KG)

PC (KG)

RENDIMENTO (%)

AOL (CM²)

DIAS DE CONFINAMENTO

Inteiros

514

298

59,78

74,1

145

Inteiros + Creep

517

293

57,54

73,34

127

Castrados no nascimento

465

257

57,59

70,27

110

Catrados no nascimento + Creep

462

266

57,61

73,89

113

Castrados à desmama

463

257

56,99

69,66

97

Cadastros aos 12 meses

440

262

57,07

69,66

94

Inteiros + confinamento pós desmama

455

260

57,98

78,88

181

TRATAMENTOS

Fonte: Keppler et al (2001) PC: Preso de carcaça AOL: Área de olho lembo

Quando comparamos animais inteiros com os castrados, é indiscutível o maior ganho de peso desses, porém, é possível perceber, na tabela, que animais inteiros ficaram por mais tempo no confinamento para atingir o acabamento mínimo de 5mm exigido no presente estudo. Des-

sa forma, quando analisamos financeiramente, supondo que uma diária de confinamento esteja R$10,00, os animais castrados ficam menos tempo no confinamento para atingir o nível desejado de acabamento, impactando positivamente no ganho financeiro.

DIAS DE CONFINAMENTO

CUSTO POR DIÁRIA

Inteiros

145

R$ 1.450,00

Inteiros + Creep

127

R$ 1.270,00

Castrados no nascimento

110

R$ 1.100,00

Castrados no nascimento + Creep

113

R$ 1.130,00

TRATAMENTOS

Castrados à desmama

97

R$ 970,00

Cadastros aos 12 meses

94

R$ 940,00

Inteiros + confinamento pós desmama

181

R$ 1.810,00

PECUÁRIA EM ALTA

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CORTE

Em uma conta simples, supondo quantos dias a mais que esses animais castrados necessitariam ficar no confinamento para alcançar o mesmo ganho de peso, o resultado ficaria igual ou próximo ao número de dias de cocho; porém, esses animais teriam maior acabamento, o que os deixaria mais caros, mesmo possuindo a mesma

quantidade de dias de cocho. Vale ressaltar ainda que a variação do custo da diária impacta diretamente no lucro do pecuarista, sendo que, em alguns momentos, o pecuarista ganha mais com o animal inteiro e, em outros, com o castrado, isolando qualquer efeito de bonificação sobre essa lucratividade.

Ainda utilizando os dados do experimento – dias de cocho e peso de carcaça apresentados a seguir − é possível visualizar essa variação, considerando as duas realidades comuns no Brasil – animais inteiros e castrados na desmama. Supomos um preço de arroba a R$130,00 e diferentes custos de diárias:

O exemplo anterior implica dizer que deixar o animal inteiro ou castrá-lo vai depender da realidade do pecuarista para ditar a maior ou menor lucratividade. Numa diária de R$5,00, o criador teve um lucro de 6% a mais no animal inteiro; já com uma diária de R$10,00, o pecuarista teve um lucro de 11% a mais no castrado. O sistema brasileiro, em sua grande parte, paga pelo peso de carcaça. Dessa forma, a grande questão é: vale a pena castrar os animais para ter acabamento mais cedo, porém com peso inferior ao animal inteiro? A demanda por carne de

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PECUÁRIA EM ALTA


“Muito mais do que raça adequada para alcançar uma produtividade de qualidade é a escolha adequada do indivíduo que se encaixa no sistema de produção implantado na fazenda”

qualidade tem sido cada vez maior pelo mercado brasileiro; e é sabido que, quanto mais jovens e mais bem acabados forem os animais, mais macia e saborosa será a carne. Com base nisso, alguns programas de carne têm buscado formas de bonificar criadores que optam por produzir esse tipo de produto diferenciado e, muitos deles, têm pago a mais por animais castrados, mesmo sabendo que, segundo os especialistas, os animais inteiros abatidos com idade inferior a 24 meses e com bom acabamento possuem excelente qualidade de carne. Animais inteiros possuem maior dificuldade para depositar acabamento de forma acelerada, por isso a importância de se buscar raças com precocidade de acabamento e indivíduos com potencial genético de alto acabamento para conseguir participar dos principais programas de carne. A qualidade dessa carne tão falada é afetada diretamente por fatores como nutrição, genética e manejo pré e pós-abate, além das ações das enzimas calpastatinas e calpaínas. A presença maior das calpastatinas está diretamente relacionada à maior força de cisalhamento da carne. Alguns estudos relatam que animais Bos indicus possuem maior atividade dessas enzimas, quando comparados com o Bos taurus. Essa é uma das razões do aumento do cruzamento industrial, nos quais se cruzam animais zebuínos com taurinos para se alcançar uma produção padronizada e de alta qualidade, o que chamamos de complemento entre raças. Animais taurinos não se adaptam ao ambiente tropical, porém produzem essa carne de qualidade que o mercado tem exigido e pago a mais. Os zebuínos possuem adaptação e rusticidade ideais para o ambiente em que se encontra o país, obtendo o cruzamento per-

Touros destaque

Astor - Piray 1144 Pionner Lalit T/E

Capataz - Pitangueira 38 - L140

Evasivo 245 Angelica

Jotabê Intimidator 5357 BR

PECUÁRIA EM ALTA

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CORTE

feito para quem busca produzir esse tipo de produto. Muito mais do que raça adequada para alcançar uma produtividade de qualidade é a escolha adequada do indivíduo que se encaixa no sistema de produção implantado na fazenda e que possua a melhor resposta, produzindo o produto objetivado. Essa escolha do indivíduo deve ser baseada nos objetivos de seleção do produtor, selecionando animais altamente produtivos para a realidade em que será criado, pensando na interação genótipo x ambiente. Quando falamos de cruzamento entre raças, falamos do principal ganho com essa ferramenta: o efeito da heterose. Muitos acreditam que somente com o efeito da heterose no cruzamento a produtividade

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PECUÁRIA EM ALTA

“Quando falamos de cruzamento entre raças, falamos do principal ganho com essa ferramenta: o efeito da heterose” desejada é alcançada; porém, existem diversos fatores que podem otimizar ou prejudicar a intensidade com que esse efeito aconteça, sendo que ambiente e genética possuem alto nível de responsabilidade. Um ambiente favorável, disponibilizando nutrição, sanidade e manejo adequados com uma genética de ponta, favorece

completamente a interação genótipo ambiente. No cruzamento, a análise deve ser a mesma. Quando utilizo uma genética de um indivíduo, que seja adequada para um sistema de produção, e todo o ambiente está favorável, o ganho do produtor é muito maior, pois, além dos ganhos com o efeito da heterose, estará ganhando ainda mais com a escolha certa do animal.

Luiza Mangucci, técnica de Corte da Alta Formada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e Pós-Graduanda em Melhoramento Genético em Bovino de Corte pela FAZU.


Foto: Wellington Valeriano

PECUÁRIA SE FAZ COM RESULTADOS

A TERRA BRAVA AGROPECUÁRIA É UMA EMPRESA QUE HÁ 42 ANOS VEM CRIANDO, SELECIONANDO E IDENTIFICANDO ANIMAIS MELHORADORES DA RAÇA NELORE. Sem deixar de lado as outras características, tem como foco principal a maximização do ganho genético a pasto, para as características econômicas, que realmente impactam no resultado financeiro do pecuarista: - PRECOCIDADE SEXUAL E FERTILIDADE. - GANHO DE PESO E DESENVOLVIMENTO. - QUALIDADE DE CARCAÇA. • Touros classificados no PNAT 2015 e 2016. • Prêmio Matriz Cláudio Sabino, ExpoGenética 2017. • Líder dos Sumários do PMGZ da ABCZ (2016 e 2017). • Produziu o touro Doutor, atual 4º lugar geral na consulta pública de touros da ANCP, com MGTe de 27,68

e atual 1º lugar geral da ANCP para a característica PE365 (perímetro escrotal ao ano), P210 (peso à desmama) e P365 (peso ao ano), sendo o touro mais jovem da história a entrar em uma central e a congelar sêmen aos 12 meses. • Touro Mistério, atual 5º lugar geral no Sumário Geneplus/Embrapa. • 15 touros colocados em central, dentre eles, 4 touros TOP 0,1% na ANCP, 3 touros TOP 0,1% no PMGZ e 5 touros TOP 0,1% no Geneplus/Embrapa.

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PECUÁRIA EM ALTA


PECUÁRIA EM ALTA

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CRIAÇÃO DE BEZERROS

VOCÊ SABIA QUE PODE CORRIGIR E ENRIQUECER A QUALIDADE DO COLOSTRO?

O fornecimento de colostro de qualidade aos recém-nascidos é a principal forma de passagem de imunidade passiva. Ao nascerem, os bovinos não possuem o sistema imune maturo e são incapazes de produzir anticorpos para os desafios do ambiente externo. Isso ocorre porque o tipo de placenta desses animais impede a passagem de imunoglobulinas, da mãe para a bezerra, na fase fetal; logo, o recém-nascido dependerá do consumo do colostro para a obtenção de anticorpos. Composto por mistura de secreções lácteas e constituintes do soro sanguíneo, o colostro será excretado pelas glândulas mamárias logo após o parto e cumprirá importante papel no desenvolvimento do animal, executando, 48

PECUÁRIA EM ALTA

além da função imunológica, a função nutricional, portanto, uma colostragem bem-feita resultará em menores taxas de mortalidade e de doenças, além de favorecer o desempenho durante toda a vida do animal. Para a realização de uma colostragem adequada deve-se atentar a três pontos principais: tempo para o fornecimento (imediatamente após o nascimento ou em até 6 horas após o parto), qualidade do colostro (>50g/L de anticorpos) e a quantidade ingerida (fornecimento de, no mínimo, 100g de anticorpos ou a quantidade de colostro referente a 10% do peso corporal ao nascimento). Entretanto, sabemos que a maioria das fazendas enfrenta desafios quanto à colostragem

dos animais, os quais variam entre a produção de colostro de qualidade e/ou em quantidade satisfatória. Buscando ajudar os produtores, a Alta trouxe para o Brasil, em 2017, o Colostro Bovino em Pó. O Colostro Bovino em Pó é um substituto do colostro materno. Produzido no Canadá, pela empresa Saskatoon Colostrum Company Ltd (SCCL), é importado para o Brasil pela empresa Alta Genetics, ambas pertencentes ao grupo Koepon Holding. Processado seguindo rigoroso esquema de avaliação, classificação e identificação, o colostro em pó cumpre todas as recomendações de instituições fiscalizadoras mundiais e, após a sua produção, é amostrado e analisado, certificando a sua qualidade antes do consumo. Possuindo diferentes formas de utilização, destacam-se a substituição do colostro materno, o enriquecimento do colostro materno e a simulação do leite de transição. “Em todas as formas de utilização do Colostro Bovino em Pó, estamos observando ótimos resultados, sendo notada a redução de diarreias e, consequentemente, um maior ganho de peso diário”, destaca o gerente de produto da Alta Genetics, Rafael Azevedo.


Novidade O enriquecimento do colostro materno é a nova forma de utilização do Colostro Bovino em Pó. Chama a atenção de criadores e técnicos, pois é uma forma de proporcionar a utilização do colostro materno de baixa qualidade, tornando-o em colostro de alta qualidade, com ótimo custo-benefício. Para realizar essa transformação, é preciso que a fazenda avalie a qualidade do colostro fresco ordenhado e o mesmo deve ser coletado da forma mais limpa possível. A melhor forma de avaliação da qualidade imunológica do colostro fresco é pela utilização de refratômetros do tipo Brix (ópti-

“Estamos observando ótimos resultados, sendo notada a redução de diarreias e, consequentemente, um maior ganho de peso diário”

cos ou digitais). Esse equipamento não depende da temperatura do colostro fresco (diferente do colostrômetro). É uma forma simples e rápida de avaliação. Para a utilização, considera-se a seguinte escala de classificação do colostro fresco:

O enriquecimento do colostro, a partir da mas de Colostro Bovino em Pó em 1 litro de avaliação por refratômetro Brix, funciona da se- colostro fresco materno para aumentar 1% do B guinte forma: deve-se adicionar apenas 15 gra-A grau Brix. PECUÁRIA EM ALTA

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CRIAÇÃO DE BEZERROS

Quantidade de colostro em pó para ser adicionado em um litro de colostro fresco materno para aumentar o valor do Brix (%) Grau Brix

22%

23%

24%

25%

15%

105g

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90g

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120g

135g

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120g

18%

60g

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105g

19%

45g

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20%

30g

45g

60g

75g

21%

15g

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60g

Além de um colostro de boa qualidade, essa utilização apresenta ótimo custo-benefício para as fazendas.

Custo do colostro em pó para realizar o enriquecimento do colostro fresco materno. Cálculo considerando o valor do pacote (R$150,00) com 470 gramas. Grau Brix

22%

23%

24%

25%

15%

R$ 33,51

R$ 38,30

R$ 43,09

R$ 47,87

16%

R$ 28,72

R$ 33,51

R$ 38,30

R$ 43,09

17%

R$ 23,94

R$ 28,72

R$ 33,51

R$ 38,30

18%

R$ 19,15

R$ 23,94

R$ 28,72

R$ 33,51

19%

R$ 14,36

R$ 19,15

R$ 23,94

R$ 28,72

20%

R$ 9,57

R$ 14,36

R$ 19,15

R$ 23,94

21%

R$ 4,79

R$ 9,57

R$ 14,36

R$ 19,15

“Com base nessa tabela, observamos que, com menos de R$5,00/litro, podemos garantir um colostro de boa qualidade imunológica para nossas bezerras, proporcionando menor incidência de diarreia, menor mortalidade e maior ganho de peso. O refratômetro é muito fácil de utilizar e é uma ferra-

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menta de baixo investimento. O que as fazendas precisam é ver como está a qualidade do colostro fornecido, e, hoje, com o enriquecimento utilizando o Colostro Bovino em Pó, temos alternativa para melhorar a colostragem das bezerras, que serão nossas futuras vacas”, salienta o gerente Distrital da Alta Geneti-

cs, Rodrigo Longo. Atualmente, algumas propriedades estão adotando o padrão de 25% de Brix para aumentar a margem de segurança na colostragem dos seus animais, como a fazenda Frank’anna, no Paraná, que padronizam em 24% o valor do Brix de todo o colostro en-


riquecido. Destaca-se que, para realizar esse manejo, deve-se atentar à qualidade sanitária dos instrumentos utilizados. “Coletamos o colostro de primíparas e multíparas submetidas a um rigoroso calendário sanitário. Após a coleta, a qualidade do colostro é mensurada pelo refratômetro de Brix, e os resultados inferiores a 24% são enriquecidos com o Colostro Bovino em Pó, utilizando 15 gramas por litro, para aumentar 1% de Brix. Por exemplo: se um colostro mensurado apresentar 22% de Brix, acrescentamos 30 gramas por litro, para chegar aos 24% de Brix desejado. Realizando essa estratégia, fornecemos ao recém-nascido um volume de 20% do peso vivo nas primeiras horas de

vida e o excedente enriquecido é congelado. Fazemos esse procedimento, pois cerca de 20% dos nossos animais apresentam colostros inferiores a 24% de Brix”, comenta o responsável técnico da Fazenda Frank’anna, Luis Fernando Moroz. Outro ponto que chama bastante atenção é que, após o enriquecimento, esse colostro pode ser congelado (-20ºC) em pequenas porções, de forma higiênica e com identificação (até 3 meses, se utilizado freezer frost free; ou em até 1 ano, quando congelado em freezer non-frost free), proporcionando a criação de um banco de colostro somente com colostros de alta qualidade e sem o descarte de colostros de baixa qualidade.

“Hoje, realizando o enriquecimento, aproveitamos 100% dos colostros produzidos na propriedade e com garantia de um banco de colostro de extrema qualidade. Realizando a mensuração de Imunoglobulina G (IgG) sérica das bezerras, observamos que o enriquecimento, alinhado a outras mudanças no manejo, elevou a eficácia da colostragem, de 80% para 95%, na propriedade, resultando em bezerras mais preparadas para enfrentar os desafios a que serão submetidas”, detalha o técnico da Frank’anna, Luis Fernando. As fazendas que utilizam o colostrômetro para avaliação da qualidade imunológica deverão seguir as seguintes orientações:

Aproveitar o colostro que não tinha a qualidade mínima para o fornecimento às recém-nascidas ou enriquecer o colostro da fazenda para valores de

qualidade acima do recomendado, se tornam estratégias muito importantes para a utilização do Colostro Bovino em Pó nas fazendas nacionais. Assim, este

produto que está revolucionando a criação de bezerras leiteiras, ganha uma nova alternativa de utilização, facilitando ainda mais a vida do produtor.

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CASOS DE SUCESSO

GENÉTICA DE SUCESSO FAZENDA NICOMAR PLANO GENÉTICO GERA RESULTADOS SURPREENDENTES tentável, em que possamos produzir uma carne de qualidade no menor espaço de tempo possível. Além disso, uma boa seleção genética na produção de touros para atender os mais exigentes clientes de nossa região ou até mesmo para outros estados”, explica Oswaldo. Há 15 anos, a Fazenda Nicomar investe na Inseminação Artificial (IA). “A técnica nos proporciona uma maior padronização dos animais e um grande encurtamento de ciclo entre gerações, apresentando animais produtivos”, afirma o proprietário.

Localizada no município de Jaru, no Estado de Rondônia, a Fazenda Nicomar iniciou suas atividades com extração de madeira. Em 1994, o proprietário, Oswaldo Nicoletti, decidiu investir na atividade pecuária. A formação do rebanho seu deu com a aquisição de matrizes do sogro, Osvaldo Marconi, e com animais provenientes da região de Cáceres (MT). Hoje, a Fazenda Nicomar trabalha com gado comercial com ciclo completo: cria, recria e engorda. A base do plantel de ma52

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trizes é Nelore e há utilização de cruzamento industrial com a raça Angus. No gado Puro de Origem (PO), selecionam animais das raças Nelore, Brahman e Tabapuã, para a comercialização de touros melhoradores na região. Nesse núcleo da propriedade, as ações são norteadas por programas de melhoramento genético, visando identificar os melhores animais e descartar os animais inferiores. Atualmente, são 2 mil matrizes em reprodução e 900 alqueires de pastagem na propriedade. “Buscamos uma pecuária sus-

Plano genético Com o suporte da Alta, a propriedade optou por implantar o Plano Genético. O programa exclusivo da empresa avalia minuciosamente o rebanho e os objetivos da propriedade, para, juntamente com um técnico capacitado, traçar um planejamento genético e determinar o melhor perfil de touro para a produção. “A Alta tem oferecido uma assessoria muito bem orientada, visando identificar os acertos e corrigir os erros. O Plano Genético nos direciona para melhores opções de touros para o nosso projeto de pecuária, identificando aqueles que são ideais para nosso sistema”, reforça Oswaldo.


“A Alta tem oferecido uma assessoria muito bem orientada, visando identificar os acertos e corrigir os erros” Resultados O sucesso da parceria transforma os resultados em números. No peso, ao desmame, houve uma evolução de duas arrobas nos bezerros Nelore, ou seja, saltou de 5.5 para 7.5 arrobas. É o resultado de avaliar o rebanho e selecionar touros para habilidade materna. O peso médio, à desmama, dos machos Nelore é de 232 kg e do Angus é de 256 kg. Já o peso médio, à desmama, das fêmeas Nelore gira em torno de 213kg, e do Angus é de 248 kg. “A evolução na fazenda Nicomar começa pelo capricho na criação do senhor Oswaldo. Depois, com a chegada do neto dele, Rafael Quaquio, intensificando ainda mais a seleção, os resultados impressionam no rebanho comercial e ainda mais no rebanho de seleção. É o resultado da aplicação de todas as tecnologias adotadas pela fazenda”, avalia o gerente regional da Alta em Rondônia, Rodrigo Ferri. Outro resultado que chama a atenção é o índice de prenhez na primeira Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), o percentual saltou de 56 para 62%. Hoje, o planejamento é realizado com duas

Touros destaque

Ganges Col

TheRock

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CASOS DE SUCESSO

IATF’s e repasse com touro. Na última estação de monta, o índice final atingiu 94%. “Esse resultado nos confirmou que os touros Concept Plus realmente são mais férteis e emprenharam de verdade, elevando nossos índices e aumentando o número de bezerros nascidos na propriedade”, completa. O Concept Plus é um programa exclusivo de fertilidade de sêmen da Alta, que identifica os reprodutores com melhor fertilidade no campo e desempenho acima da média em programas de IATF. Os touros são classificados após um processo que passa por coleta de dados no campo, filtro de qualidade

“O Plano Genético nos direciona para melhores opções de touros para o nosso projeto de pecuária, identificando aqueles que são ideais para nosso sistema”

e análise bioestatística para a apresentação dos índices de fertilidade.

Os touros que mais chamaram a atenção da propriedade foram o Nelore, Ganges Col, e o Angus, The Rock. “O Ganges foi o touro que produziu a melhor média dos animais já nascidos em nossa propriedade, tanto nas fêmeas como nos machos. São animais muito precoces com ótima padronização e volume de carcaça. As fêmeas se tornaram extraordinárias mães, produzindo ótimos bezerros, com muita habilidade materna. O The Rock também nos chamou atenção na padronização dos filhos e no acelerado ganho de peso, em todas as idades, até a terminação”, finaliza o gerente Rodrigo.

Sobre a regional A Regional Rondônia comandada pelo zootecnista Rodrigo Ferri é parceira da Alta há 16 anos. A equipe conta com 20 técnicos, entre zootecnistas, veterinários e inseminadores para prestação de serviços de Reprodução e Genética. Para fazer contato com um dos profissionais, basta ligar para o telefone (69) 3535-2185.

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ENTREVISTA

RODRIGO PATUSSI NASCIMENTO UM ESPECIALISTA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA PECUÁRIA DE CORTE Graduado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 2001, Rodrigo Patussi Nascimento acumula experiência como gestor de fazendas de pecuária de corte. Ele também atua como desenvolvedor de projetos ligados à profissionalização da gestão de empresas agropecuárias. Atualmente, é gestor da Terra Desenvolvimento Agropecuário. Quais são os principais indicadores de sucesso e rentabilidade de uma propriedade de corte? O principal indicador de sucesso é o lucro líquido/hectare/ ano. Na pecuária de corte, os indicadores com maior correlação com esse lucro são: Ganho Médio Diário Global (GMD), locação, desembolso por cabeça/ mês e preço da arroba vendida. Como o pecuarista deve trabalhar? A coleta de dados, bem como as informações geradas por ela, deve ter como base os indicadores, que são importantes para monitorar o “plano” determinado. De maneira geral, temos, como dito anteriormente, os principais indicadores: GMD, lotação, desembolso/cabeça/mês e valor de venda da arroba. Sendo assim, 56

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a princípio, os dados coletados devem ter o propósito de realizar um cálculo. Como são indicadores globais, basicamente é necessária a anotação de todas as movimentações do rebanho (compra, venda, mortes, nascimentos, transferências entre propriedades, mudança de categorias) em quilos, cabeças e reais; além de registrar o estoque inicial e final também em quilos, cabeças e reais. Em relação aos dados financeiros, o importante é o registro e a coleta de tudo que se gastou na propriedade, classificando cada item, em um plano de contas, previamente definido. Qual parâmetro para elaborar as metas e os objetivos? Os melhores parâmetros são os resultados obtidos anteriormente (safras passadas) na própria atividade, ou seja, o que buscamos é ser melhores hoje do que fomos ontem. O planejamento, contendo orçamento produtivo e financeiro, é a ferramenta para a determinação das metas. Como referência, no entanto, um bom benchmarking sempre ajuda. Podemos citar a Inttegra, que hoje realiza trabalhos em mais de 285 fazendas pelo Brasil e pela América do Sul. Como utilizar esses números para decisões mais acertadas? A interpretação deve ser a mais simples e objetiva possível. Inicialmente, focando em coletar informações “quantitativas” de rebanho e financeiras,

“Os melhores parâmetros são os resultados obtidos anteriormente (safras passadas) na própria atividade, ou seja, o que buscamos é ser melhores hoje do que fomos ontem” para, somente após estar familiarizado e condicionado, passar para dados “qualitativos”. Tão importante quanto gerar as informações é estabelecer uma rotina de geração e análise de informes gerenciais. O importante é produzir informações confiáveis por dados auditados para tomar decisões assertivas. A pior decisão é a tomada com base em premissas equivocadas. O conhecimento de como se calcular os indicadores e os dados necessários é fundamental para a formação profissional de um bom gestor. Isso leva ao entendimento, perfeita leitura, e, principalmente, à determinação de onde buscar evolução produtiva e financeira. Saber exatamente qual “parafuso” apertar. Quais os ganhos diretos com a coleta de informações? O ganho de tempo e a assertividade nas decisões tomadas por meio de boas informações. Ganhar dinheiro com o

uso dessa ferramenta, potencializando e otimizando o processo produtivo. Qual o maior entrave do pecuarista na atualidade? O maior entrave do pecuarista está no projeto estabelecido. Primeiro, se determina o projeto para identificar qual o organograma ideal para que o mesmo seja executado. O que leva um “time” a vencer, inicialmente, está em conhecer como se ganha o jogo e quais regras tem que se respeitar para que isso ocorra. Tenha metas definidas e conhecimento operacional para alcançá-las. O treinamento e o desenvolvimento começam pelo gestor, e não pelos colaboradores. A prioridade do líder é, ou será, invariavelmente, a prioridade da equipe. A rotatividade de funcionários também é um dos desafios? O ideal é criar um ambiente motivador e respeitar as cinco saúdes do indivíduo (física, mental, espiritual, financeira e social). Como a pecuária pode ser mais rentável que a agricultura? Simplesmente dando a mesma importância à qualidade dos processos que a agricultura tem, e garantindo, da mesma forma, investimentos equilibrados ao aumento da produtividade. O parâmetro é exatamente o mesmo: lucro líquido/hectare/ano. Conquistando o equilíbrio entre o que se produz, o que se gasta e o valor venal da mercadoria, temos eficiência. PECUÁRIA EM ALTA

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ENTREVISTA

Qual o papel da genética nesse contexto? Nosso principal insumo de produção é o animal, cuja capacidade de “resposta” produtiva deve estar alinhada aos fatores ambientais impostos por nós. A cada dia, com o avanço das técnicas produtivas, temos melhores condições ambientais, o que exige uma resposta produtiva animal mais intensa. Quando isso não ocorre, haja vista que os custos para propiciar esse melhor ambiente são normalmente maiores, tem-se um desequilíbrio entre o que se gasta e o que se produz, impedindo a atividade de alcançar seu ponto ótimo de ganho. A “genética” é tida por muitos como o insumo de melhor custo benefício da atividade pecuária. Qual a relação entre a taxa de lotação de pastagens

“Avalie friamente onde quer estar daqui a 10 anos. Se a resposta for: “na atividade pecuária”, profissionalize sua gestão”

e o resultado financeiro da pecuária de corte? A relação é direta e intensa, desde que não interfira negativamente na produtividade do animal e nos custos de produção. Em um estudo realizado a partir do banco de dados da Inttegra - utilizando algumas ferramentas estatísticas - ficou evidenciado que, para cada 0,1 unidade animal/hectare/ano

que se aumenta, mantendo os outros indicadores no mesmo nível, ocorre uma melhora de, aproximadamente, R$40/hectare de lucro líquido anual. Se houver conscientização de que a pastagem é a “lavoura” do pecuarista, o retorno pode ser maior? Não há dúvida de que o resultado está intimamente ligado à capacidade de se produzir a pasto. Todos os indicadores estão, de certa forma, relacionados a isso; portanto, está nas pastagens um dos grandes fatores de sucesso ou insucesso da atividade. Qual a sua orientação para o pecuarista? Avalie friamente onde quer estar daqui a 10 anos. Se a resposta for: “na atividade pecuária”, profissionalize sua gestão.

Fazenda Terra Verde - Carlos Lopes

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A ESTRADA DO SUCESSO NÃO É LONGA. É INFINITA. TERRAVIVA: VENCEDOR DO PRÊMIO LIDE AGRONEGÓCIOS 2017 NA CATEGORIA COMUNICAÇÃO.

Nós, do Canal Terraviva, acreditamos no agronegócio. Por isso, desde o primeiro dia, investimos numa estrutura de TV de verdade. E nunca mais paramos. Só nos últimos dois anos, criamos uma plataforma de eventos, ampliamos a nossa cobertura, renovamos o site e acabamos de inaugurar uma estrutura completa no Rio Grande do Sul. Afinal, a gente sabe que, quando o país precisa ampliar horizontes, plantar é ainda mais importante que colher.

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