Revista Ágora 2011 - Edição 05

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Guarapuava - 2011 - Ed 5 . Ano 07

revista

Ă gora


saúde ex-preguiça caixa-zero

editorial

índice qual é a doença de hoje?

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as experiências de um jogador guarapuavano

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Quanto mais zeros melhor

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para avançar no the books is on the table

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comportamento

sentir a liberdade na pele

32

RG

franciele sobanksi

comportamento

just do it

criados pela MTV

Violin and Candlestick (1910), Georges Braque

eu que fiz

lauri eduardo e juliano dos santos

expediente

equipe ágora

40 41 42

no final do dinheiro sobra mÊs (Aluguel + mercado + fotocópias = - R$). Por isso, nessa edição mostramos, entre outras coisas, que para ganhar dinheiro é preciso quebrar o cofrinho e investir! E você pode investir de diversas maneiras, uma delas é no próprio currículo. Se você é daqueles que quando o assunto é inglês fica apenas no “the book is on the table”, então, acompanhe as dicas de qual é a melhor maneira de aprender o idioma. Se você pensa em investir de outra maneira, que tal algo mais ousado: a bolsa de valores. Em uma matéria especial sobre o assunto, conheça as vantagens e desavantagens desse tipo de investimento. Saúde é outro assunto importante desta edição. Acadêmicos ou não, infelizmente muitas pessoas logo que percebem algum sintoma de doença procuram imediatamente o Dr. Google e, pior, se automedicam com base no que acham que é. Fique atento, nem toda febre é dengue! Nesta edição, continuamos priorizando a rotina dos jovens, fase em que nos deparamos com novos desafios. Escolhas que, por si só, exigem, muitas vezes, ritmo adulto. Escolhas como a de fazer faculdade ou de crescer profissionalmente longe de casa. Distância que implica em saudade; sentimento que é superado pela busca de um sonho. Como exemplo desse espírito, temos uma entrevista com o guarapuavano Polenta, que é uma das promessas para o futsal paranaense. Aliás, a MTV por muito tempo representou esse espírito jovem. E hoje? Depois de tantas mudanças será que isso continua? Com as férias chegando, convidamos você para acompanhar mais esta edição do Ágora. Boa leitura!


saúde

Qual

HIPOCONDRIA

éA

doença de

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hoje?

A doença que alimenta sintomas fictícios Matéria: Ana Carolina Pereira Diagramação: Ana Carolina Pereira

Sabe aquela pessoa que a cada dia tem uma doença nova? E para cada sintoma toma uma porção de medicamentos? Esse comportamento tem nome: síndrome hipocondríaca. É uma doença crônica em que os pequenos sinais e sintomas do corpo são interpretados com uma dimensão irreal, que pode ir de uma simples dor de garganta até um diagnóstico grave, como o câncer, por exemplo. Como explica a psicóloga Tânia da Silva, “a hipocondria se caracteriza pela crença infundada de se padecer por uma doença grave aliada ao medo da morte, com isso, qualquer dor de cabeça já vira um tumor”. A hipocondria não tem idade, mas os primeiro sinais surgem ainda na juventude, seguidos pelos sintomas de desvalorização pessoal e social. “O medo da morte é muito recorrente entre pacientes hipocondríacos. Muitas vezes isso já vem da infância, casos que tiveram familiares doentes e que, principalmente, morreram em função dessa doença”. A psicóloga e também terapeuta familiar afirma que outro fator aliado à hipocondria é a depressão. “Quando o paciente já está com a doença é porque olha apenas para si mesmo e esquece-se de olhar o exterior, não consegue mais se relacionar de uma forma natural com a sociedade, ele tende a se fechar”. Juliana Joice, hipocondríaca desde criança, conta que a primeira experiência foi com os sintomas de um tumor maligno

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“ “

na perna, aos seis anos de idade. E, desde então, o medo de ser acometida por uma doença grave se intensificou. “Pra mim é como uma crise de paranóia, onde vejo em certos fatos normais uma seqüência de provas, querendo me assassinar”. Foi aos 13 anos a pior fase. “Cai na cama e não queria nem levantar mais, pois pensei que tivesse um tumor no seio. Eu já me imaginava careca e bem magrinha fazendo quimioterapia no Hospital do Câncer”. Tânia enfatiza a importância de expor os sentimentos que estão por trás da hipocondria “Qual é a história dessa pessoa, o que mantêm esses sintomas, quais são os sentimentos, como está a auto-estima, como se lida com morte na família, se é um assunto proibido ou não. A morte pra gente é um mito e isso é aprendido, por isso é tão necessário trabalhar todo esse viés da questão psíquica”. Os métodos utilizados variam de acordo com o quadro psicológico do paciente. Em alguns casos, a necessidade de acompanhamento médico vai além do psicólogo. “Como nós psicólogos não podemos medicar, se for necessária a medicação eu encaminho a paciente a um médico psiquiatra. Aliás, já houve casos. E aí o tratamento vai se encaminhando com a interação dos dois profissionais até que se encontre a melhor solução”.

Foi um choque porque comecei a ter os sintomas de verdade, sangrava meu nariz e minha boca

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O paciente tem uma descrença nos diagnósticos

O medo da morte é muito recorrente entre pacientes hipocondríacos

Como foi o caso de Bruno*, que após algumas consultas com psicólogos foi indicado a um psiquiatra. “Foi em 2005, quando eu achei que estava com leucemia, foi um choque porque comecei a ter os sintomas de verdade, sangrava meu nariz e minha boca, comecei a ter manchas pelo corpo, fiquei pálido e muito mal, até descobrir que tudo não passava de sintomas infundados da leucemia. O tratamento varia com o perfil do paciente, mas, segundo a doutora Tânia, para todos os casos a dica é uma só: “Tentar não exacerbar tanto esses pequenos sintomas. Porque o nosso corpo fala com a gente. Às vezes temos dores nas costas, mas isso não significa que seja o extremo de um câncer, podendo ser apenas desconfortou ou, por exemplo, uma cifose, ou seja, algo que tem cura e que pode ser tratado com fisioterapia, com ortopedista. O importante é não se fechar em si e enxergar outras possibilidades para serem vivenciadas”.

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E l G OO

G

Sempre que tenho algum sintoma, corro para o Google e, por incrível que pareça, as informação são sempre sobre as piores doenças 08

Afinal, a ferramenta de busca na internet é um inimigo ou um aliado? Para o hipocondríaco o Google é um vilão disfarçado. A famosa pesquisa realizada na internet acaba expandindo as suspeitas do internauta, já que a maioria das informações disponíveis na rede vem seguida de diagnósticos gravíssimos. E para um hipocondríaco, as buscas na rede servem somente para alimentar a crença de que está sofrendo de uma doença incurável. A estudante Juliana Joice confessa que várias vezes já recorreu ao Dr. Google para diagnósticos de última hora. “Sempre que tenho algum sintoma de doença corro no Google pra pesquisar e, por incrível que pareça, as informações são sobre as piores doenças. Se você pesquisa sobre dor de cabeça, não demora a achar alguma coisa falando sobre tumor cerebral ou aneurisma”.

O multiplicador de sintomas Se você tem costume de autodiagnóstico, fique atento. É preciso cautela! Pois a busca na internet pode resultar em conteúdos equivocados. Além disso, muitas vezes, os textos são formatados por leigos no assunto, sem aprimoramento profissional. Então, quando consultar o Dr. Google? As pesquisas podem contribuir com um paciente que já tenha realizado uma consulta, por exemplo, para que a pessoa se informe sobre a doença e o tratamento. Mas nunca antes de uma consulta, que é para evitar um diagnóstico precipitado e a tendência a automedicação.

medicação

. R D

assassina

Atire a primeira pedra quem nunca tomou um medicamento sem prescrição médica. Dor de cabeça. Cólica. Dor de garganta. Febre. Mal-estar. Uma prática comum adotada já logo na primeira dor de cabeça ou no segundo espirro. Em dias de TPM então, os medicamentos para cólica são companheiros fiéis das mulheres. Para ‘pessoas comuns’, tomar aquele remédio que o amigo ou a avó receitou pode parecer inofensivo, mas, para os hipocondríacos a automedicação é rotina. A psicóloga Tânia Silva explica essa característica da hipocondria. “O paciente tem uma descrença nos diagnósticos, se o primeiro médico diz que ele tem apenas uma dor de cabeça, ele não acredita, vai à procura de outro achando estar com tumor. Com isso, ele acaba tomando muitos remédios, que podem, a partir disso, desenvolver um quadro de doença pelo excesso de medicação”. É sempre um risco. A medicação inadequada pode retardar o reconhecimento de uma doença e, além disso, as interações de medicamentos podem alterar os efeitos e a absorção no organismo, agravando o quadro clínico do paciente. É fundamental considerar a consulta e a prescrição médica como diagnóstico confiável.

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ex-preguiça

FUT SAL

Dono da camisa 17, o guarapuavano Dhone Kreskiuski, mais conhecido como Polenta, conta ao Ágora um pouco da vivência no futebol de salão. Ele começou a jogar com seis anos de idade e, desde então, conquistou mais de 11 títulos. Entre eles o mais importante da carreira, a Chave Ouro do futsal paranaense, conquistada ano passado junto ao seu time, o Clube Atlético Deportivo. Defendendo a posição de pivô, Polenta atualmente está emprestado ao Paraná Clube para disputar o campeonato brasileiro de futsal sub-20.

as experiências de um jogador guarapuavano. Matéria: Nathana D’amico

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! ! L oo O L g o O L !! o g L go o OLL !! ÁGORA: O Clube Atlético Deportivo foi o primeiro time EM que você atuou profissionalmente? Como foi esse início? Foi difícil? POLENTA: Sim, o CAD foi o primeiro time que joguei como profissional. Em 2009 eu jogava na categoria sub-18. Numa determinada semana faltou um pivô no time adulto do C.A.D, então o Baiano [técnico] resolveu chamar a mim e a alguns colegas meus para nos testar. Treinamos durante toda a semana para disputar um jogo no sábado. Depois, como eu joguei bem naquela partida, ele me convidou para fazer parte do time adulto.

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Como foi a experiência de ser campeão paranaense da Chave Ouro com apenas 18 anos? Muitas pessoas que são experientes no futsal não passaram pelo que eu passei ano passado. Foi algo novo. Nós nos esforçamos muito, pois começamos o ano com um objetivo, fomos atrás do nosso alvo e quando chegou o final do ano conquistamos nosso objetivo. Então, nossa, é a melhor coisa que existe! Fiquei realmente muito feliz. Agora você esta defendendo um time que é referência no futsal do estado. Como foi a sua ida ao Paraná Clube?

Eu fui emprestado ao Paraná Clube para disputar o campeonato brasileiro sub-20, que foi disputado em Juazeiro, na Bahia, entre os dias 13 e 19 de junho.

faltando um minuto, arrisquei e chutei a bola pro gol. Ela parou na trave. Mas finais melhores vão vir, como dizem: Deus ajuda quem se esforça.

Como foi ser vicecampeão com o Paraná Clube? Foi a primeira vez que eu participei de um campeonato assim, tiro curto, foi realizado em uma semana com os melhores do Brasil. E ser vice com o seu time, estar junto com eles lutando pelo título, foi melhor ainda. Foi emocionante. Também porque, apesar de nos jogos de chave o nosso time ter ‘sobrado’, a semifinal foi difícil, teve prorrogação. E na tão esperada final, estava 1x1 quando faltavam três minutos para acabar o jogo. Infelizmente eles fizeram o gol e levaram o título. Pouco antes de o jogo acabar,

Essa temporada no Paraná Clube correspondeu as suas expectativas? Muito! O Paraná clube realmente é um time que tem nome e que sempre atua bem nos campeonatos. E foi um orgulho pra mim, eles me chamarem e confiarem em mim pra um campeonato tão importante. A equipe me recebeu muito bem, sem contar a experiência profissional que ganhei nesse período. E a estrutura que eles possuem é excelente. Até agora qual foi o seu maior desafio como atleta?

! ! ! O ÇÃ MARCA MARCAÇÃO!!!

MARCA ÇÃO!!!

MARCAÇÃO!!!

ÃO!!! Ç MARCA 13


Foto: Poliana Kovalyk

economia

Minhas maiores dificuldades foram em 2009, quando comecei minha carreira profissional. Eu tinha que treinar manhã e tarde, então, como minha casa era longe, ficava em torno de seis quilômetros do ginásio, eu tinha que fazer esse percurso a pé. No final do dia dava um total de 24 quilômetros. Somando com os desgastes dos treinos, era bem puxado. Como é a sua rotina? É todo dia assim: acordamos pela manhã e vamos para o treino. Voltamos, almoçamos e depois descansamos, para voltarmos a treinar durante a tarde também. Os treinos geralmente duram cerca de três horas. À noite vamos para a faculdade. Já nos finais de semana é um pouco diferente. Normalmente, procuramos nos concentrar, já que aos sábados sempre tem jogo. Nos domingos eu particularmente costumo dar

Hora de quebrar o cofrinho e começar a ganhar dinheiro

uma saidinha, comer alguma coisa fora, assistir um filme ou fico em casa mesmo. Há alguém em quem você se inspira, algum ídolo? Olha, ídolo, não, mas tem alguns jogadores em que me inspiro, sim. Por exemplo, em Guarapuava mesmo, na minha própria posição, o Japonês é um deles. Convivi com ele por muito tempo e ele me inspira por causa da experiência que ele traz tanto do futsal nacional quanto do internacional. Por que seu apelido é Polenta? É que havia um campinho perto de casa e eu jogava lá, eu tinha uns 11 anos e jogava com os caras maiores que tinham uns 22 anos e um deles me chamou de polenta por eu ser pequenininho e loirinho. Aí pegou, até hoje meu apelido é Polenta.

Quanto mais zeros melhor Matéria: Poliana Kovalyk

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“a maioria das pessoas investe em poupança pela tradição e pelo conservadorismo, tanto que a nossa cidade é considerada uma das que mais investem nessa área. mas hoje existem maneiras mais práticas de se ganhar dinheiro, então, é hora de colocar o seu dinheiro para trabalhar de verdade!” Vida de estudante não é fácil: fazer compras, pagar aluguel, pagar condomínio, pagar faculdade, água, luz, sem falar nas fotocópias que não acabam mais. Em meio a tantas contas, economizar dinheiro não é tarefa das mais fáceis. Muitos estudantes recebem auxílio dos pais e a conta ou poupança universitária é comum, mas essa, garantidamente, não é a melhor maneira de juntar um dinheirinho no final do mês. A maioria das pessoas investe em poupança pela tradição de que a renda fixa historicamente é lucrativa (isso hipoteticamente). Outros pontos que favorecem o investimento em poupança é sua segurança, isenção tributária e praticidade. Então, por que investir em ações de empresas se a poupança é rentável? Investir em ações de uma certa empresa significa tornar-se dono de uma pequena parcela dela e participar dos resultados que venha a ter (tanto lucros como prejuízos). Mas essa é uma área ainda não tão explorada no Brasil. Aqui, apenas 0,5% da

A poupança oferece segurança, isenção tributária e praticidade. Então, por que investir em ações de empresas, se a poupança é rentável?

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população investe em ações, sendo que nos Estados Unidos, por exemplo, essa taxa é de 60%. O professor de Economia Altamir Timóteo explica que investir em ações não significa que dinheiro cairá do céu. “Esse é um investimento de longo prazo. Se você está pensando em ganhar dinheiro fácil, não é. Exige muito conhecimento”. No entanto, existem algumas estratégias que permitem certa segurança sobre o retorno. Para quem busca informação e tem disciplina, é bem provável que seja o melhor investimento à longo prazo, e bem mais lucrativo do que a poupança. Para aqueles que não entendem, mas gostariam de entrar para o mercado de investimentos, a dica é se cadastrar numa corretora. Não precisa de nenhum pré-requisito para começar a investir, e qualquer quantia é válida, já que a corretora fará todo o serviço. Para o estudante de economia Fábio Tineu de Souza, é essencial se interar de como funciona o mercado e ter um curso prévio, já que o mercado financeiro não oferece estabilidade. “As corretoras fazem esse tipo de trabalho justamente facilitando o acesso das pesso-

as, pra que elas possam investir e futuramente ter um valor rentável para elas. É uma forma de hoje em dia você ganhar dinheiro, mas é arriscado. Por isso, existem algumas empresas que fazem essa parte burocrática. As pessoas acabam contratando essas empresas pra ter uma solidez no que estão investindo”. Existem cursos que auxiliam o jovem a investir em ações na Bolsa de Valores, explicando como investir em cada título, mostrando o que é mais vantajoso e o que é mais viável. Fábio explica que o curso dá uma certa base de informações na área de investimentos financeiros. “Muitos jovens hoje em dia guardam dinheiro em poupança. A poupança é uma forma rentável, mas a taxa de juros dela é muito baixa, então, funciona melhor para quem quer apenas guardar dinheiro, ter uma reserva ou algo desse gênero. Já a Bolsa de Valores é um pouco diferente. Existem títulos que possuem uma taxa de juros cambial que vale a pena você investir neles, em função de você estar adquirindo um valor agregado maior do que o investido”.

Existem cursos que auxiliam o jovem a investir em ações na Bolsa de Valores, mostrando o que é mais vantajoso e o que é mais viável

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“Richard obteve um retorno positivo, mas nada astronômico. A ideia de que investir em ações te deixará rico da noite pro dia é pura ilusão”

O curso em Guarapuava ainda é novo, mas como explica o Gerente Comercial da empresa Praisce Investimentos, Diogo Vezzaro, esse é um mercado que está em plena ascensão. “Nós montamos o escritório pensando que Guarapuava é uma cidade bem conservadora, onde está concentrada uma das maiores poupanças do Brasil, onde as pessoas têm o costume de trabalhar e colocar o dinheiro na poupança. Poupança hoje não é investimento, é um dinheiro de emergência. Então a gente trouxe o escritório pra cá pra mudar a cultura do pessoal, e mostrar que esse é um bom negócio”. A Praisce oferece um programa universitário justamente para esse público que pensa bastante em garantir o seu futuro. “As pessoas têm a visão de que só milionário pode investir na Bolsa de Valores. Hoje, uma única ação da Petrobrás custa apenas R$27, então o mercado está aberto pra todo mundo. O curso pra investir na Bolsa tem o objetivo de mostrar desde o porque a empresa abre capital na Bolsa, então ele é bem completo”.

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O comerciante Richard Bergonci conta que seu interesse pela área de ações surgiu do desejo de obter uma rentabilidade maior do que o proporcionado por outras modalidades de investimentos, como a poupança. Isso o levou a fazer um curso de especialização na área. Hoje, ele aposta na área como uma boa forma de ganhar dinheiro. “Na média, estou com um ganho superior ao que obteria em outras aplicações. Mas não é nada astronômico. A idéia de que investir em ações te deixará rico da noite para o dia é pura ilusão”. Após assistir a uma palestra de uma empresa de investimentos, o estudante de Economia Ricardo Cavalcante decidiu que era hora de começar a investir em ações. “Sempre fui apaixonado pela área de investimentos e risco, então decidi que era hora de começar a investir por conta da vontade que eu tinha de ver na prática o que eu já vinha pesquisando. Ainda fui também atraído pelos possíveis ganhos”. As pessoas apostam na poupança mais pela tradicionalidade, mas, pensando na nova gera-

ção que gosta de correr riscos, a expectativa quanto ao mercado atual é otimista, conta Diogo. “Em curto prazo, pode ser que ocorra oscilação, por exemplo, em 2008 teve a crise nos Estados Unidos, e a nossa Bolsa aqui acabou caindo, mas em 2009 ela se recuperou. À longo prazo, não existe melhor investimento do que Bolsa de Valores”. O professor de Economia também aposta no mercado jovem. “Para os jovens que vão investir, a dica é: vai comprando aos poucos, fazendo um portifólio de ações, uma carteira de ações, um pouquinho por mês, sem se preocupar em ganhar ou perder. Ações que você só ganha ou perde quando vende. São as chamadas ações de baixo risco. É uma boa maneira de começar”.

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comportamento

Como o principal canal de música do mundo fez a cabeça de jovens de diferentes gerações pelo país.

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PELA

CRIADOS

>>

Há 21 anos, a MTV desembarcou no Brasil e, desde então, vem moldando o gosto musical de jovens por todo o país. Não é raro achar alguém que começou a ver a MTV na pré-adolescência e acabou criando uma identidade graças ao canal. Porém, como todo canal televisivo, sofreu mudanças, ganhou uma cara nova e seguiu as tendências, mas continua a fazer a cabeça dos jovens.

No começo

O professor Jean Siqueira, de 32 anos, conta que o que o levou a gostar do canal foi a influência de amigos. “Eu comecei a assistir com 14 ou 15 anos. Como eu gostava muito de músi-

ca e meus amigos também e a gente tinha gosto musical parecido, eles indicavam programas. A gente se reunia na casa de um amigo que tinha TV a cabo para ver”. Segundo Jean, o canal não só foi de grande influência no seu gosto musical, como o ajudou a conhecer bandas do seu estilo preferido. “A gente selecionava certo grupo de música e ali você conhecia, através dos clipes e da própria MTV, novas bandas, novas tendências, e por isso você acabava ouvindo uma música de uma banda e isso te influenciava a ouvir o CD inteiro e naquela época não se baixava música, então você tinha

Matéria: Mário Raposo Junior

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Posso dizer

que

foi a

que

me levou a

gostar de

MÚSICA

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que comprar o CD”. O estudante Luiz Gustavo Menegatti, assim como Jean, começou a assistir o canal na adolescência e também foi muito influenciado por ele. “Na verdade foi uma influência bem forte. Eu devia ter 13 anos quando comecei a assistir e não tinha a facilidade da internet na época. Posso dizer que foi a MTV que me levou a gostar de música”. Com o tempo, o canal foi mudando de cara, adaptando-se ao seu tempo, há quem diga que foi para pior. Talvez isso se deva pelo fato do canal não mostrar mais aquilo com que os mais antigos estavam acostumados, partindo para uma abordagem para um público diferente, mais novo. Mas o fato é que o canal realmente está diferente. Como a MTV está apostando mais na diversidade e não se prendendo apenas na música, algumas pessoas dizem que ela ‘perdeu seu espírito’. Para Luiz Gustavo o canal apenas seguiu o curso natural que devia tomar. “Acho que não está melhor nem pior, só se adaptou ao cenário atual”. Já para Jean, o canal perdeu um pouco da objetividade. “Antes eles seguiam uma linha de música, agora eles misturam tudo, numa hora eles tocam Beyoncé e depois tocam Aerosmith, fica sem sentido, não dá um segmento pra programação. Eu achava bem melhor quando tinha os programas específicos para cada estilo musical”.

A

HOJE Para os que tiveram a companhia da MTV durante a adolescência e foram criados à clipes e programas de entretenimento que o canal propunha, a credibilidade do canal está no limbo, muito devido à juventude atual com sua moda colorida e mais alegre que reflete nos meios de comunicação. É também a opinião da estudante Bárbara Gregory, de 19 anos. Da mesma forma que Luiz Gustavo e Jean, ela também começou a assistir o canal por volta dos 12 anos, por influência de amigos e irmãos. Para ela o canal perdeu muito de sua identidade com o passar dos anos. “Antes a programação era muito melhor, os apresentadores também, era mais divertido. Os artistas que estavam na MTV antes eram outros, agora é só porcaria”. Jean é de opinião parecida quanto à identidade, mas para ele, a MTV perdeu a capacidade de in-

“Os artistas que estavam na MTV antes eram outros, agora é só porcaria” fluenciar as pessoas. “Antes eles tinham VJ’s que eram mais a cara da MTV, que nem o Gastão, a Soninha e o Edgar. Os novos VJ’s não tem muito a cara do canal. Na parte de influenciar, eu acho que o canal perdeu muito esse poder que ele tinha. Antes ele ditava moda com os comerciais e as músicas, agora ele segue o que está na moda, as tendências jovens”. O fato é que o canal realmente parece querer falar ao público mais jovem, e talvez por isso ele pareça tão diferente aos olhos dos que estavam acostumados a assisti-lo a sete ou oito anos atrás. Quanto ao poder de influência, a MTV ainda parece ter seu poder em cima dos jovens, apesar desse poder estar meio debilitado. Agora, se essa nova geração também vai estranhar o canal tanto quanto a antiga geração, só iremos descobrir daqui a uns anos.

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just do it

Para avançar no The Book Is On The Table Matéria, fotografias e diagramação: Katrin Korpasch

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sa Visual: pessoas com es muita tam es pr a tic caracterís renAp s. he tal de s atenção no a por dem melhor um idiom se en ag im es, meio de film r lho me m pta ca cartazes e de és av atr s õe as informaç otaesquemas, tabelas e an s do sto ge os a liz ções. Visua ele mo co va ser ob professor, nde gra o dã is ua vis ensina. Os tura, importância para a lei os. um res de te en principalm

no estágio, ao Na sala de aula, um emprego, a se candidatar a é: você fala pergunta sempre ? Todo mundo mais algum idioma uma língua já sabe que falar incipalmenestrangeira, pr íssimo. te inglês, é important ou aumentar Aprender do zero em qualquer imento seu conhec is fácil se você uma delas fica ma de aprenencontrar o sistema adéqua. mais se dizagem ao qual ilos de aprenest ês Existem tr ivo, o visual e o dizagem, o audit pessoa aprecinestésico. “Cada icas de todos senta característ um deles é esses estilos, mas a pessoa predominante. quando ilo que é o est identifica qual ia e escolhe ânc in tem predom ino equivalenum método de ens facilidade na te pode ter mais captação das aprendizagem, na plica a pedagoinformações”, ex . Conheça mega Kassiana Milla veja o que você lhor os estilos e captar melhor pode fazer para . uma nova língua

já Auditivo: quando ouve o ler isa ec pr o nã aprende, do. vin ou as en ap pta texto, ca mente Pessoas predominante lhor auditivas aprendem me textos com músicas, lendo os para si em voz alta, repetindo arem mesmos para memoriz mações or inf m re efe pr melhor, sso. detalhadas, passo a pa fazenCinestésico: aprende rem do. Estes alunos prefe ios para cíc er ex er faz praticar, m aprender. Entendem be las au de io me r po s as liçõe ssor ofe pr o do an qu s, dinâmica ne ma iexplica de diferentes de exras. Como necessitam logos periências práticas, diá xiliar e e exercícios podem au . facilitar o aprendizado

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- Todo mundo já sabe que falar uma língua estrangeira, pri ncipalmente inglês, é importantíss imo. Estas dicas podem ser praticadas em casa e po dem ainda auxiliar na escolha de um método de ensino das escolas, ma s Kassiana reforça: “O ide al é quando o professor trabalha com esses três grupos, atendendo as ne dades de todos os aluno cessis para que eles tenham aprendizagem significat Já sabe como você apren iva”. de melhor ou o que po de auxiliá-lo a dar um upgrade ao aprende r um a língua? Veja agora as opções de cursos existentes em Guarapu av a. Fizemos um a lista com as principais escola de línguas, resumo sob s re o funcionamento da s aulas, tempo de apren zagem e mais. Escolha dia que melhor se adapta a você e aproveite ess semestre para começa e r um a jornada bilíngüe .

etas leça m Estabe esmo: im à para s sistir ero as u q al n “eu io c a tern CNN In o nder a e das e t n e e d a t e am menos ções” a inform

aulas? Como são asoco rre de forma

A aprendizagem tural. Nas simples, gradativa e na tado primeiro à aulas, o aluno é apresen s que rende por meio de liçõe forma oral do idioma, ap tra em contato en no Depois, o alu as. an idi cot s çõe ua sit lidam com ícios escritos até desde a leitura e exerc ve vol en e qu a, rit esc e nar as quatro habilicom a fas iva, permitindo-lhe domi dit au são en pre com de exercícios der, falar, ler e escrever. dades do idioma: enten

ado? po de aprendé iz stres), Qual é o tem posto de 13 níveis (seme com to de inglês do CCAA O curso comple io, avançado, e pós-avan dulos: básico, intermediár mó o atr qu em do idi div sendo hecimento já adquirido e objetivo aprimorar o con o com iros tem o im últ te (es çado rigatório). Os três prime ser professores é item ob am sej de e qu o. les atr ue qu aq para e o último em s em três semestres cada, módulos são subdividido

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O que mais?da escola, antes de entrar em contato com a forma escrit- a da mesma ma Na metodologia se sistema procura atuar Es l. ora e fas a -se de da língua, apren de a língua materna. neira com que se apren

A A CC

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Como são as aulas?

O método de ensino do CCBE U trabalha com a memória lon ga, desenvolvendo as quatro habilidade s de comunicação, o ouvir, o falar, o escrev er e o ler. Nas aulas são usadas lousas digitai s e internet.

Qual é o tempo de aprendiz

ado? São dez módulos, um a cada semestre, totalizando cinco anos de curso. O aluno inician te começa no nível Basic I e chega até o High Advanced II. Depois do término do curso regular há a opção de aulas preparatórias para exames de proficiência. Quantas aulas por semana?

Duas horas/aula e mais ativ idades monitoradas direciona das ao nível em que o aluno est á ma triculado. Os alunos que des ejarem, podem, fora do horário de aul a, aprender através de film es, músicas e projetos da escola.

O que mais?

Oferece cursos específicos, per sonalizados para viagens, leit ura e preparação para mestrado, por exemplo. Há a opção dos cursos de férias em janeiro e julho, para a ant ecipação de um semestre leti vo, em um mês se completa um módulo.

aulas? Como são as o jet de exten-

Trata-se de um pro de línguas são que oferece cursos unidade estrangeiras para a com ção de aulas op interna e externa. Há ão. saç regulares ou de conver

o? po de aprendouizsejad Qual é o tem s anos de curso. trê a, re, uma a cada semest São seis módulos,

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lês também São quatro aulas sem de conversação em Ing las au As os. ad sáb s ao concentradas enas um dia. a, as quatro aulas em ap são concentradas, ou sej

O que mais?projeto de extensão busca viabilizar a oferta de Por se tratar de um vel. alidade a um custo acessí cursos de idiomas de qu

UNICENTRO

CCBEU

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Como são as aulas?

A metodologia Wizard é fun damentada a partir da utilização de técnicas de neurolinguística. O aluno é estimulado a se comunicar em um novo idioma desde o primeiro dia de aul a, é incentivado à prática da conversação, leit ura, escrita e compreensão auditiva em um curto período de tempo e é estimulado a se exp ressar livremente, para vencer inibições e a rom per bloqueios durante o apr endizado.

Qual é o tempo de aprend

las? Como são as au FISK

O método de ensino tro ati enf za a cada aula as qua de ão ens habilidades da compre a, estur lei uma língua estrangeira, e optar entre ter pod no alu crita, fala e escuta. O o P.P.T. ular, ou através do métod aulas com uma turma reg o que possibilita a zad ali son ching), ensino per Tea ed am ogr Pr nal rso (Pe de aprendizado. da as suas características qua ade no alu do ão luç evo

izado? Há três níveis, cada um com duração de dois anos. Em cad a um deles (básico, intermediário e avançado) o aluno completa quatro mó dulos (livros), um a cada semestre.

o? de aprendizad e Qual é o tempo Intermediário, Avançado o, sic Bá os: em quatro módul

Quantas aulas por seman

por semana?vidades de sala de aula e ativiQuantas aulasis dis tribuídas entre ati

a?

Duas horas/aula.

O que mais?

Há a opção do Top English, um curso de férias de quatro semanas que equivale a um módulo e tam bém a modalidade Vip, ma is direcionada a necessidade pessoal de cada aluno, profissional, estudos ou para viagens. Outra opção que a escola oferece é o inglês em braille.

O curso divide-se ação de um ano letivo. Final, cada nível com dur

s em datas Três horas semana ão, filmes, passeios e evento saç ver con de las (au sse dades extra cla a). nam fora do horário de aul comemorativas que funcio

O que mais?

tema a ser estudado, zados, o aluno escolhe o ali son per sos cur os e Oferec inglês e espanhol negócios, inglês jurídico, a par lês ing lo: mp exe como por necessidade do aluno sibilidades, atendendo a pos ras out re ent , gem para via de forma personalizada.

FISK

WIZA

RD

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comportamento

Sentir a

liberdade na pele

Matéria: Yorran Barone

>>> Julio Cesar expõe a logo de sua marca fotográfica favorita >>> O obturador no cotovelo confirma a paixão pela prática

Antes taxadas apenas como símbolo de rebeldia e transgressão, as tatuagens possuem outros e novos significados pelos olhos da sociedade. Muitos que não aderem à prática Fotográfico passaram a enxergá-la diferentemente e crêem que estes A paixão pela fotografia fez Julio César Nie“desenhos” esboçam não apeckaz de Assis, vulgo Buio, de 25 anos, tatuar nas os motivos de outrora, mas dois itens relacionados à atividade. Para o também sentimentos, identificafotógrafo, o ato é reflexo de um processo de ção pessoal, ou estética. crescimento pessoal, além de demonstrar A tatuagem não possui uma características do indivíduo. “Representa essência para todos. Hoje tamalgo que marcou muito a sua vida. É uma bém é vista e definida de diferenmudança no corpo de acordo com as extes maneiras por quem a consome periências vividas. É uma arte”. ou presencia. Atualmente, é notório Uma das tatuagens localiza-se no que esta forma de linguagem atinge braço direito e é uma logomarca da cada vez mais adeptos e aparece em Canon, uma empresa de fornecimento segmentos jamais cogitados, como o e soluçõe de tecnologia de imagem. empresarial e o comercial. Julio César explica que a escolha Seguindo a premissa dos que posdeve-se a dois pontos cruciais de seu suem uma tatuagem, surgem casos intrabalho e a algumas preferências. teressantes e histórias de vida eterniza“Trabalhei durante dois anos como das que descrevem personalidades. diretor de arte em uma agência de publicidade e, neste período,

Amor

Tatuagens que revelam sentimentos e identificação estão cada vez mais presentes em uma sociedade que passou a ver a prática com outros olhos

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aprendi métodos de criação de logomarcas. Marcou minha vida e tive a certeza de que um dia tatuaria isto”, comentou Buio, que revelou a preferência pela marca. “Meu o primeiro contato com a fotografia foi com câmeras Canon, desde máquinas de filme até digitais, é a minha preferência. Com o passar dos anos descobri que meu maior hobby era tirar fotos, então juntei as intenções e está aí o resultado”. O outro ‘desenho’ é um obturador no cotovelo e vem de influência de Dabe Alan, fotógrafo estadunidense. O interessante foi o compartilhamento da idéia, pois

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Luciano Meireles, fotógrafo que colaborou com a atual carreira de Buio, também optou pela mesma tatuagem. Julio Cesar relata que a escolha foi, entre outros motivos, em respeito ao fotógrafo estrangeiro. “Estávamos vendo seu trabalho e admirando muito. Almejando um dia alcançar aquele patamar. Quando notamos que Dale e outro profissional possuíam a mesma tatuagem no cotovelo, gostamos da idéia e a colocamos em prática”. O símbolo de alguma marca não é visto normalmente. Por ser algo raro e, principalmente, pessoal, induzem aos que

“É passar a arte para a Hayssa ainda garante que dificilpele, com sentimento algumas mente se arrependerá da tatuagem. vezes”, define a estudante Hays“Eu acho que uma paixão pode não ser sa Lorena, de 20 anos, que tampara sempre, mas o que vale é o mobém fez questão de tatuar algo mento. Se algum dia deixar de gostar marcante em sua vida. vou olhar para a ‘pintura’ e lembrar do Influenciada pelos acordes dismomento. Particularmente, não acretorcidos do hard rock ela comenta dito que mudarei de opinião, a essênque a escolha alterou-se até alcançar cia permanece”. o resultado. “Eu sempre tive a vontade Por fim, ela adianta sua pretensão. “Minha próxima tatuagem será o de tatuar ‘rock and roll’. Com o tempo rosto de um dos integrantes do Kiss”, conheci vários estilos dentro do rock e me finaliza a estudante que tem entre as apaixonei pelo hard, tanto na música quanreferencias musicais Poison, Mötley to no visual. Decidi, não apenas pela paixão, Crue e Whitesnake. mas por ser algo diferente. Muita gente tatua ‘rock and roll’, é legal, mas vago”.

na veia

Hard Rock

Julio César Nieckaz 25 anos, Fotógrafo

“Represen ta algo que marcou muito a sua vid a. É uma mud anç no corpo a de acordo c om as experiên cias vividas. É uma arte”

SEGUND

O HAYS SA, A O PELO ‘H PÇÃO particular ARD’ dev e se às idades musica e visua is is da v ertent e

não conheçam as causas do ato a tomar partido, em muitos casos, preconceituoso comentando a atitude como algo passageiro que possa futuramente causar certo arrependimento, pontos que não preocupam Buio. “Então, isto acontece direto. Acredito que nunca vou me arrepender. Faz três anos que trabalho com a fotografia e isto marcou muito a minha vida. Pode ser que a empresa pare de fabricar maquinas de qualidade, mas para mim será indiferente. O que importa foi o que me marcou”, finalizou o fotógrafo que já tem planos para fechar o braço todo.

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presença

patriarcal

“É passar a arte para a pele, com sentimento algumas vezes”.

Hayssa Lorena

20 anos, estudante

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a morte do pai fez diego eternizar uma mensagem em sua homenagem Seguindo a linha dos que tatuam apenas por razões pessoais ou por algo que se identificam encontramos também o gerente comercial Diego Ianesko, de 28 anos, residente em Umuarama. Para ele a tatuagem tem um caráter subjetivo. “É uma forma de expressão, identidade, estilo. Cada um a define de uma forma”. Ao todo, o gerente possui 15 tatuagens e todas com algum significado. Entre as várias, a que mais lhe marcou foi um símbolo em homenagem ao pai, que fica na região do bíceps direito. A perda da mãe ainda quando garoto elevou sua admiração

pelo patriarca, motivos de sobra para eternizá-lo. “Meu papai faleceu em janeiro do ano passado e isto foi um ‘baque’. A maior parte de minha vida foi com ele, senti muito. A tattoo homenageia esta grande pessoa que foi amada por muitos. Para relatar uma experiência marcante com ele é difícil, pois são inúmeras, mas há uma em especial. Morei em Maringá por cerca de sete anos e sempre voltava para Guarapuava. Teve um dia que, do nada, ele e meus irmãos me visitaram em casa. Foi uma grande surpresa e com certeza ficou na memória”.

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Diego Ianesko

28 anos, Ger. Comercial

Rejeição

Mínima

forma a m u é “ essão, de expr e. Cada d a d i t iden a e de um n i f e d um forma”

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Houve tempos em que os usuários das tatuagens recebiam estereótipos negativos. Eram taxados, geralmente, de bandidos ou marginais. Esta concepção ficou um tanto defasada. Nos dias de hoje, quem consome sabe que ainda há preconceito, mas com uma diminuição relevante. Para Diego Ianesko a represália sobre os tatuados ainda ocorre, contudo ele diz não se importar. “Creio que esta fase um dia passará, mas para mim não faz o menor efeito, não me

abalo com pouca coisa e ignoro quem pensa assim”. Já Hayssa nota que ainda há bastante preconceito e, mesmo que a atividade tenha se tornado mais artística, algumas linguagens possuem caráter de transgressão, tanto que podem interferir na procura da profissão. ”Percebe-se que quem possui tatuagens mais agressivas é visto com ‘outros olhos’. Tenho várias ideias, mas ainda não as coloquei em prática por medo de me atrapalhar profissionalmente. É lamentável ter de deixar

as vontades por um capricho da sociedade. Uma coisa é a garota que tem ‘borboletinhas’ tatuadas, outra é a que possui uma caveira. Independente se uma destaca-se artisticamente, o que vale é a aparência”. A presença dos tatuados no meio comercial e empresarial aumentou consideravelmente, mas o fato citado por Hayssa ainda é uma realidade. Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Guarapuava, Alexandre Barbieri Neto, a tatuagem não é algo que deva ser levado em consideração no momento de efetivar ou contratar alguém, contudo, quem as possui, deve priorizar a discrição. “Em entrevistas de emprego, eu analisaria a competência da pessoa, jamais pendendo se ela tem tatuagem. E, claro, se for algo mais formal a aconselharia a se portar como a profissão exige. Tenho muitos colegas de trabalho que as possuem, mas no dia-dia eles andam de terno e gravata”. Até o momento, Alexandre

não possui tatuagens, contudo, em um futuro próximo, ele projeta a primeira. “Eu e minha esposa pensamos em algo relacionado ao nosso filho, Lorenzo”. Remetendo a tatuagem para o lado cristão, a prática é pouco aceita. Segundo o padre Itamar Abreu Turco, a tatuagem “atravessa o natural”, mas não é vista com discriminação. “A religião prioriza o nascimento e crescimento natural do indivíduo, quanto mais, melhor. Esta marca agride o natural. A religião não oriente que faça, pois estamos em constantes mudanças, podemos nos arrepender”. Por fim, o padre comenta sobre as pessoas que possuem tatuagens relacionadas ao meio bíblico. “Muitos querem expressar este sentimento com as tatuagens, mas Deus nos conhece e não precisamos mostrar isto com todo afinco”. É notório que a prática se estabelece cada vez mais na sociedade. Cabe aos indivíduos a adaptação e respeito à realidade, sem a necessidade de aprovação.

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eu que fiz

RG

No meio da correria do dia-a-dia a estudante de psicologia Franciele Sobanski consegue encontrar tempo para seu entretimento cultural. Ela que gosta muito de sair com os amigos, e de ler, tanto assuntos referentes ao seu curso quanto algo fora do campo dos estudos. Assistir filmes também faz parte de seus hobbys. Filmes, ainda mais com esse friozinho de Guarapauva que nos chama para a ocasião, são uma boa pedida, certo? Veja o que a futura psicóloga indica!

NOME: Franciele Sobanski EU INDICO: Filme: Um sonho Possível Livro: Romance à maneira de Deus FILME: “Eu assisti Um sonho possível e gostei muito do filme. Primeiro pelo fato do elenco ser muito bom, Sandra Bullock, Tim MCGraw, Quinton Aaron e Jae Head. O filme em si é uma lição de vida. Um garoto descriminado pela sociedade sofre bullying e uma mulher rica o adota. Mas na verdade, diferente do que se poderia imaginar, quem ensina princípios à família é o garoto”. Um sonho possível, dirigido por Jhon Lee Hancock, foi indicado ao Oscar de melhor filme e foi com ele que Sandra Bullock levou o Oscar de melhor atriz. LIVRO: “Um livro de que gosto de me recordar é Romance a maneira de Deus, porque me fez refletir e observar a sociedade de hoje e o quanto o sentimento chamado amor é desvalorizado. O livro mostra que há gente que brinca de amar colocando outras formas de preencher esse sentimento, quando na verdade Eric e Leslie Ludy [autores do livro] mostram e inspiram através da historia deles o valor do romance verdadeiro e o quanto Deus os ajudou nesse caminho de sucesso”.

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Desenho produzido por Lauri Eduardo dos Santos, graduado em história, em parceria com Juliano dos Santos, estudante do 1º ano de Arte-Educação.

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expediente

Ágora revista

Projeto de Extensão Resolução nº 097/2011 Conset/Sehla/G/Unicentro 28 de junho de 2011

Reitor Prof. Vitor Hugo Zanette

Professor Responsável Prof. Anderson Costa

Tiragem: 500 exemplares Impressão: Gráfica Unicentro

Vice-Reitor Prof. Aldo Nelson Bona

Editora-Chefe da Edição 05 Nathana D’amico

Contato (42) 3621-1325 e 3621-1088

Diretor do Campus Santa Cruz Prof. Osmar Ambrósio de Souza

Assistente de Redação e Revisora Katrin Korpasch

E-mail: agoraunicentro@gmail.com

Vice-direção de Campus Prof. Darlan Faccin Weide Diretor do Sehla (Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes) Prof. Carlos Eduardo Schipanski Vice-diretora do Sehla Prof(a). Maria Ap. Crissi Knüppel Dpto. de Comunicação Social Coord. Prof. Edgard Melech

Direção de Arte e Diagramação Final Anderson Costa

Capa Katrin Korpasch

Equipe A: Bárbara Brandão, Ellen Rebello, Gabriela Titon, Helena Krüger, Kaio Miotti Ribeiro, Luciana Grande, Yarê Protzek

Todos os textos são de responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da Unicentro.

Equipe B: Ana Carolina Pereira, Giovani Ciquelero, Hilva Nathana D’amico, Katrin Korpasch, Mário Raposo Jr., Poliana Kovalyk, Vinicius Comoti, Yorran Esquiçati.

A Revista Laboratório Ágora é desenvolvida pelos acadêmicos do 3º ano de Jornalismo da Unicentro.

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