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LEITE
O QUE PAGA A
CONTA É O LEITE! Júlia Ganozi, técnica de leite e Guilherme Marquez, gerente de produto leite nacional
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Independente de outras ações de rentabilidade financeira em uma granja leiteira, o leite é a principal fonte de renda da atividade e, por isso, paga a conta no final. O grande desafio dos produtores de leite, bem como dos consultores nessa área, é promover o aumento da produção, diluindo cada vez mais os custos e gerando melhores resultados financeiros.
Várias ações já são tomadas nas áreas de metas zootécnicas bem como suas implementações e avaliações. Mas, muitas vezes, esquece-se o básico e, infelizmente, o resultado é muito inferior às expectativas criadas. Os custos de uma propriedade precisam ser contabilizados e as ações propostas devem minimizar esse grande vilão.
O que gera custo? De acordo com diversos programas de assistência ao produtor, o maior custo de uma granja leiteira é a alimentação do rebanho. Esse custo impacta pesadamente a lucratividade da atividade. Podemos trabalhar alternativas de volumoso bem como de subprodutos para confecção de uma dieta total, mas também podemos trabalhar índices zootécnicos para podermos diluir esse custo.
Quem gasta e quem paga a conta? A fêmea seca vazia, a vaca atrasada, a novilha no pasto, todas elas são as gran
des protagonistas dessa pergunta. Esses animais estão custando para a fazenda e não estão ajudando a diluir o custo. A fêmea seca vazia é a pior delas, está seca, ou seja, sem produção de leite e está vazia dando a ela mais 275 dias de média, no mínimo, de custos para a fazenda. A vaca atrasada irá proporcionar maiores intervalos entre partos o que automaticamente aumentará os dias médios em leite, ou seja, menor produção, gerando menor diluição de custos. A novilha no pasto precisa parir, ou seja, tornar-se vaca e, com isso, sair do relatório de custos para o relatório de produção. Os índices zootécnicos para reprodução são essenciais para a fazenda de leite e, por isso, iremos mostrar alguns abaixo: Índices reprodutivos
Um dos pontos fundamentais da reprodução em fazendas leiteiras é aumentar a produção de leite. Mas, para promover esse aumento em rebanhos de alta persistência, é necessário reduzir os dias em lactação (DEL) das matrizes, ou seja, aumentar o número de vacas recém-paridas onde a produção de leite é mais alta e o retorno sob o custo alimentar também é mais alto, pois a conversão do alimento em leite ocorre de forma e ciente, provendo a redução desse custo. Porém, em rebanhos de menor persistência, para aumentar a produção de leite é necessário aumentar o número de vacas em lactação.
Outro ponto importante na reprodução é aumentar o número de animais de reposição e facilitar as políticas de descarte. Dessa forma, as vacas “problema” são descartadas para dar lugar a animais mais jovens, com genética superior para gerar o progresso genético e aumentar o retorno do investimento.
Portanto, o objetivo de aumentar a e ciência reprodutiva, de um modo geral, é a redução do intervalo entre parto (IEP) no maior número possível de vacas. Porém, esse indicador avalia a vaca que pariu (real) ou a que emprenhou (projetado), portanto, se uma vaca possui um intervalo entre parto (IEP) longo, provavelmente demorou a emprenhar 9 meses atrás. Atualmente, na raça Girolando, com a avaliação genômica, podemos selecionar os touros que provêm a redução no intervalo entre parto. Na bateria de touros Alta, temos:
• Dialeto Shottle da Xapetuba: Podemos prever a redução tanto no intervalo entre parto (IEP) quanto na idade ao primeiro parto (IPP) de suas filhas, impactando o aumento da produção de leite.
AVALIAÇÃO GENÔMICA - CLARIFIDE 2019
Leite (KG) IPP (dias) IEP (dias) Leite (KG) IPP (dias) IEP (dias)
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Importante destacar que, em qualquer fazenda de leite, os principais problemas relacionados com a reprodução estão ligados aos indicadores de:
• Taxa de serviço TS = Número de vacas inseminadas/número de vacas aptas;
• Taxa de concepção TC = Número de vacas prenhes/número de vacas inseminadas;
• Taxa de prenhez TP = Número de vacas prenhes/número de vacas aptas.
Portanto, esses índices determinam a eficiência reprodutiva de um rebanho e, de acordo com os dados Concept Plus Leite 2019, as novilhas de composição racial ½ Holandês, ½ Gir, na média, possuem uma taxa de concepção de 54,1% no uso do sêmen convencional. Porém, quando é utilizado o sêmen sexado, as novilhas de composição racial ¾ Holandês, ¼ Gir possuem a melhor taxa de concepção (39,3%).
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Ao avaliarmos a taxa de concepção das vacas pelos dados do Concept Plus 2019, podemos perceber que as vacas de composição racial ½ Holandês, ½ Gir permanecem com o melhor percentual, na média.
TAXA DE CONCEPÇÃO DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POR GRAU DE SANGUE
ITEM
MÉDIA GERAL 1/2 HO, GL 5/8
HO, GL 3/4
HO, GL 7/8 HO, GL 15/16 HO, GL HOLANDÊS TOTAL GERAL
SERVIÇOS PRENHEZES TAXA DE CONCEPÇÃO 10.145 4.045 39,9% 2.458 790 32,1% 19.773 6.235 31,5% 21.504 7.008 32,6% 10.862 3.550 32,7% 43.060 13.185 30,6% 107.802 34.813 32,3%
Dessa forma, a reprodução é de extrema importância para uma fazenda leiteira se manter economicamente viável, e a eficiência reprodutiva é um dos principais pontos para obter o sucesso econômico, afinal 88% da renda bruta é oriunda da produção de leite, portanto a eficiência reprodutiva deve estar aliada à eficiência produtiva para aumentar a produção de leite em vacas saudáveis, férteis e longevas, tornando imprescindível conhecer os pontos falhos nos indicadores para então iniciar um plano de ação e definir os pontos a serem trabalhados.
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Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional da Alta Especialista em Pecuária de Leite e em Gestão de Agronegócios pela Reagro – certificada pelas Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ); possui também MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
Júlia Gazoni, Técnica de Leite da Alta Graduada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triangulo Mineiro (IFTM), capacitada em gestão da pecuária leiteira pelo Rehagro