Palavras do Editor Purushatraya Swami Benvindos ao vigésimo primeiro informativo do programa “Amigos de Goura”. Nesses vinte e um meses nós mostramos as realizações e as propostas de nossa comunidade de Paraty. O apoio que temos recebido por parte de muitos de vocês tem sido uma ajuda inestimável e um tremendo incentivo para prosseguirmos nessa mesma linha. Essa força que estamos recebendo é, na verdade, fruto de uma troca. Sabemos que estamos também oferecendo a vocês algo de bom e de valor. Pelo menos esse é o teor das mensagens que temos recebido de vários amigos e amigas de Goura, mensagens de aprovação pelo nosso trabalho, assim como mensagens de agradecimento pelo recado cheio de esperança e realizações que procuramos passar através desses informativos. Através do contato pessoal que temos com muitos amigos de Goura podemos sentir que estamos tendo uma forte inteiração bastante inspiradora e frutífera. Que seja duradoura. Dias atrás, no sábado, dia 30, assim como em todo ano, amigos do Acyuta Krishna oferecem uma homenagem a ele no dia de seu falecimento. Ele sofreu um acidente de carro fatal no dia 30 de maio de 2007. Era querido por todos. Seu plano em Goura Vrindávana era estabelecer um projeto de apicultura, sua especialidade. Todos sentimos sua falta e a única coisa que podemos fazer é elevar nossas mentes a ele, principalmente nesse triste dia. Acyuta Krishna certamente está agora abrigado aos pés de lótus de Krishna, pois sempre estava em consciência de Krishna. Isso nos conforta. Aproveitamos aqui para também oferecer nossa homenagem a ele. As fotos de Acyuta Krishna foram tiradas em Goura Vrindávana. Nessa edição do informativo postei um artigo de meu livro “Sanidade Espiritual”. Espero que apreciem. Quero também chamar a atenção para nosso site www.goura.com.br. Dá uma olhada na página “Isto é Goura!”, que dá uma ideia bem atualizada do nosso projeto. Reitero o convite para virem nos visitar. Que este os encontrem muito bem.
Sem palavras.
Minha experiência com a proteção dos bovinos na Índia Mostrarei aqui algumas fotos de minha vivência na Índia, de 1978 para cá. Dentre os importantes legados deixados por Srila Prabhupada, o programa de proteção dos bovinos, que está presente nos projetos rurais de sua missão no Ocidente, incluindo nosso projeto de Paraty, tem especial significância. Qual seria esse significado? Seria algo sentimental como muitas iniciativas de proteção de animais? Não, seu significado é mais profundo: representa manter viva uma cultura milenar, a cultura védica. Qual seria a importância dessa cultura nos dias de hoje? Sua importância deve-se à importância da questão espiritual como sendo a base de todo desenvolvimento material e do bem estar da vida nesse mundo. A proteção dos bovinos é a “marca registrada” dessa cultura tão antiga. Na Índia é onde encontramos os resquícios dessa cultura. Entre os vaishnavas, devotos do Senhor Supremo, essa cultura mantém-se viva. Na foto acima, eu me encontro com um velho amigo que liderava a goshala (“casa das vacas”) do templo Hare Krishna de Vrindávana, na Índia. Nas outras fotos vemos alguns aspectos desse projeto que abriga cerca de 300 animais.
Outro projeto exemplar de proteção de bovinos em Vrindávana é o “Care for Cows”, dirigido por um velho amigo, Kurma-rupa. Pode-se saber mais sobre esse maravilhoso projeto no site www.careforcows.org. Nesse projeto, animais doentes e vítimas de atropelamento nas estradas são recolhidos e dignamente tratados. Esse projeto está tendo um apoio internacional maciço.
Nas fotos acima, vemos uma conversa a três (P. Swami, Kurma-rupa e o touro Dharma). No meio, vemos um bezerro que, de tão fraco e desnutrido, não consegue ficar de pé, tendo que ser apoiado numa rede suspensa. Na esquerda, vemos a prova da eficiência do projeto_ a mesma vaca, de nome Yashoda, antes e depois.
Outro projeto de tratamento de animais mutilados está situado nas imediações de Vrindávana e é tocado por essa senhora europeia radicada na Índia, vista acima segurando um bezerro com uma das pernas amputada. Tive a oportunidade de participar de um grande congresso de proteção dos bovinos num ashrama no sul da Índia. Muitos líderes espirituais estavam reunidos e tive, inclusive, uma oportunidade de me dirigir à audiência. Na minha fala, eu disse que, graças à visão de meu mestre espiritual Srila Prabhupada, o programa de proteção dos bovinos está também presente no outro lado do planeta. Srila Prabhupada introduziu esse programa tão puro e auspicioso em todas as partes do mundo. Tive a experiência de ver a seriedade com que pessoas que estão seguindo a cultura védica lidam com esse tema. Ganhei um belo souvenir desse congresso.
Na foto ao lado, estou eu em Kanchipuram, no sul da Índia. Lá encontrei o Padayatra, um grupo de devotos que rodam toda Índia, de vila em vila, em carros de boi, sempre pregando, distribuindo literatura e prasada. Esses dois boizinhos são da mesma raça que o nosso Kratu, em Goura.
No Kumba-mela de Haridwar, em 2010, peguei uma boléia no carro de boi do Padayatra que é um templo ambulante. Surabhi-seva ki jay!!!
Visitas
O casal indiano Dwarkadish e Lilavati vivem em Los Angeles, California. Estiveram visitando vários projetos no Brasil. Passaram dois dias conosco e se maravilharam com a natureza e o astral de Goura. Ele está aposentado e agora, na fase de Vanaprastha (aposentadoria dedicada à espiritualidade), o casal viaja pelos projetos do mundo dando seminários e mostrando a todos o exemplo de uma vida espiritual saudável, realizada e feliz. *
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É a terceira vez que Vrajendra, professor de yoga no Havaí vem a Goura. Dessa vez ele trouxe a família e um grupo de americanos para fazer um retiro de yoga em Goura.
Artigo do livro “Sanidade Espiritual”
Psicologia Humanista e Autorrealização Purushatraya Swami A Psicologia Humanista é tida como a terceira grande “onda” na história da psicologia. Considera-se a Psicologia Transpessoal como sendo a quarta onda. Vejamos abaixo, sucintamente, algumas etapas da evolução, aqui no Ocidente, dessa ciência que lida com a mente e o comportamento. A primeira tentativa de se compreender sistematicamente a psique humana foi o Behaviorismo, formulado inicialmente por John Watson (1878-1959). Essa corrente de psicologia defendia que a personalidade e o comportamento da pessoa seriam uma consequência direta da influência que o meio ambiente exerce sobre ela. Atualmente, tal abordagem psicológica e suas conclusões são consideradas superadas, embora muitos dados da investigação científica desse sistema tenham dado contribuição valiosa para a psicologia em geral como, por exemplo, o experimento de reflexos condicionados dos cães de Pavlov (1849-1936). A segunda “onda” foi a Psicanálise de Freud (1856-1939). O objeto de estudo da Psicanálise é o inconsciente ou subconsciente. Essa foi a grande contribuição de Freud, que abriu as portas à exploração dos subterrâneos da mente. Ele acreditava que a libido era a energia motivacional primária da vida humana e seu desajuste seria a causa de todas as neuroses e psicoses. Na prática da Psicanálise, o paciente deita relaxado num divã e trata de rebuscar os recônditos da memória e procura registrar, com máximo de detalhes, os seus sonhos. O psicoterapeuta, utilizando técnicas como a interpretação dos sonhos e outras ferramentas, trata de descobrir as causas e neutralizar as neuroses e psicoses. O objetivo é fazer com que o paciente atinja um estado de normalidade em que experimenta uma condição de ausência de tensões, tecnicamente chamada de “homeostase”. Vários psicólogos que precederam a Freud, inclusive vários de seus discípulos diretos, consideraram que ênfase excessiva na libido seria um exagero. O conceito de Freud de que a pessoa é considerada como um produto ou vítima de necessidades e forças instintivas começa a encontrar resistências nos meios acadêmicos. Diversos outros fatores que influenciam a psique deveriam ser levados em consideração, detectaram vários pesquisadores. Carl Jung (1875-1961) ao constatar que o inconsciente não era constituído somente de material negativo, lançou a teoria dos arquétipos mentais e promoveu uma abertura para a espiritualidade, o que Freud repudiava. Alfred Adler (1870-1937), outro discípulo direto, constatou que o complexo de inferioridade era uma das principais causas de neuroses entre as pessoas da época.
Outra restrição à Psicanálise foi a de que o tratamento não devia se restringir meramente à cura das neuroses para chegar a um estado sem tensões (“homeostase”). A pessoa devia se desenvolver a partir daí. A condição normal de saúde mental seria o ponto de partida de um processo evolutivo da consciência. A mente humana possui potencialidades ilimitadas para serem exploradas e desenvolvidas. Não se deve se acomodar e contentar-se com a mediocridade de um mero “bem-estar” ou de uma superficial “auto-afirmação”. Essa autoafirmação ilusória pode ser uma máscara onde se oculta a acomodação e o autoengano. Por algum tempo, é possível sobreviver nesse estado de ilusão, mas, fatalmente, chegará a hora em que terá que se defrontar com a realidade “nua e crua” da vida. Invariavelmente, sobrevém uma perplexidade diante da aparente inutilidade da vida. Para que tanto esforço, se tudo estará em pouco tempo perdido... Essa é uma constatação dolorosa para aqueles que não estão devidamente preparados para enfrentar o futuro. Viktor Frankl (1905-1997), criador da Logoterapia, pesquisando independentemente, chegou à conclusão de que, para a maioria das pessoas, a principal causa da condição neurótica seria a falta de uma definição quanto ao propósito da vida. A ausência de um propósito superior na vida acarreta um “vácuo existencial”, uma neurose de carência espiritual. Ele chegou à conclusão de que, mesmo nas condições mais adversas as quais se possa enfrentar, como numa doença terminal ou em situações desesperadoras, pode-se encontrar um propósito para a vida e, assim, manter a estabilidade psíquica. Frankl compreendeu isso por experiência própria, pois viveu o inferno em campos de concentração nazista durante a segunda guerra mundial. Em condições sub-humanas as quais teve que suportar, ele se afirmava mais ou menos com essas palavras: “Minha personalidade externa está fora de meu controle, pois estou nas mãos de pessoas que não hesitam em me causar todo tipo de sofrimento e humilhação. Mas ocorre que estou livre interiormente. Elas não podem tocar em minha consciência, pois ela está totalmente sob meu controle”. Que experiência de vida preciosa! Definitivamente, o ser humano não é um produto acabado – existe sempre a possibilidade de crescimento interior, aperfeiçoamento e esmero do caráter e da personalidade, além da expansão ilimitada da consciência. O papel básico da psicologia deve ser, sem dúvida, a cura das neuroses; isso constitui a prioridade, mas não se deve parar por aí. Existe um algo mais. O ser humano psiquicamente saudável leva dentro de si uma tendência natural para desenvolver-se e aprimorar-se. A Psicologia deve estimular o autoaperfeiçoamento e a expansão da consciência da pessoa. Como Erich Fromm (1900-
1980) disse: “Torná-la mais humana”. Daí o nome “Psicologia Humanista”, a terceira “onda”. Fromm deixou contribuições importantes: “Ter ou Ser”, “Arte de Ser”, “Análise do Homem”, são alguns de seus temas que ajudaram muitos a sair de uma vida medíocre. Ele disse que algumas pessoas têm uma postura “biófila” diante da vida, ou seja, um amor à vida, à evolução espiritual. Outras, de acordo com Fromm, dão uma orientação “necrófila”, em direção à morte, num processo gradual de definhamento ou então, o que é mais triste, num processo praticamente irreversível de degradação moral e espiritual da consciência. Podemos observar, na maioria das pessoas, que a maturidade psíquica não necessariamente acompanha a maturidade biológica. Crescer implica uma dose de tensão e certa ansiedade. A maioria evita isso. Para aqueles que arriscam e ousam seguir em frente, a “homeostase” (ausência das tensões) fica para trás e o indivíduo se dispõe a progredir no árduo caminho da autorrealização. Esse ímpeto de evoluir psíquica e espiritualmente exige esforço e, inevitavelmente, produz uma espécie de tensão, uma ansiedade existencial. Essa tensão ou ansiedade, ao contrário da ansiedade patológica e neurótica, é cem por cento natural e saudável. Um dos expoentes mais expressivos da linha humanista foi o americano Abraham Maslow (1908-1970). Maslow teve uma trajetória profissional e acadêmica bem diferente dos acadêmicos de psicologia em geral. Ele dirigiu suas pesquisas não para entender as neuroses e psicoses e como curá-las, mas para compreender o que realmente significa sanidade psíquica. Chegou ao conceito do que chamou de “pessoa auto-realizada”, uma pessoa psiquicamente saudável. Para atingir esse patamar, Maslow verificou que existe uma gradação natural do envolvimento da pessoa neste mundo. Ele a denominou “hierarquia das necessidades”, cuja representação gráfica é uma pirâmide com cinco estágios. A base inferior da pirâmide, onde se concentra um número maior de pessoas, é o estágio onde as pessoas estão preocupadas com suas necessidades fisiológicas e psicológicas básicas. A necessidade fisiológica básica é não passar fome nem sede; a necessidade psicológica básica é não ser rejeitada no grupo familiar e social ao qual se pertence. Sentir-se rejeitada é a pior situação psicológica que a pessoa pode experimentar. No segundo estágio da pirâmide, estão aqueles que buscam segurança: segurança no emprego, moradia, saúde e outras coisas básicas. O estilo de vida urbana moderna trava a vida de muitas pessoas nesse estágio, pois cria muitas necessidades supérfluas que complicam a vida da pessoa. Quantas pessoas, após assumir a responsabilidade de arcar com vinte e cinco anos de prestações do
apartamento, carro do ano e outras tantas “necessidades” e, além disso, ter que manter a família e educar os filhos, morrem de medo de perder o emprego, escravizadas pelos financiamentos e outros compromissos? Definitivamente, a vida poderia ser muito mais simples... No patamar seguinte, a pessoa sente a necessidade de relacionamentos bons e sólidos. Em sua vida sentimental doméstica, ela necessita experimentar um relacionamento estável e produtivo que lhe dê respaldo e segurança. Sente também uma necessidade de romper os limites das quatro paredes e atuar mais socialmente. Uns dedicam-se à filantropia, participam em funções na igreja e nos centros culturais e esportivos, outros se tornam ativistas de alguma proposta mais ampla ou entram na política, enquanto outros se contentam em serem os síndicos no prédio onde moram. A pessoa sente que deve se expandir e participar. O quarto nível de necessidade é o da autoestima. A pessoa se destaca na atividade que executa. Passa, então, a exigir o reconhecimento devido. Uma citação de seu nome em público, um elogio, uma aparição, mesmo que momentânea em um programa televisivo, já inflará seu ego e alimentará sua autoestima. Na vida profissional, essa pessoa esforça-se para ser a melhor em sua especialidade. Isso chama atenção do público para si e reforça sua autoestima. O problema nessa fase é a facilidade que o sucesso pessoal tem em inflar o ego. A pessoa pode tornar-se um ególatra. Isso a impede de prosseguir em seu desenvolvimento psíquico. No topo da pirâmide, Maslow chamou essa “necessidade” de autorrealização. Nesse caso, essa autorrealização se restringe ao sentido prático e secular da vida. Nesse estágio, experimenta-se plena satisfação e realização em seu desempenho nas atividades profissionais, sociais e, também, no íntimo, consigo mesmo. Está “de bem” com a vida e é emocionalmente estável. Não tem interesse em se promover nem chamar a atenção para si. Leva uma vida simples, sem sofisticação. É uma pessoa generosa, criativa e quer distribuir o conhecimento que adquiriu, fruto de muito esforço e dedicação, com quem merece receber esse conhecimento. Tem a mente aberta e uma inclinação natural para os questionamentos espirituais. Esse seria o “top” da vida material dentro da sociedade. A questão que permanece é: será essa autorrealização psíquica o “fim da linha”? Na sociedade doentia em que vivemos, chegar ao ponto de “mens sana in corpore sano” é uma verdadeira façanha que poucos conseguem sequer almejar, o que dizer, conquistar. Depois de chegar a esse ponto, o que estaria faltando? Existiria
alguma outra proposta superior para prosseguirmos na escalada do desenvolvimento pessoal? Sim, definitivamente, a vida não estará completa sem uma realização espiritual profunda. A necessidade de se dar um sentido espiritual à vida pode não se manifestar explicitamente no decorrer do período de vida prática, pois normalmente se mantém sobrecarregada de responsabilidades familiares e profissionais, além das inúmeras possibilidades de lazer e entretenimento, pois “ninguém é de ferro”... Aqueles que não se abrirem para as questões espirituais ficarão estancados na consciência material. Por mais que tentem absorver suas mentes com as eventuais preocupações corriqueiras e inúmeras distrações, chegará um momento, já na etapa final do ciclo de vida, que muitos questionamentos sobre a vida aparecerão. Tanto esforço foi feito durante a vida, e agora? Tudo será perdido? Qual é o propósito disso tudo? O que será de mim daqui em diante? Como poderei seguir sozinho, sem a companhia das pessoas dos que me apoiam? O que será de mim? O fato é que quem não estiver preparado para resolver essas questões existenciais e espirituais entrará num estado de perplexidade diante da iminência da morte que, fatalmente, gerará frustrações, profunda depressão, medo terrível e desespero. Para se prosseguir nessa escalada existencial, quatro níveis de realização se apresentam. O primeiro nível é autoconhecimento. O que vem a ser autoconhecimento? O autoconhecimento é estar plenamente consciente da nossa própria natureza, da nossa relação com este mundo e, também, da nossa relação com a Transcendência. Não é um conhecimento quantitativo, mas qualitativo; sua característica básica é a de que o interesse por esses temas tem que surgir internamente, do fundo da consciência. O conhecer-se a si mesmo e a Realidade “com R maiúsculo” passa a ser o projeto de vida da pessoa. Com o autoconhecimento, é possível desenvolver autocontrole. Por estar consciente das dinâmicas envolvendo o corpo físico, os sentidos, a mente e o intelecto, adquire-se a força interior para se livrar da ditadura imposta pela sua mente, assim como pelos seus sentidos vorazes e descontrolados. Livra-se das dinâmicas viciosas que forçam a consciência para baixo. Passa-se a viver governado pela inteligência superior. A partir desse momento, sua vida é conduzida por valores e princípios. Pode-se, então, afirmar com segurança: “Aqui quem manda sou eu”. Tendo compreendido o autoconhecimento e o autocontrole, somados à bagagem de todas as experiências que a vida nos oferece, a sabedoria naturalmente se manifesta. A sabedoria independe de diplomas e títulos acadêmicos. Ela se manifesta, geralmente, na velhice, numa situação em que a pessoa madura, exercendo lucidez e discernimento, não permite que sua consciência se identifique
com sua condição corpórea em estado natural de decadência. Sua consciência paira muito acima dos desfrutes fúteis e aflições mundanas. A pessoa sábia está totalmente sintonizada com a situação do momento. Os mais jovens podem aproximar-se livremente para obter conselhos, sem choque de gerações. O estágio máximo de autorrealização é a iluminação espiritual. É o fruto maduro de todo processo de superação das necessidades básicas da vida e da conscientização de que o sucesso na vida não se restringe a chegar a um estado de realização material, bem-estar e conforto. São poucos aqueles que despertam para a possibilidade mais auspiciosa que a vida nos apresenta: a realização espiritual. A culminação de todas as experiências que passamos na vida é chegar a um nível de consciência pleno de conhecimento espiritual, satisfação, paz interior, beatitude e santidade. Isso pode parecer uma utopia para a maioria, mas, na verdade, trata-se de uma possibilidade factível para qualquer um psiquicamente saudável. O segredo é não perder tempo com as inúmeras distrações que nos rodeiam. No percurso da vida, existe o tempo certo para tudo: primeiramente, a fase de preparação para a vida, com muito estudo; a seguir, a fase de intensa atuação prática e muitas experiências, dentro da família e no trabalho; na aposentadoria, é a fase em que se tem a oportunidade de um cultivo sério de um processo espiritual. Por fim, chega-se à fase derradeira em que se realiza o verdadeiro propósito da vida, vive-se sob os princípios do desapego e renúncia e colhem-se os frutos dos anos dedicados à prática espiritual vivenciando uma profunda e íntima relação com Deus. A vida, então, será coroada de êxito quando se chega até esse ponto.
Adquira o livro “Sanidade Espiritual” de Purushatraya Swami Escreva para pswami@goura.com.br
Ribeirão Preto foi palco de um belo programa
Devotos e simpatizantes de várias cidades do estado de São Paulo e, também de Minas_ de São José do Rio Preto, Uberaba, Guaxupé, Poços de Caldas, Guarulhos, capital, etc._ vieram a Ribeirão Preto para uma bonita festa onde ocorreu a celebração de uma cerimônia de iniciação de três devotos e duas devotas por Purushatraya Swami. O evento ocorreu num amplo salão de um importante e bem montado espaço de Tai Chi, yoga e terapias naturais Equilibrius (www.taichichuan.com.br). O local foi generosamente cedido pelos proprietários do espaço, a quem agradecemos de coração. O agni-hotra, sacrifício de fogo, foi dirigido pelo experiente devoto Jay Govinda, de Guarulhos.
Receberam iniciação (da esquerda para direita): 1. (Bk. Valério, “Bill”)_ Sachinandana Das; 2. (Bk. Juliano)_ Subala Das; 3. (BK. Samurai_ Purushottama Das; 4. (Bkn. Patrícia, esposa de Juliano)_ Nitya-lila Devi Dasi e 5. (Bkn. Karla)_ Kamala-mañjari Devi Dasi. A “família” Hare Krishna da missão de Srila Prabhupada dá as boas-vindas aos novos devotos e devotas iniciados, desejando sucesso em suas jornadas espirituais.
Foi traduzida ao português a apostila “Vedanta Vaishnava” que trata das filosofias das quatro Sampradayas Vaishnavas Nos idos dos anos noventa, durante o período em que estive radicado em Vrindávana, na Índia, dediquei-me a pesquisar e estudar as diferentes filosofias das quatro correntes (sampradayas) teístas do sistema Vedanta de filosofia, que são a base da doutrina Vaishnava. Procurei também entender as bases da filosofia monista Advaita Vedanta, que constitui uma contraproposta de certos conceitos considerados importantes na visão teísta. Embora haja vários pontos comuns em termos de metodologia e do objetivo último, a saber moksha, a liberação do samsara, o interminável ciclo de nascimentos e mortes nesse mundo, existem sim uma série questões cruciais que criam uma severa incompatibilidade entre duas correntes do mesmo sistema de filosofia. Dentre os pontos conflitantes, destacamos: 1. Qual é a natureza da Verdade Espiritual Suprema? É um ente impessoal, sem atributos, ou uma Personalidade Suprema plena dos mais auspiciosos atributos?; 2. Existe uma alma individual eterna ou a noção de individualidade é uma ilusão dentro do “tudo é um”?; 3. Esse mundo é real ou uma mera ilusão? 4. Nossa relação com Deus é falsa ou perene? Estas são algumas das questões abordadas pelas diferentes filosofias que compõem o sistema Vedanta e filosofia. Como está afirmado nas escrituras védicas, a vertente Vaishnava compõe-se de quatro linhas de conhecimento originárias em fontes primárias na criação do universo. Assim sendo, temos a linha sucessória dos mestres que comungam o conhecimento oriundo da primeira criatura do Universo, o Senhor Brahma, criador secundário das formas e seres. Nosso movimento Hare Krishna está inserido nessa linha. As outras três linhas são derivadas de Lakshimi Devi, os quatros Kumaras e o Senhor Shiva.
Nessa minha temporada na Índia pesquisei e adquiri os mais autorizados livros no idioma inglês disponíveis no mercado sobre cada uma dessas linhas filosóficas. Essa apostila é um trabalho bem técnico. Não é um trabalho de hermenêutica, de interpretação. É, em maior parte, uma compilação dos textos de reconhecidos expoentes de cada sampradaya. Esse critério tem como objetivo passar a filosofia e doutrina de cada linha em sua forma mais autêntica, respeitando a metodologia e terminologia particular de cada linha. Com esse trabalho, fui convidado a ministrar alguns seminários no Vaishnava Institute for Higher Education, de Vrindávana, Índia, que reúne estudantes do conhecimento védico de todas as partes do mundo. Este não é, por assim dizer, um texto fácil para quem não tem uma base preliminar nesse conhecimento. De qualquer forma, a informação está aí. Considero ser uma contribuição acadêmica valiosa para o cenário da espiritualidade em nosso país, muitas vezes alheio a temas só encontrados em língua estrangeira. Esse trabalho é parte de um projeto ainda no estado embrionário, que é o Instituto Paramatma de Filosofia e Espiritualidade Aplicada, que pretendo desenvolver aqui em Goura. Os planos desse instituto abrangem, além desse estudo das sampradayas, outros temas, como: 1. Sânscrito para pregadores; 2. Tradição Gaudiya Vaishnava; 3. Bhagavad-gita em seis temas_ histórico, filosofia, psicologia, ética, yoga e misticismo; 4. Emprego de slokas na pregação, e outros temas. Essa apostila de 72 páginas poderá ser enviada pelos Correios ao custo de trinta reais, incluindo a tarifa de envio. Os pedidos devem ser dirigidos a Purushatraya Swami: pswami@goura.com.br.
Terapia Ayurveda em Goura Vrindávana Goura Vrindavana vai gradualmente se tornando um polo da medicina ayurvédica, a milenar medicina da Índia, que hoje em dia está presente por todo o mundo. O casal Satyavati (Adriana Moker) e Sri Rama estão num processo de transferência do Instituto Mádhava, originalmente localizado em Florianópolis, para Goura. Iniciou-se na última semana de maio a terceira turma do curso de Terapia Ayurveda. Abaixo, temos as palavras de Satyavati, que dirige o curso de dois anos.
Essa é a turma anterior. Satyavati é a segunda, da direita para a esquerda, e Sri Rama, o quarto. Ayurveda é um antigo conhecimento que emerge da sabedoria ancestral dos Vedas. Etmologicamente “ayur” significa vida e “veda”, conhecimento, portanto, a ciência da vida. Entendendo a vida num sentido profundo, o Ayurveda nos conduz a um estilo de vida harmônico onde a saúde prevalece e o desabrochar dos nossos talentos pode ser experimentado através de um estilo de vida mais consciente e integral. Ayurveda é um sistema holístico de cuidados com o ser, que engloba seus aspectos físico, mental e espiritual. Enfatiza terapias preventivas e curativas que promovem saúde, autoconhecimento e harmonização. Ayurveda pode ser aprendida por qualquer pessoa que se interesse por conhecer a si mesmo e assumir o poder de gerar saúde e bem-estar. Para os que se interessam por mergulhar profundamente nesta ciência ou, mesmo, atuar profissionalmente como um Terapeuta Ayurveda, o Instituto Mádhava – Ayurveda e Yoga, em parceria com a Escola Yoga Brahma Vidyalaya, promove, em Goura Vrindávana, a Terceira Turma de formação de Terapeuta Ayurveda.
A formação tem a duração de dois anos, com a coordenação da Terapeuta Ayurveda Adriane Mocker (Satyavati d.d.) do Instituto Mádhava e segue o programa e orientações do Dr José Rugue Ribeiro Junior, diretor da Escola Yoga Brahma Vidyalaya. O programa inclui oito módulos, que se dividem em: Sete módulos de terça a domingo, que ocorrem a cada três meses, na Pousada Dharma Shala com os terapeutas Adriane Mocker (Satyavati) e Sri Rama das, e o último módulo no Suddha Sabha Ashram, em Araguari GO, com Dr José Rugue, Adriane Mocker e experientes terapeutas. O desenvolvimento programático está organizado de maneira que o aluno aprenda os fundamentos teóricos enquanto desenvolve suas habilidades para aplicá-lo. Todos os encontros compõem-se de aulas expositivas e práticas.
Essa é a turma atual. Conteúdo Programático: 1º Bloco - Bases filosóficas do Ayurveda que possibilitarão o entendimento das suas principais teorias. Desenvolveremos o estudo dos temas que compõem o que podemos chamar de anatomia e fisiologia ayurvédica tais como: dosha, subdosha, dathus, kalas, srotas. Abordaremos temas como agni, mala, ama, as relações mente-corpo desenvolvendo as primeiras noções sobre o processo de adoecer e ser saudável. 2º Bloco: De posse dos conhecimentos trabalhados no primeiro bloco, neste segundo o aluno será levado a pensar do ponto de vista ayurvédico e aprenderá como desenvolver a avaliação do estado de saúde e biótipo de si e do outro. Estudaremos métodos de avaliação tais como o exame do pulso e da língua. Também serão estudados métodos de conservação
da saúde e reequilíbrio através da alimentação, uso de ervas e composição de um estilo de vida promotor de saúde. 3º Bloco: O aluno aprenderá como orientar em um estilo de vida promotor de saúde alinhado aos biótipos, métodos suaves de desintoxicação, métodos energéticos de conservação da saúde e aprimoramento do ser interior. 4 Bloco: Estágio de troca entre alunos Ingressando até o segundo módulo é possível acompanhar esta turma. Cronograma 2015: 27 a 31 de maio 19 a 23 de agosto Novembro Maiores informações: adrianemocker@yahoo.com.br ><
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Veja as novidades no site de Goura www.goura.com.br Cada vez mais completo e ilustrado O site de Goura Vrindávana está generosamente sendo elaborado por uma “amiga de Goura”, Giselle Nolasco, que é uma perita profissional em criação de sites e programação visual. Quem precisar desse serviço, contate com ela: gisellenolasco@hotmail.com. (Dá atenção à página “Isto é Goura!”, com muitas imagens de Goura Vrindávana 2015). ><
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Seja um amigo ou amiga de Goura Convidamos a você a participar desse projeto. Valorize essa oportunidade. Vamos estar sempre em sintonia. Faça uma contribuição mensal. É importante uma constância nas contribuições para que possamos fazer um bom planejamento e execução das múltiplas atividades internas e assim mantermos um desenvolvimento gradual desse projeto. Para aqueles que vão entrar no time dos “Amigos de Goura”, damos uma tabelinha com as devidas categorias e valores, simplesmente para efeito de se ter uma referência, pois a doação deve ser completamente voluntária, de coração. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Sraddha_ de 5% a 10% do salário mínimo vigente (36 a 72 reais) Sadhu-sanga_ de 10% a 15% do sm (72 a 108 reais) Bhajana-kriya_ de 15% a 20% (108 a 144) Anartha-nivritti_ de 20% a 30% (144 a 216) Nistha_ de 30% a 40% (216 a 288) Ruci_ de 40% a 60% (288 a 432) Asakti_ de 60% a 100% (432 a 720) Bhava e Prema_ acima de 100% do sm.
Lembramos também as contas bancárias do programa: 1. Bradesco; ag. 105; c/c 203076-4; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) 2. B. Brasil; ag. 3520-3; 18691-0; Valnir F. Fonseca (264359777-04) 3. Itaú; ag. 4841; c/c 13586-8; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) Após depositar, por favor, envie um e-mail para Purushatraya Swami (pswami@goura.com.br).