Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil - Porto
BECo com SaĂda 1.2. - Batizado? Como?
UM NOVO DESAFIO FORMATIVO PARA TI! BATIZADO? COMO?
INTRODUÇÃO No mês passado, propusemoste que refletisses sobre a “atualidade”/ “prazo de validade” do teu Batismo… e sobre o “significado” que lhe dás (no presente… e para o teu futuro). Desta vez, vimos propor-te que reflitas na celebração do (teu) batismo.
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Assim, eis o teu primeiro desafio: lembras-te do poema de Maria Teresa Frazão? Pois agora é a tua vez de procurares fotografias do teu batismo. Caso não saibas onde poderão estar, pede ajuda aos teus pais (e/ou Padrinhos) e pergunta-lhes, já agora, se não guardaram outros “símbolos” desse dia/celebração. Recolhe-os, observa-os com atenção… e tenta descobrir o significado de tais gestos, de tais símbolos... pois “O sentido e a graça do sacramento do Baptismo aparecem claramente nos ritos da sua celebração. Seguindo, com participação atenta, os gestos e as palavras desta celebração, os fiéis são iniciados nas riquezas que este sacramento significa e realiza em cada novo baptizado.”(Catecismo da Igreja Católica, nº 1234).
E então? Conseguiste identificar (e reunir) todos os símbolos usados no (teu) batismo?
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O BATISMO
POLIFONIA DE GESTOS E SÍMBOLOS
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Toda a família (e os amigos/vizinhos mais próximos) está reunida.
Depois de teres “nascido para o mundo”, é chegado o dia de “(re) nasceres para Deus”, tornando-te membro da Igreja. Daí que, a tua família, reunida em festa para a qual convida os amigos, vizinhos e elementos da tua comunidade (paroquial), simbolizam, aqui, toda a Igreja reunida para te acolher como o seu novo membro.
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O Padre/Diácono recebe e acolhe a Família do Batizando.
O Ministro do Sacramento do Batismo é o Sacerdote/Diácono (ainda que, em casos muito “especiais” – de “perigo de vida”, por exemplo… - qualquer pessoa possa batizar… ver Código de Direito Canónico, artº 861 § 2.). Por isso, é ele quem, em nome da Comunidade/Igreja, te acolhe e em nome de Deus te abençoa. O “Diálogo” entre o Ministro e os Pais/Padrinhos com que a celebração do Batismo inicia exprime, quer a vontade da família em apresentar à Comunidade este novo membro, quer o acolhimento e aceitação da Comunidade. Para expressar esse acolhimento, o Ministro (e depois os Pais e Padrinhos) fazem o “sinal da Cruz” na fronte do batizando, um gesto, também ele, cheio de significado: “O sinal da cruz, no princípio da celebração, manifesta a marca de Cristo impressa naquele que vai passar a pertencer-Lhe, e significa a graça da redenção que Cristo nos adquiriu pela sua cruz.” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1235).
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No altar (ou junto à Pia Batismal), o Círio Pascal está aceso! O Círio Pascal, por sua vez, é símbolo do próprio Jesus Cristo e da sua ressurreição. Como deves saber, ele foi aceso, pela primeira vez, na noite da Vigília Pascal, como símbolo-sinal da nova luz de Cristo Ressuscitado. Ao estar aceso no dia do teu batismo, quer recordar que é essa a tua “nova condição”: como “filho da luz”, desta luz que venceu as trevas da morte, és chamado, como Ele, a “caminhar na luz” de Jesus: “O círio aceso ilustra a sua vocação de caminharem como convém a filhos da luz.” (RICA – Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, nº 33)
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Escuta-se a Palavra de Deus (nomeadamente, o relato do Batismo de Jesus, no Rio Jordão – Mc 1, 9-11) Depois do acolhimento e introdução à celebração, é chegado o momento da escuta da Palavra de Deus. Já deves ter reparado que não existe nenhuma celebração litúrgica que não preveja (no mínimo) uma leitura bíblica. E porquê? Porque a Palavra de Deus é o alimento fundamental da vida cristã. Esta foi uma das ideias que o último Concílio mais destacou. No seu documento sobre a Sagrada Escritura (Constituição Dogmática ”Dei Verbum”), diz-se que “nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de seus filhos, a conversar com eles». (DV, 21). Que é “Deus invisível [quem], na riqueza do seu amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele» (DV, 2) através da Palavra. Por isso, se ser cristão é ser testemunha, seguidor, irmão e “amigo” de Jesus Cristo, então se compreende que o Concílio faça esta exortação: “O Sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fieis… a que aprendam a «sublime ciência de Jesus Cristo” (Filipenses 3,8), pois a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo” (Dei Verbum, nº 25). Além, disso, “O anúncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembleia e suscita a resposta da fé, inseparável do Baptismo. Na verdade, o Baptismo é, de modo particular, o «sacramento da fé», uma vez que é a entrada sacramental na vida da fé.” (CIC nº 1236). Esta ”Liturgia da Palavra” é encerrada pela Homilia e pela Oração dos Fiéis.
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Todos os Santos de Deus, Rogai por NÓS!
A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os baptizados são «a luz do mundo» (Mt 5, 14) (38).” (CIC nº 1243). Já atrás se falou do simbolismo do Círio Pascal… pois agora, remetendo para o que aí foi dito, mais facilmente se compreende este gesto muito significativo de acender a vela batismal no Círio Pascal: sendo essa vela símbolo da fé do neófito, e não podendo ele ainda “responder por si mesmo” às exigências que essa fé lhe faz, caberá aos pais (e especialmente aos Padrinhos) velar e zelar para que essa “chama” não se apague. E aqui se compreende o essencial da missão/função dos Padrinhos de Batismo: além de serem testemunhas da Celebração (em conjunto com toda a restante Família/Comunidade), é-lhes confiada a missão de “responder” pela fé daquela criança… e de zelar para que ela possa crescer nessa mesma fé, de modo a que um dia lhe seja possível expressar, de viva e própria voz, essa mesma fé (daí a festa da “Profissão de Fé”). Assim, ao costume/tradição humano que vê nos Padrinhos os “substitutos” dos pais (caso eles, por alguma razão, se vejam impossibilitados de prover à educação/sustento dos filhos, a Igreja “acrescenta” esta missão muito específica e muito bela de auxiliar no crescimento na fé, sendo testemunhas ativas do seu compromisso cristão junto da criança e da sua família.
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Definição:
O termo exorcismo (em grego: exorkismos, “ato de submeter a julgamento “, em latim: exorcismu) designa um ritual executado por alguém devidamente autorizado para expulsar espíritos malignos (ou demónios) de outra pessoa que acredite estar num estado de possessão demoníaca. Na Igreja Católica, é, fundamentalmente, uma oração mediante a qual alguém é protegido/libertado do mal. Mais concretamente, é um sacramental (ou seja, um dos “sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam
e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida” – CIC 1667ss) para, em nome de Jesus Cristo, ordenar publicamente e com autoridade, que alguém, um lugar ou um objeto seja protegido da ação do Maligno ou liberto do seu domínio. Em Mc 1, 25-26; etc. vemos que o próprio Jesus praticou exorcismos e confiou aos Apóstolos e à Igreja o poder de os praticar (Mc 3,15, etc.).
Youcat (nº 273): “Em cada celebração baptismal é realizado o chamado “pequeno exorcismo”, uma oração em que o baptizando é libertado do mal e fortalecido contra as forças que Jesus venceu. O grande exorcismo é uma oração da plenipotência de Jesus, através da qual um cristão baptizado é retirado, na força de Jesus, da influência e da violência do mal; só raramente, e após um exame rigoroso, é utilizado na Igreja. O que é apresentado como “Exorcismo” nos filmes de Hollywood não corresponde geralmente à Verdade de Jesus e da Igreja. 10 • Designfreebies Magazine • www.designfreebies.org
Depois, é chegado o momento da Oração do Exorcismo, “porque o Baptismo significa a libertação do pecado e do diabo, seu instigador, pronuncia-se sobre o candidato um ou vários exorcismos.” (CIC 1237)
Jesus expulsou demónios, pois tinha poder sobre as forças e os poderes maus e podia libertar as pessoas deles; Ele deu aos Apóstolos «poder de expulsar espíritos impuros e de curar todas as doenças e sofrimentos» (Mt 10, 1). Isto é o que faz a Igreja, quando hoje em dia um Sacerdote encarregado diz sobre uma pessoa a oração de exorcismo; antes, porém, deve excluir-se que se trata de um fenómeno psíquico (este assunto pertence à especialidade do psiquiatra). No exorcismo está em questão a defesa contra a tentação e a opressão, e a libertação do poder do mal.”
Bênção da Água Sobre a água é agora invocada uma longa mas igualmente bela bênção, que recorda a sua presença constante ao longo de toda a História Bíblica, desde a Criação até ao Advento de Jesus Cristo e o Seu Batismo no Jordão. Também por isso, é uma bela síntese dessa mesma História de que o neófito passará, através dela, a fazer parte; e é também um dos mais belos textos litúrgicos de que dispomos. Sugestão: uma análise desse texto (ver anexos) será, com certeza, algo de muito útil e proveitoso para quem pretende saber um pouco mais acerca do simbolismo da água batismal.
Profissão de Fé Ao sermos batizados na fé da Igreja, toda a Comunidade é convidada a professar solenemente essa mesma fé. No caso do batismo das crianças, e não sendo estas ainda capazes de assumir, de viva voz, a fé na qual são batizadas, os Pais e Padrinhos assumem, aqui, uma especial missão: dar um testemunho credível, coerente e sincero da fé da Igreja a que aderem, na coerência do compromisso que já assumiram de nela educarem o neófito. Daí que o Celebrante os convide, neste momento, a recordar e a reafirmar a fé que dizem professar. Fazem-no em forma de diálogo, no qual é dito um grande “sim” a Deus (nos pontos essenciais - “dogmáticos” - da fé), a que, na liberdade dessa opção, corresponde necessariamente um “não” ao mal e às suas tentações. À profundidade deste momento corresponde a firme convicção deste seu “Credo!” – “Creio!”, como tão bem W. A. Mozart musicalmente descreveu…
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O Ministro derrama água (3 vezes) na cabeça do batizando Depois do acolhimento e introdução à celebração, é chegado o Este é o “rito (gesto) essencial” do Batismo: “o baptismo propriamente dito, que significa e realiza a morte para o pecado e a entrada na vida da Santíssima Trindade, através da configuração com o mistério pascal de Cristo. O Baptismo é realizado, do modo mais significativo, pela tríplice imersão na água baptismal; mas, desde tempos antigos, pode também ser conferido derramando por três vezes água sobre a cabeça do candidato…” (CIC nº 1239). Todos compreendemos facilmente o simbolismo da água, símbolo de purificação, de “lavagem”, de (nova) vida, de pureza… Mas que significado específico terá ela na celebração do batismo? O RICA responde: “O Baptismo, banho de água acompanhado da palavra da vida, limpa os homens de toda a mancha de culpa, tanto original como pessoal, e torna-os participantes da natureza divina e da adopção de filhos. Com efeito, o Baptismo, como se proclama nas orações da bênção da água, é o banho de regeneração dos filhos de Deus e do seu nascimento do alto. A invocação da Santíssima Trindade sobre os baptizandos faz com que estes, marcados pelo seu nome, Lhe sejam consagrados 12 • Designfreebies Magazine • www.designfreebies.org
e entrem em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” (RICA - Preliminares, 5) Este é o gesto… mas, como sabes, os sacramentos não são feitos apenas de gestos… mas também palavras… Eis o que afirma o Catecismo da Igreja Católica a este respeito: ”Na Igreja latina, esta tríplice infusão é acompanhada pelas palavras do ministro: «N., eu te baptizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». Nas liturgias orientais, estando o catecúmeno voltado para o Oriente, o sacerdote diz: «O servo de Deus N. é baptizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»; e à invocação de cada pessoa da Santíssima Trindade, mergulha-o e retira-o da água.” (CIC 1240). E é aqui que, recebendo um nome novo (que, na linguagem bíblica, corresponde – como saberás – a uma “vocação/chamamento/identidade” também ela nova…), a criança renasce para a Vida Nova dos Filhos de Deus! Já não é “apenas” o/a filho/a do Sr. Fulano de Tal e da Sra. Sicrana da Tal… é verdadeiramente um “filho e participante da natureza divina e, por conseguinte, realmente santo” (cfr. Lumen Gentium, 40) que temos diante de nós.
Unção com o Óleo do Crisma
Sinal da Cruz: o Ministro faz o sinal da Cruz na fronte do batizado, com o sagrado óleo do Crisma (consagrado pelo Bispo em 5ª Feira Santa). Com este gesto pretende-se mostrar que, a partir daquele momento, o batizado recebe a força do Espírito Santo: “A unção com o santo crisma, óleo
perfumado que foi consagrado pelo bispo, significa o dom do Espírito Santo ao novo baptizado. Ele tornou-se cristão, quer dizer, «ungido» pelo Espírito Santo, incorporado em Cristo, que foi ungido sacerdote, profeta e rei” (CIC nº 1241).
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Imposição da veste branca.
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Este é um gesto que tem a sua origem no Batismo dos Adultos na Igreja primitiva. Ao chegarem à fonte/rio, e antes de descerem à água, os catecúmenos despiam as suas roupas e eram ungidos. Após professarem a sua fé e serem batizadas, saíam da água e eram revestidas de uma veste branca, simbolizando uma vida nova, despidos dos seus pecados, tornando-se criaturas novas em Cristo. A veste branca simboliza, assim, que o batizado se “revestiu de Cristo” (Gál 3, 27): com Cristo mergulhou nas águas da morte… para, por Cristo, delas sair, mas já ressuscitado para uma vida nova. (Cfr. Rom 6, 3-5).O branco é a cor da pureza, da paz, da serenidade… Não é por acaso que as melhores toalhas (de linho) são de cor branca… O gesto de revestir o recémbatizado com esta veste (no caso dos bebés, trata-se de um pedaço de tecido nobre; no caso de batismo de adultos, é comum usar-se uma túnica… que tem um nome “técnico” que diz tudo: ”alva”) quer significar a nova vida de pureza e de paz que é chamado a viver, pois foi lavado com a “água da vida nova” e fortalecido com o Espírito Santo. É uma “nova criatura”, um “novo ser”, uma “nova história” que ali nasce/se inicia…
Os Padrinhos acendem a Vela do Batismo no Círio Pascal
A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os baptizados são «a luz do mundo» (Mt 5, 14) (38).” (CIC nº 1243). Já atrás se falou do simbolismo do Círio Pascal… pois agora, remetendo para o que aí foi dito, mais facilmente se compreende este gesto muito significativo de acender a vela batismal no Círio Pascal: sendo essa vela símbolo da fé do neófito, e não podendo ele ainda “responder por si mesmo” às exigências que essa fé lhe faz, caberá aos pais (e especialmente aos Padrinhos) velar e zelar para que essa “chama” não se apague. E aqui se compreende o essencial da missão/função dos Padrinhos de Batismo: além de serem testemunhas da Celebração
(em conjunto com toda a restante Família/Comunidade), é-lhes confiada a missão de “responder” pela fé daquela criança… e de zelar para que ela possa crescer nessa mesma fé, de modo a que um dia lhe seja possível expressar, de viva e própria voz, essa mesma fé (daí a festa da “Profissão de Fé”). Assim, ao costume/tradição humano que vê nos Padrinhos os “substitutos” dos pais (caso eles, por alguma razão, se vejam impossibilitados de prover à educação/sustento dos filhos, a Igreja “acrescenta” esta missão muito específica e muito bela de auxiliar no crescimento na fé, sendo testemunhas ativas do seu compromisso cristão junto da criDesignfreebies Magazine • www.designfreebies.org • 15 ança e da sua família.
Toda a Família/Comunidade reza o Pai-Nosso
O recém-batizado é agora filho de Deus, pois recebeu o Batismo que o Seu próprio e único Filho instaurou; por isso, ganha especial significado que, quase a terminar a celebração, se recite a oração dos filhos de Deus: o Pai-Nosso. É o “último agradecimento” pela graça deste “novo membro” da Igreja; é o momento em que toda a família/comunidade, dizendo “Painosso”, se faz, também ela, “pequena” e “eternamente neófita” diante do mistério do amor de Deus que a presenteia com este “novo rebento de esperança”. Por isso, é com uma especial atenção e profundidade que recitam as palavras “santificado seja o Vosso Nome”… Finalmente, “a celebração do Baptismo conclui-se com a bênção solene. Aquando do Baptismo de 16 • Designfreebies Magazine • www.designfreebies.org recém-nascidos, a bênção da mãe
ocupa um lugar especial.” (CIC 1245). Como sempre acontece quando se celebra algo com especial “solenidade”, também a celebração do Batismo termina com uma bênção considerada e realizada de forma “solene”, pois invoca uma especial bênção quer da mãe quer do pai da criança (e dos seus familiares), como que a relembrar, uma vez mais, que a eles caberá, agora, a missão de prover as condições necessárias a que a fé do seu filho/a possa crescer. E, deste modo, uma vez mais se realça a dimensão comunitária da fé cristã: uma fé assumida (por cada um) porque recebida (dos outros/comunidade), partilhada (com os outros) porque oferecida (a nós), tão pessoal (“Eu creio”) quanto comunitária (“Pai Nosso”).
E então? Conseguiste identificar/situar todos estes símbolos/momentos da Celebração do (teu) Batismo? Fazias ideia do(s) seu(s) significado(s)? Faz, então, corresponder a cada um desses símbolos o seu significado: A ÁGUA CÍRIO PASCAL A VELA O ÓLEO VESTE BRANCA
PUREZA A FÉ DE NEÓFITO JESUS CRISTO RESSUSCITADO LAVAGEM, PURIFICAÇÃO CONSAGRAÇÃO A DEUS ESPÍRITO SANTO
ELEMENTO BÍBLICO Após a análise dos vários momentos e símbolos da Celebração do Batismo, convidamos-te a ler um breve trecho da Sagrada Escritura.
MC 1, 9-11 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré para a Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz: «Tu és o meu filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».
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Apresentamos-te, agora, um texto que fala da celebração do Batismo. É retirado do Documento «“Baptismo - Eucaristia Ministério” - Convergência da Fé» (“Documento de Lima”), apresentado pela Comissão “Fé e Constituição” do Conselho Mundial de Igrejas (1982), na qual colaboram, juntamente com representantes Protestantes e Ortodoxos, teólogos e responsáveis da Hierarquia Católica. Trata-se, por isso, de um documento profundamente ecuménico e que, na tentativa de apresentar uma visão comum dos três Sacramentos da Iniciação Cristã, procura acima de
tudo os “consensos” e os “pontos fundamentais” a reter sobre eles, como quem deixa as bases essenciais para a sua análise e compreensão. Sendo eco de diferentes sensibilidades e reconhecendo algumas “falhas de unidade” entre as Igrejas Cristãs nestas questões, não deixa ainda de apresentar alguns problemas que ainda permanecem, também ao nível da vivência interna destes Sacramentos. Também por isso nos parece ser este um documento muito útil para o teu estudo e análise. Eis, portanto, o excerto para o qual te queremos, este mês, pedir a tua atenção.
“V. A celebração do baptismo 17. O baptismo é celebrado com água, no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 18. Na celebração do baptismo, o valor simbólico da água deveria ser tomado a sério e não reduzido. O acto da imersão pode exprimir de maneira concreta o facto que, no baptismo, o cristão participa na morte, na sepultura e na ressurreição de Cristo.
Em certas tradições teológicas, o uso da água, todas as suas associações positivas com a vida e a bênção, significam a continuidade entre a antiga e a nova criação, manifestando desse modo a significação do baptismo não somente para os seres humanos mas também para todo o cosmos. Ao mesmo tempo, o uso da água representa uma purificação da criação, uma morte para tudo o que é negativo e destruidor no mundo: os que são baptizados no Corpo de Cristo são feitos participantes de uma nova existência.
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“19. Como acontecia nos primeiros séculos, o dom do Espírito no baptismo pode ser significado de maneiras diversas: por exemplo, pelo sinal da imposição das mãos e pela unção ou crisma. O sinal da cruz evoca a marca do selo do Espírito prometido, sinal escatológico e garantia da herança final no Reino de Deus (Ef. I: 13,14). A redescoberta de tais sinais concretos pode aprofundar a liturgia. 20. Numa liturgia completa do baptismo, dever-se-iam encontrar pelo menos os elementos seguintes: uma invocação do Espírito Santo; uma renúncia ao mal; uma profissão de fé em Cristo e na Trindade; o uso da água; uma declaração de que as pessoas baptizadas adquiriram uma nova identidade como filhos e filhas de Deus, e como membros da Igreja, chamados a dar testemunho do Evangelho. Certas Igrejas ao baptizado, e a participação na comunhão. 21. Convém que, no contexto do serviço baptismal, se dê uma explicação do sentido do baptismo, conforme à Escritura: participação na morte e na ressurreição de Cristo, conversão, perdão e purificação, dom do Espírito, incorporação no corpo de Cristo e sinal do Reino
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Algumas discussões recentes têm mostrado que conviria dar mais atenção a malentendidos alimentados pelo contexto socio-cultural no qual se situa o baptismo. a) Em certas partes do mundo, o uso de dar um nome ao baptizado no decurso da liturgia baptismal conduziu à confusão entre baptismo e costumes locais da atribuição de um nome. Esta confusão torna-se particularmente lamentável se, em culturas predominantemente não cristãs, aos baptizados são dados nomes cristãos não enraizados na sua tradição cultural. Ao elaborarem as suas disciplinas do baptismo, as Igrejas deveriam ter todo o cuidado no acento a pôr na verdadeira significação do baptismo, para evitar que os baptizados sejam inutilmente afastados da sua cultura local pela imposição de nomes estrangeiros. Um nome recebido da sua própria cultura de origem enraíza o baptizado nessa cultura e, ao mesmo tempo, manifesta a universalidade do baptismo, incorporação na Igreja una, santa, católica e apostólica, que se estende sobre todas as nações da terra. b) Em muitas Igrejas multitudinárias europeias e norte-americanas, pratica-se frequentemente o baptismo das crianças aparentemente sem nenhuma discriminação. Uma tal prática contribui para que as Igrejas que praticam o baptismo dos adultos se sintam pouco motivadas para reconhecer a validade daquele baptismo; este facto deveria conduzir a uma reflexão mais crítica sobre a significação do baptismo no seio das próprias igrejas multitudinárias. c) Certas Igrejas africanas praticam o baptismo do Espírito Santo, sem água, pela imposição das mãos, reconhecendo contudo o baptismo das outras Igrejas. Torna-se necessário um estudo no respeitante a esta prática e à sua relação com o baptismo de água.
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22. O baptismo é normalmente celebrado por um ministro ordenado, ainda que em certas circunstâncias outros sejam autorizados a baptizar. 23. Visto o baptismo estar estreitamente ligado à vida comunitária e ao culto da Igreja, deveria ser celebrado durante um serviço litúrgico público. Assim os membros da comunidade poderiam evocar o seu próprio baptismo, acolhendo os baptizados na sua comunhão fraterna e comprometendo-se a formá-los na fé cristã. Como era prática na Igreja antiga, as grandes festas da Páscoa, do Pentecostes e da Epifania são muito adequadas para a celebração do baptismo.
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Oração Final Escuto, medito... e depois faço minhas as palavras do Cântico da Ir. Glenda – Tu és a Água Viva (versão portuguesa de Claudine Pinheiro): “Inunda-me, inunda-me, e tudo se transformará em mim…” Depois, serena e confiadamente, rezo: Senhor Jesus, Tu que no batismo do Jordão foste proclamado por Deus Seu Filho amado e cumpridor da Sua promessa de salvação, ajuda-me a viver com verdade o compromisso do meu batismo; que também sobre mim desça o Espírito Santo que me dá a força para manifestar, com coragem e alegria, e ao mundo inteiro, a minha condição de Teu (Tua) seguidor(a); e que a chama da fé que os meus pais e padrinhos acenderam no Círio Pascal brilhe sempre no meu coração e nunca se apague a luz do meu testemunho.
Compromisso Procurarei reavivar, dentro e fora de mim, a luz do meu batismo: . alimentando a minha Fé, mediante a Oração e a leituraescuta da Palavra de Deus; . fortalecendo a minha Esperança, procurando viver com alegria e em paz, confiando sempre que o Senhor está comigo; . testemunhando o Amor de Deus, praticando, em gestos concretos e simples, a Caridade junto dos que mais precisam de mim. 22 • Designfreebies Magazine • www.designfreebies.org
ANEXOS
Cântico da Textos das Orações usadas na Celebração do Batismo, retiradas do “Ritual Romano da Celebração do Baptismo das Crianças” (http://www.liturgia.pt/ rituais/Baptismo.pdf )
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BÊNÇÃO E INVOCAÇÃO DE DEUS Senhor nosso Deus: Pelo vosso poder invisível, realizais maravilhas nos vossos sacramentos. Ao longo dos tempos preparastes a água para manifestar a graça do Baptismo. Logo no princípio do mundo, o vosso Espírito pairava sobre as águas, prefigurando o seu poder de santificar. Nas águas do dilúvio destes-nos uma imagem do Baptismo, sacramento da vida nova, porque as águas significam ao mesmo tempo o fim do pecado e o princípio da santidade. Aos filhos de Abraão fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho, para que esse povo, liberto da escravidão, fosse a imagem do povo santo dos baptizados. O vosso Filho Jesus Cristo, ao ser baptizado por João Baptista nas águas do Jordão, recebeu a unção do Espírito Santo; suspenso na cruz, do seu lado aberto fez brotar sangue e água e, depois de ressuscitado, ordenou aos seus discípulos: «Ide e ensinai todos os povos e baptizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.» Olhai agora, Senhor, para a vossa Igreja e dignai-Vos abrir para ela a fonte do Baptismo. Receba esta água, pelo Espírito Santo,
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a graça do vosso Filho Unigénito, para que o homem, criado à vossa imagem, no sacramento do Baptismo seja purificado das velhas impurezas e ressuscite homem novo pela água e pelo Espírito Santo. O celebrante toca na água com a mão direita e continua: Desça sobre esta água, Senhor, por vosso Filho, a virtude do Espírito Santo, para que todos, sepultados com Cristo na sua morte pelo Baptismo, com Ele ressuscitem para a vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
RENUNCIAÇÃO E PROFISSÃO DE FÉ O celebrante faz a seguinte monição aos pais e padrinhos: Caríssimos pais e padrinhos: No sacramento do Baptismo, as crianças por vós apre¬sentadas vão receber do amor de Deus uma vida nova, pela água e pelo Espírito Santo. Procurai educá-las de tal modo na fé, que essa vida divina seja defendida do pecado que nos cerca e nelas cresça de dia para dia. Se, guiados pela fé, estais preparados para assumir esta missão, recordai o vosso Baptismo, renunciai agora, de novo, ao pecado e professai a vossa fé em Jesus Cristo, que é a fé da Igreja, na qual as crianças são baptizadas. Depois interroga-os: Celebrante: Dizei-me, pois: Renunciais a Satanás? Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Celebrante: E a todas as suas obras? Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Celebrante: E a todas as suas seduções? Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Ou Celebrante: Dizei-me, pois: Renunciais ao pecado, para viverdes na liberdade dos filhos de Deus? Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Celebrante: Renunciais às seduções do mal, para que o pecado não vos escravize?
Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Celebrante: Renunciais a Satanás, que é o autor do mal e pai da mentira? Pais e padrinhos: Sim, renuncio. Em seguida, o celebrante pede a tríplice profissão de fé aos pais e padrinhos, dizendo: Celebrante: Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra? Pais e padrinhos: Sim, creio. Celebrante: Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai? Pais e padrinhos: Sim, creio. Celebrante: Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados,na ressurreição da carne e na vida eterna? Pais e padrinhos: Sim, creio. O celebrante, juntamente com a comunidade, faz sua esta profissão de fé, dizendo: Esta é a nossa fé. Esta é a fé da Igreja, que nos gloriamos de professar, em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Todos: Amen. Designfreebies Magazine • www.designfreebies.org • 25
UNÇÃO DEPOIS DO BAPTISMO Depois o celebrante diz: Deus todo-poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos libertou do pecado e vos deu uma vida nova pela água e pelo Espírito Santo, unge-vos com o crisma da salvação,
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BECo com Saída Próximo Mês: Batizado? Por quem? ...