Casos de Sucesso

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EMPREENDEDORISMO


O empresário Antônio Carlos Ferreira, 48 anos, não se esquece do gosto amargo e da consistência pastosa do café com farinha que tomava de manhã antes de sair de casa para trabalhar. Quando criança, Ferreira vivia em uma favela, na cidade paulista de São Caetano do Sul, com sua família. Passava tanta dificuldade que, muitas vezes, não tinha nem um pão para comer. Inconformado, foi à luta. Começou trabalhando como engraxate e depois percebeu que podia ganhar mais catando sucata na rua e revendendo para o ferrovelho do bairro. “Conseguia o equivalente a R$ 30 por semana. Durante a manhã, estudava em um colégio público e à tarde catava sucata.” Hoje, passadas mais de três décadas, Ferreira é dono da Neolider, fornecedora de tubos de aço, que faturou R$ 200 milhões no ano passado e tem clientes do porte da Petrobras, Nestlé e Coca-Cola. Como ele, outros empreendedores brasileiros atravessaram adversidades, chegaram a passar fome, mas venceram.

"Ganhava o equivalente a R$ 30 por semana catando sucata. Hoje, minha empresa fatura R$ 200 milhões" Antônio Carlos Ferreira, dono da Neolider


Antonio Setin, ex-varredor de marcenaria, hoje é dono da Setin, uma incorporadora que fatura R$ 400 milhões; Sergio Amoroso, que vivia na roça, possui o grupo Orsa, uma companhia de papel e celulose com receitas de R$ 1,5 bilhão; Marco Franzato, um ex-boia-fria, hoje lidera o grupo de moda Morena Rosa, cujo faturamento foi de R$ 200 milhões; e Thái Quang Nghiã, um refugiado do Vietnã, encontrado faminto e à deriva por um petroleiro da Petrobras, em 1979, comanda uma empresa de calçados e acessórios com vendas de R$ 30 milhões ao ano.

Setin varreu marcenaria. Sua empresa tem receita de R$ 400 milhões


O conhecimento em várias áreas também ajudou Marco Franzato, 51 anos, hoje diretor-presidente do Grupo Morena Rosa, da área têxtil, a ter sucesso em um negócio que não era sua praia. “Eu sonhava abrir uma empresa já quando era pequeno e levava vida de boia-fria”, conta. Pois é, ele colheu café ao lado do pai, no interior paranaense, até os 16 anos e, até essa idade, só tinha concluído o ensino fundamental.

Foi parar em Cianorte quando uma geada prejudicou as lavouras e levou a família a procurar emprego na cidade. “Logo após chegarmos, meu padrinho me chamou para trabalhar como ajudante em um escritório de contabilidade”, diz Franzato. Voltou aos estudos, trilhou carreira na área e decidiu criar seu negócio, uma grife de moda, aos 34 anos, com a esposa e mais três amigos. “Estava cansado do que fazia, acreditava no meu potencial como administrador, no bom gosto da minha mulher e, além disso, minha cunhada era modelista”, conta. O grupo apostou na venda de roupas para butiques, cujo alvo é o público feminino das classes A e B. No início, o salão alugado para a fábrica tinha 80 metros quadrados e quatro máquinas.

Marco Franzato foi boia-fria. Hoje seu grupo de moda fatura R$ 200 milhões


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