CONTOS DO ESPÍRITO NUM JOGO DE ESPELHOS VIRTUAL E MULTIMÉDIA

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Contos do Espírito num Jogo de Espelhos Virtual e Multimédia

Amílcar Martins

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CONTÉM 39 PÁGINAS

AMÍLCAR MARTINS, Ph.D. Ciências de Educação, Artes, Montreal Professor no Departamento de Ciências de Educação Coordenador do Mestrado em Arte e Educação Investigador no CEMRI – Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais Rua da Escola Politécnica, nº 147 1269-001 Lisboa Portugal www.univ-ab.pt amilcarmartins1@gmail.com ____________________________________________________________________________________________________________

CONTOS DO ESPÍRITO NUM JOGO DE ESPELHOS VIRTUAL E MULTIMÉDIA 1

Amílcar Martins 2

ÍNDICE 1. 2. 3. 4.

5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

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Resumo, p. 2 A Promessa de Los Cuentos del Espíritu, p. 3 O Contador, o Espaço Cénico e a Audiência, p. 4 O Debate Final entre o Contador e a Audiência, p. 6 4.1. A Escolha de Los Cuentos del Espíritu, p. 6 4.2. O Contador como Mediador dos Cuentos, p. 6 4.3. A Recepção dos Cuentos, p. 7 Conclusões, p. 8 19 Figuras: Mandala da Magia da Palavra, pp. 9–27 7 Vídeos do espectáculo, pp. 28–29 8 Fotos do espectáculo, pp. 30-37 Bibliografia, pp. 38–39 CDáudio, p. 39 CDrom, p. 39 DVD, p. 39 Internet, p. 39

Este artigo corresponde à adaptação do anteriormente publicado com a seguinte citação bibliográfica: MARTINS, Amílcar. (2007). “’Cuentos del Espíritu’ num Jogo de Espelhos Virtual”, in Revista "… à Beira", nº 7 , vol. 1, pp. 183-194. Covilhã: Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior. Agradeço a Nicolás Buenaventura Vidal (contador, actor e encenador do espectáculo Los Cuentos del Espíritu) e a Joaquim Benite (director do Festival Internacional de Teatro de Almada), a autorização para a captura e a disponibilização, em registos fotográficos e em mini-vídeos no canal Youtube, dos elementos essenciais que proporcionaram a produção deste documento multimédia.


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1. RESUMO Este artigo multimédia – scripto, som e imagem videográfica e fotográfica online –, centra-se no espectáculo Los Cuentos del Espíritu do contador de histórias colombiano Nicolás Buenaventura Vidal, ao qual se sucedeu o debate entre este e a audiência presente na representação integrada no Festival Internacional de Teatro de Almada, em 15 de Julho de 2007. Reescrevemos alguns dos tópicos da reflexão interactiva sobre a temática dos Contadores de Histórias, a qual foi originalmente produzida num discurso polifónico e dialógico por uma comunidade virtual de aprendizagem na rede online de e-learning da Universidade Aberta. Esta comunidade era composta pelo professor/tutor e por 20 estudantes do Mestrado em Gestão de Informação e Bibliotecas Escolares, os quais interagiram na web em Junho, Julho e Agosto de 2007. O conjunto das actividades de reflexão foi desenvolvido num fórum específico integrado no seminário sobre Animação de Bibliotecas e, no caso presente, centrado na problemática dos Contadores de Histórias à luz de alguns dos parâmetros e competências a adquirir pelos mestrandos e expressos na respectiva unidade curricular: •

experimentar, observar e refletir criticamente sobre a arte de contar.

A metodologia utilizada centra-se na elaboração de um (re)contar multimédia da actividade observada pelo professor/tutor — o espectáculo Los Cuentos del Espíritu — juntamente com o debate posterior do contador Nicolás com o público. Procurou-se, assim, para a elaboração deste artigo de síntese, a reconstrução de um discurso com carácter simultaneamente narrativo e reflexivo, apoiado na análise de um corpus de textos (os posts vertidos na plataforma online) e, paralelamente, num diário de bordo digital composto por registos áudio, por registos fotográficos e por fragmentos de minivídeos, os quais foram capturados no momento da performance e no momento do debate entre o contador e a audiência. Os resultados da análise apontam para a participação e relevância da sinergia de cada uma das variáveis da trilogia contos–contador–audiência, em conjugação com as variáveis ambiente–contexto cultural, enquanto matriz optimal a gerir in loco no processo de comunicação dos contadores de histórias. A síntese iconográfica que traduzimos em 19 variações da Mandala da Magia da Palavra emergem da interpretação que atribuímos à interacção dessas variáveis em contexto comunicacional do contador de histórias. PALAVRAS-CHAVE CONTADOR DE HISTÓRIAS – NICOLÁS BUENAVENTURA VIDAL – CUENTOS DEL ESPÍRITU – ESPECTÁCULO – DEBATE COM O PÚBLICO – MESTRADO EM GESTÃO DE INFORMAÇÃO E BIBLIOTECAS ESCOLARES – E-LEARNING – MANDALA DA MAGIA DA PALAVRA


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2. A PROMESSA DE LOS CUENTOS DEL ESPÍRITU

H

á contos para todos os momentos, Contos para cada estação do ano: Os contos quentes para o longo inverno, Contos azuis, vermelhos, verdes e violeta para a primavera, O verão traz adivinhas, graças e anedotas, E as grandes epopeias contam-se no outono. Mas aqui e agora, Naquele trópico, atravessado pela dor e pela paixão, A tradição quer que eu conte os contos do amor. Os Contos do Espírito... para pensar e amar melhor... Nicolás Buenaventura Vidal 3

in Programa Los Cuentos del Espíritu – Festival Internacional de Teatro de Almada, 2007 Intérprete: Nicolás Buenaventura Vidal; Cenografia: Meyby Ríos; Luz: María del Pilar López

O

ciclo narrativo de Los Cuentos del Espíritu encontra-se na noite longínqua dos tempos e disperso por várias regiões e tradições culturais.

Hasta donde han podido precisar los especialistas, comparte la cuna de El Panchatantra, de algunos de los relatos de Las Mil Y Una Noches y de muchos otros que hoy se encuentran dispersos en distintas culturas. Se trata de un origen misterioso, se dice que provienen de una tradición secreta que existía en una lengua "oscura", oculta. Una lengua cuyas claves eran conocidas por algunos iniciados y que estaba destinada a la educación de los príncipes. En la India se los recopiló y circularon bajo el nombre de Vetalapañcavimmsatika (Los veinticinco cuentos del Vetala). Hay otras versiones: vg. El Rey y el Cadáver, El Muerto De Poderes Sobrenaturales, Los Veinticinco Enigmas Del Cadáver Viviente, Los Cuentos Del Vampiro. http://www.lacasadeloscuentos.info/mod-pagesetter-viewpub-tid-1-pid-243.phtml Segundo o autor deste ciclo narrativo, Nicolás Buenaventura Vidal, aquilo que lhe é específico, o seu enigma, ou aquilo que suscita maior perplexidade na recepção 3

Licenciado em Arte Dramática pela Universidad del Valle, Colômbia, Nicolás Buenaventura Vidal provém de uma família de artistas de várias gerações, sendo filho do escritor e encenador Enrique Buenaventura. Realizador de cinema, guionista e contador de histórias, Nicolás tem visto, desde 1989, a sua obra ser distinguida com vários prémios na Colômbia e na Europa. É autor dos livros Cuando el hombre es su palabra (1996), Mitos de creación op. 7 sonata en catorce movimientos (1998), Amaranta porqué (1998), A contracuento (1999) e Cuando el hombre ES su palabra e otros cuentos (2002). Nicolás Buenaventura Vidal já contou histórias nos cinco continentes, perante audiências de todas as idades. Em Portugal, no ano de 2007, participou no Encontro Internacional de Narração Oral (em 9 de Fevereiro, no Teatro Municipal de Almada) e no Festival Internacional de Teatro de Almada (em 11 de Julho na Casa da América Latina, em Lisboa, com o espectáculo Palavra Maestra, e em 15 de Julho, no Fórum Romeu Correia, em Almada, com o espectáculo Los Cuentos del Espíritu). http://www.ctalmada.pt/cgi-bin/wnp_db_dynamic_record.pl?dn=db_festivais&sn=festival_2007&rn=10


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daquele que vive o cuento através da sua escuta (do seu acto de “OUVER”), vem a ser a insólita pergunta que é colocada por Vetala (Espírito) no final de cada um dos relatos. O objectivo maior que se encontra presente nessa pergunta vem a ser o amor que, progressivamente, é apreendido e ganho por quem escuta. De acordo com a tradição destes cuentos o labirinto dos questionamentos de Vetala, e a capacidade de “acertar nas boas respostas”, corresponderá a uma viagem iniciática na descoberta do amor:

(…) se trata de un viaje, de un camino y quien lo recorre supera su condición. Existe un mérito, un premio por haberlos vivido y escuchado. Nadie regresa igual de dicho viaje. Se dice que nadie es el mismo después de haberse enfrentado a los enigmas, después de haber escuchado los cuentos del Espíritu. http://www.lacasadeloscuentos.info/mod-pagesetter-viewpub-tid-1-pid-243.phtml

3. O CONTADOR, O ESPAÇO CÉNICO E A AUDIÊNCIA

N

a entrada do Fórum Romeu Correia, em Almada, o público adensava-se já perto das 16:00h, o momento anunciado para o início do espectáculo Los Cuentos del Espíritu, integrado no Festival Internacional de Teatro de Almada. Todos os bilhetes para a sala se encontravam esgotados. Juntamente com muitas outras pessoas, também eu não havia conseguido qualquer bilhete de acesso. Na bilheteira informam-me que deverei esperar até que todas as pessoas que têm reservas ocupem os seus lugares e, só posteriormente, se possam confirmar os lugares que ficarem livres após essas entradas. Aguardo apreensivo mas, apesar de tudo, com esperança de poder entrar na sala. Poucos minutos são já passados após as 16:00h. A organização dispunha já do número de lugares que restaram vazios para os retardatários ou os que não têm bilhetes de entrada. E começa a contar os que podem entrar. Faço parte do grupo dos contados... Excelente...! Los Cuentos del Espíritu... ficar-me-ão mais próximos com dois lugares livres e centrais que vislumbro na terceira fila... Ocupação mais do que perfeita para a fruição dos cuentos! Disponho ainda de alguns minutos de observação do espaço cénico. O palco encontrase já levemente iluminado. Procuro ambientar-me e ler os sinais plásticos disponíveis. Há um grande painel, no ciclorama de fundo, ornado na cor dominante de barro escuro. Nos dois lados, mais à frente, dois outros paineis, também de barro escuro, realçam uma escrita antiga dos quais não decifro, ainda, os caracteres representados. No centro do palco está exposta uma mesa pequena e baixa com diversos objectos indefinidos ao meu olhar, acompanhados de instrumentos artesanais, talvez de música, em cima. Atrás, há um banco disponível para quem há-de ali chegar. Na área do chão que marca a distância entre o espaço cénico e a audiência há projecções luminosas que replicam os caracteres antigos dos paineis laterais. Reconheço agora naquelas projecções luminosas no chão, a representação de máscaras estilizadas e também formas de animais que se transformam em símbolos de


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escritas antigas. – Que escrita enigmática é aquela? Pendurado do céu do palco um objecto semi-redondo luminoso, ornado com geometrias várias, reenvia-me configurações de índole sagrada nos sinais que interpreto como mandalas. Lá de dentro daquele céu do palco brota uma luz rarefeita, ténue, quase nada. As sombras instalam-se, lenta e progressivamente, até se chegar ao escuro total em todo o espaço cénico. É, claramente, o sinal do começo do espectáculo. Reinstala-se de novo no ambiente a luz ténue do início do espectáculo e entra, no espaço cénico, o contador Nicolás Buenaventura Vidal. Figura alta, magra, de pés descalços, as cores da sua indumentária ligam-se aos tons da cena. A audiência acolhe e aplaude. Para muitos, como eu, o contador já era conhecido do Encontro Internacional de Narração Oral realizado em Fevereiro de 2007. Talvez muitos elementos do público estejam ali por já conhecerem o contador. Os aplausos são calorosos.

Los Cuentos del Espíritu vão agora ser iniciados, mediados, na voz e no corpo, nas luzes e nas sombras, nos silêncios e nos sons ali vivenciados e efémeros. Uma vela que se ergue da mesa dos instrumentos musicais é acendida no pavio. O contador imprime ao gesto de alumiá-lo a intencionalidade concentrada e intensa de um cerimonial ritualístico em fase preliminar de um começo. E, da sua voz macia e serena, Los Cuentos del Espíritu sucedem-se, em língua castelhana:

H

ay cuentos para cada momento, cuentos para cada estación: los cálidos cuentos para el largo invierno, cuentos azules, rojos, verdes y violetas para la primavera, el verano trae adivinanzas, bromas y chistes y las grandes epopeyas se cuentan en otoño. Pero aqui y ahora, en aquel trópico, atravesado por el dolor y la pasión, la tradición quiere que cuente los cuentos del amor. Los Cuentos del Espíritu... para pensar y para amar mejor… http://www.lacasadeloscuentos.info/mod-pagesetter-viewpub-tid-1-pid-243.phtml

O contador, sempre no mesmo lugar, sentado, com uma luz da noite sobre ele, desfia o primeiro andamento do cuento. Os gestos são minimais e quase contidos. Todavia sugerem ambientes, ilustram personagens, indiciam caminhos de leitura. Os instrumentos sono-musicais e outros objectos artesanais, bem simples nas suas formas plásticas a sugerirem ancestralidade, acentuam ambientes acústicos, reinventam paisagens sonoras de cenas, de actos, de passagens e intervalos por onde los cuentos passam...


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A audiência aplaudiu de pé, entusiasmada e generosa nas palmas. Há mesmo vários BRAVOS maiúsculos que parecem sorrir, nas vozes gritadas dos decibeis sobrepostos às palmas vigorosas. O contador colombiano, Nicolás Buenaventura Vidal, agradece com longas e inclinadas vénias, com gestos prolongados da mão direita que repousa no lado esquerdo do peito. Depois dá sinal que aguarda que o público se silencie e propõe, para todos os interessados, uma conversa/debate sobre o espectáculo Los Cuentos del Espíritu. Muitos aceitam o desafio, como eu.

4. O DEBATE FINAL ENTRE O CONTADOR E A AUDIÊNCIA

R

etiro da conversa que se desenvolve, no formato de um debate interactivo e participado, três aspectos que, creio, nos podem especialmente interessar no âmbito da reflexão sobre os contadores de histórias: a escolha dos cuentos; o contador como mediador dos cuentos; e a recepção dos cuentos.

4.1. A ESCOLHA DOS CUENTOS

J

á no desenvolvimento e na dinâmica do debate, Nicolás Buenaventura Vidal esclarece que o ponto de partida para um espectáculo, no seu caso, é muito difícil de definir: Talvez não haja um ponto de partida, mas sim vários pontos de partida e um de chegada. Trabalhamos a partir dos nossos medos, das nossas obsessões, do mundo em que vivemos, do país que nos magoa. Se me perguntam quando é que comecei a escrever Los Cuentos del Espíritu, teria de responder que desde que comecei a fazer uso da razão, e que os escrevi em toda a minha vida. Se me perguntarem porquê, direi que não tinha outra alternativa: alguém teria de contar estes contos, e agora tocou-me a mim. Incidindo a sua reflexão sobre o espectáculo propriamente dito, Nicolás socorre-se de uma memória e enfatiza: Uma vez o meu pai, Enrique Buenaventura, dramaturgo e encenador, viu este espectáculo e o seu comentário foi: “É uma forma teatral cujo segredo reside em resistir à tentação de representar”. E finaliza o contador: Creio que estas palavras definem a busca estética em que se inscreve este espectáculo.

4.2. O CONTADOR COMO MEDIADOR DOS CUENTOS

N

icolás Buenaventura Vidal defendeu, inicialmente, que o contador, na perspectiva do seu posicionamento, deverá ser, meramente (pretendo realçar com o meu sublinhado), um mediador dos cuentos. Sugeriu a ideia de que o contador


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deverá ser como um recipiente, um "copo" que deverá dar a forma aos cuentos. Os cuentos são, isso sim, a matéria fulcral, o conteúdo vital que se coloca dentro do "copo". Nesta óptica são fundamentalmente eles, os cuentos, que são revelados e ganham forma e visibilidade mediados através dos contadores e dos vários recursos que estes utilizam para se exprimir. Logo, o contador surge como o mediador dos cuentos. No calor do debate procurei confrontar Nicolás Buenaventura Vidal com a importância, e por vezes o realce de primeiro plano, que assume o próprio contador num processo de comunicação apoiado numa performance que se exprime em termos de maior ou de menor espectacularidade. Ou seja, nesta hipótese que é apoiada em depoimentos assentes na vivência e na observação empírica, o “copo” (leia-se “o contador”) é, ou pode ser, em várias das circunstâncias específicas a que me refiro, mais destacado e realçante que os próprios cuentos. Sublinhei o facto de que já fora do momento da performance, algumas memórias post facto (re)construídas nos imaginários individuais, mesmo as de longa duração, trazem para um primeiro plano, justamente, o "copo" (leia-se “o contador”), podendo mesmo esbater e fazer olvidar os próprios cuentos. Os cuentos, nestas circunstâncias e exemplos mais extremados, aparecem esbatidos, ou até mesmo esquecidos. São, muitas vezes eles, os contadores e as emoções por si desencadeadas, que se instalam profundamente nas memórias dos que "ouvêem". Ainda apoiado em vários testemunhos vivenciados e relatados, referi que o binómio pendular "copo-líquido", ou "contador-cuento", poderá vir a ter impactos distintos perante o que "ouvê". Ora o "copo", ora o "líquido", ora o contador, ora o cuento. E esta movência e oscilação de realces e graus de importância poderá acentuar-se tanto no momento "aqui e agora", ou seja no "momento em que o cuento se diz", como no percurso de memórias de curta, média e longa duração daquele que o “ouvê”. Este é, aliás, um fenómeno que, certamente, poderá ser constatado na observação de experiências e de testemunhos que se referem a várias outras modalidades e processos de comunicação sustentados em modalidades e dispositivos de performance estética. O desenvolvimento, as ópticas e os enfoques no tratamento deste tópico, obviamente muito polemizante em função da natural diversidade de percepções na recepção de cuentos, mas nem por isso menos enriquecedor para a qualidade do debate, vieram a beneficar da intervenção sensível e ponderada de Nicolás, como ainda de vários outros membros da audiência. Estávamos perante um dilema representado pelo processo pendular "copo-líquido" correspondente à fórmula "contador-cuentos".

4.3. A RECEPÇÃO DOS CUENTOS

A

voz do contador Nicolás retoma o ritmo binário "contador-cuentos", para induzir daí um ritmo ternário "contador-cuentos-audiência". E salienta que, o que lhe interessa, mais do que tudo, é o modo como cada um dos que “ouvêem”, (re)constrói afinal, na recepção, o seu cuento. Ou seja, o que interessa a Nicolás é o impacto da performance, na recepção, bem


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como a dinâmica da multiplicidade de narrativas construídas pelas memórias dos que “ouvêem”. O que lhe interessa é o processo construtivista dos que “ouvêem”, enquanto acto complexo de natureza íntima, social e cultural. O que lhe interessa é a constelação das narrativas induzidas pelo “aqui e agora” das performances dos cuentos, ao alimentarem sentidos polissémicos que lhe são atribuídos pelos que “ouvêem” na sua interioridade complexa de natureza psico-sócio-cultural. O que lhe interessa é o modo como a performance dos cuentos viaja pelos espaços e caminhos, simultaneamente objectivos e subjectivos, de natureza fascinantemente oscilante e misteriosa que é, afinal, a cartografia do percurso de cada ser humano no seu processo imaginário.

5. CONCLUSÕES

O

percurso seguido pela viagem do espectáculo Los Cuentos del Espíritu, bem como pelo debate que se seguiu entre Nicolás Buenaventura Vidal e a audiência, permite-me adiantar uma conclusão que reporto de decisiva, quiçá numa dimensão descritiva e de síntese, como ainda numa dimensão prospectiva e futurante: Os resultados desta pesquisa apontam para a relevância da sinergia de cada uma das variáveis identificadas: contos–contador–audiência–ambiente– contexto cultural, enquanto modelo optimal a gerir, in loco, no processo de comunicação de Contadores de Histórias o qual é centrado na Magia da

Palavra dita.

Neste contexto, creio ser potenciador do aumento dos graus de pertinência, de fecundidade e de validade, admitir-se como impulso para uma hipótese de actuação in loco gerada pela trilogia contos-contador-audiência, em conjugação com as variáveis ambiente–contexto cultural, atribuir significados à matriz iconográfica representada pelas Figuras 1-19: Mandala da Magia da Palavra, as quais admitimos como um modelo optimal inspirador no processo de comunicação de contadores de histórias (ver páginas 9-27). Mas, perguntar-se-á: – O que vem a ser uma Mandala? Uma Mandala é um diagrama simbólico que pressupõe uma confluência diversa de energia, exprimindo-se a partir de círculos, triângulos e quadrados. Ela é uma organização iconográfica que encontra a sua inspiração simultaneamente no mundo material, assim como no mundo subtil. De facto, as Mandalas podem também ser interpretadas como diagramas rituais os quais se exprimem como cosmogramas. Ao mesmo tempo, as Mandalas são também suportes de meditação ao procurarem representar o universo invisível das forças que regem o cosmos. (cf. Martins, 1998: 325-332). Assim, colocamos no centro do círculo interior a expressão que se busca no momento aqui e agora em que os contos se dizem e para onde converge o caudal de busca de todas as energias produzidas: Magia da Palavra. Os seus indutores são, naturalmente, as três variáveis protagonizadoras da acção confluente: contos–contador–audiência. No anel concêntrico dos dois círculos, irradiando em jogos policromáticos,


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respondem ainda à chamada da nossa interpretação duas outras variáveis igualmente determinantes do processo de comunicação: ambiente–contexto cultural. Queremos tornar visível como estas duas variáveis anelares determinam o clima pulsado e vivenciado, o qual se constrói no processo de comunicação dos contadores de histórias. À fixação deste modelo, o qual encaramos como um modelo optimal inspirador do processo de comunicação dos contadores de histórias, damos-lhe continuidade através de um outro jogo de espelhos virtual assente em variações cromáticas nuancées e múltiplas. Com as 19 variações afinamos a interpretação da Mandala da Magia da Palavra, a qual procura reflectir o pensamento e a praxis do contador de histórias Nicolás Buenaventura Vidal.

Figura 1: Mandala

da Magia da Palavra

(variação anelar amarela)

Há contos para todos os momentos…


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Figura 2: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar verde)

… Contos para cada estação do ano…

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Figura 3: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar laranja acastanhado)

… Os contos quentes para o longo inverno…

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Figura 4: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar lilás)

… Contos azuis, vermelhos, verdes e violeta para a primavera…

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Figura 5:

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Mandala da Magia da Palavra (variação anelar azul claro)

… O verão traz adivinhas, graças e anedotas…


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Figura 6: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar verde azeitona)

… E as grandes epopeias contam-se no outono...


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Figura 7: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar castanho)

… Mas aqui e agora…

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Figura 8: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul florescente)

… Naquele trópico, atravessado pela dor e pela paixão…

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Figura 9: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul sombreado)

… A tradição quer que eu conte os contos do amor…


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Figura 10: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar castanho progressivo)

Os Contos do Espírito... para pensar e amar melhor...

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Figura 11: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-castanho progressivo)

… Hay cuentos para cada momento…

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Figura 12: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar lilás florescente e progressivo)

… cuentos para cada estación...

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Figura 13: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar vermelho-lilás progressivo)

… los cálidos cuentos para el largo invierno…

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Figura 14: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-castanho cruzado)

… cuentos azules, rojos, verdes y violetas para la primavera…

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Figura 15: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-amarelo I)

… el verano trae adivinanzas, bromas y chistes…


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Figura 16: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-amarelo II)

… y las grandes epopeyas se cuentan en otoño...


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Figura 17: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-amarelo III)

… Pero aqui y ahora…

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Figura 18: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-amarelo IV)

… en aquel trópico, atravesado por el dolor y la passion…

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Figura 19: Mandala

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da Magia da Palavra

(variação anelar azul-amarelo V)

… la tradición quiere que cuente los cuentos del amor. Los Cuentos del Espíritu... para pensar y para amar mejor…


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6. 7 VÍDEOS DO ESPECTÁCULO Canal: http://br.youtube.com/user/amilcarmartins1

RESUMO GERAL DOS 7 VÍDEOS: Os 7 vídeos mostram excertos do espectáculo Los Cuentos del Espíritu de Nicolas Buenaventura Vidal, no Festival Internacional de Teatro de Almada (Portugal, Julho, 2007).

Hay cuentos para cada momento, cuentos para cada estación: los cálidos cuentos para el largo invierno, cuentos azules, rojos, verdes y violetas para la primavera, el verano trae adivinanzas, bromas y chistes y las grandes epopeyas se cuentan en otoño. Pero aqui y ahora, en aquel trópico, atravesado por el dolor y la pasión, la tradición quiere que cuente los cuentos del amor. Los Cuentos del Espíritu... para pensar y para amar mejor...


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CUENTOS DEL ESPÍRITU 1 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 00’ 50’’ RESUMO: Hay

cuentos para cada momento (...) http://br.youtube.com/watch?v=d_sRjY8DBC8

CUENTOS DEL ESPÍRITU 2 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 00’ 42’’ RESUMO: (... ) cuentos para cada estación:

los cálidos cuentos para el largo invierno (...) http://br.youtube.com/watch?v=g3H9BCVph-k&feature=related CUENTOS DEL ESPÍRITU 3 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 01’ 30’’ RESUMO: (...) cuentos azules, rojos, verdes y violetas para la primavera,

el verano trae adivinanzas, bromas y chistes

http://br.youtube.com/watch?v=oRdKPxfsjUk&feature=channel CUENTOS DEL ESPÍRITU 4 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 01’ 05’’ RESUMO: (...) y las grandes epopeyas se cuentan en otoño.

Pero aqui y ahora (...) http://br.youtube.com/watch?v=ql45wxfDipg&feature=channel CUENTOS DEL ESPÍRITU 5 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 01’ 20’’ RESUMO: (...) en aquel trópico, atravesado por el dolor y la pasión (...) http://br.youtube.com/watch?v=4gfmMY5Ih7c&feature=channel CUENTOS DEL ESPÍRITU 6 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 00’ 41’’ RESUMO: (...) la tradición quiere que cuente

los cuentos del amor (...) http://br.youtube.com/watch?v=6C7gA2y9WiM&feature=channel CUENTOS DEL ESPÍRITU 7 (Nicolás Buenaventura Vidal) Duração: 00’ 23’’ RESUMO: (...) Los Cuentos del Espíritu...

para pensar y para amar mejor...

http://br.youtube.com/watch?v=Oa10Q_9UZxU&NR=1


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7. 8 FOTOS DO ESPECTÁCULO

Cortesia de Nelson Cardenas

Foto 1 – O contador, actor e encenador Nicolás Buenaventura Vidal

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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 2: Detalhe da cenografia do espectáculo Los Cuentos del Espíritu


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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 3: Silhueta de los tres pretendientes


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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 4: Silhueta de Tan Hermoso y Rosalba

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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 5: Silhueta de Tamarindo


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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 6: Silhueta da muchacha de palabra


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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 7: Silhueta de el comerciante y la serpiente


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Cortesia de Nicolás Buenaventura Vidal

Foto 8: Silheta das cabezas invertidas


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8. BIBLIOGRAFIA DENNING, Stephen. (2007). O Poder das Narrativas nas Organizações: O Guia para Líderes sobre o uso da Técnica das Narrativas. Tradução de “The Leader’s Guide to Storytelling”, por Ricardo Bastos Vieira. Rio de Janeiro: Editora Campus. Acedido em 24 de Fevereiro de 2008: http://www.campus.com.br/script/CpsDetalhe.asp?pStrCodSessao=41BF1303-8ABC-4E60-B6B0B6AA587E39E8&pIntCodProduto=101341&pStrArea=0&pStrLancFuturo=False DIBO, Monalisa. (2006). “Mandala: Um Estudo na obra de C. G. Jung”. Último Andar, (15), 109-120, Dezembro, São Paulo. Acedido em 24 de Fevereiro de 2008: http://209.85.229.132/search?q=cache:50tO0Jlx4DoJ:www.pucsp.br/ultimoandar/download/UA_15_ artigo_mandala.pdf+Mandala:+Um+Estudo+na+obra+de+C.+G.+Jung&hl=ptPT&ct=clnk&cd=1&gl=pt&client=firefox-a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. (Vários autores). (2000). Atlas da Literatura. Lisboa: Última Página. Ver os seguintes artigos no capítulo «LITERATURAS DA VOZ», p. 68-121: • «Literatura oral», por Paul ZUMTHOR, p. 70-71; • «A expressão vocal – Voz e expressão», por Corrado BOLAGNA, p. 72-74; • «A expressão vocal – Os simbolismos da palavra», por Corrado BOLAGNA, p. 74-77; • «A expressão vocal – A voz e o sagrado», por Charles MALAMOUD, p. 78-79; • «A expressão vocal – Os intérpretes», por Corrado BOLAGNA, p. 80-83; • «A expressão vocal – Literatura oral e teatralidade», por Corrado BOLAGNA, p. 84-85; • «As tradições orais – Oralidade e memória colectiva», por Jacques DOURNES, p. 86-89; • «As tradições orais – A África – Zonas culturais e grandes tradições orais», por Pierre ALEXANDRE, p. 90-94; • «As tradições orais – A África – Formas técnicas», por Pierre ALEXANDRE, p. 94-95; • «As tradições orais – A Índia», por Charles MALAMOUD, p. 96-97; • «As tradições orais – O Sudeste Asiático», por Jacques DOURNES e Nicole REVEL, p. 98-103; • «A voz no mundo contemporâneo – O folclore – A invenção de uma palavra», por Jean CUISENIER, p. 104-106; • «A voz no mundo contemporâneo – O folclore – Formas e funcionamento», por Jean CUISENIER, p. 106-107; • «A voz no mundo contemporâneo – Literatura oral e criação literária», por Jean CUISENIER, p. 108-109; • «A voz no mundo contemporâneo – Declamações e leituras públicas», por Jacques VASSAL, p. 110-111; • «A voz no mundo contemporâneo – A literatura na era dos meios de informação», por Jacques VASSAL, p. 112-113; • «A voz no mundo contemporâneo – A poesia sonora», por Henri CHOPIN, p. 114-115; • «O teatro: uma arte da representação – A teatralidade», por Robert ABIRACHED, p. 116-117; • «O teatro: uma arte da representação – A tradição europeia», por Robert ABIRACHED, p. 118-119; • «O teatro: uma arte da representação – A tradição oriental», por Robert ABIRACHED, p. 120121. JEAN, Georges. (2000). A Leitura em Voz Alta. Tradução de “La Lecture à Haute Voix” por Isabel Andrade. Lisboa: Instituto Piaget. Acedido em 24 de Fevereiro de 2008: http://www.ipiageteditora.com/catalogo/detalhes_produto.php?id=873 MACHADO, Regina e MONFORTE, Luiz (Ilustrações). (2004). Acordais: Fundamentos Teóricopoéticos da Arte de Contar Histórias. São Paulo: Difusão Cultural do Livro. Acedido em 24 de Fevereiro de 2008: http://www.editoradcl.com.br/


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9. CDáudio MARTINS, Amílcar (Voz) e FIRMINO, Joaquim (Sonoplastia). (2004). Voz e Dicção. Lisboa: Universidade Aberta. 54’16’’ (Distribuição restrita a cursos da Universidade Aberta).

10. CDrom PAIS, Carlos Castilho (Coordenação) e MARTINS, Amílcar (Voz). Histórias Tradicionais em Língua Portuguesa. Lisboa: Universidade Aberta. (No prelo).

11. DVD MARTINS, Amílcar (Autor), ANTUNES, Elisa (Realizadora) e RIBEIRO, Teresa (Tecnóloga). (2008). Arte e Educação: A Magia da Palavra. Lisboa: Universidade Aberta. 40’

12. INTERNET Site da Universidade Aberta – Mestrado em Gestão de Informação e Bibliotecas Escolares – Seminário sobre Animação de Bibliotecas. Acedido em 19 de Agosto de 2007: http://www.moodle.univab.pt/moodle/course/view.php?id=402 Site La Casa de los Cuentos. Acedido em 19 de Agosto de 2007: http://www.lacasadeloscuentos.info/mod-pagesetter-viewpub-tid-1-pid-243.phtml Youtube: Canal de Amílcar Martins sobre Arte e Educação e Contadores de Histórias. Acedido em 3 de Janeiro de 2009: http://br.youtube.com/user/amilcarmartins1 Canal de Amílcar Martins sobre Teatro e Educação. Acedido em 3 de Janeiro de 2009: http://br.youtube.com/user/lucialibelula


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