Ministrando Libertação dos Pecados Sexuais

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Copyright©2016 por Claudio Alberto de Jesus Almeida Todos os direitos reservados por: A. D. Santos Editora Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 Curitiba – Paraná – Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

Capa:   Rogério Proença Editoração:   Manoel Menezes Acompanhamento Editorial:   Priscila Laranjeira Impressão e acabamento:   Gráfica Exklusiva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ALMEIDA, Claudio Alberto de Jesus Ministrando Libertação dos Pecados Sexuais / Claudio Almeida – A.D. Santos Editora, Curitiba, 2016. 104 páginas. ISBN – 978.85.7459-405-7 1. Educação sexual   2. Bíblia   3. Cristianismo CDD – 230.3 1ª edição: Outubro de 2016. Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:


Agradecimentos

Ao meu Senhor que pela sua Graça fui alcançado e resgatado da perdição, levando-me a viver debaixo da sua Misericórdia. À Comunidade Evangélica de Mesquita, minha igreja, onde tenho experimentado amor e apoio ministerial. Ao casal Syl Farney e Patrícia, meus pastores, irmãos e amigos. Obrigado pelo discipulado e mentoreamento de longos anos. Ao MIBE (Ministério de Intercessão e Batalha Espiritual) pela parceria e intercessão. À Editora A. D. Santos por acreditar no meu trabalho e em particular à amiga Priscila Laranjeira por todo apoio e orientação. Muito obrigado! À minha amada esposa Dayse Almeida, por tudo que temos vivido nesses 25 anos de casados, alegrias e tristezas, prosperidade e escassez, saúde e doença mas tudo sob o propósito Divino. Obrigado meu amor pela parceria, sem você esse trabalho não seria realizado. À minha filha Daniella Costa Almeida Vale Rangel e ao genro (filho) Lucas Vale Rangel de Jesus. Vocês são bênçãos de Deus para minha vida. Amo vocês! A você leitor, que esta obra alcance os anseios do seu coração e seja um instrumento auxiliar no crescimento e fortalecimento da sua vida e ministério. iii


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Prefácio

Claudio Almeida, um amigo precioso, daqueles que a gente conta nos dedos de uma das mãos, amigo há mais de duas décadas. Trata-se de um homem capacitado na área de libertação. Capacitado pela qualificação teórica mas, principalmente, na prática ministerial em libertação. Na prática ministerial, cuidando de vidas que foram libertas, Claudio percebeu quantas pessoas se tornaram presos por questões ligadas à sexualidade. Daí o nascimento deste livro que está em suas mãos. Tenho certeza de que estamos diante de um assunto entres os mais relevantes para nosso tempo e de uma obra de leitura agradável e suave, embora se trate de um tema tão denso. A questão da sexualidade é um dos temas mais complexos e controversos da humanidade. Em diferentes épocas, nas mais diversas abordagens de pesquisas, essa questão passou por elucubrações distintas. A própria perspectiva cristã da sexualidade também passou por alterações. Diversos dogmas e tabus, no ponto de vista cristão, já caíram por terra no percurso da história. A partir da segunda metade do último século, a questão aqui tratada passou a ocupar um espaço privilegiado na preferência dos debates e da atração e atenção das pessoas em todo o mundo.

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Juntamente com o maior interesse no assunto, veio também uma busca desenfreada por liberalidade nas questões relacionadas com a sexualidade e suas práticas. Infelizmente, a busca por essa liberalidade trouxe também muitos equívocos que foram danosos para a sociedade contemporânea. Uma das marcas deste século é o relativismo. Valores absolutos passaram a ser percebidos como heresias para o Homem do Século XXI, ávido por liberdade e felicidade a qualquer custo. Na onda do hedonismo deste século, o importante é ter prazer e ser feliz. Nesta busca de prazer a qualquer preço, as pessoas estão se tornando escravas de seus próprios prazeres e, consequentemente, das amarras do maligno. Quiçá você abra seu coração para as verdades revelados nas páginas a seguir, experenciando, assim, o início de uma jornada de conhecimento e libertação. “Conhecereis a verdade e a verdade os libertará” (Jo 8.32) Francisco Syl Farney da Silva Psicólogo e Pastor da Comunidade Evangélica de Mesquita, Rio de Janeiro, Brasil. Autor de “O Deus Desconhecido”.

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Recomendações

Os pecados sexuais têm destruído relacionamentos e famílias inteiras. Sejam praticados em secreto ou às claras e assumidamente, eles têm uma força que rouba a energia, a alegria e a esperança, por isso é muito oportuno este conteúdo que visa ministrar libertação ao indivíduo e às famílias. O autor é atuante na área e investe tempo e dedicação buscando restaurar vidas que se encontram aprisionadas em vícios e pecados. Seu investimento, bem como o de sua esposa Dayse, têm obtido resultados significativos e muitas pessoas têm sido libertas. Após a leitura você compreenderá que a verdadeira liberdade está na pessoa maravilhosa de Jesus Cristo e que, uma vez liberto, você será muito mais feliz! Priscila Laranjeira Publicitária, professora, gerente editorial e autora com 36 títulos publicados.

Desde os primórdios da história da humanidade até os dias atuais, conflitos de natureza sexual se constituem em uma parte integral – e por vezes confusa – da experiência humana. É um dilema que todos conhecem, mas que poucos abordam com a abrangência, a clareza, a inteligência e a profundidade de Claudio Almeida. Recomendo este livro com a convicção de quem acabou de ler uma obra de vii


importância singular, para educadores, pregadores e formadores de opinião. Dr. Sergio Elias Mestre em Divindades e Doutor em Ministérios pelo Emmanuel Christian Seminary, Johnson City, Tennessee, USA; autor de “Heróis Anônimos”

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Sumário

Agradecimentos.................................................................iii Prefácio.............................................................................. v Recomendações................................................................ vii Introdução.......................................................................11 I – Uma Perspectiva do Sexo e suas Influências na Sociedade....................................................................17 II – Consequências Sociais, Emocionais e Espirituais Observadas em uma Sociedade Sexualmente Pervertida.........................................................................53 III – Caminhos para Libertação (voltando para casa)........65 IV – O Papel da Igreja na Construção de uma Sexualidade Bíblica e Saudável..........................................73 V – Processo de Libertação...............................................83 Conclusão........................................................................89 Anexos.............................................................................91 Oração.............................................................................97 Bibliografia.......................................................................99

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Introdução

Certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo irresponsavelmente. E havendo gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai: e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se ao seu pescoço e o beijou. E o filho disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegramo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a festejar o seu regresso. Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos ser11


vos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo. O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: Olha! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! Disse o pai: Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado. A Parábola do Filho Pródigo descrita no evangelho segundo Lucas 15.11-32, tem sido, quase sempre, apresentada exclusivamente como a história clássica da misericórdia de Deus para com o pecador, onde a expressão máxima do amor de um pai é revelada quando esse recebe de braços abertos um filho ingrato que, finalmente, se arrepende dos seus desvarios e regressa à casa paterna. Neste contexto temos três indivíduos com personalidades e anseios distintos. De um lado temos a figura do pai bondoso, cuidadoso sempre disposto a perdoar; do outro, o filho mais novo personificando o homem pecador totalmente fora dos propósitos divinos e o filho mais velho, a figura do crente que tem a alma atormentada pelos desejos do mundo, mas que não busca ajuda e sofre calado a sua dor. O que vemos é uma família com sérios problemas de relacionamento. Os filhos, embora criados trabalhando com o pai, agora estavam crescidos, começam a ter suas próprias opiniões e a definirem o rumo de suas vidas. O mais novo 12


insatisfeito com a vida monótona que levava ao lado do pai e do irmão, sempre recebendo ordens, começa a sonhar com uma vida de aventuras. O mais velho não deixa transparecer que em seu coração também há uma insatisfação em servir ao pai; entretanto, permanece calado, abraça a sua “missão” de ser responsável, fiel e confiável. O regresso do pródigo nos dá uma visão exata do desgaste entre os irmãos, onde finalmente o mais velho desabafa com o pai e coloca todo o seu ressentimento e sua amargura para fora: “... vindo, porém, esse teu filho...”. Não esboça nenhum sentimento de carinho ou alegria com o regresso do irmão, apenas lamenta por não ter transgredido as leis da família e não ter sido compensado por sua “lealdade doentia”. Esses irmãos enfrentam sérios problemas relacionais e comportamentais. Entende-se que o humano é sempre paralelo às influências espirituais que nos acompanham. As pessoas que chegam até nossas igrejas vêm de lares destruídos, são vítimas de abandono, rejeições, abuso sexual, mergulharam no universo do ocultismo ou fizeram ligações iníquas de almas através de práticas sexuais fora do casamento. Uma das maiores dificuldades de líderes é manter essas pessoas firmes e transformá-las em discípulos de Jesus. Numa outra extremidade temos pessoas fiéis a Deus, mas que ainda travam uma luta desesperada com seus desejos pecaminosos. Não buscam ajuda, vivem vagando dentro das igrejas, gemendo de forma inaudível, secando como folhas no outono, arrastando suas correntes invisíveis. São prisioneiros livres de Satanás. Tendo a narrativa do pródigo como pano de fundo, vamos caminhar dentro da área da libertação sexual de 13


forma inteligente, detectando as causas e os sintomas dos males e problemas espirituais que se alojam em áreas específicas da vida de uma pessoa em razão de brechas ou legalidades concedidas. De forma contextualizada apresentaremos uma perspectiva bíblica do sexo frente às influências perniciosas na sociedade contemporânea. V.12 – “... Dá-me parte da fazenda que me pertence...” Não era normal a divisão de herança antes da morte do pai, mas, em casos especiais, o pai repartia a herança ainda em vida, porém, administrava toda a propriedade até a morte. Então, o pecado desse filho não foi reivindicar a sua parte na herança antes da hora e nem ter saído de casa. Em algumas famílias onde seus integrantes estão em posições erradas é até saudável que essa separação aconteça para a reorganização familiar. O pecado desse filho foi assassinar o seu pai no seu coração. Ele queria romper com os vínculos familiares, por isso em momento algum o pai argumentou para que ele ficasse. Ele amou tanto esse filho, que o deixou ir, mesmo sabendo que essa era a pior escolha. V.13a – “... partiu para uma terra longínqua...” Juntou o que era seu e partiu para um lugar onde a presença do pai não seria mais um incômodo e nem teria que se moldar ao sistema familiar. Decide ir para uma região onde ninguém o conhecesse, onde não seria mortificado pela presença do pai. Saiu alimentando a ilusão de independência, disposto a cultuar seus próprios desejos, mas em breve sofre com as consequências dessa má conduta, 14


pois quando não se trata de forma responsável as dores, traumas, rejeições, abandonos, abusos, distúrbios sexuais e outros, abre-se uma porta para a entrada de espíritos atormentadores. O Espírito Santo se relaciona com o espírito do homem, entretanto, as brechas podem atingir de forma sistemática o corpo e a alma causando um endemoniamento, ou seja, atuação maligna em uma área específica da vida do indivíduo, como por exemplo, a sexualidade. V.13b – “... e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo irresponsavelmente”. Esse homem passa a viver uma vida devassa, misturando-se com prostitutas, deixando-se levar pelo pecado dando legalidade para demônios atuarem em sua vida, totalmente fora dos propósitos de Deus. Ele quebra a comunhão com o Pai Celestial e abre as portas para a entrada de demônios. “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então dá luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. Tiago 1.14 Atrás de cada pecado esconde-se um espírito de caráter maligno. “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia”. Provérbios 28.13

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A omissão de pecados traz ruína espiritual e falta de prosperidade. Ocultar transgressões também destrói a estrutura da vida. A sua existência passa a ser extremamente dura e a pessoa ao invés de experimentar a misericórdia, está sempre sendo espancada na vida, enquanto um pecado é encoberto, ele não é perdoado. Quero deixar um alerta para você. Em nosso ministério, temos recebido diversas pessoas querendo um aconselhamento pastoral na área de libertação. Quando isso acontece, a primeira coisa que procuramos saber é se ela está debaixo de uma autoridade espiritual (sacerdote de Deus) e se esse líder tem pleno conhecimento de onde e porquê ela está buscando ajuda. Nesse ponto alguns desistem, pois não querem ajuda, querem na verdade um cúmplice. Não consigo entender como alguém consegue caminhar ao lado de quem não se confia. O discurso é sempre o mesmo: “pastor o que vão pensar de mim, eu sou um líder, sou exemplo para minha família, se eu confessar meu ministério, meu casamento vai ser destruído”. Pecados têm que ser confessados, primeiramente para Deus para que haja o perdão que está intrinsecamente ligado a “Salvação” e depois para a pessoa que tem autoridade sobre sua vida, para que haja cura da “alma”. Não abro mão disso. Se você está escondendo pecado seu ministério e/ou seu casamento não vai acabar. Já acabou! “Enquanto eu mantinha escondido os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer”. Salmo 32.3 Seu silêncio alimentará Satanás, enquanto você não confessar caminhará debaixo de um peso de culpa. 16


I Uma Perspectiva do Sexo e suas Influências na Sociedade

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. (Gênesis 1.27,28)

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As questões ligadas à sexualidade sempre foram cer-

cadas de tabus e preconceitos. Comparando-se ao século passado, houve uma evolução considerável, fala-se mais no assunto, porém as informações que chegam à grande massa através dos meios de comunicações, rádio, televisão, cinema e Internet, são sempre impregnadas de erotismo e pouco esclarecimento. Mulheres e homens têm seus corpos nus expostos nas propagandas, telenovelas e reality shows onde num ritual exibicionista somos convidados a dar “apenas uma olhadinha”. A história tem mostrado as transformações pelas quais a sociedade vem passando através das últimas décadas. No tocante a sexualidade, o conceito de “homem” e “mulher” baseado apenas pela formação biológica passa a ser visto por outro ângulo: a identidade de gênero, que se refere ao gênero em que a pessoa se identifica ou como ela se vê: homem ou mulher. Nessa corrente, mudanças cada vez mais tendem apagar o modelo tradicional de família: marido, esposa e filhos, pois uma crescente parte de heterossexuais optam pelo não casamento e filhos, enquanto que o universo LGBTTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) busca direitos legais para a formação de família através do casamento e da criação de filhos. Fecham-se os olhos ao trafico de prostitutas e homossexuais e abrem-se os ouvidos para as músicas sensuais que estupram as mentes. Tudo isso para alimentar a grande máquina do sexo que produz violência e morte. Entende-se que a sexualidade é a própria vida, num processo que vai do nascimento até a morte. “Como e com 19


quem será a minha primeira transa?”, “masturbação causa espinha?”, “virgindade provoca câncer?”, “existe sexo na terceira idade?”, “brochar? Eu? Nunca?”. Esses são alguns dos questionamentos debatidos quase que diariamente nas redes sociais, blogs e tutorias do sexo. São tantas as informações, que é preciso filtrar, pois nem tudo que se diz é verdade. Há uma urgência de que o tema seja abordado com maior seriedade e com o mesmo grau de importância e responsabilidade que qualquer outro assunto, tais como espiritualidade ou políticas públicas e sociais. Entender as mudanças físicas e psíquicas que acontecem desde o nascimento e abrir espaços seguros e com informações relevantes para que se possa discutir amplamente o assunto, são práticas fundamentais para diminuir o índice das “DSTs” (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e dos “Distúrbios Psicossexuais”, reduzir os casos de gravidez na adolescência e, concomitantemente, os abortos voluntários praticados por adolescentes, jovens e adultos. O tabu aumenta exponencialmente no ambiente eclesiástico. Quase não se fala sobre o assunto ou quando surge o debate, ele vem sempre recheado com uma postura normativa cheia de repreensões e interpretações particulares. Sendo assim, crianças, adolescentes, jovens e casais ficam sujeitos aos conceitos estabelecidos pela sociedade, alimentando-se das informações deturpadas que circulam pelo mundo globalizado.Compreende-se que a sexualidade vai estar presente em todo o ciclo da vida. A Igreja, enquanto formadora de opiniões e mudança de mentalidade, precisa entender o seu papel informativo, para que se possa viver uma sexualidade plena, dentro dos propósitos bíblicos, 20


para isso será preciso sair da omissão e tratar do assunto com simplicidade, seriedade e responsabilidade.

1.1. Sexualidade e Sexo Quando se trata do desenvolvimento sexual é primordial entender noções básicas acerca de sexo e sexualidade. O sexo é biológico, mas a masculinidade e a feminilidade são aprendidas. O sexo envolve um conjunto de características anatômicas e fisiológicas que abrangem o corpo humano, que por sua vez dará a identidade biológica, ou seja, o senso de macho e fêmea. Os órgãos sexuais dos meninos e das meninas têm uma notável mudança na adolescência e puberdade. Esse crescimento é acompanhado de profundas alterações fisiológicas que desempenham importante papel no desenvolvimento da personalidade. Por esse motivo, é preciso entender a descrição anato-mofisiológica dos órgãos sexuais. Esses, tanto nos homens quanto nas mulheres, possuem uma parte interna e externa. Na genitália masculina a parte externa compreende o pênis e o escroto (onde se encontra os dois testículos, o epidídimo e partes do canal deferente); e a interna é constituída de canais deferentes, duas vesículas seminais, próstata e dutos ejaculadores. Na genitália feminina a parte externa, também denominada vulva, consta de monte pubiano, lábios maiores e menores, clitóris, glande, vestíbulo da vagina e orifício vaginal. A parte interna é formada pelos dois ovários, pelas trompas de Falópio, útero e vagina. A construção da sexualidade envolve a complexidade da sensibilidade de dar e receber afeto (independente de 21


envolver uma relação sexual ou não), visando promover a inter-relação humana, buscando a confirmação do amar e ser amado, numa construção individual com padrões comportamentais diferentes, estando assim, o ser humano sujeito a profundas interferências sociais, psicológicas, espirituais e culturais na construção de sua sexualidade.

1.1.2. Sexualidade Passo a Passo Mesmo antes de a criança nascer, a mãe e o pai constroem muitas expectativas a respeito do sexo e do que é ou não apropriado para o bebê. A cor das roupas, os brinquedos e a relação dos pais entre si já começam a formar a identidade da criança. Até 02 anos de idade, a criança desenvolve a sua sexualidade pelo toque. O contato com os pais, quando os bebês são segurados, afagados e acariciados é muito importante. Por volta dos três meses, o bebê começa a chupar o dedo, acariciar o próprio corpo e, também, os órgãos genitais, descobrindo que são fontes de prazer.últimas Entre 03 e 04 anos, a criança demonstra interesse pelas diferenças entre os sexos e começa a fazer perguntas. O menino compara o tamanho do pênis com o do pai e pergunta se o dele também vai crescer. A menina quer saber se terá seios e pêlos como sua mãe quando crescer. Vão se divertir fazendo cócegas, tocando os próprios órgãos genitais e os de outras crianças. Dos 04 aos 05 anos, as perguntas sobre sexualidade costumam se tornar mais frequentes e devem ser respondidas à medida que apareçam de maneira simples e dentro 22


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