Boletim Mack Olímpico 2sem15

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MACK 2016 BOLETIM LABORATORIAL

n˚ 2 -Dez 2015

VOCÊ MANDA BEM NO QUESITO OLIMPÍADAS? PG.15

O PAPEL DA MÍDIA NAS TRANSMISSÕES OLÍMPICAS

PG.6

O CAMINHO PARA O ESPORTE OLÍMPICO PG.11

SAIBA MAIS SOBRE AS PARALÍMPIADAS

PG.12

RUGBY VOLTOU

Esporte que estava fora do programa olímpico desde 1924 volta com força total no Rio 2016 PG.8

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Boletim Mack 2016 é uma publicação laboratorial da oficina de Jornalismo Olímpico e foi desenvolvida por alunos do curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Saudações Olímpicas Este boletim tem como objetivo apresentar as Olímpiadas Rio-2016 de forma diferente do que você está acostumado a ler. Os Jogos Olímpicos, em sua essência, são pouco explorados pela mídia e acabam ignorados por boa parte do público brasileiro. Apaixonado pelo futebol, o brasileiro também pode ser amante do esporte olímpico e paralímpico. Esta é a nossa missão. O Mack 2016 mistura informação, curiosidade e bom humor. Vamos fazer uma troca? Entre com o interesse, e a gente tentará entregar o produto perfeito para você, nosso leitor. Quer saber sobre a organização dos Jogos Olímpicos? Legados? Curiosidades? Vem com a gente! Tem muito mais conteúdo, mas queremos deixar você curioso para explorar as próximas páginas com muito carinho e interesse. Nós prometemos que este boletim não será mais uma mistura de coisas chatas e sérias que ninguém liga e estão à venda por aí. Feito por alunos, preocupados com um jornalismo esportivo mais plural, pretende ter conteúdo relevante. E sabe aquela história de “satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta”? Então, aqui não tem isso. Se você gosta de esportes, acreditamos que você vai amar. Aqui, já deu. Vá para a próxima página e comece a sua maratona para se interessar pelas Olímpiadas. O nosso esporte olímpico é fazer você mergulhar de cabeça no Mack 2016. 2

Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras

Texto: Amanda Rinaldi Anderson Teixeira Gabriel Tampelini Gabriel Tieppo Guilherme Diefenthaler Gustavo Amado João Pedro Izzo Juan Mendes Jullia Guedes Lucas Capeloci Luiz Otávio Matheus Henrique Veloso Mayara Zago Thiago Dalle Victor Belaz Victor Hugo Marsura Vitor Ventura

Edição de texto: Gabriel Tieppo Julia Falconi Edição de arte e diagramação: Julia Ribeiro Matheus Veloso Mayara Zago Colaborações: Arthur Gabor (texto) Jullia Guedes (arte e diagramação) Lucas Antonio (texto) Victoria Silva (edição de texto) Orientação: Prof. Dr. Anderson Gurgel

Imagem da Capa Para colecionar - A imagem na capa desta edição do Boletim Mack 2016 é de uma das moedas comemorativas feitas pelo Banco Central do Brasil para homenagear os Jogos Olímpicos Rio 2016. A série, que aborda inúmeros esportes e temas da olimpíada, traz também uma referência ao rugby, na sua volta ao programa de modalidades em disputa.


Embarque imediato na história das Olimpíadas Um pouco de história e como chegamos ao Rio 2016

Vitor Ventura

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magine o mundo dar uma “pausa” em tudo que estiver acontecendo. Uma trégua na Guerra. Uma trégua na violência. As olimpíadas surgiram na Grécia como uma homenagem a Zeus, cerca de 776 antes de Cristo. A partir daí, os jogos passaram a ocorrer a cada quatro anos como um ato de trégua sagrada nos territórios gregos. As Olimpíadas adormeceram por 1.500 anos, mas um esportista francês, Barão Pierre de Coubertin, viu no evento e no esporte, formas de aprimorar o sistema educacional, no fim do século XIX. Nessa nova fase, os Jogos Olímpicos então passaram a ser um evento mundial, onde os países participantes se unem em uma única cidade, decidida previamente, para travar competições esportivas. Mas, mais do que um desporto, as Olimpíadas são também uma

filosofia de vida. Além da competição, os jogos são métodos de disciplina, dedicação, estímulo espiritual e educacional. Está ligada diretamente ao desenvolvimento harmônico dos seres humanos e ao desenvolvimento de uma sociedade pacífica. Foi a Grécia, o local que deu origem às Olimpíadas, que sediou o primeiro dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, na cidade de Olímpia em 1896. O renascimento dos Jogos começou a se tornar realidade em junho de 1894, na Universidade de Sorbonne, na França. A vontade do francês Pierre de Frédy, de reviver a Olimpíada agradou a maioria dos representantes de um congresso de educação e pedagogia e então a ideia foi acatada. Com finalidade de unificar as diferentes modalidades e disciplinas esportivas, criar legislações sobre

os jogos e organizar o evento Olímpico, Coubertin criou em 1984 o Comitê Olímpico Internacional (COI). No dia 6 de abril de 1896, cerca de 60 mil espectadores assistiram a inauguração dos Jogos, com a presença do rei da Grécia, George 1º. Participaram 14 países e 241 atletas na primeira edição da Olimpíada. A abertura dos Jogos foi feita no domingo de Páscoa, no Panatenaico. Os Estados Unidos, que não enviaram uma representação oficial, foram os maiores vencedores dessa primeira edição dos jogos. Com a maioria dos integrantes da equipe da Associação Atlética de Boston, os norte-americanos ganharam 11 provas. Só no atletismo, foram nove vitórias em 12 competições. James Connolly venceu a prova de salto triplo e consagrou-se como o primeiro campeão olímpico.

BTSP / Internacional Press / Site da Folha

Estádio Olímpico Panathinaiko, em Atenas (Grécia), 1896: onde tudo começou

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COI / Site da Band Esporte

Mais que esporte

As Olimpíadas, desde seu surgimento, sempre tiveram um forte caráter político e religioso, tais características ficaram bem evidentes nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Em meio aos jogos, o alemão Adolf Hitler se aproveitou para propagar as suas ideias de superioridade da raça ariana. O que o nazista não esperava era ver um atleta negro, o norte-americano Jesse Owens, vencer quatro provas de atletismo, levando para casa quatro medalhas de ouro e sendo ovacionado pelos espectadores no Estádio Olímpico de Berlim. Durante a cerimônia de premiação, o líder alemão se recusou a cumprimentar o atleta norte-americano. Em setembro de 1972, durante os jogos de Munique, 11 atletas da delegação israelense foram assassinatos em um atentado terrorista. Cinco árabes da organização palestina Setembro Negro invadiram o apartamento dos atletas, na Vila Olímpica. Os terroristas exigiam a libertação de prisioneiros em Israel e a ação acabou com a morte dos atletas e de outras sete pessoas, entre elas policiais e terroristas. Durante a ação, que ficou marcada como o pior momento da história Olímpica e também como o Massacre de Munique, as competições foram paralisadas e cogitou-se até o cancelamento daquela edição dos Jogos. Com as bandeiras dos países participantes hasteadas a meio mastro e uma missa no Estádio Olímpico em honra das vítimas, os Jogos voltaram a acontecer depois de 34 horas interrompidos. A decisão foi tomada pelo presidente do COI, que insistia que os jogos tinham que acontecer. O grande destaque de Munique e um dos maiores de todos os Jogos Olímpicos, foi o do nadador norte-americano Mark Spitz. Campeão Olímpico de sete provas da natação, Spitz também quebrou o recorde mundial de todas elas.

Os Jogos de 1936, em Berlim, foram marcados pelo Nazismo

COI / Site da Band Esporte

Momentos marcantes

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Imagem da 1º Olímpiada após a 2º Guerra, 1948, em Londres

Um dos momentos mais marcantes das Olimpíadas foi, sem dúvida, a Maratona na edição de Atenas, em 2004. Vanderlei Cordeiro de Lima vencia com folga a prova dos famosos 42 km quando um padre irlandês o atrapalhou, jogando-o para fora da pista. Ajudado pelo público, Vanderlei voltou à prova, porém perdeu ritmo, e acabou chegando em 3º lugar. Não só foi premiado com a medalha de bronze. Sua garra e espirito esportivo lhe rendeu a raríssima medalha «Barão de Cobertin”. Somente 11 atletas na história das Olimpíadas tiveram a honra de serem agraciados por essa premiação. E claro, não poderíamos deixar de citar Nadia Comaneci, que brilhou nas Olimpíadas de 1976 ao conseguir a perfeita nota 10 na ginastica. Nessa mesma edição, ela conseguiu nada menos que sete notas 10, dando a ela três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Também disputou os Jogos de 1980 em Moscou, onde conseguiu mais medalhas de ouro e prata. Momentos históricos bons e ruins. A trajetória é repleta acontecimentos e histórias que marcaram tanto positivamente, quanto negativamente. Quais momentos nos aguardam para 2016? Será que ficarão marcados na história como uma boa lembrança ou algo para se esquecer? O legado Olímpico será realmente marcante e permanente como dizem? Isso somente o tempo nos dirá, fica no aguardo para as primeiras olimpíadas da América do Sul, já importantíssimas só por este fato.


E que comecem os Jogos...

Confira o andamento das obras dos Jogos Olímpicos de 2016 Amanda Rinaldi Gabriel Tampelini Thiago Dalle Heusi Action / Andre Motta / Site Rio 2016

Obras no Centro Olímpico de Tênis, localizado no coração dos jogos, na Barra da Tijuca (foto divulgada em novembro de 2015)

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capital carioca receberá cerca de 10 mil atletas de todo o mundo, representando um total de 206 países. Enquanto isso, os paratletas entrarão em ação a partir do dia 7 de setembro até dia 18 do mesmo mês. O país está investindo na infraestrutura da cidade maravilhosa para recepcionar o mega evento, e as obras estão sob o controle do governo, que promete todas as entregas a tempo da cerimônia de abertura. Em Copacabana, na Marina da Glória, ocorrerão os eventos de Vela. O Parque do Flamengo vai ser usado para as provas de Atletismo, Ciclismo e Paraciclismo de estrada. A Arena de Vôlei de Praia também será utilizada durante os Jogos. O Estádio da Lagoa está em ordem, assim como as outras obras, e será palco das disputas de Canoagem de velocidade, Remo e Paracanoagem. O Forte de Copacabana, que terá disputas de triatlo, Maratona Aquática e Paratriatlo, deve ser concluído no prazo determinado. O estádio do Maracanã, situado no bairro de mesmo nome, está tratando de melhorar sua estrutura, assim como o Maracanãzinho. Na região do Sambódromo, o Atletismo e o Tiro com arco já estão prontos para serem praticados. O Estádio Olímpico João Havelange também está no prazo e receberá o Atletismo.

Locais em que irão acontecer as Olímpiadas de 2016

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Renato Sette Cãmara / Prefeitura do Rio / Fotos Públicas

Na Região de Deodoro, o Centro Olímpico de Tiro, de Hóquei e de Hipismo estão no caminho serem concluídos. A Arena da juventude receberá o Basquetebol, Pentatlo moderno e a Esgrima em cadeira de rodas. As obras estão avançadas também no Centro Aquático. O Estádio de Deodoro está ficando pronto e receberá o Rugby e o Futebol de 7. O Estádio de Canoagem Slalom está próximo de ser concluído, além da pista de Mountain Bike e do do Centro Olímpico de Ciclismo BMX. Na Barra, teremos os Pavilhões 2,3,4 e 6, a Arena Carioca 1,2 e 3 e a Arena do Futuro no prazo estipulado. O Centro Olímpico de Tênis tem suas obras atrasadas, e o Estádio Aquático Olímpico está nos conformes, assim como o Parque Aquático Maria Lenk. A Arena Olímpica do Rio e o Campo Olímpico de Golfe seguem sob controle do governo, e estão nos ajustes finais. A Vila dos Atletas está sendo finalizada e deve receber cerca de 18 mil atletas e oficiais durante os Jogos Olímpicos.

Conclusão da obras da Arena do Futuro

As novas formas de cobrir a Olimpíada

Os meios de comunicação tentam se reinventar para atrair público Anderson Teixeira Mayara Zago

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Reprodução / TV Globo

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om os Jogos Olímpicos de verão cada vez mais próximos, os veículos de informação, através de todos os meios possíveis de comunicação, começam a se preparar para cobrir um dos eventos esportivos mais importantes do planeta. Durante uma palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre os Jogos Rio 2016, Vanessa Gonçalves, sub-editora do Portal/Revista Imprensa, comentou que o conglomerado da Rede Globo, por meio da internet e de seus canais de TV, transmitirá ao vivo informações de dentro da vila olímpica. Enquanto a Rede Record e outras emissoras de TV disputarão certas localidades em determinados jogos. Por meio da internet, de maneira mais rápida e interativa, um canal especializado em informações sobre as Olimpíadas de 2016 foi criado: o Bikpek. Em entrevista à nossa equipe, Rodrigo Borges, um dos responsáveis pelo projeto, comentou um pouco sobre a dinâmica que envolve o novo site. Com um trio de jornalistas, uma designer e um desenvolvedor/programador, o Bikpek, que vai ser lançado em breve por seus criadores, será um site que explicará o universo olímpico, sem a intenção de uma cobertura factual com resultados e

Projeto apresentado pela TV Globo em agosto de 2015 para o estúdio da emissora dentro da Vila Olímpica


Reprodução / Record

Record é uma das principais emissoras que irão cobrir o evento

“Muita gente faz piada ou críticas sem ter qualquer conhecimento sobre o assunto. O Bikpek dará subsídios para que as pessoas entendam o que acontece” – Rodrigo Borges Renato Sette Cãmara / Prefeitura do Rio / Fotos Públicas (

horários: “Em qualquer site ou portal você saberá que aquela derrota aconteceu. Mas apenas no Bikpek vai ler porque o vento pode ser prejudicial para a prova”, revela Borges. O site terá como intuito principal oferecer aos seus leitores detalhes sobre as modalidades e principalmente acerca da dinâmica que envolve os esportes, dentro e fora das competições, juntando o jornalismo com a educação esportiva. Com a falta de sites especializados nos esportes olímpicos, Borges acredita que a demanda por conhecimento olímpico irá aumentar com a aproximação dos jogos, e com a internet a cobertura se tornou mais ampla, possibilitando uma aproximação maior entre o leitor e as novidades e informações acerca de um evento tão importante. Em relação ao meio impresso, 2016, da ISTOÉ, é a única revista voltada para a cobertura de temas relacionados às Olímpiadas. Com o editor Lucas Bessel, a publicação também aborda questões relacionadas à infraestrutura, política, economia e cultura. “A mídia impressa deve, em tese, fazer o papel da análise mais aprofundada e da cobertura de bastidores dos Jogos, com análises e histórias que, na maioria das vezes, não ganham espaço nos demais meios”, comenta Bessel. Com uma edição final programada para depois dos Jogos Paralímpicos de 2016, ele acredita que, após o encerramento dos 45 dias de jogos, o Brasil voltará a vivenciar o desinteresse da imprensa, dos anunciantes e dos leitores pelos esportes olímpicos. E em relação à cobertura midiática durante os Jogos, Bessel completa: “No caso da im-

Conclusão do Centro Internacional de Transmissão (IBC, na sigla em inglês) prensa brasileira, seria ótimo ver uma cobertura que se paute não pelo ufanismo da torcida pelos atletas nacionais, mas pelas ótimas histórias que o esporte olímpico proporciona dentro de todas as delegações”.

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O Rugby está de volta!

Fora dos jogos desde 1924, o esporte volta com tudo na edição Rio

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“Acredito que ninguém imaginou que o Brasil atingisse um nível tão alto em tão pouco tempo” - Virgílio Neto Outro aspecto a se ressaltar da introdução do rugby nos Jogos é que, em 2016,

será de um modo diferente, com um número menor de jogares, será o chamado Rugby Sevens. Nessa variação do esporte tradicional, a mudança se dá no número de jogadores e no tempo de jogo, que passa a ser de sete minutos por etapa e de sete jogadores por equipe. Um menor númeo de atletas em um campo de mesmas dimensões mudam completamente a dinâmica da disputa. “O rugby sevens é muito mais corrido e mais tempo relativo de bola em jogo. Um erro pode definir uma partida”, é o que afirma Neto, acreditando em jogos emocionantes no Estádio Deodoro, em 2016.

Engatinhando

Apesar do avanço brasileiro no esporte, as ligas nacionais ainda estão longe do nível europeu, o que demonstra um longo caminho pela frente. As equipes de sevens foram bem preparadas, em boas instalações, mas o povo brasileiro ainda deve esperar um bom tempo para soltar o grito de campeão no esporte.

MEDALHAS BRASILEIRAS a NOS JOGOS 8

Divulgação / All Blacks

Anderson Teixeira Juan Mendes epois de 92 anos fora do principal evento esportivo do mundo, o rugby apareceu na lista dos esportes integrantes da grade olímpica. A modalidade cresce muito em número de adeptos e em notoriedade a cada ano, situação que cria expectativas para a edição dos Jogos olimpícos de 2016. Afinal, quais são as chances brasileiras nesse esporte? Para Virgílio Franceschi Neto, comentarista da ESPN e que estava na equipe que cobriu a Copa do Mundo de Rugby de 2015, realizada na Inglaterra, a seleção brasileira feminina tem mais chances que a masculina na competição, porém, ambas não devem alcançar uma colocação de tanto destaque. Para ele, o fato de não poder se criar grandes expectativas para o desempenho nas Olimpíadas não deve apagar o grande salto que o Brasil deu nesse esporte. Segundo o comentarista, após 2009, ano em que uma nova gestão assumiu e fundou a CBR (Confederação Brasileira de Rugby), o Brasil alcançou um novo patamar no esporte, saindo do amadorismo que encontrava-se.


Olhando longe

Brasil olímpico traça metas ambiciosas para os jogos Rio 2016 Gustavo Amado, Lucas Capeloci, Matheus Veloso* Clive Mason / Getty Images / Site do COI

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erminar entre os dez melhores no quadro de medalhas, essa foi a meta estipulada pelo COB (Confederação Olímpica Brasileira) para as olimpíadas de 2016, no qual foram investidos aproximadamente R$ 1,327 bilhão de reais, de investimentos públicos e privados. Mas a meta traçada é vista com prudência, e como uma forma de ufanismo por parte do COB. Segundo Adalberto Leister, jornalista esportivo, o Brasil não tem condições de competir com igualdade contra outras nações com mais tradição olímpica, como os Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, Alemanha etc. Mas ainda defende que, o fato de estar em casa, pode contar muito na hora da competição. Marcelo Laguna, jornalista experiente em cobertura olímpica, diz que para atingir a meta de estar entre os primeiros nas Olimpíadas Rio 2016, o governo vem fornecendo apoio e incentivo ao esporte, mas mesmo assim, ainda há problemas. “Tudo que foi investido e pensado foi em busca meta de ficar no top 10 no quadro de medalhas. Só que não se constrói uma potência em quatro anos. O dinheiro investido em atletas e confederações raramente chega à base”, lamenta. A previsão é de que aproximadamente 400 atletas disputem a competição, no qual 300 já estão confirmados para 2016. A espera é para modalidades com maior tradição de medalhas olímpicas por parte do Brasil, como no caso do Vôlei (de quadra e praia), natação, ginástica, judô e até mesmo o futebol, que tentará em 2016 buscar o único título que falta, a medalha de ouro.

Dirigentes traçam estratégias para águas tranquilas até as medalhas judô e a natação, esportes com bom históriCaminhada difícil

Porém a tarefa dessas modalidades não será fácil, Laguna destaca que, na natação os adversários são os jovens destaques, Manadou da França, e o norte-americano Lochte, assim como os EUA no vôlei e no handebol, onde a Noruega ganhou seu espaço. A maior incerteza fica em esportes como o judô e o atletismo que decepcionaram no último mundial, ficando abaixo das expectativas, e o vôlei masculino, sempre postulante ao título que vive um momento de entressafra. Outros esportes vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos. “A ginástica artística e handebol, modalidades em que o Brasil nem almejava medalha, também o

co, mas com boa evolução nos últimos anos” projeta Leister Filho. Dessa forma, atletas vem se preparando com força total, mesmo com calendários apertados, com grande quantidade de competições de alto nível, com os melhores adversários para assim conseguirem o resultado histórico dentro de casa. Para isso, nossos atletas contarão com o apoio da família e da torcida, que já esgotou os ingressos de diversas modalidades. As expectativas para as olimpíadas Rio 2016 são altas, ainda mais por ser em casa, abraçados por nossa torcida. Resta saber como será a competição dentro e fora dos ginásios, e como será o legado esportivo. *Colaboração: Juan Mendes

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Um grande investimento nas Olímpiadas

Por conta da organização, bilhões de reais estão sendo movimentados Jullia Guedes Mayara Zago

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Os números das Olimpíadas de 2016 Divulgação / Site Rio 2016

população da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) aguarda ansiosa as Olímpiadas de 2016 pois a infraestrutura, mobilidade, meio ambiente, turismo e a possibilidade de ser um dos voluntários são alguns dos benefícios conquistados pela realização das Olimpíadas. Além da movimentação do comércio, espera-se também que o evento melhore a construção da imagem do Brasil e da tão chamada “Cidade Maravilhosa” mundo afora. Uma vez que as Olímpiadas é um dos eventos mais esperados por todo o mundo, ganhando visibilidade e proporções mundiais. Com o Brasil sediando os dois maiores eventos esportivos do mundo, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016, Libia Macedo, professora e gestora de eventos, ressalta a importância do evento e a visibilidade que trazem. “Mega eventos são ótimas vitrines, para ganharmos mais atrativos e infra estrutura”, comenta. Por esse fator é esperado que o trabalho voluntário seja visto de uma forma positiva para o país. Ela ainda valoriza o voluntariado como uma experiência única para o participante, como uma oportunidade singular de ver o evento, interagir, ajudar e principalmente, mostrar o país e a hospitalidade dos brasileiros para os estrangeiros. A chance de ser voluntário no maior evento esportivo do mundo interessou a muitas pessoas. Com a promessa do enriquecimento do portfólio e a experiência com relação a diversidade de países e culturas do mundo todo, foram realizadas mais de 160 mil inscrições em todo o Brasil e em mais de 180 países até o dia 15 de dezembro de 2014, quando as inscrições foram encerradas. Atualmente, é possível participar de uma inscrição para uma lista de espera em casos de desistência. A professora, que também trabalha com eventos, ressalta que a maior dificuldade é o deslocamento. Ela ainda diz que além da remodelação e construção de hotéis, cruzeiros serão oferecidos como forma de opção de hospedagem para aqueles que desejam uma experiência diferente durante os 15 dias de Jogos Olímpicos.

Sustentabilidade

Em um período de 45 dias serão realizadas as maiores competições esportivas do planeta. O impacto desse evento resulta no consumo de recursos naturais, como água e energia, além da geração de resíduos e consumo de matéria prima. Para reverter o impacto e apresentar práticas mais sustentáveis, o Comitê Rio 2016 incentivou e apoiou a criação da marca sustentabilidade Rio 2016. Um projeto que adota, abraça e difunde práticas sustentáveis. Uma das principais iniciativas do projeto é o “Programa Cadeia de Suprimentos Sustentável”, que capacita e potencializa as micro e pequenas empresas que integram a rede de fornecedores dos Jogos, fora a iniciativa de compensar a emissão de carbono gerada pelo evento. Essa é mais uma das iniciativas de deve deixar benefícios duradouros para os setores da sociedade.

Rio 2016: o que vem por aí Olimpíadas,que legado fica?

Jullia Guedes Mayara Zago

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maior evento do mundo esportivo acontecerá entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016 e ocorrerá em quatro regiões da cidade do Rio de Janeiro, sendo elas Deodoro, Maracanã, Barra e Copacabana. Serão 42 modalidades olímpicas no total do evento. Contando com 33 locais de competições, o evento até agora tem 14 instalações definitivas em construção, 11 que precisam de reformas ou adaptações, seis instalações temporárias e quatro para serem construídas. Organizar uma Olimpíada requer compromissos públicos, para isso a Autoridade Pública Olímpica (APO) e o Comitê Rio 2016 tem a obrigação de cumprir o Plano de Políticas Públicas, que propõe apresentar legados positivos para os habitantes do Rio de Janeiro.

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Para a organização dos Jogos, o total de R$ 38,7 bilhões foi dividido em três frentes: Comitê Rio 2016 (verbas privadas, estimadas em R$ 7,4 bilhões - onde haverá cerca de 30% de corte devido a crise), Matriz de Responsabilidades (gastos com as instalações olímpicas, orçados em R$ 6,67 bilhões) e o plano de legado (com as obras de infraestrutura prometidas ao COI, no valor de R$ 24,6 bilhões). De acordo com o Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, o investimento é de R$ 24,6 bilhões. Com projetos desde a despoluição da Baía de Guanabara, que deve ser realizado pelo Governo Estadual, até obras que melhorem a infraestrutura urbana do Porto Maravilha. A previsão de conclusão é para o segundo trimestre de 2016.


O longo caminho até a elite dos Jogos

Diversos esportes tentam entrar no calendário das Olímpiadas Guilherme Perez Luiz Otávio ocê já parou para pensar como um esporte chega às Olimpíadas? Quanto tempo leva? Os pré-requisitos necessários? Segundo Marcelo Laguna, especialista em esportes, para uma atividade tornar-se olímpica, ela precisa obedecer a algumas exigências do COI (Comitê Olímpico Internacional). Primeiro, precisa ser praticada em 75 países e no mínimo quatro continentes, no caso dos homens, e 40 países e três continentes, para as mulheres. Ainda assim, para entrar no programa olímpico, é preciso passar por uma avaliação do COI, que levará em conta uma lista de 39 critérios que englobam, entre outras coisas, valor agregado às Olimpíadas, história, tradição, popularidade, marketing, audiência de TV etc. Entretanto, mesmo que não seja olímpico, um esporte pode ser “reconhecido” pelo COI, que já é meio passo para buscar um lugar nas Olimpíadas. Em 2016, dois esportes aparecerão como novidades. O “Rugby

Marcelo Hide / Fotos Públicas

Ryan Miller / Red Bull Content Pool / Fotos Públicas / Site Brasileiros

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O Surfe pode estar nas olímpiadas de 2020

Jiu-Jitsu está há anos na batalha

Seven” e o Golfe entram em cena, substituindo o “Baseball” e o “Softball”, que foram as atrações em Londres, na última olimpíada. Por sinal, você sabe quais são os critérios que foram a base em 2012? Foram oito, e aqui estão eles: Valor agregado, Governo/ Direção, História e tradição, Universalidade, Popularidade, Atletas, Desenvolvimento e Financeiro. No geral, é preciso ter uma boa base em todos os critérios para se chegar aos Jogos. O tempo de triagem é quase o dobro do espaço entre as competições. São necessários sete anos para terminar esse processo, que pode colocar o jiu-jitsu em um evento, por exemplo. “Para que um esporte entre, outro precisa deixar o programa esportivo, para assim evitar o gigantismo dos Jogos. O COI estabeleceu um limite de 10.500 atletas e 310 eventos esportivos para cada edição das Olimpíadas”, afirma Laguna. E tem algum esporte que deixou as Olimpíadas nos últimos anos? A resposta é sim! Cabode-guerra, levantamento de peso com uma mão e doze horas de

ciclismo faziam parte da programação olímpica. Contudo, devido à falta de popularidade e baixo apelo ao marketing, as modalidades foram eliminadas. De olho em 2020, oito são os esportes que já passaram pela primeira fase de avaliação: Baseball, softball, boliche, caratê, patinação, escalada, squash, surfe e Kung Fu. Segundo Marcelo, estes esportes poderão atrair a atenção de um público mais jovem. Além desses, o Jiu-Jitsu, arte marcial utilizada no MMA, não passou no teste, mas ainda sonha com os Jogos. “Acredito que o MMA ainda não atingiu a quantidade de praticantes formais. Existe também o aspecto do entretenimento. As maiores organizações de MMA do mundo apostam bem mais no aspecto do show em si do que na criação de federações”, se entusiasma Roger Costa, mestre em artes marciais. Ainda, Segundo o professor, teria de haver a criação de novas regras para o esporte parecer menos violento aos olhos do público geral, facilitando a entrada do esporte nos Jogos.


Super Humanos Os Jogos Paralímpicos evoluem chamando atenção do mundo inteiro Amanda Rinaldi Gabriel Tampelini Jullia Guedes Thiago Dalle

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tletas de 179 países chegam a Rio 2016 para os primeiros jogos da América do Sul. Embora o incentivo ao esporte paraolímpico tenha evoluído muito, especialmente nas modalidades coletivas, os atletas ainda enfrentam dificuldades pela falta de patrocínio. “A maior parte dos patrocinadores são empresas estatais, poucas empresas privadas investem, alegando muita burocracia”, diz o atleta da seleção paraolímpica de natação e vice-presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Carlos Farremberg, o Carlão, 31 anos.

Competição de alto rendimento

Divulgação / Site Rio 2016

Os atletas treinam e se preparam cada vez mais, é o que ressalta Alan que treina seis vezes por semana. Cinco dias são reservados a corrida de rua, onde treina desde outubro de 2014, junto com a equipe “Suando a camisa”, e um dia é reservado a remada, o treino acontece na represa billings, com a equipe Supirados. Esses atletas encontraram no esporte um modo de ultrapassar as dificuldades impostas por fatores externos. A vitória e a quebra de paradigmas fazem com que esses atletas queiram ir além. Bater um recorde mundial, ganhar medalhas e conseguir patrocinadores são itens essenciais para a motivação deles e a certeza de que ainda há muito a se fazer pelo esporte. “Eu não esta-

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va competindo com ninguém, estava competindo comigo mesmo, ganhar dos outros era consequência, nunca gostei da rivalidade”, destaca Alan Mazzoleni, 28 anos, paratleta de paddle board (esporte aquático, que combina remada e prancha, aliados à velocidade por longa distância). O fato de os Jogos Paralímpicos acontecerem em solo brasileiro, no ano que vem, tem motivado os atletas a superar as excelentes atuações das últimas competições. “Tivemos o melhor desempenho da história nos jogos Parapan-Americanos de Toronto. Queremos ser vistos como atletas e, não, coitadinhos que praticam esportes”, finaliza Carlão. Vale lembrar que existem duas maneiras de entrar nas competições paralímpicas: por deficiência congênita (adquirida no nascimento) e aquela adquirida na fase adulta. Para que você, leitor, fique por dentro dos Jogos Paralímpicos 2016, conversamos com duas figuras, diferentes nas funções, mas que têm o mesmo ideal:

Albert Liu, 22 anos

O estudante de economia da FEA- USP faz parte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e embora atue na área das Modalidades Paralímpicas de Neve e sua prioridade seja pensar nos Jogos de Inverno de

Centro de Treinamento Paralímpico construído na cidade de São Paulo

Pyongchang (Coreia do Sul), não esconde a expectativa que ele e todos seus companheiros de trabalho têm pelo evento no Rio em 2016: “Torço para que a tendência siga e possamos fazer um bonito papel em casa”. Essa tendência que Albert se refere é das conquistas brasileiras. Com cerca de 300 integrantes na delegação, o Brasil foi aos Jogos ParaPan 2015, em Toronto, e sobrou no quadro de medalhas: ficou na primeira posição, com 109 medalhas de ouro, mais do que o dobro do segundo colocado, os anfitriões do evento. Para continuar com esse excelente retrospecto, é preciso, segundo ele, olhar as gerações futuras de um jeito especial, incentivando a competição e o espírito de equipe: “As Paralimpíadas Escolares são um excelente aprendizado, pois reúnem competidores de todos os cantos do país e já estabelecem contatos para o futuro. Muito provavelmente seu adversário de hoje será seu companheiro de seleção amanhã”. E apesar de não ser um atleta paralímpico, o futuro economista orgulha-se em dizer que se inspira na história e na alma dos competidores, que vencem todas as dificuldades e conseguem, de um jeito ou de outro, sair como verdadeiros vitoriosos. Ele encerra esse pensamento citando a frase de um dos jogadores que conheceu em um projeto: “o esporte traz superação para uma


Simone Camargo Rocha, 39 anos

A paratleta de goalball, Simone Camargo, concilia suas atividades esportivas com a sua profissão de agente de telecomunicações da policial civil. Na modalidade há 20 anos, ela afirma que na época, não seria possível ser autossuficiente, portanto, decidiu continuar seus estudos e investir em alguma outra diretriz. Começou no esporte aos 18 anos, quando entrou em uma ONG e descobriu a possibilidade da prática esportiva para deficientes visuais: “sempre gostei de esporte, quando fiquei sabendo da oportunidade, aceitei rapidamente “. Simone treina regularmente no Sesi de Mogi das Cruzes. Cerca de uma vez por mês, viaja para Niterói com a delegação de goalball, onde passam uma semana treinando e se preparando para os Jogos. “A equipe está confiante, no ParaPan de 2015, na cida-

de de Toronto, conquistamos nossa primeira medalha de ouro no goalball.” A atleta possui dez títulos de competições nacionais, e para ela, tudo isso foi fruto da naturalidade de seu trabalho: “O jogo acontece com fluidez, eu não me esforço para jogar, encontrei algo que me traz muitas alegrias e que me faz bem.” Simone não esconde suas expectativas para os Jogos Olímpicos de 2016: “ Nossa equipe vem crescendo, a gente sabe dos desafios, os Jogos Olímpicos são muito diferentes do ParaPan. Mostrar o goalball para o nosso país, é motivo de muito orgulho, nunca tivemos apoio e nem divulgação da mídia, e agora isso está mudando. Espero mesmo conquistar um ótimo resultado e fazer uma bela competição “. A paratleta, deixou a seleção brasileira por 3 anos, quando teve seu filho em 2010. Simone acredita muito em sua modalidade, que é um dos esportes paraolímpicos que mais crescem no Brasil.

Buda Mendes / Getty Images / Site Rio 2016

pessoa. E para aquela com deficiência, a superação é diária e constante”.

Atleta Natalia Mayara garante vaga Divulgação / Site Rio 2016

Divulgação / Site Rio 2016

Como tudo começou...

Atleta Paralímpico Carlos Farremberg

Considerado o maior evento esportivo mundial que reúne atletas deficientes, os Jogos Paraolímpicos ou, simplesmente, Paralimpíadas, ocorreram, primeiramente, em Roma, na Itália, no ano de 1960, após serem influenciados pela Inglaterra, como forma de reabilitar militares feridos pela Segunda Guerra Mundial. No hospital de reabilitação de Stoke Mandeville, pacientes com deficiência na coluna vertebral eram sinônimos de incapazes e praticamente mortos. Tentando buscar uma alternativa para essa situação, o médico e diretor da área no hospital, Ludwig Guttman, introduziu esportes adaptados como forma de reabilitação mais rápida e eficaz. O arco-e-flecha tornou-se um sucesso entre os pacientes e virou uma arma efetiva na reabilitação. Guttman foi bastante ativo no movimento paralímpico, e a ele se atribui a criação dos Jogos Paralímpicos, incentivando competições esportivas para deficientes físicos. Com o sucesso obtido pelas primeiras edições, os Jogos cresceram rapidamente e, em 1976, já contavam com 40 países inscritos. Tal desenvolvimento foi proporcional ao número de atletas, dando chance, assim, para que mais deficientes pudessem praticar esportes de alto nível. Atualmente, há 28 esportes reconhecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), sendo que um deles, a dança esportiva em cadeira de rodas, não é disputado nos Jogos. O IPC, além de organizá-los, é a entidade administradora de nove esportes. A Organização Internacional de Esportes para Deficientes (International Organization of Sport for Peolple with Desabilities – IOSDs) administra seis esportes, e treze são regidos por federações internacionais próprias. A atualização mais recente do programa dos Jogos foi feita em dezembro de 2010, quando a canoagem e o triatlo foram adicionados. Ambos serão disputados pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

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Doping: Um risco que não se pode correr

Após escândalo, os olhos do mundo se voltaram para este tema João Izzo Juan Mendes Matheus Veloso*

Rafael Ribeiro / CBF/ Fotos da Seleção

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altando menos de nove meses dos Jogos Olímpicos, atletas russos estão inseridos no que pode ser um dos maiores escândalos da história do atletismo. Uma investigação da Agência Internacional Antidoping concluiu que o uso de substâncias proibidas é disseminado na Rússia, e os atletas não têm opção: ou se dopam ou não podem competir. O presidente da Federação de Atletismo da Rússia disse não haver provas de falhas até o presente momento. Além disso, ele argumenta que as possíveis falhas foram da instituição e não dos atletas. O escândalo pode deixar a Rússia de fora dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. De acordo com a Wada (Agência Mundial de Anti Doping, traduzido), é considerado doping quando é encontrada uma substância proibida na amostra A de um atleta, e ele não exige a contra prova, de modo que a amostra B não é analisada. Quando a amostra B for requisitada e encontrada substância proibida. Com exceção das substâncias que contenham uma quantidade especificada na lista de substâncias proibidas, qualquer quantidade já caracteriza doping. Há um critério especial para substâncias que podem ser produzidas endogenamente. Segundo o médico do Comitê Olímpico Brasileiro Bernardino Santi, o Brasil é extremamente capacitado para detectar atletas dopados. “O Brasil é considerado de ponta no que tange o controle antidoping, somos respeitados mundo afora, temos profissionais muito capacitados”. Mas ressalva: “O ponto negativo é não termos um laboratório credenciado”. Ainda sobre o assunto, Santi explicou que para ser credenciado pela Wada, um laboratório necessita passar por 4 fases de avaliação que podem levar de 3 a 6 anos. Isso é uma das maiores preocupações para as Olimpíadas de 2016, já que não temos tempo hábil para credenciar um local de exames.

Jogador da seleção de futebol Hulk fazendo exame de dopping

Fernando Falcão / Fotos Públicas

Rigor nas Olímpiadas

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Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD)

Para as olimpíadas, o COI (Comitê Olímpico Internacional) determinou que serão colhidas amostras de sangue e urina em todos os atletas. Esse método Full-Screen é considerado o mais eficaz hoje em dia, detecta todas as substâncias proibidas em apenas uma bateria de testes. “São exames caros. Cerca de 200 dólares por exame. Mas vai aumentar muito o controle dos atletas”, diz Bernardino Santi. Em caso de alguma substância ser detectada, Santi explicou que abre um prazo de dois dias a uma semana para solicitação da contra prova. Quando o atleta faz a coleta da urina, tira-se a amostra A (primeiro exame) e B (contra prova, se necessário). A rigidez no processo para detectar um atleta dopado pode se tornar um exagero, comenta José Sanchez, médico do São Paulo Futebol Clube: “Até um antigripal é tido como doping, portanto se doente, o atleta tem que ser afastado para poder se medicar”. O médico ainda apresentou uma alternativa que a medicina tenta inserir, a chamada “Autorização para Uso Terapêutico”, em que os atletas que necessitam do uso de algum medicamento por um longo prazo são isentos dos exames. Para isso, é enviado um relatório para a comissão responsável pela coleta dos exames, que analisa e decide se há possibilidade ou não do uso. O número dos casos de atletas pegos no antidoping vem crescendo, o principal motivo é a competência das instituições em detectar estas ilegalidades. As Olimpíadas de Londres 2012 e as Olimpíadas de Inverno Sochi 2014 totalizaram quase 50 casos de doping. 2014 foi um dos anos com mais atletas pegos no antidoping da história das Olimpíadas de Inverno.

*Colaboração: Athur Gabor e Lucas Antonio


Por Dentro dos Jogos

Dicas para você acompanhar de perto as Olímpiadas no Rio de Janeiro

Amanda Rinaldi Gabriel Tampelini Victor Belaz Victor Hugo Marsola

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RESPOSTAS: 1- CONTINENTES 2- RUGBY 3- (VERTICAL)- VILA OLÍMPICA (HORIZONTAL)- VINICIUS 4-CÉSAR CIELO 5-CABO DE GUERRA 6-BARCELONA 7-FUTEBOL 8-BERLIM 9-TÓQUIO 10-FORTIUS 11-MANAUS 12-MISHA 13-AUSTRÁLIA 14-TOM

1 Os arcos representados na famosa bandeira olímpica simbolizam os cinco ___________ 2 Novidade dentre os 42 esportes olímpicos, modalidade de extremo contato físico (VERTICAL) Composta por 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios em apartamentos de 2 a 4 quartos 3 (HORIZONTAL) Mascote das Olimpíadas Rio 2016 em homenagem a um ícone da MPB apelidado de “Poetinha” 4 Atleta brasileiro de natação que ganhou a primeira medalha na modalidade 50 metros livres 5 Esporte olímpico entre 1900 e 1922, no qual duas equipes disputavam força e equilíbrio utilizando uma corda 6 Cidade espanhola que foi sede das Olimpíadas em 1992 7 Esporte que terá competições em outras cidades além do Rio de Janeiro 8 Essa capital seria sede dos jogos Olímpicos de 1916, não fosse a Primeira Guerra Mundial 9 Os jogos Olímpicos dessa capital foram os primeiros transmitidos via satélite pela televisão 10 A palavra que completa o lema das olimpíadas: “Citius, Altius, _______” 11 Além de Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, essa cidade também sediará futebol olímpico 12 Mascote Olímpico mais famoso de todos os tempos 13 Países que participaram de todos os Jogos Olímpicos da era moderna: Grécia, Grã-Bretanha, Suíça, França e ____ 14 Mascote das Olimpíadas Rio 2016 em homenagem a um ícone da MPB que possuía Brasileiro como sobrenome

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No ano de 1916, as Olimpíadas deveriam ocorrer na Alemanha. Porém, em função da Primeira Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos foram cancelados.

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Em função da Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 também foram cancelados.

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Curiosidades sobre o mundo das Olimpíadas

Críquete, golfe e cabo-de-guerra já foram esportes olímpicos no começo do século XX. Nas Olimpíadas de 1920 (Antuérpia - Bélgica), o tiro ao pombo também fez parte do quadro de jogos olímpicos. O lema olímpico “Citius, altius, fortius” (mais rápido, mais alto e mais forte) foi proposto por Pierre de Coubertin em 1894. Porém, o lema só foi oficialmente introduzido nas Olimpíadas de Paris de 1924. O sueco Oscar Swahn foi o atleta mais velho a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos. Com 72 anos, ele ganhou medalha de prata na competição de tiro durante as Olimpíadas da Antuérpia (Bélgica), em 1920. A primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos foi a britânica Charlotte Cooper. Ele conquistou o torneio de tênis feminino nas Olimpíadas de Paris (1900).

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 foram os primeiros a serem transmitidos via satélite pela televisão.

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O país que mais conquistou medalhas na história das Olimpíadas foram os Estados Unidos. Até os Jogos Olímpicos de Pequim (2008), os norte-americanos ganharam 2294 medalhas olímpícas (932 de ouro, 725 de prata e 637 de bronze).

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No ranking de medalhas conquistadas, o Brasil fica em 36º lugar. Até as Olimpíadas de Pequim (2008), o Brasil havia conquistado 94 medalhas (20 de ouro, 27 de prata e 47 de bronze).

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As Olimpíadas de Londres de 1948 foram as primeiras a serem transmitidas pela TV para residências particulares.

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O único país-sede que não ganhou medalha olímpica em sua própria Olimpíada foi o Canadá. O resultado inédito e negativo foi obtido nos Jogos Olímpicos de Montreal de 1976.

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As Olimpíadas de Londres de 1908 foram foram as mais longas da história. Elas tiveram início em 27 de abril e terminaram em 31 de outubro.

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Após ganhar a medalha de ouro nos 200 metros medley, o nadador norte-americano Michael Phelps tornou-se o primeiro tricampeão olímpico em uma mesma prova de natação.

O atleta que mais ganhou medalhas olímpicas foi o nadador norte-americano Michael Phelps. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008) ele ganhou, no total, 16 medalhas. Nas Olimpíadas de Londres, o nadador conquistou mais 6 medalhas (sendo 4 de ouro e 2 de prata), totalizando 22 medalhas olímpicas.

Foi somente a partir das Olimpíadas de Londres (1948) que as provas de natação começaram a ser realizadas em piscinas.

Para garantir a segurança durante as Olimpíadas de Londres 2012, o governo britânico instalou mísseis em prédios residenciais na área leste de Londres.

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