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PALAVRA DO DIRETOR
O consumo de carne bovina no Brasil e no mundo aumenta a cada dia, mas o que mais impressiona é o aumento no número de consumidores em busca de carne de qualidade. O mercado está cada vez mais competitivo e, principalmente, exigente. Mas, como produzir esta carne de qualidade? Vários fatores interferem no produto do pecuarista que trabalha com o terceiro elo da cadeia produtiva. O animal mais pesado nem sempre é o animal desejável porque ele pode não ter o acabamento de carcaça ideal para manter a qualidade da carne. Com isso, o valor pago pelo frigorífico será menor, já que a carne produzida não tem qualidade e não é a demandada pelo consumidor final. Nesta edição, tratamos de vários assuntos que vão orientar nossos pecuaristas que buscam produzir carne de qualidade, começando com a construção de um planejamento genético. Antes de qualquer investimento, o pecuarista precisa ter em mente a importância de olhar da porteira para dentro e estabelecer seus objetivos de seleção. Desde a raça a ser utilizada, o biótipo dos animais, a região de atuação, o mercado, enfim, pontos alcançáveis e fundamentais para um retorno financeiro favorável. Depois de estabelecidas as metas, o foco é identificar quais touros vão responder melhor às expectativas geradas no planejamento genético. Na Alta, nossos técnicos estão atentos a todas as realidades existentes em nosso país, seja para projetos extensivos, semi-intensivos ou em confinamento, para raça pura ou cruzamentos, para diferentes climas e regiões, sempre com a missão de garantir a todos os nossos clientes o produto certo para as necessidades de cada sistema produtivo em nossa bateria. Leia as nossas reportagens e busque orientação com nossos técnicos. Tenho certeza de que você vai encontrar a melhor opção para o seu sistema produtivo. Nesta edição, temos uma importante entrevista relacionada à pecuária. Conversamos com o novo presidente eleito da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. Arnaldinho fala sobre seus projetos para os próximos anos à frente da associação. Aproveitando a oportunidade, mais uma vez, gostaríamos de parabenizá-lo, reafirmando que a Alta está sempre ao lado do pecuarista brasileiro e da ABCZ.
Espero que goste da nossa edição de número 10. Ótima leitura.
Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil
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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Heverardo Rezende de Carvalho Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) - renata.paiva@altagenetics.com Colaboradores desta edição Ana Flávia Mariano, Eduardo Cavallin, Fernanda Borges, Guilherme Marquez, Manoel Sá Filho, Márcio Delfino, Mário Magalhães, Marlizi Moruzzi, Miguel Abdalla, Rafael Oliveira, Rodolffo Assis e Tiago Carrara. Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br
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Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação LTDA ME indiara@indiaraassessoria.com.br Tiragem 5 mil exemplares
Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorando a lucratividade individual de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Ser líder do mercado de inseminação artificial e reconhecida como a melhor empresa desse segmento. Valores: • Escolha CONFIANÇA à invulnerabilidade • Escolha CONFLITO à harmonia • Escolha CLAREZA à certeza absoluta • Escolha NÚMEROS à popularidade • Escolha RESULTADOS ao status
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ESPECIAL PROGRAMAS DE IATF Dicas importantes para a implementação de um programa de sucesso
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ALTA NEWS
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ARTIGO
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LEITE
Filhos e filhas de touros da bateria Alta são recordes de preço e de produção
HOMEOTERMIA E MINHAS VACAS Combinação para o aumento da produtividade e do seu rebanho
PROGRAMA PEAK: AUTONOMIA NA SELEÇÃO DE REPRODUTORES Programa inovador prevê produção de touros a partir de fêmeas de alto valor genético
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CORTE ALTA É PARCEIRA DO NELORE DE PRODUÇÃO
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GIRO NO CAMPO A evidente qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta
Parceria identifica touros CEIP para a bateria Nelore da Alta
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GRUPO GERAR Alta possui a maioria dos touros com as melhores taxas de prenhez QUALITAS APRESENTA RESULTADOS DO 6º TESTE DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR Prova tem novo sistema com monitoramento 24h e permite análise de consumo alimentar, ganho de peso e comportamento, em tempo real
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PROGRAMAS E SERVIÇOS PLANEJAMENTO GENÉTICO Objetivos e planejamento genético garantem níveis produtivos e lucros
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EVENTOS EXPOINEL FECHA CALENDÁRIO DE EXPOSIÇÕES DA ACNB Mais de 70% dos animais expostos são filhos de touros da bateria Alta
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CAPA
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RAÇA
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CASOS DE SUCESSO
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ENTREVISTA
O TOURO IDEAL Não é o olhar, o país de origem ou o tamanho do animal que garantem o sucesso do rebanho. Aposte em programas que selecionam e identificam a genética
SENEPOL CERTIFICADO Números com consistência garantem a evolução da raça
Parceiros Alta - SÍTIO SONHO MEU - FAZENDA UMARI - FAZENDA VERA CRUZ DO ÁGUA LIMPA
Arnaldo Manuel, as ações do novo presidente da ABCZ
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ESPECIAL
ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA CONDUÇÃO DOS PROGRAMAS DE IATF por Manoel Sá Filho, gerente de Programas Especiais Corte da Alta Fonte: Manual de inseminação artificial em tempo fixo da Asbia A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) permite que esse procedimento seja feito em dia e hora pré-determinados, eliminando a detecção de cio. Hoje, estima-se cerca de 77% das inseminações são realizadas com a ajuda da tecnologia. A utilização frequente da IATF nas fazendas é decorrente dos benefícios trazidos pela sua aplicação, como o aumento da eficiência
reprodutiva, do número de vacas inseminadas no rebanho (maior taxa de serviço), eliminação dos desafios e inconvenientes da detecção do cio, além da perspectiva de inseminação de vacas paridas recentemente, o que permite o aumento da taxa de prenhez no início da estação reprodutiva. Quando se avalia a eficiência dos programas de IATF, percebe-se que a taxa de concepção
(número de fêmeas gestantes, dividido pelo número de fêmeas inseminadas) é fator fundamental para o retorno do capital investido e para a lucratividade determinada pela IATF. Inúmeros são os fatores que podem influenciar essa taxa na fazenda. Confira alguns aspectos fundamentais na condução dos programas de IATF que determinam o sucesso gestacional e a lucratividade.
Planejamento pré-estação reprodutiva Primeiramente, devem ser avaliadas as metas e a realidade da fazenda. O planejamento para estabelecer quando, como e quantas inseminações serão feitas deve ser realizado antes da estação reprodutiva de primavera/verão, normalmente durante o outono. Com isso, é possível realizar ajustes no manejo nutricional e sanitário, que são determinantes para o sucesso do programa. Ainda durante o outono/inverno, realiza-se o treinamento e a qualificação dos trabalhadores.
Aspectos relacionados às reprodutoras As fêmeas devem estar bem manejadas, alimentadas e mineralizadas. Como ferramenta visual, vacas com condição corporal mínima de 2,5 (escore com escala de 1 a 5), de preferência, ganhando peso, devem ser identificadas individualmente, a fim de garantir o controle zootécnico adequado. Para a organização da logística dos programas, tais fêmeas devem ser agrupadas conforme a época da parição e, preferencialmente, conforme a categoria animal, o que evita possíveis falhas nos tratamentos de sincronização específicos para cada categoria animal (vaca parida, vacas solteiras e novilhas). É importante salientar que aquelas que apresentam risco de gestações indesejadas ou que não possuem histórico reprodutivo devem passar por exame ginecológico prévio ao início do protocolo de sincronização, pois, este, quando administrado em fêmeas gestantes, pode levar ao aborto.
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Estrutura da fazenda As instalações devem ser apropriadas para a condução ao centro de manejo, garantindo a contenção das fêmeas para os procedimentos de sincronização e de inseminação artificial. Os currais funcionais precisam de divisões que possibilitem a separação e a formação de lotes. Devem também apresentar brete de contenção coberto, para proteção contra sol e chuva, e ser eficiente para imobilizar o animal, reduzindo o risco de acidentes tanto com os animais quanto com as pessoas envolvidas no trabalho. A fazenda também precisa apresentar pastos de tamanho adequado à lotação animal e cercas de contenção eficientes para o manejo dos lotes. Corredores seguros para o deslocamento garantem ainda a agilidade dos animais e a eficiência dos programas.
Mão de obra Os inseminadores e funcionários envolvidos neste trabalho devem ser devidamente capacitados e motivados. Sugere-se o alinhamento geral dos programas, antes do início da estação reprodutiva. Um procedimento necessário para que todos se lembrem de suas responsabilidades e funções durante o processo. É fundamental a realização de rodízio dos inseminadores, quando várias vacas são inseminadas no mesmo dia. É importante também saber quais fêmeas foram inseminadas, por inseminador. O objetivo é realizar a avaliação comparativa da eficácia entre os colaboradores e identificar possíveis falhas.
Produtos para sincronização Os produtos para sincronização devem ser armazenados em locais limpos, organizados e frescos. Alguns devem, ainda, ser mantidos sob refrigeração. A exposição a temperaturas elevadas durante o transporte dos medicamentos, da distribuidora à fazenda, precisa ser evitada. Para a administração desses produtos, a sugestão é empregar agulhas de tamanho adequado (40x12mm; 18g), que possibilitam a aplicação intramuscular profunda, evitando a ocorrência de refluxo. É fundamental utilizar seringas de tamanho proporcional ao volume de medicamento administrado. Os dispositivos intravaginais de progesterona precisam ser manipulados com luvas de procedimento e com o máximo de higiene. A sugestão é utilizar sempre balde com água e antisséptico para lavar os aplicadores, após a inserção do dispositivo na fêmea. Como a prática de reutilização dos dispositivos é comum, os mesmos necessitam ser lavados em água corrente, desinfetados e secados à sombra. Para a desinfecção, devem ser imersos em solução de amônia quaternária a 5%, por dez minutos, e armazenados em local fresco e protegido de luz.
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ESPECIAL
Manejo do sêmen Com relação ao manejo dos botijões e ao descongelamento do sêmen, deve-se verificar o nível do nitrogênio do botijão, antes e depois de cada programa de IATF. Ao descongelar, deve-se dar preferência à utilização de descongeladores automáticos, que mantêm a temperatura correta (entre 35 a 37ºC), facilitando o trabalho durante as inseminações, ou seja, é necessário verificar constantemente a temperatura do descongelador e certificar-se do bom funcionamento do aparelho. Em programas com elevado número de vacas, o descongelamento simultâneo, de três a cinco palhetas, assegura o fluxo contínuo para a montagem dos aplicadores de sêmen e das inseminações, sem comprometer a taxa de prenhez.
Qualidade do sêmen A qualidade do sêmen deve ser controlada, evitando resultados indesejáveis nos programas de IATF. O primeiro cuidado é utilizar somente o que for oriundo de centrais especializadas e certificadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pois elas possuem rigoroso controle dos procedimentos de coleta e de processamento do sêmen, bem como da ambiência das instalações, o que garante o bem-estar dos reprodutores e a qualidade desse material. É importante utilizar touros com histórico de alta fertilidade em programas de IATF. Apesar dos avanços nas avalições Manoel Sá Filho, laboratoriais para aferir a qualidade do sêmen, até o presente gerente de Programas Especiais Corte da Alta momento, a fertilidade de um reprodutor é eficientemente constatada após a avaliação da taxa de concepção a campo. PortanMédico veterinário e pós-doutor em Reprodução to, a utilização de touros com fertilidade conhecida, como, por Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de mais de 70 artigos científicos, exemplo, dos touros Concept Plus, é uma eficiente estratégia publicados em revistas especializadas e do para garantir o sucesso dos programas de IATF. Manual de IATF da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia)
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ALTA NEWS
ALTA MARCA PRESENÇA NA REUNIÃO ANUAL DE TECNOLOGIA DE EMBRIÕES
Foz do Iguaçu, divisa do Brasil com o Paraguai e a Argentina, foi sede da XXX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE), uma das principais geradoras de tecnologia da reprodução no cenário nacional e mundial. O evento, realizado entre 25 e 27 de agosto, considerando as necessidades e os interesses dos técnicos de campo, empresários do setor, acadêmicos e cientistas da área de tecnologia de inseminação artificial e transferência de embriões. Além das tradicionais plenárias, também foram contemplados os módulos SBTE Ciência e SBTE Tecnologia. Destaca-se, na programação deste ano, a reunião dos participantes nos workshops Inseminação Artificial e Produção in vitro de
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Embriões. Os aspectos técnicos, desafios e oportunidades para a aplicação comercial das tecnologias do embrião foram discutidos. A Alta patrocinou o workshop Aplicação Comercial das Biotecnologias Reprodutivas, coordenado pelo gerente regional de Mineiros, Edmundo Rocha Vilela, da empresa Lageado Biotecnologia e Pecuária. Na mesma sessão, houve a palestra do gerente de Programas
Especiais de Corte da Alta, Manoel Sá Filho, que abordou Relatos Práticos sobre a Intensificação dos Programas de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) Aplicados em Fazendas Comerciais. A reunião principal contou com 36 palestrantes internacionais e nacionais para apresentar os temas emergentes em tecnologia e biologia reprodutiva para 435 participantes. Ainda durante o evento foram publicados 257 trabalhos científicos, que direcionam os técnicos e cientistas para seus novos trabalhos. O regional, Edmundo Rocha Vilela, recebeu o Prêmio Roberto Jorge Chebel, como Profissional Destaque. “Na oportunidade, parabenizamos Edmundo e toda a equipe da Lageado, pelo prêmio, fruto da competência e do trabalho em equipe”, afirma o diretor da Alta Brasil, Heverardo Rezende.
ALTAEMBRYO É SUCESSO NO PARÁ A demanda por animais geneticamente superiores é notável em todo o território brasileiro. Devido à busca por maior produtividade, fazendas têm aderido a tecnologias para alcançarem seus objetivos de forma mais rápida e confiável. O AltaEmbryo é um programa que agrega valor ao rebanho e, por isso, ganha força e confiança em todo o Brasil. O pecuarista Ricardo Soares Silva, da Estância Uirapuru, localizada em
Redenção (PA), tem mais de 70 produtos do programa. O intuito no acasalamento foi buscar animais homogêneos com características leiteiras evidentes.
ALTA E COLORADO BATEM O PRÓPRIO RECORDE A tradicional Fazenda Colorado, situada no interior de São Paulo, em Araras, bate mais um recorde de produção de leite: 74 mil litros de leite por dia, com 1.798 vacas holandesas em lactação, com produção média de mais de 41 litros de leite por vaca/dia. Esse resultado fez com que a Fazenda Colorado mantivesse o reconhecimento de maior produtor de leite do Brasil. Em 2015, sua produção média diária era de mais de 60 mil litros. Interessante destacar que em um lote na primeira cria, a Colorado conta com 320 vacas, com média de 46 kg/dia. No lote de alta produção, são 314 vacas, com média diária de 52 kg. “A Fazenda Colorado atua fortemente no correto manejo dos animais e na alimentação saudável e balanceada, numa
condição de conforto animal altamente favorável. Mas é de suma importância o foco na gestão das pessoas e dos processos, pois, sem uma boa equipe, não teríamos chegado a esse nível de produtividade”, destaca o veterinário e gerente de Pecuária da Fazenda Colorado, Sérgio Soriano. O gerente de Leite Importado da Alta, Fábio Fogaça, salienta que os resultados vão aparecendo, pois, aliado a todo esse ambiente favorável, a fazenda também investiu em um plano genético permanente, consistente e bem direcionado aos anseios da Colorado. “Quando somamos o potencial genético da vaca às condições necessárias para que elas expressem a eficiência na produção de leite, os resultados aparecem. Nosso compromisso é sempre oferecer a melhor tec-
Na foto filhas dos touros da bateria Gir Leiteiro da Alta, Expoente, Panambi e PH Uísque, que se destacam pela morfologia.
nologia do mercado e cooperar como for possível para que o pecuarista tenha lucratividade. Queremos parabenizar todo o trabalho de sucesso da Colorado, que desenvolve e contribui com uma produção de qualidade para o mercado leiteiro brasileiro e conquista reconhecimento internacional”, acrescenta Fábio.
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ALTA NEWS
IRMÃ DE DENGOSO É AVALIADA EM R$1.980.000,00 NO MUTUM WEEKEND
Fécula FIV Mutum
Dengoso FIV
Uma das mais premiadas matrizes da raça Gir Leiteiro teve 33% de suas cotas comercializadas por R$660.000,00. Foi no leilão Mutum Weekend, promovido em Alexânia (GO), em 8 de outubro. Fécula FIV Mutum é filha de CA Sansão na Palma F. Mutum e já foi recordista de torneios e campeã de pistas em várias exposições do país. O irmão, Dengoso FIV Kubera, pertence à bateria de reprodutores da Alta. De propriedade da parceria Angelus Cruz Figueira/Hugo Ferreira e Alta Genetics, possui avaliação genética pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) 2016, com PTA Leite de 765,96kg. Dengoso é uma ótima opção para acasalamen-
tos em linhagens Benfeitor, Caju e Radar, sendo ainda excelente para fazer uma F1 ou 1/4 ou 3/8 Girolando. “Esse pedigree é impressionante. Veja que as irmãs de Fécula também são diferenciadas, como é o caso de Feição, que fez filhas F1, que produziram animais extraordinários como é o caso de Alterosa (recordista mundial de produção em torneio) e Dialeto, jovem touro ¾ da bateria de reprodutores da Alta. Com certeza, essa genética contribui e muito para o melhoramento produtivo desse país. Não tenho nenhum receio de indicar Dengoso para fazermos lindas e produtivas vacas”, comenta o gerente de Produto Leite da Alta, Guilherme Marquez.
ALTA REALIZA DIA DE CAMPO NA CHÁCARA ÁGUAS BELAS Localizada no município de Águas Formosas (MG), a Chácara Águas Belas traz um novo modelo de profissionalismo na atividade leiteira. Comandada pelo médico veterinário e consultor, Felipe Abrantes, a propriedade, de apenas oito hectares, apresenta números interessantes por meio de uma estratégia focada na lucratividade. Com um rebanho 100% de vacas 1/2 Holandês com Gir Leiteiro, a maioria filhas de Wildman, a propriedade possui 12
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um projeto de unificação da cadeia produtiva: piquetes irrigados, silagem de milho e gerenciamento de números. Para compartilhar essa experiência, A Alta e a chácara realizaram o primeiro Dia de Campo na propriedade, em 30 de setembro. Durante o evento, 30 produtores da região assistiram a palestras sobre morfologia de vacas e sobre a importância do melhoramento genético para a lucratividade das propriedades leiteiras. Felipe também apresentou,
em detalhes, o projeto da Chácara Águas Belas, com os números de desempenho da fazenda e o comparativo entre os lotes de alta e baixa produção. O gerente de Produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, mostrou os aspectos morfológicos de uma vaca leiteira e abordou a importância do melhoramento genético para garantir os lucros nas fazendas de leite.
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ARTIGO
HOMEOTERMIA E MINHAS VACAS O QUE ISSO TEM EM COMUM?
por Guilherme Marquez, gerente de Leite Nacional da Alta “Moro num país tropical. Abençoado por Deus e bonito por natureza”. A letra dessa música reflete muito bem as maravilhas de nosso país. Suas características tropicais favorecem inúmeras situações positivas em relação à atividade pecuária, mas também trazem desafios para nossas vacas. Um deles é manter nossos animais em Homeotermia. Homeotermia ou termoneutralidade é a condição de equilíbrio térmico dos animais. Nesse estágio, nossas vacas ficam em correto balanço em todos os seus eixos, em que tudo funciona
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como deveria, como, por exemplo, o eixo HHG (Hipotálamo, Hipófise e Gonodal). A homeotermia e a homeostasia conseguem produzir corretamente os hormônios para a reprodução e também para a descida do leite. Por ser um país tropical, passamos muitos momentos de temperaturas mais elevadas, o que contribui para que nossas vacas passem por um processo de desequilíbrio desse estágio e se direcionem para um processo de hipertemia ou estresse calórico. Isso se deve à temperatura superior à zona de termorregulação.
Quando isso acontece, nossas vacas sofrem muito. A primeira observação é a diminuição de suas atividades, como caminhar, alimentar etc. Há uma redução drástica na ingestão de matéria seca. Por estar em um processo desesperador para se resfriar, ingerem muita água e buscam sombra e vento. Assim, desencadeiam um processo de queima de energia muito grande, aumentando a transpiração, a frequência respiratória e começam a babar. Tudo isso impacta na diminuição, em sua performance, de produção de leite, reprodução e saúde.
Os especialistas avaliaram em números o comportamento de milhares de vacas da raça Holandês, submetidas a
estresse calórico. As avaliações foram relacionadas à ingestão de matéria seca, produção de leite, desempenho
Consequência do stress térmico
reprodutivo e problemas de saúde. A média de produção das vacas era de 9.000 kg de leite por lactação. Impacto fisiológico
-894 kg/vaca/ano
Decréscimo de IMS: 6 a 30% Decréscimo de produção de leite: 15 a 20%
-1.803 kg/vaca/ano +59.2 dias intervalo parto - concepção
Decréscimo na eficiência reprodutiva: 40 a 50%
+7.99 % de descarte devido a problemas
reprodutivos Aumento de mortabilidade Aumento nas incidências e severidade de mastites
+7,72 % mortabilidade
Adaptado de Pierre et al., 2003
O impacto econômico é enorme. Neste exemplo, temos uma perda de 1.803kg de leite em 305 dias. Em uma fazenda de 100 animais em lactação, por exemplo, temos 180.300 kg de leite a menos por lactação. A preços atuais (R$1,5), teríamos uma perda econômica de R$270 mil. Quando, no mesmo exemplo, conhecemos as consequências para a reprodução e adicionamos a possibilidade de mais 60 dias de intervalo entre partos, a conta fica bem maior: 100 vacas, multiplicadas pela média de produção de 29,5, multiplicadas por 60 dias, multiplicadas pela média de leite pago ao produtor (R$1,5), é igual a mais R$265.500. Ou seja, olhando os dois maiores impactos, que são produção e reprodução, teríamos uma perda de cerca de meio milhão de reais por ano. A condição de termoneutra-
lidade ou homotermia, nos bovinos zebuínos, é a temperatura retal de 38,5 a 39,5°C, conforme os principais especialistas da área. A zona de termoneutralidade ou de conforto térmico é limitada, em ambos extremos, pela Temperatura Crítica Inferior (TCI) e pela Temperatura Crítica Superior (TCS), que, em zebuínos, é de 7º e 35°C, respectivamente. Quando a temperatura ambiente está abaixo da TCI ou acima do TCS, os animais saem de sua homeotermia e há o desequilíbrio térmico, em que a TCI se direciona para a Hipotermia e, acima do TCS, para a Hipertermia. O que fazer? Precisamos de planejamento em nossa fazenda, de pensar em nossos animais e em seu conforto. Você já gastou um tempo
em sua fazenda simplesmente olhando suas vacas? O que elas estão fazendo? Como estão se comportando? Sombras suficientes, água boa, de fácil acesso e abundante, caminhadas menores e um manejo respeitador do cotidiano delas já são grande ajuda. Outra ação é a escolha de seu modelo de trabalho. Defina corretamente os animais das raças que resistem um pouco mais ao clima tropical.
Guilherme Marquez, gerente de Produto Leite Nacional Especialista em Pecuária de Leite e em Gestão de Agronegócios pela Reagro, Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Possui também MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É jurado auxiliar da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Novilhas doadoras de embriões: algumas delas ultrapassam os US$ 100 mil
PROGRAMA PEAK: AUTONOMIA NA SELEÇÃO DE REPRODUTORES por Marlizi Marineli Moruzzi, médica veterinária Com o início da era genômica, após 2009, o progresso genético apresentou uma intensa aceleração, fazendo com que o preço dos machos aumentasse em mais de cinco vezes, assim como das fêmeas, que tiveram seus valores equiparados aos dos machos. Isso dificultou a compra de reprodutores(as). Neste momento, a Alta decidiu produzir suas próprias fêmeas, mães dos futuros touros. 16
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Foi então que, em outubro de 2012, a Alta Genetics tornou-se proprietária também de fêmeas bovinas e desenvolveu o Programa Peak, que tem o gerenciamento e as decisões tomadas exclusivamente por integrantes da equipe da Alta. O principal objetivo do programa é produzir seus próprios touros, a partir de fêmeas altamente selecionadas por meio de testes genômicos, assim como produzir embriões e
animais para a comercialização. Além de poder selecionar o que há de melhor em termos de seleção genética, considerando o alto custo de aquisição de doadoras no mercado, a produção destas fêmeas visa obter os melhores touros, de forma muito mais econômica, realizando a Fecundação In Vitro (FIV), uma ferramenta agressiva de reprodução, em novilhas selecionadas pelos seus índices
e buscando a maior quantidade possível de animais através desta ferramenta. Com isso, a empresa busca se manter no topo da genética da raça. Durante o Showcase Alta Genetics, realizado no mês de junho, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, produtores e técnicos do mundo todo visitaram uma das seis fazendas
onde o Peak terceiriza todo o manejo, alimentação, reprodução e cuidados necessários para as vacas, novilhas e bezerras. Destas seis fazendas, quatro delas realizam os procedimentos reprodutivos, totalizando 350 implantes de transferência de embriões por mês. A equipe da Revista Leite Integral conversou com Paul
Hunt, diretor de Operações da Alta Genetics, responsável pelo Programa Peak. Paul explicou as premissas do programa, as metas em relação à produção de animais e venda de embriões e a importância do programa para a empresa. “O poder da genômica ofereceu à indústria genética uma série totalmente nova de oportunidades e, como principais integrantes do negócio, depende de nós usufruirmos desta nova tecnologia e entregar a maior quantidade de ganho genético possível aos nossos clientes. Desta forma, queremos ter o que há de melhor em seleção para oferecermos ao mercado do mundo todo: sêmen, embriões, fêmeas e touros do mais alto nível”, contextualiza Paul, no início de nossa conversa. Parcerias de alto nível
Diretor de Operações da Alta Genetics, Paul Hunt, responsável pelo Programa Peak
O diretor explica que, no passado, a população bovina era mais equilibrada e nivelada geneticamente, com os melhores touros vindos de vários tipos de rebanhos. Hoje, no entanto, com esse rápido progresso genético, os melhores touros são oriundos de rebanhos de alto nível. “Como uma empresa global, queremos liderar a seleção genética e, para isso, nós precisamos escolher as melhores fêmeas possíveis para produzirmos os melhores touros”, diz. Na Budjon Farms, o grupo pôde ver vacas de altos índices genéticos, produções superiores e muito bem conformadas, além de visitar as instalações da criação de bezerros recém-nascidos, PECUÁRIA EM ALTA
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LEITE
Excelência no manejo sanitário e reprodutivo são quesitos fundamentais na escolha das fazendas parceiras
em ambiente altamente organizado e controlado. Na fazenda estão alojadas cerca de 60 doadoras de embriões do programa (no total, o Peak conta com quase 130 doadoras). “O intuito de espalhar esses animais em seis diferentes locais do país é diminuir os riscos sanitários. Todas as fazendas são excelentes em manejo reprodutivo e sanitário, mas ainda assim temos mais este cuidado”, explica. Para escolher essas fazendas que a Alta terceiriza são considerados principalmente a forma como realizam as rotinas reprodutivas e o manejo das doadoras de embriões. “Contratamos as empresas melhor avaliadas, 18
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nos últimos anos, em biotecnologia da reprodução, para realizarem os procedimentos em nossas doadoras, como a Trans Ova Genetics, Boviteq, dentre outras. Nós nos asseguramos em ter as melhores pessoas trabalhando conosco e realizando um excelente trabalho”, ressalta Paul. Em relação às fazendas, ele diz que todas elas apresentam altos índices de prenhez, baixíssimo número de abortos e alto controle sanitário, denotando a grande eficiência do manejo. “Para serem alojados em uma central de genética e comercializarem sêmen, os touros precisam ter excelente saúde, e por isso escolhemos trabalhar com os melhores”, diz.
“Sabemos que, em função deste acelerado progresso genético, aliado à ótima saúde, as novilhas da próxima geração deverão produzir embriões mais precocemente e em maior quantidade, e o mesmo ocorrerá ainda mais para a produção de sêmen. Os touros do Programa Peak produzem sêmen um mês antes dos demais touros, e também possuem um nível maior de concepção, de forma que os touros Peak nos trazem muita segurança para trabalhar, tendo mais sêmen e de melhor qualidade”, explica o diretor. Em relação às mães dos touros escolhidos pela empresa, Paul conta que cerca de 50% das doadoras ainda são prove-
Bezerra produto do Programa Peak, filha do touro AltaSUPERSTAR
nientes de rebanhos conhecidos, de alto mérito genético, como a North Florida, por exemplo. As demais são fêmeas Peak e nossa meta é aumentar esse número até que tenhamos todas as doadoras dentro do nosso programa. “Hoje, já temos doadoras de origem Peak”, salienta Paul. Em relação às principais características para seleção, no caso destas doadoras, Paul explica que “o foco é em Produção, Saúde e funcionalidade nas características de conformação”. Nos procedimentos de FIV e TE utiliza-se tanto sêmen convencional, como sêmen sexado de fêmea e sêmen sexado de macho. Os produtos Peak Os primeiros bezerros oriundos do Programa Peak nasceram em 2013. “Hoje, a Alta possui 75 touros Peak e a meta é que, em 2016, tenhamos 50% dos touros de origem Peak. Além
disso, pretendemos colocar no mercado 20 a 25 touros novos a cada 2 meses”, afirma Paul. Em 2015, foram 800 nascimentos de machos nas seis fazendas onde o Peak mantém os animais (200 machos apenas na Budjon Farms). Para 2016, o programa estima um crescimento em novos nascimentos de 25% e meta de transferir 4.000 implantes, que resultarão em 1.000 bezerros (machos). Em relação aos produtos do Peak, 50% das fêmeas são mantidas e 50% são vendidas para parceiros e em leilões, de forma a ter uma variabilidade genética e evitar a consanguinidade. Segundo Paul, a empresa tem investido fortemente neste programa, tanto na compra das bezerras - futuras doadoras, como nas equipes e no trabalho como um todo. “O investimento da Alta Genetics no Peak já ultrapassou os US$ 14 milhões. Ainda estamos
investindo, visando ampliar o programa. O mercado para comprar essas doadoras ainda é muito desafiador. O valor médio destes animais pode ultrapassar os US$ 100 mil. Até que se tenham bezerras oriundas destas doadoras, foram investidos milhares de dólares em cada uma”, reforça. Em relação à estabilização do Programa Peak, Paul explica que hoje a empresa determina quantos touros precisa ter e, então, trabalha para buscar as fêmeas necessárias para produzi-los. “A ideia é que essa relação se inverta, ou seja, que tenhamos um número suficiente de fêmeas que produzam a quantidade de touros que precisamos. Devido ao intenso manejo reprodutivo, é possível obter muitos touros de cada doadora, mas, também, pelo fato de a indústria realizar tantas Fertilizações In Vitro a partir dessas doadoras, acabamos tendo vários touros irmãos. Então, o que queremos é ter, a cada ano, um maior número de doadoras para produzir o mesmo número de touros, e ter maior variabilidade genética”, ressalta. Manejo reprodutivo Em relação às metas de produção de embriões, Paul explica que as novilhas são mensuradas rotineiramente em relação ao peso e à altura e, quando atingem 250 quilos de peso vivo, passam por uma avaliação de seu sistema reprodutivo, através de ultrassonografia. “A partir dos oito meses, as novilhas aprovadas no exame clínico começam a ter seus oócitos aspira-
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dos uma vez ao mês, até os 10 meses. A partir daí, são aspiradas duas vezes ao mês até que alcancem os 18 meses, quando são inseminadas. As coletas seguem até os 120 dias de gestação, uma vez ao mês, sendo que a meta é produzir 80 implantes por doadora, até este momento. A média é de 15 oócitos por novilha a cada aspiração, variando de três a 50 oócitos por mês, por doadora. A meta é chegar a 100 implantes por doadora até o primeiro parto”, afirma. Paul explica que nas novilhas que apresentam algum problema reprodutivo e que não respondem bem à FIV, são realizadas ainda algumas tentativas com a Transferência de Embrião Convencional, com protocolos de superovulação e coleta de embriões. Aos 90 dias pós-parto, as doadoras primíparas entram novamente no manejo reprodutivo, em protocolos de TE, visando à produção de embriões para venda. As receptoras dos embriões são mantidas em quatro fazendas, sendo elas, predominantemente, novilhas Holandesas. Para Paul, hoje o programa obtém uma média de 36 bezerras aos 30 dias de vida por doadora. “Geralmente, obtemos 18 fêmeas e 18 machos de cada doadora para fazer a seleção genética da próxima geração. Quando você tem um investimento desta magnitude, de centenas de milhares de dólares para adquirir uma doadora, cada bezerra a mais dilui os custos, uma vez que o investimento em reprodução e manejo desta doadora é o mesmo. Então, 20
PECUÁRIA EM ALTA
Programa Peak em números (2015) Touros Doadoras de embriões Nascimento de bezerros machos Oócitos/doadora/mês (valor médio) Implantes/mês/fazenda (valor médio) Implantes/doadora até o 1º parto
a melhor doadora é aquela que resulta em mais vendas. Por outro lado, temos doadoras que não têm sucesso, e resultam em não mais de 8 ou 10 bezerras nascidas, e estas não pagam a conta”. Programa em expansão Paul afirma que a Alta Genetics vê uma real oportunidade em aumentar a influência do Programa Peak, produzindo e vendendo mais embriões. Segundo ele, a empresa está ampliando estas vendas, no entanto, ainda precisa manter uma quantidade de fêmeas para ampliar seu plantel de doadoras. “Nós vendemos muitos embriões para a Austrália, por exemplo, e muitos dos melhores touros genômicos que estão sendo testados lá são oriundos de um grupo de embriões que enviamos no ano passado. Acreditamos que, com a venda de sêmen e embriões de animais do Programa PEAK, poderemos manter o restante do mundo mais próximo do trabalho e das
75 130 800 30 350 80
tendências genéticas dos Estados Unidos”, diz o diretor. Finalizando, Paul comentou que, para fortalecer o programa, a Alta está fornecendo touros também à Accelerated Genetics (EUA) e para CRV (Holanda), que se inscreveram para trabalhar com Peak. “Assim, o programa irá gerar também uma parte da necessidade de touros jovens dessas outras empresas do mercado global. Neste programa, queremos criar um sistema ou cadeia que permita realizar trabalhos como grupo”. Para saber mais sobre o programa Peak, acesse: www.peakgenetics.com
Marlizi M. Moruzzi, médica veterinária Médica veterinária graduada na pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV/Unesp), de Jaboticabal (SP), e editora da revista Leite Integral
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CORTE
ALTA É PARCEIRA DO NELORE DE PRODUÇÃO O PROJETO É UM DOS PRINCIPAIS PROGRAMAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO PAÍS, COM CERTIFICADO ESPECIAL DE IDENTIFICAÇÃO E PRODUÇÃO (CEIP) Oferecer genética para atender às reais necessidades dos rebanhos, com rentabilidade aos pecuaristas, está entre os principais objetivos da Alta. Para isso, identificar um touro melhorador requer um minucioso trabalho de seleção, que começa com os técnicos. “Esta equipe tem a missão de visitar as fazendas parceiras e fornecedoras de genética para identificar os melhores reprodutores da safra, considerando genealogia consistente, boa avaliação genética, forte desempenho intrarrebanho e biotipo equilibrado”, explica o gerente de Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira. Após a identificação, os touros passam pelo crivo de avaliação de todos os técnicos, gerentes comerciais, gerentes de produto e da diretoria da empresa para levar ao mercado a genética mais confiável. “Assim, conseguimos trazer, para a nossa bateria, animais que representam as diversas realidades brasileiras para atender aos vários sistemas de produção que possuímos”, pondera Rafael. Há 15 anos, o programa de melhoramento genético em gado de corte, denominado Nelore de Produção, desenvolve um criterioso trabalho visando à seleção de animais com maior potencial produtivo e reprodutivo, possibi22
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litando aos pecuaristas obter seus próprios reprodutores e matrizes para a reposição na fazenda. “Utilizamos uma metodologia de análise matemática avançada, porém de simples aplicação a campo, desde que cumpridas as etapas necessárias, da reprodução das matrizes até a avaliação de sobreano dos produtos.
“De um lado, vamos fornecer e reforçar, de forma muito consistente, a bateria de Nelore CEIP da central e, ao mesmo tempo, ganhamos capilaridade, expansão e abrangência em relação ao uso da genética que produzimos” Laços genéticos entre rebanhos, determinados pela utilização de reprodutores melhoradores em comum, por meio da Inseminação Artificial (IA) ou Fecundação In Vitro (FIV), permitem a comparação de indivíduos de diferen-
tes rebanhos”, explica o diretor do programa, Sérgio Prediger. A partir da Metodologia de Modelos Mistos (MMM) e da existência de laços genéticos, o Nelore de Produção cria a oportunidade de comparações justas e adequadas entre animais de toda a população, fornecendo a chamada Diferença Esperada de Progênie (DEP). O programa conta com 24 fazendas parceiras e quase 40 mil matrizes. “O maior ganho genético na seleção dos rebanhos são as matrizes de reposição (fêmeas de reposição). Por meio de uma forte pressão de seleção, potencializamos o mérito genético desses ventres, que produzirão dentro da propriedade. Esses ganhos são acumulativos e traduzidos em precocidade sexual, fertilidade, conformação, musculatura moderna e velocidade de ganho de peso, reduzindo, assim, a idade da primeira cria e do abate”, acrescenta Sérgio. O Nelore de Produção é um dos principais programas de melhoramento genético do país, com Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). O documento oficial, emitido com autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atesta a qualidade genética e
produtiva dos animais. Somente os 20% melhores animais (touros jovens e novilhas) de cada safra estão aptos para receber o CEIP. “O Nelore de Produção impressiona pela consistência e pelo resultado que as fazendas parceiras vêm demonstrando. Prova disso é a colocação de seus touros no Sumário Aliança, um dos principais sumários de avaliação de touros CEIP do Brasil”, pondera Rafael. Da parceria com o programa Nelore de Produção, quatro tou-
ros foram incorporados à bateria da Alta. Professor da Bálsamo, um dos líderes do Sumário Aliança, hoje é o terceiro melhor com sêmen disponível em central. “A parceria só vem formalizar o relacionamento que a Alta já tinha com o Nelore de Produção. Inicialmente, veio o Tomahawk da Balsamo, touro que foi líder para musculosidade no sumário Aliança e sucesso de vendas na bateria de Nelore da Alta. O Nelore de Produção será fornecedor de touros para a Alta e utilizaremos
os seus técnicos para treinar nossa equipe sobre o programa e, ainda, sobre o CEIP”, comemora o gerente da Alta. Para o diretor do Nelore de Produção, a parceria potencializa um trabalho sinérgico. “De um lado, vamos fornecer e reforçar, de forma muito consistente, a bateria de Nelore CEIP da central e, ao mesmo tempo, ganhamos capilaridade, expansão e abrangência em relação ao uso da genética que produzimos”, finaliza Sérgio.
Touros da parceria Alta x Nelore de Produção
Aboré da Bálsamo
Professor da Bálsamo
Xamã da Bálsamo
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CORTE
GERAR INDICA QUE ALTA TEM 35% DOS TOUROS COM AS MELHORES TAXAS DE PRENHEZ
No ano em que comemora 10 anos de existência, o Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho (Gerar) reúne em seu banco de dados informações de quase três milhões de protocolos aplicados em campo. O grupo conta hoje com 250 técnicos, que trabalham e discutem inovações e resultados referentes à Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e Transferência de Embriões em Tempo Fixo (TETF). Acrescentando às informações da última estação de monta 2015/2016, as coletadas nas 24
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1.236 fazendas de corte atendidas pelos técnicos são analisadas pela equipe da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus Botucatu (SP), sob supervisão do professor José Luiz Moraes Vasconcelos e, posteriormente, apresentadas nas reuniões anuais do grupo. “O Gerar é pioneiro na geração de informação de qualidade. Anualmente, o grupo Gerar, orientado pelo professor Zequinha, dá novas diretrizes aos seus colaboradores, gerando aprimoramentos e evolução dos programas de IATF e TETF”,
diz Manoel Sá Filho, Gerente de Programas Especiais da Alta. Com os dados em mãos, o Gerar consegue produzir relatórios de taxa de concepção média à IATF, conforme região, categorias de animais, raças, protocolos, além de ranquear as fazendas com melhores resultados e, também, os touros de melhor desempenho reprodutivo em termos de taxa de prenhez à IATF. Considerando as duas bases de dados, tanto das raças zebuínas quanto taurinas, a análise por taxa de prenhez que destaca os touros de melhor fertilidade considerou, em 2016, uma base de dados de 824.486 IATF, em que apenas vacas com escore corporal entre 2,75 e 3,75 submetidas à IATF e com 100 ou mais inseminações de um mesmo touro entraram no filtro. Dentro desses critérios, 322 touros foram selecionados com taxa de prenhez maior ou igual a 50%. Destes, 35% são da bateria Alta. Confira a participação da Alta, em relação às outras centrais, de acordo com a raça dos touros:
ANÁLISE POR CENTRAL DE INSEMINAÇÃO Participação da bateria da Alta em comparação ao banco total do Gerar de touros com taxa de concepção >50%
ANÁLISE POR RAÇA Bateria Alta em comparação ao banco total do Gerar de touros com taxa de concepção maior que 50%
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CORTE
Concept Plus Trilhando no mesmo sentido, a Alta possui o programa ConceptPlus, desenvolvido para avaliar a fertilidade a campo dos touros disponíveis na bateria Alta. Com os excepcionais resultados colhidos e principalmente com a experiência adquirida nas raças leiteiras, em 2012 a Alta Brasil instituiu o ConceptPlus Corte. O programa exclusivo mede, com precisão, a maior ou a menor qualidade de fertilização dos touros Alta nos programas de IATF. Para se ter ideia da dimensão do trabalho, somente na estação de monta 2015/2016, 26
PECUÁRIA EM ALTA
o programa recebeu mais de 450.000 dados de 75 colaboradores que utilizam sêmen da Alta, em 13 estados. Eles encaminharam todos os resultados sobre as taxas de prenhez das propriedades atendidas. Ao todo, já foram 1,3 milhão de dados coletados em três anos. Quando recebidos, passaram por um filtro de qualidade e por uma análise bioestatística. O grande diferencial, além do número de informações que já possuímos, é a analise que o programa consegue fazer. Ela ajusta a prenhez do touro e faz um contraponto sobre tudo aqui-
lo que pode mascarar os resultados, como, por exemplo, estado nutricional da fêmea, fazenda em que estão alojadas (região), inseminador, raças, data da inseminação, categoria animal, dentre outros. O programa isola totalmente a contribuição do touro na determinação da prenhez e identifica quais possuem maior ou menor fertilidade. Hoje, já são 54 touros identificados como ConceptPlus e 19 excluídos da bateria Alta por serem considerados de qualidade inferior. Conheça a lista de touros ConceptPlus:
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CORTE
QUALITAS APRESENTA RESULTADOS DO 6º TESTE DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR Avaliar e identificar reprodutores com maior potencial de produção de carne e menor ingestão de alimentos. Essa foi a finalidade do 6º Teste de Eficiência Alimentar realizado pelo programa de melhoramento genético Qualitas. O primeiro, em parceria com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) - Botucatu. Outra novidade deste ano foi o novo sistema de monitoramento do animal, 24h por dia. Os técnicos analisaram e controlaram consumo alimentar, ganho de peso e comportamento dos animais em tempo real. A prova durou 77 dias e recebeu animais de vários estados brasileiros. Ao todo, o Qualitas possui 34 fazendas parceiras. As propriedades desmamaram 10 mil machos na safra 2014. Os 120 melhores foram habilitados para participar do teste de eficiência alimentar. A estrutura montada no Centro de Inovação, Nutrição e Tecnologia, em Botucatu, foi dividida em quatro baias, com 30 animais cada. Ao final da prova, os resultados surpreenderam. A dieta formulada tinha como base o ganho diário médio de 1,3 kg, mas a média geral final atingiu quase 2 kg por animal. O consumo médio de matéria 28
PECUÁRIA EM ALTA
seca dos animais foi de 11,69 kg, com conversão alimentar de 6,12 kg. O rendimento de carcaça médio foi de 57,1%, o que significa um custo de R$ 112,60 por arroba produzida. Com os resultados em mãos, os criadores do Qualitas selecio-
naram dez touros, que serão os responsáveis pela continuidade do melhoramento genético no programa. A partir de agora, eles entram no teste de progênie, em que serão coletadas cerca de mil doses de cada um e distribuídas entre os rebanhos parceiros. Médias dos touros teste de progênie
Médias dos dos 120 animais avaliados
Ganho médio diário (kg)
2,214
1,949
Consumo de matéria seca kg/dia
11,97
11,69
Conversão alimentar (kg/kg)
5,48
6,12
Consumo alimentar residual (kg)
-0,255
0,000
Rendimento de carcaça
57,3%
57,1%
R$ 100,32
R$ 112,60
Características
Custo por @ produziada
Este ano, antes mesmo do resultado do teste de progênie a Alta já incorporou a sua bateria três importantes touros que se destacaram no teste de eficiência alimentar. O primeiro deles foi o grande campeão da prova, um touro da seleção do Sr. Edney Bordone, o reprodutor SB 3677, um filho de CFM Trunfo em vaca Marisco. Os outros dois vieram da seleção da Fazenda Capivara. São eles os touros M 90127, um
filho do Ganges COL com vacas QTL Dakota e M 80177, filho do touro CFM Orgulho. Hoje, na bateria da Alta, mais nove touros são provenientes das provas de eficiência alimentar e do teste de progênie do Qualitas, dentre eles podemos destacar: Qualitas King (destaque de 2012), Faraó FIV FVC (destaque de 2014), e Mandrak (melhor índice dos touros teste de progênie 2014).
Touros destaques
Qualitas King
Faraó FIV FVC
Mandrak
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PROGRAMAS E SERVIÇOS
PLANEJAMENTO GENÉTICO OBJETIVOS BEM DEFINIDOS AJUDAM PECUARISTAS A OBTER NÍVEIS PRODUTIVOS E ECONÔMICOS CADA VEZ MAIS EFICIENTES por Rodolffo Assis, consultor técnico de Corte da Alta No Brasil, um dos principais diferenciais da pecuária de corte frente aos demais setores do agronegócio é sua maior segurança quanto ao investimento. Isto se deve pelo menor impacto diante de adversidades climáticas, menor dependência de insumos externos, alta liquidez e maior flexibilidade do momento de se realizar a venda. Estas características possuem suas vantagens, já apresentadas, mas também trouxeram ao setor uma falta de especialização na maioria das propriedades que se dedicam à pecuária de corte. Em geral, se aceitam baixos retornos financeiros pela boa segurança apresentada pelo setor. Isso gera falta de empenho em busca de melhorias produtivas. Sempre surgem receios de que um maior investimento gere riscos além dos aceitáveis para o negócio. Assim, a pecuária de corte continua sem atingir níveis competitivos de remuneração. É um ciclo que precisa ser interrompido. Análises realizadas pela FGV, BACEN e Scot Consultoria revelam que em 2015 a rentabilidade média da cria (baixa ou crescente aplicação de tecnologia), da recria/engorda (baixa ou crescente aplicação de tecnologia) e do ciclo completo com baixa aplicação de tecnologia foram abaixo da poupança. No setor da pe30
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cuária de corte, apenas propriedades de ciclo completo e aplicação crescente de tecnologia obtiveram rentabilidade média acima da poupança. Mas percebemos, atualmente, muitas fazendas de gado de corte
“É fundamental que os objetivos de seleção visem ao lucro, tanto para os compradores destes animais, quanto para o próprio rebanho” sendo tratadas como empresas, recebendo investimentos superiores aos tradicionais em áreas como: mão de obra, nutrição, sanidade e genética. Realizando de forma correta estes investimentos, a atividade passa a outro patamar produtivo e lucrativo. Identificar os setores e as características que merecem mais aplicação de recursos é de suma importância para se evitar prejuízos financeiros e de tempo. Objetivo de seleção Uma das etapas primordiais para tornar uma propriedade de cria competitiva como outros setores é o estabelecimento claro
dos objetivos de seleção. Há flexibilidade no tipo de produto a ser vendido, como bois gordos, novilhas gordas, bezerros, receptoras e touros, e diversidade quanto ao mercado consumidor, como frigoríficos, invernistas e criadores. Estes fatores, em geral, acentuam a dificuldade do pecuarista em descrever os seus objetivos. A grande quantidade de raças disponíveis, alta diversidade de biótipos dentro de cada raça e o surgimento de nichos de mercado podem atrapalhar ainda mais o estabelecimento destes objetivos. É fundamental que os objetivos de seleção visem ao lucro, tanto para os compradores destes animais, quanto para o próprio rebanho. Também é indicado que os objetivos sejam expressos em valores reais e possíveis de serem atingidos, não ficando muito na esfera teórica e nem gerando ilusões incompatíveis com a situação do rebanho. Deve-se fazer um diagnóstico bem coerente da situação atual da propriedade em todos os seus setores. Os mercados mundial, nacional e regional devem ser analisados para se descrever os objetivos de seleção. Tendências de consumo, políticas de exportação e preferências do mercado local, por exemplo, também devem ser levados em consideração.
Critérios de seleção Os critérios de seleção são os meios para se atingir os objetivos de seleção. A escolha da raça é um passo importante. Há uma grande diversidade de opções genéticas que são utilizadas nacionalmente. Só na bateria de touros da Alta são mais de 30 opções de raças de corte disponíveis. Parte desta diversidade é necessária, pois o Brasil possui climas muito variados, mas, mesmo em algumas microrregiões, é possível verificar a utilização de uma gama de raças, muitas vezes visando aos mesmos objetivos. Deve-se estudar a fundo as características de cada raça e verificar se a mesma terá condições para se adaptar ao ambiente que a propriedade é capaz de oferecer. Um erro comum nesta etapa é optar por uma raça que exigirá grandes alterações na pro-
priedade, o que torna a atividade, na maioria das vezes, inviável. Outro ponto que pode ser definido como critério é a seleção de um biótipo de animais. Vários estudos relatam a inviabilidade econômica que matrizes muito grandes trazem ao sistema de produção, por exemplo. Assim, a opção de se estabelecer limites de altura ou maior proporção de costelas/membros é cada vez mais comum. É válido salientar que nem a escolha da raça, do país de origem ou do criatório garante um biótipo desejado, devendo-se avaliar individualmente os reprodutores. A grande quantidade de avaliaçes genéticas trouxe à pecuária brasileira a possibilidade de um ótimo avanço produtivo, mas, em geral, também geraram grandes dúvidas aos produtores pela enorme variedade de sumários, diferenças entre seus índices e
quantidade de características. Entre os sumários mais utilizados da raça Nelore, podemos verificar a grande quantidade de informações que estes fornecem: Aliança: 25 características e 2 índices; ANCP: 29 características e 1 índice; CFM: 13 características e 1 índice; Geneplus: 16 características e 4 índices; IZ: 11 características; PMGZ: 15 características e 1 índice; Qualitas: 24 características e 1 índice. É excelente ter acesso a tantas informações, mas é necessário conhecimento para utilizá-las de forma eficiente. A escolha das características como critérios de seleção é fundamental. Como exemplo, podemos observar a evolução de duas características: peso ao sobreano e marmoreio de um rebanho avaliado pelo programa Geneplus/Embrapa. Este rebanho utiliza o peso ao sobreano como critério de seleção. Já o marmoreio não é utilizado.
Tendências - DEP PS (kg)
12
DEP (kg)
10 8 6 4 2 0
06/07
07/08
08/09
09/10 Média
10/11
11/12
Tendência
12/13
13/14
14/15
15/16
SAFRA
b (kg/safra)
Fazenda
0.9276
Geneplus
0.5522
PECUÁRIA EM ALTA
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PROGRAMAS E SERVIÇOS
Tendência genética do rebanho para peso ao sobreano, característica que é um critério de seleção da propriedade.
Tendência - DEP MAR (0-10)
.01 .01
DEP (0-10)
0 -0 -.01 -.02 -.02 -.03
06/07
07/08
08/09
09/10
10/11
Média
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Tendência
12/13
13/14
14/15
15/16
SAFRA
b (0-10/safra)
Fazenda
-0.0005
Geneplus
-0.0001
Tendência genética do rebanho para marmoreio, característica que não é critério de seleção da propriedade. É nítido que características incluídas como critérios de seleção, desde que bem escolhidas e efetivamente selecionadas, geram bons resultados. Em um primeiro momento tem-se o desejo de incluir muitas características como critérios, mas isso não é indicado, pois, caso estas características não possuam forte correlação positiva, o ganho em cada uma delas é diminuído. Assim, 32
11/12
é preciso estudar cuidadosamente quais características impactarão de forma economicamente significativa o negócio. Também é importante levar em consideração o quanto a inclusão de cada característica pode aumentar os custos para seu monitoramento e o tempo que necessitará para apresentar os resultados. Podemos concluir que traçar objetivos de seleção de forma coerente e executar um planejamento genético bem elaborado para se atingir os objetivos devem ser as prioridades das
propriedades de seleção de gado de corte. Não é uma tarefa fácil ou simples, mas, deixando-a de lado, dificilmente a criação atingirá níveis produtivos e econômicos eficientes.
Rodolffo Assis, consultor técnico de Corte da Alta Médico veterinário pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), especialista em Produção de Gado de Corte pelo Rehagro, técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ligado ao programa Geneplus
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CAPA
QUAL CARCAÇA VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO? A ESCOLHA DA GENÉTICA CORRETA PODE SER DECISIVA PARA O SEU RETORNO FINANCEIRO 34
PECUÁRIA EM ALTA
O aumento no consumo de carne bovina ao redor mundo e a demanda cada vez mais exigente de consumidores em busca de carne de qualidade, com mais sabor, suculência, maciez e, principalmente, procedência, incentivam os pecuaristas a investir em critérios de seleção. A tecnologia é fator-chave para a conquista dos resultados. Dentre alguns fatores que envolvem as características para se produzir uma carne de qualidade, o acabamento de gordura subcutânea aparece como um dos pontos fundamentais. Funciona como um isolante térmico, dimi-
nuindo a velocidade de resfriamento, evitando a desidratação e a redução da maciez. Mas, juntamente com este fator, surgem alguns critérios para a seleção dos touros. O pecuarista precisa ter cautela para não errar na escolha. No Brasil, há a cultura de escolher animais pelo seu biótipo. Touros que impressionam pelo comprimento, volume e estrutura ou altura dos animais. Esta última característica está diretamente relacionada não apenas ao peso de carcaça, em que animais maiores tendem a ter mais peso, mas, também, está negativamente correlacionada à facilidade de terminação
da carcaça. É necessário ressaltar alguns aspectos sobre quais são os parâmetros que nos levam a pensar se um touro é baixo ou alto. As medidas para a altura são de alta herdabilidade e permitem realizar a seleção a partir de dados fenotípicos observados no campo. Dentro de um mesmo rebanho, facilmente identificaremos os animais com maior potencial genético para altura ao identificar os animais mais altos. Por este motivo, foram desenvolvidos diversos métodos simples e populares para selecionar os animais pela altura, visando colher mais peso.
e os animais com medidas inferiores a essas teriam um peso de carcaça mais leve. É preciso cuidado, pois o ambiente não é levado em consideração nessa equação. Assim, animais criados em ambientes mais favoráveis tendem a ser mais altos que os criados em ambientes menos favoráveis, mesmo possuindo o mesmo potencial genético para
altura. Além do mais, o Frame não prevê a real distribuição do peso dos bovinos entre esqueleto e músculo, podendo interferir no rendimento de desossa, e muito menos a estrutura do animal, ignorando profundidade de costelas, comprimento e arqueamento da carcaça, que também têm altíssima correlação com peso. Por exemplo, podemos con-
Frame Size ou Frame Score O primeiro e mais conhecido deles é o famoso Frame Size ou Frame Score, criado na época do velho oeste americano, quando não existiam balanças para pesar os animais. Pela dificuldade em se determinar uma base de cálculo para comercializar os animais, esta ferramenta foi criada como uma forma para descrever em números o tamanho do esqueleto e, por consequência, o seu potencial de crescimento e tamanho futuro. Esse termo é originário da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, e foi padronizado por uma equação matemática que considera a altura da garupa e a idade do animal no momento da medida. O Frame é expresso por valores simples que vão de um a dez, e tenta correlacionar seus escores ao peso e ao tamanho de carcaça dos animais. Assim, indivíduos com Frame de sete, oito, nove e dez seriam considerados grandes
Ilustração com a determinação da altura de posterior do animal
PECUÁRIA EM ALTA
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CAPA
siderar um touro “A”, criado a pasto com alimentação restrita, e um touro “B”, criado em um sistema intensivo, com oferta de alimento abundante. O animal a pasto certamente terá um Frame Size inferior ao do sistema intensivo, pois o ambiente interfere diretamente nessa medida, o que não significa que ele produzirá animais menores que o touro B.
Da mesma forma, selecionar touros apenas pelo Frame Size pode levar o pecuarista a colher animais pernaltas e finos. Por este motivo, é visível a dificuldade em se selecionar apenas por Frame Size e, consequentemente, a sua replicação no campo acaba sendo comprometida, tendo em vista vários fatores que interferem no resultado dessa medida.
Exemplo A - Sistema a pasto
Exemplo B - Sistema em confinamento
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PECUÁRIA EM ALTA
Uma questão em torno deste tema é a comparação entre touros produzidos nos Estados Unidos, em sistemas intensivos, que são tidos pelo mercado, de forma generalizada, como grandes e de frame alto, como os produzidos a pasto no Rio Grande do Sul e na Argentina, considerados “baixinhos”.
Touro argentino x americano Comumente há a comparação entre o touro argentino (pequeno) e touro americano (grande). Afinal, o que há de mito ou verdade nesta análise? Como em todo o mundo, existem, na Argentina e nos Estados Unidos, produtores que selecionam, para mais ou para menos, diversas características, entre elas a altura. É exatamente isso que determina a variância genética da população. Como em qualquer raça e em qualquer país, existem animais extremos para todas as características. Na Argentina não é diferente, já que lá encontramos o extremo alto e o extremo baixo. Esta afirmação é visível quando damos uma volta na central da AltaCiale, observando a diversidade de touros da bateria no país vizinho. Outro indicador é o mercado de Liniers, considerado o principal centro de vendas de animais vivos e referência de preços do país vizinho, localizado na capital Buenos Aires. No local, passam boa parte dos animais abatidos no país. Há animais de 500, 600 e até 700 quilos, dependendo da região de origem. Animais do norte do país, por exemplo, onde o sistema é rigorosamente a pasto, chegam a pesar 550 Kg, com apenas 24 meses. Por este motivo não se deve generalizar. Antes de qualquer conclusão, é necessário entender melhor a situação em que o animal foi criado e o seu real potencial genético, fugindo de embasamentos apenas visuais.
TOUROS DESTAQUE ARGENTINA E ESTADOS UNIDOS
AMBICIOSO - ARGENTINO
FORT KNOX - AMERICANO
PECUÁRIA EM ALTA
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CAPA
A importância das DEP’s Uma das melhores ferramentas para escolher qual reprodutor utilizar dentro de seu sistema é a avaliação genética, através de suas Diferenças Esperadas nas Progênies (DEP’s). Com esta ferramenta é possível expandir os horizontes e buscar o animal mais adequado aos objetivos de produção do pecuarista. Isso ocorre porque as DEP’s abrangem um número muito interessante de características, possibilitando ao produtor realizar combinações produtivas que otimizarão sua eficiência produtiva. Por exemplo, pode-se combinar ganho em peso, acabamento de carca-
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PECUÁRIA EM ALTA
ça e altura, e teremos animais com grande potencial de ganho em peso, carcaças grandes e com facilidade de terminação, sem correr risco de ser penalizado no frigorífico. A avaliação genética é mais precisa porque ela exclui de seus números os fatores ambientais, preservando apenas os genéticos e dando muito mais precisão ao que é predito pelas DEP’s. Como seu nome diz, as DEP’s são calculadas a partir da comparação de progênies de touros diferentes e, por este motivo, apontam, por exemplo, qual touro produz filhos mais altos, independente do Frame Size que o animal possui. Outro ponto é que, ao eleger as
DEP’s, o produtor também tem oportunidade de delinear melhor o touro que será utilizado, trabalhando, em conjunto, outras características. Praticamente todos os programas de avaliações genéticas em raças de corte taurino possuem a DEP de altura, além de outras. Pode-se, então, ser usada como ferramenta de seleção para o produtor que deseja intensificar essa característica em seu rebanho. Caso seja essa ferramenta de eleição, não podemos nos esquecer de que touros só podem ser comparados quando presentes no mesmo sumário, principalmente quando são de origens diferentes.
Mercado brasileiro Há nove anos, foi criado um programa especial para selecionar e identificar a melhor genética de corte no mundo, o Alta Beef Program. Presente em sete países, garante que a escolha dos touros importados para o Brasil seja extremamente criteriosa. Leva-se em consideração a seleção do plantel de origem como também os resultados que esses touros têm apresentado nos campos. Logo após, é realizado um estudo de mercado a fim de identificar para qual região e para qual sistema esse animal será indicado. Todas as demandas existentes no país são consideradas, seja para sistemas extensivos, semi-intensivo ou em confinamento, para raça pura ou cruzamentos, para diferentes climas e regiões, e para os benefícios proporcionados pelos frigoríficos para uma carcaça diferenciada. O foco é garantir que qualquer produtor de carne do país encontre na Alta o produto certo para a necessidade e otimização de seu sistema produtivo. Com variedade e disponibilidade, é possível desapegar de um único perfil de touro para todo o Brasil. É fundamental enxergar para além da característica visual do touro. Deve-se observar todo o potencial genético e direcionar as escolhas por ferramentas mais confiáveis, como as avaliações genéticas, analisando todas as características de maior impacto dentro de cada sistema de produção, independente do país de origem. É fundamental pensar muito nisso para barrar a produção de animais tardios e com dificuldade de acabamento, haja visto que isso representa uma pecuária ineficiente e menos lucrativa.
FENÔMENO
IDEAL QUIRÍ Q051
SASSENACH PECUÁRIA EM ALTA
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GIRO NO CAMPO
Viaje pelo país e conheça os animais que se destacaram nas diferentes paisagens do Brasil. Os clientes, juntamente com os
técnicos da Alta, apresentam o sucesso dos vários sistemas de produção. E você? Tem algum animal de destaque no reba-
nho? Envie uma foto dele para o e-mail da Pecuária em Alta, pois ela poderá ser o destaque da próxima edição!
Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br
Ana Carolina Vieira levando a Alta no evento da Stok Car em Londrina (PR)
O gerente de produto Leite Nacional da Alta, Guilherme Marquez, em visita ao pecuarista José João e sua família em Araçatuba (SP) 40
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Filho e esposa do nosso representante de Castro (PR), Menelau Matos
Marcos Labury, técnico de corte da Alta, com o cliente Alta da Regional Brasília, Dr. Evandro Reis da Silva Filho da Fazenda Serra Negra da cidade de Salto do Itiquira (GO)
@ciclorural
@felipeachcar94
@felslazer
@francisco.alta
@marcio.delfino
@rafaelvidal773776
@rena.paiva
@rodrigohgpe
@sintiadiedrich
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EVENTOS
EXPOINEL FECHA CALENDÁRIO DE EXPOSIÇÕES DA ACNB MAIS DE 70% DOS ANIMAIS EXPOSTOS SÃO FILHOS DE TOUROS DA BATERIA ALTA Promovida pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), a Expoinel comemorou a sua 45ª edição, em setembro. O maior evento da raça Nelore no país recebeu cerca de 900 animais, entre os dias 15 e 25, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). A feira, que fecha o calendário de exposições da entidade, é obrigatória para criado-
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res e expositores que disputam os rankings nacionais do Nelore e Nelore Mocho. “Todos os anos, a Expoinel se supera, mostrando que os criadores estão cada vez mais em busca de animais que atendam às necessidades brasileiras. Os animais apresentados possuem avaliação genética moderna, graças ao melhoramento proveniente de rebanhos selecio-
nados. Chamam muita atenção também pela qualidade da carcaça, beleza racial e, principalmente, pela sua genética, com a linhagem de grandes touros e matrizes. Tudo isso aumenta a confiança no seu uso em diferentes plantéis”, explica o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael Jorge de Oliveira. Conheça alguns dos destaques Alta, na Expoinel:
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EVENTOS
JABRIEL DE NAVIRAÍ: O TOURO MAIS VALORIZADO DA EXPOINEL
Durante a Expoinel foram realizados dez importantes leilões para a raça Nelore, dentre eles, o 7º Leilão EAO, Guadalupe & Carthago, na Fazenda Reunidas Uberaba. Na ocasião foi comercializado o animal mais valorizado da feira, o touro Jabriel de Naviraí.
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Ícone da nova geração da Naviraí, Jabriel está entre os touros que mais comercializam sêmen na raça Nelore. Já é provado e produz touros com qualidade e matrizes funcionais. O Lote 1 do leilão teve uma disputa emocionante. O último lance antes da batida do martelo foi da Alta, mas a Jatobá Agricultura e Pecuária arrematou 50% das cotas de Jabriel, tornando-se a nova sócia da Naviraí. Metade do touro foi arrematado por R$1.215.000,00, ou seja, está avaliado em R$2.430.000,00, um dos reprodutores mais apreciados da raça.
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RAÇAS
SENEPOL CERTIFICADO PROVA DE GANHO DE PESO AVALIA MAIS DE 800 ANIMAIS, EM CINCO EDIÇÕES Uma raça em evolução. Fêmeas e machos vindos de vários estados brasileiros, representados pelas diversas linhagens da raça Senepol e identificados através de características que determinam o retorno financeiro e produtivo da pecuária de corte brasileira. A Fazenda Tufubarina, localizada em Monte Alegre de Minas, é a sede da principal prova de ganho de peso da raça. Há cinco anos, em parceria com a Alta e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), apresenta ao mercado animais de genética superior, por meio de jovens touros e novilhas com potencial comprovado de produtividade. “A prova é uma oportunidade segura de identificar os melhores e os piores indivíduos dentro daquele grupo de contemporâneos, porque são animais nascidos na mesma estação de nascimento, recriados na mesma condição ambiental e sanitária. Quando a gente avalia as várias características na prova, o animal se sobres-
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sai justamente porque é melhor geneticamente”, afirma o responsável pela avaliação de carcaça por ultrassonografia na prova, Yuri Baldini Farjalla, da Aval Serviços Tecnológicos. Os animais permanecem 56 dias em período de adaptação e 112 de avaliação, com mensurações intermediárias em intervalos de 28 dias. Durante os 168 dias de prova, são avaliados ganho em peso, perímetro escrotal nos machos, potencial reprodutivo das fêmeas, área de olho de lombo e acabamento de carcaça, biotipo e, também, altura. “Essa quantidade de informações que a gente acumulou ao longo desses cinco anos, permite também identificar genearcas que trouxeram respostas importantes para as suas progênies, o que torna possível uma avaliação genética utilizando um modelo animal”, explica a professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e responsável técnica da prova, Carina Ubirajara de Faria.
Ainda segundo ela, as avaliações são importantes pela disseminação não só do material genético de qualidade, mas também de informação. Benefícios diretos O pecuarista Noé Neto, da fazenda Gomeslândia, há três anos decidiu buscar uma raça adaptada e que trouxesse retorno financeiro para a sua propriedade. “A vantagem dos números é que eles não mentem. Com a prova a gente consegue mensurar o quanto a raça cresceu, qual foi o ganho de peso, qual foi a eficiência etc. É muito mais seguro para que nós possamos tomar decisões. No final da prova, todos temos oportunidades iguais de ganhos. Basta que a gente pesquise, invista na genética adequada e colete números para tomar as decisões corretas”, explica o novo criador. A cada ano, as expectativas são superadas. Em 2015, a média geral de circunferência escrotal dos animais foi de 34 cm e o ganho médio diário de peso foi de 1,122 kg, mostrando o potencial dos animais. “Desde 2012, quando nós iniciamos as avaliações, conseguimos observar uma evolução muito grande em uma característica que nós buscamos muito na raça Senepol: o acabamento de gordura. Na prova de 2013, a média do grupo de fêmeas para essa característica foi de 3.4. Em 2015, essa média
subiu para 6.7. Isso comprova que, com acasalamentos dirigidos e avaliações, conhecendo esse animal e corrigindo os defeitos, estamos no caminho correto”, explica o criador e proprietário da Fazenda Tufubarina, Gustavo Rezende. Importantes resultados que já têm reflexos no campo. De acordo com o gerente de Produto Corte Taurino da Alta, Miguel Abdalla, há cinco anos a Alta identifica os animais da prova e os leva para a bateria da Alta. Os touros avaliados são comercializados por 700 técnicos em todo o Brasil. “O maior termômetro da qualidade é a recompra do sêmen. Ano após ano, o volume de vendas aumenta. Isso mostra que esse animal proporcionou uma boa parição às fêmeas, seus filhos nasceram bem, desmamaram bem e apresentaram bons resultados no abate”, reforça Miguel. Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em 2015, a venda de sêmen da raça Senepol cresceu 12,93% em comparação com o ano anterior. Desde a primeira edição, a prova integra o Alta Beef Program. O programa da Alta Global visa à identificação de touros com alto mérito genético para as mais diversas características mensuradas nos programas de melhoramento genético das raças de corte, conforme os mais importantes conceitos aplicados à moderna pecuária de corte. Vários nomes de destaque no mercado foram identificados na prova: Bandoleiro, Bialo, Barbaridade, HPC Soledade, Funcionário, Jumbo, Patrola e Block.
FIQUE LIGADO
Este ano, os resultados serão conhecidos no início do mês de novembro. Para mostrar os detalhes da prova, no dia 17 de novembro, às 21h, haverá o programa especial Pecuária em Alta, no Canal Terra Viva.
Touros destaques
JUMBO
BARBARIDADE TUF 437 FIV
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CASOS DE SUCESSO
GENÉTICA DE SUCESSO Nesta edição, apresentamos três grandes parceiros da Alta. Os criadores progressistas têm um ponto importante em co-
mum: investiram em profissionais capacitados, oferecendo suporte para garantir produtividade e retorno financeiro. Conheça as
fazendas Umari (Upanema – RN) e Vera Cruz do Água Limpa (Britânia – GO), e o sítio Sonho Meu (Itapetininga – SP).
SÍTIO SONHO MEU SUCESSÃO FAMILIAR E INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO LEITEIRA
Pedro Grotto com seu sucessor, Pedro Filho
Pedro Grotto Barreira, em 2006, veio do litoral brasileiro para investir na pecuária leiteira com integração à avicultura de corte, no sítio Sonho Meu, em Minas Gerais. A produção média diária por animal era de cinco litros.
Rapidamente, o empreendedor percebeu a necessidade de investimentos para a melhoria genética e da produtividade do rebanho. Em 2008, iniciou uma parceria com a regional Alta, em Itapetininga (MG). Investiu, inicialmente, em In-
seminação Artificial. Hoje, com a orientação dos técnicos, melhorias nas pastagens, nutrição e foco genético, sob consultoria do gerente regional Márcio Delfino, a média diária dos animais saltou para 20 litros diários, em um sistema de pastagem irrigada, a partir do armazenamento da água da chuva que cai nos telhados. “Houve uma evolução muito rápida no rebanho com os cruzamentos direcionados através do GPS (programa da Alta especializado na construção de planos genéticos e índices específicos, personalizado para cada rebanho). Nota-se que cada geração que nasce tem sido superior, em tipo e produção, potencializando a
“Houve uma evolução muito rápida no rebanho com os cruzamentos direcionados através do GPS (programa da Alta)” 48
PECUÁRIA EM ALTA
Touros destaques
“Devemos muito desse sucesso à parceria com a Alta. Os animais que nascem expressam todo o seu potencial quando entram em lactação, demonstrando muita produção e, principalmente, saúde”
genética dos animais”, diz o gerente regional da Alta, Márcio Delfino. A intenção de Pedro, que atualmente conta com o apoio dos filhos Pedro Henrique e Fernanda Cristina para a ascensão do negócio, é atingir 1.000 litros diários. O rebanho conta com 25 vacas em lactação, seis vacas secas e prenhes, 10 novilhas prenhes e 25 bezerras. Já foram utilizados no rebanho touros como Wildman, Jay Z e Minister. Atualmente, as inseminações são realizadas com os touros Triangle, Meteor, Haley, Murdock.e Anteup. “Devemos muito desse sucesso à parceria com a Alta. Os animais que nascem expressam todo o seu potencial quando entram em lactação, demonstrando muita produção e, principalmente, saúde”, finaliza Pedro.
HALEY
ANTEUP
Sobre a Regional A regional Itapetininga, gerenciada por Márcio Delfino, conta com uma região bem diversificada, com rebanhos de corte e leite. Atua junto ao cliente sempre com as melhores opções, em busca de resultados para maior lucro final. O telefone para contato é (15) 9 9716-4014.
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CASOS DE SUCESSO
FAZENDA UMARI
Estrutura e manejo
UM OÁSIS NO NORDESTE
A fazenda Umari é formada por 90 hectares, dos quais 76 são irrigados e destinados à produção de volumoso para os animais. São 46 hectares destinados ao pastejo rotacionado de Mombaça, Tanzânia e Tifton 85, com lotação média de 14 unidades animal por hectare. Outros 30 hectares são destinados ao plantio de milho, usado para a produção de silagem, com produtividade superior a 50 toneladas por hectare. Atualmente, o rebanho da fazenda é composto por 407 fêmeas, das quais 174 vacas estão em lactação, com média de produção de 21,5 Kg de leite por dia. São 47 vacas secas, 69 novilhas e 117 fêmeas em crescimento. Os animais são cercados de cuidados especiais desde o dia do nascimento. Após a “cura” do umbigo, recebem quatro litros de colostro. A colostragem segue durante as primeiras 48 horas. Após esse período, recebem seis litros de leite por dia, mais um concentrado específico durante os primeiros 60 dias. Dos 60 dias até os 100 Kg de peso vivo, cada bezerra recebe quatro litros de leite por dia, mais o concentrado, à vontade.
“Com fé em Deus, muito trabalho e persistência o sertão é viável”. Essa é a opinião de Fernando Sobrinho, um visionário e importante empreendedor. Nascido na cidade de Campo Grande (RN), ele é membro de uma família de 12 irmãos. Ainda muito jovem, migrou para a cidade de São Paulo, onde, em 1985, inaugurou a sua primeira loja de confecções, empreendimento em que atua até os dias de hoje. Na capital, ele nunca esqueceu a atividade primária da família: a pecuária. Fernando herdou do pai o gosto pela produção de leite. A paixão fez com que, em 2002, investisse na produção de leite na Fazenda Guardado, em Upanema (RN), a 200 quilômetros da capital Natal. O rebanho era formado por animais de baixa qualidade genética e apresentava média de produção de cinco litros de leite por vaca / dia. Não satisfeito com os índices zootécnicos da fazenda, em 2005, o pecuarista resolveu profissionalizar a atividade e comprou a Fazenda Umari, também 50
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em Upanema. A disponibilidade de água proveniente da irrigação garantiu a produção de volumoso para os animais durante todo ano. Além deste fator, Fernando percebeu que a introdução de animais geneticamente superiores seria fundamental para a formação do rebanho e para a saúde financeira do seu negócio. Ele adquiriu animais de alguns dos melhores rebanhos de Gir Leiteiro, Girolando e Holandês do país, provenientes dos criatórios Calciolândia, Mutum, Brasília, Palma, Santa Luzia, Dubasa, Alambari, Rancho Alegre, Figueira, Santa Fé, Armando Menge, dentre outros. “Percebi também que estar cercado de bons profissionais era questão prioritária para o sucesso do negócio”, salienta Fernando. Atualmente, o corpo técnico da fazenda é formado por supervisora operacional, agrônomo (responsável pela gestão e produção de volumoso), zootecnista (responsável pela nutrição) e veterinário (responsável pela sanidade de reprodução).
Touros destaques
AltaJAKE
Após atingir os 100 Kg, as bezerras recebem dois litros de leite, uma vez por dia, mais o concentrado à vontade, efetuando, então, a desmama completa. As bezerras seguem para piquetes, onde são agrupadas por peso e idade até o momento em que atingem peso para a cobertura. Confirmada a gestação, os animais continuam agrupados, respeitando a idade gestacional. Faltando 30 dias para o parto, seguem para o pré-parto, recebem concentrado específico para a categoria, silagem e têm acesso ao pasto. As vacas em lactação estão distribuídas em sete lotes, dois de primíparas e cinco de multíparas, sempre respeitando idade e produção. A fazenda elegeu o Ideagri como o software para monitorar os números da fazenda. “O Ideagri é uma ferramenta fundamental no monitoramento dos índices zootécnicos e, sobretudo, na tomada de decisões da fazenda Umari”, afirma o agrônomo da fazenda, Halen Vieira.
AltaMURDOCK
A parceria com a Alta teve início em 2013, objetivando obter animais cada vez mais lucrativos para o sistema da produção da fazenda Umari. “O plano genético está ajustado em: produção 20%, saúde 40% e conformação 40%”, explica o técnico da Leite da Alta, Mário Magalhães. A definição dos cruzamentos teve fundamental importância no sucesso. Hoje, em parte dos animais Gir Leiteiro, são utilizados sêmen de touros Holandeses. Nas vacas 1/2 e 3/4 GO
são trabalhados touros Holandeses; já nas fêmeas 7/8 GO, touros Girolando 5/8 GO; resultando, desse acasalamento, animais 3/4 GO. “Desde então, temos lançado mão dos melhores touros da bateria da Alta, com foco no Plano Genético da fazenda. Entre os touros utilizados, podemos citar: GO-Impacto, GO-Quincas e GO-Arpoador, GO-Imperador, HO-Meteor, HO-CEO, HO-Echelon, HO-Airnet, HO-Haley, HO-Jake e HO-Murdock”, finaliza Mário.
Sobre a Regional A regional Recife atua nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí, há 19 anos, em parceria com a Alta. Por meio de plano genético personalizado para cada rebanho, disponibiliza uma gama de reprodutores provados disponíveis na bateria da Alta, além de prestar assistência técnica, orientando o produtor a aumentar sua lucratividade. A regional é composta por mais de 40 funcionários, entre gerente regional, supervisor técnico, assistentes administrativos e veterinários. Mais informações pelo telefone (81) 3334-0800.
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CASOS DE SUCESSO
FAZENDA VERA CRUZ DO ÁGUA LIMPA NÚMEROS EVIDENCIAM SUCESSO DA PARCERIA COM A REGIONAL DA ALTA Recria Na recria foi implementada uma suplementação estratégica utilizando proteinado na proporção de três gramas por quilo vivo, por animal, para um ganho de cinco arrobas de ganho médio na recria de 12 meses (junho a junho), além do uso de pastejo rotacionado nas áreas de reforma. Engorda intensiva
Os diretores da fazenda, Flávio e Fábio Costa Machado Carneiro
A empresa Vera Cruz Participações iniciou suas atividades em 1962, com o frigorífico Vera Cruz, e está na quarta geração de administradores. A primeira propriedade foi adquirida na região de Britânia (GO), no início da década de 1970. Ao final da mesma década, o grupo adquiriu de terras em Canarana (MT). Hoje, a fazenda de Britânia é administrada pelos diretores Fábio e Flávio Costa Machado Carneiro, e a propriedade de Canarana, por Luiz Antônio Gonçalves e Henrique Carneiro Gonçalves. Orlando Alves Carneiro Júnior e Hélio Seixo de Britto Neto cuidam de negócios na capital goiana. A fazenda Vera Cruz do Água Limpa, em Britânia, possui 10.203 hectares, sendo 6.998 destinados a pastagens com as variedades: Humidícola, Brachiaria, Massai e Mombaça. 52
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Em 2010, a Vera Cruz Participações iniciou um trabalho de pecuária com foco no ciclo completo: cria, recria e engorda em confinamento. Melhoria zootécnica Em busca de animais cada vez mais produtivos e funcionais, a fazenda descartou 40% das matrizes que apresentavam baixa qualidade genética, zootécnica e idade avançada. Outras medidas foram tomadas pelo grupo: adquiriu reprodutores melhoradores, instituiu a seleção de matrizes pelo desempenho reprodutivo e habilidade maternal, implantou a técnica da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em 100% das matrizes e o manejo racional. Atualmente, o rebanho é formado por 5.763 animais, divididos nas categorias de vacas multíparas, primíparas, nulíparas, touros, fêmeas e machos.
No confinamento estratégico, 80% dos machos são abatidos aos 24 meses. Também são abatidas as fêmeas de descarte. Machos confinados Com as novas medidas adotadas, os resultados surpreenderam. O ganho dos machos foi de 7,48 arrobas a mais. O ganho médio diário foi de 1,485 kg e o ganho de carcaça diário foi de 1,061 kg. Já o rendimento de carcaça atingiu 56,10% e o rendimento do ganho, 71%. “Nesses seis anos, a adoção de medidas simples, como a reforma e a divisão de pastagens, descarte de matrizes que não atenderiam às nossas necessidades, descarte de touros de repasse de idade avançada ou que não possuíam resultado de andrológico satisfatório, compra de touros provados e uso da IATF, utilizando sêmen de touros com as Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) que nós buscamos,
Touros destaques
trouxe grande mudança em toda a fazenda, da qualidade do rebanho à capacidade da fazenda em suportar uma maior quantidade de animais”, diz Fábio Carneiro.
FARAÓ FIV FVC
Genética A IATF trouxe impactos para fêmeas e machos. Nas últimas três estações, usou-se IATF e repasse em 100% das fêmeas. Em 2013/14, por exemplo, o resultado foi de 75% de prenhez. Já em 2104/15, 81%, e, em 2015/16, o percentual foi de 76%. “A Vera Cruz do Água Limpa, em Britânia, mostra claramente como a pecuária tem que ser mensurada e desafiada. Isso é possível quando realmente administramos. A empresa Vera Cruz Participações é um exemplo de como conduzir uma atividade, seja qual for. Você precisa de informações de qualidade para tomar decisões precisas. Quando acompanhamos a evolução do rebanho e os números zootécnicos da fazenda, temos a certeza de que nossa atividade é rentável. Com uma equipe técnica capacitada e uma gestão comprometida, podemos crescer a cada ano”, afirma o regional da Alta, em Goiânia, Eduardo Cavallin.
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Sobre a Regional A regional Alta, em Goiânia (GO), denominada Cria Fértil, é parceira da Alta há 15 anos. Atua no mercado também com a prestação de serviços de consultoria agropecuária e terceirização de mão de obra na IATF. Possui uma equipe interna de sete profissionais e mais 38 técnicos a campo. Mais informações pelo telefone (62) 3233-3002.
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ENTREVISTA
ARNALDO MANUEL O RECONHECIMENTO DE UMA VIDA DEDICADA À ABCZ São 38 anos dedicados à Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Arnaldo Manuel de Souza Machado, o Arnaldinho, começou no departamento técnico e, desde então, tornou-se membro do Conselho Deliberativo Técnico, responsável pelas diretrizes do melhoramento genético promovido pela ABCZ, por meio dos registros genealógicos, exposições e os programas, como Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino do Estado de Minas Gerais (Pró Genética) e Programa Nacional de Touros Jovens (PNAT). Ao longo desse período, Arnaldinho participou da diretoria em diferentes gestões e das principais decisões e inciativas da ABCZ. A atuação como jurado de raças zebuínas, como consultor pecuário e como selecionador, à frente da Ipê Ouro, contribuem significativamente para o entendimento da pecuária na base da produção e nas necessidades do dia a dia das fazendas. Agora, assumindo a presidência, a responsabilidade e a atuação serão muito maiores, em razão da condução de toda gestão administrativa e técnica da ABCZ. A dedicação e a competência serão alicerçadas pelos membros da diretoria e pelos conselheiros, que têm muita competência e vontade. Outro diferencial é o grupo de colabo54
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radores da associação e seu corpo técnico, que desempenham suas funções de forma dedicada e eficiente.
cada vez mais eficiente, produzindo mais e melhor e utilizando menos recursos. A sustentabilidade vai assegurar o sucesso do nosso trabalho.
“Durante essa crise, o agronegócio se fortaleceu mais ainda, pois resiste mais do que os outros setores da economia e sustenta a balança comercial”
Quais as ações imediatas da nova diretoria junto aos associados para fomentar a cadeia produtiva da carne? A ABCZ, historicamente, atua em várias frentes para contribuir com esse objetivo. O trabalho de registro e melhoramento genético, assim como a promoção das feiras e exposições, impacta diretamente na cadeia da carne, com as degustações e disseminação de informações e, indiretamente, com a transferência da qualidade genética para o rebanho comercial através do uso de touros e de sêmen. Mas, especificamente para a categoria comercial da pecuária, reforçaremos a representatividade da associação como porta-voz do segmento, acompanhando a movimentação em Brasília. Vamos avançar nas contribuições com a Frente Parlamentar da Agropecuária, essencial para conquistas do setor no Congresso Nacional, e com o instituto Pensar Agro, importante para subsidiar e sustentar, de forma técnica, nossas bandeiras.
Quais as perspectivas para 2017 no mercado pecuário? Com certeza, a situação econômica do país impõe desafios maiores à nossa gestão, mas estamos preparados. Durante essa crise, o agronegócio se fortaleceu mais ainda, pois resiste mais do que os outros setores da economia e sustenta a balança comercial. No Agro, o segmento pecuário é um dos mais estáveis e o que mantém a melhor curva de evolução nas estatísticas de crescimento. Temos que aproveitar essa força e essa solidez para lutar e fazer com que nossas reinvindicações sejam contempladas. Já demonstramos que a agropecuária pode contribuir mais para a nossa economia e a classe entende que precisa ser
Como a ABCZ pretende incentivar o trabalho de melhoramento genético entre os associados? Apoiamos os trabalhos que são complementares ao da
ABCZ e temos foco primordial na necessidade de avançar com o PMGZ, expandindo o programa para rebanhos comerciais, por exemplo. Estas medidas já foram debatidas no novo Conselho do PMGZ Corte. Também foram instituídos grupos de trabalho que vão atuar em contato direto com os nossos conselheiros estaduais e os associados de todo o Brasil, para nos manter atualizados sobre as prioridades e especificidades, para que possamos estudar soluções e atender cada região de referência da pecuária.
“Em nossa gestão, teremos uma dedicação especial ao Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ)” Em entrevistas recentes, o senhor disse que o PMGZ necessita de reformulações. Quais são os novos projetos? Em nossa gestão, teremos uma dedicação especial ao Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Junto com profissionais de experiência das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e os dos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), poderemos orientar os caminhos do PMGZ e facilitar inovações como a elabo-
Foto: Wellington Valeriano
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ENTREVISTA
ração de Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) genômicas e econômicas. Concentraremos esforços no cálculo e no trabalho com as características de maior importância econômica dos animais, tais como: precocidade reprodutiva, permanência no rebanho, rendimento de carcaça, e outros atributos que ainda não estão sendo processados pelo PMGZ. Vamos investir forte na intranet do PMGZ, melhorando ainda mais a qualidade dos nossos dados, controle de pesagens, mensurações, com maior flexibilidade de nossos relatórios. Trabalharemos na melhoria do sistema de pré-acasalamentos, dando maior dinamismo à seleção de matrizes e à elaboração de índices personalizados, possibilitando a técnicos e a criadores direcionarem seu trabalho para as reais necessidades de cada rebanho. No caso do PNAT, existe alguma previsão de mudança? O Conselho do PMGZ Corte já aprovou uma medida importante, que é a de implantar o teste de eficiência alimentar como filtro. A proposta é que o candidato a touro jovem atenda a mais esse requisito antes ser apresentado na penúltima fase do PNAT, que é a da indicação, por parte dos criadores, dos técnicos e dos representantes das centrais. Outra importante ferramenta oferecida pela ABCZ para o melhoramento genético é o controle leiteiro oficial. Há possibilidade de um trabalho conjunto com Associação Brasileira dos 56
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Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL)? As pesagens e os dados da ABCZ são disponibilizados aos pesquisadores para a execução de seus estudos individuais, como fazem no Programa Nacional de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro (PNMGL) e no estudo do Centro Brasileiro de Melhoramento Genético do Guzerá (CBMG), mas nossa filosofia é a de trabalhar em parceria com todas as associações promocionais das raças zebuínas. O controle leiteiro é fundamental para qualquer criador que queira ter sucesso na atividade, pois ele permite conhecer individualmente a capacidade produtiva dos animais e, com isso, ajuda na tomada de decisão com relação à nutrição, ao manejo, a acasalamentos, definição de técnicas de multiplica-
ção genética e também no descarte de animais, porque nos dá uma visão transparente daquilo que temos em mãos em termos de qualidade animal. Como a nova diretoria avalia a divergência de alguns criadores que se distanciaram quando se fala de pista e números? A ABCZ tem o compromisso e o desafio de fomentar as exposições e eventos e a participação de mais criadores nas pistas. Para que isso aconteça, o primeiro foco é buscar viabilidade financeira para todos os participantes, que são a ABCZ, as associações promocionais de raças e os expositores. Já estamos debatendo sobre o modelo comercial das feiras e a possibilidade de formação de parcerias, com novas opções de cap-
tação de recursos e redução de custos. Outra frente de trabalho é o avanço dos regulamentos e a dinâmica dos julgamentos. O Conselho Deliberativo Técnico já iniciou essa importante tarefa e a discutirá com representantes do corpo de jurados e das associações de raça. Porém, desenvolver o melhoramento genético com atenção às duas frentes é uma opção que cada selecionador tem. Há quem prefira trabalhar utilizando os acasalamentos por fenótipo; há quem considere mais interessante cuidar muito bem da coleta de dados; e existem os plantéis nos quais as provas de ganho em peso confinadas ou a pasto recebam mais atenção, da mesma forma, para as raças selecionadas para a produção de leite ou para dupla aptidão. Pesar as lactações das vacas é um princípio de trabalho incentivado pela entidade, mas não é obrigatório. Manter o conceito de equilíbrio é sempre bom e o mais importante é que o produto final seja satisfatório e eficiente ao que se propõe e ao que o mercado o absorva. Uma das propostas da sua campanha era: Defesa da atividade pecuária e da carne brasileira, empenhando no fomento da exportação de carne, material genético (sêmen e embriões) e animais vivos e de aprimoramento da qualidade de todos os produtos da cadeia produtiva. Como pretende dar andamento à proposta? Em todos os lugares e países onde trabalhei, a promoção das raças zebuínas é uma missão à
“Nossos projetos serão conduzidos no sentido de ampliar a atuação da ABCZ nas iniciativas voltadas ao fomento dos produtos da pecuária zebuína brasileira para a população mundial e o mercado internacional” qual me dedico com paixão e da qual tenho muito orgulho. Nossos projetos serão conduzidos no sentido de ampliar a atuação da ABCZ nas iniciativas voltadas ao fomento dos produtos da pecuária zebuína brasileira para a população mundial e para o mercado internacional. Já estamos participando, de forma ativa, de feiras e eventos no exterior, principalmente nos mercados consumidores de carne e dos produtos do pacote tecnológico, representado hoje pelos associados do Brazilian Cattle. Tivemos participação intensa na ExpoCruz da Bolívia e estaremos junto com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), na SIAL de Paris, que é a maior feira de alimentos do mundo. Estaremos divulgando nossa bovinocultura sustentável ao lado de 19 frigoríficos que respondem por toda
a exportação de carne brasileira. Teremos o Nelore Day, um evento inédito, com um dia exclusivo para a divulgação da carne Nelore Natural. Em menos de 15 dias, recebemos, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), a notícia da liberação de protocolos sanitários de material genético com a Bolívia e o Uruguai, e de sêmen, para Israel. Como a diretoria pretende atuar com relação aos protocolos sanitários de material genético? A estandardização está em nossa agenda como prioridade. Esse trabalho de articulação, que desenvolvemos com cada vez mais proximidade junto ao MAPA, contempla todas as frentes. O mais importante é que, firmados os acordos, as questões de regulamentação, obrigatoriamente, devem ser tratadas entre os parceiros comerciais. Esse assunto foi debatido na última reunião da Federação Internacional de Criadores de Zebu (Ficebu), em Santa Cruz de La Sierra. Os representantes dos países estão cientes de que isso facilitaria, e muito, o comércio bilateral de material genético. A ABCZ faz sua parte organizando essas reuniões com associações dos outros países e seus departamentos sanitários e envolvendo as autoridades e os responsáveis técnicos. Estamos atentos às necessidades dos diversos setores internos e periféricos da cadeia da bovinocultura, como vocês, da Alta Genetics, que estão entre os 60 associados do Brazilian Cattle.
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