A pichação como manifestação urbana ganha, no Brasil, proporções mais incisivas a partir do período da ditadura militar, mas é na década de 1980 que ela adentra as periferias dos centros urbanos, se consolidando como uma cultura política protagonizada por jovens das periferias das grandes metrópoles do país. Atualmente em São Paulo as pichações são alvo das políticas públicas higienistas da administração do governo do prefeito João Dória. Pode-se pensar que nesses tempos de maturação e escalada do neoliberalismo, representados por uma burguesia empresarial ascendendo no poder, tais políticas públicas, construídas sob interesses privados, configuram estratégias do capital para tentar silenciar o grito dos sujeitos espoliados pela estrutura desigual do capitalismo.