Master Thesis in Architecture – The Replan PART I

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COMPONENTE TEÓRICA * PLANO URBANÍSTICO E PAISAGÍSTICO DA MARGEM ESQUERDA

T

COMPONENTE TEÓRICA

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA EUAC – ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA | 2014/15 | AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA



COMPONENTE TEÓRICA * PLANO URBANÍSTICO E PAISAGÍSTICO DA MARGEM ESQUERDA

T

NOTA Para total compreensão desta Tese de Mestrado, torna-se fundamental a leitura das duas partes inseparáveis de um todo: a Componente Teórica e Prática.



A seguinte Tese, intitulada de “The Re-Plan — Plano Urbanístico e Paisagístico da Margem Esquerda em Coimbra”, encontra-se inserida na Prova Final de Curso do Mestrado Integrado em Arquitectura. A sua realização, irá permitir uma reflexão aprofundada, sobre todos os elementos abordados ao longo dos anos curriculares. A cidade de Coimbra surge como objecto de estudo a esta Tese, mais concretamente o território da margem esquerda, denominado de Santa-Clara. Como habitante e utilizador desta cidade, este trabalho é apresentado como uma oportunidade de desenvolver soluções, que pretendam culmatar algumas problemáticas que a margem mencionada tem vindo a apresentar, ao longo dos anos da sua evolução. Todo o conteúdo apresentado, faz parte de duas grandes vertentes inseparáveis de um todo: a componente teórica e prática. A componente teórica apresenta-se assim, subdividida em Introdução e Análise, servindo como fio condutor, para a elaboração da componente prática e sua Conclusão, resultando no grande plano urbanístico, de seu nome, “The Re – Plan”. A elaboração do estudo da cidade, tema tão amplo e difuso, apresenta uma abordagem breve e sucinta, delineando alguns dos importantes marcos da sua origem e evolução, como território urbano. Todo o desenvolvimento da prova, destaca o elemento delimitador e estruturante da cidade — o rio Mondego, uma peça essêncial desta. O trabalho apresentado, é sustentado através de todo o material de apoio (anexos, bibliografias, glossário).



THE RE-PLAN

COMPONENTE TEÓRICA

PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

00. THE RE–PLAN — A TEMÁTICA DO CONCEITO

09

00. PLANEAMENTO? URBANISMO? — CONCEITOS

11

INTRODUÇÃO

ANÁLISE

01. COIMBRA —DA ORIGEM À CIDADE DO CONHECIMENTO

02. MARGEM ESQUERDA – UMA MARGEM EM EXPANSÃO

04. AVALIAÇÃO—À ESCALA DA CIDADE (2014)

Breve Introdução

15

Margem Esquerda – O plano de 1991

42

Tipologia do Edificado

Localização e sua Delimitação

16

Freguesia de Santa–Clara

45

Evolução do Edificado Zoneamento do Território

01.1 O ESPAÇO FISICO

Vias de Comunicação

02.1 OS NOVOS EQUIPAMENTOS

Características Orográficas

18

O Estádio Universitário

47

O rio Mondego como elemento separador

20

As Escolas

48

Estrutura Viária como elemento orientador

22

Portugal dos Pequenitos

51

Estratégia Planeadora da cidade – Cidade Romana

23

BIBLIOGRAFIA

02.2 O PROGRAMA PÓLIS Conceito

52

Cidade Medieval

25

Eixo – João das Regras

53

Cidade Seiscentista

26

Parque Verde

54

Ocupação da Margem Esquerda

27

Evolução Pós-Pólis – O Plano 2014

56

01.2 A SUA EVOLUÇÃO

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS

03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA

Primeiro Plano Oficial (1845) – As duas margens

28

Do Passado ao Presente

61

Irmãos Goullard (1874) – Uma nova Baixa

29

Do Presente ao Futuro

62

Caminhos de Ferro, Uma evolução na margem

31

Novos Vazios Urbanos

63

Margem Direita – O Plano 1991

32 03.1 CASOS DE APLICAÇÃO Espaços de Ócio

64

A zona Ribeirinha

35

Espaços de Oportunidade

66

Praia Fluvial 1935

37

Espaços como Cenário

68

Navegabilidade

38

01.4 VIDA FLUVIAL

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA



THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

00. The re-plan — a temática do conceito

construir

apreciar

poderão ser complementares.

Com um significado universal, pela sua terminologia inglesa,

Por exemplo, a Re-Construção de um equipamento exis-

apoia-se também, de um prefixo no qual, se agregam vários

tente poderá ser complementado com uma nova Re-Urban-

termos de extrema relevância para a realização desta prova.

ização de um terminado local, garantindo assim a homogeniedade dos espaços.

De subtítulo “Planeamento Urbanístico e Paisagístico da

pensar

utilizar

The “Re-Plan”, é o título principal adoptado para esta prova.

Margem Esquerda – Coimbra”, este remete-nos para um

Em suma, serve o presente texto, como uma breve expli-

significado mais concreto.

cação, para a utilização da temática “The Re-Plan”, ou seja, um novo Re-Planeamento do território estudado.

Contudo, este projecto, não será o primeiro desenho para

desenhar

a margem esquerda, mas sim um Re-Desenho do território, que se vai adaptar aos anteriormente existentes.

circular

Re-

viver

istentes no território abordado, bem como, os vários tipos de ocupação, nomeadamente o edificado, terrenos públicos

criar

avaliar

Todo este processo, envolve uma série de elementos já ex-

e privados, vias de acesso, entre outros não menos importantes. Sendo que, o resultado final, resulta de uma equação de

organizar

urbanizar

planear

todas as variáveis apresentadas (as existentes e as novas). A abordagem num território previamente ocupado, com ou sem planeamento prévio, deverá ter um carácter Re-Avaliador, procurando sempre futuras potêncialidades. Sendo um território de vasta dimensão, apresenta diferentes tipos de vivência e disposição. O Re-Planear de uma estrutura de tal dimensão, implica uma Re-Organização de forma prioritária, hierarquizando assim, os diversos procedimentos por categoria e importância. Estes, não se deverão sobrepôr, sendo que em alguns casos

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

00. THE RE – PLAN | A TEMÁTICA DO CONCEITO

09



THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

00. planeamento? URBANIsmo? — conceitoS “Contemplar cidades pode ser especialmente agradável, por

respondendo às fortes necessidades de uma civilização em

mais vulgar que o panorama possa ser... a cidade é a con-

constante evolução.

strução no espaço, mas uma construção em grande escala, algo perceptível no decurso de longos períodos de tempo.” 1

Em suma, o Urbanismo consiste num planeamento ordenador de um projecto, através de um conjunto de práticas e

Tal como Kevin Lynch transmite através dos seus textos, é

ideias para uma cidade.

necessário compreender a cidade como a construção de um todo, num determinado espaço fisico, durante um deter-

Esta actividade multidisciplinar e de alguma forma com-

minado espaço de tempo.

plexa, deverá também recorrer às diversas áreas de conhecimento tais como: geografia, geologia, ecologia, ciências

Esta compreensão, implica perceber o processo de origem

sociais, entre outras, que contribuam para uma correcta e

evolutivo de uma cidade, ou seja, o seu contínuo planea-

aprofundada abordagem à cidade.

mento ao longo dos tempos. Este conceito é a chave para uma vida saudável em comuniDesde sempre, que a ocupação de um determinado ter-

dade, onde existe uma interacção entre habitantes, através

ritório, exige um Pré-Planeamento, mesmo que inconsci-

dos varios organismos, particularmente, económicos, soci-

ente, baseia-se no seu espaço físico e nas necessidades da

ais, civicos e culturais.

actualidade (sociais e económicas). Através desta transformação, surgem novos espaços e com eles um novo conceito: a urbe.2

Estes organismos correspondem a uma organização da vida orgânica e adaptável a que somos sujeitos.

Esta inconsciência necessária, acompanha-a através de um

Desde o viver, o trabalhar, o passear, o namorar, o casar, o

novo conceito: o de “Urb-anizar”. Uma necessidade con-

procriar até à morte. São estas as variáveis, que ajudam na

stante de tornar um espaço selvagem, num espaço civico

transformação quando as cidades são pensadas e planea-

e urbano.

das.

Como conceito, o Urbanismo 3 é “a técnica de organizar as

“Sem deixar de reconhecer as enormes vantagens e possi-

cidades com o objectivo de criar condições satisfatórias de

bilidades dos novos meios de comunicação, continuamos

vida nos centros urbanos”

a pensar que os locais de reunião públicos, como praças,

Esta disciplina permite assim, controlar o planeamento da

passeios, cafés, casinos populares, etc., onde as pessoas

cidade assim como a sua “Urb-anização”, respeitando sem-

podem encontrar-se livremente, apertar as mãos e escolher

pre a época e o local em questão.

o tema de conversa que lhes agrade, não são coisas do pas-

Comportando-se como uma ciência humana e aplicada,

sado e, ainda que devidamente adaptadas às exigências de

insere-se no contexto de uma sociedade em crescimento,

1. 2. 3. 4.

hoje, devem ter o seu lugar nas nossas cidades.” 4

in Lynch, Kevin – A imagem da Cidade | Edit. 70 Arquitectura e Urbanismo Urbe: “Palavra de origem etrusca, Urbs passou a designar a cidade de Roma intramuros por excelência ... Em termos gerais, a urbe indicava uma zona de habitação...” in Infopédia [Em linha] | Porto: Porto Editora, 2003-2014 in wikipédia portuguesa in C.I.A.M., El Corazón de la Ciudad, Hoepli, S.L., Barcelona

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

00. PLANEAMENTO? URBANISMO? | CONCEITOS

11



THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

introdução 01. coimbra da origem à cidade do conhecimento

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01. COIMBRA | DA ORIGEM À CIDADE DO CONHECIMENTO

13



THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

0.1 coimbra — breve introdução Envolta de história e tradição, a cidade de Coimbra é con-

Surgindo como um elemento separador ao território, a sua

hecida como sendo uma cidade fundamentalmente univer-

linha de água, divide a cidade em duas margens: a esquerda

sitária, cuja universidade é das mais antigas do mundo.

e a direita.

Com mais de 30 mil estudantes e mais de 143 mil habitantes

Esta separação, levou a população a criar uma maior con-

este centro cultural e intelectual português, é um destino

centração na margem direita, inicialmente pelas suas ca-

que tem vindo a inspirar artistas, poetas e escritores ao lon-

pacidades defensivas, entre outras razões mais à frente

go das décadas.

abordadas (Estratégia Planeadora da Cidade —pág. 23).

São longas, as tradições, cheias de emoção e sentimen-

Esta estratégia adoptada, leva claramente a uma vivência de

to que se vão transmitindo pelas serenatas, através dos

opostos, a região da alta (local de implantação da universi-

alegres rituais académicos.

dade) e a baixa (local de comércio).

Sendo definida como a cidade mais histórica da região, Co-

Por oposição, desde sempre que a margem esquerda, tem

imbra tem vindo a acolher costumes e alguns dos monu-

vindo a ser um território com ocupação secundária.

mentos mais apreciados do distrito. É nesta, que se encontram pelo menos três importantes As ocupações romanas e o domínio medieval, ainda hoje

obras religiosas da cidade: O mosteiro de Santa-Clara-

com vestigios espalhados por todo o distrito, podem ser

a-Velha, o mosteiro de Santa-Clara-a-nova e o convento

contemplados desde a Figueira da foz, através do seu cas-

São-Francisco.

telo em Montemor-o-Velho até às antigas ruinas de Conímbriga.

Por serem locais de clausura e isolamento da população, estes equipamentos religiosos, foram implantados no Arra-

Pela sua centralidade, foi considerada em tempos capital,

balde .5

sendo presentemente considerada a terceira cidade de Portugal.

Contudo, presentemente nesta margem, a taxa populacional está em crescimento, não só por razões económicas, mas

Constituida pelas suas ruelas estreitas, caminhos sinusoida-

também por uma procura cada vez maior, de zonas mais

is, pátios e arcos medievais, esta cidade de origem romana,

afastadas dos centros agitados das cidades.

reflecte a sua paisagem mais antiga no elemento natural que é o rio Mondego.

Por outro lado, existem ainda, alguns equipamentos e serviços de apoio à cidade, tal como o Estádio Universiário

As suas águas calmas, transformam-se num enorme espel-

ou o Parque da Canção.

ho de água virado para a cidade.

5.

Arrabalde: “localidade situada perto de uma cidade, da qual depende; subúrbio; arredor.” in Infopédia Porto: Porto Editora 2003-2014

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01. COIMBRA | BREVE INTRODUÇÃO

15


01. COIMBRA | LOCALIZAÇÃO E A SUA DELIMITAÇÃO

16 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

0.1 localização e sua delimitação Coimbra, está localizada na região centro de Portugal, pertencente à sub-região do Baixo Mondego e da Beira Litoral.

nicípio com cerca de 320 km² de área, estando subdividida em 18 freguesias. (fig. 2) Este município delimita-se a norte pelo município de Mealhada, a leste por Penacova, Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo, a sul por Condeixa-a-Nova, a oeste por Montemor-o-Velho e a noroeste por Cantanhede.

Fig. 1 | PORTUGAL CONTINENTAL

Banhada pelo rio Mondego, esta cidade, é sede de um mu-

Fig. 2 | MAPA CONCELHO – COIMBRA

É também considerada ,o maior núcleo urbano da zona.

Devido ao seu vasto território, o seu estudo teve de ser delimitado tendo em conta dois factores essênciais: a proximidade das duas margens e o elemento fluvial que as separa, o rio Mondego. Esta delimitação, irá abranger as duas zonas opostas de mais elevação, tendo também em conta, as origens de ocupação, assim como, as suas evoluções. (fig 3) Em suma, todas as informações e análises recolhidas, serão sempre baseadas, tendo em conta a área delimitada.

efectuada uma nova delimitação (margem esquerda). Esta será mais reduzida, permitindo assim um estudo mais aprofundado e detalhado do território seleccionado. (fig 4) Apesar de limitada, esta será abordada tendo em conta os pontos limítrofes, assim como, o território da margem opos-

COMPONENTE TEÓRICA

ta (margem direita).

T

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Fig. 3 | DELIMITAÇÕES – MAIOR E MENOR ESCALA

Como peça de estudo e numa vertente mais localizada, é


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

0 25

50

100m

n Fig. 4 | DELIMITAÇÃO DA PEÇA DE TRABALHO – MARGEM ESQUERDA (AV. CONIMBRIGA | AV. GUARDA INGLESA | SUB–LIGAÇÕES)

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01. COIMBRA | LOCALIZAÇÃO E A SUA DELIMITAÇÃO

17


01.1 O ESPAÇO FÍSICO | CARACTERÍSTICAS OROGRÁFICAS

18 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.1 O espaço fisico carateristicas orográficas “Em geografia, chama-se orografia ao estudo das nuances do relevo de uma região.” 6

Com o propósito de compreender da melhor forma o espaço fisico e as suas características, torna-se imprescindível entender a importância do relevo geográfico, no desenvolvimento da região e futuro planeamento. Coimbra, conotada como sendo uma cidade de relevo acidentado, preenchida por montes e vales é demarcada especialmente, pelo vale do rio Mondego, que como elemento separador de território, se prolonga ao longo do distrito, tal como os seus afluentes rio Alva e Ceira. Terminologias como a zona “alta” e “baixa”; a “montanha“ e o “vale”, são aplicadas para caracterizar esta dualidade de espaços que se encontram a cotas opostas. Estes, serão sempre, factores determinantes, para o planeamento da cidade. Desde a sua implantação, que a margem direita detém uma maior densidade populacional. Presentemente, a esta margem, ainda são atribuidas as terminologias de “baixa” ou “baixinha”, zona comercial; e a “alta” de Coimbra, um espaço previligiado e dedicado à Universidade.

tencente à freguesia de Santa-Clara, não tem as mesmas características urbanas da margem oposta. Contudo, em virtude do património existente na freguesia, esta tem vindo a sofrer alterações evolutivas, numa aproxi-

COMPONENTE TEÓRICA

mação mais directa à margem direita.

T

6.

in wikipédia portuguesa

Fig. 5 | MAPA TOPOGRÁFRICO DA REGIÃO DE COIMBRA

Apesar da sua similar orografia, a margem esquerda, per-

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Autor André ribeiro carreira gomes tereso | Tutor Arq. nuno graça moura

01.1 O ESPAÇO FÍSICO | CARACTERÍSTICAS OROGRÁFICAS

19


01.1 O ESPAÇO FÍSICO | O RIO MONDEGO COMO ELEMENTO SEPARADOR

20 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.1 O espaço fisico O rio mondego como elemento separador “Os romanos chamavam Munda ao rio Mondego. Munda significa transparência, claridade e pureza. Nesses tempos as suas águas eram assim.” 7

Como parte integrante do território e elemento separador, o rio Mondego, é o quinto maior português, cujo curso se

coimbra

localiza inteiramente em Portugal. Nascendo na Serra da Es-

CIDADE

trela, desagua na foz do Oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz. (fig 7) Percorrendo um longo vale apertado, cortando rochas graniticas e formações metamórficas, é o rio que banha a cidade de Coimbra. (fig 6) Devido às cheias do rio, foram construidas diversas barragens, entre elas a da Aguieira. Estas barreiras controladoras das águas, transformam as correntes do rio, num espelho gracioso e calmo para a cidade.

Fig. 6 | LOCALIZAÇÃO DO RIO MONDEGO NA CIDADE DE COIMBRA

Actualmente, existe uma pequena embarcação turistica, Basófias de seu nome, que permite realizar um pequeno cruzeiro ao longo do rio. Desde os primórdios, que este elemento fluvial, foi de extrema importância para a sustentabilidade da cidade, não só pelos factores de navegação, agricultura, pesca e turismo, mas também como lazer e desporto. A sua utilização tem-se revelado útil para as diversas modalidades desportivas tais como: o remo, a canoagem, natação de águas abertas e até o triatlo. Recentemente surgiu junto à margem direita, o Parque

figueira da foz foz rio FOZ do DO RIO

COMPONENTE TEÓRICA

Verde, espaço público de lazer mais próximo do rio.

T

7.

coimbra

in wikipédia portuguesa

Fig. 7 | CUSO FLUVIAL DO RIO MONDEGO

Fig. 7 | Curso fluvial do rio mondego

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21 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

serra da estrela nascente NASCENTE

aguieira

barragem BARRAGEM

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA


01.1 O ESPAÇO FÍSICO | ESTRUTURA VIÁRIA COMO ELEMENTO ORIENTADOR

22 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.1 O espaço fisico estrutura viária como elemento orientador A presente existência dos eixos terrestres, assim como o seu cruzamento com a via fluvial, torna-se um dos factores determinantes para a implantação e desenvolvimento da cidade. Não esquecendo também, a sua favorável corrente fluvial, navegável à data. “Provavelmente terá sido pela situação junto a uma corrente fluvial que Coimbra foi preferida em detrimento de Conímbriga.” 8

Apenas sob sustentação de hipóteses, sabemos que o traçado romano estaria condicionado pelo rio. Estas vias, habitualmente sujeitas ao atravessamento de um rio, surgiam através de pontes de pedra, ocupando de imea.

A

CAR

atravessariam essas vias legionárias.

BRA

diato, um terreno capaz de suportar as grandes cargas, que

Todavia, a transformação do vale fluvial, assim como o constante assoreamento, fez desaparecer todos os testemunhos deste traçado de atravessamento (da ponte de pedra

B.

até à de ferro).

aeminium

es e Visconde da Luz. Porém, Vasco Mantas

9

propõe um

O

SIP

IS OL

traçado diferente começando na Portagem, atravessando o Arnando seguindo a directriz da Avenida Fernão Magalhães.

BO

ra (Lisboa / Braga), faz coincidir-se com a rua Ferreira Borg-

BA D

EL

A

Assim sendo, esta via militar de orientação Olissipo / Braca-

(fig. 9) Presentemente, este percurso é legivel na malha urbana, assim como na estrutura cadastral da baixa de Coimbra. Fig. 9 | VIA ROMANA – AEMINIUM

COMPONENTE TEÓRICA

legenda

T

Fig. 8 | PORTUGAL – VIAS ROMANAS

8. 9.

in Ribeiro, Ana Patricia – Coimbra Poesia e Prosa, Coimbra 1998 In Mantas, Vasco Gil – Biblios, Vol LXVIII´ | Coimbra, 1992

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A. VIA PRINCIPAL B. ALTERNATIVA TRADICIONAL – SEGUNDO VASCO MANTAS


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.1 O espaço fisico Estratégia Planeadora da cidade

DUS

CAR

14. 15. 7.

“ A escolha de determinado sítio para instalação de um

Localizada na colina, inicialmente supõe-se que a cidade

aglomerado pode obedecer a variadas razões, de nature-

não fosse murada, tendo em conta as altas escarpas, que

za mágica, religiosa, militar, económica, lúdica mas em

funcionavam como muralhas naturais. Também as próprias

qualquer dos casos tem um conteúdo funcional.” 10

caracteristicas do território romano, tão efectivo, ajudavam para que não se evidenciassem inimigos no território.

DEC

5.

UM

6.

ANU

3.

S

10. 9. 11.

1. 13.

4.

8. 2. 12.

Desde a sua origem, que a lógica de aglomerado, está directamente ligada ao lugar de implantação e suas carac-

“ A própria construção do forum num local que obrigou a

terísticas.

tão onerosos e complicados trabalhos de organização do

Como já referido, numa necessidade de defesa, proxim-

terreno, parece destinado a criar artificialmente um centro

idade da água, capacidade dos terrenos comportarem a

da cidade, circunstância que talvez se relacione com uma

construção, entre outras razões, são à priori factores deter-

anterior organização do espaço que era ocupado pela Uni-

minantes, para a escolha do lugar.

versidade.” 12

A construção da cidade é baseada numa dualidade: a Alta

A localização do forum, assim como o Criptopórtico que o

e a Baixa.

suporta é justificado, através da sua centralidade e a possibilidade de reunir diversas partes da cidade em torno desta.

Esta separação, por consequências tográficas, resulta di-

n 0

75

150

Fig. 10 | AEMINIUM – CIDADE ROMANA legenda

300m

rectamente, de uma forma de vida ligada ao poder insti-

Como já mencionado, devido às condicionantes topográfi-

tucional e religioso na cota alta, em oposição ao comércio e

cas, torna-se inconclusivo o que seria o verdadeiro modelo

vida fluvial, que se localizam na cota baixa.

da cidade romana.

Situando-se numa colina dominante, entre a serra e a plan-

Contudo, é através do ainda existente Criptopórtico, que

icie, este ponto de alta evidência, ajuda assim, a uma fácil

como testemunho, revela a capacidade técnica romana,

defesa e um difícil acesso.

que sobre a colina acidentada procura uma estabilidade, repondendo através do modelo teórico de Vitruvio (Cardus –

A estrutura da cidade de Coimbra, quando outrora, era denominada de Aeminium 11, não é concreta.

Relativamente à origem do traçado das vias da Aeminium,

1. PRETORIUM (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTROLO MILITAR) 2. PÓRTICO DE ENTRADA –BELCOUCE 3. ENTRADA – ALMEDINA 4. ENTRADA DENOMINADA MAIS TARDE DO CASTELO 5. FORUM 6. PORTO OU CAIS

Decumanus). (fig. 10)

Contudo, é atraves de Coimbra, como cidade Romana, que

apesar de não ser conclusivo, supõe-se que a regularidade

surgem os primeiros testemunhos sobre o planeamento da

existente na zona Alta, seja uma herança do traçado Ro-

cidade.

mano.

7. BANHOS PÚBLICOS OU TERMAS 8. AQUEDUTO 9. ANFITEATRO 10. NINFEO 11. TEATRO 12. CEMITÉRIO 13. PONTE EM PEDRA 14. VIA OLISSIPO–BRACARA AUGUSTA 15. LINHA DE ÁGUA

10. 11. 12.

in Fernando, José – O lugar da cidade Portuguesa, pág. 82 | Lisboa, 1987 “Emínio (em latim Aeminium) é uma antiga cidade romana construída ... atual cidade portuguesa de Coimbra” in wikipédia portuguesa In Mantas, Vasco Gil – Notas sobre a Estrutura Urbana de Aeminium – Biblios, Vol LXVIII, pág. 507 | Coimbra, 1992

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.1 O ESPAÇO FÍSICO | ESTRATÉGIA PLANEADORA DA CIDADE

23


COMPONENTE TEÓRICA

01. INTRODUÇÃO | CONCEITOS DE URBANISMO

24

T

PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.2 a sua evolução cidade medieval

32. 17. 38.

episcopal e posteriormente, a cidade muçulmana, que at-

14.

35. 34.

Numa sucessão da velha Aeminium, surge uma Coimbra ravés da força das armas, desenharam uma nova fisionomia

24.

à cidade.

13. 33.

37.

Com a passagem dos diferentes povos, das suas crenças e

18. 15.

27.

36. 21. 38. 16.

formas de viver, Coimbra sofre uma intensa urbanização, di-

7.

25.

3.

9. 4.

26. 8.

rectamente ligada a uma maior mobilidade social. Torna-se

6.

assim uma cidade vinculada a uma inovação étnica e civi-

29.

lizacional. 12.

30. 5.

28. 1.

31.

2.

estimulo de reconquista, receptiva e independente, fronteira da cristandade promíscua de cruzados, monges, colonos,

20.

mercadores, bispos e arquitectos” 13

23. 19.

“Coimbra construida na dialéctica entre o Norte e o Sul,

11.

Através da articulação entre a cultura cristã e muçulmana,

10.

constroi-se assim uma nova Coimbra.

22.

É nesta colina, de olhos virados para o rio, que se levanta uma muralha, que a envolve completamente. Sendo que a maior fortificação desta cinta muralhada, era realizada em pontos menos acentuados, nomeadamente à Porta de Almedina e do Castelo.

n 0

75

150

Neste espaço tão contido e protegido, econtrava-se a

300m

acáçova (residência dos reis e corte), o castelo, assim como diversas igrejas, entre elas, a Sé Velha, a principal do reino,

Fig. 11 | CIDADE MEDIEVAL

por ser episcopal.

legenda 1. ALCÁÇOVA

16. IGREJA S. BARTOLOMEU

31. RUA DOS FRANCOS (ACTUAL FERREIRA BORGES)

O forte crescimento urbano, deve-se a uma vontade de uni-

2. CASTELO

17. IGREJA SANTA JUSTA

32. RUA DE CORUCHE (ACTUAL VISCONDE DA LUZ)

3. PAÇO DO BISPO

18. CONVENTO S. DOMINGOS

33. RUA DOS TINTOREIROS (ACTUAL RUA DA LOUÇA)

ficação territorial, assim como, à utilização das terras fron-

4. SÉ EPISCOPAL

19. PONTE

34. RUA DA MOEDA

5. IGREJA S. PEDRO ALMEDINA

20. EDIFICIO DA UNIVERSIDADE DINISIANA

35. RUA DOS CALDEIREIROS (ACTUAL RUA DIREITA)

6. IGREJA S. JOÃO ALMEDINA

21. PRAÇA VELHA

36. RUA DOS FRANCESES

7. IGREJA S. SALVADOR

22. CALÇADA DA ESTRELA

37. RUA DA JUDICIARIA (ACTUAL CORPO DE DEUS)

8. IGREJA S. CRISTOVÃO

23. COURAÇA DE LISBOA

38. DEMARCAÇÃO DAS FREGUESIAS PELAS LINHAS DE ÁGUA

9. PORTA ALMEDINA

24. COURAÇA DOS APÓSTOLOS

10. PORTA BELCOUCE

25. RUA DOS COUTINHOS

11. PORTA GENICOCA

26. RUA DA ILHA

12. PORTA DO SOL OU CASTELO

27. RUA DO CABIDO

13. PORTA NOVA

28. RUA DO QUEBRA– COSTAS

14. MOSTEIRO DE SANTA CRUZ

29. RUA DAS COVAS

15. IGREJA SANTIAGO

30. RUA LARGA

teiriças, até à data sem ocupação. “Um estado não se funda, vai-se formando” 14

13. 14.

in Costa, Alexandre Alves, Coimbra é Portugal Inteiro | Via Latina, pág. 304, Coimbra In Mattoso, José, Portugal Medieval – Novas Interpretações

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.2 A SUA EVOLUÇÃO | CIDADE MEDIEVAL

25


01.2 A SUA EVOLUÇÃO | CIDADE SEISCENTISTA

26 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

27.

50.

7.

01.2 a sua evolução cidade seiscentista

6. 5.

49. 4. 33.

Reunindo aos poucos, os elementos que a constituiem, a nação, sofre várias fases de desenvolvimento. Aos poucos,

51. 3. 8.

inicia-se um processo de unificação, de uma comunidade

31.

2. 37. 1.

munida de tradições e cultura própria.

30.

28.

Com a mudança da corte para Coimbra, o país torna-se mais unificado e centralizado.

34.

32. 25.

12. 40.

O Mosteiro de Santa Cruz, torna-se um elemento directivo no planeamento da cidade, não só a nível religioso,

11.

económico, mas também cultural. Ainda sem uma definitiva instalação da Universidade, aquele

18.

dedicava-se ao estudo e ao ensino.

43.

Este interesse no ensino, faz despoletar uma série de colé-

44.

gios em toda a cidade.

9.

16. 35.

O alargamento do espaço é demarcado pelo século XV.

16.

19.

22.

42. 20. 17.

21.

24.

39. 24.

47. 18.

Com a definitiva transferência da Universidade em 1535,

13.

48.

29.

46.

45.

51.

15. 23. 38.

14.

36.

surge imponente na urbe, a rua de Santa Sofia, recta, larga e delimitada por edificios grandiosos, os colégios.

39. 51.

No século XVI, a sociedade encontrava-se dividida em duas comunidades: o clero e o povo; e estudantes e não estudantes. n

Com a universidade impulsionadora, em grande parte devi-

0

75

150

300m

do à transformação urbana, inconscientemente altera a estrutura social, mental e politica, até aqui implementada. Surge, uma nova Re-estruturação do espaço urbano, com a

legenda

realização de diversas obras em arruamentos, praças, cais,

1. MOSTEIRO DE SANTA CRUZ

14. COLÉGIO DA SANTISSIMA TRINDADE

27. HOSPITAL DE S. LÁZARO

40. RUA DO LOUREIRO

2. COLÉGIOS DE S. MIGUEL

15. COLÉGIO DAS ORDENS MILITARES

28. REGULARIZAÇÃO DO LARGO DE SANSÃO

41. RUA LARGA

3. COLÉGIO DE S. BERNARDO

16. COLÉGIO DE SANTA RITA

29. REGULARIZAÇÃO DO LARGO DA SÉ

42. RUA DOS LOIS

4. COLÉGIO DE NOSSA SRA. DO CARMO

17. COLÉGIO DE S. PAULO | ERMITA

30. ARRANJO DA RUA DAS FIGUEIRINHAS

43. RUA DE S. JOÃO

5. COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA

18. COLÉGIO DE SANTO ANTÓNIO DA PEDREIRA

31. ARRANJO DA RUA DE MONTARROIO

44. RUA DO NORTE

6. COLÉGIO DE S. PEDRO

19. COLÉGIO DE SANTO ANTÓNIO DA ESTRELA

32. ARRANJO DA RUA CORPO DE DEUS

45. RUA DO BORRALHO

7. COLÉGIO DE S. TOMÁS

20. COLÉGIO DOS LOIOS

33. RUA DA SOFIA

42. RUA DOS LOIS

8. COLÉGIO DE S. BOVAVENTURA

21. COLÉGIO DE S. BOAVENTURA

34. PAVI. DA CALÇADA (ACTUAL VISCONDE DA LUZ)

46. RUA DE S. PEDRO

9. PAÇOS DE UNIVERSIDADE

22. COLÉGIO DE TOMAR

35. MELHORAMENTOS DA ENTRADA DA CIDADE

47. RUA DE ENTRE COLÉGIOS

10. COLÉGIO DE S. PEDRO

23. COLÉGIO DE S. BENTO

36. OBRAS NO CAIS DO CEREEIRO

48. LARGO DA FEIRA

11. COLÉGIO DE JESUS

24. COLÉGIO DE S. PAULO

37. LARGO FRONTEIRO AOS COLÉGIOS DE S.MIGUEL

49. IGREJA DE S. DOMINGOS

12. COLÉGIO DAS ARTES

25. COLÉGIO DE SANTO AGOSTINHO

38. AQUEDUTO DE S. SEBASTIÃO

50. PORTA DE STA. CRISTINA

13. COLÉGIO DE S. JERÓNIMO

26. HOSPITAL REAL

39. RECONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO DA PONTE

51. LIMITES DAS PROP. DOS COLÉGIOS

COMPONENTE TEÓRICA

ponte, entre outras.

T

Fig. 12 | CIDADE SEISCENTISTA – MARGEM DIREITA

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.2 a sua evolução ocupação da margem esquerda 1.

“O sitio era atraente. Os outeiros suaves e verdes campos

Este burgo sedutor, assim como a sua paisagem, torna-se

fertilizados pelo rio enganador atrairam ainda no século XIV

de maior interesse, pelas pessoas mais ricas da cidade, en-

o infante D. Pedro e D. Inês.” 15

6.

contrando-se delimitadas num território de apertadas muralhas.

É no mesmo periodo de construção do Mosteiro de Santa

2.

5.

Cruz, que nesta tão antiga e histórica cidade, que em 1132,

Todo o ambiente conventual, os laranjais, as especies ár-

é mandada edificar uma nova ponte sobre o Mondego.

boreas (lameiros, outeiros), os fios de água, tornavam assim Santa – Clara, o éden da cidade.

2.

3.

Com o rio a correr, em estreito e fundo leito, este elemento

4.

de ligação entre as margens, era de grande utilidade para a

Perante tal interesse por estas características, surge um

reconquista, colonização e segurança da margem esquerda.

novo grupo de habitantes, de bom nome e grandes posses.

Antes da sua conclusão e a montante dela, surge, o mosteiro

A sua deslocação para esta margem, traz com ela, uma

de Sant’Ana, destinado a freiras, dando início ao primeiro

nova fundação de quintas, entre elas a Quinta das Lágrimas.

gesto de urbanização na margem esquerda do Mondego. O rio foi alargando, em consequência das areias do aluvião Passado quase meio século, surge a juzante da ponte, o

que se acumulavam no seu leito.

Convento S. Francisco, mais tarde conhecido como S. Francisco da ponte.

Por já não ser suficiente, em 1513, surge uma nova ponte em pedra, com guardas em todo o seu comprimento. Mais

n

7. 0

75

150

300m

Com o surgimento deste aglomerado, pertencente à freg-

elegante, pousa sobre vinte e quatro arcos de altura signif-

uesia de S. Bartolomeu, estabelecem-se os primeiros habi-

icativa, possibilitando assim a passagem de barcos serra-

tantes da povoção, ainda hoje reconhecido como um bairro

nos.

da cidade. Santa-Clara, recebia assim a ponte, continuada por um viaContudo, tal como tinha acontecido com os conventos, por

duto apoiado em fortes arcarias.

consequente acumulação das areias do Mondego, origina o Fig. 13 | CIDADE SEISCENTISTA – MARGEM ESQUERDA

aumento do leito do rio, forçando os habitantes a fixarem-se

Este passava entre os conventos Sant’Ana, S. Francisco da

legenda

em território de cota mais elevada.

Ponte e pela frente da porta do mosteiro de Santa-Clara.

1. PONTE AMPLIADA 2. ZONAS AGRICOLAS 3. MOSTEIRO DE SANTA–CLARA–A VELHA 4. VIA ROMANA

Foi no principio do século XVI, que novas construções se foram estendendo do lado sul do convento de Santa Clara-

5. CONVENTO DE S. FRANCISCO

a-Velha em direcção ao monte, afastando-se do rio avas-

6. MOSTEIRO DE SANT’ANA

salador.

7. QUINTA DAS LÁGRIMAS

15.

in Arquivo Coimbrão – Vol. X, Santos Conceição | Coimbra, 1947

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.2 A SUA EVOLUÇÃO | OCUPAÇÃO DA MARGEM ESQUERDA

27


01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | PRIMEIRO PLANO 1845

28

2 1

b A b

b 5 b 3

4 c

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS PRIMEIRO PLANO 1845

COMPONENTE TEÓRICA

Expectação, surge assim, o primeiro levantamento concreto

T

n

Realizado por um estudante, de seu nome, Isidoro Emílio da

6

0

50

150

300m

da cidade, incluindo também a margem esquerda. Com uma ocupação crescente, visivelmente na margem di-

Fig. 13 | AXIONOMETRIA – ANO 1845 PRIMEIRO LEVANTAMENTO OFICIAL

reita, o restante território é ocupado por zonas arborizadas e

legenda

de agricultura. Na margem esquerda, o edificado existente

A. BAIXA ANTES DA INTERVENÇÃO (1845)

3. COVENTO DE SÃO FRANCISCO

B. TERRENOS AGRICOLAS E ARBORIZADOS

4. MOSTEIRO DE SANTA CLARA-A-NOVA

C. JARDIM DA QUINTA DAS LÁGRIMAS

5. MOSTEIRO DE SANTA CLARA-A-VELHA

1. UNIVERSIDADE DE COIMBRA

6. QUINTA DAS LÁGRIMAS

é caracterizado na sua maioria por equipamentos religiosos.

2. IGREJA DE SANTA CRUZ


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

6

5

Pelo seu acentuado declive, a expansão da cidade não per-

4

A’

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS uma nova baixa

mitia um prolongamento uniforme, sendo que o seu desenvolvimento, foi sendo realizado pelas colinas do Vale da Cruz. Esta consequência territorial, trouxe um novo planeamento, sendo que em 1889, a Câmara Municipal mandava construir a rua do Mercado Municipal e anos mais tarde, o prolongamento criaria a Avenida Sá da Bandeira. Esta nova estratégia planeadora, marcava assim a evolução definindo a praça 8 de Maio, assim como o Mosteiro de

3

2 1

Santa Cruz como os elementos centrais da cidade. Fig. 15 | AXIONOMETRIA DELIMITADA – BAIXA PÓS – INTERVENÇÃO

Fig. 14 | AXIONOMETRIA DELIMITADA – INTERVENÇÃO IRMÃOS GOULLARD 1974

da cidade de Coimbra, ligando a zona baixa e a zona alta,

Apesar de existirem vários desenhos e plantas da cidade ao longo da sua evolução, só em 1845 Isidoro Emílio da Expectação realiza um levantamento mais concreto, incorporando também a margem esquerda. Contudo, em 1874 é concluido o primeiro levantamento rigoroso da cidade à escala 1:500, proposta que os irmãos Goullard ganharam, num concurso aberto pela Câmara. Os irmãos Goullard, criam assim a evolução da artéria urbana da Visconde da Luz e da rua Ferreira Borges, um eixo comercial da cidade desde há muitos anos. Esta artéria torna-se mais evidente, após o alargamento e demolição de parte do edificado. As suas caracteristicas estreitas e sinuosas criavam o estrangulamento do trânsito, que circulava diáriamente até a ponte na Portagem. Criava-se assim uma nova ligação linear até a rua da Sofia.

legenda A’. LINHA DE CORTE E DEMOLIÇÃO 1. NOVA PONTE DE FERRO 2. LARGO DA PORTÁGEM 3. PRAÇA VELHA (COMÉRCIO) 4. PRAÇA 8 DE MAIO 5. LIGAÇÃO À RUA DA SOFIA 6. CRIAÇÃO DA RUA NICOLAU FERNANDES

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | UMA NOVA BAIXA

29


COMPONENTE TEÓRICA 01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | CAMINHOS DE FERRO, UMA EVOLUÇÃO NA MARGEM

30

T


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS caminhos de ferro, uma evolução na margem Na segunda metade do século XIX, surgem os caminhos de

económicos e de facilidade de construção, viria a adoptar-

ferro em Portugal, um dos principais eixos de desenvolvi-

se a actual directriz do ramal.

mento económico e modernização do país. Essa directriz, iria interceptar vias de resguardos, cais de Como primeiro plano, delineava uma prioridade em ligar Lis-

mercadorias e também as desembocaduras das ruas da

boa ao Porto, passando assim pela cidade de Coimbra.

cidade baixa que vinham dar à margem do Mondego, contaminando assim uma das mais belas Avenidas de Coimbra,

No final do século XIX, as margens são consolidadas defini-

deixando a estação na periferia da cidade, longe dos cen-

tivamente, ampliando assim o largo da portagem.

tros de principal circulação.

Através desta extensão, surge também o Parque da cidade

O plano de transformação e melhoramentos em Coimbra

e a avenida Emídio Navarro, que se desdobrava em duas

era assim desviado pela estação de Caminhos de Ferro.

faixas, articuladas por uma estreita placa central arborizada. Ao longo da zona ribeirinha, por via das linhas férreas, assim Estas intervenções vieram mais tarde a servir de suporte às

como os baixos custo dos terrenos, originaram equipamen-

estações de caminhos de ferro, assim como às respectivas

tos industriais, que se iam establecendo aí, facilitando as

linhas.

importações e exportações.

No inicio do século XX, o troço Coimbra – Lousã, foi inau-

Este acelerado proliferamento de edificado fabril, criava as-

gurado, resultando num novo ramal, que começou com 4

sim uma rápida expansão, sendo mais tarde, elaborada a

viagens, demorando o trajecto cerca de hora e meia.

Avenida Fernão Magalhães, permitindo uma ligação mais directa entre a Casa do Sal e a Portagem.

“A nova Estação de Caminhos de Ferro que se está a construindo no Largo das Ameias, junto ao cais do Mondego constitui, com o Ramal, na sua actual directriz, um aleijão tão mostruoso na urbanização da Baixa de Coimbra e trás no futuro tais incovenientes e prejuizos para a cidade ...” 16

O planeamento para a estação dos caminhos de ferro não agradava à Câmara de Coimbra, pois o seu desenho não coincidia com o plano de reconstrução da cidade da baixa, uma das maiores aspirações para Coimbra. Contudo, subordinado ao primeiro plano, por motivos

16.

in A nova Estação de Caminhos de Ferro de Coimbra – Câmara Municipal de Coimbra, pág. 6 | Coimbra Editora, 1929

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | CAMINHOS DE FERRO, UMA EVOLUÇÃO NA MARGEM

31


01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | A MARGEM DIREITA – O PLANO DE 1991

32 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

5

4

5

3 A 6

n

A margem direita o plano 1991 0

A evolução dos tempos, fez surgir na cidade, novos

50

150

300m

COMPONENTE TEÓRICA

equipamentos, serviços e infra-estruturas. A sua

T

adaptação é realizada através de sucessivos planeamentos. O traçado da linha ferrea, surgindo junto à zona ribeirinha proporciona, uma proliferação de zonas industriais e fabris. A cidade transforma-se, adaptando-se.

Fig. 17 | AXIONOMETRIA – ANO 1991 legenda A. COIMBRA A — ESTAÇÃO NOVA B. ESTAÇÃO COIMBRA – PARQUE

3. EVOLUÇÃO DO EQUIPAMENTO INDUSTRIAL

C. PARQUE DA CIDADE

4. AVENIDA FERNÃO DE MAGALÃES

D. TERRENOS AGRICOLAS E ARBORIZADOS

5. PALÁCIO DA JUSTIÇA

1. PONTE EM BETÃO

6. VIADUTO COM ACESSO À CASA DO SAL

2. LARGO DA PORTAGEM


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

B c

2

d

a 1

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.3 FACTORES EVOLUTIVOS | MARGEM DIREITA – O PLANO DE 1991

33


01. INTRODUÇÃO | CONCEITOS DE URBANISMO

34 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

Econsul virmanum es? Batuspi mihicus iam ac tis nes nos

Igit clerestrem me poreis, obsente postimis conorit corede-

molutem inatus, non terfinique opos caesticiorem tris ceri-

perei publicaet nocuppl. Cas hae que obsena, elic retisse

bun untiam o auconsilis Cas Mulatea tienduc fac tem perors

nihiliceris, ca cae pra essatuam serio, conitestuus, opotandi-

ad ius rei sununum.

cae que diur, C. Ividem cone tam dicia L. Mulocchum is dio,

Soli etorbitam ocrices idi, que consi fui publin ta, quam inpris

conit? Te, etem tu menat, utus bonequam. Ximurem vigit.

perum mus, num di patem dit, co is. Sat. Hum rebus, non

O teaticatili idem testarei tatum por potienatquit inte notan-

tala desilius, Ti. Ex nihin aci fac res eti, sena, us ina, quam

di erferios haeconsus Catiam ad C. Nox nihilic avehende-

omnici sulicam ina, dem med atrores sidesceris, Cat.

mus, fac retoris peris hoctus cotistrentem quo hicusul ici-

Oximus, Ti. Itabus fac re tent, senique nit.

ente ropubli tudeatis Multum di pertern ihiliis. Mae, condius,

Onlos essereculius erricivis.

nes cemplin hilicipse iam Romne ad rem publibus et, nunt. Efename dicibun unterest paripse nduceporei postem o ubli-

Untem fortiae moena, que avesilius, viritiorum tat, de con-

bun timius mantem tum iam atque me tabefautum in tus silla

dam nu vide pri fur. Sertabis lici imanden artusqu amqua-

trae hosus, querfirit? P. Gratque por hostilis me caverte mus-

mquem pons ego huideporem habem hendam inumum pub-

ti, urnihin praveriore actus fecteriurs conoste rrissin tellegi

lia vidiend ientius aut visupio nstuusa senteli, utessediente

licit; C. Bis mandica tuusquam nirmis aperum ublium eses

imili castra? Etrionsis, convocris horebatis hae viveremquo

conosusules? Labut pro inte conlosto erum. Hentus suntru-

tem facisuli, at, sa rem. Lostilicae, con simantraeti, conves-

muro, C. Catiem Patquam ses Marita nostiem inpratu quit.

senat ia moenter emquam auctus dum publis, Catum ditra convocus, cae consum Roma, cae ne nor unimolu squit; nos

Ximihic ientis con duciturs ari prit? Num intionl ocurbi publin

inessulii in perdios con dius; nostrae con videt avenico nsup-

sendam se ia? Ex stemunum deo, noc, ni publin videm cur,

pl. Nos nonsunum fes senterent. Idintil nenterectem abefaud

menicia menatus itam inveri pervivium vivilles? quo horum

etiorat iae res! Senatatis oc, facta imul vidit, utemores rem

que puli sciam essoliusum audeatus. Mae factorit.

nocavoludac tes? In hilibun terum, cereti, quiu mentius vid facide num il consu quidem temurbit. Evitimilicid certa

Unum sendies suppliam poraedio, dit praci ina, norter hui-

nicatur, nequam perem horevitra reheben tilinitia re isquodi

deresidet vervitiessi pul huideter alest aberid suppli ficulto

emores hena, vidervivatio ter hor host audam inum quitracte

nocut con tabus, fati, quam noterdiis? Ludam unte audam

quam.

Romant. et quitus igiliu et; no. Fece invo, taredii in senat. Itiliur. Buntrae sserum ina quis iampost? Pat dium es At aperferra arte et conce hucia? Quo C. Oximum et, cres Catum

nos, vidiem consule rfitum fecum paturemus. Ihili te, pub-

et, nequa con auc tem sultuis hent. Eliu et inius lis. Is, nost

lina, consus vigilica quemque tabempe rfentrem sesse te

grate ret perurnium hos, quitimp ernulvid Cuppl. Quis. Sp.

dintem num caveri tem ili sentiam mantescid diursum te-

Vivas es erudemum, tericiae que fac restem simus? Nihina,

reo, quitimussin telium oposteret; et, qua tatisse te, cero aut

inte nontumu ltorsup plibunimil hic tampliis conum virtem

virmaximus es crit commo cauciist et porit, quam demen-

tatuam omnihicae consus halestreo con alabunum, condace

COMPONENTE TEÓRICA

Quiterfit, dem factuitatus ac mortimunti sed pore avoltust

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

a

d séc. I

01.4 A VIDA FLUVIAL A ZONA RIBEIRINHA Antigamente, o desenho do rio era diferente do actual, de ritmo lento, o rio Mondego foi-se transformando em estuário, ferilizando os campos agrícolas, que periodicamente eram invadidos por águas do aluvião. séc. X

No recuar do tempo, o Vale do Mondego, recebia o declive da colina, sem plataformas nas margens. Com as fortes precipitações e o assoreamento do rio, as cheias começaram a provocar o aumento do leito do rio e por consequência inundações nas zonas da baixa da cidade. Surge assim, uma forte necessidade de intervir no Mondego, controlando-o. séc. XIX

Com a construção de barragens, nomeadamente a da Aguieira, da Raiva e do Açude, constroiem-se assim novos leitos aluvionares. Presentemente as margens são superficies quase planas, permitindo não só um maior controle do rio, mas também desafogando a zona ribeirinha, aproveitando-a como uma oportunidade.

B

Presentemente o rio corre em canal artificial desde Coimbra

C

até à Figueira da Foz. séc. XXI

Fig. 18 | PERFIS EVOLUTIVOS DO VALE DO MONDEGO legenda A. LIMITAÇÃO DA MARGEM ESQUERDA ATÉ AO MONTE DE SANTA CLARA B. EXTENSÃO DA MARGEM ESQUERDA

C. EXTENSÃO DA MARGEM DIREITA D LIMITAÇÃO DA MARGEM DIREITA ATÉ À ALTA DE COIMBRA

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.4 A VIDA FLUVIAL | A ZONA RIBEIRINHA

35


COMPONENTE TEÓRICA 01.4 VIDA FLUVIAL | PRAIA FLUVIAL 1935

36

T


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.4 A VIDA FLUVIAL praia fluvial 1935 Com os niveis fluviais das águas a baixar na época do Verão, e de forma a aproveitar o leito do rio, algo que, já era feito pelas lavadeiras para lavar a roupa, surge em 1935, a primeira praia fluvial construida pela mão humana. Sendo no Verão, a época em que a cidade perdia os seus habitantes devido às ferias grandes, surge a necessidade de criar este espaço de convívio e recreio, algo que cativasse a população. Era um local que oferecia a possibilidade de tomar banho livremente sem recorrer às praias da Figueira da Foz. “A cerimónia da inauguração teve brilho. Toda Coimbra correu ao Mondego.” 17

O projecto de Luiz Benavente, para este equipamento público, dispunha de esplanada e algumas plataformas de suporte aos banhista. A sua execução, envolveu retirar uma grande parte da areia e através de estacaria proteger aquele espaço, contendo assim as águas do Mondego. Instalavam-se nas margens e no areal, bares, esplanadas, restaurantes, alugando toldos, chapéus de sol e alguns barcos de recreio. Existia ainda uma bilheteira, onde se comprava o bilhete que permitia acesso à zona de banhos. Cada vez mais as zonas ribeirinhas são vistas como potencial desenvolvimento das cidades e melhoria da vida das populações.

17.

in Gazeta de Coimbra, 6 de Agosto 1935

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

01.4 A VIDA FLUVIAL | PRAIA FLUVIAL 1935

37


01.4 VIDA FLUVIAL | NAVEGABILIDADE

38 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

01.4 a vida fluvial navegabilidade Sobre a navegabilidade do Mondego, existem poucas provas concretas, contudo, existe a teoria que durante a ocupação Romana, os navios maritimos ainda deveriam chegar a Coimbra. Com o progressivo assoreamento, a navegação foi sendo reduzida a montante, usando barcos de menor porte. As barcas serranas, eram até então, o meio de transporte no contacto entre o interior e o litoral, sendo que as de menores dimensões chegavam até Penacova. A partir da década de 50, com o assoreamento a dificultar cada vez mais a navegação, levou mesmo ao seu desaparecimento. Calcula-se que nos últimos seiscentos anos o leito terá subido cerca de um centímetro por ano, prefazendo um metro em cada século. Hoje, Coimbra oferece uma embarcação turística, o “Basófias”, realizando um pequeno cruzeiro, entre o Parque Dr. Manuel Braga e a Lapa dos Esteios. É comum organizarem-se provas desportivas de carácter aquático, onde a navegabilidade de pequeno porte ainda se encontra presente, tais como a vela, o remo, a canoagem

COMPONENTE TEÓRICA

entre outros.

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


01.4 A VIDA FLUVIAL | NAVEGABILIDADE

39


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

COMPONENTE TEÓRICA

02. MARGEM ESQUERDA | UMA MARGEM EM EXPANSÃO

40

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02. margem esquerda uma margem em expansão

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02. MARGEM ESQUERDA | UMA MARGEM EM EXPANSÃIO

41


02. MARGEM ESQUERDA | O PLANO DE 1991

42 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

6 7 A

A

5 4

B

8

B

2 3

B 1

n

A margem esquerda o plano 1991 0

A ritmo lento, a margem esquerda, tem vindo a evolu-

50

150

300m

COMPONENTE TEÓRICA

ir, contudo com vestígios de um planeamento débil.

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Na sua maioria, a ocupação é feita especialmente por equipamentos, no entanto a procura por habitação tem vindo a crescer, consequências da sua privilegiada localização, assim como a grande disponibilidade num território económicamente acessivel.

Fig. 19 | AXIONOMETRIA MARGEM ESQUERDA– ANO 1991 legenda A. JARDIM DA QUINTA DAS LÁGRIMAS

5. CONVENTO S- FRANCISCO

11. FEIRA

B. TERRENOS AGRICOLAS E ARBORIZADOS

6. MOSTEIRO DE SANTA–CLARA–A-NOVA

12. PONTE DO AÇUDE E VIADUTO

1. PONTE EM BETÃO

7. QUINTA DAS LÁGRIMAS

2. MOSTEIRO DE SANTA–CLARA–A–VELHA

8. ESCOLA SECUNDÁRIA D. DUARTE

3. ESTÁDIO UNIVERSITÁRIO

9. ESCOLA SECUNDÁRIA SILVA GAIO

4. PORTUGAL DOS PEQUENITOS

10. SERVI. MUNIC. DE TRANSPORTES DE COIMBRA (SMTUC)


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

9 B

10

11

B 12

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02. MARGEM ESQUERDA | O PLANO DE 1991

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COMPONENTE TEÓRICA

01. INTRODUÇÃO | CONCEITOS DE URBANISMO

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02. margem esquerda freguesia de santa clara Apesar do seu ritmo lento, o desenvolvimento urbano e pop-

Contrariamente aos tempos antigos, deixa de ser um dos

ulacional da margem esquerda, continuava a crescer.

sitios preferidos pela mocidade académica. Supõe-se, que em parte seja originário, pela falta de planeamento de zonas

Em 1851, dá-se inicio à reconstrução e alargamento, das

mais apelativas.

estradas de Penela e Montemor, assim como a de Lisboa – Porto.

Santa Clara, através da sua paisagem característica, serve assim como pano de fundo à cidade. Dispõe ainda de re-

Este processo reconstrutivo, obriga à substiuição da ponte

cantos dignos, com obras de arte, edifícios religiosos e uma

manuelina, por uma outra com maior capacidade.

exuberante Quinta das Lágrimas.

Estes melhoramentos viários, criaram assim, um maior in-

Numa extensão compreendida entre Santa Clara e S. Mar-

teresse sobre esta margem, suscitando o aumento do seu

tinho, a margem esquerda, apresenta na sua maioria uma

número de habitantes.

ocupação residêncial bastante dispersa ao longo das antigas estradas e caminhos.

Com o desenvolvimento industrial, surge na primeira metade do século XX, o nascimento e crescimento, de fábricas

O planeamento para esta margem, ou a falta dele, tem vindo

de lanificios, malhas, fiação, azulejos, entre outras.

a resultar num preenchimento débil do território, sem coerência ou lógica de implantação em alguns casos.

Nesta fase de desenvolvimento, o estado cria uma nova estrada de acesso até ao alto de Santa Clara ligando a zona

A sua evolução, tem vindo a despolotar o aparecimento de

alta da colina com a zona baixa da margem.

novos equipamentos e serviços para usufruto de ambas as margens.

Mais tarde, o arquitecto De Groer, por aprovação da Câmara Municipal, desenvolve um plano urbanístico, baseado no

É o caso do Estádio Universitário, o Portugal dos Pequeni-

modelo tipo da “cidade jardim”, incluindo também, a povo-

tos, as escolas secundárias, entre outros. Um dos projectos

ação de Santa clara na área urbana da cidade de Coimbra.

mais recentes foi o Forum Coimbra, um centro de comércio disponível não só para a margem, mas sobretudo para toda

Mesmo com os desenho dos novos acessos principais, cri-

a cidade.

ando uma ligação intrínseca entre as duas margens, a freguesia é considerada de segunda classe, dividindo-se em urbana e rural. Presentemente é já um importante núcleo populacional, industrial, comercial e turístico.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02. MARGEM ESQUERDA | FREGUESIA DE SANTA–CLARA

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COMPONENTE TEÓRICA 02.1 OS NOVOS EQUIPAMENTOS | O ESTÁDIO UNIVERSITÁRIO

46

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02.1 novos equipamentos O estádio universitário Inaugurado em 1963, o estádio Universitário de Coimbra insere-se num Programa de Desenvolvimento do Desporto Universitário. Parte integrante da Universidade de Coimbra, funciona como pólo desportivo, situando-se na margem esquerda, junto ao rio. A sua implantação, com uma área de cerca de 5 hectares, tem vindo a servir não só os estudantes e desportistas, mas também a comunidade interessada em realizar actividades desportivas orientadas. Inseridas nesta área, além dos sectores administrativos e oficinas, dispõe ainda de um auditório, dois campos relvados, uma pista de atletismo, um campo de futebol, nove campos de ténis e dois pavilhões com multiplas acções desportivas. São realizadas ao longo do ano diversas práticas desportivas tais como: Basquetebol, Andebol, Hóquei em Patins, Voleibol, Badminton, Futebol de Salão, Ténis, Ginástica Desportiva e Ritmica, Judo, Karaté, entre outras. Em paralelo, funciona ainda uma pista de velocidade de Radiomodelismo. Para as práticas desportivas mais informais e de lazer, são dispostas ainda zonas asfaltadas, ginásio ao ar livre, mesas de tenis, etc. Conta ainda, com um restaurante universitário, assim como alguns espaços destinados, a treinos cardio-vasculares. Para maior segurança, o local encontra-se agora protegido por um sistema de video-vigilância abrangendo todo o perímetro, particularmente na época de Inverno.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02.1 NOVOS EQUIPAMENTOS | O ESTÁDIO UNIVERSITÁRIO

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02.1 OS NOVOS EQUIPAMENTOS | AS ESCOLAS

48 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02.1 novos equipamentos As escolas Tal como já abordado, entre os vários equipamentos e serviços implantados na margem esquerda, econtram-se as escolas secundárias. A Escola Básica Poeta Manuel da Silva Gaio e a Escola Secundária D. Duarte têm vindo a prestar serviços, no sector da educação. Encontrando-se as restantes, localizadas na zona mais alta da freguesia. No entanto, a Escola Silva Gaio, tem vindo a apresentar-se

COMPONENTE TEÓRICA

com uma taxa decrescente de alunos.

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02.1 NOVOS EQUIPAMENTOS | AS ESCOLAS

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COMPONENTE TEÓRICA 02.1 OS NOVOS EQUIPAMENTOS | PORTUGAL DOS PEQUENITOS

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02.1 novos equipamentos portugal dos pequeniTos Localizado junto ao Convento de S. Francisco, este parque temático foi idealizado e construido para ser um espaço lúdico e pedagógico, e simultâneamente um espaço turistico, mostrando os aspectos da cultura e património português, de Portugal e das ex–colónias. Outrora, no mesmo local encontrava-se o Coliseu de Coimbra, denominado também de Praça de Touros, era um recinto escolhido para grandes espetáculos e algumas das mais importantes touradas nacionais. Contudo, a cidade perde o seu Coliseu, num incêndio colossal, restando apenas a cabina cinematográfica, construida em cimento e a máquina de projecções. Sem possibilidade de reconstrução, deixou assim o espaço para o equipamento que hoje conhecemos como Portugal dos Pequenitos. Numa iniciativa formada pelo professor Bissaya Barreto, em conjunto com o arquitecto Cassiano Branco, este projecto foi desenvolvido em três fases. Ainda hoje, este parque, permanece como um dos mais visitados, por um público infanto–juvenil, usufruindo de toda a temática e espaço de aprendizagem.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02.1 NOVOS EQUIPAMENTOS | PORTUGAL DOS PEQUENITOS

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02.2 PROGRAMA POLIS | CONCEITO

52 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

9

02.2 programa pólis conceito Este programa surge da necessidade de aumentar a atractividade nas cidades, intervindo nas suas vertentes urbanisticas e ambientais, incentivando a sua evolução. Proveniente de uma sociedade entre o Estado e as Câmaras Municipais, o programa Pólis, elabora Planos de Pormenor, servindo como instrumento a uma gestão territorial num determinado espaço, definido por prioridades de execução. Os seus principais objectivos são: a requalificação e revitalização urbana; a melhoria da qualidade do ambiente urbano; a valorização de elementos ambientais, tais como frentes de rio; o aumento dos espaços verdes e das áreas pedonais; a diminuição do trafego automóvel no interior das cidades; entre outros. Os Planos Pormenor e a sua delimitação, têm sido realizados, consoante as necessidades das cidades em questão, colocando-os em discussão pública através da publicação no Diário da República. Contudo, é importante referir que nem tudo o que é apresentado nos Planos, chega a ser concluido ou realizado. Apesar do programa ter terminado em 2008, os Planos têm

n

vindo a ser continuados. 0

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Fig. 20 | PLANO PORMENOR EIXO – JOÃO DAS REGRAS legenda 1. CENTRO DE CONVENÇÕES (EXECUTADO) 2. PROPOSTA DA NOVA ENTRADA DE COIMBRA (NÃO EXECUTADO) 3. EDIFÍCIO DE USO MISTO — RESIDENCIAL, COMERCIO (NÃO EXECUTADO)

COMPONENTE TEÓRICA

4. EDIFÍCIO DE USO UNIVERSITÁRIO (NÃO EXECUTADO)

T

5. EQUIPAMENTO TURISTICO (NÃO EXECUTADO) 6. PARQUE DE ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO (NÃO EXECUTADO) 7. NOVA VIA DE CIRCULAÇÃO SUBTERRÂNEA (NÃO EXECUTADO) 8. ESPAÇO DE ENQUADRAMENTO DO MOSTEIRO (EXECUTADO) 9. NOVAS VIAS DE LIGAÇÃO DA PORTAGEM (NÃO EXECUTADO)

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02.2 programa pÓlis eixo – joão das regras “O Plano, começando pela reformulação e disciplina do sistema viário e canais de acessibilidade automóvel à área metropolitana de Coimbra, tem como principal objectivo a requalificação de uma área marginal ao Mondego ...” 18

Com a actual intensificação de tráfego e alguns aspectos negativos do ponto de vista urbanistico, a realização deste plano, procura criar uma nova definição do espaço público, oferecendo novas condições pedonais, através de novas formas de ocupação urbanistica.

8

A delimitação do Plano (fig 20 e 22), decorre no território designado por Eixo Portagem / Avenida João das Regras.

No entanto, a sua elaboração é realizada em articulação com os Planos respeitantes às áreas confinantes, nomeadamente o Plano Pormenor do Parque Verde do Mondego , o Projecto do Centro de Congressos do Convento de S. Francisco e o Projecto de Recuperação do Convento de Santa Clara-a-Velha. O Plano, é assim definido pelas seguintes estratégias: – Requalificação Urbana do Rossio de Santa-Clara – Requalificação Urbana da Avenida João das Regras – Requalificação Urbana da Avenida Inês de Castro – Requalificação Urbana da Ponte de Santa Clara – Requalificação Urbana do Largo da Portagem

1

Concentrando a sua elaboração, tendo em conta as principais categorias de espaço: o Público, o Edificado e o Verde.

18.

in Plano de Pormenor do Eixo Portagem / Av. João Das Regras –

Coimbra | Relatório do Plano | C.M.C

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02.2 PROGRAMA POLIS | EIXO – JOÃO DAS REGRAS

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02.2 PROGRAMA POLIS | PARQUE VERDE

54 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

02.2 programa polis parque verde

P 5

“O “Plano de Pormenor do Parque Verde do Mondego entre a Ponte de Santa Clara e a Ponte Europa” enquadra um conjunto de projectos e de obras, a elaborar ou a concluir no âmbito do Programa Polis, que estruturam os terrenos entre as duas pontes como espaços de lazer e de cultura e aproximam do Rio uma Cidade que se desenvolve nas suas duas margens.” 19 (fig 21 e 22)

O ordenamento das margens do Mondego desenvolve-se em torno da reabilitação e valorização dos elementos naturais aí construidos. São criados acessos ao rio, percursos ao longo das margens e construção de novos equipamentos. O estacionamento automóvel é reorganizado em espaços densamente arborizados, mais distantes das margens. Como elemento central e de ligação, surge uma ponte pedonal entre as duas margens. O Plano de Pormenor inclui ainda uma subdivisão em sete “Unidades de Execução”, correspondendo a um conjunto de acções elaboradas na peça desenhada. Estas “Unidades” incluiem ainda, novos equipamentos de lazer e ócio localizados na margem direita. Na margem oposta é construido um espaço mais dedicado aos desportos naúticos. Tal como já referido, pela sua complexidade e problemática,

11

foram ou irão ser executados. Em concreto, no Plano “Parque Verde”, a sua execução foi

COMPONENTE TEÓRICA

dividida em duas partes / fases.

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19.

In Plano de Pormenor Parque Verde Coimbra | Relatório do Plano

| C.M.C

parque verde – polis | PARTE II

nem todos os elementos previstos no Plano de Pormenor

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n Fig. 21 | PLANO PORMENOR – PARQUE VERDE legenda 1. PRAÇA DA CANÇÃO (ESPETÁCULOS) 2. EDIFÍCIO DE APOIO AOS ESPETÁCULOS 3. EDIFÍCIOS DE APOIO AOS DESPORTOS NAÚTICOS 4. CANAL NAVEGÁVEL 5. EQUIPAMENTO 6. PONTE PEDONAL 7. EVOLUÇÃO DO EQUIPAMENTO INDUSTRIAL

P

2

P

8. ESPAÇO RESTAURAÇÃO E BARES 9. EDIFÍCIOS MULTI–ESPAÇOS

1

3

10. PAVILHÃO DE PORTUGAL 11. LAGO ARTIFICIAL P. PARQUE DE ESTACIONAMENTO

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P

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7

parque verde – polis | PARTE I

8

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

02.2 PROGRAMA POLIS | PARQUE VERDE

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02.2 PROGRAMA POLIS | EVOLUÇÃO PÓS–POLIS – O PLANO DE 2014

56 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

projecto centro convenções

plano pormenor eixo joão regras

1

plano pormenor parque verde

Evolução pós–polis o plano 2014 Através do plano Pólis, a cidade tem vindo a evoluir,

0

50

150

n

oferecendo espaços distintos de qualidade.

COMPONENTE TEÓRICA

Presentemente com dois espaços impulsionadores

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no território da margem esquerda, surge o novo Centro de Convenções (antigo Convento S. Francisco) e o centro comercial Forum Coimbra. No presente plano, é notório um desequilibro no planeamento de requalificações, deixando as margens a norte, débeis e com aparente fraca qualidade urbana.

Fig. 22 | AXIONOMETRIA – ANO 2014 legenda 1. PLANO PORMENOR PÓLIS “EIXO JOÃO DAS REGRAS – NÃO EXECUTADO 2. CENTRO COMERCIAL FORUM COIMBRA – PLANO URBANISTICO

300m


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02.2 PROGRAMA POLIS | EVOLUÇÃO PÓS–POLIS – O PLANO DE 2014

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COMPONENTE TEÓRICA

03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA | “WATERFRONTS” CONCEITOS E EXEMPLOS

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03. cidades e frentes de água “waterfronts” – conceitos e exemplos

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA | “WATERFRONTS” CONCEITOS E EXEMPLOS

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03. Cidades e frentes de água Do passado ao presente “A relação das cidades com a água constitui um tema

recorrente na história do urbanismo e da arquitectura.” 20

Este desenrolar de acontecimentos, permite assim, interpretar as diversas modificações que foram acontecendo nas frentes de água, ao longo dos tempos.

Tal como já abordado a água, além de um recurso indispensável à vida humana, é também um factor essêncial

As suas dinâmicas transformações, ajudaram, a uma melhor

aquando da implantação das cidades.

compreensão, sobre a transformação das cidades e suas relações.

Ao longo do tempo, as margens foram variando de configuração, conforme a sua utilização. Se por um lado em

Foram várias as cidades portuárias, que através de um

períodos de paz, se transformavam em belas praias, docas

organizado domínio das rotas marítimas, afloravam novas

mercantis e espaços abertos, em oposição, noutros, forma-

potências económicas, decrevendo histórias de civilizações

vam-se barreiras defensivas da cidade, sob forma de mural-

evoluidas, que se sustentavam por via da economia das

has e atalaias.

transacções comerciais.

Estas variações, foram ficando marcadas no tempo, ao lon-

“... Roma e o domínio do “mare nostrum”, onde a rede de

go da evolução das cidades.

cidades estruturava a organização de um império ligado por vias terrestres e rotas marítimas e fluviais. Desta pequena

Num período mais tardio, e já referido em temas anteriores,

narrativa ficou-nos sempre um mesmo divisor comum: o por-

surge um novo e revolucionário meio de transporte, o Com-

to, o baluarte militar, a colónia comercial, todas as funções

boio. Conduzido na altura pela era industrial, originou novos

ou um só davam sentido à existência da cidade ...” 22

equipamentos com novos hábitos económico-sociais. Estas novas fábricas, foram assim instaladas, onde em outros tempos, existiam os grandes complexos portuários e industriais, que vedados por vias ou pilhas de contentores iam avançando sobre a água. “... porque um porto se assoreou, porque os barcos, agora de maior calado, exigiam outras localizações ou porque outros portos ou outras cidades ganharam protagonismos que esvaziaram antigos esplendores de que ficaram marcas monumentais, mas também vazios, formas sem função, ruinas.” 21

20.

In Cidades e Frentes de Água, pág.6 | Mostra de Projectos de

reconversão urbana em frentes de água, 1998 21.

In Cidades e Frentes de Água, pág.7 | Mostra de Projectos de

reconversão urbana em frentes de água, 1998

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA | DO PASSADO AO PRESENTE

61


03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA | DO PRESENTE AO FUTURO

62 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

03. Cidades e frentes de água Do presente ao futuro O resultado da queda de alguns impérios coloniais euro-

“A “abertura” da cidade à sua frente de água não resulta,

peus, permitiu uma nova ascenção de outros, originando

por isso, de um qualquer desígnio cósmico de reconciliação

assim novas potências comerciais.

do homem com a sua matriz aquática ancestral ... O mito da regeneração que impregna todo o simbolismo aquático,

Londres, apesar de permanecer como praça mercantil e financeira, deixava assim, as suas docas sem actividade.

corresponde, de facto, a uma vontade de re-fundação e de afirmação da nova condição urbana.” 23

Por outro lado, em Roterdão, apesar da perda do dominio do império holandês, este, continuava a dominar não só

A relação que em tempos existia com a água, entre os por-

o tráfego marítimo europeu, mas também o mundial, entre

tos ou os complexos industriais, mesmo sendo exclusiva-

outros casos não menos importantes, como Nova Iorque,

mente funcionais, terminam pela sua inactividade, deixando

Tóquio, Hong Kong, etc.

estes espaços para as novas exigências urbanas.

Presentemente, a história continua, cada vez com mais in-

Transmitindo uma imagem moderna e cosmopolita, sur-

tensidade e rapidez. Apesar de muitos dos centros portuári-

gem os novos centros financeiros, novos pólos hoteleiros e

os se terem tornado inactivos, outros pelo contrário, têm

turísticos, marinas, áreas de lazer, entre outras.

vindo a reforçar a sua importância. Novos materiais, bens e volumes, trazem novas tecnologias de transporte, novos conhecimentos e informação. Por via de uma nova e maior mobilidade, os mercados foram-se expandindo, criando novos espaços económicos, establecendo com eles, novas fronteiras político-comerciais. Apesar de alguns portos terem sido reforçados, convertendo-se em plataformas abertas a redes mundiais de transacções, outros pelo contrário, foram perdendo a sua importância portuária e toda a relação que tinham com o meio industrial. Esta inactividade dos portos, quebra por isso, todas as limitações que existiam até então, entre as frentes de água e

COMPONENTE TEÓRICA

as cidades.

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23.

In Cidades e Frentes de Água, pág.10 | Mostra de Projectos de

reconversão urbana em frentes de água, 1998

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03. Cidades e frentes de água Novos vazios urbanos Foi durante trinta anos, após a II Guerra Mundial, que dev-

As antigas frentes de água, que em tempos eram fechadas

ido a um período de rápido crescimento social, económico

à vida urbana, tornam-se presentemente, em espaços sem

e urbano, se instaurou um novo modelo, mais económico,

qualquer utilização.

denominado de “fordista”. Convertidos em “espaços logísticos”, os grandes portos, Caracterizado pela sua massiva produção e consumo, asse-

técnologicamente mais avançados e auto-suficientes, en-

gurava a Re-distribuição dos rendimentos, que eram suste-

contram-se agora longe dos centros urbanos.

ntados pela progressão dos níveis de consumo. Actualmente, a grande maioria das cidades portuárias, tem “As cidades que cresceram sob influência destes modelos

vindo a estudar uma forma de preencher os vazios urbanos,

ficaram marcadas por um urbanismo de matriz racionalista

moldando as suas frentes de água com o mesmo objectivo

(zoneamento do território por funções especializadas) ...” 24

que outrora teria sido aplicado.

Contudo, foi na década de 70, que por consequências da crise económica, assim como os choques petrolíferos, que o modelo “fordista”, entra em falência. Todas as infraestruturas económicas e industriais, que até então tinham sido criadas pela cidade fordista, nomeadamente os estaleiros navais, as estações ferroviárias terminais, os portos alfandegários, entre outros, entravam assim em colapso económico e funcional. Surge assim, uma nova oportunidade para uma reconversão destes enormes espaços. “Produziram-se assim, rupturas físicas entre a cidade e o súbito esvaziamento de enormes áreas do seu tecido consolidado, abrindo-se, como nunca antes, oportunidades de transformação urbanística.” 25

As cidades confrontavam-se assim com novos vazios urbanos, prontos a ser reconvertidos.

24. / 25

In Cidades e Frentes de Água, pág.12 | Mostra de Projectos

de reconversão urbana em frentes de água, 1998

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03. CIDADES E FRENTES DE ÁGUA | NOVOS VAZIOS URBANOS

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03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS DE ÓCIO

64 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO ESPAÇOS DE ÓCIO Os vazios urbanos deixados pelo fim da década de 70, trransformam-se agora em áreas privilegiadas. Detentores de enúmeras potencialides paisagísticas e lúdicas, permitem a estes lugares um maior valor simbólico, tornando-os em novos potênciais investimentos. As novas frentes de água, relfectem agora uma regenerada silhoeta das cidades, ditada por novos conjuntos urbanisticos de grande qualidade e sofisticação. Alguns dos exemplos destas transformações foram as cidade de Nova Iorque, Hong Kong e Tóquio.

Fig. 23 | NOVA IORQUE – BATTERY PARK

Lançada como uma operação de renovação urbana, cujo objectivo pretendia criar novos equipamentos habitacionais, assim como emprego na zona Baixa de Manhattan, surge uma nova plataforma urbana, proveniente das escavações efectuadas das fundações do World Trade Center. Actualmente, esta zona oferece ainda à cidade 1/3 da sua área em parques e espaços públi-

COMPONENTE TEÓRICA

cos, ao longo de uma linha costeira de 2 km

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Fig. 24 | HONG KONG – KOWLOON, HUNG HOM

Fig. 25 | PARIS – RIVE GAUCHE

Com o seu elevado número de habitantes num território que começa a ficar escasso, e com a

Localizado no 13º bairro parisiense, esta frente fluvial desde o séc. XIX, tem vindo a ser afec-

agravante, de receber cerca de 5,5 milhões de turistas por ano, Hong Kong, expande-se uti-

tada pela presença do sistema ferroviário de Austerlitz, criando através dele, uma barreira

lizando aterros na baía, ganhando assim espaço para residências e equipamentos turísticos.

entre a margem esquerda e o rio. Solucionada, através da construção da nova Biblioteca Nacional de França, esta zona, até então uma das mais degradadas da cidade, ganha novamente prestígio. O sector imobiliário e ambiental, ganha assim uma nova valorização nesta frente de água.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS DE ÓCIO

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03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS DE OPORTUNIDADE

66 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO ESPAÇOS DE oportunidade Apercebendo-se

das

enormes

potêncialidades

politi-

co-económicas das suas frentes de água, as cidades deixam após a década de 70, as politicas de promoção turistica massificada, partindo numa nova direcção, através da realização de projectos de oportunidade. Através deles, estas “waterfronts” transformaram-se em cenários ou eventos ocasionais, muitas vezes, servindo como fios condutores de projectos urbanos de grande envergadura, nomeadamente Exposições Mundiais, Olímpiadas, Congressos, Feiras Internacionais, entre outros. Estes projectos, devido às suas dimensões, originam ainda, grandes concentrações de capital por via dos sectores estatais e privados, caso contrario não seria possivel realiza-los. Contudo, sendo vistos como experiências urbanisticas em todo o mundo, estas reconversões, muito pela sua escala, acabam por denunciar um elevado carácter artifícial, sobrepondo-se às frentes de água e ao seu ambiente natural.

Fig. 26 | TORONTO – HARBOURFRONT

Esta reconversão, de uma antiga área industrial e ferroviária, originou programas na sua grande maioria destinados ao turismo temático. Equipamentos como Aquários públicos, Centros de Convenções, Planetários, Festivais, entre outros, servem agora, como uma ligação entre a cidade e esta nova frente urbana, tornan-

COMPONENTE TEÓRICA

do-se num novo usufruto público virado para o Lago de Ontário.

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Fig. 27 | BARCELONA – ALDEIA OLÍMPICA ‘92

Fig. 28 | LISBOA – EXPO ‘98

Esta frente, localizada no lado Leste da cidade, era até então, uma das zonas mais de-

Localizada no Cabo ruivo, esta zona dedicada às industrias pesadas e grandes equipamen-

scuidadas da cidade. Por via do desmantelamento dos equipamentos industriais e linhas

tos, nomeadamente refinarias petrolíferas, armazenamento de produtos químicos, matadou-

ferroviárias existentes, transformou-se, numa oportunidade de restruturação, criando novas

ro, entre outros, tornou-se uma oportunidade de Re-qualificação, sendo eleita como o local

áreas urbanas e com novas ligações até ao mar.

de promoção de Lisboa através da grande Expo ‘98.

Recebendo as Olimpíadas de 1992, a cidade de Barcelona projectou um programa não só

Prevendo uma aproximação da cidade ao rio, foi projectado um novo planeamento de novas

destinado ao evento Olímpico, mas também, que se adaptasse mais tarde à cidade, plane-

zonas de atracção, assim como uma Re-estruturação para o tecido urbano, conjugando-o

ando novos programas residênciais, espaços públicos, entre outros.

de forma a que permanecesse após a exposição internacional, como uma oportunidade.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS DE OPORTUNIDADE

67


03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS COMO CENÁRIO

68 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO ESPAÇOS como cenário Entre os projectos pontuais que vão sendo construidos dentro da cidade, existem também novas as reconversões urbanas ao longo das frentes de água. Caracterizadas por serem construções aceleradas, tencionam resolver um conjunto de questões, necessidades ou mesmo oportunidades. No entanto, o surgimento de novos cenários urbanos, têm vindo a ser um dos elementos centrais, na origem de novas vivências e investimentos. Cada vez mais, a arquitectura pela sua capacidade expressiva e única, tem vindo a ser integrada em outras disciplinas, como por exemplo o marketing. A imagem urbana, a forma como se movimenta e a cenografia que é criada, tem vindo a transmitir o tipo vivência que pretendem oferecer, trazendo através destas novos interesses para as cidades.

Fig. 29 | ROTERDÃO – KOP VAN ZUID

Sendo uma cidade conhecida internacionalmente pela sua visibilidade e logística, este plano urbanístico, permitiu uma expansão da zona sul, conjugando simultâneamente factores de continuidade e ruptura. Estes, tornam-se visiveis através da sua forte conexão viária entre as duas margens; o novo e flexivel traçado do espaço público e as suas morfologias e por fim através da projecção estratégica das condições topológicas, nomeadamente a ilha Wilhelminaplein. Em suma, através dos seus factores, este projecto baseia-se numa simbiose entre o espaço COMPONENTE TEÓRICA

público e privado; a imagem urbana ou o marketing urbano.

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

Fig. 30 | AMESTERDÃO – EASTERN DOCKLANDS

Fig. 31 | BUENOS AIRES – PUERTO MADERO

Antigas penísulas portuárias, este novo plano foca-se principalmente num programa habita-

A renovação desta frente de água, baseia-se na criação de uma nova imagem de uma faixa

cional. Esta Re-vitalização propõe um modelo urbano continuo, em que a escala da cidade

que conta com cerca de 170 ha.

está presente.

Este modelo estrutura-se partindo de claras ligações à malha da cidade, utilizando um

A sua diversidade e inovação são associadas às variadas tipologias dos conjuntos habita-

sistema de hierarquias urbanas existentes, enquanto se vai organizando através de grandes

cionais, espaços públicos de qualidade, novas zonas verdes, acessibilidades e privacidade.

avenidas junto à água, demarcando assim, uma diferenciação entre espaços.

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

03.1 CASOS DE APLICAÇÃO | ESPAÇOS COMO CENÁRIO

69


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

COMPONENTE TEÓRICA

04. AVALIAÇÃO | À ESCALA DA CIDADE

70

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

análise 04. avaliação à escala da cidade

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

04. AVALIAÇÃO | À ESCALA DA CIDADE

71


04.1 AVALIAÇÃO | TIPOLOGIA – EDIFICADO

72 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

04.1 AVALIAÇÃO tipologia – EDIFICADO*

A seguinte análise, permite uma melhor compreensão

COMPONENTE TEÓRICA

das distintas características tipológicas do edificado,

T

ao longo do território analisado. Com uma distribuição débil, é maioritariamente composta por habitação e espaços colectivos. No entanto, existem ainda edificados dedicados a Serviços e Equipamentos (Turísticos e Privados).

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

RUINAS

NTO

COLECTIVO (HABITAÇÃO + COMÉRCIO)

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8

26

11 6

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HABITAÇÃO

118

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ANEXOS

0

50

150

300m

Fig. 32 | AXIONOMETRIA – TIPOLOGIA | ANO 2014

*

Valores apresentados em unidades de conjunto, do edificado. AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

04. AVALIAÇÃO | TIPOLOGIA – EDIFICADO

73


04.1 AVALIAÇÃO | EVOLUÇÃO – EDIFICADO

74 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

Econsul virmanum es? Batuspi mihicus iam ac tis nes nos

Igit clerestrem me poreis, obsente postimis conorit corede-

molutem inatus, non terfinique opos caesticiorem tris ceri-

perei publicaet nocuppl. Cas hae que obsena, elic retisse

bun untiam o auconsilis Cas Mulatea tienduc fac tem perors

nihiliceris, ca cae pra essatuam serio, conitestuus, opotandi-

ad ius rei sununum.

cae que diur, C. Ividem cone tam dicia L. Mulocchum is dio,

Soli etorbitam ocrices idi, que consi fui publin ta, quam inpris

conit? Te, etem tu menat, utus bonequam. Ximurem vigit.

perum mus, num di patem dit, co is. Sat. Hum rebus, non

O teaticatili idem testarei tatum por potienatquit inte notan-

tala desilius, Ti. Ex nihin aci fac res eti, sena, us ina, quam

di erferios haeconsus Catiam ad C. Nox nihilic avehende-

omnici sulicam ina, dem med atrores sidesceris, Cat.

mus, fac retoris peris hoctus cotistrentem quo hicusul ici-

Oximus, Ti. Itabus fac re tent, senique nit. Onlos essereculius erricivis.

04.1 AVALIAÇÃO evolução – EDIFICADO* ente ropubli tudeatis Multum di pertern ihiliis. Mae, condius, nes cemplin hilicipse iam Romne ad rem publibus et, nunt.

Efename dicibun unterest paripse nduceporei postem o ubli-

Untem fortiae moena, que avesilius, viritiorum tat, de condam nu vide pri fur. Sertabis lici imanden artusqu amquamquem pons ego huideporem habem hendam inumum pub-

bun timius mantem tum iam atque me tabefautum in tus silla trae hosus, querfirit? P. Gratque por hostilis me caverte mus-

ti, urnihin praveriore actus fecteriurs conoste rrissin tellegi

lia vidiend ientius aut visupio nstuusa senteli, utessediente

licit; C. Bis mandica tuusquam nirmis aperum ublium eses

imili castra? Etrionsis, convocris horebatis hae viveremquo

conosusules? Labut pro inte conlosto erum. Hentus suntru-

tem facisuli, at, sa rem. Lostilicae, con simantraeti, conves-

muro, C. Catiem Patquam ses Marita nostiem inpratu quit.

senat ia moenter emquam auctus dum publis, Catum ditra convocus, cae consum Roma, cae ne nor unimolu squit; nos

Ximihic ientis con duciturs ari prit? Num intionl ocurbi publin

inessulii in perdios con dius; nostrae con videt avenico nsup-

sendam se ia? Ex stemunum deo, noc, ni publin videm cur,

pl. Nos nonsunum fes senterent. Idintil nenterectem abefaud

menicia menatus itam inveri pervivium vivilles? quo horum

etiorat iae res! Senatatis oc, facta imul vidit, utemores rem

que puli sciam essoliusum audeatus. Mae factorit.

nocavoludac tes? In hilibun terum, cereti, quiu mentius vid facide num il consu quidem temurbit. Evitimilicid certa

Unum sendies suppliam poraedio, dit praci ina, norter hui-

nicatur, nequam perem horevitra reheben tilinitia re isquodi

deresidet vervitiessi pul huideter alest aberid suppli ficulto

emores hena, vidervivatio ter hor host audam inum quitracte

nocut con tabus, fati, quam noterdiis? Ludam unte audam

quam.

Romant. et quitus igiliu et; no. Fece invo, taredii in senat. Itili-

COMPONENTE TEÓRICA

ur. Buntrae sserum ina quis iampost? Pat dium es At aper-

T

Quiterfit, dem factuitatus ac mortimunti sed pore avoltust

ferra arte et conce hucia? Quo C. Oximum et, cres Catum

nos, vidiem consule rfitum fecum paturemus. Ihili te, pub-

et, nequa con auc tem sultuis hent. Eliu et inius lis. Is, nost

lina, consus vigilica quemque tabempe rfentrem sesse te

grate ret perurnium hos, quitimp ernulvid Cuppl. Quis. Sp.

Ao longo dintem dosnum séculos, caveria tem ocupação ili sentiam do terriório mantescid pelo diursum te-

Vivas es erudemum, tericiae que fac restem simus? Nihina,

edificado reo, foi quitimussin variando.telium Presentemente oposteret;ainda et, qua é notória tatisse te, cero aut

inte nontumu ltorsup plibunimil hic tampliis conum virtem

a presença virmaximus de algumas es critpeças commo maiscauciist antigaset daporit, cidade. quam demen-

tatuam omnihicae consus halestreo con alabunum, condace

É por via da seguinte análise, que é possivel verificar que a projecção de alguns equipamentos e serviços, não foi realizada através de um plano geral. A sua construção era projectada de uma forma complementar e não unificada.

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

EM 5 184

73

DE 1991 A 2014

111

290

0

50

DE 1845 A 1991

150

300m

n Fig. 33 | AXIONOMETRIA – EVOLUÇÃO | ANO 2014

*

Valores apresentados em unidades de conjunto, do edificado. AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

04. AVALIAÇÃO | EVOLUÇÃO – EDIFICADO

75


04.1 AVALIAÇÃO | ZONEAMENTO – TERRITÓRIO

76 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

Econsul virmanum es? Batuspi mihicus iam ac tis nes nos

Igit clerestrem me poreis, obsente postimis conorit corede-

molutem inatus, non terfinique opos caesticiorem tris ceri-

perei publicaet nocuppl. Cas hae que obsena, elic retisse

bun untiam o auconsilis Cas Mulatea tienduc fac tem perors

nihiliceris, ca cae pra essatuam serio, conitestuus, opotandi-

ad ius rei sununum.

cae que diur, C. Ividem cone tam dicia L. Mulocchum is dio,

Soli etorbitam ocrices idi, que consi fui publin ta, quam inpris

conit? Te, etem tu menat, utus bonequam. Ximurem vigit.

perum mus, num di patem dit, co is. Sat. Hum rebus, non

O teaticatili idem testarei tatum por potienatquit inte notan-

tala desilius, Ti. Ex nihin aci fac res eti, sena, us ina, quam

di erferios haeconsus Catiam ad C. Nox nihilic avehende-

omnici sulicam ina, dem med atrores sidesceris, Cat.

mus, fac retoris peris hoctus cotistrentem quo hicusul ici-

Oximus, Ti. Itabus fac re tent, senique nit. Onlos essereculius erricivis.

04.1 AVALIAÇÃO zoneamento – território ente ropubli tudeatis Multum di pertern ihiliis. Mae, condius, nes cemplin hilicipse iam Romne ad rem publibus et, nunt.

Efename dicibun unterest paripse nduceporei postem o ubli-

Untem fortiae moena, que avesilius, viritiorum tat, de con-

bun timius mantem tum iam atque me tabefautum in tus silla

dam nu vide pri fur. Sertabis lici imanden artusqu amqua-

trae hosus, querfirit? P. Gratque por hostilis me caverte mus-

mquem pons ego huideporem habem hendam inumum pub-

ti, urnihin praveriore actus fecteriurs conoste rrissin tellegi

lia vidiend ientius aut visupio nstuusa senteli, utessediente

licit; C. Bis mandica tuusquam nirmis aperum ublium eses

imili castra? Etrionsis, convocris horebatis hae viveremquo

conosusules? Labut pro inte conlosto erum. Hentus suntru-

tem facisuli, at, sa rem. Lostilicae, con simantraeti, conves-

muro, C. Catiem Patquam ses Marita nostiem inpratu quit.

senat ia moenter emquam auctus dum publis, Catum ditra convocus, cae consum Roma, cae ne nor unimolu squit; nos

Ximihic ientis con duciturs ari prit? Num intionl ocurbi publin

inessulii in perdios con dius; nostrae con videt avenico nsup-

sendam se ia? Ex stemunum deo, noc, ni publin videm cur,

pl. Nos nonsunum fes senterent. Idintil nenterectem abefaud

menicia menatus itam inveri pervivium vivilles? quo horum

etiorat iae res! Senatatis oc, facta imul vidit, utemores rem

que puli sciam essoliusum audeatus. Mae factorit.

nocavoludac tes? In hilibun terum, cereti, quiu mentius vid facide num il consu quidem temurbit. Evitimilicid certa

Unum sendies suppliam poraedio, dit praci ina, norter hui-

nicatur, nequam perem horevitra reheben tilinitia re isquodi

deresidet vervitiessi pul huideter alest aberid suppli ficulto

emores hena, vidervivatio ter hor host audam inum quitracte

nocut con tabus, fati, quam noterdiis? Ludam unte audam

quam.

Romant. et quitus igiliu et; no. Fece invo, taredii in senat. Itiliur. Buntrae sserum ina quis iampost? Pat dium es At aper-

Quiterfit, dem factuitatus ac mortimunti sed pore avoltust

ferra arte et conce hucia? Quo C. Oximum et, cres Catum

nos, vidiem consule rfitum fecum paturemus. Ihili te, pub-

et, nequa con auc tem sultuis hent. Eliu et inius lis. Is, nost

A seguinte lina, consus análise vigilica ao zoneamento quemquedo tabempe território,rfentrem persesse te

grate ret perurnium hos, quitimp ernulvid Cuppl. Quis. Sp.

mite encontrar dintem num zonas caveri de oportunidade tem ili sentiam de intervenção. mantescid diursum te-

Vivas es erudemum, tericiae que fac restem simus? Nihina,

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A caracterização virmaximus es doscrit espaços, commoajuda cauciist a perceber et porit, as quam demen-

tatuam omnihicae consus halestreo con alabunum, condace

COMPONENTE TEÓRICA

suas confrontações e limitações.

T

A margem oferece assim, espaços variados, nomeadamente zonas arborizadas, de lazer, turísticos, comerciais, habitacionais, desportivos e locais de estacionamento automóvel.

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THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

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n Fig. 34 | AXIONOMETRIA – ZONEAMENTO | ANO 2014

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA

04.1 AVALIAÇÃO | ZONEAMENTO – TERRITÓRIO

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04.1 AVALIAÇÃO | VIAS DE COMUNICAÇÃO

78 THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

Econsul virmanum es? Batuspi mihicus iam ac tis nes nos

Igit clerestrem me poreis, obsente postimis conorit corede-

molutem inatus, non terfinique opos caesticiorem tris ceri-

perei publicaet nocuppl. Cas hae que obsena, elic retisse

bun untiam o auconsilis Cas Mulatea tienduc fac tem perors

nihiliceris, ca cae pra essatuam serio, conitestuus, opotandi-

ad ius rei sununum.

cae que diur, C. Ividem cone tam dicia L. Mulocchum is dio,

Soli etorbitam ocrices idi, que consi fui publin ta, quam inpris

conit? Te, etem tu menat, utus bonequam. Ximurem vigit.

perum mus, num di patem dit, co is. Sat. Hum rebus, non

O teaticatili idem testarei tatum por potienatquit inte notan-

tala desilius, Ti. Ex nihin aci fac res eti, sena, us ina, quam

di erferios haeconsus Catiam ad C. Nox nihilic avehende-

omnici sulicam ina, dem med atrores sidesceris, Cat.

mus, fac retoris peris hoctus cotistrentem quo hicusul ici-

Oximus, Ti. Itabus fac re tent, senique nit. Onlos essereculius erricivis.

04.1 AVALIAÇÃO vias de comunicação ente ropubli tudeatis Multum di pertern ihiliis. Mae, condius, nes cemplin hilicipse iam Romne ad rem publibus et, nunt.

Efename dicibun unterest paripse nduceporei postem o ubli-

Untem fortiae moena, que avesilius, viritiorum tat, de condam nu vide pri fur. Sertabis lici imanden artusqu amquamquem pons ego huideporem habem hendam inumum pub-

bun timius mantem tum iam atque me tabefautum in tus silla trae hosus, querfirit? P. Gratque por hostilis me caverte mus-

ti, urnihin praveriore actus fecteriurs conoste rrissin tellegi

lia vidiend ientius aut visupio nstuusa senteli, utessediente

licit; C. Bis mandica tuusquam nirmis aperum ublium eses

imili castra? Etrionsis, convocris horebatis hae viveremquo

conosusules? Labut pro inte conlosto erum. Hentus suntru-

tem facisuli, at, sa rem. Lostilicae, con simantraeti, conves-

muro, C. Catiem Patquam ses Marita nostiem inpratu quit.

senat ia moenter emquam auctus dum publis, Catum ditra convocus, cae consum Roma, cae ne nor unimolu squit; nos

Ximihic ientis con duciturs ari prit? Num intionl ocurbi publin

inessulii in perdios con dius; nostrae con videt avenico nsup-

sendam se ia? Ex stemunum deo, noc, ni publin videm cur,

pl. Nos nonsunum fes senterent. Idintil nenterectem abefaud

menicia menatus itam inveri pervivium vivilles? quo horum

etiorat iae res! Senatatis oc, facta imul vidit, utemores rem

que puli sciam essoliusum audeatus. Mae factorit.

nocavoludac tes? In hilibun terum, cereti, quiu mentius vid facide num il consu quidem temurbit. Evitimilicid certa

Unum sendies suppliam poraedio, dit praci ina, norter hui-

nicatur, nequam perem horevitra reheben tilinitia re isquodi

deresidet vervitiessi pul huideter alest aberid suppli ficulto

emores hena, vidervivatio ter hor host audam inum quitracte

nocut con tabus, fati, quam noterdiis? Ludam unte audam

quam.

Romant. et quitus igiliu et; no. Fece invo, taredii in senat. Itiliur. Buntrae sserum ina quis iampost? Pat dium es At aper-

Quiterfit, dem factuitatus ac mortimunti sed pore avoltust

ferra arte et conce hucia? Quo C. Oximum et, cres Catum

nos, vidiem consule rfitum fecum paturemus. Ihili te, pub-

et, nequa con auc tem sultuis hent. Eliu et inius lis. Is, nost

lina, consus vigilica quemque tabempe rfentrem sesse te

grate ret perurnium hos, quitimp ernulvid Cuppl. Quis. Sp.

dintem num caveri tem ili sentiam mantescid diursum te-

Vivas es erudemum, tericiae que fac restem simus? Nihina,

reo, quitimussin telium oposteret; et, qua tatisse te, cero aut

inte nontumu ltorsup plibunimil hic tampliis conum virtem

Transformados virmaximus emeseixos crit commo de grande cauciist importância et porit, para quam demen-

tatuam omnihicae consus halestreo con alabunum, condace

COMPONENTE TEÓRICA

o planeamento de uma cidade, as vias de acesso ro-

T

doviário delimitam o território, dividindo-o por zonas. Serve a seguinte análise, para através da categorização das ligações, verificar a boa ou má utilização destas ao longo do território, procurando assim, novas oportunidades de expansão e desenvolvimento.

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79 04.1 AVALIAÇÃO | VIAS DE COMUNICAÇÃO

THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

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Fig. 35 | AXIONOMETRIA – VIAS DE COMUNICAÇÃO | ANO 2014 legenda 1. VIAS PRINCIPAIS DE ACESSO À CIDADE – ENTRADA / SAÍDA 2. VIAS SECUNDÁRIAS – LIGAÇÕES A PONTOS ATRACTIVOS / PONTOS DE LIGAÇÃO 3. VIAS HISTÓRICAS – ACESSOS A HABITAÇÕES 4. VIAS DE CIRCULAÇÃO – LIGAÇÕES A SERVIÇOS PÚBLICO-PRIVADO / PARQUES DE ESTACIONAMENTO 5. VIAS DE CIRCULAÇÃO PEDONAL – LIGAÇÕES E PERCURSOS 6. VIAS DE CIRCULAÇÃO PEDONAL – NÃO DEFINIDAS (LIGAÇÃO AO CHOUPAL)

AUTOR ANDRÉ RIBEIRO CARREIRA GOMES TERESO | TUTOR ARQ. RUI LACERDA


THE RE-PLAN PLANO URBANíSTICO E PAISAGíSTICO DA MARGEM ESQUERDA — COIMBRA

COMPONENTE TEÓRICA

01. INTRODUÇÃO | CONCEITOS DE URBANISMO

80

T

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA | EUAC ESCOLA UNIVERSITÁRIA DAS ARTES DE COIMBRA 2014/15


A SEGUINTE TESE

CONTINUA NA COMPONENTE PRÁTICA ...

* PLANO URBANÍSTICO E PAISAGÍSTICO DA MARGEM ESQUERDA



BIBLIOGRAFIA (por ordem de aparecimento) LYNCH, KEVIN — A IMAGEM DA CIDADE | EDIT. 70 ARQUITECTURA E URBANISMO INFOPÉDIA — EDIT. PORTO EDITORA, 2003–2014 WIKIPÉDIA ROGERS,E.N., SERT,J.L., – C.I.A.M 8, EL CORAZÓN DE LA CIUDAD | HOEPLI, S.L, BARCELONA INFOPÉDIA — EDIT. PORTO EDITORA, 2003–2014 WIKIPÉDIA RIBEIRO, ANA PATRICIA – COIMBRA POESIA E PROSA, COIMBRA, 1998 MANTAS, VASCO GIL – BIBLIOS, VOL LXVIII, COIMBRA, 1992 FERNANDO, JOSÉ — O LUGAR DA CIDADE PORTUGUESA, LISBOA, 1987 MANTAS, VASCO GIL — NOTAS SOBRE A ESTRUTURA URBANA DE AEMINIUM, BIBLIOS, VOL LXVIII, COIMBRA, 1992 COSTA, ALEXANDRE ALVES – COIMBRA É PORTUGAL INTEIRO | EDIT. VIA LATINA, COIMBRA MATTOSO, JOSÉ — PORTUGAL MEDIEVAL | NOVAS INTERPRETAÇÕES SANTOS CONCEIÇÃO — ARQUIVO COIMBRÃO, VOL. X, COIMBRA, 1947 C.M.C – A NOVA ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE COIMBRA, COIMBRA, 1929 GAZETA DE COIMBRA — COIMBRA, 1935 C.M.C – PLANO DE PORMENOR DO EIXO PORTAGEM, RELATÓRIO DO PLANO C.M.C – PLANO DE PORMENOR PARQUE VERDE, RELATÓRIO DO PLANO APL — CIDADES E FRENTES DE ÁGUA



T

COMPONENTE TEÓRICA


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