Caderno TGI 1 REC Ana Karla

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ana karla olimpio pereira

TGI I

a palavra e o sĂ­mbolo



O ser humano tem necessidade do simbólico, desde os tempos mais remotos o homem resignifica gestos e objetos para traduzir o abstrato e o sublime, a arquitetura não foge dessa chave e embora possua linguagem própria. Nesse trabalho, procuro uma forma de linguagem arquitetônica e esté ca que remeta a essência simbólica do programa milenar des nado a proteger e distribuir a informação e o conhecimento, no limite do argumento, a palavra e o símbolo.

Caderno de TGI I Ana Karla Olimpio Pereira


pré-tgi

O objeto de pré-tgi teve papel importante na escolha dos elementos a serem trabalhados, pois contempla questões que já eram mo vo de inquietação, sendo assim é natural que esses temas reapareçam nas escolhas e proposições de projeto.



Conceito: simbólico na arquitetura

... A arte ao contrário (da linguagem), não pode servir de meros signos, ela deve pelo contrário fornecer aos significados uma presença sensível correspondente. ... Mas ao mesmo tempo uma obra que deve manifestar um significado universal para os outros não existe para nenhuma outra finalidade sendo a de expressar um si mesma este superior, e por conseguinte é um símbolo autônomo de um pensamento pura e simplesmente essencial, válido universalmente existente por causa de si mesma, mesmo que também seja inaudível para os espíritos. A arquitetura, Hegel pag 100


Ao analisar esse trecho da obra de Hegel, levando em consideração o capitulo referente a arquitetura em seus cadernos de esté ca, é possível afirmar que o autor reforça o papel da arquitetura como expressão ar s ca. Uma vez que a coloca como algo que possui uma forma de linguagem própria e que é capaz de traduzir o abstrato - ideias, conceitos, sensações, etc - em elementos concretos, mesmo que esses não sejam facilmente lidos por todos. Essa leitura possibilitou a criação de um primeiro universo projetual, porém o caminho de desenvolvimento a par r dele tornou-se infru fero devido a escolha do programa que restringia as possibilidades de projeto. primeira prancha de universo projetual:


Novo desenvolvimento do conceito

Como o desenvolvimento da primeira linha de projeto não apresentou resultado sa sfatório foi necessário que o processo fosse abordado do início novamente. Isso trouxe a discussão outros olhares e novas questões de como abordar o simbólico na arquitetura. O recomeço permi u que o objeto de projeto, agora com uma ideia de programa definida, fosse lido de outra forma o que trouxe novas perspec vas além de novas referencias. Sendo assim, um novo painel de universo projetual foi elaborado, porém agora fazendo o processo inverso na análise das referências. Ou seja, extraindo das obras os elementos arquitetônicos u lizados pelos arquitetos em questão para traduzir o caráter simbólico desse programa milenar que é a biblioteca. Porém ainda faltava algo nessa nova leitura, pois essas relações levantadas não representam o papel atual da biblioteca. Pode-se dizer que a «essência» da biblioteca é o de guardar o conhecimento, entretanto a par r do século xix os livros se tornaram acessíveis a população e do século xx em diante, não apenas o livro mas qualquer forma de objeto não detém a informação, na pós modernidade a informação é etérea no sen do de que não é aprisionada em apenas uma forma material. Essa nova maneira de se relacionar com a informação e por conseqüência do conhecimento deve ser contemplado nesse novo programa que nem mesmo pode ser chamado apenas de biblioteca.



Referencias:

As referências citam exemplos clássicos e modernos e contemporâneo que abordam o tema e que deram origem ao segundo universo projetual, mas também novos projetos que discutem as relações atuais foram acrescidos ao caderno.



Phillips Exeter Library, Louis Kahn



Tu Del , Library. Mecanoo Architecten



Capitol Hill Library, Cutler Anderson Architects



Midiateca de Sendai, Toyo Ito



Sea le Library, Oma



Espaços vagos

A cidade possui diversos espaços livres em áreas de grande adensamento populacional, um recorte desses espaços é o canteiro central da Avenida Grécia. Um resíduo das an gas torres de transmissão de energia que ficavam no local na época a implantação dos bairros periféricos, uma vez que as torres foram postas na fronteira da urbanização existente, é natural que esse espaço tenha se tornado um ponto de junção entre diversos parcelamentos de solo que hoje configuram diferentes bairros. Além disso também é ponto de passagem obrogatória para se chegar aos bairros periféricos da cidade como Cruzeiro do Sul, Cidade Araci, Antenor Garcia e Jardim Gonzaga. Essas caracterís cas o tornaram um importante ponto de convergência do transporte.


Atualmente esse espaço já não é mais o corredor de tores e sim um grande canteiro de propriedade do Estado e é sub lizado em a vidades como campo de provas para exames de carteira de habilitação e estacionamento, mesmo com a implantação de uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA, ainda há muita área disponível para a criação de um grande conjunto de equipamentos públicos.

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Espaços vagos

A área foi escolhida levando em consideração os pontos já enumerados quanto a localização, essa quadra especificamente devido a pequena praça em frente. Espaço que será contaminado pelo uso proposto para a quadra.



monumentalidade = legib

luz/transparê

Ações Projetuais

amplitude = experiência

círc

estrutura = conexões


bilidade

ência = acesso a informação

culo = redes de troca

s


Estrutura

A estrutura reflete as conexões pelas quais as informações são transmi das, nesse caso, por meio de uma maquete conceitual com cabo de rede.



Transparência

As empenas precisam ser translúcidas para refle r o caráter publico da edificação assim como permi r a iluminação natural, entretanto empenas completamente envidraçadas são bastante di ceis em nosso clima, então para contornar esse problema, e manter a relação com o simbólico será adotado um padrão de fachada que remete a redes difusas como seria o padrão de ligação entre as pessoas nas redes sociais.



Legibilidade/Amplitude/circulo

A ideia do circulo e a da amplitude estão bastante próximas, pois a amplitude é criada pela abertura circular nas lajes, que também reforça o caráter publico da grande edificação com mezaninos.


Quanto a legibilidade a escala, tanto ver cal quanto horizontal já destacam a edificação das outras, pois o em torno existem apenas residencias e pequenos comércios de um ou dois pavimentos. Esse carater é reforçado pela implabtação em uma quadra cercada por avenidas e bastante estreia e longa. Por fim prédio se destaca sem in midar o pedestre devido as empenas transparentes,


Programa

Apresento os diagramas para organização do programa. E isso tem origem na biblioteca, porém vai muito além, pois contempla as novas mídias e novas formas de transmissão de informações. Kindle, wi-fi, vídeo, jornal, revistas todas essas mídias possuem lugar nesse espaço. O convívio é es mulado de forma geral mas é intensificado no hall no térreo onde fica o cinema e os primeiros apoios de atendimento. Nos patamares subseqüentes vão misturando-se novas tecnologias a mídias tradicionais, por meio de espaços múl plos onde é possível ler o jornal ou emprestar um kindle para acessar um periódico estrangeiro.



Especulações




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