Revista Ágora 2011 - Edição 01

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Quando estou longe de casa Guarapuava - abr/2011 - Ed 01 Ano 07

revista

Ă gora

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caixa zero lupa download cultura lupa comportamento

psicodália kitnet

RG

estudante, é hora de pagar o aluguel #buracos guarapuava *O¢#p@çã0: B£ogÜ&ir0#* psicorap de guarapuava Mentiras e verdades, o dia das histórias de pescador musicalidade versus preconceito dias de lama e paz longe de casa, há mais de uma semana. Milhas e milhas distante do meu lar Entre o Agitado e o Parado indicação cultural

eu que fiz

espaço da arte

expediente

conheça a equipe Ágora

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O Ágora em Revista voltou! Em 2011, o Ágora vem com muitas novidades. A primeira delas é sobre quem produz a edição para você. A partir deste ano, a versão em revista passa a ser produzida pelos alunos do 3º ano de Jornalismo da Unicentro, e não mais pelos formandos, que estão responsáveis pelo retorno do Ágora ao formato jornal. Isso quer dizer que devemos ter o dobro de edições no ano e mais variedade de conteúdo, já que Jornal e Revista trarão matérias diferentes

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para públicos diferentes. A revista, que

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problemas sociais da sociedade guarapuavana,

ano passado buscou retratar sobretudo os este ano tem por foco os jovens. Cultura, esportes, economia, tecnologia, cotidiano, tudo sob o olhar de quem também vive em Guarapuava. Nesta edição, conheça alguns blogueiros da cidade e roqueiros que andam

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tocando sertanejo; descubra a importância da atividade física na juventude e as dificuldades de quem saiu da cidade natal para estudar por aqui, afinal de contas, a rotina das famosas kitnets também tem espaço no Ágora. Fique com a gente e confira o primeiro Ágora Revista de 2011.

Billy Alexander (Estados Unidos) @RoyaltyFree

ex-preguiça

editorial

índice


caixa zero

“Guarapuava ainda tem deficiência de imóveis para locação aos estudantes”

Estudante, é hora de pagar o aluguel

Matéria: Ana Carolina Foto: Nathana D’amico Diagramação: Katrin Korpasch Devido ao começo do ano letivo, os primeiros meses do ano são sempre marcados pelo aquecimento no mercado imobiliário. Em Guarapuava, metade das locações corresponde basicamente aos estudantes e professores recém-chegados à cidade. A gerente imobi-

Início de ano resulta em variações nos aluguéis e Setor imobiliário ascende o índice de lucros devido ao novo reajuste

liária Helena Abdanur Nassar afirma que “janeiro e Fevereiro representam o maior pico de aluguéis para kitnet e pequenos apartamentos”. Ela destaca ainda outra opção de mercado que, atualmente, tem ganhado ascensão, as adaptações de casas em kit-

É pró mais b xim o ao arato do q Cedet eg San ue do ta C ruz

nets. “Guarapuava ainda tem deficiência de imóveis para locação aos estudantes. Então, algumas pessoas estão fazendo adaptações, por exemplo, construindo alguns quartinhos no fundo de casa para locação”. Recém chegada à cidade, a acadêmica Stella Tirone confirma a baixa oferta de imóveis. “Devido a escassez, tive que analisar bem as opções apresentadas. Mesmo porque as aulas já haviam começado e eu precisa de um lugar para ficar”. A estudante, na hora de escolher, priorizou a localização, visando facilitar o trajeto diário à universidade. Mas atenção na hora de fechar o contrato. Fique atento a variação de preços entre um bairro e outro. É o que explica Helena Nassar, “Próximo ao Cedeteg, por exemplo, está mais barato do que próximo ao Santa Cruz, porque o Santa Cruz é um bair-

Isqc (Portugal) @RoyaltyFree

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lupa

ro perto do centro. Tanto kitnets IGPM (FGV) quanto apartamentos pequenos terão preços mais altos. É o custo Data Índice Percent. Período por tudo ficar perto: farmácias, de 12/2009 a 11/2010 Dez/2010 1,1027 10,27% hospital, supermercado...”. de 01/2010 a 12/2010 Jan/2011 1,1132 11,32% É no começo do ano também de 02/2010 a 01/2011 Fev/2011 1,1150 11,50% que são feitos os reajustes nos de 03/2010 a 02/2011 Mar/2011 1,1130 11,30% aluguéis. Este ano, por exemplo, segundo o IGPM (Índice Geral de Preços Mercado), o reajuste Svilen Milev/stock.xchng dos aluguéis sofreu variação de 0,79. Para calcular o índice são coletados os valores de dezemAprenda a bro de 2010 e janeiro de 2011. calcular o IGPM Considerando que nos últimos 12 meses o IGPM acumulado é O cálculo do IGPM é elaborado atrade 11,50%, os contratos de aluvés da soma total do índice de todos os guéis podem ser reajustados até meses. Assim, o valor acumulado é o que o limite de 11,50% em janeiro vai determinar se haverá ou não reajuste. e fevereiro. “O ano passado foi Uma maneira simplificada de realizar o um ano atípico, com resultados cáculo é utilizar o fator de reajuste que, muito negativos. Esse índice memultiplicado pelo valor de locação vigente lhorou a partir de novembro e até janeiro, indicará o novo aluguel. Esse com o reajuste do início do ano, fator é de 1,1150 para os contratos que os lucros começam a aparecer”, completam um ano em fevereiro de 2011. calcula Helena. Além do reajuste anual nos aluguéis, um fator que influencia significativamente os preços de alugueis é a lei da oferta e da procura, tornando ez, s s comum o aumento nos a esc alisar aluguéis durante este à an s do período. evi que pçõe D o No fim das contive as tadas m tas, o jeito é ter cale b resen ma e analisar bem ap as opções antes de tomar uma decisão. Fique atento!

Projeto online ajuda na fiscalização do urbanismo de Guarapuava. e você também pode ajudar!

#BURACOS GUARAPUAVA

Matéria: Yorran Barone Foto: Mario Raposo Júnior Diagramação: Giovani Ciquelero Todo o planejamento de governo deve compreender metas e verbas para a superação de problemas e demandas dos munícipes, possibilitando qualidade de vida e o desenvolvimento da cidade. Nesse sentido, é função da população, na medida do possível, ‘fiscalizar’ a atuação do poder público na aplicação desse plano, e também auxiliá-lo

apontando situações não previstas que precisam ser discutidas e cobrando o atendimento à necessidades imediatas. Foi com este pensamento que um morador de Guarapuava desenvolveu um projeto que quer mobilizar o cidadão guarapuavano, especialmente sobre a importância da constante melhoria do setor de urbanização. O projeto é denominado Buracos Guarapuava. Quem o desenvolveu foi Danny Jessé Nascimento, agente universitário da

Unicentro, que pensou em algo diferente para conscientizar a população e o poder público. “A ideia era criar algo que chamasse atenção da sociedade e dos administradores locais para os problemas em nossas ruas, utilizando-se da internet como meio de interação”. As várias ferramentas da Internet viabilizaram o proposta. O projeto funciona na plataforma Google Maps que é, basicamente, um serviço de visualização e pesquisa de mapas e de imagens

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A ideia era criar algo que chamasse atenção da sociedade e dos

Danny Jessé usou a plataforma Google Maps para criar o projeto Buracos Guarapuava

administradores locais para os problemas em nossas ruas, utilizando-se da internet como meio de interação

de todo o planeta (Saiba mais sobre a plataforma no box no final da matéria). O projeto funciona da seguinte maneira: foi criado um grupo na página do Google Maps chamado #buracosguarapuava. Neste link, pode-se visualizar todas as ruas da cidade e marcar nelas pontos onde existem buracos. O projeto é pioneiro em Guarapava, mas Jessé afirma já ter visto algo parecido. “Vi que em algumas outras cidades, como Fortaleza, foram criados mapas para marcar buracos e achei a ideia muito interessante”. Com pouco mais de um mês, já foram apontados mais de 200 buracos. Moradores de vários bairros aderiram à ideia e colaboraram. É o caso do fotógrafo Marcio Nei, morador do bairro Santana, que marcou quatro buracos. “É importante que as pessoas encontrem formas de expressar aquilo que pensam sobre sua comunidade. A internet é um canal interessante para se fazer notar e chamar a atenção de todos em mobilizações importantes”.

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Além de apontar onde está o buraco na rua, você poder dar um nome a ele. Já foram batizadas as crateras Serafim e Serafim Filho, devido à rua homônima localizada na Avenida Serafim Ribas, saída para Pinhão. Quem também participou da ‘brincadeira’ foi o diagramador Lucas Casarini, morador do bairro Trianon. Ex-morador de Marília, interior de São Paulo, ele conta que os mesmos problemas de urbanização ocorrem no município paulista e, por isso, decidiu ‘homenageá-lo’. “O buraco que eu apontei eu batizei com o nome de Laurindo Fontana, nome da rua da minha casa em Marília, que também é bastante esburacada”. A repercussão do trabalho é avaliada positivamente pelo idealizador do projeto, que destaca o trabalho em conjunto. “A sociedade guarapuavana tem se manifestado e a imprensa também tem ajudado na divulgação dessa campanha. Acredito que estamos vencendo esta primeira batalha contra os buracos”.

O papel de quem governa A principal ferramenta da prefeitura contra os buracos é operação Tapa Buracos, porém, ela não tem boa aceitação pela população, conforme comenta Jessé. “Uma questão que chamou a minha atenção é a indignação da população com esta operação. As pessoas reclamam muito da baixa qualidade da manutenção asfáltica, que está deixando as ruas muito irregulares”. A Surg (Companhia de Serviços e Urbanização de Guarapuava) é a responsável pela manutenção das vias na cidade. O diretor da Companhia, o vereador Fernando da Maçã, explica que: “em períodos de chuvas, que são comuns na cidade, surgem os buracos. A operação é um trabalho com resultados a curto prazo que é necessário nestes momentos”. Ele aproveita para pedir o auxílio da população e concorda com a iniciativa da comunidade. “Precisamos que a população nos ajude. Quem administra o

município elenca as prioridades e vocês podem colaborar na identificação dessas metas. As obras no asfalto são muitas”. O diretor afirmou ainda haver um projeto que prevê R$ 11 milhões, à parte do orçamento da prefeitura, destinado à recuperação asfáltica da cidade. E como prova de que a iniciativa Buracos Guarapuava está dando certo, foram iniciadas as obras no asfalto da Avenida Saldanha Marinho. Danny Jessé comemora e comenta a

repercussão. “Fiquei muito feliz. O problema não é político, mas, sim, os buracos. O projeto está dando bons frutos”. Para participar do projeto basta acessar o link #buracosguarapuava, na pagina do Google Maps. Após marcar os buracos, se possível, envie uma foto com a localização e o nome do buraco para o endereço de e-mail: buracosguarapuava@yahoo.com. br. Também já está no ar o blogue do projeto. O endereço é http://buracosguarapuava. blogspot.com/. Participe!

google maps O Google Maps é um serviço de pesquisa que permite visualizar o mundo como se fosse um grande mapa. Pode-se enxergar o planeta como um todo ou mesmo uma única rua, um prédio, um carro em qualquer parte do globo. A princípio, esta era a única função disponível, mas com o tempo foram incluídas outras ferramentas. Merece destaque a Google Maps Rotas, que permite calcular a distância entre dois pontos, considerando itinerários diversos, entre o mais curto e o que possui melhor condições de tráfego, o tempo aproximado de viagem e mesmo a quantidade de pedágios. Este serviço também já está disponível em aparelhos celulares, por meio do Google Maps Mobile. Outra ferramenta interessante é o Street View, que permite vistas panorâmicas de algumas regiões do mundo. É uma boa forma de passear pelo mundo sem sair de casa.

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Daniel Wildman (Reino Unido) Alaa Hamed (Egito) @RoyaltyFree

Guilherme Ferreira expõe em seu blogue o patrão Saiu: “humor,

Seja como portfólio online ou como diário pessoal, os blogs ainda conquistam bons adeptos

*O¢#p@çã0:

download

curiosidades e

B£ogÜ&ir0#*

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coisas idiotas”

Matéria: Giovani Ciquelero Foto: Vinicius Comoti Na chamada era da informação, a necessidade das pessoas de mostrar suas produções e mesmo de registrar suas opriniões fez com que deixassem as páginas dos diários de lado em prol de um suporte com mais potencial: os blogues. Os blogues são uma espécie de cadernos digitais que começaram a fazer sucesso na década de 1990, quando serviam exclusivamente como diário pessoal. Com o tempo, os blogues passaram a ter outras funções, deixando de ser somente um ‘diário on-line’ para virar uma vitrine

de muitos assuntos, projetos e instituições; de humor barato a notícias em tempo real. Tem de tudo. E a mudança foi tão grande que até o termo informal ‘blogueiro” - ou problogger - virou nome de profissão. Muitas pessoas ganham dinheiro com a quantidade de acessos, anúncios e/ou postagens pagas. E os jovens desenvolvem e lêem muitos blogues. O próprio ambiente acadêmico incetiva a produção desses espaços, que permitem ao universitário se aproximar do mercado ou mesmo sair um pouco da rotina de estudos. Aqui em Guarapuava, cidade universitária, essa realidade não é diferente.

H0bby $em ¢omprom!sso Um blogue de “humor, curiosidades e coisas idiotas” é como o acadêmico de Publicidade e Propaganda Guilherme Ferreira define o blogue Patrão Saiu, que mantém com quatro amigos. O espaço, como o nome sugere, é para todos que aproveitam uns minutinhos da ausência da chefia para descarregar a tensão. É um mini-intervalo. “Foi pensando nisso que a gente teve a ideia do nome para o blogue. E isso foi há três anos”. Apesar de ser um projeto consolidado na área de humor, Gui-

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CULTURA

psicorap de Guarapuava

Lucas pretende ligar o programa Rolling Time a sua carreira profissional

lherme não acredita que ganhará uma dimensão profissional. “Acho difícil o Patrão Saiu se ligar à minha profissão e deixar de ser um hobby. Se fosse um blogue de conteúdo publicitário ou que tratasse de tecnologia, social media ou algum outro assunto sério, seria possível, mas do jeito que é, não. A não ser que eu vire um problogger. Algo interessante a se pensar em outra hora”.

V!trin& p@ra o fütur0 Pensando no futuro profissional e usando uma página pessoal como cartão de visita, Cristiano Martinez criou o Nova Estampa. O projeto foi para o ar no início do ano e tem como foco a cultura pop e a produção cultural da região centro-sul do Paraná. Aos 32 anos, formado em Letras e cursando Jornalismo, Martinez viu no blogue um espaço para expor trabalho e opinião. “Pretendo trabalhar com jorna-

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lismo cultural, por isso posto neste espaço comentários, reportagens, resenhas, enfim, tudo aquilo que se refere a esse universo de coberturas culturais. O Nova Estampa serve como exercício para atuar nessa área em veículos de comunicação mais tradicionais ou mesmo alternativos”.

reconhecimento Há pouco mais de um ano, o acadêmico Lucas Casarini e três amigos se uniram para falar sobre algo unânime no gosto de cada um: rock n’ roll. Daí surgiu o Rolling Time, blogue que hospeda um programa de rádio de mesmo nome gravado na própria universidade, no qual opinam sobre notícias do mundo do rock, indicam músicas e tocam pedidos. “O blogue, na verdade, hospeda um podcast sobre rock e sobre tudo que engloba esse universo, com uma abordagem amadora e bem humorada”.

Sobre deixar o amadorismo e levar o Rolling Time à sério, Casarini se mostra empolgado. “Pretendo continuar e algum dia vinculá-lo à minha carreira, mesmo que não seja esse um projeto específico, mas algo no gênero. É algo muito prazeroso de se fazer”. O próximo passo dos membros do Rolling Time é mudar a cara do blogue, para deixá-lo mais prático, e também tentar emplacar o podcast na programação de rádios. Outro exemplo é o da fotógrafa Vanessa Wendler, de 20 anos. Ela criou um blogue com o nome dela há três meses e tem publicado nesse espaço os trabalhos que produz: fotografias e ensaios fotográficos. “Criei a página com o intuito de compartilhar minhas imagens, divulgar meu trabalho e ter o ‘meu espaço’ virtual. Esse ‘espaço’ acabou se tornando dos meus clientes e de outras pessoas que também se interessam por fotografia”.

No show do maior grupo de rap brasileiro, Racionais mcs, experiência e juventude mostram a cena rap de Guarapuava

Matéria: Vinicius Comoti Foto: Giovani Ciquelero No dia 20 de março Guarapuava foi palco de um encontro que certamente beneficiou o cenário do rap local. O espaço escolhido para o tão esperado show do grupo paulistano Racionais Mc’s, foi o Esporte Clube de Guarapuava. Completando 23 anos de carreira o expoente do rap nacional contou ainda com a participação dos

grupos Psicorap e Vulgo Dust, ambos de Guarapuava. Formado por Mano Brown, Ice Blue, Edy Rock e o DJ KL Jay, o Racionais é responsável por vários sucessos como Capítulo 4 Versículo 3, Diário de um Detento e Fórmula Mágica da Paz. Músicas que formam um retrato da periferia sublinhado pela crítica social e que contribuíram muito para o nascimento e consolidação do rap nacional. Já o grupo Psicorap, que exis-

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Abrir o show do Racionais é uma honra

te há três anos, é composto pelos irmãos Mano Doug e Zetty, e pela prima Drika. Os dois irmãos são responsáveis pela composição das letras enquanto Drika cuida dos backing vocals. Doug também atua como um verdadeiro profissional multimídia gravando, editando e remixando as músicas em seu estúdio caseiro, no qual todos os grupos de rap da cidade também gravam. “Em Guarapuava eu sou o único produtor de rap. Os estúdios daqui não sabem gravar esse tipo de som, por isso os poucos grupos daqui fazem a gravação comigo. Faço e vendo bases, gravo e edito as músicas, faço até videoclipes’’. Quando recorda da fase inicial do grupo, Doug não esquece as dificuldades que teve e lembra da fase de improvisações. “No começo o

som era muito ruim, achávamos uma fita com uma base e fazíamos dez letras. Eu brigava muito porque eu queria algo de qualidade, não queria nada amador’’. O estúdio de Doug fica na casa da mãe dele no bairro Morro Alto, onde o Psicorap ensaia quase todo dia cercado de amigos que, segundo Zetty, só contribuem para a evolução do grupo. “O Psicorap não se resume a apenas três pessoas e sim toda a nossa banca, sem nossos irmãos nós não somos ninguém. A melhor coisa para mim é quando eu vejo toda a nossa galera gritando no show o nosso nome’’. O Psicorap ainda não consegue dar estabilidade financeira para os integrantes, porém os shows e principalmente o estúdio conse-

guem dar uma boa ajuda para a família do rap, que busca espaço em meio a correria diária. “Hoje em dia eu consigo ganhar para sobreviver trabalhando com rap. Eu não paro. Quando não estou no estúdio, estou no computador distribuindo músicas e contatos pela Internet. Quando tem evento eu corro atrás de patrocinador, de prefeitura, de um lugar bom e seguro. Vivo na correria”, conta Doug, que encontra na correria da vida a inspiração de cantar. O irmão dele, Zetty, além de ajudar nas correrias de eventos, também estuda e faz um curso de especialização. Já Drika ainda está cursando o ensino médio e ajuda sempre que pode. Abrir o show de um grupo cultural tão importante quanto o Ra-

Psicorap é a prova de que em Guarapuava tem rap.

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Racionais Mcs em noite de muito rap e atitude cionais é algo que estimula ainda mais o desejo pela vitória, além é claro, de ser um sonho concretizado para Doug. “Racionais é o rap brasileiro, foram os descobridores. Se eles não existissem, também não existiria o Psicorap. Mano Brown falou uma vez em uma entrevista algo que eu nunca me esqueci. Enquanto existir pobreza, violência, fome e miséria, escute Racionais e pense, reflita. Agora, quando não houver mais nada disso, aí sim pode por minha música em festas e bailes para curtir. Abrir o show do Racionais é uma honra’’. Antes da apresentação com o Racionais, o show mais importan-

te do Psicorap tinha sido a abertura do show do cantor Gog, onde os irmãos sentiram pela primeira vez o peso de se estar em um palco. “Quando eu estava cantando e vi toda a galera do show cantando, fiquei arrepiado e muito louco. É nessas horas que eu vejo retribuição de toda minha correria’’, conta Zetty, que vê Doug como o seu maior ídolo. O Psicorap ainda é novo na idade, entretanto, já possui um som maduro e vivo, um som que transmite a união entre os irmãos do rap e a realidade nada bonita da periferia. Do esmagamento pelo sistema até um grito de superação de um período de problemas com

drogas... São vários os assuntos abordados nas rimas do grupo. “Nossa letra vem do nosso dia-adia, da realidade que irmão mata irmão por causa de droga, mãe que abandona os filhos. Numa madrugada dessas me percebi sem emprego e com minha mina grávida, estava ferrado. Fui lá, peguei uma base e comecei a escrever. Saiu Armadilha do Sistema”. O lançamento oficial do primeiro CD do Psicorap esta programado para este ano. Fatores como local e som ainda estão sendo definidos. Mas quem não quiser esperar, já existe uma versão do CD disponível na Internet para download.

nossa letra vem do nosso dia-a-dia 15


São muitas as histórias que contam de como o 1° de abril ficou conhecido como o dia da mentira. A história mais comum é a de que Carlos IX, rei da França, ordenou que se mudasse o calendário, fazendo com que o ano não mais tivesse início em abril, mas em jameiro. Toda essa mudança ofuscaria a credibilidade do 1° de abril, pois significaria um falso primeiro dia do ano. E foi assim que a história do primeiro dia, o dia da mentira, começou. Seja essa história verdade ou uma grande mentira, a data ganhou notoriedade. No universo das mentiras, a lista de justificativas é grande: uns mentem para evitar aborrecimentos e outros para se livrar de situações, mas há também pessoas que mentem só para poder contar uma boa história; essas são as

Matéria: Poliana Kovalyk Foto: Katrin Korpasch

Lorenzo González (Espanha) @RoyaltyFree

Afinal, é verdade ou mentira?

chamadas mentiras brancas. Mas, afinal, quem é que nunca mentiu uma vez sequer na vida? Responda, não minta... O dia da mentira não é apenas mais um número no calendário. Tornou-se parte de uma história mal contada. Algumas pessoas até se tornaram famosas contadoras de histórias. São exemplos os pescadores e suas conversas. Apesar de toda essa ‘mentirada’, há ainda quem diga que hoje a data não é tão satirizada como antigamente. Na infância, Carlos Estange era o ‘rei das pegadinhas’, e se aproveitava do dia 1º de abril para perturbar a vida dos seus amigos. “Antes era mais divertido comemorar essa data. As pessoas enganavam umas às outras, mas nada prejudicial, claro. Hoje em dia, eu nem sei mais o que significa esse data. Aliás, qual é mesmo o dia da mentira?”.

O psicólogo Dhyone Schinemann explica que, para a psicologia, não existem mentiras, mas distorções da realidade ou, melhor dizendo, inverdades, tal como uma ilusão de ótica, em que pode parecer uma coisa, mas não é. Assim afirmou o poeta Mário de Quintana: “mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer”. Mas como todo mundo sabe, a mentira tem perna curta, ou melhor, tem nariz comprido, como na história de Pinóquio e dificilmente permanece como verdade. Ter consciência da própria mentira é fundamental para evitar cons-trangimentos. Quando Pinóquio contava alguma mentira, logo era desmascarado pelo seu nariz, que crescia. Sua história é contada para as crianças para fins educativos: “não minta, se não seu nariz vai crescer”.Sendo verdade ou não, uma coisa é certa: no dia 1º de abril é melhor ficar de olhos e ouvidos bem atentos para não cair na conversa fiada.

bons contadores de histórias.

considerado um ótimo dia para

neste dia. Mesmo assim, é

de credibilidade significativa

acabou gerando uma falta

de datas no calendário que

brincadeira, mas de uma troca

abril não surgiu como uma

Segundo a lenda, o 1º de

Mentiras e verdades. O dia das histórias de pescador

lupa

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“Certa vez eu estava com umas amigas na esquina do colégio e a polícia parou e perguntou nossos nomes para anotar no registro. Eu aproveitei o dia e a ocasião. ‘Meu nome é Andressa Gonçalves’. Minhas amigas até hoje me chamam de Andressa”, conta Jislaine Ferraz, moradora do bairro Cristo Rei.

pagar uma dívida.

de fora para

esperam do lado

que pessoas te

amigos dizendo

A experiência da acadêmica de História Gislaine nos deixa a dica: “No dia 1º de abril, não acredite nas conversas de amigos dizendo que pessoas te esperam do lado de fora para pagar uma dívida ou para falar com você”. Até na hora de conhecer uma nova pessoa nesse dia, duvide:

conversas de

não acredite nas

No dia 1º de abril,

As mentiras que as pessoas contam

COMPORTAMENTO

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Há aqueles que nem no hospital perdem a oportunidade de enganar os outros. É o que nos conta Espencer Gandra: “Eu estava no hospital, depois de uma cirurgia, e quando acordei perguntei paro meu pai: quem é você? É claro, todos ficaram preocupados, achando que eu tinha perdido a memória”.

Ivana De Battisti (Brasil) @RoyaltyFree

Musicalidade vs Preconceito O maior dilema na vida de um músico iniciante é quando ele é chamado para tocar um estilo do qual não gosta. O que fazer nessa situação? Aproveitar a oportunidade de tocar em uma banda ou manter o estilo?

Matéria: Mário Raposo Júnior Foto: Yorran Barone Você aprende a tocar um instrumento musical inspirado na estrela de rock que tanto admirava quando criança, conhece pessoas com gostos semelhantes, monta uma banda e não sai da garagem de casa. A banda acaba, você insiste na ideia e acaba com o mesmo resultado. Até que um dia te chamam pra tocar em uma banda de sertanejo, um estilo que a princípio é discriminado pelos roqueiros, mas que é altamente rentável. E aí, vence o preconceito ou o dinheiro fala mais alto? Esse caso é muito comum na vida de um músico, especialmente em Guarapuava e região, onde o estilo sertanejo predomina. É comum ver nas bandas desse estilo músicos com uma bagagem musical mais roqueira. Marcelo Valedio, 27 anos, aprendeu a tocar baixo com 14 e aos 15 montou a primeira banda. A manteve até os 18 anos, mas nunca saiu

da garagem com ela. Segundo Marcelo, ser músico de rock na cidade é um trabalho difícil. “Falta lugar, falta estrutura, é muito difícil ter uma banda de rock em Guarapuava, não dá dinheiro”. Felipe Martins, 20, também começou cedo influenciado por grandes estrelas do rock. “Meu interesse pela guitarra começou depois que assisti um VHS do Guns N’ Roses. Vi o Slash solando e queria solar igual”. Sobre o porquê de ter migrado do rock para o sertanejo, Felipe confessa que o lado financeiro pesou mais. “Hoje em dia a maioria dos lugares tem uma dupla ou cantor solo do estilo sertanejo tocando. Decidi entrar nessa para ganhar uma grana”. Já para Alessandro Marcon, cantor e companheiro de banda de Marcelo, o sertanejo não só é rentável como serve como uma mão na roda. “Eu tenho uma esposa e três filhos para criar, não dá mais para ficar brincando de querer ser uma estrela do rock. Eu trabalho de dia e com o sertanejo consigo tirar uma grana

extra”, confessa o cantor. Mas Alessandro admite que mesmo em uma banda de sertanejo, ele ainda consegue tocar rock de vez em quando. “Na banda todo mundo gosta de rock, então a gente coloca uma ou outra musica mais pesada no repertório. Além de dar um diferencial para a banda o público também gosta”. O principal fator que impede o músico de sair do rock para tocar sertanejo é o preconceito e a vergonha, afinal, quando todos os seus amigos são roqueiros, o que se pode esperar deles quando você ‘abandona’ o estilo e começa a tocar músicas ignoradas pelo círculo de amizades? Na opinião dos mais diversos músicos profissionais, o mais importante para se tornar um bom músico é ter a mente aberta e livre de preconceitos, além de ser curioso para aprender o máximo de estilos possíveis. É comprovado que, uma vez despido da implicância com o estilo, o músico pode aproveitar melhor a experiência e daí em diante a tendência é só crescer.

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Arquivo pessoal

Músico em busca do desenvolvimento Marcelo já tocou com o vocalista de Metal Melódico Edu Falaschi e com bandas de forró no nordeste, e para ele a influência dos ritmos brasileiros está em todos os gêneros, por isso, é bom tocar os mais diversos estilos para ser um músico completo. “Quando toquei com o Edu Falaschi eu vi que ele mesmo tinha influência de vários estilos brasileiros, e você vê, tanto na carreira solo como na banda dele, e ele mesmo me falou a importância disso”. Marcelo também fala que a oportunidade de tocar forró no nordeste foi o que lhe fez crescer como profissional. “Conheci muita gente do meio, toquei em estrutura grande, grande mesmo! Lá a cena é muito forte, é muito diferente daqui. Qualquer festa em que eu tocava dava mil pessoas para mais!

Foi tocando forró que realmente aprendi a ser profissional”. Quanto ao preconceito, Marcelo afirma que isso não pode existir na vida de um músico. “Tem que conhecer primeiro para criticar depois, não dá para falar sem conhecimento”. Já Felipe confessa que tinha preconceito no início, mas que com o tempo esse preconceito passou: “Não cogitava a idéia de tocar esse tipo de som, mas aprendi a gostar. Digamos que criei uma resistência imunológica maior”. Além de desenvolver uma empatia pelo estilo, Felipe admite que tocar sertanejo melhorou seu estilo de tocar. “Cresci como músico também! Tive que estudar, pesquisar algumas coisas de viola caipira e até do country, porque algumas músicas tem esses ‘temperos’”.

“Eu tenho uma esposa e três filhos para criar, não dá mais para ficar brincando de querer ser uma estrela do rock” 20

Marcelo ná época em que tocava heavymetal (acima) e agora no sertanejo (ao lado)

Profissionalismo acima de tudo O músico que pretende ser levado a sério como profissional, acima de tudo, tem que entender que não existe um estilo certo a se tocar. Um músico toca qualquer estilo, não só pela questão financeira, afinal, ser músico no Brasil não é uma tarefa das mais fáceis, mas também pelo crescimento próprio e

pela busca do aperfeiçoamento constante. Músico que só pensa em tocar o estilo de que gosta e covers de suas bandas preferidas acaba por nunca sair da garagem, enquanto aquele amigo ‘vendido’ que parou de tocar rock para tocar sertanejo cria um nome no meio e é chamado para vários shows.

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fuga do cotidiano em cinco dias

lama e paz

Rio Negrinho seria uma serena cidade do norte catarinense, com vestígios da cultura alemã percebidos instantaneamente na arquitetura européia e nas feições dos seus 40 mil habitantes. Poderia passar despercebida no quesito destino de viagem, não fosse pelo fato de acolher um dos maiores – e mais alternativos – festivais

O Psicodália é realizada todos os anos durante a festa carnavalesca. É um lugar para quem vive no país do samba, mas não quer saber de carnaval. Ao menos não daquele espetáculo de lantejoulas e purpurina. Refúgio para outros tipos de batuques, o festival reúne de três a quatro mil pessoas, estando na 10ª edição. O mineiro Bruno Tuler Perrone, de Juiz de Fora, enfrentou mil quilômetros com essa intenção. “Estou fugindo da folia do feriado. O clima aqui é sensacional, tudo de bom. Mesmo com a chuva dá para aproveitar bastante. Vim pelas atrações e pela galera e pretendo voltar sempre”. A proposta é de um ambiente com rock, harmonia e livre-arbítrio. A principal bandeira que norteia o projeto é o incentivo à produção de música própria, fomentando a criação cultural independente e de qualidade. Neste ano, a programação contou com 30 bandas. Dentre os nomes estão: Tom Zé, O Terço, Ave Sangria e Traditional Jazz Band. Entretanto, o espaço é majoritariamente ocupado por aqueles que possuem menos tempo de estrada, como O Sebbo, Goya e Terra Celta. Já passaram pelo Dália lendas do rock nacional, inclusive Os Mutantes e Casa das Máquinas. Ao longo dos anos, surgiu o chamado Movimento Psicodália, traduzido pela integração e valorização artística, liberdade de pen-

samento, apoio às práticas ecologicamente conscientes, fraternidade e desprendimento financeiro. Carlos Henrique Rohenkohl, conhecido como Kaká, foi um dos guarapuavanos presentes na Fazenda Evaristo, onde rolou o festival este ano. Suas principais impressões são resumidas da seguinte maneira: “O sonho não acabou. É o Woodstock de quem ainda não era vivo em 1969”.

Vozes de

arte e natureza: a

Rockarnaval

PSICODÁLIA

dias de

Barracas, música,

Matéria e fotos: Gabriela Titon

diamante

Demonstrando euforia e agradecendo o público, a banda Pão de Hamburguer, de Curitiba – PR, se apresentou no Psicodália pela primeira vez. A Pão iniciou as atividades em 2005, e atualmente é formada por Gabriel Fausto (voz e guitarra), Joel Rocha (guitarra e violão de 12 cordas), Leonardo Bokermann (guitarra e bandolin), Rennan Fróis (bateria e gaita) e Brunno Fróis (baixo e voz). “Choveu o dia inteiro, mas quando começamos a tocar abriu o sol. Foi perfeito. É indescritível ver todo mundo no clima, curtindo”, comenta Brunno, que se diz extasiado com a experiência. Acostumado a tocar em barzinhos, o baixista aponta algumas diferenças: “Em um festival, não só o público é maior, mas também existe a questão do profissionalismo. A parte de equipamentos, por exemplo. Nem

brasileiros de música: o Psicodália. 22

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Ao longo dos anos foi surgindo um fenômeno chamado Movimento Psicodália, traduzido pela integraCão e valorização artística,

“Choveu o dia inteiro, mas quando comecamos a tocar, abriu o sol. Foi perfeito. É indescritível ver todo mundo no clima, curtindo”.

liberdade de apoio às práticas ecologicamente conscientes, fraternidade e desprendimento financeiro. A diversidade cultural impera e é aplaudida em seu palco iluminado.

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sempre é possível disponibilizar tudo o que é necessário”. Ainda assim, ele diz que a sensação de tocar em um festival é mais gratificante. “Foi o melhor show que a gente já fez”. Quando questionado sobre uma frase para definir o festival, recorreu à ajuda de uma amiga, que respondeu: “É uma viagem”. Brunno complementou: “É uma viagem maravilhosa”. Durante os dias de Psicodália, nas horas em que não há shows, a boa música é assegurada por meio da Rádio Kombi, formada por uma equipe de quatro pessoas, além do diretor. Outra função é dar recados sobre pertences perdidos e demais assuntos importantes. O músico e jornalista Fabiano Silva Cruz, de São Paulo, participa da rádio desde 2008. “Existe uma

preocupação na hora de selecionar as músicas. É preciso manter o pique, colocar músicas alegres para não desanimar a galera. De manhã existem programas específicos, só de blues, por exemplo; e de tarde são tocadas músicas das próprias bandas que se apresentam no festival”.

Além das

pensamento,

guitarras

O encanto do lugar ultrapassa a esfera musical. Espetáculos de teatro como Aventuras Possíveis, do grupo teatral Auto-Peças, emprestam da literatura artifícios para fazer refletir. Também é conferida atenção especial às crianças, que podem participar

da recreação todas as tardes, com atividades divertidas e educativas. Para quem está disposto a conhecer algo novo, são oferecidas oficinas variadas. Gisele Voss, palhaça e estudante de Psicologia, ministrou a oficina Brincando de Improvisar. “Estamos aqui para realizar uma troca. No final, um dos quatorze participantes acabou propondo uma atividade, conseguiu entrar no clima da brincadeira”. Simpática e tranqüila, Gisele saiu de Curitiba pela segunda vez para participar do Psicodália. “Aqui é possível alterar a percepção sem drogas ou bebidas, estando sóbrio mesmo. Vivenciamos pessoas enlouquecidas, mas sem brigas. Existe muita paz e energia positiva”. Há, ainda, quem vai ao festi-

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A evasão da realidade faz com que a despedida seja dolorosa. Na terça-feira ao cair da tarde, último dia, frases do tipo “não quero ir embora” ou “quero morar no Psicodália” são ouvidas a todo instante. Há quem pronuncie, cambaleante, com o destino incerto: “Todos nós morremos. Não há vida depois do Psicodália”.

P

Nos dias, semanas ou meses seguintes ao festival, não é de se estranhar que você seja acometido por sintomas que caracterizam a chamada depressão-pósPsicodália. Infelizmente, não há cura para este mal (bem). O único tratamento é esperar, ansiosamente, a próxima edição.

a liberdade

A distância entre Guarapuava e Rio Negrinho, onde o festival foi realizado pelo segundo ano consecutivo, é de 300 quilômetros. Para chegar ao destino, Kaká percorreu o trajeto de carro com mais quatro amigos durante cinco horas e meia. Incluindo o gasto com combustível e pedágios, cada um desembolsou R$ 60. A cidade não possui excursão para o festival, tampouco uma linha de ônibus direta para Rio Negrinho. Assim, a segunda opção é realizar um itinerário mais complexo: ir para Curitiba

e posteriormente para Rio Negrinho, totalizando 380 quilômetros e sete horas de viagem. Uma passagem de Guarapuava a Curitiba custa R$ 45; e de Curitiba a Rio Negrinho, R$ 21. O valor da entrada varia de R$ 120 a R$ 150, dependendo do lote em que é comprado. Na hora, custa R$ 170. O ingresso é válido para as atrações (shows, teatros e oficinas), camping e estacionamento para os cinco dias. Contabilizando transporte, ingresso, alimentação, bebidas e eventuais aquisições como CDs ou camisetas, a quantia gasta é de R$ 300 a R$ 400.

Estrutura astral

Há, ainda, quem vai ao festival para comercializar sua arte, como é o caso do gaúcho Gustavo Roth, que descobriu na aerografia - técnica de pintura - uma forma de reproduzir seu talento. Gustavo desenha desde criança e chegou a ser tatuador. Hoje, utiliza o aerógrafo para pintar camisetas. “No começo foi difícil. O primeiro lote de camisetas que comprei foi perdido, porque nada ficava bom. Com o tempo, aprendi. Faz um ano que a minha renda é exclusiva desse trabalho”. Com a ajuda da esposa, Gustavo sai de São Leopoldo para vender em feiras e eventos no sul do país; e também recebe encomendas pela Internet, de qualquer lugar do Brasil.

Passaporte para

inevitável. Perde-se a noção de tempo, e isso não é nada ruim.

Quem experimenta o turbilhão de emoções que é o Psicodália, vira freqüentador assíduo. Quando se pergunta a um novato sobre a intenção de voltar outras vezes, ele responde sem titubear: “Claro, com certeza!”. Alguns complementam, rindo do despreparo de principiante: “Mas da próxima vez venho mais equipado”. Em meio às árvores, o desapego às tecnologias e ao mundo urbano é inevitável. Perde-se a noção de tempo, e isso não é ruim. No retorno, quando se para em um posto de gasolina depois de algumas horas viajando, a televisão é o principal indicativo de que a vida real voltou. E ninguém havia sentido falta dela nos dias anteriores.

Aviso

Universo Em meio às árvores, o desapego às tecnologias e ao mundo urbano é

paralelo

e florida

A Fazenda Evaristo possui cinco áreas de camping: Os Mutantes, Casa das Máquinas, Made in Brazil, Som Nosso de Cada Dia e Terreno Baldio. Oferece três áreas de show: Palco do Sol, Palco do Pasto e Palco dos Guerreiros – este último dentro do Saloon, onde também são apresentadas peças de teatro. Uma das atrações repleta de filas é a tirolesa, que custa R$ 12.

Os bares e os stands de alimentação, com nomes como Dog Dylan e Rango Star, funcionam 24 horas por dia; além da praça de alimentação, com capacidade para 800 pessoas. O festival conta com 200 banheiros, mercearia, farmácia, ambulatório, cozinha comunitária, equipe de segurança e de limpeza. Segundo a organização, mais de 200 pessoas trabalharam no evento. Para mais informações, acesse o site oficial: www.psicodalia.mus.br.

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kitnet

Hilde Vanstraelen (Bélgica) @RoyaltyFree

Longe de casa, há mais de uma semana. Milhas e milhas distante do meu LAR

Casimiro William Urban Cidade de origem: Wenceslau Braz - Paraná Curso: Agronomia(Unicentro)

Cidade de origem: Ivaí - Paraná Curso: Direito (Campo Real)

Laís Pereira Ferreira

Daniela Pieneganda

Cidade de origem: Peruíbe - São Paulo Curso: Secretariado Executivo (Univcentro)

Cidade de origem: Ivaí - Paraná Curso: Biomedicina (Campo Real)

Matéria: Katrin Korpasch Foto: Poliana Kovalyk

HOME quando não se tem a sorte de cursar uma faculdade na própria cidade, o jeito é arrumar as malas e morar longe de casa.

Jislaine Galvão

Mas é por uma boa causa. Festar, se divertir, aproveitar a liberdade... É, pode ser. Mas essas são conseqüências, é o que se faz quando sobra tempo daquilo que se veio realmente fazer, estudar, buscar uma formação. Quando se passa do “não volte tão tarde da festa” para o “roupas claras e escuras não podem ser lavadas juntas tá, filho?!”, desafios e oportunidades se misturam e a história muda de rumo. É hora de pensar no futuro. Foi justamente fazendo isso, que Jislaine, Laís, Daniela e Casimiro resolveram deixar suas cidades e vir para Guarapuava. Mas porque Guarapuava? “Eu vim parar aqui porque eu consegui a bolsa do ProUni na Faculdades Campo Real. Eu consegui a bolsa para cursar o segundo período de Direito. O primeiro eu fiz em União da Vi-

tória”, conta Jislaine. Para Laís, tomar a decisão exigiu confiança. “Eu desejava fazer Secretariado Executivo, então o primeiro passo foi a escolha do curso estar bem certa. Aí o segundo passo foi a pesquisa das Universidades Estaduais ou Federais que oferecessem o curso. Pesquisei e vi que Guarapuava seria a cidade mais próxima, mesmo tão longe. Resolvi arriscar, fiz o vestibular e passei em primeiro lugar. Foi como um sinal de Deus. Então eu vim, com a cara e a coragem”. Daniela acabou de se mudar, está no primeiro ano da faculdade. “Eu vim pelo curso mesmo, como a minha prima já morava aqui facilitou um pouco”. A história de Casimiro foi diferente. “Eu fui estudar em Curitiba primeiro, fazia cursinho, mas eu acabei não entrando em uma universidade lá, então eu comecei a trabalhar em uma loja de carros. Aí prestei vestibular

em Guarapuava, pelo fato de a Unicentro ser estadual, e acabei vindo para cá. Agora meu pai me dá o apoio financeiro para morar aqui e cursar agronomia”. A mala e a mudança estão aqui, os pais entram no carro E vão embora. E agora? “Quando eu cheguei, acho que só tinha eu de queimada do sol e de short curto. As pessoas aqui se vestiam de forma mais recatada. Enfim, meus pais vieram me trazer e quando o carro foi indo eu só chorava e chorava. Aquele tanto de mala, mas a certeza de que eu deveria me adaptar. Sofrendo ou não, era aquele o meu objetivo, então iria até o fim. Foi difícil o primeiro mês, mas depois eu fiz amigas e valeu a pena. Com certeza valeu a pena, e está valendo, estou bem feliz

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Laís sempre quis ser secretaria executiva

aqui. O curso era bem o que eu desejava, eu sempre tive afinidade com inglês e espanhol”, conta Laís. Jislaine relembra que suas primeiras semanas lhe renderam momentos de tristeza. “No começo foi complicado porque eu não conhecia ninguém, não conhecia a cidade. Foi bem complicadinho para fazer amizades, mas depois fui conhecendo mais pessoas. Guarapuava é mais ou menos para fazer amizades. É um povo mais fechado, mas não deixa de ser legal”. A fama de povo frio que Guarapuava ostenta também chamou a atenção de Laís. “Eu achei bem difícil no início, notei a diferença de personalidade. Aqui as pessoas são mais recolhidas, não são muito de conversa, mas ao mesmo tempo, quando elas percebem que você está aberto, querem saber mais, construir uma amizade, eles se abrem também e são bem legais”. Para Casimiro a adaptação foi mais fácil: “Eu tinha conhecimento do povo curitibano, que chega a ser mal educado, sem nenhuma relação interpessoal. E aqui, no primeiro dia que eu cheguei, sentei no boteco com alguns colegas da faculdade e pensei, não vou mais sair daqui, vou me formar em Guarapuava”.

laís

Novo lar, nova rotina Quando chegou a Guarapuava, há pouco mais de um mês, o novo lar e a nova rotina não foram problemas para Daniela, que já estava decidida a morar com a prima. Já para os outros... “Quando eu me mudei eu fui morar num residencial, era bem legal porque cada um tinha seu quarto, um espaço bem reservado, e tinha umas regalias que eu não tenho esse ano, roupa lavada, quarto limpo, isso contribuiu bastante para a minha adapta-

ção. Agora acabou tudo, estou morando em um apartamento com a minha prima, que também estuda aqui. É uma companhia e tanto. No início, vir sozinha era complicado. Depois a gente foi se adaptando e esse ano, junto com ela, está mais divertido”. Mas há coisas que não vão mudar nunca, o jeito é se acostumar. “O frio é o que mais mata aqui, não tem como. Sair da faculdade à noite é esquimó total. Minhas amigas brincavam comigo no começo, ‘já se prepara, porque se você vier com essas blusinhas finas você vai

Meus pais vieram me trazer e quando o carro foi indo eu só chorava, chorava

morrer congelada’”, conta Laís. Jislaine optou por morar sozinha nos seis primeiros meses, mas a solidão incomodava. Então ela encontrou uma companheira de kitnet de uma maneira inusitada. “No ônibus, viajando, eu conheci uma menina que também estuda aqui, então resolvemos dividir uma kitnet. E está dando certo, ter companhia distrai, ameniza a saudade de casa”. Um enredo parecido com o de Casimiro: “Primeiro eu também morei em uma kitnet sozinho, mas no dia em que eu conheci o Pedro, meu colega de sala, nós decidimos dividir um apartamento, por um custo menor e uma qualidade maior. Quando você muda de região, eu sou do norte do Paraná e vim para o centro-

sul, você sente muita diferença, os costumes, a cultura. O Pedro também é do norte, então eu acho que isso facilitou a decisão de morarmos no mesmo apartamento”, explica. “Na parte das tarefas, cada um lava a sua roupa e limpa o seu quarto. E uma vez por semana a gente limpa o resto do apartamento juntos. Louça acostumamos dividir um dia eu e outro ele. No mercado nós também vamos juntos e dividimos a conta. A parte de limpeza eu aprendi na raça mesmo, qualquer coisa eu ligo para minha mãe e pergunto: como faz isso, como faz aquilo. Acho que todo mundo faz isso”. E para quem acha que alimentação de universitário se resume a miojo, Casimiro prova que não. “Quando eu saí de casa

para morar em Curitiba, eu tinha 17 anos ainda, eu fiz uma pós com a minha mãe para aprender a cozinhar e não passar aperto”.

um eterno fazer e desfazer

trabalhos domésticos fazem parte da rotina

mas a prioridade são os estudos

Liberdade, liberdade. Mas rima com saudade, saudade Morar sozinho longe de casa parece uma beleza, liberdade total. Mas quem já vive esta experiência afirma que não é bem assim, a liberdade é mais uma sensação do que um fato, além disso, ela traz consigo uma companheira nada agradável, a saudade. “Você conquista um pouco, não 100%, da sua independência. Você continua dependendo dos pais, em questão econômica. E sempre fica aquela coisa, eu

DISTÂNCIAS

30

IVAÍ

130 KM

WENCESLAU BRAZ

330 KM

PERUÍBE

580 KM

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ex-preguiça

a

daniel

ainda está se habituando à vida de universitária quero ir para casa. No comeque lavar roupa, limpar. É um desafio, uma Universidade pública, ço você fica chorando, quero mas se tanta gente consegue, porque que se arrisquem, é valioso. meu pai, quero minha mãe. eu não iria conseguir?”. E para o CaSe você tem certeza do que A pior coisa de sair de casa simiro? “Quando eu me mudei para quer, vale muito a pena. Agoé a saudade. Têm épocas que Curitiba eu fui morar com as minhas ra se é um curso que ainda te eu vou todo final de semana duas irmãs, já fui me acostumando gera dúvida, aí longe de casa para Ivaí, mas geralmente a morar longe de casa. Agora em complica. Se você tem certeeu vou duas vezes por mês”, Guarapuava, eu lido muito bem com za do que quer, saia mesmo. conta Jislaine. A Laís acha isso”. E com relação à liberdade, Venha para Guarapuava, eu que “a liberdade que você por ter tido outras experiências, o nunca tinha ouvido falar daqui tem para sair, se divertir, não futuro engenheiro agrônomo tem e agora adoro morar aqui”, ter que dar satisfação, é ótioutras perspectivas. “Por eu já ter garante Laís. Para Jislaine o ma. Isso para todo mundo, é tido a liberdade de trabalhar e gaamadurecimento compensa os geral essa questão da libernhar o meu dinheiro, depender do momentos ruins. “Nunca me dade, eu acho. Mas a gente que o meu pai manda para mim é imaginei estudando em Guaainda está em busca de uma uma prisão. Ele me manda muito rapuava, agora eu adoro essa independência financeira, menos do que eu recebia quando cidade, tenho muitas amizapara depois conquistar a litrabalhava. Mas eu dou muito des e é uma cidade muito boa berdade em todos os sentivalor a essa oportunidade que o para morar”. Casimiro condos. Mas é uma sensação de meu pai está me dando”. corda. “Sair de casa é uma liberdade bem legal”. Por Se sair de casa para estuoportunidade de crescer, se outro lado, “O ponto ruim é dar vale a pena? Por enquanvocê tem certeza do que você a falta do afeto de pai, mãe, to, para a caloura Daniela quer não será a cidade ou as irmão. A gente supera, uma tudo ainda é muito novo, a pessoas que te farão desistir. hora tem que sair mesmo, faculdade, a cidade, porém Você tem que estar lá pelo em busca dos objetivos. Essa ela está otimista. “Eu acho seu sonho, não importa se a é a maior dificuldade, estar que vou me adaptar bem cidade e longe ou perto da longe deles e também das aqui, vai dar tudo certo”. sua, se você gosta ou não das mordomias, porque em casa “Vale, eu recomendo para pessoas de lá. O começo é divocê tem tudo, aqui você tem todos que desejam fazer fícil, mas vai valer a pena”.

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Entre o Agitado e o Parado Após começar a universidade muitos estudantes adotam um comportamento indiferente às atividades físicas, e isso acarreta malefícios para a saúde.

Matéria: Nathana D’Amico Foto: Ana Carolina Depois de assistir um filme, cujo foco era o rugby, Janaína Viana, acadêmica de História, passou a apreciar o esporte, que até então mal conhecia. “Eu estava na sétima série e tinha vários colegas que também se interessavam por essa modalidade esportiva. Aí a escola em que eu estava cursando o primeiro grau resolveu trazer o rugby como recreação alternativa e, a partir disso, nos juntamos e começamos a treinar”. Entre os 13 e 17 anos da estu-

dante, o rugby entrou sem pretensão e ganhou espaço nos horários de lazer. “Um dos motivos, que me levaram a praticar rugby por tanto tempo, era porque eu conseguia descarregar o estresse, a raiva. Querendo ou não, eu tinha o rugby como forma de terapia”. Além de praticar um esporte dominado pelo universo masculino, Janaína ainda se destacava no judô e chegou a participar da Confederação Brasileira. Ela também treinava muay thay e basquete. Levava uma vida exemplar em termos de educação física.

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São graves as consequências que a ausência de movimentação acarreta na saúde e no bem estar. quanto menos ativos, piores serão os índices de saúde.

Com a proximidade do vestibular, a rotina de competições, campeonatos, treinos e jogos, teve fim. Janaína saiu de São Paulo, sozinha, para cursar História em Guarapuava e, desde então, se tornou uma pessoa sedentária. “A faculdade acaba tomando muito tempo, tenho esperança de voltar a jogar depois que eu terminar meus estudos”. Assim como Janaina, há vários estudantes na mesma situação, pois no ensino médio é normal as escolas incorporarem a atividade física por meio de jogos, gincanas, olimpíadas e aulas de educação física. Comportamento contrário das universidades, os jovens quando se inserem no ambiente acadêmico abandonam esse desempenho e passam a desenvolver o sedentarismo. “Para chegar até a faculdade, os alunos, geralmente, dependem de alguma condução. Quando estão em aula ficam o tempo todo sentado e durante a noite, muitas vezes, se alimentam mal, ingerem lanches rápidos no lugar de uma refeição equilibrada. E quando tem suas horas de lazer optam por atividades inativas como jogar vídeo-game, utilizar o computador, assistir TV

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e é exatamente essa indisposição para praticar atividades ativas que gera o sedentarismo”, explica o professor de Educação Física Marcos Queiroga. A universidade exige responsabilidade nos estudos e, portanto, demanda um tempo de dedicação maior. “História tirou a minha atenção dos esportes em uma grande porcentagem, porque passei a ler mais, estudar mais, meus amigos mudaram. Eu tive que criar novos hábitos”, conta Janaína. Outro caso parecido é o da estudante de Economia Tais Cristiane de Almeida. Ela jogou futsal por nove anos e agora não tem mais tempo para a atividade física. “Eu não jogo mais, porque eu tenho um objetivo maior que é me formar. Não tem como conciliar faculdade com treino, porque os treinos eram puxados e esgota muito o físico e a mente”. As mudanças de comportamento e de rendimento de quem já foi atleta ou praticou algum esporte e resolveu parar são nítidas no diaa-dia. É o que conta Lola Costa, aluna de Física da UEL que jogou basquete por quase dez anos.“Meu

corpo estava acostumado com uma rotina de treinamento e de repente mudei, parei de jogar. Devido a isso engordei. Tenho insônia, porque quando eu jogava basquete eu dormia melhor e, consequentemente, fiquei mais estressada. Imagina você fazendo algo por nove anos, como é o meu caso, e de uma hora para a outra parar, meu metabolismo estranhou”. São graves as conseqüências que a ausência de movimentação acarreta na saúde e no bem estar de um indivíduo. Quanto menos ativos, piores serão os índices de saúde. O sedentarismo, por exemplo, pode acabar provocando doenças cardiovasculares, principalmente, hipertensão e diabetes. “Além disso, o aumento de calorias para os acadêmicos é outro fator de riscos, pois pode desencadear a obesidade”, alerta Marcos Roberto. Alguns reclamam que não praticam atividade física, porque as mensalidades dos centros esportivos são caras. Enquanto outros reclamam que não tem tempo e há ainda aqueles que simplesmente não gostam. No entanto, para todos os casos o indicado é ao menos uma caminhada diária. “Para quem não tem dinheiro ou tempo sobrando, fazer uma caminhada ou uma corrida de 30 a 60 minutos é o ideal, e ainda existe a opção da bicicleta que os alunos podem utilizar no lugar de outras conduções”, lembra Marcos. Segundo o Instrutor Físico João Paulo Freitas, o exercício físico além de fazer bem a saúde melhora o rendimento cotidiano.

Segundo o Instrutor Físico João Paulo Freitas, o exercício físico além de fazer bem a saúde melhora o rendimento cotidiano

“Todos os exercícios valem a pena, pois é um beneficio para a saúde. Principalmente para os jovens que já iniciaram a prática esportiva e deram um tempo. Para eles acaba sendo mais fácil voltar a praticar, pois só precisam de um período para se readaptar”. E além de fugirmos do sedentarismo, a atividade física pode ajudar quem se preocupa com a estética, como é o caso do estudante de Enfermagem Elcio José Loures Júnior, que já praticou vôlei, futsal e musculação e agora está planejando voltar para a academia. “Apesar desse terceiro ano de enfermagem estar apurado, não quero ficar parado. Vou recomeçar a fazer academia em primeiro lugar pela saúde, depois por estética”. Claro que as inúmeras responsabilidades que temos com estágio, faculdade e outros coisas tomam tempo e as vezes até dinheiro, mas Júnior pensa diferente: “Quando a gente quer mesmo praticar atividade física, a gente dá um jeitinho”.

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eu que fiz

RG

nas horas vagas e Para se distrair um pouco dos assuntos da universidade, Mirella Douradinho, estudante do 4° ano de nutrição da Unicentro, curte assistir filmes. veja o que ela indica!

NOME: Mirella Douradinho

“Este desenho

EU INDICO: Filme O Turista (The Tourist)

de um projeto

PORQUE: Por causa da correria com o trabalho de conclusão de curso e com o estágio, acabei me afastando um pouco de eventos e produtos culturais, mas recentemente assisti O Turista. Gostei muito porque prendeu minha atenção até o final, eu sequer olhei para o relógio. Às vezes, tenho sono quando assisto filmes de ação e esse, ao contrário, passou rápido e não achei nada chato. Eu indico!

é uma parte pessoal, 'vida em cartas'. Sempre gostei de lápis e papel e nas minhas horas livres eu costumo me entreter rabiscando”

Desenhos de Claudia Marx, futura publicitária

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expediente

Ágora

Reitor Prof. Vitor Hugo Zanette Vice-Reitor Prof. Aldo Nelson Bona Diretor do Campus Santa Cruz Prof. Osmar Ambrósio de Souza Vice-direção de Campus Prof. Darlan Faccin Weide Diretor do Sehla (Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes) Prof. Carlos Eduardo Schipanski Vice-diretora do Sehla Prof(a). Maria Ap. Crissi Knüppel Dpto. de Comunicação Social Coord. Prof. Edgard Melech

revista

Professor Responsável e Chefe de Redação Prof. Anderson Costa Editora-Chefe da Edição 01 Katrin Korpasch Assistente de Redação e Revisora Ana Carolina Pereira Direção de Arte e Diagramação Anderson Costa Redação: Ana Carolina Pereira, Bárbara Brandão, Ellen Rebello, Gabriela Titon, Giovani Ciquelero, Helena Krüger, Hilva Nathana D’amico, Kaio Miotti Ribeiro, Katrin Korpasch, Luciana Grande, Mário Raposo Jr., Poliana Kovalyk, Vinicius Comoti, Yarê Protzek, Yorran Esquiçati.

Tiragem: 500 exemplares Impressão: Gráfica Unicentro Contato (42) 3621-1325 e 3621-1088 E-mail: agoraunicentro@gmail.com Capa Jullia Starr (Estados Unidos) @RoyaltyFree Todos os textos são de responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da Unicentro. A Revista Laboratório Ágora é desenvolvida pelos acadêmicos do 3º ano de Jornalismo da Unicentro.

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