Apoio à cultura em alto e bom som A música transforma. Os estilos mudam. Os sucessos se reinventam. E o Banrisul permanece o lado de quem apoia a cultura. Pois investir em projetos culturais é a nossa forma de incentivar a arte e enriquecer ainda mais a história da nossa gente. Banrisul, há 91 anos valorizando a cultura.
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Editorial
FERNANDO VIEIRA | Idealizador da Festa Nacional da Música
Cada vez maior
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A Festa continua sendo um grande sucesso. O público dobrou em Bento Gonçalves.
A Fundação Casa das Artes recebeu atrações para todas as idades. The Fevers e convidados colocaram pra dançar o chamado público da melhor idade ao som de hits dos anos 70/80. Os estudantes da rede municipal assistiram a um espetáculo especialmente preparado pra eles. Eclético, recebeu de Guri de Uruguaiana ao rapper Rappin’ Hood, passando ainda por sambistas e pagodeiros. O Ninho da Criação, espetáculo que reúne grandes compositores da nossa arte maior, levou o público ao delírio quando ouviram as histórias da criação de seus maiores hits.
Milhares de pessoas assistiram a dezenas de apresentações de artistas de todos os estilos nos diversos palcos montados no Dall’Onder Grande Hotel e arredores.
A Festa abriu espaço para os talentos locais, possibilitando o compartilhamento de palco com artistas consagrados e ampla interação com compositores e produtores.
O Festival Promessas reuniu, na Rua Coberta, cerca de 15 mil pessoas e movimentou público local e caravanas de todo estado. As pessoas entusiasmadas queriam se aproximar e tocar nos artistas gospel, demonstrando o enorme carinho que têm pelos seus ídolos. Por lá, também ocorreu o grande Show Nacional que recebeu todos os ritmos passando por samba, soul music, funk, forró e muito rock-and-roll.
Os painéis e debates continuam merecendo atenção especial. Na abertura do Congresso da Música ficou ratificada a importância do evento como local de reivindicação de assuntos de interesse da classe e foram ressaltadas as vitórias políticas já alcançadas, como a chamada PEC da Música e o Vale Cultura, a partir de articulações aqui realizadas.
stamos com mais uma edição da revista da Festa Nacional da Música. A exemplo dos anos anteriores, vamos retratar aqui tudo o que rolou no maior encontro da música brasileira. Este ano, o projeto se concentrou mais em Bento Gonçalves, permanecendo em Porto Alegre apenas a Descida da Borges e a visita de artistas a hospitais e asilos.
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Claiton Dornelles/FNM
A todos uma boa leitura!
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Artigo
Festa entre montanhas e vinhedos ZEIDER PIRES |
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magine uma cidade super charmosa cercada por montanhas e vinhedos, onde as pessoas são lindas e hospitaleiras. Agora imagine esse lugar sendo palco de um encontro surreal entre artistas, músicos e compositores e, claro, muitos fãs, pra celebrar a música em todas as suas vertentes. Do pop ao reggae, do samba ao rock, do forró ao rap, daí para a música regional gaúcha; pois é, assim foi a Festa Nacional da Música, realizada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, e idealizada pelo grande Fernando Vieira.
positiva vibração ao cantar a plenos pulmões os clássicos de seus artistas preferidos. Senti isso na pele, cantando com meus parceiros das bandas Maneva e Fresno, em uma conexão improvisada e eletrizante pra mais de 20 mil pessoas. Mas nada superou o que pra mim foi a parte mais importante: a FESTA! Altas canjas rolando pra todo lado, me aventurei no palco do Samba e no palco do Rock, cantei, dancei, dei muita risada, fortaleci elos que já existiam e criei muitos outros. Teve até o momento composição onde fizemos lindas canções.
Foi minha 1ª vez na Festa e vou confessar que fiquei muito feliz em ver e sentir o entusiasmo de todos os envolvidos, como um sonho realizado. Reencontrar grandes amigos, ter contato com alguns ídolos, bolar novos planos e projetos, plantar sementes musicais e se divertir. Foi muito legal acompanhar de pertinho a premiação, ver a adrenalina e a emoção de quem, por real merecimento, levou o troféu para casa.
Por mais momentos assim, por mais pessoas que acreditam na música, pra que não só eu, mas todos da minha classe, de todas as gerações, possamos continuar fazendo o que é mais que um dom, o que na real é uma missão, encher o mundo de amor por meio da música!
No palco externo, a massa humana emanava
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Vocalista do Planta e Raiz
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Gerson Gaveta/Divulgação
Valeu Festa Nacional da Música, estou só pela próxima. Ano que vem é nós de novo!
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Artigo
A cidade em
harmonia GUILHERME PASIN |
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itmo, cadência, melodia, tom, acordes e instrumentos. São muitos os elementos que fazem parte de uma música. Mas um deles, em especial, é o fundamental para juntar os sons e criar algo que encanta nossos ouvidos e corações. Falo da harmonia. Esse é um dos campos de estudo da teoria musical, mas é também uma característica que ajuda a compreender o sucesso da Festa Nacional da Música em Bento Gonçalves. Recebemos este grande evento pela segunda vez em nossa cidade. Nos seis dias do encontro, reunimos os diversos elos que formam este importante setor da cultura e da economia. Músicos, produtores e empreendedores estiveram lado a lado com o público em apresentações e premiações. Mas tínhamos a convicção de que a Festa deveria ir além dos palcos. Por isso, propusemos uma maior participação da comunidade nas ati-
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Prefeito de Bento Gonçalves e presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (AMESNE)
vidades do evento. Convidamos os alunos das escolas municipais para encontros especiais com os artistas. O sorriso no rosto da garotada não deixava esconder: quem sabe essa oportunidade não alimentou o sonho de que, algum dia, eles também toquem e cantem Brasil afora? E além das apresentações com ingresso solidário – de 1kg de alimento não-perecível – promovemos um show aberto na Rua Coberta. Diante de uma plateia lotada, cantores e bandas conhecidas do público dividiram o espaço com jovens artistas. E os gêneros musicais também se uniam: do sertanejo ao gospel, passando por pagode, pop, rock e tradicionalista. Tudo isso em total harmonia. A Festa Nacional da Música é mais uma grande atração que reforça Bento Gonçalves como um dos principais destinos de eventos do Brasil. E que demonstra como uma cidade se torna mais unida e fortalecida em torno da linguagem universal da arte.
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Artigo
A arte que faz bem a todas as pessoas ROGERIO CAPOANI |
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que falar, de que forma se expressar sobre este que foi muito mais do que um evento em nossa prezada cidade?
Pois bem, vou expor o que senti como pessoa, ser humano e também como presidente de uma das maiores e mais representativas entidades de Bento Gonçalves e região, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, cargo e missão que estarei liderando juntamente com uma sólida equipe a partir do dia 01.01.2020 e entidade co-responsável por ajudar a viabilizar este grandioso evento. Antes de qualquer manifesto de posição, falo do que vi e senti. Confesso que o Ninho da Criação, obra genuína deste mágico evento, fez simplesmente esquecer-me de qualquer adversidade ou possíveis preocupações das quais convivemos em nosso dia-a-dia. Por aproximadamente duas a três horas, permaneci junto à minha esposa em puro êxtase, sentimento este de euforia e real felicidade. A oportunidade de assistir e estar próximo pessoalmente dos compositores dos maiores sucessos da música brasileira, simplesmente me fez acreditar que tudo podemos, se realmente acreditamos em nós mesmos e se temos coragem e determinação de externar o que sentimos, partindo de nossa alma, graças a estes verdadeiros poetas.
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Presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves 2020 a 2021
A programação completa da Festa Nacional da Música, a forma como todos foram contemplados, a alegria e satisfação que presenciei nos semblantes de todos aqueles artistas das diferenças áreas da nossa música, só comprovaram e evidenciaram o óbvio. Esta é a arte do fazer bem a todas as pessoas, ao coletivo. Com o olhar voltado ao fator econômico de uma cidade organizada e muito bem gerida como é Bento Gonçalves, pude confirmar que os responsáveis por viabilizar este magnífico evento e, aqui, me dirijo principalmente ao Poder Público local e a empresa que lidera o próprio projeto, intencionaram com seus esforços de diferentes naturezas, concluindo que todos ganhamos e muito, por sedear significativo evento de ordem nacional em nossa cidade. Uma cadeia produtiva se intensificou e propagou. Nossos hotéis, restaurantes, comércio e demais elos da engrenagem viva econômica municipal usufruíram dos benefícios e, da melhor maneira, retribuíram com sua qualidade de prestação de serviços e produtos. Este ganha que só engrandece a todos, nos faz muito mais do que torcer e sim não medir esforços para que possamos repetir e gozar de tamanha façanha. Muito obrigado, Festa Nacional da Música e parabéns mais uma vez Bento Gonçalves.
A Revista da Festa Nacional da Música é uma publicação especial da VF Editora Ltda.
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Índice Descida da Borges Troféu Premiação Homenageados Congresso de Abertura Show de Rock Ecad Ninho da Criação Música Nativista Painel Digital UBC Festival Promessas The Fevers e Convidados Abramus Show Nacional Show para Estudantes Painel Gaúcho Socinpro Noite de Shows Levando Alegria Músicos de Bento Jam Sessions Redes Sociais #FESTADAMÚSICA2019
Expediente Coordenação Executiva
Manoela Vargas Vieira e Fernando Vargas Vieira Coordenação Comercial
Manoela Vargas Vieira Edição
Camila Rocha (Reg. 7762) Textos
Camila Rocha, Eliana Grazziotin, Gustavo Victorino e Luísa Medeiros Fotos
Jackson Ciceri/FNM, Claiton Dornelles/FNM, assessorias de imprensa e arquivos pessoais dos artistas Projeto Gráfico, diagramação e arte final
Graziela Sauer Branco (GSBmídia) Impressão
Gráfica Odisseia www.graficaodisseia.com.br
VF EDITORA LTDA Avenida Dom Pedro II, 1610, conj. 405 Porto Alegre (RS)
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Descida da Borges
ABRE-ALAS
COM SAMBA NO PÉ
Imperadores do Samba
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
PROGRAMAÇÃO DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2019 COMEÇOU COM MUITA ANIMAÇÃO NO CENTRO DE PORTO ALEGRE
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abre-alas da Festa Nacional da Música 2019 despertou os sentidos dos foliões que lotaram a Avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, durante a tradicional Descida da Borges. Tudo o que se espera de um carnaval estava reunido ali: cores exuberantes, fogos de artifício, fantasias, altíssima vibração, samba no pé e, claro, muita música. Ao som inquietante das baterias, Imperatriz Dona Leopoldina, Imperadores do Samba e Bambas da Orgia, as três agremiações mais bem colocadas do carnaval de 2019 ano, abrilhantaram a noite e divertiram a galera, trazendo novidades, clima de bloco e homenagem às crianças. Também marcaram presen-
ça as figuras emblemáticas da Corte do Carnaval 2019 de Porto Alegre, como o Rei Momo Byra Borba.
DEMOCRACIA DO SAMBA Como o evento foi realizado na véspera do Dia das Crianças, muitas famílias aproveitaram para celebrar a data e mostraram que samba é sempre samba. Não importa a idade, ele nasceu para reunir e alegrar. A abertura da Festa Nacional da Música reiterou isso ao reunir um público diverso e heterogêneo: de recém-nascidos à melhor idade para a Descida da Borges.
Joaquim Lucena, Fernando Vieira e Zanza de Oliveira
Bambas da Orgia www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Descida da Borges
No desfile da Imperatriz, duas mães se destacavam com seus bebês: uma seguia o ritmo da descida com seu recém-nascido dormindo preso ao corpo e outra acompanhava o marido, à frente da bateria, com o filho do casal de um ano de idade no colo. A presença dos pequerruchinhos foi notória também na descida feita pela Imperadores. Eles desfilavam com seus familiares e se divertiam, cheios de orgulho de estarem ali.
Ala das Baianas
Em uma era em que diferenças de opinião têm afastado pessoas, foi interessante ver as adolescentes Rayssa (14), Gabriele (19) e Dayana (12). Elas curtiam juntas, mas a preferência por escola era indiferente. “A gente ama o som da bateria. Cada uma aqui é fã de uma escola. Viemos assistir nossa família desfilar. Tem gente nossa na Imperadores, outros nos Bambas”, contou Rayssa.
Charme e beleza
IMPERATRIZ DONA LEOPOLDINA Porta-estandarte
A Imperatriz mandou fogo para o alto, fez todos jogarem as mãos para cima e trouxe fantasias inspiradas na cor da escola. O laranja, símbolo de energia e felicidade, presente até na fumaça dos fogos, coloriu a Borges e passou exatamente essa sensação durante todo desfile. Isso ficou ainda mais claro quando potentes vozes se uniram em “canta, canta, Leopoldina / explode coração / sou Imperatriz / a mais querida do povão”. E o hino da escola não deixou dúvidas sobre o amor dos foliões pela bandeira. “Esse é o retrato fiel / de quem vive assim / seguindo, chorando e cantando / por ti, Imperatriz”.
Porta-bandeira
Puxadores de Samba
Fátima, Sebastião Melo, Maria Antônia e o Rei Momo Byra Borba
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Kemily Andara
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Bambas da Orgia
Bateria Sincronizada
Amor pela Escola
Muita animação
A Rainha Mirim da Laranja Mecânica, Kemily Andara, 12, mostrou que o samba está mesmo no sangue. A menina presenteou os foliões com um show de postura, graça e técnica. Os pais dela, Deise Martins Ramos e Anderson Minhoca, são adeptos do carnaval gaúcho há anos e incentivam a filha. “Para se ter uma ideia, ela dança desde os três anos de idade e chegou à Imperatriz de concurso em concurso”, contou Deise. Primeiro, foi eleita Primeira Princesa e desfilou ao lado do pai, em 2016, quando foi campeão fazendo o apoio na harmonia musical da escola. No ano passado, ela ganhou como Musa da Harmonia Mirim e agora é Rainha da Bateria. “Amo dançar e a escola soube reconhecer o meu talento. Sou Imperatriz!”, celebra Kemily.
IMPERADORES DO SAMBA
Porta-bandeira
Grupo ritmado
Porta-estandarte mirim
A Imperadores do Samba, campeã do Carnaval 2019, entrou com sua tradicional bateria, que sempre mostra a que veio e levanta geral. Visivelmente o cansaço de uma semana foi todo embora quando eles começaram a soar os tambores. O público vibrou, dançou e pulou muito. O grito de guerra: “Sou Imperador até morrer!” podia se ouvir desde antes da entrada na avenida e era lembrado a cada troca de música. A escola fez uma descida no estilo de bloco de carnaval e convidou a galera a curtir, com samba no pé, todos os ritmos, do funk aos clássicos do pagode e do sertanejo. Dona Eny Ferreira da Rosa, 82, chamou a atenção pela energia e animação. “Estou há 50
Imperatriz Dona Leopoldina
Imperadores do Samba
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Descida da Borges
anos na escola. Meu marido, já falecido, Saturnino Manoel da Rosa, foi presidente entre 1990 e 1992. Hoje, minhas netas estão aqui na bateria e eu continuo como conselheira, ajudando a unir o pessoal”, contou com alegria e alto astral.
BAMBAS DA ORGIA Os Bambas da Orgia mostraram todo o seu engajamento para o Carnaval 2020, ano em que a escola comemora 80 verões. Já chegaram com o samba-enredo do desfile do próximo ano, em homenagem ao aniversário. Foi lindo ver todos cantando juntos e a capela por um instante. “Eu sou passado / eu sou presente / eu sou futuro / saudades / quem é que não tem?”. Com exuberantes roupas azuis e esbanjando simpatia, carisma e alegria, porta-bandeiras e mestres-salas interagiam com foliões dando um show de performance e desenvoltura. Com fantasias inspiradas em super-heróis e seriados infantis, a Bambas da Orgia surpreendeu o público, trazendo baianas com bonecas no colo e personagens que remetiam ao universo infantil vestidos de puro brilho. O desfile fez até adultos sentirem o despertar da criança interior. Enquanto se posicionava na avenida, chamava a atenção um integrante da escola de, no máximo três anos de idade, no colo do pai vestido a caráter, com roupas da escola, além da porta-estandarte mirim do projeto Bambas do Futuro, Maria, de 10 anos. Público feliz
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Experiência na bateria
Baianas
Maria, porta-estandarte mirim
Pessoal do chocalho
Crianças homenageadas
Porta-bandeira
Amizade Cleber Brauner/Divulgação
UM TOQUE LOCAL MAIS
QUE ESPECIAL JOÃOZINHO, COMO É CARINHOSAMENTE CHAMADO, SE ENVOLVEU DIRETAMENTE COM A FESTA NACIONAL DA MÚSICA DESDE A PRIMEIRA EDIÇÃO EM BENTO GONÇALVES
J
oão foi indicado pelo prefeito Guilherme Pasin para representar a Secretaria de Turismo junto à organização do evento, e acompanhar o desenvolvimento do projeto na cidade. E o fez com enorme dedicação. Quem esteve na Festa em 2018 e 2019, com certeza, percebeu a presença de João Batista Pedrassani. Sempre correndo, pronto para ajudar e trabalhando para que tudo saísse perfeito. Os desavisados poderiam pensar que ele fazia parte da produção tamanho empenho e envolvimento. Mas isso, só pra quem não é de Bento Gonçalves, pois para os moradores da cidade ele é conhecido pelo seu trabalho, também dedicado, no executivo municipal. Formado
em Administração, ingressou na Prefeitura como secretário adjunto de Turismo em setembro de 2017. Nascido em Bento Gonçalves, em 9 de maio, esse taurino é extremamente dedicado, justo e leal aos seus ideais e aos colegas. Joãozinho é apaixonado por música. Extrovertido e divertido, passa o dia trabalhando e adora cantarolar. Nesta menção ao João, a Festa Nacional da Música quer agradecer a todos os funcionários das Secretarias de Turismo, de Cultura, de Educação e de Assistência Social, além das demais pastas que se envolveram diretamente para mais este sucesso. A organização da Festa Nacional da Música é grata por todo apoio que foi dispensado durante toda a programação do evento na cidade.
Secretário Eduardo Veríssimo e equipe da Ação Social
João Pedrassani
Secretário Rodrigo Parisotto e equipe do Turismo
Secretário Evandro Soares e equipe da Cultura
Secretária de Educação Iraci Vasques e Adriane Zorzi
Equipe da Secretaria de Educação
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Prêmio FNM
OTroféu
Festa Nacional da Música é hoje o prêmio mais
disputado por artistas e
personalidades ligados à nossa arte maior - a Música.
Uma verdadeira obra
de arte, criada pela
artista plástica gaúcha
Glória Corbetta.
Jackson Ciceri/FNM
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Premiação
EMOÇÃO E DIVERSIDADE MARCAM A NOITE DE HOMENAGENS 28
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Jackson Ciceri/FNM
FORAM PREMIADAS 16 PERSONALIDADES QUE MOVIMENTAM O CENÁRIO MUSICAL
O
s acordes da primeira noite da Festa Nacional da Música, em Bento Gonçalves, ganharam tons especiais: a emoção em uníssono com a parceria, a gratidão em duo com a esperança em um arranjo especial com a alegria. Assim foram as homenagens da edição 2019 do evento, que distribuíram 16 prêmios a artistas e personalidades que movimentam o cenário musical brasileiro.
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Premiação
Amizade de Serginho Moah e Vitor Kley
Vozeirão de Thiago Arancam
Um grande público acompanhou as homenagens no salão nobre do Dall’Onder Grande Hotel. A noite iniciou com muita emoção - o Padre Antônio Maria foi o primeiro convidado a entregar o troféu nas mãos do Maestro Eduardo Lages. De poucas palavras, o
Bom humor de Bruno Caliman
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Emoção de Midian Lima
maestro agradeceu o carinho, dizendo que preferia se expressar em música. Os dois entoaram, juntos, “Nossa Senhora”, imortalizada na voz do Rei Roberto Carlos, que é parceiro de Lages desde 1978. A canção foi acompanhada pelo público, que ficou comovido.
Romantismo de Tiê
Versatilidade de Antonio Villeroy Claiton Dornelles/FNM
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Dudu Nobre reuniu no palco o povo do samba
JUVENTUDE REUNIDA O que seguiu foi um desfile de atrações dos mais diferentes estilos e que, igualmente, colocaram o público para cantar - e se emocionar. Um grupo seleto de jovens artistas representou a nova geração da música nacional. Com 10 anos de carreira, a dupla Bruninho e Davi recebeu o prêmio das mãos do empresário Tuca Noronha e entoou a canção “Preto e Branco”. Recebidos com carinho pelo público, eles destacaram que a Festa possibilita o encontro de artistas que, por agenda, dificilmente podem estar juntos. A banda Fresno, em nova fase, recebeu o troféu de Tato, vocalista do grupo Falamansa. O bandleader Lucas disse que a Festa da Música é um lugar de criação de memórias afe-
tivas. “Aqui a gente fala a mesma língua, da emoção e do amor.” O cantor lírico Thiago Arancam recebeu a homenagem das mãos da atriz e cantora Zezé Motta. Ele, que entoou “My Way” a capela, disse que a emoção da premiação em Bento Gonçalves era superior a dos prêmios que ele já havia recebido, ao longo de sua carreira, em todo o mundo. De compositores para compositor, Bruno Caliman recebeu o troféu de Paulo Massalas e Carlos Colla - e aproveitou o momento para contar uma história dos bastidores da relação com artistas. Já o festejado Vitor Kley também levou a plateia ao riso ao admitir que, quatro anos atrás, esteve na Festa da Música de “furão”. Ele cantou seu grande sucesso “O Sol” com Serginho Moah, que fez a entrega de seu troféu.
Padre Antônio Maria cantou acompanhado do maestro Eduardo Lages Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Premiação
Soul de Brasileiro, Sandra de Sá e Serjão Loroza
NOMES FORTES DA INDÚSTRIA MUSICAL Aqueles que fazem acontecer a indústria fonográfica no Brasil também foram lembrados na noite de homenagens. Eles foram muito festejados pelos artistas presentes, um reconhecimento genuíno pelo empenho em impulsionar, sempre, o mercado nacional. O presidente da Warner Music Brasil, Sérgio Affonso, foi presenteado, além do troféu, com um vídeo de homenagens de diversos artistas que ajudou
Reunião do rock com Paulo Ricardo, Rádio Táxi e Luiz Carlini
a impulsionar a carreira. Entre os destaques Ludmilla e Anitta. A cantora Tiê, representando esse grupo, cantou a canção “João”. Gustavo Vianna, da Associação Brasileira de Música e Arte (Abramus) ressaltou o privilégio em estar diante de tantos talentos do cenário nacional, ao receber o troféu das mãos do diretor-executivo da entidade, Roberto Mello. O gerente de Artista e Repertório da União Brasileira de Compositores (UBC), Chico Ribeiro, recebeu o troféu do compositor Peninha e dedicou a homenagem a todos os amigos presentes.
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Já os irmãos Rafael e Francisco Hauck idealizadores da Audio Porto/Fábrica do Futuro, que receberam o troféu das mãos da cantora Joanna e do empresário Carlos de Andrade, destacaram que, enquanto muitos olham para fora em busca de soluções de tecnologia e inovação, eles apostam na criatividade e na competência do brasileiro.
Magda Beatriz
Paulo Ricardo
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Northon Vanalli, da Sonotec Music e Sound, recebeu a homenagem de Sula Miranda e declarou que é apenas uma peça de uma grande e competente equipe.
Fotos: Claiton Dornelles/FNM
Salão Malbec ficou lotado com tantas personalidades
EMOÇÃO À FLOR DA PELE A cantora gospel Midian Lima arrancou lágrimas da plateia ao entoar “Jó”, um de seus grandes sucessos. Ela recebeu o troféu dos cantores PG e Rebeca Carvalho. Já o gaúcho Antonio Villeroy, que foi homenageado pela cantora Liah Soares, contou histórias de sua carreira e interagiu musicalmente com o público cantando “Pra rua me levar”, gravado por inúmeros artistas, acelerando o ritmo da festa. Bruninho e Davi
Serjão Loroza encheu o auditório com soul music de altíssima qualidade, na companhia de Sandra de Sá e o grupo Soul de Brasileiro. Com seu carisma, ele destacou que a música é o somatório de esforços coletivos. “É nóis”, repetiu em discurso e canção.
ENERGIA NO PALCO Comemorando 20 anos de carreira, Dudu Nobre chamou toda a turma do samba e do pagode para subir ao palco. Pretinho da Serrinha, Turma do Pagode, Bom Gosto e o rapper Rappin’ Hood (que entregou o troféu a Dudu) foram alguns dos nomes que, na palma da mão, acompanharam um pout-pourri dos maiores sucessos do sambista. “Grande
Família”, “Goiabada Cascão” e “Vou Botar Teu Nome Na Macumba” foram cantadas. Para fechar a noite, Paulo Ricardo subiu ao palco para festejar a música. Ele, que recebeu o troféu das mãos de Tico Santa Cruz, do Detonautas, ressaltou que a homenagem era um resumo de sua carreira. Ele chamou o maestro Eduardo Lages para cantar “As Curvas Da Estrada De Santos”. E, para finalizar, relembrando o grande sucesso de seu antigo grupo RPM, cantou acompanhado de sua banda as canções “Loiras Geladas” e “Rádio Pirata”, colocando toda a plateia para dançar. Nessa, que é a grande festa em homenagem à música brasileira. Fotos: Claiton Dornelles/FNM
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Homenageado
SÉRGIO AFFONSO UMA VIDA DEDICADA À MÚSICA
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O PRESIDENTE DA WARNER MUSIC BRASIL, SÉRGIO AFFONSO, DEIXOU DE SER O MENINO QUE VENDIA DISCOS E SE TRANSFORMOU NO GRANDE NOME DE UMA DAS GRAVADORAS MAIS RELEVANTES DO PAÍS
N
atural do Rio de Janeiro, Sérgio Affonso cresceu encantado pelo som do rádio. Ele conta que, ainda menino, não desgrudava o ouvido do aparelho, época em que se apaixonou pela indústria fonográfica. Chegou a trabalhar como office boy e como vendedor em uma loja de bijuterias até 1971, quando ingressou no universo musical. Foi quando começou a trabalhar para a Discoteca Trotta Ltda, que era um dos maiores atacadistas do Brasil. Foi um longo período de aprendizado junto ao público. “Esse público que frequentava assiduamente as principais lojas de discos do país e outras áreas importantes do show business”, conta. Lá, teve contato com músicos, produtores e staffs das principais empresas discográficas.
O próximo passo foi trabalhar naquela que, à época, era a gravadora número um do país, a EMI Odeon - primeiro, como vitrinista e, em seguida, como divulgador de rádio. Mais tarde, assumiu os cargos de gerente de promoção, gerente de marketing internacional e, então, diretor de Marketing. Nos anos 1980, foi convidado pela WEA Ltda para assumir a função de diretor de Marketing Internacional (Warner, Elektra e Atlantic, que mais tarde virou a Warner Music Brasil). Affonso passou por um período de alternância entre a Warner Music Brasil, a EMI Odeon e a Polygram do Brasil até assumir a presidência da WEA Music, função que exerceu durante seis anos.
Com Bruno Mars
Com Anitta
Com Madonna
Com Iron Maiden
Com Ed Sheeran www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado Jackson Ciceri/FNM
VIVÊNCIA INTERNACIONAL Em abril de 2001, foi nomeado presidente da Warner Music México. “Foi um período de extrema felicidade pelo convívio com a cultura mexicana e pelas contratações realizadas na logística”, lembra. Em 2006, regressou ao Brasil. Ainda naquele ano, assumiu a presidência da Warner Brasil. Em sua trajetória teve a honra de conviver com centenas de grandes nomes da música nacional e internacional, além de participar de turnês internacionais e dos principais festivais de músicas do Brasil, entre eles o Rock in Rio. “Essa convivência intensificou ao máximo meu amor pela música e pela arte”, comenta.
Affonso e Tiê que lhe entregou o prêmio
Com Coldpaly
Com Gilberto Gil
Com Alok
Com Marcelo Falcão
Com O Rappa
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Com Iza
UM MERCADO EM TRANSFORMAÇÃO
Com Ferrugem
Sérgio Affonso tem uma bagagem de quase cinco décadas no mercado musical. Um universo que passou por transformações importantes - que ele acompanhou de perto. “O mundo digital aumentou tremendamente o acesso à música, como jamais havia acontecido em qualquer época”, analisa. Isso, em sua opinião, tem ajudado a renovar os gêneros musicais mundo afora. “Vejo essa transformação com ex-
trema alegria”, comemora. À frente da Warner Music Brasil, tem investido forte em novos talentos e nos chamados “Contratos 360º”, que cuidam da carreira dos artistas de forma ampla. Cuidado que se reflete no carinho e cuidado dos seus “pupilos” com ele. Em um cenário desafiador, Affonso fala do futuro: “Prevejo um mundo farto musicalmente e a ampliação do mercado para gerações que, hoje, ainda resistem à tecnologia”.
Com Concha Buika
Com Kevinho
Com Paula Mattos
Com Tom Capone
Com Ludmilla
Com o produtor Humberto Tavares
Com Um44K
Com Eric Clapton
Com MC WM
Com Pocah
Com Kelly Key
Com Red Hot Chili Peppers www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
DUDU NOBRE O JOGADOR DAS 11 POSIÇÕES
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VERSATILIDADE PODE SER UMA BOA PALAVRA PARA DESCREVER DUDU NOBRE. NO ANO EM QUE COMPLETA 20 ANOS DE CARREIRA O CANTOR, COMPOSITOR E INSTRUMENTISTA ANUNCIA UMA NOVA FRENTE DE TRABALHO: VAI LANÇAR SEU PRIMEIRO LIVRO
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Entre os nomes presentes na sua infância estão Martinho da Vila, Beth Carvalho, Alcione, Bezerra da Silva, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal e Jorge Aragão, entre tantos outros. Aos 5 anos, aprendeu sozinho a tocar cavaquinho. E, mesmo com o coração já batendo no ritmo do samba, Dudu foi estudar piano clássico, instrumento que ele considera importantíssimo para sua formação.
Homenageado cantou sucessos da carreira Jackson Ciceri/FNM
simplicidade e o empenho em se reinventar, constantemente, dão o tom da fala mansa de João Eduardo de Salles Nobre, o Dudu Nobre. O artista cresceu em um autêntico Berço de Bamba - sua mãe, Anita Nobre, era uma das precursoras das rodas de samba do Rio de Janeiro. “Na época, das 10 rodas fixas que existiam no Rio, três eram de mamãe. Então desde garoto eu convivo com grandes artistas que, sem dúvida, me influenciaram muito”, narra.
Rapper Rappin’ Hood fez a entrega do troféu
No Bar do Zeca com Eri Johnson Com Jorge Aragão
Com Zeca Pagodinho
Com Jorge Ben Jor www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
Ao fundo, em roda de samba com Beth Carvalho
Quando bebê
Com Nelson Sargento
Com a irmã Lucinha Nobre
Com Lucinha Nobre
Com os pais, Anita e João Eduardo
INVENTOR DE HITS Dudu é um verdadeiro hitmaker. Aos oito anos, começou a compor sambas e sambas-enredos e, com apenas 10 anos, faturou o samba-enredo da Alegria da Passarela, o embrião da escola-mirim Aprendizes do Salgueiro. A primeira gravação foi quando tinha 19 anos e já emplacou o grande sucesso “Vou Botar Teu Nome Na Macumba”.
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Com Zico
Sorriso é marca registrada
Desde pequeno batucando
Cantando desde criança
Com Lucinha Nobre
Apresentação junina
Festa de 80 anos da bizavó paterna
Depois disso, foram mais de 300 sambas compostos por Dudu Nobre e gravados por ele e por muitos outros sambistas. “A Grande Família”, “No Mexe Mexe, No Bole Bole”, “Posso Até Me Apaixonar”, “Goiabada Cascão”, “Tempo De Don Don”, “Chegue Mais” e “Quem É Ela”, estão entre composições que já viraram clássicos. Com essa coleção de hits, o artista lançou 14 discos e três DVDs. “Sou do tempo em que se fazia álbum. Uma vez por ano, durante até quatro meses, estava no estúdio gravando, por isso uma discografia tão grande”, revela. Entre eles, alguns projetos que enchem ele de orgulho, como os dois discos de cavaco instrumental. E desse altíssimo volume de gravações, emplacou 12 canções na televisão. “Com essas músicas a gente, literalmente, entra na casa das pessoas, cria uma identificação muito grande. Eu só posso retribuir
Com Ronaldinho Gaúcho
Na infância
esse carinho todo”, diz.
20 ANOS DE CARREIRA Atento às mudanças, Dudu Nobre inova para a comemoração das suas duas décadas de carreira. O projeto prevê o lançamento de uma música inédita, com videoclipe, a cada mês. A primeira, “Tão Só” está prevista para final de outubro. Em novembro, será a vez de “Nega, Nega, Nega”. O artista também pretende lançar seu primeiro livro, em 2020, sobre a história do samba, além de colocar na avenida seu 30º samba-enredo, pela Unidos da Tijuca. Isso sem deixar de lado seu curso online de cavaquinho, que já soma mais de 60 vídeo-aulas e livro com 300 páginas de exercícios. Pai de três meninas (Olívia, Thalita e Alícia) e de um menino (João Eduardo), Dudu afirma que “tem que jogar nas 11 posições” e que “essa parada não pode parar.”
Com Lucinha Nobre
Com Seu Monarco
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Homenageado
BRUNO CALIMAN
DO JINGLE PARA LOJAS AO GRAMMY LATINO 42
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Claiton Dornelles/FNM
“CERTAS CANÇÕES SÃO ETERNAS”, ASSIM COMO O AMOR DESCRITO NA MÚSICA “TE ESPERANDO”, DO COMPOSITOR BAIANO BRUNO CALIMAN.
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onsagrada e premiada depois de ganhar vida na voz de Luan Santana, há cinco anos. “Na verdade o mundo está precisando de amores assim / porque podem se passar 10, 20, 30 anos / eu sempre vou estar aqui / te esperando, viu?”. Essa canção impactou tanto o público que chegou a ser a mais tocada em 2014. Isso foi suficiente para que recebesse o Prêmio Multishow de Música e Caliman fosse considerado o Autor do Ano pela Som Livre. Mas esse divisor de águas na vida dele começou um ano antes com “Camaro Amarelo”, gravada por Munhoz e Mariano, que recebeu o prêmio de Melhor Música de 2014 das mãos de Fausto Silva, no Domingão do Faustão. E foi ainda mais longe. “Grama do Quintal”, gravada por Daniel, contribuiu para que o cantor recebesse o Grammy Latino 2017 de Melhor Álbum de Música Sertaneja. Mas quem pensa que foi fácil chegar a esse patamar, não imagina a luta que envolveu. “Dez anos antes de receber esse prêmio, criei, pela primeira vez, uma música pro Daniel. Saí
da Bahia de ônibus rumo a São Paulo, só com a grana da viagem, e fui até o local em que ele estaria fazendo um show, para entregar em mãos um CD com a música”, conta.
MAIOR ARRECADADOR DE DIREITOS AUTORAIS Nos últimos 10 anos, 21 canções de autoria de Bruno Caliman ficaram em primeiro lugar nas rádios de todo país. Isso explica o fato de ter sido o maior arrecadador de direitos autorais em 2015 e 2018, segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Com Luan Santana, Caliman emplacou outras quatro músicas: “2050”, “Parede Branca”, “Isso Que É Amor” e “Sogrão Caprichou”. Marcos e Belutti gravaram “Domingo De Manhã”, outro grande sucesso. Além disso, ficou conhecido por revelar Léo Magalhães com a música “Oi”, Gabriel Gavas com “Fiorino”, e Dilsinho com “Péssimo Negócio”. Para Caliman, “a música boa cria asas e encontra o seu dono”. “Oi” chegou a ser a música mais tocada no Brasil, antes mesmo de ter sido gravada oficialmente.
Massadas e Colla entregaram o prêmio a Caliman Jackson Ciceri/FNM
Caliman é grande compositor da nova geração www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
Depois disso, as composições dele começaram a ser gravadas por grandes nomes da música brasileira: Ana Carolina, Roupa Nova, Zezé Di Camargo e Luciano, Luiza Possi, Daniel, Jorge e Mateus, Bruno e Marrone, Fernando e Sorocaba. “É incrível olhar para trás e ver artistas de quem eu sempre fui fã gravando músicas minhas”, declara Caliman, que é casado com a psicóloga Rose, com quem tem três filhos.
PUBLICIDADE, MÚSICA E CINEMA “Desde a infância, o meu mundo é o quarto. Se deixar, fico o tempo todo lá ouvindo música, escrevendo, tocando e gravando no celular. Eu gosto de escapar um pouco desse mundo aqui”, brinca o compositor, que há 20 anos decidiu viver da música. “Entrei em um ônibus e rodei o Brasil por cinco anos, oferecendo canções para lojas. Nesse período, escrevi cerca de 2 mil jingles”, relata. Foi nessa época que nasceu o refrão de “Camaro Amarelo”. ”O dono de uma loja de eletrodomésticos pediu que eu ficasse na porta, tocando algo que chamasse o público
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para as promoções. Aí, eu criei ‘agora é tudo em 12, 12, 12, 12’... O pessoal não entrava para comprar, mas começava a dançar na calçada. Isso me fez pensar em ‘agora eu fiquei doce, doce, doce, doce’”... Assim foi com “Beber, Cair, Levantar”, que veio a partir de um jingle feito para uma loja de carros: “comprar, vender, negociar”... Em ritmo de axé, os versos ganharam ainda mais força e terminaram por sacudir as ruas de Salvador, quando Ivete Sangalo soltou a voz junto com André e Adriano em pleno carnaval baiano de 2008. Tal foi o sucesso que o hit foi eleito Música do Carnaval Band daquele ano.
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Caliman é dono de uma personalidade inventiva. Formado pela Academia Internacional de Cinema, no Rio, ele se prepara para lançar o seu segundo longa metragem, “Alter e Eu”. O filme, gravado nas mesmas locações de “E.T.: O Extraterrestre”, na Califórnia, mistura cinema e música e traz Bruno cantando 10 composições próprias no estilo folk. “Quis gravar lá porque ‘E.T.’ foi o filme que mudou a minha vida”, detalha. Já, o roteiro envolve psicanálise e foi inspirado nas conversas com a esposa. Aborda a relação dele com seu alter ego e a questão do sonho. Ele deu um teaser: “tem algumas coisas assim: ‘está na hora do seu sonho decidir quem vai acordar quem’, ‘o sonho que cabe em você é pequeno demais’, ‘nenhum sonho vira pó. Todo sonho é um pedaço de um sonho maior’”, conclui Caliman.
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PAULO RICARDO
O PASSADO MAIS VIVO DO QUE NUNCA! 46
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Claiton Dornelles/FNM
NA ONDA VINTAGE QUE ACOMPANHA O MERCADO, O LÍDER DA ANTIGA BANDA RPM REMONTA SHOW HISTÓRICO, QUE CARREGA ATÉ HOJE RECORDE DE VENDAS NA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
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Toquem o meu coração/façam a revolução/Está no ar/nas ondas do rádio”... Era para ser só uma letra. Mas o poder da palavra, embalada pela magia da música fizeram acontecer... Ao som de canções como “Rádio Pirata”, há 35 anos, Paulo Ricardo, na época líder e vocalista do RPM, atraiu 2,5 milhões de fãs para a turnê que durou pouco mais de um ano e leva o mesmo nome da música. Um dos maiores recordes brasileiros de público da história e também de venda de discos. Ao todo, “Rádio Pirata Ao Vivo” vendeu mais 3,5 milhões de cópias.
O show que deu origem ao álbum “Rádio Pirata Ao Vivo” foi gravado no Anhembi, em São Paulo, em 1985, com uma superprodução dirigida por Ney Matogrosso. Tamanho foi o frisson provocado pela gravação que, pouco tempo depois do seu lançamento, os hits estavam não só nas ondas do rádio, como também nos palcos das capitais do país e na voz de boa parte dos brasileiros.
Esse disco pode ser considerado uma lenda. “Mais importante do que os números e todo o resto, é o poder da permanência e da longevidade de “Rádio Pirata” que me deixa honrado. Eles continuam vendendo, as canções continuam tocando. É por isso que estou homenageando esse álbum”, comenta o cantor.
LP Rádio Pirata ao vivo
Na década de 1980 com o RPM Jackson Ciceri/FNM
Além disso, “Rádio Pirata” foi o primeiro CD a sair no Brasil. “Recebi, no Japão, a primeira cópia do CD. Mas, na época, o vinil ainda era a bola da vez. E a demanda foi tão grande que tivemos que alugar todas as fábricas da América Latina para fazer exclusivamente “Rádio Pirata”. Foi um momento muito Beatle, que deixou muitas bandas esperando para produzir seus discos, porque nós monopolizamos tudo”, lembra Paulo Ricardo.
Após receber o troféu Paulo Ricardo fez todo mundo dançar
Tico Santa Cruz fez a entrega da homenagem www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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“SE ESTEVE LÁ, VAI SE ARREPIAR” A reedição de “Rádio Pirata Ao Vivo” já começa a sacudir a galera Brasil afora na mesma vibe que moveu multidões, com a mesmíssima produção iluminada a canhões de raio laser, neon e tudo mais. A estreia da nova turnê foi no Imperator, no Rio, em setembro. E segue pelo Brasil. No repertório estão, além de “Rádio Pirata”, “Revoluções Por Minuto”, “Alvorada Voraz”, “A Cruz e a Espada”, “Naja”, “Olhar 43”, “Estação no Inferno”, “London London” e “Flores Astrais”. Apenas as duas últimas não são composições do cantor. “O espetáculo ‘Rádio Pirata Ao Vivo’ é exatamente o mesmo show de 85. Se você esteve lá, vai se arrepiar. Se não esteve, bem-vindo a bordo”, convida Paulo Ricardo. No show apresentado no
Anhembi, Paulo Ricardo cantou “London, London”, música composta durante o exílio de Caetano Veloso em Londres, onde o vocalista do RPM também morou durante algum tempo.
GRANDE SUCESSO A música não fazia parte do álbum inicialmente gravado. “Foi tocada no show, a pedido do Ney, para que houvesse um momento mais tranquilo. E o sucesso da canção foi tão grande que ela se tornou uma metacanção: foi pirateada pelas emissoras de rádio e chegou em primeiro lugar”, lembra Paulo Ricardo. Que ironia!. “Diante disso, tivemos que parar duas semanas para registrar no álbum, que foi mixado em Los Angeles, que já foi uma grande inovação de áudio e permanece até hoje”, lembra o cantor.
TRINTA ANOS DE ESTRADA Além de jornalista, cantor, compositor e intérprete, Paulo
Ricardo (Oliveira Nery de Medeiros) é baixista, guitarrista e ator. Um artista multimídia. Nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Urca. Ainda no Jardim de Infância, participou de um programa de TV, cantando por três sábados seguidos. Seu ídolo desde pequeno era o Rei Roberto Carlos. Em 1967, ao assistir com seu pai o filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, decidiu que a música seria o seu futuro. Anos depois, criou a sua primeira banda, a Prisma. Paulo Ricardo morou com a família em Florianópolis, Brasília e São Paulo. Paralelamente, ele começou o curso de Jornalismo na USP. E os primeiros trabalhos foram sobre música -- para as revistas Som Três e Pipoca Moderna, além do jornal Canja. Passados dois anos, resolveu ir para Londres onde teve contato com a cena musical europeia do pop-rock, pós-punk e new wave. Da capital inglesa escrevia a coluna “Via Aérea”, com as novidades musicais europeias.
Com a nova banda
Com a esposa Isabella Pinheiro
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Sempre rock-and-roll
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Com o filho Luís Eduardo
Fotos: Isabella Pinheiro/Divulgação
Nos palcos dos anos 90
PRÊMIO E INDICAÇÃO AO GRAMMY
como Melhor performance vocal internacional.
Após o fim do RPM, em 1989, Paulo Ricardo seguiu carreira solo. Alguns trabalhos renderem prêmios. A trilha sonora da versão brasileira do filme “Spirit - O Corcel Indomável”, originalmente gravada por Bryan Adams, foi considerada, pela DreamWorks,
O CD “Prisma” - lançado em 2006 com canções inéditas de sua autoria, a regravação de “Ninfa”, parceria com P.A. e o hit “A Chegada” - foi indicado ao Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo no ano seguinte.
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EDUARDO LAGES DETALHES NADA PEQUENOS
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Claiton Dornelles/FNM
Jackson Ciceri/FNM
MAESTRO, PIANISTA, ARRANJADOR E COMPOSITOR, EDUARDO LAGES GRAVA AO LADO DO REI ROBERTO CARLOS DESDE 1978 E JÁ DIVIDIU O PALCO COM ELE MAIS DE 3 MIL VEZES EM SHOWS E ESPECIAIS DE FIM DE ANO NA TV
A
o ouvir “quando eu estou aqui / eu vivo esse momento lindo”, você sabe que a voz é do Rei Roberto Carlos. Mas o que poucos percebem, normalmente, é o conjunto da obra. Tão importante quanto o trabalho de interpretação é o de produção musical, que, neste caso, está nas mãos de Eduardo Lages, regente da orquestra do Rei.
Padre Antônio Maria fez a entrega do troféu Jackson Ciceri/FNM
Mas não é só o rei que tem o privilégio de contar com o talento desse renomado músico. Cauby Peixoto, Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner, Ângela Maria, Milton Nascimento, Alcione, Gilberto Gil, Daniel e Chitãozinho e Xororó também tiveram esta oportunidade. O maestro também foi diretor musical e arranjador de programas da Rede Globo. Juntos entoaram “Nossa Senhora”
No momento, Eduardo se dedica a um show particular, pautado por um refinado repertório, que passeia pela música popular
Com Roberto Carlos Com Simone e Simaria
No cruzeiro especial do Rei
Com Moacyr Franco
Com Marina Elali
Com Michel Teló
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Homenageado
brasileira e pelos clássicos do Rei Roberto Carlos, como “Cavalgada”, “Calhambeque”, “Emoções”, “Detalhes” e “Como É Grande O Meu Amor Por Você”. Essas e outras músicas autorais estão em discos gravados por Eduardo nos últimos 10 anos. “O Roberto gravou 20 músicas minhas com letras do compositor Paulo Sérgio Valle. Lembra de ‘Coisas do coração’? Pode ser amor / pode ser paixão / pode ter até outra explicação... Outra bastante conhecida que é ‘Eu nunca amei alguém como eu te amei’, gravada pelo Roberto e pela Ivete Sangalo”, acrescenta.
Com Djavan
Com Thiago Arancam
Com Evaldo Santos e Jérry Adriani
Além de trabalhar com o Rei e fazer o seu próprio show, o maestro integra o Movimento Artístico Universitário como arranjador, regente e compositor ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha, Audir Blanc e César Costa Filho. E, nas horas vagas, ainda canta voluntariamente para pacientes de hospitais e casas de repouso. “Uma neurocientista comentou que, quando passo pelo hospital, a dosagem de alguns medicamentos é reduzida em 50%. O resto, a música supre. Eu dedico muito esse trabalho ao meu pai, que era médio e insistia para que eu estudasse medicina.”
EMOÇÕES O contato com a música surgiu pouco depois de ter dado os primeiros passos. Aos quatro anos de idade, Eduardo já tinha intimidade com o piano clássico. Em 1976, já era maestro da TV Globo e trabalhava fazendo trilha para comerciais. E à noite, tocava no bar onde os artistas se refugiavam depois dos shows. Um deles era Roberto Carlos.
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Com Simone e Simaria
Com Gustavo Victorino
Nessa época, Eduardo comandava a orquestra do “Globo de Ouro”, programa em que Roberto Carlos costumava participar por ocupar os primeiros lugares nas paradas de sucesso. “Um dia, em 1978, ele me falou que queria que eu fizesse parte da sua equipe, planejava fazer shows no mundo todo com uma grande orquestra. Engraçado que o meu estilo era mais jazz e bossa nova. Mas nem pensei muito e aceitei o convite”, relata. Foi o início de uma parceria que ultrapassou as fronteiras profissionais e se tornou uma grande amizade. Tanto que, depois de trabalharem juntos por um ano, Roberto foi convidado para ser padrinho da terceira filha do maestro. São 41 anos de parceria. A estreia ocorreu no Canecão, no Rio, em 1978, turnê que rendeu
Parceria com o Rei
PARA GUARDAR NA MEMÓRIA
A terceira grande lembrança que o maestro guarda com orgulho é a de ter tocado para o Papa João Paulo II na sua última vinda ao Brasil, em 1997, durante a missa campal no Aterro do Flamengo para 2 milhões de pessoas. “Cheguei a ter um pequeno diálogo com o papa. Fiquei tão apaixonado que, um mês depois, estava no interior da Polônia procurando a cidade dele, queria saber onde tinha morado e tudo mais”, lembra.
No estádio Beira Rio, em Porto Alegre, Eduardo viveu outra experiência no topo da lista das mais memoráveis. Em 1998, Roberto Carlos foi convidado para fazer a abertura do show de Luciano Pavarotti. Um dia antes, durante uma reunião, ficou combinado que Pavarotti chamaria Roberto para cantar pela paz no mundo ao final do show. “Fiquei tenso e ale-
Com Luiz Ayrão
Com Alejandro Sanz
gre ao mesmo tempo, porque estaria com dois reis. Fiz os arranjos de “O Sole Mio” e “Ave Maria” na hora para eles e ficou uma coisa tão descontraída... E eu só lamentava o fato de nenhum amigo estar vendo aquilo e por não ter uma forma de registrar o momento, porque, na época, celular vinha sem câmera”, brinca.
seis meses de trabalho intenso, com duas apresentações por dia no final de semana. “Fiquei muito emocionado no primeiro show. Estavam lá os meus pais e amigos, esposa e filhas. Quando terminou o show, ele me deu um beijo e disse: ‘muito obrigado, meu maestro querido’. Isso eu nunca vou esquecer”, declara o músico.
Com Zizi Possi
Com a atriz Isis Valverde
Com Tiago Iorc e Roberto Carlos
Com Agnaldo Timóteo
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NORTHON VANALLI MÚSICA NAS VEIAS
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Jackson Ciceri/FNM
APAIXONADO POR BATERIA, NORTHON VANALLI TEM MÚSICA NAS VEIAS, COMO ELE MESMO DIZ
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ntegrante de uma família de músicos, começou a tocar bateria aos oito anos de idade e até os 40 se dedicou ao instrumento. Em 2005, encerrou a carreira de músico para se dedicar à Sonotec Music e Sound, quando a empresa passou a importar a renomada bateria Gretsch e precisou contratar um baterista para fazer a divulgação da marca Brasil afora. “Fui convidado porque era de Presidente Prudente. Comecei a fazer workshops de bateria em lojas de Belo Horizonte, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, participava voluntariamente nas compras e escolha de produtos da empresa. Daí, veio a oportunidade de viajar com a empresa para a Alemanha e estudar Inglês.” Esse foi o passo que o levou a receber a responsabilidade por tomar conta dos patrocinados da Gretsch no Brasil, que já estava montando um time: Paulinho Fonseca (do Jota Quest), Serginho Herval (do Roupa Nova), e Cuca Teixeira.
“Quando vi, me tornei gerente de Marketing da Sonotec e hoje tomo conta de todas as marcas de bateria na empresa. Participo de feiras internacionais: já fui mais de 20 vezes para a China em busca de lançamentos”, relata. Northon cuida com todo o carinho do relacionamento com artistas que usam os produtos da Sonotec. “A minha vida mudou completamente. Viajo muito. Estou sempre em algum show de gravação de DVD”, completa.
Sula Miranda fez a entrega da premiação
Com Roberto Carlos
Com o pai Linimar e o filho Igor
Com Renato Silva, dono do Grupo Renaer (Sonotec/Musimax/Eros/Staner) www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
LIÇÃO A formação familiar foi marcante e norteou os rumos profissionais de Northon. “Quando eu tinha 12 anos, fui tocar um carnaval com meu pai, que era baterista da banda. Eu tocava tamborim. E, em uma noite daquelas, meu pai me chamou na beirada do palco, no intervalo, e falou: ‘Você está vendo todas essas pessoas aí? Elas podem pular, brincar, cair no chão, beber, dar risada. Elas vieram aqui para se divertir. Você não. Você é músico, está em cima do palco e é o profissional. Tem ser responsável, dedicado e trabalhar com seriedade’. Nunca mais esqueci essa lição”, conta.
Com esposa Rhaiane
Com Léo Santana
Com Mr. Gretsch (EUA)
Com Alisson Becker
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Com Fernando e Sorocaba
Com Péricles
Com Simone e Simaria
Com Danilo Athayde e Samuel Passarello
Com Leonardo
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Com Cuca Teixeira
Com Felipe Araújo
Com Luan Santana
Com Gusttavo Lima
Com Makoto, Alexandre Seabra e Tati (Takamine)
Com Fausto Cuevas (EUA)
Com Zé Neto
DESTINO TRAÇADO PELA BATERIA “Meu pai era baterista. Sempre tive convívio com a música: piano, violão, serenata. Um dia, meu pai levou uma bateria para casa, para fazer um ensaio de carnaval, e eu sentei e comecei a tocar de cara, sem nunca ter estudado”. Aos 13, tocava em bailes e festas e aos 16, passou a fazer isso profissionalmente. Northon Vanalli deixou seu legado em Presidente Prudente: o Instituto de Bateria que leva o seu nome. A escola foi fundada em 1996 e é reconheci-
Com Eduardo Costa
Com Alexandre Pires
Com Roupa Nova
Com Mateus Manfredini e Renata Del Trejo Silva
Com Joao Bosco e Vinicius
da pela formação de mais de 800 alunos e por difundir a importância da bateria no cenário musical local. Um ano depois de criar o Instituto, Vanalli gravou “Delanda”, no álbum “Pearl Brazilian Team III”. Em 2000, Vanalli lançou o álbum “Bateras in Prudente”, com músicas compostas por bandas de alunos da escola. Mais tarde, veio “Você”, um CD educacional criado para aprimorar não só bateristas, mas também guitarristas e baixistas. Um ano depois, lançou a videoaula “Estude, construa e toque”, também disponibilizada em DVD.
Com Luiz Carlos (Raça Negra)
Com Igor
Com Juliana e Odilo
Com Marcos e Belutti
Com Mateus e o diretor Alexandre Seabra
Com Cristiano
Com a mãe Maria Antonia
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O FENÔMENO
VITOR KLEY 58
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Claiton Dornelles/FNM
Jackson Ciceri/FNM
O SORRISO NO ROSTO E O ALTO ASTRAL TRADUZEM A PERSONALIDADE DO CANTOR E COMPOSITOR. COM APENAS 25 ANOS, ELE DESPONTA COMO UM DOS NOMES MAIS PROMISSORES DA GERAÇÃO POP
Vitor recebeu o troféu das mãos de Serginho Moah
O cantor arrasta multidões por onde passa
Affonso e Tiê que lhe entregou o prêmio Um hitmaker nato
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itor ganhou visibilidade nacional em 2017, com o hit “O Sol”. Os versos simples (porém marcantes) do single ganharam a simpatia do público jovem, que somou, rapidamente, mais de 150 milhões de visualizações no YouTube. Mas, apesar da pouca idade, a história musical do gaúcho de Novo Hamburgo remete aos seus primeiros anos de vida. A sua primeira composição foi com apenas 10 anos inspirada na sua visão, ainda criança, de situações do seu dia a dia. A inspiração para “É Bem Melhor” nasceu com base em um romance de escola, porém, no meio do processo, Vitor perdeu a avó. “Lembro que, na época, não entendia direito, mas aquilo mexeu fundo comigo. A maioria dos trechos dali pra frente fiz dedicados a ela, minha linda avó, Haidê”. Vitor era frequentador assíduo dos palcos da escola onde estudava e, aos 11 anos, fez sua primeira apresentação no teatro da cidade, com uma música de sua autoria, “Toda Pra Mim”. O guri não parou de compor e quando lançou seu primeiro disco “Eclipse Solar”, aos 15 anos, o álbum já continha 16 faixas autorais.
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Homenageado
O sorriso é a marca de Vitor
CONTADOR DE HISTÓRIAS A grande inspiração vem do seu dia a dia ou de acontecimentos ao seu redor. “Não sou bom em inventar histórias, mas sim em contar histórias”, diz. O artista revela que deve ter escrito em torno de 500 músicas até chegar a seu grande hit, “O Sol”. Fã de Armandinho, é inegável a influência do cantor, que é seu amigo e “padrinho musical”. Amizade, aliás, que nasceu de uma profunda admiração profissional e o gosto compartilhado pelo surf. “Tínhamos alguns amigos em co-
Ligado à natureza
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Ainda um guri
Com o professor Cleber Viana
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mum e uma vez o encontrei, no mar, e disse que tinha escrito um som na levada dele. Ele se interessou e aí tudo aconteceu”, lembra. A partir disso, foram muitos shows compartilhados e a gravação do 2º disco, “Luz a Brilhar”, sob a tutela do amigo. A música que dá título ao álbum foi a mesma cantada por Vitor em sua primeira apresentação para um grande público. Em 2012, quando Armandinho o convidou para uma palhinha no festival Planeta Atlântida. “Foi louco. Eu chorava muito logo depois de sair do palco, parecia um sonho, sei lá, ainda é um sonho”, lembra.
Iluminado
ODE AO SOL Em 2015, Vitor Kley lançou um EP que deu uma amostra do sucesso que estava por vir. Foi em 2017 que sua canção “O Sol” ganhou as rádios e plataformas digitais em todo o país quase que instantaneamente. “É realmente uma carta ao sol. Eu amo ele e meus dias são incríveis quando ele está ali, brilhando forte. Fico feliz por ser sempre lembrado por essa música, pois ela fala de algo bom e leva algo bom pra todo mundo”, comemora. O single “Morena” chegou em junho de 2018. A canção, também inspirada em uma vivência, rapidamente caiu no gosto do público. Cinco meses depois, em outubro, lançou o terceiro disco, “Adrenalizou”, com 14 canções, sendo cinco inéditas. A troca com seu público é tão grande que seus fãs começaram uma campanha por um novo hit - agora com ode à Lua. E a música veio, “A Tal Canção Pra Lua” foi lançada no início de setembro, em uma gravação em parceria com Samuel Rosa, do Skank. “Estou em um momento muito maluco. Escrevendo muito, de tudo que é jeito, músicas simples e complexas e, claro, aprendendo muito”, afirma, destacando a parceria com outros artistas.
Em Portugal
Com Samuel Rosa
Comemorando seus 8 anos
Longos cabelos são marca desde a infância
Adrenalizou
Com o irmão Bruno
Com Bruno Martini
VOLTA ÀS ORIGENS Vitor, que já começou a desbravar os palcos europeus, se mostra empolgado em ver sua música cruzando oceanos. No entanto, a “volta pra casa” sempre é emocionante. “Me sinto em casa em qualquer canto do Rio Grande do Sul. Sempre que tem shows no Estado, é sorriso de orelha a orelha na certa”, comemora um dos músicos mais assediados por fãs e colegas da Festa Nacional da Música 2019.
Compondo desde pequeno
Gravação do acústico com Skank
No Planeta Atlântida
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Homenageado
SÉRGIO LOROZA TODA A VERSATILIDADE DE UM ARTISTA
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Claiton Dornelles/FNM
Na infância
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Lançamento do single Agbara Dudu (Força Negra em Yorubá)
MÚSICO, ATOR, COMPOSITOR, APRESENTADOR, DANÇARINO. SERJÃO É O TIPO DE ARTISTA DIFÍCIL DE DEFINIR - TALVEZ PORQUE A PRÓPRIA DEFINIÇÃO PODERIA SER UM LIMITADOR E PARECE NÃO EXISTIR LIMITES PARA A VERSÁTIL ARTE DE SÉRGIO LOROZA
erjão nasceu, cresceu e deu seus primeiros acordes nas ruas de Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. Em meados dos anos 80, o então adolescente Sérgio encontrou na música uma forma de desafiar seus limites - com um violão em punho, ele encarou seu primeiro palco, a igreja da comunidade, para vencer sua timidez. “A música me ajudou a interagir com o mundo”, relata. Logo a desenvoltura artísti-
ca e o humor viraram suas marcas. No entanto, viver na periferia de uma grande cidade era uma barreira difícil de ser ultrapassada. “Eu já sabia que a música tinha um significado especial pra mim e que eu tinha habilidade - no entanto, de onde eu vinha era praticamente impossível pensar que pudesse construir uma carreira”, lembra. Serjão chegou a cursar Química na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e trabalhar em diversas áreas - mas
Com os filhos João Felipe e Luiza
nunca deixou a música de lado. Foram diversas bandas e projetos ao longo de quase três décadas de palco, mantendo sempre a essência do underground, local onde sua música pulsa.
A GRANDE VIRADA O menino tímido de Madureira ganhou os palcos e sua arte extrapolou a música. Logo, as experimentações teatrais da adolescência voltaram à tona e mesclou-se com a música de
Com Sandy e Junior, Maynard, MaxnoPierre, Noeli e Xororó Com Ludmilla e Dani Calabresa filme O Amor Dá Trabalho www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado Jackson Ciceri/FNM
forma muito natural. “Já tava até relativamente famoso naquele microcosmos da Zona Norte, mas para chegar além, sabia que precisava também contar com a sorte”, afirma. E esse empurrãozinho veio do outro lado da cidade: quando Serjão caiu nas graças da Zona Sul e seu nome começou a circular com mais força. Foi o momento de largar o trabalho de promotor de vendas para viver, oficialmente, da arte. Sua primeira aparição na dramaturgia da televisão data de 1998 e, no cinema, em 1999. Serjão já soma 12 filmes.
Sandra de Sá fez a entrega do troféu
DOS PALCOS À TELINHA O primeiro disco solo chegou em 2007, o “MPB - Música Brasileira de Pista”, lançado com uma turnê dançante, que extrapolou as fronteiras brasileiras. Em 2010, o CD e DVD “Loroza e Us Madureira Ao Vivo” foi todo concebido, produzido e dirigido pelo próprio Serjão, com canções próprias e releituras de grandes nomes da música popular brasileira. No mesmo ano, foi um dos 14 participantes do quadro “Dança dos Famosos” do Domingão do Faustão e cativou o público. O disco mais recente chama-se “Carpe Diem”, lançado em outubro de 2013. Em 2016, após uma muito bem sucedida participação no Rock In Rio Lisboa, Serjão seguiu em turnê de lançamento da Loroza Brass Band na Europa. Além disso, foi apresentador da série “Rua pra toda Gula”, do canal TLC, onde mostrava a culinária urbana de maneira humorada. Usando e abusando de sua desenvoltura com as câmeras, em 2018 ele gravou o programa “Talk Soul”, para o seu canal no YouTube “Canal Doloroza”, reunindo cantores, atores, comediantes e personalidades que representam a cultura negra.
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Com Mumuzinho
Com Jorge Aragão
Com Léo Pain
Com Léo
Com MC Koringa
Com Simoninha
Com Cee Lo Green
Com Carlos Colla
Com Rodrigo Hilbert
Com imensa aceitação, o programa migrou, em 2019, para o canal de TV fechado Music Box Brasil, exibido semanalmente.
Com Gabriel O Pensador
Atualmente, o multifacetado Serjão Loroza está em turnê com o show “Baile do Loroza”, com o grupo Us Madureira, honrando suas raízes e levando a voz da periferia carioca para palcos de todo o mundo.
Agitando a galera no carnaval
Com Gabriel O Pensador, Rappin’ Hood e Nando Cordel
Animando evento de futebol
SEM RÓTULOS A sua versatilidade causa, algumas vezes, certa estranheza do público. “Às vezes as pessoas me perguntam se eu sou músico ou ator. Eu acredito que as coisas estão interligadas e a matéria-prima é uma só, a sensibilidade”, afirma.
No teatro com Zona DoLoroza
Com a família
Com Martinho da Vila
Encontro na Festa da Música 2018
Com Arlindinho
Com Ludmilla
Quando soube da homenagem da Festa Nacional da Música, admite que pensou “não mereço, mas aceito”. Ele lembra que aceitar receber um prêmio pode parecer que ele se leva muito a sério. “Mas eu entendo a dimensão que a música tem e que eu sou um mero operário da arte”, afirma.
No palco com os filhos www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
CHICO RIBEIRO
O HOMEM FORTE DO MERCADO MUSICAL 66
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Claiton Dornelles/FNM
Claiton Dornelles/FNM
Com a esposa Leandra
O CARIOCA FRANCISCO RIBEIRO, MAIS CONHECIDO COMO CHICO RIBEIRO, É UMA REFERÊNCIA NA MÚSICA BRASILEIRA. COM MAIS DE CINCO DÉCADAS DE RELEVÂNCIA NO MERCADO MUSICAL
O
gerente de Artistas e Repertório da União Brasileira de Compositores (UBC), não ocupa o cargo à toa. Ele carrega, consigo, uma trajetória que passou pelas grandes gravadoras e ao lado de personalidades marcantes na história da música do país.
Com formação acadêmica em áreas bastante técnicas - Economia, Administração e Direito -, Chico Ribeiro conta que não tinha nenhum contato com o universo musical. “A música entrou na minha vida justamente quando eu cursava Economia na Universidade Gama Filho, em 1965. Um grande amigo meu, Inurá Martins Rabello, que trabalhava na Companhia Brasileira de Discos (CBD), me levou uma ficha de admissão para eu preencher”, narra. Nesse mesmo ano, ele foi contratado para a área administrativa da empresa, tendo como supervisor Heleno Alves de Oliveira.
UM CONVITE E MIL POSSIBILIDADES Estava sendo inaugurada, na Barra da Tijuca, a Polygram (hoje Universal Music), e o homem dos números assumiu a direção
Ribeiro agradece a homenagem
artística da gravadora. “Foi uma mudança total de paradigmas pois meu contato teria que ser primordialmente com as pessoas e não mais exclusivamente com números, balanços e orçamentos”, lembra. E foi a partir desse convite, recebido de Roberto Menescal, que ocorreu o que Chico chama e divisor de águas na sua carreira. Foram quase 30 anos em que acompanhou de perto todas as evoluções e transformações da indústria musical. Em contato direto com os principais autores e artistas, foi responsável pela contratação, captação de obras e planos de gravação. Após o longo período na Universal, assumiu, em 1992, o cargo de gerente de repertório nacional (e mais tarde gerente artístico) da gravadora EMI. Foi nessa época que conviveu com nomes como João Augusto e Torcuato Mariano. Em 2002 entrou no ramo da sociedade autoral, na Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus), aonde atuou até 2011 no contato direto com artistas, autores, músicos, produtores e editoras. Desde então, é o gerente de Artistas e Repertório da UBC. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado Jackson Ciceri/FNM
OLHAR PARA A CADEIA PRODUTIVA Mais do que circular e influenciar o desenvolvimento musical de centenas de artistas, Chico explica que seu trabalho se dá em toda a cadeia produtiva musical - ou seja, artistas, músicos, produtores artísticos e autores. “Nas minhas passagens pelas editoras musicais, o contato era muito maior com os autores, pois a essência de uma editora musical é o autor e sua obra”, conta.
Peninha fez a entrega do troféu
Nesse sentido, a influência que exercia era, basicamente, em oferecer um repertório adequado para sua interpretação ou seu nicho de mercado. “Tive o privilégio de manter contato direto com os dois segmentos mais importantes desse cenário musical: quem estava precisando de música (produtores artísticos, empresários e o próprio artista, por exemplo) e quem poderia fornecer tais músicas (os autores)”, orgulha-se.
À frente de tantos trabalhos
COLEÇÃO DE MEMÓRIAS Nesses 54 anos de carreira, Chico Ribeiro possui uma coleção de bons momentos e recordações profissionais. Ele recorda, por exemplo, de alguns projetos que idealizou, como o álbum de canções natalinas cantadas por vários intérpretes do samba.
Com a escritora Martha Medeiros
Com Cid e Renato e Renato Barros
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Com Rosa Passos
A aposta em novos artistas também sempre foi desafiador e recompensador. “Trouxemos, entre outros, o Natiroots e o P.O. BOX, que foram grandes sucessos”, narra. Outra atividade que sempre trouxe satisfação profissional a Chico foi a participação em festivais de música. “Tanto como membro do juri, selecionador de repertório ou convidado”, orgulha-se.
Com a esposa Leandra e Paulinho Gogó
MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO Chico Ribeiro é uma testemunha ocular das transformações da indústria musical. Desde a época de ouro das grandes gravadoras, passando pelos LPs, a inovação dos CDs e, mais atualmente, os formatos digitais. Ele vê o momento da música brasileira como de transição.
Com Renato, da UBC
“Nunca foi tão fácil a colocação de uma música no mercado, quer pela diminuição dos custos de gravação, quer pela facilidade de se oferecer o fonograma numa plataforma”, avalia. Uma consequência direta desse momento, afirma, é a baixa remuneração pelas músicas baixadas, o que deve desestimular a oferta. “Nesse sentido, acredito que as próprias agregadoras ou plataformas irão fazer uma seleção natural das músicas que serão disponibilizadas no mercado, papel que anteriormente competia às gravadoras musicais”, diz. “Com isso, um possível panorama de futuro seria de menor oferta de músicas, maior rentabilidade e maior diversidade”, prevê.
Com o filho Felipe
Com Regina Bezerril, da UBC
Com Kiko, do Roupa Nova
Com Rosana
Com Cleberson do Roupa Nova
Com Geraldo Vianna, no Festival de Avaré em 1989
Com Pedro Salomão
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Homenageado
THIAGO ARANCAM O MUNDO AO ALCANCE DA VOZ
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Claiton Dornelles/FNM
Jackson Ciceri/FNM
e a emoção da sua voz em um espetáculo no clima da Broadway. O musical está em cartaz há quase um ano e meio no Teatro Renault, em São Paulo, com sete apresentações semanais. E o repertório inclui “The Phantom of The Opera” e “All I Ask of You”.
O personagem também comemora o prêmio
Entretanto, o talento de Arancam vai muito além da ópera e dos musicais. Ele é um multiartista e a sua versatilidade o credencia a fazer de show pop, a recital de Natal e palestra-show. A recente realização do seminário “Uma trajetória de EnCantar”, em que falou para executivos na Bahia sobre empreendedorismo artístico, é um exemplo.
Com o filho Francisco
DONO DE UM TIMBRE PODEROSO, O TENOR É O PROTAGONISTA DA VERSÃO BRASILEIRA DO MUSICAL “O FANTASMA DA ÓPERA” Com Donald Trump
T
Com Hebe Camargo
hiago Arancam é um dos maiores tenores da atualidade e protagonista da versão brasileira de “O Fantasma da Ópera” – musical visto por mais de 140 milhões de pessoas no mundo. De volta ao país, depois de 15 anos morando no exterior, Arancam presenteia agora os brasileiros com a força
Do sonho de popularizar a música clássica, nasceu a turnê “Bela Primavera”, que tem origem no álbum de mesmo nome e vem sendo apresentada por Arancam em capitais brasileiras. O show traz influências do mundo lírico e aproxima o tenor da Música Popular Brasileira. Jackson Ciceri/FNM
Jackson Ciceri/FNM
Zezé Motta entregou o prêmio a Arancam
Com Sandyemblemática e Junior, Maynard, Pierre, e Xororó Performance duranteMax a Noite de Noeli Homenagens www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
Com Plácido Domingo
Com a soprano Carmen Monarcha Com Hall Prince, em Nova York
Baile de Máscaras, na Suécia, em 2016
Com Plácido, no Prêmio Operalia
Canções como “Ave Maria”, “Bella Ciao”, “How Can I Go”, “Can´t Help Falling In Love”, “Tente Outra Vez”, “Caruso” e “Hino Ao Senhor do Bonfim” estão no repertório. São músicas que marcaram a trajetória de Arancam. Algumas da MPB ele cantava desde a infância e outras, como “Nessun Dorma”, “Con Te Partirò” e “Il Mondo” evidenciam influências da sua formação musical. “Com a volta ao Brasil, desde 2017, venho trabalhando para democratizar a música de qualidade e usá-la como projeto de inclusão social. Poder me aproximar de um público que, durante muitos anos, eu não pude conquistar é uma felicidade enorme”, comenta Arancam.
CARREIRA EXTRAORDINÁRIA Um coral infantil, na cidade de São Paulo, foi o primeiro passo para o garoto de seis anos descobrir o tamanho de sua voz. O que começou na Escola Municipal de Música de São Paulo foi concluído mais tarde na Faculdade de Música Carlos Gomes de São Paulo. Lá Thiago Arancam formou-se em Canto Erudito. O caminho para os palcos da Europa foi aberto em 2004, após vencer o Concurso Internacional de Canto Erudito Bidu Sayão - passaporte para a conceituada Academia de Canto Lírico do Teatro Alla Scala, de Milão, onde concluiu formação em Canto Lírico, em 2007.
Com Xuxa
Com Bruno Cabrerizo
Com padre Fábio de Melo
Com o diretor artístico José Possi Neto
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A carreira de Arancam é tão impressionante quanto a sua voz. Ele se apresentou nos principais teatros do mundo, em mais de 40 países. Foram mais de 500 apresentações ao redor do mundo. Entre os mais importantes estão Alla Scala (Milão), Ópera de Roma (Itália), Ópera Nacional de Washington (EUA), Ópera Estadual de Viena (Áustria), Deutsche Ópera de Berlim (Alemanha), Bolshoi (Moscou). Em 2011, subiu ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a montagem da ópera “Tosca”. E três anos mais tarde encenou “Carmen de Bizet”, no Theatro Municipal de São Paulo.
Com Aline, em Quebec, no Canadá
Casamento com Aline Frare na Bahia
Com Aline, no Prêmio Bibi Ferreira
Com Aline Frare no Canadá
Com a jornalista Glória Maria, sua filha Laura e a atriz Lina Mendes
Com Luiza Possi
Com o filho Diego, na Sardenha
Participou também de produções no Japão, Emirados Árabes, Malásia, Canadá, Espanha, França, Polônia, Letônia, Mônaco e Reino Unido. Na Europa, conheceu Plácido Domingo, com quem gravou “Cyrano de Bergerac” , “Madame Butterfly” e “Carmen”. Entre os grandes regentes de orquestra com quem Arancam trabalhou estão Daniel Harding (Swedish Radio Symphony Orchestra), Christian Thielemann (Manon Lescaut), Pier Giorgio Morandi (Tosca), Silvio Barbato (Orquestra Camerata Brasil), João Carlos Martins, Julius Rudel, Lorin
Concerto no ChampsÉlysées, em Paris
Maazel, Nicola Luisotti, Patrik Fournellier, Renato Palumbo e Corrado Rovaris. “Nesses 15 anos, eu não tive uma morada.Visitava 22 países por ano em média, conhecendo chefes de estado, personalidades importantes e o melhor de cada lugar. É algo que marca muito, porque embora houvesse o prazer do palco, vivia uma vida meio solitária. Mas isso também foi muito importante para a minha formação artística e, sobretudo, humana. Pude ganhar autoconhecimento, me descobrir e, de certa forma, vencer em algo tão raro para o nosso país”, finaliza Arancam.
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Homenageado
FRESNO
PREMIADÍSSIMA E VISCERAL
EM COMEMORAÇÃO AOS 20 ANOS DE ESTRADA, BANDA LANÇOU OITAVO ÁLBUM E ABRIU TURNÊ PELO PAÍS
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P
ara marcar as duas décadas de carreira, a Fresno chega com um novo trabalho, lançado em julho, nas plataformas de streaming em parceria com a BMG Brasil. “Sua Alegria Foi Cancelada” é composto por 10 faixas com letras fortes, característica marcante do vocalista Lucas Silveira. O álbum mistura canções mais
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lentas com rock e chega até a receber uma influência pop. Resumindo: traz uma sonoridade um pouco diferente do que os fãs estão acostumados. Um exemplo dessa pegada pop é a canção “Cada Acidente”, com a participação de Tuyo. A letra é uma declaração de amor do século 21. “Cada acidente me fez diferen-
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
te / e te colocou (eu nem lembrava como que falava) / bem na minha frente / Meu coração parou / Somos acidente que bateu de frente / Ninguém planejou (...) / Somos uma enchente que o sol jamais secou”. Mas voltando às letras fortes... O título já revela a que esse álbum veio. Parte das canções expõe, sem filtros, angústias e a dificuldade em li-
Acima, após receber homenagem, grupo tocou duas canções. Ao lado, os integrantes da Fresno - Thiago Guerra, Lucas Silveira, Gustavo Mantovani e Mario Camelo
dar com o caos interior. “Ouvi que se eu não desistir, vai passar / que se eu não pensar muito, vai sumir / conforme o tempo passa vai sarar (...) / Por fora todos tentam melhorar / por dentro fingem que vão conseguir (...) / Sua alegria foi cancelada / disse do outro lado a sua voz cansada”. Além dessa, outras faixas trazem também sentimentos demasiadamente humanos (expressão usada pelo filósofo ale-
mão Friedrich Nietzsche no título de uma das suas obras), que incluem dor, medo, tristeza, insegurança e desencontros de amor. “O medo se apresenta de tal maneira / E logo toma conta da casa inteira / Me deixa inseguro, sem ver futuro / Um surto ansioso tão prematuro (...) / Você não será a primeira a tentar me mudar e falhar”. “É um projeto extremamente íntimo”, definiu o vocalista Lu-
cas Silveira. “A gente se debruçou nessas músicas com muito carinho. O que sempre nos guiou foi a liberdade criativa e o respeito pelo nosso repertório”, completa Lucas. O novo álbum vem após três anos do lançamento de “A Sinfonia De Tudo Que Há”, que foi precedido por “Fresno 15 anos ao vivo”. Os outros quatro trabalhos da banda são “O Acaso Do Erro”, “Quarto dos Livros”, “O Rio, A Cidade, A Árvore” e “Ciano”.
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Homenageado
INFLUÊNCIA AMERICANA No dia 4 de dezembro de 1999, combinaram de fazer o primeiro ensaio e não pararam mais. O primeiro nome da banda foi Democratas, que lançou músicas autorais influenciadas pelo estilo hardcore californiano. As canções se espalharam pela internet em versões acústicas e logo chamaram a atenção da galera. Passados dois anos, a banda descobriu que já existia um grupo com o mesmo nome. Lucas começou a achar interessante a sonoridade da palavra Fresno (nome que remete a uma das cidades mais populosas da Califórnia). Todos curtiram a ideia e começaram a preparar a primeira demo da banda, “O Acaso Do Erro”, com seis faixas. No decorrer da gravação, o vocalista sai da banda e Lucas, que sempre foi o principal compositor, assume a posição. Seguiram-se várias trocas de integrantes ao longo do tempo. Da composição original, permanecem apenas Lucas Silveira (vocal e guitarra) e Gustavo Mantovani (guitarra). Para completar a turma o baterista Thiago Guerra e o tecladista Mario Camelo.
Grupo reunido em mais um show
Primeiro show nos EUA
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No EMA 2013, em Amsterdã
Ensaio em 1999
No elevador
Com Chris Carrabba, nos EUA
Belo Horizonte, em 2007
Em Fortaleza
Com Caetano Veloso
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Com Chitãozinho e Xororó
No Planeta Atlântida
Energia no palco
Jackson Ciceri/FNM
PRÊMIOS E MAIS PRÊMIOS!
Tato, vocalista do Falamansa, fez a entrega da premiação à banda
Planeta Atlântida 2008
MTV Covernation, em 2008
No início da carreira
Wet n’Wild, em 2007
Nos 30 anos do Roupa Nova
VMB 2009 Artista do Ano
O público amou de cara. Mas os prêmios começaram a vir após os primeiros cinco anos de estrada. Quando lançou MTV ao Vivo (CD e DVD), a banda foi considerada Revelação pelo MTV Video Music Brasil. De 2009 em diante, ano em que lançou “O Outro Lado Da Porta” (DVD), a banda colecionou premiações importantes. Pelo MTV Video Music Brasil, foram Artista do Ano, Baixista e Vocalista do Ano, além de Artista Pop. A Fresno recebeu ainda o Prêmio Multishow de Música Brasileira como Grupo do Ano. “Revanche”, lançado em 2010, rendeu Troféu Imprensa (Troféu Internet), na categoria Cantor do Ano e o reco-
Ensaio Estúdio Coca-Cola 2008
nhecimento da revista Rolling Stone, que o colocou na lista dos 25 Álbuns do Ano. Dois anos depois, “Infinito”, também entra para o seleto grupo citado na revista. Com o lançamento de “Cemitério De Boas Intenções” (2011), a Fresno faturou, pela segunda vez, o Prêmio Multishow de Música Brasileira, agora como Instrumentista do Ano, e o Troféu Imprensa (Troféu Internet) por Grupo do Ano. Pouco tempo depois, veio o reconhecimento internacional. Eles levaram o MTV Europe Music Awards nas categorias Brazilian Act e Latin American Act. Somado a todas essas conquistas, eles levaram esse ano o troféu de homenagem da Festa Nacional da Música. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
GUSTAVO VIANNA DEDICAÇÃO E CUIDADO COM O ARTISTA
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Claiton Dornelles/FNM
ELE É O CARA QUE RESOLVE A VIDA DOS ARTISTAS, UM NOME FORTE POR TRÁS DA ASSOCIAÇÃO QUE DEFENDE OS DIREITOS DE COMPOSITORES E CANTORES. EM RECONHECIMENTO À DEDICAÇÃO E TRABALHO, GUSTAVO VIANNA, DIRETOR DO SETOR ARTÍSTICO E REPERTÓRIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÚSICA E ARTES (ABRAMUS) FOI UM DOS HOMENAGEADOS DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2019
O
carioca Gustavo Vianna é o tipo de profissional que emana tranquilidade e segurança. Talvez por isso, ele seja tão querido (e festejado) no meio artístico. Filho de pianista, conta que é apaixonado por música desde sempre. É formado em Comunicação Social e foi por meio de um estágio na área de Marketing que ingressou, em 1989, na indústria fonográfica. “Foi na CBS, hoje Sony Music, no departamento que utilizava CD’s, K7’s e LP’s para a confecção de brindes para empresas e promoções”, lembra.
Em seguida, coordenou a área de merchandising da gravadora, sendo responsável pela divulgação nos pontos de vendas, na disputa pelos melhores espaços nas lojas. Depois, teve passagem pela Warner Home Video, em São Paulo, pela PolyGram (hoje Universal), e pela Band Music/Video, com a venda direta de VHS’s. Em 1998, no Rio, assumiu a diretoria de marketing da MZA Music, época em que trabalhou com o festejado produtor Marco Mazzola. “Foi quando tive a oportunidade
de participar do desenvolvimento das carreiras de novos artistas como Chico César, Zeca Baleiro, Rita Ribeiro, entre outros, tratados pela imprensa dos anos 90 como a Nova MPB”. Essa experiência o projetou profissionalmente e, em seguida, foi convidado para assumir a diretoria de marketing da gravadora Trama, com investimentos na carreira de novos artistas como Luciana Melo, Jair Oliveira, Pedro Mariano, entre outros. “Nesta gestão, conseguimos os primeiros discos de ouro (100 mil cópias, na época) da gravadora com Pedro Mariano e Cláudio Zolli”, comemora.
Com Julia, Laura e a esposa Vanessa
Com Sandy e Junior, Maynard, Max Pierre, Noely e Xororó www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado Jackson Ciceri/FNM
NA DEFESA DOS ARTISTAS Depois de um período de quatro anos no mercado do marketing educacional, retornou para o segmento musical em 2008, ingressando no departamento artístico da sociedade de direito autoral Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus). Em 2010, seguiu para São Paulo para assumir a gerência de documentação da associação e, em 2012, retornou ao RJ como gerente do setor de Artístas e Repertório. Em 2018, assumiu o cargo de diretor do AR/RJ, além da gestão das unidades de Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. O contato direto com os artistas, afirma, tem sido de grande aprendizado e responsabilidade. “Estou aqui para cuidar dos interesses dos artistas e defender seus direitos, é uma responsabilidade e um trabalho muito educativo”, conta, lembrando que os artistas tinham uma imagem deformada do Ecad e das associações. “Hoje os artistas entendem que essa entidade é deles e isso ajuda a ter cada vez mais gente participando do debate, contribuindo para tomar caminhos melhores para a grande maioria”, avalia.
Com Lobão
Com Robert Plant
Com Fernando Magalhães
Com Zeca Baleiro, Tuco Marcondes e Rita Ribeiro
Com Kiko Fernandes (SpeedBall) e Carlos Andrade (Visom)
Com Lulu Santos
Com Caju e Castanha
Equipe Abramus FNM 2014
Com Max Viana e Dudu Falcão
Com Pretinho da Serrinha
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Vianna recebe a distinção das mãos do diretor da Abramus, Roberto Mello
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Com Miltinho (MPB4), Edison Coelho e Ivan Lins
MOMENTO DE MUDANÇAS
Com Raul Gil e Pedro Mariano
Com Jorge Aragão
Com Sandy e Junior
Com João Roberto Kelly
É preciso estar atento e se adequando constantemente, sabendo explorar essa velocidade a favor do artista. Por isso, comenta, é difícil dar um panorama de futuro. “A indústria teve uma queda muito vertiginosa com a pirataria. Agora cresce novamente com a força do digital. É uma constante adaptação”, diz.
Com Vitor Kley
Com Chico César e Marco Mazzola
Com Toquinho e Edison Coelho
Com três décadas de atuação no mercado fonográfico, Gustavo Vianna vê o momento musical como de transformações e aprendizado. “Tenho a sensação de estar aprendendo tudo de novo, com as novas formas de consumir música”, comenta. Ele ressalta que as transformações são bruscas, que se consome com muito mais velocidade mas, ao mesmo tempo, muita pouca coisa permanece. “Hoje a gente se questiona como vai ser, lá na frente. Qual o catálogo que está se formando para o futuro, com esse consumo tão imediato”, avalia.
Com João Donato
Com Lucia Helena, Terence Trend Darby e músico da banda
Com Roberto Menescal e Danilo Caymmi
Com Mariozinho Rocha e Fagner
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Homenageado
ANTONIO VILLEROY SOTAQUE GAÚCHO MUNDO AFORA
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Claiton Dornelles/FNM
Carlos Eduardo Villeroy/Divulgação
CANTOR E COMPOSITOR GAÚCHO TEM NA CARREIRA MAIS DE 500 MÚSICAS GRAVADAS. POR ELE E POR MAIS DE 100 ARTISTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
“
Me conheço e sei que sempre volto / Pra dentro onde eu me tranco e vivo só / Coisas que não via ando vendo / Preciso é olhar mais ao meu redor.” O trecho da canção “Luz Acesa”, de Antonio Villeroy, é a representação em versos de um momento muito intenso na vida do cantor e compositor gaúcho. Ao comemorar 38 anos de carreira, Antonio circula o Brasil e a Europa com o show homônimo à música, que faz um balanço de sua carreira e mostra seus maiores sucessos.
Com Gelson Oliveira Gastão Villeroy, Edinho Espíndola e Michel Dorfman, 1995
Com Roberto Carlos
Com John Legend, RJ/2009
Com David Byrne
Dulce Helfer/Divulgação
Com Quincy Jones, 2007
Com 3 anos, em São Gabriel/RS
Natural de São Gabriel, o músico de 58 anos foi ainda criança para Porto Alegre, onde iniciou e consolidou sua carreira. Em casa, foi apresentado a todas as formas de arte, o que explica a versatilidade do cantor, compositor e artista plástico. Aos 13 anos, deu seus primeiros acordes no violão e o dom de compor apareceu quase que imediatamente. Aos 15, participou
Agosto de 2019, em Madrid
Em 1992 Clovis Darian/Divulgação
Pamela Bitencourt/Divulgação
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Homenageado Jackson Ciceri/FNM
Maria Blass/Divulgação
dos primeiros festivais estudantis e, aos 16 anos, junto com os irmãos e amigos, montou uma banda de rock chamada “A Mursa”. À época, a cena musical era efervescente em Porto Alegre mas, a insegurança em seguir uma carreira artística, o fez ingressar nas faculdades de Agronomia e Economia. “Na Economia fiquei pouco tempo, mas a Agronomia eu quase conclui, só que a música me pegou pelo braço e me levou a correr mundo antes que eu terminasse”, narra.
Liah Soares entregou o troféu a Villeroy
Em Munique
Com Caetano Veloso e Gilberto Gil
Com Maria Gadú
Com a família
Com Bethânia
PROFISSÃO: MÚSICO Nessa época, exatamente em 1981, que Antonio deu um passo importante para sua profissionalização - que é, também, o marco do início da sua carreira. Foi quando fez sua carteira da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). Apenas uma semana depois, já foi convidado para fazer a trilha de uma peça teatral. “Minha estreia foi com o Grupo Escolar, do qual faziam parte Fernando Corona, Roberto Silveira, King Jim, Augusto Maurer e Gastão Villeroy”, lembra. Em 1984, apresentou seu primeiro show solo em um teatro e, em 1985, fez a primeira viagem profissional ao Rio, acompanhando a cantora Maria Rita Stumpf. De lá pra cá, Antonio não parou: foram nove discos lançados, além de um DVD, que o consagraram como um dos compositores brasileiros mais gravados dos últimos tempos. São em torno de 250 canções interpretadas por mais de 110 artistas do Brasil e de outros países das Américas, Europa e África.
PRESENÇA INTERNACIONAL O músico gaúcho é presença carimbada nos palcos europeus e, em 2019, realizou sua 18ª turnê pelo velho mundo. Durante 10 anos (de 1996 a 2006) produziu, no sul da França, um dos mais importantes festivais de música brasileira da Europa, que chegava a reunir 10 mil pessoas durante uma semana. Antonio conta que as excursões para a Europa iniciaram em 1994 e seguiram, anuais, até 2011. “Em 2012, nasceu minha primeira filha. Quatro anos mais tarde, a segunda. Agora, com as meninas mais crescidas, retomei a estrada.” O giro de 2019, portanto,
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Jean Noel/Divulgação
Com Ben Jor, no Grammy
Com Fischer Stevens, Bill Pulman e Irène Jacob
Dulce Helfer/Divulgação
Com Toninho Horta
Com os irmãos Carlos e Gastão (sentados)
Com João Bosco
Luiz Antonio Catafesto/Divulgação
Divulgação Juntos/1999
Com Trio + 1 com Marcio Tubino, em Munique/2019
Juntos, em Paris/2002
Com Luiza Sobral
Jean Noel/Divulgação
Francisco Eduardo Azevedo/Divulgação
Com Gelson Oliveira, 1ª turnê europeia, em Veneza
teve um gostinho de estreia. “O saldo foi muito positivo e tenho muitos convites para retornar entre abril e maio (de 2020)”, revela. Com Zé Natálio, na França/1996
Com Seu Jorge
No Grammy
Com João Donato
Com Ed Motta
Na última turnê europeia, Antonio trabalhou em parceria com autores locais e, ao todo, compôs nove músicas - cinco na Espanha, uma em Portugal, uma na França e duas na Alemanha. A nova parceira portuguesa, Luísa Sobral, elogiou sua versatilidade na composição, sugerindo que ele poderia até usar o exemplo do poeta Fernando Pessoa e criar heterônimos para cada estilo.
Com Moraes Moreira
“Realmente, me identifico com muitos gêneros e não me filio a apenas um estilo. E isso vem do meu amor pela música, que é amplo e irrestrito”, comenta. Do samba à valsa, passando pelo pagode, sertanejo, rock, MPB, clássica, funk, fado e tango. “Procuro encontrar a vibe de cada gênero, pois não basta conhecer a forma estética, é preciso também sentir o espírito, o pathos, a emoção de cada um deles”, afirma.
Com Gilberto Gil, Gelson Oliveira e outros artistas
Com Quincy Jones e Milton Nascoimento/2007
Sarau no apê no Leblon/2009 Jean Noel/Divulgação
Com a banda Viena Pamela Bitencourt/Divulgação
Com Pedro Guerra, em Estudio Madrid/2019
Contracapa do 1º disco
SEM RÓTULOS
Na França/1998 Pamela Bitencourt/Divulgação
Com Zaz
GARGANTA Belo Horizonte, 1987. Em uma noite (muito) inspirada, Antonio Villeroy conhece a cantora Ana Carolina, que se apresentava em um café. A voz marcante de Ana embalou a composição de quatro músicas, uma delas “Garganta”, que projetou a cantora nacionalmente, dois anos depois, com a marca de mais de 100 mil cópias vendidas do primeiro disco. O sucesso da canção também projetou o gaúcho como compositor, que passou a ser bastante solicitado por outros artistas e também para trilhas de filmes e novelas. “Ao todo, tenho mais de 500 gravações com artistas como Ivan Lins, Gal Costa, Maria Bethânia, Maria Gadú, Mart’nália, Paulinho Moska, Seu Jorge, John Legend, Mario Biondi, Chiara Civello, Abel Pintos e muitos outros artistas nacionais e internacionais”, conta.
Com Ana Carolina www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
Bruninho e Davi
BRUNINHO E DAVI ALMA POP NA ONDA SERTANEJA
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Claiton Dornelles/FNM
Amigos desde a infância, os dois tocavam juntos em uma igreja de Campo Grande. Bruninho (Bruno Alessandro da Silva Cerri) era tecladista e Davi (Davi Garcia de Ávila Filho), guitarrista. Bruninho se mudou para São Paulo e começou a trabalhar no estúdio do produtor musical Dudu Borges. E, em 2009, reencontrou Davi em sua festa de aniversário. Nesse dia, durante uma brincadeira, tocaram juntos novamente e decidiram formar a dupla. E foi nessa mesma vibe, com gente reunida em festa, que eles lançaram os primeiros trabalhos.
SUCESSO EM CLIMA DE FESTA Bruninho durante apresentação na Noite de Homenagens
TRABALHO COM PEGADA POP REVELA ORIGINALIDADE DA DUPLA
A fórmula do sucesso da dupla na internet foi o lançamento de clipes em festas para lá de animadas. Deu tão certo que eles até criaram um projeto chamado “Violada” para caracterizar as festas produzidas.
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epois de 10 anos surfando a badalada onda sertaneja que colocou muitos novos nomes em evidência, Bruninho e Davi se reinventam em um trabalho que chega com cara mais pop. O álbum “Quase Ontem” está sendo lançado em cinco etapas de seis músicas e traz parcerias com Vitão, Atitude 67, Alinne Rosa e o humorista Renato Albani. “Nesse projeto, resolvemos unir todo empenho e experiência com características que formam a nossa identidade”, comenta Davi. A dupla parou tudo por quatro meses para produzir o álbum. Depois, gravou o DVD em Campo Grande (MS) e foi lançando as músicas por etapa. O deluxe do projeto sai ainda este ano e vem com 30 músicas: 16 inéditas sendo 12 de autoria da dupla. Como o novo trabalho está mais direcionado para o pop, a dupla resolveu criar a marca BED. Assim, fica fácil encaixar no devido lugar as atuais produções nas plataformas digitais, onde eles foram revelados e sempre estão bombando. Até agora faziam parte apenas das playlists de sertanejo. “É a vez de sermos nós mesmos”, completa Bruninho.
Bruninho com o saudoso Gabriel Diniz
A dupla recebeu o prêmio de Tuca Noronha www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageado
Tudo começou com o clipe “Vamo Mexê”, com participação de Michel Teló. Postado em 2010, foi o passaporte da dupla para participar do quadro “Garagem do Faustão”, competição em que ficaram entre os finalistas. O filme, que mostra cenas de uma balada na piscina com os “contatinhos” até amanhecer, já tem mais de 8 milhões de acessos no YouTube. E não é para menos, o ritmo de festa é totalmente contagiante. “Vamo mexê, não importa quem vai ser / já peguei a agenda e liguei de A a Z”. O segundo clipe, “Se Namorar Fosse Bom”, que saiu exatamente na fatídica data de 12 de junho de 2012, levou o clima de festa para quem fica igual peixe fora d’água nesse dia. O público gostou tanto que o vídeo teve quase 26 milhões de views e acabou por tornar a dupla conhecida nacionalmente. “Se namorar fosse bom / isso aqui tava vazio / e a mulherada tava em casa / Se namorar fosse bom / eu vivia no cinema / e não tava na balada”. São cenas de uma baguncinha da boa na calçada do botecão. No mesmo ano, a dupla soltou ainda os clipes “Morena” e “Smirnofy”. Depois desses trabalhos, a música “Cê É Loco” ficou entre as mais tocadas nas rádios do país. “Cê é loco, ela é top demais / Cê é loco, ela beija demais / E assim eu vou me apaixonar”. Ritmo dançante e astral lá em cima, como sempre! Além dos clipes, a dupla produz web séries em seu canal no YouTube: “Indo pra Zona Sul”, “No Verão”, Na Copa” e atualmente está no ar a segunda temporada de “No Verão”.
Vitão e Bruninho
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Davi e Bruninho no palco da Festa da Música
Bruninho no casamento de Davi e Samantha
Davi e a família
A mãe de Davi, Elizabete, com a neta Isabela e Davi
FENÔMENO DA ERA DIGITAL Em 2014, a dupla assinou com a gravadora Sony Music e lançou o seu primeiro DVD, “Ao Vivo em Campo Grande”. O segundo single desse trabalho “Onde Nasce o Sol”, com participação de Jorge e Mateus, chegou a mais de 28 milhões de visualizações no YouTube até o fechamento desta edição. Nessa música, já se percebe um flerte com o pop no trecho cantado por Bruninho e Davi. A letra fala sobre como lidar com o afastamento em uma relação que se dissolve. “Vou lá para ver aonde nasce o sol / pra ver se aprendo a ficar só”. O terceiro single chegou ainda mais longe a reboque do clipe, que mostra um grupo de belas garotas se encontrando em um ambiente luxuoso para fazer o esquenta da noitada regada a espumante. “Arma uma saída / pega o telefone, liga para umas cinco amigas. / Se ela solteira já é um perigo / imagina com as amigas / Separa que é briga”. Isso explica as 47 milhões de visualizações no YouTube. No segundo DVD da dupla, gravado no Ibirapuera, em São Paulo, eles lançaram a música “E essa boca aí?”, com participação de Luan Santana. Dançante, com lindas bocas coloridas de batom no telão e cheio de interações entre os cantores e o público, o vídeo recebeu mais de 60 milhões de acessos até agora. “E essa boca aí? / Ela só fala ou também beija?”.
Lulu Mello e Davi
Davi e a filha Isabela
Davi e Bruninho na praia www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Rafael e Francisco Hauck
AUDIO PORTO E FÁBRICA DO FUTURO UM TEMPLO PARA MÚSICAS E NEGÓCIOS
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Jackson Ciceri/FNM
OUSADIA, INOVAÇÃO E PAIXÃO PELA MÚSICA. OS IRMÃOS RAFAEL E FRANCISCO HAUCK TRANSFORMARAM UM ANTIGO GALPÃO INDUSTRIAL DA FAMÍLIA EM UM MODERNO ESPAÇO CRIATIVO QUE TAMBÉM ABRIGA UM ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO QUE JÁ É RECONHECIDO NA AMÉRICA DO SUL. A AUDIO PORTO E A FÁBRICA DO FUTURO ESTÃO AJUDANDO A TRANSFORMAR PORTO ALEGRE EM REFERÊNCIA NO MERCADO FONOGRÁFICO
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ata de 2017 o ano em que os irmãos deram o primeiro passo rumo à realização de um sonho. A dupla transformou parte da antiga fábrica de enfeites natalinos Wanda Hauck (nome da avó da dupla), fundada em 1942 no Distrito Industrial da Capital Gaúcha, em um moderno e amplo espaço de gravação e mixagem, a Audio Porto. Ocupando os segundo e terceiro andares da antiga fábrica, o estúdio, com uma área de 900 m², busca combinar as tecnologias mais avançadas do mercado com as melhores ferramentas. Aliadas a profissionais comprometidos, proporciona soluções inovadoras em produções audiovisuais. Um dos grandes diferenciais é a coleção de equipamentos e instrumentos musicais disponíveis. A ideia, afirmam os idealizado-
res, é mostrar que é possível realizar um trabalho de qualidade sem precisar “olhar para fora do país”. Entre eles estão o piano Steinway e Sons D New York, de 1949, um extenso setup de microfones raríssimos adquiridos no exterior, incluindo mics Neumann usados nas gravações de “The Wall” do Pink Floyd, o Telefunken U47 e ainda o singular AKG ELA M251E, todos em perfeito estado. Destaque para os pré-amplificadores Rupert Neve e Focusrite Isa 110 oriundos do Metropolis Studios em Londres, e uma coleção de sintetizadores, processadores, teclados, mesas de som para mixagem e masterização que possibilitam mesclar tecnologias digitais e analógicas.
Estúdio equipado para atender diferentes estilos Cristiano Bauce/Divulgação
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Homenageados
CLIENTES ILUSTRES Desde a inauguração, foram realizados grandes projetos envolvendo o estúdio, incluindo a gravação do novo disco de Vitor Ramil, “Campos Neutrais”, que foi comandada pelo engenheiro de som Moogie Canazio, e teve participação de Zeca Baleiro e Chico César; o novo single da Comunidade Nin-Jitsu em parceria com Armandinho; o single do artista tradicionalis-
ta Luiz Carlos Borges; o novo álbum da banda de jazz experimental Marmota; a mixagem e masterização do novo álbum de Fughetti Luz “Tempo Feiticeiro” e muitos outros. Produções que renderam, para o estúdio, o Prêmio Profissionais da Música 2018, como melhor estúdio de gravação e mixagem do Brasil. Para celebrar esse momento, a partir de outubro de 2019 amplia sua atu-
ação no mercado, trabalhando também como gravadora. Para isso, firmou parceria de distribuição de fonogramas e conteúdos de vídeos da gravadora com a ONErpm, referência mundial em tecnologia de distribuição, marketing e análise no meio digital. A Gravadora Audio Porto vai priorizar a formação de um catálogo em todas as plataformas de streaming de música e vídeo, com direção executiva e artística de Rafael Hauck.
Espaço GoWorking usado também como ambiente para palestra
Espaço de GoWorking
Copa e sala de reunião
Espaço GoWorking usado para o talk show com o Geoff Emerick
Chico César e Vitor Ramil (gravação do álbum Campos Neutrais do Vitor Ramil)
Moogie Canazio e Quinteto Porto Alegre, na gravação do álbum Campos Neutrais
Rafael Hauck e Geoff Emerick (engenheiro de som dos Beatles)
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Fotos: Cristiano Bauce/Divulgação
Jackson Ciceri/FNM
FÁBRICA DO FUTURO Em apenas dois anos, o entorno da Audio Porto também se transformou. Os outros andares da antiga fábrica da família agora abrigam um verdadeiro ecossistema de inovação. No total, são 3000m² que contam com um espaço de coworking com 80 posições, salas de reunião, salas privativas com acesso 24h, auditório e salas de aula para eventos, jardim de inverno, área criativa, espaço kids e espaço zen, além da área de alimentação em construção.
Com Carlão e Joanna Sala Live A com o piano Steinway e Sons D New York, de 1949
Com o viés de ser um grande centro de cultura, inovação, conhecimento e educação, a Fábrica do Futuro conta com uma rede exclusiva de mentores renomados do empreendedorismo mundial. É, também, parceira de grandes instituições como Founders Founders, Future Strategy Club, Get in the Ring e Founder Institute. “Não somos apenas uma entidade, mas sim uma engrenagem com várias peças. Isso cria uma inteligência coletiva, um organismo capaz de evoluir sempre”, afirma o CEO da empresa Francisco Hauck. No local, é oferecido o ciclo completo de uma startup: formação do fundador, aceleração e crescimento.
Shadow Hills Mastering Compressor Sala Live B com o Hammond B3 da década de 50
Console Analógico Panorâmica da sala Live A
Fotos: Cristiano Bauce/Divulgação
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Homenageada
MIDIAN LIMA
UM MILAGRE ATRĂ S DO OUTRO 94
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Jackson Ciceri/FNM
Jackson Ciceri/FNM
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Rebeca Carvalho e PG fazem a honra de entregar o troféu Jackson Ciceri/FNM
Cantando Jó, logo após receber o prêmio Com o marido Eliel e os filhos Samuel e Eliel Filho
MIDIAN LIMA RESISTIU A ENTRAR NA MÚSICA, MAS, SEGUNDO ELA, SINAIS DE DEUS A FIZERAM ENXERGAR QUE ESTE ERA O CAMINHO QUE PRECISAVA SEGUIR
m 2015, Midian Lima se dedicava a cuidar dos filhos Samuel, 6 anos, e Eliel Filho, de oito meses. Acompanhava as atividades do esposo Eliel Lima, que é pastor, e planejava abrir uma clínica de estética. Mas, depois de sobreviver a um grave acidente de carro com a família, tudo mudou. A ponto de levá-la a gravar o álbum, “Milagre”, com 12 faixas. Com a música “Jó”, ela ficou por oito semanas em evidência no Spotfy. E, em pouco tempo, ela se tornou a cantora gospel mais visualizada no YouTube. Todos sabiam que o marido sonhava com uma carreira de cantora para Midian. Tanto que, dois dias antes do acidente, o amigo Delino Marçal entregou a composição “Jó” para ela. “Falei para ele que não iria cantar. Mas, logo depois, disse ao meu esposo que estava claro que iria acontecer algo com a gente, porque Deus falava de adoração na luta”, recorda. Jackson Ciceri/FNM
Com a diretora artística da MK Music, Marina de Oliveira, por atingir 100 mil inscritos no YouTube
Midian Lima foi a escolhida pela Gravadora MK para, ao lado do marido pastor Eliel Lima, entregar, nas mãos do realizador da Festa Nacional da Música, Fernando Vieira, uma medalha comemorativa pelos 30 anos de trabalho da gravadora. A homenagem foi feita durante o Festival Promessas, evento gospel, que reuniu 20 mil pessoas na Rua Coberta durante a programação do evento em Bento Gonçalves. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Homenageada
Na madrugada do acidente, o bebê da cantora recebeu de quatro a seis horas de vida. Foram sete dias na UTI. Nesse período, a profetiza Ludmila Ferber foi até lá visitar a família. “Deus falou comigo através dela e disse que derramaria sobre mim uma glória maior, para alcançar os quatro cantos da Terra”, lembra Midian.
Pocket show na Deezer, com Jairo Bonfim, Paola Carla e Luã Freitas
Contrariando os prognósticos, ela saiu do hospital com um milagre no colo. Se recuperava de uma cirurgia na mão, estava de bota ortopédica, que teve que conviver por quase seis meses, mas estava bem. O esposo Eliel fez uma cirurgia na perna e também ficou bom, contrariando o diagnóstico médico, que apontava grande possibilidade de não voltar a andar. Quando a família voltou para casa, começou a receber visitas de amigos da música, pessoas que há muitos anos se relacionavam com Eliel. “Todos me presenteavam com uma música que haviam composto”, comenta a cantora. Gabriela Gomes trouxe “Olharei Para O Alto”. Marquinhos Gomes entregou “Tira-Me Do Vale”. Depois, chegou Samuel Messias com “Prioridades”. Todo o álbum foi feito ali, durante os 54 dias de repouso recomendados pelos médicos. “Fizemos o CD debaixo de muita dificuldade. E depois de pronto, Deus usou Willian Nascimento para levar o trabalho para a gravadora cristã MK”, conta a cantora. O contrato foi assinado em maio de 2017. Em julho, houve o lançamento do álbum e, em agosto, ela engravidou do terceiro filho, Felipe. “Apesar da correria com viagens, deu tudo certo!”
Com o esposo na gestação do Felipe
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Com Ton Carfi e Lima
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Com os filhos, na Disney
Com Raul Gil
No portal Pleno News
Com Wilian Nascimento e a presidente da MK, Yvelise de Oliveira
Com os filhos Felipe, Eliel Filho e Samuel
Jackson Ciceri/FNM
Com Cely Manhães, da Abramus, Eliel Lima, Rebeca Carvalho, Fabinho Vargas, Willy Gregory, PG e Alomara Andrade, celebrando a homenagem, em Bento Gonçalves
PLANOS DE DEUS No próximo ano, Midian vai lançar o segundo EP, que já está pronto. A música “Não Pare” foi lançada há alguns meses. E outro single está prestes a sair. Mas a música ainda não foi revelada. Como as músicas de Midian são emocionais, a adesão de crianças e adolescentes também é muito grande. “Sonho em fazer mais por uma nova geração. Quero muito que, lá na frente, adolescentes e jovens possam dizer que Deus colocou alguém no seu caminho e mudou a sua história. Se eu não viver para servir, eu não sirvo pra nada”, comenta a cantora.
HISTÓRIAS DA BÍBLIA VIRAM MÚSICA Como acontece com a maio-
ria das músicas gospel, as letras normalmente são inspiradas em histórias bíblicas. A faixa “Jó” fala sobre um homem saudável, riquíssimo e com muitos filhos, que perdeu tudo em um só dia, além de ter contraído lepra por permissão de Deus. Pois bem, a música de Midian conta como ele reagiu a essa situação.
No single, “Não Pare”, disponível nas plataformas digitais e em clipe no canal MK Music no YouTube, Midian faz referência a um milagre de Jesus para alimentar seus discípulos, que tinham pescado durante uma noite toda e nada apanharam. Quando amanhece, desanimados, eles começam a lavar as redes.
“Jó, como pode ainda adorar / se não tem motivos para cantar? (...) / Eu o adoro pelo que Ele é / Eu sou Dele, tudo é Dele (...) / Eu vou adorar, simplesmente adorar (...) / Bendito seja o nome do Senhor / a Ele a honra e o louvor”. E, depois dessa resposta de Jó, Deus restituiu tudo em dobro, relata a Bíblia. “O que seria isso, senão uma intervenção concreta do Divino, que costumamos chamar de milagre?”
Jesus chega e ordena que lancem novamente as redes mais para o fundo. Quando puxaram de volta, estava tão repleta de peixes que precisaram de ajuda para retirá-la do mar. A letra dessa música é um incentivo e tanto para continuar. Isso explica o sucesso. “Estava cansado, sem forças, desanimado / decidido a largar tudo e parar / Deus conhece a tua estrutura / Sabe o que está fazendo / Mesmo que seja difícil / Não pare, Ele está vendo”.
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Autoridades
CONGRESSO DE ABERTURA DISCRIMINAÇÃO À MÚSICA CANTADA GERA DISCUSSÃO NO SEGMENTO MUSICAL DO PAÍS
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m dos assuntos debatidos no Congresso de Abertura da Festa Nacional da Música, que discutiu intervenções e engajamentos necessários para neutralizar mudanças prejudiciais ao segmento no país, foi o da inclusão da música cantada no artigo 18 da Lei Rouanet, que tem sido discriminatória com o setor. Este assunto vem sido discutido nos últimos dois anos junto a parlamentares ligados à cultura. Na prática, significa que projetos ligados à área musical não seriam mais enquadrados no artigo 26 da Lei – no qual o patrocinador tem renúncia fiscal de apenas 40% do valor investido. Pela proposta em tramitação, a música ficará contemplada a exemplo das artes cênicas, livros e exposições de
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Jackson Ciceri/FNM
artes com o patrocinador, abatendo 100% do valor investido. O relator do projeto na Comissão de Finanças da Câmara, deputado Ronaldo Santini, pretende aprovar o relatório até o final deste ano. O ex-ministro Sá Leitão afirmou, quando em sua estada na Festa em 2018, que “entre as manifestações culturais, a música é a que mais divulga e promove a brasilidade, dentro e fora do país. Portanto, precisa ser reconhecida pela sua relevância econômica, social e cultural”. Em seu pronunciamento afirmou que as pessoas enxergam a música e a cultura como algo sem importância. Por isto é bom saber que elas são responsáveis por
Fernando Vieira/Festa Nacional da Música
2.64% do PIB Nacional, envolvendo 200 mil empresas e empregando 1 milhão de pessoas, mais que a indústria têxtil, a farmacêutica e a de eletroeletrônicos”. Fizeram parte dos debates, Glória Braga, superintendente do Ecad; Carlos de Andrade, ex-presidente da ABMI; Sérgio Affonso, presidente da Warner Brasil; Roberto Mello, diretor da Abramus; Fernando Vieira, criador e coordenador do projeto Festa da Música; Chico Ribeiro, diretor de AR da UBC, e o deputado federal Ronaldo Santini. Marco Maia, ex-presidente da Câmara Federal, esteve na plateia e foi convidado a integrar a mesa.
Sérgio Affonso/Warner Brasil
Sérgio Affonso enfatizou que a música é a expressão cultural do Brasil e está entre as melhores do mundo, ressaltando a importância da Festa da Música para o setor, se comprometendo a gestionar a participação da Pró Música (associação das gravadoras) no evento. “Este é o mais importante encontro musical do país e a Pró Música não pode estar ausente.”
CADEIA PRODUTIVA GIGANTE Sobre a questão dos direitos autorais, os painelistas citaram a necessidade de alertar os parlamentares sobre
Deputado federal Ronaldo Santini Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Autoridades
as ameaças embutidas em dezenas de propostas que tramitam na Câmara dos Deputados com a intenção de ferir a garantia do direito autoral. “Compor é um trabalho como qualquer outro. Os compositores dependem desses recursos para viver e sustentar a família”, analisou Carlão. Dados do Ecad revelam que há 376 mil pessoas vivendo dessa remuneração no país. Durante o evento, ficou claro que os orgumentos estão embasados em uma visão sistêmica: a música é um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento de países inteiros. “Em determinado momento, o grupo Abba levou mais dinheiro para a Suécia do que a Scania e a Volvo juntas”, justificou Carlão. No caso do Brasil, isso é ainda mais favorável, porque o modelo brasileiro de gestão coletiva e adotado pelo Ecad para arrecadar ao mesmo tempo direitos autorais e conexos. Ou seja, já foi pensado de forma a honrar a cadeia produtiva e inspirou países como Inglaterra e Austrália. O mercado musical movimenta uma cadeia produtiva gigante. “Só para se ter uma ideia, em um período que a inflação cresceu 255%, o crescimento distribuído em valores pagos em direitos autorais foi de 1.210%”, comentou a superintendente do Ecad. Para o diretor da Abramus, tudo se resume a fazer com que os parlamentares entendam o tamanho desse mercado e tudo o que ele faz na vida das pessoas. “A gente se emociona em saber que há pessoas engajadas em defender os nossos direitos”, declarou Roberto Mello. No Brasil, a capacidade da música de aquecer a economia é ainda mais expressiva, tendo em vista que a riqueza regional e a diversidade de estilos produzidos fazem parte da identidade brasileira mundo afora. No encerramento do painel, o Mestre Robson Miguel tocou ao violão um clássico da MPB.
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Roberto Mello/Abramus
Glória Braga/Ecad
Chico Ribeiro/UBC
Carlos de Andrade, o Carlão
Marco Maia
Mestre Robson Miguel
Alex Cohen
ARTISTA COMEMORA BOA FASE O MULTI-INSTRUMENTISTA, CANTOR E COMPOSITOR VIVE MOMENTO DE REINVENÇÃO MUSICAL
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m momento ímpar comemorando 25 anos de carreira. Assim, o cantor, compositor e multi-instrumentista Alex Cohen, define sua fase atual. “Voltei a compor e me reinventei”, afirma o artista, que toca violão, guitarra, teclado e piano, e marcou presença na Festa Nacional da Música 2019. São seis canções inéditas prontas para serem lançadas - uma delas, “Pagando a Conta”, tem vídeoclipe digno de uma superprodução. “O material já está pronto, esperando o momento certo de entrar no mercado”, adianta.
Com uma pegada pop romântica, e guitarras em destaque, o novo disco está em sintonia com as tendências musicais atuais. “Estou em um momento mais maduro da carreira, já compreendo melhor o que eu quero imprimir, quem é meu público, quem curte a minha música”, explica. Com participação especial no Show The Fevers e Convidados, Alex tocou um medley em homenagem à jovem guarda. No palco principal, apresentou a autoral “Taí”, além de releituras famosas. “É um momento único, de cantar para compositores hiper consagrados, confraternizar e trocar informações”, afirma.
O DONO DA FESTA Carioca, Alex iniciou sua carreira cantando em bares no RJ e, atualmente, se apresenta em diversos lugares do mundo. Com repertório em português, inglês e espanhol, o estilo eclético é seu grande diferencial. E faz sucesso especialmente em eventos corporativos e festas particulares. Na bagagem estão três álbuns: “Alex Cohen – Ao Vivo” (2003), com produção musical de Ricardo Feghali; “Declaração” (2005) lançado pelo selo próprio, o Tamu Junto Music, distribuído pela Universal Music e produzido por Michael Sullivan; “Reluz” (2013), gravado ao vivo, no Rio de Janeiro,tem direção musical de Max Pierre. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Maneva
PRAZER EM FAZER MÚSICA MANEVA TRAZ À FESTA NACIONAL DA MÚSICA CANÇÕES CARREGADAS DE ENERGIA E LIBERDADE
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aneva é uma palavra de origem africana que significa prazer. Mais do que isso, a palavra já carrega consigo a energia e melodia do grupo de reggae que transborda liberdade e amor. Os paulistas do Maneva, juntos há 14
Fabinho, Gato, Tales, Felipe e Diego
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anos, empolgam seu fiel público com letras que contém muita crítica social e, também, uma exaltação ao prazer de viver. O Maneva é formado pelos amigos Tales de Polli (voz e violão), Felipe Sousa (guitarra), Fernando Gato (baixo), Diego Andrade (percussão) e Fa-
binho Araújo (bateria). Mais uma vez na Festa Nacional da Música, eles subiram ao palco principal no Show Nacional e, como já é de praxe, nas Jam Sessions. Foi quando os meninos do reggae marcaram presença tanto no palco pagode como no rock. “Essa interação de estilos é incomparável”, comemora Tales.
MÚSICA COM SENTIDO
No ano em que fizeram sua primeira turnê na Europa, o Maneva lançou um clipe novo e prepara o lançamento de um EP com seis músicas inéditas. Tales adianta que o formato, bastante inovador, vai surpreender o público, “mas vai ser uma surpresa”, comenta. “O Cabeça De Folha” deve ser lançado em janeiro, para a alegria dos fãs. Jackson Ciceri/FNM
A sintonia entre banda e público é visível nas apresentações do Maneva. Tales explica que um show precisa fazer sentido pois, o que se vê, não são apenas canções. “É um tributo as coisas lindas da vida, aquilo que acreditamos em uma mistura de ritmos envolvente. Uma experiência de paz, amor, diversão e energia”.
NOVOS VOOS
“É uma honra ser convidado para uma festa tão tradicional e estar ao lado de pessoas que a gente tanto admira” (Tales)
Sentido que cativa seu público. Atualmente, o Maneva supera 1,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify - os álbuns somam mais de 100 milhões de execuções. Já no YouTube, são mais de 650 milhões de visualizações orgânicas entre faixas e clipes. Casas e festivais lotados formam um grande coral a cada música apresentada. “Tô de Pé”, “O Destino Não Quis”, “Daquele Jeito”, “Pisando Descalço”, “Luz Que Me Traz Paz”, “Saudades do Tempo”, “Corre Pro Meu Mar” e “Seja Para Mim” são apenas algumas das que não podem ficar fora do repertório.
DISCOGRAFIA DVD Maneva Acústico Na Casa Do Lago (2018) DVD Maneva Ao Vivo Em São Paulo (2017) DVD + Cd #Somosomaneva (2015) CD 5Inco Cabeças (2014)
DVD + Cd Maneva - 8 Anos Ao Vivo (2013) CD Teu Chão (2012) CD Tempo De Paz (2009) CD Maneva (2006) www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Joanna
ALEGRIA POR RETORNAR PRESTES A COMPLETAR 40 ANOS DE CARREIRA, JOANNA COMEMORA COM AMIGOS NA FESTA
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ona de uma voz doce e genuinamente romântica, a cantora Joanna marcou presença na Festa Nacional da Música. Ela, que já foi homenageada pelo evento, comemorou a grande reunião de artistas brasileiros. “É uma festa que abraça toda a diversidade musical no Brasil. Já estive inúmeras vezes e, esse ano, tive a felicidade de cantar com o Nando Cordel. O evento é um grande agregador, mais que um evento de música, é um encontro de amigos”, declarou. Uma mistura de amigos, amor, arte e paixão, enumerou, já ao pisar em Bento Gonçalves. Em 2020, Joanna tem grandes planos para comemorar os 40 anos de carreira. O principal é o espetáculo “Joanna 40 anos”, sob direção de Fred Mayrink. Com banda, orquestra e cenário, o espetáculo vai discorrer toda sua estrada, pessoas que a influenciaram e compositores que participaram da sua vida musical, como por exemplo, Gonzaguinha e Milton Nascimento. “Vamos contar histórias, especialmente daqueles que fizeram a diferença no meu olhar pela arte, pelo Brasil e pelas pessoas”, afirma.
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Sony/Divulgação
Claiton Dornelles/FNM
Além disso, um novo álbum está quase pronto e um documentário está em planejamento. “Também pretendo fazer uma turnê internacional com esse show, por países da América Latina e da Europa”, conta. INÍCIO A cantora e compositora carioca se envolveu com a música ainda na infância. Em 1974, com apenas 17 anos, foi classificada em 1º lugar no programa “A grande chance”, da TV Tupi, cantando “Última Forma”, de Baden Powell. Apenas cinco anos depois, lançou seu primeiro disco, “Nascente”, que vendeu mais de 80 mil cópias e emplacou seu primeiro hit, “Descaminhos”.
Joanna cantando com Nando Cordel no evento deste ano
Desde então, não parou. Foram 25 álbuns e uma coleção de sucessos no Brasil e em países como Argentina e Portugal. Conquistou disco de ouro e de platina em 13 discos. Na bagagem, canções que marcaram época como “Momentos”, “Amanhã Talvez”, “Um Sonho A Dois”, “Teu Caso Sou Eu” e “O Que É Que Eu Faço?”. Beti Niemeyer/Divulgação
DISCOGRAFIA Nascente (1979) Estrela Guia (1980) Chama (1981) Vidamor (1982) Brilho E Paixão (1983) Joanna (1984) Joanna (1985) Joanna (1986) Joanna (1988) Primaveras E Verões (1989) Joanna (1991) Alma, Coração E Vida (1993)
Sony/Divulgação
Joanna Canta Lupicínio (1994) Sempre No Meu Coração (1995) Joanna Em Samba-Canção (1997) Intimidad (Em Espanhol) (1998) 20 Anos (Ao Vivo) (1999) Eu Estou Bem (2001) Joanna Em Oração (Ao Vivo) (2002) Todo Acústico (2003) Joanna 25 Anos Entre Amigos (2004) Joanna Ao Vivo Em Portugal (2006) Joanna Em Pintura Íntima Ao Vivo (2007) Em Nome De Jesus: Joanna Interpreta Padre Zezinho (2011) www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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RAP MARCA PRESENÇA NA FESTA NACIONAL DA MÚSICA
Delacruz
Logo se destacou com sua voz marcante, carisma e pelas letras positivas e envolventes como ocorre nas canções “Flor de Lis”, “Andressa”, “Me Leva”, ‘Noway”, “Girassol”. “Sobre Nós”, inclusive, emplacou como trilha sonora de novela. Em 2019, ganhou destaque nacional ao participar de line up do Rock in Rio.
MISTURA MUSICAL Pela segunda vez na Festa Nacional da Música, o artista define o evento como “incrível” e uma oportunidade única de troca com outros músicos. “É quando os mais velhos podem se renovar e os mais jovens aprender”, afirma.
COM ESTILO MELÓDICO E LETRAS ROMÂNTICAS, DELACRUZ VOLTA À SERRA E É FESTEJADO POR FÃS
A
os 21 anos, o cantor e compositor Delacruz desponta como uma das grandes descobertas musicais dos últimos anos. Nascido na comunidade de Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, ele mistura letras românticas a um rap melódico que passeia por diversos ritmos - uma mistura que conquistou fãs de todas as idades. De origem simples, Delacruz descobriu-se cantor e compositor aos 15 anos, durante os intervalos da escola. Foi quando se uniu ao amigo ProdGust, hoje seu DJ e produtor musical, para se apresentar em bares e festas cariocas.
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Guto Costa/Divulgação
Entusiasta do rap, ele avalia que ainda existe uma certa resistência de outros ritmos ao gênero. “Talvez pelo grau de dificuldade musical (a sigla rap indica “Rythm And Poetry”, poesia cantada em determinado ritmo) a quantidade de músicos reais presentes ainda é pouca. De certa forma os outros gêneros não valorizam tanto, mas está na hora de mudar isso aí”, deixa seu recado.
Planta e Raiz
F
oi a primeira vez de Zeider Pires, o vocalista do Planta e Raiz, no maior encontro da música brasileira. E começou em grande estilo. Tocou com as bandas Maneva e Fresno no Show Nacional, que ocorreu na Rua Coberta. Os artistas apresentaram “Mantenha o respeito”, do Planet Hemp, “Maresia”, de Gabriel O Pensador e “Ive Brussel”, de Jorge Ben Jor. “Fiquei muito feliz em compartilhar a nossa vivência com a galera de vários estilos musicais. E melhor ainda foi ver todo mundo curtindo e ovacionando os seus artistas prediletos. Só aguardando o próximo ano”, comenta Zeider.
VIBE POSITIVA NA ONDA PAZ E AMOR DO REGGAE, O VOCALISTA DO PLANTA E RAIZ, ZEIDER PIRES, PARTICIPOU PELA PRIMEIRA VEZ DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA
A música própria que Zeider escolheu para apresentar ao público foi “Filho do Leão”. Com uma letra que fala sobre um homem forte e curado que vive a vida para que o amor brote, um soldado da paz que é humilde, mas luta de cabeça erguida no caminho da evolução. “Seu jeito de agir na positividade / em meio a essa guerra faz a diferença / Um exemplo de superação / uma história para mudar a sua / No travesseiro, quando ele deita a cabeça / ele sonha com um mundo melhor”. Formado por Zeider Pires (voz), Franja e Fernandinho (guitarra), Samambaia (baixo) e Juliano (bateria) e inúmeros hits, o Planta e Raiz possui 12 álbuns. Neste ano o grupo lançou o single “Desejo”, com participação especial da cantora Cynthia Luz. “Estamos completando 21 anos de carreira e poder gravar com um dos maiores nomes dessa geração da música brasileira mostra que a música transcende barreiras. Aprendemos muito com ela no estúdio e o resultado ficou fantástico”, comenta Zeider Pires.
“Fiquei muito feliz em compartilhar a nossa vivência com a galera de vários estilos musicais (...) Só aguardando o próximo ano.” (Zeider) Gerson Gaveta/Divulgação
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Show de Rock
Tico Santa Cruz, Vitor Kley, Sylvinho Blau Blau e Felipe Pezzoni
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O ROCK MOSTRA SUA FORÇA www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
RITMOS VÃO E VEM, MAS O BOM E VELHO ROCK-AND-ROLL SEMPRE TEM O SEU ESPAÇO NO CORAÇÃO DAS PESSOAS E NOS PALCOS DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA
J
á virou chavão entre os músicos: “o rock não morreu”. A frase, repetida à exaustão, parece um mantra roqueiro para afirmar que o rock não deve, não pode e não vai morrer. O cantor Ovelha, ao subir no palco da primeira noite de Jam Session, profetizou: “aqui em Bento Gonçalves, com esse bando de gente talentosa, a gente vai provar que o rock não morreu, o rock nunca vai morrer”. E o que se viu, ao longo da Festa Nacional da Música, foi uma prova disso. Não apenas o palco da Jam Session foi uma reunião de grandes artistas em torno do rock. O palco principal, que abrigou o Show Na-
cional, na Rua Coberta, também presenciou um encontro roqueiro que vai ficar na história - da Festa, da plateia e da vida de cada músico.
ANFITRIÕES Toda boa festa começa com anfitriões de luxo. Pois quem recebeu os convidados foram os músicos do Detonautas Roque Clube. A banda carioca, com mais de 20 anos de estrada, trouxe uma mensagem de otimismo e empatia. O líder da trupe, Tico Santa Cruz, declarou que “o amor é a única revolução verdadeira”, chamando o público para entoar sucessos como “Quando O Sol Se For” e “Você Me Faz Tão Bem”.
Interação dos estilos no palco em que o rock se fez presente Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Show de Rock
COM A GALERA Mas, claro, um grande encontro estava por vir. O primeiro convidado a chegar foi Felipe Pezzoni, vocalista da Banda Eva. Aos primeiros acordes do grande sucesso “Eva”, de 1997, ele afirmou que “música boa, para mim, é músi-
Macca e Philippe Fábio Brasil
Tico Santa Cruz, Valentina e Vitor Kley Philippe
Crianças cantaram no palco Multidão prestigiou o show de rock
ca que dura” e foi, literalmente, para a galera, descendo do palco e passando o microfone para o público. Nessa mesma vibração pop rock, um grupo de crianças subiu ao palco para acompanhar o segundo convidado, Vitor Kley. Reconhecido pela sua simpatia e “good vibes”, ele entoou o hit “O Sol”, mostrando sincronia com o públi-
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
co e se declarando emocionado em pisar no palco da Festa Nacional da Música. Com Sylvinho Blau Blau no palco (e completando essa grande reunião), o grupo prestigiou uma das bandas mais importantes do rock nacional - a Legião Urbana. A canção “Tempo Perdido” foi acompanhada pelas luzes dos telefones da plateia, emocionando os co-
Renato Rocha
DJ Cleston
Felipe Pezzoni Tico Santa Cruz
Vitor Kley e Sylvinho Blau Blau Abraço fraternal
Crianças viveram um show de rock
rações roqueiros. Mas, claro, uma festa rock também deveria abrir espaço para um punk-rock. Tico Santa Cruz organizou, com a plateia, uma grande roda punk, enquanto Detonautas, Felipe, Vitor e Sylvinho mandaram “Outro Lugar”. Pela animação do público e dos músicos, parece que Ovelha tinha razão: o rock está vivo. Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Luiz Carlini
CARLINI FAZ PARTE DA HISTÓRIA DO ROCK BRASILEIRO COMPOSITOR DE “AGORA SÓ FALTA VOCÊ”, LUIZ CARLINI TEM PARTICIPAÇÕES EM MAIS DE 400 DISCOS DE RENOMADOS ARTISTAS BRASILEIROS
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le é considerado o mestre da guitarra no cenário do rock e um dos maiores guitarristas em atividade no Brasil, com participações em mais de 400 discos dos mais renomados artistas brasileiros. Na Festa Nacional da Música 2019, Carlini mostrou sua performance ao lado da banda Rádio Táxi, Ovelha e Alexandre Piu, durante apresentação na Noite de Shows. Atualmente, mantém extensa agenda de trabalho nas noites paulistanas com a cantora da banda Tutti Frutti, compositora e jurada de eventos musicais, Sol Ribeiro. Luiz Carlilni segue encantando seus fãs e seguidores, efetivamente nas bandas, na Tutti Frutti, com Guilherme Arantes e no mais recente trabalho “Os 3 Guitarristas”. Suas vitórias dão status ao rock, cuja trajetória é a própria história do rock brasileiro.
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Tiago Cardeal/Divulgação
Paulo Ricardo
Autoditada
INFLUÊNCIA DOS MUTANTES Nascido e criado no bairro da Pompéia, berço do rock brasileiro, o guitarrista, compositor e produtor musical Luiz Carlini começou sua carreira nos anos 60, influenciado pelos Mutantes, que na época eram seus vizinhos. No início dos anos 70, foi contratado pela TV Bandeirantes para produzir o Band 13, programa musical semanal, com bandas ao vivo e entrevistas. Ele contratava, produzia e
Carlini e Lobão
apresentava. Enquanto isso, o rock brasileiro engatinhava, ele criava e aprendia. Mas, o que Carlini realmente queria era tocar, então demitiu-se da TV Bandeirantes, comprou sua primeira guitarra e trancou-se no quarto com todos os discos dos Stones, Hendrix, Johnny Winter. Totalmente autodidata, aprendeu quase tudo o que toca em três anos de noites lisérgicas, tirando delas toda essência de seu estilo único.
Sol Ribeiro, Kiko Zambianchi e Carlini
TUTTI FRUTTI Carlini montou a Tutti Frutti, em julho de 1973, para trabalhar com Rita Lee, que havia deixado os Mutantes. Foi o compositor da música mais importante da carreira da banda Rita Lee e Tutti Frutti, a famosa “Agora só falta você” que foi gravada por diversos artistas renomados, como Frejat, Pitty, Ana Carolina, entre muitos outros. E gravou cinco discos e o clássico Ovelha Negra, onde registrou o solo de guitarra que viria a ser sua eterna referência.
Carlini e Baby do Brasil
Rita Lee e Tutti Frutti
Na Festa da Música 2019
Branco Mello, dos Titãs
Jackson Ciceri/FNM
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Luiz Carlini
Foram cinco anos de trabalho, um compacto duplo, dois compactos simples, várias músicas em novelas da Globo, hits nas rádios, tours pelo Brasil e os cinco álbuns feitos em conjunto: “Atrás Do Porto Tem Uma Cidade” (1974), “Fruto Proibido” (1975), “Entradas e Bandeiras” (1976) quando foi eleito guitarrista do ano pelas revistas POP e Rolling Stones -, “Babilônia“ (1978) e “Resfestança” (1978), com Gilberto Gil. Em 1978, Carlini separou-se do projeto e montou a Tutti Frutti com outros músicos da cena roqueira da época, o que resultou no álbum “Você Sabe Qual O Melhor Remédio”, dois compactos e uma década de shows, virando banda cult e lotando boates e clubes, como o Victoria Pub, em São Paulo.
PRODUÇÕES SEM FIM
Claiton Dornelles/FNM
Tiago Cardeal/Divulgação
No final dos anos 80, Carlini tocou com outros artistas como Guilherme Arantes, Erasmo Carlos, voltou a gravar com Rita Lee e começou a produzir discos para artistas como Supla e Tibeth. Além disso, gravou trilha para peça teatral de Alexandre Frota, fez dois especiais com Roberto Carlos para a Globo e participou do Rock in Rio II e de duas edições do Hollywood Rock. Integrante da Envergadura Moral de Marcelo Nova gravou o “Sessão Sem Fim” (1993), e, posteriormente, “Plugado” (1995) e “Quem É Você” (1996) com o Camisa de Vênus. Esses últimos trabalhos resultaram em vários hits nas rádios, dois clipes na MTV e três anos em turnês.
Sula Miranda entrevista Carlini e Sol na Festa da Música 2019
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Carlini participou então dos discos do Golpe do Estado, Nasi e os Irmãos do Blues, Made in Brasil e também do disco de Paula Toller. Tocou com Titãs, Midnight Blues Band, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Carlinhos Brown, André Christovam, Eric Burdon, Armandinho e Sergio Dias. Em 1998, preparou o lançamento dos CDs das bandas renomadas no Sul do país - Dazaranha (SC) e Bartenders (PR). E, no ano seguinte, a turnê Tutti Frutti Tour Brasil resultou em mais de 70 apresentações em casas de shows, rodeios, pubs e bares de rock em cidades das regiões Sul e Sudeste.
A paixão pela música é o que nos move. A criatividade e a inovação sempre tiveram um papel essencial nas composições musicais. Mas isso não basta para quem precisa viver da música. Os incentivos são necessários para que compositores e artistas continuem nos encantando cada vez mais com suas canções.
E o Ecad existe para isso. Para impulsionar a música como arte e negócio, através da arrecadação e distribuição dos direitos autorais. Um elo fundamental que conecta toda a cadeia produtiva para garantir que a música continue existindo e tocando nossos corações.
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ECAD LEVOU MÚSICA E CONTEÚDO PARA A FNM
Ecad
PALCO FOI MONTADO PARA APRESENTAÇÕES DE DIVERSOS ESTILOS
S
eguindo a tendência dos anos anteriores, durante os dias de Festa Nacional da Música, o estande do Ecad recebeu artistas, produtores, autoridades, empresários e profissionais ligados ao setor que puderam conferir muita música e conteúdo. O espaço foi ponto de encontro de
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Fotos: Claiton Dornelles/FNM
artistas como: Naldo Benny, Grupo Bom Gosto, Pretinho da Serrinha, Paulo Massadas, Zezé Motta, Rebeca Carvalho, Robson Miguel e Sandamí (ex-Grupo Sambô), entre muitos outros, que subiram no Palco Ecad, especialmente instalado, para cantar, tocar e confraternizar, fazendo uma grande festa de vários ritmos.
Mestre Robson Miguel
Estande movimentado
tégico; Mário Sérgio, gerente executivo de Distribuição, e a gerente de Comunicação e Marketing, Mônica Gonçalves, esteve à disposição para esclarecer dúvidas e conversar sobre direitos autorais e sobre a participação do Ecad no mercado da música.
Jackson Ciceri/FNM
Além disso, a diretoria composta por: Glória Braga, então superintendente executiva do Ecad; Janaína Araújo, gerente executiva de Gestão de Pessoas e Relacionamento; José Pires, gerente executivo de Tecnologia da Informação e Planejamento Estra-
Fredy, Fábio e Junior
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Ecad Jackson Ciceri/FNM
MERCADO DIGITAL O evento também foi a oportunidade de debater conteúdos sobre o direito autoral e o mercado da música, com a participação de Glória Braga em um painel especial sobre os desafios e o crescimento do mercado digital no Brasil.
Janaína Araújo, Glória, José Pires e Mário Sérgio
Público prestigiou
Sandamí, Kadica e Marcellus
Sula Miranda, Ruan e Roberty Claiton Dornelles/FNM
GLÓRIA BRAGA RECEBE HOMENAGEM
A 15ª edição da Festa Nacional da Música foi palco de momentos marcados por muita emoção. Um deles ocorreu na segunda noite de shows, quando Glória Braga recebeu uma homenagem especial da organização do evento por seus 26 anos de dedicação à causa do direito autoral, entregue pelos compositores Peninha, Carlos Colla e Paulo Massadas. “Gostaria de dizer a todos que o Ecad permanece e iremos continuar trabalhando junto com as associações para continuar mantendo a música viva”, declarou, emocionada, a então superintendente.
Claiton Dornelles/FNM
Ano a ano a empresa vem batendo recordes na arrecadação dos direitos autorais e também na distribuição dos valores aos artistas. E por isso também é uma empresa premiada, que mostra que uma
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Alex Cohen e Juninho Araújo Jackson Ciceri/FNM
gestão eficiente dá resultado. O Ecad já foi eleito nove vezes uma das melhores empresas para se trabalhar no Rio de Janeiro. E há oito anos figura na lista das mais inovadoras em tecnologia. Advogada formada pela Uerj e com pós-graduação em Gestão de Empresas pela PUC do Rio de Janeiro, Glória Braga começou a trabalhar no Ecad aos 30 anos. Em pouco tempo, foi convidada a assumir interinamente o cargo de superintendente, posição que ocupa há 22 anos. Sua carreira foi orientada à causa do direito autoral e, paralelamente às atividades do Ecad, foi conselheira do Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) do Ministério da Cultura, deu aula de Direito Autoral em universidades.
Jackson Ciceri/FNM
CONTEÚDO PARA AS REDES SOCIAIS
Naldo Benny, Max e Mug
Tudo registrado
Isabel Amorim assume a superintendência após saída de Glória Braga, em 4 de novembro de 2019. Ela foi escolhida pelas associações de música que administram o Ecad depois de um rigoroso processo seletivo e chega com a missão de dar continuidade ao trabalho de desenvolvimento da cadeia produtiva da música por meio da valorização dos direitos autorais e tornar a entidade cada vez mais digital e tecnológica. Formada em Administração de Empresas, ela conta com vasta experiência nos principais grupos de mídia como The New York Times, El País e Editora Abril e tem profundo conhecimento da cultura empresarial da América Latina, Europa e Estados Unidos. Isabel é pós-graduada em Comunicação pela USP
Angela Angel
Glória e Zezé Motta
e em Gerenciamento Global pela IE Madri, além de ter um MBA pela Business School de São Paulo e Rotman School em Toronto.
Em parceria com a jornalista Fabiane Pereira, conhecida pelo trabalho na rádio Mood FM e no canal “Papo de Música” do YouTube, durante o evento, também foram gravadas diversas entrevistas com grandes nomes da música brasileira, que já estão sendo publicadas nas redes sociais oficiais do Ecad.
Neguinho, Rachell Luz, Mug e Pretinho da Serrinha
ECAD ANUNCIA NOVA SUPERINTENDENTE
“Estou muito feliz com o desafio e tenho certeza que, com o apoio de toda a equipe do Ecad e das associações, seguiremos inovando e acompanhando as mudanças do mundo digital para que a música esteja sempre viva, gerando cada vez mais renda e contribuindo para a indústria criativa do país”, destaca Isabel. Fôlego para o desafio Isabel tem: um de seus principais hobbies é correr maratonas. Paulista de nascimento, mas “carioca de coração”, ela poderá continuar se dedicando às corridas no Rio de Janeiro, onde fica a sede do Ecad. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Claiton Dornelles/FNM
Ninho da Criação
Nando Cordel
Carlos Colla
Peninha
Paulo Massadas
“FOI DEUS QUE PEGOU NA CANETA”
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Fundação Casa das Artes esteve lotada
“
Se você está triste, tem uma música. Se está feliz, tem uma música. Se quer amar, tem música. Se quer rezar, também. Música é vida!”. Com essas palavras, em tom poético, a cantora Gisa Nunez abriu o Ninho da Criação, na Fundação Casa das Artes, no terceiro dia de atrações da Festa Nacional da Música 2019, em Bento Gonçalves. Ali, seis renomados compositores – Marcos Sabino, Paulo Massadas, Nando Cordel, Carlos Colla, Peninha e Bruno Caliman – se juntaram no palco para dividir, com o público histórias de suas criações e cantar seus sucessos consagrados na voz de vários intérpretes.
Os compositores e músicos locais Darlan Duarte e Kelvin Alves deram início às apresentações com delicadas canções autorais, que fazem menção a agradáveis cenários naturais e lembranças de momentos alegres vividos na infância. “Sempre relembro cada descoberta em lugares mágicos, onde havia mato e pedras. Pequenos momentos que traziam felicidade”, contou Kelvin.
Bruno Caliman
Marcos Sabino
SEIS DOS COMPOSITORES MAIS RESPEITADOS DA ATUALIDADE SE REUNIRAM NA FUNDAÇÃO CASA DAS ARTES PARA INTERAGIR COM O PÚBLICO E CONTAR AS HISTÓRIAS DAS SUAS MÚSICAS QUE VIRARAM SUCESSO
Quem já viajou na emoção ouvindo “Estou Apaixonado”, gravada por João Paulo e Daniel, pode fazer isso de novo ao som do seu carismático autor, Carlos Colla. Outra música muito famosa dele, também apresentada durante o evento, foi “Sonho Por Sonho”, escrita para Leandro e Leonardo. E, claro que não poderia ficar de fora “Fogão De Lenha” - música gravada por Chitãozinho e Xororó que sempre emociona o público. “Espera, minha mãe / estou voltando”... Lembra? “De Volta Para O Aconchego”, consagrada na voz de Elba Ramalho, fez a galera cantar com paixão junto com Nando Cordel. “Só para a Elba, já fiz mais de 50”, contou. Depois de mostrar uma música que está fazendo para Daniel, Cordel arrancou risos da plateia, falando sobre www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Ninho da Criação
“Gostoso Demais”, sucesso gravado por Maria Bethânia. “Eu tinha uma namorada muito arengueira (implicante), que não gostava quando eu viajava. Eu disse para ela não ficar brava, pois traria uma música de presente na volta. E ela me respondeu: ‘E eu lá quero música, rapá!’. Mas, aí, escrevi: ‘estou com saudade de tu, meu desejo’... E a resposta imediata foi: ‘quando é que você viaja de novo mesmo?’.” “Sozinho”, que alçou altos voos com Caetano Veloso, teve seu contexto criativo revelado por Peninha. “Acompanhei o sofrimento da minha filha depois de uma briga
com o namorado e fiz a música”, abriu o compositor. Ainda falando de “Sozinho”, Colla completou com outra história. Disse que usou a canção para conquistar uma garota. “Falei que era minha. Até deu certo naquele momento. Mas, depois, ela descobriu e nunca mais falou comigo”, confessou em tom bem-humorado.
tos, e isso atrapalhava. Então, fomos para o corredor e continuamos tentando durante toda a madrugada, mas não saía nada. Fui para a janela. O sol estava nascendo entre as montanhas do Rio. Aí, vieram os primeiros versos: ‘ver o sol amanhecer e ver a vida acontecer / como um dia de domingo’”, detalha Massadas.
A criação de “Dia De Domingo”, de Paulo Massadas e Michael Sullivan, remete a um verdadeiro parto. “Tínhamos o desafio de fazer uma música sofisticada que caísse bem para a Gal Costa. Estávamos em um quartinho que tinha um ar-condicionado antigo, daqueles bem barulhen-
Um dos pontos altos da noite foi quando Peninha cantou a capela “Adoro Amar Você”, gravada por Daniel, com a plateia. Marcos Sabino trouxe “Reluz” e lembrou do primeiro prêmio que ganhou com a música, logo depois da primeira edição da Festa Nacional da Música, na década de 1970.
Encerramento do encontro foi marcado pela alegria e descontração
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Claiton Dornelles/FNM
O FENÔMENO CAMARO AMARELO
Compositores
Apresentadora oficial Gisa Nunez
Colla puxou palmas à Peninha
Zezé Motta e Antonella Vieira
Massadas e Cordel
Kelvin Alves
Sabino foi convidado especial
Darlan Duarte
Os compositores deixaram claro que se conhecem de outros carnavais, são amigos, se visitam e muitas vezes trabalham juntos. Um é muito fã do outro. “Foi Deus que pegou na caneta”, disse Bruno Caliman ao comentar o trabalho de Colla. O compositor não queria cantar. Disse que se preparou apenas para declarar a sua admiração aos pares. E fez isso com licença poética. Mas, com alguma insistência, acabou dando uma palhinha da sua nova canção romântica, que ainda não tem destino: “Um Colar De Estrelas“. Depois de cantar, Caliman relatou um fato engraçado relacionado a “Camaro Amarelo”, que ganhou prêmio Melhor Música em 2012, no Domingão do Faustão. “Na segunda-feira, fui cortar o cabelo, e o cara me disse: ‘é por isso que o Brasil não vai pra frente. Imagina, uma música dessa ganhando prêmio’”, divertiu-se. O Ninho da Criação é tão esperado pelo público que quem veio em edições anteriores voltou e quem esteve pela primeira vez promete voltar. É o caso do grupo que foi com o gerente de turismo Rodrigo Ricieri curtir o evento. “Bateu a saudade ao relembrar uma época em que a gente colocava agulha no disco para ouvir música em casa com a família”, comentou. Shaynara Verlene, que é fã de Luan Santana e cantou inúmeras vezes “Camaro Amarelo”, adorou conhecer o autor da música. Já para Angélica Alves, a emoção veio em ouvir as canções na voz de seus compositores. E Carla Prado disse que se surpreendeu com o que sentiu ali. “As músicas me levaram de volta ao passado. Pude reviver sentimentos”, acrescenta.
Fotos: Jackson Ciceri e Claiton Dornelles/FNM
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Marina Krenn/Divulgação
Tradicionalismo
MÚSICA NATIVISTA ESQUENTA A NOITE SERRANA
Analise Severo e Neto Fagundes
O FRIO NÃO ESPANTOU O PÚBLICO QUE, MUNIDO DE CHIMARRÃO E MUITA ANIMAÇÃO, ACOMPANHOU A GRAVAÇÃO DO PROGRAMA GALPÃO CRIOULO, EM BENTO GONÇALVES
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alegria da música tradicionalista gaúcha tomou conta e aqueceu a noite serrana. A Rua Coberta ficou lotada para receber os artistas que participaram da gravação do programa da RBS TV. Neto Fagundes e Analise Severo foram os anfitriões, junto com a banda Tchê Guri, que acompanhou todas as atrações.
The All Pargatas
César Oliveira e Rogério Melo
A abertura da festa foi com prata da casa: Beto Malheiros e Tobias Kemerich, que musicalizaram o hino do município e emocionaram a plateia. Neto ressaltou a relevância de mostrar a força da música regional em um evento que reúne os maiores nomes brasileiros. “É uma honra para todos nós, estarmos aqui”, disse.
Opinião compartilhada pelo operador de envases Bruno Oliveira, que viajou desde Garibaldi para acompanhar o evento. Natural da região das missões, ele conta que sempre que pode, comparece em eventos tradicionalistas. “Estou ansioso pelo show de César Oliveira e Rogério Melo”, disse o gaúcho, acompanhado de seu inseparável chimarrão. Fotos: Franciele Gonçalves/Divulgação
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Tradicionalismo
MULHERADA PRESENTE As gurias receberam o maior destaque da noite tradicionalista, que reuniu grandes nomes da música gaúcha. Neto e Analise reforçaram a valorização da mulher durante o programa. “Um palco florido, mas mais do que isso, mostra a força feminina no Sul do Brasil”, afirmou a apresentadora. Com sua voz marcante, Tatiéli Bueno entoou versos de “Semeadora”, de Kleiton e Kledir, empolgando o público. Também ressaltou a ampliação da presença feminina no palco. “A cada ano estamos quebrando barreiras, abrindo espaços e dando passos importantes no tradicionalismo, mostrando que a gente também pode contar a história do Rio Grande”, afirmou.
Integrantes do CTG Herdeiros da Bombacha
Marina Krenn/Divulgação
Já as gurias da banda The All Pargatas trouxeram muita animação com o clássico “Entrando no M’bororé”, de Elton Saldanha. A gaiteira Paloma, que é da Serra Gaúcha, destacou a honra em estar no palco da Festa Nacional da Música, uma oportunidade inesquecível.
Tatiéli Bueno
Encerramento em grande estilo
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Fotos: Franciele Gonçalves/Divulgação
Beto Malheiros e Tobias Kemerich
EMOÇÃO E SIMPATIA Já a pequena Luiza Barbosa, representante da nova geração da música gaúcha, emocionou a todos com uma versão de “Guri”, mostrando o porquê de ter sido finalista do programa The Voice Kids. A mãe da cantora, Angela Barbosa, estava animada em frente ao palco. “É um reconhecimento e uma oportunidade muito grande, estarmos aqui”, disse em relação à Festa Nacional da Música.
Marina Krenn/Divulgação
Neto Fagundes e Luiza Barbosa
O clima de emoção seguiu com Cristiano Quevedo e Gabriel, que fizeram a plateia cantar os versos de “Bem-Te-Vi”. Os trechos românticos inspiraram os casais apaixonados que estavam presentes.
ANIMAÇÃO E BAILANTA O clima ficou animado com a presença do cantor Roger Morais. O sucesso “Tão Chegando Os Garanhão” abriu, oficialmente, a pista de baile em frente ao palco. Peões e Prendas representando o CTG Herdeiros da Bombacha, de Bento Gonçalves, mostraram a beleza das danças tradicionalistas. Roger disse que, estar no palco do Galpão Crioulo, era “um sonho realizado”. Cristiano Quevedo e Gabriel www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Tradicionalismo
César Oliveira e Rogério Melo também colocaram o público para cantar e “Pra dançar de cola atada”, em um clima de muita animação. César Oliveira comentou o momento importante que vive em sua carreira, ao ser o atual patrono da Semana Farroupilha. “Me sinto lisonjeado demais e encaro como uma missão de levar a cultura gaúcha para o nosso país”, comentou.
BEM GAÚCHA A apresentadora e cantora Analise Severo também cantou a relevância da mulher gaúcha em versos. Durante o evento, ela lançou a música “Descadeirada de Linda” e falou de seu projeto que valoriza a presença feminina no Movimento Tradicionalista Gaúcho. Neto Fagundes também brindou os presentes com a apresentação de uma canção feita em parceria com o Tchê Guri, “Um Baita Baile”, animando o público.
Evento lotou a Rua Coberta
Franciele Gonçalves/Divulgação
O encerramento foi carregado de emoção, quando todos os artistas da noite subiram ao palco e entoaram o clássico “Céu, Sol, Sul” (de Leonardo). Os versos, que destacam as belezas e encantos do Rio Grande do Sul, empolgaram a plateia, que cantou em uníssono e fechou com chave de ouro o Galpão Crioulo.
Tchê Guri foi a banda base do show
Róger Morais
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Todas as atrações reunidas no encerramento www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
Fotos: Marina Krenn/Divulgação
A agência aérea oficial
da Festa Nacional da Música
(51) 3095-3113 / (51) 9.9553-0277 Travessa Colônia, n° 48, ap 703 / Bairro Jardim Lindóia / Porto Alegre/RS
Painel Digital
TECNOLOGIA A SERVIÇO DA MÚSICA
CERCA DE 80% DO CONSUMO JÁ É FEITO EM PLATAFORMAS DIGITAIS VIA SMARTPHONES
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momento é de transição no mercado musical. O segmento da música também se volta de forma maciça ao ambiente digital a ponto de quase 80% do consumo já ser feito em plataformas digitais via smartphones. Nesse contexto, enquanto a área digital representa apenas 10% do faturamento do segmento da música, as empresas de telefonia começam a contribuir com esse comportamento, o que tem estimulado
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o crescimento no mercado tecnológico. Muitos ajustes precisam ser feitos para equacionar as questões que envolvem a migração para o ambiente digital e o pagamento de direitos autorais relacionados a esse consumo. Para discorrer sobre os desafios envolvidos nesse cenário, Glória Braga (Ecad), Andrea Thompson (Apple Music), Gustavo Gonzalez (Abramus), e Renato Vanzella (Fuga) se reuniram para a realização do Painel Os Desafios Jackson Ciceri/FNM
e o Crescimento do Mercado Digital no Brasil, durante a Festa Nacional da Música, no Dall’Onder Grande Hotel. “Estamos em um momento de transição, migrando o pagamento de direitos autorais de rádio, TV e TV por assinatura para plataformas digitais. Ou seja, quem tradicionalmente nos pagava está perdendo terreno para o digital. Com essa migração, a gente espera que haja aumento substancial na entrada de recursos”, explica Glória.
No atual modelo de gestão do Ecad para streaming de música, os direitos autorais são remunerados apenas a autores associados. “Outros licenciamentos são feitos pelas gravadoras”, detalhou Glória. Em relação a vídeo, a entidade pleiteia contrato com a Globo e a Globo Play para pagamento de direitos conexos, como já faz dentro do sistema analógico. Os players desse mercado ainda estão se situando sobre como trabalhar na área digital de forma a garantir a arrecadação correspondente ao real consumo das obras. Isso vai desde a inserção de informações detalhadas e completas da obra no ambiente digital até entender de marketing digital (anúncios, palavras-chave, acompanhamento de visualizações e outras métricas, valores remunerados em cada plataforma). Acessar mecanismos que criem maneiras mais eficientes de garantir a identificação do consumo e dos pagamentos é uma das preocupações das entidades do setor. O Ecad, por exemplo, já possui uma máquina de processamento digital exclusiva na América Latina. “Com o código da obra e do fonograma, a gente tem alta capacidade de identificar o consumo. Nós usamos o CWR, que é padrão internacional. Documentação é algo muito importante no mundo digital. Qualquer erro impede a identificação”, concluiu Glória.
NOVAS POSSIBILIDADES E OPORTUNIDADES A Abramus já celebra um crescimento de 300% na distribuição de recursos depois das parcerias com a Deezer, Spotfy, Apple Music e Napster. De acordo com Gustavo Gonzalez, a associação é uma das curadoras da Apple Music no mundo. “Estamos criando playlists oficiais e as divulgando, para difundir o repertório brasileiro da melhor forma possível.
Glória Braga/Ecad
Karen Keldani e Joanna
EVOLUÇÃO EM MEIO DIGITAL 2011: LANÇAMENTO DO ITUNES NO BRASIL 2014: ENTRADA DO SPOTFY TRAZENDO O MODELO DE STREAMING 80% DO CONTEÚDO MUSICAL ESTÁ EM STREAMING 50% DO CONTEÚDO MUSICAL ESTÁ MIGRANDO PARA STREAMING PAGO
O leque de consumo musical, conforme Gustavo, amplia-se exponencialmente com o mercado voltado para o ambiente digital. “A música gaúcha, por exemplo, antes só tocava em rádios da região Sul do país. Agora, com as plataformas digitais, todo país pode ouvir música tradicionalista do Sul. E assim também acontece com o Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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samba e o funk do Rio, o pagode de São Paulo e o forró do Nordeste”, comenta ele. O Apple Music quer se diferenciar das concorrentes por meio do trabalho com artistas e produtores de conteúdo musical e da oferta de curadoria humana.“A Fuga também é um dos nossos curadores. Entendemos que é preciso selecionar com o coração”, detalhou Andrea. Além disso, o app oferece três meses grátis, plano família mais barato, diferentes funcionalidades e páginas de artistas com álbuns e letras. E detalhe: o app roda também em sistema Android. “Agora estamos caminhando para serviços com comando de áudio”, acrescentou. No Apple Music for Artists, por exemplo, é possível acompanhar o consumo do material, as top 10 cida-
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des de consumo, músicas mais ouvidas em locais específicos. Uma das ferramentas inovadoras que a Apple criou foi a visualização do valor remunerado, medindo o consumo para repasse de direitos autorais por meio de fonograma. “É fácil de navegar, permite puxar gráficos e fazer cruzamento de dados de consumo”, explicou Andrea. Com todos esses recursos disponíveis, o artista pode identificar novas oportunidades de explorar o seu trabalho. O objetivo do Apple Music é buscar o crescimento gradual, focando no atendimento e no suporte necessários aos clientes mundo afora. “Temos uma pessoa para ajudar estrangeiros a entender como funciona o nosso trabalho e as questões que regem a arrecadação dentro de cada país”, comentou
Jackson Ciceri/FNM
Andrea. É necessário, por exemplo, que cada produtor musical tenha o seu próprio SRC (código de identificação). O crescimento do mercado brasileiro fez a Fuga, que é multinacional e está no topo nos Estados Unidos e na Europa na distribuição de músicas de maneira independente, fixar neste ano um escritório no país, situado em São Paulo. “Iniciamos nosso trabalho em 2006 e trabalhamos no Brasil desde 2008, mas agora com o aumento do mercado de música digital por aqui sentimos a necessidade de estar mais próximos, o que com certeza vai ocasionar em um crescimento ainda maior”, comenta Vanzella, que é Business Development da Fuga e representa a empresa no país. Pela primeira vez ele participa da Festa da Música e
Andrea Thompson/Apple Music
saiu encantado. “Não conhecia o evento e não tinha noção da sua importância. É muito organizada. E estarmos tendo essa oportunidade de debater mercado digital é maravilhoso.” Segundo ele, ainda há dificuldade das pessoas em entender como a distribuição funciona e espaços como esse elucidam a todos. As pessoas não sabem como os serviços são cobrados, como é feita a monetização, como é feito o recolhimento. “Há muita falta de informação. As pessoas ainda acham que um milhão de plays é o mesmo que um milhão de downloads. No streaming, a posse não é definitiva, no download sim. Por isso, ele tem um preço determinado. Já streaming é via balanço, aguarda o fechamento da receita das lojas para fazer o repasse somente depois”, explica.
Renato Vanzella/Fuga
Gustavo Gonzalez/Abramus
Fabinho Vargas e Frank Aguiar Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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UBC Ovelha
ARTE, DIVERSÃO E INFORMAÇÃO NO ESPAÇO DA UBC
BASEANDO-SE NESTES TRÊS PILARES, A UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES, DURANTE A FNM, REVELOU COMO É FUNDAMENTAL DISSEMINAR CONHECIMENTO E CULTURA, ALÉM DE ESTAR PRÓXIMO DOS COMPOSITORES. OS ARTISTAS PUDERAM CONVERSAR COM A EQUIPE DA ORGANIZAÇÃO, PARTICIPAR DE UM DIVERTIDO QUIZ E AINDA TIVERAM A OPORTUNIDADE DE REALIZAR POCKET SHOWS
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íder em tecnologia, a União Brasileira de Compositores (UBC), maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais no país, teve presença marcante na Festa Nacional da Música deste ano. O estande contou com uma divertida brincadeira de perguntas e respostas, através de uma roleta comandada por Chico Ribeiro, gerente do departamento Artístico e Repertório da organização. Todos que passavam pelo
espaço eram capazes de ouvir muitas risadas e alguns artistas respondendo a diversas perguntas como ‘Qual órgão é responsável por fazer a arrecadação de valores de execução pública de obras e fonogramas?’ ou ‘Quais são os tipos de direito que envolvem uma obra e um fonograma?’. Na mesma noite, durante a festa, Chico foi homenageado pelos muitos anos dedicados ao mercado musical e recebeu o prêmio do cantor e compositor Peninha.
Equipe UBC com Rosyl
Com um coquetel exclusivo, todos que visitavam o espaço da UBC tiveram a oportunidade de conversar com a equipe da organização e tirar dúvidas sobre direitos autorais e sobre a indústria da música, além de serem capazes de realizar ou assistir a algum pocket show.
A UBC Com o mundo da música em constante transformação, sociedades, como a UBC, têm um papel importante para garantir a autores, intérpretes, músicos, produtores fonográficos e editoras que seus direitos sejam respeitados. Durante o evento, a equipe da organização teve como missão principal fazer com que, de forma descontraída e animada, o público entendesse melhor o processo de arrecadação e distribuição da renda obtida pelos royalties de execução pública.
Chico Ribeiro e Massadas
Além de promover o interesse dos titulares, a UBC tem também como missão o desenvolvimento cultural e a transmissão de conhecimento sobre o mercado da música como um todo. Veja alguns dos projetos da organização:
NEWSLETTER E REVISTA UBC Com o intuito de informar, através da newsletter quinzenal, que pode ser assinada através do link ubc.vc/Newsletter, a publicação reúne as últimas novidades sobre a indústria musical publicadas no site da associação.
Max Pianura, Cleo Barreto e Robson Miguel www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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UBC
Além disso, a organização ainda publica trimestralmente a Revista UBC, tendo como conteúdo reportagens e notícias relevantes ao mercado da música.
PROJETO IMPULSO Chico Ribeiro e Serginho Moah
A iniciativa foi lançada esse ano e tem como objetivo construir outros caminhos para ascensão da carreira de artistas e compositores, durante um ano, focado em três pilares: capacitação, mentoria e networking. A partir de critérios artísticos, de viabilidade financeira e inteligência estratégica, três projetos são selecionados para participar da ação, sendo uma vaga exclusiva para artistas mulheres. A edição de 2019 teve como vencedores o cantor e compositor Romero Ferro (PE) e as bandas Mulamba (PR) e Canto Cego (RJ).
UBC SEM DÚVIDA Espaço UBC
Danieli Côrrea, Chico Ribeiro, Peninha, Cleo Barreto e Marcio Ferreira
Jam no espaço UBC
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A UBC realizou, entre os dias 2 e 4 de julho deste ano, a segunda edição do UBC Sem Dúvida, com o tema ‘Música 360º’. Turbinada por uma série diversificada de palestras, debates e workshops protagonizados por grandes nomes do mercado, com um extenso leque de temas que vão do digital à produção de shows. O evento gratuito, mas sujeito a lotação, tem sempre um objetivo bem específico: fomentar a indústria musical através da capacitação e educação.
PRÊMIO UBC Em uma noite repleta de surpresas e emoções, a terceira edição do Prêmio UBC homenageou o grande cantor e compositor Milton Nascimento. Autor de mais de 400 canções, o artista recebeu o Prêmio do Compositor Brasileiro, no dia 15 de outubro, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Gilberto Gil e Erasmo Carlos, respectivamente, receberam o troféu nas edições dos dois últimos anos. A cerimônia também contou com uma homenagem e entrega do Prêmio Fernando Brant para a advogada Glória Braga, pelos seus mais de 20 anos a frente do Ecad, atuando de forma significativa como superintendente executiva do órgão.
A UBC faz mais pelos seus associados Inteligência para antecipar as suas necessidades e valorizar o seu tempo Só na UBC você tem: · Cadastro de suas obras e fonogramas
online, através do Portal do Associado · Acompanhamento dos seus
rendimentos por gráficos detalhados pelo Portal ou pelo UBC APP · Meta Connect: Tecnologia exclusiva
para identificação de retidos
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/ubcmusica
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BRASILEIRAS
VOZ E ALMA
Soul de Brasileiro
O TRIO SOUL DE BRASILEIRO DESPONTA COM MÚSICA ENVOLVENTE, DANÇANTE E REPLETA DE SENTIDOS
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Quando a escuridão crescer e na luz da planície africana brilhar o azul, quando o mundo assombrar e o preto entender que domina de Norte a Sul.” Os versos de “Homens Guiné”, música autoral do Soul de Brasileiro demonstra a força musical do trio carioca. Despontando no cenário musical, o grupo marcou presença na Festa Nacional da Música e festeja o ótimo momento. As três vozes potentes de José Júnior, Negra Silva e Ge Vieira ecoaram nos palcos em
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Bento Gonçalves. Com presença marcante, eles mostraram sua proposta musical variada em ritmo e personalidade, viajando a fundo na música popular brasileira e suas influências.
DA IGREJA AOS PALCOS Eles se conheceram e começaram a fazer arte juntos em uma igreja católica em Vila Kennedy, periferia do Rio, chamada Cristo Operário. “A gente acredita que de certa forma não poderíamos fazer o que fazemos sem ser amigos e sem Jackson Ciceri/FNM
conhecermos tanto um ao outro”, afirma Ge. Se a história é breve, a trajetória é forte - o trio compreende sua origem, sabe onde quer chegar e qual mensagem quer comunicar. “Dizer que é possível, ainda, sonhar grande, celebrar os muitos artistas e influências que temos no nosso país e tudo isso sem pesos ou uma disputa que nos impeça de expressar, com verdade, qualquer sentimento que nossas canções precisem passar”, explica Ge. De forma intuitiva e autoral, esses três cantores
“Uma das maiores alegrias que tivemos esse ano foi sermos convidados para a Festa Nacional da Música! Ela nos proporcionou o maior público para o qual já nos apresentamos em toda nossa história, e isso fica eternizado na memória de qualquer artista!” (Ge Vieira)
Ge Vieira, Nega Silva e José Junior
negros carregam suas histórias de lutas e consciência em ritmo de soul music.
MULTIARTISTAS O ano de 2011 foi marcante na trajetória do trio. Foi quando eles deixaram as canções religiosas para trás e se inscreveram no concurso Favela Festival, projeto da Central Única da Favela (Cufa) e da Rede Globo. Ficaram em quarto lugar de um total de 1.500 inscritos, deixando claro que o projeto Soul de Brasileiro tinha muito mais a dar.
No mesmo ano, os três foram estudar teatro, atuaram em diversos espetáculos e produziram um musical próprio, chamado “Cidade dos Lázaros”, baseado na vida e obra de Augusto dos Anjos. Fizeram cinema, curtas e foram premiados. Dessa energia surge “Autofalante!” o segundo EP do grupo, com produção musical assinada por Sandra de Sá e single de lançamento previsto para dezembro de 2019. O trabalho traz composições recheadas de amor, vida e diáspora.
DE FÃS A AFILHADOS Apaixonados pelo trabalho da cantora Sandra de Sá, o trio era figura carimbada na plateia, onde quer que ela se apresentasse. Atenta aos novos sons da música brasileira, ela logo percebeu o talento do grupo. “Quando saiu o CD e DVD ‘Música Preta Brasileira’, aprendemos todos os backings, os arranjos. Hoje quando cantamos ao seu lado em um palco, ainda é uma coisa surreal pra nós. Vemos ela se surpreender com o quanto de detalhes sabemos de sua música”, brinca Ge.
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Festival Promessas
PARA LOUVAR EM TODOS OS RITMOS CINCO HORAS, TREZE ATRAÇÕES E MUITOS RITMOS. EM COMUM, O LOUVOR E A PALAVRA DE FÉ. PELO TERCEIRO ANO, O TRADICIONAL FESTIVAL PROMESSAS LEVA AO PALCO DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA O MELHOR DO GOSPEL BRASILEIRO
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ma multidão lotou a Rua Coberta de Bento Gonçalves para a realização do Festival Promessas - maior evento gospel do Brasil. Os shows fizeram parte da programação da Festa Nacional da Música e mobilizaram caravanas de diversos municípios do Rio Grande do Sul.
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Do rock ao sertanejo, passando pelo pop, reggae e romântico, as atrações empolgaram os presentes com seus maiores sucessos em um clima de muita devoção. Já conhecido do público gospel, o cantor e apresentador Fabinho Vargas comandou a festa. Ele ressaltou a relevância do festival, feito de forma voluntária pelos artistas. “A recompensa é nossa oferta de amor, aplauso, carinho e respeito”, disse. Prata da casa, a Banda da Associação de Ministros Evangélicos de Bento Gonçalves (Asmebe) abriu o festival, trazendo hits como “Vitória no Deserto” e espalhando o clima de ânimo entre os 15 mil fiéis presentes.
Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
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Festival Promessas
Um aquecimento de luxo com músicas interpretadas por cinco cantores. Em seguida, a jovem paulista Thayna Lane brincou que já estava aprendendo a falar com sotaque gaúcho, dirigindo-se à plateia como “gurizada” e conquistando a simpatia de todos. Em seguida cantou sucessos conhecidos, como “Alfa E Ômega” e “Eu Sou Teu”.
Dona de uma voz potente, Rebeca Carvalho foi recebida com muito carinho pelo público. Boas-vindas retribuídas com muitas palavras de louvor e, claro, música. No pedido de bis, a brasiliense já garantiu presença no Festival Promessas de 2020 e cantou seu grande sucesso “Bálsamo”, a capela e em uníssono com seus fãs.
Asmebe
Rebeca Carvalho
Asmebe
Thayna Lane
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
ACELERA E PISA Antes mesmo da dupla André e Felipe pisar no palco, a plateia já cantava, animada, o hit “Acelera E Pisa”, pedindo a presença dos sertanejos. Além de acatar o pedido do povo (que dançou em coreografias), eles também cantaram “Paz E Amor”. Para fazer o sucesso “És Meu Deus”, a dupla convidou Rebeca Carvalho para voltar ao palco. Versos como “Se eu caminhar sobre as águas não afundarei porque Tu estás comigo” levaram muitos fiéis às lágrimas. Mais uma representante do gospel sertanejo, Suelen Lima ressaltou a emoção de estar, pela primeira vez, no palco da Festa Nacional da Música em Bento Gonçalves. Ao som de “Pode Chorar”, ela também deixou uma mensagem de superação, afirmando que “onde há o amor, há esperança”.
André e Felipe
Suelen Lima
Já o cantor Willy Gregory, conhecido no Festival Promessas em Bento Gonçalves, trouxe um momento de extrema fé e reflexão. Ele contou sua história de superação, afirmando que “não existe outro lugar para estar que não aos pés de Cristo”. Sucessos como “Aleluia, Pai Do Céu” emocionaram os fãs.
Willy Gregory
Fabinho Vargas e Anderson Alves, o Pastor Gaúcho Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
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Festival Promessas
ROCK PARA JESUS
Camila Campos
Sara Rosa e Kátia Rosa, do Ministério Aliança Tabernáculo
O rock tomou conta do palco com Camila Campos, que interagiu muito com os presentes, ensinou coreografia e fez todos cantarem junto versos de músicas como “Mais Que Vencedor” e “O Céu É Meu Destino”. A jovem mostrou toda sua popularidade e empatia com o público - muitos, aliás, vestiam a camisa com a inscrição “Romanos 8:37”, usada por ela em um clipe. Entre um show e outro, personalidades como o radialista Anderson Alves, o “Pastor Gaúcho” divertiu o público com seu personagem que faz versões gaudérias de passagens da bíblia. O apresentador Fabinho também contou sua história de fé e recitou salmos com os presentes. Na sequência, o clima do festival esquentou com o roqueiro PG. Figura carimbada - e sempre festejada - no Festival Promessas, ele trouxe sucessos antigos de sua carreira e também novidades como “Adorai Somente A Deus”. As meninas do Ministério Aliança do Tabernáculo também encantaram o público e afirmaram que não estavam ali somente para cantar. “Estamos aqui para sincronizar com o trono de Deus e dizer para Ele o quanto Ele é maravilhoso”, afirmaram.
PG
PG e Fabinho Vargas
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
NOITE ADENTRO Quase noite quando a cantora Midian Lima, uma das homenageadas da Festa Nacional da Música 2019, subiu ao palco. Emocionada, ela levou os fãs às lágrimas com canções como “Jó”. Um de seus maiores sucessos, “Não Pare”, mostrou toda a potência vocal da cantora. Ela também entregou, nas mãos do realizador da Festa, Fernando Vieira, uma medalha comemorativa pelos 30 anos da Gravadora MK. A última atração da noite gospel foi também o nome mais esperado e festejado pelo público, Isadora Pompeo. Com seu estilo leve e jovem, fez o público cantar junto todas as músicas. “Como Nunca Antes” foi entoado em uníssono com a cantora, encerrando com chave de ouro o Festival Promessas.
Midian Lima Isadora Pompeo
Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
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Festival Promessas
Caravana da Assembleia de Deus de Tapera
PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO Alisson Trindade trouxe a família inteira na caravana que veio de Rio Pardo. Para garantir um lugar na primeira fila, o grupo chegou ainda de manhã à Rua Coberta. Também de Rio Pardo, Milene Franco, Yasmin Ferreira, Brenda Silveira e Letícia Soares estavam emocionadas antes mesmo do Festival Promessas começar. Com faixinhas de Jesus na cabeça, elas admitiram que estavam mais ansiosas pela presença de Isadora Pompeo e Rebeca Carvalho. A turma da Assembleia de Deus de Tapera também estava animada para curtir, pela primeira vez, os shows gospel. Evandro Valente, Fabiana Valente, Naiara Mattos e Deise Valente não conseguiam conter a animação “Vamos chorar”, garantiram (e cumpriram a promessa). Em clima de romantismo, Loreni Rodrigues Padilha veio de Venâncio Aires para assistir, ao lado de Luis Fernando Hoffman, os shows. “É a primeira vez que tenho a oportunidade de estar em um festival assim”, disse Loreni, emocionada.
Meninas de Rio Pardo
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Luis e Loreni Fotos: Jackson Ciceri/FNM e Claiton Dornelles/FNM
Espaço Maestro
UM ENCONTRO DE AMIGOS LOCAL RECEBEU POCKET SHOWS E DISCUSSÕES SOBRE O MERCADO MUSICAL
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elo segundo ano consecutivo no hall do Dall’ Onder Grande Hotel é montado, durante o maior encontro na música brasileira, o Espaço Maestro. Um local onde a empresa recebe os amigos para tocar e cantar, fazem discussões sobre assuntos relacionados à gestão do direito autoral e produção de conteúdo e também serve para fazerem novos contatos e novas amizades. Rodrigo Zor deu início aos trabalhos musicais
“Nosso espaço proporciona a possibilidade de ouvirmos diversas formas de abordagem sobre os assuntos que para nós são relevantes e também para divulgarmos o conceito do nosso trabalho. Em 2018 foi tão bom e produtivo, que nos incentivou a repetir a dose em 2019”, explica Fabinho Vargas, que coordenou o espaço durante a Festa Nacional da Música. Um palquinho foi montado e, por lá, rolou de tudo, de música clássica ao pagode, sertanejo, música gaúcha e quem deu início aos trabalhos foi Rodrigo Zor que fez algumas releituras da música pop. Além dos encontros musicais mais inusitados possíveis, houve muito bate papo, início de novas amizades e debates extremamente produtivos sobre criação de conteúdo e direito autoral, além de um painel sobre o futuro do Music Business. “Foi discutido principalmente como as plataformas digitais e as rádios podem ser complementares na divulgação de um artista e o resultado como business através da arrecadação dos direitos autorais.” Os painelistas foram o Gustavo Gonzalez, da Abramus, e o Fábio Schuk, comercial da ConectMix. “Mas passaram por lá profissionais de diversas áreas e vertentes da música”, completa Fabinho.
Gonzalez e Schuk foram os painelistas
Fernando Vieira, Tatiana Mesquita, Karen Keldani e Carlos de Andrade Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Adryana Ribeiro
UMA LOIRA NO SAMBA ADRYANA RIBEIRO PASSEIA PELO POP E ROMÂNTICO SEM DEIXAR DE LADO A SUA ESSÊNCIA SAMBISTA
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escoberta aos 20 anos, por Clodovil Hernandes, enquanto cantava na noite de São Paulo, Adryana Ribeiro foi convidada para se apresentar em seu programa, na extinta TV Manchete. Mas não foi somente ele que ficou completamente encantado com sua voz e talento. Alguns anos depois foi apadrinhada por Martinho da Vila e citada pelo jornalista Sergio Cabral como a nova “Revelação do Samba.”
Vila, dos Demônios da Garôa, de Rafael Rabello e Luís Carlos, da Banda Raça Negra. O trabalho estourou em todo Brasil com o hit “Sempre Sou Eu.” No final da década de 1990 decide montar um projeto de samba pop com a gravadora Abril Music chamado Adryana e A Rapaziada, produzido por Arnaldo Sacomanni, emplacando os sucessos “Só Faltava Você”, “Tudo Passa” e “Fim de Noite”.
Oito anos depois, é indicada ao Grammy Latino com o Álbum “Take It Easy My Brother Jorge”, com releituras pops da obra do aclamado Jorge Ben Jor. Com este álbum Adryana cruza o oceano e emplaca as músicas “Taj Mahal” e “País Tropical” nas baladas européias.
Já contratada pela Sony Music, o primeiro álbum contou com participações do próprio Martinho da
Em 2005, Adryana retoma a carreira solo na gravadora Deck Disc produzida por Leandro Sa-
Sua versatilidade não passa despercebida e em 2014 o DJ Tommy Love a convida para gra-
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pucahy e estoura com “ Saudade Vem”, que mais uma vez, alcança milhões de pessoas com a sua voz.
var a track “Let’s Go People” que vira o hit das paradas LGBTs durante quatro anos consecutivos, ganhando remixes no México e na China. Sempre inovando, em 2015, a cantora mantém a carreira solo e retoma a formação original do projeto Adryana e A Rapaziada com Gelo, Binho Soul, Dado Soul e Layft. Juntos lançam o single “Ex”, música de Gaab Fernando, com direito a vídeo clipe ostentação. Esse trabalho compõe o crescente resgate musical da década de 90, e o que não falta para Adryana e A Rapaziada são su-
cessos para relembrar. Há cerca de um ano, Adryana Ribeiro fez parceria com o maestro e produtor musical Elias Jó, e juntos disponibilizaram dois singles em todas as plataformas digitais onde apresentam uma versão da intérprete mais sambista, “mais palma da mão”. Uma delas se chama “Baile do Beija Beija”, primeiro pagode palma da mão que inclui a diversidade na letra e a outra, intitulada “Coração de Aço”, romântica, área que Adryana também atua muito bem. Além das apresentações Bra-
sil afora, Adryana foi convidada a compor o quadro de jurado musical no Programa Sílvio Santos e essa popularidade nas telinhas de Domingo está completando cinco anos. Atualmente vem se apresentando no Bar Brahma, no Tributo Adryana Canta Beth, onde homenageia a madrinha do samba Beth Carvalho. O show Tributo Beth Carvalho, esteve também no Teatro Gazeta em São Paulo com a presença de convidados especiais, como Leandro Lehart, Sandamí, Demônios da Garoa, Almirzinho, entre outros. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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The Fevers
HITS DE 70 E 80 EMBALARAM
TODAS AS IDADES TRADICIONAL BANDA THE FEVERS RECEBEU AMIGOS NO PALCO DA FUNDAÇÃO CASA DAS ARTES, RELEMBROU SUCESSOS, EMOCIONOU E COLOCOU A PLATEIA PRA DANÇAR
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Claiton Dornelles/FNM
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show The Fevers e Convidados lotou a Fundação Casa das Artes, reunindo um público da melhor idade para relembrar hits das décadas de 70 e 80. Além de levar alegria ao público de Bento Gonçalves, o evento cumpriu um papel beneficente ao receber a doação de alimentos destinados a famílias
em situação de risco social. “A gente aguarda o ano todo por esse evento para encontrar os amigos e o público”, disse o vocalista Luiz Cláudio, na abertura. Tudo começou com “Por Causa De Você” – canção composta por Michael Sullivan, que fez parte da banda no início da carreira dos Fevers. Quem nun-
ca cantou “peço pra uma estrela pra te convencer enfim / que eu não sou ninguém sem você / e não há você sem mim”? Depois, a plateia cantou junto “Hey Jude” e “Imagine”, dos Beatles, e “Have You Ever Seen The Rain”, do Creedence. “Queremos deixar uma mensagem de fraternidade e paz”, disse Luiz Cláudio.
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The Fevers
O primeiro convidado do The Fevers foi o gaúcho Fabiano Feltrin, que há anos faz show cover de Elvis Presley, acompanhado do sobrinho Luiz Felipe Romagna. “Essa é uma homenagem do Elvis aos Fevers”, comentou Fabiano ao assumir o palco. O compositor Marcos Sabino entrou em seguida para cantar “Reluz” e “Cantiga”. Com Ovelha, os Fevers apresentaram “Patota”, “Guerra Dos Sexos” e “Whisky À Go-Go”. Depois, Daniel Del Sarto também dividiu o palco com a banda, intercalando músicas próprias com “Ele É O Bom” e “Minha Fama De Mau” da Jovem Guarda. Por fim, Sérgio Loroza entrou arrancando gargalhadas e animação do público. Além do humor, o artista trouxe canções como “Negro Gato” e “Vem Quente Que Eu Estou Fervendo”. Também subiram ao palco Alex Cohen, com sucessos como “Há Um Alguém”, “Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles E Os Rolling Stones”, “Menina Linda” e “Festa De Arromba.” “Elas Por Elas”, tema de abertura da novela de mesmo nome, com os conhecidos versos “tudo na vida passa / tudo no mundo cresce / (...) Tudo que vem, tem volta / Nada que vive, vive em vão / Nem todo dia é festa / Nem todo choro é triste / Nem uma dor sempre será”, os Fevers encerraram em altíssimo astral!
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Fotos: Claiton Dornelles/FNM
Daniel Del Sarto
Fabiano Feltrin e Luiz Felipe Romagna
Ovelha
Marcos Sabino
Alex Cohen
Público animado
Fundação Casa das Artes esteve lotada
The Fevers mostra no palco que mantém o pique
Luiz Cláudio
RECORDAR É VIVER
Serjão Loroza
A professora de biodança Maria Inês Beal trouxe 11 alunas para curtir o show. “Foi incrível relembrar as músicas que dançávamos em bailes na nossa juventude”, disse. Luiza Melo gostou da interação com os artistas. “O Ovelha chegou com aquela simpatia de sempre, conversou com a gente e até gravou um vídeo para as redes sociais mostrando que nós estávamos entrando no teatro”, contou a fã.
Fotos: Claiton Dornelles/FNM
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Parceria
RODRIGO KNIEST “APROXIMAÇÃO COM O ARTISTA É O NOSSO PRINCIPAL FOCO NA FESTA NACIONAL DA MÚSICA”
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arceira da Festa Nacional da Música há cinco anos, a Harman do Brasil teve uma presença de peso na edição 2019 do evento. Como vice-presidente da Harman Latin América e presidente da Harman do Brasil, o executivo Rodrigo Kniest foi a Bento Gonçalves e se mostrou surpreso com a efervescência do que viu.
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Reconhecido como um dos gestores mais respeitados do mercado e com uma larga experiência no segmento de áudio profissional, Rodrigo foi conhecer pessoalmente o maior encontro da música brasileira e se mostrou entusiasmado com o ambiente e o clima do encontro. “Apesar das muitas informações que tinha sobre o en-
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contro nos últimos anos, desde que a Harman participa, nada supera a presença física que traz uma sensação quase apoteótica ao vivenciar a energia e o nível de comprometimento e envolvimento das pessoas que participam da Festa. Tecnicamente, o retorno que se obtém com a aproximação do meio musical é a compreensão de que no Brasil muitos artistas poderiam estar
usando equipamentos de alta qualidade, mas não tem acesso por desinformação, e a nossa missão é exatamente quebrar essa barreira mostrando a ele que pode sim ter o mesmo equipamento usado pelos melhores músicos do mundo sem que necessariamente tenha que pagar mais por isso. Estar na Festa Nacional da Música é reduzir a distância entre o artista e o fabricante, levando o conhecimento técnico para que procure os nossos produtos nas lojas.” Como detentora de algumas das maiores marcas de áudio profissional do mundo, a Harman tem uma visão verticalizada de ampliação do seu market share através da Festa Nacional da Música e Rodrigo explica: “A presença de vários atores do segmento musical num mesmo evento faz com que essa heterogeneidade seja a grande atração para uma promoção vertical dos nossos produtos. Lá estavam cantores, compositores, produtores, diretores de gravadoras, divulgadores, técnicos, donos de estúdios e executivos de todas as etapas de produção da música brasileira. Essa mistura é importantíssima pelo feedback que nos dá sobre os nossos produtos e as formas de aumento de participação nos vários segmentos”. Sobre os preços dos desejados produtos distribuídos pela Harman através das suas marcas mundiais, o executivo alerta para a importância da informação e a desmistificação de algumas lendas do mercado sobre esses produtos top de linha.
E sobre esse fenômeno, Rodrigo completa com uma visão ampliada para o mercado: “Apesar de ser a maior empresa do mundo no segmento de áudio profissional, e exatamente por isso, a Harman tem consciência de sua responsabilidade em cada vez mais entender as necessidades do artista e os seus anseios no desenvolvimento de novos produtos e no suporte a ele dedicado. O artista quer que a sua voz, o seu trabalho, a sua criação, chegue ao público dentro das suas expectativas de qualidade e nesse aspecto cabe a nós atende-lo sempre com o melhor. É essa aproximação e relacionamento direto que a Festa Nacional da Música nos permite através do contato com os muitos segmentos da nossa música em um único local”. Concluindo, Kniest fala sobre a Festa Nacional da Música: “Para melhor definir esse evento prefiro usar palavras como energia, celebração, trocas, participação, espontaneidade, oportunidades, e acima de tudo integração com respeito a pluralidade, o que aliás é a marca registrada da sociedade brasileira. Em suma, a Festa é tudo isso”. E encerra com um ... “Até 2020! ”
“Já escutei gente dizendo que trouxe algum equipamento de Miami, pagando pelo peso, correndo risco no transporte e ainda arcando com as taxas aduaneiras, sem saber que o mesmo produto está à disposição no Brasil, com garantia de procedência, nota fiscal, assistência técnica e suporte legal, e muitas vezes por um custo igual ou até inferior às despesas para traze-lo de fora. Essa é a informação que devemos ampliar mostrando que esses produtos estão no Brasil e muitas vezes numa loja bem próxima. Num evento como a Festa, essa informação gira e ganha um interessante efeito multiplicador no meio artístico que sempre se mostrou extremamente colaborativo nesse aspecto.” www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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HARMAN DO BRASIL
Parceria
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A REUNIÃO DAS MELHORES MARCAS DE ÁUDIO DO MUNDO
A
presença da Harman sempre foi sinônimo de tecnologia e qualidade. E, mais uma vez, a empresa equipou os palcos da Festa Nacional da Música com algumas das marcas, que fazem a alegria de qualquer profissional de áudio ao redor do mundo. Ter JBL, AKG e Soundcraft num mesmo espaço foi novamente a garantia de um som perfeito e respeito à acústica que respondeu com o mais alto nível de qualidade sonora. Líder no mercado mundial de áudio profissional, a Harman mostrou a força de seus produtos que já são parte da história da sonorização do mais alto nível técnico do planeta. Responsável pelo desenvolvimento da mais completa linha de soluções de áudio, acessórios e periféricos voltados ao desempenho de ponta, a Harman distribui algumas das maiores marcas mundiais que, por onde passam, assumem a liderança de mercado no seu segmento.
SHOW BUSINESS As marcas AKG, AMX, Soundcraft, JBL, Lexicon, Crown, dbx, Digitech, BSS, Studer e Martin, entre tantas outras, fazem da empresa a número um no mundo do pro áudio e motivo de admiração e respeito por parte dos maiores profissionais ligados ao show business. É mais de meio século de história e 13 mil funcionários ao redor do mundo, ocupando o primeiro lugar no ranking da NAMM, como a maior empresa do mundo voltada ao desenvolvimento e manufatura de sistemas de áudio para profissionais.
FATURAMENTO E PRESENÇA NO BRASIL O faturamento anual chegou a US$ 4 bilhões em vendas no ano de 2018, com ações negociadas nas Bolsas de Valores de Nova York e europeias com a classificação de blueship. Presente no Brasil desde 2010, quando adquiriu a Selenium, hoje Harman do Brasil, a empresa tem sedes na cidade de Nova Santa Rita e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na capital São Paulo e Manaus, no Amazonas. Fotos: Jackson Ciceri/FNM
PRESENÇA NA FESTA DA MÚSICA Além do palco principal, a Harman esteve pelos corredores da edição de 2019, mostrando sua extensa linha de produtos. Entre eles, os consagrados microfones da AKG e as espetaculares mesas da Soundcraft, que equiparam o evento; além dos fones e caixas JBL que fizeram também o sucesso na sonorização das Jam Sessions nas madrugadas do evento. Elogiado por todos, o palco principal teve o moderno sistema PA VTX A12, da JBL, como garantia de um som limpo e perfeito em todos os sentidos. Nas mesas digitais de sonhos, a presença dos equalizadores gráficos da BSS em todas as saídas, processadores de efeitos Lexicon com filtros passa alta e passa baixa, delay, equalizador paramétrico de quatro bandas, gate, compressor e limiter, tudo isso em cada canal de entrada e ainda mais equalizador paramétrico de quatro bandas, compressor, limiter e delay em todas as saídas.
TECNOLOGIA DE ÁUDIO Já com a marca Digitech, a Harman revoluciona com uma linha que equilibra o clássico e o inovador. Com o melhor em tecnologia de áudio e periféricos no mundo equipando a Festa Nacional da Música 2019, a parceria com a Harman do Brasil cresceu e fez dessa grife uma das patrocinadoras oficiais do evento, enriquecendo assim ainda mais o cenário tecnológico do encontro. Em 2019, a empresa foi representada pelo seu presidente, Rodrigo Kniest, e pela direção de Marketing, formada por Bruno Moura, Eduardo Moraes e o especialista Richard Powel. A Harman mostrou que para ter o melhor som do mundo é preciso apenas escolher bem a marca do seu equipamento aqui no Brasil. Claiton Dornelles/FNM
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Abramus
ABRAMUS REUNIU MÚSICOS PARA PENSAR SOBRE O MERCADO ATUAL ESPAÇO APOSTOU NA CRIAÇÃO DE NOVOS CONTEÚDOS, PROMOVENDO DEBATES SOBRE TEMAS DE EXTREMA RELEVÂNCIA NO CENÁRIO MUSICAL
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romover encontros e gerar conteúdos relevantes: essas foram as principais diretrizes da participação da Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus) em mais uma edição da Festa Nacional da Música. O maior encontro da música brasi-
leira, há 15 anos, reúne compositores, artistas e profissionais ligados ao mercado da música para estreitar laços e tratar de temas de interesse da classe. Para Roberto Mello, diretor-geral da Abramus, “Foi um ano de luta, muito trabalho e enor-
Abramus destacou no hall do hotel seus artistas, homenageados pela Festa da Música
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Jackson Ciceri/FNM
mes realizações. Uma grande festa, com um imenso protagonismo da Abramus.” Protagonismo que se fez presente em diversos momentos: dos 14 homenageados nesta edição, nove são associados à Abramus, entre eles o cantor e compositor Paulo Ricardo, o composi-
Jackson Ciceri/FNM
Mello, Luiz Carlini e Fernando
Isadora Pompeo
Nando Cordel
Roberty, Fernando e Ruan
Yris e Naldo Benny
Tico Santa Cruz
Yris e Paulo Ricardo
Jackson Ciceri/FNM
Espaço da Abramus na festa
Edison Coelho, Rappin’ Hood, Serjão Loroza, Max Pierre e Mello
Sandamí
Zeider Jackson Ciceri/FNM
Zé Arerê, Nei Barbosa, Edison Coelho e Zé Milton
Júlio, Tiê e André Whoong
Vianna, Midian Lima e Cely Manhães
tor Bruno Caliman, o sambista Dudu Nobre, Vitor Kley, revelação de sua geração, o compositor gaúcho Antonio Villeroy, o multifacetado Serjão Loroza, o tenor Thiago Arancam e a cantora gospel Midian Lima. A predominância dos titulares da Abramus na premiação do Troféu Promessas, dedicado à música Gospel, também foi um dos destaques na edição de 2019. Gustavo Vianna, diretor de
Daniela, Edilberto Bérgamo e Jéssica
Vianna e galera da Império Hits
Fernando, Tales, Diego e Júlio
Vianna, Patineti e Gustavo Gonzalez
Artistas e Repertório da Abramus, responsável pela equipe do Rio de Janeiro e pela gestão das unidades de Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, também foi um dos homenageados: “Sou fã incondicional do evento e me senti muito honrado com essa homenagem. Considero a Festa Nacional da Música o grande evento do mercado, onde acontecem inusitados encontros artísticos’, define o executivo.
Na edição deste ano, o já tradicional e aguardado espaço da Abramus inovou: além de criar um ambiente acolhedor para os encontros, tão importantes para ampliar o relacionamento com seus titulares, a associação apostou na criação de novos conteúdos, promovendo debates sobre temas de extrema relevância no cenário do direito autoral. Organizado por Gustavo Gonzalez, um painel discutiu as novidades do universo da
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Abramus
Tato e Mello
Coelho, Alex e Danielle Cohen
Aline e Delacruz
Bruno Caliman
Neni, Aline e Caramelo
Fernando, Bruno, Vitor Kley e Júlio
Isadora, Mello e Cely
Rachell Luz, Aline Santos e Pretinho da Serrinha
Rebeca Carvalho e PG Claiton Dornelles/FNM
música digital, contando com representantes da Apple, da plataforma holandesa Fuga e de Glória Braga, superintendente executiva do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que se despede do cargo no final do ano. Para as próximas edições, a Abramus, em parceria com a organização da Festa Nacional da Música, planeja investir ainda na organização de palestras, mesas e debates, reforçando o caráter empresarial dos encontros.
Neguinho e Mug
Antonio Villeroy
Daniela, Tatiéli Bueno e Jéssica
Filipe e John Andres
Alex Lopes
Jackson Ciceri/FNM
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Além dos homenageados, estiveram em Bento Gonçalves artistas como Pretinho da Serrinha, Tico Santa Cruz, Tato, vocalista do Falamansa e o rapper Delacruz, entre outros, representando os mais de 70 mil filiados da Abramus. Ao lado de Roberto Mello, Gustavo Vianna e Gustavo Gonzalez, estiveram presentes Ayrton dos Anjos, o Patinete, Fernando Santos, diretor de AR, além de representantes dos departamentos artísticos da Abramus do Rio de Janeiro e de São Paulo.
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Thiago Arancam
Zueira e Filipe Girardi Claiton Dornelles/FNM
Pretinho da Serrinha
FOI SÓ FELICIDADE MÚSICO IMPROVISOU E MOSTROU SEU TALENTO EM DIFERENTES PALCOS DO EVENTO
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retinho da Serrinha compareceu a Festa Nacional da Música pela primeira vez em 2019 com a intenção de conhecer o evento. Não havia nada combinado pra tocar. Mas como músico gosta mesmo é de fazer música, ele acabou se juntando com os amigos do Grupo Bom Gosto e com a
cantora Rachell Luz para um som de improviso no palco montado pelo Ecad no hall do hotel. Pretinho, que tem uma lista de composições autorais que foram gravadas e viraram sucesso, optou na festa pelo repertório assumido por seu Seu Jorge e levou o povo pra curtir: “Burguesinha”, “Amiga Da Minha Mulher”, “Felicidade” e “Alma De Guerreiro.” “Foi muito bom ter encontrado diversos amigos na Festa. Estamos sempre em um canto diferente trabalhando. Não nos vemos normalmente. Gostei de ver amigos sendo homenageados. O reconhecimento é sempre válido”, comenta Pretinho. A sua lista de trabalho é extensa. Vai de Seu Jorge a Beth Carvalho, Queen Latifah, Kanye West, Lulu Santos, Marisa Monte, Zeca Pagodinho, Tribalistas e muitos outros. Todos eles já recorreram ao auxílio luxuoso do carioca Ângelo Vitor Simplício da Silva, nome de nascimento. Pretinho trabalha como percussionista, cavaquinista, produtor e diretor musical. Também é comentarista dos desfiles de carnaval e já atuou no teatro. Em 2018, ele teve duas indicações ao Grammy Latino, Melhor Música com “Aliança” composição dele com parceiros interpretada pelos Tribalistas e ganhou Melhor Álbum com “Amor e Música” de Maria Rita, que ele assinou a produção junto com a cantora. O trabalho também conta com composição própria, a música “Reza Pra Agradecer”. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019 www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Sem Reznha
SORRISO ABERTO ALEGRIA, AUTENTICIDADE E TALENTO. A DUPLA RAFA E DOUGLAS, DO SEM REZNHA, GANHA OS PALCOS COM REPERTÓRIO QUE MESCLA CANÇÕES AUTORAIS E VERSÕES EM PAGODE DE GRANDES SUCESSOS
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á oito anos na estrada, os meninos de Campinas provam que o interior paulista não é apenas berço do sertanejo. Eles são um verdadeiro fenômeno nas plataformas digitais, com mais de 35 milhões de visualizações no YouTube. Com Douglas no vocal e Rafa no pandeiro, eles parecem brincar no palco, gerando uma simpatia quase que imediata, criando sintonia especialmente com o público jovem. Na Festa Nacional da Música não foi diferente: os dois marcaram presença no palco do Show Nacional, empolgando a plateia. Versos como “não sei se eu consigo mais ficar sem ela / Pois o abraço dela é o meu abrigo / Até o meu perfume é o preferido dela e o sorriso dela desperta meu riso”, da canção “Proposta Ousada”, eles colocaram o público para cantar e dançar. Pela quarta vez no evento, “a gente já sente como se estivesse em casa”, brinca Rafa. Hoje vinculados à Sony Music, eles têm quatro álbuns gravados. No currículo, ainda está a participação no FIFA FanFest do Rio de Janeiro, um show que reuniu mais de 40 mil pessoas, além de temporadas nas casas de shows mais badaladas de São Paulo - e uma passagem por Portugal, ainda em 2018. Último lançamento da dupla, “Proposta Ousada”, de maio, já tem mais de 1,5 milhão de execuções nas plataformas digitais.
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Rafa e Douglas
150 SHOWS, EM 12 ESTADOS, REALIZADOS EM 2018 +35 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES NO YOUTUBE +2,5 MILHÕES DE PLAYS NO SPOTIFY
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Show Nacional
SEMPRE CABE
MAIS UM Músicos do pagode empolgaram o público
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
SHOW REALIZADO NA RUA COBERTA REUNIU CERCA DE 20 MIL PESSOAS
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om quantos artistas se faz um grande show? Quantas horas de músicas, parcerias e homenagens? Quantos decibéis distribuídos em caixas e gerados por instrumentos e microfones? A Festa Nacional da Música mostrou, mais uma vez, que sabe a receita perfeita: mais do que quantidade, um GRANDE show envolve emoção, sintonia e (muita) paixão pela música. A noite do Show Nacional levou uma verdadeira multidão à Rua Coberta, no momento em que os artistas puderam mostrar, a cerca de 20 mil pessoas, a sua razão de existir. Foram quase cinco horas e mais de 20 atrações entre cantores e bandas conhecidos do público, que dividiram o palco com jovens artistas, em uma coleção de grandes sucessos.
A revelação DJ Zullu mostrou a que veio
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Show Nacional
CONSAGRADOS A primeira grande artista que subiu no palco é uma referência mundial do Soul Music. Sandra de Sá colocou o público pra dançar e espantar o frio. Os versos “vem pro meu lado forever / vem pra bem dentro de mim” foram um aquecimento de luxo para a noite de show. Ao lado de Simone Floresta, do trio Soul de Brasileiro, Marcellus Meirelles, Gilson Oliveira e Sandamí, ela cantou sucessos da carreira como “Soul de Verão” e “Olhos Coloridos.” Apresentados pela grande cantora, a banda Soul de Brasileiro, uma novidade que vem ganhando destaque nacional, entoou a canção autoral “Clima Bom”, ressaltando que o calor do público espantou o frio da Serra. Sandamí (ex banda Sambô) que estava na bateria, não foi poupado. Para a alegria da plateia, ele foi convocado a mostrar sua arte e cantou o sucesso do rock “Mercedes Benz” (Janis Joplin) em ritmo de samba - uma amostra das misturas musicais que estavam por vir.
Soul de Brasileiro e Sandra de Sá
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Gilson Oliveira e Nega Silva
Sandamí
Sandra de Sá e Simone Floresta
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Marcellus Meirelles
Ge Vieira Fotos: Jackson Ciceri/FNM
#ROLÊALEATÓRIO
Bruninho e Davi com a Fresno
Os gaúchos da banda Fresno, em nova fase de sua carreira, foram os anfitriões do que o próprio cantor e band-leader Lucas chamou de “#rolêaleatório”. A mistura de ritmos tomou conta do palco quando se juntaram a ele os regueiros Tales de Polli, vocalista da banda Maneva, e Zeider Pires, da Planta e Raíz. Juntos, eles cantaram sucessos como “Oh Chuva”, lançada originalmente por Falamansa.
Bruninho
Tales e Zeider Fresno
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Show Nacional
O clima mudou completamente quando a Fresno convidou ao palco a dupla sertaneja Bruninho e Davi, que está com uma pegada mais pop, e depois, o cantor de forró Frank Aguiar. O bloco, que mesclou rock, sertanejo e xote, apresentou clássicos como “Evidências” e “Morango do Nordeste”. Frank, o “cãozinho dos teclados”, repetiu seu famoso gesto de jogar o chapéu do show para a plateia, fazendo a alegria da fã Giselle da Silva Gomerin, que era só sorrisos posando para fotos com o chapéu branco do cantor.
Frank Aguiar
Giselle da Silva
Filipe Girardi
Sula Miranda
Fredy e Fábio
Lucas, da Fresno, e Frank Aguiar
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
SERTANEJOS O ritmo sertanejo também marcou presença na noite de show. Sula Miranda, a rainha dos caminhoneiros, emocionou a plateia com clássicos como “Caminhoneiro do Amor” e “Nova York”. Esbanjando simpatia, ela chamou a dupla Roberty e Ruan, grande revelação do sertanejo, para cantar “Saudade Matadeira” - canção composta por Ruan e lançada recentemente pelo trio. E como se não bastasse dividir o palco
Sula Miranda e seus fãs
com a musa dos caminhoneiros a dupla ainda colocou a plateia para cantar com o hit “Tô Solteiro”, já nas paradas de sucesso em todo o Brasil. Como uma grande vitrine para novos artistas, outros sertanejos puderam mostrar seu trabalho na Festa Nacional da Música. Prata da casa, Felipe Girardi levantou o público com sucessos como “Durmi na Praça”, de Bruno e Marrone. Além dele, cantaram Tuta Guedes e as duplas Noelle e Junior e Fredy e Fábio, mostrando que ainda há espaço para novos artistas no meio sertanejo.
Ruan, Sula Miranda e Roberty
Junior e Noelle
Tuta Guedes
Tuta Guedes animou a plateia
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Show Nacional
GRANDE REUNIÃO Quantos grupos cabem em um grande palco? A Festa Nacional da Música mostrou que não há limites, quando a música é de qualidade. No bloco pagode, o Grupo Zueira foi o anfitrião, convidando os amigos do Bom Gosto, Turma do Pagode, Pixote, Adriano Ribeiro, André Marinho, Adryana Ribeiro e Delacruz. Eram tantas personalidades no palco que os músicos dividiram o bongô, cantaram no mesmo microfone e trocaram pandeiros no meio de uma mesma música. O resultado só poderia ser uma plateia em delírio e uma coleção de clássicos do samba e do pagode como “Vou Fazer Acontecer”, “Patricinha de Olho Azul” e “Camisa 10”.
Turma do Pagode, Mug, Zueira e Adriano Ribeiro
Rubinho
Leiz, da Turma do Pagode
André Marinho
Mug
Rosyl, do Tentasamba Pingo e Neguinho
Beça, Adriano Ribeiro, Bom Gosto e Zueira Delacruz
Dodô, do Pixote
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Adryana Ribeiro Fotos: Jackson Ciceri/FNM
NOVIDADES Alguns conhecidos do público. Outros com muitos seguidores na internet e alguns fãs. Alguns com bandas que se formaram há pouco tempo, outros com músicos de apoio de diferentes formações. A Festa Nacional da Música também é espaço para mostrar novos talentos e revelar artistas. Seja com músicas autorais ou covers de grandes sucessos. Estar em um dos palcos mais importantes do país é uma oportunidade aproveitada ao máximo, encarada como uma vitrine para o mercado fonográfico e para a exposição ao público. Nesta edição, o show nacional contou ainda com a banda Elixir Inc., com rock autoral em inglês; Rodrigo Zor, que empolgou o público com ao som do pop; e Sem Reznha, a dupla de voz e pandeiro que colocou todos para dançar. Fechando a noite, o performático DJ Zullu levantou o público com mixagens, samplers e funk. “Vamos pra Gaiola” empolgou a plateia. Em seguida, compartilhou o palco com o cantor Naldo Benny, que cantou sucessos como “Se Joga” e “Amor de Chocolate”, encerrando a festa com muita energia.
O performático DJ Zullu
Rodrigo Zor
Rafa e Douglas, do Sem Reznha
Banda Elixir
DJ Zullu Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Naldo Benny www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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SONOTEC
Equipamentos
A “DONA” DOS PALCOS VOLTA A DAR SHOW COM SEUS INSTRUMENTOS
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á mais de uma década, a presença da Sonotec na Festa Nacional da Música é associada a cada palco ou private Jam Sessions do evento. O motivo parece simplório, mas não esconde o alto profissionalismo e a dedicação da empresa ao encontro. Em todos os palcos, as marcas estão distribuídas e sempre acabam habitando os desejos dos músicos, que a cada ano descobrem novidades em design, tecnologia e novas cores. Olhar para os palcos do evento é olhar para a Sonotec.
CATÁLOGO ÍMPAR Na complexidade e heterogeneidade do seu catálogo, a Sonotec mostra uma força ímpar como uma das maiores importadoras da América Latina. E as demais marcas da empresa já lideram o mercado brasileiro em alguns segmentos.
Com sede na cidade de Presidente Prudente (SP), a Sonotec integra o Grupo Renaer liderado pelo empresário Renato Silva, histórico empreendedor que criou a icônica marca Staner. A empresa é o braço internacional do grupo e explodiu em sucesso no Brasil com o violão mais adorado pelos músicos profissionais, o espetacular Takamine, ícone mundial de qualidade em instrumento musical.
PRESENÇA NA FNM Pelos palcos e corredores, a presença das surpreendentes baterias D-Tone, as guitarras e baixos da Strinberg, e os violões da Takamine, os mais vendidos no mundo. Ao lado da marca Strinberg, eles equiparam os palcos da Festa com seus melhores modelos e provocaram o natural frison entre artistas, que buscam um som diferenciado, associado à durabilidade e ao acabamento top.
Philippe, do Detonautas, e o sucesso dos violões Takamine
Joanna e Nando Cordel e o Takamine Valve State
Gisa Nunez e o novíssimo Steel Eletro Acústico da Strinberg
Fábio Brasil com Athayde que aponta as novidades em percussão
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Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Fredy e o baixo acústico Strinberg
Pretinho da Serrinha também confere os equipamentos
STRINBERG A marca Strinberg avança, ano após ano, no quesito qualidade dos novos modelos de guitarras, baixos e violões para todos os gostos, estilos e bolsos. Criada há mais de duas décadas pela Sonotec para dar ainda mais personalidade à sua linha de instrumentos de cordas, a Strinberg desde cedo virou líder de mercado com uma proposta de qualidade a preço competitivo, fazendo da marca uma referência significativa de participação na fatia comercial do segmento.
DANELECTRO
ram e fazem a história do instrumento nos EUA e no mundo e importados com exclusividade.
D-TONE No segmento de baterias e consolidando a sua linha própria, a D-Tone voltou a participar do evento. Elogiada de forma unânime pelos bateristas, a linha foi desenvolvida pessoalmente pelo gerente de Marketing da Sonotec, Northon Vanalli, homenageado na edição 2019.
DISTRIBUIÇÃO A Sonotec distribui ainda com exclusividade para o Brasil as marcas Gretsch, Overtone, Axis, Concert, Karsect, Kat, Madrid, Kick Port, Premium, Snark, Soultone e Vokal. Além de Vanalli, participaram da Festa a sempre competente e dedicada equipe, formada pelos técnicos especialistas Danilo Athayde e Samuel Passarello. E mais uma vez a pioneira do evento brilhou nos palcos e corredores da Festa Nacional da Música 2019.
O resultado foi uma excelência no acabamento e na sonoridade, e ainda disponibilizada ao mercado a preço surpreendentemente competitivo. Equipando essas super baterias, os já consagrados pratos Zeus, também lançados pela Sonotec, e que lideram o mercado no Brasil. Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Claiotn Dornelles/FNM
Parte desse catálogo vasto da Sonotec, estão ainda as guitarras da histórica marca Danelectro, com acessórios e periféricos que se somam ao design de guitarras que fize-
Passarello, Piquet e Athayde
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Fredy e Fábio
TRABALHO NOVO NA ÁREA APÓS UM PERÍODO FORA DOS ESTÚDIOS A DUPLA FREDY E FÁBIO TRABALHA NA GRAVAÇÃO DO QUINTO ÁLBUM DA CARREIRA
A
dupla sertaneja Fredy e Fábio está em estúdio concluindo a gravação do quinto álbum, chamado “A Volta”. Em 19 anos de trabalho, a dupla fez shows no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro e ficou conhecida por cantar “Olho Por Olho” e “Duvido Muito”. Depois de um período fora dos estúdios e palcos, a Fredy e Fábio voltam ao cenário sertanejo/ pop romântico com uma nova versão para “Duvido Muito”. Entretanto, o single de trabalho do novo álbum será “Colecionando Fim”.
Quem se lembra de “até agora eu só fiz te querer bem / não tive olhos pra mais ninguém / Tudo que prometi, cumpri / E, de repente, você vem com essa história / de que está caindo fora / de que mais nada te prende aqui / (...) / Gosto de você, mas também gosto de mim / Já que você quer assim / vou cuidar da minha vida?” Fredy e Fábio se conheceram há 20 anos, no estúdio do fotógrafo Chico Audi em São Paulo. Os artistas que por ali passavam contavam também com a assistência
Fredy e Fábio se apresentaram na Festa
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Jackson Ciceri/FNM
de Fábio nas produções feitas no estúdio. Quando Fredy chegou para um ensaio fotográfico de uma campanha publicitária, comentou com Chico sobre o seu desejo de se tornar cantor. Imediatamente, Chico disse a ele que Fábio, seu assistente, tinha o mesmo sonho. E resolveu colocar os dois para cantar juntos, no camarim, uma música de João Paulo e Daniel. Ali a dupla se formou, começou a batalhar junto para gravação de seu primeiro trabalho e de lá pra cá segue em busca de cada vez mais visibilidade.
Noelle e Junior Noelle e Junior subiram ao palco na Festa
QUANDO O AMOR CANTA “SOFRÊNCIA” DUPLA PROJETA LANÇAR DUAS MÚSICAS NO VERÃO E DVD NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2020
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dupla Noelle e Junior lançou recentemente o clipe de sua música autoral “O Balcão E O Divã”. Com ritmo dançante típico das canções popularmente chamadas de “sofrência”, a letra fala sobre o esforço de deixar para trás um amor que trouxe decepção. “(...) Fiz do balcão o meu divã / bebendo até de manhã / tentando resolver esse problema / mas não tem jeito de arrancar você / de dentro do peito (...)”. As visualizações do vídeo, no YouTube, crescem dia após dia. Até o fechamento desta edição, já eram 50 mil acessos. O single, gravado há dois anos em Goiânia, faz parte do álbum “Chumbo Trocado”, que inclui cinco músicas autorais. No momento, a dupla trabalha para bombar, no próximo verão, outras duas canções desse álbum: “Chumbo Trocado” e “4:59”. Os fãs podem esperar, para o segundo semestre de 2020 o lançamento do primeiro DVD com a parti-
cipação de artistas renomados do sertanejo. Mas falando em “O Balcão E O Divã”, cantar “sofrência” é um paradoxo se considerada a história do casal. Os dois tem uma relação semelhante com a música: cantavam desde a infância. O relacionamento deles começou quando integravam uma banda que tocava no carnaval em 2014. Dois meses depois, resolveram formar a dupla voz e violão, focada em apresentações para casas noturnas, eventos corporativos, casamentos, formaturas e feiras agropecuárias. Pensando nisso, criaram um repertório flexível, misturando o sertanejo atual com toques retrô do mesmo estilo. E deu super certo! A dupla passou a fazer, em média, 20 shows por mês. Em 2018, foram 300 apresentações. Eles interpretam canções conhecidas do público de forma original com interações feitas para agradar os mais diferentes públicos. Jackson Ciceri/FNM
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Shows para Estudantes
MIX DE RITMOS COM INTERAÇÕES INUSITADAS
Zueira, Rappin’ Hood, Liah Soares, Paulo Massadas, Gisa Nunez e Ovelha se apresentaram na parte da manhã
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À tarde, alunos assistiram a shows de outros artistas
SABE QUANDO RITMOS E ARTISTAS SE MISTURAM NO PALCO? É AQUELE MOMENTO EM QUE O SERTANEJO VIRA SAMBA, O ROQUEIRO CANTA PAGODE E O PAGODEIRO ARRISCA UM RAP
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odo mundo junto e misturado. Assim foram os Shows para Estudantes, realizados na Fundação Casa das Artes, nos últimos dois dias da Festa da Música 2019, em Bento Gonçalves. Teve muita música de variados estilos e interação entre artistas perfeitamente “orquestradas” pela cantora Gisa Nunez. Além disso, o humor do Guri de Uruguaiana, o som tradicionalista do músico e compositor gaúcho Carlos Freitas e a participação do padre Antônio Maria deixaram os espetáculos ainda mais inusitados. A galerinha curtiu tudo, mas vibrou especialmente com os hits sertanejos e o hip hop do rapper Rappin’ Hood, reiterando tendências marcantes da atualidade. No primeiro dia de show, Sula Miranda abriu o espetáculo com sucessos consagrados, como “Caminhoneiro do Amor”, que rendeu a ela o título de Rainha dos Caminhoneiros, e “Temporal de Amor”, sucesso com Leandro e Leonardo. Tuta Guedes levantou os adolescentes com os conhecidos versos de “Cobaia”. “Me prenda / me abraça, não saia / aceito esse emprego de cobaia”. Em seguida, Adryana Ribeiro fez o teatro vibrar na “palma da mão” quando cantou em ritmo de samba “Eu vejo a luz do teu olhar”, música que também ficou famosa na voz de Leandro e Leonardo.
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Shows para Estudantes
Serginho Moah fez a gurizada cantar alto conhecidos hits da banda Papas da Língua. Em “Eu Sei”, todos embalaram com ele um trecho a capela. Foi lindo ver o grande coro cantando “vou pedir aos céus / você aqui comigo!”... Antes de deixar o palco, o cantor contou que começou a tocar com nove anos de idade. “Estou com 54 agora e agradeço todos os dias ao grande Pai por isso. Então, aprendam a tocar um instrumento para ter momentos legais”, aconselhou.
Sula Miranda
Tuta Guedes
CULTURA, EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE O Grupo Zueira trouxe o som do pagode com “Vou fazer acontecer”. Durante a apresentação, os rapazes lançaram palavras de incentivo. “Já jogaram a toalha? Não dá mais tempo? Aí mesmo é que tem que fazer aconte-
Serginho Moah
Adryana Ribeiro
Zueira
Liah Soares
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Paulo Massadas e Gisa Nunez www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
Fotos: Jackson Ciceri/FNM
cer!” Depois, dividiram o palco com Rappin’ Hood e, juntos, cantaram “Sou Negrão” - um manifesto contra o preconceito racial que cita grandes personalidades negras da história. A letra começa fazendo alusão ao trabalho e à educação, bastante oportuno para a ocasião. “Subi o morro para cantar (o rap ah, o rap ah) / que é pra malandro se ligar / que malandragem é trabalhar / e a pivetada estudar.“ Interações inimagináveis se formaram ali. Imagine Ovelha subindo ao palco para cantar um samba com o Grupo Zueira em homenagem à Beth Carvalho. “Você pagou com traição / a quem sempre te deu a mão”. Liah Soares chegou com uma mensagem sobre a importância de acreditar no que se quer de verdade. “Nada é por acaso”, disse para introduzir a música de Sandy e Junior, con-
duzindo à última apresentação do primeiro show, que, no final, reuniu todos os artistas para cantar “É de chocolate” e “Uni Duni Tê”, com o compositor Paulo Massadas, autor das canções. Já empolgados com as músicas e mensagens de incentivo que receberam dos artistas, os jovens ficaram ainda mais surpresos com a performance autêntica do Mestre Robson Miguel e do filho Max Pianura. Sons de diferentes instrumentos saíram do violão de Robson enquanto o artista narrava curiosidades ligadas à música, cultura e mistura de etnias. Um desses sons foi o do berimbau, usado como fio condutor da narrativa relacionada à história da capoeira. Depois, Robson convidou a galera a cantar músicas conhecidas, como “Fico Assim Sem Você”, de Claudinho e Buchecha. E a gurizada respondeu à altura!
Outro momento que caiu no gosto dos estudantes foi quando a dupla Noelle e Junior, que forma também um par romântico, apresentou “Shallow”, de Lady Gaga e Bradley Cooper. Em seguida, o casal fez todos cantarem “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó. O sertanejo também esteve presente na voz das duplas Roberty e Ruan e Fredy e Fábio, que animaram o público com “Estou Apaixonado”.
Rappin’ Hood
Destaque também para a apresentação do padre Antônio Maria com o compositor Paulo Massadas. Eles cantaram “Nossa Senhora”, de Roberto Carlos. O padre contou detalhes sobre o seu chamado à vida religiosa há 43 anos e abençoou os jovens. “Sou muito feliz sendo padre. A gente só vai ser feliz sendo aquilo que Deus sonhou para nós”, concluiu.
Padre Antônio Maria
Mestre Robson Miguel
Max Pianura Fredy e Fábio
Gisa e o Guri de Uruguaiana Roberty e Ruan
Noelle e Junior Fotos: Jackson Ciceri/FNM
Carlos Freitas
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DJ Zullu
SHOW DE UM HOMEM SÓ COM PERFORMANCE MARCANTE, DJ ZULLU CAI NAS GRAÇAS DO PÚBLICO E CONSAGRA-SE NOS PALCOS DO PAÍS
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le tem apenas 20 anos, sobe sozinho ao palco e é capaz de colocar uma grande plateia (como a do Show Nacional da Festa da Música) para dançar e cantar. Ruan de Oliveira Ferreira, o DJ Zullu, tem reunido multidões em suas apresentações em todo o país. Nascido e criado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele começou sua carreira como autodidata, quando um amigo virou DJ. Aos 11 anos, mostrou seus dons musicais pela primeira vez e já chamou atenção de quem trabalhava na área. Sua performance diferenciada nos palcos
atraiu os olhares de um amigo - bastou um vídeo na internet para o jovem viralizar e ganhar prestígio.
SUCESSO IMEDIATO Zullu caiu nas graças do público e de famosos. Passou a fazer de 30 a 40 shows por mês e, em junho de 2018, se apresentou no palco principal do Rock in Rio Lisboa, fazendo uma participação no show de Anitta. Meses depois, lançou sua primeira composição e produção “Eu Não Vou Embora”, repetindo a parceria com Anitta e incluindo MC G15. Depois dessa parceria de sucesso, Zullu repetiu a receita: primeiro com MC Nayanne, com quem lançou, em fevereiro de 2019, “Mulher do Vidigal”, e com MC Kevin o Chris, em “Pitbullzado, Loracho, Bradock”. A boa fase é festejada: “Eu estou vivendo o melhor momento da minha carreira. Há sete anos, eu venho trabalhando duro e hoje já consigo ver o fruto de tanto esforço”, declara. E o menino sonha longe, quer levar seu trabalho mundo afora. “Estou no início da minha caminhada, sei que ainda tenho muito a crescer, mas sonhar alto é meu combustível”, afirma. O artista fechou, junto com Naldo Benny, a noite de shows nacionais da Festa da Música, um momento considerado por ele como “das melhores experiências que já teve”. Foi elogiado, também, por Dudu Nobre, durante sua homenagem. “Fico muito feliz com o reconhecimento dele e mais feliz ainda por saber que ele acompanha meu trabalho.”
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Naldo Benny
ASTRAL LÁ EM CIMA ESTREANDO NA FESTA DA MÚSICA, CANTOR PARTICIPOU DE POKET SHOWS NO SAGUÃO DO HOTEL E COLOCOU TODO MUNDO PRA DANÇAR NO SHOW NACIONAL E NA JAM SESSION
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aldo Benny chegou ao saguão do D al l ’Ond er Grande Hotel, em Bento Gonçalves, empolgado. Afinal, estava pela primeira vez na Festa Nacional da Música! “Estou achando incrível! Já fiz amigos. Reencontrei pessoas: Sandra de Sá, que é minha madrinha, e Ovelha, que é o maior barato.” O cantor disse estar se sentindo em casa por estar em um evento dedicado à música. “É um momento único”, afirmou. Em 2013, ele foi convidado a participar do evento e seria home-
nageado, mas não pode vir porque sua mãe estava doente. “Agora rolou. O tempo é de Deus mesmo”, refletiu. Naldo pode sentir como é a energia da festa logo que chegou ao aeroporto em São Paulo, cidade onde está morando. “Não imaginei que encontraria tanta gente. O Ovelha fez o anfitrião. Nem conhecia o Frank Aguiar e, quando me dei conta, ele estava me dando apoio no check in”. Chegou contando que estava dois dias sem dormir. “Fiz show em Angra, segui para um Jackson Ciceri/FNM
aniversário e acabei subindo ao palco. O que me manteve acordado foi a adrenalina e a emoção de estar vindo para a Festa”, disse. O cantor não perdeu as oportunidades de interagir com os colegas músicos. Era presença frequente nos pocket shows do saguão do hotel, cantou no Show Nacional e durante a Jam Session da madrugada de segunda-feira, Naldo cantou seu hit mais famoso “Amor de Chocolate”. E todos cantaram junto: “Em cima, em cima, em cima”... www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Marcos Sabino
UM HOMEM DE VÁRIAS ÉPOCAS COM QUATRO DÉCADAS DE CARREIRA, O CANTOR E COMPOSITOR MARCOS SABINO É UM ARTISTA QUE NÃO PAROU NO TEMPO. ELE TOCA VIOLÃO E COMPÕE DESDE CRIANÇA, MAS TEM UMA ATUAÇÃO MUSICAL QUE EXTRAPOLA OS PALCOS. AO COMPLETAR 60 ANOS, LANÇA EP COM INÉDITAS E PLANEJA PERCORRER O PAÍS
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arcos Sabino é um dos grandes nomes da música nacional. Ele ganhou notoriedade em 1982, quando lançou seu grande sucesso “Reluz”, que vendeu mais de um milhão de cópias. Depois disso, nunca parou: seja gravando, compondo ou produzindo, se manteve ativo na indústria fonográfica. Em 1983, fez parte do primeiro CD lançado no país, ainda de forma promocional, durante a edição da Festa Nacional da Música daquele ano.
Realizou parcerias com grandes nomes da MPB, emplacou diversos temas de novelas e se apresentou nos palcos mais importantes do país. Em seu estúdio, em Niterói, se dedicou a produções para grandes gravadoras como Som Livre, Sony Music, EMI, BMG e Niterói Discos. Também presidiu a Fundação de Arte de Niterói (FAN), onde ocupa, hoje, o cargo de superintendente de Mídias.
NOVOS VOOS O EP chega depois de uma pausa de uma década sem lançar material inédito. “Dia Simples” traz cinco canções - quatro inéditas. Seguindo a onda dos “novos tempos”, estão sendo disponibilizadas, uma a uma, nas plataformas digitais. “A cada momento aparece uma forma diferente de viabilizar a música, é preciso estar sempre aprendendo”, afirma. Monetizar e divulgar, de acordo com o artista, são palavras importantes e que exigem uma atenção especial do mercado. Além do EP, Sabino criou, com Dalto e Byafra, o projeto “Pra Falar de Amor”, que vai percorrer todo o Brasil com canções do trio de amigos. E ele mostra que não falta disposição: estão previstos 60 shows em 2020.
DISCOGRAFIA Reluz (1982) Iluminar (1983) Simples Situação (1985)
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Romance e Prazer (1989) Canções de Amor (1995) Bicho Grilo (2002) Marcos Sabino (2005)
“UMA VERDADEIRA JAM IMPROVISADA”
Liah Soares
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ESTREANDO NO EVENTO, A CANTORA E COMPOSITORA LIAH SOARES FICOU ENCANTADA COM OS ENCONTROS QUE OCORREM NA FESTA NACIONAL DA MÚSICA
ncontrar a galera de diversos estilos - rock, reggae, rap, sertanejo, MPB, gospel - e de diferentes gerações surpreendeu a cantora e compositora Liah Soares, que participou, este ano, pela primeira vez da Festa Nacional da Música. Ela curtiu muito a oportunidade de estar ali para conviver um pouco mais com pessoas que admira, como Nando Cordel, e rever velhos amigos com quem tem parceria há longo prazo, como Antonio Villeroy. Além de
fazer novas amizades. “Com o Rappin’ Hood, eu já havia tido várias conexões e, durante a festa, virou meu brother”, contou. Liah fez três apresentações durante o evento. Subiu ao palco, durante o Show para Estudantes na Fundação Casa das Artes, para cantar músicas que foram sucesso na voz de Sandy e Júnior: “Nada É Por Acaso” e “Desperdiçou”. E fez a entrega do troféu Festa Nacional da Música para Antonio Villeroy na noite
de homenagens. Os dois cantaram juntos “El Guión”, música de autoria dele que Liah gravou em seu DVD ao vivo. Na segunda noite de shows e homenagens, ela cantou a sua versão blues de “As Canções Que Você Fez Pra Mim”, composição de Roberto Carlos. “Da metade para o final da apresentação, fui ganhando uma banda. Músicos subiram ao palco e foram acrescentando instrumentos. Uma verdadeira jam improvisada. Foi demais!” www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Painel Gaúcho
O REGIONALISMO
EM DEBATE
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Jackson Ciceri/FNM
COMO SOBREVIVER - E SE SOBRESSAIR - EM UM CENÁRIO DE PROFUNDA TRANSFORMAÇÃO DA INDÚSTRIA MUSICAL? ESSE FOI O GRANDE TEMA DO ENCONTRO DE REPRESENTANTES DO NATIVISMO COM CARLOS DE ANDRADE, O CARLÃO, EX-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÚSICA INDEPENDENTE (ABMI)
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omo em uma roda de chimarrão, artistas, produtores e entusiastas do nativismo expuseram suas impressões e buscaram, juntos, rumos para a música regional gaúcha. César Oliveira foi o interlocutor da conversa: ele narrou algumas transformações ocorridas nos últimos anos, desde o material físico (LP depois CD), a busca de espaço nas lojas, até o uso de plataformas digitais. O momento, segundo ele, pede diálogo. “Até pouco tempo, tínhamos um carimbo identitário reforçado pelo agronegócio, espaço que foi tomado pelo sertanejo”, afirmou. Segundo Oliveira, é o momento de menos enfrentamento e mais diálogo para buscar uma recolocação no cenário nacional. “Vivemos, hoje, um verdadeiro apagão. O que podemos fazer para revertê-lo?”, questionou. Com vasta experiência no mercado independente, Carlão ressaltou que o Rio Grande do Sul é um exemplo de sociedade cultural que deu certo, no que diz respeito à preservação de suas tradições. “O que é preciso, nesse momento, é pensar a música de forma estratégica, agindo em conjunto”, profetizou.
LEIS VIKINGS O empresário ponderou que não se vive um momento de apagão, que é preciso ver o “copo meio cheio”, buscando inspiração nas pessoas que estão ganhando muito dinheiro com a indústria musical. Carlão citou alguns princípios das sociedades Vikings como possíveis estratégias para a música gaúcha se consolidar. Com uma delas, “escolha suas melhores armas e seus melhores companheiros de batalha”, tentou inspirar os presentes a buscar a união em prol do grupo. Ele citou, por exemplo, que os nativistas têm, a seu favor, os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), que possuem 6 milhões de associados que podem ser grandes aliados na “viralização” de músicas, álbuns, playlists em plataformas digitais e da cultura gaúcha como um todo. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Painel Gaúcho
BUROCRACIA NECESSÁRIA Em relação a outra lei, “manter o acampamento em ordem”, Carlão citou que é preciso ser direto, objetivo e agressivo. O trabalho começa com o registro detalhado para poder ter competitividade no mundo digital. Citou exemplos como o fortalecimento da música em Porto Rico, com uma verdadeira força tarefa realizada em prol do Grammy Latino, e da força da música baiana, impulsionada pelo apelo televisivo. O acordeonista Luciano Maia ponderou que o artista precisa gerenciar sua carreira como um negócio, uma empresa. “Temos entidades como a Abramus, a nosso favor, além de leis de incentivo como a Rouanet, ancorado no artigo 18”, comentou. Sobre esse tema, o músico Rogério Melo ponderou que a maio-
ria dos representantes do setor não estão vinculados a entidades que o representem perante o Ecad. Opinião compartilhada com Carlão, que acrescentou que “não adianta reclamar do Ecad se não temos consciência dos nossos direitos e deveres”.
NOVOS FORMATOS O instrumentista Marcelo Caminha citou que o principal patrimônio do artista é seu público e somente ele ditará o rumo certo a seguir. Para compreender se é melhor lançar um álbum de forma física ou digital, ele apontou o caminho de diálogo com o público via redes sociais. Já Edilberto Bergo avaliou que o público não está sendo renovado, no estado. Ele, que tem apostado em cursos online de gaita de botão, disse que é o momento de “sairmos da palavra e nos abra-
Encontro discutiu a música do Rio Grande do Sul
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Jackson Ciceri/FNM
çarmos em prol do grupo”. Luciano Maia comentou que tem experimentado o formato multiplataforma (séries de internet, discos físicos e streamming) para atingir diferentes nichos. “O mercado está em desenvolvimento, não existe, ainda, certo e errado”, afirmou.
VISÃO MACRO Nesse cenário, foram apontados alguns caminhos para atingir o público, especialmente o mais jovem, e cativá-los, trazendo de volta para os CTGs e para os shows. “É preciso ter uma visão macro se quisermos um mercado macro”, disse Carlão, referindo-se ao mercado nacional e internacional. Segundo o empresário, é essencial que se trabalhe em grupo, “tirando o olho do próprio umbigo” e usando o potencial da música regional gaúcha de forma estratégica e empreendedora.
Miranda
UMA NOVA VOZ PARA DESFRUTAR AOS 23 ANOS, A JOVEM CANTORA MIRANDA FAZ SUA ESTREIA NA FESTA NACIONAL DA MÚSICA - E MOSTRA A QUE VEIO
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Pra mim, a música é uma forma de comunicação emotiva. É algo que passa uma ideia e te faz sentir o que está sendo ouvido”. A delicadeza das palavras da carioca Aline Loureiro de Miranda é a mesma que se pode perceber em seu canto suave. Autobiográfico, seu trabalho é definido por ela como “uma forma de botar para fora qualquer coisa que eu esteja passando ou sentindo.”
Este ano, também teve a oportunidade de participar, pela primeira vez, da Festa Nacional da Música. “Fiquei muito feliz de poder participar e estar entre tanta gente talentosa. Eu me apresentei na noite de shows, quando cantei duas canções. É incrível a sensação de estar no palco cantando para tantos artistas maravilhosos”, afirmou.
Cantora, compositora e multi-instrumentista (toca violão, ukulele e escaleta), Miranda compõe desde os 12 anos e fez sua estreia há sete, com a banda Júlia Sabe, participando de saraus e evento da faculdade. Com três singles autorais (“Eu Não”, “Agora” e “Universo”), ela lança, agora, seu primeiro EP “Sonho Meu”, com canções que mesclam batidas indie, folk e MPB. O projeto também inclui uma releitura da faixa-título, conhecida composição de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, que ganha acordes compassados de violão.
VIVER DE UM SONHO A música, que carrega no nome a concretização do primeiro projeto de Miranda, comemora um ano de história da artista no mercado. “2019 foi muito importante para mim. Eu ainda estou no começo, tenho consciência, e sou muito grata pela realização de mais um sonho meu”, afirma. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Tiê
UMA DÉCADA DE CANÇÕES CANTORA TIÊ COMEMORA DEZ ANOS DE CARREIRA COM LANÇAMENTO DE DVD AO VIVO E ESTREIA NA FESTA NACIONAL DA MÚSICA
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om voz doce e letras sinceras, a cantora e compositora Tiê vive um momento de celebração. São dez anos de uma carreira que já soma quatro discos lançados, turnês internacionais e participações em grandes festivais - comemoração que brinda o público com seu primeiro álbum ao vivo, o DVD “Dix” (dez, em francês), que vai rodar o país em turnê. O projeto traz releituras, sucessos e inéditas, totalizando 17 faixas. O registro audiovisual conta com as participações de Cynthia Luz e do cantor e compositor Rael. “Tem um olhar de maturidade diferente nesse trabalho. Estou mais leve, porém ainda muita intensa”, reflete a cantora. Ela explica que o dez representa a ausência e a completude ao mesmo tempo, ou seja, a falta de um repertório só de inéditas, como está acostumada a lançar, mas a totalidade de revisitar o caminho até aqui.
ESTREIA NA SERRA Pela primeira vez no palco da Festa Nacional da Música, Tiê teve a honra de cantar em homenagem ao presidente da Warner Music Brasil, Sérgio Affonso. “Foi uma festa bonita, de vários nichos musicais e isso é interessante, como a gente pode sair da bolha e conhecer outras pessoas”, declarou.
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DISCOGRAFIA GAYA (2017) Esmeraldas (2014) A Coruja e o Coração (2011) Sweet Jardim (2009)
Sylvinho Blau Blau
REENCONTRO COM FÃS GAÚCHOS EM BENTO GONÇALVES
T
ÍCONE DO ROCK NEW WAVE OITENTISTA, O CANTOR VOLTA À FESTA NACIONAL DA MÚSICA EM ÓTIMO MOMENTO DA CARREIRA
rinta e cinco anos se passaram, desde a música que transformaria a vida de um artista. Era 1984 quando o rock new wave dominava todas as rádios do país e, uma canção de letra fácil, fez um sucesso estrondoso. “Ai de mim, ai/ Ai blau blau/bla blau, blau blau ela não me quer” estava na ponta da língua de todos e a banda Absyntho, liderada por Sylvinho, estava no topo das paradas. Após o fim da banda, Sylvinho gravou alguns LP’s e CD’s, mantendo seu nome na mídia. Mas foi somente em 2001 que uma apresentação no Rock in Rio gerou uma reviravolta em
sua carreira. O sucesso absoluto deu novo fôlego a Sylvinho, agora oficialmente Sylvinho Blau Blau, que voltou a ser bastante requisitado para shows.
ASTRO DA TV Casting da emissora Record, Sylvinho participou de realities shows da emissora como A Fazenda e Troca de Esposas, e é participação fixa no programa semanal Canta Comigo. Em paralelo, a carreira de cantor segue firme, em 2013, foi convidado para cantar no Réveillon de Copacabana e, em 2014, participou da Fifa Fan Fest, parte da programação da Copa do Mundo de Futebol.
PROJEÇÃO E EVOLUÇÃO Sylvinho vem a Bento Gonçalves em um momento especial de sua carreira. “Nunca fiz tantos shows na vida, estou com a agenda lotada, sinto uma evolução artística muito grande, no palco”, diz. E revela que, todo esse sucesso o impulsiona a gravar algumas novidades. Lá nos anos 80, quando a Festa foi criada, ele já marcava presença. Ficou algumas edições sem participar e volta, agora, nesse momento de celebração. “Quando você está em uma fase legal, quer dividir. É muito bom termos um momento só nosso. É extraordinário”, afirma.
Sylvinho Blau Blau dividiu o palco do Rock com Detonautas, Vitor Kley e Felipe Pezzoni Jackson Ciceri/FNM
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Carnaval na Bahia
ZÉ ARERÊ, ELE NÃO DEIXA O SAMBA MORRER
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BLOCO ALERTA GERAL ARRASTA MULTIDÕES HÁ 25 ANOS NO CARNAVAL DE SALVADOR E TEM COMO PRESIDENTE ZÉ ARERÊ
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om apenas 11 anos, José Luis Lopes deu início a sua vida carnavalesca no Bloco Vamos com Calma. Em seguida, participou do Vida de Kelé e depois d’Os Corujas. Nesta época, ganhou o nome, que aí sim, todos conhecem Zé Arerê. Dando continuidade a essa veia musical, conheceu o professor Gil Caribé, em que pode aprender a fazer parcerias. Em meados de 1971, conheceu o grande poeta Nelson Rufino e com ele participou do Bloco Alerta Mocidade por muitos anos. Zé Arerê não parou por aí, com certeza, ele ainda tinha muito o que fazer pelo samba baiano e porque não dizer brasileiro. Após pausa nos festejos carnavalescos, em 1994, voltou junto com os amigos Nelson Rufino e Guilherme Simões para fundar o Bloco Alerta Geral. Nesta época, o samba estava perdendo espaço no carnaval de Salvador.
Com Solange Couto
Com Sereno e Ubirani
Com Ademir
Com Arlindinho, Delcio Luiz e Diego
Com a galera do Fundo de Quintal e Xande
Com Pablo, Diego e Fábio Lopes
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Carnaval na Bahia
Hoje, com 25 anos de história, o Alerta Geral, do qual é presidente, é sucesso na abertura do carnaval, com grandes atrações nacionais e locais, contando com a participação de seus foliões Alerteiros que saem nas ruas para festejar. Ala das baianas
Esse amor pelo samba fez com que Zé Arerê continuasse a abraçar os festejos que esse segmento musical traz para a cidade. Participou do Projeto Boteco do Samba, no Festival de Verão Salvador, que foi sucesso de público nas suas duas edições.
UNESAMBA Para fortalecer ainda mais as entidades carnavalescas baianas, em 2004, junto a grandes parceiros, fundou a União dos Blocos de Samba da Bahia (Unesamba), em que faz parte da diretoria. A entidade tem como objetivo fortalecer os blocos e não deixar o samba morrer no carnaval de Salvador. O mais novo projeto que ele vem encabeçando é o Festival do Bloco Alerta Geral. Evento que resgata os tradicionais festivais de samba que aconteciam na cidade. Isto visa fortalecer esse ritmo brasileiro, que tem mais de 100 anos de história.
José Carlos Marinho, Edison Coelho, Nando Cordel, Zé Arerê e Max Pierre
Com Claudinho Pereira
Com Nei Barbosa, Pierre e Coelho
Zé Arerê, presidente do Alertal Geral, tem sido presença constante no maior encontro da música brasileira, aproveitando para fazer inúmeros contatos com o pessoal ligado ao samba e ao pagode. “Este encontro é único, não existe nada igual no Brasil”, afirma Arerê. “Meu sonho é trazer uma grande representação da Bahia nesta Festa.”
José Luis Lopes nasceu em 25 de novembro de 1946, é baiano criado no bairro da Federação, no Alto das Pombas. Filho de Maria das Dores dos Santos e Augusto dos Santos Lopes (in memorian), cresceu em uma família grande composta por nove irmãos. Pai de três filhos, www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
Com Ubirani e Bira Presidente
ARERÊ NA FESTA DA MÚSICA
EXEMPLO PARA OS FILHOS
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Com Xande de Pilares
Fábio, Diego e Pablo, sempre foi exemplo de honra e caráter. Aluno do Colégio Góes Calmon, ficou conhecido como Arerê desde sua infância por todo o bairro. Homem batalhador, sempre correu atrás de seus objetivos. Ainda jovem iniciou sua carreira profissional como eletricista mecânico, e após alguns anos abriu sua própria oficina, a Auto Oficina São Jorge no Alto das Pombas.
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Sula Miranda
RAINHA DOS CAMINHONEIROS
SE SURPREENDE COM O MAIOR ENCONTRO DA MÚSICA A CANTORA FEZ SUA ESTREIA NO EVENTO
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ela primeira vez, Sula Miranda pisou no palco da Festa Nacional da Música. O marco, histórico, chega em um momento bastante intenso na vida da artista. A Rainha dos Caminhoneiros investe na carreira de apresentadora de TV e aproveitou a passagem por Bento Gonçalves para incrementar as participações no seu programa “Famosos do Brasil”, na TV Brasileira. “Foi uma oportunidade única de gravar com muitos talentos de todos os estilos musicais”, afirma. Com 33 anos de estrada se encantou com a Festa. “Sempre quis vir e estou vendo que é um baita networking estar aqui e poder conversar com compositores que às vezes são difíceis de encontrar.” Cantora, apresentadora, decoradora. Sula Miranda é uma artista difícil de definir pela sua versatilidade. Mas um fator é consenso: tudo que faz é com muito empenho, talento e energia. Ela consegue ter um olhar amplo sobre suas atividades e planeja, “como cantora, eu vou me empenhar mais a partir do meio de dezembro, quando vou poder me dedicar na carreira da música secular e buscar músicas para abrir novas portas. Na carreira gospel eu já estou me movimentando com algumas canções. No sertanejo, eu ainda tenho o sonho de realizar o meu DVD”, enumera. E não foi apenas de gravações sua passagem por Bento Gonçalves. Sula aproveitou a oportunidade de estar no palco principal da Festa para cantar sucessos antigos e apresentou um lançamento ao lado da dupla Roberty e Ruan.
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Tiago Cazaniga/Divulgação
SULA MELINDROSA Suely Brito de Miranda, Sula Miranda, nasceu e cresceu em São Paulo. Durante a infância, todas as brincadeiras vividas com suas duas irmãs eram voltadas para atividades artísticas como dançar, cantar e interpretar - uma vocação natural da família. No final dos anos 70, o trio chamou uma amiga e criou o grupo “As Melindrosas”, grande sucesso perante o público infanto-juvenil, vendendo um milhão de discos e chegando a estrelar um filme musical.
HOLOFOTES Demonstrando intimidade com os microfones, Sula apresentou programas de rádio dedicados aos caminhoneiros e à música sertaneja. Em 1990, passou a atuar também na televisão, com programas dedicados aos mesmos temas nas emissoras Record, SBT, CNT, Manchete, Rede TV, Rede Mulher de Televisão. O universo feminino, familiar e de lazer também estiveram em pauta nas suas participações televisivas. Experiência que aproveita no seu novo programa “Famosos do Brasil.”
Foram três anos com As Melindrosas. Depois disso, chegou a ficar um período afastada da música até decidir entrar no mundo sertanejo, à época passando por grandes transformações. Por três anos, percorreu gravadoras com uma fita, em busca de oportunidade - até 1986, quando assinou contrato com a 3M – e foi um sucesso absoluto.
RAINHA DOS CAMINHONEIROS À época, falar da vida dos peões de boiadeiros e caminhoneiros, era comum na música sertaneja. Sula, então, teve a felicidade de encomendar a Joel Marques, uma canção que falasse da vida da esposa do caminhoneiro. “Caminhoneiro do Amor” vendeu, já no lançamento, mais de cem mil cópias e Sula passou a fazer shows em todo o país. Cantar a vida do caminhoneiro, claro, virou sua marca, mas não ficou apenas nesse estilo. Atualmente, a cantora atua também na música secular e na música gospel.
VIDA COR DE ROSA No início da sua carreira, Sula alugou uma casa para instalar seu escritório. Chamou um pintor e pediu que ele pintasse as paredes na cor bege, em um tom bem claro. O pintor errou a cor e acabou pintando cor de rosa. A partir disso, a cor rosa passou a fazer parte do seu dia a dia, virou uma marca registrada e reconhecida pelo público. Nando Jordão/Divulgação
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Fundação de Artes de Niterói
VALORIZANDO A CULTURA CIDADE É UMA DAS QUE MAIS INVESTE NO SEGMENTO EM TODO O BRASIL
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iterói experimenta um novo ciclo na cultura, voltada à democratização dos seus espaços, expansão do diálogo com a sociedade e inéditos editais públicos direcionados para o setor, além de importantes parcerias. Nesta entrevista, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, fala dos avanços e conquistas da cidade.
Festa Nacional da Música – Foi divulgada uma pesquisa do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público (Sinconfi), do Tesouro Nacional, dizendo que Niterói é a 9ª cidade que mais investe em cultura e a primeira do estado, proporcionalmente. Qual a importância da cultura para Niterói?
FNM – O senhor poderia falar um pouco mais sobre como Niterói contribui neste sentido? Neves - Em sua segunda edição, lançamos em abril deste ano o edital de Fomento Indireto, que recebeu inscrições de projetos culturais para a captação de recursos, mediante incentivo fiscal de R$ 2,5 milhões. O incentivo fiscal deste edital corresponde à dedução de até 20% dos
valores do ISSQN e/ou do IPTU devidos pelos contribuintes que vierem a apoiar, mediante doação ou patrocínio, projetos culturais aprovados no edital. Em 2017, a Secretaria Municipal das Culturas e a Fundação de Arte de Niterói lançaram o edital para seleção de cinco Pontos de Cultura e um Pontão de Cultura, mapeando, valorizando e fomentando produções artísticas existentes na cidade. Há também os editais de fomento às artes e o de audiovisual. FNM – Depois de Brasília, Niterói tem a maior quantidade de obras de Oscar Niemeyer. A Prefeitura também administra outros espaços culturais. Como é comandar uma cidade que respira cultura?
Luciana Carneiro/Divulgação
Prefeito Rodrigo Neves – Apostamos na cultura e na educação como pilares para o desenvolvimento do município. A cultura é fundamental para a autoestima de Niterói, mas também para a redução das desigualdades e prevenção à violência. São inúmeras as políticas públicas implantadas, como o Niterói Cidade do Audiovisual, com editais de fo-
mento, redução da alíquota para o setor e a criação de espaços culturais públicos e, também, a Lei Municipal de Incentivo à Cultura, na qual empresas locais e moradores da cidade podem descontar do IPTU e do ISS investindo em projetos culturais.
Alunos do programa Aprendiz Música na Escola
Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves
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Artistas do Niterói Além da Ponte no MAC Fotos: Thiago Cortes/Divulgação
Leonardo Simplício/Divulgação
Thiago Cortes/Divulgação
Foto aérea do MAC
Teatro Municipal
Aprendiz Música na Escola
Teatro Popular
Neves – As belezas naturais da Baía de Guanabara e o traço marcante de Oscar Niemeyer emolduram o passeio pela orla. Temos o Museu de Arte Contemporânea (MAC), que abriga obras das importantes coleções João Sattamini e MAC Niterói, além de receber exposições de fora. O equipamento é considerado uma das maravilhas arquitetônicas do mundo. Seguindo a orla, temos o Caminho Niemeyer, com o Teatro Popular Oscar Niemeyer, que já foi palco de grandes eventos recebendo nomes como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Há também o Complexo do Centro Petrobras de Cinema, que abriga a recém-inaugurada Sala Nelson Pereira dos Santos, em uma estrutura que funciona como auditório multiuso para apresentações de música, teatro e cinema, além de servir como centro de convenções. Tem capacidade para 491 pessoas e o que há de mais moderno em som, luz e projeção audiovisual. Posteriormente, será inau-
gurado, no mesmo espaço, o Museu do Cinema Brasileiro. Temos ainda o Teatro Municipal, uma joia arquitetônica, o Museu Janete Costa de Arte Popular, o Solar do Jambeiro, o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, a Biblioteca Parque de Niterói, municipalizada em 2017, e a Sala José Cândido de Carvalho. FNM – O senhor também vem incentivando o trabalho da Companhia de Ballet da cidade... Neves – Apostamos na valorização desses profissionais e recuperamos a autoestima deles. Após duas décadas de existência, a Cia de Ballet agora dispõe de uma sede própria. Foram investidos cerca de R$ 700 mil no local. O sucesso de público em apresentações e montagens originais tem levado a Cia a prolongar ou repetir temporadas na cidade, no país e no Exterior. FNM – Agora falando em música, Fotos: Luciana Carneiro/Divulgação
quais os investimentos previstos para esta arte? Neves – Nós temos o Aprendiz Música na Escola, um dos maiores programas socioculturais de educação musical ativos no país, que leva para as escolas municipais aulas gratuitas de iniciação musical, canto coral e prática de instrumentos de cordas, sopros e percussão. Ampliamos o programa de 300 para 3 mil alunos atendidos. Este ano, tivemos a primeira edição do Niterói Além da Ponte, visando o intercâmbio cultural entre os municípios do Rio de Janeiro. Demanda histórica dos artistas da cidade, o projeto levou mais de 30 artistas de Niterói das áreas de música, dança, teatro e fotografia, todos selecionados via edital, a 16 municípios parceiros. Há também o Arte na Rua, com apresentações artísticas em espaços públicos como praças, esquinas e escolas, consolidando o conceito de arte livre e democrática.
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Socinpro
Estande da Socinpro na Festa da Música
NA LUTA PELO DIREITO AUTORAL ENTIDADE TEM COMO LEMA UMA MAIOR ARRECADAÇÃO COM UMA DISTRIBUIÇÃO MAIS JUSTA E ABRANGENTE
A
Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais (Socinpro) foi fundada em 1962 e é voltada para a defesa do direito autoral e para a gestão dos direitos de execução pública musical. A entidade, ao lado de outras nove associa-
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ções, administra o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) único órgão que faz a cobrança desses direitos no território nacional. A Socinpro é a terceira sociedade em arrecadação de direitos de execução pública no Brasil, sendo a primeira a União Brasileira dos Compositores (UBC),
Jackson Ciceri/FNM
e a segunda a Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus). Desde a sua constituição e até a presente data, a Socinpro, por meio de seus diretores e consultores jurídicos, sempre participou ativamente junto aos Poderes Legislativos e Executivos, em comissões de tra-
Joelma com o Rei Roberto Carlos, associado da Socinpro
Diretor-geral Jorge Costa
balho, apresentando sugestões e planos de ação, com a finalidade de aprovar leis que introduzissem proteção à propriedade intelectual, não só quanto à obrigatoriedade da remuneração pela utilização das obras musicais ou lítero-musicais, como também no combate à pirataria e no resguardo dos direitos dos compositores, autores, artistas, músicos, editores, produtores e demais titulares. A Socinpro integrou o Conselho Nacional do Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura até julho de 2006. Há também
Diretor-secretário Silvio Cesar
um setor que presta atendimento social a seus associados, auxiliando os compositores, artistas, músicos e outros titulares nas situações emergenciais, tais como consulta médica, medicamentos, exames e auxílio funeral, além de fornecer orientação jurídica.
Senado Federal, promovendo caravana de compositores e artistas à visitação de parlamentares e ministros, objetivando sensibilizar aquelas autoridades para as necessidades da classe dos compositores, artistas e demais titulares de direito, quanto a proteção da propriedade intelectual.
Quando da tramitação do projeto da nova lei autoral, nº 9.610/98, a Socinpro, juntamente com a Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes (Amar) e UBC, participou de todas as audiências públicas realizadas na Câmara dos Deputados e no
No combate a pirataria, juntamente à outras associações, conseguiu introduzir alterações no Código Penal criando dispositivos que enquadram como crime a contrafação e a pirataria, de tal sorte que, além dos praticantes desses atos ilícitos serem Claiotn Dornelles/FNM
Possui 19.297 sócios 14.320 são artistas intérpretes 5.190 são produtores fonográficos 10.955 são músicos 12.993 são autores 5.630 versionistas 425 são editores Serjão Loroza, Everton Miranda e Zezé Motta www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Socinpro
recolhidos à prisão, perdem toda a aparelhagem apreendida e ainda respondem a processo por sonegação fiscal. A entidade faz parte do Conselho de Administração do Ecad, e pode informar que a luta tem sido muito grande na área da arrecadação do direito autoral, nas transmissões via cabo e satélite, bem como nas transmissões de sinal aberto de algumas emissoras de televisão, nas exibições cinematográficas e nos festejos populares promovidos pelas autoridades municipais de cada estado do Brasil. Fiel ao seu lema de “maior arrecadação com uma distribuição mais justa e abrangen-
te”, a Socinpro prossegue empenhada em sua permanente batalha para incrementar processos e métodos capazes de atender às imposições das novas formas de comunicação ao público de obras e de fonogramas, como são os casos de música de espera telefônica, das comunicações por cabo, via satélite, e através de canais de informação, tais como a Internet, por exemplo. A atual diretoria da Socinpro é composta por: Jorge Costa, diretor-geral; Silvio Cesar, diretor-secretário; Joelma, diretora Administrativa e Financeira; Zezé Motta, diretora de Controle de Arrecadação e Distribuição; e Sonia Delfino, diretora de Comunicação Social e Cultural.
ARTISTAS ASSOCIADOS À SOCINPRO
Mumuzinho
Péricles
Thomas Machado
Matheus Marcolino
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Borne
SUCESSO, NÃO POR ACASO COM DESIGN INOVADOR E TECNOLOGIA 100% BRASILEIRA, OS AMPLIFICADORES DA BORNE CONTRIBUEM PARA QUE OS SHOWS APRESENTADOS DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA SEJAM CADA VEZ MAIS INCRÍVEIS
O
s equipamentos de guitarra e baixo espalhados pelos palcos do evento, para que os músicos tenham diversão noite adentro, também são da empresa. Nessa edição, um dos diretores da Borne, Walter Campanudo, acompanhou de perto o trabalho do seu time. “É a primeira vez que vim. Achei sensacional ver o pessoal se divertindo. É uma festa entre amigos”, disse. No mercado da indústria de equipamentos de áudio há 10 anos, a Borne fabrica amplificadores para guitarra,
baixo, violão, teclado, áudio profissional em Guarulhos, São Paulo. Walter e seu irmão Edson pensaram inicialmente em abrir uma revenda de equipamentos. Mas, à medida que detectavam gaps no segmento industrial, desenvolviam produtos novos com características diferenciadas. “Começamos com apenas um colaborador. Hoje, somos um time de, pelo menos, 70 pessoas. De tempos em tempos, nos víamos obrigados a mudar para galpões maiores. E, quando nos demos conta, éramos uma indústria com mais de 100 modelos próprios”, conta Walter.
ARTISTAS DA FNM SÃO FÃS
cadores da Borne”, conclui Walter.
Todo o time opina no design dos equipamentos. E antes de lançar produtos, a empresa ouve de amadores a profissionais renomados. “A gente solta protótipos para os artistas e eles comentam. Aproveitamos o evento para ouvir os melhores músicos brasileiros que participam da Festa tocando com os amplifi-
As novidades que a empresa trouxe para esta edição foram dois equipamentos portáteis, leves e compactos: o MoB T30, feito especialmente para guitarristas, e o NanoPRO150, para baixistas. Os produtos tem design exclusivo e estão disponíveis nas lojas brasileiras de instrumentos musicais.
No início, a empresa fabricava equipamentos para estudantes. Agora, atende do iniciante ao profissional. Na equipe da Borne trabalham desenvolvedores com 30 anos de experiência, que personalizam produtos de acordo com o perfil, necessidades e desejos de cada banda. A empresa lança também amplificadores assinados por artistas a exemplo de Cacau Santos, Roger Franco (os dois do meio gospel) e Kleine, guitarrista do Ultraje a Rigor. “Já me pediram amplificador redondo e a gente fez”, completa Walter.
Walter e Edson
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Noite de Shows
CLÁSSICOS E REVELAÇÕES SEGUNDA NOITE DE SHOWS UNIU NOVOS TALENTOS A GRANDES NOMES DA MÚSICA NACIONAL
S
abe aquelas músicas que transportam a gente para momentos inesquecíveis e fazem reviver grandes experiências? Esse foi o efeito da segunda noite de homenagens e shows da Festa Nacional da Música 2019, realizada no Salão Malbec do Dall’Onder Grande Hotel. Teve emoção, filosofia, gente nova, gente das antigas. Tudo junto e misturado.
Como a Festa é realizada no Rio Grande do Sul, nada mais justo que abrir a noi-
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Fotos: Claiton Dornelles/FNM
te com o tradicionalismo do Tchê Guri, que recebeu Cristiano Quevedo e Tatiéli Bueno para cantar. Eles fizeram um medley com as canções “Gaúcho E Coração”, “Semeadura” e “Origens” grandes clássicos do tradicionalismo. Em seguida, com a típica presença iluminada e simpatia peculiar, Frank Aguiar subiu ao palco para cantar, com o Tchê Guri, “Esperando Na Janela”, de Gilberto Gil. Mudando totalmente o estilo, a segunda música fez o público cantar “lavou tá nova” trecho da música “Mulher Madura”. Que início inusitado!
Toda a paixão por cantar, tocar e compor do 14 Bis emergiu assim que o grupo tocou os primeiros acordes. A profundidade poética de “Caçador De Mim”, de Milton Nascimento, na voz melódica e suave do grupo deu o tom do show, criando uma atmosfera de harmonia e paz. Mas eles também não ficaram devendo na animação. “Linda Juventude” trouxe um clima dançante. Depois, veio “Espanhola”, com a chegada de Flávio Venturini. O cantor puxou também “Noi-
14 Bis
Flávio Venturini
tes Com Sol” e “Todo Azul Do Mar”, que sempre deixa uma energia muito especial.
falou sobre a importância de retirar o lixo desse “jardim”. “A nossa passagem por aqui é tão rápida”, completou.
E o momento filosófico da noite prosseguiu com Nando Cordel, que, em 2018, lançou durante a Festa “O jardim da minha mente é lindo”, álbum de mantras que o levou a 23 países. A música de mesmo nome diz mais ou menos assim: “o jardim da minha mente é lindo / é lindo / é lindo / meu pensamento é de luz / luz, luz”... Ao final da canção, Nando
Para a segunda música, Nando convidou Joanna e os dois cantaram lindamente “De Volta Pro Aconchego”, a ponto de Nando comentar: “Tá bonita a carinha de vocês”. E, para fechar a parceria da noite, eles propuseram uma brincadeira com o público: um duelo de afinamento e engajamento entre o público da direita e o da
Cristiano Quevedo, Tchê Guri e Tatiéli Bueno
Fotos: Claiton Dornelles/FNM
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Noite de Shows
esquerda com a música “Sabiá”. Lembrando que eles se referiam à localização no salão.
PARCERIAS Deslumbrados com a primeira participação no evento, os meninos do Rádio Táxi chamaram de volta os anos 80 e levantaram a galera com “Garota Dourada”, “Amor de Verão” e “Eva”, acompanhados de Alexandre Piu, Luiz Carlini e Kadica Souto. O Ovelha deu uma palhinha ao lado dos guris. Por fim, os hits deram lugar a um momento mais intimista, quando a dupla Diego e Júnior fez homenagem a Gabriel Diniz, cantando “Partiu Paris.” Liah Soares cantou numa versão blues “As canções que você fez pra mim” clássico do Rei Roberto Carlos com o cantor e compositor Antonio Villeroy, que havia sido homenageado na noite anterior. Falando no Rei, o também homenageado, o maestro Eduardo Lages, retornou ao palco ao lado do Padre Antônio Maria para encantar a todos. Revelação recente no cenário musical, Miranda deu uma palhinha do seu talento e potencial para o samba, tanto que foi convidada pela Warner para regravar o clássico de Beth Carvalho “Sonho Meu” - música que a cantora dividiu com a plateia. Outra novidade que a Festa apresentou foi a banda Walk,
Frank Aguiar com o Tchê Guri
Joanna agradeceu o carinho de Cordel
Fábio Nestares, Ovelha, Alexandre Piu e Luiz Carlini
Peninha, Carlos Colla, Glória Braga e Paulo Massadas
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Fotos: Claiton Dornelles/FNM
A noite reservou ainda uma homenagem à superintendente do Ecad, Glória Braga, que se despede do cargo este ano por conta da aposentadoria. Ela recebeu uma placa comemorativa pelos 20 anos de dedicação à entidade, das mãos dos compositores Peninha, Carlos Colla e Paulo Massadas. Destacando seu trabalho em prol dos direitos autorais no segmento da Música e a implantação de um modelo de gestão que serve de exemplo para o mundo.
Padre Antônio Maria com o maestro Eduardo Lages Rafa e Douglas, do Sem Reznha, com Adryana Ribeiro
Diego e Júnior
Com quase 1,5 milhão de views na Internet, pelo clipe “Nunca mais vou namorar”, o Sem Reznha, formado por Douglas (vocal) e Rafa (pandeiro), subiu ao palco para receber a placa do YouTube pelas mãos da cantora Adryana Ribeiro. Em seguida, eles levaram o público a um momento de reflexão quando cantaram à capela “Pare Um Pouco”, com uma mensagem sobre levar a vida com leveza, tempo para si mesmo, valorizando o que realmente importa.
Zé Vitor e Cláudio Bezz
que apresentando música autoral, arrasou com sua composição na língua inglesa. Outro novo rosto que mostrou seu talento na segunda noite foi Zé Vitor.
Liah Soares
Concluído o que estava no roteiro da noite, os artistas foram se juntando no palco e acabaram fazendo um esquema de Jam Sessions ali mesmo, formando grupos heterogêneos e cantando hits consagrados. Só para início de conversa. Teve Sandra de Sá com Soul de Brasileiro, Simone Floresta, Berbel, Miranda e Adryana Ribeiro que chamou ao palco Marcellus Meirelles, o violonista preferido dos artistas da Festa, para um pout-pourri de sambas.
Soul de Brasileiro Fotos: Claiton Dornelles/FNM
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Noite de Shows
Marcos Bavini
Daniel Del Sarto, Simone e Sandra de Sá, Berbel e Marcellus marcaram o encerramento com muita animação
Mestre Robson Miguel
Em seguida sobe ao palco Juninho Araújo e com ele interpretou sucessos da MPB. Ainda mostraram seu talento Marcos Bavini, Daniel Del Sarto, Mestre Robson Miguel com seu filho Max Pianura, Alex Cohen. Ficando em destaque o improviso, inclusive essa é uma das marcas da Festa, que mais uma vez foi pura diversão!
Adryana Ribeiro, Juninho Araújo e Marcellus Meirelles
Miranda
Banda Walk
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Max Pianura
Alex Cohen www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
Fotos: Claiton Dornelles/FNM
Hard Rock
WALK
C
om larga experiência na atividade musical, os músicos Rafael Reis (vocalista), Tacio Figueiredo (guitarra e voz), Rodrigo Malta (baixo e voz) e Glenio Salerno (bateria e voz) reúnem-se em meados de 2014, para formar a banda meio paulista e meio mineira Walk. A banda se apresentou na Noite de Shows na Festa Nacional da Música 2019 e participou ativamente dos eventos realizados em Bento Gonçalves, como os painéis, congresso e Jam Sessions. Com influências do hard rock das décadas de 70, 80, e 90, cantando em inglês,
INTEGRANTES PARTICIPARAM ATIVAMENTE DOS PRINCIPAIS EVENTOS PROMOVIDOS PELA ORGANIZAÇÃO DA FESTA EM BENTO GONÇALVES
a banda brasileira vem trabalhando na divulgação de suas canções autorais inéditas, que fazem parte do repertório de seu primeiro álbum de estúdio, apresentando um show dinâmico, intenso e vibrante, levando ao público a energia do mais puro hard rock. O baterista Glenio Salerno realizou trabalho expoente como músico por 5 anos no programa “Domingão do Faustão”. Atuou por 23 anos como baterista/vocalista do músico Edinho Santa Cruz e da frota de Navios Royal Caribbean. O vocalista
Rafa Reis (Toy) tem um timbre único e admirável extensão vocal e participou de trabalhos em bandas como Bon Jovi tributo, Aerosmith tributo e Whitesnake tributo. Já o guitarrista Tacio Figueiredo trabalhou como sideman de grandes nomes da música brasileira como Antônio Carlos “Belchior” e também com o renomado violonista Diego Figueiredo. O baixista Rodrigo Malta revela uma carreira de quase 20 anos nos palcos, atuando em diversas bandas de hard rock como Uncle Trucker, Mr. Big Tributo, Bee Polar, Mr. Magoo.
Tacio, Rodrigo, Glenio e Rafael (abaixo) www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Levando alegria
O ARTISTA VAI ONDE O POVO ESTÁ
Apresentação dos músicos ocorreu na lanchonete do Hospital Militar
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HOSPITAL MILITAR RECEBEU MÚSICOS. INICIATIVA PROPORCIONA DIA ESPECIAL PARA PACIENTES, FAMILIARES E FUNCIONÁRIOS
ara quem está internado ou quem acompanha um familiar doente no hospital os dias são recheados de ansiedade. Pensando nisso, a produção da Festa Nacional da Música resolveu proporcionar um dia diferente para quem estava no Hospital Militar de Porto Alegre. A cantora Gisa Nunez, o cantor e compositor Antonio Villeroy e os cantores Délcio Tavares e Carlos Freitas fizeram uma manhã especial para quem passou pelo café. Pacientes, acompanhantes, médicos e técnicos de enfermagem entre outros funcionários pararam um pouquinho para apreciar músicas como “Ale-
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Jackson Ciceri/FNM
luia”, “Chalana”, “Italiana”, “O Equilibrista”, “Meu Erro” entre outros sucessos. A tenente Gisela Gomes estava em um grupo de 11 colaboradores que se reuniu para prestigiar a apresentação. “Está sendo muito legal recebê-los aqui tanto pros pacientes como pra quem acompanha. A gente esquece momentaneamente este clima de hospital. O que é importante para os funcionários também.” Ela relembra que fazia parte do projeto de Musicoterapia que a casa de saúde tinha às segundas-feiras. “A banda do exército tocava no pátio e nos corredores para a música chegar até quem não podia sair do quarto.”
Pacientes, familiares e amigos prestigiaram pocket show
A professora Janaína Mota foi ao local para fazer exames e ficou encantada. “Muito bonito, muito lindo. Música sempre alegra a nossa alma.” A doceira Jurema Ferrão está internada há 40 dias para a retirada de um nódulo do cérebro e tratamento de um câncer no pulmão. Ela festejou a iniciativa. “Está lindo! Está sendo um dia diferente e especial. A música veio alegrar um pouco o nosso dia.” De acordo com a direção do Hospital Militar da Área de Porto Alegre este tipo de iniciativa é muito importante. Segundo eles, a música causa um impacto muito positivo nas pessoas, ajuda a amenizar a carga que os enfermos e seus familiares passam, além de humanizar o ambiente hospitalar.
Délcio Tavares, Gisa Nunez, Antonio Villeroy e Carlos Freitas
Délcio Tavares aproveitou para contar um acidente que sofreu e limitou os movimentos da mão. “Um vidro explodiu e quase decepou minha mão. Desse problema criei o projeto Mãos Pela Paz que propõe que as pessoas usem suas mãos para passar amor e paz para as pessoas exatamente como ocorre aqui. Vejo tantas pessoas nessa missão de cuidar. Nós estarmos aqui trazendo música e amor para estas pessoas e faz muito bem, é mais importante que remédio.” Após o relato, todos cantaram juntos “Marcas Do Que Se Foi.”
Colaboradores foram assistir aos músicos
Equipe registrou a presença dos músicos
Direção do hospital compareceu à apresentação Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Levando alegria
IDOSOS DA SPAAN PARTICIPARAM DO PROJETO A Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (Spaan) atende, entre outras iniciativas, um lar para idosos. A casa recebe cerca de 130 idosos e boa parte deles no horário do lanche da tarde foram até o refeitório e puderam aproveitar a tarde diferente na companhia da cantora Gisa Nunez e dos cantores Délcio Tavares e Carlos Freitas.
Encontro com idosos ocorreu no refeitório
Para a assistente social Maria do Carmo Soares, que trabalha na casa há 20 anos, a atividade faz uma diferença maravilhosa. “Pela segunda vez temos a oportunidade de receber a Festa da Música aqui. Faz bem pra autoestima deles, que se sentem amados, valorizados. Eles se sentem cidadãos novamente.” A cantora Gisa Nunez citou a canção de Chitãozinho e Xororó que lembra “Disse o poeta, o artista vai onde o povo está/Por isso cantamos a qualquer hora em qualquer lugar.” Segundo ela, é um privilégio poder levar música para aquelas pessoas que não podem ir até a música. “Isso é musicaterapia. Se é difícil para eles irem até a música a gente traz. O artista realmente vai onde o povo está.” Para Freitas, foi uma alegria fazer parte do projeto. “É um prazer enorme estar aqui animando a galera da melhor idade tendo essa troca de aplausos e carinho”, comentou.
Moradores da Spaan estavam animados
Décio Tavares, Gisa Nunez e Carlos Freitas
Idosos quiseram registrar a visita
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Fotos: Zanza de Oliveira/FNM
O aposentado Vanderlei Moura, 81 anos, que reside no lar há quatro anos, disse que gosta bastante de música. “Eu sempre ouvia. É uma beleza pra nós eles estarem aqui. É uma coisa muito boa, estou gostando bastante.” Músicas como “Beijinho Doce”, “Como É Grande”, “Sole Mio”, “Fascinação”, “Igualzito ao Pai”, “Detalhes” e muitas outras animaram os presentes. Estagiárias da Uniritter maquiaram as senhoras
Músicos interagiram com os idosos
Para as senhoras tinha outra atividade. Um grupo de estudantes da Uniritter, estagiárias de enfermagem, estavam arrumando as moradoras fazendo cabelo e maquiagem. “Essa ação faz parte do Outubro Rosa, melhorar a autoestima delas. Muitas, após um tratamento de câncer, além do seio perdem, também, os cabelos e os pelos do rosto. Refazemos a sobrancelha. É um carinho. Algumas só pedem um batonzinho”, conta Amanda Ruas, uma das voluntárias. A aposentada Maria Esmeralda Pereira, 84 anos, mora no lar há sete. “Gosto muito de música. Eu tinha uns 100 CDs, muitos eram do Roberto Carlos, mas na última mudança se perdeu. Sobraram alguns gauchescos, do Roberto Leal. A maquiagem também gostei. Foi uma tarde muito diferente, até deveria ter me arrumado, colocado uma roupa melhor.”
Atenção e carinho foram destacados pelos moradores da Spaan Fotos: Zanza de Oliveira/FNM
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Interação
O FATOR LOCAL MÚSICOS DE BENTO GONÇALVES PARTICIPARAM ATIVAMENTE DA SEGUNDA EDIÇÃO DA FESTA NACIONAL DA MÚSICA REALIZADA NA CIDADE
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ara quem vive de música, ter o maior encontro do segmento na sua cidade é uma grande oportunidade de mostrar o seu talento e interagir com grandes nomes do mercado nacional. E essa turminha de Bento Gonçalves, se agarrou nessa chance e fez bonito durante os quatro dias do evento na Serra Gaúcha. Já no primeiro dia, no show nativista
que culminou na gravação do programa Galpão Crioulo da RBS TV, Beto Malheiros e seu filho Tobias Kemerich estrearam na festa. Eles abriram o palco com “Império das Parreiras”, música autoral e tocaram também o Hino da Cidade levantando a comunidade local. “O que mais me chamou a atenção no evento foi a união de todas as tribos e a certeza de que a música caminha para esse rumo, pois, sem dúvida, unidos somos mais fortes.”
Associação de Ministros Evangélicos de Bento Gonçalves (Asmebe) abriu o Festival Promessas
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Jackson Ciceri/FNM
Franciele Gonçalves/Divulgação
Também no show nativista se apresentaram as gurias do grupo The All Pargatas que encantaram o público. Segundo a Paloma, que é a gaiteira da turma, a Festa Nacional da Música é uma porta de entrada muito grande e foi uma alegria enorme representar a cidade. “Foi muito incrível a oportunidade de mostrar um pouco do nosso trabalho e de poder estar no palco com tanta gente bacana e talentosa.” Elas cantaram clássicos do cancioneiro gaúcho. “Muita gratidão pelo convite e vida longa a Festa da Música”, desejou.
The All Pargatas Franciele Gonçalves/Divulgação
Prata da casa, a Banda da Associação de Ministros Evangélicos de Bento Gonçalves (Asmebe) abriu o Festival Promessas, trazendo hits como “Vitória no Deserto”. Um dos momentos aguardados do evento é o Ninho da Criação, quando grandes compositores contam as histórias de suas composições mais famosas. Neste momento também teve talento local. A abertura foi feita por Darlan Duarte e Kelvin Alves. Darlan destacou a importância do evento. “Não somente para a cidade, mas para toda classe artística. Tenho certeza que todos saem do palco renovados, pois a energia contagia.” De acordo com ele, o ponto alto foi quando tocou a canção autoral “O Sol” e ouviu ao fundo alguém gritar “É isso aí, é isso aí” e quando virou era nada mais, nada menos que Nando Cordel. “Ele é um compositor consagrado e estava vibrando, me passando aquele astral positivo. Foi inesquecível.” Kelvin tocou “Ainda me lembro”, música autoral. “A repercussão por parte do público e com os compositores foi ótima.”
Tobias Kemerich e Beto Malheiros
Kelvin Alves
Asmebe
Darlan Duarte Fotos: Jackson Ciceri/FNM
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Interação
No Show Nacional, a banda de rock Elixir Inc. apresentou “Too Late” e “You” duas canções autorais. O vocalista, Vinícius Cusin, considerou o momento único. “O público estava muito receptivo, e fazer aquela galera toda cantar foi muito gratificante.” Filipe Girardi também estava lá representando o sertanejo e cantou “Dormi na Praça” sucesso de Bruno e Marrone e a canção de trabalho “Baladinha da Vida.” Para ele, a plateia foi um diferencial. “Público muito bacana, interativo, cantou, vibrou, foi demais!”
Vocalista Vinícius Cusin e o guitarista Giovanni Marcon, ambos da Elixir
TALENTO DA REGIÃO
Tecladista da Elixir, Marcos de Toni Franciele Gonçalves/Divulgação
Claiton Dornelles/FNM
Representando Farroupilha, cidade pertinho de Bento Gonçalves, Fabiano Feltrin, conhecido como Elvis Presley Cover, fez todo mundo dançar apresentando clássicos do rei do rock, como um dos convidados do show The Fevers.
Filipe Girardi Claiton Dornelles/FNM
Fabiano Feltrin levou plateia ao delírio
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Luiz Felipe Romagna e Fabiano Feltrin Fotos: Jackson Ciceri/FNM
DOS SONHOS DO INTERIOR À MAIOR FESTA DE PEÃO DA AMÉRICA LATINA
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DUPLA REVELAÇAO DE BARRETOS 2019
Roberty e Ruan grava DVD "Vivendo o Sonho" no Projeto Topzera Sertanejo. E quem poderia imaginar que os meninos que passaram fome na cidade grande pudessem realizar o sonho do sucesso em tão pouco tempo? Roberty & Ruan provam que vieram pra ficar afinal a dupla lança já um terceiro hit que promete: "Tô Sentindo Falta". Depois de "Contatinho - feat. Fred & Gustavo", uma das músicas mais tocadas de 2018 em Minas Gerais e “Boca Livre”, que traz no clipe um hit bem pra cima e com muita descontração, agora os meninos preparam outro furacão que não vai sair da lista das mais executadas nas rádios de todo país, afinal, chegou a vez da sofrência embalar através de uma vaneira romântica os amantes da música sertaneja. Segura!!!
BARRETOS
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DIVERSÃO E ARTE
Parceiro
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A
SEMPRE COM O ASTRAL LÁ EM CIMA, GUSTAVO VICTORINO É PRESENÇA CONSTANTE NO MAIOR ENCONTRO DA MÚSICA BRASILEIRA
tributos não faltam a esse grande parceiro da Festa Nacional da Música. Ele é jornalista, radialista, advogado, produtor executivo, músico e engenheiro de sistemas. Dedicou praticamente uma vida inteira aos bastidores da música. Há 13 anos, esse baita profissional integra a equipe de produção da Festa Nacional da Música, atuando como coordenador da área de tecnologia voltada ao áudio e instrumentos musicais. Na área de Tecnologia Musical, fez especialização como técnico e desenvolvedor de sistemas embarcados para instrumentos musicais, em Chicago, nos Estados Unidos, onde trabalhou por mais de dois anos.
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Rosa Marcondes/Divulgação
RECONHECIMENTO Atualmente é apresentador da Rádio e TV Pampa, onde, no mês de novembro, ganhou como Melhor Comentarista de Televisão do Ano no Prêmio Press, um dos mais tradicionais do Rio Grande do Sul. No jornalismo, foi colunista das revistas Backstage, Ele e Ela e Info Exame, além de repórter da Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil. Ao longo de mais de 35 anos de estúdio gravou, como músico, com grandes nomes nacionais e fez parte do embrionário grupo Razão Brasileira.
COMUNICADORA NATA
Parceira
MAGDA BEATRIZ É A APRESENTADORA OFICIAL DAS NOITES DE SHOWS E DE HOMENAGENS DO MAIOR ENCONTRO DA MÚSICA BRASILEIRA
A vida de Magda Beatriz se mistura com o jornalismo. Ainda adolescente, com 17 anos, começou a trabalhar na Difusora. Dois anos depois já estava no elenco do Câmera 10 com Sérgio Schiller, José Fontela, Ana Amélia Lemos, Airton Fagundes e Yeda Maria Vargas. Em 1980, entrou na TV Guaíba onde fez Guaíba Feminina com Tânia Carvalho, Aninha Comas, Liliana Reid e Marina Conter. Passou pela TV Cultura. Trabalhou 10 anos na Rádio Guaíba com a Tânia Carvalho no Big Night, nos sábados à noite. Ficou cerca de três anos fora da TV. Retornou por convite da Pampa para fa-
zer parte da equipe de Clovis Duarte, com quem já trabalhava na Guaíba no Câmera 2. Após seu falecimento, foi convidada a permanecer como âncora do Programa Pampa Debates. Há dois anos tem a responsabilidade de apresentar as duas noites de shows e homenagens que ocorre na Festa Nacional da Música. E em novembro, foi eleita, pelo voto popular e um grupo de jurados de entidades representativas do estado, Jornalista do Ano no Prêmio Press 2019. Hoje é âncora do Programa Atualidades Pampa que entrará no seu quinto ano em 2020.
Jackson Ciceri/FNM
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Empresários
BIEL E BARATA UMA DUPLA QUE DEU CERTO NEGÓCIOS MOVIDOS PELA MÚSICA
Biel e Barata
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s empresários Gabriel Maciel, o Biel, e André Menezes, o Barata, atuam há, pelo menos, 15 anos no mercado de entretenimento, com foco em eventos de música. Eles são sócios no empreendimento Vitrinni Lounge Beer, no Rio de Janeiro, junto com outros três empresários. A casa noturna recebe com frequência artistas da música. Biel e Barata, como são conhecidos no meio, produzem também festas de Reveillon no Rio, camarote no Carnaval da Sapucaí, além de blocos de rua na capital carioca. Recentemente, o empreendimento deles começou a trabalhar em mais uma vertente: o empresariado de artistas da área musical.
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Neymar e Barata
Biel e Barata com Anitta
Barata e Fernandinho
Lionel Messi e Barata
Biel fechou contrato com o DJ Zullu, que tem um trabalho voltado para o funk. Esse job é feito em parceria com o Rodamoinho - escritório da Anitta focado em construção de carreiras - e o irmão de Zullu, Dinho Ferreira. “Juntos buscamos um caminho bem bacana de crescimento para esse nosso filho”, brinca Biel.
Gabriel Medina e Barata
Barata com Caio Castro e amigos
QUANDO O BUSINESS VEM DA ALMA Contar um pouco sobre a parceria entre Biel e Barata é começar falando não da alma do negócio, mas de um negócio que vem da alma. Eles são amigos desde a época da universidade. Quando Barata cursava Arquitetura, os dois iniciaram a parceria em uma relação de clientela. “Me divertia nas festas do Biel e comecei a levar a galera que participava dos eventos que eu promovia na faculdade comigo. Aí, a gente começou a fazer vários trabalhos juntos - não só em boates, mas também festas maiores (para 5 ou 6 mil pessoas) - até que surgiu a oportunidade de abrir a Vitrinni”, detalha Barata. Paralelamente à formação em Arquitetura, o empresário conta que sempre estudou música. “Não trabalho mais como músico. Agora, faço música por lazer”, diz. Já com a Arquitetura, a relação profissional ainda está bem viva. Isso porque, além de se dedicar aos negócios, ele ainda consegue arrumar um tempinho para atuar na área. Sobre objetivos, Biel não titubeia em citar três: ser feliz com o que faz, trabalhar com o
Barata e Romário
Biel e Barata no Camp Nou
Barata com Bruninho
Biel e Barata com Nego do Borel
Mr. Catra, Biel, Barata e Dodô
Barata, Belo e Thiago Martins
Barata e Rafael Zulu
que ama e proporcionar alegria às pessoas. “Essas coisas trazem resultados positivos em todos os aspectos. Vamos em frente sempre buscando aprender mais para crescer”, completa.
CONHECIMENTO, NETWORKING E DIVERSÃO É claro que Biel e Barata estiveram em Bento Gonçalves prestigiando a Festa Nacional da Música deste ano. O aprendizado que recebem em palestras, a possibilidade de fazer networking com pessoas da área musical e a aproximação direta entre artistas são grandes atrativos do evento para os empresários.
Vitrinni no Rio de Janeiro
“Todo ano, fazemos novos contatos e amigos, o que torna futuros trabalhos e parcerias muito mais viáveis. É sempre muito prazeroso fazer parte desse encontro”, comenta Biel. www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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TUDO JUNTO E MISTURADO
Jam Sessions
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Turma do Pagode, Naldo Benny, Bily e Zueira
A MÚSICA AGREGA, MISTURA, EMPOLGA, APROXIMA. A PRÓPRIA FESTA NACIONAL DA MÚSICA É UMA PROVA DISSO, REUNINDO ARTISTAS DE TODOS OS RITMOS E TODAS AS TRIBOS NA BELÍSSIMA CIDADE DE BENTO GONÇALVES. E O EXEMPLO MAIS GENUÍNO DESSA REUNIÃO, OCORRE NAS DUAS MADRUGADAS DE EVENTO. SÃO AS JAM SESSIONS QUE RECEBEM, EM DOIS PALCOS ABERTOS, ARTISTAS, PRODUTORES, FAMOSOS E ANÔNIMOS
Tato
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Caramelo, Adriano Ribeiro e Dudu Nobre Fotos: Claiton Dornelles/FNM
D
e Wando a Ritchie Valens, passando por Raul Seixas, Creedence e The Beatles, o palco rock foi cenário de misturas inusitadas. Na primeira noite, o cantor Ovelha assumiu a “direção dos trabalhos” e abriu a Jam Session com um festival de clássicos. Ao seu lado personas como Gustavo Victorino, Marcos Sabino e Renato Rocha. “O rock não está morto”, gritou Ovelha, levantando a galera que se amontoava em frente ao palco.
Marcos Sabino, Max Pianura e Ovelha
Incorporando a “Metamorfose Ambulante”, Tico Santa Cruz, do Detonautas, também marcou presença. Fez o tradicional pedido “Toca Raul” e assumiu os microfones. Foi seguido por Lucas, da Fresno, e Serginho Moah. “Eu tava aqui brincando e chega essa patota com tanta música boa”, riu Ovelha. Já Tico Santa Cruz, conhecido por seu posicionamento político incisivo, aproveitou o palco para deixar uma mensagem de tolerância e amor.
Adriano Ribeiro, Sandamí e Mug
E pra mostrar que esse era um espaço democrático, aos primeiros acordes de “Highway to Hell”, de AC/DC, Angela Angel, subiu ao palco e soltou a
Vanessa, Tato e Caramelo
Beça, do Bom Gosto Fotos: Claiton Dornelles/FNM
Tico Santa Cruz e Macca www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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Jam Sessions
voz. Cantora de eventos em Porto Alegre, ela definiu aquela como uma oportunidade única na carreira. “É muito prazeroso estar aqui e dividir palco com nomes que eu ouço desde criança”, disse.
A FESTA NÃO PODE PARAR A exemplo do que tinha ocorrido, horas antes, no Show Nacional, a Jam Session foi um local de reunião de muitos pagodeiros. Turma do Pagode, Grupo Zueira e Bom Gosto, por si só, já extrapolavam a capacidade do palco - mas não era suficiente. Se intercalando entre instrumentos, eles ainda dividiram espaço com Dudu Nobre, Rosyl, Adriano Ribeiro, Dodô, Naldo, Rappin’ Hood e uma infinidade de outros músicos. No repertório, clássicos e novidades que movimentaram a pista de dança. Sandra Reis, do Gurias do Samba, entoou alto “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”, inspirando o público a não ir dormir tão cedo. Teve também a galera que transitou nos dois espaços - Tales (Maneva), Lucas (Fresno) e Tato (Falamansa) mostraram que são ecléticos e circularam com facilidade nos dois ambientes.
Pinha e Zueira
Tico Santa Cruz e Ovelha
Banda Walk marcando presença
MADRUGADA ADENTRO A letra da canção Festa da Música Tupiniquim “todo mundo tá presente e não tem hora pra acabar - e muita gente ainda tá pra chegar”, sucesso de Gabriel O Pensador, ilustrou bem o clima das Jam Sessions, que agitaram as madrugadas do Dall’Onder Grande Hotel. A sensação era a de que, literalmente, esta-
Angela Angel e Ovelha
Turma do Pagode, Naldo Benny e Zueira
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Vanessa, da dupla Claus e Vanessa Fotos: Claiton Dornelles/FNM
vam todos ali. Mas, quando menos se esperava, aparecia mais uma grande personalidade no palco.
Rubinho e Zueira
Dudu Nobre, por exemplo, deu o ar da graça quando já era alta a madrugada. Ele subiu ao palco e dividiu os microfones com nomes como Adriano Ribeiro e Caramelo, da Turma do Pagode. Frank Aguiar também chegou tarde - mas nem por isso menos animado - e logo misturou-se aos pagodeiros. Depois de cantar “Morango do Nordeste” e “Esperando na Janela”, ele disse que a música tem o poder de agregar as pessoas. “É um maravilhoso momento de trocas, a mais bela arte das artes”, comentou
LÁ DEPOIS DA SAIDEIRA
Rodrigo Parisotto e Sandamí
Nos finais de noite (ou começo dos dias), enquanto o palco pagode era morada de grandes artistas, o palco rock dava lugar a anônimos cantores e instrumentistas. Mas, em Jam Session, o espaço é democrático - e até aqueles que jamais tinham pisado em um palco se arriscaram e se divertiram. E os apelos dos músicos para não deixar a música parar, surtiram efeito no público. As amigas Josiane Tumelero, Renata Galeazzi e Rejane Minerd estavam animadíssimas. “É a primeira vez que venho e admito que não esperava tanto”, disse Rejane, sem parar de dançar.
FUNK PRESENTE
Bily e Dudu Nobre
Na segunda noite, a Jam Session começou já passava da meia-noite, mas quem pensava que o povo estaria desanimado ou cansado, se enganou. O funk deu o tom da Festa. No comando das pick ups, o DJ Zullu botou todo mundo para dançar o passinho e descer até o chão.
Sandra Reis, do grupo Gurias do Samba, com Bily
DJ Zullu e Tuta Guedes Fotos: Claiton Dornelles/FNM
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S U w o l l Fo @festadamusicaoficial
@festanacionaldamusica
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Cresce/RS.
Juntos, vamos mais rápido.
A união para fazer nosso Estado crescer. Está na hora do Rio Grande do Sul que todos nós queremos ver acontecer.
O Cresce/RS é um movimento para destravar o desenvolvimento do Estado, que une a Assembleia Legislativa, o Governo do Estado, o Poder Judiciário, Prefeituras, Universidades, Federações Empresariais e Órgãos de Controle e Fiscalização em torno de projetos e ações voltadas para infraestrutura e logística, fomento dos bancos públicos e desburocratização das instituições. É preciso deixar de lado nossas diferenças político-partidárias para priorizar o que realmente interessa aos gaúchos. Unindo nossas forças, temos tudo para avançar com a agilidade que precisamos.
Saiba mais pelo site: al.rs.gov.br
Redes Sociais
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Reflexão
ZÉ VITOR NA FESTA DA MÚSICA, CANTOR APRESENTA SUAS COMPOSIÇÕES VOLTADAS PARA O CUIDADO COM O PLANETA
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cantor é fruto de uma convivência íntima com a natureza. Os temas de suas músicas são reflexos dessa relação. Tanto que seu último trabalho se destaca com a mensagem: cuidar do planeta não é favor, é obrigação. E foi durante a Noite de Shows, na Festa Nacional da Música de 2019, que o cantor se apresentou e deu seu recado aos convidados. Sua apresentação intimista, no formato voz e violão, foi ao lado do músico Claudio Bezz.
Cerca de um ano após sua estreia com o álbum “Cronológico”, Zé Vitor lança alguns singles, entre eles: ”Se Eu Disser, Ia Ser Tão Bom” e “Eus Quebrados”. Em setembro de 2019, lançou também “Versos Ardentes”, música de Raimundo Fagner e Fausto Nilo, com a participação do próprio Fagner, produzido por Clemente Magalhães. O seu trabalho transita por temas relevantes e essenciais, com uma visão que só um artista de sua geração poderia ter - o amor.
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#FESTADAMÚSICA2019
Fernandinho Vieira e Priscila Cordeiro
Marcos Bavini e Serginho Moah
Waldir Silva Filho, Guri de Uruguaiana e Simone Mageli
Carlinhos Moraes com Detonautas, Sylvinho Blau Blau, Daltinho e Felipe Pezzoni
Banda Walk
Helena (herdeira da Festa da Música) com o pai Lucas
Estudantes com o grupo Zueira
Equipe VF Promoções
Jackson Ciceri, Tamires Lima, Grazi Sauer Branco e Claiton Dornelles www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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#FESTADAMÚSICA2019
Bruno e Vitor Kley, Fernandinho e Guto
Confraternização da equipe VF Promoções
Lucas Ferreira e Manoela Vargas Vieira
Willy Gregory, Alomara e PG
Pretinho da Serrinha e Rachell Luz
Magda Beatriz e Paulo Ricardo
Nando Cordel e Liah Soares
Paulo Ricardo e Délcio Tavares
Eduardo Veríssimo, Carlos Quadros, Sidgrei Spassini, Guilherme e Cynthia Pasin, Rodrigo Parisotto e João Pedrassani
Fredy, Fábio, Junior e Noelle
Serjão Loroza e Fernando Vieira
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Amanda, Juliana, Grazi, Camila, Eliana, Luísa e Tamires
Zezé Motta, Karen Keldani e Joanna
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Sula Miranda, Thiago Arancam e maestro Eduardo Lages
Adriane Ariotti, Marli Pedrassani e Cyntia Pasin
Michele Gomes, Vianei Kaiser e Suelen Reck
Guilherme Pasin, Rodrigo Parisotto, Davi Saguitão, Fernando Vieira e Tico Santa Cruz
Padre Antônio Maria, Zé Milton e Liebert Ferreira
Galera descontraída no café da manhã
Zanza de Oliveira e Pixote
Thiago Arancam, Gisa Nunez, Anselmo Costa e Dudu Nobre
Roberto Mello, Thiago Arancam, Adryana Ribeiro, Ayrton dos Anjos e Anselmo Costa
Alexandre Piu, Fábio Nestares, Kadica Souto, Gel Fernandes e Luiz Carlini
Fernando e Antonella Vieira www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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#FESTADAMÚSICA2019
Carlos Colla e Peninha
Em pé, Magrão, Sylvinho Blau Blau, Christiano e Hely Rodrigues, e, sentados, Alex Cohen, Flávio e Cláudio Venturini
Júlio com Bruno Caliman e a esposa Rose
Tiê, André Whoong e Miranda
Zé Milton, Edison Coelho, Sylvinho Blau Blau e Alex Cohen
Sebastião Melo e Fernando Vieira
Manu Ambrosi, Ju, Carol, Aline, Kasly, Débora e Tamy
Gabriela, Bruna e Rafaela
Grupo Zueira
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Daniele Gorski e Luiz Henrique Montano
Adriano Vieira, Claudio Mendes, Kadica Souto e Luiz Otávio (Tatá) www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
Alegria foi marca registrada dos encontros na festa
Airton Zorzi e Debora Caselani
Vivi Freitas, Gisa Nunez, Fernanda Faccioli e Carlos Colla
Yasmin, Lucas, Ricardo e Liliana
Margarida e Isadora Pompeo
Débora Dutra Caselani, Andrea Caselani Palharini, Ana Paula Palharini e Ester Samara da Silva
Fernando Vieira, Guilherme Pasin e Vitor Kley
Alice com os pais Tânia e Rafael Pasqualoto e o irmão Alef
Marina Krenn, Denise Holleben, Tamiris Balduque e Daiana Titton
Robson, Ricardo Piccoli, Evandro Soares, Rodrigo Parisotto, Eduardo Bianchi, Davi Da Rold, João Pedrassani, Sidgrei Spassini, Leonardo Cury e Guilherme Pasin www.festanacionaldamusica.com.br | #FNM2019
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#FESTADAMÚSICA2019
Fernando Vieira com o prefeito Guilherme Pasin
Antonella Vieira, Patrícia De Conto e Helena Sattamini
Dudu Nobre, Tuta Guedes e Vitor Kley
Aurea, Elaine, Luciana, Ana Cristina e o marido Sérgio Affonso, e Tiê
Sula Miranda, Ovelha e Gel Fernandes
Paulo Ricardo, Fabiano Feltrin e Luiz Romagna
Ge Vieira, Nega Silva e José Junior
Paulo Ricardo, Sandra de Sá e Joanna
Edison Coelho, Joanna, Flávio Venturini, Nando Cordel e Liah Soares
Eduarda (herdeira da Festa da Música) com o pai Lucas
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Programa Sulgás de Patrocínios Socioculturais e Esportivos. O nosso maior investimento é na vida dos gaúchos. Acreditamos que a cultura tem o poder de transformar. Que o esporte é capaz de mudar futuros. E é por isso que mantemos o Programa Sulgás de Patrocínios: uma iniciativa que traz mais inclusão para milhares de pessoas através de projetos culturais, esportivos e sociais. É assim que fazemos a diferença na vida dos gaúchos.
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