QUINTAL URBANO REQUALIFICAÇÃO DO LOTEAMENTO RESIDENCIAL 2000 NA CIDADE DE UBERABA
AMANDA NEUBERGER CAMPOS 5124152
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | ORIENTADOR RODRIGO MORETTI 2017 1
Figura 1 - Rua nĂŁo identificada - Bairro Residencial 2000, Uberaba. Foto: Carol Borges.
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UNIVERSIDADE DE UBERABA ARQUITETURA E URBANISMO
AMANDA NEUBERGER CAMPOS 5124152
REQUALIFICAÇÃO DO LOTEAMENTO RESIDENCIAL 2000 NA CIDADE DE UBERABA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ORIENTADOR RODRIGO MORETTI 2017 3
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RESUMO O presente trabalho discorre sobre o loteamento urbano de interesse social, Residencial 2000, sob a conceituação de uma malha inserida na rede da cidade de Uberaba, na qual se apresentam feridas, que, devem ser tecidas através de articulações sociais e ambientais por meio do redesenho urbano. Faz-se uso de debates críticos referenciando autores que abordam as áreas de importância para que sejam traçadas premissas, debates estes inseridos nas grandes áreas da autossuficiência e sustentabilidade inseridas no meio urbano, agenciamentos possíveis para a minimização de diferenças qua litativas sociais do desenho e qualidade urbana, e uso de estratégias contemporâneas e tecnológicas capazes de gerar novas cidades dinâmicas, que se adequem às novas necessidades urbanas. O trabalho foi guiado sob três esferas, trabalhou-se a escala do bairro, a partir da leitura deste, definindo, dessa maneira, novas diretrizes de ocupação geral para a área, ampliou-se a escala deste para então criar premissas de conexões no bairro através do redesenho urbano e criação de novos espaços e paisagens ao bairro. A partir de tais diretrizes foi proposto o desenvolvimento do projeto do Quintal Urbano, como uma resposta a pedidos percebidos através da conversa com moradores e observação de mobiliários nas calçadas ali colocados por eles como uma forma de driblar a precariedade de suas residências, extendendo-as ao meio urbano. O projeto propõe, portanto, novas soluções a tais necessidades humanas e urbanas, recriando tais extensões das salas e quintais ali já aparentes. PALAVRAS-CHAVES: Requalificação Urbana, Urbanismo Sustentável, Urbanismo Social, Novas Dinâmicas Urbanas, Sociologia Urbana, Sistemas de Espaços Livres, Hortas Comunitárias. 5
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SUMÁRIO
Introdução
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Discussões Urbanas pertinentes Sociologia Urbana Novas Dinamicas Urbanas Ecologia Urbana
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Projetos referenciais O caso de Medellín Projeto Urbano Córrego do Antonico
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Residencial 2000 A questão da regularização Fundiária Análise de mapas e diretrizes Plano geral de requalificação
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Quintal Urbano
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INTRODUÇÃO
“A cidade é a corporificação da sociedade, sua forma deve ser sempre vista em re-lação a nossos objetivos sociais” (ROGERS, 1999)
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A cidade apresenta-se sob diferentes definições, de acordo com variados elementos que podem nela ser analisados, sob diferentes vertentes e importâncias que são dadas a ela. A citação de Richard Rogers (1997), adotada para introduzir o presente trabalho, define a cidade como a corporificação da sociedade, sendo importante observar, portanto, sua constante mutabilidade, assim como de seus utilizadores. Sua mutabilidade apresenta-se em diferentes escalas temporais, apresentando diferentes formas e prioridades em pouco espaço de tempo, o que a transforma grandiosamente se observada a cada vasto espaço temporal. O meio urbano, como uma rede de fluxos e diálogos, representa a atmosfera onde ocorrem as mais democráticas relações cotidianas, local de encontro de acesso coletivo universal e que pode e deve ser sempre maximizada em sua qualidade e possibilidade de representar aquilo que a sociedade necessita e quer ver ou sentir. A maior parte da sociedade, porém, visualiza essa malha como elemento fragmentado e desmembrado de outros órgãos que constituem a cidade. Variados motivos podem ser considerados como fatores determinantes para essa falta de sintonia da comunidade com o meio urbano. Em grande maioria, as gestões urbanas brasileiras tratam as áreas públicas como elementos dentro desta. As cidades e suas áreas públicas têm potencial para serem analisadas sob a representação de extensões da casa
do cidadão, assim como de seu ambi-
ente de trabalho, auxiliando na criação de vínculos e lazer, tratando sensivelmente toda a rede possível representante de programas encontrados em áreas particulares, evitando que o cotidiano seja visto como algo temporalmente fragmentado, dividi do entre permanência em locais de atividade, fluxos e destinos. A requalificação urbana possui capacidade de redesenhar e consequentemente redefinir conceitos sobre o meio onde a comunidade está inserida. O loteamento Residencial 2000, na cidade de Uberaba, no estado de Minas Gerais, se torna, no presente trabalho, cenário para análises qualitativas de desenho e imagem, frente à sociedade nela habitada. Objetivou-se, portanto, reelaborar a área onde se insere o loteamento analisado, que apresenta carência em relação à qualidade espacial de moradores locais, assim como à rede que estrutura o meio urbano, criando teias estruturadoras, que apresentem funcionalidade de espaços e infraestruturas fundamentais, baseadas em conceitos e dinâmicas sustentáveis, aliados ao planejamento urbano e à tecnologia da informação, através da revisão e investigação de novas bibliografias de autores que debatam a respeito da importância de um meio urbano bem projetado, assim como conceitos e orientações, acerca de requalificações de áreas urbanas, afim de reestabelecer espaços e paisagens obstruídos. A conceituação do trabalho manifesta-se
como um desdobramento pessoal do plano de pesquisa de iniciação científica ‘Novas dinâmicas Urbanas’, inserido no projeto de pesquisa ‘Questões da contemporaneidade e seus reflexos no projeto, ensino e pesquisa em arquitetura, urbanismo e design de interiores’, já finalizado por mim, juntamente à outros estudantes e docentes do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade de Uberaba, onde foi concebida em conjunto uma monografia, ainda não publicada, que discorre sobre o meio urbano, suas redes e suas transformações, a partir da análise rizomaticada cidade e do surgimento de novas tecnologias, desenvolvedoras de novos diálogos e dinâmicas. A finalidade em tornar o tema uma pesquisa inserida no trabalho final de graduação foi a necessidade e desejo de visualiza-lo aplicado a prática. Dentro desse contexto foram pensadas soluções capazes de desenhar essa nova forma que constitui o meio urbano, embasando-se em referências diversas sobre o tema em questão, a fim de tratar de forma holística as temáticas pretendidas, entrelaçando-as sempre. O contexto físico no qual se encontra a área de estudo apresenta, com base em análises cartográficas e da paisagem, diversas carências espaciais e funcionais urbanas apresentando não muito além de áreas de fluxo e encontros efêmeros, em locais nem sempre representantes de espaços convidativos e de qualidade funcional, adequando-se à possibilidade e necessidade de ser estudado e repensado. A necessidade de ir a campo, a fim de
obter informações de diferentes fontes utilizadoras do meio, no atual contexto da formação acadêmica, representa uma grande oportunidade compreender e aprofundar sobre a importância desse tipo de estudo para a criação de um projeto humano, independentemente de sua escala. A pretensão de estudar com maior profundidade as tecnologias capazes de criar um meio urbano autossuficiente, gerador de menos resíduos, mostra-se relevante para formação acadêmica pretendida, não apenas na área do urbanismo, como também nas demais vertentes possíveis na formação do arquiteto urbanista, visto que no contexto atual de necessidades universais, resoluções que envolvem essas discus-sões tornam-se fundamentais. Para que os objetivos fossem consubstanciados, foram revistas bibliografias que envolvem o âmbito da pesquisa teórica à prática. A teoria do rizoma e do ‘corpo sem órgãos’, de Deleuze e Guatarri, foram abordados como métodos de projeto, o qual pode ser descrito, de forma breve, como uma rede interbairro, conectada entre si e a toda a teia urbana da cidade, criando uma continuidade de fluxos, usos e imagens coexistentes e sobrepostos, onde as estruturas existentes em uma cidade são resinificadas, de acordo com as reais necessidades dos cidadãos. Parte da bibliografia de Ermínia Maricato e Raquel Rolnik foi determinante para a instrução da compreensão das raízes das desigualdades sociais e urbanas, base da
fundamentação teórica do trabalho, que se cria a partir de tais fenômenos percebidos na cidade. A partir de levantamento cartográfico – topografia, ocupação, uso do solo, gabarito, entre outros mapas da área, foram entendidas as reais necessidades funcionais e de redesenho para o local, juntamente com pesquisas fundamentadas, em grande parte, por Kevin Lynch, na execução de uma abordagem participativa com a comunidade de interesse, baseada no método de ‘mapas mentais’ e entrevistas. Foi percebida a necessidade de se definir o projeto a partir de três escalas: A escala de ocupação geral, onde foram previstas diretrizes de usos gerais de equipamentos e elementos necessários para que a função do bairro pudesse ser exercida. A escala de conexão, a fim de amarrar tais definições, em uma rede coesa e homogênea, capaz de compor e dar forma a essa teia que é o bairro, essa escala determina como se conectarão tais elementos propostos na escala de ocupação geral. A escala da arquitetura, que compreende no desenvolvimento do projeto do Quintal Urbano e de seus elementos mobiliários livres. Todas as escalas projetuais possuem bases teóricas e práticas comuns, as quais determinam a imagem proposta para o local. Fundamentando-se em teorias e práticas de Richard Rogers, que aborda as cidades compactas e sustentáveis, foram propostas soluções ambientais e sociais para a área, tornando pos-
sível a experimentação do meio urbano,a partir da criação de espaços convidativos e agradáveis para a comunidade, aproximando-os da vivência urbana, da paisagem que a cidade é capaz de oferecer e de formas possíveis sustentáveis de geração energética e infraestrutura urbana. Baseou-se também em estudos organizados por André Lemos, sobre as cibercidades, para que pudesse ser compreendida essa nova dinâmica urbana composta por novas redes cibernéticas, criando a partir dessas análises, elementos capazes de gerar novos conceitos de cidade. Todo o processo projetual foi capaz de gerar elementos para a composição da intervenção de forma geral, obtendo assim discussões, diretrizes pontuais, diretrizes gerais e projetos que se complementam e criam o novo ambiente proposto.
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DISCUSSÕES URBANAS PERTINENTES
SOCIOLOGIA URBANA
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Figura 2 - Rua não identificada Bairro Residencial 2000, Uberaba. Foto: Carol Borges.
ECOLOGIA ECOLOGIA URBANA URBANA
NOVAS NOVAS DINAMICAS DINÂMICAS URBANAS URBANAS
Os três próximos capítulos abordam de forma sucinta a base teórica para o desenvolvimento e criação do projeto do quintal Urbano. Os assuntos abordados são: sociologia urbana, novas dinâmicas urbanas e ecologia urbana. A partir de tais assuntos, fui capaz de pensar esse novo meio urbano, e todos os aspectos que o compõem, a partir de diferentes linhas de pensamento, a fim de gerar um projeto que fosse capaz de suprir com as necessidades da área com qualidade social, ambiental e utilizando-se de novas dinâmicas, disponíveis na contemporaneidade. 11
SOCIOLOGIA URBANA “[...] ‘periferia’ e ‘favela’ são ainda categorias urbanísticas e culturais fortes. Apesar dos investimentos acumulados nesses assentamentos, que contam muitas vezes com infraestrutura básica e equipamentos sociais, eles ainda são marcados por precariedades[...]” (ROLNIK, 2015)
O capítulo em questão inicia-se com uma abordagem de Raquel Rolnik(2015) que reforça a existência de questões urbanas bastante visíveis nas cidades brasileiras, a locação das classes mais baixas na periferia como forma de pensar o crescimento das cidades. Apesar de possuírem infraestruturas básicas para a moradia e vivência da população, muitos desses locais são carente na qualidade desses elementos, tanto no parâmetro dos serviços disponíveis, quanto em desenho urbano, que além de mal pensados, muitas vezes são projetos que se mantêm apenas no papel por muito tempo. Além, de apresentarem sua localização distante dos principais elementos inseridos na cidade, obrigando que seus moradores façam trajetos, demorados, decorrentes da má qualidade do transporte publico, fato esse que se repete na maioria dos loteamentos de cunho social que são locados em áreas distantes. No presente cenário urbano brasileiro, o que se observa é uma crise urbana, que acompanha as atuais crises sociais e políticas, desencadeadas por decisões fundamentadas, prioritariamente, no capitalismo. O modelo de ocupação urbana, gerado a partir da revolução industrial, influenciou para que as cidades tomassem a forma que tomaram, acompanhando o fenômeno de urbanização do mundo, quando as cidades passam a ser mais ocupadas que o ambiente rural, as cidades passam a ser desenhadas para ser uma grande máquina monetária, esquecendo-se de que sua utilização é feita por
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todos que participam dela, contribuindo para a formação de diferentes configurações espaciais dentro de uma cidade, que passa a ter a configuração de sua malha baseada no mercado imobiliário. Tal fato criou cidades de caráter heterogêneo, com absurdas diferenças espaciais qualitativas, de acordo com as classes sociais abrangidas por cada área desta malha. Maricato (2015) discorre sobre esta questão e ora significa a cidade como um grande negócio, sendo a renda imobiliária seu motor central, sua definição do meio urbano não se interrompe nessa definição, reforçando na citação seguinte, o fato de que a cidade é capaz de apresentar diferentes interpretações. “A cidade pode ser objetivo de diversas abordagens: pode ser lida como um discurso (como querem os semiólogos e semióticos); pode ser abordada pela esté-tica – ambiente de alienação e dominação por meio da arquitetura e urbanismo do espetáculo; como manifestação de práticas culturais e artísticas mercadológicas ou rebeldes; como legado histórico; como palco de conflitos sociais; como espaço de reprodução do capital e da força de trabalho, entre outras. Essas diferentes ou dis-persas formas de ver as cidades certamente tornam mais difícil situá-las como um objeto central estruturador das relações sociais.” (Maricato 2015, p. 15).
Percebe-se, portanto, feridas nesse tecido que constitui o meio urbano, gerando fenômenos comuns na maioria das cidades latino-americanas. Deve-se compreender que tais fenômenos não são
problemáticas a serem tratadas apenas através do urbanismo e do desenho urbano, são de grandiosidade multidisciplinar, que estão encadeadas culturalmente, politicamente, e que devem estar presentes nas discussões políticas discutidas pelas diversas ordens que integram todo o sistema. Raquel Rolnik (2016), discute também a respeito da precariedade das políticas atuais a respeito do direito à moradia, um dos maiores problemas relacionados a tais fenômenos, resultantes também dessas políticas púbicas mal distribuídas e que expõem tal direito como forma de produto. Ela aponta o fato de que os meios urbanos, se melhores desenhados e pensados, têm o poder de minimizar a importância dada a tal produto, dando a todo um público uma grande casa, que é o meio urbano, o qual tem potencial para tornar-se uma espécie de extensão da moradia. Sendo essa tarefa multidisciplinar, pode-se dizer que cabe ao urbanista, trabalhar na área que domina, contribuindo para o desenho dessa grande casa, a fim de criar um grande sistema sustentável, que englobe a cidade como um todo, para garantir, nesse espaço urbano, o conforto, a utilidade e a segurança que lhe é possível desenvolver. Tais feridas sociológicas e urbanas podem ser amenizadas, se o urbanista estudar a dinâmica e morfologia da cidade, dessa forma é capaz fazer uma leitura do local onde se trabalha, a fim de definir suas ne-
cessidades e aspectos positivos que podem ser investigados a fim de maximizá-los. No contexto do atual trabalho, pretende-se trabalhar para a máxima criação de nova infraestrutura urbana, necessária ao desenvolvimento das funções de uma cidade, criando áreas homogêneas em quesitos considerados básicos para a vivência do ser humano, para então trabalhar sua paisagem.
Figura 3 - Levantamento de ocorrências envolvendo crianças e adolescentes como vítima de violência. Fonte: Banco de dados da Policia Militar do Estado de Minas Gerais - Uberaba, MG. Figura 4 - Levantamento de ocorrências envolvendo crianças e adolescentes como autora de violência. Fonte: Banco de dados da Policia Militar do Estado de Minas Gerais - Uberaba, MG.
APLICAÇÃO NO PROJETO O loteamento Residencial 2000 é um exemplo de área periférica citada anteriormente, como pode ser observado no mapa ao lado, o qual apresenta brevemente sua localização na cidade de Uberaba, MG. Posteriormente o bairro será apresentado com mais detalhes. O local apresenta carências na qualidade dos elementos urbanos, tanto no parâmetro dos serviços disponíveis, quanto em desenho urbano, e não por acaso, apresenta um dos maiores índices de violência da cidade. O projeto que será apresentado cria diretrizes que procuram suprir tais carências em equipamentos básicos para o bairro, e desenho urbano. O bairro deve ter sua qualidade urbana elevada, sem que tenha sua identidade abalada, permitindo que a comunidade que construiu sua forma, mantenha-se conectada com sua imagem e história. O loteamento apresenta infraestrutura já
visualizada sua eficiência e possível e necessidade de qualquer premissa projetual com esse foco. Por ser um loteamento consolidado, foi definido, dentre várias possibilidades para se tratar a questão, manter o loteamento e a comunidade na área existente, embora exista o quesito que envolve sua localização periférica, trabalhando principalmente as áreas que se apresentam vazios, locais estes suscetíveis a projetos que abraçam essas estruturas já estáveis, criando uma rede capaz de nutrir os direitos e desejos da sociedade a partir da analise dos potenciais e das fragilidades da área.
Figura 5 - Mapa de localização Bairro Residencial 2000 em Uberaba, MG. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
CENTRO
RESIDENCIAL 2000
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NOVAS DINAMICAS URBANAS “Para os designers e projetistas do século XXI, [restará] a tarefa de construir a Bitsphere – um ambiente midiático eletrônico mundial no qual as redes estarão [disponíveis] em todos os lugares” (McLuhan, 1964 apud LEMOS, 2004).
“A sociedade contemporânea é resultado de transformações que foram, estão sendo e serão motivadas pelo que pode ser denominada uma Revolução tecnológica in-formacional. Característica que abrange essa e as demais revoluções já ocorridas na história é o fato de que em meio a certa ‘estabilidade’ de gerações, há uma in-terferência, inicialmente pontual, de algum fenômeno que drasticamente atinge to-das as vertentes da sociedade, com potencial revolucionário de modificar o compor-tamento humano, sua cultura, suas cidades, suas convicções e as demais caracte-rísticas que o cercam, recriando novamente a ‘estabilidade’ de uma nova geração. O ciber, ao denominar o espaço virtual passível a todos os tipos de comunicação in-terligados e sujeitos a orientações e fluxos diversos nomeia uma espécie de teia com corpo indefinido e não linear, com essa geometria rizomática, conceito esse exposto por Deleuze e Guattari (2000). O espaço urbano, também representante de um volume vivo e constantemente mutável, apresenta características capazes de conduzir-se adjunto a essa teia. Cada cidade torna-se, a partir da história nela coa-bitada, uma espécie de fluxograma que interliga suas linhas e cenários, criando dessa forma tecidos urbanos singulares que, a partir de sua coexistência, catalisados por redes cibernéticas interligam-se expressamente uns aos outros, formando uma ilimitada contextura. Essa interligação entre os meios urbanos torna cada vez mais fácil a intercomunicação pessoal, convertendo cadeias de experiências longínquas, em cadeias atmosfericamente próximas, preconizando então uma reformulação da concepção e morfologia temporal e espacial. Iniciam-se assim novas formas de vivência do espaço, de relacionamentos, de pensamentos, onde muitas definições são adaptadas a esse novo contexto dinâmico.” ¹
Sabendo da existência dessa nova configuração espacial abstrata, que constitui a malha contemporânea, maximizada no futuro, e pensando no meio físico em que se trabalha no presente texto, percebe-se a necessidade de entrecruzar essas malhas. Questiona-se, portanto, até que ponto esse meio virtual é capaz de estar presente no meio físico e de que forma no contexto aqui analisado essas redes tecem entre si. Lemos(2004) afirma que uma Cidade Virtual deve ser capaz de ‘criar sinergias comunitárias’, sendo desta forma ferramenta de auxilio na criação e execução de projetos comuns, capaz que 14
conectar a comunidade com os poderes públicos e reconstruir espaços a partir da participação da comunidade. É evidente a capacidade que a internet apresenta de captar distintas opiniões, e afunila-las a fim de se obter uma conclusão que as englobe, sendo, portanto, um meio democrático de participação popular, devendo ser utilizada como ferramenta de construções de ideais e premissas urbanas, evolvendo uma sociedade, fato este é também reafirmado no fragmento seguinte.
¹ Fragmento retirado da Monografia, ainda não publicada, resultado da pesquisa de iniciação científica, da autora juntamente com outros colaboradores, ‘Novas dinâmicas Urbanas’, inserido no projeto de pesquisa ‘Questões da contemporaneidade e seus reflexos no projeto, ensino e pesquisa em arquitetura, urbanismo e design de interiores’, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Uberaba.
“Assim como a correspondência entre indivíduos fizera surgir o ‘verdadeiro’ uso do correio, o movimento social [...] inventa provavelmente o ‘verdadeiro’ uso da rede telefônica e do computador pessoal: o ciberespaço como prática de comunicação in-terativa, recíproca, comunitária e intercomunitária, [...] no qual cada ser humano A citação a cima, de Levy, fortalece também a capacidade desses meios de criarem vínculos entre seus utilizadores. O espaço físico real entre a comunidade se torna dispensável, quando idealizamos o espaço cibernético como forma de medir tal distância, dentro deste espaço, novos vínculos são criados, com maior facilidade, entre seus utilizadores. Barbosa e Canesso (LEMOS, 2004) afirmam que as cidades digitais e as comunidades em rede, como dois dos aspectos da Internet são uma esperança para o reaquecimento do contato entre os cidadãos e, consequentemente, para a regeneração do espaço público territorial, o que sintetiza a teoria já apresentada a cima, de utilizar tais ferramentas como instrumentos e locais de encontro e proximidade. A ideia de inserir elementos na paisagem que permita a comunicação da comunidade entre si e com a própria cidade, que passa a apresentar maior diálogo com a sociedade, denominando-se, portanto, como uma cidade inteligente, está entre as premissas projetuais na escala em que se trabalhará o redesenho, que tomará a forma da rede, conjuntamente no trabalho
em questão. Ao levar estas questões para a cidade, procura-se criar vínculos entre a comunidade do bairro e a rede holística que envolve a cidade em que ela faz parte, a fim de gerar novas formas de vivência e de entendimento de comunidade e espaço urbano, isso pode ser pensado através de equipamentos e mobiliário urbano, com funções baseadas na tecnologia da informação e comunicação, inseridas na paisagem cotidiana do morador desse meio urbano. Tais premissas urbanas precisam estar apoiadas em projetos de gestão urbana, o qual possui o papel de oferecer as ferramentas de conhecimento de forma homogênea aos cidadãos, com o intuito de romper com a exclusão virtual, por virtude da falta de afinidade com tais instrumentos, que devem ser inseridos no meio de maneira convidativa e democrática. Essas novas ferramentas tecnológicas, como já foi exposto, têm capacidade de oferecer novas perspectivas de formas de vida, pois ela transforma cada ato inserido no cotidiano de uma sociedade. Além de atuar na área comunicacional e informacional, tal ferramenta é capaz de renovar as formas de se conceber energia, manutenções urbanas, ações programadas de acordo com usos, horários, espaços e público, que ao ser inserido nesse novo desenho de cidade apresentam-se não em uma forma concreta, e única, mas sim nas mais variadas formas, tornando a cidade dinâmica, capaz de se desenhar, se iluminar e apresentar-se de acordo com as manifestações momentâneas.
APLICAÇÃO NO PROJETO Elementos aqui estudados estão inseridos nesse trabalho como ferramenta projetual com foco no alcance da autossuficiência e dinâmica pretendida. Um dos elementos que receberão sistemas informacionais inteligentes são os mobiliários multifuncionais, que receberão água da chuva que será captada e armazenada para então serem reutilizadas na medida em que for necessário, de acordo com o sistema.
Figura 6 - Croqui esquemático inicial dos mobiliários multifuncionais Fonte: Criado pela autora.
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Em uma breve descrição da forma como foram pensadas essas redes de fluxo informacional aplicadas ao estudo em questão, estão na rede de conexão comunicacional, funcional e de fluxo intrabairro. Pensou-se em uma rede física capaz de conectar os equipamentos e áreas do loteamento, coexistente com uma rede cibernética existente através de uma plataforma de acesso aos moradores, que terão acesso a todo o sistema do bairro, o que os aproxima e os conecta ao meio em que vivem e aos gestores urbanos. Um exemplo desse uso está nas hortas comunitárias inseridas nessa rede em pequenas e grandes áreas dispersas pela malha do bairro, que terão suas informações, como disponibilidade de produtos em cada um desses núcleos atualizados pelos próprios moradores, que cuidam dos produtos, gerando dessa maneira uma teia de trocas de alimento que passam a fazer parte da alimentação dos moradores do bairro. Esse tipo de teia de
Figura 7 - Diagrama tridimensional da rede cibernéticas que podem ocorrer pelo bairro Fonte: Criado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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trocas ocorrerá em diferentes elementos e serviços, facilitando a comunicação entre a comunidade. Tais elementos estarão inseridos, no presente trabalho, também na escala de projeto, onde se prevê a troca de informações entre os cidadãos do bairro, os varejões vivos e a fazenda urbana, que funcionará como um único sistema disperso pela teia.
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ECOLOGIA URBANA “A cidade é uma matriz complexa e mutável de atividades humanas e efeitos ambi-entais.” (ROGERS, 1997).
Figura 8 - Metabolismo linear das cidades Fonte: Rogers, 1997
Não por acaso, a atual abordagem urbana inicia com Richard Rogers, que transitará em ritmo constante nas discussões do presente trabalho, juntamente com outros autores, deixando clara a sintonia entre os assuntos que envolvem a área de atuação, o que passa a ser uma obrigação, a partir do momento em que se percebe ser esse o principal significado de um sistema sustentável, capaz de englobar todos os setores envolvidos dentro deste de forma harmônica e circular, fato este reforçado por Rogers na citação a seguir.
Ainda capaz de ressaltar a importância da teoria que defende uma sociedade de fluxos cíclicos, apresenta-se em forma de fluxograma por Rogers (2004). “Planejar uma cidade autossustentável exige uma ampla compreensão das relações entre cidadãos, serviços, políticas de transporte e geração de energia, bem como seu impacto total no meio ambiente local e numa esfera geográfica mais ampla” (ROGERS, 1997).
Papel mais importante ainda que dos planejadores urbanos e de gestões políticas, está a comunidade, catalisadora de todo o processo, que deve sempre estar envolvida nas soluções que englobem sua cidade, o urbanista, entre outros profissionais deve ser capaz de intermediar todo esse sistema. Discussões como esta são comuns entre autores que dialogam nessa área, o que pode ser fortemente identificado se analisado o fragmento a seguir de Henri Acselrad, onde são citados e integrados entre si, citações de diferentes autores.
Figura 9 - Metabolismo circular das cidades
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Fonte: Rogers, 1997
“A intenção de produzir continuidades é visível também entre os atores da enunciação da sustentabilidade urbana no Brasil, quando estes destacam objetivos de “retroalimentação” próprios a uma “sociedade de fluxos cíclicos” (PESCI, 2004), manifestam a vontade de estabelecer “interações e interfaces positivas”, de “abrir portas e criar corredores de ar ou de fauna” (PESCI, 2000), construindo cidades “cada vez mais conectadas”, com “um padrão que liga todas as coisas, com relações de pertinência e permanência”, que “expandam sinergias” através de “estratégias cooperativas” (SILVA, 2004, p.98). A inclusão das periferias via descentralização, da memória via restauração e dos atores sociais via interação constituem, assim, procedimentos discursivos de expansão simbólica da base de legitimação das políticas urbanas.” (ACSELRAD, 2004).
A discussão sobre cidades sustentáveis e compactas adota diferentes questionamentos quando, além do pensamento a respeito de novas cidades, envolve preexistências, como no trabalho em questão. Rogers, na seguinte citação, sustenta a viabilidade e necessidade de se aplicar tais conceitos em projetos de renovação urbana e recuperação de áreas degradadas.
tensão do exposto por Richard Rogers.
“As áreas ambientalmente frágeis - beira de córregos, rios e reservatórios, encostas íngremes, mangues, áreas alagáveis, fundos de vale - que, por essa condição, me-recem legislação específica e não interessam ao mercado legal, são as que “sobram” para a moradia de grande parte da população. As consequências são muitas: poluição dos recursos hídricos e dos manan“A maior parte das cidades do mundo desen- ciais, banalização de mortes por desmo-ronavolvido sofreu agudo processo de dimi-nuição mentos, enchentes, epidemias etc.” (MARICAda função industrial nos últimos 20 anos, deix- TO, 2000). ando grandes áreas abando-nadas, geralmente localizadas ao longo das principais vias de transportes, ao longo de rios, canais e junto Os elementos que englobam essa disao mar. [...] Não importa a causa que levou à cussão a respeito de cidades sustentáveis decadência dessas áreas, [...] tais áreas a ser- apresentam-se extensos, devendo ser viem recuperadas representam uma importante sualizados de forma holística e entrelaçaoportunidade para melhorar o grau de sustent- dos, Rogers (1997) cita que este tipo de planejamento envolve análises comparaabilidade das cidades.” (ROGERS, 1997).
Prolongando tal afirmação e alargando o tema anterior, do presente trabalho – Sociologia Urbana - Rogers (2004) apresenta outro padrão de áreas degradadas, consequente do crescimento desordenado das cidades, a favelização, a partir da ocupação desses novos habitantes urbanos em áreas ilegais e em sua maioria ambientalmente frágeis, com potencial para requalificação e recuperação urbana onde podem ser aplicadas soluções urbanas sustentáveis. Retorna-se, portanto aos problemas da falta de infraestrutura básica e planos de ação sem visibilidade ambiental e social sustentáveis. Maricato discorre a seguir, sobre essa afirmação, de tal forma que pode ser feita uma ex-
APLICAÇÃO NO PROJETO
O fragmento apresentado a cima, de Maricato, expõe o que podemos visualizar na área de estudo, onde há um córrego margeando o bairro. Ignorou-se sua existência, e qualquer legislação vigente, fato este comprovado de analisada a vegetação remanescente, havendo inclusive, um novo loteamento sendo executado ainda mais próximo, sua paisagem apresenta grande quantidade de resíduos orgânicos e inorgânicos e nenhum tratamento. Estes fatos ressaltam a importância da criação de um parque de preservação na área, como forma de assegurarmos a proteção da área. Foram pensadas soluções estratégicas tivas de população, energia, água, trans- pontuais e sistêmicas na área, a fim de porte, topografia, emprego e ainda mais criar uma rede urbana sincronizada, por significativos os fatores como tecnologias meio do ideal sustentável. Essas soluções e cultura local. priorizam o pedestre e o meio de transporte não poluente, a partir do redesenho viário, onde serão inseridos novos meios de transporte com o intuito de promover a minimização do conceito da obrigatoriedade do uso de veículos privados e motorizados. Tais soluções visam não apenas a diminuição na taxa de gases poluentes por esses meios de transporte, como também buscar o ideal de comunidade que, segundo uma pesquisa em São Francisco, é reforçado, ao diminuir o número de veículos em uma área, pesquisa essa apresentada a partir de um fluxograma t 19
Figura 10 - Fluxo de Pedestres Rogers (1997)
Figura 11 - Zoneamento de atividades e Núcleos compactos. 20 Fonte: ROGERS (1997)
apresentado por Rogers (1997). O fato relevante de que a maior parte dos habitantes do bairro estudado não utilizarem veículos privados gera a questão da real necessidade de vias asfaltadas, entre quarteirões, composição esta que desenha a maior parte das cidades, tal questão transforma-se em parte do projeto no atual trabalho inserido na escala do redesenho urbano, onde percebe-se desnecessária essa malha urbana consolidada, a qual recria-se em forma de espaços humanos e de convivência e fluxo democráticos. O transporte coletivo é também repensado em forma de premissas inseridas na escala da ocupação geral do bairro, para que seja atendido todo o bairro de acordo com as necessidades de cada um, o que é feito com o auxilio da tecnologia, por meio de aplicativos pessoais e dispersos pela cidade, capaz de reconhecer, com a participação de seus utilizadores, as demandas e horários de forma particular, capaz de maximizar sua eficiência. Juntamente, os modais não motorizados ganham espaço,
a partir da criação de ciclovias e desses novos espaços, que desenhados como extensões lineares do parque projetado, fornece áreas sombreadas e confortáveis para ocupação e fluxo de bicicletas e pedestres. Baseando-se na citação de Miguel Ruano (1999), em seu livro ‘Ecourbanismo’, na qual afirma que um projeto ecologicamente responsável requer o conhecimento de fatores ambientais de todas as escalas, desde a macrorregional até a microrregional, onde se deve observar condições particulares da área, como detalhes mais sutis da paisagem e dos edifícios circundantes, observa-se o potencial solar da macrorregião de Uberaba, capaz de representar-se como recurso para geração de energia, a partir da tecnologia fotovoltaica, instalada em equipamentos e possíveis planos urbanos, serão, portanto, utilizadas essa e outras tecnologias possíveis para a geração de áreas autossuficientes, pensando em gastos mínimos para a manutenção de áreas públicas, afim de criar sistemas de espaços livres autossustentáveis. O conforto ambiental da área foi potencializado, a partir de estudos das áreas de implantação, onde foram
observadas angulações solares perante as preexistências, arborização existente e a serem implantadas, entre outros elementos das paisagens que serão aproveitados para o desenvolvimento do projeto urbano. Rogers (1997) apresenta-nos também a importância de se criar núcleos compactos de uso misto, o que gera, no atual pensamento projetual, o pensamento da área como um sistema que se sustenta também sob a vertente social, a partir de premissas projetuais arquitetônicas que destinarão usos necessários para a área, como serviço, comércio e residências de caráter social democrático, capazes de gerar esse sistema idealizado. Conceito base para o projeto de redesenho para a área, que a partir das redes de equipamentos, áreas de lazer, fluxos entre outros participantes do meio urbano coexistam-se, não apresentando um uso apenas, mas sim, apresentando-se dinâmicos e compactos. Como já apresentado anteriormente, pensa-se na união desses espaços, que apresentam-se em quintais coletivos, afim de oferecer um programa da via urbana, baseado em programas habitacionais.
Figura 12 - Croqui esquemático inicial dos mobiliários multifuncionais. Fonte: Criado por Foster Caldas Rodrigues, tratado pela autora.
Dessa forma imaginou-se o bairro como uma grande casa, a fim de não haver distinção e isolamento entre as necessidades urbanas do cidadão – Moradia, trabalho e lazer. Tais quintais apresentam-se em projetos na escala do redesenho urbano, onde serão readequados os quarteirões existentes. Essas áreas estarão na porta das casas dos moradores, por isso utiliza-se o conceito de quintal urbano, espera-se que o novo desenho, proporcione o sentimento de continuidade da casa, onde estarão disponíveis a todos, os programas e usos desejados pelos habitantes locais.
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O CASO DE MEDELLÍN
PROJETOS REFERENCIAIS
MEDELLÍN, COLOMBIA
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O caso de Medellín é um projeto que envolve grandes projetos em uma proposta, a análise feita no presente trabalho, faz uma leitura breve sobre as ferramentas e maneiras que foram utilizadas para que atingissem o que foi proposto, considerando que a proposta do trabalho apresentado aqui tem foco de menor escala que o presente projeto a se analisado, serão concluídos breves conceitos e formas de enxergar a solução de tais problemas, para então adequá-los as escalas projetuais aqui propostas. Medellín, cidade localizada na Colômbia, é capaz de fazer referência ao que foi anteriormente apresentado, quando foram abordadas as questões da sociologia urbana, a cidade é um exemplo do fato de que para se transformar um local, deve haver um sistema multidisciplinar, apoiado em diferentes estruturas que regem o meio urbano. Apresenta em sua história altos índices de pobreza, homicídio e narcotráfico, apresentando grande crise social e política, tendo sido reconhecida como a cidade mais violenta no mundo a poucos 20 anos e atualmente reconhecida por seus planos de transformação social e urbanística, é exemplo louvável de como o papel de gestões políticas e urbanas, aliadas com ideais sociais de desenho e projetos urbanos são capazes de transformar cidades e sociedades. As transformações estão aliadas a instrumentos criados pelo governo, como o PUI (Projeto Urbano Integral), POT (Plano de Ordenamento Territorial) e o Plano Diretor
De Zonas Verdes, os quais juntos possuem a capacidade de avançarem em relação à recuperação de bacias, zonas de risco ambiental, criação de espaços públicos, habitação de interesse social e criação de políticas mais eficientes de gestão do solo. Tais transformações apresentam estratégias baseadas em implantações de novos sistemas de transporte público e acessíveis, além de focas em iniciativas de projetos para serviços públicos e planejamento urbano e territorial a longo prazo. O caso de Medellín é tratado aqui como um projeto sistêmico, representando um grande projeto que engloba diferentes setores dentro de uma cidade, que se bem pensados e projetados, trabalham em conjuntos, representando esse grande sistema, que é a cidade. No geral, atuou-se em variados projetos, como redesenho viários, novos meios de mobilidade, bibliotecas parque, complexos educativos, culturais e esportivos, os quais unidos foram capaz de transformar a cidade.
Figura 12 - Exemplo de projeto urbano executado em Medellín, escalas rolantes públicas. Fonte: archdaily.com.br
PROJETO URBANO CÓRREGO DO ANTONICO SÃO PAULO, BRASIL - MMBB
A leitura apresenta breves desenhos da concepção projetual do projeto de intervenção no córrego Antonico, a fim de perceber quais os fatos principais a serem levados em consideração ao trabalharmos com regiões urbanas frágeis, ambientalmente e socialmente. O Projeto Urbano Córrego do Antonico, ainda não executado, localiza-se em Paraisópolis, segunda maior favela da cidade de São Paulo, com cerca de 60.000 habitantes. O projeto do MMBB é uma solução retroativa, a qual se oferece intervenções em áreas carentes já consolidadas, fazendo parte do Programa de Urbanização de Favelas, da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo. Paraisópolis é resultado de invasões de um loteamento regular sem sucesso, o qual foi implantado sobre uma topografia que não se relacionava com o projeto. A trama ortogonal do loteamento é cortada por um córrego, o qual se tornou subterrâneo, afogado por construções que se lançaram sobre suas águas.
As obras exigiram certas remoções de habitantes irregulares que estavam sobre áreas do córrego, não edificáveis áreas essas que estruturarão a nova área, tornando-as espaços públicos, sendo essa premissa, juntamente com o projeto de drenagem, os principais propósitos do projeto. A estratégia proposta pelo escritório é articular a conceituação do sistema de drenagem e construir as formas de imaginário popular que atual sobre o uso do espaço. As diretrizes do Estado de São Paulo para a elaboração de novos sistemas de drenagem, não permitem tamponamento de rios e córregos, o que, no caso, exige a existência de áreas que permitam o alargamento de seu curso, garantindo a drenagem de fortes chuvas, área essa não existente na área, e que exigiria maiores remoções, o que foi evitado no projeto, por sua significação social negativa. Foram propostos, portanto aprofundamentos da calha em cursos d’água para receberem maior quantidade de água. O fluxo de fortes chuvas passa a ser direcionado para uma
Figura 13 - Praça anteriormente ao projeto. Fonte: vitruvius.com.br
Figura 14 - Praça proposta Fonte: vitruvius.com.br
galeria subterrânea. A água da superfície, do canal aberto, recebe sistemas adicionais de limpeza biológica da água, diminuindo efeitos de poluição remanescente, permitindo o contato da população com esse córrego.
Figura 15 - Corte Fonte: vitruvius.com.br Figura 16 - Corte em situação de cheia Fonte: vitruvius.com.br
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Figura 17 - Praça Proposta Fonte: vitruvius.com.br
Juntamente ao canal, há o desenho de uma nova faixa livre de 10 metros, possíveis, através de remoção de 698 unidades, e que deve garantir além da manutenção dessa área, uma reprogramação de ações e contato entre a sociedade. Não será permitida a passagem de veículos, que não sejam de serviço, implantando-se uma ciclovia, como solução para a locomoção, a qual será o principal de mobilidade eixo interno do bairro, via essa que se prolongará até encontrar-se com a linha de metrô. Faixas em média de 1,70 m são oferecidas aos moradores do entorno do córrego, pensando-se nas possíveis ampliações dessas casas e transformadas em serviços e comércio, que serão o motor do movimento e geração de economias locais, ao longo do córrego.
Figura 18 - Área de intervenção do projeto Fonte: vitruvius.com.br
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“A presença da água, a ausência de significativos espaços de lazer na favela e as características dos espaços livres resultantes junto ao córrego indicam que, entre tantas expressões, evocar a cultura da praia pode trazer algum resultado. Pois re-conhecemos que, na praia urbana, as formas espontâneas de negociação do uso do espaço tornam a coexistência ativa e desejável. Nela, encontramos uma das mais potentes estruturas espaciais das cidades brasileiras que é o calçadão, espaço de mediação entre as áreas destinadas ao ócio e as áreas destinadas à vida habitual da cidade”. (MMBB)
O projeto do córrego Antonico, catalisa aqui no projeto do residencial 2000, a importância dos espaços livres e de uso público, os quais serão explorados ao máximo, inclusive contando com um córrego que apresenta-se atualmente esquecido e sob nenhuma proteção, e que terá bastante relevância, tornando-se, através do replantio da vegetação ciliar e criação de espaços em seu entorno que façam proveito deste, de forma saudável o ambiente. Analisar a proposta do escritório Foster + Partners, afim de considerar a maneira como foi estudada a área urbana de implantação projetual, onde considerou-se desde o macro ao microambiente.
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AV. LE OPOD DE OL INO IVEIRA
BR-262
50
26
CENTRO
0 BR-
RESIDENCIAL 2000
MG-798
Figura 19 - Mapa de localização Bairro Residencial 2000 em Uberaba, MG. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
ARAXÁ
CAMPO FLORIDO
RESIDENCIAL 2000
Figura 20 - Residencial 2000, Imagem via satélite do de 2006. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa retirado do Google Earth
O loteamento, que originou o Bairro Residencial 2000, está localizado entre a BR-262 e BR-050, na cidade de Uberaba, Minas Gerais. Seu acesso principal, a partir do centro da cidade, realiza-se pela Avenida Niza Marquez Guaritá, a qual da continuidade a Avenida Leopodino de Oliveira, uma das principais vias arteriais. Sua área apresenta-se oficialmente com 714.746,78m². Segundo o Decreto 780, a área é composta por 83 quadras, sendo 1939 lotes para mais de 10 mil habitantes. Sua ocupação teve inicio na margem sul da BR-262, apresentava-se no momento como uma área não urbanizada, portanto sem infraestrutura necessária para a comunidade que ali passou a morar. Em 1997, durante o governo do prefeito Marcos Montes, oficializou-se o Residencial 2000 como um loteamento regularizado pela Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (COHAGRA), a qual trabalha atualmente através do programa federal Minha Casa Minha Vida, instituído no país a partir de 2009.
É valido ressaltar que no fim do século XX e início do século XXI, época em que oficializava-se o loteamento, o Brasil foi marcado, politicamente por um salto, quando o assunto é a financeirização da casa própria e do solo urbano, fato esse fortemente abrangido por Rolnik (2015), a qual evidencia também a importância das décadas de 1980 e 1990 para a ascensão legal do tema do direito à moradia e do direito a cidade, através da constituição de 1988, que incluiu um capítulo que abrangia a política urbana elaborada em torno dessas questões sociais da moradia e cidade. As imagens via satélite retiradas do Google Earth apresentam a área do loteamento em duas épocas, percebe-se a expansão urbana do loteamento a partir da margem Sul da rodovia MG-262, por onde deu inicio a ocupação. Inicialmente foram edificadas as residências na margem da rodovia, logo expandindo para o sul do loteamento, onde os lotes, em sua maioria de 200m² eram divididos e entregues para a população, que tinham um ano para edificar suas residências, a partir de recursos próprios ou programas mantidos pela COHAGRA para o financiamento destas. O que ocorre na prática é a construção em massa de residências padrão, que vão sofrendo modificações com o tempo pelos moradores, que iniciam a construção de muros, ambientes anexos à edificação existente, entre outras modificações pessoais para adequar a casa à cada família.
Figura 21 - Residencial 2000, Imagem via satélite do de 2016. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa retirado do Google Earth
Figura 22 - Mapa do Bairro Residencial 2000 em Uberaba, MG. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba. 27
A QUESTÃO DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA APLICADA NO LOTEAMENTO RESIDENCIAL 2000
Figura 23 - Rua não identificada Autoconstrução em expansão de casa no Bairro Residencial 2000, Uberaba. Foto: Carol Borges.
Figura 24 - Rua não identificada Autoconstrução no Bairro Residencial 2000, Uberaba. Foto: Autora
As questões aqui discutidas envolvem principalmente, o local onde a sociedade de baixa renda se coloca, ou é colocada em uma cidade, fato este abordado por Maricato(2005) quando expõe o fato de que ao analisarmos as cidades brasileiras, onde as especulação imobiliária, fundamentada no patrimonialismo reserva os locais centrais para as classes que possuem capacidade de pagar por elas, muitas vezes gerando grandes vazios urbanos aguardando uma valorização que beneficia a classe mais alta apenas, possuidora dessas terras. Isso explica o crescimento das cidades de maneira horizontal e periférica focada principalmente nas classes da base da pirâmide social. “Combinado com uma estrutura de regulação fundiária excludente, o modelo de ur-banização estabeleceu as condições de espraiamento de enormes assentamentos autoconstruídos nas franjas urbanas, em que formas ambíguas de segurança da posse e padrões não planejados de uso do solo prevalecem.” (ROLNIK, 2015).
Raquel Rolnik discorre sobre o assunto analisando variadas vertentes da questão que envolve os assentamentos irregulares, os quais são produto do atual modelo urbano, que não possui espaço para a comunidade de baixa renda, que passa a construir suas próprias casas em locais onde o perímetro urbano não se apresenta urbanizado, casos estes que, ao atingirem certa consolidação, quando não há ocorrência de despejos, deve ser regularizado 28
Raquel Rolnik discorre sobre o assunto analisando variadas vertentes da questão que envolve os assentamentos irregulares, os quais são produto do atual modelo urbano, que não possui espaço para a comunidade de baixa renda, que passa a construir suas próprias casas em locais onde o perímetro urbano não se apresenta urbanizado, casos estes que, ao atingirem certa consolidação, quando não há ocorrência de despejos, deve ser regularizado frente as leis urbanísticas, para então integrar-se de forma legal ao perímetro urbanizado. A regularização fundiária e a concessão de uso especial para fins de moradia são instrumentos definidos no Estatuto da Cidade. O Plano diretor, orientador do desenvolvimento das cidades define as políticas de habitação, onde estabelece, dentre muitas estratégias, as Zonas Especiais de Interesse Social.
O mapa a apresentado ao lado foi retirado do plano diretor da cidade de Uberaba, indica o zo-neamento das Zonas Especiais de Interesse Social, a qual é composta pelas Zonas de regularização urbanísticas e/ou fundiária (ZEIS 1), Zonas para habitação de interesse social de baixa/média densidade (ZEIS 2A) e Zonas de Interesse sócia de alta densidade (ZEIS2B). Pode ser verificada a localização dessas áreas, a maior parte nas zonas periféricas, o que nos permite perceber a questão apresentada anteriormente presente na área analisada no presente trabalho.
ZEIS 1 ZONAS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ZEIS 2A ZONAS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DE BAIXA/MÉDIA DENSIDADE ZEIS 2B ZONAS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DE ALTA DENSIDADE
Figura 25 - Zonas de Interesse Social na Cidade de Uberaba Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa de Zonas Especiais de Interesse Social disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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ANÁLISE DE MAPAS E DIRETRIZES
ESCALA DE OCUPAÇÃO GERAL
Mapa de vegetação, hidrografia e topografia
V
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O mapa ao lado apresenta o mapa da área onde pode-se perceber a existencia de um córrego margeando o bairro. Quando foi pensado o loteamento percebe-se que a existencia do córrego e qualquer legislação vigente foram ignorados, fato este comprovado se analisada a vegetação remanescente, havendo inclusive, um novo loteamento sendo executado ainda mais próximo, sua paisagem apresenta grande quantidade de resíduos orgânicos e inorgânicos e nenhum tratamento. Estes fatos ressaltam a importância da criação de um parque de preservação na área, como forma de assegurarmos a proteção da área. A topografia do local não apresenta muita declividade, apenas nas margens do córrego, a área construída do bairro é bastante plana, declinando-se em direção ao córrego, o que nos permite pensar em um projeto para as águas pluviais baseado nessa análise. No projeto os canteiros foram pensados para direcionar as águas no sentido do parque proposto, premissas essas apresentadas a frente. Figura 26 - Mapa de Vegetação, hidrografia e topografia do Loteamento Residencial 2000 e entorno próximo. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
Figura 27 - Local e sentido que a foto foi tirada identificada no mapa ao lado Foto: Carol Borges
Figura 28 - Implantação geral tridimensional do Loteamento Residencial 2000 Fonte: Criado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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MAPAS DE OCUPAÇÃO: FIGURA-FUNDO DENSIDADE GABARITO
Figura 29 - Mapa figura-fundo do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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Os mapas aqui inserido apresentam uma figuração heterogênea da ocupação exanálise da ocupação da área, onde po- ige um tratamento diferente em relação a dem ser percebidas as consequências da solução e redesenho para cada área. apropriação da área a partir da rodovia MG-262, os lotes localizados em sua margem, área 1 no mapa, apresentam-se mais ocupados, em decorrência de anexos construídos como forma de extensão de moradia por esses moradores que são residentes da área a mais tempo. O que nota-se é a ocupação do lote decrescente a partir desse ponto, na área 2, o lotes possuem anexos, porém em menor númeFigura 30 - Mapa de densidade do ro, pois foram resididos depois, e a área Loteamento Residencial 2000. 3, apresenta em sua maioria lotes menos Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaocupados, mantendo as residências como ba disponibilizado pela Prefeitura de foram entregues a seus moradores, que Municipal de Uberaba. estão no local a menos tempo e ainda não individualizaram suas residências. Tal con-
Figura 31 - Predominancia de gabarito de um pavimento, local e sentido que a foto foi tirada identificada no mapa de gabarito. Foto: Carol Borges
Ao analisarmos o mapa de ocupação que apresenta o gabarito da área, podemos notar a mesma configuração consequente da expansão a partir da rodovia MG-262, as áreas próximas à ela, já consolidadas, apresentam, algumas ocorr ências de edificações de dois pavimentos, enquanto as quadras mais novas mantem o gabarito de um pavimento, oferecido pelas casas originais entregues, sem acréscimos de área ou modificações. Figura 33 - Mapa de gabarito do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
Figura 32 - Loteamento Residencial 2000 em construção. Fonte: COHAGRA
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USOS EXISTENTES E USOS PROPOSTOS
PROPOSTAS
Figura 34 - Mapa de usos existentes do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
Identifica-se na área a precariedade de serviçoe e comércios, o que exige que o morador se desloque para as atividades cotidianas. Tal observação gerou diretrizes que alteraram certos usos na área, criando além de espaços próprios para a inserção de novos usos dispersos pelo bairro, a possiblilidade da inserção de tais serviços e comércios localizados dentro da área do quintal urbano projetado, utilizando-se para isso mobiiliários multifuncionais capazes de dar suporte a tais atividades, a fim de gerar nessa área uma espécie de centro do bairro, que por estar bem localizado permite o fácil acesso de todos. A falta de equipamentos públicos gerou também a criação de novos equipamentos
Figura 35 - Exemplo de comércio informal no bairro Residencial 2000, rua não identificada. Foto: Carol Borges
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o a . s
Um tipo de serviço e comércio não presente nos mapas, mas muito encontrado no bairro é o informal, vendedores ambulantes e pequenos negócios nas residências, tais tipologias terão espaço para ocupar os mobiliários criados no quintal urbano. Tais propostas estão presentes no mapa de usos propostos na página anterior.
Figura 37 - Exemplo de serviço informal no bairro Residencial 2000, rua não identificada. Foto: Carol Borges Figura 38 - Exemplo de comércio informal no bairro Residencial 2000, rua não identificada. Foto: Carol Borges
Figura 36 - Mapa de usos propostos do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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EQUIPAMENTOS EXISTENTES E EQUIPAMENTOS PROPOSTOS
Figura 39 - Mapa de equipamentos existentes do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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Há poucos equipamentos públicos básicos na área. A saúde e segurança da comunidade estão representados pela Unidade Básica de Saúde, denominada Unidade Saúde da Família Residencial 2000 e pelo posto Policial ao lado da praça. Um Centro de Referencia de Assistência Social possui bastante importância para o bairro, ele atende não só o Residencial 2000, como bairros próximos, esse é um equipamento público instalado estrategicamente em áreas que apresentam vulnerabilidade social, com o intuito de articular serviços, entre outas formas de organizar redes de proteção social básica, procurando melhorar as condições das famílias da área. desenho Na área central estão as duas escolas do bairro, o Colégio Municipal de
Educação Infantil Diego Ferreira Lima, a qual abrange o ensino para a pré-escola e uma creche, e ao lado, na mesma quadra, a Escola Municipal Professora Esther Limirio Bigagão, que engloba a educação de jovens e adultos do ensino fundamental. Ao lado da escola está a única praça do bairro, a qual não apresenta qualidade em seu desenho ou uso, por não apresentar usos variados ou vegetação adequada, a praça é composta por uma quadra esportiva. Há também o Centro de Artes e Esportes Unificados, que oferece oficinas de arte, desenho, dança, instrumentos, entre outros, composto por salas, quadras esportivas e pista de skate.
Figura 41 - CEU das artes, Bairro Residencial 2000. Foto: Carol Borges
Figura 42 - CRAS, Bairro Residencial 2000. Foto: Carol Borges
Figura 43 - Praça central, Bairro Residencial 2000. Foto: Carol Borges Figura 44 - Mapa de equipamentos propostos do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
PROPOSTAS
Figura 40 - CEU das artes, Bairro Residencial 2000. Foto: Carol Borges
Percebeu-se, portanto a necessidade de novos equipamentos que fossem capaz de dar maior apoio aos moradores do local. A expanssão de uma escola agrária locada no local, está entre eles, e servirá de base para o funcionamento das hortas comunitárias propostas no quintal urbano, além da criação de uma unidade de saúde maior, uma biblioteca- parque, no parque proposto e um palco livre. 37
ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES PROPOSTOS
Figura 45 - Mapa de áreas verdes e espaços livres propopostos do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
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Ao analisarmos o mapa de equipametos, percebe-se a carência de espaçoes livres no bairro. Em visitas ao local, foi capaz perceber que os moradores do local pedem por isso, manifestam-se transformando um gramado vazio, sem utilidade em um campo de futebol improvisado ou transformando a calçada de suas casas em uma extensão da própria casa, com mobiliários que criam um espaço de permanencia urbano. A falta de um quintal ou uma casa maior, pede para eels sairem de casa, mas o que encontram no lado externo também não consegue suprir com tais carências, gerando tais manifestações espontâneas. Essas manifestações foram o principal motivo para o atual projeto apresentar-se sob forma de um quintal urbano.
Dessa forma, serão recriados tais espaços, xcom hortas, locais de permanência e lazer já propostos pelos próprios moradores, gerando um ambiente que os acolha e possa satisfazer suas vontades e necessidades, com qualidade.
Figura 46 - Ocupação espontânea do meio urbano com mobiliario, Bairro Residêncial 2000, rua não identificada Foto: Carol Borges
Figura 48 - Ocupação espontânea do meio urbano, Bairro Residêncial 2000, rua não identificada Foto: Carol Borges
Figura 47 - Ocupação espontânea do meio urbano com horta, Bairro Residêncial 2000, rua não identificada Foto: Carol Borges
Figura 49 - Ocupação espontânea do meio urbano, Bairro Residêncial 2000, rua não identificada Foto: Carol Borges
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HIERARQUIA VIÁRIA EXISTENTE E HIERARQUIA VIÁRIA PROPOSTA
Figura 50 - Mapa de hierarquia viária funcional do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
A hierarquia viária funcional apresenta as vias que se comportam como coletoras mas possuem dimensões físicas de locais propostas pela prefeitura da cidade. As unicas vias que possuem as dimensões corretas para seu uso são a Avenida Dra. Maria Teresinha Rocha e Rua Amilton Batista Freitas. A observação em visitas ao bairro e fotos gera o fato relevante de que a maior parte dos habitantes do bairro estudado não utilizarem veículos privados, gerando a questão da real necessidade da configuração atual das vias, configuração esta que desenha a maior parte das cidades, tal questão transforma-se em parte do projeto no atual trabalho inserido na escala do redesenho urbano, onde percebe-se desnecessária essa malha urbana consoli-
dada, a qual recria-se em forma de espaços humanos e de convivência e fluxo democráticos, entre esses espaços o projeto do quintal urbano.
Av. Dra. Maria Teresinha Rocha
V
R. Amilton Batiista Freitas
1
V
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PROPOSTAS
2
Figura 52 - Local e sentido que a foto foi tirada identificada como nº1 no mapa de hierarquia viária funconal Foto: Carol Borges
Figura 53 - Local e sentido que a foto foi tirada identificada como nº2 no mapa de hierarquia viária funconal Foto: Carol Borges
Figura 51 - Mapa dehierarquia viária proposta do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
Figura 54 - Bairro Residêncial 2000, rua não identificada Foto: Carol Borges
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PLANO GERAL DE REQUALIFICAÇÃO ESCALA DE CONEXÃO
Figura 55 - Mapa do Plano geral de requalificação do Loteamento Residencial 2000. Fonte: Criado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba e Google Earth.
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O mapa de diretrizes gerais apresenta a concepção projetual preliminar para a criação do projeto de requalificação do Loteamento Residencia 2000. Inndica as premissas para o projeto na primeira escala percebida como agenciamento preliminar de pensamento, a escala de ocupação geral, prevendo as diretrizes de uso geral de equipamentos e elementos necessários para que o bairro exerça as funções pretendidas, além de adentrar brevemente na escala de conexão, definindo as amarrações coesas dessas funções, afim de determinarmos posteriormente a escala mais próxima intencionada, a da arquitetura. Foi determinada a necesidade de interver na área do córrego que passa ao lado do loteamento, utilizando para isso medidas de preservação ambiental, que assegurem a vitalidade do córrego, serão plantadas espécies do cerrado, dando continuidade a mata remanescente. Essa área de preservação dará origem ao Parque, que apresentará funções de lazer, além da preservação, que entrará no bairro fragmentando-se pela área urbanizada, gerando uma rede verde que se extenderá pelo bairro, criando em sua margem norte uma barreira acústica, que deverá cumprir a função de filtrar os ruídos oriundos do trafego viário da MG-262, barreira essa composta por espécies nativas, arbustos, necesários para a contenção de ruído e espécies frutíferas próximas a margem do bairro. Uma conexão modal e vegetal fará a cone-
xão do bairro consolidado com a área do parque, criando áreas de perma-nencia e de fluxos de pedestres e ciclistas elevados à área da rodovia que corta a continuidade da área. Uma teia de convicência é proposta para criar uma rede de convivência, fluxos e equipamentos necessários, dentre esses equipamentos, os quais foram citados nos mapas anteriores. Essa rede tomará em parte, as vias existentes, que deixarão de alojar apenas carros para criarem espaços às pessoas, áreas livres acomodarão horats urbanas e outros elementos que serão desenvolvidos, afim de criarem extensões da casa dos moradores, a ideia é que cada elemento não seja visto como algo desmembrado um dos outros, mas sim um só. O quintal urbano projetado faz essa função de conectar os órgãos que compões essa teia que é o Residencial 2000, inserido em outra teia, a cidade de Uberaba.
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QUINTAL URBANO
ESCALA DA ARQUITETURA
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Figura 56 - Mapa de localização do Quintal urbano no Loteamento Residencial 2000. Fonte: Organizado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba.
A teia de convivência aqui apre- tado apenas o porojeto do Quintal Urbano. sentada faz parte de um vasto plano de diretizes para o Loteamento Residencial 2000, apresentado anteriormente. O projeto do Quintal Urbano, localizado na Av. Dra. Maria RuaAmilton Batista Freitas, consiste na Teresinha Rocha criação de uma teia de convivência, que 25 metros (largura) participa de toda uma teia urbana conectora do bairro, conectando as várias R. Amilton Batiista áreas do bairro ao parque projetado. Freitas Tal teia procura alimentar a necessi32 metros (largura) dade percebida na área, sendo portanto, uma extensão da casa dos moradores, os quais estão livres para ocupar à sua vontade e necessidade. O parque ocupa a margem Sul do bairro, fragmentando-se para dentro do bairro, através de arbóreas, maciços verdes, forraç ões, mobiliários e equipamentos. A idéia de se fragmentação e desfragmentação para a criação de novos espaços e de uma imagem ao bairro procura estar eevidenciado através do traçado proposto, utilizando-se para isso uma ma- lha ortogonal que acompanhará o projeto desde o piso até os equipamentos, com o mesmo conceito dos pixels em uma imagem, onde cada pequeno elemento contribui para a formação de uma imagem por inteiro, da mesma forma, o projeto, cria-se a partir de seu traçado, do parque para o bairro e do bairro para o parque. Tal linguagem é uma proposta para ser dispersada por todo o bairro em cada projeto específicado como diretriz, criando dessa forma uma linguagem comum a todo bairro. No trabalho em questão será apresen-
Figura 56 - Área de intervenção para a criação do quintal urbano Fonte: Criado pela autora, a partir do mapa da cidade de Uberaba disponibilizado pela Prefeitura de Municipal de Uberaba e Google Earth. Figura 57 - Rua Amilton de Freitas Foto: Carol Borges
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Conectada à rede viária do bairro e ao parque.
ÁREA VERDE
CICLOVIA
IMPLANTAÇÃO GERAL ESC: 1:1000 Canteiros compostos de espécies do cerrado, frutíferas, maciços, forrações e hortas, compondo um paisagismo útil, mantido pelos moradores.
Implantação geral do Quintal Urbano no Loteamento Residencial 2000.
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s aria Tere Av. Dra. M
ha inha Roc
R. Amilton Batiista Freitas
VIA COMPARTILHADA
QUINTAL URBANO
Via que permite a passagem que veículos motorizados, pririzando o pedestre. Apresenta-se no mesmo nível das calçadas, diferenciando-se apenas pela textura de piso.
Palco aberto para a utilização de diversas atividaades e apresentações.
PARQUE
PALCO LIVRE
MOBILIÁRIOS LIVRES
Mobiliários dispersos pelo quintal urbano, com diferentes programas a fim de atender variadas necessidades urbanas.
Parque de preservaçãos e atividades proposto no Bairro Residêncial 2000.
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PLANTA TRECHO 1 ESC: 1:500
aria Tere Av. Dra. M
sinha Roc
ha
R. Amilton Batista Freitas
Planta de um trecho do Quintal Urbano no Loteamento Residencial 2000.
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Localização do trecho 1.
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PLANTA TRECHO 2 ESC: 1:500
Planta de um trecho do Quintal Urbano no Loteamento Residencial 2000.
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Localização do trecho 2.
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CORTES
Corte Rua Amilton Batista Freitas antes das intervenções. Loteamento Residencial 2000. Corte Rua Amilton Batista Freitas com intervenções. (Corte indicado na implantação) Loteamento Residencial 2000.
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Corte aproximado Rua Amilton Batista Freitas com intervençþes. Loteamento Residencial 2000.
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CORTES
Corte Avenida Maria Teresinha Rocha antes das intervenções. Loteamento Residencial 2000.
Corte antes das intervenções. Loteamento Residencial 2000.
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Estudo de sombreamento do canteiro Avenida Maria Teresinha Rocha, Loteamento Residencial 2000.
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malha ortogonal criada para o desenvolvimento dos elementos que compõem a área. A idéia de criar um espaço que se fragmenta e desfragmenta pelo bairro, gerou o desenho da malha, baseada no conceito dos pixels em uma imagem, o qual é o menor elemento dentro dela. A partir de diferentes pequenos elementos forma-se uma imagem, conceito esse que se busca levar ao projeto, o qual constituído de variados elementos, forma o Quintal Urbano, e consequentemento todo o bairro. Essa malha deverá ser seguida por toda a malha do bairro, criando assim uma identidade visual para o local.
DESENHO
Implantação do Quintal Urbano no Loteamento Residencial 2000. Sem escala
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3 metros 3 metros
COMPOSIÇÃO O desenho do piso consiste em uma
Os canteiros representam diferentes tipos de maciços. A proposta procura desenvolver um paisagismo útil, apresentando grandes canteiros com produtos agricolaa para a manutenção e consumo das famílias do bairro, ainda dentro desta linguagem, serão plantadas árvores frutíferas, buscando sempre, além do paisagismo, a utilização dos espaços para algo proveitoso aos moradores, transformando a área em uma grande horta urbana comunitária para o bairro. ÁREAS VERDES
Quadro 1 - EspĂŠcies
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COMPOSIÇÃO
Implantação do Quintal Urbano no Loteamento Residencial 2000. Sem escala
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A via de veículos motorizados que havia no local foi transformada em uma via cuja prioridade é do pedestre. Para isso, as calçadas locais são retiradas, obtendo assim um nivel único na via, com diferenciação apenas na textura do piso, gerando uma extensão da área central às ruas. São propostos canteiros em frente as residências, juntamente com mobiliários, referenciando desta forma, as mobilias auto construídas encontradas em grande número no bairro em frente as casas.
A ciclovia do bairro permeará por variadas vias da malha urbana, adentrando a Teia de convivência aqui demonstrada, seu caminho levará o ciclista à direções variadas, que ainda serão determinadas de acordo com os mobiliários e demais equipamentos propostos. Um dos caminhos traçados pela via direciona o ciclista ao parque, onde ele pode continuar seu caminho em diferentes niveis de dificuldade, podendo chegar ao córrego revitalizado, encontrado no parque através de sua bicicleta.
A linha de transporte público existente foi mantida, pois ela possui um bom alcance entre os quarteirões, o fato de ela passar pela área de intervenção foi visualizado como uma oportunidade de ser proposto que um dos pontos de ônibus estivesse localizado no centro dessa teia de convivência, criando um maior fluxo no local e facilidade ao seu acesso. Esse local de espera pelo ônibus será através da composição de mobiliários livres propostos na área.
VIA COMPARTILHADA
CICLOVIA
TERMINAL DE ÔNIBUS
Estruturas preparadas para receber variados tipos de atividades tornaram-se necessários para alimentar a necessidade dos moradores terem um espaço próprio, estendido à suas casas. A observação de comércios e serviços na rua e em casa demonstrou a necessidade desses espaços, oferecendo suporte para tais comércios e serviços, para a feira livre que ocorre uma vez por semana, refletindo a efemeridade das atividades do diaa-dia. Sendo ele também um espaço de convivência e contemplação apenas.
O Parque proposto na área, tem a intenção de reestruturar a mata degradada na área que permeia o córrego, preservando, desta forma o bioma da área. Além da área de preservação, serão criadas áreas de lazer, que contarão com quadras, ciclovias e áreas de caminhada em diferentes níveis, procurando atrair a comunidade para o local.
MOBILIÁRIO LIVRE
PARQUE
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COMPOSIÇÃO
MOBILIÁRIOS LIVRES Os mobiliáros livres foram criados para suprir as necessidades dos moradores, baseando-se em programas de necessidade baseado nos quintais residenciais, adequados ao meio urbano, gerando cada mobiliário proposto, que deverá ser
replicado não só na área do projeto, como pelas outras vias do bairro.
O QUINTAL E D A D LI A N IO C N IFU
REUNIR
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Diagrama programa dos quintais
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Os mobiliários consistem em um cubo (3mx3mx3m) que terá sua altura alternada, a fim de criar movimento e permitir que uma cobertura ligue todos eles e gere locais para captação e armazenamento de águas pluviais, além de possuir planos em placas fotovoltaicas. A estrutura e fechamentos são todos comuns entre os mobiliários: Fundação: sapata isolada superficial em concreto armado. Estutura: Metálica tubular quadrada (5cmx5cm) em metalon galvanizado. Fechamentos: Alternados entre: Chapa de madeira tratada, vidro aramado, chapa metálica em metalon e placa cimentícia aramada. A escolha dos materiais que estruturam os mobiliários foi decidida a fim de dialogar com as torres de alta tensão instalados pelo bairro, que possuem parte de sua fundação também aparente e estruturas metálicas, proporcionais a sua escala.
MOBILIÁRIO BASE Programa de necessidades: Banheiro unisex Bebedouros Bicicletário Ducha externa Tomada Wifi
Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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MOBILIÁRIO DE MANUTENÇÃO
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Quatro mobiliários de manutenção na extensão do quintal urbano a fim de suprir a necessidade da manutenção a 90 metros lineares de ambos os lados. Serão mobiliários fechados e possuirão moradores responsáveis pela abertura destes. Programa de necessidades: Manutenção: Mangueira 150m Tanque Ármários: Material de jar dinagem. Tomada Wifi
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Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Planta humanizada mobiliário Sem escala
MOBILIÁRIO DE SERVIÇOS A função desses mobiliários não são exclusivamente os serviços que podem ocorrer no local, mas possuem estrutura para tal atividade. Serviços: Tanque Balcão Armários (despensa) Tomada Wifi Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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MOBILIÁRIO LIVRE 1 Programa: Assentos Espreguiçadeiras Casas animais Bebedouro cachorro Ármário (Projetor) Base para projetar Caixas de som Tomada Wifi
Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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MOBILIÁRIO LIVRE 2 Programa: Assentos Mesa Redes de descanço Caixas de som Tomada Wifi Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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MOBILIÁRIO LIVRE 3 Programa: Redes de descanso Tubos e cubos metálicos para brincadeiras e permanencia Tomada Wifi
Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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MOBILIÁRIO LIVRE 4 Programa: Redes de descanço Rede de cordas Cordas soltas Tomada Wifi Planta humanizada mobiliário Sem escala
Perspectiva humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
Elevação humanizada mobiliário Sem escala
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Quadro 2 - Materiais Projeto Quintal Urbano, no Residencial 2000.
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PERSPECTIVAS
Perspectiva Rua Amilton Batista Freitas Quiintal urbano proposto
Rua Amilton Batista Freitas atualmente. Foto: Carol Borges
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Perspectiva Avenida Maria Teresinha Rocha Quintal urbano proposto.
Avenida Maria Teresinha Rocha atualmente. Foto: Acervo pessoal.
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Perspectivas do Quintal urbano proposto.
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Perspectivas do Quintal urbano proposto.
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Perspectivas do Quintal urbano proposto.
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Perspectiva do Quintal urbano proposto.
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Bairro Residencial 2000 Foto: Carol Borges
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