O que podemos aprender com a ficção?

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Entrevista Festival

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O que é que podemos aprender com a ficção?

A 6ª edição do Arquitecturas Film Festival está marcada para os dias 6 a 10 de Junho. Da programação fazem parte 30 filmes a concurso, uma exposição subordinada ao tema “Construir o Futuro” e uma conferência proferida pelo arquitecto e realizador chileno Alfredo Jaar. O tema desta edição é “Learning From Fiction” Ana Rita Sevilha rsevilha@construir.pt

6ª edição do Festival Internacional de Cinema Arquitecturas, que decorrerá de 6 a 10 de Junho de 2018 vai ser subordinado ao tema “Learning From Fiction”. Dedicado “às histórias dos lugares onde vivemos e das pessoas que nele habitam”, o Arquitecturas Film Festival propõe uma reflexão em torno do tema da ficção. “Arquitectura é sempre criar ficção. Mas o que é que acontece quando a ficção entra em conflito com a realidade? Não só o cinema, mas também a arquitectura tem uma, linha ténue que separa a ficção da ‘reali-

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dade’. Será que a criatividade sofre se a arquitectura escolhe ser mais sensível a aspectos sociais? Isso é relevante?” De acordo com a organização do festival, os filmes seleccionados têm por objectivo contribuir e gerar alguma reflexão sobre estas questões. “Em última

instância, a arquitectura, ao criar ficção define a nossa realidade. É uma competência poderosa que deve ser usada com peso e medida”, avança a mesma fonte.

Warm Up Pese embora o Festival tenha o

“Em última instância, a arquitectura, ao criar ficção define a nossa realidade. É uma competência poderosa que deve ser usada com peso e medida”

início marcado para dia 6 de Junho, no dia 1 de Junho, em parceria com a Alambique Filmes e com o apoio do Atelier 18:25, o terraço do nº16 da Avenida 5 de Outubro será a sala de cinema da ante-estreia de “Columbus”, do realizador Kogonada, e protagonizado por John Cho e Haley Lu Richardson. Sobre o filme, a organização do Arquiteturas Film Festival adianta uma sinopse: “Casey vive com a mãe numa pequena cidade desconhecida do Midwest cativada pela promessa do modernismo, onde se podem encontrar edifícios desenhados por Saarinen, I.M.Pei, Richard Meier, entre


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outros. Jin, um visitante do outro lado do mundo, vem assistir ao seu pai moribundo. Inquietos com o futuro, eles encontram alívio um no outro e na arquitectura que os rodeia”. A 6 de Junho, o arranque do Festival dá-se com a estreia em Portugal do filme “Before My Feet Touch the Ground” (2017), “um documentário em formato híbrido, contra a gentrificação e aumento dos preços das casas em Tel Aviv, contado por Daphi Leef na primeira pessoa, simultaneamente líder do movimento em Israel, personagem principal e realizadora do filme”. Este, sublinha a organização, “é um filme de protesto contra um fenómeno pelo qual muitas cidades estão a passar um pouco por todo o mundo e, por isso, relevante”. Nota para o facto de a realizadora estar presente, com o apoio da Embaixada de Israel em Lisboa. Este ano, serão exibidas as biografias de Tadao Ando, Francis Kéré e Alfredo Jaar ; filmes sobre

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a experiência do espaço urbano (Istambul Echos, Tudo o Que Imagino, Na Bolha, Greater

Things); sobre a experiência de ser um refugiado antes (Red Trees) e agora (Exodus); sobre ar-

quitectura moderna (Experimental City, A Spa. Architecture of Zawodzie and The Body and the

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Festival Modernist City); sobre a bolha de especulação imobiliária na China (Dream Empire); sobre a experiência colectiva de design urbano (Do More With Less, Die Laube); sobre a influência dos jogos de vídeo no planeamento urbano (Gaming the Real World) e; sobre o problema de escala na arquitectura (Pop Aye). A fechar a edição deste ano, será mostrado “Moriyama-San” (2017) realizado por Ila Bêka e Louise Lemoine sobre Yasuo Moriyama, o “ermita urbano” que vive numa casa construída por Ryue Nishizawa — um dos dois fundadores do atelier japonês SANAA vencedor de um Pritzker. Ao todo, são 30 filmes a concurso distribuídos por 4 categorias: Ficção (6), Novos Talentos (5), Documentário (14) e Experimental (5).

Mas não só de filmes vive o Arquitecturas Film Festival. Do programa desta 6ª edição faz também parte a conferência proferida por Alfredo Jaar, no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia de Lisboa (MAAT). Sobre o arquitecto, artista e realizador chileno, a organização do Festival lembra que vive e trabalha em Nova Iorque desde 1982, destacando que o seu trabalho tem sido mostrado um pouco por todo o mundo. Jaar participou na Bienal de Veneza (1986, 2007, 2009, 2013), na Bienal de São Paulo (1987, 1989, 2010) e também na Documenta em Kassel (1987, 2002). Realizou

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Jaar em conferência exposições individuais de relevo no The New Museum of Contemporary Art, Nova Iorque; Whitechapel, Londres; The Museum of Contemporary Art, Chicago; The Museum of Contemporary Art, Roma;e Moderna Museet, Estocolmo. A maior retrospetiva do seu trabalho teve lugar no Verão de 2012 em três instituiçõesem Berlim: Berlinische Galerie, Neue Gesellschaft für bildende Kunst e.V. e Alte Nationalgalerie. Em 2014 o Museum of Contemporary Art Kiasma em Helsínquia acolheu a retrospetiva mais ampla da

sua carreira. Alfredo Jaar realizou mais de setenta intervenções em espaço público por todoo mundo e mais de sessenta monografias foram publicadas acerca do seu trabalho, que pode ser encontrado nas colecções do The Museum of Modern Art e Guggenheim Museum, Nova Iorque, no MCA em Chicago, MOCA e LACMA em Los Angeles, na Tate em London, no Centre Georges Pompidou em Paris, no Centro Reina Sofia em Madrid, no Moderna Museet em Stockholm, no Louisiana Museum of Modern Art em Humlae-

SOBRE O ARQUITECTURAS Recorde-se que o Arquitecturas Film Festival nasceu em 2013 como um projecto independente promovido pela DYMA – Do You Mean Architecture e com direcção de Sofia Mourato: O Festival dedica-se desde então à investigação e criação de eventos alicerçados às relações interpessoais, na arquitectura e nas artes audiovisuais. O festival advoga que “não há cinema sem arquitectura” e apresenta filmes documentais, experimentais e de ficção, provenientes de todo o mundo, inspirados pela arquitectura. “A arquitectura é divulgada em fusão com o cinema, o design e as artes visuais, procurando valorizar e impulsionar a circulação nacional e internacional de trabalhos baseados na imagem em movimento, de criadores que actuam na intersecção de disciplinas e linguagens artísticas”, explica a organização. O objectivo do Arquitecturas é “descobrir e apresentar filmes que iniciem discussões reais e válidas do mundo contemporâneo e que ampliem o pensamento critico de quem participa e é espectador. Este ano, na que é a sua 6ª edição, o Arquitecturas Film Festival irá explorar o que aprendemos com as histórias futuristas, utópicas ou híper realistas que têm vindo a moldar a nossa cultura através do cinema”.

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beck e em dezenas de outras instituições e colecções privadas um pouco por todo o mundo. Do programa faz ainda parte a exposição “Construir o Cinema” que conta com curadoria de Vera Beltrão. A mostra resulta de uma parceria entre a AEFA da FA-UL, a partir da qual foi lançado um exercício que explora as intersecções entre arquitectura e cinema: “A partir de uma selecção de vinte filmes, os alunos da FA-UL produziram composições alusivas às obras escolhidas”. O resultado são desenhos e colagens que estarão patentes durante o Festival no bar do Fórum Lisboa.

País convidado: Chile Nesta que é a sua 6ª edição, o Arquitecturas Film Festival escolhe o Chile como país convidado. Com o apoio da Embaixada do Chile em Lisboa e com o objectivo de promover o intercâmbio do que está acontecer no campo da arquitectura e do cinema, o Festival conta com a presença de Alfredo Jaar (artista, arquitecto e realizador), Paula Rodríguez Sickert (realizadora do filme “Jaar, Lament of the Images”, em competição na categoria de documentário), Manuel Toledo (co-organizador do ArqFilmFest, desde 2012, o primeiro festival de arquitectura do Chile e da América Latina). E também dos realizadores Kate Kliwadenko, do Chile, e Mario Novas, de Espanha, do filme “Do More With Less”, que faz também parte da competição na categoria de documentário. I


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