Toda a Cidade No Chiado

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viver CENOGRAFIAS PERFIS HISTÓRIAS DE VIDA TEXTURAS SINAIS SIMBOLOS PLANOS

URBANIDADE Lugares comuns

DESEJOS

CRIATIVIDADE

CULTURA

PESSOAS

Marginalidades ARQUITECTURAS

Fé MOBILIDADE Matéria ALMA ARTE DENSIDADE GLOBALIDADE Espírito

VONTADES

CONTEMPORANEDADE MEMÓRIA

HISTÓRIA IDENTIDADES

SONS CHEIROS Habitar


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A

S

Toda a Cidade no Chiado Caderno Foto-Grรกfico



Volto a sublinhar: a cidade é o lugar da potencial realização das nossas mais secretas fantasias ou desejos: é o lugar onde confluem as diferentes filosofias, as diferentes angústias, os diferentes medos, as diferentes vocações, as diferentes religiões, as diferentes raças, os diferentes costumes culturais, os diferentes desejos sexuais, as diferentes gerações, as diferentes classes, as diferentes propostas de organizar a vida É o lugar onde construímos as diferentes espacialidades que terão que permitir cumprir esses desejos, equilibrar tão complexo conjunto de diferenças, lutar pela imposição da justiça, lutar pelo próprio conceito de justiça. Pelas razões que pressupõem raciocínios deste tipo, as cidades deverão ser hoje, do meu ponto de vista, encaradas de um modo apaixonado e total e não como uma gestão voluntarista e pequena de reformismos vários, semanas bocejantes e desfastiosas, burocrática listagem de promessas cumpridas, enfadonha obrigação de limpar apressadamente o pó aos livros sem sequer os ter lido.

Graça Dias in Passado Lisboa Presente Lisboa Futuro



A

Cidade

com o , Hist贸ria


E nem pensem em dizer-lhes que por vezes se sucedem cidades diferentes sobre o mesmo chĂŁo e sob o mesmo nome, nascem e morrem sem se terem conhecido, incomunicĂĄveis entre si. Italo Calvino in As Cidades InvisĂ­veis



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…[a cidade é feita] … das relações entre as medidas do seu espaço e os acontecimentos do seu passado. Italo Calvino in As Cidades Invisíveis


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À sua frente, no largo, tem um frade putanheiro que há para cima de três séculos fez versos jocosos e que agora chora diarreia de pombas pela cara abaixo, sentado num pedestal. Chiado é dele que se trata. Ninguém lhe dá atenção, mas o homem, além dos versos, foi imitador de vozes e valdevinos ao desbarato. Diz-se. José Cardoso Pires in Lisboa Livro de Bordo



As cidades têm alma, muitas. E as almas não ardem. Álvaro Siza Vieira

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Mas a cidade não conta com o seu passado, contém-no como as linhas da mão, escrito nas esquinas das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, nas antenas dos pára--raios, nos postes das bandeiras, cada segmento marcado por sua vez de arranhões, riscos, cortes e entalhes. Italo Calvino in As Cidades Invisíveis

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A cidade como

fĂŠ









...E fica um homem E talvez

perfeito,

um

santo que

se pode por no

altar. Padre Ant贸nio Vieira











Uma das maiores excelências das Escrituras divinas é não haver nelas nem palavra, nem sílaba, nem ainda uma letra que seja supérflua ou careça de mistério. Padre António Vieira in Carta ao Padre Francisco Soares



a cidade

como

consumo






I Shop, therefore I Am. Barbara Kruger








Talvez o inicio do sĂŠculo XXI serĂĄ relembrado como o ponto onde o Urbano nĂŁo pode mais ser entendido sem o consumo. Rem Koolhas in Harvard Design School Guide to Shopping


A cidade aparece-nos como um todo em que nenhum desejo se perde e de que nós fazemos parte, e como ela goza tudo de que nós não gozamos, só nos resta habitar este desejo e satisfazermo-nos com ele. Italo Calvino in As Cidades Invisíveis



A cidade como

lisboa







Ă“ sino da minha aldeia, Dolente na tarde calma, Cada tua badalada Soa dentro da minha alma Fernando Pessoa








As Cidades, como os sonhos, sao feitas de desejos e medos. Italo Calvino in As Cidades InvisĂ­veis



O olhar percorre as ruas como páginas escritas: a cidade diz tudo o que devemos pensar, faz- -nos repetir o seu discurso… Italo Calvino in As Cidades Invisíveis




Para se ver o mundo só há dois píncaros: o Himalaia e o Chiado. Guerra Junqueiro





Fernando Pessoa está sentado à chuva na esplanada da Brasileira. Dentro do café está o Almada. Ou esteve. José Cardoso Pires in Lisboa Livro de Bordo






no fundo, , nós somos

todos

fadistas

Eça de Queirós








A cidade é redundante: repete-se para que haja qualquer coisa que se fixe na mente. A memória é redundante: repete os sinais para que a cidade comece a existir. Italo Calvino in As Cidades Invisíveis





É possível definir Lisboa como um símbolo. (…) Mas mais do que as cidades, é sempre um bairro ou um lugar que caracterizam essa definição e a fidelidade tantas vezes inconsciente que lhe dedicamos. O Chiado, neste caso. José Cardoso Pires in Lisboa Livro de Bordo



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H S

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M

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Fotografias actuais: Ana Filipa Leite Fotografias com *: Arquivo Fotogrรกfico Municipal

Faculdade de Belas Artes Universidade de Lisboa Ana Filipa Leite | 4759 Junho 2010

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