Edição 09 - Agosto/Setembro Pecuária em Alta

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PALAVRA DO DIRETOR

Fertilidade. Esta é a palavra que tem inspirado grande parte das ações e dos projetos desenvolvidos pela Alta. De nada adianta investir em infraestrutura, alimentação, gestão e equipe se o sêmen não for fértil e não emprenhar a vaca. Melhoramento genético só ocorre se houver concepção. Nas raças leiteiras, desde 2001, a Alta Global possui o programa Concept Plus, desenvolvido para avaliar a fertilidade a campo dos touros disponíveis em nossa bateria. Pois bem, com os excepcionais resultados colhidos e, principalmente, com a experiência adquirida nas raças leiteiras, em 2012, nós, da Alta Brasil, instituímos um projeto que hoje já se tornou um importante programa, o Concept Plus Corte. Este é um programa exclusivo para medir com precisão a maior ou menor qualidade de fertilização dos touros Alta nos programas de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Para que vocês tenham a dimensão do trabalho que está sendo realizado, somente na estação de monta 2015/2016 o programa recebeu mais de 450.000 dados, de 75 colaboradores, distribuídos em 13 estados, que utilizam sêmen da Alta. Esses colaboradores nos encaminharam todos os resultados sobre as taxas de prenhez das propriedades que eles assistem. Ao todo, já foram 1,3 milhão de dados coletados em três anos. Quando recebidos, passaram por um filtro de qualidade e, depois, por uma análise bioestatística. O grande diferencial, além do número de informações que já possuímos, é a análise que o programa consegue fazer. Ela ajusta a prenhez do touro e faz um contraponto sobre tudo aquilo que pode mascarar os resultados, como, por exemplo, estado nutricional da fêmea, fazenda em que estão alojadas (região), inseminador, raças, data da inseminação, categoria animal, entre outros. O programa isola totalmente a contribuição do touro na determinação da prenhez e identifica quais têm maior ou menor fertilidade. Hoje, já são 54 touros identificados como Concept Plus e 19 excluídos da bateria Alta, por serem considerados de qualidade inferior. Nesta edição, em primeira mão para todo o mercado, você vai entender detalhadamente como funciona o programa, conhecer alguns dos técnicos colaboradores responsáveis por coletar e nos enviar informações e, também, saber o impacto percebido pelos clientes que usam esta genética diferenciada. Se você é um cliente progressista e está preocupado com a rentabilidade do seu negócio, eu tenho um convite a lhe fazer: leia esta reportagem e conheça mais sobre o Concept Plus. Tenho certeza de que, quando você terminar sua leitura, a primeira coisa que vai fazer é entrar em contato conosco. Uma ótima leitura.

Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil

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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Heverardo Rezende de Carvalho Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) - renata.paiva@altagenetics.com Colaboradores desta edição Adriano Rúbio, Ayrtin Trentin, Carla Gasparotto Vasconcelos, Clemilson Sandim, Eduardo Cavallin, Fernanda Borges, Flávia Santana, Guilherme Marquez, Manoel Sá Filho, Márcio Delfino, Márcio Padão, Marcos Labury, Mário Jorge Magalhães, Rafael Oliveira, Rodrigo Peixoto, Tiago Carrara e Tiago Ferreira. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br

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ALTA NEWS

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ARTIGO

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LEITE

Tiragem 5 mil exemplares

Erramos A legenda da foto na página 56, na reportagem da Fazenda Santa Bárbara, da editoria de ‘Casos de Sucesso’, não está correta. Dissemos que o Sr. Fábio Câmara Mustafa, responsável técnico da Santa Bárbara era o Sr. Reinaldo Ledesma, Administrador da Fazenda. Um grande equívoco. Na verdade o Sr. Reinaldo é o que está na foto ao lado, recebendo a premiação do Circuito Boi Verde, juntamente com a proprietária da fazenda, Sandra Maria Massi. A legenda da foto na matéria sobre a Fazenda São Bento, na editoria casos de sucesso (pág. 58) também não está correta. Os nomes corretos são: Sérgio de Andrade Costa, Danilo de Andrade Costa e Dulce Maria Valadão Cardoso, proprietários da fazenda.

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MELHORAMENTO ANIMAL Identificação de touros melhoradores garante a liderança da Alta nos sumários de avaliação genética

Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação LTDA ME indiara@indiaraassessoria.com.br

ESPECIAL

Eventos, Workshops e novidades na bateria. Fique por dentro dos últimos acontecimentos da empresa.

POR QUE ENVIAR AMOSTRAS DE LEITE PARA CULTIVO MICROBIOLÓGICO? Você conhece todos os prejuízos e transtornos causados por ela?

FACILIDADE DE PARTO Entendenda esta característica e como utilizar esta informação


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CORTE ESTAÇÃO DE MONTA Dados que levam ao conhecimento do rebanho para a tomada de decisões MELHORAMENTO GENÉTICO LUCRATIVO A ferramenta de menor custo e maior impacto na rentabilidade da atividade.

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Novo software orienta produtores sobre a importância dos índices reprodutivos de fazendas leiteiras

Nossos clientes e leitores destacam a qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta espalhados por todo o Brasil

EVENTOS

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DESFILE DE TOUROS ALTA PROGEN

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EXPOGENÉTICA

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MEDALHA DE OURO

PROGRAMAS E SERVIÇOS ALTA GESTÃO

GIRO NO CAMPO

Alta Progen realiza a 11º edição do “Dia do bom negócio” em Dom Pedrito (RS)

Feira reúne em Uberaba – MG, animais avaliados pelos principais programas de melhoramento genético do país

Octacampeões - Troféu Agroleite elege Alta a melhor empresa de genética pela oitava vez

RAÇA

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FILHAS DE TOUROS DA BATERIA ALTA ESTÃO ENTRE AS TOP MÉDIAS NACIONAIS Seleção genética aumenta produtividade leiteira da raça

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CASOS DE SUCESSO Conheça exemplos de pecuaristas progressistas que juntamente com a Alta servem de exemplo para a nossa pecuária - FAZENDA SÃO DA PAPAIZ - FAZENDA PRIMUS IPANEMA - AGROPECUÁRIA CONTINENTAL

CAPA CONCEPT PLUS Programa Concept Plus apresenta respostas concretas das variações de fertilidade a campo entre reprodutores

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ENTREVISTA Argeu Silveira, Médico Veterinário, diretor técnico da ANCP Nelore Brasil, fala sobre melhoramento genético e os avanços da raça nelore

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ESPECIAL

MELHORAMENTO ANIMAL

AVALIAÇÕES CONSISTENTES GARANTEM O PROGRESSO GENÉTICO DA RAÇA NELORE por Fernanda Borges, técnica de Corte da Alta

A raça Nelore está em formação e constante evolução. Atualmente, os pecuaristas brasileiros buscam o máximo de informações possíveis para fazer uma pecuária de precisão, com alta produtividade e, consequente, lucratividade. Os Programas de Melhoramento Genético têm auxiliado muito nesse processo, disponibilizando aos produtores ferramen-

tas práticas, econômicas e seguras para selecionar as matrizes, comparar reprodutores e direcionar os critérios da seleção. Melhorar um rebanho consiste basicamente em produzir gerações futuras superiores à geração atual, naquelas características desejáveis e economicamente impactantes para o sistema de criação, local e mercado consumidor da propriedade. O progresso genético está relacionado a diversos fatores: Intensidade de seleção: é uma predição da superioridade do grupo selecionado. Acurácia de seleção: é uma correlação entre o valor genético estimado e o verdadeiro. Depende da herdabilidade da característica, da qualidade das informações coletadas e do critério de seleção adotado.

Variabilidade genética: grau de variedade de genes existentes dentro de uma espécie. Quanto maior a variabilidade maior a possibilidade de progresso. Intervalo de gerações: média de idade dos pais quando sua progênie nasce. Os reprodutores mais jovens têm chance de expressar seu potencial genético mais rapidamente. As avaliações genéticas são ferramentas que predizem o mérito genético de um animal com o intuito de ajudar o criador a modelar geneticamente seu plantel. Deve ser um ponto de partida para a seleção e auxiliar nas tomadas de decisão da fazenda. De modo geral, todos os sumários possuem cinco grupos de características avaliadas: Crescimento, Reprodução, Maternais, Carcaça e Morfológicas.

Crescimento As características de crescimento estão relacionadas ao desenvolvimento dos animais em ganho de peso e são expressas em diversas idades, como peso aos 120 dias de vida, peso ao desmame, peso ao ano, peso ao sobreano, ganho do nascimento a desmama, ganho pós-desmame, peso ao nascimento, peso adulto, etc. A Alta possui touros líderes para ganhos em todas as idades e cada característica está mais relacionada ao objetivo do criador. Para quem busca maior desenvolvimento à desmama, os melhores touros são: Logan da Di Gênio, Irak da Bonsucesso, Batuta da MN, Vigor da Matinha e REM Vokolo. Para aqueles que produzem touros ou fazem ciclo completo e precisam melhorar o peso final, os touros mais indicados são: REM Caballero, Vigor da Matinha, CEN Elton, 992 Mistério da Terra Brava e Mérito Vyda.

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Reprodução As características de reprodução são essenciais em qualquer processo de seleção, pois têm significativo retorno econômico e estão relacionadas à precocidade sexual de machos e fêmeas, como também à produtividade e longevidade das matrizes. Para melhorar a precocidade sexual dos reprodutores, que serão usados em estação de monta, são sugeridos: REM Caballero, REM Torixoréu, REM Armador, Haltrium da Terra Brava e Iman da Bonsucesso. Para obter resultados expressivos na precocidade sexual das novilhas, a Alta apresenta: REM Armador, 1384 Lokhan de Naviraí, Quaraçá 10 da Bacuri, Mustang da Paulete e REM Vokolo. Quando o objetivo consiste em aumentar a longevidade e produtividade das fêmeas do plantel, algumas alternativas da Alta são: Vigor da Matinha, 1865 da Hora, General da MN, Ganges Col e Efeito da Di Gênio.

Maternais As características maternais também são mensuradas pelo ganho em peso, mas, diferentemente daquelas ditas de crescimento, estas são visualizadas pelo desempenho dos netos do indivíduo, ou seja, são características de efeito indireto ou materno. Para melhorar a produção de leite e a habilidade materna das fêmeas, a Alta disponibiliza: CEN Lambisco, General da MN, Quaraçá 10 da Bacuri, REM Torixoréu e Barac da Santa Nice.

Carcaça As características de carcaça são mensuradas por ultrassonografia e indicam melhor produção e qualidade de carne. Com o objetivo de aumentar o rendimento de cortes nobres, a Alta sugere: REM Capataz, REM Armador, Massudo da Bela, REM Vokolo e Iman da Bonsucesso. Se melhorar o acabamento de carcaça for a maior necessidade: REM Caballero, REM Allon, Vindouro do Golias, REM Sagres e REM Torixoréu. A suculência da carne está relacionada à gordura entremeada ou ao marmoreio. Para esse quesito, a Alta possui: Truck da Alô Brasil, Herói de Naviraí, Galantin da Bonsucesso, Rain Rsan e REM Vokolo.

Morfológicas As características morfológicas também são muito importantes no processo de seleção e determinam o perfil fenotípico da progênie de um indivíduo por meio de notas visuais. Confira: Líderes para precocidade: Ganges Col, Macuni do Salto, REM Armador, Haltrium da Terra Brava e Sudão da MN. Líderes para musculosidade: Vigor da Matinha, Brasil FVC, Invite da Bela, REM 5467 Mamuth e Bibliógrafo da AC.

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ESPECIAL

IDENTIFICAÇÃO DE TOUROS MELHORADORES GARANTE A LIDERANÇA DA ALTA NOS SUMÁRIOS DE AVALIAÇÃO GENÉTICA Um dos momentos mais esperados do ano para o melhoramento genético da raça Nelore é do lançamento dos sumários, realizado tradicionalmente durante a ExpoGenética, em Uberaba (MG). As empresas pesquisadoras aguardam o principal momento de reunião de técnicos e criadores para apresentar os resultados dos touros avaliados. Mais um ano, os touros da bateria Alta foram reconhecidos. O grande destaque de 2016 ficou para o sumário da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), em que os três melhores animais do Mérito Genético Total Econômico (MGTe) são da Alta: REM Armador, REM Vokolo e REM Torixoréu. Os touros foram considerados os mais rentáveis da pecuária brasileira. Todos eles são líderes de venda e representam o que o mercado procura: rentabilidade e boa avaliação. São da Genética Aditiva Agropecuária, um dos principais parceiros da companhia, reconhecida pelo trabalho de precocidade sexual e desempenho. 8

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Destaque de sumários Alta possui os três touros considerados mais rentáveis da pecuária brasileira

Rem Armador (MGTE 25.47)

Rem Vokolo (MGTE 25.38) - Líder do Geneplus

Rem Torixoréu (MGTE 23.95)


Iman da Bonsucesso é o touro número um na reprodução programada de 2012

Foto: Ney Braga

Ainda no sumário, o melhor touro jovem em Central faz parte da bateria Alta. Trata-se do Vigor da Matinha, conhecido pelo ganho pós o desmame e stayability – característica relacionada à produtividade das fêmeas no rebanho. Já no resultado da Reprodução Programada de 2012 – o teste de progênie da ANCP –, o touro número um também é da Alta: Iman da Bonsucesso. Outros dois animais foram aprovados: Jhelum COL e Jabriel de Naviraí. Resultados positivos foram obtidos, ainda, no Índice ABCZ (iABCZ). O Melhor Touro é da Alta: 1070 da Terra Brava, jovem e de genealogia muito consistente. Do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), 80% dos touros TOP 10 são Alta. No sumário Geneplus, 60% dos touros mais bem avaliados são da alta, dentre eles REM Vokolo, o líder do Índice de Qualificação Genética(IQG). Os excelentes resultados envolvem um trabalho criterioso muito antes da divulgação dos touros. Começa na formação da equipe de técnicos, que tem a responsabilidade de visitar as fazendas parceiras e fornecedoras de genética e identificar os melhores reprodutores da safra, considerando genealogia consistente, boa avaliação genética, forte desempenho intrarrebanho e biotipo equilibrado. Após identificação, esses touros passam por um alto crivo de avaliação de todos os técnicos, gerentes comerciais, gerentes de produto e diretoria da empresa, visando sempre a levar ao mercado o que

1070 da Terra Brava é o touro com o maior iABCZ no PMGZ

há de melhor e mais confiável. Cabe ressaltar que o relacionamento construído ao longo dos anos permite acesso à melhor genética de cada criatório, garantindo aos clientes da Alta os melhores produtos e, consequentemente, maior rentabilidade.

Fernanda Borges, Técnica de Corte da Alta Formada em Zootecnia pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Ingressou na Alta como estagiária por meio do programa Jovens Talentos, em 2012

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ALTA NEWS

SHOWCASE ALTA PROGEN REÚNE REPRESENTANTES DE SETE ESTADOS A Progen, juntamente com a Alta Genetics, mais uma vez, proporcionou aos técnicos, parceiros e clientes de todo o Brasil a oportunidade de conhecer diversos sistemas e fazendas parceiras, que prezam por produzir produtos fenotipicamente atraentes e de alto valor genético. São as fornecedoras de animais melhoradores à bateria Alta. Participaram da viagem representantes de sete Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A diversidade cultural tornou o evento muito produtivo e agradável. No primeiro dia, o grupo visitou a sede da Progen, em Dom Pedrito (RS), onde participou de um desfile de touros, que são coletados na central. Depois, seguiu para a Estância Guatambu, onde teve a oportunidade de conhecer um sistema autossustentável, produtor de energia elétrica a partir da luz solar. Na estância é adotado, também, um sistema de ciclo completo, utilizando como base do plantel animais das raças Braford e Hereford. A Guatambu é proprietária de destaques da bateria Alta, como Tapera, da raça Hereford, e Lafite, da raça Braford, animal consagrado ConceptPlus, desde 2015.

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No segundo dia, a visita foi na Estância Caty, que possui 85% do rebanho da raça Braford e o restante, Hereford. O objetivo nessa propriedade é a seleção de animais com desempenho superior a pasto, visto que o sistema de criação é exclusivamente extensivo. Como base de seleção há a utilização do sumário Conexão Delta G. A estância é proprietária, também, de um grande destaque da raça Braford, o Caty Guarani. Outra visita foi na GAP Genética. A propriedade possui foco na seleção da raça Brangus, além da criação de animais da raça Angus, Braford, Hereford e Cavalos Crioulos. O rebanho é composto por 7.000 bovinos, sendo 3.500 matrizes submetidas à reprodução aos dois anos, em média. Destaques da bateria Alta vieram da GAP Genética, como Negrito e Chumbo Grosso, da raça Brangus, e Russo, da raça Red Brangus.

Para finalizar o evento, o grupo foi recepcionado pela Cia Azul. O rebanho dessa agropecuária é composto por 60% Angus, 30% Braford e 10% Brangus. Especialista em comercialização de genética de alto padrão de qualidade, a Cia Azul possui como base para seleção genética características fenotípicas e Diferenças Esperadas de Progênie (DEPs) dos sumários Promebo, Conexão Delta G e Natura. A estância foi berço de grandes reprodutores da bateria Alta, como Kodak e Ébano, mais Touareg, Wolf, Nacional, que são consagrados ConceptPlus.


ALTA REALIZA WORKSHOP EM GADO DE CORTE NO TOCANTIS

A Alta, em parceria com a Zoetis, realizou o Workshop em Gado de Corte (Genética e Reprodução), no estado do Tocantins, entre 26 e 28 de julho. Os municípios de Araguaína, Paraíso do Tocantins e Gurupi reuniram pecuaristas, colaboradores, estudantes e outros interessados em conhecer conceitos de práticas de melhoramento genético e reprodução, que resultam na maior produtividade da pecuária de corte. Os palestrantes da Alta Genetics foram Adriano Rúbio, que falou sobre direcionamento para cruzamento industrial; Rafael Mazão, responsável por abordar o melhoramento genético em zebuínos, e Manoel Sá Filho, que explicou sobre manejo reprodutivo em vacas e novilhas e, também, falou dos benefícios do Programa ConceptPlus. A Zoetis levou Bruno Figueras para tratar sobre marcadores moleculares e Inseminação Artificial de Tempo Fixo

na reprodução de resultados. Além das palestras, em cada município, o workshop trouxe um caso de sucesso. Em Araguaína, primeira cidade do circuito Tocantins, houve apresentação da Fazenda Vale do Boi, referência regional e nacional em melhoramento da raça Nelore. A palestra foi coordenada pelo criador Ricardo José de Andrade. Já em Paraíso do Tocantins, a participação foi do diretor do Grupo Terra Grande, pecuarista André Curado,

que enfatizou os princípios de seleção adotados que fazem do criatório uma referência regional e nacional na raça Nelore. Em Gurupi, última cidade do circuito, a apresentação ficou por conta da Agropecuária 2L, de Cássio e Eduardo Lucente. Referência regional e nacional na produção de Nelore, a propriedade utiliza 100% da genética Alta Genetics e apresentou os resultados das últimas safras. Com o grande número de interessados nas três etapas, a equipe da Alta considerou a repercussão muito positiva entre pecuaristas, profissionais, estudantes e demais presentes. A perspectiva é de que o evento se torne anual no Estado, solidificando a presença das empresas promotoras, em conjunto com os Regionais da Alta Genetics, que organizaram os eventos.

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ARTIGO

POR QUE ENVIAR AMOSTRAS DE LEITE PARA CULTIVO MICROBIOLÓGICO? por Carla Gasparotto Chande Vasconcelos, responsável técnica do Laboratório Veterinário Vida Vet Qual produtor de leite, hoje em dia, que não se preocupa, quando aparece a tão conhecida “mastite” na sua propriedade e, em consequência, todos os prejuízos e transtornos por ela causados? Qual produtor de leite nunca se sentiu realmente desanimado frente aos insucessos no controle desta enfermidade tão comum, devido à abrangência dos fatores a ela relacionados? São muitas tentativas, tantas vezes ineficientes, no tratamento e controle, perdas de tetos, sem contar a desqualificação do seu leite. É para você, produtor de leite, que escrevemos. Não para novamente explicar fatos e teorias sobre a mastite e qualidade do leite, mas com o objetivo de abrir um espaço, para que possamos, juntos, trabalhar na tentativa de minimizar o problema e suas consequências. Sabemos que existem vários agentes, na sua maioria bactérias, causadores de mastite. A identificação desses agentes é fundamental para a adoção de um conjunto de ações voltadas para a prevenção de novas infecções e a redução da duração 12

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das infecções já instaladas no rebanho. Algumas dessas bactérias são de difícil tratamento e controle; outras podem ser eliminadas com mais facilidade.

“Análises microbiológicas periódicas de amostras do leite individual e do tanque são ótimas ferramentas para qualificar, analisar e monitorar a qualidade do leite” Essa diferença é que faz com que a situação se resolva com maior ou menor rapidez, fato este primordial para quem produz leite. Uma das ferramentas que a análise laboratorial disponibiliza é a identificação de quais grupos de bactérias estão presentes nas amostras de leite enviadas. Se a maior porcentagem dos isolamentos direciona para problemas com bactérias causadoras de mastite contagiosa (transmis-

são durante a ordenha) ou para bactérias causadoras de mastite ambiental (transmissão entre ordenhas), pode-se iniciar esse levantamento através da análise do leite de conjunto/tanque. Com essa análise, é possível evoluir para uma avaliação mais abrangente, através da cultura de amostras individuais. As ações são direcionadas, então, a partir do que as culturas indicam no laboratório. Isso proporcionaria menor risco de perdas indevidas e uma melhoria na situação como um todo, uma vez que saberíamos quais agentes seriam predominantes no rebanho. Análises microbiológicas periódicas de amostras do leite individual e do tanque são ótimas ferramentas para qualificar, analisar e monitorar a qualidade do leite. Pontos específicos como o controle de mastite, higienização dos equipamentos e utensílios de ordenha, resfriamento e armazenamento do leite podem ser avaliados através desses métodos, notadamente se soubermos como interpretar e aplicar, na prática, o que o exame laboratorial tem a revelar.


IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DO LEITE - Auxiliar o produtor no monitoramento da qualidade do leite - Associação positiva com Contagem de Células Somáticas (CCS) - Identificar a presença de bactérias contagiosas e ambientais no rebanho - Monitorar a higiene do sistema de ordenha e entre ordenhas - Sanidade da glândula mamária - Auxiliar no diagnóstico de patógenos prejudiciais à Saúde Pública

AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE DO LEITE

Contagem Bacteriana Total (CBT)

Cultura do leite para avaliação do rebanho

Contagem de Células Somáticas (CCS)

O melhor modo de se conhecer o estado microbiológico do rebanho é realizando a cultura dos quartos mamários das vacas em lactação. Isso permite identificar os agentes e verificar o nível de infecção do rebanho. Uma alternativa para a redução dos custos é a cultura de amostras compostas dos quartos do mesmo animal. Nesse caso, deve-se ter o cuidado de colher quantidades próximas de leite de cada glândula, porque o número de glândulas infectadas por vaca pode influenciar a sensibilidade da cultura.

A composição celular do leite é um dos parâmetros utilizados para se avaliar o estado sanitário da glândula mamária, devido à existência de correlação positiva entre o número de células somáticas e o grau de comprometimento mamário, ou seja, quanto maior a contagem de células somáticas, menor será a produção de leite. São inúmeros os fatores que podem levar a um aumento na CCS, variando em intensidade de acordo com as causas envolvidas.

A Contagem Bacteriana Total (CBT) indica as condições higiênicas, como o manejo e a limpeza do equipamento de ordenha e a temperatura de resfriamento do leite. A presença de coliformes no leite do tanque é um indicativo da ineficiência dos procedimentos de preparação da vaca durante a ordenha e da limpeza do ambiente desse animal. Não é comum a mastite contribuir para a CBT, mas vacas acometidas por mastite podem, ocasionalmente, liberar grandes quantidades de micro-organismos no leite. Geralmente, isso está associado com infecções subclínicas, causadas por estreptococos, principalmente o St. agalactiae. PECUÁRIA EM ALTA

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ARTIGO

Ação

TANQUE

Problema

ALTA CBT ALTA CCS

limpeza manejo ordenha mastite

pool tanque (inicial) medidas correção

BAIXA CBT ALTA CCS

manejo ordenha mastite

pool tanque (inicial) medidas correção

CCS/ CBT mensal microbiológico (recém-paridas, novilhas, casos clínicos e subclínicos)

ALTA CBT BAIXA CCS

limpeza manejo ordenha mastite

pool tanque (inicial) medidas correção

CCS/ CBT mensal microbiológico (recém-paridas, novilhas, casos clínicos e subclínicos)

pool tanque (mensal)

CCS/CBT mensal pool tanque (mensal) microbiológico (recém-paridas, novilhas, casos clínicos)

BAIXA CBT BAIXA CCS

Diante de todos os fatores expostos nesse artigo, sugere-se o controle da mastite, visando atender o mercado interno e preparar o setor para uma nova realidade: qualidade e competitividade, em que os elos da cadeia precisam estar integrados. 14

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Monitoramento CCS/ CBT mensal microbiológico (recém-paridas, novilhas, casos clínicos e subclínicos)

Carla Gasparotto Chande Vasconcelos, responsável técnica do Laboratório Veterinário Vida Vet Médica Veterinária, formada pela FMVZ/UNESP Botucatu, Mestre em Medicina Veterinária Preventiva pela FCAV/UNESP Jaboticabal e Doutora em Medicina Tropical pela Faculdade de Medicina FMB/UNESP Botucatu


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LEITE

FACILIDADE DE PARTO ENTENDENDO ESTA CARACTERÍSTICA E COMO UTILIZAR ESTA INFORMAÇÃO por Rodrigo Peixoto, técnico de Leite da Alta Por esse motivo, touros de raças leiteiras europeias possuem a informação de “facilidade de parto”. Esta informação ainda é destrinchada em “facilidade de parto do touro”, que está muito relacionada com o tamanho da bezerra ao parto, e em “facilidade de parto das filhas do touro”, que está relacionada com a habilidade em parir das novilhas filhas do touro.

Na bovinocultura de leite, a saúde e o bom desenvolvimento da bezerra até o seu parto, bem como a produção de leite dessa futura provedora de receita para a fazenda dependem do dia de seu nascimento. Bezerras que passam por um nascimento dificultado desenvolvem algum grau de hipóxia (redução de oxigênio circulatório) e de acidose metabólica (redução do pH sanguíneo). Esses dois distúrbios, além de outros problemas, atrapalham a bezerra recém-nascida ingerir uma quantidade de colostro adequada, culminando em maior 16

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probabilidade de desenvolver diversas patologias ao longo de sua vida ou mesmo de sua morte precoce. Além disso, bezerras que desenvolvem doenças durante os primeiros meses de vida, provavelmente, terão problemas ou atraso para emprenharem e, também, não poderão expressar seu total potencial genético para a produção de leite e a reprodução durante sua vida produtiva. Dois dos principais motivos que levam a um parto dificultado é o tamanho grande do (a) bezerro (a) e a menor habilidade da matriz ao se deparar com o parto.

“Bezerras que passam por um nascimento dificultado desenvolvem algum grau de hipóxia (redução de oxigênio circulatório) e de acidose metabólica (redução do pH sanguíneo)” A primeira característica deve ser analisada quando for selecionar touros que deverão ser utilizados em novilhas (nulíparas), ou


seja, quando se almeja adequar uma estratégia de manejo para reduzir a incidência de partos distócicos das nulíparas. Isso porque essa categoria animal tem menor tamanho e, com isso, o canal do parto mais estreito quando comparada às vacas. A segunda característica deve ser considerada na escolha de um touro quando se quer produzir novilhas que terão maior facilidade (mais habilidade) para parir pela primeira vez, ou seja, essa informação é uma ferramenta de melhoramento genético para facilidade de parto de uma população bovina. Na prova americana é considerado que um touro da raça Holandesa com a informação “facilidade de parto do touro” igual ou menor do que 8% pode ser utilizado em novilhas. Assim, quanto menor

que 8%, menos dificuldades as novilhas terão em parir filhas desse touro. Nas provas canadenses e holandesas são desejáveis números iguais ou maiores a 100. Como são coletadas as informações de facilidade de parto Para a prova americana, as informações de facilidade de parto são coletadas de um universo extenso de rebanhos. O parto é

avaliado por pessoas responsáveis por tais e pontuados no tocante aspecto: • Grau 1 – sem problema ou não assistido; • Grau 2 – problema leve; • Grau 3 – precisou de assistência; • Grau 4 – considerável força na ajuda para retirar a bezerra; • Grau 5 – Extrema dificuldade. Com essas informações processadas, demonstra-se a porcentagem dos cinco graus de parto.

FACILIDADE DE PARTO TOURO (SCE) FREQUÊNCIA DIFICULDADE PARTO SCORE

DEFINIÇÃO

1º PARTO

2º PARTO

3º PARTO

1

Sem problema

63%

80%

81%

2

Problema leve

15%

10%

9%

3

Preciso assistência

14%

7%

7%

4

Considerável força

5%

2%

2%

5

Extrema dificuldade

3%

1%

1%

Neste quadro, pode-se entender o porquê dos 8% como ponto de corte para se usar ou não um touro para inseminar novilhas. Em novilhas (identificadas com 1º parto no quadro 2), observou-se que, em média, 8% tiveram partos com assistência, em que o assistente usou considerável força

(Grau 4) para retirar a bezerra do canal do parto, ou mesmo, extrema dificuldade em parir (Grau 5). Já em matrizes multíparas essa dificuldade em parir é reduzida significativamente, ou seja, a informação de facilidade de parto somente faz sentido de ser utilizada em novilhas.

Exemplo para reforçar Para exemplificar, apresentamos um touro exclusivo da bateria Alta, Alta Genuity, um dos melhores touros para característica de facilidade de parto do touro e das filhas do touro. Veja suas características. PECUÁRIA EM ALTA

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LEITE

Alta Genuity possui a característica de parto “facilidade de parto do Touro” de 5,2% (contornado em vermelho). Isso indica que, devido à genética desse touro, apenas 5,2% das novilhas inseminadas com o sêmen dele têm dificuldade para parir (Graus 4 e 5 demons18

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trados no Quadro 1), ou seja, 94,8% das novilhas parem sem problema algum. Contornado em verde, demonstra-se a característica “facilidade de parto das filhas” do Alta Genuity e que apenas 5,1% das novilhas filhas desse touro tiveram problemas para parir.

Rodrigo Peixoto, técnico de Leite da Alta graduação em Medicina Veterinária pela PUC-MG, mestrado em zootecnia, área de concentração “produção animal”, com projeto de pesquisa relacionado com metabolismo e reprodução de bovinos de leite


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CORTE

ESTAÇÃO DE MONTA PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL PARA O RETORNO FINANCEIRO DO SEU REBANHO por Marcos Labury, gerente técnico de Corte da Alta A estação de monta está próxima do seu início. É hora de fazermos a revisão de todos os itens necessários para que tudo corra da melhor forma possível dentro do que foi planejado com a devida antecedência. Tenho um amigo que não trabalhava com a inseminação e nem tinha uma estação de monta, ou seja, os touros permaneciam na vacada o ano inteiro. Por incrível que pareça, ainda encontramos criatórios onde não se pratica a estação de monta, e não são poucos. As diculdades apresentadas vão desde a acomodação até os fatores culturais: “É assim desde o tempo dos meus pais”; “Tenho bezerro o ano todo”; “Não preciso fazer muita divisão de pastos”. 20

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Tomando este meu amigo como base, escrevo aqui todas as recomendações que ele recebeu por parte da nossa equipe da Alta. Inicialmente, demos a ele conhecimento sobre a vantagem de nascimento de bezerros conteporâneos, permitindo compará-los entre si e, com isso, verificarmos quais as melhores vacas, mães dos melhores bezerros, e descartarmos as fêmeas menos produtivas. Consequentemente, deixamos no rebanho aquelas que realmente são as mais produtivas, as que trazem lucratividade para a propriedade. Interessado em melhorar a sua situação atual, meu amigo, então, aceitou as nossas orientações. Deu início às providências mais necessá-

rias. Entendeu que, para que se pudesse instalar uma estação de monta, iria investir aos poucos. Assim está sendo feito. Conversa vai conversa vem, pude conhecer o rebanho e perceber que o gado tinha como marcação apenas a marca do criatório. Não tinha numeração que o identificasse, nem a fogo, tatuagem ou brinco. Consequentemente, não possuía uma escrituração zootécnica que lhe desse acesso a todas as informações possíveis. Então, perguntei: Como você administra seu patrimônio? Como sabe se está perdendo ou ganhando dinheiro? Como sabe o que tem de melhorar para que seus bezerros sejam melhores do que os do ano passado?


Vamos lá Como não fazia inseminação artificial, a primeira providência foi retirar os touros de monta do rebanho, separando-os das fêmeas. Depois, trazendo-os ao curral e fazendo uma vistoria geral, uma avaliação visual, atentando para toda a sua parte funcional não observada anteriormente, como cascos, aprumos, defeitos raciais, umbigo, verga, testículos (roncolhos, monorquídicos, com hipoplasia testicular) e estado geral como um todo. Os que apresentarem defeitos devem ser imediatamente descartados e, também, “os cabeceiras de boiada”. Ou seja, descartamos o que não nos dá ou ajuda a ganhar dinheiro e ficamos apenas com os machos aptos ao nosso negócio. Aqueles que permanecerem serão, posteriormente, na época adequada, submetidos a exame andrológico e atestada a sua serventia. No segundo momento, as fêmeas também foram avaliadas visualmente, assim como os machos. Ficou bastante evidente ao criador como a identificação individual faz falta e auxilia dentro do criatório. A não ser pela observação do peão, ele não teve como nos informar o que precisávamos: Qual a data do último parto dela? Quantos filhos ela já havia deixado na fazenda? Qual o peso médio de desmama dos seus filhos, ou seja, quantas arrobas de carne ela entregava/ ano? Qual o seu desempenho individual quanto à média do rebanho? Qual era a média de desmama do rebanho? Depois dessa análise, meu amigo optou por introduzir,

também, a marcação individual. A partir daquela data, à medida que cada uma delas viesse ao curral, seria numerada a fogo, tanto ela quanto seus produtos (que seriam tatuados na orelha com o seu número de série na fazenda e o número da mãe), conforme uma sequência previamente combinada entre nós.

“Por incrível que pareça, ainda encontramos criatórios onde não se pratica a estação de monta. Não são poucos. As diculdades apresentadas vão desde a acomodação até os fatores culturais” A escolha exata Escolhemos, então, o período da estação de monta. Inicialmente definido com a duração de quatro meses, com a avaliação individual prévia das fêmeas pelo veterinário quanto à sua condição reprodutiva e corporal. Essas avaliações, a partir de agora, serão anotadas em ficha individual, permitindo melhor acompanhamento do rebanho como um todo. Após a avaliação do veterinário e em conjunto com as avaliações funcionais feitas anteriormente, optou-se pelo descarte imediato das fêmeas negativas

dentro dos critérios adotados. Aí, pudemos então sentar a uma mesa e conversar sobre o que a Alta realmente poderia ajudá-lo dentro de seus objetivos. Explicamos que as orientações feitas e absorvidas por ele serviriam como estabelecimento de uma rotina gerencial/ administrativa da propriedade. Escrituração zootécnia é a base de informações para quem quer gerenciar o dia a dia do rebanho. São com essas informações obtidas que podemos tomar decisões. A partir delas, começamos a montar um plano genético para a propriedade, preparando-nos para a próxima estação de monta. Recomendamos ao meu amigo: – A estação de monta terá início em 15 de novembro deste ano. – Em razão do ótimo mercado regional para o comércio de bezerros, o objetivo inicial da fazenda será produzir bezerros Nelore para comercialização a desmama. Assim, será aproveitado o maior número de bezerras para a evolução e o crescimento do rebanho e, à medida que este se estabilizar, após a escolha das necessárias ao rebanho, as demais também serão comercializadas na mesma época que os machos. – De acordo com nossas observações, elaboramos um plano genético para o rebanho, sendo escolhidos três reprodutores da bateria Nelore da Alta, dos quais será adquirido sêmen. Nós nos baseamos para esta escolha em três necessidades básicas do rebanho: habilidade maternal, stayability e peso a desmama.

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CORTE

- Ao longo do ano, serão tomadas providências necessárias dentro da fazenda, com vista a melhorar o desempenho como um todo, como treinamento, reciclagem e adequação da equipe em curso de inseminação artificial, em manejo racional e em outros a serem identificados como necessidade. Também será necessária a adequação da divisão dos pastos à necessidade da propriedade e à formação de lotes dentro do rebanho.

MUDANÇAS POSITIVAS

“Vários pontos foram fundamentais para

estabelecermos a estação de monta aqui na fazenda. O primeiro deles foi a visita de um técnico da Alta para nos trazer conhecimento e experiência. Eles não são apenas vendedores de sêmen, são reais orientadores de todo o trabalho desenvolvido nas propriedades, principalmente na escolha dos touros adequados para a minha região e o meu sistema de produção. Antes de estabelecer a estação de monta, o mais importante foi fazer uma limpeza no meu plantel, descartando os animais que não se enquadravam mais no rebanho. Fiz um pente fino, retirando as fêmeas ‘preguiçosas, nervosas e pegadeiras’. Analisamos, também, a parte reprodutiva, apartamos lotes e fizemos uma revisão nas instalações. Este ano, vamos começar com uma estação de monta de quatro meses. No ano que vem, passaremos para três e por aí vai. Vamos tentar apertar a cada ano para que nossas fêmeas desmamem todo ano um bezerro pesado e de qualidade superior. Outro ponto que considero fundamental para o sucesso da estação de monta é a alimentação. Com o período de parições já estabelecido perto das águas, vamos ter uma oferta de volumoso de maior qualidade nos pastos para dar mais condições tanto para a mãe quanto para o bezerro” Cláudio Pompei – Fazenda Cachoeira de Palma Ltda, Palma (MG)

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Criadores progressistas Ao mesmo tempo, temos criadores progressistas atuando, perfeitamente adaptados aos novos tempos, com a firme certeza de que estão no caminho certo de suas empresas rurais. É o caso de Luiz Roberto Tormin Arantes, o Beto Arantes, proprietário da Fazenda União, localizada no município de Águas Claras (MS). Cliente da Alta, já o acompanhamos há muitos anos, por meio da regional Araçatuba. Com ele revi conceitos de economia rural e tive que me preparar melhor para encontrá-lo. Ele é um constante questionador do porquê de qualquer mudança. Quando iniciamos nosso relacionamento, a estação de monta já fazia parte do dia a dia da fazenda. Por sinal, já fazia duas, a tradicional e a invertida, sob a orientação do mestre Dr. Fernando Andrade. Descarte de matrizes pouco ou nada produtivas, abaixo da média da propriedade, também é rotina. Aliás, senões ou defeitos raciais ou funcionais no rebanho já são eliminados a partir do nascimento, supervisionado pelo capataz, o Chico, e pelo médico veterinário e administrador da fazenda, Rafael Arantes, o filho do Beto. É claro que tudo que a gente faz é sob a supervisão geral do Beto. O sêmen dos touros a serem usados na estação de monta é adquirido com antecedência, tanto para o rebanho comercial Nelore e Angus quanto para o rebanho Nelore PO. A equipe, muito bem treinada ao longo

CRESCENDO JUNTO COM A ALTA

“Sou cliente da Alta há quase 20 anos. Desde 2000, estabeleci a estação de monta dentro do meu rebanho e isso foi fundamental para os meus resultados. Hoje, possuímos duas estações, uma na primavera e uma no inverno. Dentro do meu programa anual de produção de carne, elaboro o meu projeto e metas; depois, apresento aos técnicos da Alta, que me orientam e sugerem alterações que sejam mais adequadas ao meu sistema de produção. O bom de trabalhar com a Alta, além da qualidade do sêmen, é a visão em longo prazo que eles têm, tanto em assuntos técnicos como até mesmo de mercado, indicando-nos touros que produzem animais que atendem a demanda do mercado. Outra situação que mudou a cara do meu rebanho foi o trabalho de apartação de grupos, desenvolvido pelos técnicos. Hoje, conhecemos realmente o nosso rebanho e sabemos o que ele precisa”. Luiz Roberto Tormin Arantes – Beto Arantes Fazenda União, Águas Claras (MS)

dos anos, já está pronta para o início dos trabalhos. Todo o rebanho é perfeitamente identificado com tatuagem e/ou brinco na orelha, além de marca a fogo, com pesagens constantes de cada animal, desde o seu nascimento.

Marcos Labury, gerente técnico de Corte da Alta Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), pós-graduado em Gado de Corte. Jurado efetivo do Colégio de Árbitros da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ)

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CORTE

MELHORAMENTO GENÉTICO LUCRATIVO por Adriano Rúbio, gerente técnico de Corte da Alta Para a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), no ano de 2016, a exportação deverá crescer cerca de 25%, fechando o ano com 1,76 milhão de toneladas. Confirmada a previsão, o maior exportador global de carne bovina, com mais de 20% das vendas internacionais, poderá superar sua marca histórica de 2007. Todas as projeções mundiais são de aumento na produção e na demanda de carne bovina. Para aumentarmos a produção e conseguirmos manter os mercados

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conquistados, é necessária competitividade, que vem da produção eficiente de carne de qualidade padronizada. Nesse contexto, melhorias do potencial genético e sua adequação ao ambiente e ao manejo são os pilares da maior eficiência. O país apresenta grandes diferenças climáticas, topográficas e de qualidade do solo, o que propicia uma gama de sistemas de produção, dificultando a definição de objetivos de seleção. A fragmentação do setor em produtores de gado puro e produtores comer-

ciais, e estes últimos em cria, recria e engorda, também dificulta a definição clara de objetivos de seleção. Maiores exigências quanto à qualidade, ao ambiente e ao bem-estar animal estão contribuindo para o redirecionamento dos objetivos de seleção, para que a atividade seja competitiva. Uma estratégia de melhoria de produtividade é a seleção do rebanho existente para características de valor econômico. Apesar de as diferenças de desempenho entre os taurinos e os zebuínos continuarem existindo, podemos constatar atualmente importante melhoria genética no rebanho com base zebuína. E a outra estratégia de aumento de produtividade vem da utilização sistemática de cruzamentos, objeto de estudos científicos em alguns países há várias décadas, demostrando que os indivíduos cruzados na média têm uma performance superior aos puros em várias características de desempenho, entre elas o crescimento em pastagem e em confinamento e eficiência reprodutiva das fêmeas. O maior ganho genético surge quando combinamos seleção e cruzamento sistemático entre raças das espécies Bos taurus e Bos indicus. Podemos usar para adequar o tipo de animal ao ambiente, com o objeti-


vo de aumentar a produtividade dos sistemas mais rapidamente. Essa estratégia possibilita ainda maior flexibilidade aos sistemas de produção, permitindo mudanças de direcionamento mais rápidas e menos traumáticas, satisfazendo diferentes exigências de mercado. Embora haja superioridade dos animais cruzados, a não observância, entre outros fatores, do adequado ajuste genótipo-ambiente é provável receita de fracasso. O sucesso está na implantação de sistemas de cruzamento equilibrados que resultem em diferentes graus de heterose, sendo sua escolha dependente dos objetivos, das raças envolvidas, condições de manejo, do ambiente, mercado, da comercialização, propriedade e do próprio produtor. Existem restrições e oportunidades dos pontos de vista genético e prático para cada sistema de cruzamento. As raças são diferentes quanto à adaptação ao clima, à resistência a parasitos, à taxa de crescimento, à habilidade materna, à eficiência reprodutiva, ao acabamento de carcaça, ao peso de abate, à deposição de gordura na carcaça e à exigência nutricional. Existem, ainda, evidências de redução na maciez da carne com o aumento da proporção de Zebu, conforme especialistas na área. Portanto, é necessária a avaliação de diferentes estratégias de cruzamento e de manejo, para a produção eficiente de carne de qualidade. Finalmente, atenção especial deve ser dada à seleção em populações cruzadas. Os animais cruzados não são utilizados ape-

Touro destaque: Fort Knox

nas como produto final. Cada vez mais, esses animais são utilizados como reprodutores e matrizes, seja em populações compostas (raças sintéticas), seja em sistemas de cruzamento. Em vista disso, cresce em importância a avaliação genética de animais sintéticos.

“Em média o animal ideal para o frigorífico, atualmente, é um macho castrado, com peso entre 18 e 20 arrobas, dentes definitivos, de 0 a 2 dentes, e acabamento de carcaça uniforme” Analisando o mercado, verificamos que em média animal ideal para o frigorífico, atualmente, é um macho castrado, com peso entre 18 e 20 arrobas, dentes

definitivos, de 0 a 2 dentes, e acabamento de carcaça uniforme. Constatamos o reflexo direto desta preferência industrial na comercialização total de doses de sêmen no país, onde cerca de 60% de todo o sêmen de raças de corte vem de duas raças britânicas e seus sintéticos, 35% de raças zebuínas e 5% das demais raças. Esses dados demonstram sintonia entre selecionadores, produtores e indústria e, claramente, caminhamos para uma “britanização” dos produtos industriais, o que tem impacto em toda a cadeia de produção. As pressões de mercado e de competitividade impostas sobre o setor continuam a exigir melhorias do potencial genético dos animais e sua adequação ao ambiente e ao manejo. As ferramentas disponíveis para a determinação do valor genético dos indivíduos estão cada vez mais precisas na era genômica. Combinadas com as biotecnologias da reprodução, vêm contribuindo com o aumento da intensidade de se-

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leção. A qualificação das raças e seus cruzamentos nos vários tipos de ambiente e de manejo devem fornecer subsídios para que o produtor possa adequar o ambiente ao tipo de animal ou vice-versa. O sucesso está na implantação de um planejamento genético voltado à fixação dos genes favoráveis que melhoram a produtividade, construído para a realidade e os objetivos de cada produtor, desenvolvido à luz da ciência, combinando recursos genéticos, métodos de seleção e cruzamentos, e gerencial, com planejamento e monitoramento por indicadores de aferição de resultados.

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“Existem restrições e oportunidades dos pontos de vista genético e prático para cada sistema de cruzamento” Estamos vivendo um novo ciclo na pecuária; de um lado, um desafio gigante para a economia do país, e de outro, a abertura de mercados para a carne brasileira sempre sonhada. Ao mesmo tempo, poderá alavancar uma parte do déficit do setor provocado pela desgovernança da última década. Trará um desafio maior, com mais exigências de

padronização, não somente para os produtos, mas principalmente para os processos. Nesta hora, a ferramenta de menor custo e maior impacto na rentabilidade da atividade atende pelo nome de melhoramento genético.

Adriano Rúbio, gerente técnico de Corte da Alta Adriano Rubio é graduado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) - Jaboticabal. Pós-graduado em Produção de Bovinos de Corte pela Universidade de Limoges (França) e possui MBA em Gestão Agroindustrial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) - São Paulo


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PROGRAMAS E SERVIÇOS

ALTA GESTÃO NOVO SOFTWARE AUXILIA PRODUTORES NA TOMADA DE DECISÕES Confiança e precisão na tomada de decisões são dois pontos fundamentais ligados diretamente com o aumento da produtividade dos rebanhos brasileiros. “Dois pontos que impactam muito numa empresa rural hoje são a gestão de pessoas e o conhecimento dos números”, diz o gerente técnico de Leite da Alta, Tiago Ferreira. A vivência do dia a dia no campo e a proximidade com as principais dificuldades encontradas pelos pecuaristas mobilizou a equipe de técnicos de leite da Alta a desenvolver um novo software de gerenciamento de reprodução, o Alta Gestão. Lançado oficialmente na Agroleite 2016, o objetivo principal do software é oferecer aos produ-

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tores conhecimento dos índices reprodutivos de fazendas leiteiras, com o intuito de melhorar a taxa de prenhez, aumentar a produtividade do rebanho e, consequentemente, a lucratividade da propriedade. Durante vários meses, técnicos trouxeram do campo todas as dificuldades encontradas pelos produtores e as suas necessidades. Com isso em mãos, a empresa Linkcom montou toda a base operacional do sistema. O grupo trabalha há mais de 10 anos desenvolvendo softwares e já gerou para a Alta o Ideagri, melhor software de gestão na pecuária leiteira no Brasil. Com os números produtivos e reprodutivos da fazenda lançados no programa, o produtor

consegue gerar importantes relatórios para que sejam analisados. “Nossa expectativa é de atender bem o produtor de leite e ajudá-lo a conhecer os números da propriedade para que ele tome as melhores decisões e tenha mais domínio do seu negócio”, reforça Tiago. O sistema é muito simples e rápido. Pode ser instalado em qualquer computador, funciona off-line para cadastro das informações reprodutivas e on-line para analisar e gerar listas, gráficos e relatórios, que são traduzidos em respostas rápidas, oferecendo confiança e precisão na tomada de decisões.“O software mensura se as vacas estão emprenhando mais ou menos e calcula a taxa de prenhez; se ela


estiver abaixo, o sistema consegue verificar onde está o problema, por exemplo, se é na taxa de serviço ou na taxa de concepção”, explica Tiago. O software ainda oferece listagens e gráficos. No caso de detectar problema na taxa de concepção, o produtor consegue analisar por motivo. Vamos supor que o problema detectado seja o inseminador. “É possível identificar a necessidade de um treinamento para esse profissional com menor desempenho”, detalha o gerente. O Alta Gestão também apresenta lista da concepção por mês. “Pode ser que nos resultados o pecuarista descubra que, em determinado período, a

“Nossa expectativa é atender bem o produtor de leite e ajudálo a conhecer os números da propriedade e tomar as melhores decisões para ter mais domínio do seu negócio” taxa cai muito. Se for no verão, pode ser por conforto térmico, mostrando mais um ponto de melhora”. Nas listagens, é possível ana-

lisar um acompanhamento geral do rebanho, doadoras, matrizes no PEV, matrizes a secar, previsão de partos, produção de leite, toque e confirmação, entre outros. Com todos esses dados, a Alta espera aumentar a produtividade em números reprodutivos. “Nosso objetivo é dar subsídios para o pecuarista tomar as decisões mais corretas dentro da reprodução da fazenda”, alerta Ferreira. Outro benefício é a possibilidade de comparar vários índices reprodutivos com todas as fazendas cadastradas no Alta Gestão. Ainda é possível comparar com um grupo específico de fazendas divididas por perfil de rebanho e sistemas de produção.

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CAPA

CONCEPT PLUS ISOLAR A CONTRIBUIÇÃO DO TOURO NA DETERMINAÇÃO DA PRENHEZ É O GRANDE DIFERENCIAL DO PROGRAMA A rentabilidade do sistema de cria está relacionada à fertilidade do rebanho. De forma que, em programas de inseminação artificial, a taxa de concepção é fator determinante para o custo dos bezerros produzidos, determinando assim a quantidade de descendentes de cada touro utilizado. De maneira adicional, o número de descendentes também determina 30

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a velocidade da progressão genética do rebanho e a maior lucratividade do sistema. Atualmente, no Brasil, os programas de inseminação artificial em fêmeas de corte são realizados, quase em sua totalidade (aproximadamente 91%), após a sincronização do cio e a ovulação das fêmeas. Tais programas, conhecidos como Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF),

referem-se à inseminação realizada em tempo predeterminado. Quando se avalia a eficiência dos programas de IATF, percebe-se que a taxa de concepção (número de fêmeas gestantes dividido pelo número de fêmeas inseminadas) é fator fundamental para o retorno do capital investido e a lucratividade determinada pelo programa, como mostram os índices a seguir.


Impacto econômico efeito touro Preço da IATF = R$ 60,00/vaca (Sincronização + Sêmen + Mão de obra)

R$ 60,00/IATF

TAXA DE CONCEPÇÃO

PRENHEZES (IATF de 100 vacas)

CUSTO/PRENHEZ

40%

40

R$ 150,00

+25.0%

45%

45

R$ 133,33

+11+1%

50%

50

R$ 120,00

Referência

55%

55

R$ 109,09

-9,10%

60%

60

R$ 100,00

-16,67%

“Dentre os principais fatores que afetam a concepção, pode-se citar o estado corporal e a ordem de partos da fêmea; o manejo da fazenda onde as fêmeas são oriundas; o inseminador que aplica o sêmen no útero, bem como o próprio touro utilizado no programa. De fato, o efeito do reprodutor utilizado no programa de IATF pode influenciar fortemente a taxa de concepção e o sucesso do programa de IATF”, sa-

lienta o gerente de Programas Especiais da Alta, Manoel Sá Filho. Com o conhecimento de tais fatos e guiada pelo compromisso assumido em sua missão de construir relacionamentos de longo prazo, criando valor e entregando resultados que aumentem a lucratividade de seus clientes, a Alta lançou, em 2015, um projeto que identifica os touros das raças de corte de melhor fertilidade a campo,

chamado Programa Concept Plus Corte. O programa é exclusivo em fertilidade do sêmen da Alta Genetics e identifica, com precisão, os touros com melhor fertilidade no campo em programas de IATF. “O programa tem como objetivo apresentar respostas concretas das variações de fertilidade a campo entre os reprodutores, as quais não podem ser diagnosticadas em testes laboratoriais”, explica Manoel.

Diferenciais

“O programa tem como objetivo apresentar respostas concretas das variações de fertilidade a campo entre os reprodutores”

O programa apresenta alguns diferenciais exclusivos, como: • Abrangência: por contemplar informações oriundas de mais de 650 fazendas, localizadas em 13 estados brasileiros; • Consistência: os colaboradores do programa são técnicos especializados e com grande experiência na realização de programas de IATF; • Confiabilidade: a comparação entre os reprodutores é realizada após análise de bioestatística, na qual se consegue isolar a contribuição do touro na determinação da concepção.

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CAPA

Para o professor José Luiz Moraes Vasconcelos, do Departamento de Produção Animal na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes-

quita Filho (Unesp/Botucatu), o programa desenvolvido pela Alta é muito importante, porque trabalhar em busca da identificação de touros melhoradores, de levantar dados e discutir os resulta-

dos. “A Alta mostra que está um passo à frente e que se preocupa realmente com o resultado dos clientes. Todo o sistema só tem a ganhar com programas como este”, enfatiza.

ETAPAS DO CONCEPT PLUS CORTE Todo projeto bem-sucedido necessita de planejamento. No caso do Concept Plus, três etapas determinam os bons resultados para os clientes da Alta.

1º ETAPA COLETA DE INFORMAÇÕES A primeira etapa é a mais importante de todas, afinal, quanto mais informações, mais acurácia nos resultados. Em 2015, o programa recebeu dados de 75 colaboradores, de 13 estados, que utilizam sêmen da Alta. Recebeu, também, os resultados sobre as taxas de prenhez das propriedades. Foram reunidas 451 mil informações, sendo 75% provenientes dos principais estados produtores de carne: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

TO

AC

RJ

RO

BA

RS

PR

SP

MG

0,17%

0,42%

1,06%

1,20%

1,21%

1,80%

2,19%

4,07%

6,33%

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PA

GO

MS

MT

6,70% 23,20% 24,73% 26.90%


2ª ETAPA ANÁLISE BIOESTATÍSTICA

3ª ETAPA IDENTIFICAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS TOUROS

A partir das informações recebidas pelos colaboradores, os dados passam pelo filtro de qualidade e seguem para a análise bioestatística. Existem inúmeros fatores que alteram e afetam o sucesso gestacional, como, por exemplo, o estado nutricional da fêmea, a fazenda em que as fêmeas são alojadas, o inseminador, a categoria animal, entre outros. Mas, apesar desses fatores, o programa de bioestatística consegue ajustar a prenhez do touro e fazer um contraponto sobre o que pode mascarar o efeito. Deste modo, o fato de o Concept Plus isolar a contribuição do touro na determinação da prenhez é o grande diferencial do programa.

A terceira fase é identificar e divulgar os touros acima da média. Essas informações ajudam o produtor a garantir a rentabilidade dos negócios porque o investimento é em reprodutores com maior fertilidade. O programa traz respostas precisas sobre a variação da concepção dos touros, fator que afeta diretamente a rentabilidade do sistema produtivo. Os touros de pior fertilidade identificados pelo programa têm sua participação na bateria da Alta cancelada, deixando claro o compromisso da empresa na entrega de resultados aos seus clientes. Ao final das três fases, a Alta realiza um evento para a divulgação de resultados. O Workshop de Inseminação Artificial em Tempo Fixo é promovido em Uberaba (MG) e no Rio Grande do Sul (RS). Os participantes conhecem, em primeira mão, os melhores touros um mês antes de a nova lista ser divulgada ao mercado, ou seja, podem antecipar as aquisições para a estação de monta.

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CAPA

A ORIGEM DO CONCEPT PLUS LEITE E CORTE

Nos Estados Unidos, desde 2001, foi instituído o programa que determinava a fertilidade dos touros de raças leiteira da Alta Genetics. O programa Concept Plus, nesses 15 anos de existência, apresentou grande evolução. Ano após ano, avaliando a fertilidade a campo dos touros das raças leiteiras da bateria, apresenta hoje reconhecimento e prestígio no mercado, entregando resultados com extrema confiança aos clientes. Apesar de toda a base do programa Concept Plus aplicado no segmento leite, ainda não se tinha uma avaliação dos touros de raças de corte. Neste sentido, em 2012 foi instituído o Projeto Concept Plus Corte, que se propôs a avaliar a fertilidade a campo dos touros das raças de corte no Brasil.

Divulgação atual O programa tem evoluído bastante. Hoje, já são 54 touros identificados como Concept Plus na bateria da Alta Genetics. “Ainda com o compromisso de entregar melhores resultados aos nossos clientes, somente neste último ano conseguimos identificar dez touros de pior fertilidade e estes já foram excluídos da bateria”, ressalta Manoel. Ao todo já foram 19 touros excluídos da bateria. O percentual de dados recebidos pela Alta aumentou em 20%, em 2015, se comparado com o ano anterior, mas o que chama a atenção é o número de dados aproveitáveis. “Foram 450.000 dados recebidos, nos quais alcançamos, aproximadamente, 70%, ou seja, temos 60% de aumento no número de dados aproveitáveis, em torno de 325.000”, explica o gerente. Segundo Manoel, os números são fruto da contribuição de cada um dos colaboradores. “O 34

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que chama muita atenção é que, além de aumentarmos a quantidade de informações coletadas por colaborador, tivemos maior qualidade dessas informações, confirmadas pela taxa de aproveitamento”, enfatiza.

“O Concept Plus coloca um selo de garantia no touro que nos assegura resultados cada vez mais positivos nos programas de inseminação” Para um dos mais conceituados especialistas em reprodução do país, Pietro Sampaio Baruselli, o programa é uma das principais ferramentas para a melhoria dos resultados dos programas de IATF. “O criador que investe em tecnologia faz conta e sabe o impacto que a eficiência reprodutiva tem no rebanho dele. Hoje, o caminho da ciência

é descobrir os indivíduos que têm mais fertilidade a campo. O programa é a direção para alcançarmos mais essa meta. O Concept Plus coloca um selo de garantia no touro que nos assegura resultados cada vez mais positivos nos programas de inseminação”, explica. Resultados Desde 2015, a empresa Pozzobon Assessoria Técnica e Representações, com sede em Confresa (MT), por intermédio do proprietário, o médico veterinário João Pozzobon, envia dados coletados no campo para o programa. Na estação de 2015/16, foram aproximadamente dez mil dados coletados em quatro diferentes fazendas atendidas. Em todas elas foram utilizados sêmen de touros da bateria Alta Genetics. “No início, nossos clientes relutaram em concordar com a escolha dos touros do programa Concept Plus, pois o valor agre-


gado do sêmen era maior. Entretanto, ao apresentar o quanto esse fator pode impactar nos resultados finais das fazendas, foi possível converter as objeções e realizar uma proposta de melhora da taxa de prenhez. Ao final desta primeira estação de monta, utilizando os touros da bateria indicada, os clientes puderam comprovar que vale a pena investir para ter maior retorno financeiro”, explica João.

“O uso do Concept Plus foi essencial, pois comprovou que a aparente economia com sêmen de baixo custo pode, na verdade, trazer prejuízo ao invés de retorno financeiro” A pecuária passa por transformações e, para que o sistema seja sustentável, não se pode mais contar com o acaso, por isso, o planejamento financeiro é tão importante. “O uso do Concept Plus foi essencial, pois comprovou que o investimento dos recursos financeiros de maneira correta traz retorno econômico e que a aparente economia com sêmen de baixo custo pode, na verdade, causar prejuízo ao invés de retorno financeiro. O Concept Plus é, sem dúvida, uma ferramenta que agrega mais prenhezes no programa reprodutivo da fazenda e gera mais lucratividade”, completa.

Outra empresa que, desde o início do projeto, é parceira do programa é a MS Reprodução, de Campo Grande (MS). Ao todo, já enviou mais de 20 mil dados. “O Concept Plus é hoje uma das principais ferramentas para o incremento financeiro na pecuária de corte. Para nós, passou a ser um critério importante na definição e na escolha do sêmen, porque promove o aumento nas taxas de concepção dos programas de inseminação que desenvolvemos junto aos nossos parceiros; com isso, há uma sensível melhora na eficiência reprodutiva de cada rebanho”, explica o proprietário da empresa, Wendell Nantes. Segundo ele, a utilização dos touros chancelados pelo programa permite a produção de um maior número de bezerros, com mais qualidade. “Outro ponto muito importante do Concept Plus Corte é a confiabilidade das informações, pois parte de uma coleta de dados criteriosa e com uma análise estatística que exclui qualquer efeito paralelo que

possa influenciar no resultado de cada touro. Participamos desde o início do projeto enviando nossos dados e, a cada ano, nosso objetivo é ampliar ainda mais essa parceria”, finaliza. Também no Mato Grosso do Sul, a empresa Global Genetics, localizada em Amambai, é grande parceira no fornecimento de informações. Já foram mais de 50 mil dados enviados para a avalição do programa. “O Concept Plus é um programa com direcionamento correto, científico, que nos dá uma resposta confiável se um determinado reprodutor é mais fértil que outros. Os maiores benefícios do programa são segurança e confiança. O investimento em reprodução em uma estação de monta é tão grande, que não podemos arriscar em utilizar touros sem as informações necessárias e, também, podemos determinar a quantidade de touros jovens que queremos experimentar”, explica o médico veterinário Cleir Júnior, proprietário da empresa.

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CAPA

TOUROS DESTAQUE DO PROGRAMA

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UTILIZAÇÃO DE TOUROS JOVENS Um dos grandes desafios do programa é a identificação de touros jovens. A identificação destes garante não só o crescimento, mas, principalmente, a vida longa do programa. Neste sentido, para

FIQUE POR DENTRO Um touro pode ser identificado como sendo Concept Plus e, depois, perder tal identificação de fertilidade elevada? Sim. Existem alguns fatores que podem levar a mudanças na fertilidade de determinados touros. O principal motivo é a idade do reprodutor. Normalmente, touros extremamente jovens ou velhos apresentam menor fertilidade. Portanto, isso pode levar a mudanças na fertilidade dos programas. Outro ponto é a ocorrência de lesões ou doenças adquiridas, que podem levar à queda da fertilidade de forma irreversível. Por fim, alterações de qualidade espermática de carácter transicional podem levar a menor fertilidade, mas estas são rapidamente identificadas pelo sistema de padrão de qualidade de produtos da empresa e não alcançam o mercado. Como faço para participar do programa e enviar dados? Entre em contato, receba a explicação do que é necessário para a coleta de informações e envie as informações de maneira organizada à equipe Concept Plus. A Alta fornece uma planilha padrão

incentivar a utilização dessa genética, a Alta realiza diversas ações comerciais, enfocando em especial o uso desses touros jovens. A ideia é de que esses touros sejam utilizados em menor proporção,

juntamente com os touros Concept Plus. Tais ações comerciais incentivam a compra de touros jovens, viabilizam a avaliação destes no programa e determinam a evolução de nosso programa.

FIQUE POR DENTRO para o envio dessas informações. Ainda existe a possibilidade de repassar as informações diretamente de programas de gestão, tais como Ideagri ou Concepto. Ressalta-se que não existe número mínimo para participar, excepcionalmente, no caso do convite para participar do Workshop Alta de IATF, que é em torno de 1.000 IATF/técnico. Eu não sou cliente exclusivo Alta, posso participar ou enviar dados de touros de outras centrais? Sim. Não é necessário enviar dados somente de touros da Alta Genetics. O envio de informações de outras centrais é até mesmo importante, pois, aumentando o número de touros avaliados pelo programa de bioestatística, aumentamos a acurácia da informação. Existem diferenças na qualidade do sêmen dos touros Concept Plus e Não Concept Plus? Em termos de análises laboratoriais, que são rotineiramente realizadas nas centrais de sêmen do Brasil e do mundo, infelizmente, não existem diferenças

detectáveis. Atualmente, a Alta Genetics está investindo fortemente nessa avaliação. Realizamos convênios com as mais importantes instituições de ensino e pesquisa do Brasil para tentar avaliar em profundidade possíveis diferenças. Outro campo ainda pouco explorado a esse respeito é o da potencial contribuição da genética para esse tipo de diferença em fertilidade entre os indivíduos. Neste sentido, também estamos realizando alguns tipos de investigação. Com isso esperamos, em um futuro próximo, aprimorar ainda mais a identificação dos touros de maior fertilidade e, consequentemente, entregar cada vez melhores negócios aos nossos clientes. Qual a vantagem que eu (pecuarista) tenho em enviar as informações para o programa? São várias, como, por exemplo, acesso a informações priveligiadas, possibilitando a compra de sêmen de reprodutores de alta demanda; recebimento por dado aproveitado de touros da bateria da Alta Genetics; participação do Workshop Alta de IATF, e acesso à lista de touros jovens com baixa acurácia. PECUÁRIA EM ALTA

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GIRO NO CAMPO

Viaje pelo país e conheça os animais que se destacaram nas diferentes realidades do Brasil. Os técnicos da Alta, juntamente

com seus clientes, apresentam, por meio de fotos, os vários sistemas de produção. E você? Tem algum animal de destaque no re-

banho? Envie uma foto dele para o e-mail da revista “Pecuá¬ria em Alta”. Ela poderá ser o destaque da próxima edição.

Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br

Família Merlini com bezerra, filha do touro Oásis da Divisa Luxo

Rodrigo Leite, proprietário da Fazenda Geny, na cidade de Manaus (AM), com o gerente de Produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, o pecuarista Ângelus Cruz, o veterinário Virgílio Cortês e a equipe de colaboradores da propriedade

Leonardo de Lima Avelar, da Fazenda Campo Alegre, entre o touro Girolando Olímpio e a equipe de colaboradores 38

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Diretor da Alta Ciale na Argentina, Santiago Young, com o gerente da Cabaña Charles Gerrero (San Antonio de Areco, Buenos Aires), Martín Sturla


@cavallineduardo

@felslazer

@mauro_jr_

@rhaymorais

@rodrigocrod

@rodrigohgpe

@rodrigopalitoo

@romuloborgessilva

@suziellentenani

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EVENTOS

DESFILE DE TOUROS ALTA PROGEN O DIA DO BOM NEGÓCIO Cerca de 600 pessoas participaram da 11ª edição do Dia do Bom Negócio, realizada pela parceria Alta – Progen, no dia 20 de agosto, em Dom Pedrito (RS). O evento contou com a parceria das empresas Fockink, Grupo Marfrig, Ouro Fino, “Revista AG”, Troncos Romancini, Supra, TTerrasul, Tortuga|DSM e Verdes Vales. Foram ministradas duas palestras. O médico veterinário Júlio Otávio Jardim Barcellos, que tem especialização em Sistemas de Produção Animal no Instituto Agronómico Mediterrâneo de Za40

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ragoza (IAMZ) na Espanha, Mestrado e Doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), compartilhou conhecimentos técnicos sobre “Oportunidades dos Sistemas de Cria na Pecuária de Corte” e o gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara, apresentou o programa Concept Plus. O momento mais esperado do dia, o desfile dos touros da bateria Alta Progen, trouxe representantes das raças Hereford, Braford, Angus, Brangus, Charolês e Devon. Grande parte deles carrega o selo Concept Plus,

o que despertou interesse dos pecuaristas. Na oportunidade, uma placa foi entregue em homenagem a Rosauro Oliveira, pelos 30 anos de trabalho em prol da inseminação artificial no Brasil. Rosauro trabalha há 30 anos na Fundação Bradesco e já formou mais de 20 mil inseminadores. O Dia do Bom Negócio foi finalizado com churrasco e sorteios entre os compradores da Alta. Maria da Graça Tirelli, de Alegrete (RS), levou um botijão e Luciano Germano, de Aceguá (RS), faturou um descongelador de sêmen.


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EVENTOS

EXPOGENÉTICA 2016 FEIRA APRESENTA AO MERCADO ANIMAIS AVALIADOS PELOS PRINCIPAIS PROGRAMAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO PAÍS Entre os dias 20 e 28 de agosto, o Parque Fernando Costa em Uberaba (MG) foi palco da 9ª edição da ExpoGenética, uma das principais feiras agropecuárias brasileiras. Desde a primeira edição, o evento tem como proposta ampliar os conhecimentos de melhoramento genético das raças zebuínas e reunir, em um só lugar, animais provados pelos principais programas de melhoramento genético do país. “A ExpoGenética é uma realidade da pecuária, onde criadores e técnicos que visitam a feira buscam animais com uma garantia a mais para utilizá-los”, explica o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira. Um dos momentos mais es-

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perados da feira é o lançamento anual dos sumários realizado simultaneamente pelos principais programas de avaliação das raças zebuínas de corte (confira os resultados na página 6). Pavilhões da Alta Quem andou pelo parque pode visitar, nos pavilhões,grandes touros e suas progênies representando uma pecuária moderna, com animais funcionais e com excelentes avaliações. Nos pavilhões da Alta foram expostos mais de70 animais, dentre eles touros provados já consagrados, progênies, além de touros jovens e novas contratações. “Os animais expostos chamaram muita atenção no

parque. Em nossos pavilhões, podemos destacar os touros Apache e Boeng JHV, Uiru e Relevo da Água Boa, General da MN, Galvin da Bonsucesso, Druso da CA e Falerno S. Meu. Já as progênies que fizeram muito sucesso também foram as do Alarme EDTO, Faraó FVC e Turbo da Monte Verde”, diz a técnica de Corte da Alta e responsável pelos pavilhões, Flávia Santana. Além da movimentação no parque, as visitas na central da Alta foram um acontecimento à parte. Durante os oito dias de feira, técnicos da Alta de todo o Brasil receberam quase 1.500 criadores, técnicos e pessoas interessadas em conhecer os grandes representantes da bateria da empresa.


Alta contrata os dois grandes destaques da raça Nelore no PNAT 2016 Desde que teve início, em 2010, o Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT) já distribuiu sêmen de 74 touros entre os rebanhos parceiros, dentre os quais 40% estão na bateria Alta. Isso é uma confirmação de que a empresa acredita no potencial genético dos touros jovens. O programa tem como objetivo selecionar reprodutores zebuínos registrados, com idades entre 18 e 30 meses, com exame andrológico positivo para avaliação de suas progênies pelo Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). O índice exigido para a pré-seleção é o de top 5% para Nelore e Nelore Mocho e de 10% para as demais raças. A ExpoGenética é o momento em que o mercado conhece os touros pré-selecionados como PNAT nos rebanhos atendidos pelos técnicos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Este ano, a 7ª bateria do PNAT apresentou o total de 80 touros jovens, sendo quatro da raça Brahman, seis da

Tabapuã, nove da Guzerá, três da Sindi, 54 da Nelore e quatro da Nelore Mocho.

“A ExpoGenética é uma realidade da pecuária, onde criadores e técnicos que visitam a feira buscam animais com uma garantia a mais para utilizálos” Durante três dias, por meio de um processo democrático, criadores e técnicos avaliaram os touros e tiveram o direito de votar em 15 animais. As centrais são as últimas a avaliar, votar e demonstrar o interesse de contratação, garantindo assim a distribuição gratuita de sêmen às propriedades cadastradas na ABCZ. Dois touros que se destacaram no PNAT foram contratados pela Alta: 1070 Terra Brava

(Bitelo DS x Provador), um touro que impressiona não só pela conformação, mas por ainda jovem já possuir o maior iABCZ, ou seja, o índice de seleção que contempla características de importância econômica. Para os especialistas, é o melhor touro do PMGZ atualmente. O outro touro contratado foi Logro IDM (Donato x 1646 MN), um reprodutor que vem da genética dos irmãos De Marchi, filho de um líder em comercialização de sêmen, com carcaça muito equilibrada, volume de musculatura e excelente caracterização racial. “Todos os anos, buscamos os touros de destaque no PNAT. O programa é muito bem conceituado no mercado, tem credibilidade e nos dá a segurança de que esses touros jovens aprovados serão líderes de sumário e,também, em vendas. Recentemente, tivemos a grande satisfação de ter Mérito FIV Vyda, aprovado no PNAT 2013, como o terceiro melhor reprodutor do sumário de touros provados do PMGZ 2016”, finaliza Fernanda. PECUÁRIA EM ALTA

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EVENTOS

MEDALHA DE OURO ALTA É ELEITA A MELHOR EMPRESA DE GENÉTICA PELA OITAVA VEZ

A Alta foi a grande campeã do Troféu Agroleite 2016, reconhecida como a melhor empresa na categoria Genética pela 8ª vez. O evento foi realizado em Castro (PR), no Memorial da Imigração Holandesa (um dos maiores moinhos holandeses da América Latina), em 17 de agosto. O Troféu Agroleite é considerado um dos mais importantes do setor leiteiro. “Essa premiação foi muito disputada. Ficamos felizes com o resultado porque sabemos o quanto a equipe da Alta trabalha diariamente para melhorar os processos e resultados, que já consideramos bons. Temos esse espírito de que é sempre possível fazer melhor para ajudar o produtor rural. Todas as empresas premiadas comprovaram, pelas suas competências, 44

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que o setor está sempre em desenvolvimento”, declara o diretor da Alta, Heverardo Carvalho.

lhões de doses vendidas. Os números fazem da empresa a líder no segmento de inseminação artificial. “Ainda temos muito para crescer, já que 89% das matrizes no Brasil não são inseminadas. Temos um longo caminho pela frente e estamos confiantes, uma vez que a Alta conta com uma equipe técnica qualificada, que entende a realidade do mercado e busca as melhores opções”, acrescenta o diretor.

“Temos esse espírito de que é sempre possível fazer melhor para ajudar o produtor rural” Essa vitória foi ainda mais especial, considerando que a Alta completou, neste ano, duas décadas de atuação no Brasil, com resultados extremamente positivos. No ano passado, a empresa produziu seis milhões de doses de sêmen. Em 2014, bateu o recorde de produção, com quatro mi-

Marcos Longas, distrital da Alta Brasil e Ivonei Durigon, superintendente da Unidade Industrial de Carnes, Ivonei Durigon


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RAÇAS

FILHAS DE TOUROS DA BATERIA ALTA ESTÃO ENTRE AS TOP MÉDIAS NACIONAIS O ranking de Torneios Leiteiros oficiais divulgados pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) mostra desempenho expressivo nas médias diárias de produção. Há menos de 10 anos, as recordistas nacionais não ultrapassavam 40 kg de média; hoje, o recorde de produção está acima dos 70 quilos. Atualmente, existem 49 vacas

com produções médias acima de 40 kg, sendo 20% delas com menos 36 meses, ou seja, em seus primeiros partos. Vários aspectos influenciam o incremento na produção, como o ambiente e a genética dos animais. A Alta constrói sua bateria de touros Gir Leiteiro com criteriosa avaliação de méritos genéticos,

históricos de produção em famílias e valores de PTAs. Há, ainda, a heterogeneidade de famílias. Este conjunto insere a empresa nos ranking dos melhores em programas genéticos: é a melhor bateria de touros do mercado. Quando estudamos o ranking, encontramos diversas filhas de touros que compõem a bateria de reprodutores da Alta:

CASPER TE KUBERA Floresta WJA, filha do 2º Melhor Touro do Ranking ABCGIL e da ABCZ, Casper TE Kubera. Floresta possui média de produção de 54,643 kg de leite/dia

MAJOR TE DOS POÇÕES Jabotia FIV F. Mutum, filha de Major TE dos Poções, touro entre os tops provados com menor índice de parentesco. Jabotia FIV F. Mutum possui produção média de 51,566 kg de leite/dia

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TABU TE CAL E ESCALADO FIV CAL Touro Tabu TE Cal apresentou quatro filhas entre as melhores. A produção delas impressiona: Humorista FIV JGVA – média de 41,086 kg; Rinara FIV Sadonana – 40,283 kg; Amora IV da NSMM – 51,600 kg, e Garoupa FIV Alto da Estiva – 48,460 quilos. Tabu, além de fazer parte da bateria Alta, já é pai de touro, Escalado FIV CAL

VAIDOSO SILVANIA Vaidoso Silvania mostrou duas filhas entre as melhores do ranking: Line FIV F Mutum – que produziu 43,896 kg dia, e Liz FIV Rib – com produção de 52,52 kg dia. Vaidoso apresenta cinco jovens touros na Alta: Dinasto FIV Tropical (Vaidoso x Laga TE dos Poções), Gim FIV do Basa (Vaidoso X Fabrica FIV de Brasília), Jacto FIV F. Mutum (Vaidoso X Fada F. Mutum), Kamaram FIV F. Mutum (Vaidoso X Fita F. Mutum) e Panambi FIV Kubera (Vaidoso x Coral FIV da Parahy)

Além do desempenho das filhas de touros da bateria Alta, os especialistas encontraram mães de touros da bateria Alta mostrando suas filhas com ótimo desempenho. Três matrizes apresentaram suas filhas com produções acima de 40 kg de média.

JACTO FIV F. MUTUM Fada TE F. Mutum é mãe de Jacto FIV F. Mutum, que também é filho de Vaidoso. Sua irmã própria, Line FIV F. Mutum, produziu a média de 43,896 quilos.

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RAÇAS

ADEREÇO FIV CAL E ESCALADO FIV CAL Outra matriz que se destaca nesse cenário é Prateada da Cal Prateada. Sua filha, Legítima FIV, tem produção média de 59,64 kg; já Alazã Cal apresenta média de 42,58 quilos. Prateada é mãe dos tourinhos jovens Adereço FIV Cal e avó materna de Escalado FIV Cal.

DUQUE FIV ALTO ESTIVA Zuma Alto Estiva é mãe de Fécula FIV Alto Estiva, que produziu 43,913 quilos. Zuma é mãe de Duque FIV Alto Estiva.

GABINETE TE SILVANIA E ENERGÉTICO FIV GAM Em 2016, a Alta apresentou 50% dos top 30 touros provados no Sumário da ABCGIL/Embrapa. O número um em coleta de sêmen é Gabinete TE Silvania, filho de Dom na excepcional Ametista Silvania. Ametista também é mãe do Campeão Nacional Energético FIV GAM.

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CASOS DE SUCESSO

GENÉTICA DE SUCESSO Nesta edição apresentamos três grandes parceiros da Alta que, cada um em seu sistema de produção, em diferentes realidades tem um ponto

importante em comum: sucesso em suas atividades. Criadores progressistas que investem em tecnologias e contribuem de forma incompa-

rável para a pecuária brasileira. Conheça o trabalho das Fazendas São da Papaiz, Primus Ipanema e a Agropecuária Continental.

PRIMUS IPANEMA PARCERIA FORTE EM BUSCA DA PADRONIZAÇÃO DO REBANHO A Primus Ipanema é proprietária de três fazendas, localizadas em Macaé (RJ) e com aproximadamente 4.500 hectares. Em 2008, o grupo arrendou outras duas fazendas, somando 7.035 hectares. A Primus Ipanema possui, também, uma propriedade de 500 hectares em Cachoeiras de Macacu (RJ). A principal atividade das fazendas em Macaé é a criação de gado de corte e a operação é realizada nos três ciclos de produção: cria, recria e engorda. São 11.000 cabeças de gado. Desde 2009, a empresa passou a fazer a engorda do gado em confinamento, e em 2012 deu início à atividade agrícola, com o plantio de milho, feijão e arroz. Atualmente, são 48 colaboradores que cuidam das atividades da fazenda, sob a gerência do médico veterinário Jonas Kluppel Figueira e da zootecnista Daniele de Latorre. O ano de 2008 marcou o início do projeto de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), com 400 matrizes, mas, hoje, já se utiliza a técnica em 4.500 vacas. O serviço é 100% da Alta Genetics, com a assistência do veterinário Márcio Padão. “Desde o início, 50

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Márcio Padão, regional Alta em Macaé (RJ), e o gerente da fazenda, Jonas Kluppel Figueira

trabalhamos juntos. A cada ano, temos ainda mais critério na escolha dos touros que vão ser utilizados. Buscamos animais com provas confiáveis e, principalmente, com maior valor agregado”, explica Padão. São utilizados sêmen de touros das raças Nelore e Angus nas vacas Nelore e sêmen de touros das raças Braford, Senepol e Brangus nas fêmeas F1. Em 2012, a equipe Alta realizou um trabalho de seleção de matrizes. Com a separação por grupo de produção, as inferiores foram descartadas. “Este trabalho foi muito importante para a melhora dos índices reprodutivos e de ganho de peso nas fazendas, trazendo


Touros destaques

Berloque

uma grande melhora na padronização genética do rebanho. Na IATF, temos resultados satisfatórios a cada ano”, diz Jonas. Atualmente, a Primus possui grupos de vacas F1 com 80% de prenhez com duas IATF e, nas vacas Nelore, o resultado está acima de 54% com uma IATF, atingindo 87% com repasse de touro. Os bezerros de IATF já apresentam uma arroba a mais na desmama, se comparados com os filhos de touros de repasse, apresentando desenvolvimento superior na recria a pasto e no confinamento. No confinamento, os animais são abatidos com idade média de 24 meses, peso de 19,5 arrobas e com rendimento de carcaça de 55%.

Touareg

Sobre a Regional A regional Macaé é parceira da Alta há 20 anos. É composta por veterinários e técnicos que, além da parte comercial, atuam em programas de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), Fertilização In Vitro (FIV), treinamentos e assessoria reprodutiva. Mais informações pelos telefones (21) 9 8121-9913 ou (22) 9 9844-8443.

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CASOS DE SUCESSO

FAZENDAS SÃO DA PAPAIZ E PROGRESSO GENÉTICA COM FOCO NA LUCRATIVIDADE

O grupo de fazendas São da Papaiz e Progresso é composto por três sócios-proprietários. Atualmente, atuam como fornecedores de cana-de-açúcar em São Paulo, além de possuírem empresa de transporte. Na pecuária de corte, trabalham o ciclo completo, cria, recria e engorda em Ribas do Rio Pardo (MS). Em todos os segmentos, têm o mesmo foco: lucratividade. Para isso, estão sempre em busca de novas tecnologias e resultados. Além do projeto da raça Nelore, iniciaram, com cautela, um projeto de cruzamento industrial, com a intenção de não confinar, mas de dar acabamento no semiconfinamento a pasto. “O projeto é atingir 2.500 parições anuais e produzir uma fêmea longeva com habilidade materna, além de um macho com terminação, frame baixo e precocidade”, explica Júlio Márcio Pereira de Oliveira, um dos sócios. Ao todo, são 2.100 matrizes em reprodução em uma área de pastagem de 8.200 hectares. O peso médio na desmama dos machos é de 225 quilos e, nas fêmeas, de 220 kg, com 29 meses de idade. 52

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Desde 2006, o grupo das fazendas São da Papaiz e Progresso é cliente Alta. “Posso destacar a qualidade do sêmen e a orientação dos técnicos, dando-nos abertura para possíveis questionamentos. Percebo a constante busca da empresa em manter atualizado seu portfólio, estando atenta à qualidade e fertilidade de seus touros”, ressalta Júlio. A evolução genética ao longo das gerações trouxe muitos resultados para a fazenda, como, por exemplo, vários animais de destaque no Show da Carcaça 2016, realizado pela Associação Sul-mato-grossense de Produtores de Novilho Precoce (ASPNP). “O evento tem como finalidade evidenciar a evolução de novilhos precoces e, a meu ver, conseguimos aliar três fatores fundamentais: genética,

idade e acabamento”, salienta o sócio-proprietário. Este ano, 54 associados participaram do evento, com 64 lotes inscritos. No caso da São da Papaiz, assistida pelo técnico da regional Alta, em Campo Grande (MS), Clemilson Sandim, foram enviados 44 novilhas e 49 garrotes com idade média de 19 meses, nascidos entre julho e agosto de 2014. “Os animais desmamaram e ficaram em regime de pasto e de proteinado até os 17 meses. Foram pesados e entraram num semiconfinamento pelo período de 71 dias. Já as novilhas entraram pesando 463,9 kg em média e os garrotes, 486,6 kg em média. As novilhas saíram do semiconfinamento como o peso de 530,2 kg, e os garrotes, 558,9 kg”, explica Clemilson.

LOTES DO SHOW DA CARCAÇA

Dois lotes com 22 fêmeas Angus, de 19 meses, nota três para acabamento de gordura, um lote com 539 kg e outro com 521 quilos. Além de um lote de 22 machos Angus, com 19 meses, pesando 562,5 kg, em que 20 deles possuíam nota três para acabamento de gordura.


Stardom

Peso médio de desmama 23 machos 323 kg e 14 Fêmeas 286,1 kg Peso médio Final Fêmeas 519 kg e Machos 556,2 kg

Kick Off

Peso médio de desmama 26 Machos 311,5 kg e 30 Fêmeas 310 kg Peso médio Final Fêmeas 535,3 kg e Machos 561,2 kg

1º LUGAR – CATEGORIA MACHO

Sobre a Regional

Ao todo, foram 27 machos Angus, com 19 meses, pesando 556 kg, em que 25 animais possuíam três para acabamento de gordura. O lote obteve rendimento de carcaça de 53%, com peso de 19,68 arrobas. Esse resultado se enquadrou na cota hilton, boi no ponto e novilho precoce, rendendo R$13 a mais por arroba. O preço final ficou em R$154,37 a arroba. Nas fêmeas, o lote obteve 51,8% de rendimento de carcaça, com peso de 18,3 arrobas. Elas foram valorizadas como arroba de boi, além de receberem os incentivos da cota hilton, novilho precoce e da raça Angus. O valor pago foi de, aproximadamente, R$17 a mais, totalizando R$150,86 o preço final da arroba.

Atuando no oeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Berrante é a maior regional da Alta. Sua equipe presta serviços como implantação de programas de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), acasalamentos dirigidos, seleção através de programas de avaliação genética e cursos de inseminação artificial. Para mais informações, o telefone é (67) 3383-6000.

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CASOS DE SUCESSO

AGROPECUÁRIA CONTINENTAL PLANEJAMENTO EM BUSCA DE EFICIÊNCIA NA PECUÁRIA DE CORTE

Paulo Lesse e Antonino Carvalho Neto, proprietários da Agropecuária Continental

A Agropecuária Continental foi fundada nos anos 60, quando Otacílio Carvalho enfrentava as duras estradas de chão batido e barro do Mato Grosso do Sul. Na década de 80, após seu falecimento, o filho, Antonino Carvalho Neto, assumiu os negócios. Nos anos 90, o projeto ganhou um novo integrante, o coproprietário, Paulo Lesse. A dupla dedicou esforços em um sistema de cria, recria e engorda, com ênfase empresarial, buscando uma genética que beneficiasse a relação custo-benefício. Iniciaram com inseminação artificial e, em 2006, investiram na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Hoje, o projeto conta com 20 mil matrizes, sendo seis mil em fazendas próprias e 14 mil em pastos de parceiros, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Com apoio dos especialistas, 90% das 6.000 matrizes próprias são protocoladas com sêmen de touros da bateria Alta. Nos pastos parceiros, cerca de 60% também utilizam a inse54

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minação artificial. Nas vacas selecionadas para fertilidade e precocidade, há 40 anos, são utilizados touros com as melhores Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs), em busca de um animal cada vez mais pesado e produtivo. “Para um macho fazer parte do nosso plantel, priorizamos peso ao desmame e aos 365 dias”, diz Antonino.

“Para um macho fazer parte do nosso plantel, priorizamos peso ao desmame e aos 365 dias” O responsável pela regional da Alta em Araçatuba, Ayrton Trentin, explica que, nesta estação, foram escolhidos dois touros com provas altas e consistentes: Arsenal e Earnan. “Visamos uma reposição de fêmeas produtivas e precoces e de machos

com muito ganho de peso, pré e pós-desmama”, enfatiza. Salienta que a regional Araçatuba tem, ao longo dos últimos seis anos, prestado serviço de consultoria na escolha de touros, baseado nos objetivos traçados pelos proprietários e sistemas de produção das propriedades envolvidas. “Com isso, criamos valor através dos resultados conquistados, fortalecendo ainda mais essa parceria”, finaliza. A seleção das matrizes é feita utilizando um programa com diagnóstico ultrassonográfico de prenhez após 110 dias de parida. Nesse período, a vaca é inseminada aos 40 dias e permanece mais 42 entourada. Desta forma, são selecionadas matrizes com período de entre partos de 315 a 350 dias, ou seja, inferior a 12 meses. Nas fêmeas F1 Angus, que têm se mostrado altamente precoces e férteis, é feito o tricross com touros Brahman. “Esse trabalho tem levado a um aumento de 6% do peso ao desmame em relação a outras raças”, salienta. A Agropecuária Continental tem seus produtos vendidos em diversos leilões, principalmente virtuais. Nos últimos anos, os preços foram acima da média de mercado. Só no último ano, a agropecuária comercializou mais de 7.500 animais. Em um dos últimos leilões promovidos, em parceria com a Central Leilões, os resultados obtidos por filhos de touros Alta surpreenderam:


Touros destaques

Arsenal

Earnan

ANIMAIS FRUTOS DE INSEMINAÇÕES ALTA • 317 Machos - 248 dias - 264,83 kg • 135 Fêmeas - 250 dias - 272,50 kg ANIMAIS - OUTROS • 208 Machos - 238 dias - 229,00 kg • 263 Fêmeas - 240 dias - 222,86 kg

“Estamos sempre em busca do melhoramento genético, buscando parcerias, realizando reuniões frequentes de alinhamento junto a veterinários e zootecnistas e à Alta. Avaliamos os resultados e definimos o que queremos no futuro. Esse trabalho não pode ser abandonado nunca”, completa Antonino. Na evolução do agronegócio, a agropecuária Continental atua há seis anos com consórcio de eucalipto e pastagens de forma silvipastoril, atendendo à nova era da produção de Carne Carbono Neutro (CCN). Este selo mostra aos consumidores de todo o mundo um produto livre de contaminação ambiental.

Sobre a Regional A regional Araçatuba é parceira da Alta desde 1997. Atua no noroeste do estado de São Paulo, com a sede em Araçatuba. A equipe é composta de um gerente e cinco consultores, que prestam serviços na área de melhoramento e reprodução em bovinos de corte e leite. Mais informações pelo telefone: (18) 3625-2348.

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ENTREVISTA

ARGEU SILVEIRA, NOME FORTE DO MELHORAMENTO GENÉTICO DA ANCP Argeu Silveira é médico veterinário graduado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Ele tem mais de 30 anos de experiência no mercado do agronegócio e, atualmente, responde como diretor técnico da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) – Nelore Brasil e, também, pela Fazenda Agronova, em Barra do Garças (MT).

da ultrassonografia de carcaça. Agora, isso soma a preocupação com a qualidade da carne, que tem sido feita pela genômica, buscando também maciez. Acredito que no crescimento da raça com o seu potencial produtivo, custos baixos de produção, aliado à qualidade de carne. Assim, o Nelore vai se tornar uma commoditie mundial.

Como você analisa a evolução da raça Nelore nos últimos dez anos? Nós evoluímos. Podemos citar as Diferenças Esperadas da Progênie (DEP’s) de carcaça, genômica e os índices econômicos que foram muito importantes para a raça. Esse salto foi visto nos últimos anos pela própria comercialização de sêmen e de animais pelos índices genéticos, ou seja, o touro valendo o seu potencial produtivo. São grandes vitórias e o futuro é ainda mais promissor.

“O Brasil é um grande exportador de carne, mas nós exportamos uma carne barata”

A avaliação genômica marca o futuro da pecuária? Com certeza, é um facilitador dos trabalhos do dia a dia, sobretudo nas características de difícil mensuração, seja ela por custo, ou pela obtenção da medida propriamente dita. Quando avaliamos a pecuária leiteira dos Estados Unidos, já são muitos anos de pesquisa. Aqui no Brasil, estamos claramente avançando também.

Quais as características genéticas mais relevantes para a seleção dos rebanhos brasileiros? Se formos destacar pela importância, sem dúvida, a principal é a fertilidade. Porém, nesse quesito, já temos feito um excelente trabalho de seleção. Mas existem outras características muito importantes que estão sendo implementadas mais recentemente, como a qualidade de carcaça, as Dep’s genômicas, que melhoram muito a acurácia

Recentemente, a ANCP, juntamente com Embrapa Cerrados, de Brasília, desenvolveu marcadores moleculares para a maciez da carne. Qual a expectativa frente ao mercado? A expectativa é muito grande. O Brasil é um grande exportador de carne, mas nós exportamos uma carne barata. Para se ter uma ideia, estamos falando de pouco mais de US$3 mil dólares a tonelada de carne do Brasil, enquanto nossos vizinhos, uruguaios e argentinos,

O que espera para os próximos 10? Já existia um trabalho de rendimento frigorífico, acabamento e a gordura entremeada, através 56

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dos animais, a maciez de carne, a eficiência alimentar, enfim, todas são fundamentais para produzir animais funcionais. Estamos avançando muito.


vendem a tonelada pelo dobro desse valor. A grande diferença entre nós é a maciez da carne. Então, no momento em que trabalharmos com as ferramentas certas, o horizonte do Nelore será ampliado para os nossos produtores poderem exportar para os mercados mais exigentes. Além disso, a saída maciça da raça Nelore pode contribuir com os sistemas de produção de outros países. Os índices bioeconômicos estão começando a aparecer no Brasil. Como utilizar esses índices? A grande diferença dos índices bioeconômicos é que eles foram pensados e criados para beneficiar o cliente de sêmen e de touros, ou seja, quem adquire genética. As pesquisas partiram de fazenda do cerrado, de gado comercial, de cria, recria e engorda, levando em conta todos os custos de produção. Dentro desses custos, o impacto de cada característica, então, é uma ferramenta extremamente importante de seleção para quem busca lucratividade. Muitos pecuaristas ainda têm receio de utilizar touros jovens. Quais as vantagens e garantias ao utilizá-los? É compreensível esse medo de muitos pecuaristas, porque tanto o melhor quanto o pior touro da raça Nelore também já foi jovem. Então, o fato de ser jovem não garante que ele é bom. No entanto, quando você avalia um trabalho sério de melhoramento genético, aliado às características genômicas que nos permitem ter

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até 60% de acurácia, nossa margem de segurança aumenta muito. O melhoramento genético é avaliado pelo ganho genético dividido pela idade, então, para se alcançar o ganho genético, é preciso se trabalhar com touros jovens. À medida que temos ferramentas e programas para trabalhar com segurança, a utilização de touros jovens se torna uma opção muito mais interessante. Basta buscar os exemplos de fazendas que têm sucesso no melhoramento genético. Todas elas têm em comum a utilização de touros jovens. Qual o modelo de touro Nelore para o Brasil? Acredito que não exista um modelo único. Estamos em um país continental. Precisamos dos sistemas de produção de cada seleção. Mas penso que, em termos de características econômicas, algumas são comuns para todos, como a fertilidade. O animal precisa ser um bom ganhador de peso, ter acabamento, rendimento frigorífico; as filhas precisam produzir leite, ser férteis e eficientes. Depois, o biotipo e a linhagem, que cada um escolheu para trabalhar, são aspectos particulares que devemos respeitar, man-

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tendo os aspectos econômicos. Existem vários programas de melhoramento genético hoje no Brasil e o trabalho desenvolvido pela ANCP é, certamente, um dos mais respeitados. O que diferencia o programa de melhoramento da associação?

“Nós estamos agora implantando a seleção por maciez da carne via genômica e vêm mais coisas por aí, como a parte de eficiência alimentar e outros projetos” Nós precisamos admitir que o fato de possuirmos várias empresas e sumários que trabalham com ranqueamento dos touros gera muitas dúvidas ao produtor. Eles se perguntam: “Qual touro é realmente bom?”. É importante dizer que todos esses trabalhos são sérios e de respeito, o que muda é a visão de cada um e qual o tipo de animal querem produzir através das características

buscadas. A ANCP tem sido pioneira em alguns avanços, como as DEP’s de precocidade sexual, materna, perímetro escrotal, carcaça, produtividade acumulada. Fomos os primeiros a inserir a Stayhability no programa e a gerar índices econômicos. Mas a ANCP nunca vai se dar por satisfeita. Nós estamos, agora, implantando a seleção por maciez da carne via genômica e vêm mais coisas por aí, como a parte de eficiência alimentar e outros projetos. De um lado, o que a ANCP já construiu é referência e motivo de orgulho; de outro lado, é uma empresa que está sempre se desafiando. Novas etapas tecnológicas estão sendo pensadas e estudadas. Além da raça Nelore, a ANCP atua com outras raças. Os avanços acontecem também na mesma proporção? A ANCP trabalha hoje com as raças Nelore, Brahman, Guzerá, Tabapuã e, mais recentemente, com o Senepol. O conjunto tecnológico é igual para todas as raças; a diferença são as etapas de aplicação dessas tecnologias. Aos poucos, todas as elas vão recebendo as implementações necessárias.


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