BECo com SaĂda Liturgia da Palavra: Deus Fala Contigo
Dezembro 2014
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INTRODUÇÃO
Pode-se iniciar o encontro com um cântico, de preferência eucarístico ou de mensagem.
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Na Liturgia da Palavra, é o próprio Deus que nos fala, através das Escrituras, da história do povo hebreu, dos primeiros cristãos e em especial através da vida de Jesus, descrita nos Evangelhos. Aos domingos e dias de festa, a Liturgia da Palavra é constituída por: - 1ª leitura - normalmente extraída do Antigo Testamento e descrevendo a fé do antigo povo de Israel - Salmo- de carácter meditativo, ajuda-nos a acolher no coração a Palavra escutada - 2ª leitura- baseada na experiênci de fé das primeiras comunidades cristãs - Canto de louvor - que nos prepara para o auge das leituras bíblicas - Evangelho – onde é o próprio Jesus que nos fala, a palavra em que Ele ou que d’Ele nos fala é verdadeiramente “Palavra da Salvação” - Seguem-se 3 momentos de resposta da Igreja à Palavra: - Homilia (o sacerdote ajuda a aplicar a Palavra à nossa vida) - Profissão de fé (manifestamos a nossa fé) - Oração dos fiéis (em conjunto, realizamos as preces pelo Povo de Deus). Esta é a História e a atualidade do Povo de Deus onde cada um de nós se insere. Daí a importância de conhecer a Palavra, de a compreender e rezar. Porque as dúvidas que os homens foram sentindo ao longo dos tempos são também as nossas. E na Bíblia conseguimos encontrar auxílio para todas as situações. Após o II Concílio do Vaticano acentua-se que: “A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).” (DV, 21)
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Lectio Divina: Proposta a realizar em grupo
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No sentido de melhor conhecermos a Palavra de Deus, propomos fazer deste encontro uma Lectio Divina sobre a Eucaristia. A leitura orante da Bíblia, ou Lectio Divina, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. Com esta oração, ficámos mais conscientes do plano de Deus e da sua vontade, e capazes de produzir com a nossa vida os frutos espirituais. Antes de começar a leitura, faz-se a Invocação do Espírito Santo, para que este seja um tempo em que estamos a ser guiados por Deus, e para melhor conhecermos e fazermos a sua vontade de Deus. A Invocação do Espírito Santo pode ser feita através de uma oração (como a apresentada em baixo) ou cântico. «Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Amém.»
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1- Leitura: O que diz este texto? Lê, com calma e atenção, um pequeno texto da Bíblia. Talvez inicialmente seja mais fácil iniciar pelosEvangelhos. Lê o texto quantas vezes forem necessárias e imagina que estás a viver aquela cena. Identifica as coisas importantes do texto: qual é o ambiente, as personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações? Este texto recorda outros textos da Bíblia? Este é um momento para conhecer e reconhecer a Boa Notícia que este texto nos traz!
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2- Meditação: O que me diz o texto? É o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. Escolhe uma frase, versículo ou expressão que te chamou atenção e repete-a. Confronta diante de Deus este texto com a tua vida, o que estás a viver, sentir e agir. Fecha os olhos, isto pode ajudar. É preciso concentração! Sente que esta Palavra é para ti: é Deus que te fala!
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3- Oração: O que o texto me faz dizer a Deus? A oração é a resposta natural à Palavra: é o momento de responder a Deus depois de o escutar.Esta oração é um diálogo pessoal que diz respeito apenas à pessoa e a Deus. Não te preocupes em preparar palavras, fala com o que sentes no coração:se for louvor, louva; se for pedir perdão, pede; se for necessidade de maior clareza, pede luz divina; se for cansaço e aridez, pede os dons da fé e esperança. Este momento reflete o itinerário espiritual do crente. 4- Contemplação: O que me diz o texto? Este é um momento que pertence a Deus e à sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus.Assim, a Palavra penetra, interioriza-se, fala à nossa vida pela ação do Espírito Santo. Pede a graça de contemplar (ver com os olhos de Deus) a tua vida e percebe onde é necessário mudá-la. 5- Ação: Que compromisso assumo para a minha vida? Leva a Palavra de Deus e o fruto desta oração para a tua vida, frutos como: paz, sorriso, decisão, caridade, bondade, etc... O importante é que produza frutos, e que o Povo de Deus possa ser alimentado pelos testemunhos de fé, esperança e amor na vivência de um cristianismo sincero. Todo o processo da Lectio Divina conduz ao serviço, à evangelização, à comunicação aos outros da experiência vivida. Termina com a oração do Pai Nosso, consciente de viver a mensagem do Reino de Deus e fazer a Sua vontade.
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ELEMENTO BÍBLICO
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1 Coríntios 11, 23-29 «C om efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim». Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.» Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha. Assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba deste vinho; pois aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação.»
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DEBATE/REFLEXÃO DOUTRINAL
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Após a invocação do Espírito Santo e da primeira leitura em voz alta, deixar que cada elemento leia e releia o texto e em conjunto numa primeira fase tentar responder à questão: de que nos fala o texto?Estar atentos às personagens, o autor e a comunidade a quem este se dirige, os verbos utilizados. No final desta primeira fase (leitura) estaremos mais capazes de compreender o texto. Na segunda fase, cada um partilha de que modo esta Palavra faz sentido na sua vida. O objetivo é ver com olhos renovados o texto e perceber o que esta Palavra me diz hoje. Num terceiro momento, fazem-se preces espontâneas de louvor, agradecimento, pedir perdão… enfim, aquilo que nos brotou no coração e que queremos dizer a Deus neste diálogo que Ele iniciou connosco. O quarto momento será de silêncio, para que nesta fase contemplativa Deus continue a falar connosco de modo individual e desta forma no silêncio sejamos capazes de ouvir e ver onde esta Palavra exige mudança na nossa vida. Assim, no quinto momento, estaremos capazes de agir de acordo com a Palavra e de fazer um compromisso individual (poderá também existir um de grupo), após este diálogo com Deus a partir da Sua Palavra.
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Como me sinto? O que ajudou? O que atrapalhou? Quais os apelos que Deus me fez? O que vou fazer concretamente que estes apelos aconteçam?
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No final, em grupo, agradecemos a Deus esta experiência em oração. E de seguida, avaliamos todo o processo:
Notas: Apesar de ser realizado em grupo, este é um processo individualizado: todos os elementos do grupo têm vidas diferentes, modos de pensar diversos, por isso desde o início deve ser criado um ambiente de partilha e aceitação. Este método da lectio divina poderá ser utilizado noutros encontros, ou mesmo individualmente, a partir, por exemplo do Evangelho do dia. O objetivo é que, com o tempo, rezar a Palavra seja algo cada vez mais simples!
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PROPOSTAS DE LEITURA (...) 1. Da Exortação Apostólica EVANGELII GAUDIUM… Sobre a Lectio Divina 152. Há uma modalidade concreta para escutarmos aquilo que o Senhor nos quer dizer na sua Palavra e nos deixarmos transformar pelo Espírito: designamo-la por «lectio divina». Consiste na leitura da Palavra de Deus num tempo de oração, para lhe permitir que nos ilumine e renove. Esta leitura orante da Bíblia não está separada do estudo que o pregador realiza para individuar a mensagem central do texto; antes pelo contrário, é dela que deve partir para procurar descobrir aquilo que essa mesma mensagem tem a dizer à sua própria vida. A leitura espiritual de um texto deve partir do seu sentido literal. Caso contrário, uma pessoa facilmente fará o texto dizer o que lhe convém, o que serve para confirmar as suas próprias decisões, o que se adapta aos seus próprios esquemas mentais. E isto seria, em última análise, usar o sagrado para proveito próprio e passar esta confusão para o povo de Deus. Nunca nos devemos esquecer de que, por vezes, «também Satanás se disfarça em anjo de luz» (2Cor 11,14). 153. Na presença de Deus, numa leitura tranquila do texto, é bom perguntar-se, por exemplo: «Senhor, a mim que me diz este texto? Com esta mensagem, que quereis mudar na minha vida? Que é que me incomoda neste texto? Porque é que isto não me interessa?»; ou então: «De que gosto? Em que me estimula esta Palavra? Que me atrai? E porque me atrai?» Quando se procura ouvir o Senhor, é normal ter tentações. Uma delas é simplesmente sentir-se aborrecido e acabrunhado e dar tudo por encerrado; outra tentação muito comum é começar a pensar naquilo que o texto diz aos outros, para evitar de o aplicar à própria vida. Acontece também começar a procurar desculpas, que nos permitam diluir a mensagem específica do texto. Outras vezes, pensamos que Deus nos exige uma decisão demasiado grande, que ainda não estamos em condições de tomar. Isto leva muitas pessoas a perderem a alegria do encontro com a Palavra, mas isso significaria esquecer que ninguém é mais paciente do que Deus Pai, ninguém compreende e sabe esperar como Ele. Deus convida sempre a dar um passo mais, mas não exige uma resposta completa, se ainda não percorremos o caminho que a torna possível. Apenas quer que olhemos com sinceridade a nossa vida e a apresentemos sem fingimento diante dos seus olhos, que estejamos dispostos a continuar a crescer, e peçamos a Ele o que ainda não podemos conseguir. Sobre a Homilia 137. Agora é oportuno recordar que «a proclamação litúrgica da Palavra de Deus, principalmente no contexto da assembleia eucarística, não é tanto um momento de meditação e de catequese, como sobretudo o diálogo de Deus com o seu povo, no qual se proclamam as maravilhas da salvação e se propõem continuamente as exigências da Aliança». Reveste-se de um valor especial a homilia, derivado do seu contexto eucarístico, que supera toda a catequese por ser o momento mais alto do diálogo entre Deus e o seu povo, antes da comunhão sacramental. A homilia é um retomar este diálogo que já está estabelecido entre o Senhor e o seu povo. Aquele que prega deve conhecer o coração da sua comunidade para identificar onde está vivo e ardente o desejo de Deus e também onde é que este diálogo de amor foi sufocado ou não pôde dar fruto. 135. Consideremos agora a pregação dentro da Liturgia, que requer uma séria avaliação por parte dos Pastores. Deter-me-ei particularmente, e até com certa meticulosidade, na homilia e sua preparação, porque são muitas as reclamações relacionadas com este ministério importante, e não podemos fechar os ouvidos. A homilia é o ponto de comparação para avaliar a proximidade e a capacidade de encontro de um Pastor com o seu povo. De facto, sabemos que os fiéis lhe dão muita importância; e, muitas vezes, tanto eles como os próprios ministros ordenados sofrem: uns a ouvir e os outros a pregar. É triste que assim seja. A homilia pode ser, realmente, uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento. 142. Um diálogo é muito mais do que a comunicação de uma verdade. Realiza-se pelo gosto de falar e pelo bem concreto que se comunica através das palavras entre aqueles que se amam. É um bem que não consiste em coisas, mas nas próprias pessoas que mutuamente se dão no diálogo. A pregação puramente moralista 6
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ou doutrinadora, e também a que se transforma numa lição de exegese, reduzem esta comunicação entre os corações que se verifica na homilia e que deve ter um caráter quase sacramental: «A fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo» (Rm 10,17). Na homilia, a verdade anda de mãos dadas com a beleza e o bem. Não se trata de verdades abstratas ou de silogismos frios, porque se comunica também a beleza das imagens que o Senhor utilizava para incentivar a prática do bem. A memória do povo fiel, como a de Maria, deve ficar transbordante das maravilhas de Deus. O seu coração, esperançado na prática alegre e possível do amor que lhe foi anunciado, sente que toda a palavra na Escritura, antes de ser exigência, é dom.
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2. Catequeses do Papa Francisco sobre a Eucaristia de 5 e 12 de Fevereiro de 2014: - http://goo.gl/7BDnyb;http://goo.gl/Pn43dZ 3. A Constituição Dei Verbum do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Escritura - http://goo.gl/JXldGr 4. Texto de reflexão sobre a relação entre “PALAVRA” e “RITO” - http://goo.gl/FsDiZt
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5. Livros sobre a Lectio Divina: - Vaz, Armindo dos Santos -A Arte de Ler a Bíblia. Em louvor da “Lectio Divina”, Edições Carmelo, Marco de Canavezes, 2008. - Guia para ler a Bíblia, Edições São Paulo, Sacavém, 1997.
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6. Esquema-Guia (em PDF) sobre a Lectio Divina(preparado pela Equipa Form_ação do SDPJ Porto) - link para download aqui: http://goo.gl/C0ZnBy ou doutrinadora, e também a que se transforma numa lição de exegese, reduzem esta comunicação entre os corações que se verifica na homilia e que deve ter um caráter quase sacramental: «A fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo» (Rm 10,17). Na homilia, a verdade anda de mãos dadas com a beleza e o bem. Não se trata de verdades abstratas ou de silogismos frios, porque se comunica também a beleza das imagens que o Senhor utilizava para incentivar a prática do bem. A memória do povo fiel, como a de Maria, deve ficar transbordante das maravilhas de Deus. O seu coração, esperançado na prática alegre e possível do amor que lhe foi anunciado, sente que toda a palavra na Escritura, antes de ser exigência, é dom.
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O SDPJ-Porto deseja a ti e a todos aqueles que te são queridos, um Santo e Feliz Ano de 2015.
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Desejamos-te um Feliz Natal e um Feliz ano de 2015.
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