Em direção à primeira geração livre do HIV: aproximando-se do zero ou dos direitos? Amina Chitemboa, Sophie Dilmitisb, Olive Edwardsc, Carrie Footed, Leasuwanna Griffithse, Svetlana Morozf, Lydia Munghererag, Lillian Mworekoh, Jo Manchesteri, Shari Margolesej, Angelina Namibak, Susan Paxtonl, Gracia Violeta Rossm, Sita Shahin, Susano, Alice Welbournp a
CEO e Fundadora, BME Community Services, Worthing, United Kingdom/Zambia Consultora Independente, Harare, Zimbabwe c Consultora, Greater Involvement of People with HIV/AIDS (GIPA), Comunidade Jamaicana de Mulheres Vivendo com HIV, Kingston, Jamaica d Professora Associada, Sociologia, Indiana University–Purdue University, Indianapolis, USA e Centre for All Families Positive Health, Luton, United Kingdom f Club “Svitanok,” Donetsk, Ukraine g Fundadora, Mama’s Club, Kampala, Uganda h Coordenadora, International Community of Women Living with HIV Eastern Africa, Kampala, Uganda i Consultora Independente, United Kingdom j Women’s College Research Institute, Women and HIV Research Program, Toronto, Canada k Advogada, Pozfem, London, United Kingdom/Kenya l Consultora, Asian Pacific Network of People Living with HIV/AIDS, Melbourne, Australia m Bolivian Network of People Living with HIV/AIDS (RedBol), La Paz, Bolivia n Srijansil Mahila Samuha Women Living with HIV and AIDS Group, Kathmandu, Nepal o London, United Kingdom. (a autora solicitou ser identificada apenas pelo primeiro nome) p Diretora Fundadora, Salamander Trust, London, United Kingdom. Contato: alice@salamandertrust.net b
Nós, as autoras desse comentário, como mulheres soropositivas de várias partes do mundo, temos experiência pessoal com os temas apresentados nesta edição especial da RHM. Parabenizamos esta edição, especialmente pela linguagem de seu título, que explicita uma linguagem de transparência, oportunidade e positividade. É nossa opinião que o trabalho de políticos, profissionais de saúde, doadores e acadêmicos deve incorporar uma visão holística, baseada nos direitos humanos sobre o significado da gravidez, da maternidade e do vírus HIV para mulheres e crianças. Esperamos que os artigos contidos nessa publicação informem essa concertação de forma apropriada. Estamos extremamente preocupadas com o rumo geral que a atual política global tem tomado em relação à gravidez de soropositivas. Medidas
para a prevenção da transmissão vertical do HIV estão intrinsecamente conectadas com a forma como são abordadas a saúde sexual e reprodutiva e os direitos das mulheres vivendo com HIV. Até o momento, poucos gestores parecem entender as implicações dessa conexão. No comentário a seguir, esclarecemos essa problemática, usando como exemplo para o debate o Plano Global para eliminar novas infecções por HIV em crianças até 2015 e manter suas mães vivas. Este plano foi formulado por uma força-tarefa de alto-nível associada a UNAIDS e lançada formalmente em junho de 2011, durante a Assembléia Geral das Nações Unidas sobre HIV/AIDS2. O Plano Global é uma iniciativa central da UNAIDS em resposta à transmissão vertical do HIV e, por isso, estamos preocupadas que venha a influenciar de maneira significativa a elaboração das respostas nacionais ao HIV e à AIDS. O Plano Global disponibiliza um conjunto de metas a serem implementadas no nível nacional e a UNAIDS convoca os Governos a integrá-las a grandes planos de desenvolvimento e saúde, cujas metas e marcos bem definidos, priorizam algumas ques-
http://www.grupocurumim.org.br/site/revista/qsr7.pdf
Doi (artigo original): 10.1016/S0968-8080(12)39638-9
“Pedimos que a cena científica considere as experiências das mulheres: a decisão de ter filhos é uma das mais sagradas, sensíveis e íntimas que uma mulher soropositiva ou em situação de risco tem que tomar”.
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