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AGRUPAMENTO DE E S C O L A S DE V A LDEVEZ



Arcos de Valdevez é uma bonita vila situada num vale, entre lindas montanhas, onde a natureza é muito feliz. Corre sem parar, cheio de alegria e boa disposição, o cristalino Rio Vez que, por sinal, é bastante curioso, pois como está sempre a correr, tem dificuldades em memorizar as coisas que vê. Desde que nasce, na Serra de Soajo, num local conhecido por Seida ou Lamas do Vez, até se juntar ao seu amigo rio Lima, questiona tudo e todos. Até as suas amigas trutas, que gostam de nadar nas suas águas, não escapam à sua curiosidade. Certo dia, junto às suas margens, ouviu alguns meninos falar sobre o termo História e questionou-se: - História!? O que é isso? Vou perguntar à minha amiga ponte românica que nasceu no século XIX e tem ar de quem detém um grande conhecimento. - Ó Ponte, tu que tens tanta sabedoria diz-me lá o que é a História? A ponte ficou um pouco surpreendida com a pergunta do rio. Depois de refletir disse-lhe:



- Ora, História significa o conhecimento através da investigação, ou seja, é uma ciência que investiga como viviam os nossos antepassados e também o passado do meio local, tendo como referência a época, um povo, um lugar ou indivíduo. Eu faço parte dessa História. Os arcuenses iniciaram a minha construção em 1876 e concluíram-me passados quatro anos. Esta construção sobre o rio Vez fez com que houvesse a ligação das duas margens da vila de Arcos de Valdevez, contudo sou substituta na íntegra de uma ponte românica aí existente. - Ah! Nunca tinha pensado nisso. Já agora sabes o que

representam as esculturas dos cavalos sem pernas aqui na minha margem direita?- perguntou o rio. - Estas esculturas significam o “ Recontro”, ou seja, o exército de D. Afonso Henriques que representa o condado Portucalense e o do seu primo Afonso VII de Leão a representar Leão e Castela competiram num bafordo (luta tradicional da cavalaria medieval

onde

se

evidencia a

destreza

dos

cavaleiros). Neste “Recontro” sagrou-se vencedor o condado Portucalense, por isso é que está aqui a sua representação. - Esta vila tem muita História! Será que aquele castelo que avisto à minha margem esquerda faz parte do passado? -

questionou o rio, muito curioso.



- Sim faz parte da História, mas eu não sei muita coisa sobre ele. Vai-lhe fazer uma visita e pergunta-lhe pessoalmente. – diz a ponte entusiasmada para o Vez. Velozmente chegou à beira do castelo e interrogou-o: - Olá castelo, a ponte contou-me que fazes parte da História arcuense. Gostava de conhecer o teu passado. - Mas quem és tu afinal? – perguntou com muito interesse. - Sou o maravilhoso rio Vez, que corre pela linda vila de Arcos de Valdevez. - Ah! Vejo-te todos os dias, mas não sabia quem eras. Claro que te conto o meu passado, mas eu não sou castelo, sou o grande Paço de Giela! – exclamou orgulhosamente. - Desculpa lá pela confusão. Vá lá conta-me a tua história por favor, por favor, por favor… - repetiu ansiosamente. - Tudo começou com uma torre mais pequena e um muro. Passado uns séculos tive muitas mudanças de “look”, até que os espanhóis me destruíram numa guerra. Aí fui reconstruído e colocaram-me a torre que tenho agora. Nos dias de hoje torneime museu e estou aberto a quem me quiser conhecer melhor. - Porque é que não és um castelo? - Porque não fui habitado por uma família real, mas sim por uma família rica, os Lima.



- As coisas que tu sabes, meu amigo! - E tu, o que me contas?- questionou o Paço de Giela. - Eu sou o rio Vez e sou o principal afluente do rio Lima, que corre pela sua margem direita. Sobre mim, podem encontrar numerosas pontes, entre as quais existem algumas com importância histórica, como por exemplo a ponte Medieval de Vilela. - Eu não a conheço! - Vem daí, eu apresento-ta. A ponte Medieval de Vilela é uma ponte românica que faz ligação entre Vilela e Aboim das Choças. Se bem me lembro, foi construída no século XIII, embora não tenha a certeza, pois já lá vai muito tempo. Em 1662, durante a guerra da Restauração, o exército invasor de D. Baltasar de Roxas Panto, quando se apercebeu que não atingiria Braga ou Ponte de Lima, decidiu atravessá-la em retirada.



O rio Vez continuou a sua viagem, todo orgulhoso e entusiasmado por contar a História de vários monumentos, da linda e hospitaleira vila de Arcos de Valdevez. Certo dia, quando descia pelo seu leito chegou à lindíssima praia fluvial da Valeta. Estava um dia muito quente.

Crianças e adultos refrescavam-se nas suas águas límpidas e cristalinas. Um pato Bravo, que estava a nadar, perguntou-lhe: - Amigo rio Vez, tu que sabes tudo, podes dizer-me como se chama a igreja que vemos ali, na tua margem direita? - É a igreja do Espírito Santo. É um exemplar de arquitetura religiosa, no estilo Maneirista, com exterior reformado no século XIX, segundo o modelo de sobriedade Neoclássico. – disse o rio Vez. - Tu sabes tudo! Onde está ela localizada? - No Jardim dos Centenários. - A sua torre é muito bela! – exclamou o pato Bravo. - A torre sineira, foi construída entre os anos de 1724 e de 1727 pelo Mestre Domingos Matias e a Capela-mor foi ampliada em 1746. A atual fachada foi reformada durante o século XIX. - Esta vila está repleta de História e tradições. – afirmou o pato Bravo. - Digo-te mais… esta igreja, encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público. – retorquiu o rio Vez. E assim, o rio Vez continuou a sua viagem…



Ele corria sem pressa, com as suas águas límpidas e cristalinas, deliciando-se com a bela paisagem. De repente, na sua margem direita viu um lindo edifício e ficou espantado com a multidão de crianças que brincava e ria, em grande algazarra, ao cimo das escadas. - Olá rio! O que estás a observar tão atentamente que até parece que as tuas águas estão paradas? – perguntou uma Menina que caminhava na ecovia. - Menina diz-me que edifício é aquele tão bonito e amarelo e o que estão lá a fazer tantos meninos? - Ah! Não sabes? É a casa do Terreiro. É uma casa senhorial, apalaçada, setecentista com alterações novecentistas. - explicou a Menina. - Que casa maravilhosa! Como eu gostava de a visitar! Conta mais, estou curioso. – pediu o rio Vez, com o sol refletido nas suas águas. Então, a Menina contou-lhe que a Casa do Terreiro é um edifício com dois pisos, com nove portadas com varandas de ferro e que a fachada principal está virada para o Jardim dos

Centenários. A porta principal é encimada pela pedra de armas dos Araújos, Azevedos, Gamas e Vasconcelos, apresentando uma decoração rococó simplificada. - Mas, Menina, ainda não me contaste o que estão lá a fazer tantas crianças! - É que agora a Casa do Terreiro é a Casa das Artes, onde funciona a Biblioteca Municipal, o cinema e onde se realizam exposições, conferências, concertos, espetáculos… e

todos os anos se realiza a festa de Natal para todas as crianças. Os meninos são da minha escola e viemos visitar a Casa das Artes. – afirmou a Menina. - O interior parece interessante! Consigo ver um bocadinho do teto por aquela janela aberta. – comentou o rio Vez, alongando o olhar. - A Casa das Artes por dentro é linda! Há quatro salões, do andar nobre, que se destacam, três com tetos pintados e outro com talha dourada, e o mobiliário tipo “Versalhes”. Foi classificada em 1982 como Imóvel de Interesse Público – afirmou a Menina. - Esta vila tem monumentos muito importantes! Mas, agora



Ao seguir para o rio Lima, deu conta que tinha um companheiro

águas correm na Reserva Mundial da Biosfera.

de viagem e de aventura. Era a truta Fário, que se dispôs logo a

- Pois, pois! – proferiu a truta Fário – Até já ouvi dizer que vão

conversar com ele. Ela contou-lhe que não era o único ser vivo

“construir” em tua honra um Museu da Água , em sistema open

que habitava nas suas águas, pois nelas também havia barbos,

museum.

bogas, enguias, escalos, lampreias, parjorcas e trutas mariscas. - Ouve lá, truta Fário, porque me contas tudo isso? E porque

me segues? – perguntou o rio Vez. - Ora porque gosto de partilhar os meus conhecimentos, mas também quero aprender contigo! – retorquiu a truta Fário. - Então, conta lá, o que sabes tu?! – inquiriu o rio Vez. - Olha, eu venho desde o Vale Glaciar e, nas minhas aventuras pelas tuas águas, passo pelo Parque Nacional da

Peneda/Gerês, que é único no país, passo por pontilhões antigos, pesqueiras, moinhos, engenhos de água e também me cruzo com alguns pescadores. - E não tens medo deles? – perguntou o rio Vez. Aqui, a truta Fário explicou que, hoje em dia, há cada vez mais pesca sem morte, isto é, o pescador pesca o peixe, mas depois devolve-o à água. - Pois é, pois é! Sabias que nas minhas águas também se fazem muitas provas desportivas? Até já se realizou um Campeonato do Mundo de Pesca! – disse o rio Vez. - Como tu és importante! – exclamou a truta Fário. - Ah, pois sou! – disse o rio Vez, todo orgulhoso – Afinal, eu sou um dos rios menos poluídos da Europa e as minhas

A conversa estava tão animada, que, quando deram conta, já se encontravam perto do rio Lima. Então, a truta Fário despediu-se

do rio Vez, que seguiu o seu curso e juntou-se às águas do rio Lima. Por seu lado a truta Fário regressou ao seu habitat natural, ou seja, regressou às águas límpidas do rio Vez e contou às suas amigas e amigos tudo aquilo que aprendera com o rio Vez.


FICHA TÉCNICA 1ª Edição, Junho de 2016 Agrupamento de Escolas de Valdevez Rua Dr. Joaquim Carlos da Cunha Cerqueira – APT. 110 4970-952

Arcos de Valdevez

Tel: 258 510 320 Fax: 258 522 372 E-mail: secretaria@aev.edu.pt http://www.aev.edu.pt Coordenação: Ana Maria Bragança, Anabela Lobato, Anabela Ventura, Carina Fernandes, Jorge Coelho, José Rui Sá, Ligea Pereira, Luís Pedro Bragança, Margarida Lima, Maria Armanda Sousa, Maria de Fátima Gomes, Maria de Fátima Rodrigues, Maria Delfina Fernandes, Maria Idalina Castro, Mário Morais e Nuno Silva. Participantes: Alunos do 4ºA; Alunos do 4ºB; Alunos do 4ºC; Alunos do 4ºD; Alunos do 4ºE; Alunos do 4ºF e Alunos do 4ºG.

Colaboradores: Coordenação do 1ºCiclo do Agrupamento de Escolas Valdevez Agradecimentos: A todos que tornaram esta edição possível. Impressão: GRAFIARCOS – Artes Gráficas, Lda.


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