LUCINEI M. CAMPOS
Lavínia ea Árvore dos Tempos
Diagramação: Anísio Borba Capa e Ilustração: Luciana L. Vannucchi de Farias Revisão: Márcia Verônica Andrade Tavares Fotografia: Maria Beatriz Vitti
Produção Independente Lavínia e a Árvore dos Tempos ®
Para Gisele Campos, que me deu Lucas Campos, nosso Bondoso.
Agradecimentos A todos que de uma forma ou de outra me ajudaram a realizar este sonho. A minha esposa, Gisele Campos, que leu a obra antes de todos. Aos colegas de trabalho que incentivaram e motivaram com palavras e atitudes que beneficiaram a obra. Aos demais colegas que cederam parte do seu tempo para entrar na viagem que é esta história. A minha mãe, Marly Campos, que sempre me narrou histórias, e ao meu pai, Manoel Campos, que me contava histórias dos meus avós.
Nenhuma criatura da terra onde os pés humanos tocam e das
terras além do horizonte visível pode se considerar maior, de capacidade superior a qualquer ser vivo consciente de seus atos. Mesmo que o declarante tenha em seu poder a magia e suas formas de aplicações sobre as demais criaturas, sua importância existencial não é maior que os demais. Toda criatura pensante é igual, sem diferença de sua importância e valor para com os valores das leis naturais e estipuladas por algum ser vivente de ambos os reinos além do horizonte e do vale humano. Este livro busca a elucidar os deveres, compromissos e responsabilidades de todo aquele que manipula forças mágicas, sendo estas dos reinos do Poente e Nascente ou do vale humano. Criatura abençoada é a que tem qualquer manipulador de magia para lhe servir, proteger e ajudar. Contanto que as regras e deveres que estão neste livro não sejam violadas, ignoradas ou quebradas, o faduário terá o tempo e a magia em seu poder, sem um fim determinado. Use a magia, mas nunca se esqueça que mais forte que a força visível aos olhos, é aquela invisível às mentes fracas e escassas de esperança.
Introdução do Guia do Faduário
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CAPÍTULO 1 DIA COMUM Era uma rua simples a Rua Joaquim Tibúrcio, com algumas poucas árvores pelas calçadas, seguindo até o seu fim. O bairro também era simples: o de Bonsucesso. Havia um centro comercial com lojas de roupas, calçados, eletrodomésticos, bancos, bancas de jornal, farmácias, bares, papelaria entre outras coisas. Ao longe, tinha um morro com muitas casinhas pequenas e de cores diferentes. Algumas delas estavam em barrancos, quase despencando. Era um perigo para quem vivesse ali! Mais além, havia um monte inabitado, por sinal tão grande e extenso, que pareciam ser três montes grudados ao invés de um. A outra parte de Bonsucesso, um pouco afastada, mas nem por essa razão menos importante, dava para uma das principais avenidas do país: a Avenida Brasil. A cidade era conhecida como Maravilhosa. Nela, entre muitas outras meninas, vivia uma chamada Lavínia. Nove anos de idade, quase dez, pequena estatura, cabelos encaracolados abaixo dos ombros e olhos castanhos-escuros. Morava com seus pais, um senhor branco de cabelos negros e curtos, e uma mulher magra, de cor morena. Eles moravam no número 499, na Rua Joaquim Tibúrcio, em Bonsucesso. Lavínia levava uma vida normal, quase parecida com a das outras meninas de sua idade. Estudava, brincava, fazia as tarefas de casa e um pouco mais. Tirando isso, o único problema dela era não ter muitos amigos, e na escola não ser muito social. Lá havia uma visível divisão 10 | Lavínia e a Árvore dos Tempos
de classes: as meninas marrentinhas, que gostavam de ser as prediletas em tudo; os valentões, os inteligentes, os esportistas, os viciados em videogames e umas outras classes aí. De todas essas, Lavínia se mantinha afastada, ou ao menos tentava, já que não se encaixava em nenhuma...
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