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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Milton Ribeiro

regras e fomento por meio da Capes. No caso das políticas, elas têm sido executadas, principalmente, por meio de decretos que, muitas vezes, são revertidos na Justiça.

Outra solução, então, é a mobilização da opinião conservadora. Ela é feita pelo presidente, pelos ministros, por outras autoridades no governo e por instrumentos variados, como é o caso do DPL, em suas redes sociais e em sua prática de acenar ao público, afirmando que pode oferecer apoio legal, digamos, a estudantes de pós-graduação que se sintam “perseguidos por orientadores de esquerda”.

Weintraub foi o ministro mais ativo neste tipo de ação, mas ela foi executada também por Vélez Rodrigues e pelo atual titular, Milton Ribeiro. Uma das suas consequências é a intimidação direta às comunidades acadêmicas. Outra é o estímulo a que militantes radicalizados de extrema direita realizam ataques às instituições de ensino, como aconteceu na UFES em 2019 e nos vários atos de interrupção de atividades acadêmicas ao vivo ou virtuais. Um levantamento feito pelo ANDES em agosto de 2020 revelou que, após o início da pandemia, ao menos oito universidades registraram ataques virtuais (ATAQUES, 2020).

A comunidade acadêmica realizou, em 2019, atividades de rua em resposta ao corte de verbas e aos ataques de Weintraub. Porém, não foi possível manter o ímpeto. A capacidade de reação caiu ANTES da pandemia. Esta apenas ampliou as dificuldades. Neste cenário, o governo usou os meios que considerou mais adequados: implantar políticas ao seu sabor (Future-se; a desqualificação das Humanidades no financiamento à pesquisa etc.), mobilizar a opinião contra o ensino superior, cortar verbas e manipular as regras para a indicação de reitores. É para este ponto que o texto segue.

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