Ambinews 18

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N.º 18 Abr/Mai/Jun 2011

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Combustíveis Derivados de Resíduos Ambigroup inicia instalação de segunda unidade Foto-reportagem REEE Reciclagem de equipamentos de frio Ana Cristina Caldeira - APA RCD - Resíduos ou recursos com destino? Ricardo Furtado - Valorcar Que futuro na gestão dos Veículos em Fim de Vida?

Reciclagem de plástico agrícola

Soluções eficazes de tratamento


EDITORIAL Todos os dias ouvimos falar da crise económica, do aumento de impostos, do aumento do custo da energia e dos combustíveis, da redução do consumo, das dificuldades de escoar os produtos, dos problemas para obter financiamento, enfim, sintomas daquela que já é considerada a maior crise económica mundial das últimas décadas. Ao contrário do que se poderia pensar, tudo isto são boas razões para se continuar a apostar na sustentabilidade ambiental, eficiência energética e em projectos inovadores que privilegiem a gestão adequada dos resíduos. De facto, é esse o potencial do sector do Ambiente: ao fechar o ciclo, reaproveitando, reciclando, valorizando energeticamente, diminuímos as necessidades dos recursos primários, das fontes de energia fósseis e tornamo-nos mais eficientes. É por isso que apesar de tudo não podemos descurar a componente ambiental, porque é aí que reside a essência da nossa sustentabilidade. Veja-se um exemplo tão simples quanto o da agricultura: como podem os nossos produtores agrícolas serem competitivos num exigente mercado comunitário sem haver o mínimo de preocupações ambientais? O mesmo se passa em relação aos outros sectores como a indústria e a construção. Por essa razão o Ambigroup continuará a realizar todos os esforços para prestar os melhores serviços ambientais, viabilizando a redução do custo da matéria prima secundária e a redução da dependência energética externa, veja-se os casos dos investimentos realizados na Recipolymers da Chamusca ou nos CDR da Ambitrena. João Carlos Além (Administração Ambigroup)

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CAPA - Reciclagem de resíduos de plástico agrícola

A Resíduos de plástico de cobertura e de fita de rega

Alimentação e triagem do plástico

Linha de corte, lavagem e secagem de plástico

Imagem de plástico filme após linha de lavagem

Controlo informático do processo de extrusão

Imagem do produto final - polímeros extrudidos

agricultura intensiva pressupõe a utilização de diversos tipos de equipamentos, materiais e agro-químicos para optimização da produção e dos rendimentos. Estes tecnicosistemas agrícolas contrastam com a agricultura tradicional nomeadamente através da quantidade de resíduos sólidos não orgânicos gerados durante os cultivos (p. ex. contentores de material de viveiro como os tabuleiros, cuvettes e vasos; embalagens de fertilizantes e agroquímicos; tubagens e fitas de rega; plástico de estufas, túneis e cobertura de solo, entre outros). A gestão adequada dos resíduos é um desafio inadiável para uma agricultura moderna. De acordo com o Decreto de Lei 178/06 de 5 de Maio de 2006, a gestão dos resíduos constitui parte integrante do seu ciclo de vida, sendo da responsabilidade do respectivo produtor. Cabe, portanto, ao produtor assegurar a reutilização dos materiais ou, caso tal não seja possível, assegurar a respectiva reciclagem ou outras formas de valorização. O mesmo decreto proíbe ainda o abandono de resíduos, bem como a sua emissão, transporte, armazenagem, tratamento, valorização ou eliminação por entidades ou em instalações não autorizadas. São igualmente proibidos o abandono de resíduos, a incineração de resíduos no mar e a sua injecção no solo, bem como a descarga de resíduos em locais não licenciados para realização de operações de gestão de resíduos. Ao contrário do que se verifica na maioria dos países europeus, em Portugal, sobretudo em algumas regiões onde se pratica uma agricultura mais intensiva, a consciencialização dos agricultores quanto à necessidade de promover a correcta gestão dos respectivos resíduos e quanto às responsabilidades que lhes cabem nesse processo, é ainda reduzida. Frequentemente verifica-se paisagens e terrenos poluídos com depósitos de filme plástico ou outros resíduos sólidos em degradação, enterrados ou queimados a céu aberto. A gestão integrada dos resíduos plásticos agrícolas e, de um modo geral, dos resíduos usados na produção agrícola, adquire uma relevância particular conferindo aos diversos agentes envolvidos responsabilidades acrescidas no que respeita ao solucionamento do problema em causa. A adopção de boas práticas de gestão de resíduos ao nível das explorações agrícolas é fundamental para a competitividade da própria agricultura portuguesa no exigente mercado comunitário. No que confere à Chamusca, região do país


Boas práticas ambientais são fundamentais para a competitividade da agricultura portuguesa

Soluções eficazes de tratamento de resíduos com forte actividade agrícola e, como tal, com grande produção de resíduos, sobretudo ao nível da fita de rega e de plástico de cobertura, esta situação tem-se invertido nos últimos anos. Segundo o Presidente da Câmara, Sérgio Carrinho, “ao contrário do que aconteceu no passado, os resíduos da agricultura estão a ser, regra geral, encaminhados para empresas com capacidade para fazer a sua reciclagem, tendo em conta que por força da legislação em vigor os agricultores têm de fazer prova da entrega desses resíduos junto do Ministério da Agricultura, para poderem continuar a beneficiar de apoios”.

Por outro lado, e de acordo com Sérigo Carrinho “nota-se cada vez mais a preocupação dos agricultores com os resíduos provenientes da sua actividade e no seu correcto encaminhamento para unidades competentes, de forma a cuidar do ambiente”. Recipolymers da Chamusca é parceira dos agricultores na gestão dos resíduos plásticos Por forma a dar resposta a estas questões, a Recipolymers da Chamusca assume-se “como parceira dos agricultores” no que toca à gestão, recepção/compra, e reciclagem dos seus resíduos plásticos provenien-

A gestão adequada dos resíduos é um desafio inadiável para a agricultura moderna. Cabe ao produtor assegurar o correcto tratamento dos mesmos. Cont. pág. seguinte

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Reciclagem de Plástico Agrícola Filme de cobertura, Fita de rega e outros

Estrada do Relvão, Casal do Relvão E. M. 1375 Lotes 1 - 2, Casal do Relvão 2140 - 671 Carregueira, Chamusca Tel: +351 249 741 129 | Fax: +351 249 741 175 Informação Ambigroup Pág. 3


CAPA - Reciclagem de resíduos de plástico agrícola

Gestão ambiental é mais-valia para o produtor agrícola

Cont. pág. anterior

Ao processar os resíduos plásticos, a Recipolymers promove a reutilização dos mesmos e evita a deposição ilegal ou deposição em aterro. “A Recipolymers desempenha um papel importantíssimo para o ambiente e para a região, já que a sua existência e localização permitem a todos os agricultores desta área dispor de um operador com capacidade para recepcionar os seus resíduos e tratá-los de forma adequada”, afirma Sérgio Carrinho, Presidente da Câmara Municipal da Chamusca. Pág. 4 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

tes das suas explorações, p. ex. filmes de cobertura do solo, de estufas e estufins, tubagem de rega e embalagens. Assim, não só ganha o ambiente como o próprio agricultor pode obter uma valorização económica dos seus resíduos, explica Ana Ribeiro, responsável de produção da Recipolymers. Ao processar estes materiais plásticos, “a Recipolymers promove a reutilização dos mesmos através da sua reintrodução no ciclo produtivo, evitando desta forma a sua deposição ilegal ou deposição em aterro”, acrescenta a técnica. O objectivo da Recipolymers à posteriori passa também por transformar os plásticos contaminados num produto final de elevada qualidade. Para tal, “a unidade está equipada com uma pré-triagem que permite retirar a maior parte das impurezas, como areias, pedras, metais, etc., depois desta etapa o plástico passa por uma triagem manual, onde são retirados os contaminantes plásticos. Posteriormente o material é encaminhado para uma linha que permite cortar, lavar, separar e secar apropriadamente o plástico que por último é extrudido”, afirma Ana Ribeiro. Através de meios rigorosos de controlo de qualidade é possível assim obter-se um produto final com a qualidade necessária para reintrodução na indústria da transformação. Segundo o Presidente da Câmara, “a Reci-

polymers desempenha um papel importantíssimo para o ambiente e para a região, já que a sua existência e localização permitem a todos os agricultores desta área dispor de um operador com capacidade para recepcionar os seus resíduos e tratá-los de forma adequada, respeitando a legislação e dando cumprimento às melhores normas ambientais”. De facto, a localização da empresa no Eco Parque do Relvão na Carregueira permite que os agricultores da região não tenham que percorrer grandes distâncias para conseguirem entregar os seus resíduos, o que logicamente se traduz numa vantagem económica. Sérgio Carrinho mostra-se ainda disponível para contribuir ao nível de acções de sensibilização aos produtores agrícolas: “a Câmara Municipal de Chamusca está sempre disponível para trabalhar em conjunto com todas as empresas que operam na área da reciclagem, para que se possa fazer uma sensibilização junto dos produtores de resíduos, incentivando-os a adoptar as melhores práticas nesta área”. Até porque, de acordo com o Presidente da Câmara, desde há muitos anos que a Câmara Municipal de Chamusca mantém contactos permanentes e regulares com as associações de agricultores no sentido de se encaminharem correctamente os resíduos provenientes da agricultura.


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destaque - Mercado Organizado de Resíduos - MOR Online

A

primeira plataforma de gestão integrada no Mercado Organizado de Resíduos, que permite transaccionar efectivamente os resíduos para valorização, já está a funcionar. A plataforma MOR Online, licenciada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), é uma actividade regulada que traz garantias quer para os produtores de resíduos (vendedores), quer para os retomadores/recicladores (compradores) dado que valida todas as transacções da plataforma que comercializa. A MOR Online é constituída por empresas com um vasto conhecimento do mercado e da gestão de resíduos, uma garantia, por isso, para quem pretender transaccionar resíduos de forma rápida, segura e ao melhor valor possível.

De acordo com Luís Veiga Martins, Administrador da MOR Online, “o mercado organizado de resíduos é um instrumento de negociação de todos os tipos de resíduos: urbanos, industriais, de construção e demolição e outros. Os objectivos são, sobretudo, o de potenciar a valorização e a reintrodução de resíduos no circuito económico, estimular o mercado de oferta e procura de matérias-primas secundárias e promover valor para os operadores deste mercado, garantindo a segurança das transacções”. Gerir e valorizar resíduos “é agora mais fácil desde o arranque do MOR Online”, assegura o Administrador da MOR Online. Tendo como função principal assegurar o funcionamento, a manutenção e o desenvolvimento da sua plataforma de negociação a MOR Online valida igualmente as transacções efectuadas na sua plataforma actuando junto dos produtores e operadores de resíduos. Tem ainda como missão zelar pelo cumprimento do respectivo regulamento de gestão e da legislação em vigor, garantir o sigilo de informação, assegurar

mecanismos de responsabilização dos intervenientes no mercado, promover a sua divulgação e credibilização, desenvolver e garantir o funcionamento da plataforma, garantir a segurança, confidencialidade e integridade da informação, disponibilizar serviços acessórios como a emissão de guias de transporte e incentivar a aceitação de produtos fabricados a partir de resíduos. A partir desta plataforma de negociação podem ser transaccionados para valorização, resíduos de todas as categorias, com excepção dos resíduos definidos como perigosos pelo regime geral de gestão de resíduos. O diploma que estabelece o mercado organizado vem ainda suprir as necessidades de regulação no âmbito do acompanhamento e controlo, por parte da Administração Pública, das actividades das entidades gestoras de mercados organizados de resíduos, assim como da articulação entre as plataformas electrónicas do Mercado Organizado de Resíduos e a plataforma SIRAPA (Sistema Integrado de Registo da Agência Portuguesa do Ambiente). A anuidade da adesão ao MOR Online cifra-se em 45€ e permite o acesso a todas as funcionalidades necessárias para a transacção de resíduos através da Plataforma MOR Online. Para transacções até 100.000€ será cobrada uma comissão de 0,5% do valor da transacção e para transacções superiores a esse valor é cobrado 0,25% sobre o excedente. Desde a adjudicação directa aos leilões multi-variáveis, a plataforma permite aos seus clientes a negociação de resíduos num ambiente de total transparência e segurança. Estes serviços, bem como outros de valor acrescentado, serão progressivamente introduzidos à medida do desenvolvimento programado do software de base.

“Gerir e valorizar resíduos é agora mais fácil” A anuidade da adesão ao MOR Online cifra-se em 45€ e permite o acesso a todas as funcionalidades necessárias para a transacção de resíduos através da Plataforma MOR Online.

As razões para aderir são muitas e pode ainda saber mais acerca da MOR Online visitando http://www.moronline.pt/. Informação Ambigroup Pág. 5


DESTAQUE - Combustíveis Derivados de Resíduos

Os CDR são vistos, cada vez mais, como fonte de energia alternativa. Permitem a diminuição da dependência de combustíveis fósseis e a redução da fracção aterro.

D

urante muito tempo os combustíveis fósseis foram considerados a melhor e economicamente mais viável fonte de combustível. Mas com uma oferta limitada e crescente procura, os preços do gás e do petróleo estão continuamente a subir e mais, o processamento de combustíveis fósseis tem um impacto substancial sobre o meio ambiente: aumento dramático da temperatura global e as mudanças incomuns no clima.

Mistura de resíduos - alimentação mecânica da linha de produção de CDR

Os Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR) são parte da solução ao problema. Este produto, para além de desviar uma parte substancial da quantidade de resíduos

que tem como destino os aterros, constitui uma importante fonte de energia alternativa. Os CDR têm elevado poder calorífico e podem servir de alimentação para diversas indústrias como as cimenteiras, incineradoras, ou utilizados para produção de energia eléctrica em centrais termoeléctricas. Estes derivados de resíduos são provenientes de vários tipos materiais que, esgotadas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem podem agora ganhar nova valorização ambiental, ao invés de serem encaminhados para aterro. São exemplo as fracções provenientes de resíduos industriais (RIB), como pneus, papel, têxteis, alguns

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Produção de CDR permite gestão ambiental mais competitiva Os resíduos são submetidos a diversos estágios de trituração e separação até se obter um CDR que satisfaça as normas exigidas.

plásticos, mas também resíduos florestais e de jardinagem. Todos estes resíduos, são triados e tratados de forma a obter um produto com características que satisfaçam a legislação em vigor no que toca a poder calorífico e emissões poluentes. A utilização de CDR tem diversas vantagens, a começar pelo facto de se tratar de um combustível mais barato do que os combustíveis fósseis, como carvão e coque de petróleo. A queima controlada de CDR dá origem a emissões atmosféricas inferiores relativamente à queima de combustíveis fósseis, uma vez que possuem uma grande parcela de biomassa proveniente de papel, madeira e outros materiais orgânicos. Ambigroup inicia instalação de segunda linha de cdr Na sua forma mais simples, o CDR apresenta-se como um material bruto na forma de flocos, produzido a partir de resíduos sólidos de origens diversas, que passaram por uma série de estágios de classificação.

resíduos de dimensões e parâmetros de qualidade controlados. No caso dos resíduos provirem de unidades industriais já separados e sem qualquer tipo de contaminantes, estes materiais são encaminhados para a linha de produção de CDR, sem haver a necessidade de serem submetidos aos processos de separação de inertes e triagem de materiais recicláveis. É o caso dos resíduos têxteis, espumas, algumas embalagens compósitas e alguns materiais plásticos, entre outros. De acordo com Ricardo Meneses, Director da Unidade de Valorização de Resíduos de Aveiro (UVR), a primeira unidade da

Ambitrena a ter um sistema de produção de CDR, “a quantidade de resíduos que agora conseguimos desviar de aterro aumentou exponencialmente. A performance ambiental da Ambitrena sofreu, por isso, uma grande evolução permitindo ao Cliente efectuar a gestão dos seus resíduos em condições financeiras mais vantajosas”, esclarece. Depois da UVR de Aveiro a Ambitrena está agora a proceder à instalação do segundo sistema de CDR em Setúbal. Ainda este ano a operadora de resíduos terá um total de três unidades em funcionamento alcançando uma capacidade de produção global 120.000t/ano. O investimento global estimado ronda os cinco milhões de euros.

Aspecto do produto final - CDR homogéneo e com elevado teor energético

A produção de CDR no Ambigroup, nomeadamente nas linhas da Ambitrena, é efectuada em dois modos distintos, consoante a natureza e grau de separação dos materiais: - Mistura de resíduos; - Resíduos cuja classificação é possível. No primeiro caso, os resíduos, não sendo passíveis de reciclagem directa, são submetidos a uma triagem onde lhes são retiradas as fracções inertes e metálicas, sendo depois encaminhados para as linhas de produção de CDR, onde são triturados. A sua granulometria é controlada de modo a que no final se obtenha uma mistura de Informação Ambigroup Pág. 7


Informação Ambigroup - Agregados Reciclados

Vereador Ricardo Leão, Dept.º de Planeamento, Finanças e Logística da Câmara Municipal de Loures

Reduzir a pegada ecológica utilizando agregados reciclados Desde há algum tempo que a Câmara Municipal de Loures aplica agregados reciclados provenientes das obras de demolição efectuadas pelo Ambigroup. A Ambinews quis saber qual o resultado desta parceria com evidentes benefícios ambientais.

A

CML utilizou agregados reciclados em obras de pavimentação rodoviária, “apresentando-se as mesmas com comportamento idêntico às realizadas com agregados convencionais”, de acordo com o Vereador Ricardo Leão, responsável pelo Dept.º de Planeamento, Finanças e Logística. Considerando as necessidades do Município e a tipologia de obras “é nossa intenção prosseguir com a utilização dos mesmos e, no futuro, aplicá-los noutras obras e construções”, acrescenta. As vantagens da utilização dos agregados reciclados são relevantes quer na vertente económica, quer ambiental, as quais, de resto, estão interligadas. Segundo Ricardo Leão “por um lado, tem um custo de aquisição menor, o que constitui per si uma mais-valia, considerando tratar-se de um sucedâneo do agregado convencional, e cuja aplicação não acarreta menor qualidade ou duração do pavimento em que é aplicado”. Assim, representa, desde logo, poupança líquida que é um factor importante a ter em conta. Os agregados reciclados resultam dos resíduos de construção e demolição sendo evidente o benefício ambiental, visto que se aproveitam os resíduos, dando-lhes novo destino e utilidade, poupando-se os recursos naturais e diminuindo a deposição destes em aterros. Desta forma, “a pegada ecológica do Município de Loures torna-se menor,

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o que é, indubitavelmente, um enorme ganho”, afirma o vereador. “Tendo em conta a responsabilidade social do Município e a preocupação ambiental que norteia a gestão das aquisições e as obras municipais, encontramos nos agregados reciclados uma solução que nos permite poupar a natureza, o ambiente e os recursos económicos”, esclarece Ricardo Leão. Por essa razão a autarquia anseia por mais e melhores soluções, quer no desenvolvimento do betão produzido por agregados reciclados e na sua aplicação a obras para além dos pavimentos rodoviários, quer na utilização de outros resíduos para suprir as suas necessidades correntes. Tendo em conta a preocupação do Município de Loures com a vertente ambiental na orientação das compras públicas, que tem conduzido à apresentação de projectos e candidaturas nomeadamente junto dos Green Project Awards, “é nossa determinação continuar a procurar as melhores soluções do ponto de vista ambiental, seja pela aquisição de bens com menor impacto ambiental, seja pelo recurso a bens reciclados, reaproveitados e/ ou reutilizáveis, constituindo regra das boas práticas municipais de que não abdicaremos no futuro, antes, pretendendo fomentar e incrementá-las”, finaliza Ricardo Leão.


OPINIÃO - Ana Cristina Caldeira, Agência Portuguesa do Ambiente

RCD - Resíduos ou recursos com destino?

O

sector da construção é responsável por uma parte muito significativa dos resíduos produzidos em Portugal, situação comum à generalidade dos demais Estados Membros da União Europeia. Esta actividade, directamente relacionada com a de demolição, encontra-se associada à produção de quantidades muito significativas de resíduos, que para além de outras particularidades que dificultam a sua gestão, se destaca ainda a constituição heterogénea com fracções de dimensões variadas e diferentes níveis de perigosidade. Por outro lado, esta actividade apresenta especificidades, relacionadas com um carácter geograficamente disperso e temporário das obras, que dificultam o controlo e a fiscalização do desempenho ambiental das empresas do sector. Anteriormente à publicação do Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, os resíduos de construção e demolição (RCD) encontravamse regulados pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, sem prejuízo da aplicação da legislação específica referente aos fluxos, frequentemente contidos neste tipo de resíduos, por exemplo resíduos de embalagens, resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos. Este diploma surgiu com três grandes objectivos, qualificar e melhorar o desempenho ambiental do sector da construção, dinamizar o mercado da reciclagem e desburocratizar procedimentos de gestão do fluxo dos RCD. Paralelamente, o seu cumprimento encontrase consagrado no Código dos Contratos Públicos e no Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, estabelecendo-se assim, uma cadeia de responsabilidade que abrange os donos de obra, os empreiteiros e os municípios, co-responsabilizando todos os intervenientes no ciclo de vida na medida da respectiva intervenção. Este fluxo de resíduos está identificado na Comissão Europeia, como prioritário não só pelas quantidades que são produzidas mas também pelo elevado potencial de reutilização e reciclagem dos seus materiais. De facto, uma gestão correcta deste tipo de resíduos contribuirá decididamente para uma efectiva e eficiente

utilização dos recursos naturais e na mitigação dos impactes no ambiente contribuindo para uma economia baseada numa utilização mais eficiente dos recursos. A publicação da Directiva 2008/98/CE, de 19 de Novembro, do Parlamento Europeu e do Conselho (DQR), estabeleceu para 2020 a meta de 70% de preparação para a reutilização, reciclagem e valorização de outros materiais, incluindo operações de enchimento. Neste enquadramento, importava que a Administração diligenciasse no sentido de adoptar medidas de controlo e monitorização destes resíduos, pelo que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está a desenvolver um projecto de avaliação da situação, junto dos principais intervenientes, nomeadamente associações do sector da construção, municípios, sistemas de gestão de resíduos urbanos, entidades de fiscalização e inspecção, associações de operadores de gestão de resíduos e outras entidades com relevância nesta matéria. As linhas de orientação deste projecto consistem na caracterização da situação actual, na avaliação da eficácia da implementação legislativa, na avaliação das infra estruturas existentes a nível municipal como parte da solução na gestão dos resíduos resultantes das obras particulares isentas de licença e não submetidas a comunicação prévia e ainda, na definição de medidas para a concretização das metas previstas na DQR. Acresce ainda referir, o desenvolvimento da 2ª fase da Operação Resíduos sob a orientação do MAOT, iniciada em Novembro de 2010 e direccionada para o reforço das acções fiscalizadoras/inspectivas, de sensibilização e informação para uma melhor gestão do fluxo dos RCD, cuja finalização é expectável em finais do 1º semestre de 2011.

O fluxo de RCD está identificado na Comissão Europeia, como prioritário não só pelas quantidades que são produzidas mas também pelo elevado potencial de reutilização e reciclagem dos seus materiais. Neste sentido a APA está a desenvolver um projecto de avaliação no sentido de se adoptar medidas de controlo e monitorização destes resíduos.

É ainda referir o importante passo concretizado no projecto de diploma de transposição da DQR, aprovado em Conselho de Ministros a 24 de Março de 2011, para a utilização, de pelo menos 5% de materiais reciclados em empreitadas de obras públicas até 2020, numa óptica de preservação dos recursos naturais e de promoção da valorização de resíduos. Informação Ambigroup Pág. 9


INFORMAÇÃO AMBIGROUP - Aposta na qualidade tem como meta a sustentabilidade

Implementação da norma ISO 9001:2008 na Ambitrena Texto: Ana Rodrigues, Desenvolvimento e Inovação Ambigroup

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globalização e competitividade crescentes tornam cada vez mais relevantes as questões de Qualidade, tornando-se numa filosofia essencial no acesso a mercados cada vez mais exigentes. Com vista à adopção de práticas de gestão focalizadas na qualidade do produto e/ou serviço, a União Europeia desenvolveu uma série de normas que servem de guia para a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), nomeadamente a norma NP EN ISO 9001:2008. A adopção destas práticas é uma decisão voluntária e deve fazer parte da estratégia da organização, com a perspectiva de alcançar a melhoria contínua e não apenas como um veículo promocional. A certificação do SGQ de uma organização é o reconhecimento, por uma entidade externa e independente, de que a empresa satisfaz o Cliente e as exigências legais e regulamentares, de uma forma eficaz. Neste momento, a Ambitrena em Odivelas encontra-se em processo de certificação pela TUV, tendo já sido realizada a auditoria de primeira fase. Brevemente, o processo ficará concluído com a realização da auditoria de segunda fase. O processo de implementação contou com a disponibilidade, empenho e motivação de todos os colaboradores e seguiu a seguinte metodologia: 1) Levantamento de funções e actividades desenvolvidas; 2) Definição do Organograma; 3) Identificação e caracterização dos processos com base no levantamento efectuado; 4) Estabelecimento de indicadores para os processos; 5) Elaboração da documentação e re-estruturação da existente; 6) Formação aos colaboradores; 7) Implementação e correcção de desvios; 8) Revisão pela Gestão; 9) Auditoria interna; 10) Lançamento de acções correctivas; 11) Auditoria externa. As vantagens obtidas com a implementação e certificação do SGQ na Ambitrena são:

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1. Aumento da satisfação do Cliente; 2. Entrada em novos mercados e consolidação dos existentes; 3. Aumento da confiança, interna e externa, nos métodos de trabalho; 4. Reorganização da empresa; 5. Aumento da motivação dos colaboradores; 6. Prestígio e reconhecimento por entidades externas; 7. Maior controlo dos custos de não qualidade e sua diminuição. POLÍTICA DA QUALIDADE Como pilar base do SGQ desenvolvido, foram definidas as directrizes e orientações globais da Ambitrena relativas à Qualidade, formalmente expressas na sua Política da Qualidade: Na Ambitrena, a Qualidade é entendida como parte integrante dos sistemas de gestão e de desenvolvimento do seu projecto empresarial, quer no que concerne ao desenvolvimento dos processos, quer na gestão das relações com a sociedade, com os parceiros e fornecedores, com os colaboradores e, em particular, com os Clientes. A Política da Qualidade da Ambitrena traduz o comprometimento da Direcção Geral com a Qualidade e concretiza-se nas seguintes orientações: • Satisfação do Cliente – Assegurar, através de uma estrutura organizacional consolidada, a máxima flexibilidade e eficácia no mercado da gestão integrada de resíduos, proporcionando serviços ajustados às necessidades e expectativas de cada Cliente. • Qualidade e melhoria contínua – Sensibilizar activamente todos os colaboradores para a importância que a Qualidade assume no desenvolvimento futuro e, em particular, a responsabilidade de todos na melhoria contínua dos processos e da eficácia do sistema de gestão da qualidade. • Sustentabilidade – Garantir a sustentabilidade económico-financeira da actividade da empresa, respeitando os requisitos legais e outros no âmbito da actividade de gestão de resíduos e de higiene, segurança e saúde dos colaboradores.

Na Ambitrena, a Qualidade é entendida como parte integrante dos sistemas de gestão e de desenvolvimento do seu projecto empresarial, quer no que concerne ao desenvolvimento dos processos, quer na gestão das relações com a sociedade, com os parceiros e fornecedores, com os colaboradores e, em particular, com os Clientes.


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Informação Ambigroup Pág. 11


Ficha Técnica

publi-reportagem - Molavide

AMBINEWS - Revista de Informação de Ambiente © Propriedade: Ambigroup SGPS, SA www.ambigroup.com/ambinews @: ambinews@ambigroup.com Ed. Ambigroup, Rua Projectada à Estrada da Paiã, 1679-013 Pontinha, Odivelas  +351 217 107 030 | +351 217 121 918 Direcção: João Carlos Além @: joao.alem@ambigroup.com Redacção/Fotografia/Design: Samuel Ferreira (cart. prof. n.º 6584) @: samuel.ferreira@ambigroup.com Colaboradores: Rita Santos, José Nunes, Aranda Correia, Ana Ribeiro, Caterina Costa. Impressão: IDG Imagem Digital Gráfica Tiragem Média: 3000 exemplares Distribuição: Gratuita Impresso em papel reciclado CONTACTOS AMBIGROUP AMBIMOBILIÁRIA SA/AMBIPOLIS SA Ed. Ambigroup, Rua Projectada à Estrada da Paiã, 1679-013 Pontinha, Odivelas  +351 217 107 030 | +351 217 121 918 @: ambimobiliaria@ambigroup.com @: ambipolis@ambigroup.com AMBITRENA SA Serviços Administrativos e Unidade de Lisboa: Ed. Ambigroup, Rua Projectada à Estrada da Paiã, 1679-013 Pontinha, Odivelas  +351 217 107 030 | +351 217 121 918 @: ambitrena@ambigroup.com @: ambitrena.odivelas@ambigroup.com Unidade de Aveiro: Parque Industrial de Albergaria a Velha, Arruamento E - 3850 Albergaria a Velha  +351 234 520 150 | +351 234 520 159 @: ambitrena.albergaria@ambigroup.com Unidade de Setúbal: Parque Industrial da Mitrena, lote 76, 2910-738 Setúbal;  +351 265 709 630 |  +351 265 709 639 @: ambitrena.setubal@ambigroup.com Unidade de Beja: Parque Ambiental da AMALGA, Apartado 6040, 7801-908 Beja / +351 284 329 880 @: ambitrena.beja@ambigroup.com Unidade de Faro: Estrada Nac. 125 km 96.7 Caixa Postal 641-Arneiro, 8005-412 Faro  +351 289 896 720 |  +351 289 896 729 @: ambitrena.faro@ambigroup.com

Nota: Isento de Registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 art. 12º nº 1 A

AUTOVFV, SA Estrada Municipal da Mourisca, Quinta Vale da Rosa, Armazém 1, 2910 Setúbal  +351 265 701 000 |  +351 265 701 009 @: autovfv@ambigroup.com DEMOTRI SA Ed. Ambigroup, Rua Projectada à Estrada da Paiã, 1679-013 Pontinha, Odivelas  +351 217 121 910 | +351 217 121 918 @: demotri@ambigroup.com

Há 32 anos no ramo metalúrgico Experiência aliada ao profissionalismo e à qualidade permite à Molavide crescer mesmo apesar da crise.

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FORESTECH SA Estrada Nac.253, Horta do Bom Reparo, Apartado 35, 7580 - 909 - Alcácer do Sal  +351 265 612 127 |  +351 265 612 127 @: forestech@ambigroup.com

A Molavide é composta por uma equipa técnica especializada e profissional que, transversalmente a todos os departamentos, contribui para a eficácia da empresa.

RECIELECTRIC SA / RECIPOLYMERS SA Rua Eugénio dos Santos, n.º1 Pinhal de Frades, Casal do Marco - 2840-185 Arrentela, Seixal  +351 212 269 900 |  +351 212 269 907 @: recielectric@recielectric.pt @: recipolymers@ambigroup.com

Da captação de novos clientes à satisfação completa dos nossos parceiros actuais, a Molavide tem primado pela qualidade dos seus serviços.

RECIPOLYMERS Unidade da Chamusca Estrada do Relvão, Casal do Relvão E. M. 1375 Lotes 1 2, Casal do Relvão -2140 - 671 Carregueira, Chamusca  +351 249 741 129 |  +351 249 741 175

Fabrico de caixas para pesados e outros veículos de carga

RECIFEMETAL SA / TRANSALÉM SA / INCOFERRO SA Edifício Além, EN 115 - km 65,2 2630-058 Arranhó  +351 219 687 430 |  +351 219 687 440 @: recifemetal@ambigroup.com @: transalem@ambigroup.com @: incoferro@ambigroup.com RECIFEMETAL ESPAÑA SL C/Capitan Mendizabal, 20-1ºc 48980 Santurtzi Vizcaya  0034944625194 |  0034944835162 @: recifemetal.espana@ambigroup.com

Pág. 12 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

A Molavide fabrica, instala e repara caixas transporte de carga, para veículos pesados, estáticas ou basculantes ou ainda por medida. Fabrico de caixas-abertas e outras para veículos especiais Equipamentos com outras especificações como empilhadores, carrinhas de caixa-

aberta, porta-cargas, etc., têm necessidades de transporte diferentes. Assim a Molavide responde também as estas necessidades especiais e fabrica caixas standard e por medida para estes veículos. Instalação e reparação de molas automóveis Reparação e instalação de suspensões para diversos tipos de veículos. De todo-o-terreno, a pesados de mercadorias ou passageiros, a Molavide tem o material, os meios humanos e as infraestruturas adequadas para efectuar este tipo de trabalho que tão bem conhece e ao qual deve o seu próprio nome. Reparação e desempeno de chassis Esta actividade é desenvolvida desde há vários anos pela Molavide. A empresa conta para o efeito com as suas próprias infrastruturas e maquinaria dedicada. Trata-se de um investimento contínuo que a Molavide faz para continuar a garantir a maior qualidade e rapidez de serviço. Parceria com o Ambigroup Desde há algum tempo que o Ambigroup confia na Molavide como parceira no fornecimento de equipamentos para os seus veículos pesados. Esta relação de confiança, eficácia e profissionalismo permite às várias empresas do Ambigroup desenvolver as suas actividades com maior segurança e fiabilidade.


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Reparação de molas | Desempeno de chassis Fabrico e reparação de caixas de carga basculantes

Urbanização da Carambancha Lote 13 - 2580-461 Carregado Tel.:263850220 | Fax.: 263850229 | E-mail: geral@molavide.pt | www.molavide.pt Informação Ambigroup Pág. 13


FOTO-REPORTAGEM - Recielectric, Resíduos Eléctricos e Electrónicos

1 Recepção dos resíduos de equipamentos de frio

2 Acondicionamento temporário

3 Início da linha de reciclagem

Nada se perde Tudo se transforma Na Recielectric o lema faz jus ao significado “Nada se perde, tudo se transforma”. É o caso do fluxo dos frigoríficos e arcas congeladoras que ao serem encaminhados para esta unidade de reciclagem iniciam um novo ciclo de vida, sendo os materiais resultantes reutilizados na construção de novos produtos.

Pág. 14 Ambinews Ambinews18 18Abr/Mai/Jun Abr/Mai/Jun


Reciclagem de equipamentos de arrefecimento e refrigeração

4 Extracção de gases contendo CFC

D

iariamente chegam várias toneladas de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) à unidade de reciclagem da Recielectric, localizada no concelho do Seixal. Entre os quais encontram-se o fluxo dos frigoríficos e arcas congeladoras, provenientes de recolhas efectuadas junto dos vários pontos de recepção do país e de entregas realizadas por particulares e/ou outras entidades. Ao invés de serem abandonados em depósitos ilegais ou nas beiras das estradas causando graves danos ambientais e paisagísticos, nesta unidade industrial de tratamento os equipamentos de frio têm um final adequado. Aquando da recepção o processo de tratamento inicia-se com a desmontagem de ca-

5

6

Desmontagem de componentes

Controlo informático da trituração

bos eléctricos, componentes amovíveis de plástico e vidro (como prateleiras, gavetas), lâmpadas, sendo adequadamente armazenados antes de serem encaminhados para uma linha de descontaminação através de equipamentos certificados para o efeito, os fluídos e gases contendo CFC (com grande efeito destruidor da camada de ozono) dos circuitos de refrigeração.

pamento permite ainda a separação dos diferentes materiais, como sejam os metais, os plásticos e espuma de poliuretano. A partir desta etapa do circuito de reciclagem aquilo que outrora foi um frigorífico pode, dentro em breve transformar-se noutro equipamento qualquer, já que os materiais que o constituíam vão agora ser utilizados como matéria prima secundária na respectiva indústria de transformação. De fora deste processo fica uma pequena percentagem de matéria cuja reciclagem não é possível e que será encaminhada para valorização energética, como o caso das espumas, ou para destino final adequado, como o caso dos CFC.

Segue-se a desmontagem dos compressores, circuitos exteriores e outros componentes, ainda antes de ter início uma das fases finais. Estes REEE são então transportados para trituração em ambiente controlado. Um equipamento automatizado e comandado informaticamente encarrega-se de transformar o que sobra dos frigoríficos em pedaços do tamanho de uma moeda. O mesmo equi-

De referir que em 2010, a Recielectric processou cerca de 50 mil equipamentos de frio.

Informação Ambigroup Pág. 15


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Grandes electrodomésticos

foto-reportagem - Reciclagem de equipamentos de frio

Equipamentos de frio Monitores e televisores Equipamentos informáticos e de telecomunicações Equipamentos electrónicos Electrodomésticos diversos

Trituração de frigoríficos depois do desmonte prévio de vários componentes e respectiva descontaminação

Reciclagem de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos

roup.com g i b m a . w ww

O sistema integrado de gestão de REEE da Amb3E dispõe de uma rede de pontos de recepção e recolha. Os resíduos são encaminhados para a Recielectric onde são submetidos a tratamento apropriado. Texto: AmbE3/3Drivers

O

s resíduos de equipamentos de arrefecimento e refrigeração, como por exemplo frigoríficos, arcas congeladoras ou aparelhos de ar condicionado, constituem resíduos perigosos que têm de ser alvo de tratamento adequado, de modo a permitir a sua posterior valorização. Este tipo de equipamentos apresenta uma particularidade, que reside na presença de fluidos de refrigeração, como por exemplo os gases CFC e HCFC. Estes gases apresentam impactes na destruição da camada de Ozono se libertados, podendo manter-se na atmosfera por mais de 60 anos. Encontram-se geralmente misturados com óleo no sistema de refrigeração e também nas espumas de poliuretano que constituem as camadas isolantes térmicas dos equipamentos. Para evitar os potenciais impactes

Pág. 16 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

negativos no ambiente, os gases com efeito de estufa têm de ser removidos para armazenamento e posterior destruição, de acordo com o previsto no Anexo II do Decretolei n.º230/2004, de 10 de Dezembro, que estabelece o quadro da gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE) em Portugal. Os equipamentos de arrefecimento e refrigeração apresentam na sua composição materiais com elevado potencial de valorização material, onde se destacam os metais ferrosos, o alumínio e o cobre, assim como o vidro e o plástico. Neste sentido, a gestão de equipamentos de arrefecimento e refrigeração visa promover a valorização dos componentes, materiais e substâncias neles contidos, de forma a assegurar o cumprimento das metas legais de reutilização/reciclagem (75%


Tratamento adequado processa-se em várias fases

7 Cabos eléctricos - encaminhados para reciclagem (separação do cobre da borracha)

9 Metais - encaminhados para indústria de transformação (siderurgia)

8 Compressores extraídos dos frigoríficos e arcas congeladoras enviados para reutilização

10 Plástico - encaminhado para tratamento e posterior reintrodução na indústria plástica

Rede de centros de recepção viabiliza reciclagem dos resíduos do peso médio por aparelho) e as metas de valorização (80% do peso médio por aparelho) previstas no Decreto-lei n.º230/2004. A Amb3E – Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos, entidade licenciada pelo Estado Português para organizar e gerir o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, contratualiza com parceiros operacionais que procedem à recepção, tratamento e valorização dos REEE. Actualmente, a Amb3E dispõe de uma rede alargada de Centros de Recepção, Pontos Electrão e Pontos de Recolha dispostos em todo o território nacional, incluindo o Continente e as Regiões Autónomas, nos quais os produtores ou detentores podem entregar os seus equipamentos usados sem custos. Em alternativa, podem entregar os equipamentos usados

junto dos distribuidores aquando da troca por um equipamento novo equivalente. Após a recepção nos locais da rede da Amb3E, os equipamentos usados são transportados para unidades de tratamento e valorização, como a Recielectric. Aqui, os equipamentos como frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar condicionado são processados, através de um conjunto de etapas para remover os componentes e substâncias perigosas e separar os restantes materiais constituintes em fracções materiais recicláveis. Na unidade de tratamento e valorização da Recielectric são realizadas as sucessivas etapas de processamento dos equipamentos de arrefecimento e refrigeração, de acordo com o que se descreve em seguida: • Recepção e armazenamento temporário; • Preparação dos equipamentos para entra-

da na linha de processamento; • Remoção dos gases CFC do circuito de refrigeração e remoção do compressor; • Fragmentação; • Separação de metais ferrosos; • Separação de metais não ferrosos e restantes materiais. No final do processamento de equipamentos de arrefecimento e refrigeração resultam fracções materiais de óleo, gases CFC ou HCFC, metais ferrosos - aço, metais não ferrosos alumínio e cobre, espumas poliuretano, vidro e plástico. Estas fracções são encaminhadas para destinos finais de reciclagem, para a produção de novos produtos, de valorização energética, onde o conteúdo energético das fracções é recuperado, ou ainda de eliminação da componente material residual que não é valorizável. Informação Ambigroup Pág. 17


Informação Ambigroup

Demotri inicia demolição de edifícios da Docapesca Tiveram início recentemente as operações de demolição de diversos edifícios e estruturas da Docapesca em Lisboa. Os trabalhos a realizar para a Administração do Porto de Lisboa (APL) incluem a desconstrução de um conjunto de estruturas em betão armado e alvenaria, muros, pavimentos térreos, bem como um tanque de armazenamento de combustíveis, que será desmantelado e os materiais resultantes (metálicos) valorizados. Entre as operações destacase também a remoção de diversas coberturas em fibrocimento, as quais, devido ao seu carácter de perigosidade, carecem de metodologias específicas de desmantelamento.

Os trabalhos de demolição dos elementos em betão, alvenaria e metal tiveram início logo após conclusão das operações de desmantelamento dos interiores, sendo executados de forma metódica e sequencial.

Ambitrena alarga departamentos técnico e comercial

Desmantelamento de Termoeléctrica em Bilbau é adjudicado à Recifemetal

Demotri efectua demolições na antiga cerâmica Campos de Aveiro

Em virtude de prestar um serviço de maior proximidade com o cliente, a Ambitrena, empresa do Ambigroup que efectua a gestão de resíduos, alargou o respectivo departamento técnico e comercial com mais dois colaboradores na zona centro. Sílvia Figueiredo, engenheira do Ambiente apoia o distrito de Setúbal e Daniel Filipe, também engenheiro do Ambiente apoia a zona de Lisboa.

Depois de ter terminado com sucesso o desmantelamento da central termoeléctrica de Castellon, em Espanha, a Recifemetal España ganhou recentemente a obra de desmantelamento da Central Termoeléctrica de Bilbau, adjudicada pela Iberdola. O facto de se tratar da quinta central desmantelada para este produtor de energia, demonstra a relação de confiança do Cliente para com a Recifemetal.

Entretanto a operadora de resíduos tem sido reconhecida pelos serviços prestados em diversas obras do Parque Escolar. Entre outros, a Ambitrena está a efectuar a gestão de resíduos da Escola Sec. D. João Quinto, na Damaia; da Escola Sec. Seomara da Costa Primo, na Amadora; da Escola Sec. Braamcamp Freire, na Pontinha; na Escola Sec. Lima de Freitas, em Setúbal; na Escola Sec. De Pinhal Novo, em Pinhal Novo; na Escola Sec. D. João II, em Setúbal. Pág. 18 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

Os Resíduos de Construção e Demolição (RCD), são triados in situ, bem como a fracção inerte fragmentada, sendo que as restantes fracções são encaminhadas para destino final adequado (reciclagem/valorização). Todas as operações são acompanhadas por técnicos de Segurança e de Ambiente por forma a assegurar os procedimentos de segurança e higiene.

Foi adjudicado à Demotri um conjunto de demolições na antiga Cerâmica Campos em Aveiro. A obra inclui o desmantelamento de estruturas metálicas e diversos equipamentos da fábrica. Durante a fase de desmantelamentos decorrerão ainda operações de remoção de elementos em fibrocimento contendo amianto, trabalhos que pressupõem procedimentos de execução de acordo com legislação específica.


Informação Ambigroup Pág. 19


INFORMAÇÃO AMBIGROUP Desmantelamento na Soporcel em fase final

Novos desafios à gestão de resíduos em seminário da Apemeta O seminário decorrido a 31 de Março no auditório do Metropolitano de Lisboa teve como principal objectivo abordar os novos desafios da gestão de resíduos para os próximos anos, bem como apresentar as iniciativas empresariais na área da gestão de resíduos industriais. Na sessão de abertura, Mário Grácio, Director Geral da APA abordou a aprovação recente de dia 24 de Março do diploma que transpõe a Directiva Quadro de Resíduos e destacou que Portugal está praticamente autónomo na gestão de resíduos, estando dotado de instalações e infra-estruturas suficientes para o tratamento dos mesmos. Entre outros, Joana Sabino da Agência Portuguesa do Ambiente apresentou o tema “Fim do Estatuto de Resíduos. Impacto Económico nas Empresas e Novo Papel dos Operadores de Resíduos”. Já Ricardo Furtado da Valorcar efectuou uma apresentação do MOR Online, plataforma devidamente licenciada pela APA para a transacção de resíduos, sobre o Mercado Organizado de Resíduos, apresentando os primeiros resultados. Encerrando o painel, Rita Santos, da Recielectric, SA descreveu as soluções de tratamento e valorização de resíduos eléctricos e electrónicos desenvolvidas pela empresa, informando que cerca de 20% dos REEE recolhidos em Portugal são tratados pela Recielectric. Terminou com a indicação dos desafios deste sector, nomeadamente a revisão da Directiva REEE da Comissão Europeia, metas de reciclagem/ reutilização que aumentam 5% em relação às anteriores, entre outros desafios. Pág. 20 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

Após a execução dos trabalhos de desmantelamento e demolição de equipamentos e estruturas periféricas à própria caldeira, a obra de Desmantelamento da Caldeira de Recuperação I da fábrica da Soporcel encontra-se na fase de maior exigência técnica: o desmantelamento do interior da própria caldeira, do gerador, dos economizadores e das paredes propriamente ditas. Estes trabalhos são executados por técnicos especializados em oxi-corte, sendo o trabalho de maquinaria pesada limitado ao apoio de grua e ao corte em fracções compatíveis com o seu envio para destino final dos materiais resultantes do desmantelamento. A experiência da Recifemetal e dos seus meios humanos, acumulados em obras semelhantes, nomeadamente no desmantelamento de centrais térmicas em Espanha, têm-se revelado da maior importância para que a empreitada decorra sem incidentes e ao ritmo previsto. Com o final de mais um grande desmantelamento à vista, a Recifemetal tem já em carteira o desmantelamento de mais uma central térmica em Espanha. O bom nome que a empresa detém no mercado, fruto da sua capacidade técnica, tem-se revelado de extrema importância para a vitalidade comercial da empresa.

Preocupações ambientais em análise na “2.ª Jornada de Reciclagem e Valorização de Resíduos” Preocupações ambientais como a prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos, nomeadamente o caso dos Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos estiveram em análise e discussão durante o seminário “2.ª Jornada de Reciclagem e Valorização de Resíduos” que decorreu a 30 de Março no auditório da sede da Ordem dos Engenheiros em Lisboa. Rita Santos, responsável de produção da Recielectric, foi oradora convidada a abordar o tema “Tratamento do Fluxo B de REEE – Arcas e frigoríficos na Recielectric. Processo de recolha de gases nocivos para o ambiente”.


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INFORMAÇÃO - Seminário na APA perspectiva os próximos anos do sector

Informação Ambigroup Pág. 21


INFORMAÇÃO Ao centro a Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, com Mário Grácio, Director Geral da APA à esquerda e António Barahona d’ Almeida, Presidente do Conselho de Administração da SPV e Luís Veiga Martins, Director Geral da SPV, à direita, durante o seminário Green Procurement

Ministra quer mais critérios ambientais nas obras privadas “A produção legislativa tem de ser necessariamente articulada em todo o espaço da UE, para que os próprios contratos na esfera privada também incorporem estas preocupações(...)”, de acordo com Dulce Pássaro.

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esde a década de 90 que a política de ambiente na UE passou a ter um desenvolvimento mais consistente onde se estabeleceram objectivos de reciclagem e estratégias de prevenção da produção de resíduos. No entanto, “rapidamente a comissão da UE tomou consciência de outro desafio: o que fazer com os materiais reciclados.”, esclarece Dulce Pássaro. Embora tivessem sido desenvolvidas estratégias e recomendações a que cada vez mais os materiais reciclados fossem introduzidos na produção de novos bens, também haviam correntes mais ou menos fundamentadas que referiam que estes materiais para serem reincorporados carecem de um conjunto de garantias para não prejudicar a qualidade dos bens produzidos. Suportados em estudos técnico-científicos, vários países da UE começaram a adoptar medidas legislativas que visassem a incorporação de materiais reciclados e ficou claro que “a estratégia para o desenvolvimento sustentável tinha de ser explícita relativamente à questão da reincorporação dos materiais reciclados a nível de todo o sector público quer na aquisição de bens, quer no que respeita à realização dos

contratos públicos”, frisa a Ministra do Ambiente relacionando ainda esta questão com o tema do combate às alterações climáticas. A estratégia 2020 que visa que a UE se torne numa economia inteligente, sustentável e inclusiva estabelece que deverão ser definidos objectivos e indicadores de medida de aplicação de todas estas estratégias e simultaneamente deverão ser definidos modelos eficazes de governação. De facto, segundo a Ministra, para se alcançar objectivos ambientais com esta magnitude só é possível trabalhando em várias frentes de forma consistente e com estratégias que têm de ser muito concertadas: “A produção legislativa tem de ser necessariamente articulada em todo o espaço da UE, para que os próprios contratos na esfera privada também incorporem estas preocupações de utilização de bens e de fornecedores que tenham compatibilidade com os critérios de natureza ambiental”. Ainda assim, Dulce Pássaro garante que a nova estratégia vai ser mais detalhada e terá critérios mais exigentes quer no eixo das grandes obras públicas quer no eixo privado. “A política de gestão adequada dos


Green Procurement - Nova estratégia terá critérios mais exigentes

“Uma economia verdadeiramente bem estruturada em termos ambientais é uma economia eficiente e competitiva”, afirma Dulce Pássaro, Ministra do Ambiente, aquando do seu discurso no seminário Green Procurement. “A política de gestão adequada dos recursos deve ser desenvolvida no eixo das compras públicas, mas também no eixo privado”, garante. recursos deve ser desenvolvida no eixo das compras públicas, mas também no eixo privado. Já ultrapassamos o tempo em que se considerava que a implementação de políticas de ambiente era um constrangimento ao desenvolvimento. Hoje as empresas já perceberam que as políticas de ambiente são factores de competitividade. Uma economia verdadeiramente bem estruturada em termos ambientais é uma economia eficiente e competitiva”, afirma a Ministra, acrescentando que está ao nosso alcance continuar

a ultrapassar estes desafios. A ministra do Ambiente falou durante o seminário “Green Procurement - Construindo novos futuros”, organizado pela Sociedade Ponto Verde, que reuniu alguns dos maiores especialistas em compras ecológicas. Este encontro realizado em Fevereiro teve como objectivo gerar o debate e fomentar a criação de um Livro Branco, que possa contribuir para a tomada de decisões estratégicas por parte da Administração Pública e de empresas privadas, com base nos princípios de Green Procurement.

“Já ultrapassamos o tempo em que se considerava que a implementação de políticas de ambiente era um constrangimento ao desenvolvimento. Hoje as empresas já perceberam que as políticas de ambiente são factores de competitividade”, afirma Dulce Pássaro.

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Informação Ambigroup Pág. 23


opinião - Ricardo Furtado, Valorcar

Gestão de Veículos em Fim de Vida em Portugal - que futuro?

N

este momento, a REDE VALORCAR integra já 65 centros de abate de Veículos em Fim de Vida (VFV), distribuídos por todos os distritos do continente e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Estes centros têm garantido sistematicamente o cumprimento das metas de reutilização/reciclagem/valorização de VFV a que o país se encontra obrigado. Existem a nível nacional opções de encaminhamento para a maioria dos componentes/materiais resultantes do desmantelamento de VFV. Recentemente, o EUROSTAT publicou dados segundo os quais Portugal ficou num honroso oitavo lugar em termos de taxa de reutilização/ valorização de VFV entre os 27 Estadosmembros da União Europeia. Todos estes factos, inimagináveis há meia dúzia de anos atrás (e que só foram alcançados à custa de muito investimento e esforço por parte dos operadores), podem dar a sensação de missão cumprida. Nada mais falso! Se há coisa que este sector sabe é que está permanentemente a ser posto à prova, a ser confrontado com novos desafios, que nada é garantido.

aparentemente conceitos contraditórios mas que podem coexistir no seio de uma organização. Diversificação na operação, alargando a actividade à gestão de outros resíduos, que atenuem as flutuações do mercado (como por exemplo os resíduos da manutenção/reparação automóvel, muito semelhantes aos que resultam do desmantelamento dos VFV). Especialização em alguns nichos de mercado, como por exemplo na área da revenda de peças, onde há ainda muito a fazer: na organização dos stocks e na apresentação do produto; na utilização de meios mais modernos de divulgação e venda, como a internet; na maior penetração no sector dos salvados ou mesmo na aquisição de VFV no estrangeiro; na cooperação entre centros, que garanta uma oferta mais alargada ao cliente; na transparência na definição dos preços e nas garantias oferecidas; na prospecção de novos mercados de venda, como o africano; na entrega rápida e geograficamente alargada, etc.

O fim do programa de incentivo ao abate foi um rude golpe nas expectativas do sector, que se dimensionou tendo em conta um fluxo de VFV que agora desaparece repentinamente (este programa já representava cerca de 30% dos VFV abatidos na REDE VALORCAR). Confesso que esta medida pode parecer lógica no contexto das restrições orçamentais que o Estado se vê obrigado a implementar. No entanto, também é importante notar que a própria Comissão Europeia já veio demonstrar que estes programas acabam por ter um retorno económico importante, em virtude da dinamização da economia que promovem, já para não falar nos impactes positivos a nível das emissões atmosféricas e da segurança rodoviária.

Por outro lado, é necessário dar passos concretos no sentido de garantir a valorização dos resíduos de fragmentação. Efectivamente, a directiva 2000/53/CE impõe, já a partir de 2015, o cumprimento de taxas de 85% de reutilização/reciclagem e de 95% de reutilização/valorização, sendo comummente aceite que estas só serão alcançáveis com a modernização da actual cadeia de processamento dos VFV, de forma a permitir a valorização dos inúmeros constituintes dos resíduos de fragmentação. Torna-se por isso urgente avaliar técnica e economicamente as mais promissoras tecnologias de pós-fragmentação existentes no mercado internacional e aferir da sua aplicabilidade ao quadro português, tendo em conta a nossa indústria de fragmentação e a indústria potencialmente receptora dos “produtos recuperados”.

A nível dos operadores, penso que a resposta adequada passará simultaneamente pela diversificação e pela especialização,

Como sempre, a VALORCAR desempenhará o seu papel, mas a parte de leão está reservada aos operadores.

Pág. 24 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

Portugal está em oitavo lugar em termos de valorização de VFV entre os 27 EstadosMembros. No entanto, com o fim do programa de incentivo ao abate há-que encontrar soluções para, em 2015, se dar cumprimento às exigentes metas de reutilização/ reciclagem/valorização.


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Informação Ambigroup Pág. 25


INFORMAÇÃO ambigroup - Presidente da Câmara de Odivelas visita sede da Ambitrena

Ao centro Susana Amador e Mário Máximo com membros da Administração Ambigroup

“O Ambigroup é uma grande surpresa no domínio ambiental” Susana Amador, Presidente da Câmara de Odivelas, em visita à sede do Ambigroup e da Ambitrena, enalteceu a motivação e “vontade de crescer de forma sustentável“ destas empresas, abrindo “portas de confiança e trabalho recíproco”.

Pág. 26 Ambinews 18 Abr/Mai/Jun

“O

Ambigroup é para nós uma grande surpresa naquilo que são os seus domínios na área ambiental, empresas associadas e preocupações com a eficiência da reciclagem e reutilização” afirma Susana Amador, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas. Inserida na Agenda para o Desenvolvimento, Inovação e Emprego 2011, várias personalidades do poder político local estiveram de visita à sede do Ambigroup e da Ambitrena em Odivelas, entre as quais, Mário Máximo, Vereador das Actividades Económicas e José Guerreiro, Presidente da Junta de Freguesia da Pontinha. Na reunião que decorreu a 17 de Março com a Administração Ambigroup, entre outros assuntos, foram debatidos alguns aspectos e perspectivas de crescimento sustentável. Susana Amador enaltece a importância destes programas para o crescimento económico “sobretudo neste período de recessão, onde entendemos que o poder local deve falar com os seus agentes económicos, dar-lhes expectativas de

crescimento e estabelecer-se como mediador entre aquilo que são projectos que têm que ver com a recuperação de empresas ao nível governamental e entre aquilo que é a nossa política local de crescimento”. A propósito da visita à sede do Ambigroup, a Presidente da Câmara demonstrou ainda interesse na actividade ambiental da Ambitrena: “Trata-se de uma empresa muito moderna, com preocupações de inovação e vontade de crescer de forma sustentável e racional”. De acordo com Susana Amador “abriramse hoje muitas portas de confiança, esperança e trabalho recíproco. Por isso saímos daqui muito agradados com o que vimos, ouvimos e sobretudo com as perspectivas de futuro que são imensas neste sector e nesta área em particular”, referindo-se à possibilidade da Câmara Municipal poder vir a estabelecer um protocolo com a Ambitrena ao nível da recolha de monos, resíduos verdes, Veículos em Fim de Vida, entre outros.


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Informação Ambigroup Pág. 27


Nacional - Decreto-Lei nº 5/2011, de 10 de Janeiro - Estabelece as medidas destinadas a promover a produção e o aproveitamento de biomassa florestal.- Portaria nº 1324/2010, de 29 de Dezembro - Altera o Regulamento de Aplicação do Produto da Taxa de Gestão de Resíduos, aprovado pela Portaria nº 1127/2009, de 1 de Outubro. - Portaria nº 43/2011, de 20 de Janeiro Aprova o Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares para o período de 2011-2016. - Despacho nº 3107/2011, de 15 de Fevereiro (2ª série), do Secretário de Estado do Ambiente - Tabela dos valores da prestação financeira unitária a aplicar pela VALORCAR no ano de 2011. - Despacho nº 4364/2011, de 10 de Março (2ª série) do Ministro da Economia, da Ino-

vação e do desenvolvimento e do Secretário de Estado do Ambiente - Prorrogação da licença concedida à SOGILUB - Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Usados, Lda. - Portaria nº 101/2011, de 11 de Março - Estabelece um regime excepcional aplicável à iniciativa «Projecto limpar Portugal». Comunitária - 2011/37/UE - Directiva da Comissão, que altera o anexo II da Directiva 2000/53/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos veículos em fim de vida. JO L85 2011-3-31 - Regulamento (UE) nº 214/2011 da Comissão, que altera os anexos I e V do Regulamento (CE) nº 689/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à exportação e importação de produtos químicos perigosos. JO L59 2011-3-04

As informações desta agenda poderão sofrer alterações. Para confirmação oficial, contactar a organização.

Desmantelamentos e Reciclagem de Metais Demolições, Reciclagem e Construção Valorização e Gestão de Resíduos Veículos em Fim de Vida e Reutilização de Peças Reciclagem de REEE Reciclagem de Polímeros Biomassa e Bio Energia Transporte, Logística e Serviços Engenharia e Técnicas Ambientais

AGENDA AMBIENTAL Evento: Formação: “Acompanhamento Ambiental de Obras e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD)” Data: 4/05/2011 Local: Porto Descrição: A formação tem como objectivo saber como planear e controlar as medidas a implementar no acompanhamento técnico e controlo ambiental em obras, realizar um plano de controlo/gestão ambiental em obras (PGA), enquadrar o controlo ambiental em obras no caderno de encargos. Mais info.: www.apq.pt/

Local: Lisboa Descrição: Formação destinada a Quadros médios e superiores de empresas ou autarquias com responsabilidade na gestão de resíduos. Nível 4. No final, os formandos deverão ser capazes de utilizar os conhecimentos necessários sobre as principais regras de gestão de resíduos, como a classificação, transporte e destino final, bem como outras operações de gestão; Identificar e descrever a legislação aplicada à gestão de Resíduos. Mais info.: www.apemeta.pt

Evento: XII Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental/Educação para a Sustentabilidade Data: 07-05-2011 Local: Castro Daire Descrição: Este evento é destinado a técnicos e gestores de ambiente, autarcas, técnicos de Educação Ambiental, professores e educadores, investigadores em ciências do ambiente, técnicos de áreas protegidas, coordenadores de projectos de Educação Ambiental e estudantes. Estas Jornadas contarão com uma série de comunicações-debate, de saídas de campo e de ateliers vários. Haverá também uma Mostra de Cartazes. Mais info.: www.fapas.pt

Evento: “Eficiência Energética e Energias Alternativas” Data: 02-06-2011 Local: Lisboa Descrição: Seminário destinado a Técnicos do Ambiente, autarcas, industriais, estudantes e aos demais interessados na área. Mais info.: www.apemeta.pt

Evento: Formação: Gestão de Resíduos Data: De 23/05/2011 a 21/06/2011

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NOVIDADES LEGISLATIVAS - Resíduos

Evento: Dia Mundial do Ambiente Data: 05-06-2011 Local: Mundo Descrição: Comemorado desde o dia 5 de Junho de 1972, o Dia Mundial do Ambiente surge como uma forma privilegiada através da qual as Nações Unidas estimulam a preocupação mundial para as questões ambientais e incentivam a atenção e acção política.

Inovação Ambiental

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