William
Morris
Ana Rafaela Ferro
iografia William Morris nasceu em Inglaterra em março de 1834 e faleceu em outubro de 1896. Cresceu fora da cidade, numa mansão de arquitetura georgiana, rodeado por igrejas e outras mansões antiquadas. Quando entrou no Exeter College, em Oxford, incluia nas suas leituras história, crónicas e poesia medieval. A escrita fazia parte da sua rotina diária, tendo vindo a escrever inúmeros poemas, histórias de ficção e reflexões filosóficas. Apesar de, nessa altura, ter inteções de ser membro do clero, numa viagem a França decidiu ingressar numa carreira artística. Assim, começou a trabalhar no escritório de arquitetura de G. E. Street. Contudo, a vida de arquiteto revelou-se entediante e até sofucante para Morris. Graças às suas confortáveis condições financeiras, Morris disfrutava do
privilégio de poder seguir as suas ideias e interesses, independentemete da produtividade destes. Assim, o rejeitar da arquitetura levou-o a virar-se para a área da pintura. Apesar de ter despendido uma quantidade significativa de tempo e dedicação em pinturas românticas com elaborado estilo medieval, nunca ficou plenamente satisfeito com o produto final do seu trabalho. Após se ter casado com uma das suas modelos, mandou constuir uma mansão, a Red House, que se tornou um marco na história da arquitetura.
Red House
Quando chegou a altura a mobilar, Morris foi surpreendido pelo estado degradante dos produtos victorianos e do seu design. Foi nesse momento que se desenvolveu realmente o seu interesse por design. Desse modo, dedicou os seguintes anos a desenhar, projetar e supervisionar o fabrico artesanal de mobília, vitrais e tapeçarias para a Red House. Mais tarde, após ter estabelecido uma firma de artes decorativas, Morris revelou ser um brilhante designer de padrões bidimensionais para papéis de parede, têxteis, carpetes e tapeçarias, com padrões de arabescos com formas naturais. Artes medievais e formas botânicas eram a sua inspiração central. Morris considerava que todo o design se deveria basear na natureza, pois esta seria o exemplo perfeito de um design de Deus. Aos seus olhos, o uso de formas naturais seriam remédio espiritual para os baixos padrões de qualidade de arte da época. Morris era defensor de que a arte não deveria ser um luxo exclusivo das classes sociais elevadas, que a expressão mais importante de arte eram as artes decorativas, por se manisfestar em objetos de uso
quotidiano, e que, mesmo com o crescimento da indústria, havia determinadas áreas que tinham particular obrigação de manter o seu nível de excelência. Uma destas áreas era a produção de livros. Os livros que produziu eram tão meticulosamente feitos que nunca se tornaram uma boa fonte de rendimentos. Morris continuou fazê-lo apenas por prazer, todavia, os elevados standards dos seus livros inspiraram o renascimento da imprensa privada na Europa e na América.
“Os seus livros alcançaram um todo harmonioso, e as suas páginas tipográficas eram planeadas e executadas tendo em mente a sua legibilidade.”
“O livro tornou-se uma forma de arte”. - Megg’s History of Graphic Design
William Morris, 1877
Rose 1883 Demonstra os seus minuciosos estudos de botânica e revela a fluência dos deus desenhos.
T
r
e
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O design de Morris para o padrão “Trellis” foi a sua primeira experiência de design para papel de parede, e foi baseado no jardim da Red House. O padrão e as suas ornamentações revelam influências medievais. Os pássaros e insectos foram posteriormente acrescentados por Philip Webb, o arquiteto da Red House. “Trellis” era um dos designs favoritos de Morris e foi usado para decoração do seu quarto na casa que possuia em Londres e onde viveu os seus últimos anos.
Strawberry thief 1883
Apesar de ter sido um dos padrões mais caros da Morris & Co., tornouse também um dos mais vendidos. Impresso em algodão, tinha como destino ser usado em cortinas, paredes ou como corberta para móveis. Foi inspirado em tordos que Morris encontrou a roubar fruta na cozinha da sua casa de campo.
Peacock and Dragon 1878 A particularidade deste padrão era o seu tamanho, que era invulgarmente grande. Por isso, deveria ser posto num quarto largo, para salientar bem as suas características. O seu peso tornava-o perfeito para curtinas. Tecido luxuosamente em lã, é em parte inspirado em sedas italianas, embora o esquema de cores ecoe arte islâmica
Tulip and Willow 1973
http://collections.vam.ac.uk/ item/O78104/tulip-and-willow-furnishing-fabric-william-morris/
La Belle Iseult 1858
Trata-se de um retrato de Jane Burden, a modelo com quem casou, num vestido medieval e pretende representar o mágoa de Isolda após Tristão ter sido banido da corte do Rei Artur. Isolda parece ter acabado de se levantar da cama onde se encontra um pequeno cão de caça, que lhe terá sido dado por Tristão. A nostalgia é representada pelos pequenos ramos de alecrim na sua tiara. As cores ricas e o ênfase dado aos detalhes dos padrões demonstram a área na qual Morris realmente tinha talento. Ele sentia-se mais à vontade com bordados e escultura em madeira do que com a representação de figuras. Esta foi a única pintura que Morris acabou.