Palavras do editor (Purushatraya Swami) Bem vindos ao décimo quarto informativo do programa “Amigos de Goura”. O tema central desse número refere-se à uma cerimônia védica chamada “go-puja”, em que as vaquinhas nesse dia recebem uma homenagem especial. Desconfio que elas, de fato, não entendem o que acontece. Talvez preferissem a mesma rotina diária na placidez e a atmosfera pacata do fim de tarde da goshala (curral), situação ideal para ficar tranquilamente ruminando e relaxando. Mas eis que nesse dia aparece um monte de gente no curral e agita todo o ambiente. Para compensar essa agitação, nesse dia a ração de farelo de trigo e o fubazão de milho é bem reforçada. Além disso, ainda teve banana verde à vontade e até umas bolinhas de farelo com melado. Todas comeram até não poder mais. Bem, até aqui só analisei a situação do ponto de vista das vaquinhas. Mas, e quanto a nós? Qual é a motivação de nós, humanos nessa empreitada? A tradição védica nos ensina que, em condição natural de vida (em contraste com o artificialismo da vida urbana moderna), os bovinos seriam os animais mais chegados ao ser humano. Hoje em dia, no entanto, os caninos tomaram esse lugar. Outros cultivam afinidades com equinos. O fato é que os bovinos são especiais. São animais no modo da bondade, sattva-guna. A vaca nos dá o precioso leite e o boi coloca sua enorme força ao serviço dos humanos. Na Índia, existe uma forte tradição de uma ciência de cura chamada “terapia da vaca”. Várias preparações terapêuticas são extraídas de elementos da vaca, inclusive do excremento e a urina. A urina da vaca destilada pode ser ingerida e é um poderoso fortificante, aumenta a imunidade e é usada até no combate ao câncer. Quem duvida disso é só fazer uma consulta no Google (“cow therapy) para ver quantos experimentos existem sobre isso. O leite, então, que se transforma em coalhada, iogurte e manteiga, é milagroso. A manteiga se transforma no “guí” (manteiga clarificada) que, além de dar um sabor celestial aos alimentos, tem o poder de curar muitas enfermidades. Veja também no Google: “cow ghee therapy”. Por tudo isso e muito mais, o Senhor Krishna aconselha no Bhagavad-gita: “go-rakshya”, proteja as vacas. Isso valoriza
tremendamente a sociedade humana. Respeite esses animais. Não participe da matança desses animais, nem direta nem indiretamente. Tenha uma vida mais saudável suprimindo definitivamente a ingestão da carne. Não se deixe viciar pelo sabor da carne, sabor esse tão questionável, que pode ser facilmente substituído por inúmeras outras preparações muito mais deliciosas e saudáveis. De acordo com o conhecimento védico, existe todo um misticismo em torno do touro e da vaca. O touro é o símbolo de dharma, princípios religiosos eternos, e a vaca, sempre associada a Krishna em Vrindávana, é considerada uma das “mães” da humanidade. Nosso programa “Surabhi Seva” destina-se a preservar esse aspecto tão sublime da espiritualidade. ><
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Aproveito aqui para reiterar meu convite aos nossos amigos e amigas para virem passar uns dias conosco aqui em Goura Vrindávana. O verão e o tempo de férias estão chegando e é a hora de fazer os planos para aproveitar da melhor forma esse período. Aqui em Goura, temos três opções de acomodação: a pousada Dharmashala, o ashram e camping. Venha passar a virada do ano aqui em Goura. Esse é um evento já tradicional e é sempre um néctar. Façam logo a reserva. Não deixem para última hora. ><
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Vou agora me dirigir aos jovens: Qual é o teu plano para as férias? Venha para Goura para ter vivências em várias atividades que não são vistas e encontradas no meio urbano. Essa é uma ótima oportunidade de sair da rotina. Você volta renovado. Garantimos. E você que não está satisfeito com teu curso na faculdade; que não vê muita perspectiva profissional pela frente; que não se vê passar a vida toda no caos urbano (poluição, barulho, violência, engarrafamentos, horas na condução, estresse, etc.); que não se vê passar trinta e cinco anos da vida num massacrante trabalho burocrático repetitivo; que reluta em se enquadrar aos moldes do sistema; que rejeita a futilidade de uma “cultura de shopping” adotada por milhares de jovens como você; que se atrai pela vida natural; que quer envelhecer de forma saudável e não como certos membros da tua própria família; que quer estar livre e longe dos vícios e da imoralidade cada vez mais generalizada entre os jovens; que está numa sincera busca filosófica para descobrir os porquês e o propósito da vida_ se você se identifica com um ou dois desses itens já é bastante para procurar um outro estilo de vida. Conheço jovens que se identificam com todos esses itens. Em qualquer caso, você tem agora uma opção que vai te dar um sentido real para tua vida. Qual é essa opção? A opção é vir para Goura Vrindávana. Em Goura Vrindávana, nós estamos desenvolvendo um estilo de vida alternativo. Mas não é aquele estilo ultrapassado e sem futuro dos hippies e “bichos-grilos”. Não. É uma vida alternativa produtiva, responsável, pé no chão, com cabeça na Transcendência. Depois eu continuarei a falar mais sobre esse assunto, que considero de suma importância. Tudo de bom! Hare Krishna!
SURABHI SEVA GO-PUJA_ O dia em que as vaquinhas são homenageadas Esse ano, aconteceu no dia 24 de outubro. Esse é um festival tradicional em Goura Vrindávana. Assim como na Vrindávana original do tempo de Krishna, temos em Goura Vrindávana o mesmo ambiente campestre e a mesma paz que reina em um cenário sattvaguna (no modo da bondade). Nessa atmosfera, as vaquinhas, que amorosamente nos dão seu precioso leite, se enquadram perfeitamente. No cair da tarde, tivemos uma bela celebração diretamente na goshala (curral). Desfrute desse momento com essas fotos.
AGROECOLOGIA Quando se prepara bem a terra e planta-se na hora certa, ah!... o resultado aparece. Esse é o milagre da natureza.
Depois do trabalho árduo de capinar e preparar a terra de uma grande área, fazer as covas, semear e plantar, a gente tem a satisfação de ver a natureza agir e mostrar um resultado impressionante. O suor e a fadiga são altamente recompensados. Isso é o que é vida natural! Na foto da direita, podemos ver, à direita da foto, que as plantas de mandioca estão saudáveis e fortes; numa faixa, começando mais à esquerda, o mesmo podemos dizer da plantação de inhame; mais ao fundo está o viçoso milharal. A colheita da safra promete! Nossa horta orgânica continua “bombando”. Estamos fornecendo vegetais para alguns restaurantes da cidade e participando de uma feirinha orgânica às sextas-feiras.
Ă&#x2030; a hora dos acabamentos e pinturas tanto na parte externa quanto no interior do templo. Observem as fotos.
Em Goura Vrindávana, você pode ficar muito bem hospedado na pousada Dharma Shala. Essa pousada foi construída e é administrada pelo casal Acyutananda e Krishna-priya. Ambos têm longa vivência em Goura: primeiro no ashram, depois casaram-se e agora a família aumentou quando apareceu em cena o 100% “gouravrindávana-vasi” Bali Nitai. Abaixo vemos Acyutananda, como brahmacari (ao centro); Krishna-priya, como brahmacarini, na velha cozinha do ashram; e a cerimônia de casamento em Goura.
Nosso informativo entrevistou Acyutananda e colheu essas informações. Info_ Como surgiu a ideia da pousada? Acyuta_ Na primeira vez que visitei a ecovila Goura Vrindávana, no ano de 2000, notei que, apesar do grande potencial turístico, tanto voltado para natureza quanto para a espiritualidade, não possuía uma estrutura adequada para receber visitantes. Mesmo antes de me estabelecer como participante da comunidade, já imaginava que este seria um empreendimento que valia a pena ser implantado.
Info_ Como foi o processo de construção da pousada? Acyuta_ Foram nove anos de construção ininterrupta até chegar ao ponto atual, sempre com muitos obstáculos devido às limitações do local e a dificuldade para chegar o material de construção. A mão de Krishna foi providencial nessas horas. O projeto arquitetônico ficou muito atrativo. As pessoas elogiam muito. Outra coisa importante nessa construção foi utilizar do conhecimento e das técnicas de uma milenar ciência védica, o Vastu-shastra. A distribuição dos cômodos da casa segue a certos princípios que harmonizam as energias. Qualquer pessoa sente-se bem num ambiente assim. Utilizamos também princípios de Permacultura, priorizando os materiais locais, como blocos de granitos e madeira local. Essa técnica, de acordo com o Vastu, chama-se “loka-purusha”. As camas, sofás, assoalhos e
batentes foram todos feitos de forma artesanal em madeira bruta, no local, pelos residentes da ecovila. O estilo tem um toque oriental que faz a Índia brotar em meio à Mata Atlântica. Todos esses elementos combinados criam um estilo único e original, uma atmosfera rústica, confortável, aconchegante e harmoniosa, onde o misticismo da Índia e a energia da natureza envolvem a todos. Info_ De onde vem o nome Dharma Shala? Acyuta_ Na Índia, dharmashala é uma hospedagem que abriga os peregrinos nos lugares sagrados de peregrinação. Esses lugares sagrados de peregrinação, que são abundantes na Índia, é onde se encontram os sadhus, pessoas santas dedicadas ao caminho espiritual. Dharma Shala significa “local do dharma, espiritualidade”. Info_ Qual a estrutura da pousada? É composta de 18 suítes, sendo 10 standard, 3 ‘deluxe’ e 5 lofts duplex. A parte comum é composta de 1 lobby, 1 refeitório com mezanino para 60 pessoas, 1 terraço de yoga de 108m2 com vista para a baía de Paraty, um salão para eventos, uma loja com artigos orientais e estrutura de apoio com cozinha e lavanderia, totalizando 1600 metros quadrados de obra construída.
Info_ Qual o público alvo? Acyuta_ A pousada está aberta a todos! No entanto, quem mais nos procuram são pessoas em busca de ambientes naturais. Elas querem ter contato íntimo com a natureza, mas não abrem mão de um esquema confortável para recebe-las. Somos especializados em receber grupos para eventos fechados, especialmente retiros de yoga. Recebemos, também, pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento espiritual, em aprender mais sobre bhakti-yoga, kirtana e o Bhagavad Gita. Ao lado, Dr. Ruguê e alunos do curso de medicina ayurvédica.
Info_ Como fazer contato com a pousada? Acyuta_ Por não ser uma pousada comercial convencional, é necessário sempre que se faça reserva com antecedência. Isso vale para os grupos e também individualmente. Em nosso site (www.dharmashala.com.br) ou no Facebook (Dharma Shala) encontram-se todas as informações necessárias. Info_ A pousada promove alguma programação especial? Acyuta_ Os grupos que já vêm com uma agenda estabelecida de cursos e práticas têm a oportunidade de participar das atividades do templo da comunidade, com kirtana e palestras sobre bhakti-yoga, dadas pelo líder espiritual da comunidade Purushatraya Swami. A pousada também promove vários encontros abertos durante o ano, com atividades variadas: prática de hatta-yoga, trilhas na floresta, cachoeira, vivência na horta orgânica, terapias naturais, bird-watching, diversos seminários e palestras.
Vamos agora entrevistar a Krishna-priya. Info_ Sabemos que você é a chef e a alimentação na pousada é sempre elogiada. Qual é o segredo dessa cozinha? Krishna-priya_ De fato, a rica gastronomia da Dharma Shala é uma atração à parte. Funcionamos com pensão completa, ou seja, café da manhã, almoço e jantar. O café da manhã vem trazendo as delicias da culinária rural: pães integrais, yogurt orgânico caseiro, biscoitos amanteigados, bolos fresquinhos, pastas aromáticas, frutas da época, granola caseira, mel, sucos exóticos, chás medicinais, etc. Tudo feito aqui. Além do inigualável leite fresco e puro das vacas da fazenda. Vacas protegidas e criadas com amor nos fornecem um leite docinho e cheio de gratidão. No almoço podemos conhecer um pouco dos pratos tradicionais da Índia, como os dahls (sopa de grãos), sabjis (mix de vegetais refogados), chavals (arroz variados). Além de quitutes como os chapatis (pães na chapa), os puris (pães fritos), as famosas samossas (pastéis caseiros) e os cachoris (bolinhos recheados). A estes sabores podemos acrescentar as saladas típicas da mata atlântica com folhas e flores da região. Além desses, outros sabores do resto do mundo também aparecem por aqui e são sempre benvindos a nossa mesa. À noite, tem sempre uma refeição mais leve e saborosa, composta de sopas, cremes, pães, risotos, tortas e saladas, como preparação para uma boa noite de sono e assim o dia terminar completo e feliz. Aqui a cozinha é um templo, as especiarias são mágicas, o fogo é divino, e os alimentos, oferendas de amor_ de amor a Deus, de amor ao próximo, de amor ao universo.
Um mês de grandes festividades Estamos em pleno mês de Karttika, também chamado de “mês de Damodara”. Esse mês, que segue o calendário lunar, começou no dia 9 de outubro e termina em 6 de novembro. Em Vrindávana, a terra de Krishna, na Índia, todo dia é uma festa. Nesse mês de Damodara, os devotos lembram um passatempo infantil de Krishna em que ele foi castigado por sua mãe Yashoda devido às suas travessuras transcendentais. Dessa vez, ele assaltou a dispensa da casa e distribuía manteiga para um bando de macacos. Mãe Yashoda teve que amarrá-lo de castigo a um pilão de madeira, enquanto ela acabava de cozinhar o almoço. Durante esse mês, os devotos em todo o mundo fazem o voto de oferecer diariamente uma lamparina a Sri Damodara e recitar as oito orações que descrevem essa lila e glorificam a Krishna Damodara. Abaixo vemos a ilustração desse passatempo e os devotos oferecendo a lamparina para Damodara no templo Krishna-Balarama Mandir de Vrindávana.
Durante esse mês também acontece o Ano Novo indiano, “Divali”, o festival das luzes.
Outro festival muito querido dos devotos é o Govardhana-puja. Comemora-se a lila (passatempo) de Krishna erguendo a colina de Govardhana para proteger os habitantes de Vrindávana de um aguaceiro devastador causado pelo semideus Indra.
Em Goura Vrindávana, todos os anos esse festival é celebrado, sempre com muito entusiasmo e devoção. A tradição é confeccionar uma grande “colina” de halava, uma preparação doce na base de semolina. Abaixo vemos a “colina” de halava. Nos detalhes, vemos duas “shilas” (pedrinhas) da colina original no humor de Radha e Krishna.
Vemos abaixo as pequeninas, mas inspiradoras, deidades Radha-Vrindavana-candra e o belo altar de Goura Vrindรกvana no dia de Govardhana-puja. Purushatraya Swami conta o passatempo em que Krishna levantou a colina de Govardhana. Depois, o arati e kirtana.
VISITAS Um grupo jovem e animado veio passar uma semana aqui em Goura Vrindávana_ são nove brahmacaris do templo Hare Krishna de Buenos Aires. “Estamos fazendo uma peregrinação por diversos templos e projetos aqui no Brasil, mas o ponto alto de nosso tour foi aqui em Goura Vrindávana”, disse o líder do grupo.
Com muito entusiasmo, mostrando um espírito saudável de cooperação, eles deram uma força nos trabalhos do dia-a-dia da comunidade.
No dia do Govardhana-puja, o grupo revelou outra qualidade insuperável: peritos pizzaiolos.
Seja um amigo ou amiga de Goura Convidamos a você a participar desse projeto. Valorize essa oportunidade. Vamos estar sempre em sintonia. Faça uma contribuição mensal. É importante uma constância nas contribuições para que possamos fazer um bom planejamento e execução das múltiplas atividades internas e assim mantermos um desenvolvimento gradual desse projeto. Para aqueles que vão entrar no time dos “Amigos de Goura”, damos uma tabelinha com as devidas categorias e valores, simplesmente para efeito de se ter uma referência, pois a doação deve ser completamente voluntária, de coração. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
Sraddha_ de 5% a 10% do salário mínimo vigente (36 a 72 reais) Sadhu-sanga_ de 10% a 15% do sm (72 a 108 reais) Bhajana-kriya_ de 15% a 20% (108 a 144) Anartha-nivritti_ de 20% a 30% (144 a 216) Nistha_ de 30% a 40% (216 a 288) Ruci_ de 40% a 60% (288 a 432) Asakti_ de 60% a 100% (432 a 720) Bhava e Prema_ acima de 100% do sm.
Lembramos também as contas bancárias do programa: 1. Bradesco; ag. 105; c/c 203076-4; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) 2. B. Brasil; ag. 3520-3; 18691-0; Valnir F. Fonseca (264359777-04) 3. Itaú; ag. 4841; c/c 13586-8; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) Após depositar, por favor, envie um e-mail para Purushatraya Swami (pswami@goura.com.br).