Notícias de Alverca

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SOCIEDADE. Trabalhadores da OGMA estão a ser convidados a rescindir por mútuo acordo. A administração justifica-se com “a crise do p. 4 sector aeronáutico”.

na Alverca

Director António Castanho

Notícias de

Novembro_09 Ano 25 Nº 258 Gratuito

REPORTAGEM. A associação “Companheiros da Noite” apoia pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza. É uma estatística que tende p. 5 a aumentar.

DESPORTO. “Futsal Dinâmico” tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos. David Vilela, antigo futebolista do FCA, e a esposa dão p. 13 corpo ao projecto.

LAZER. Cabo Verde e Salamanca (Espanha) são dois destinos para o Fim de Ano. O “NA” inicia neste número uma rubrica sobre viagens.

p. 15

REPORTAGEM Os números do desemprego continuam a aumentar. Pessoas de todas as idades fazem fila à porta do Centro de Emprego de Vila Franca de Xira. Neste número trazemos-lhe histórias de vidas em suspenso que aguardam por melhores dias. p. 2,3

João de Carvalho o novo “actor” da política concelhia

ENTREVISTA A subida exponencial da Coligação “Novo Rumo”, nas últimas autárquicas, valeu ao social-democrata – e actor – o convite para ficar com um pelouro que tanto lhe diz. p. 8,9

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Quase seis mil procuram

REPORTAGEM. O cenário repete-se e tende a agravar-se. Todos os dias são muitos os que procuram no Centro de Emprego de Vila Franca de Xira uma alternativa que coloque um ponto final à instabilidade causada pela situação de desemprego….mas não o conseguem. Jovens e menos jovens, com ou sem habilitações literárias, procuram uma saída que lhes garanta o sustento diário, mas que cada vez mais escasseia e engrossa os números do desemprego no concelho. Ana Filipa de Sousa

A

riana Maria Francisca, 31 anos. Mãe de duas crianças. Desempregada há mais de três meses e sem direito a subsídio de desemprego. O rosto de uma história que, infelizmente, não é única numa região que conta, cada vez mais, com casos desta natureza. Depois de um percurso em várias empresas de trabalho temporário, quase sempre na área da logística, Ariana Francisca vê-se desde Julho sem qualquer perspectiva que a faça ter esperança num

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futuro mais animador. As dificuldades adensaram-se nos últimos tempos. O pai das crianças deixou de pagar a pensão de alimentos e a situação passou a assumir contornos mais dramáticos. “Tem sido muito difícil e tem-me valido a alimentação que a Igreja disponibiliza...senão já estaríamos a passar fome há muito tempo”. Completamente desesperada, a jovem residente no Forte da Casa procura no Centro de Emprego de Vila Franca de Xira a luz que teima em se acender para a sua família. Sem alternativa, diz-se pronta para “fazer o que houver para fazer”, embora

confidencie que “era numa cozinha que gostava de arranjar trabalho, mas como não tenho conseguido nada em lado nenhum já encaro qualquer coisa”. Como Ariana Francisca, são inúmeras as histórias que se encontram e se cruzam às portas do centro de emprego

vila-franquense. Histórias de vidas em suspenso e que trazem reflectidas no rosto a esperança de encontrar ali mesmo a alternativa para o sustento diário. Que o diga Maria de Jesus. A peregrinação até ao centro de emprego já se tornou semanal. È assim há quase três

1. Todos os dias centenas de pessoas procuram solução nas vitrines do Centro de Emprego. 2. Ariana Francisca está desempregada há mais de três meses e sem subsídio de desemprego.

anos para esta mulher residente em Vialonga, desde que o contrato de trabalho que tinha não foi renovado pela entidade patronal. “Estive seis meses a trabalhar na junta de freguesia com um contrato, mas que não foi renovado…Assim que fiquei desempregada inscrevi-me logo no centro de emprego, mas não tenho tido sorte nenhuma…eles dizem que há muita gente à procura, que há cada vez menos ofertas, mas para não perdermos a esperança, aparecer sempre que pudermos e continuar a procurar sempre…só que, pelo menos no meu caso, até agora ainda não consegui

nada”. Num mercado de trabalho onde a oferta é cada vez mais reduzida e a procura cada vez maior, não se pense porém que habilitações académicas e formação profissional especializada garantem empregabilidade. João Lopes é o espelho dessa mesma realidade. Depois de alguns anos a trabalhar na Alemanha, na área da indústria aeronáutica, este técnico tem perfeita consciência de que, infelizconseguirá não mente, exercer a sua profissão no mercado de trabalho português. A área é restrita e dificilmente conseguirá colocação como técnico de

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manutenção aeronáutica. A manhã de quinta-feira começa, por isso mesmo, com o recurso àquela que se apresenta como a última alternativa. A inscrição no Centro de Emprego de Vila Franca é para já a forma encontrada para este residente em São João dos Montes tentar dar a volta à situação. João Lopes tem uma família para sustentar e, de momento, nem sequer tem direito ao subsídio de desemprego. O dia a dia é vivido com algum do dinheiro que conseguiu trazer da Alemanha. “A

minha situação ainda não está tão grave quanto isso, mas tenho mesmo de arranjar alguma coisa porque não tenho direito a subsidio de desemprego por ter estado a trabalhar dura te dois anos fora do país. Só que tenho duas filhas, uma em idade escolar e não vai dar para aguentar muito mais tempo sem alternativa”. No dia em que João Lopes fez com que o seu nome engrossasse a fila do desemprego a mulher, que se encontrava desempregada também há algum tempo, tinha conseguido uma colocação profissional.

www A dureza dos números Os casos retratados assumem real dimensão na dureza dos números. Os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que o concelho de Vila Franca de Xira tinha em finais de Setembro último 5981 residentes inscritos. Esmiuçando os números facilmente se constata que as mulheres lideram a listagem de desempregados (3115). Quanto ao tempo de inscrição no centro de emprego, a maioria das inscrições registou-se há menos de um ano, o que dá visibilidade à crescente

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situação do concelho no domínio da empregabilidade. À luz destes dados, o número de pessoas inscritas à procura do primeiro emprego quase não tem expressão perante os 5711 desempregados que procuram um novo emprego. Os motivos de inscrição também denunciam aquilo que pode ser considerado como a precariedade de emprego. Atente-se, por exemplo, nos 470 desempregados por cessação de trabalho não permanente só em Setembro. Seguem-se, depois, nesta matéria 155 situações de despedimento de iniciativa da entidade patronal, entre muitos outros motivos. Os mesmos dados referentes unicamente a Setembro último revelam 510

mulheres inscritas e 402 homens, num total de 912 novas inscrições. Nesse mesmo mês o Centro de Emprego de Vila Franca de Xira disponibilizou 85 ofertas de trabalho (homens 26 e mulheres 51), sendo que só 77 foram preenchidas. Por grupos etários, a faixa compreendida entre os 35 e os 54 anos é a que assume maior expressão, seguindo-se o grupo dos 25 aos 34 anos. Quanto aos níveis de escolaridade, o grosso dos desempregados do concelho vila-franquense têm o ensino secundário completo. Uma nota ainda para os quase 500 desempregados detentores de habilitações académicas superiores.

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OGMA quer evitar “despedimento colectivo”

DESTAQUE. 29 trabalhadores da OGMA foram mandados para casa, a receber o ordenado por inteiro, entre os 70 que já foram convidados a sair desde Maio. A administração sustenta que não tem alternativa Mário Caritas

70

trabalhadores da OGMA foram convidados, desde Maio, a rescindir por mútuo acordo os respectivos contratos efectivos de trabalho. Entretanto, 29 destes funcionários foram intimados pela administração a ficar em casa, a maioria desde o início de Outubro, continuando, no entanto, a receber o salário por inteiro. O STEFFAS’s – Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa entende esta medida como “uma forma de pressão insustentável” e realizou, no passado dia 23 de Outubro, uma conferência de imprensa, junto ao portão principal da empresa, com o objectivo de “denunciar as atrocidades que têm sido cometidas pela administração da Embraer (accionista maioritária da OGMA), em nome de uma

propalada reestruturação à custa dos postos dos trabalhadores”. Renato Faria trabalha na OGMA há 13 anos, na secção de chaparia. Foi um dos trabalhadores mandados para casa, no início de Outubro, após não ter aceite a rescisão por mútuo acordo. Aos jornalistas, este mostrou o seu desagrado. “A administração comunicou-me, por carta, que o meu posto de trabalho havia sido extinto e que eu iria ficar em casa a receber o salário por inteiro. Mas trabalho é o que não falta aqui!” Renato não sabe durante quanto tempo ficará nesta situação, mas mostra-se disposto a não ceder à alegada “pressão” da administração para rescindir o contrato. “Querem mandar embora os funcionários efectivos para depois os substituírem por pessoal subcontratado, mas comigo isso não pega, não dou o braço a torcer.” As denúncias não ficam por aqui. Outro trabalhador (que não se quis identificar) conta que há 36 anos

que trabalha na OGMA como electricista e recentemente foi mudado para a secção de chaparia. “Isso é uma forma de pressão para a pessoa se ir abaixo. Repare que eu não percebo nada do novo ofício, logo querem que eu aceite as condições de rescisão do contrato e vá embora. Mas não irei ceder.” O sindicalista Ricardo Costa (STEFFAS) critica a atitude da administração da OGMA. “Condenamos a situação em que a administração já pôs um número considerável de trabalhadores.” Entretanto o STEFFA’s apresentou uma queixa à Autoridade para as condições de Trabalho (ACT), “para fiscalizarem esta situação, não podendo manter-se por muito mais tempo”. O responsável lamenta ainda a falta de comunicação interna. “Nem sequer nos dizem que tipo de reestruturação está em causa ou quais os seus objectivos.”

Trabalhadores contestam métodos “intimidatórios” Eduardo Bonini, presidente da OGMA, nega, por sua vez, a existência de “pressões” sobre os trabalhadores. “Em Abril iniciámos um processo de readequação da empresa face aos negócios que temos em carteira e à projecção de futuros negócios. Nesse sentido, decidimos propor a alguns trabalhadores a rescisão por mútuo acordo, para perceber se conseguíamos adequar a actual situação de diminuição do volume de trabalho à quantidade de pessoas que temos na empresa. Em Outubro, devido a uma redução significativa do número de encomendas, chegámos a um ponto em que manter trabalhadores iria duplicar os nossos custos.” O actual cenário de crise con-

tribuiu assim para acelerar um processo que culminou em intimar 29 trabalhadores, até ao momento, a ficar em casa, entre aqueles que não aceitaram a rescisão amigável, para se conseguir perceber quais os custos reais dos trabalhos em carteira. “Essas pessoas que vão para casa entram num custo de salário mas não no custo da obra em si, permitindo-nos ter uma margem real relativamente aos trabalhos que estamos a executar.” Bonini sustenta estas medidas drásticas com a crise que afecta o sector aeronáutico. “Só nos EUA temos 2.800 aeronaves estacionadas, logo que não têm manutenção; por outro lado as empresas aéreas não estão a comprar aviões, logo fica estagnada a possibilidade de se realizar novos negócios. Por isso temos que tomar uma atitude enquanto o mercado não recuperar, mas não temos uma bola de cristal para saber quando se dará essa recuperação: esperávamos que acon-

tecesse em 2011 mas já está a derrapar para 2012.” Por fim, sublinha não ser verdadeiro que os trabalhadores que vão para casa sejam substituídos por mão-de-obra subcontratada. “Nenhum trabalhador é substituído por outro. O que acontece é a extinção do posto de trabalho, logo não temos forma de colocar um substituto, não seria lógico nem ético da nossa parte.” Por outro lado, as transferências de trabalhadores para outras secções são inevitáveis: “Estamos a fazê-lo para manter a força de trabalho dentro da empresa, se os trabalhadores consideram isso uma forma de pressão é apenas uma interpretação deles; nós estamos olhando pela saúde financeira da OGMA e pela forma mais adequada de tratar a situação. Ninguém gosta de fazer isto mas acho que é melhor tomar atitudes destas do que fazer um despedimento colectivo que é o que se vê nas empresas em Portugal.”

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No fim da linha REPORTAGEM. O número de sem-abrigo e pessoas a viver abaixo do limiar

Carlos Mendes

da pobreza está a aumentar. Junto ao Cemitério de Alverca, uma pequena comunidade espera religiosamente o apoio dos “Companheiros da Noite”.

Advogado carlosmendes10@gmail.com

Mário Caritas

A

ventino Machado, de alcunha “espanhol”, 52 anos, é o único branco de um grupo composto maioritariamente por cidadãos caboverdeanos que aguardam, junto ao Cemitério de Alverca, pela preciosa ajuda alimentar e de roupa/cobertores que lhes é trazida pelos voluntários da associação “Companheiros da Noite” (sedeada na Póvoa de Santa Iria). É uma noite de Sábado igual a tantas outras para quem não tem trabalho e, nalguns casos, nem sequer um tecto condigno onde se abrigar e cujo conceito de família é uma simples miragem. Aventino, pedreiro de profissão, não está tão no fim da linha como os colegas: arranjou trabalho há pouco tempo, na Junta de Freguesia de Alverca, e espera agora conseguir “endireitar” a vida que entrara numa espiral negativa desde há três anos a esta parte. “Recorro a esta ajuda há pouco tempo. Agora só venho mesmo buscar roupa, mas também já vim buscar comida. Sente-se um bocado de vergonha mas tem que ser, para não passar fome. Acho que o trabalho que estas pessoas fazem é muito importante porque há aí muita gente que não tem trabalho, enfim que não tem nada e que precisa de ajuda”, afirma o “espanhol”, enquanto põe os olhos nas roupas que os voluntários trans-

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portam na carrinha. Aventino deixou de ter trabalho certo há cerca de três anos. Refere que da parte da família mais próxima nunca sentiu qualquer apoio, por isso tem passado por muitas dificuldades. E como um azar nunca vem só… “Estive também doente, por duas vezes, e fiquei internado no hospital.” Mas a vida deu uma volta. Para melhor. “Entretanto consegui obter o Rendimento Mínimo Garantido através da Segurança Social e foi por essa via que arranjei trabalho; se não fosse isso andava por aí aos caídos.” Por isso, é provável que esta tenha sido a última vez que Aventino esperou ansiosamente pelos “Companheiros da Noite”. Isto se a vida não lhe pregar nova partida. “Hoje é a última vez que cá venho, enquanto tiver trabalho não virei mais aqui. Acreditem que se pudesse seria eu no futuro a ajudar estas pessoas, se tivesse oportunidade apoiaria, não tenham dúvidas. Já vi que eles merecem porque os ricos não querem saber dos pobres, portanto há que apoiar os pobres e matar-lhes a fome.”

sem-abrigo ou que vivem em barracas sem água nem luz, é importante para quem está totalmente desamparado. “Ajudamos com uma peça de fruta, sumo, leite, água, salsichas, atum, etc. Damos sopa. Também depende muito daquilo que conseguimos comprar, porque nem tudo é dado… Alguns conseguem arranjar trabalho temporariamente e deixam de precisar da nossa ajuda, depois ficam de novo desempregados e perguntam se podem voltar. Às vezes, quando arranjam trabalho e não precisam de comida, fazem questão de estar presentes: não querem nada, vêm só dizer que já têm trabalho e fazer-nos um pouco de companhia.” Rita refere que esta população é “muito flutuante, ou seja, varia muito dependendo inclusive das épocas do ano; acho que no Inverno existem mais pessoas a precisar de ajuda, talvez pelo frio e por precisarem mais de roupas e de agasalhos. Mas ultimamente houve um acréscimo de pessoas a precisar de ajuda, pelo menos o número de sacos que distribuímos aumentou nos últimos meses”.

“Hoje é a última vez que cá venho” “O problema é que não há trabalho” Rita Mendonça, presidente da direcção dos “Companheiros da Noite”, explicou à nossa reportagem que a ajuda alimentar/de bens que prestam, dirigida exclusivamente a pessoas

Natalino Vieira é um daqueles que entrou há pouco tempo para essa estatística. Este caboverdeano vive, juntamente com outros da sua cor, em barracas

sem água nem luz situadas junto ao cemitério da cidade (alguns deles viviam anteriormente debaixo de umas “manilhas” na várzea do Brejo). “Venho aqui buscar qualquer coisita. Recebo esta ajuda apenas há cerca de três meses. Fiquei sem trabalho, trabalhava nas obras. De vez em quando aparece um biscate, uma pessoa vai desenrascando, mas esta é a primeira vez que passo por grandes dificuldades em 27 anos que estou em Portugal.” Natalino ficou sem casa e sem uma vida condigna. E está difícil dar a volta à situação, até porque já ultrapassou os 50 anos de idade. “O problema é que não há trabalho! Há pouco tempo tinha casa, tinha carro, tinha tudo, enfim vivia bem. Depois separei-me da minha mulher e fiquei a viver só com o meu filho que é menor, tem 15 anos, e que entretanto foi colocado num colégio, pois estar aqui comigo não era vida para ele, aqui há mau ambiente. Hoje só venho buscar comida, roupa não preciso. Mas isto não é vida, estou a tentar arranjar trabalho nas obras; alguns destes companheiros já estão habituados a esta vida mas eu não me quero habituar, quero sair disto”, conta Natalino que descontou durante 19 anos para a Segurança Social e que recentemente viu expirar o fundo de desemprego que durou 18 meses.

A internet e a protecção da vida privada no local de trabalho

C

omo é consabido, as novas tecnologias reflectem os seus efeitos em todas as dimensões da nossa vivência, incluindo as relações entre a entidade empregadora e o trabalhador. Um dos novíssimos focos de conflitualidade entre o empregador e o trabalhador é exactamente o controlo de e-mails e o acesso a determinados conteúdos, designadamente redes sociais. O controlo exercido pela entidade patronal nesta área, para além de em certas ocasiões violar direitos fundamentais do trabalhador, também tem sido mais um fundamento para a instauração de procedimentos disciplinares. Vejamos: pode a entidade patronal aceder ao conteúdo do e-mail enviado ou recebido pelo seu trabalhador? Em primeiro lugar cumpre distinguir se: i) estamos face a correio electrónico recebido na caixa de correio cujo endereço corresponde ao departamento X da empresa Y, sendo a senha de acesso ao email do conhecimento de todos ou parte dos trabalhadores; ou, pelo contrário, ii) estamos face a um endereço de correio electrónico privado, isto é, do trabalhador. Quanto ao primeiro exemplo, parece não haver dúvidas que o superior hierárquico ou qualquer outro trabalhador do departamento X pode aceder àquela caixa de correio, perdendo-se assim a dimensão privada de todas as mensagens que “entram” naquela caixa de correio electrónico. Quanto ao correio electrónico privado / particular, ainda que o equipamento informático seja da entidade patronal e que o trabalhador esteja em tempo de trabalho, o empregador não pode aceder ao conteúdo do e-mail, como também não pode aceder ao “tráfego”, isto é, espécie, hora e intensidade de utilização das comunicações efectuadas, pois está em causa esta dimensão “virtual” da vida privada do trabalhador. O empregador depara-se com a limitação de acesso à caixa de correio electrónico do trabalhador, conforme se extrai dos artigos 26.º da CRP – Constituição da República Portuguesa (outros direitos pessoais), 34.º CRP (inviolabilidade do domicílio e da correspondência), 18.º CRP (força jurídica) e do 16.º do Código do Trabalho (reserva da intimidade da vida privada), pois a correspondência por meios electrónicos é parte integrante do conceito de vida privada. No entanto, o empregador tem mecanismos para regular / proibir a utilização dos meios de comunicação (telemóvel, telefone, fax, correio electrónico, internet…) pertencentes à empresa para fins pessoais (o que raramente faz), conforme o n.º 2 do artigo 21.º do Código do Trabalho. Alerta-se que o mencionado regulamento interno que disciplina estas matérias tem que obedecer pelo menos aos seguintes requisitos: a) ser aprovado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD); e b) ser do conhecimento do trabalhador. Estamos assim perante uma tutela legal e constitucional da confidencialidade do correio electrónico. Destarte, se o empregador devassa a vida privada do trabalhador “entrando” nos seus e-mails pessoais, encontrando nos mesmos referências que podem consubstanciar a quebra de lealdade do trabalhador e, em consequência, dá início a um procedimento disciplinar com o fundamento no teor dos e-mails, temos por certo que acaso se conclua pelo despedimento, este é ilícito de acordo com os fundamentos já acima expostos e ainda pelo facto das provas de que se lançou mão, no decurso do procedimento disciplinar, serem nulas, como decorre do n.º 8 do artigo 32.º da Constituição. Sendo o trabalhador despedido por violação da dimensão “virtual” da sua vida privada, deve impugnar o despedimento pedindo que: a) seja declarada a ilicitude do despedimento; b) sejam pagas as retribuições vencidas até ao trânsito em julgado da decisão do Tribunal; c) o pagamento de uma indemnização por danos não patrimoniais; d) a eventual reintegração do trabalhador; e) um determinado valor a título de sanção pecuniária compulsória por cada dia de atraso na reintegração do trabalhador; f) juros à taxa legal, desde a citação.

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Discurso directo António Vargas (Coligação “Novo Rumo”), presidente da Assembleia de Freguesia

Confiança renovada

“Procurarei manter a isenção, equilíbrio, equidistância, objectividade e bom senso na condução dos trabalhos desta assembleia, onde se deverão criar grupos de trabalho para análise e resolução de questões relacionadas com o bem-estar da população. Está na hora de potenciar actividades geradoras de vida própria para a freguesia, inclusive promovendo o ensino superior e a investigação, em particular na área da aeronáutica.” Maria do Carmo Dias, eleita do Bloco de Esquerda (BE) “Podem contar com o BE para o incremento da participação cívica dos alverquenses, promoção da reabilitação urbana, implementação de mecanismos que aumentem a transparência da gestão autárquica e para reclamar o direito dos cidadãos à mobilidade pedonal e ciclável. Mas não contem com o BE para o caciquismo, despesismo, descaracterização de Alverca, destruição da frente ribeirinha e aniquilação do tecido económico local com a desnecessária aprovação de grandes superfícies comerciais.” Gonçalo Silva, eleito da bancada da Coligação “Novo Rumo” “Queremos que Alverca passe a liderar o concelho no que diz respeito à qualidade de vida, à inovação e ao desenvolvimento económico. A assembleia deve assumir um papel activo: apresentando propostas, definindo estratégias e discutindo todas as opções políticas. Lutaremos pela descentralização das sessões da assembleia de freguesia, em nome da participação cívica e da igualdade entre todos os habitantes. Colocaremos as pessoas no centro de todas as decisões.”

SOCIEDADE. O PS deu a liderança da Assembleia de Freguesia de Alverca à Coligação “Novo Rumo”. À frente do executivo da junta, Afonso Costa promete lutar pela ambicionada ligação ao Tejo Mário Caritas Hélder Dias

Onésimo Silva, eleito da bancada da CDU “A CDU irá pautar a sua acção na assembleia no sentido de prestigiar este órgão de participação popular e de fiscalização do executivo, defendendo políticas de desenvolvimento socio-económico, de emprego, de salvaguarda dos recursos hídricos e de protecção do ambiente. Aos membros do executivo agora empossados, a CDU irá exigir a mesma frontalidade e transparência. Continuaremos a defender a realização de políticas que privilegiem o bem comum e não apenas o interesse de alguns.” António Espada Pereira, eleito da bancada do PS “A subida de votação do PS é um prémio ao trabalho com seriedade, competência e dedicação que os autarcas colocaram no desempenho das suas funções. Ao mesmo tempo esta votação condena e penaliza o comportamento negativo e permanentemente destrutivo da oposição, sobretudo da CDU. O PS vai dirigir a freguesia de forma aberta e construtiva e não deixará de acolher todos os contributos que os cidadãos, forças políticas, colectividades e associações queiram dar.”

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omou posse, no passado dia 29 de Outubro, a Assembleia de Freguesia de Alverca para os próximos quatro anos. O presidente reeleito pelo PS, Afonso Costa, anunciou os nomes dos restantes membros que vão compor o executivo da junta – Patrício Miguel, Manuela Santos, José Carlos Dias, Gertrudes Matos, José Manuel Pascoalinho e Manuel Lourenço –, um elenco socialista que foi votado favoravelmente pelas bancadas do PS e Coligação “Novo Rumo” (PSD/PP) e “chumbado” pela CDU. A presidência da assembleia foi entregue a António Vargas (Coligação “Novo Rumo”), sendo secundado pela socialista Luciana Nelas (1.º se-

cretário) e pela social-democrata Maria José Santos (2.º secretário). Onésimo Silva, líder da bancada da CDU (cabeça de lista nas Autárquicas de 11 de Outubro), mostrou-se agastado com o facto do seu partido não ter sido consultado para a constituição destes órgãos, apesar de ter sido a segunda força política mais votada. “Não é uma questão de lugares, é apenas uma questão de se respeitar a representatividade em democracia. Nós, enquanto estivemos no poder, sempre o exercemos com a participação de todos”, sublinhou, em declarações ao “NA”. Já Afonso Costa afirma que se trata apenas de uma questão de continuidade. “O executivo e a mesa têm uma composição idêntica àquela que terminou mandato anterior, até na sequência do reforço de votação

que o PS e o PSD/PP tiveram nestas eleições.”

Afonso Costa: “Apostar na ligação ao Tejo” No seu discurso de posse, o presidente começou por fazer um balanço do trabalho realizado nos últimos quatro anos. “Apostámos nas acessibilidades e mobilidade, recuperámos património histórico, restaurámos praças e jardins, colocámos abrigos de passageiros, investimos na melhoria das condições de trabalho dos nossos colaboradores, estreitámos laços com as colectividades e instituições, reforçámos parcerias criando programas de apoio ao emprego e aos emigrantes, apoiámos os mais desfavorecidos com uma participação activa na comissão social de freguesia,

cumprimos a promessa eleitoral de restaurar as Festas da Cidade e de S. Pedro e este ano devolvemos a Arcena as Festas em Honra de S. Clemente.” De seguida, Afonso Costa deixou algumas promessas para o novo mandato: “Seremos interlocutores exigentes e reivindicativos junto da câmara no que concerne à construção da variante e à melhoria das acessibilidades, à criação do parque urbano de Alverca, ao melhoramento e renovação do parque pré-escolar e escolar com a implementação da escola a tempo inteiro, à resolução dos problemas da saúde e à manutenção do Museu do Ar.” Mas a grande aposta será mesmo a criação da ansiada ligação ao rio: “Não nos pouparemos a esforços junto do município para que Alverca tenha o direito de aceder ao Rio Tejo.”

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PS dá pelouros ao PSD/PP SOCIEDADE. A presidente do município de Vila Franca de Xira, vencedora pelo PS das últimas eleições autárquicas, com maioria relativa, desta vez deu pelouros a parte dos vereadores da oposição, nomeadamente aos autarcas da Coligação “Novo Rumo” (PSD/PP) – João de Carvalho, Rui Rei e Helena de Jesus. Aos eleitos da CDU – Nuno Libório, Bernardino Lima e Ana Lídia Cardoso – não foi atribuído qualquer pelouro

Maria da Luz Rosinha (Presidente) - Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Gabinetes de apoio aos Órgãos Municipais e à Presidência; Planeamento Estratégico; Relações Comunitárias e Exteriores; Promoção do Desenvolvimento Social e Económico e Apoio ao Investi-

dor; Apoio à Gestão de Participações; Gestão de Informação e Relações Públicas - Departamento de Administração Financeira – coordenação - Departamento de Cultura, Turismo e Actividades Económicas - Divisão de Turismo – promoção de iniciativas e promoção da Cultura Tauromáquica - Museu do Neo-Realismo - Departamento de Planeamento, Gestão e Qualificação Urbana - Divisão de Planeamento e Ordenamento do Território - Projectos Municipais – Projecto Municipal de Projectos Especiais; Projecto Municipal de Requalificação Urbana

Alberto Mesquita (Vice-Presidente) - Responsável pela actividade

municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Planeamento, Gestão e Qualificação Urbana; Gabinete de Acessibilidades

Fernando Paulo Ferreira (Vereador) Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Educação, Juventude, Desporto e Equipamentos; Divisão de Educação e Juventude; Divisão de Desporto; Divisão de Gestão de Equipamentos; Departamento de Qualidade Ambiental; Divisão de Ambiente; Departamento de Administração Geral; Divisão de Assuntos Jurídicos; Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo; Gabinete de Qualidade; Observatório e Rede Social

nistração Geral; Divisão de Gestão de Recursos Humanos; Departamento de Obras, Viaturas e Serviços Municipais; Divisão de Equipamento Rolante; Divisão de Equipamento Fixo e Oficinas Gerais; Departamento de Qualidade Ambiental; Divisão de Higiene Pública; Departamento de Cultura, Turismo e Actividades Económicas; Divisão de Turismo (Gestão Corrente); Serviços Municipais de Protecção Civil

Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Obras, Viaturas e Serviços Municipais; Divisão de Conservação e Administração Directa; Divisão de Projectos; Divisão de Gestão de Empreitadas; Departamento de Administração Geral; Divisão de Infra-estrutura Tecnológica

Francisco Vale Antunes (Vereador)

João de Carvalho (Vereador)

Helena de Jesus (Vereadora)

- Presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Vila Franca de Xira - Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Administração Financeira; Departamento de Admi-

Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Cultura, Turismo e Actividades Económicas; Divisão de Acção Cultural; Divisão de Património e Museus (com excepção do Museu do NeoRealismo); Divisão de Bibliotecas

Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Cultura, Turismo e Actividades Económicas; Divisão de Actividades Económicas; Departamento de Qualidade Ambiental; Divisão de Gestão de Espaços Exteriores

Maria da Conceição Santos (Vereadora) Responsável pela actividade municipal das seguintes unidades orgânicas: Departamento de Habitação, Saúde e Acção Social; Departamento de Administração Geral; Divisão de Arquivo Municipal; Divisão de Gestão Administrativa e Contratação; Divisão de Gestão de Recursos Humanos – Serviços Sociais, Higiene e Segurança; Restaurante Municipal

Pega de Caras

Luís Ferreira Lopes

Pago para ver

Editor de Economia da SIC luislopes@sic.pt

A

s eleições já lá vão, os autarcas já tomaram posse, já se preparam orçamentos e planos, mas os eleitores mais atentos não esquecem, seguramente, as promessas feitas… e agora “pagam para ver” se elas se concretizam. Quem paga impostos espera ver obra. Mas será que há capacidade financeira e estratégica da Câmara Municipal para dar um novo impulso à economia concelhia? É claro que os meios são sempre escassos, sobretudo em período de crise, mas é preciso enfrentar com renovado ânimo os enormes problemas desta zona norte da área metropolitana de Lisboa. É por isso que “pago para ver” resolvidas algumas questões que considero pertinentes: - O projecto de reabilitação ou revitalização da frente ribeirinha Alverca / Póvoa vai mesmo avançar neste mandato? Será desta que a população de Alverca terá, finalmente, ligação ao Tejo, com respeito pelo ambiente, já que a zona industrial do Adarse (a outra hipótese de ligação) é intransitável e caótica? - Os novos projectos de mega-zonas comerciais no decrépito parque da Tertir ou nos armazéns da Nestlé irão mesmo avançar, nos próximos anos? Podem criar

mais emprego e requalificar aquela zona de Alverca, é certo… mas será desta que o comércio local do motor económico concelhio terá o mesmo destino que o de Vila Franca? Concretizo: o comércio na sede de concelho parece estar de tal forma debilitado que se, por hipótese, os serviços da Câmara mudassem de cidade, a maioria dos pequenos comerciantes de Vila Franca iria à falência. Só não vê quem não quer. - O plano de despedimentos nas OGMA vai continuar, este ano e no próximo, aumentando o desemprego neste concelho? As Oficinas irão mesmo sair para o Alentejo a médio prazo, como se tem falado nos últimos anos? Que interesses estão por trás dos negócios da manutenção de aviões e do fornecimento de mão-de-obra temporária às OGMA? - O museu do Ar continuará em Alverca ou muda mesmo para Sintra? Altas patentes militares garantem que está tudo fechado para que as instalações principais sejam inauguradas a curto prazo em Sintra, apesar das insistentes promessas políticas locais de que o museu fica onde sempre esteve, junto às OGMA. A polémica dura há mais de 20 anos, mas desta parece ser de vez. Veremos, muito em breve,

quem diz a verdade. - A entrada norte de Alverca, pela estrada de Arruda, será requalificada? Considerando o contínuo urbano existente entre Sobralinho e Alverca, é necessário dar melhor imagem e segurança aos habitantes e utilizadores desta zona onde todas as semanas há acidentes. A propósito, será neste mandato que será alargada a estreita e perigosa ponte da ribeira das Silveiras (ou feita uma nova), entre a ponte da A1 e o entroncamento para o Sobralinho? - O crescimento urbano vai ser feito na zona do Cochão (Alverca) e Vila Franca norte, à custa dos diversos entraves a projectos de qualidade e a pequenas moradias nas zonas rurais? Qual é o critério? Só quem tiver dois hectares é que pode fazer uma casa, quando meio hectare já é terreno a mais para tanto pequeno agricultor (falido…) deste município? Será assim que se fixam as pessoas no interior ou a prioridade é apenas fazer novas urbanizações nas zonas próximas do Tejo? A responsabilidade será unicamente da CCDRLVT, a comissão com quem a Câmara negociou o novo PDM? - Que destino será dado às abandonadas instalações

Rui Rei (Vereador)

da Marinha, à entrada de Vila Franca? Já propus, há mais de uma década (e voltei a fazê-lo recentemente no “Vida Ribatejana”), que aquela área daria um óptimo centro de formação profissional, à escala nacional. Será que, na próxima década, a antiga escola da Armada dará lugar a mais uma mega urbanização, ao estilo Malva Rosa na ex-Mague? - Será na segunda década do século XXI (que começa em 2010…) que Alverca verá, finalmente, concluída a famosa variante? Vale a pena lembrar que este projecto vem desde os tempos de Daniel Branco (exautarca que concorreu, recentemente, às eleições em Oeiras). Bem sei que o processo não tem sido fácil, mas se eu vivesse (ou tivesse empresas) no Sobralinho, Alhandra ou S. João dos Montes e estivesse todos os dias naquela fila para atravessar Alverca e entrar na A1, já teria desesperado ou mudado de casa… e de concelho, claro. Como perguntar não ofende – e como reflectir na imprensa ainda é um direito democrático, espero que estas linhas sirvam de reflexão para a comunidade concelhia que, sem qualquer dúvida, “paga”… e espera “ver”.

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ENTREVISTA. João de Carvalho é o novo vereador da Cultura da câmara de Vila Franca

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“Não gosto de Depois da conquista dos melhores resultados de sempre do PSD em Vila Franca de Xira, o vereador promete transformar a vida autárquica no seu palco. Sem dramas ou tragédias, a ordem agora é entrar em cena e começar a trabalhar numa área que, no seu entender, não tem sido encarada como prioridade. João de Carvalho, homem do teatro, cinema e televisão, tem os holofotes apontados sobre si. Afinal, um homem da cultura deverá saber, melhor que ninguém, como gerir esse pelouro

Ana Filipa de Sousa Nuno Lopes

N

otícias de Alverca - É desde a semana passada o novo vereador da Cultura na câmara de Vila Franca. Sendo um homem da área ficou satisfeito com o facto de ter garantido este pelouro? João de Carvalho – Dentro das condições existentes que deram a vitória ao Partido Socialista este era, como facilmente se percebe, o pelouro que gostaria de ter e que mais me agrada. Porque tem a ver com a minha profissão, com a minha vivência diária, com aquilo que sei e onde penso que posso fazer a diferença. É um pelouro que me vai dar algum trabalho e que, pelas condicionantes económicas, nunca terá muito dinheiro e onde vamos ter de inventar e tentar descobrir coisas novas e diferentes para transformar este concelho e dar-lhe qualidade de vida… Mas foi difícil chegar a um entendimento para que pudesse ficar com a pasta da cultura? O meu compromisso de honra coma população e com os seus concidadãos, e que foi sempre levantado em todas as alturas, é que o João de Carvalho candidato não iria de forma nenhuma defraudar ninguém. Agora é-me dada a oportunidade, respeitando as normas eleitorais, de não me excluir, nem aos meus pares, e de a coligação colaborar. Não deixando nunca de apontar, quando for necessário, as coisas que não estiverem dentro do nosso ponto de vista. Durante a campanha eleitoral referiu, diversas vezes, que era preciso dar uma visão de qualidade ao concelho. O que é podemos então esperar dos próximos quatro anos na área cultural? Já tivemos várias conversas sobre várias áreas… na música gostaria muito de implementar a Orquestra Sinfónica Juvenil do concelho, até porque não existe nenhuma no Distrito de Lisboa e nós já temos base de lançamento com a Orquestra Juvenil de Via-

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longa e com a da Póvoa. Em relação ao teatro, porque não temos espaços, vamos ter de criar uma dinâmica nos existentes, mesmo com as associações concelhias, como o Ateneu ou o Grémio, e com os grupos do concelho. Gostava de criar um Festival de Teatro concelhio, mas temos de criar condições para isso. Em relação ao trabalho das bibliotecas, que tem sido extraordinariamente bem feito, vamos apostar na continuidade e ficar na expectativa da nova Biblioteca de Vila Franca de Xira, assim como todo o espaço museológico tem estado muitíssimo bem entregue. Para o ano temos as comemorações dos 200 anos das Linhas de Torres e vamos ter de lançar um programa. Depois, vai haver muita intervenção de rua, sobretudo a nível musical e de teatro porque é importante dinamizar. A cultura tem estado afastada da vivência diária do próprio concelho, é isso? Acho que a cultura não tem sido uma prioridade. É evidente que temos um Museu do Neo-Realismo, um Museu Municipal com uma exposição muito interessante sobre largadas de touros, mas podemos e devemos ser mais interventivos, mais interactivos com a população. Estamos muito fechados dentro das salas… Com um agenda muito direccionada? Vimos muito pouco para a rua, interagimos pouco com as pessoas e essa é a formula que vamos ter de encontrar. Porque o facto de se estar num café ou na rua e

de repente passar um quarteto que toca um pouco de música… isto é qualidade de vida e faz parte da missão da cultura. E nem sequer estamos a falar de coisas que custem muito dinheiro, porque como é conhecido as limitações orçamentais são muito grandes. Já sabe com que orçamento vai trabalhar e com que meios vai poder contar? Não sei ainda. Essa é uma discussão que ainda vamos ter… Porque não basta dominar a área e ter bons conhecimentos…é preciso dinheiro e meios para poder dinamizar uma área como a cultural…. Às vezes pensa-se que a cultura exige mais dinheiro do que efectivamente exige. O hábito de se dizer que a cultura não é rentável é uma ideia que temos de apagar de uma vez por todas. Não sou adepto das companhias subsidiadas, porque penso que um espectáculo tem de se pagar a ele próprio…é uma questão de encontrar um equilíbrio entre aquilo que se pode gastar e aquilo em que a câmara pode participar. Várias câmaras fizeram durante muito tempo a oferta de espectáculos e eu não concordo. Porquê? Porque tem de haver uma parte simbólica que é paga pelo público, ainda que a outra parte seja complementada pela câmara. Noutros municípios houve a visão de perceber que, apesar de ser preciso juntar mais algum dinheiro aos orçamentos ca-

Dentro das condições existentes este era o pelouro que eu gostaria de ter e que mais me agrada. Porque tem a ver com a minha profissão, com a minha vivência diária, com aquilo que sei e onde penso que posso fazer a diferença

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e dinheiro, gosto de palmas”

O programa cultural pode ser consultado em www.museumunicipalvfxira.org

marários àquilo que pagava às companhias que lá iam, as pessoas habituaram-se a pagar um preço simbólico, para ir ao teatro, para ver um bom espectáculo ou um bom concerto. Quem dá 70 euros para ir ver um jogo de futebol, pode levar dez pessoas e ir ver uma boa peça de teatro. Se 50 pessoas o fizerem, a maior parte das salas do nosso concelho ficam cheias. Mas aí há também o problema da falta de espaços… Vamos ter de os inventar! Não temos um CCB, não temos um Pavilhão Atlântico, não temos muitas salas de teatro…mas temos nas freguesias pequenas colectividades com salas e vamos ter de descentralizar, apostando na divulgação. Muito do que se faz no concelho não tem a divulgação necessária e é preciso apostar em termos de marketing porque é assim que se tem mais-valias e essa é uma aposta para o futuro. É preciso abrir as portas do concelho, chamar os de fora. Ainda nesta questão da descentralização da cultura, já tem uma ideia do que poderá ser feito no Centro Cultural do Bom Sucesso? Tem sido feita alguma programação, mas tenho de estudar. É um espaço que para fazer eventos musicais é óptimo, até para os artistas locais. Estes primeiros tempos vão ser precisamente para isso, para estudar…o problema é que quando se quer fazer alguma coisa a lotação e as lotações são sempre muito diminutas e tornam as coisas, na maior parte das vezes, incomportáveis em termos financeiros. É por isso que sou

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defensor de salas médias, como a SFRA ou o Ateneu, que já compensam e onde a câmara pode ter uma intervenção, mas onde elas também se podem bastar em termos económicos. Não é obrigatório que a cultura deixe de ser rentável, ela pode ser equilibrada. Depois, gostava de trazer ao concelho a Orquestra da Venezuela e outras coisas, mas não se pode trazer uma orquestra para um espaço que não tenho. Há-de chegar a altura em que o concelho de Vila Franca de Xira estará igual aos seus pares, em termos culturais, da Área Metropolitana de Lisboa. Representou nestas eleições um projecto que conseguiu os melhores resultados para o PSD no concelho de Vila Franca. Sente uma responsabilidade acrescida neste mandato que acaba de iniciar? É claro que sim, até porque estamos a falar de uma subida de sete por cento de uma coligação do PSD com o CDS, o MPT e o PPM…de uma subida de um para três vereadores e claro que é uma responsabilidade acrescida, ainda que seja sempre uma responsabilidade quando a população confia em nós e espera que consigamos fazer a diferença. Essa é sempre uma responsabilidade a que estou sempre muito habituado, porque enquanto actor sou sempre responsável quando subo para cima de um palco e tenho de dar o meu me-lhor. E vai ser exactamente o que vai acontecer em termos políticos, ou em termos de vereação do pelouro da cultura. É uma disponibilidade absoluta para com as pessoas e para com o executivo.

João Carvalho no Museu Municipal de Vila Franca

O hábito de se dizer que a cultura não é rentável é uma ideia que temos de apagar de uma vez por todas.

PERFIL. João de Carvalho nasceu a 25 de Fevereiro de 1955 em Lisboa, mas reside há 27 anos na freguesia de Alverca. Iniciou a sua carreira de actor na televisão, ainda com a “Noite de Teatro”, emitida sempre às segundas-feiras, em directo. Tinha então apenas 4 anos de idade. Em 1974, estreou-se profissionalmente junto de Laura Alves, integrando a Companhia de Teatro da RTP no Teatro Maria Matos. Em 1984, entra para o elenco permanente do Teatro Nacional D. Maria II, onde exerceu vários cargos entre os quais o de Director de Cena. No cinema participou em várias longas-metragens e evidenciou-se na televisão, com participações em vários programas, séries e novelas. Foi também professor, com carreira de docente no Ensino Secundário e na Universidade de Aveiro, onde leccionava Dramaturgia.

Isso significa o quê? Que estamos perante os primeiros quatro anos de uma carreira política do João de Carvalho? Estamos nos primeiros quatro anos dos oito anos que o João de Carvalho dedica ao serviço público. O que é que verdadeiramente o motiva? As pessoas e achar que posso deixar alguma coisa diferente. Não só o meu legado artístico, mas também o meu legado interventivo como cidadão da área da cultura… Eu não gosto de dinheiro, gosto de palmas…todos nós gostamos que o nosso trabalho seja reconhecido. Felizmente para mim, o meu trabalho como actor tem sido reconhecido por todos. Agora espero que o meu trabalho como político e como vereador da cultura também seja reconhecido e que daqui a menos de um ano se note a diferença. Assim sendo, vamos continuar a ver o João de Carvalho nos palcos e na televisão ou vamos passar a encontrá-lo apenas no gabinete? A televisão pode acontecer uma vez ou outra, muito pontualmente. Mas, no palco a dedicação é igual à da política e não dá para fazer essa interligação. Não quer dizer que o João de Carvalho não possa participar numa leitura encenada no concelho…até porque não me quero coibir dessa pequena parte de poder ser interventivo até nas acções que fizermos. Não preciso de pedir a ninguém aquilo que faço eu mesmo e se é preciso complementar e preparar uma exposição, em que haja uma voz

onde a minha poderia assentar bem, arregaço com maior prazer as mangas. Mas em termos profissionais, o trabalho que exige este pelouro não me permite estar noutra área. Quando iniciou esta corrida à câmara de Vila Franca estava ciente de que teria de fazer uma opção ou as coisas acabaram por ir acontecendo? Estava perfeitamente ciente. Até determinada altura andei dividido entre a pré-campanha eleitoral e a minha actividade, mas depois não. Foi uma tomada de posição, foi o achar que este era o momento de me entregar ao serviço público. Mas as coisas têm de ser compartimentadas, porque um espectáculo de teatro representa para um actor profissional oito a dez horas por dia de ensaios. Menos que a televisão, aquilo que me dói mais em termos de abandono é o teatro. … mas a política é um pouco uma exposição teatral…todos nós somos seres teatrais e todos gostamos de palmas. Os políticos também gostam de ser aplaudidos pelo trabalho que fazem e por isso não somos tão diferentes quanto isso. Esta é uma entrega total e eu estou inteiramente ao dispor desta tarefa e das pessoas. Tenho a porta do meu gabinete aberta para receber ideias e propostas. Porque todos nós temos ideias e todos nós temos um político dentro de nós.

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Casa de São Pedro de Alverca

Os conteúdos desta rúbrica são da responsabilidade da Casa de S. Pedro. O jornal pode ser levantado pelos sócios da IPSS na sua sede.

ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA

Actividades de Novembro

CONVOCATÓRIA Nos termos das competências que me são conferidas pelo Art.º 29.º dos Estatutos e para cumprimento do disposto na alínea C) Art.º 26.º e n.º 2 do Art.º 30.º, convoco a Assembleia-Geral da Casa de S. Pedro de Alverca para reunir em sessão ordinária, na sua sede, pelas 20h30, no dia 26 de Novembro de 2009, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apresentação, discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o Ano 2010 2. Informações

Nota: Se à hora marcada para o início da sessão não estiverem presentes a maioria dos associados, a sessão terá início uma hora depois, em segunda convocatória, conforme estipula o n.º 3 do Art.º 29.º dos Estatutos. Alverca, 2 de Novembro de 2009 O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral José Sabino Ferreira Lopes

Dia 3: Aniversários dos Utentes (Mês de Outubro) – 16h00 Dia 9: Exposição de Poesia do Jardim dos Sonhadores com o tema: “Quentes e Boas” Dia 11: Magusto – 16H00 Dia 12: Missa do XXIX Aniversário da Casa S. Pedro – 11h00

Actividades Lar de Idosos – Internato Centro de Dia – na Instituição Apoio Domiciliário – no Domicílio Actividades Complementares: Ginástica, Hidroginástica, Pintura, Costura e Escolinha dos Avós Salão de Chá e Jardins

Dia 13: XXIX Aniversário da Casa S. Pedro – 14h30 Dia 30: Aniversários dos Utentes (Mês de Novembro)

Cantinho dos Seniores Parodiantes

D

urante o mês de Outubro realizámos as seguintes actividades: Actividades Terapêuticas; Debates: Alimentação, Tensão Arterial, Gripe e Doenças Reumáticas;

Psicodrama: Gabinete Médico, Refeitório, Funeral; Actividades Psicológicas; Bingo, Loto de Imagens, Dominó; Actividades Lúdicas: Lendas, Origamis (construções em papel).

Local agradável onde pode tomar o seu café e conviver com familiares e amigos. Aberto todos os dias, incluindo Sábados e Domingos, das 10h00 às 18h30m, encerrando das 11h45m às 14h00. Dinâmica da Casa S. Pedro As actividades de recreio e lazer são as mais participadas e englobam: passeios, colónias de férias, alomoços-convívio, festas, sardinhada, etc.

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“Os Xanecos” querem criar hotel para cães e gatos

Olga Fonseca Psicóloga clínica Presidente da CPCJVFX olga.fonseca@cebi.org.pt

LOCAL. Nasceu uma nova associação: a União de Amigos dos Animais Desprotegidos de Alverca Mário Caritas

N

asceu um novo grupo de pessoas amigas dos animais. A associação “Os Xanecos” – União de Amigos dos Animais Desprotegidos de Alverca foi criada no passado dia 13 de Outubro, tem para já 65 associados e o objectivo de proteger e tratar os animais de rua, muitos deles habituados a ter um lar de onde foram incompreensivelmente expulsos. A presidente da Direcção, Marília Duarte, explica que está a dar corpo a um sonho antigo: “Há cerca de 10 anos que cuido de animais de rua. Os objectivos são esterilizar, recolher e tratar os cães e gatos vadios.” A médio/longo prazo, a responsável quer criar um espaço para acolher esses animais – um hotel para cães e gatos. Mas para isso precisa de (muita) ajuda. “Vou tentar reunir com a câmara municipal para obter esse apoio; gostava de criar um espaço dessa natureza em Alverca, pois ninguém imagina a quantidade de animais que andam por aí abandonados, são tantos, tantos… E têm aumentado bastante na nossa cidade.” Entretanto esta associação já começou a organizar campanhas de angariação de fundos. “As pessoas têm estado a doar muitas prendas para eu conseguir organizar quermesses, etc.” As quermesses terão lugar na loja “Os Barateiros”, situada junto ao Mercado Municipal de Alverca, tendo pois por objectivo ajudar a dinamizar esta causa social. Entretanto também iniciaram uma campanha de angariação de bens

Qualquer dia é um dia bom

junto dos supermercados e de apoios junto das clínicas veterinárias “na esterilização e nas consultas dos animais, se possível com direito a alguns descontos; pensamos que com boa vontade tudo se consegue”. A sede de “Os Xanecos” funciona para já na casa de Marília Duarte. Entretanto já existe um pequeno apoio da junta de freguesia “que nos cedeu uma arrecadação para guardar os artigos para as quermesses, e em breve iremos tentar que nos cedam também uma pequena sala para fazermos as nossas reuniões”.

“Precisamos de famílias de acolhimento” A presidente apela ainda ao espírito solidário das famílias para que se tornem em famílias de acolhimento. “Enquanto não tivermos o tal espaço para recolher os animais de rua, precisamos muito de famílias de acolhimento. Foi o que eu fiz durante muitos anos, ou seja, recolhia ninhadas, dava-lhes comida, esterilizava-as, vacinava-as e dava-lhes acompanhamento veterinário, porque alguns bichos

Marília Duarte lidera “Os Xanecos”

vinham muito mal tratados e eu tinha-os comigo até conseguir arranjar-lhes um dono.” Mas alguns já não saíram de casa de Marília, que actualmente tem quatro gatos de estimação. “Por norma dou sempre todos os gatinhos, mas depois vai ficando um ou outro, neste momento tenho quatro. O último que tive, por exemplo, foi tirado do caixote do lixo e nunca poderia ser dado a ninguém porque ninguém o quereria: esteve mal, esteve internado, teve hipotermia, teve uma insuficiência respiratória, foi operado duas vezes a um olho… Portanto se as pessoas tiverem uma pequena varanda, onde possam ter um gatinho ou um cão pequeno, ou um quintal onde possam ter temporariamente um cão ou um gato em grandes dificuldades, contactem-nos porque nós mais tarde arranjamos-lhe um dono – tiramos fotografias do animal, expomo-las numa loja no Centro Comercial Scala e tem-se arranjado donos para todos.” Por fim, cabe também a esta associação fazer a ponte entre pessoas que se querem desfazer do seu bicho de estimação e eventuais novos donos para o mesmo. “Ainda recentemente consegui arranjar uma cadelinha cocker pura a uma pessoa porque os seus anteriores donos, ao fim de oito anos, entenderam que não queriam ter mais a cadela e telefonaram-nos. Portanto essa é uma das nossas tarefas, ou seja, fazer a ponte entre as pessoas que já não querem ter o seu animal de estimação e outras que têm boa vontade e que querem ficar com o bicho que assim não vai para o canil para ser abatido.”

N

um dia de sol deste Outono tímido, um menino já com adopção decidida em tribunal, um menino que mesmo pequenino ninguém queria para seu filho pois sofria de problemas de saúde, foi entregue a uns Pais que, ainda que em regime de Tutela, fizeram dele o filho mais novo da família onde já tinham nascido duas filhas de sangue, hoje com mais de vinte anos de idade. E esse menino, em pleno tribunal onde se consubstanciou o acontecimento, naquele dia corria pelos corredores, pedia água àquela a quem já chamava Mãe, imitava o cão, o gato, atirava beijinhos, pedia colo – puxando-lhe pela perna das calças – àquele a quem já chamava Pai e tinha uma irmã de olhos brilhantes a dizer ao Magistrado que, mesmo quando chegava do emprego mais tarde, tinha sempre tempo para brincar com ele… E por detrás dos óculos que usa para ver melhor, aquele menino, naquele dia, tinha um olhar feliz! Com as alterações que teve a Lei da Adopção, muitas dos milhares de crianças institucionalizadas poderiam mais célere e facilmente ser encaminhadas para adopção. As crianças mais velhas seriam mais facilmente adoptáveis, em princípio, por pessoas também mais velhas (já que foi alargado o limite de idade dos casais adoptantes para 65 anos). Os trâmites jurídicos dos processos de crianças cujos projectos de vida fossem os da adopção seriam facilitados, mais adequados e permitiriam maior prontidão na resolução dos mesmos, entre outros aspectos. Tudo gerador de expectativas positivas para a resolução do problema de tantas crianças! Os Técnicos que trabalham nesta área adaptaram as suas metodologias de trabalho, implementaram-se novas formas de intervenção, enfim todos os que têm as crianças no colo – sem terem um colo suficientemente grande para todas! – se esforçaram e esforçam para que as crianças possam ver defendidos os seus “superiores interesses” (como vem expresso na Lei) e possam ter uma Família, sem terem de aguardar um timing qualquer da roleta da sorte que pode nunca parar na casa onde se encontram. Tudo isto é feito, mas muitas crianças continuam à espera em Instituições lotadas, sem que a sua situação seja resolvida, tornando-se “velhas” para serem adoptáveis. Mudanças: mudanças de atitudes, de comportamentos, mudanças sociais… É uma questão de tempo. Esta é uma área delicada, dirão alguns. Dirão mesmo muitos! E afinal, que andaremos todos a fazer? Como poderemos ultrapassar a barreira que ainda se encontra em tantas mentalidades e que impede as crianças de terem um futuro mais tranquilo e feliz? Como se consegue fazer perceber àqueles que decidem que uma criança abandonada durante 14 meses numa Instituição não deveria de ter de esperar mais 6 meses por uma Mãe que nunca lhe pegou ao colo? Como se reage quando, numa sala de audiências, se ouve um Magistrado dizer a uma Mãe que abandonou a filha bebé há mais de 2 anos e nunca procurou saber dela, que vai dar-lhe mais um pouco de oxigénio para ver se ela se esforça e quer a filha?… Inventamos dias que possam ser bons para se nascer e ser criança em pleno? O tempo não pára, o mundo gira, as leis mudam. Mas, e as mentalidades?

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Encontros desportivos sob o signo do fair-play DESPORTO. Na cerimónia de abertura do Xira’2010, realizada no Fórum Cultural da Chasa, em Alverca, personalidades ligadas ao desporto falaram “liderança” Mário Caritas

“A

prender liderança” foi o tema do colóquio que deu o mote para a apresentação da 20.ª edição dos Encontros Desportivos Concelhios de Vila Franca de Xira – Xira’2010. A iniciativa, realizada no Fórum Cultural da Chasa, em Alverca, contou com as presenças de três oradores: Carlos Gonçalves (técnico profissional de basquetebol, com uma larga experiência na modalidade), Daúto Faquirá (treinador profissional de futebol) e Mário Caetano (neuro-estratega). O fair-play é o tema central desta edição dos jogos, que decorrem desde Outubro de 2009 até Junho de 2010. No discurso de abertura, o vereador na câmara municipal, Fernando Paulo Ferreira, destacou precisamente esse aspecto: “O Xira’2010 é inteiramente dedicado ao espírito desportivo e ao fairplay, que passam por três vertentes principais: praticantes, pais e treinadores/dirigentes; espero que esta iniciativa volte a ser um êxito.” Fernando Paulo recordou ainda o grande mentor do Xira, que já

conta duas décadas de existência. “Em 1990 era apresentado um projecto pelo professor Mário Silva, docente na Escola Secundária Alves Redol e treinador de basquetebol, que visava o desenvolvimento de quadros desportivos adaptados aos escalões etários de formação de algumas modalidades. Este projecto denominou-se Xira’2000, pois tinha

como horizonte temporal o ano 2000.” Mas o programa continuou para além do previsto e muitos outros – atletas, treinadores e dirigentes – contribuíram para lhe dar consistência. “Destaco o trabalho meritório de Flávio Andrade (Grupo Desportivo “Os Patuscos”), Fernando Lopes (Arsenal Desportivo de Alverca) e Paulo Eira (Fundação

CEBI).” Aos atletas, técnicos e dirigentes presentes, em representação de vários clubes e modalidades, foram distribuídos três folhetos: “compromisso do praticante/mensagem aos pais”, “código de conduta do treinador de jovens” e “dirigente”. Todos assinaram também um “cheque fair-play”. Recordamos que as modalidades em compita,

Da esq. para a Dta.: Mário Caetano, Daúto Faquirá, Fernando Ferreira e Mário Silva

destinadas sobretudo ao escalão infanto-juvenil, serão: basquetebol, futebol, futsal, natação e voleibol. Haverá ainda um “dia da modalidade”, aberto a qualquer desporto e a qualquer emblema, devendo as candidaturas ser apresentadas até 45 dias antes da realização do evento.

“Ser campeões na vida” Neste colóquio, organizado pela UALD – Universo de Actividades Lúdico-Desportivas, a temática da liderança começou por ser abordada pelo experiente técnico Daúto Faquirá. Dando exemplos concretos da sua vivência como treinador nas equipas de futebol por onde já passou, este procurou explicar o que é ser um líder, quer num balneário, quer numa empresa. “A mensagem que procuro transmitir, independentemente de estarmos a trabalhar a um nível amador ou profissional, é que façam sempre pela excelência, procurem fazer tudo com paixão, com amor e sigam os seus sonhos. A questão da liderança coloca-se sempre quando se trabalha com

grupos. A imagem do líder é a de alguém que não nasce líder mas que tem características de líder; e que depois trabalha, estuda e aperfeiçoa essa capacidade de liderança – seja a trabalhar com miúdos, jovens ou adultos.” Mário Caetano falou, por sua vez, em auto-conhecimento e valorização pessoal com vista a atingir objectivos concretos. Este coach desportivo de atletas olímpicos deu, através de exemplos, uma imagem de como trabalhar as competências de cada um com vista a atingir o melhor rendimento possível. Por fim, o experiente técnico Carlos Gonçalves deixou um alerta: vitória e derrota não se devem confundir com sucesso e insucesso. “O treinador de jovens é um exemplo e um modelo para os mais novos; e o treino dos jovens deve ser bem diferente do treino de alta competição. Há sobretudo que sensibilizar os mais novos (e os pais) que temos é que ser campeões na vida, pois na competição há apenas um campeão. Mas – atenção – treinamos para ganhar (nunca para perder) e treinamos para nos superar!”

Elisabete Lopes (Arcena) no Europeu de sub-21 de Taekwondo

M

aria Elisabete Lopes, 18 anos, atleta de taekwondo da RF GYM ArcenaApelação, disputou, entre os dias 6 e 9 de Novembro, o campeonato da Europa de Sub-21, vertente de combates, que decorreu na cidade de Vigo (Espanha). Vestir as cores da selecção nacional neste escalão etário foi um

feito para a praticante da Casa do Povo de Arcena, que se iniciou no taekwondo há cerca de 10 anos e que em 2009 se sagrou campeã nacional de combates de sub-21 e de seniores. À data do fecho desta edição (dia 6), ainda não sabíamos como correu a prestação da jovem atleta que, também este

ano, já havia sido chamada à selecção nacional para participar no Open Internacional de Peniche, onde só foi derrotada na final por morte súbita frente a uma francesa. Para o sensei Fernando Ferreira, a chamada de Elisabete Lopes à selecção nacional de combates de sub-21 é um feito para esta escola. “Foi excelente!

Aliás temos obtido grandes resultados, sempre com campeões nacionais e atletas a serem chamados às selecções; mas o ponto mais alto que alcançámos até hoje foi colocar uma atleta no europeu de sub21, penso que é algo único para a pequena localidade de Arcena.”

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“Futsal Dinâmico está na moda

DESPORTO. Aos fins-de-semana, cerca de duas centenas de atletas juntam-se para praticar futsal, em dois campos sintéticos cobertos, situados junto à entrada norte da cidade

Mário Caritas Hélder Dias

U

m antigo futebolista do FC de Alverca, David Vilela, e a esposa, Eunice Veloso, fundaram em Março deste ano um espaço virado para a prática do futsal que já consegue movimentar várias centenas de atletas, sobretudo aos fins-de-semana. “Futsal Dinâmico” é o nome deste projecto que promove a prática informal do referido desporto em dois campos de relva sintética, instalados em pavilhões cobertos pré-existentes situados à entrada de Alverca. Actualmente os responsáveis estão a promover a segunda edição de um campeonato e taça que conta já com a participação de 24 equipas, sejam grupos de amigos, sejam conjuntos que representam empresas da zona e arredores. “Realizamos uma 1.ª Liga e uma Liga de Honra, tal como acontece no futebol de onze a nível nacional, com 12 equipas participantes em cada liga. A prova dura cerca de três meses, ou seja, começou em Setembro e terminará sensivelmente no dia 20 de Dezem-

bro. Fazemos também uma Taça que decorre nos mesmos moldes da Liga Europa, ou seja, por grupos e depois a eliminar até à final, sendo que neste caso as equipas das duas ligas jogam entre si”, explica David Vilela. Por isso, os fins-de-semana são frenéticos e àquele espaço acorrem várias dezenas de atletas amadores e muitos acompanhantes para assistirem aos desafios. É caso para se dizer que o conceito do “Futsal Dinâmico” pegou de estaca e tem tudo para dar certo. “Devido ao campeonato que aqui realizamos e ao facto de cada vez mais pessoas conhecerem este espaço, as perspectivas são que este projecto vá crescendo.” Aliás, em Janeiro de 2010 está previsto o arranque da terceira edição desta prova, à partida já com uma terceira liga devido ao esperado acréscimo de inscrições. “Já tinha esta ideia há muitos anos, até porque em Alverca não existem espaços desta natureza. Vamos ver se corre bem”, sustenta David, salientado que qualquer grupo de pessoas pode alugar os campos: “Abrimos todos os dias a partir das 15h30 até haver clientes, chegamos a fechar à meia-noite e até mais tarde. ”

“Este espaço já fazia falta” Miguel Fernandes, responsável pela equipa “Rações de Arcena”, é um fã desta ideia. “Tivemos conhecimento do torneio e resolvemos entrar; somos um grupo de amigos, jogamos juntos desde miúdos e é a primeira vez que participamos. Penso que este espaço já fazia falta a Alverca, apesar de existirem outros pavilhões, portanto é uma mais-valia para a cidade.” E quais são os vossos objectivos na prova? “Vamos apostar sobretudo no campeonato, pois na taça já perdemos alguns jogos e é difícil passar à fase seguinte; mas em relação ao campeonato o nosso objectivo é subir à I Liga.” Marco Correia, de apelido “estradas”, responsável pela equipa “Comércio de Alverca”, refere, por seu turno, que esta é uma boa maneira dele e dos amigos se manterem em forma, já que no passado chegaram a jogar a um nível federado. “Éramos todos federados, depois deixá-

mos de jogar, mas agora juntamo-nos sempre aos fins-desemana, digamos que somos os «reformados»… (risos)” Quanto à prova, os objectivos passam pela subida à I Liga e a conquista da taça. “Queremos ganhar tudo o que pudermos: subir à primeira liga é o principal objectivo, se possível ficando em primeiro lugar na Liga de Honra; na taça vamos tentar ir o mais longe possível, sendo que na primeira edição fomos à final. Vamos tentar ganhar sempre!” A disputar a I Liga, Carlos Conceição, treinador e responsável pela equipa “Imoconceição”, aplaude esta ideia. “É uma ideia muito engraçada e está a juntar muitas empresas e gente de Alverca, para além de outro pessoal de fora. Não sei se a minha empresa já teve retorno com esta participação, mas é sempre bom promover o nosso nome e o desporto.” Quanto aos objectivos na prova, estes não podiam ser mais ambiciosos: “Os objectivos da minha equipa são ganhar tudo. Estamos em terceiro lugar no campeonato e a taça está a correr-nos bem.”

Os responsáveis David Vilela e Eunice Veloso

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SAÚDE. Dada a sua suavidade e segurança, o sistema de cativação ultra sónico elimina centímetros da barriga, nádegas, quadris e coxas sem qualquer efeito colateral. São boas notícias no combate à celulite e às gorduras localizadas, sem angústia, sofrimento ou dor

Fonte: empresas Cosmopura e Ibertronic

Uma nova arma no combate à celulite

antes Ana Filipa de Sousa

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em incisões nem cicatrizes, sem dor ou períodos de recuperação. È assim que se apresenta a mais recente técnica de combate à celulite e à gordura localizada. O novo tratamento de modelação corporal surge assim como a primeira solução não evasiva de lipoaspiração e é aconselhado por um cada vez maior número de especialistas, que não têm dúvidas de que a técnica tem uma enorme eficácia na destruição da massa adiposa localizada em zonas como o abdómen, glúteos ou ancas. Esta nova aposta na luta contra a celulite assenta na utilização de ultrasons focalizados e muito potentes que destroem as células de gordura, cujo conteúdo é depois transportado pelos sistemas linfático e vascular e eliminado de forma natural, como acontece com as gorduras normalmente depuradas pelo organismo. Para além de evitar as tradicionais intervenções cirúrgicas e de dispensar o uso de anestesia, o recurso à lipoaspiração não evasiva apresenta resultados visíveis depois de sete a dez sessões, que em norma devem durar quarenta minutos. Como é realizado localmente e com grande precisão, através de um pequeno

aparelho equipado com um sistema de bodyshaping subdémico, o resultado final pode ainda ser mais notório e estabilizado se as sessões forem acompanhadas de drenagens linfáticas. Empresas apostadas nesta nova técnica, afiançam, de resto, que “a intensidade produzida pelos ultrasons do aparelho tem uma enorme eficácia na destruição da massa adiposa e após um tratamento é possível uma redução imediata da circunferência, pelo menos em três centímetros”. E acrescentam que “o software deste tipo de equipamentos permite dosear, com exactidão, a profundidade dérmica onde se pretende a aplicação da máxima hipertermia, a correcta quantidade de energia e até a quantidade de frio necessário para a protecção dos tecidos externos de acordo com as áreas a tratar”. Para além de todas as vantagens, sublinham ainda que a nova técnica oferece excelentes resultados porque “os parâmetros pré-seleccionados proporcionam tratamentos seguros e rápidos”.

Os benefícios da fotofrequência Sendo um sistema multi-energético esta antes nova tecnologia não evasiva de lipoaspi-

após 4 sessões ração respeita a fisiologia da pele. Fotões, impulsos tróficos, gestão de temperatura externa e interna são as armas desta nova técnica que aposta na eliminação das mais difíceis imperfeições. A utilização da fotofrequência baseia-se no mecanismo de acção inovador, que actua ao transferir energia da superfície da pele até à derme e hipoderme, onde se encontram os tecidos nos quais se pretende actuar. Emitida sobre a forma de fotões, a energia produz um aquecimento que acelera o metabolismo e melhora a irrigação sanguínea e a drenagem. As mais recentes avaliações a este tipo de tratamentos realizadas, já este ano, pelo Instituto da Pele e Avaliação de Produtos, em Itália, confirmam, de resto, que a utilização da fotofrequência na correcção de aspectos inestéticos do rosto e do corpo permitem num simples tratamento aumentar em treze por cento a elasticidade da zona tratada e a microcirculação sanguínea. Por outro lado está comprovado que a espessura cutânea diminui cerca de 8,5 por cento e que o ratio visco-elasticidade aumenta 7,5 por cento.

após 2 sessões

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Fim de Ano na Ilha do Sal

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Cabo Verde: África minha, África sua

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rata-se de um destino “da moda”, durante todo o ano. Devido ao clima ameno e uma distância de Portugal de pouco mais de 3 horas de avião, é um destino extremamente apelativo. A Ilha do Sal tem um comprimento de 30km e 12km de largura. Com uma superfície de 216 km2, é das mais pe-

quenas ilhas de Cabo Verde. É também uma das ilhas mais áridas do arquipélago. A praia de Santa Maria tem 6km de extensão de areia branca, banhada por um mar azul turquês de águas límpidas que convida a prolongados momentos de lazer. É aqui que se encontram os melhores hotéis do país, possibilitando uma agradável estadia.

Documentos necessários: passaporte e visto Tempo de voo: 03h30m (aproximadamente) Capital: Cidade da Praia Moeda: Escudo cabo-verdiano (1 euro = 110, 265 cve.) Clima: tropical seco, com duas estações: estação seca de Novembro a Julho; estação das chuvas (aguaceiros) de Agosto a Outubro Gastronomia: As especialidades são a cachupa, a djagacida, a botchada e o molho capado, assim como diversos pratos de peixe sempre fresco e saboroso, sem esquecer a lagosta! Aconselhamos igualmente o grogue e o ponche, bebidas sobejamente conhecidas, bem como os queijinhos de cabra. Programa de Fim de Ano: Saída extra a 26 de Dezembro (SATA). 7 noites de estadia. Preços desde 799 EUR por pessoa (Hotel Central ***) até 1.559 EUR por pessoa (Hotel Riu Funana ****).

Fotos Soltropico

Consulte a Mundiclasse de Alverca 219 579 340

Viagem a Salamanca Fim de Ano no país vizinho

Locais de partida: Bucelas (junto ao BES às 06h45); Moscavide (junto ao Bingo às 07h15); Lisboa (junto ao Mundo das Ferramentas às 07h30). 31 Dezembro - Bucelas / Salamanca Pequeno-almoço: Aveiras “Restaurante “Pôr de Sol”. Último almoço do Ano no Restaurante “Chalé Suisse”. Salamanca: chegada ao Hotel Monterrey , distribuição de alojamento e tempo livre para os preparativos do reveillon. 1 Janeiro - Visita a Alberca Pequeno-almoço e almoço no Hotel, saída para visita à localidade de Alberca, com passagem pela

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Ciudad Rodrigo e regresso ao Hotel com jantar e alojamento.

Preço por pessoa: 485€; suplemento single: 100€

2 Janeiro - Salamanca Dia dedicado a esta histórica e cultural cidade Espanhola, com pequeno-almoço, almoço e jantar no Hotel. Visita com guia local.

O preço inclui: Autopullman de turismo; Alojamento em hotel de 4 estrelas em quartos duplos e triplos; Reveillon 2009/2010; 2 jantares, 4 almoços, 4 pequenos-almoços e bebidas às refeições; Seguro de Viagem.

3 Janeiro – Salamanca / Lisboa Depois do pequeno-almoço no Hotel, saída para o último dia desta viagem. Seia, transporte no comboio turístico para visita ao Museu, seguido de almoço no Restaurante “Museu do Pão”. De seguida damos início à viagem de regresso aos pontos de partida.

Oferecemos: A nossa companhia por um representante da Agência; Guia local em Salamanca; Visita a Alberca. Condições de pagamento: 1.º pagamento na inscrição 50€; 2.º pagamento 150€ até ao dia 20 Novembro; 3.º pagamento até ao dia

15 Dezembro. Hotel Monterrey (4 estrelas): O hotel está localizado no centro da cidade, na área comercial e monumental de Salamanca, a apenas dois minutos a pé da Plaza Mayor e dos principais monumentos, com acesso fácil ao Palácio de Congressos. Oferece 143 quartos, espaçosos e confortáveis, onde a elegância e o ambiente clássico se combinam com o conforto e serviços de data. Todos os quartos estão equipados com TV satélite, mini-bar, cofre, ar condicionado, aquecimento e secador de cabelo. Consulte a Turistejo em Bucelas 218 145 649

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41.º Aniversário da Fundação CEBI

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s alunos do Colégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI, em Alverca, vão ser os grandes protagonistas das comemorações do 41.º aniversário desta instituição, marcadas para o próximo dia 25 de Novembro. Espectáculos musicais e desportivos vão decorrer ao longo de todo o dia no interior da CEBI, dando dessa forma a conhecer um pouco melhor o trabalho que ali se realiza diariamente. Também nessa data, a partir das 19h00, terá lugar a já habitual sessão solene que começará com o discurso de boas-vindas do presidente do conselho de administração da CEBI, José António Carmo, seguido de um pequeno momento musical (protagonizado por alunos do colégio). O ponto alto será a entrega de uma condecoração póstuma – A Grande Cruz de Mérito - ao grande mentor da CEBI, José Álvaro Vidal, pelo Embaixador Pinto de França, chanceler da Ordem de Mérito.

na Ficha Técnica Redacção, Publicidade e Direcção Morada: Qta. de Stª. Maria – E.N. 10, 2615-376 Alverca do Ribatejo Contactos: Tel. 219589130 Fax. 219589145 E-mail’s: redaccao.na@gmail.com comercial.na@gmail.com paginacao.na@gmail.com director.na@gmail.com Director: António Castanho Director-adjunto: Nuno Lopes Editor: Mário Caritas Redacção: Ana Filipa Sousa, Jorge Talixa e Pedro Castelo Colaboradores: Adriano Gabriel; Ana Ameixa; Paula Gadelha; Goreti Luis e Virgílo Figueira (Beleza); Rui Vitória (Desporto); Carlos Mendes (Direito); Luís Ferreira Lopes (Economia); Olga Fonseca e Paula Atouguia (Sociedade) Grafismo e Paginação: André Porêlo Fotografia: André Porêlo e Mário Caritas Publicidade: Afonso Braz, Jorge Ferreira e Júlio Pereira Secretariado: Isabel Pinto e Lurdes Farinha Impressão: CIC - Centro de Impressão Coraze Tiragem: 13.500 exemplares Propriedade: CCS – Cultura e Comunicação Social, S.A. Contribuinte: 502788569 Registo ICS: 109974 Depósito legal: 78298/94 Fundado em: 1984 Medalha de Mérito Cultural Cidade de Alverca’ 2004

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Obriverca apresentou “maior projecto privado do país” SOCIEDADE. O “Multiusos Oriente” é a mais recente aposta da Obriverca. Eduardo Rodrigues continua a dar cartas e apresentou aos jornalistas aquilo que considera ser “um projecto de referência a nível europeu”. Mário Caritas

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“patrão”da Obriverca, Eduardo Rodrigues, apresentou, no passado dia 5, a sua mais recente aposta: o “Multiusos Oriente”, situado na zona oriental de Lisboa, entre o Parque das Nações e a zona antiga de Moscavide, numa área de 10 hectares onde outrora funcionou a antiga fábrica da pólvora (INDEP – Indústrias de Defesa Nacional). Trata-se de um ambicioso projecto, com conclusão prevista para o final de 2010, constituído por um condomínio habitacional fechado, centro comercial, retail park, galeria comercial, equipamentos sociais – centro de dia, centro de saúde e pavilhão polidesportivo – e ainda pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. À semelhança de outras realizações desta construtora, sedeada em Alverca, é dada uma grande preponderância às áreas exteriores pedonais e ajardinadas, algumas

privativas, outras públicas. Com o projecto de arquitectura a cargo da CPU e arquitectura paisagista da Topiaris, o investimento global estimado cifra-se nos 150 milhões de euros. Na cerimónia pública de apresentação do projecto, Eduardo Rodrigues sublinhou tratar-se de “uma referência ímpar no urbanismo contemporâneo na zona oriental de Lisboa, com uma área total de implantação superior a 100 mil metros quadrados”. O construtor foi ainda mais longe ao afirmar tratar-se do “maior projecto privado do país e uma referência a nível europeu”. Antes confessara aos jornalistas presentes que nutria um sentimento muito especial pelo empreendimento em causa porque “no passado fora um espaço onde se trabalhava para matar pessoas, ao passo que no futuro será uma agradável zona de lazer e de estar”. Está também prevista a criação de cerca de 1.200 postos de trabalho, potenciando a atracção de investimento público e privado.

Micro-cidade multifuncional Na prática, trata-se do nascimento de uma micro-cidade dentro da cidade, que alia habitação com comércio e serviços públicos. Ou seja, é um projecto multifuncional que vai muito para além do mero conceito tradicional de urbanização. “É preciso ter coragem para assumir uma obra desta dimensão, mas só assim é que é possível sair da crise”, acrescentou o magnata, confiante no sucesso deste negócio: “Já temos cerca de 70% dos andares vendidos, acredito que esta será uma obra paradigmática.” O condomínio habitacional – “Condomínio Oriente” – ocupa uma área de aproximadamente 14.000 metros quadrados, mais de metade dos quais são destinados a espaços verdes, incluindo uma piscina privativa. Este condomínio fechado é constituído por três edifícios de habitação num total de 77 apartamentos de

luxo, dotados da mais moderna tecnologia, com tipologias entre o T2 e o T7, e preços de venda ao público que variam entre os 350 mil e o milhão e 250 mil euros. Dizer também que o Plano Director Municipal obrigou a que apenas 25% da área urbanizada fosse para habitação, sendo os restantes 75% destinados a

comércio e serviços. O “Multiusos Oriente” (concelho de Loures) junta-se assim a outros projectos emblemáticos da Obriverca, com destaque para o “Alcântara-Rio” e “Jardins de Braço de Prata” (Lisboa), “Villas do Forte” (Loures), “Mar da Califórnia” (Sesimbra) e “Praia da Marinha Resort” (Algarve).

“Plaza Garden Caffé” afasta insegurança No Jardim de Alverca, reabriu um espaço que durante muitos anos animou a população: a outrora “Máscara” deu lugar ao “Plaza Garden Caffé”. E o jardim ganhou novos adeptos.

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antigo café/snack-bar “Máscara” do Jardim Municipal José Álvaro Vidal, em Alverca, deu lugar ao “Plaza Garden Caffé”. Após uma obra de fundo que implicou a remodelação total daquela área, este espaço comercial reabriu em Outubro e promete dar uma nova vida àquela zona. “Pensamos que o jardim irá renascer”, sublinham os novos arrendatários, Carla Militão e Hugo Ribeiro, que são também os sócios-gerentes do restaurante italiano “Douggas” na Quinta da Ómnia. Aqui servem-se refeições e petiscos, aliados a uma variedade de gelados e bebidas “diferentes”. Coexistem espaço interior e esplanada (coberta), ambos decorados com motivos que transmitem tranquilidade e energia positiva. “Alverca precisava de um sítio assim”, afirmam, convictos, os responsáveis que não temem eventuais cenas de insegurança como as que aconteceram no passado. “Não tivemos medo de pegar nisto e dotámo-lo com toda a tecnologia existente no mercado em termos de segurança.”

“Antes não vinha para aqui”

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Para os utentes do jardim municipal, a reabertura daquela zona comercial é positiva e já fazia falta. Que o diga Nídia Silva, uma professora aposentada que agora elege os bancos do jardim como local de leitura diária. “O jardim está mais seguro, mais tranquilo. Antes não vinha para a parte de cima, limitava-me a ficar junto à estrada nacional, mesmo durante o dia, ao passo que agora estou à vontade. À noite é que ainda não vim muitas vezes passear para aqui, penso que a iluminação artificial podia ser melhor.” Também Francisco Sousa, guarda do campo de ténis, é da opinião que a reabertura da antiga “Máscara” é positiva a todos os níveis: “Veio dar mais alegria ao jardim, mais segurança. Agora as pessoas vêm passear mais à vontade. Este espaço já fazia falta, penso que será bom sobretudo no Verão. A iluminação artificial do jardim é que podia ser melhor, pois há muitas lâmpadas fundidas.” Ainda em relação ao “Plaza Garden Caffé”, dizer que abre diariamente entre as 10h00 e as 23h00, com música ao vivo aos fins-de-semana e a possibilidade de alargamento do horário no futuro. “Vamos com calma. Queremos sobretudo dinamizar e propor coisas diferentes”, concluem Carla e Hugo. Mário Caritas

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