Palavras do editor Purushatraya Swami Bem vindos a mais um informativo da comunidade de Paraty. Dessa vez, nem tudo é um “mar de rosas”. Tivemos que enfrentar um vendaval que deixou um rastro de destruição. Já passamos por várias ventanias fortes, mas nada como esta. Mas, por arranjo da Providência, não tivemos prejuízos maiores. O cenário ficou um pouquinho mais feio, devido às árvores quebradas e desfolhadas. Mas a natureza é incrível e rapidamente se recompõe. O conhecimento védico nos ensina que existem três tipos de misérias: 1) As que aparecem no corpo e na mente (dores, doenças físicas e mentais, etc.); 2) aquelas causadas por outras entidades vivas (dengue, assalto armado, etc.); e 3) as causadas por fenômenos naturais (secas, terremotos, etc.). O vendaval é um tipo característico do terceiro caso. Quando aparece, não dá para escapar. Mas podem ficar tranquilos que tudo já voltou ao normal. Estamos reparando os pequenos estragos e “bola pra frente”. O tema principal desse informativo são as atividades rurais de nossa comunidade. Estamos investindo nesse setor, pois consideramos de suma importância. Existe um conceito entre o pessoal alternativo que se chama “segurança alimentar”. Isso significa que aqueles que possuem um pedaço de terra ao seu dispor devem produzir alimentos para sobreviver nas emergências, como no caso de um colapso do abastecimento devido à uma grave crise econômica ou um caos social. Devemos estar sempre preparados para não sermos pegos de surpresa. Assim sendo, estamos investindo e preparando para um futuro seguro e próspero. A agricultura lida diretamente com a natureza, multiplicando a vida dos vegetais. É uma atividade apaixonante. Estamos empenhados em desenvolver as técnicas rurais que garantam uma boa produção de alimentos saudáveis, com um bom nível de produtividade. Queremos aqui agradecer a iniciativa dos amigos de Goura de diversas cidades que estão promovendo programas de apoio ao nosso projeto. Tivemos um bom programa em Floripa. Agora, no Rio. Vamos então continuar juntos nessa caminhada.
Vendaval em Goura Eram 2 da madrugada. O vento uivava. Dava medo. Na cama, pedia proteção. Uns devotos se aventuraram na escuridão para ver se havia algum perigo iminente. Durou uma hora e pouco. Depois tudo se acalmou. Já estávamos sem luz. Várias árvores caíram sobre a rede elétrica. Ao amanhecer do dia, saímos para ver as consequências. Um cenário de devastação. Grandes árvores tombaram. As bananeiras, coitadas, por serem mais frágeis, estavam todas curvadas, quebradas ao meio. Muitas palmeiras de palmito Juçara tinham o tronco quebrado. Galhos e folhas por toda parte, até dentro das casas. Um caos. A natureza ficou bem machucada nessa.
Numa ventania anterior, com menor intensidade do que essa, nós pudemos avaliar o perigo de se ter árvores grandes perto das casas. Foram então cortadas todas as árvores que oferecessem perigo para as casas. Foi o que valeu. Não tivemos nenhum prejuízo estrutural. Tivemos, sim, algumas telhas quebradas e pequenos danos.
Ah!... A chakra do templo se quebrou nessa... Precisamos providenciar a fundição de uma nova. Alguém tem alguma ideia? Mas, pela graça de Krishna, tudo está agora sob controle. E a vida continua...
Para nossa inspiração Festival de Radhastami em Goura Vrindávana em 2/9
No processo de Bhakti-yoga, a comemoração de certas datas auspiciosas é muito importante. Assim sendo, tivemos a comemoração do dia do aparecimento de Srimati Radharani, a consorte eterna de Krishna. Radharani é a expressão máxima do amor puro. Ao comemorar esse dia bem-aventurado, o bhakti-yogi aspira em absorver um fragmento da misericórdia de Radharani a fim de incrementar seu amor por Krishna. Acima vemos o altar de Sri Sri Radha-Vrindavana-candra, as pequeninas deidades de GV, nesse dia auspicioso.
Srila Prabhupada contempla as belas deidades de Londres, Sri Sri Radha London Ishvara.
Nessa fase, a parte superior da cúpula foi completada e as paredes do anexo ao templo forma levantadas. Um detalhe: Não tivemos um projeto arquitetônico para a construção da cúpula. Foi tudo feito “no olho”. O resultado final foi bem satisfatório: bem dimensionada e com elementos decorativos simples, mas dando um efeito harmônico.
SURABHI-SEVA (Programa de proteção dos bovinos) Não é todo dia que podemos presenciar um milagre da Natureza: o nascimento de um ser vivo, no caso, um bezerro. Geralmente, o nascimento do animal se dá no pasto ou na calada da noite. Mas esse foi à luz do dia e pôde ser devidamente registrado para a posteridade. Por coincidência, o nascimento do tourinho Vayu ocorreu exatamente no mesmo dia em que escrevo essas linhas (28 de setembro), só que oito anos atrás (2006). A mãe é a vaca Vrinda. Vamos então às fotos.
No alto, à esquerda, vemos a metade do parto. A metade posterior do bezerro já está de fora da mãe. Na sequência, um devoto ajuda a saída completa do bezerro. Por fim, nasceu! O primeiro contato com o mundo exterior é a língua da mãe. Ela lambe todas as partes do corpo do recém-nascido por horas. Um devoto prepara uma caminha de palha para dar mais conforto ao bezerrinho. Os devotos observam essas cenas mágicas.
Os vaqueiros conduzem o bezerrinho até o úbere da mãe. Ele assim tem sua primeira lição: aprende a mamar.
Depois de uma semana de vida, ele está espertinho.
Essa aqui é para o álbum de família: o “menino” Vayu e sua mãe Vrinda.
Revolução na agricultura Reabre-se uma nova parceria Dias atrás, a equipe de agricultura de Goura reatou um contato que ficou suspenso por cerca de dez anos. Há dez ou doze anos, nossa comunidade teve o privilégio de receber várias visitas dos pesquisadores do Instituto de Agrobiologia da EMBRAPA, situado na cidade de Seropédica, na frente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Vários projetos experimentais foram realizados em nossa propriedade. Foi uma parceria muito proveitosa. Dessa vez, pela iniciativa de um amigo de Goura de longa data, o Bhakta Lula (Luiz Jabour), amigo pessoal do pesquisador chefe da entidade, foi marcada uma visita ao campo de experimentos desse importante instituto de pesquisa. O pesquisador chefe, José Guilherme Guerra, é um apreciador de nosso projeto e de nosso estilo de vida. Reservou uma manhã inteira para mostrar minuciosamente, junto com outros pesquisadores, as pesquisas rurais desenvolvidas pelo instituto.
Na foto acima, o pesquisador José Guilherme, nosso velho conhecido, saúda amistosamente o devoto Mukunda Hari, graduado em agronomia pela universidade federal de Viçosa, considerada a melhor do país. Na foto da direita, o grupo de Goura Vrindávana (Purushatraya Swami, Mukunda Hari e Shukadeva) tem contato com os pesquisadores da EMBRAPA. A visita ao campo de experimentos do Instituto de Agrobiologia foi muito útil para fornecer ideias para desenvolvermos uma agricultura produtiva em Goura Vrindávana.
Há mais de 10 anos Mostramos aqui algumas imagens do intercâmbio que tivemos com os profissionais da EMBRAPA e alunos da universidade federal em Goura Vrindávana há mais de 10 anos.
Ao centro, vemos os dois irmãos pioneiros de Goura: Arcana-marga, com sua esposa Jayanti ao lado, e Setukara; Purushatraya Swami está no extremo à esquerda e Nityananda no primeiro plano. Os outros na foto são pesquisadores. José Guilherme, com quem reatamos o contato, aparece no extremo direito da foto.
Setukara e Bhakta Lula ladeiam Jean Dubois, um cientista renomado; à direita vemos a “nata” de pesquisadores de agrobiologia reunidos em Goura Vrindávana.
Os consultores em ação; estudantes de agronomia da UFRRJ em Goura; um kirtana no final.
Update das atividades rurais de Goura
Nossa horta, cada vez mais produtiva; Mukunda Hari, Alcides e André, os responsáveis.
Graças ao programa “Amigos de Goura”, adquirimos um equipamento muitíssimo útil: um tratorito equipado com enxada rotativa; em poucos minutos o canteiro fica pronto.
Em Goura, temos a opulência de água. A horta agora tem um eficiente sistema de irrigação.
Melado outra vez Retomamos novamente a fabricação de melado de cana. Estamos agora ampliando nosso canavial para aumentarmos a produção na próxima safra. Produzimos cerca de cinquenta litros de melado para o consumo interno. É ainda uma pequena produção, mas é um importante recomeço. O melado poderá ser uma fonte de renda para comunidade, pois é um produto puro, orgânico, delicioso e rico em micro nutrientes, principalmente o ferro.
Nossa ideia é intensificar essa produção. O que fizemos durante essa safra é somente uma amostra do que estamos planejando para um futuro próximo.
Tempos idos Dissemos acima que “retomamos”, pois, em anos passados tivemos boas experiências de produzir melado de cana com bastante sucesso. Nos primórdios, extraíamos o caldo da cana valendo-se de uma moenda movida pela tração animal. Um processo romântico e vagaroso. O canavial era distante e a tropa de burros carregavam os feixes de cana até o local da moagem.
Uma velha banheira de louça pode servir como um ótimo tacho. Que monte de bagaço!
Produção orgânica Em Goura Vrindávana pratica-se a produção orgânica de alimentos. Isso significa não utilizar insumos químicos e agrotóxicos. A grande maioria de alimentos encontrados no mercado são produzidos à base de implementos artificiais em busca de mais produtividade e mais lucro. O resultado é um alimento pobre e contaminado. Além disso, essa agricultura convencional acarreta o empobrecimento gradual do solo, pois os produtos químicos expulsam toda a vida que acontece naturalmente no subsolo. Qual é a diferença de um alimento orgânico e um convencional? O alimento não orgânico vem impregnado de agrotóxicos e possui somente os macro nutrientes (Fósforo, Nitrogênio e Potássio) introduzidos quimicamente como fertilizantes. Já o alimento orgânico contém uma infinidade de microrganismos devido ao solo vivo em que foi cultivado. Ao lado, Rama Raya faz a colheita diária para cozinhar um almoço orgânico. Em Goura, para produzir alimentos orgânicos, nós contamos com um aliado muito fiel, muito produtivo, que produz um fertilizante natural de rico poder nutricional. Esses nossos amigos e aliados são também muito discretos. Pouco aparecem em público. Mas trabalham sem parar, dia e noite. São as nossas valentes minhocas. Temos um minhocário funcionando há mais de dez anos ininterruptamente. Todo o esterco do curral e as cascas da cozinha são diariamente depositados lá. É daí que sai o húmus de minhoca, um poderoso fertilizante.
CASAMENTO VAISHNAVA em Goura Rupa-vilasa, natural de Portugal, é um veterano “amigo de Goura”. Já esteve em Goura Vrindávana em duas temporadas de seis meses, e agora vive em Londres. Em sua última visita ao Brasil, conheceu a devota Tulasi Vrinda, que morava na comunidade. Essa relação acabou num belo casamento, ocorrido poucas semanas atrás. Para a cerimônia, fizeram duas exigências: 1) a cerimônia deveria seguir o ritual védico da tradição vaishnava e 2) deveria acontecer em Goura Vrindávana. Para conduzir a cerimônia, foi convidado o sacerdote brahmana Rama-putra, um experiente especialista em rituais védicos.
Rama-putra explica os detalhes da cerimônia; Purushatraya Swami dirige-se aos nubentes, aos pais da noiva e ao público.
Aqui vemos alguns momentos da cerimônia: as vestes dos noivos são atadas; à certa altura, os noivos trocam de lugar e o futuro esposo aplica o ponto vermelho na testa da futura esposa, que é o sinal de uma mulher casada. Rama-putra, o sacerdote, é muito criterioso para fazer uma cerimônia de casamento, pois, dentro da tradição vaishnava, não se trata de uma mera formalidade social, mas uma
união permanente de duas pessoas que decidem caminhar juntos por essa vida, tendo como objetivo comum a auto-realização espiritual. Para a cerimônia de casamento, o sacerdote deu uma diretriz bem inusitada aos noivos: “Só convidem para a cerimônia pessoas verdadeiramente amigas, que realmente queiram o bem de vocês, pois essas pessoas vão dar as bênçãos para essa união ser plena de felicidade, prosperidade e realizações.”
A cerimônia de fogo, agni-hotra, é o ponto alto do ritual; ao final, as pessoas estendem o braço direito com a mão direita aberta, pronunciam o maha-mantra Hare Krishna, e o casal recebe as bênçãos de todos os parentes e amigos presentes. De fato, uma super benção, pois todos ali desejam o melhor para a vida em comum que se inicia. ><
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Goura Vrindávana é o local ideal para a realização de cerimônias e festivais dessa natureza. Para quem está planejando se casar, fica a sugestão de vir fazer a cerimônia em Goura Vrindávana sob a direção do brahmana Rama-putra. Informações com Acyutananda da pousada Dharmashala: acyuta@goura.com.br . ><
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O restaurante Veggie Govinda promove programa para ajudar os projetos de Goura Vrindávana Realizamos a quarta edição do programa “Mantras & Papo elevado” no restaurante Veggie Govinda, bem no centro da cidade no Rio. Caitanya-mali, o proprietário, é um amigo de Goura, fã de nosso projeto. Ao lado, vemos Caitanya-mali e Yadurani, também uma amiga de Goura, que organizaram esse programa. No programa, além dos mantras e do papo elevado, Purushatraya Swami, tem mostrado cenas de suas viagens pelos lugares sagrados da Índia. Ao final é servido um delicioso e requintado jantar vegetariano, que é o padrão desse concorrido restaurante. Esse programa tem atraído muito interesse, tanto que a casa estava cheia, com lista de espera para a próxima edição desse programa, ainda não agendada.
A comunidade Goura Vrindávana de Paraty agradece de coração essa iniciativa de nosso amigo Caitanya-mali. Estamos podendo investir em atividades produtivas e promovendo melhorias em nosso projeto graças à boa vontade de nossos amigos e amigas. Qualquer iniciativa assim será muito bem vinda e nos entusiasma a seguir em frente com esse projeto que visa criar um modelo alternativo que congrega atividades rurais de sustentabilidade com a prática de uma espiritualidade produtiva e sã. Àqueles que circulam pelo centro do Rio de Janeiro, fica aqui a dica: Restaurante Veggie Govinda, Rua São José, 86 (esquina com a Rodrigo e Silva), 2o piso. Bom apetite!
Seja um amigo ou amiga de Goura Convidamos a você a participar desse projeto. Valorize essa oportunidade. Vamos estar sempre em sintonia. Faça uma contribuição mensal. É importante uma constância nas contribuições para que possamos fazer um bom planejamento e execução das múltiplas atividades internas e assim mantermos um desenvolvimento gradual desse projeto. Para aqueles que vão entrar no time dos “Amigos de Goura”, damos uma tabelinha com as devidas categorias e valores, simplesmente para efeito de se ter uma referência, pois a doação deve ser completamente voluntária, de coração. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Sraddha_ de 5% a 10% do salário mínimo vigente (36 a 72 reais) Sadhu-sanga_ de 10% a 15% do sm (72 a 108 reais) Bhajana-kriya_ de 15% a 20% (108 a 144) Anartha-nivritti_ de 20% a 30% (144 a 216) Nistha_ de 30% a 40% (216 a 288) Ruci_ de 40% a 60% (288 a 432) Asakti_ de 60% a 100% (432 a 720) Bhava e Prema_ acima de 100% do sm.
Lembramos também as contas bancárias do programa: 1. Bradesco; ag. 105; c/c 203076-4; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) 2. B. Brasil; ag. 3520-3; 18691-0; Valnir F. Fonseca (264359777-04) 3. Itaú; ag. 4841; c/c 13586-8; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) Após depositar, por favor, envie um e-mail para Purushatraya Swami (pswami@goura.com.br).