Rondonvista

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Rondonvista

Operação Tuiuiú Arenápolis, Mato Grosso Edição de Julho de 2011

“Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força consegue destruir” Carlos Drummond de Andrade


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Editorial

EU RONDONISTA Arenápolis é uma cidade quente. Não me refiro apenas à temperatura, que beirou os 40º C em pleno inverno, mas às pessoas. A equipe que chegou ao município com 21 rondonistas no dia 17 de julho se despede com um número incontável de participantes. Pouca sabia eu sobre o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Defesa por meio do Projeto Rondon no país. Ao que me constava o Rondon era voltado especificamente para os estudantes das áreas de saúde, exatas e biológicas. As ciências humanas encontrariam um pequeno espaço com futuros advogados e assistentes sociais; não havia lugar para uma estudante de jornalismo. Fui convidada gentilmente pelo Dr. Roberto Reis de Oliveira, meu orientador de monografia na Universidade de Marília, e me interessei pela proposta. Por questões de saúde, o professor não pode participar nesse ano, mas fica meu abraço e agradecimento por ter me indicado à Prof.ª Myrian Lucia R. Castilho. Sem saber ao certo o que seria feito na cidade do interior do Mato Grosso, os alunos se envolveram em reuniões e procuraram preparar os melhores materiais que poderiam para compartilhar com os cidadãos de Arenápolis o que haviam aprendido em seus anos de faculdade. Mas o Mato Grosso tem uma cultura completamente diferente das vivenciadas pelos membros das equipes que vieram de Campina Grande, Paraíba, e de Marília, interior de São Paulo. Quem aprendeu fomos nós. Nesta revista procuramos relatar parte da inesquecível experiência que envolveu todo o país e transformou nossas vidas. As matérias têm por objetivo relatar o que houve de mais rico nas duas semanas em que conhecemos pessoas e realidades e contribuímos para o fortalecimento da conscientização e cidadania. Neste espaço é imprescindível agradecer a Deus. Depois à prof.ª Myrian que não desistiu do meu trabalho, me man-

teve no grupo e apostou em meu potencial para ajudar a construir e estruturar este projeto. Sem sua experiência, motivação e determinação seria impossível a concretização de algo tão valioso para os alunos e para a sociedade. Meus agradecimentos profundos à equipe de Marília que, apesar de pouco me conhecer, confiou em mim e abriu um espaço para que eu me sentisse parte do time. À Prof.ª. Marina, que substituiu o Prof. Roberto Reis e me conquistou com sua alegria e amizade. Às meninas, Paula, Giulia, Vanessa e Bruna, por todo apoio, paciência e pelo acolhimento. E aos meninos, Gustavo, Cleber e Luiz André, que me receberam muito bem e me auxiliaram em todos os momentos. Tenho que agradecer também ao pessoal do grupo B que saiu da Paraíba e foi fundamental para que a nossa equipe se unisse e virasse uma só. Aos Professores Walberto e Luciano pelo carinho e apoio. Às meninas, Pollyanna, Maria das Dores, Monique e Vitória pela amizade e envolvimento. Aos meninos, Renan, Lenilson, Thiago e Haby pela forma carinhosa e alegre com que nos receberam. Ao Renan deixo um abraço pela pessoa maravilhosa e pelo apoio na revista. Faz-se necessário um agradecimento especial ao 1º Sgt. João Batista da Silva Coutinho, nosso anjo. Batista foi mais do que um oficial em serviço, foi um amigo, uma peça fundamental na equipe que se desdobrou para garantir nossa segurança, se preocupou com a saúde de todos e com o sucesso da operação. Além de tudo, revelou o carioca malandro sensível, atencioso e com incrível potencial artístico. A toda essa equipe que se transformou em uma grande família ainda dentro do ônibus que nos transportou de Cáceres à Arenápolis eu deixo minha mensagem de carinho e amizade. Agradeço a alegria, as risadas intermináveis, por acreditarem no meu trabalho e pela determinação que, dentro das particularidades de cada um, foi fun-

Foto: Renan Cardoso

Andréia Pisco, rondonista

damental para o sucesso do projeto e para torná-lo inesquecível. É imprescindível também agradecer à Neide, dona Helena e dona Donizete que nos acolheram na Escola Agrícola de Arenápolis com o objetivo de garantir as refeições, mas que se transformaram em grandes amigas e foram fundamentais para que a equipe se mantivesse motivada. Também lembro aqui de Sidnei, atencioso motorista que cuidou do transporte de todos. Ficam os agradecimentos do grupo todo à população de Arenápolis que se envolveu e recebeu com muito carinho todos os rondonistas, a José Mauro, nossa base nas operações que garantiu transporte e acomodações exemplares e aos governantes da cidade pela iniciativa de inscrever o município no Rondon. Parabenizamos o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Defesa em promover um projeto que faz desabrochar nos estudantes um potencial mais humano e solidário. Todos aprendem a ser mais brasileiros quando participam de iniciativas que integram realidades diferentes e exaltam as qualidades e valores presentes em todas as partes do país. Depois de ter desembarcado no Mato Grosso ainda sem saber o que aconteceria e ter passado por uma incrível lição de vida e cidadania que tem valor inestimável, hoje posso afirmar com orgulho que eu, Andréia Pisco, sou rondonista.


EXPEDIENTE

Rondonvista: Revista desenvolvida durante a Operação Tuiuiú, do Projeto Rondon, na cidade de Arenápolis, no Mato Grosso, em Julho de 2011. Editora Responsável: Andréia Pisco Repórter: Andréia Pisco Projeto Gráfico: Andréia Pisco Diagramação: Andréia Pisco Fotos: Andréia Pisco Foto capa: Roselaine Fernanda Santos Revisão de texto: Andréia Pisco e Paula Mantuanelli Ferraro Rondonistas: Anjo - 1º Sargento João Batista da Silva Coutinho. UFCG - Univ. Federal de Campina Grande, Paraíba: Professores - Luciano Brito Júnior e Walberto Barbosa da Silva Alunos - Karla Pollyanna da Costa Moura, Habyhabanne Maia de Oliveira, Lenilson Olinto Rocha, Maria das Dores de Souza, Monique Gomes Dantas, Renan Paiva Cardoso, Thiago Cabral Araújo e Vitória de Queirós Celestino. UNIMAR-Universidade de Marília, São Paulo: Professoras - Marina Manduca Ferreira Marim e Myrian Lucia Ruiz Castilho Alunos - Andréia Pramio Fernandes Pisco, Bruna Perin, Cleber da Silveira Torres, Giulia de Almeida Giunco, Gustavo Scacco, Luiz André Bortolotti, Paula Mantuaneli Ferraro e Vanessa Gomes Araújo.

Contato: pisco.andreia@gmail.com Leia online: http://issuu.com/andreiapisco/docs/rondonvista


Sumário AMBIENTAL

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NUTRIÇÃO

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RONDONISTAS

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FOTOS

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MED. VETERINÁRIA

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PERFIL

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SAÚDE

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FOTOS

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ENTRETENIMENTO

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ARENÁPOLIS

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HUMANAS

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FOTOS

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PERFIL

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CULTURA

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REVITALIZAÇÃO DAS MARGENS DO RIO AREIA


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Foto: Renan Cardoso

AMBIENTAL

ANDRÉIA PISCO

Arenápolis é um nome que homenageia o Rio Areia, importante na história do município e fundamental para a biodiversidade da região. Rondonistas e estudantes da cidade deram início ao projeto de revitalização e recuperação do rio que está assoreado e poluído.


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AMBIENTAL

“A recuperação das matas ciliares às margens do rio Areia foi a principal motivação que me trouxe ao Projeto Rondon”, afirma Habyhabanne Maia de Oliveira, 25, estudante de Engenharia Florestal. O rio Areia é a base do município de Arenápolis, responsável inclusive pelo nome da cidade, e já sofreu várias alterações de trajeto e em suas condições naturais. A iniciativa de revitalização das margens foi feita pela plantação de mudas que foram desenvolvidas durante cursos realizados no Projeto Rondon. De acordo com Habyhabanne esta iniciativa é de grande importância por viabilizar a recuperação da mata que estalebece a vida do rio. O estudante afirmou que encontraram o rio bastante assoreado. O assoreamento é um processo de degradação em que há acúmulo excessivo de terra e pedras no fundo do rio, tornandoo mais raso e propenso à evaporação. De acordo com ele, um lo-

cal arborizado proporciona uma redução de 4º a 6º graus no solo, o que possibilita a germinação de outras espécies. As espécies plantadas pelos alunos e rondonistas devem dar suporte a outras, características da região. Foram plantadas aproximadamente 150 mudas de oito espécies diferentes de árvores nativas que possibilitam o reestabelecimento da mata e da biodiversidade às margens do Rio Areia. “A árvore diminui o impacto da água da chuva e evita a compactação do solo ao mesmo tempo em que melhora a absorção por meio do tronco e das raízes. Isso que vai abastecer o lençol freático e manter a correnteza e a vida do rio. Onde não há água, não há vida”, diz. Os rondonistas fizeram a preparação do rio em visita precursora onde foram retirados pneus, canos, garrafas que acabam sendo digeridos e representam risco à vida dos animais da região. Galhos

apodrecidos que diminuem a oxigenação da água também foram retirados do rio. “A água que temos aqui parece limpa, mas não há presença de peixes devido ao esgoto que é despejado pela cidade”, conta. Habyhabanne ressaltou que o envolvimento dos alunos no projeto e a sua preocupação com a recuperação do rio são pontos fundamentais para que esta iniciativa tenha continuidade. Roselanie Fernanda Santos, 17 anos, estudante do Curso Técnico em Meio Ambiente, conta que o rio Areia tinha águas abundantes e cristalinas. “Era fonte de água potável para os moradores, servindo para o consumo. Mas quando descobriram que haviam diamantes no rio, ele começou a ser devastado, virou depósito de lixo e esgoto e a água ficou imprória para consumo”, afirma. De acordo com a estudante, o curso de revitalização e o trabalho desenvolvido pelos rondonistas junto à comunidade têm extrema importância pois o rio ainda pode ser recuperado. “Nunca é tarde para fazer a preservação ambiental. Podemos evitar que a situação fique pior,

Habyhabanne e Monique orientam alunos


AMBIENTAL

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porque o rio ficou menor, mas ainda não acabou. Eu plantei uma muda e sinto que estou fazendo a minha parte. Quando esta árvore estiver grande eu posso dizer para os meus filhos que participei da recuperação do nosso rio”, conclui. A estudante de engenharia agrícola, Vitória Celestino, 31, conta que o rio estava bastante devastado devido a extração de pedras preciosas e semi-preciosas na região. “O processo será caro e demorado. Exigirá diversas técnicas por se

Documentação Durante o processo de revitalização das margens do Rio Areia foi gravado um documentário com depoimentos dos rondonistas, moradores e estudantes sobre o trabalho e a importância do rio para a cidade. Este projeto está disponível na internet no seguinte endereço: www.youtube.com/piscoandreia Vídeo: O Rio de Arenápolis Após a oficina de produção de mudas, Roselaine plantou nas margens do rio

tratar de um solo com afloramento de rochas e muito cascalho, material que não facilita a germinação das sementes ou o plantio das mudas”, ressalta De acordo com a engenheira agrícola, é necessário um estudo sobre o solo e as plantas nativas da região para que o trabalho tenha continuidade. Um dos agravantes seria o fato de que o garimpo utiliza muitos produtos químicos. “Os meninos deram um passo à recuperação, cabe então `a comunidade continuar o processo”, finaliza.


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AMBIENTAL

Foto: Andréia Pisco

Horta e sustentabilidade

ANDRÉIA PISCO

No cronograma de atividades voltadas à questão do meio ambiente e da sustentabilidade estavam a reutilização, a prática de horta e a caminhada ecológica. A prática de horta comunitária foi desenvolvida na Escola Municipal Prefeito Duílio Ribeiro Braga e destinada ao público interessado em diminuição de gastos e alimentação mais saudável. Os alunos ministraram palestras sobre

as hortas, plantações de frutas, legumes, verduras e plantas medicinais sem o uso de agrotóxicos. “Na horta comunitária orientamos a população sobre o uso de plantas medicinais e técnicas de preparo de xaropes, pomadas, plantas tóxicas e venenos”, diz Monique Dantas, 21, estudante do curso de Farmácia. Com foco na questão ambiental e na reciclagem, aconteceram


AMBIENTAL

Caminhada Ecológica Na manhã de domingo, 24, foi realizada a caminhada ecológica até a cachoeira do rio Areia. Cerca de 80 pessoas participaram do trajeto. A iniciativa foi importante para os cidadãos locais aprenderem a aproveitar o potencial turístico da região e se conscientizarem sobre a necessidade de preservação das características ecológicas da cidade. Após se encontrarem na praça da Independência, no centro da cidade, os participantes foram transportados para o local. O trajeto foi sinalizado com antecedência para a segurança de todos os que compareceram. Após muitas paisagens deslumbrantes, a chegada a cachoeira foi tranquila. O calor possibilitou um agradável banho para os arenapolitanos e para o grupo de rondonistas.

Foto: Walberto Barbosa

várias palestras e oficinas de reutilização de garrafas pet, sacos plásticos e demais produtos recicláveis. Nas oficinas foi explorado o potencial de transformação do lixo em brinquedos, objetos, cartões de aniversário e formas de expressão artística. “O consumo consciente e a reutilização representam uma alternativa na economia de recursos naturais e da renda familiar, podendo até representar um acréscimo nessa renda”, Habyhabanne Maia, 25, estudante de Engenharia Florestal.

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NUTRIÇÃO

A arte da merenda

jam saudáveis, baratas e viáveis, mas toda essa burocracia não diz nada sobre o trabalho de uma merendeira. Há 24 anos Maria Aparecida Ferreira Dias, 50, é responsável pelas refeições de crianças de várias idades em escolas públiANDRÉIA PISCO cas. Ela fala um pouco sobre o trabalho das nutricionistas e o que Ser responsável pela merenda é ser merendeira. de centenas de crianças não é “Sou merendeira com orgulho. fácil, principalmente quando isso Gosto do reconhecimento e do acontece em uma sociedade que carinho dos alunos” diz. atribui à escola e ao Estado funSegundo ela a presença da nuções que não são de responsabi- tricionista melhorou muito a qualilidade exclusiva destes. As nutri- dade da merenda e deu condições cionistas tem por missão garantir de devolução dos alimentos imque as merendas escolares se- próprios aos fornecedores.

O Projeto Rondon promoveu palestras e cursos práticos com as donas de casa, merendeiras, nutricionistas e interessadas em aprender como aproveitar melhor os alimentos e realizar a higienização correta dos mesmos para evitar contaminação. As iniciativas foram coordenadas pela Professora Marina Manduca, 31, e a aluna de nutrição Paula Ferraro, 21. Durante as dinâmicas foram retomados os cuidados necessários para se evitar contaminação durante a manipulação e transporte dos alimentos. Umas destas atividades consistiu em tapar os olhos de uma cozinheira e passar tinta preta em


NUTRIÇÃO várias regiões das mãos e do antebraço. O objetivo era demonstrar que, mesmo quando lava-se as mãos com cuidado, algumas regiões não recebem atenção correta e ficam mal higienizadas, o que pode contaminar o alimento. “Trabalhar com um público que na prática já tem experiência é difícil, pois somos muito jovens. Mas elas nos receberam muito bem e as oficinas superaram minhas expectativas. Neste processo eu acabei aprendendo muito mais do que poderia imaginar”, diz Paula Ferraro, 21. A nutricionista responsável pelos cardápios no município, Ana Paula Trevisan Thomé, 27, falou um pouco sobre a administração e adequação do cardápio à realidade de Arenápolis. “Como as verduras e legumes só chegam na cidade semanalmente, temos frutas no máximo duas vezes por semanas e optamos por garantir arroz, feijão, carnes e saladas. Dentro do possível, desenvolvemos um cardápio saudável e econômico” afirmou. Thomé é responsável pela organização e compra de produtos para abastecer as escolas e garantir condições adequadas de trabalho para seis merendeiras. Ao final da palestra as ron-

Maria Aparecida, merendeira há 24 anos

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Dinâmica alerta para os cuidados na higienização das mãos

donistas partiram para a prática junto com as merendeiras e ensinaram uma receita de bolo, de arroz e um suco. Todos saudáveis e economicamente vantajosos. “Escolhemos receitas com produtos naturais que fossem facilmente encontrados na região. Como o gengibre é pouco utilizado e nutritivo, antioxidante, funcional e trás benefícios pro sistema imunológico, optamos por esse produto” afirma a professora Marina. O arroz ligeiro é rápido e repleto de ingredientes que fornecem os nutrientes necessários para a merenda das crianças. Na receita salsinha, verduras, queijo e tomate. As merendeiras aprenderam a preparar um suco de alface, erva cidreira e limão. Maria Graci Canduário Marques, 59, merendeira há 16 anos afirmou que o prazer em cozinhar é ainda maior quando há o reconhecimento das crianças sobre o sabor e a qualidade do ali-

mento. “Cresci muito e agradeço a oportunidade de aprender com as rondonistas. Quero me especializar e fazer todos os cursos para melhorar meu trabalho na área”, conta.

Mais

Além do treinamento das merendeiras, as profissionais de nutrição participaram da Feira da Saúde, onde realizaram avaliação e diagnóstico nutricional. Neste evento foram atendidas cerca de cem pessoas que passaram pelo procedimento de pesagem, tiveram sua altura medida e receberam orientações sobre alimentação e da necessidade de se procurar profissionais para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar. As pessoas que apresentaram alterações no teste de glicemia também receberam orientação sobre como melhorar sua alimentação para controlar e minimizar os problemas da diabetes.


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RONDONISTAS

Rondonista por rondonista Conheça os rondonistas a partir do que os seus colegas tem a dizer sobre eles.

Luiz André Bortolotti, 33, Direito

Paula Ferraro, 21, Nutrição

Habyhabanne Maia, 25, Eng. Florestal

“Centrado e experiente, com opiniões bem orientadas e firmes. Porto seguro para quem precisasse de conselho, foi brincalhão e sério nas horas certas. Fez um trabalho interessante de conscientização sobre os direitos das pessoas. Uma quinta cabeça entre os coordenadores” - Luciano Brito

“Adorável, educada, doce, companheira, preocupada com as coisas, pra que tudo saia bem. Se esmerou para vir preparada pra cá. Simples e amiga, teve harmonia perfeita com todo mundo.” - Myrian Castilho

“Pessoa insubstituível. Atencioso, sempre demonstra carinho e atenção com todos. Quando se propõe a fazer alguma coisa, faz bem e tem uma preocupação bacana com a natureza” Paula Ferraro


RONDONISTAS

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Pollyanna Moura, 28, Med. Veterinária

Vanessa Araújo, 21, Serviço Social

Myrian Castilho, 63, Profª. Coord.

“Uma das pessoas mais amáveis que já conheci. Sempre bem humorada, atenciosa e inteligente. A operação não seria a mesma sem sua alegria e humildade. Queria que fosse minha irmã” - Andréia Pisco

“É uma pessoa humana e admirei muito o trabalho dela. Dá pra perceber que ela gosta do que faz. Tem boa vontade, é esforçada e cheia de personalidade” - Maria das Dores

“Mulher de garra com força de vontade contagiante que gosta muito do que faz. Inspiração como profissional e para a vida, conquistou minha admiração. De visão e idéias admiráveis, fácil convívio e agradável para trabalhar” - Cleber Torres

Vitória Celestino, 31, Eng. Agrícola

Renan Cardoso, 23, Med. Veterinária

“Muito amorosa, carinhosa e ama sinceramente os amigos. Dedicada ao trabalho que se propõe a fazer, responsável. Conquistou os alunos da escola agrícola e se envolveu com todos” - Marina Manduca

“Uma pessoa sensacional, amizade que se leva pro resto da vida. Incrível trabalho de veterinário que se doa para tratar de animais e são poucas pessoas que tem esse discernimento e o prazer de fazê-lo “ - Luiz André

Gustavo Scacco, 20, Farmácia

“Menino muito prestativo e sensível. Se você precisar está ali para ajudar. Nós trabalhamos muito juntos e a interação foi muito boa, além de ser muito engraçado” - Monique Dantas


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RONDONISTAS

Andréia Pisco, 23, Jornalismo

João Batista, 39, 1º Sargento e Anjo

Marina Manduca, 31, Professora

“Foi legal quando nos conhecemos, é bacana e tem metas. Batalhadora, conquistadora, inteligente, cheia de criatividade e faz um trabalho lindo. Fiquei muito surpreendida” - Giulia Giunco

“Um cara que foi fundamental para a integração da equipe. Forte apoio nas atividades e além de anjo, foi amigo. Sempre empenhado e focado no seu trabalho.” - Renan Cardoso

“Ajudou o grupo a se integrar por ser uma pessoa muito dinâmica e comunicativa. Tem se empenhado bastante como professora e é uma pessoa muito animada” - Bruna Perin

Cleber Torres, 23, Farmácia

Luciano Brito, 32, Prof. Coordenador

Maria das Dores, 24, Biologia

“Empenhado e admirável, batante sério e profissional responsável com os compromissos independente do cansaço. Prestativo, gosta de ajudar e, mesmo sem falar muito, agiu como um líder e serviu como exemplo” - Karla Pollyanna

“Foco e flexibilidade de quem sabe aonde quer chegar sem fazer com que a caminhada se torne difícil. Vi nele uma pessoa inteligente, capaz de se adaptar e contornar as situações com diálogo. Fantástico, compreensivo e focado de forma descontraída” - João Batista

“A gente se identificou muito por sua preocupação com a natureza. A biologia acrescenta aos seus objetivos de melhorar a qualidade de vida dos homens e do meio ambiente. É muito carinhosa, amorosa, gentil e compreensiva” - Habyhabanne Maia


RONDONISTAS

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Bruna Perin, 22, Fisioterapia

Walberto Barbosa, 34, Professor

Giulia Giunco, 19, Odontologia

“Foi profissional e desempenhou atividades que inspiraram confiança ao o grupo, tornando possível a integração. Tem uma vocação muito grande pra essa parte de saúde e passa segurança pra quem está sendo atendido” - Lenilson Olinto

“Com seu jeito cômico e inconfundível desenvolveu um trabalho bastante interessante na área de motivação pessoal. Cara bacana, nunca deixa ninguém na mão e conquista as pessoas com seu carisma” - Thiago Araújo

“Giulia é muito amigável. Paciente e cuidadosa com o que faz. Atenciosa, não trata ninguém diferente, é agradável, educada, inteligente e dedicada. Abraça as coisas e faz por amor” - Gustavo Scacco

Lenilson Olinto, 22 , Eng. de Produção

Monique Dantas, 22, Farmácia

Thiago Araújo, 21, Administração

“Chegou para trabalhar com informática e marketing verde mas se envolveu com várias outras tarefas e se mostrou habilidoso. Sempre disposto a ajudar e bem humorado, deu conta de seu trabalho e aproveitou as oportunidades” - Walberto Barbosa

“Ela veio de uma área e em nenhum momento se negou ou se disse incapaz de ajudar em outras. Muito companheira, sempre foi um apoio importante” - Vitória Celestino

“Realizou um trabalho importante que deu oportunidade para as crianças e para a população em geral. Sempre disponível, é um contador que histórias que faz todo mundo rir” Vanessa Araújo


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FOTOS

Recepção dos Rondonistas no 2º Batalhão de Fronteira do Exército Brasileiro e abertura do Projeto Rondon 2011


FOTOS

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MED. VETERINÁRIA

Animais: Criação e Produção A saúde dos animais e os cuidados com a higiene são fundamentais para que a qualidade de vida do homem seja aprimorada. Os alunos de medicina veterinária, Karla Pollyanna da Costa Moura, 28, e Renan Paiva Cardoso, 23, realizaram um admirável trabalho de conscientização e avaliação dos animais da cidade. Em visita ao Assentamento Tapirapuã, entrevistaram os produtores para coletar informações sobre as condições de criação de gado, porcos, galinhas e cavalos, bem como sobre a produção de

leite. Mesmo com a informação de que a maioria dos moradores visavam o consumo familiar, orientaram os criadores de porcos sobre a necessidade de atenção em relação ao cercado, a abundância de água e a alimentação dos animais. Observaram que não há problemas com a falta de água, pois as propriedades são banhadas por rios. Os estudantes ainda examinaram uma égua que estava com a pata machucada, aplicaram medicamento e receitaram uma série

ANDRÉIA PISCO de medidas para que o produtor garantisse a saúde do animal. João da Silva Rezende, 51, mora com a esposa no assentamento e afirmou que esse tipo de contato com veterinários é importante por garantir maior qualidade na produção de carnes, leite e alimentos em geral. “Espero aproveitar a presença deles que são jovens mas conhecem os detalhes da área e melhorar naquilo que eu escolhi para trabalhar”, afirmou. No Assentamento Sagrado Coração de Maria, Pollyana e Re-


MED. VETERINÁRIA nan passaram informações para os moradores e analisaram as condições em que os animais eram criados. Compartilharam alguns conhecimentos e tiraram dúvidas dos criadores quanto tratamentos e alimentação dos animais. Dada a necessidade, examinaram uma vaca que não se levantava, receitaram para o criador alguns medicamentos e deram dicas sobre como tratar o animal e o que fazer para recuperá-lo. Nos dois assentamentos foram passadas instruções sobre as campanhas de vacinação dos animais e a disponibilidade de água para os mesmos.

Exame em animais doentes

Ordenha higiênica Na escola agrícola os estudantes deram palestras aos agentes de saúde e potenciais agentes sanitários sobre os detalhes que devem ser considerados na fiscalização da produção de leite, carne e demais alimentos. Uma turma de agentes e interessados da comunidade também recebeu treinamento sobre as técnicas de ordenha e cuidados para evitar a contaminação do leite. Após a parte teórica os alunos levaram a turma até os animais e explicaram passo a passo o que deve ser observado para que as vacas produzam leite de qualidade e em quantidade satisfatória. As condições de higiene e em relação à estrutura de coleta do leite foram analizadas e os participantes receberam uma série de orientações.

Curso de ordenha higiênica

Orientação aos produtores nos assentamentos

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PERFIL

A alegria de Neide ANDRÉIA PISCO

Neide do Nascimento Silva já passou por tantas coisas que afirma não ter história. A mineira que mora em Arenápolis, no interior do Mato Grosso, é sempre alegre, brincalhona e desavergonhada da vida, mas foi umas das mais difíceis entrevistas que eu já fiz. Preferiu não falar sobre a infância, “fui muito judiada e


PERFIL tinha muita diferença de idade com meus irmãos, sem ter com quem brincar”. Neide não escondeu que sua alegria sempre esteve nas amizades. A família foi para o Mato Grosso para melhorar de vida, embalada pelo sonho do garimpo e do futuro. Logo Neide se casou. “Não namorei, não gostava de olhar para a cara dele. Por sorte, um dia depois que casamos ele passou 15 dias no garimpo”, diz com gargalhadas contagiantes. Ela namorava o irmão do esposo, e sua mãe queria que casasse com Elpídio. Em agosto o conheceu, em setembro se casou, e hoje é apaixonada, orgulhosa com o marido trabalhador e atencioso que arranjou. “Graças a Deus é um homem bom que não bebe, não fuma, não joga...” Mesmo sem evitar, Neide demorou cinco anos para engravidar e, quando aconteceu, não contou para o esposo que estava em viagem. Trabalhou como garçonete, auxiliar de serviços gerais, em fazendas e cozinhas. A época mais difícil da vida foi na cidade de Jangada, onde engravidou de Izabela , hoje com 11 anos. O marido teve o fígado intoxicado com veneno e ficou muito tempo doente; após o parto, Neide entrou em depressão. A família e a alegria estão nas amigas Maria Donizete e Helena. Conheceu dona Helena num carnaval e ganhou uma mãe. Dona Maria Donizete é a cunhada, da qual fala com uma emoção que lhe enxem os olhos de lágrimas e orgulho.

Durante a entrevista, a sorridente e humana responsável pela alimentação de 21 rondonistas pouco me olhou nos olhos. Não queria falar de seu passado, mas das alegrias de hoje. Se disse surpresa com a forma carinhosa e atenciosa com que os voluntários do projeto trataram a todos. Neide não recebeu rondonistas como uma profissional contratada para alimentá-los. Re-

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cebeu humanamente cada um, procurou fazer amizade com todos e os conquistou com um sorriso que foi visto todas as manhãs, radiante e contagiante. Se emociona ao falar das pessoas que conheceu durante a sua vida e do orgulho que tem pelo seu trabalho, sua família, seus filhos e seus amigos.”Queria que o projeto Rondon voltasse com o mesmo grupo, já sinto saudades de vocês”.


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SAÚDE

Feira da saúde

N

a manhã do dia 23 de julho foi realizada a feira da saúde na praça central do município de Arenápolis, Praça da Independência. Na atividade foram oferecidas à população uma série de serviços como os testes de HIV, de glicemia e tipagem sanguínea. Também orientações sociojurídicas, avaliação nutricional e ginástica laboral. Giulia Giunco, 19, prestou orientação odontológica sobre a

forma correta de higienização da boca e dos dentes. A estudante examinou cerca de 70 pessoas. Os alunos Gustavo Scacco, 20, e Cleber Torres, 23, ficaram responsáveis pelos testes de tipagem sanguïnea e de HIV. Foram atendidas cerca de cem cidadãos nestas atividades. “O ponto que deve ser destacado na feira da saúde foi a aderência e conscientização da população em relação à im-

ANDRÉIA PISCO

portância de se fazer o teste de HIV”, diz Gustavo Scacco. Monique Dantas realizou os testes de glicemia e orientou as pessoas que tiveram resultados alterados sobre alimentação e necessidade de consultas regulares com os médicos. A aluna de fisioterapia Bruna Perin, 22, realizou um alongamento, deu instruções sobre ginástica laboral para que os trabalhadores evitem lesões


SAÚDE e melhorem os rendimentos durante suas atividades. Os estudantes também realizaram testes de pressão e ofereceram, em parceria com os agentes de saúde, vacinas de hepatite B. A parcela da população que apresentou pressão alta foi direcionada aos nutricionistas pois em cerca de 90% dos pacientes, as causas da hipertesão derivam de má alimentação, obesidade, idade, uso de medicamentos, fatores genéticos, estresse e sedentarismo.

Fisioterapia Bruna Perin, 22, é aluna do último ano de fisioterapia e trabalhou principalmente com os idosos, a ginástica laboral, alongamentos e massagens. “A ginástica laboral é a preparação que todos devem fazer antes de trabalhar para melhorar o humor e o desempenho em suas atividades. Esta qualidade é muito importante principalmente para quem trabalha com a terra e nas áreas rurais”, afirma. Para os idosos e agentes de saúde Perin ministrou palestras sobre como equipar os cômodos da casa para se evitar as quedas. Em dois encontros com um grupo de aproximadamente 120 idosos foram realizadas conversas, orientações relacionadas à saúde e ao uso de medicamentos com o auxílio dos estudantes de farmácia e muita festa com danças e forró.

Tipagem Sanguinea e Teste de HIV Os exames de determinação da tipagem sanguínea e o teste de HIV são importantes pois podem salvar vidas, garantir a saúde da população e o controle da doença.

Pressão A pressão alta, ou hipertensão, é um problema cardiovascular grave que pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC).

Teste de Glicemia O controle do nível de açúcar no sangue é fundamental para que seja detectada a diabete e também para o controle da doença.

Ginástica Laboral A ginástica laboral é uma prática saudável que pode evitar contusões e melhorar a proodutividade do trabalhador na cidade ou nas áreas rurais.

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FOTOS

Reuniões e ambientação em Ar


FOTOS

enápolis Na manhã do primeiro dia de ações em Arenápolis, todos os rondonistas participaram de uma reunião com as autoridades locais e representantes das secretarias do município para a determinação dos espaços para realização das atividades e discussão de possíveis alterações no cronograma. Após a reunião, os 21 rondonistas fizeram um passeio para reconhecimento da cidade.

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ENTRETENIMENTO

Gincana O entretenimento é uma das melhores formas de promover a interação entre as pessoas. Para isso a equipe de rondonistas promoveu uma divertida gincana com a sociedade no Estádio Municipal Moça Bonita na tarde de domingo, 24 de julho. Cerca de 30 pessoas participaram das dinâmicas que objetivavam incentivar o companherismo e o sentimento de grupo dentro da sociedade.

Foram formadas quatro equipes com nomes de animais. Nas competições duas equipes por vez disputavam as provas. Uma atividade consistia em duas filas, duas esponjas e um balde de água. Duas garrafas pet deveriam ser enchidas pelas equipes. Outra prova da gincana foi

realizada com balões. Dois participantes por tinham que andar uma distância com a bexiga

ANDRÉIA PISCO prensada entre suas cabeças sem derrubá-la. Com colheres de plástico e bolinhas coloridas foram trabalhadas as habilidades de equilíbrio e coorperação, onde os competidores tinham que passar as bolas uns para os outros sem o auxílio das mãos. Em uma prova, os participantes pegavam grãos de feijão com palitos e depositavam em outro copo. Ao final de cada prova a equipe


ENTRETENIMENTO vencedora ganhava duas argolas e a perdedora uma. As duas equipes que tinham mais argolas ganharam medalhas e caixas de pirulitos. A atividade serviu para interar ainda mais os rondonistas à sociedade e demonstrar para as crianças e jovens que eles devem aprender a perder e a vencer. No final das dinâmicas, uma divertida partida de queimada, ou caçador, foi realizada no círculo central do campo de futebol. Os rondonistas jogaram contra os arenapolenses. O time da casa foi o vencedor na melhor de três com duas vitórias. Uma atividade simples e barata foi cotada entre as mais divertidas e envolventes, que aproximou verdadeiramente a sociedade dos rondonistas.

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ARENÁPOLIS

De garimpo

à comunidade

ANDRÉIA PISCO

Foto: Renan Cardoso

Fundada às margens do Rio Areia no ano de 1954, Arenápolis é uma cidade com pouco mais de dez mil habitantes que fica a 240 km da capital, Cuiabá, e em que reina a tranquilidade. Em apenas duas semanas não é simples falar sobre toda a cidade,

então é preferível comentar sobre as histórias que o povo conta, os olhares, gestos e as paisagens. A maioria das pessoas chegou à cidade há cerca de 30 anos, no auge do garimpo que enriqueceu muitos, devastou matas e destruiu rios.

Conjunto habitacional da cidade

Ao mesmo tempo em que não é difícil encontrar na cidade áreas desmatadas com o objetivo de implantar pasto para a criação de gado, há na cidade verdadeiras belezas naturais, como a cachoeria do rio Areia e o morro do Cruzeiro. Arenápolis é bem estruturada, tem belas praças e uma população muito receptiva e atenciosa, sempre disposta a conversar nas ruas, oferecer um pouco de sua cultura e seu conhecimento. “A impressão que eu tive é de uma cidade carente de iniciativas, com a população carente de algumas informações que foram supridas pelo projeto, mas com interesse em buscar melhorar em várias áreas”, diz o 1º Sgt João Batista, 39. Para o professor de tecnologia da educação, Walberto Barbosa, 34 a cidade se esforçou para fornecer aos rondonistas o melhor suporte para o desenvolvimento


Área desmatada para pasto

Foto: Walberto Barbosa

das atividades. “Fui bem recebido, fiz amigos e pretendo manter contato pela internet”, conta. Para o estudante de farmácia, Gustavo Scacco, 20, a população foi muito receptiva e valorizou a possibilidade de troca de informações. “Apesar de nossa pouca idade, as pessoas se sentem satisfeitas com as palestras e valorizam o que nós ensinamos ao mesmo tempo que que nos ensinam muito sobre a vida”, diz. Maria das Dores de Souza, 24, estudante de biologia, também valorizou o contato com a população e a integração com a comunidade. “O mais importante foi o vivenciar, a troca de conhecimento e de informações, o ouvir cada um e conhecer as necessidades e preocupações que afligem essa população. Bem como a possibilidade de dar uma palavra de conforto” afirmou. De acordo com Vanessa Araújo, 21, estudante de serviço social, o Projeto Rondon viabilizou à sociedade a possibilidade de compartilhar conhecimentos e da população ter acesso à informações que favorecem o estabeleciemento de uma sociedade mais digna e justa. “Houve uma boa receptividade da comunidade, nós fomos apoiados e recebidos com muito entusiasmo e é impossível não criar laços de afeto com essas pessoas. Eles demonstraram muito respeito e valorização da troca de experiências que faz com que os universitários aprendam com a comunidade”, diz.

Foto: Renan Cardoso

ARENÁPOLIS

Área devastada pelo garimpo

Bate-papo nas ruas

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ARENÁPOLIS

Além dos limites do Projeto Rondon ANDRÉIA PISCO

Para os rondonistas o Projeto do Ministério da Defesa consiste basicamente em uma preparação de meses e duas semanas intensas de trabalho. Para além das atividades em palestras, cursos e encontros, a essência do Rondon é a integração entre estudantes e sociedades de diferentes partes do país e é isso que faz com que este projeto seja tão especial. O primeiro ponto essencial são as diferenças culturais, ligadas à lin-


ARENÁPOLIS

Foto: Walberto Barbosa

guagem. Na operação de Arenápolis, estudantes vindos da Paraíba e do interior de São Paulo compartilharam e exploraram as curiosidades, sotaques e gírias com muito humor e respeito. A união dos grupos ficou evidente na mistura entre as partes. Ninguém se diferenciava mais por universidade ou região, cada um foi visto e valorizado em sua individualidade e característica. Todos formaram um grupo só. Não houve diferenciação em relação às atividades. O cronograma era coletivo e quem estivesse disposto a ajudar ou aprender com os colegas tinha total liberdade para dar apoio. No dia 23 nossa colega Maria das Dores, 24, foi homenageada em uma bela festa organizada por parte da equipe. Das Dores abriu mão de sua formatura pelo sonho do Rondon. Uma emocionante festa com doces, bolo, salgados, um vídeo, certificado e um poema escrito pelo anjo Batista. Em Arenápolis, no Projeto Rondon, Maria das Dores de Souza deixou de ser estudante e se formou bióloga.

Foto: Walberto Barbosa

Foto: Cleber Torres

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Em um esquema de rotatividade estabelecido na reunião inicial com as autoridades da cidade foram determinadas duplas que participaram todos os dias de um programa de rádio local em que eram divulgadas as atividades que os rondonistas promoveriam naquele dia. Todos os rondonistas foram muito bem recebidos pela radialista de Arenápolis, Aline Ferreira. Além disso, a equipe se divertiu na caminhada ecológica promovida para incentivar o turismo local na cachoeira da cidade e recebeu as visitas ilustres do Capitão Brito Neto, Sargento Ricardo, Coronel Martinelli e Soldado Alencar. “Meu papel foi de facilitador da missão e foi gratificante. Todos se desprenderam para viver em coletividade e foi uma experiência fantástica conhecer pessoas diferentes com seus potenciais. O coração vai ficando pequeno, pois enxerguei cada um como se fosse meu filho. Vi uma equipe tão boa e unida que não tivemos problemas e realizamos um trabalho exemplar.” afirmou o anjo, 1º Sargento Batista, 39.


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HUMANAS

Orientação pedagógica e sociojurídica ANDRÉIA PISCO

Um dos objetivos do projeto apresentado pelas universidade do interior de São Paulo e de Campina Grande, na Paraíba, para a cidade de Arenápolis era a capacitação dos professores, alunos e a orientação em relação aos programas sociais e questões jurídicas. Com a experiência de sete operações do Projeto Rondon, a Professora Myrian Castilho, 63, foi uma das responsáveis da capacitação dos professores e da oficina de trabalho de conclusão de curso, TCC, para os alunos.

Castilho foi para Arenápolis com a missão de coordenar as ações dentro da cidade, efetivar os contatos com lideranças, preparo seleção e capacitação dos estudantes. No município trabalhou diretamente com os professores da rede pública de ensino por meio das oficinas de socialização dos saberes nomeadas Planejamento de Ensino e novas metodologias de Ensino, Psicologia da Educação, relacionamento interpessoal e educação inclusiva e Educação de Jovens e Adul-


HUMANAS tos com professores do EJA. Além destas, a equipe desenvolveu cursos sobre projetos de trabalhos pedagógicos com os professores. Durante os cursos, notou a dificuldade dos professores e, em conversas com os alunos, tomou conhecimento também dos obstáculos ao desenvolvimento dos trabalhos de conclusão nos cursos técnicos oferecidos na cidade. Com o auxílio dos rondonistas, um breve e simples curso sobre os trabalhos foi ministrado aos estudantes. Ao final de todas as atividades foram feitas apresentações e a entrega dos certificados em uma formatura. Muito emocionada, a Professora relatou que foi incrível a experiência e o acolhimento da cidade, principalmente dos professores e alunos que participaram ativamente de todos os cursos e demonstraram muito interesse em ampliar os conhecimentos e desenvolver projetos cada vez maiores. Na área da pedagogia aconteceram também as oficinas de inclusão e de brinquedoteca. Todos os cursos foram preparados com cuidado e atenção voltada para as dificuldades do públicoalvo. Para compartilhar o conhecimento, o grupo de rondonistas levou aos professores e alunos apostilas que serviram para o esclarecimento de conceitos e formas de se trabalhar a educação. “Tudo isso só foi possivel graças a união dos estudantes e a harmonia entre os professore, coordenadores e o nosso projeto”, afirma Castilho.

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Aos 17 anos, a estudante Michele da Silva Rodrigues, prestes a concluir o Curso técnico em Meio Ambiente, afirmou que as oficinas sobre o TCC foram importantes para tirar dúvidas e melhorar a qualidade do trabalho final. “Além de aprender a fazer um TCC melhor e mais profissional, participei de várias palestras e não perdi meu tempo. Espero um dia chegar à universidade para participar do projeto Rondon e levar a outros lugares alegria e conheci- manos, cidadania, prevenção mento, assim como os rondonis- de drogas, violência, programas tas fizeram em Arenápolis”, diz. sociais, pedofilia, inclusão e exclusão”, conta Vanessa. Os rondonistas também proOrientação Sociojurídica moveram palestras sobre os esA outra vertente dos projetos da tatutos do idoso, da criança e do área de humanas consistiu na ori- adolescente. Vanessa afirmou que o acesso entação jurídica e social, promovida pelos alunos de direito, Luiz a estas informações é importantísAndré Bortolotti, 33, e de serviço simo. “É um tipo de conhecimento que social, Vanessa Araújo, 21. “Vim para o Rondon com o eles não buscariam, mas que são objetivo de trabalhar direitos hu- fundamentais para a construção

Apresentação final dos professores na conclusão do curso


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HUMANAS

de uma sociedade mais digna e em que se respeitam os direitos do próximo”, concluiu. Nos assentamentos os rondonistas orientaram os moradores sobre questões legais relacionadas à criação de cooperativas que possibilitariam a ampliação nos lucros e maneiras mais efetivas de concretização de planos de crescimento e desenvolvimento sociais dentro destes grupos. Noções de justiça, cidadania e considerações sobre programas sociais também fizeram parte da orientação sociojurídica feita pelos rondonistas.


HUMANAS

39

Não traduza,

think in english

ANDRÉIA PISCO

A idéia de que o conhecimento pode mudar a vida das pessoas foi ilustrada pela iniciativa do aluno de administração Thiago Cabral Araújo, 23. Durante a preparação para a viagem a Arenápolis, o estudante achou que suas atividades não preenchiam todo o tempo dedicado ao Projeto Rondon e propôs um curso de inglês para os

cidadãos interessados que foi um sucesso. Com aulas nos períodos da manhã, tarde ou noite, sempre avisadas com antecedência, uma turma aprendeu lições básicas sobre a língua e formas de procurar outras fontes para melhorar seu inglês. Thiago foi criativo, preparou cui-

Thiago e Renan cantam com a turma uma música para treinar o inglês

dadosamente as aulas com auxílio de um datashow e do colega Renan Cardoso, 23, que tocava violão e animava as aulas com músicas em inglês. Por se tratar de um curso muito curto, apenas o básico foi passado para os alunos, a mensagem fundamental é de que a iniciativa deve partir dos próprios estudantes e que o interesse de cada um determina o lugar que cada um pode chegar. “Ao ver a necessidade das pessoas aprenderem inglês é de extrema importância uma aproximação com a língua. Resolvi trazer um pouco desse conhecimento para que as pessoas possam estar mais envolvidas com a língua internacional, do comércio, da internet, das pesquisas. O inglês abre novas oportunidades e trará uma oportunidade de vida melhor” afirmou Thiago. O estudante passou uma mensagem de incentivo e compartilhou um conhecimento importante para o desenvolvimento da sociedade.


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FOTOS

Palestras, cursos e oficinas


FOTOS

Foto: Renan Cardoso

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PERFIL

O

ANJO

chamado

Batista ANDRÉIA PISCO

“Eu coloquei o boneco em cima da televisão e fiquei uma semana olhando para ele até de madrugada, sempre pensando em como poderia melhorá-lo. Um belo dia TIM!, acendeu uma luz”


PERFIL

O

sargento é um observador, o anjo é um artesão. Aos 39 anos o 1º Sargento João Batista da Silva Coutinho foi escolhido para ser o anjo responsável pela segurança do Projeto Rondon. Entretanto, o imaginário sobre os militares não se aplica a ele. Batista se mostrou uma pessoa sensível, amigo e companheiro. Acima de tudo, um apaixonado pela arte. Desde criança gostava de desenhar heróis e pessoas, fazia histórinhas e cineminhas nos cantos dos cadernos. Sua paixão se revelou em uma busca por novas formas de arte que iluminam seus olhos. Batista é curioso e explorou vários materiais em busca daquele que respondesse aos seus anseios artísticos. “Gesso, argila, biscuit, durepox, massa de modelar, tudo muito difícil de trabalhar e eu quebrei muito a cabeça. Sempre buscava um material que permitisse os detalhes e fosse agradável de se sentir; mas a bagunça encomodava as mulheres de minha vida”. Hoje casado, Batista exalta o apoio e reconheciemnto da esposa e é cheio de metas. Sonhos simples e bonitos. Amparado pela segurança de seus óculos escuros, falou sobre a filha, que mora em Fortaleza, e a esposa com os olhos cheios de lágrimas. Pensou que eu não vi, e havia tanto sentimento e saudade em suas palavras que eu deixei passar. Para o artista o Exército é o bico que permitiu uma experiência policultural em que absorveu novos rostos e sabores, se engrandeceu como pessoa. “Mas a

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idéia é futuramente virar artesão mesmo”. A curiosidade e o encantamento pelos bonecos e esculturas sempre foram movidos pela iniciativa em buscar dicas e cursos na internet e no boca a boca. Batista é daqueles que roda cidades inteiras em busca de um artesão que domine uma técnica ou um instrumento desconhecido. Até tentou a pintura, mas pensa em preto e branco e não tem muita

separadamente do restante do corpo. O anjo me apresentou a doçura da malandragem carioca centrada em uma humildade que garante que toda troca de informação é rica. “O negócio é fazer algo diferente, muita coisa nunca foi feita e é só olhar para o lado certo. Passo os dias vendo as coisas e as possibilidades com o objetivo de conseguir criar com qualidade e quantidade”.

intimidade com cores. Prefere texturas. Conheceu Izidoro, um artesão que fazia moldes de bonecos. Com um modelo fez mais de cem peças, mas não estava satisfeito com os braços e as armas dos soldadinhos. “Eu coloquei o boneco em cima da televisão e fiquei uma semana olhando para ele até de madrugada, sempre pensando em como poderia melhorá-lo. Um belo dia TIM!, acendeu uma luz”. Começou a fazer os membros

Por isso Batista pesquisou uma forma de trabalhar melhor a resina, material profissional que utiliza atualmente. Descobriu uma máquina a vácuo que permitia acabamento e riqueza de detalhes. Está construindo com auxílio de vídeos e comunidades virtuais. Ao falar do projeto, olha serenamente para o horizonte como se visse o futuro logo ali, com uma alternativa de renda ancorada no prazer e na arte.


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CULTURA

Cinema na Praça e Folclore ANDRÉIA PISCO PAULA FERRARO

A integração entre diferentes culturas é um dos pontos essenciais do Projeto Rondon. Com isso em vista, foram realizadas atividades que priorizaram o entretenimento e o resgate do folclore junto à população local. Cidadão que participu de todas as sessões de cinema


CULTURA Durante as duas semanas em que a cidade de Arenápolis recebeu o Projeto Rondon foram realizadas quatro sessões de cinema em duas praças do município. O objetivo desta iniciativa foi oferecer entretenimento para a população e promover uma intensa interação entre os populares. Em uma conversa informal e divertida, cerca de 30 pessoas participaram da oficina de resgate do folclore e cultura popular. Os participantes lembraram das danças típicas como o carimbó, cururu, o lambadão do Mato Grosso e o siriri, dança típica do Mato Grosso em que as mulheres dançam de saia rodada e florida e os homens de calça pescador e camisa. Os mais animados ainda dançaram para demonstrar aos rondonistas os passos e ritmos.

Comidas Típicas Foram apontados como alimentos típicos do Mato Grosso a feijoada, a farofa de banana e o bolo de arroz que é batido no liquidificador com água e pode ser salgado ou doce. O cuscuz feito com farinha de milho e o arroz com pequi foram apontados como pratos famosos na região. Além destes, ventrecha de pacu - a costela -, mugica de pintado, Maria Isabel - arroz com carne seca - e os doces de

caju, abóbora e manga. Várias mulheres preparam parte dos pratos para a equipe de rondonistas experimentar ao longo do projeto.

Eventos da cidade

No mês de julho acontece a famosa cavalgada em que diversas pessoas se encontram em cidades

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próximas e passam o dia cavalgando pelos municípios da região. O mês de outubro é marcado pela procissão de subida ao morro do Cruzeiro. “Vem gente de todo lugar, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Goiás, de São Paulo” – Maria da Silva, agente de saúde.


Cordel do Rondonista Oxente minino Arenápolis do coração daquela gente Com nós do Rondon interagindo Essa cidade agora tá também no coração da gente Vou te dizer falando o nordestez O que o Ministério da Defesa fez Um dia um coroné fardado falou com a prefeitura E ofereceu o Rondon praquela terra Mostrar o que ia acontecer de bem feitura E o prefeito disse ao Rondon vem pra cá A gente vai dar um colchão no chão e comida com fartura Saiu um edital pelas universidades do Brasil Quem havia de se interessar De mandar um projeto de ação Endereçado a Arenápolis Da universidade de Marília Saúde, direito, cidadania e educação Da UFCG na Paraíba Meio ambiente, tecnologia e comunicação A ilustre professora Myrian Experiente de sete Rondons Trouxe uma equipe porreta Da cidade de Marília E o professor Luciano Trouxe nove criaturas da Paraíba Cheias de vontade e de dons Ajuntado esse povo arretado Parecia que tudim junto tinha crescido Mas que teve foi um casamento bem sucedido Com um caminho pré definido Que deixou os sotaques misturados Aos poucos nós se entende Um dizia abre a poRRRTa O que tava dentro dizia arrudeia Um falava oxente, cuscuz e macaxeira E o outro nossa, curau e mandioca

No final a gente, nós se entende E leva a cidade de Arenápolis O que na universidade se aprende Além de ensino, atividade e assistência Coisa que ali havia carência Decemos no quartel Com honras fomos recebidos Brigadão pelo conforto Que a nós foi garantido Chegando na cidade Recebemos cuidado e atenção Tudo de melhor foi a alimentação Ar condicionado no quarto Mais banheiro do que rondonista Tinha rádio pra dar entrevista Um motorista a disposição Obrigado meu Deus Por tanta bajulação Lá Rondonista fez de tudo Lavou banheiro E limpou o chão Mas também ensinou a plantar E o meio ambiente preservar Áreas devastadas reflorestar E o potencial turístico explorar Até fábrica de velas vão montar Ensinou muito a população A reciclar pet e papel E até a fazer sabão Para os professores teve treinamento Prus agentes de saúde teve capacitação Teve até pra população curso de inglês I love you não quer dizer morena em francês E o teacher pede: think in english Arenápolis teve o básico de inglês E ontem a tarde teve até gente Que não sabia mais falar português Rondonista levou palestra de como falar em público Direitos humanos e violência doméstica Teve feira de saúde Medindo do povo a pressão Olhando os dentes das bocas

Encerramento Foto: Sgt. João Batista

Tirando sangue pra ver Se tinha portador de HIV Glicose alta ou desnutrição Foi muita gente vacinada Outros aprendendo prevenção Recebendo preservativo com manual de instrução Teve veterinário atendendo Fazendo pros bichos recepção Tinha de todo o tipo Gato, passarinho, cavalo e até cão Era o profissionalismo entrando em ação Teve cinema na praça e antes do filme anunciação Atenção toda a Arenápolis Vocês vão ver agora O filme mais arretaaaado do anooo E se não for eu cegue da gota serena E da mulésta dos cachorro doido Teve também diversão Caminhada ecológica Com banho de cachoeira Churrasco e um festão Banho de rio Queda de cavalo brabo Passeio de barco Agora não vem ao caso Mas uma coisa eu te digo Rondon em Arenápolis foi muuuuito trabalho Mas como se diz nessa terra foi tudo de bãooo Composição: Walberto Barbosa, Renan Cardoso e colaboradores


Universidades brasileiras a serviço da nação



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