A informação entre 0 e 1

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a informação entre 0 e 1 CIP: centro público de informação

ana karla olimpio pereira

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TGI II 01010000 01010011 01010101 01000001 01001001 00001010 01010011 00100000 01010101 01000011



Agradecimentos Agradeço a todos que me auxiliaram nesse trabalho, mesmo que apenas com uma palavra de incentivo. A todos os meus professores e especialmente a Paulo Fujioka, Paulos Castral e Miguel Buzzar e a todos os funcionários do IAU. Aos meus pais João e Conceição, as minhas irmãs Aline e Alais; meus amigos em especial Dy Vichesi e Stéfanie Sabbag, André e Luciana Delfino e sobretudo a Deus e ao André por todos os dias.



... A arte ao contrário (da linguagem), não pode servir de meros signos, ela deve pelo contrário fornecer aos significados uma presença sensível correspondente. ... Mas ao mesmo tempo uma obra que deve manifestar um significado universal para os outros não existe para nenhuma outra finalidade sendo a de expressar um si mesma este superior, e por conseguinte é um símbolo autônomo de um pensamento pura e simplesmente essencial, válido universalmente existente por causa de si mesma, mesmo que também seja inaudível para os espíritos.

A arquitetura, Hegel pag 100

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INVESTIGAÇÃO

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O ser humano tem necessidade do simbólico, desde os tempos mais remotos resignificamos gestos e objetos para traduzir o abstrato e o sublime, a arquitetura não foge a essa chave e embora possua linguagem própria. As inquietações que impulsionam esse trabalho giram em torno disso, buscando na linguagem arquitetonica e estética algo que remeta a essência simbólica de programa milenar mas que se transforma na mesma velocidade em que as pessoas se comunicam, um espaço destinado a proteger e distribuir a informação e no limite do argumento, o conhecimento; o lugar que ao mesmo tempo distribui e retém, que dispersa e concentra. O espaço que contém a informação entre 0 e 1.


Pré-TGI: o inicio da busca pelo objeto O objeto de pré-tgi teve papel importante na escolha dos elementos a serem trabalhados, pois contempla questões que já eram motivo de inquietação, sendo assim é natural que esses temas reapareçam nas escolhas e proposições de projeto.

Imagem 1: Prancha objeto final de Pré TGI

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Feitas essas considerações e analisando o trecho da obra de Hegel retirado do capitulo referente a arquitetura em seus cadernos de estética, é possível afirmar que o autor reforça o papel da arquitetura como expressão artística. Uma vez que a coloca como algo que possui uma linguagem própria e que é capaz de traduzir o abstrato - ideias, conceitos, sensações, etc - em elementos concretos, mesmo que esses não sejam facilmente lidos por todos. Essa leitura possibilitou a criação de um primeiro universo projetual, porém o caminho de desenvolvimento a partir dele tornou-se infrutífero devido a escolha do programa que restringia as possibilidades de projeto.


Imagem 2: Primeira prancha de Universo Projetual

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Novo Universo Projetual


Como o desenvolvimento da primeira linha de projeto não apresentou resultado satisfatório foi necessário que o processo fosse abordado do início novamente. Isso trouxe a discussão outros olhares e novas questões de como abordar o simbólico na arquitetura. O recomeço permitiu que o objeto de projeto, agora com uma ideia com programa definido, fosse lido de outra forma o que trouxe além de novas perspectivas novas referencias. Sendo assim, um novo painel de universo projetual foi elaborado, porém agora fazendo o processo inverso na análise das referências. Ou seja, extraindo das obras os elementos arquitetônicos utilizados na elaboração dos projetos em questão para traduzir o caráter simbólico desse programa milenar que é a biblioteca, cuja "essência" e a de guardar a informação, em última estância o saber. Embora bastante interessante, mesmo que um pouco romântica interpretação da biblioteca; não contemplava a nova relação do homem com o conhecimento, onde todos estamos conectados full time seja por dispositivos móveis ou pela informação que nos chega por todos os lados. A relação do homem contemporâneo com a informação é etérea, pois essa não está mais atrelada a uma forma ou objeto material. Sendo assim o espaço dedicado a esse fim deve levar em consideração as múltiplas possibilidades.

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As bibliotecas foram por séculos exclusivo local onde os livros e pergaminhos eram armazenados, o único meio de guardar informações de forma documental, esse uso conferiu as edificação um forte valor simbólico que foi traduzido em elementos arquitetônicos das mais diversas formas. Dentre elas é possível destacar: iluminação, além de extremamente necessária nesse programa e também remete a metáfora do conhecimento a iluminação, o século xvi período de abertura e redescobrimento das bibliotecas ficou conhecido como "século das luzes". O pé-direito elevado e o mezanino que são maneiras de abordar a sensação de amplitude e pequenez do ser humano frente a todo conhecimento acumulado ao longo da história valor que também está associado a monumentalidade que é denotada a essas edificações, finalmente a forma circular que é menos recorrente que as demais formas, mas possui valor simbólico ao associa-lá a forma circular e ascendente com a qual o saber é consolidado. O saber sempre foi armazenado por dois meios, sonoro com a tradição oral/musical e visual com livros, imagens e esculturas; outras manifestações só puderam ser guardadas a partir do séculos xix e xx e na verdade são apenas combinaram essas duas formas. Atualmente as informações são guardadas de várias formas e transmitidas em tempo real independente da distância, então essa proposta de edificação possui a essência da biblioteca, porem sem o ser, é um equipamento dedicado a armazenar e disponibilizar o conhecimento em suas formas e características atuais e tendo como disparado de projeto a questão simbólica que envolve o tema.

Texto do segundo universo projetual


Imagem 3: Nova prancha de Universo Projetual

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O processo de investigação passou desde as análises que deram origem ao segundo universo projetual e também as primeiras propostas elaboradas. Novas referencias e a escolha do espaço da cidade para a implantação desse equipamento voltado para as velhas e novas mídias.

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INVESTIGAÇÃO


Phillips Exeter Library, Louis Kahn

Imagem 4.1: Phillips Exeter,

Imagem 4.2: Interior da Phillip Exeter


Midiateca de Sendai Toyo Ito

Imagem 5.1: Maquete midiateca de Sandai

amplitude legibilidade forma circular Iluminação

Imagem 5.2: Interior

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Imagem 6 a 6.3: Biblioteca de Tu Delft

amplitude legibilidade inserção local Iluminação

Tu Delft, Library Mecanoo Architecten


Capitol Hill Library Cutler Anderson Architects Imagem 7.1 a 7.3: Biblioteca de Capitol Hill

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Ações Pojetuais


Monumentalidade = Legibilidade Materiais e forma

Luz/Transparência = acessoa a informação

Iluminação , transparência e acessos

Amplitude = Experiência

Pé direito elevado e espaços amplos

Círculo = troca

Paisagismo , acesso e pilares

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LUGAR

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O lugar quanto espaço livre

A cidade possui diversos espaços livres em áreas de grande adensamento populacional, um recorte desses espaços é o canteiro central da Avenida Grécia. Um resíduo das antigas torres de transmissão de energia que ficavam no local na época a implantação dos bairros periféricos, uma vez que as torres foram postas na fronteira da urbanização existente, é natural que esse espaço tenha se tornado um ponto de junção entre diversos parcelamentos de solo que hoje configuram diferentes bairros. Além disso também é ponto de passagem obrigatória para se chegar aos bairros afastados do centro como Cruzeiro do Sul, Cidade Araci, Antenor Garcia e Jardim Gonzaga. Essas características o tornaram um importante ponto de convergência do transporte. Atualmente esse espaço já não é mais o corredor de torres e sim um grande canteiro de propriedade do Estado e é subtilizado em atividades como campo de provas para exames de carteira de habilitação e estacionamento, mesmo com a implantação de uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA, ainda há muita área disponível para a criação de um grande conjunto de equipamentos públicos. O lugar foi escolhido levando em consideração os pontos já enumerados; quanto a localização dessa quadra especificamente foi devido a pequena praça em frente, espaço que será contaminado pelo uso proposto para a quadra.

Imagem 8.1 e 8.2: Vista área da região , google earth.


Imagem 8.3: Parque Linear , Rua das Torres,

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A região para além dos trilhos é comumente chamada de Vila Prado, uma vez que é a primeira gleba a ser urbanizada na borda da cidade, isso ainda no séc XIX. No início do séc a região inicia um desenvolvimento mais acelerado devido as industrias que se instalaram por ali, como a fábrica de meias da família Sallum e a indústria de refrigeradores Prosdócimo. A área conhecida como grande Vila Prado foi urbanizada nos anos 60, sendo a região das avenidas Grécia e Theodoreto de Camargo desse período. Como já mencionado a área fazia parte do corredor de torres para fios de alta tensão, com a retirada das instalações permaneceram esses corredores; o da Rua Henrique Gregori - apelidada Rua das Torres - hoje abriga um parque linear com ciclovia, ao qual o projeto proposto leva em consideração criando um dialogo com a situação já estabelecida afim de manter a continuidade do espaço público. No recorte de mapa abaixo é possível acompanhar a evolução da região de acordo com o período de urbanização.

Imagem 9: Recorte do mapeamento dos bairros


História do Lugar

.Imagem 10: Urbanização do bairro Redenção, anos 70

A região da Vila Prado é conhecida pelo tradicionalismo, apesar de bastante desenvolvida economicamente contando com duas importantes avenidas de comércio, a Rua Largar e a Avenida Sallum, ainda preserva um forte caráter residencial. Um exemplo disso é a tradicional feira que ocorre no canteiro central da avenida Grécia aos domingos.

Imagem 11.1 e 11.2: Feira nas avenidas Grécia e T de Camargo.

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Desenvolvimento


Croquis

Imagens 12.1 a 12.6: Croquis de processo e maquetes


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Biblioteca Brasiliana Eduardo de Almeida

Novas referĂŞncias

Imagem 13.1 a 13.3: biblioteca Brasiliana


Imagem 14: Jardim calux

Jardim Calux Paulo Mendes da Rocha

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Centro de Informação Publico

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CIP: centro de informação público

Baseado nas ações projetuais o projeto do CIP, busca integrar pessoas por meio do acesso a informação, nele é possível acessar internet, ler revistas em formato digital, ler um bom livro e até mesmo ver uma sessão de cinema e depois sentar com os amigos na lanchonete para um bom papo e antes de ir embora contemplar o pôr do sol no terraço jardim. Pois a arquitetura antes de tudo constrói um espaço que serve ao homem, seja para buscar o sublime quanto para proporcionar contentamento. Sob essa chave, a edificação busca satisfazer seus usuários e também, por meio das escolhas de projeto, tangenciar o simbólico envolvido nesse programa que é bastante especial.


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Implantação

Plantas, Cortes e Elevações


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Biblioteca infantil/Café/ Saída do cinema e Serviços


Centro de mídias

A modulação utilizada é de 7,2x7,2 e seus varios multiplos.


Cinema 01110000

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Corte aa


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Elevação oeste

Elevação sul

Elevação norte

Elevação leste


Perspectivas

Legibilidade

Iluminação

Continuidade visual


Pé direito amplo

Proteção solar

Acessibilidade 01110000

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Bibliografia As imagens de referências foram extraídas dos sites de seus idealizadores, com exceção da Brasiliana, fotos da autora e Jardim Calux abaixo creditado. Jardim Calux, fotos inclusive. http://leonardofinotti.blogspot.com.br/2010/08/mendes-da-rocha-jardim-calux-school.html http://issuu.com/leonardofinotti/docs/07825saobernardodocampobr Vila prado: http://www.revistakappa.com.br/edicoes/saocarlos/edicao_15/ Neves, Ary Pinto Das, 1919-2004. São Carlos na esteira do tempo. Júlio Bruno 1905-1992 (Desenhos). São Paulo ; São Carlos, SP: Imprensa Oficial : EdUFSCar, 2007. 103p Abreu, Jonas Modesto De. Politica, economia e desenvolvimento urbano na cidade de Sao Carlos (1880-1960). Sao Carlos: UFSCar, 2000. 125 p. Mestrado, orientador: Oswaldo Mario Serra Truzzi-UFSCAR. CECH-Centro de Educacao e Ciencias Humanas.. CSo Projeto e referências Neufert, Ernest: Arte de projetar em arquitetura Ernest Neufert. São Paulo Gili 2004, 2008. 618 p. Ching, Francis D. K.: Representação gráfica em arquitetura Francis D. K. Ching ; tradução Luiz A. Meirelles Salgado ; consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição Elvan Silva. Porto Alegre Bookman 2011. Clark, Roger H.: Precedents in architectureRoger H. Clark, Michael Pause. New York Van Nostrand Reinhold c1985. xiii, 224 p.. ; ill. Serra, Josep Ma.: Elementos urbanos, mobiliario y microarquitectura.


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