PÁTIOS URBANOS ou a Grandeza Revisitada
A partir de uma breve observação da conformação morfológica do bairro da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é possível apreender situações suas ordinárias e extraordinárias. A granulometria das construções se repete continuamente, de forma medianamente ordenada, pautada pela expansão ferroviária. Tendo essa conformação como lógica predominante e estruturante de um bairro suburbano, interessamo-nos pelas atipicidades observadas, sendo elas: Linha ferroviária, uma garagem de ônibus e Parque Ary Barroso. Estas 3 situações atípicas, pelo excesso de muros opacos que criam no interstício com a cidade, agudizam a falta de relações urbanas que um bairro majoritariamente residencial costuma ter, ao invés de revertê-las. A escala metropolitana e quando não, a grande escala que esses recortes se colocam, ao encontrar a escala local, não provocam fricções. Elas apenas existem. Quando muito, coexistem. O seu subtexto é o foda-se o contexto.
G5 ANTONIO MACHADO CLARA EBERT GABRIEL NIGRI LARISSA MONTEIRO 2019.2
PÁTIOS URBANOS
ou a Grandeza Revisitada 01_ Para além de uma determinada massa crítica, um edifício torna-se um Grande Edifício. E por isso, deve ser controlado por um gesto arquitetônico primário, articulado com uma combinação de pequenos gestos arquitetônicos. Esta condição desperta a autonomia de suas partes, que possibilita um esforço de fragmentação: as partes podem ou não permanecer ligadas ao todo. 02_ A rampa - com seu potencial para estabelecer relações urbanas em vez de arquitetônicas - e a sua família de intenções relacionais enfraquecem e esvaziam o repertório tecnológico na arquitetura. Questões de composição, escala, proporção e pormenor materializam-se não mais no todo, mas no detalhe. Na Grandeza, a arte da arquitetura se evidencia de forma sutil.
A partir de uma rápida observação da conformação morfológica do bairro da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é possível apreender suas situações ordinárias e extraordinárias. A granulometria das construções se repete continuamente, de forma medianamente ordenada, pautada pela expansão ferroviária. Tendo essa conformação como lógica predominante e estruturante de um suburbano majoritariamente residencial, interessamo-nos pelas atipicidades morfológicas observadas, sendo elas: Linha ferroviária, uma garagem de ônibus e Parque Ary Barroso.
03_ Com a Grandeza, a distância entre o centro e o invólucro é condicionada por relações urbanas em que a fachada revela mais do exterior que do interior. A exigência humanista de <<honestidade>> está condenada: as arquiteturas do interior e do exterior tornam-se projetos separados, uma confrontando-se com a efemeridade das necessidades e flutuações programáticas, a outra - agente da cidade - oferecendo à ela aparente estabilidade de um objeto. Onde a arquitetura revela, a Grandeza compõe; a Grandeza transforma a cidade, que era uma soma de certezas e passa a ser uma acumulação de mistérios. O que vemos já não é o que nos mostraram.
04_ Através do tamanho, esse edifício entra num domínio moral, para lá do bem e do mal. O seu impacEstas 3 situações atípicas agudizam a falta de relações to é dependente da invisível capacidade de articulação. urbanas que um bairro de pouca diversidade morfológica costuma ter, ao invés de revertê-las. A escala 05_ Em conjunto, todas estas rupturas - com a esmetropolitana e quando não esta, mas ainda a grande cala, com a composição arquitetônica, com a tradição, escala que esses recortes se colocam, ao encontrar a escom a transparência, com a ética - implicam a final e cala local, não provocam fricções. mais radical ruptura: a Grandeza é o próprio tecido urElas apenas existem. bano. Quando muito, coexistem. Coexiste; e mais que isso, reordena. O seu subtexto é o foda-se o contexto. Na sua constituição, é o próprio contexto.
É, portanto, é a partir de atributos presentes no recorte e seguindo as diretrizes dos 5 teoremas que o projeto se materializa: A memória dos trilhos: Entendendo o percurso ocioso da linha do trem onde ela se encontra com a trama, o muro é recuado criando uma nova rua peatonal. Esta, recebe muros perpendiculares entre-lotes e nova vegetação, gerando jardins. A vegetação visa recobrar a memória e presença do parque Ary Barroso para os moradores do outro lado da Penha. O espaço simbólico onde a maria-fumaça fazia a volta, espaço esse que permitiu o não loteamento e sim um amplo espaço que hoje serve à garagem de ônibus, foi retomado para a cidade. Para que esse espaço seja reafirmado, um
grande círculo habitado é construído em volta, materializando sua presença. A terceira intervenção parte da lógica inversa com a mesma intenção de quebrar a dicotomia entre espaços livres e edificados: um pórtico habitado gera uma fachada urbana para o parque, inutilizando a função do muro e amenizando a transição urbano-bucólico. PLANTA RUA ALTA
CORTE CIRCULAR
BIOMBOS CONJUNTO DE CASAS REALOCADAS
EDIFÍCIO EXISTENTE
ESTAÇÃO DE TREM
ESCOLA REALOCADA
RUA DESLOCADA
CORTE A
ESTAÇÃO DE BRT CALÇADA ALTA
PEÇA TOPOGRÁFICA RUA ALTA HABITAÇÕES
2019.2
AI2B
G5
BF2_1 de 2
CLARA EBERT GABRIEL NIGRI LARISSA MONTEIRO DIEGO PORTAS _ FABIANA IZAGA _ MARIA PAULA ALBERNAZ _ SERGIO FAGERLANDE
DIAGRAMA ABSTRATO DO PRIMEIRO EXEMPLO G PARA COLAGEM
DIAGRAMA ABSTRATO DO SEGUNDO EXEMPLO P PARA COLAGEM
ANTïNIO MACHADO
PROFESSORES
FAU UFRJ
CORTE B
DIAGRAMA ABSTRATO DO SEGUNDO EXEMPLO G PARA COLAGEM
ESCOLA DE NANTES
ANTI-PARQUE
CEMITƒRIO DE SAN CATALDO
STOP CITY
LACATON E VASSAL
BRANCA LEIBOVICH
ALDO ROSSI
DOGMA
NANTES, FRAN‚A
CAIO GUARANç
MODENA, ITçLIA
2009
2018.1
1
2007
PLANTA TÉRREO - PEÇA TOPOGRÁFICA
Elevadores Carros Acesso de Moradores - Rua Alta Empena Vertical Estação de trem Mercado
PLANTA HABITAÇÕES
Circulação para a calçada: escadas acopladas nos pilares existentes do viaduto.
2019.2
Biombos: O que antes eram fundos agora é frente... Os biombos fazem a mediação entre fachada mais íntima e circulação aberta. Podem ainda ser fechados coletivamente, gerando pequenas vilas.
AI2B
G5
BF2_2 de 2 ANTïNIO MACHADO CLARA EBERT GABRIEL NIGRI LARISSA MONTEIRO
PROFESSORES
FAU UFRJ
Casas realocadas: Criam um novo acesso e uma nova frente para o pátio urbano.
DIEGO PORTAS _ FABIANA IZAGA _ MARIA PAULA ALBERNAZ _ SERGIO FAGERLANDE
DIAGRAMA ABSTRATO DO PRIMEIRO EXEMPLO P PARA COLAGEM
DIAGRAMA ABSTRATO DO SEGUNDO EXEMPLO P PARA COLAGEM O CULTIVO
CIDADE ALTA HIGH LINE PARK
ORFANATO
NOVA IORQUE, EUA
JESSICA NILO, ISADORA TEBALDI, LOAN TAMMELA, ERIC MAIWORM
AMSTERDAM, HOLANDA
FELIPE FERNANDES, HUGO LOPES, JULIA CARREIRO NATçLIA CORREA
2009
2017.1
1960
2016.2
DILLER + SCOFIDIO
ALDO VAN EYCK