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unidade urbana: vila
Nestas páginas expostas alguns princípios pretendidos com cada unidade urbana, segundo os conceitos apresentados na proposta. O objetivo é entender, por meio dos diferentes aspectos que constroem uma paisagem urbana, isto é, vias, volumes, gabaritos e densidade, qual a forma e o conceito de uma dessas vilas que compõem o imaginário de uma cidade como infraestrutura de saúde à luz das discussões de vida urbana pós pandemia.
A intenção é construir uma hierarquia viária que priorize o pedestre e as diversas formas de transporte ativo. Por isso, não há intenção de permitir a entrada de veículos motorizados e individuais no interior das vilas, salvo a exceção de veículos de ambulância, bombeiro e possivelmente ônibus. Assim, imagina-se que o desenho dessas vias internas tenha um generoso espaço de circulação e parada para pedestres, e um leito carroçável semelhante ao que conhecemos como “travessas”: estreito e de pavimentação irregular que desacelere a velocidade de circulação no leito. Além disso, pretende-se articular essas travessas internas de forma desencontrá-las, eliminando a ortogonalidade ordinária que desvenda a cidade pela lógica. O objetivo é construir espaços de descoberta, tendo em vista as diversas estratégias de iluminação e segurança para mulheres, crianças e idosos.
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RUAS E CIRCULAÇÃO GABARITOS
A ideia é concentrar os maiores gabaritos (6 a 8) no centro da vila para que: a) a altura do volume não forme barreira na ventilação do restante da vila; b) provoque uma circulação e atração de pessoas para o centro da vila, ativando-o; e c) crie um observatório natural das vilas por concentrar as edificações mais altas, colaborando também na construção de uma vigilância natural (segurança feminina na cidade). Ainda no interior, o restante é composto por edificações coletivas ou unifamiliares de gabarito mais baixo (2 a 3), ainda ativando o centro, e principalmente as travessas. Por fim, as bordas têm os menores gabaritos (1 a 2), e portanto não obstruem a construção da visão da vila pelos olhares de fora. Além disso, sabe-se que os ventos do inverno vêm especialmente do norte, e por isso espera-se utilizar dos volumes para barrar ou filtrar esses ventos, tendo em vista o conforto térmico pretendido. Nesse sentido, é provável que as vias que cruzam a vila no norte-sul se encerre nesses edifícios-barreira.
USOS E OCUPAÇÕES
Para os usos, pensou-se numa concentração de comércio e serviço nas interfaces leste e oeste das vilas, onde estão localizadas as vias que acessam as 4 vilas. Nas interfaces norte e sul estão os usos mistos, que gradativamente continuam até o interior da vila, cada vez mais habitacional. Assim, as habitações estão concentradas no centro, e o comércio e serviço nos arredores. Contudo, há uma forte intenção de trazer equipamentos “urbanos” , que na verdade suportariam o atendimento na escala da vila. Inicialmente pensou-se em um único equipamento que, alinhado com as discussões de cidade pós pandemia e vida urbana saudável, estimule a prevenção à saúde ao invés do tratamento. Nele, também haveria atividades de cultura e lazer, visto que a discussão de prevenção abrange essas atividades também.
DENSIDADE
Assim, unindo todas as expectativas anteriores, espera-se que haja uma maior densidade habitacional no interior das vilas. Essa intenção está relacionada com a ideia de que haja um movimento rotineiro de saída do centro para as bordas no horário comercial pela população adulta, e ocupação desses espaços públicos centrais pelas crianças e idosos; e ao fim do dia um recolhimento por parte desses adultos, crianças e idosos para o centro da vila. Entretanto, também foi pensado em trazer o uso noturno, especialmente comercial, para pontos estratégicos dessas bordas, de forma a ativá-los também à noite e construir uma interface de conexão entre as 4 vilas, visto que essas bordas estão conectadas ou à áreas verdes ou à outra vila.