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Bem vindos ao décimo quinto informativo do programa “Amigos de Goura”. Quanto ao tema em destaque_ “O chalezinho dos saíras”_ não vou comentar nada aqui. A reportagem numa página mais à frente vai revelar um detalhe do encantamento de Goura Vrindávana. Nas novelas da TV, as pessoas buscam entretenimento em roteiros carregados com sentimentos, relações e atitudes de grande carga emocional e de natureza perversa e, até mesmo, degradada. O que é que se procura ganhar com isso? Não vemos nenhum valor positivo. Por outro lado, em Goura Vrindávana, coisas simples e sublimes têm um grande valor e enriquecem nossa vida. No artigo “Atividades beneficente de Goura Vrindávana” mostramos nossa atuação junto à pequena população residente no entorno de nossa comunidade. Essa fase foi muito importante para se estabelecer uma relação saudável com os moradores do local. Hoje em dia, nós sentimos a confiança dessas pessoas mais simples em relação aos devotos e, agora, eles sabem muito bem separar “o joio do trigo”, usando a analogia bíblica. Considero isso uma grande conquista. Estamos, no momento, empenhados em atuar internamente em nossa comunidade no sentido de orientar os jovens e incutir neles uma capacitação de vida prática que será de grande valia em seus desempenhos futuros. Vemos muitos casos de jovens com uma boa formação de caráter e disposição para o aperfeiçoamento espiritual, mas que falham no seu desempenho de vida prática. Falta-lhes o espírito empreendedor e a capacitação administrativa, fatores esses que abrem inúmeras possibilidades de realizações práticas. Sem essa orientação, muitos deles são obrigados a recorrer a algum tipo de “emprego”, seja público ou privado, para suprir suas necessidades imediatas. Isso resulta, inevitavelmente, em um estado de acomodação, passividade e estagnação que, com o tempo, cria um forte sentimento de frustração, descontentamento e, até, depressão. Em nosso “movimento” e nossa missão, precisamos de pessoas preparadas para enfrentar os desafios e que tenham a capacidade de administrar aquilo que já foi conquistado e expandir novas conquistas. Convocamos os jovens que queiram desenvolver suas potencialidades a se juntarem a nós.



“Surabhi Seva”

Programa de proteção dos bovinos

A comunidade Goura Vrindávana sente-se orgulhosa de sediar um programa que é “marca registrada” da milenar cultura védica da Índia. O nome fantasia que demos a esse programa significa “serviço (seva) às vaquinhas Surabhi”. Quem são as “vaquinhas Surabhi”? São as vaquinhas de Vrindávana, muito queridas de Sri Krishna. Ainda hoje vemos na Vrindávana atual as descendentes dessas vaquinhas de Krishna, como esta bela vaquinha ao lado. O que constitui o Surabhi-seva de Goura? As mães e suas crias são tratadas com toda atenção, com alimentação adequada e todo direito à maternidade. Todos os animais recebem constantes inspeções de saúde e todo o serviço de suporte, como manutenção da capineira, dos pastos e das cercas, que são serviços bastante custosos. Por não ser um programa auto-sustentável, dependemos das generosas doações. Nossos “amigos de Goura” têm mostrado essa generosidade. As vaquinhas de Goura agradecem. Participem.


O chalezinho dos saíras

Eles são coloridinhos_ uma gracinha. Só andam em bandos. São os saíras. Estão sempre rondando as imediações da cozinha e da sala de prasada, pois sabem que sempre vão encontrar algo bem interessante para o almoço. Temos a impressão que eles vêm quando soa o búzio convocando todos para a refeição. Todos os dias eles dão um show. A coisa ficou tão rotineira que resolvemos construir um chalezinho para eles comerem em paz. Ali sempre vão encontrar uma fruta madura e uns grãozinhos. Agora outros passarinhos se aproximaram e participam da “distribuição de prasada” Vem uns bonitos sanhaços e outros que ainda não identificamos.


Atividades Beneficentes de Goura Vrindávana Goura Vrindávana tem um histórico de atuação na área social no entorno de nossa comunidade. Quando a comunidade se estabeleceu, na segunda metade dos anos oitenta, nós éramos os únicos “forasteiros” no sertão de Indaiatiba, no alto do vale Graúna. O pessoal local, os “caiçaras”, eram bem pobres e carentes. Com a nossa presença na área, verificou-se um upgrade social devido à nossa influência. Vários moradores vizinhos tornaram-se nossos funcionários. Alguns desses estão conosco há vinte anos. Na segunda metade dos anos noventa, nossa atuação social se intensificou, devido a presença de várias devotas e devotos que tinham talento e disposição para o trabalho beneficente. O que vamos mostrar aqui são fatos ocorrido há poucos anos atrás.

Fernando e Ana, com 3 ou 4 filhos, e Jorginho e Damiami, com dois, moravam a mais de uma hora de caminhada de nossa fazenda para o fundo do vale. A vida deles era extremamente carente. Era impossível para os filhos irem para a escola, pois estavam a duas horas de caminhada, com subidas e descidas. Conseguimos uma terra fora de nossa fazenda e fizemos uma troca com eles. Essa troca de propriedades mudou completamente a vida dessas famílias. Até hoje, Fernando, Ana e Jorginho são funcionários de nossa comunidade. Nas fotos acima, A devota Goura Vrindavana Dasi visita as humildes casas das duas famílias.


À esquerda, vemos um grupo de funcionários, juntos com o “patrão” Setukara. São eles: Josias, Quim, Manoel bigode, Fernando e Jorjinho_ os três últimos, por mais de 20 anos ainda trabalham em Goura, com carteira assinada. Antes, esse pessoal da roça só sabia roçar mato e cortar banana. Em Goura, eles aprenderam muitos outros ofícios. Hoje, entendem de construção, de plantações, de operar diversas máquinas e equipamentos. Tivemos uma influência fundamental na cidadania desse pessoal. E eles reconhecem isso. À direita, Goura Vrindávana Dasi promove com as crianças do vale uma coleta de plásticos para incutir uma mentalidade de responsabilidade ambiental nas crianças.

O Grupo escolar “Mata Atlântica” foi um sucesso. Embora não tivesse nenhum registro oficial, era apreciado pela secretaria municipal de educação. As crianças que foram alfabetizadas em nossa escola, ao irem para uma escola oficial, todos se admiravam, pois elas estavam bem à frente das outras crianças. A ênfase era muita leitura e escrita. À esquerda, a turma da Gokula-taruni, e à direita, a turma da Goura Vrindávana Dasi.

Mensalmente, a pequena escola pública do vale (que não existe mais) trazia as crianças a Goura para um workshop sobre atividades rurais. À esquerda, Setukara e Nityananda explicam o processo de secagem de banana e á direita, um devoto fala sobre apicultura.


Em várias ocasiões tivemos a visita de amigos e amigas que atuam na área de medicina e odontologia.

Ah! Os festivais... Alegria para o pessoal da roça de todas as idades.


Durante anos a fio, promovemos um programa muito impactante: distribuição de roupas para o pessoal. Nós coletávamos roupas usadas em bom estado junto de amigos e parentes. Todos os anos eram montanhas de roupas que distribuíamos. Depois de fazer uma distribuição seletiva para cada família, cada um pegava, então, quanto queria e podia.

Todas essas atividades, que foram feitas num passado próximo, não estão sendo executadas no momento. O fato é que a situação agora é bem diferente. Essas famílias que outrora recebiam essa ajuda beneficente estão agora muito mais estruturadas. Isso se deve à presença em nosso vale de empreendimentos empresariais (duas pousadas profissionais) que dão emprego a muitas pessoas. De nossa parte, somos bem conscientes da influência positiva que nossa comunidade tem exercido nessas pessoas.


Mostramos aqui detalhes da longa fase dos acabamentos. Instalamos tambĂŠm o pesadĂ­ssimo lustre de ferro, que teve que ser montado no alto, de tĂŁo pesado que era.


Visitas Para nós, que ficamos isolados do mundo nas montanhas de Paraty, é sempre um prazer receber visitas que entram em sintonia com nossa visão de mundo. O casal José Roberto e Cristina, de Suzano, no entorno de são Paulo, passaram uns dias conosco e se integraram nos trabalhos diários da comunidade, principalmente na especialidade deles_ a cozinha. Nesse intercâmbio, houve muita troca de informações sobre esse incrível mundo da alquimia culinária. Abaixo eles estão com Rama Raya e Priyamani.

A doutora Glauce, defensora pública na área de intolerância religiosa, depois de ter participado do I encontro da tradição Hare Krishna, na universidade estadual do Rio de Janeiro UERJ, veio com toda a família conhecer Goura. Todos adoraram e participaram do programa no templo.


Plantas silvestres comestíveis Elas são discretas. Misturam-se com o mato em volta. Pouquíssima gente lhes dá atenção. Na maioria das vezes são taxadas de “ervas daninhas”. Uma injustiça. Uma ofensa. Quem dá valor a elas? Só quem sabe. Só quem sabe do valor que elas têm. Elas são livres. Não são massificadas como alfaces e couves. Elas nascem e se criam espontaneamente. Reproduzem-se de acordo com a vontade própria. Ninguém impõe sua presença. Se vivem numa região, é porque tudo ali é favorável para seu crescimento. Elas retiram do solo os micronutrientes e colocam esses micronutrientes, essenciais para a boa saúde humana, à disposição daqueles que conhecem esses segredos. Elas não estão nas bancas dos supermercados. Cada um tem que ir onde elas estão e encontra-las. Onde tem um solo rico e orgânico, lá estão elas_ as plantas silvestres comestíveis. Elas estão em Goura Vrindávana. Em Goura, o solo não tem contaminações. Nas cidades e imediações, ao se cavar a terra, a pessoa vai se deparar com plásticos, latas velhas, vidros quebrados, pneus e todo tipo de poluição. No campo, onde pratica-se a monocultura, o solo está contaminado com insumos e adubos químicos e os execráveis agrotóxicos. Em Goura não; o solo é puro e orgânico_ uma minhoca em cada enxadada. Vamos, então apresentar para vocês as “princesinhas” silvestres comestíveis de Goura, começando pelo xodó dos cozinheiros, a taioba, pois bem refogada é uma especialidade. (Ao lado) Quem diria que nessa lista aparece uma planta que já foi xingada por muitos, pois, só de encostar, dá uma ardência e um formigamento na pele, que dura alguns minutos. Mas, refogada, não vai picar o estômago e pode ser usada em várias preparações. Ela é a urtiga ou urtigão. Ora pro nobis é uma trepadeira extremamente espinhenta, que se aloja nas pedras e pode cobrir cercas. Apesar dessa natureza tão rústica, suas folhas são tenras e macias, podendo ser comidas cruas, na salada, ou cozinhadas no fogo.


Na Índia, o caruru, de folha vermelha, chamase “shak”. É muito comum na Bengala. Aqui é verde e nasce em todo lugar. Refogado, é do tipo de espinafre.

A beldroega tem dois tipos: de folha miúda e de folha graúda. Entra na salada.

Acima, temos a serralhinha, de florzinha vermelha e a capiçoba, que entra no feijão.

Olha só o almeirão roxo e a capuchinha, com flor e tudo na salada.


Esse, pouca gente conhece: é o coentro selvagem. Agora, esse outro, de florzinha amarela, todo mundo lá do Pará conhece: é o jambú, que entra no tacacá, famoso por lá.

E olha a azedinha ao lado. Todas essas ervas estão presentes em Goura Vrindávana. A grande maioria aparece espontaneamente. É algo místico. Uma coisa constatamos: se a terra está saudável e orgânica, as plantas comestíveis aparecem com todo vigor. Não podemos deixar de mencionar outros dois itens culinários de Goura: Um é o coração da bananeira, que fica na extremidade do cacho. Outro é um item muito importante na época do ano em que aparece: é a fruta-pão. Um fato interessante em toda essa história é que a comunidade está fornecendo essas plantas silvestres para um dos restaurantes mais importantes de Paraty, o “Banana da Terra”. Às quintas-feiras, o cardápio é todo voltado às plantas silvestres. Na foto, Rama Raya faz a entrega do pedido da semana: 6 maços de capiçoba, 30 folhas de urtiga, 4 molhos de taioba, e mais, ora pro nobis, capuchinha, beldroega e outros itens.



É tempo de jaca verde Isso só acontece uma vez por ano. Tem que se aproveitar a oportunidade, senão teremos que esperar o próximo ano, na mesma época. Mas por que jaca verde? A jaca verde é muito usada na Índia como “subji”, vegetal que é cozido ou refogado. Só funciona quando a jaca ainda está verde. Quando amadurece, o doce sobressai e torna-se uma fruta propriamente dita. Em Goura, já é uma rotina coletar as jacas verdes, cozinha-las, congela-las para serem usadas durante um tempo bem elástico. Shukadeva corta a jaca verde em fatias e bota para ferver. Quando a jaca é fervida, fica fácil de descascar, pois neutraliza o visgo. Atmanivedana desfiou e congelou. Aí poderá ser usada em muitas

preparações a critério da imaginação e talento do cozinheiro.


Os índios Kraôs visitam Goura Vrindávana Isso ocorreu em 2006, mas vale recordar. Um funcionário da FUNAI que trabalha com essa tribo estava visitando diversas comunidades com o intuito de ampliar os horizontes culturais a esses índios e dar acesso a diferentes técnicas que que depois poderiam ser aplicadas em suas comunidades no interior da Amazônia. Ao lado,Acyutananda conduz a vivência na horta orgânica. Abaixo, Setukara lidera a apresentação para o grupo. Os índios passaram uns dias conosco e saborearam a nossa “prasada vaishnava vegetariana”.

Essa foto ao lado ocorreu a quase vinte anos. Nesse evento, nossa comunidade foi visitar a tribo guarani que vive nas cercanias de Paraty.


Por que o tradicional festival em Goura Vrindávana é a melhor opção para a virada do ano? 1. Porque você vai sentir-se totalmente à parte da agitação mundana dessa época do ano. Goura é um retiro de paz, ideal para relaxar e recarregar as baterias.

2. Você vai vivenciar um ambiente natural de imensa beleza e pureza_ coisa rara nesse mundo.

3. Novas amizades vão surgir. Gente boa como você.


4. Além disso tudo, você estará num ambiente onde são cultivados valores espirituais genuínos de conhecimento e devoção.

Não hesite. Faça logo tua reserva. 27 de dezembro a 4 de janeiro Programa especial durante o festival:

Opções de acomodação: 1. Pousada Dharmashala (acyuta@dharmashala.com.br; 24 99962-5262) 2. Ashram e Camping (rama.raya@hotmail.com; 24 99965-2504)

Contamos com tua presença


Assista no canal Vedanta 108 do Youtube os videos de Purushatraya Swami respondendo várias perguntas sobre temas filosóficos, existenciais e espirituais. Temas e Links: 1. Postura mais coerente para com a vida e a morte https://www.youtube.com/watch?v=VYCy7qIZ4_4 2. Alertas no propósito da autorrealização https://www.youtube.com/watch?v=KDT9JSXxTPE 3. Importância do estudo das escrituras https://www.youtube.com/watch?v=Lzh5uMBQN_0 4. Vida simples e pensamento elevado https://www.youtube.com/watch?v=7vAdE7QYgRc 5. Importância social da ISKCON https://www.youtube.com/watch?v=HDiCuQ4EvT0

Todas as semanas um novo tema, um novo vídeo. Inscreva-se no canal Vedanta 108 ><

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Convite para Goura Vrindávana https://www.youtube.com/watch?v=Tzi72Uxjuc4


Seja um amigo ou amiga de Goura Convidamos a você a participar desse projeto. Valorize essa oportunidade. Vamos estar sempre em sintonia. Faça uma contribuição mensal. É importante uma constância nas contribuições para que possamos fazer um bom planejamento e execução das múltiplas atividades internas e assim mantermos um desenvolvimento gradual desse projeto. Para aqueles que vão entrar no time dos “Amigos de Goura”, damos uma tabelinha com as devidas categorias e valores, simplesmente para efeito de se ter uma referência, pois a doação deve ser completamente voluntária, de coração. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Sraddha_ de 5% a 10% do salário mínimo vigente (36 a 72 reais) Sadhu-sanga_ de 10% a 15% do sm (72 a 108 reais) Bhajana-kriya_ de 15% a 20% (108 a 144) Anartha-nivritti_ de 20% a 30% (144 a 216) Nistha_ de 30% a 40% (216 a 288) Ruci_ de 40% a 60% (288 a 432) Asakti_ de 60% a 100% (432 a 720) Bhava e Prema_ acima de 100% do sm.

Lembramos também as contas bancárias do programa: 1. Bradesco; ag. 105; c/c 203076-4; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) 2. B. Brasil; ag. 3520-3; 18691-0; Valnir F. Fonseca (264359777-04) 3. Itaú; ag. 4841; c/c 13586-8; Paulo Alexandre Klavin Junior (400807067-20) Após depositar, por favor, envie um e-mail para Purushatraya Swami (pswami@goura.com.br).



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