Revista Donna

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Zero Hora, domingo, 15 DE MARÇO DE 2015

Mercadinho

chique

Um roteiro em

Porto Alegre Blur Pele mais jovem

em um minuto

Dani Witt A top gaĂşcha do momento


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CARTA DA EDITORA EDITORA Mariana Kalil EDITORA-ASSISTENTE Marianne Scholze REPÓRTERES Patrícia Lima Thamires Tancredi DESIGNER Melina Gallo ASSISTENTE DE CONTEÚDO

DIAGRAMAÇÃO Aluísio Pinheiro

NA CAPA Dani Witt FOTO Fernando Rezende

GERENTE DE MARCA DONNA Patrícia Fraga GERENTE DE PRODUTO DIGITAL Camila Tavares COORDENADOR DE PLANEJAMENTO Fellipe Faria DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS Bruna Arrieche ANALISTA DE MARKETING Marina Ciconet ASSISTENTE DE EVENTOS

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FOFURA SEM LIMITE Foi tanta gente marcando a nossa #donnamission no Instagram e tanto gato lindo que sofremos na hora de escolher. Mas tudo bem. Lá no @revistadonna tem mais gatinhos e seus humanos.

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REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA AV. ERICO VERISSIMO, 400 – 5º ANDAR | AZENHA | CEP: 90160-180 | PORTO ALEGRE – RS | TEL. (51) 3218-4300

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Maria Eduarda Santos

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Fotos Arquivo Pessoal

Dimitriu Ritter

A redação de Donna é um local de estilos ecléticos – e primamos por essa característica. Há a repórter que não liga a mínima para moda (e sempre espera pela arrumação do armário da irmã para renovar a coleção); há a outra que não pensa em casar nem em ter filhos; há a editora que é casada, mãe de uma menina e rala um dobrado para conciliar vida pessoal e profissional – enfim, são personalidades distintas com desejos e interesses distintos e que acabam influenciando na discussão de pautas e na diversidade da revista a cada fim de semana. A edição deste domingo reflete bem essa realidade. Em Los Angeles, a jornalista Mariane Morisawa foi recebida pela atriz Shailene Woodley, que ficou popularmente conhecida no Brasil como a mocinha do filme A Culpa é da Estrelas, maior bilheteria do cinema no país em 2014. Shailene falou com exclusividade a Mariane sobre A Série Divergente: Insurgente, novo filme da atriz, com estreia prevista para a próxima quinta-feira. É muito difícil conseguir arrancar outras curiosidades de uma estrela de cinema que não apenas as motivações para a atuação do momento. Mariane fez um trabalho maravilhoso nesse sentido. Conseguiu descrever a mulher por trás da profissional e nos brinda com um ótimo perfil que marca sua estreia como colaboradora de Donna em Hollywood. Aqui em Porto Alegre, a repórter Patrícia Lima fez um tour pelos mercadinhos perto de casa que cada vez mais suprem a necessidade de sair correndo até o supermercado mais próximo. Lojas caprichadas, produtos de primeira qualidade e atendimento personalizado conquistam uma clientela fiel e seguem a tendência mundial observada em grandes centros urbanos em que cada vez há menos tempo disponível para abastecer a despensa com a calma que se deseja. Na seção Fitness, a pesquisadora portuguesa Carla Ramos apresenta um estudo inédito sobre a qualidade do ar nas academias, cujo resultado é preocupante, com níveis altos de poeira, formol e dióxido de carbono. Continuaria indicando cada matéria desta edição, como o estudo sobre casamento, o blur, o cosmético da vez, os nomes preferidos para bebês, o hotel de design da hora em Balneário Camboriú e, claro, a reportagem de capa sobre a top da vez, Dani Witt. Assuntos ecléticos pensados por uma equipe diversificada e cheia de vontade de fazer s cada vez melhor. ho

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ser nunca esteve tão na moda.

A Revista Donna está sempre apresentando as tendências do mundo da moda para você. Agora, a novidade é para os cuidados diários que sua pele precisa. Assim nasceu Donna You com cinco produtos que combinam notas florais e chá verde em sua fragrância. Conheça Donna You e desfile sempre que passar.

Sabonete Líquido

Uma sofisticada combinação de ingredientes que limpam delicadamente sua pele.

Loção Hidratante

A exclusiva combinação da vitamina E com silicone especial proporciona uma incrível sensação de maciez na pele.

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Body Splash Corporal

Ideal para usar depois do banho, possui fragrância delicada de um rico complexo floral de rosas e toque aromático de chá verde.

Serum Hidratante

Possui ingredientes especiais que deixam sua pele com uma incrível sensação de hidratação e toque aveludado.

Esfoliante Corporal

É suave. Ao esfoliar sua pele, auxilia na renovação celular, garantindo sensação de maciez.


Canela é um termogênico supernatural. Basta consumir uma pequena porção por dia para controlar os níveis de colesterol. Lá venho eu com mais um dos meus estudos, mas a verdade é que adoro pesquisar sobre estudos: pois um estudo publicado pelo Kansas State University, nos EUA, reuniu 700 voluntários com idades entre 20 e 55 anos para testar os poderes da canela.

POR AÍ Por Mariana Kalil facebook.com/kalilmariana

@mari_kalil

Fotos reprodução

Há dois meses passei a incluir uma colher de chá de canela no meu café da manhã. Ela é misturada no liquidificador com pedaços de gengibre, alguma fruta (manga, banana, mamão…), uma folha de couve e linhaça dourada.

Todos apresentavam altos índices de LDL, o colesterol ruim. Eles foram divididos em dois grupos. Setenta por cento dos pacientes que ingeriram uma dose diária de meia colher de sopa de canela apresentaram redução de 10% nos níveis de colesterol ruim, 30% na taxa de triglicérides e de 1% a 26% na taxa de colesterol total. Já aqueles que mantiveram uma dieta sem a especiaria não tiveram nenhuma melhoria.

A canela apresenta um ótimo potencial termogênico, que auxilia no emagrecimento. Com a palavra, a dra. Carina Borges, nutricionista e fisioterapeuta dermatofuncional: – Canela possui propriedades importantes, que ajudam no controle da obesidade e possuem papel de destaque quando o assunto é perder peso. Possui cromo, que colabora no auxílio do controle glicêmico. Além disso, é rica em compostos fenólicos, que são a razão de sua atividade antioxidante. A canela ainda é antiinflamatória e tem ação termogênica. Isso significa que é capaz de aumentar o gasto calórico durante a digestão e, por sua vez, o processo metabólico – esclarece. Sem esquecer ainda que uma colher de chá de canela possui apenas seis calorias e, por atuar na regulação glicêmica, ajuda a diminuir a vontade de comer doce.

NÃO MENTE

Sempre adorei canela, mas nunca tinha encontrado uma forma de consumi-la com frequência. Quando pensava em canela, logo imaginava um bolo fofo ou um delicioso tiramissu.

NÃO MENTE

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DO FUNDO DO BAÚ

indica

contato@revistadonna.com

Com o encerramento da Semana de Moda de Paris, as tendências do outonoinverno 2015-2016 já estão aí fora. Das passarelas, três itens surgiram como maiores candidatos a must have da temporada. Primeiro, Louis Vuitton e a reinvenção das bolsas-baú. Depois de atraírem todas as atenções em modelo míni, agora elas chegam em tamanho maior, quadradas – sabe maleta de maquiador? Já Valentino encantou com as brincadeiras geométricas em preto e branco que dominaram seu ready to wear, em especial os quadriculados, e com a combinação de suéter oversized e saia longa. FOTOS BERTRAND GUAY, AFP

Reprodução

BEM-ESTAR EM PÓ

FRUTA DO DRAGÃO Pitaya, ou fruta do dragão, não é apenas uma fruta exótica e gostosa. De origem asiática, é também rica em vitaminas, além de possuir uma fragrância irresistível. Pensando em tantos atributos, a linha Pitaya, de O Boticário, acaba de ampliar a família. Além da inspiração na própria fruta, Águas de Banho Pitaya leva notas de framboesa, morango e cranberry. Já o Açúcar Esfoliante, antes restrito às lojas Nativa Spa e agora em toda a rede O Boticário, une hidratação à suave esfoliação da pele durante o banho.

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MIGUEL MEDINA, AFP

Versátil e cheio de benefícios, o pó de matcha é o mais recente queridinho de quem busca uma alimentação saudável e um aliado na dieta: além de apresentar alto teor de antioxidantes, é rico em betacaroteno e percursor de vitamina A. Assim como os chás preto, branco, verde e oolong, o matcha também provém da planta Camellia Sinensis – é obtido das folhas mais novas, moídas lentamente até serem reduzidas a um pó bem fino. Além de um preparo mais rápido, bastando adicionar água quente para obter o chá, a consistência em pó também permite acrescentar o matcha em receitas diversas, como bolos, frutas, shakes e sucos. – A erva pode elevar em média 25% a queima calórica durante as atividades físicas sendo rica em substâncias como a cafeína e a catequinas, que estimulam o metabolismo e podem auxiliar na perda de peso – aponta a nutróloga Ana Luísa Vilela.

O AMOR DEPOIS DO AMOR Um dos escritores preferidos da redação de Donna no que diz respeito a crônicas que refletem a visão masculina de encontros e desencontros, infortúnios e alegrias na busca pelo par ideal, Ivan Martins apresenta mais de 50 destas histórias deliciosas em Um Amor Depois do Outro (Agir, 239 páginas, R$ 29,90). Com temas que vão de paixão, filhos e decepção amorosa a recomeços, Martins, que assina desde 2009 coluna no site da revista Época, mostra que a inconstância atual dos afetos, longe de ser algo ruim, pode virar até motivo de celebração. Como não amar?

ESTAMPA PERSONALIZADA Está de volta a Porto Alegre o curso STAMP: Processo Criativo e Técnicas para Estamparia Digital. Com destaque para o desenvolvimento e a aplicação de estamparia digital, as aulas mantêm o foco nas técnicas de imersão criativa e no aprimoramento da construção gráfica. Marcado para os dias 25, 26, 30 e 31 de março, o STAMP é ministrado pelas designers Camila Wrasse e Rafaela Camerini, que apostaram no tema após perceber um vácuo no mercado de estamparia gaúcho. Quem tem pretensão de ver seu trabalho estampado em camisetas ou mochilas pode se empolgar: uma das estampas criadas por um aluno do curso será escolhida para fazer parte da próxima coleção da Aragana. O STAMP tem curadoria da organização de empreendedorismo feminino Entre Ellas, e mais informações podem ser obtidas pelo e-mail fique@ entreellas.com.

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DESTINO

Paredes e janelas em branco e muito vidro permitem que o verde do jardim faça parte da decoração do hotel boutique em Balneário Camboriú Fotos Felipe Carneiro

Sofisticação natural Terence Schauffert personaliza o charme praiano do hotel Felissimo, na Praia dos Amores (SC), recentemente incluído no seleto time do Design Hotels

CRISTIANO SANTOS

tre outros. Mais recentemente, o empreendimento entrou no erence Schauffert seleto time do Design Hotels é cool. Porque só é ao lado de apenas outros três cool quem não faz espaços nacionais: Insólito o mínimo esforço Boutique Hotel (RJ), Unique para tal. E não é só (SP) e Kenoa (AL). ele. A família inteira, formada Quando chegaram ao morro pelos pais, Graça e Roberto, as onde a casa foi erguida, nos irmãs, Alessandra e Vicky, e anos 1980, somente duas a esposa, Marcella, concentra construções haviam sido letodos os requisitos para osten- vantadas na região. Atualtar a definição. mente, há um mar de casas e A naturalidade sofisticada prédios que chegaram com o impregnada no DNA do clã desenvolvimento. Mas o charpermitiu que a casa em que me do espaço não foi abalado. moraram por anos, instalada a – Eu já era adolescente, uns 500 metros da areia da Praia 12 ou 13 anos, ia pegar onda dos Amores, em Balneário na praia por uma estrada de Camboriú (SC), se transforterra. Várias vezes torcia para masse em um hotel de luxo, chegar alguém para surfar atualmente listado entre os comigo – relembra Terence, melhores do país em pelo surfista desde sempre. menos duas associações de Distante da região central e respeito. Na Brazilian Luxury cravada em um lugar quase Travel Hotel (BLTA), o Felisinóspito, a casa era um versimo Exclusive Hotel figura dadeiro paraíso. Mas, pouco ao lado de pesos pesados comais de 10 anos depois de mo Copacabana Palace (RJ), instalados por lá, os Schauffert Fasano (SP e RJ), Ponta dos Schramm (sobrenomes do pai Ganchos (SC) e Txai (BA), en- e da mãe) resolveram migrar

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para uma cobertura na movimentada Avenida Atlântica, na orla de Balneário Camboriú. A residência, com suas paredes brancas, muito vidro, uma piscina convidativa e um deque que se debruça sobre o jardim, ficou para os finais de semana, para outros encontros. Virou o refúgio praiano. Nesse meio tempo, Terence embarcou em seu primeiro empreendimento – a família tem, entre outros negócios, as lojas Vive La Vie, multimarcas com a curadoria de peças entre as melhores de Santa Catarina. Era 1997 e o jovem, cuja morenice acentuada pelas horas e horas de praia encantava as nativas e as turistas, assumiu o comando do Kiwi Bar, na Praia Brava, em Itajaí. O sucesso foi instantâneo – e os dias de sol e os luais reuniam no bar meninos e meninas com corpos esculturais, vendendo saúde, beleza e um estilo de vida que depois virou lugar-comum, se perdeu e, por fim, se renovou.

– Foi minha escola. Eu fazia tudo, desde comprar os alimentos, pagar os funcionários, administrar, uma loucura – busca na memória o empresário, atualmente com 40 anos. O Kiwi deixou a areia, ganhou uma estrutura luxuosa em frente à praia e, tempos depois, foi repassado a outros administradores. Mas Terence seguiu morando nos fundos do local, em uma espécie de sítio cercado pelo mato. Quando estava prestes a embarcar rumo a uma temporada em Nova York, recebeu a proposta dos pais para, por quatro meses, cuidar da administração do Felissimo. Hoje, os quatro meses já duram quatro anos, período de maior destaque nos 14 anos de existência do hotel. – Minha missão era estruturar o que já havia, incluindo um conceito difícil de estabelecer. Já existia um padrão, sabíamos que queríamos fazer hotelaria de luxo. Foi preciso reestruturar algumas coisas, fortalecer a marca – comenta.

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BISTRÔ ESTRELADO Para atrair novos hóspedes, Terence e a equipe de 26 funcionários inauguraram no final de 2013 o Bistrô Felissimo. – Hoje, o hotel está neste roteiro enogastronômico que tanto faz sucesso pelo mundo. Todo mundo que quer uma experiência em gastronomia tem vindo pelo bistrô. Nós sempre tivemos as 10 suítes e tínhamos o serviço de café da manhã, almoço e jantar. E hoje os principais hotéis do mundo têm restaurantes conceituados. O boca a boca tem sido a principal fonte de divulgação do bistrô, com cardápio criado pelo chef Claudio Galdames, com passagem pelo Aprazível, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Aprovados pela família inteira, que fez questão de buscar no paladar suas experiências pelo mundo, os pratos passeiam desde peixes, frutos do mar e saladas até carré de cordeiro, galinhada e risotos, pra deixar bem claro o ecletismo da experiência. Enquanto espera pela comida, o cliente pode tranquilamente

degustar um dos drinques criados pela turma do Le Voleur de Vélo, uma bicicletaria misturada a um gastrobar que faz sucesso em Curitiba (PR). Aliás, magrelas estão à disposição dos hóspedes para passeios pela região. – A nossa ideia sempre foi manter este espírito de casa de praia, afinal, é a nossa casa, esse é o clima. Tínhamos uma ocupação de 34%, e hoje ela é de 67%. É o resultado de um trabalho. Em janeiro deste ano, 1,8 mil pessoas passaram pelo bistrô, muitas delas não conheciam o Felissimo. Isso vai fazendo com que a engrenagem funcione, vêm pela gastronomia e acabam conhecendo o hotel – diz Terence, realizado. Mas não 100%. Para o eterno surfista, o próximo passo é instalar um centro de terapias corporais, daqueles cujas mãos dos profissionais fazem maravilhas. Fazem, inclusive, qualquer hóspede querer voltar ao hotel mesmo a centenas de quilômetros de casa. Afinal, essa é a intenção de Terence e sua família. Desde sempre.

No bistrô, o cardápio é assinado pelo chef Claudio Galdames, ex-Aprazível, no Rio Marcelo Fernandes, Divulgação

Amenities da Bulgari e da L’Occitane fazem parte dos mimos aos hóspedes no Felissimo

LUXO NOS DETALHES

Terence Schauffert no Bistrô Felissimo, inaugurado há pouco mais de um ano

O hotel mantém um estilo minimalista, porém aconchegante nas áreas comuns

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São 10 suítes divididas nas categorias Diamond, Superior, Master e Especial, com diárias entre R$ 700 e R$ 1.299. Além do décor, das peças de design e dos serviços oferecidos por este tipo de estabelecimento, amenities da Bulgari e da L’Occitane fazem parte dos mimos. Ao lado do Felissimo, a matriarca construiu dois lofts, que são usados pelo casal para descansar nos finais de semana. Quando Aécio Neves se hospedou por lá com a mulher a caminho de um casamento na Praia do Estaleiro, foram estes os espaços que serviram de acomodação. Amigo de longa data de Terence, o ator Cauã Reymond e a atriz Grazi Massafera já descansaram no hotel. Os modelos Marlon Teixeira e Carol Trentini, habitués da região, também costumam circular pelo restaurante, assim como alguns dos DJs mais estrelados do mundo que passam pelas picapes do Warung, badalada casa noturna na Praia Brava, em Itajaí (SC).

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Fotos Fernando Rezende, Especial

CAPA

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Beleza, timing e sorte

Olhos grandes em um rosto de boneca emoldurado por cabelos ruivos: a gaúcha de Caxias do Sul Dani Witt é a modelo que todos querem contratar

ROBERTA WEBER*

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ESPECIAL

inda, profissional, talentosa: essas foram minhas impressões da Dani Witt quando fiz o styling dela, aqui mesmo, na revista Donna, no finalzinho de 2011. Uma menina que ainda morava em Caxias do Sul, mas que demonstrava um potencial imenso. Hoje vejo a Dani de longe: nas páginas das principais revistas do mundo (Vogue, Bazaar, ID, Dazed), nas campanhas de marcas consagradas aqui e fora do país e na passarela da Chanel. Pouco mais de três anos e tudo mudou. No disputado mundo das modelos, não basta beleza e competência (que ela tem de sobra). Timing e sorte contam muito. E foi quando transformou-se de loira discreta ao incrível ruivo atual que ela passou de new face para top. Desde 2011, com um resgate ao minimalismo dos anos 1990 e ao movimento grunge, os cabelos vermelhos começaram a ganhar espaço novamente. Unindo isso com o flerte de dois anos com a década de 60, a Dani, com seus olhos grandes, sardas e ar ingênuo tem a cara perfeita para incorporar a boneca 60s, acrescentando a modernidade necessária com os cabelos coloridos. Delicadamente cool. Como não poderia deixar de ser, uma boa top também sempre entrega versatilidade, e agora que o mood vira para os anos 70, lá está ela, incorporando uma musa setentista com os cabelos vermelhos displicentes e uma determinação no olhar que não deixa dúvidas para ninguém: Dani vai (muito mais) longe. *Roberta Weber é colunista de Donna.com, personal e fashion stylist e consultora de moda, formada em BA (Hons) Fashion specialism: fashion styling & photography na London College of Fashion

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No final de 2011, ainda no iníci início cio da carreira, car arre reir ira, ir a, Dani estampou editorial de moda para o Donna

Idade: 22 anos Nascimento: Caxias do Sul (RS) Olhos: verdes Cabelos: ruivos Altura: 1m80cm Busto: 85cm Cintura: 63cm Quadril: 90cm Manequim: 36 Agência: Joy Model Management Instagram: @daniwitt

Dani

Witt

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Diário de uma top Dani Witt escreveu para o Donna sobre a correria de sua participação na atual temporada internacional de desfiles

LONDRES – 20 a 24 de fevereiro

Depois de longos 15 dias em Nova York , começa a maratona de Londres. Já chegamos à capital britâ nica no dia em que começam os desfiles, e temos um mot orista que nos leva para os castings e as provas de roupa. Com o Londres é enorme, tudo é muito longe. Esse é o período em que também dormimos muito pouco – são em torno de cinco horas de sono por noite, se dermos sorte! Porém, é sempre grat ificante fazer parte de cada desfile, afinal são milhares de meninas disputando uma vaga, e você é uma das 50 que estão ali. Um privilégio!

NOVA YORK – 12 a 19 de fevereiro

a 15 castings por dia, É a semana mais difícil. Fazemos de 10 s fazer de dois a três no frio ou debaixo de neve. Conseguimo s de antecedência para desfiles por dia, chegando com três hora m, vamos noite adentro maquiagem, cabelo, ajustes. Ainda assi seguinte, pegando um fazendo provas para os desfiles do dia ha comida comigo, mas lanche nos camarins – tento levar min um período sem rotina e nem sempre dá tempo de preparar. É nos revigora é a magia sem horários, bastante cansativo. O que e modelos respeitadas. de cada desfile e a sensação de estar entr

PARIS – 3 a 11

a 2 de março ro ei er v fe e d MIL ÃO – 25 res, saímos da desfiles em Lond

o. dias de o, rumo a Milã Após os quatro para o aeroport to re di e s le qu de o em a passarela do últim à cidade italiana no mesmo di os reto para di am o eg rt ch po m ro També os do ae m va r o tã en , eçam vantagem de se os desfiles com a. Milão tem a up ro r te de já as os ov pr 22h costumam mais castings e mais perto. Às do tu é ir oito horas. o tã en a, pequen ra jantar e dorm o que muitos pa po m te m co l, nd chegado ao hote abalhei com novos clientes, se tr , uito feliz! da m ra ei po qu m Fi te Nesta lheriam. co es e m s ai m e ja deles pensei qu

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de març

o Por fim, temos Paris – na minha Já está tudo mai opinião, a melho s pré-definido, r de todas! pois são clientes já nos viram em que geralmente outras cidades e definem com an quem desfilará para qual marca tecedência . Por conta diss de castings é m o, a quantidade enor. É em Pari s que tempo para desc ansar e comer co conseguimos dedicar mais m cidade onde mai s tenho laços, am calma. Paris também é a ig tenho tempo pa ra fazer turismo, os e memórias – e, quando fico muito feliz quanto é lindo ! Imagine o sair de um cast ing e deparar co m a Torre Eiffel !


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LIFESTYLE

Aqui do lado

Foi-se o tempo em que aquele mercadinho da esquina era só um quebragalho. Fazer compras ao lado de casa é sinônimo de qualidade, bem-estar e modernidade

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PATRÍCIA LIMA

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ercadinho de bairro existe desde que o mundo é mundo, vamos combinar. Sempre à mão, pertinho de casa e relativamente sortidos, esses estabelecimentos quebram altos galhos nas nossas pequenas emergências domésticas. No entanto, mesmo com esse predicado abonador, sempre ocuparam um papel secundário no abastecimento das despensas. O grosso das compras era reservado à ida ao supermercado, de onde se extraía não apenas quantidade, mas variedade de produtos que não encontraríamos, de jeito nenhum, ali na “venda”. Um movimento mundial, que começou há alguns anos na Europa e já chegou às cidades maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro, mostra que há muito mais nos mercadinhos da esqui-

na do que julga nossa vã lista de compras. Com lojas cada vez mais caprichadas, produtos de primeira qualidade e atendimento personalizado, eles deixaram de ser quebra-galho. São escolha principal. A vida estressante nas grandes cidades é a responsável número um por esse fenômeno. Com trânsito caótico, horários apertados e muitos compromissos para dar conta, é cada vez mais frequente a queixa do transtorno causado pelas idas a um grande supermercado. É necessário estacionar, peregrinar por corredores intermináveis, esvaziar carrinho, embalar, devolver tudo ao carrinho, carregar até o carro... Dá um cansaço só de pensar em enfrentar esse périplo depois de um dia cheio. Se as crianças estiverem junto, na saída da escola, o pesadelo torna-se mais tenebroso ainda. É claro que não deixamos de frequentar o supermercado, para fazer grandes compras e adquirir itens específicos. Quando estamos

com tempo, desfilar tranquilamente pelo mar de opções do super é até divertido. Mas a opção de ter, no dia a dia, algo menor e mais próximo, parece cada vez mais tentadora. Foi necessário, porém, mais do que a disposição dos consumidores para trazer os mercadinhos de bairro de volta aos holofotes. Percebendo algo que já era comum em cidades como Londres ou Paris, cujos bairros têm vidas independentes, com seus mercadinhos provendo tudo de que os moradores precisam, empresários brasileiros resolveram investir nas suas vizinhanças. Oferecendo itens de altíssima qualidade, como verduras e frutas sempre frescas, pão feito na hora e alimentos orgânicos ou importados, os pequenos mercados passaram a ser vistos pelos moradores dos bairros como uma alternativa altamente vantajosa sobre os supermercados de grandes redes. Ao propor um atendimento humanizado e uma

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Fotos Júlio Cordeiro

A relações públicas Camila Wait Hauck, 31 anos, sempre teve vontade de se aventurar em um negócio próprio. Duas coisas a impediam: o medo que acomete quem pensa em empreender e a falta de paixão pelas oportunidades que apareciam. Até que um período de dois anos morando em Londres abriu-lhe para algo realmente encantador. Ao retornar da temporada londrina, decidiu, ao lado do marido, Eduardo, que o caminho era um mercadinho de bairro. Apesar de se tratar de um cidade enorme, Londres provou ao casal que os negócios pequenos, localizados nos bairros, poderiam dar certo, já que a maioria dos bairros da capital britânica têm vida independente, com comércio e serviços próximos de seus moradores. Adepta desde muito cedo a um estilo de vida saudável, Camila uniu à ideia do mercadinho a possibilidade de oferecer mais qualidade.

Assim nasceu o Bendita Horta, no bairro Mon’t Serrat, mercadinho especializado em alimentos orgânicos e funcionais, que também serve lanches e almoços baseados nos princípios de uma nutrição saudável e completa. Repleta de detalhes charmosos na decoração, a loja oferece frutas e verduras certificadas, adquiridas de produtores orgânicos nas proximidades de Porto Alegre. Uma variedade de alimentos integrais, sem glúten ou lactose, também é destaque nas prateleiras. Para o almoço ou lanche da tarde, cafés especiais, vitaminas, shakes e comidinhas, como omeletes e tapiocas, dão água na boca. No entanto, o principal atrativo do Bendita, segundo a própria Camila, é a proximidade com os clientes. — Aqui temos a possibilidade de dar atenção especial a cada cliente, que acaba se tornando um amigo. Já fazemos parte da alma do bairro — afirma.

Bendita Horta Endereço: Rua Silva Jardim, 344, Mon’t Serrat. Ponto Forte: alimentos orgânicos e funcionais, com variedade de marcas e opções. Só tem aqui: Açaí da Mata Atlântica com banana. variedade de produtos satisfatória, tornaram-se aliados da qualidade de vida de quem mora em determinada região. Porto Alegre não está fora do mapa dos charmosos e funcionais mercadinhos de bairro. Espalhados pela cidade, ganham a cada dia mais clientes dispostos até a pagar um pouquinho mais pelos produtos, mas economizar em tempo e trânsito - nunca em qualidade. Estabelecimentos antigos, perpassados por histórias de família, convivem com jovens que, ao sentirem-se impelidos a empreender, escolheram abrir justamente um minimercado em algum bairro da Capital. Prova de que nossas avós e mães, que não dispensavam uma compra na venda com o saudoso “caderninho”, é que sabiam das coisas. Hoje, o charme e a praticidade de ter o mundo perto de casa é possível. Só o fiado é que parece ter ficado para trás.

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cabelos desgrenhados com uma caneta na orelha? Nada disso. Gabriel Drummond e Arthur Bolacell, de 22 e 24 anos, são divertidos, bem humorados e, sim, empresários sérios e focados. Nascidos no interior, Gabriel em Uruguaiana e Arthur em São Luiz Gonzaga, fizeram o projeto do Brasco ainda na faculdade de Administração. Desejavam empreender e concluíram que um mercadinho de bairro seria o negócio ideal. A coisa deu tão certo que eles se preparam para abrir mais uma unidade, no Jardim Europa. — Nosso projeto, desde o início, foi crescer. Mas não abrindo um supermercado, e sim investindo nesses pequenos mercados que servem os bairros. As pessoas querem isso — comenta Gabriel.

Fotos Júlio Cordeiro

Um grande quadro negro (verde, na real), uma mesa de madeira e uma pequena estante de flores compõem um corpo estranho na calçada repleta de portas de lojas e comércios no burburinho diário da rua Florêncio Ygartua, bairro Moinhos de Vento. Lá dentro, um mundo se descortina. De pão quentinho a hortigranjeiros, de café feito na hora a produtos importados, ninguém passa aperto em casa enquanto o Mercado Brasco estiver aberto. Deixar um recado na lousa, sentar para um café e fazer as comprinhas do dia são atividades que viram pura diversão por ali. Mas bom mesmo é observar os sócios-proprietários do estabelecimento. Pensa que é alguém com terno e gravata? Ou então um sujeito de

Fotos Tadeu Vilani

Mercado Brasco Endereço: Florêncio Ygartua, 151, Moinhos de Vento. Ponto Forte: O atendimento é feito por uma galera jovem e descolada, com muita atenção e cordialidade. Só tem aqui: Cerveja artesanal da marca Brasco.

Batizar o negócio com o próprio nome não é uma questão de vaidade. Ao contrário. É resultado de uma longa história que culminou em um dos mercados mais populares dos arredores do bairro Floresta, o Paulinho Cobal. O sobrenome verdadeiro do sujeito é Abreu, mas ele tornou-se conhecido por incorporar o nome do local onde trabalhou por quase uma década. Quando sua banca fechou, resolveu continuar trabalhando no que sabia e gostava: vender verduras. Foi preciso pegar dinheiro emprestado e trocar um Gol com parcelas atrasadas por uma Kombi para dar o pontapé inicial ao negócio com o qual nem ele sabia direito que sonhava. Afinal, havia quatro filhos para criar

O que começou como uma tele-entrega de hortigranjeiros foi aos poucos se transformando em um charmoso mercadinho especializado justamente em frutas e legumes de primeira qualidade. Hoje o local não vende mais somente vegetais — tem também produtos gourmet, como massas e molhos importados, e frios premium fatiados na hora. Mas o maior chamariz continua sendo mesmo a salada e a sopinha de cada dia. — Cerca de 90% das nossas vendas são de hortigranjeiros. Por isso tenho tanto cuidado para oferecer o que realmente há de melhor no mercado. E as pessoas reconhecem, pois temos clientes fiéis, que nos acompanham há anos — comenta Paulinho.

Paulinho Cobal Endereço: Quintino Bocaiúva, 180 Ponto forte: Os hortigranjeiros, claro. Frutas e legumes fresquinhos adquiridos todos os dias pelo próprio Paulinho. Só tem aqui: frutas exóticas, importadas ou raras.

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rdeiro

Fotos Júlio Co

Pense em algo muito gostoso que você comeu no Exterior. Quer comer de novo? Então é provável que você vá parar entre as prateleiras do Armazém 196, no coração do Moinhos de Vento. Se não encontrar lá, considere voltar ao país de origem de sua iguaria favorita. Essa exuberância de produtos dá ao Armazém uma aura de empório, mas as prateleiras logo denunciam que se trata, na verdade, de um mercadinho com benefícios. Há hortigranjeiros, material de limpeza, carnes, pão quentinho e outras trivialidades que resolvem a vida de quem mora ou circula por ali. Tudo do bom e do melhor, como a freguesia gosta. Nascido no ramo de supermercados, o administrador, Henrique Mignoni, 26 anos, relembra que

o local nasceu como um empório gourmet, para comercializar produtos para culinária e vinhos. Para adaptar-se à realidade do bairro, começou a incluir, aos poucos, produtos solicitados no dia a dia, como pães e fiambreria. A entrega gratuita na região também foi uma adaptação que deixou felizes os clientes da redondeza. — Procuramos conhecer o gosto do nosso cliente, para agradá-lo. Como somos um pequeno mercado, essa aproximação é muito mais fácil e prazerosa — afirma. Desde as cestinhas de vime utilizadas para carregar as compras até a habilidade do atendente que fatia à perfeição as grandes rodelas de mortadela, tudo no Armazén está repleto de cuidado, como deve ser um bom mercadinho.

Fotos Tadeu Vilani

Armazém 196 Endereço: Padre Chagas, 167. Ponto forte: produtos culinários importados de todos os cantos do mundo. Só tem aqui: Presunto cru e Pata Negra fatiados na hora.

Bater um papo com o simpático sujeito de sotaque carregado que fica no caixa é o começo de uma viagem ao interior. Mais precisamente a Progresso, cidade que fica próxima de Lajeado. Depois, um passeio pelo mercadinho confirma: a pequena entrada é mesmo um portal de teletransporte, que nos remete imediatamente a um estabelecimento típico de cidades pequenas do interior gaúcho. Ali, nos corredores do Mercado Zuffo, tem de tudo um pouco. E de muitas marcas. Hortigranjeiros, sabão em pó, granola, bolachas e vinhos de vários países. Tem até Pastelina, o irresistível salgadinho que se comia no recreio do colégio. E mais: um açougue dos melhores, com açougueiro experiente, que não

falha na hora de ofertar o melhor corte para o churrasco. Cassiano Barbieri, 38 anos, veio para Porto Alegre aos 18. Pouco tempo depois, começou a trabalhar em um supermercado de um conhecido de Progresso. Pegou experiência e gosto pela coisa. Há um ano, resolveram virar sócios e abrir uma unidade do Zuffo no bairro Mon’t Serrat. E ele garante: a loja não é grande, mas ninguém sai sem encontrar o que procura. Característica que qualifica o estabelecimento como um típico e moderno mercadinho que faz dos bairros de Porto Alegre lugares ainda melhores para se viver. — Estamos aqui há pouco tempo, mas já somos amigos dos moradores — conta Cassiano.

Mercado Zuffo Endereço: Avenida Mariland, 1113. Ponto Forte: a variedade de produtos e marcas. É impossível não encontrar o que se procura nas prateleiras. Só tem aqui: tele-entrega de carnes de primeira, todos os dias.

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FITNESS

Em geral, as academias apresentaram níveis altos de poeira, formol e dióxido de carbono Ricardo Wolffenbüttel, BD

Ar da graça

Exercitar-se na academia pode ter um inimigo oculto: a qualidade do ar nos ambientes fechados

C

om o outono e seu tempo chuvoso chegando, além do fim do horário de verão e o sol se pondo cada vez mais cedo e antes do fim do expediente de muitos trabalhadores, muita gente passa a fazer atividades físicas em ambientes fechados. Ainda que seja melhor do que simplesmente abandonar os exercícios nessa época, uma análise da qualidade do ar nas academias de ginástica levanta algumas questões interessantes sobre se os lugares onde fazemos exercícios são tão saudáveis como deveriam ser. A ciência e o senso comum nos dizem que praticar atividades físicas em ambientes

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poluídos não é desejável. Quem corre ao longo de lugares com muito trânsito e respira aquele ar carregado de fumaça e poluição tem demonstrado um aumento na incidência de doenças cardíacas, muito embora em perfeita forma física. Contudo, poucas pesquisas estudaram de forma sistemática a qualidade do ar nas academias. Para atingir esse objetivo, pesquisadores da Universidade de Lisboa, em Portugal, e da Universidade Delft de Tecnologia, na Holanda, instalaram equipamentos de monitoramento da qualidade do ar em academias de ginástica de Lisboa para este novo estudo, publicado pela revista Building and Environment.

As academias portuguesas são parecidas com as dos Estados Unidos ou do Brasil, segundo Carla Ramos, pós-graduanda na Universidade de Lisboa e líder do estudo. A maioria tem uma ou mais salas de musculação, espaços menores para aulas de aeróbica, ioga e outras atividades similares. Carla foi autorizada a instalar unidades de monitoramento da qualidade do ar nas salas de musculação de 11 academias lisboetas, além de diversos outros estúdios. As máquinas foram programadas para medir o nível de poluição no fim da tarde ou no início da noite, quando as academias estão mais cheias. Durante duas horas em cada academia, os monitores me-

diram os níveis de poluentes comumente encontrados em ambientes fechados, incluindo monóxido de carbono, dióxido de carbono, ozônio, partículas em suspensão – como poeira – e diversos produtos químicos liberados por carpetes, produtos de limpeza, móveis e tintas, incluindo formol. Para obter leituras ainda mais detalhadas, os cientistas instalaram outras unidades de monitoramento em três das academias, com o objetivo de medir a qualidade do ar dentro do prédio ao longo do dia todo. Os resultados foram preocupantes. Em geral, as academias apresentaram níveis altos de poeira, formol e dióxido de carbono.

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A concentração dessas substâncias geralmente era superior aos padrões de qualidade de ar para ambientes fechados. Os níveis foram especialmente altos durante as aulas noturnas, quando muitas pessoas se concentram em salas pequenas, levantando poeira e gases e produzindo dióxido de carbono a cada respiração. De acordo com Carla Ramos, as altas concentrações de poeira e produtos químicos como o formol são o mais preocupante: podem causar asma e outros problemas respiratórios. Quase todas as academias estudadas apresentavam níveis que superavam consideravelmente os padrões europeus para ambientes fechados. Embora o dióxido de carbono não seja tóxico para

TESTE DO CHEIRO

os seres humanos, ele também causa preocupação. Em grande concentração, explica Carla, pode contribuir para a fadiga e a confusão cognitiva, ambas indesejáveis durante a prática de exercícios intensos. – Acreditamos que as academias de ginástica apresentam critérios de baixa qualidade do ar – afirma Carla. E esta baixa qualidade do ar é especialmente problemática nas academias porque as pessoas costumam ficar ofegantes. – Quando fazemos exercícios, inspiramos mais a cada vez, e o ar entra pela boca, sem passar pelo sistema natural de filtragem das narinas. Os poluentes se espalham mais pelos pulmões, se comparado a situações de repouso – detalha a responsável pelo estudo.

Apesar de tudo, as descobertas não devem desencorajar as pessoas a frequentar a academia, já que o monóxido de carbono – um dos poluentes mais perigosos para os seres humanos – não foi registrado em nenhum dos locais estudados. Ainda assim, as pessoas mais cuidadosas podem fazer um teste do cheiro. Se o ar de sua academia de ginástica tiver um odor químico ou carregado, talvez seja bom falar com o gerente: pergunte sobre o sistema de ventilação e se o prédio passou por alguma avaliação recente da qualidade interna do ar.

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Também vale a pena perguntar quais são os produtos de limpeza utilizados na academia e se os funcionários varrem ou passam pano úmido no chão. Segundo Carla Ramos, a segundo opção é melhor para diminuir a concentração de partículas de poeira no ar. A pósgraduanda também realizou uma avaliação formal da qualidade do ar na academia que ela mesma frequenta (independentemente do estudo) e deu ao gerente alguns conselhos sobre como reduzir alguns dos poluentes que apareceram nos resultados.

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RELACIONAMENTO

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Casada com o melhor amigo

Estudo conclui que contar com o apoio do parceiro de vida ajuda a ser mais feliz e a superar fases difíceis

O

s solteiros que nos perdoem, mas estar casado é fundamental para a felicidade. Pelo menos esse é o conselho sugerido por um novo estudo econômico realizado na América do Norte para ajudar as pessoas a superarem as dificuldades da vida: casar-se com alguém que seja também seu melhor amigo. Publicado pela Agência Nacional de Pesquisa Econômica, o documento também levou em consideração os níveis de felicidade anteriores ao casamento. Há tempos os cientis-

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tas sociais já sabem que os casados tendem a ser mais felizes, mas não tinham certeza se isso era consequência da união ou simplesmente porque as chances de os mais felizes se casarem eram maiores. Agora, o estudo conduzido pelos economistas John Helliwell, da Faculdade de Economia de Vancouver, e Shawn Grover, do Departamento Canadense de Finanças, concluiu: estar em um relacionamento estável torna as pessoas mais felizes e mais satisfeitas com a vida do que as que ficam solteiras, principalmente durante os períodos mais difíceis – como a crise da meia-idade, por exemplo. – O casamento se torna mais importante em tempos de estresse ou quando as coisas estão dando errado – garante Shawn Grover. A dupla analisou dados sobre bem-estar de duas pesquisas nacionais no Reino Unido e da Gallup World Poll – e descobriu, mesmo considerando a satisfação pessoal pré-casamento, que na maior parte do mundo o casamento torna as pessoas mais felizes. Curiosamente, a felicidade conjugal ultrapassa, e muito, o período da lua-de-mel. Embora alguns especialistas aleguem que esse nível é inato – e que a pessoa volta a ele depois de eventos muito bons e/ou muito ruins

–, a pesquisa descobriu que os benefícios do casamento persistem. Uma razão para isso talvez seja devido ao papel da amizade na relação. Quem considera o cônjuge seu melhor amigo tem duas vezes mais satisfação com o casamento do que os demais. O efeito da amizade parece ser resultado da convivência com o parceiro romântico e não da situação legal, pois se mostrou muito forte também entre os que vivem juntos, mas não são casados oficialmente. As mulheres se beneficiam mais do casamento com o melhor amigo do que os homens, embora haja menos probabilidade de encarar o marido como tal. – O que me intrigou nos resultados logo de cara foi ter que repensar o casamento como um todo. Talvez o mais importante de tudo seja mesmo a amizade e nunca esquecê-la nas atribulações do dia a dia – afirma Helliwell. Nos últimos 50 anos, o casamento vem passando por mudanças drásticas. Antigamente, como descreveu o economista vencedor do Prêmio Nobel Gary Becker, ele era utilitário: as mulheres procuravam um marido para enriquecer, e os homens buscavam uma esposa para ter alguém que cuidasse da casa. Mas, de umas décadas para

cá, os papéis do homem e da mulher vêm ficando cada vez mais parecidos – e o resultado é que os cônjuges assumiram o papel de companheiros e confidentes, principalmente aqueles que têm estabilidade financeira, como concluíram os economistas Betsey Stevenson e Justin Wolfers. Os benefícios da amizade conjugal são mais óbvios durante a meia-idade, quando as pessoas tendem a enfrentar um período de menor satisfação, principalmente devido aos altos índices de estresse causados pela carreira e pelas exigências familiares. Quem está casado, como o estudo descobriu, sofre menos oscilações, mesmo nas regiões em que o casamento não representa um elemento positivo como um todo. – O benefício é maior em ambientes de estresse; os casados conseguem administrar a crise de meia-idade melhor do que os solteiros porque, graças à amizade com o cônjuge, podem compartilhar as dificuldades – explica Helliwell. No geral, a conclusão da pesquisa é otimista para quem persevera em uma relação de longo tempo. Que é possível tornar-se mais felizes e evitar se aprofundar na crise da meia-idade graças ao apoio daquele(a) que divide a vida com a gente.

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BELEZA Febre no Exterior, chega ao país o cosmético que promete rejuvenescer e alisar a pele em segundos

Blur, o Photoshop da

NA PRATELEIRA

vida real U m produto que rejuvenesce, cobre os poros, as imperfeições e alisa a pele em uma aplicação. Não, não é Photoshop – trata-se do blur, o cosmético que imita o efeito do Photoshop na pele. Depois de virar mania entre as mulheres mundo afora, o produto deve chegar no próximo mês ao mercado brasileiro, com precinho bem mais amigável do que os similares importados (ainda mais em época de disparada do dólar). Em tradução livre, blur significa borrado ou difuso em inglês. É justamente o que ele promete fazer com os poros dilatados e demais imperfeições da pele do rosto – inclusive rugas e linhas de expressão mais leves. Trata-se de um creme de alisamento instantâneo que pode ser usado no rosto, no pescoço e na área dos olhos e promete rejuvenescer a aparência em menos de um minuto. É como se fosse feito um Photoshop na própria pele.

O principal objetivo do cosmético é uniformizar a pele, aos moldes de um primer, porém muito mais poderoso, disfarçando imperfeições como linhas de expressão, manchas do rosto, rugas, poros dilatados etc. Transparente ou com um leve tom bege ao estilo de um BB cream (que se adapta a diversas cútis), o blur pode ser usado por qualquer tipo e/ou cor de pele e permite o uso de maquiagem posteriormente sobre ele. O ideal é que seja aplicado após o uso do hidratante facial. Mas como funciona tamanha mágica? O blur é feito com uma tecnologia de partículas high-tech que refletem a luz. Essas nanopartículas penetram nas imperfeições da pele, como as rugas e os poros, e promovem uma espécie de preenchimento, causando um efeito ótico de difusão. É esta tecnologia que faz com que a textura da pele fique uniformizada. Maquiadora e diretora artística da agência Cool, que

A novidade é que, a partir de abril, será possível adquirir o famoso blur até na farmácia da esquina. Isso porque a L’Oréal Paris lança, no Brasil inteiro, o Revitalift Blur Mágico, que promete alisar a pele instantaneamente e apagar a aparência de rugas, linhas de expressão, brilho e poros. Pelo valor médio de R$ 39,90, a aplicação do produto deve ser feita antes da maquiagem – base, blush, pó etc – e seu efeito tem duração de seis horas. Para quem se interessou, vale pesquisar sobre as marcas que já disponibilizam o produto no mercado para escolher a que se adapta melhor a sua pele – e ao seu bolso, claro.

organiza a Mercedes Fashion Week, em Nova York, Yolanda López é adepta de longa data do novo queridinho do mundo da maquiagem: – O blur, que agora vem sendo usado para preencher as rugas, sempre foi muito utilizado nos desfiles de moda, principalmente quando tínhamos um casting reduzido de modelos e precisávamos que elas parecessem diferente nas passarelas. Ao longo dos anos, técnicas e fórmulas passaram a ser de uso popular, e as empresas cosméticas incorporaram essa tecnologia em seus produtos – explica. Ainda segundo Yolanda, o blur é “como uma cera” que se aplica nas zonas de rugas que se deseja preencher e que fecha o poro, cobrindo, igualando e tensionando a pele. – Mas é preciso ter cuidado, porque a fisionomia muda se abusarmos muito do produto – adverte ela. – O que acontece é que ainda assim muitas mulheres preferem esse rosto modificado do que a cara cheia de rugas.

Micro-Blur Skin Perfector, Kiehl’s (US$ 35). Livre de parabenos e não comedogênico, promete reduzir instantaneamente a aparência dos poros e refinar a textura da pele. Revitalift Blur Mágico, L’Oréal (R$ 39,90). Promete alisar a pele e apagar a aparência de rugas, linhas de expressão, brilho e poros. Fotos Reprodução

Creme de alisamento instantâneo, o blur pode ser usado no rosto, pescoço e na área dos olhos

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Skin Renew 5 Second Blur Instant Smoother, Garnier (US$ 17). Promete pele mais lisa e suave, disfarçando a aparência de linhas finas, rugas, manchas e poros dilatados – em apenas cinco segundos. Beauty Shot Face Blur, Etude House (US$ 15). Proporciona efeito de múltiplos filtros sobre a face, minimizando os poros e proporcionando aspecto radiante à pele.

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PERFIL

Fotos Reproduções

Aos 23 anos, a atriz é das raras estrelas que olha no olho e fala o que pensa: para ela, a coisa mais ousada na vida é ser você mesmo

Gente como a gente N Estrela de “A Série Divergente: Insurgente”, Shailene Woodley revela a Donna um estilo de vida minimalista que mistura o natureba com o pé no chão

MARIANE MORISAWA ESPECIAL, LOS ANGELES

vida real, viraram amigas, como se nota pelas risadas que de vez em quando atravessam o corredor do a porta trancada por dentro, hotel Four para que nenhuma das assesSeasons, em soras as interrompa. Quase Beverly Hills, meia hora mais tarde, depois espero minha da sua habitual recepção com vez para falar com Shailene um abraço – coisa normal Woodley, estrela de A Série para ela, mas anormal para Divergente: Insurgente, quando qualquer americano, famoso Kate Winslet entra no quarou não –, Shailene me pede to de sua companheira de mil desculpas pelo atraso: elenco. No filme baseado no – É que fazia um ano best-seller de Veronica Roth, que não nos víamos – diz, Shai, como é conhecida, inter- referindo-se à companheira de preta Tris, adolescente numa elenco. Chicago pós-apocalíptica diviÉ um pedido sincero, não dida em facções: Abnegação, pro forma. Não tem como não Amizade, Audácia, Franqueza perdoar. Aos 23 anos, Shailene e Erudição. Nascida em Woodley é do tipo que olha no Abnegação, ela escolhe ir para olho e fala o que pensa. Para Audácia depois de ser diagela, a coisa mais ousada a fanosticada como Divergente zer na vida é ser você mesmo. (com características de diver– É preciso ter coragem para sas facções). Os Divergentes fazer isso quando há 500 misão tratados como ameaça lhões de pessoas dizendo como pela líder dessa sociedavocê deveria ser – acredita. de, Jeanine (Kate Winslet). Não teme declarar, por Shailene e Kate são, portanto, exemplo, que acha “ridículo” inimigas no filme – mas, na existir um Dia Internacional

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da Mulher. E provocou polêmica ao declarar-se não feminista numa entrevista, mas mantém a posição: – Estamos em 2015, gente, vamos evoluir. Prefiro falar de uma irmandade entre as mulheres. É importante que as mulheres respeitem as outras mulheres, independentemente de suas visões, com quais rótulos se identifica, a cor de sua pele, sua aparência física. Há muita competição e ego envolvendo mulheres. Há muita comparação, em vez de simplesmente celebração da outra pessoa como ela é. Existe muito poder numa mulher que apoia outra mulher sem sentir inveja de sua situação. Acho que é isso que vai mudar como as mulheres são vistas no mundo: as mulheres se apoiarem. No ano passado, Shailene Woodley esteve em dois sucessos de bilheteria. A ação Divergente, de Neil Burger, primeira parte da saga, rendeu US$ 288,7 milhões no mundo

inteiro, enquanto o drama A Culpa é das Estrelas, de Josh Boone, arrecadou US$ 306,5 milhões e foi a maior bilheteria do ano no Brasil. São dois filmes sobre adolescentes, voltados majoritariamente também para adolescentes, mas que mostram a versatilidade da atriz – que concorreu ao Globo de Ouro de coadjuvante em 2012 por Os Descendentes, de Alexander Payne, no papel da filha de George Clooney. Com fama, reconhecimento, fortuna e juventude, Shailene poderia ter virado outra pessoa. Mas não. Continua sem casa fixa, ficando em apartamentos e hotéis nas locações e nos sofás de amigos ou da família quando está em Los Angeles – ela nasceu em Simi Valley, nos arredores da cidade. – Seria desperdício de dinheiro ter um lugar fixo, nunca paro em lugar nenhum – diz a atriz, que reconhece estar pronta para ter uma casa. – Mas não vou ter tempo por enquanto.

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NA NATUREZA SELVAGEM Filha de psicólogos, Shailene Woodley foi criada na base do “como você se sente em relação a isso?”. Decidiu tentar atuar aos cinco anos de idade, simplesmente porque gostava. Nunca se desapaixonou. Mas seus pais sempre exigiram que fosse bem na escola, se divertisse e continuasse sendo a mesma pessoa. Foi o mesmo conselho ouvido da agora amiga Kate Winslet, que ficou muito famosa muito rápido por causa de Titanic: “Continue sendo você mesma”. Ela obedece. Mas também sabe que não chegou onde está da noite para o dia: – Sou atriz há 17 anos. Levei 500 nãos antes de receber o primeiro sim. E o primeiro sim foi para um comercial pequeno. Demorei 13 anos para fazer meu primeiro filme. Sou apaixonada pelo trabalho, não pelas outras coisas que vêm com o trabalho. Ela vive numa mala, basicamente, o que não é difícil quando se tem umas duas ou três calças de moletom, dois pares de jeans, cinco camisas, cinco camisetas de manga comprida, alguns suéteres

e uma jaqueta de couro. Para as pré-estreias e entrevistas, sua stylist manda outras malas, com looks definidos. – Eu era mais ligada em roupas quando era adolescente. Mas hoje sou pela simplicidade. Não é preciso muito para ser feliz – declara a atriz que, na entrevista, usa um vestido longo de alcinhas, nem justo nem largo, com jaqueta de couro e botas, tudo preto. Quando tinha 15 anos de idade, Shailene começou a pesquisar o que era saudável (“Cada um diz uma coisa, era confuso”). Acabou voltando às suas próprias origens, estudando a cultura indígena do sul da Califórnia e ervas medicinais. Resultado: carrega chás para toda parte. Sua mais recente descoberta é o tomilho, bom para o sistema respiratório e para o estômago: – Aprendi com os nativos americanos sobre o senso de comunidade e a alternância entre banquetes e jejuns, entre excesso e falta, que me parece uma prática bonita, não apenas em relação à comida.

Não tinha telefone até outro dia, mas a vida ocupada fez com que se rendesse. Exercícios são parte de sua rotina, especialmente caminhadas. De vez em quando, aventura-se numa expedição de sobrevivência, construindo seu próprio abrigo, localizando fontes de água, coletando alimentos. Um de seus rituais consiste em queimar incensos e velas para mudar a atmosfera do ambiente. Nos sets de filmagem, promove sessões de flexão de braço para recuperar a energia. Fala tão apaixonadamente sobre a importância de saber a origem dos alimentos que convence até o maior dos céticos, como seu companheiro de elenco na série Divergente, Miles Teller (de Whiplash – Em Busca da Perfeição), a prestar atenção na comida geneticamente modificada. Por ser como é, normal e sem medo de parecer normal, Shailene se encaixa perfeitamente na era das estrelas gente como a gente – em que o bacana é ser a que cai na escada, que fala besteira. Que tem personalidade.

Como filha de George Clooney em “Os Descendentes”, de 2012: papel que rendeu indicação ao Globo de Ouro

Em “A Série Divergente”, ela interpreta Tris, uma adolescente na Chicago pós-apocalíptica

A atriz em uma das cenas de “A Culpa é das Estrelas”: maior bilheteria de 2014 no Brasil

Prefiro falar de uma irmandade entre as mulheres. É importante que elas respeitem umas às outras. Há muita competição e ego envolvendo mulheres. Há muita comparação, em vez de simplesmente celebração da outra pessoa como ela é. Existe muito poder numa mulher que apoia outra mulher sem sentir inveja de sua situação. Acho que é isso que vai mudar como as mulheres são vistas no mundo: as mulheres se apoiarem.

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CELIA

RIBEIRO

celia.ribeiro@zerohora.com.br

Theo trabalha no seu quarto, na Vila Conceição DIEGO VARA

Figura feminina é forte na pintura de Theo Felizzola

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no passado, Theo Felizzola voltou às raízes, à morada de seus pais, Ricardo e Anna Celina Felizzola, na Vila Conceição, na zona sul de Porto Alegre, depois de viver oito anos em San Francisco, na Califórnia, estudando na Academy of Art University, onde fez mestrado em Artes Plásticas. Filho do casal de engenheiros com três filhos, Theo, 29 anos, é o do meio. Ele desenha desde criança e chegou a concluir o primeiro ano de Engenharia, mas por tanto se identificar com o mundo visual tirou o curso de Comunicação da Unisinos com foco em design. Sentia necessidade de uma formação artística, lhe faltavam conhecimento de perspectiva e técnicas da cor. A família entendeu, e o

pai o ajudou a estudar fora. Theo já fez exposições em Porto Alegre de obras realizadas em San Francisco. Em sua residência, há uma verdadeira mostra de quadros seus, de diversas fases, incluindo um retrato de seu pai quando criança, baseado em uma foto. São obras a carvão e óleo sobre tela, na sua maioria figuras femininas. No Exterior, como não podia pagar modelos, encontrou na fotografia de mulheres um recurso prático para pintar seus retratos. Não cópias: interpretações estéticas inspiradas na realidade. Mas é diante da modelo ao vivo e com a influência ambiental que o artista capta de forma mais verossímil a alma do modelo. Recentemente, Theo aceitou a encomenda de uma moça que iria viajar e lhe mandou muitas

fotos, dando-lhe a liberdade para realizar a obra. Por isso ele aceitou – e já entregou o quadro. Na história da arte, Theo Felizzola cita, entre seus pintores prediletos, o americano John Sargent e o italiano Giovanni Boldini, que viveram até a segunda década do século passado. Ele pintou a óleo uma moça, de vestido longo, deitada num divã com os pés descalços. No chão, ela jogou o sapato de plataforma, ao se recostar languidamente. Na mesma parede está um impressionante desenho do rosto de uma mulher assustada, a nos lembrar que o domínio do desenho é o ponto de partida para a pintura. Esses e outros trabalhos serão expostos no Studio Q (Rua Dr. Timóteo, 395), com vernissage marcada para o dia 24 de abril.

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A figura feminina na minha obra é mais o resultado da tentativa de descoberta do que realmente uma inspiração. Gosto também de pintar paisagens. Acho que a temática, o sujeito, a história da tela está em nível paralelo ao da pura estética, das cores, formas e texturas. Ouvi do artista Huihan Liu, em uma de suas aulas, que o artista deve criar uma pintura extraordinária a partir de uma cena cotidiana.” Nas moças americanas, percebi diferenças em relação às brasileiras. A guria lá cresce de um jeito diferente das nossas, e os americanos são mais tranquilos em suas conquistas. Então, elas esperam lentidão nos primeiros contatos. No começo me dei mal, elas se assustavam, e tive de mudar o jeitão de paquerar. Em compensação, elas chegam mais diretamente nos homens, revelando-se bem mais responsáveis em suas escolhas.” ZERO HORA TAG

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lgumas mulheres nem estão grávidas ainda, mas já têm certeza de como chamarão o filho. Outros pais deixam para escolher o nome do bebê só bem pertinho – ou até depois do nascimento. Seja qual for o caso, a decisão é das mais importantes para quem está prestes a receber uma nova vida dentro de casa e quer que esse serzinho já chegue com uma personalidade única. Entre pais e mães brasileiros, a influência anda vindo lá de trás: nomes épicos, inspirados em reis, mitologias e heróis do passado estão em alta para batizar os bebês, de acordo com levantamento anual realizado pelo site BabyCenter Brasil. Baseado no cadastro de 87.803 bebês nascidos em 2014, a pesquisa mostrou que Sophia e Miguel continuam sendo os queridinhos de pais e mães, ocupando a primeira posição entre os mais escolhidos para meninos e meninas. Ambos são nomes curtos, delicados para as meninas e fortes para os meninos, características que a maioria dos pais declarou levar em conta na hora da

decisão. Entre os nomes que mais se popularizaram para as gurias estão Liz, Joana, Lara, Maya e Nina. Já entre os guris, aumentou o número de bebês chamados Gael, Bento, Thales, Heitor, Raul e Noah. Uma curiosidade no ranking do ano passado foi a influência da Copa. Se por um lado a fraca atuação do técnico Felipão à frente da Seleção Brasileira derrubou o nome Luiz Felipe para bebês, nem a derrota por 7 a 1 sofrida frente à Alemanha conseguiu abalar o enorme carisma do jogador David Luiz, cujo nome encontra-se em ascensão. Enquanto Luiz Felipe caiu nove posições e agora é o 67° na lista, David Luiz já ocupa o 48° lugar entre os nomes mais escolhidos para bebês no país. Entre as meninas, os nomes compostos começados por Ana e Maria estão em baixa: Ana Clara e Maria Clara, por exemplo, apresentaram queda em 2014, enquanto só Clara, sem acompanhamento, subiu no ranking. Maria Luiza é um dos poucos nomes compostos que continua forte, principalmente por conta do amado apelido “Malu”.

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Fotos Andréa Graiz

PERFIL Por Fernanda Pandolfi fernanda.pandolfi@zerohora.com.br

Lucas Menegassi é o nome à frente do El Churrero, espaço dedicado aos churros em Porto Alegre

L

O churreiro

ucas Menegassi não gosta quando brincam que ele gourmetizou o churros. Não é nada disto, garante. O que o relações-públicas – agora empresário – fez foi trazer o estilo de apreciar a massa frita e recheada, popular entre uruguaios e argentinos, para Porto Alegre. Abriu a primeira “churraria” da cidade, como se chama o espaço que vende exclusivamente a delícia gastronômica. – Aqui ainda não existia um lugar específico, em que a pessoa pudesse se sentar e comer o churros, sem ser em carrocinhas nos parques. Nasceu assim, em outubro de 2014, no coração do bairro Bom Fim, o El Churrero. Para isso, uma garagem que estava esquecida na Rua Bento Figueiredo foi transformada em uma charmosa loja de 40 metros quadrados, com projeto assinado pelo arquiteto Gustavo Redlich. Por lá, são produzidos cerca de cem churros por dia, que podem ser recheados com cacau e avelã, baunilha, parmesão (sim, também tem sal-

gado), beijinho, romeu e julieta, e o famoso doce de leite, entre outros sabores. A ideia de criar a marca surgiu após 15 anos de viagens a Punta del Este. O gaúcho, que já tinha muita vontade de empreender, mas estava acomodado na profissão, voltava do balneário uruguaio saudoso de se acomodar em uma loja de rua para apreciar um churros. Em uma das visitas ao país vizinho, começou a prestar mais atenção na produção do doce e finalizou sua pesquisa na Argentina, quando passou por uma imersão em uma churraria que lhe ensinou todos os macetes e a receita oficial do churros hermano. – Mas eu sabia que não poderia fazer algo só uruguaio ou argentino, para agradar ao nosso público, bairrista, precisava dar um toque brasileiro. Foi aí que pensei em lançar estes novos sabores, que são um dos diferenciais da marca – conta. Menegassi está focado na experiência que a loja pode oferecer às pessoas. Além de elaborar um cardápio variado, procurou

instalar um bicicletário em frente ao seu endereço e disponibilizar pratinhos com água para os animais, deixando claro que o ambiente é pet friendly. Nas quintas-feiras à noite, gosta de fazer um agito. Transforma a churraria em um quase-bar. As banquetas de madeira são colocadas para a calçada, a geladeira é forrada com cerveja, o setlist se renova no computador e as lamparinas ficam acesas na fachada. Excepcionalmente, neste dia da semana os churros deixam de ser o prato principal para virarem sobremesa: outro quitute típico hermano, os panchos viram atração da noite. – As pessoas que passam por aqui dizem que a loja poderia estar em qualquer lugar do mundo. A fórmula é simples: eu me apaixonei pela ideia. Quando você não compra 100% uma ideia, ela não vai para frente – conta. Aliás, o empresário já tem um novo ponto para abrir uma segunda loja em Porto Alegre – e até pensa em transformar o modelo de negócio em franquia.

Fernanda Pandolfi assina de segunda a sábado a coluna Rede Social, no Segundo Caderno de Zero Hora

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ZERO HORA

CASA&CIA TALKS

Um encontro ministrado por Carla Tortelli e Luana Fernandes com dicas super legais de decoração para deixar o seu apartamento a sua cara.

LOCAL Loft Vasco - Rua Vasco da Gama, 1020. Bairro Bom Fim - Porto Alegre.

ÚLTIMOS DIAS

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DATA 18 de março - 19h

INSCRIÇÕES 2º lote: R$ 160 | R$ 100 sócios do Clube do Assinante Ingressos e informações em casaecia.com/cursos


Perestroika, divulgação

Fábio Martins, Especial

SOCIAL

CULTURA Por Roger Lerina

Por Vitor Raskin deuochic@deuochic.com

roger.lerina@zerohora.com.br

CRIATIVIDADE VISUAL

Felix & Roberta Coufal Starosta (E) participaram da festa em que Isy & Fernanda Schneider Helale (D) comemoraram o bar mitzvah do filho Felipe com bela decoração de flores assinada por Angélica Martins no Juvenil

Graça Bins e Bruna Bins participaram de uma das belas festas da temporada na cidade

Marcelo Nesello & Camila Reinert no casamento do irmão dela

Presenças: as Irmãs Monica Panato e Lisandra Finkler sempre atentas aos lançamentos importantes da temporada

GAME AMAZÔNICO

Giovanni Ciuro Pacheco no jantar realizado no Chez Philippe

Os publicitários gaúchos José Pedro Bortolini e Daniel Simon (foto) são os criadores de Tamaringo, jogo com temática amazônica lançado recentemente no mercado. Primeira empreitada no mundo dos games da Devanium, empresa sediada em Porto Alegre, o produto teve sua arte pintada a lápis para reproduzir a riqueza de cores e texturas da floresta e seus habitantes. No game bacana, o último micoleão-dourado de sua espécie precisa

Vitor Raskin publica no site deuochic.com

ZERO HORA

Olha só que bacana: vai rolar na semana que vem, em Porto Alegre, um curso sobre escrita criativa baseado em cartas de amor. Por meio de correspondências apaixonadas escritas por gente como Yoko Ono, Napoleão e Karl Marx, a escritora Cris Lisboa vai apresentar os princípios básicos da escrita de não ficção. O curso Go, Writers tem rodado o Brasil. Na Capital, a aula de quatro horas será ministrada no próximo dia 19, das 19h às 23h, no Condomínio Criativo (Rua Padre Chagas, 300). Inscrições no site www.sympla.com.br. Pedro Milanez, divulgação

Bebê a Bordo: Caroline Logemann contou para Marcia Hartz que seu baby boy, que chega no inverno, vai se chamar João Eduardo

AMOR POR ESCRITO

Condomínio Criativo, divulgação

Ana Luiza Bertaso Mason & Eduardo Mason assumiram a diretoria social do Country Club

Erica Merlo, divulgação

A Perestroika vai trazer a Porto Alegre no final do mês a italiana Erica Merlo (foto) para ministrar um workshop sobre novas linguagens visuais. A artista plástica e designer passou pelo Instituto Europeu de Design e trabalhou no show room da grife de moda Alexander McQueen. Erica vai compartilhar seus conhecimentos de ilustração, sketchbook e moodboard – a ideia é ensinar as pessoas a traduzirem conceitos em imagens. Atualmente, a moça desenvolve e executa projetos envolvendo decoração, design de interiores, moda e ilustração (à direita). O curso começa na capital gaúcha no próximo dia 24.

correr para escapar da morte. Informações sobre como baixar o Tamaringo e um teaser do jogo estão no site www.tamaringo.com.

Roger Lerina assina de segunda a sábado a coluna Contracapa, no Segundo Caderno de Zero Hora

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Sair para festa

FABRÍCIO CARPINEJAR carpinejar@terra.com.br @ fabriciocarpinejar @carpinejar /fabriciocarpinejar

Q

uando nossa mulher está mais linda, não podemos nem chegar perto. É ela se arrumar para uma festa, absolutamente desconcertante e sensual, que não podemos tocá-la. É uma contradição: no

instante em que ela se produz, perdemos a chance de namorá-la. O romance é suspenso, estaremos apartados de sua beleza por algumas horas, afastados do templo, expulsos de qualquer chamego. Uma parede de vidro desce entre o casal. Um biombo baixa entre os corpos. Podemos enxergá-la, admirar de longe, elogiar e bater palmas, não nos aproximar. É um divórcio simbólico, sentimental, justamente quando está maravilhosa, nos enchendo de orgulho por sermos os escolhidos de sua vida. Trata-se de uma Cinderela para os olhos, não para as mãos. Um pavão com alma de porco-espinho, armada para se

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defender da gente. Não podemos beijá-la na boca senão vamos borrar o batom. Não podemos roçar os lábios nas bochechas senão vamos corromper a maquiagem e sujar a roupa. Não podemos cheirar o pescoço senão levaremos todo o seu perfume. Não podemos abraçá-la senão vamos abarrotar seu vestido. Não podemos acariciar seus cabelos senão vamos estragar o penteado. Não podemos alisar as coxas senão vamos desfiar as meias. Não podemos andar naturalmente de mãos dadas já que estará de salto. E precisa-

mos cuidar de suas unhas para não fazer nenhum movimento brusco e lascar as pontas. Viramos amigos no momento de sair para um evento. Repentinamente amigos. Éramos maridos um pouco antes, sem nenhum receio de envolvimento e tato, e agora os caminhos são inacessíveis. Estamos impressionados, excitados, seduzidos, loucos para nos agarrar como na primeira vez, girar a chave da boca pelo segredo do coração, mas não existe como, temos que nos controlar e nos prevenir de silêncios, ela demorou o dia inteiro para se vestir e se esmerar, não há como jogar fora a produção e a longa vizinhança do espelho. Somos cúmplices da beleza.

E também vítimas da beleza. As mulheres não compreendem por que os homens buscam sair da festa mais cedo, o quanto ficam emburrados, embirrados, de canto, mudos e paspalhos, o quanto são estraga-prazeres no melhor dos brindes e das músicas. Não é ciúme, mas saudade. Não é inveja, mas nostalgia. É o desejo mais banal de ter sua esposa de volta. Respeito os sentimentos masculinos. Só que, no fim das contas, agimos de modo egoísta e machista. Temos a mulher todo o tempo conosco, e não percebemos que, naquela noite, ela se arrumou para si, para brilhar sozinha, é um momento dela e para ela. Não atrapalhe com sua ansiedade.

ZERO HORA


É melhor ser alegre

F

CLAUDIA TAJES

claudiatajes@uol.com.br

Jefferson Bernardes, bd

Fotos Arquivo Pessoal

Menos uma: assim é que se conta quimio

Bonita de penteado novo

Alegria é a melhor coisa que existe Entre uma quimio e outra, o Carnaval 2015

oi depois de uma noite ótima e de um dia perfeito, vendo um filme no sofá da sala, que a Maria Lúcia Strek – para nós e para o mundo, Lu – sentiu uma dor esquisita. E que não parou de aumentar. Corta para o médico da emergência administrando morfina e mandando a Lu consultar a ginecologista. Nada demais, a ecografia havia mostrado um cisto no ovário. • No outro dia, a Lu foi direto da consulta para o bloco cirúrgico da Santa Casa. “O cisto rompeu”, disse a médica. De volta à vida normal, ela quase esqueceu de buscar o resultado da biópsia até que, em uma noite de agosto de 2011, foi apanhar o tal exame anatomo-patológico. Depois de elogiar o sucesso do procedimento, o cirurgião abriu o envelope e começou a gaguejar: “Bem, teu exame apresentou algo completamente inesperado – tanto pela tua idade quanto pelo que vimos na cirurgia. Eu opero há anos e realmente não esperava jamais por isso, mas tu estás com câncer. É um adenocarcinoma cístico”. (E não existe palavrão mais feio do que esse na língua portuguesa.) “Vendo hoje, retrospectivamente, me parece que já naquele instante eu decidi pela vida – e isso inclui aceitar todos os percalços que o tratamento impõe e que vão muito além de apenas perder o cabelo. Perder o cabelo virou algo icônico, porque é visível às pessoas, mas existem muitas outras dores no caminho de quem faz um tratamento oncológico”.

Foi um ano inteiro de doença e várias cirurgias em sequência. A Lu ia a festas nos intervalos das quimios com a certeza de que tudo ficaria bem. “Depois vieram dois anos de alívio e eu, prepotente e humana, demasiado humana, jurava que estava resolvido. Só que em janeiro de 2013 veio a bomba da recidiva e desde então eu vi aonde estava me metendo: uma longa jornada. De lá para cá foram mais duas cirurgias, uma delas gigante e que de nada adiantou. O tumor voltou com tudo em menos de um mês”. • O que impressiona na Lu, uma guria de pouco mais de 30 anos e que continua tão bonita quanto antes da doença, é a capacidade de não se entregar. Marcou a comemoração do próximo aniversário em um bar perto de casa – para facilitar, caso não se sinta tão bem depois da sessão de quimioterapia que terá feito pouco antes. Já está no terceiro oncologista. Por coincidência, o primeiro e famoso médico que a atendeu também foi oncologista da minha mãe – e ofereceu o mesmo descaso para as duas. Minha mãe ele atendia respondendo mensagens no então bombado MSN. Para a Lu, que tirou ovários e útero, perguntou se a menstruação estava bem. Pior que o sujeito tem boa reputação. Nada como o marketing. • Em compensação, amor não tem faltado. “Uma torcida organizada pró-Lúcia, de conhecidos e desconhecidos, passou a me acompanhar. Gente que dizia estar rezando por

mim, que a vó tinha posto meu nome na novena, que a tia era mãe de santo e ia fazer um trabalho forte para eu melhorar. Me levavam água fluidificada do Centro Espírita, ganhei touca de lã para esquentar a careca feita pela mãe de uma amiga que vive na Alemanha, pão fresquinho e muito, mas muito amor. Isso se mantém até hoje. Basta ver as manifestações de carinho no Facebook. É eu dizer #partiuquimio que tem centenas de likes e comentários amorosos dando apoio, carinho e afeto. Não é lindo demais?” • Esta não é a primeira vez que a Lu enfrenta uma grande dor com dor – mas com força. E mesmo quem não sabe percebe isso. “Participando de um evento da Bienal do Mercosul conheci um senhor muito querido, com sotaque espanhol, extremamente culto e divertido. Enquanto fomos de barco até a Ilha do Presídio, contei a ele um pouco da minha história. E ouvi um dos melhores elogios dos últimos tempos: tu não tens cara de tragédia.” Era o psicanalista Alfredo Jerusalinsky desvendando a alma da guria em meio às águas do Guaíba. • “Hoje eu tenho medos bobos e coragens absurdas.” É com uma frase da Clarice Lispector (e essa é mesmo da Clarice!) que a Lu se define. Ando encontrando tanta gente desanimada com suas doenças que deu vontade de contar essa história. Para desejar a todos que nunca falte essa coragem absurda. No resto, de um jeito ou de outro, e mesmo que não seja fácil, dá-se um jeito.

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Pensar

não é agir

MARTHA

MEDEIROS marthamedeiros@terra.com.br /marthamattosmedeiros

N

unca esquecerei minha professora de História. Seu maior desejo era conhecer Roma. Era tão apaixonada por esse sonho que chegou a memorizar o mapa da cidade, julgava-se capaz de caminhar por suas vias com mais desembaraço do que um morador local. Ela retinha a cidade em pensamento. Sentia o aroma de suas trattorias, a fuligem deixada pelas scooters, a imponência de suas edificações. Aprendeu italiano e adquiriu fluência no idioma. Tinha a viagem formatada dentro de sua cabeça, até parecia que já tinha ido. Mas morreu sem jamais sair do Brasil. Da mesma forma, lembro uma tia distante que na adolescência se apaixonou por um garoto e decretou para si mesma que, se não casasse com ele, não casaria com ninguém mais. Nunca namoraram, mas ela criava os diálogos de seus encontros, sentia a mão dele segurando a sua dentro do cinema, imaginava seu vestido de noiva, escolhia nome para os filhos que teriam. O rapaz casou com outra e ela continuava visualizando o sobrado em que morariam, os cuidados que teriam com o jardim, o apoio que dariam um ao outro quando a vida exigisse. Essa minha tia faleceu com mais de 80 anos. Virgem. Dois casos extremos. Porém, longe das extremidades, na vida mundana de cada um, também há desejos desse naipe, que se realizam apenas dentro da imaginação, se é que o verbo realizar aqui se aplica.

A fantasia é um recurso luxuoso. A fantasia ameniza frustrações. A fantasia alimenta a autoestima sem danificá-la. A fantasia quase substitui o ato concreto. Quase. O pensamento fantasioso obedece ao script que determinamos, mas não basta. A realidade é muito mais poderosa. Acontece a nossa revelia, sem cumprir os requisitos que nossa mente inventou. A fantasia é um subterfúgio legítimo, porém os fatos que fantasiamos não merecerão uma única linha na nossa biografia. O que vale é a experiência. Sofrida. Vingada. Curtida. Exaltada. O que for. Mas vivida. Está aí mais uma coisa que se aprende com a passagem do tempo: pensar não é agir. Pensar é pensar, é proteger nossa vontade, embalá-la, encarcerá-la no idealismo e se conformar com um prazer hipotético. Pensar é sem gosto, sem tato, sem cheiro, sem risco. Vale a pena uma vida sem risco? Agir, não. Agir é um salto sem rede. Agir é uma viagem, uma vertigem. É ficar disponível para o bem e o mal. Agir é para os audaciosos, corajosos, merecedores do lugar mais alto do pódio. Agir é para quem tem autoconfiança e, no caso de tudo dar errado, ter também o humor necessário para se consolar e seguir adiante. Agir é o mais potente afrodisíaco. São poéticos aqueles que vivem no sonho, mas tornam-se imunes à sedução.

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