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DA ESTÓRIA À HISTÓRIA Re_visit(a)ções Fragmentadas
Redenção, 2021 3
Prêmio Vicente Salles 2021
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“Educar é impregnar de sntido o que fazemos a cada instante” Paulo Freire
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INTRODUÇÃO O oficio da vida é ganho diário, chega quase ao vicioso. Surpreende-me encontrar alguém que não se sustenta em sonho de viver, ou melhor, de existir. Que não demonstra o sentir à grata tarefa do acontecer. Quando falo em acontecer, certamente reverbero o ‘ser’ ou ‘tornar-se’, tanto em relação a um ato quanto a um processo. Aquele acontecer que nos apanha a alma e nos afeta o coração, nos envolvendo a vivenciar algo, não importando o resultado, ou o ponto de chegada, pois que isto se torna irrelevante diante das interconexões existentes no abecedário do viver. Assim, acontecendo eu de querer falar do mestre e educador Carlos Gabino, após um pedido de minha ‘mana’ Cícera Valadares, pus-me a pensar acerca do que (e de que forma) falaria, verdade seja dita, em minhas lembranças, ainda que parcas e soltas, o oficio das vivências estava 6
preservado, e, desdobrando os cômodos deste ambiente logo me veio a imagem do Professor Carlos, e pude então vivenciar alguns telúricos momentos de tempos de outrora, onde a figura do mestre tinha outra significação, outro sentido, um respeito ora perdido. Qual fosse as nossas ‘trelas’, por mais inocentes, bastava que o mestre nos olhasse para termos a certeza que a brincadeira havia findo, não havia tido ‘graça alguma’, e o ‘murchar de orelhas’ era certo. Em certos momentos, tão íntimo era o nosso respeito e admiração pelo mestre, que bastava um leve mexer nos aros dos óculos já sabíamos que deveríamos nos calar, nos colocar na condição de pupilos, e era isto que frequentemente ocorria. Nesse irretratável oficio de lembrar as coisas findas, das quais ainda se sente o pulsar do sangue e o solfejar do fôlego, percebi o quão difícil seria esta tarefa, porém realizável, ainda que a vida se mostrasse insubmissa e por demais 7
alvissareira sabia que haveria de cumprir o pedido. Pensando no espaço em que deveria acampar a minha alma, colocar o meu coração por terra, minhas lembranças por húmus e minhas mãos por hábil lavrador, fui ao mais fácil, procurei ajuda à minha mana Cícera Valadares, pois, se o pedido havia partido dela também ela haveria de colar as mãos no arado e começar a semeadura. Isto posto, não demorou e Cícera me enviou as primeiras informações e logo depois, a Concita (que a princípio havia me fugido da memória quem seria, mas logo se clareou) charqueou a terra com boas águas lembranças, passando-me nomes e idades de todos, bem como, remexendo ainda a terra com boas enxadadas de outros pequenos detalhes. Confesso, o que a princípio imaginei um ato de satisfação, tornou-se uma enorme enxaqueca, tão era a responsabilidade em falar da figura do grande mestre, em virtude do seu 8
nome, sua pessoa, seus atos, seus exemplos e história. Retratar a vida de um ilibado professor, mestre admirado, pai respeitado e avô querido me exigiria tempo e por demais devoção, além de uma recorte de pesquisa transversal, onde as inferências da vida e os referenciais do ser pudesse ser tratado com maior propriedade, tendo o valor devido e a significância que o mestre merece. Entretanto, como já se principiava o dia do seu aniversário, e o fito era fazer algo em sua homenagem, pus-me a olhar a imensa (e fértil) terra à minha frente, pronta para o arado e a semeadura, onde por certo a colheita seria farta, abarrotando os silos de saudáveis grãos, contudo, o sonho ficaria suspenso, colocado nos alforjes das coisas a serem realizadas, no aguado do tempo propício, da chuva certa, do orvalho úmido sobre o solo, permitindo ao roçado a elegância da colheita. Portanto, o tempo e os afazeres pessoais, profissionais e familiares não me permitiria tal 9
tarefa, teria que ser breve, sem ser frugal; conciso, sem ser trivial; teria que me superar, e assim parti para o roçar dos galhos, o carpir do solo, o arar da terra, e da semeadura brotou este abecedário da vida em ramagens enfeitadas de adocicados frutos. Desta forma, os frutos dessas ramagens (embora poucos, mas de bom agrado, plantados com afeto e colhidos com carinho) pertencem a cada um que conhece (ou conheceram) o mestre Carlos Gabino, dos mais íntimos aos mais distantes, dos que sofreram apuros pelo enredar-se das frases nas lições que o mestre passava, e, auspiciosamente corrigia, aos que se perdiam os olhares além janela, olhando um o tempo se querendo amanhecido, se colocando em forma de jardim, rodeado de flores e vida. Alufa-Licuta Oxoronga
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AGRADECIMENTOS Quem escreve um livro, um artigo, uma tese, tem uma dívida de gratidão com um certo número de pessoas, que, com incentivo, esforço ou ajuda possibilitaram tal empreitada. A feitura deste livreto/homenagem não foi diferente, ele é fruto de um esforço cooperativo e interativo de todos que, direta ou indiretamente foram tocados, afetados pelo professor Carlos Gabino, exemplo de homem, marido, pai e avô, títulos estes delegado a ele com a maior propriedade. Os agradecimento se estende ainda a outros tantos Joãos e Marias que sorvem, ou que sorveram da grata presença do Professor Carlos Gabino, e são, portanto, conhecedores do seu incansável entusiasmo pela vida.
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Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga. Mia Couto
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Nesta data do aniversário Do Professor Carlos Gabino, Que aos meandros do ensino Se colocou como emissário, Quero deixar um glossário escrito com muito respeito Do que alarga em meu peito Em imensurável admiração, Feito o rio riscando o chão Em sua sustentação de leito. Sendo impossível enumerar Todos os recortes de uma vida Em leitura de cordel aludida, Sem que haja algo a ocultar, Nestes versos vou empoderar De alguns substratos do existir E mostrar, em breve subsistir As transvergência de um ser. Que, em congruência de viver Aos outros concede o coexistir. 13
A
vida, indubitável tecelã, Aos enleios do diário ofício Deu-lhe a cumprir exercício De um inquebrantável afã. Deu-lhe, manhã após manhã, Um desprender-se amiúdo, E com o olhar tênue e agudo O professor Carlos Gabino Qual fosse um beneditino, Fez da educação seu escudo.
B
uscou sempre com esmero E imensurável interposições A excelência em suas lições E a discrição no afeto sincero, E, ainda que o olhar austero Nos antecedesse seu predizer, Em seu imperativo entrecozer Nos presenteava com aulas Que nos libertava das jaulas Das ignorâncias do saber. 14
C
om a cartilha do progresso Disposta entre as suas mãos, Da substanciosa Dois Irmãos Nos permitiu o livre acesso Ao que o tempo já professo Se correspondia por horizonte. Nos colocando em defronte Às descosturanças dos dias, Em similitudes ou analogias Do ser se desaguando fonte.
D
otado de inabalável carinho E de um imensurável coração, Aos fundamentos de seu chão Deu-lhe a vida bom caminho, E para não caminhar sozinho Deu-lhe uma esposa dedicada, A jornadear a mesma estrada Em deambulação de cadência Repartindo sonhos e ciência No espargir da vida/aljofrada 15
E
se apressando a dona vida Aos feitos que ela própria dá Legitimou logo o salvaguardar De uma humana/contrapartida. Deu ao mestre, a fé acrescida Em sua demanda de vocação, E à dona Maria da Conceição O embalar dos quatros filhos Sendo aos dois, os estribilhos E fundamentos para seu chão.
F
azendo de Livros e Cadernos Caravela, horizonte e tablado, O mestre Carlos, um abnegado, Dotado de alinhavos paternos, Sentindo da vida seus alternos Pôs-se a outros desejos secretos. E, apregoando convictos decretos Tendo lousa e giz por fundamento Deu aos filhos um rito instrumento: Que lhes desse depressa os netos. 16
G
astando seus dias no diário labor E sonhando de seus netos o tropel Ana Claudia lhe deu Vitor e Daniel, E Cristiano, revigorando o ardor, Intensificou a casa com mais amor Dando-lhe, Alícia e Maria Clara E Ana Paula, em oferta de joia rara, Deu-lhe Maria Paula, doce criança, E Carlos Jr, cheio de esperança, Deu-lhe Ana Beatriz à fértil Seara.
H
ábil, admirável e inteligente Aos mistérios de nosso português, Um Gentleman em polida sisudez, Aos pupilos, professor experiente Que ensinava, avido e amiudamente Tendo da vida imponderável papel, Um lastro, norte, bússola e capitel Que fez da lousa e do giz um rito E com amor e respeito, sem grito, Tornou-se pra nós, um menestrel. 17
I
nstado ao seu sonho de conquista De transformar a todos em cidadãos, Cumpriu seu oficio em Dois Irmãos Tendo ao peito a chama catequista. Conhecia a todos sem o uso de lista Dando a cada um o sonho que havia Embrenhava a realidade e a utopia Mostrando-nos, o intento da virtude. Apontou os caminhos da juventude Qual fosse o astro/sol que alumia.
J
unto à amada Maria da Conceição Nunca se furtou a tecer galanteios Preâmbulos a uns, a outros esteios, Sempre zeloso ao que lhe vem à mão, E qual no céu um improvável clarão Em seus dias desvelados ou secretos Faz do viver, intensos e completos, O húmus para ontem, hoje e depois. E desde o dia 4 de Novembro de 42 Costura a vida de ideias e projetos. 18
K
now how na vida, mestre no saber No espaço da sala, hábil professor, Aos alunos, um ser de imenso valor, Revelando-se em indizível acontecer. Nada o abate, nem lhe falta o querer De cumprir sua incontável abstração. Aos 62 anos concluiu sua graduação E mais uma vez ficou na memória De toda a turma do curso de história Pelo exemplo, insistência e dedicação.
L
ânguido no sentir, ávido no olhar Tem a alma de impávidas palmeiras, Suas vivências, em solidas algibeiras, São lançadas ao possível avizinhar. A sua trajetória, mister e sem par, A família doisirmanense reconhece E todos os alunos até hoje enaltece A árdua tarefa do seu oficio docente, Por isto trouxemos, a tempo presente, O que no peito jamais se desvanece. 19
M
uito há de homem em construção Na vida do Prof. Carlos Gabino Onde retratos episódicos do destino Tomando dos frutos, seiva e grão, Se encontra em tempo de afloração. A leitura de sua vida tem ramagem Que o viver, em doses de coragem Nos enlaça a um breve campear, E pelas aventuranças do recordar Vamos tecendo a biográfica viagem.
N
as brincadeiras e nas bordaduras Do Colégio Presid. Castelo Branco Não havia torpeza e nem atravanco Pois muito eram nossas aneladuras. Naqueles tempos, nossas procuras Se fazia por uma distinta inferência Tomávamos da vida sua referência E nos dávamos em lastro de criança E com as vivências em lembrança Admirávamos do mestre a sapiência. 20
O
que queremos, querido professor, Nesta data de extremosa importância É dizer, o quão imenso é a assonância Do que, por ti, sentimos com amor. O protagonismo de teu ilibado labor Que nos trouxe a límpida esperança Deu-nos, tal qual os passos de dança, Os compassos de teu próprio coração, Desvelando o universo da educação Desde os nossos tempos de criança.
P
arabéns também por sua grandeza Que trouxe a nós, com seu exemplo, A educação como um amplo templo E a força de vontade, como fortaleza. E foi assim, com constância e leveza Que fez de palco: sala, lousa e giz, Os bastidores da escola, sua diretriz Produzindo nosso futuro a florescer, Ensinando o abecedário do escrever Nos traços de sua própria mediatriz. 21
Q
ual reminiscência emblemática Que nos vem em lastro de regresso, E nos põe em um sonho inconfesso Ante a ciência da vida axiomática, Toda uma vivência morfossintática Nos lastra o dia em vasta confiança Vem-nos em uma forma de aliança Mostrando o valor do bravo mestre Que dia-a-dia, semestre a semestre Tornou-se o fio, o prumo, a balança.
R
ompendo os bastidores do colégio Descreveu todo o encanto do querer, Em 78, foi para Araguacema viver A sua jornada, devoção e sortilégio E com a insigne de um homem régio Em 79 encaminhou-se para Paraíso, E viveu, lacônico, sintético, conciso Seus desejos e suas bacias de almas, Em 98, mudou-se então para Palmas Fazendo dela, seu porto e improviso. 22
S
e, tal qual nos vem acesos pavios Em noite de intraduzível escuridão, O Mestre Carlos cumpriu a missão Em adornos, em enfeites e atavios, Fez do ensino, o leito de seus rios Desaguando-se em outros universos Por isto hoje, nestes poucos versos Homenageamos sua longa história Que permeia vida à nossa memória Em solos pátrios e incontroversos.
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rouxe a nós, com orgulho e prazer Em idade, para muitos, avançada A alegria de vermos, em sua estrada, A substancia do contínuo aprender. Sentindo em seu peito de novo arder Aos 62 anos, com presteza e emoção Concluiu mais um ciclo de graduação Se formando aos ditames da história. E assim, vai construindo a trajetória 23
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m Mestre antenado ao coração. Uma vida inteira dedicada a ensinar As particularidades da arte do viver, Fez do ensino, um recorte de prazer Entre o vão do discutir e questionar. Em seu processo diário de catalisar O desejo, a identidade e a vivência Aventurou-se aos tratos da ciência pelos meandros de nossa literatura, E, em provençal e fática aventura, Constituiu-se lastro de experiência.
V
ez e outra, pássaros no arvoredo Gorjeiam seus cantos na amplidão, Por certo, em uma ânsia de emoção, O Mestre Carlos revive seu enredo. Sua vida, em encantos de segredo, Entranha sinfonias de esperança, Aos filhos e netos nunca se cansa Tampouco o seu peito se angustia, Aos céus, eleva preces a cada dia Aos 73 anos tem fôlego de criança. 24
W
agner, hábil maestro e compositor Dotado de invejável e raro talento Conduzia o piano tal qual alimento Em tragédia, em romance e amor. Como o orvalho deslizando na flor Tristão e Isolda, obra mais explicita, Enaltece o amor de forma suscita Igual fitas em um porta estandarte. E assim também, em amor e arte É o viver de Carlos e sua Concita.
X
erife na escola, gentleman no lar, Um pai devoto e um avô divertido O mestre Carlos se fez conhecido Nas curvas do seu próprio sonhar. Em suas jornadas, o ir e o voltar, Sempre enleou sua vida e morada Nunca se furtou a ser uma estrada Tampouco, porto e hospedagem, No seu solo não existe estiagem O seu quintal é estância visitada. 25
Y
akisoba, quibeibe, arroz com pequi E uma mesa farta às mãos do servidor Demostra o homem, pai, e professor Nas entranhas do seu cristalino existir. Tal bambu, que enverga sem se partir, Não importando o intenso vendaval O professor Carlos, homem sem igual, Enche nossas vidas de contentamento, Sua resiliência em meio a forte vento Faz de sua história um enredo original.
Z
elador dos afetos e mestre brilhante Com os pés atados na diária vivencia Zímbaro e Zéfiro, rio em afluência Entre as vogais, adjetivos e consoante. Conduz seu viver, instante a instante, Sem apegar-se ao amargor do destino Igual na torre, os badalos de um sino, Se aguda à vida em distinto apreço, Nós, tendo o senhor por alto preço O felicitamos, Mestre Carlos Gabino. 26
PEQUENO RELATO BIOGRÁFICO Carlos Gabino, nascido aos Quatro de Novembro do ano da graça do nosso senhor de Mil Novecentos e Quarenta e Dois, conheceu como poucos as ruas, gentes e histórias de Dois Irmãos, quando, à época, o vilarejo que mal engatinhava, ensaiava com indômita bravura seus primeiros passos ao que hoje se encontra. Em 1974 enlaça-se aos encantos e gracejos de uma certa moça, de nome Maria da Conceição, que, por ser mui formosa e de um brilho intenso no olhar terminou por balançar o coração do querido professor. Em 1975 foi presenteado por sua amada, Concita, com sua primeira semente filial, nascia naquele ano, aos quatro dias do mês de Abril sua filha Ana Claudia Lopes Gabino. Em 1977 novamente foi agraciado com a chegada de um filho, Cristiano Lopes Gabino, que nasceu no romper do mês de fevereiro, enchendo de alegria os pais e irmã. 27
Em 1978, sua terceira semente e segunda filha nascia, Ana Paula Lopes Gabino chegou no oitavo mês daquele ano, aos vinte e três dias, deixando o mestre Carlos e sua Concita ainda mais felizes, alegrando também seus dois irmãos, no entanto, naquele mesmo ano o professor Carlos Cabino, em comum acordo com sua amada Concita, achou por bem se mudar para a vizinha Araguacema, por certo as águas mansas do velho Lajeado já não o bastava, seus olhares estavam posto além, desta forma, tomando para si uma lasca de Cristal de Rocha, elevou as preces aos céus, fazendo menção à São João Batista, se despediu da Gruta da Catra, da Casa de Pedra e partiu em busca dos banzeiros caudalosos do gigante Araguaia. Em 1979, já farto da Cidade das Aguas, cansado de ouvir histórias de boiunas araguaianas, o casal resolveu que o Paraiso seria seu norte, seu porto seguro, o coração do professor Carlos Gabino e de sua Concita pediam 28
a região dos lagos, seus ouvidos já ouviam o estrondar da Serra quando se puseram a caminho, tendo o seu quarto filho, Carlos Gabino de Souza Junior, nascido naquela cidade, aos vinte e seis dias do quarto mês do ano de 1982. Em Janeiro de 1998, quando o casal olhava os bananais da ilha e toda aquela beleza natural já não lhes satisfaziam a alma, perceberam que era chegada a hora de mais uma mudança, e tão logo decidiram a rota fora traçada, todos os caminhos convergiram para a Capital Palmas, onde até hoje residem, e, de forma expressiva agradecem a vida pelas palmas e pelos encantos que encontraram em seu longo caminho da vida, o que lhes permitiram criar um rico abecedário de vida, que lhes agraciaram com seis coroas de netos (Daniel Gabino Guimarães, João Vitor Gabino Guimarães, Alicia Silvestre Gabino, Maria Clara Silvestre Gabino, Maria Paula Lopes Gabino e Ana Beatriz Lopes Gabino Costa). Até o ano de 2008 o Professor Carlos Gabino cumpriu, diligentemente sua vocação 29
para o ensino, cujo ensejo o fez vivenciar a lousa, o giz, cadernos, lápis e canetas com uma particularidade em poucos encontrado, e, não contente com todas as suas realizações, aos 62 anos de uma intensa e fértil vida tomou por tino se graduar em História. Dizem que o Professor Carlos Gabino guarda uma centena de sonhos dentro do peito, à espera de suas concretudes, disto, destes sonhos guardados feito rico tesouro, desafio a quem quer seja duvidar, quanto a mim, já me coloco em espera, olhando, furtivamente, ainda que distante, os novos lances, os novos movimentos do enxadrista Carlos Gabino em seu rico e inconteste tabuleiro da vida, onde peões, cavaleiros, damas, torres, bispos, rainhas e reis curvam-se à ele em indelével gratidão.
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