os lagos
do cisne
Este trabalhoso atravessar o por-fazer dificilmente e como que ligado, é como o andar incriado do cisne.
E o morrer, o não-abranger-mais este chão em que dia-a-dia estamos, é como o seu pousar medroso
na água, que o recebe suavemente e, como que feliz e já passada, se retrai sob ele, onda após onda; enquanto ele, infinitamente calmo e seguro, se digna navegar sempre mais senhor de si, mais régio e impassível.
O cisne
Rainer Maria Rilke
tradução, Paulo Quintela - Ed. O Oiro Do Dia, Porto, 1983
ATOI
ATO II
INTERVALO