INDICADORES DE QUALIDADE PARA MATERIAIS EDUCACIONAIS DIGITAIS NA EAD
Dayane da Silva Rodrigues de Souza Zélia Maria Soares Jófili
Dayane da Silva Rodrigues de Souza Zélia Maria Soares Jófili
INDICADORES DE QUALIDADE PARA MATERIAIS EDUCACIONAIS DIGITAIS NA EAD
1ª Edição Piauí, Brasil, 2016
Creative Commons 2016 - Dayane da Silva Rodrigues de Souza e Zélia Maria Soares Jófili
ORGANIZAÇÃO E REVISÃO Dayane da Silva Rodrigues de Souza Zélia Maria Soares Jófili
PROJETO GRÁFICO Anísio Costa ARTE e FINALIZAÇÃO Design A3 | www.designa3.com.br Distribuição Digital Gratuita
Souza, Dayane da Silva Rodrigues S719i
Indicadores de qualidade para materiais educacionais digitais
na EAD / Dayane da Silva Rodrigues de Souza; Zélia Maria Soares Jofili – Teresina: Design A3, 2016. 54 f.: il.
1. Educação à distância. 2. Materiais educacionais. 3.Material digital – Indicadores de qualidade. I. Título. CDD 371.335
[...]Ultrapassa o conhecido e o desconhecido Caminha com os olhos abertos para o que estĂĄ alĂŠm Do aparente, do conhecido E vislumbra um vir-a-ser Simplesmente aprendiz No caminho da vida. Â Maria Eliane Azevedo da Silva
ORIENTAÇÕES AO USUÁRIO: 1. Textos em vermelho indicam Links de navegação para URL´s Externas; 2. Botões e Ícones indicam item multimídia (Áudio, Vídeo ou arquivos externos) 3. Observar as sinalizações de ATENÇÃO! SUGESTÃO! e outros similares. 4. É importante estar conectado á internet para que todos os recursos multimídia funcionem corretamente. 5. Para navegar no documento utilize o mouse, teclas direcionadoras ou no Sumário (clique no índice de seu interesse para navegar ao local desejado).
SUMÁRIO SOBRE AS AUTORAS..................................................... 9 1. INTRODUÇÃO............................................................. 11 2. INDICADORES DE QUALIDADE PARA PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIGITAIS NA EAD.......... 15 2.1 Planejamento............................................................... 22 2.2 Adequação ao público alvo.......................................... 25 2.3 Clareza e objetividade.................................................. 27 2.4 Linguagem adequada ao contexto.............................. 29 2.5 Relação teoria-prática.................................................. 31 2.6 Possuir hipermídias ..................................................... 33 2.7 Interativo....................................................................... 35 2.8 Promover a autonomia do estudante.......................... 37 2.9 Criativo.......................................................................... 39 2.10 Diversificado................................................................. 41 2.11 Colaborativo................................................................. 44 2.12 Disponibilidade............................................................ 45 2.13 Contribuir para o aprendizado..................................... 46 2.14 Acessibilidade .............................................................. 47
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................... 49 4. REFERÊNCIAS........................................................... 51
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SOBRE AS AUTORAS Dayane da Silva Rodrigues de Souza Professora da área de Gestão e negócios do Instituto Federal do Piauí - IFPI, Bacharela em administração e especialista em Cidadania e políticas públicas pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI, e Mestre em Gestão e Tecnologia em Educação a Distância pela Universidade Federal Rural do Pernambuco - UFRPE. Atualmente pesquisa a temática relacionada aos materiais educacionais digitais, possuindo inclusive, como dissertação defendida, a pesquisa intitulada “Uso de Materiais Educacionais Digitais na Educação a Distância: limitações, potencialidades e apropriações”.
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Zélia Maria Soares Jófili Possui graduação em Sociologia Política pelo Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais, PE (1974), mestrado em Tecnologia da Educação pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, SP (1976) e doutorado em Educação - University of Surrey, UK (1996). É professora Adjunto IV aposentada da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Atualmente participa do Programa de Pós-graduação em Educação nas Ciências da UFRPE e do Programa de Pós-graduação em Tecnologia e Gestão em Educação a Distância (PPGTEG). Realiza pesquisas na área de Educação com ênfase em formação de professores, uso de ferramentas tecnológicas para EaD, prática pedagógica, ensino de ciências e biologia e formação de conceitos, numa perspectiva sistêmico-complexa.
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INTRODUÇÃO Você já parou pra pensar sobre a qualidade pedagógica dos Materiais Educacionais Digitais que você utiliza no desenvolvimento das suas disciplinas? Acredita que os Materiais que você utiliza estão acompanhando as tendências e evoluções tecnológicas existentes? Com a disseminação constante do uso das tecnologias no educação a distância - EAD, os Materiais Educacionais Digitais- MED utilizados nessa modalidade estão cada vez mais sofisticados e articulados com as tecnologias. Contudo, o olhar pedagógico, visando a qualidade e eficiência do Material, não podem ser esquecido, é sempre importante analisar e identificar fatores que elevem a eficácia educativa destes MED. O Material Educacional Digital – MED pode ser conceituado como qualquer material didático elaborado com o intuito de proporcionar aprendizagem e que incorpore recursos digitais (TORREZANN; BEHAR, 2009). No contexto educativo, os MED acabaram adquirindo múltiplas funções, como: oportunizar o diálogo permanente, orientar o aluno, motivar para a aprendizagem e instigar para a pesquisa, (SANTOS, 2006). Será que os MED que estamos produzindo e utilizando estão atendendo essas funções que eles se propõem? É muito provável que você conheça alguém que tenha al-
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guma dificuldade para produzir ou escolher os MED que utiliza em suas disciplinas, ou você mesmo pode ter alguma destas dificuldades. Sabemos que a produção de MED ainda tem sido um grande desafio para os educadores tanto na educação a distância quanto no presencial, por requerer conhecimentos técnicos e pedagógicos essenciais para gerar produtos que tenham uma qualidade ideal e possa contribuir para o processo de ensino-aprendizagem. Assim, várias discussões têm sido realizadas com base nesse fundamento e várias características, critérios ou referenciais têm sido evidenciados para colaborar com esta função primordial dos MED. Fundamentado na posição de vários teóricos, podemos afirmar que os materiais produzidos para a educação a distância devem possuir características próprias deste ensino, enfatizando o fato de levarem em considerações as necessidades e demandas do público-alvo para o qual são produzidos e destinados, pois, por serem decisivos para a eficiência do processo de ensino-aprendizagem, necessitam ser elaborados com foco no atendimento ao aluno e na sua aprendizagem (NOTARE, 2012). E também observar inúmeros outros fatores relevantes neste processo, como a interatividade, diversificação, inovação, linguagem adequada, autonomia, clareza, objetividade, dentre vários outros. Dessa forma podemos perceber que os responsáveis pela escolha e produção de MED – principalmente para a edu-
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cação a distância – necessitam de conhecimentos atualizados para melhorar constantemente o material ofertado ao estudante. Quando isso não é enfatizado e conscientizado dentro da instituição, alguns fatores essenciais podem passar despercebidos e prejudicar as possibilidades educativas desse recurso. Por isso, este e-book foi produzido com o objetivo principal de apresentar e discutir alguns indicadores pedagógicos de qualidade, que, quando presentes no material digital para o educação a distância, podem favorecer uma produção com mais qualidade e eficiência, possibilitando uma maior contribuição para o processo de ensino aprendizagem.
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INDICADORES DE QUALIDADE PARA PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIGITAIS NA EAD Ao produzir ou escolher um Material para desenvolvimento de sua disciplina você analisa como ele conseguirá ajudar o estudante a construir seu conhecimento?Analisa quais estratégias são essenciais para fortalecer o aprendizado? Consegue perceber como os estudantes conseguem adquirir de forma mais efetiva a compreensão sobre determinados conteúdos? Estes são questionamentos que podem nos fazer pensar sobre a qualidade dos materiais que estamos disponibilizando para nossos estudantes. Será que se fossemos estudantes estaríamos satisfeitos com esses materiais? Na educação a distância, o material didático inclui grande parte de estratégias didático-pedagógicas tais como: leitura de textos; indicação de leituras complementares; hipertextos; simulações; animações; glossários; estudo dirigido; trabalho científico autônomo; interações síncronas e assíncronas; recursos auditivos e audiovisuais (MERCADO; FREITAS, 2013). Esses materiais em sua maioria estão integrados às tecnologias digitais e proporcionam muitas possibilidades educativas. Podemos perceber que a utilização de recursos tecnológicos integrados aos materiais auxilia na aprendizagem e tem o intuito de contribuir para a construção de conhecimentos de forma criativa e inovadora, promovendo o uso de diferentes propostas pedagógicas para disponibilizar informações e conteúdos e permitir interações e autonomia dos alunos, que terão a possibilidade de trabalhar com diferentes recursos de acordo com sua demanda e com o seu ritmo de aprendizado.
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O próprio Ministério de Educação e Cultura (MEC), no seu portal, declara que o livro didático não é mais suficiente para um ensino de qualidade e é necessário incorporar os recursos multimídia que fazem da aprendizagem um processo mais em sintonia com a realidade dessa nova sociedade da informação (BRASIL, 2016). Essa afirmação sugere a construção de políticas públicas educacionais que enfatizem e promovam o uso de materiais digitais como práticas pedagógicas necessárias ao processo ensino-aprendizagem. Porém, como já sabemos, a construção dos MED ainda reflete um desafio aos educadores, pois deve haver tanto a preocupação pedagógica quanto a preocupação técnica. Dessa forma, as instituições e educadores que trabalham com MED - na EAD ou na educação presencial - devem planejar e desenvolver seus materiais a partir de metodologias e indicadores que garantam que esses materiais contribuirão, de forma eficiente, para a construção da aprendizagem dos estudantes. Não é suficiente, no entanto, que os MEDs sejam meramente agregados ao contexto educacional. É preciso que haja projetos para sua concepção e aplicação, definindo a proposta pedagógica, os conteúdos e as mídias que apresentarão melhores resultados para os objetivos propostos. Os recursos digitais devem ser inseridos como ferramentas de apoio à aprendizagem mediante planejamento que considere tanto questões pedagógicas, quanto técnicas (PASSOS; BEHAR, 2011, p.03). Ou seja, os MED, no contexto da EAD, devem possuir uma ótima qualidade, para que assim possam favorecer a aprendizagem e consigam realizar os objetivos pedagógicos almejados, pois, segundo Palloff e Pratt (2004), os materiais utilizados na educação a distância requerem adaptações e práticas pedagógicas que proporcionem a aprendizagem do aluno e permitam a interação com os atores destes processo. Além disso, para que um material tenha qualidade, deve ainda incentivar a colaboração e a reflexão, assim como outras características essenciais que possuem o intuito principal de desenvolver a autonomia do estudante e a construção do conhecimento.
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Dentro desse contexto, o documento elaborado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que trata dos Referenciais de qualidade na Educação
Superior a Distância, é um material muito importante, que traz diretrizes para a EAD no ensino superior, mas que pode ser perfeitamente interpretado em alguns aspectos sob a visão dos cursos técnicos ofertados na EAD, principalmente quanto à produção de material didático, impresso ou digital, pois no documento é afirmado que o material deve “estar concebido de acordo com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos explicitados no projeto pedagógico, de modo a facilitar a construção do conhecimento e mediar a interlocução entre estudante e professor”. Esse Referencial também recomenda às instituições que trabalham com educação a distância, que utilizem estratégias que possam melhorar os MED utilizados.
Outro documento muito relevante criado pela extinta Secretaria de Educação a Distância foram os Referenciais para a Elaboração de Mate-
rial Didático para a EaD no Ensino Profissional e Tecnológico. Este documento aponta diretrizes para a construção de materiais didáticos impressos, audiovisuais e ambientes virtuais de aprendizagem em cursos de formação profissional a distância, visando [...] contribuir para uma primeira orientação no sentido de uma produção de material que atenda aos requisitos mínimos para democratizar o acesso à educação, assegurando a contextualização sociocultural e regional, bem como as políticas afirmativas, a diversificação das interações e a apropriação de saberes (BRASIL, 2007, p. 01). No entanto, as instruções fornecidas são genéricas e necessitam de aprofundamento conforme a necessidade dos cursos. Com base nos documentos institucionais, públicos e de autores que estudam os MED, discorreremos sobre alguns indicadores de qualidade dos materiais digitais para a educação a distância, lembrando sempre que não temos a pretensão de esgotar o assunto, pois existe uma variedade muito grande destas características e inúmeros posicionamentos de diversos autores sobre o tema,
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o que acaba expandindo muito esse campo de discussão. Assim, citaremos e discutiremos apenas alguns indicadores, mais articulados com a realidade da EAD e que, consequentemente, são os mais citados e trabalhados por autores que estudam o MED dentro desse contexto. São eles: • Planejamento • Adequação ao público alvo • Clareza e objetividade • Linguagem adequada ao contexto • Interação • Promove a autonomia do estudante • Relação teoria-prática • Possuir hipermídias • Criativo • Diversificado • Colaborativo • Disponibilidade • Contribui para a aprendizagem • Acessibilidade
ATENÇÃO! >>> Antes de observar e aplicar estes indicadores em seu material busque conhecer a instituição que está oferecendo o curso, seus métodos de trabalho, o curso e a disciplina que será trabalhada e, acima de tudo, obtenha informações sobre os estudantes que irão usufruir do material (perfil, nível de formação, contexto socioeconômico, localidade, desempenho, disciplinas cursadas e conteúdos já ministrados). Assim, você poderá conhecer um pouco sobre o seu público-alvo, realizar um planejamento prévio dos conteúdos a serem trabalhados e dos recursos que serão necessários utilizar, e assim priorizar algumas características que serão essenciais para o desenvolvimento do aprendizado dos estudantes.
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A seguir, propomos um quadro contendo indicadores de qualidade para a produção ou escolha dos MED a serem utilizados no desenvolvimento de suas aulas, com respectivos critérios para avaliar a sua eficiência. INDICADOR DE QUALIDADE
ALGUNS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO INDICADOR NOS MED
PLANEJAMENTO
• Antes da produção do material existe um plano que explicite os objetivos, metas e resultados esperados; • Existe a previsão e definição das estratégias e recursos que deverão ser utilizados no material; • Enfatiza a forma de exercitar e de avaliar os conteúdos abordados; • Detalha a proposta pedagógica que se pretende alcançar com a produção ou escolha de um material digital; • Na execução da produção ou da escolha do material é seguido o plano elaborado.
ADEQUAÇÃO AO PÚBLICO ALVO
• Existe um estudo prévio sobre o perfil do público que irá utilizar o material; • O material está apresentado em um nível acadêmico compatível com o do curso no qual será utilizado; • Os recursos e estratégias que serão utilizados estão condizentes com a proposta pedagógica do material e ao público que se destina; • Existe a possibilidade de ajustes e alterações conforme a necessidade do público que utilizará o material.
CLAREZA E OBJETIVIDADE
• As ideias estão ordenadas de forma sequenciada e coerente; • O material foca a temática principal que está tratando; • A estrutura da apresentação do conteúdo é enxuta; • Existem contextualizações, mas estas não são muito extensas, apenas o necessário para a compreensão do assunto.
LINGUAGEM ADEQUADA AO CONTEXTO
• O material traz uma linguagem adaptada ao nível de formação dos estudantes que irão utilizá-lo; • Ao utilizar siglas, palavras em outras línguas, ou palavras pouco utilizadas no cotidiano, assim como jargões específicos da área, o material traz o significado dos mesmos, até os estudantes se adaptarem; • A linguagem é clara, simples e direta de forma a proporcionar a compreensão das ideias.
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RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA
• O conteúdo apresenta formas de aplicá-lo na prática profissional ou mesmo no uso cotidiano; • Os conteúdos possuem sempre que possível exemplificação.
POSSUIR HIPERMÍDIAS
• O material produzido suporta a incorporação de diversificadas mídias; • Possibilita ao usuário uma navegação mais livre, onde ele mesmo decide o que lhe é importante num determinado momento; • Existe uma orientação quanto ao uso das mídias existentes, quando elas não estão totalmente explícitas; • Há uma relação entre as mídias utilizadas e os conteúdos abordados.
INTERATIVO
• O aluno é constantemente convidado a participar da discussão, através de perguntas, reflexões, exercícios, dinâmicas, etc. • O material possui uma linguagem dialógica; • A leitura é leve e de fácil compreensão, assim como o uso de recursos audiovisuais também segue essa premissa.
PROMOVE A AUTONOMIA
• O material oferece ao aluno possibilidades de construção, sozinho ou coletivamente, dos conhecimentos necessários para seu desempenho e formação; • Favorece o questionamento das ideias, estabelecendo comparações, analisando situações e resolvendo problemas; • Incentiva o aluno a criar suas próprias interpretações e convicções do assunto estudado. • Estimula a pesquisa por outras informações relativas ao assunto.
CRIATIVO
• Os temas são apresentados de forma diferenciada, possibilitando surpresas e motivação aos alunos, sendo que isso pode se dar em vários aspectos, desde a linguagem utilizada, a forma de apresentação, os recursos utilizados, os desafios lançados aos alunos, a aparência do material, os exemplos proporcionados, dentre vários outros.
DIVERSIFICADO
• Apresenta o conteúdo de diversas formas, para atender aos variados estilos de aprendizagem, pois tem pessoas que aprendem mais vendo, outras ouvindo, outras fazendo, etc. • Utiliza diversas mídias e recursos, buscando atender às variadas demandas dos estudantes.
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COLABORATIVO
DISPONIBILIDADE
CONTRIBUI PARA A APRENDIZAGEM
ACESSIBILIDADE
• C onvida o estudante a deixar sua contribuição para o enriquecimento do material; • Aproveita e agrega as sugestões dos estudantes ao material; • Proporciona espaços para debates e discussões dos materiais. • Todos os estudantes conseguem ter acesso (fazer download ou utilizar online) o material disponível; • Utiliza mais de um local de disponibilização do material; • Estará adequado à estrutura tecnológica disponível na região que os alunos estudam. • Os alunos conseguem compreender e discutir sobre a temática trabalhada no material; • É possível identificar, através das atividades sugeridas, discussões, ou outros meios, que os estudantes construíram algum tipo de conhecimento com os conteúdos trabalhados nos materiais; • Os estudantes desenvolvem propriedades ao falar sobre o assunto trabalhado; • A s pessoas com alguma deficiência conseguem usar o material de forma eficiente e eficaz, com o auxilio de recursos que atendam ao seu ritmo e forma de aprendizagem; • O material consegue ser adaptado para atender às demandas dos alunos com necessidade. *Fonte: elaborado pela própria autora (2016)
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2.1 Planejamento
Quando temos objetivos a alcançar podemos usar o planejamento como um instrumento que nos ajuda muito a entender e desenvolver estratégias capazes de nos levar a consecução dos resultados almejados. A maioria dos objetivos que possuímos na nossa vida pessoal e profissional, necessita de um plano para que tenha uma possibilidade maior de sucesso. Assim, não poderia ser diferente com o desenvolvimento ou escolha dos materiais digitais que iremos utilizar com nossos alunos. O planejamento possibilita um amadurecimento dos objetivos que traçamos, e nos permite enxergar quais recursos precisamos ter, quais atividades necessitamos desenvolver, e quais metodologias precisamos implementar
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para que possamos conseguir o resultado que desejamos. Além disso, esse planejamento pode nos trazer uma previsão do que iremos ou não conseguir ao final do desenvolvimento do plano traçado. Ainda neste contexto, o planejamento se torna uma ferramenta importante, pois através dele poderão ser definidas, com maior eficiência, as mídias e estratégias a serem utilizadas na composição do material digital, com a indicação dos recursos, conteúdos e atividades bem como a constante análise das possibilidades didáticas que estas ferramentas poderão proporcionar aos estudantes, resultando assim em um atendimento mais eficaz ao público-alvo, suas demandas e necessidades (VICTORINO; HABUENAUER, 2008).
RELATO DE EXPERIÊNCIA! Sugerimos a leitura deste artigo que segue no link abaixo, neste material é demonstrado a experiência de uma instituição em traçar um processo para produção de materiais didáticos para programas de educação a distância, com objetivo de enfatizar a importância do planejamento e ser um ponto de partida para reflexão sobre esta temática.
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EXERCITE! Elabore um plano da disciplina e posteriormente tente elaborar o seu plano de produção ou escolha dos materiais que serão utilizados em sua disciplina, levando em consideração quais estratégias educativas seriam mais eficientes para a aplicação dos conteúdos a serem trabalhado e aos estudantes a quem se destinam. Não esqueça que esse plano deve ser escrito, e não apenas mental, pois após a execução será relevante fazer uma avaliação do que foi implantado e dos resultados alcançados.
UMA META
UM PLANO
É APENAS UM
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2.2 Adequação ao público alvo
Como saber se o nosso material é adequado aos nossos estudantes? Será que pensamos nisso quando estamos produzindo ou escolhendo os materiais que serão utilizados no desenvolvimento de nossas disciplinas? É importante que tenhamos essa consciência em relação à compatibilidade do material com o público ao qual se destina, ou será melhor esperar o aluno reclamar do material? Bom, é sempre importante analisar esse fator quando estamos mediando a aprendizagem de alguém, pois existem vários estilos de aprendizagem, pessoas que aprendem com maior facilidade ou não, estudantes com uma
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bagagem maior de conhecimento, e outros que possuem um conhecimento bem limitado, dentre várias motivações que nos fazem ter essa preocupação quanto à adequação do material. Um passo inicial a ser dado é a caracterização dos estudantes que utilizarão o material que será produzido ou escolhido, outro ponto importante, que também devemos nos atentar, é o nível acadêmico dos estudantes, pois, embora muitas vezes tenhamos um mesmo conteúdo, ele será trabalhado de formas diferentes no ensino médio e no ensino superior, por exemplo. A caracterização do público-alvo é um elemento indispensável na elaboração de qualquer material didático, pois permite definir o que queremos que ele desenvolva ao longo do curso e as estratégias pedagógicas mais adequadas para atingir os nossos propósitos (ZANETTI, 2015) Quando disponibilizamos um material adequado às demandas do nosso público-alvo, e que esteja compatível com a situação e contexto atual em que nos encontramos, possivelmente o aprendizado se tornará mais fácil, satisfatório e eficaz. Por isso é necessário que constantemente possamos analisar as nossas ações, e refletir sobre nosso trabalho docente.
DICAS! >>> Caso haja dúvidas, pergunte aos coordenadores do curso, diretores de ensino, equipe pedagógica, e a outros profissionais mais experientes, que já conheçam os alunos que você irá trabalhar. E durante o desenvolvimento da disciplina faça avaliações com os alunos, para identificar se eles estão satisfeitos com o material, se o material está adequado para as demandas e necessidades educacionais deles, e dessa forma, descobrir erros que o material possa ter, e obter sugestões dos alunos quanto ás melhorias e ajustes a serem feitos no material.
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2.3 Clareza e objetividade O material deve ser claro e objetivo o suficiente para que o estudante consiga assimilar as ideias, sem a existência de arrodeios desnecessários que podem cansar o aluno e fazê-lo perder o interesse pelo material. Dessa forma, o educador poderá proporcionar um material que aborde o conteúdo, proporcionado uma estrutura enxuta, enfatizando os fatores de relevância que beneficiem o aprendizado dos estudantes. Ao iniciar um novo assunto, ou mesmo ao propor uma atividade, ou desafio, procure munir os estudantes com informações que possam contribuir para a compreensão do assunto que será tratado, fazendo um elo, com outros conteúdos já estudados para que estabeleçam relações. É importante também trazer situações do cotidiano deles, ou assuntos que já conheçam, para ajudá -los a compreender o assunto ou a proposta a ser realizada. Essa contextualização é importante para situar o aluno e prepará-lo para a compreensão das próximas ideias que serão introduzidas. Também é extremamente importante que os assuntos estejam em uma sequência lógica de encadeamento das ideias, para que ao passo que o aluno consiga entender uma parte do conteúdo sua mente esteja preparada para entender as partes subsequentes. Com essa ordenação inicial das ideias, a contextualização também será facilitada e o assunto vai fluir naturalmente, possibilitando ao estudante compreender de forma mais fácil os conteúdos trabalhados.
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PARA DESCONTRAIR! >>> Sabemos que as músicas possuem várias interpretações e muitas vezes o compositor utiliza várias metáforas ou outras figuras para expressar sua intenção naquela arte, assim nem sempre conseguimos ter a mesma visão que o compositor. Escute a música de Djavan e analise o que você compreendeu da música. A letra transmite com clareza as ideias que pretende transmitir?
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2.4 Linguagem adequada ao contexto
Considerando o indicador comentado anteriormente, é importante que exista clareza na linguagem adotada nos materiais oferecidos aos estudantes, e que esta esteja adequada ao nível acadêmico e ao contexto socioeconômico deles. Para Vidal e Mercado (2014) a linguagem deve ser adequada ao público-alvo, pensada para o estudante, clara, simples e direta de forma a proporcionar a compreensão das ideias. Quando for necessário coloque lista de significados, vocabulário, sinônimos, explicações sobre alguma parte do conteúdo que possa causar duplo sentido ou dificuldade de compreensão. Sugerimos a leitura de um artigo da web, que explora muito bem a questão das variações linguísticas, da linguagem adequada e do objetivo principal da comunicação: sua plenitude.
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É importante que antes da produção ou escolha do material, caso ele seja para um público específico, seja realizada uma análise deste público, identificado suas características relevantes, que deverão ser levadas em consideração para a produção dos materiais, como por exemplo: • nível acadêmico do curso ofertado; • nível de escolaridade dos estudantes; • disciplinas e conteúdos que já foram lecionados. Assim você terá informações que poderão lhe mostrar a linguagem que poderá ser utilizada no material.
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2.5 Relação teoria-prática No desenvolvimento dos conteúdos das disciplinas é necessário que se faça constantemente uma discussão sobre a aplicação de determinado assunto no contexto da prática profissional. O professor poderá buscar em vídeos, simulações, estudos de caso, e em outros materiais que julgar necessário, uma forma de explicitar o aporte teórico na prática que posteriormente o estudante, com sua formação, poderá executar.
EXEMPLO! Este material será um suporte para a avaliação dos materiais digitais, seja na sua produção ou na sua escolha. O educador poderá usá-lo para analisar se seu material possui esses indicadores e assim produzir materiais com maior qualidade e, possivelmente, com maior potencial de contribuições para o processo de ensino -aprendizagem.
SUGESTÃO! Sugerimos que você navegue por esta página da web, na qual contém vários vídeos abordando a temática da relação teoria-prática e discussões sobre os saberes docentes. As informações da página tratam de forma mais específica dessas práticas no ensino de ciências, porém também nos traz uma visão geral sobre o assunto que estamos trabalhando e nos faz refletir sobre diversos fatores que podem tornar nossa atividade docente mais eficiente.
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ARTIGO! Convidamos você a ler este artigo, nele é discutido o desafio docente de conseguir articular a teoria dos conteúdos lecionados e a apresentação destes mesmos conteúdos de forma prática, buscando enfatizar uma abordagem que proporcione uma visão do mundo real.
REFLEXÃO! Reflita sobre suas ações acerca da sua prática docente atual, pense em como você está trabalhando a prática dos conteúdos lecionados em sua disciplina, analise quais os exercícios você está propondo aos alunos, se estes exercícios conseguem levá-los a verificar e identificar as situações reais que possivelmente irão vivenciar no seu cotidiano profissional, acadêmico ou mesmo pessoal. Observe também se você está exemplificando os assuntos, e se essa prática contempla situações reias, verifique se há de fato essa articulação entre teoria e prática, e se existem outros materiais que possam ajudá-lo nesta difícil tarefa, como os vídeos, jogos, simuladores, software, etc.
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2.6 Possuir hipermídias
Quais são as mídias que você utiliza no desenvolvimento dos seus materiais? Elas são satisfatórias para o alcance do objetivo educacional que o material se propõe? Você sente a necessidade de utilizar outras mídias diferentes? Todas essas questões ainda revelam um grande desafio do uso das mídias no contexto educacional, nem sempre é fácil escolher e desenvolver mídias para compor um material para EAD. Muitas vezes necessitamos de uma equipe de profissionais que possam nos auxiliar nesta tarefa, pois o uso das mídias não deve ser indiscriminado, apenas para diferenciar o material, ele deve contribuir para o aprendizado, e por isso deverá ser analisado em que contexto esta mídia será inserida, a capacidade do material de suportá-la, se todos os alunos conseguirão acessá-la com facilidade, e se ela atende aos objetivos almejados para o desenvolvimento do conteúdo.
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Contudo, o uso de hipermídias é muito importante na educação, pois pode proporcionar uma melhor comunicação dentro do processo de ensino e aprendizagem, facilitando a compreensão de conteúdos e contribuindo para a construção do conhecimento de forma mais facilitada, dinâmica e inovadora. A hipermídia pode ser conceituada como o conjunto de suportes ou meios que proporcionam o acesso simultâneo a textos, imagens e sons de maneira interativa e não linear, possibilitando inúmeras ações, como por exemplo: navegar de forma livre pelo material, controle total nas mãos do usuário, fazer links entre elementos de mídia, extrair textos, imagens e sons cuja sequência demonstrará uma forma pessoal de utilização desenvolvida pelo próprio usuário. (GOSCIOLA, 2003, P.32).
SUGESTÃO DE LEITURA! Sugerimos a leitura da obra “HIPERMÍDIAS: INTERFACES DIGITAIS EM EAD”, pois tratase de um livro que contém vários artigos, organizados com o objetivo principal de facilitar parte deste processo de aprendizagem necessário ao uso correto das tecnologias midiáticas.
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2.7 Interativo
Este indicador está relacionado ao ato de permitir aos estudantes algum nível de participação ou troca de ações, ou seja, no material deve haver incentivos que levem o aluno a ter uma postura ativa, diante do que é exposto. Na EAD esta característica se torna essencial visto que quanto mais o aluno consiga esta interação com o material, mais aumentam as possibilidades de construção do conhecimento e, assim, os fatores positivos poderão se sobressair diante do contexto da distância física entre professor/tutor-aluno. O material digital utilizado conseguirá essa aproximação e conversação essencial, que contribuirá para que o aluno se sinta atraído e motivado a estudar. Para Belisário (2003, p.137), um bom material didático deve ser capaz de provocar ou garantir a necessária interatividade no processo ensino-aprendizagem, de forma a conduzir à construção do conhecimento. Para isto é necessário que tenha uma linguagem dialógica, num tom coloquial, que supra a ausência física do professor, representando de forma mais efetiva a conversa entre professor e aluno, tornando a leitura do material leve e motivadora.
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Convidamos você a ler o artigo “Ferramentas interativas na educação a distância: benefícios alcançados
a
partir
da
sua
utilização”,
disponibilizado no link ao lado. O artigo, além de apresentar conceitos sobre a temática das ferramentas interativas, também traz explicações e possibilidades de uso destas ferramentas na EAD.
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2.8 Promover a autonomia do estudante Este indicador reafirma uma das características do estudante no ensino a distância: a autonomia. Porém, quando ingressa na EAD, nem sempre ele tem esta autonomia nos estudos. Por isso é importante que os processos adotados nessa modalidade o conduzam à construção deste atributo. Assim, quando falamos de materiais na EAD, sejam eles impressos ou digitais, estes devem oferecer possibilidades para que o aluno construa, sozinho ou coletivamente, os conhecimentos necessário para seu desempenho e formação, sempre buscando favorecer o questionamento das ideias e conceitos oferecidos, estabelecendo comparações, analisando situações e resolvendo problemas. Os MED devem possibilitar ao estudante a adoção de uma postura independente, o desenvolvimento de uma visão crítica e a capacidade de questionamento e reflexões, para compreender com mais propriedade os conteúdos estudados e a analisar de forma coerente as ideias estabelecidas, criando suas próprias interpretações e convicções sobre o assunto estudado.
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Além disso, é essencial que haja estímulo constante à pesquisa, e que o estudante se sinta motivado a procurar outras fontes. Não podemos deixá-lo se limitar ao material disponibilizado. Precisamos instigá-lo a ampliar os horizontes, “pensar e agir fora da caixa”, sair da área de conforto e assim possibilitar a produção e seu envolvimento nas atividades propostas. Recomendamos a leitura do artigo intitulado “pensar e agir fora da caixa”. Ajuda a refletir sobre o que podemos fazer para ter atitudes proativas e, ao mesmo tempo, levar estes ensinamentos para nosso contexto educativo e como passar isso para nossos alunos. O artigo já introduz o próximo indicador que será a criatividade.
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2.9 Criativo A criatividade pode se apresentar em diferentes aspectos dentro do MED: na linguagem, nos recursos que são inseridos e muitas vezes mesclados, na aparência, na forma como apresenta os conteúdos, nas formas de utilização, nas possibilidades de contribuição que é proporcionada ao aluno, dentre outros. Por isso é importante conhecer seu público alvo, e saber onde pode inovar e o que será interessante para eles, pois nem sempre o que achamos que pode ser criativo, será realmente considerado da mesma forma por todos, em todos os contextos. Muitas vezes estas estratégias julgadas criativas já podem estar sendo utilizadas, não gerando nenhuma novidade para o estudante, assim como, muitas vezes algo simples pode surpreendê-los. A criatividade deveria estar presente em todos os MED utilizados na EAD, pois a rotina que muitos cursos oferecem aos estudantes acaba proporcionando o uso de materiais pouco criativos e atraentes, utilizados muitas vezes porque são os únicos disponíveis, mas que podem gerar uma insatisfação significativa em relação ao curso como um todo. Os educadores podem tentar desenvolver estes aspectos criativos em suas aulas e materiais, através de métodos trabalhados em cursos, ou mesmo em informações e artigos disponibilizados em sites, blogs, redes so-
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ciais, etc. O importante é sempre buscar cativar o aluno e fazê-lo apaixonar-se pelo material disponível, fazendo fluir o prazer em estudar. A seguir segue a recomendação de um blog, que aborda algumas ideias criativas que podem ajudar os educadores na produção de seus materiais.
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2.10 Diversificado Capacidade de apresentar-se de diferentes maneiras, integrando diversas mídias e formatos, de forma original, causando motivação pela inovação trazida a cada material. A utilização de MED sempre do mesmo padrão pode não ser tão vantajoso, pois os estudantes possuem estilos de aprendizagem diferentes, o que exige que qualquer modalidade de ensino proporcione maneiras diversificadas que favoreçam a aprendizagem. Sendo assim o MED expressaria essa diversificação, pois principalmente na EAD, as estratégias que os estudantes utilizam estão muito focadas nos materiais disponibilizados. O vídeo ao lado é uma apresentação da Escola Interativa - Recursos Digitais, que se trata de um espaço criado dentro do Portal Dia a Dia Educação, reunindo variados recursos digitais voltados aos processos de ensino e aprendizagem dentro e fora da sala de aula. Esta ferramenta pode ser muito útil para os educadores que querem diversificar seus materiais digitais. Conheça a plataforma e aproveite todas as suas potencialidades!
Segue em anexo um artigo que aborda a temática da diversificação dos recursos midiáticos, através de uma experiência realizada em uma Instituição Federal, em um curso técnico, este exemplo pode ser muito útil para a realidade dos cursos da EAD.
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SUGESTÃO! Neste quadro, estão sugestões de alguns repositórios de materiais digitais, nos quais serão possível que você encontre diversificados recursos e materiais para incluir em suas aulas. REPOSITÓRIOS AMBIENTE EDUCACIONAL WEB
LINKS http://ambiente.educacao.ba.gov.br//
BANCO INTERNACIONAL DE OBJETOS http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/ EDUCACIONAIS BANCO DE RECURSOS DIDÁTICOS SENAI BIBLIOTECA DIGITAL USP BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL DO BRASIL BIBLIOTECA VIRTYUAL – SENAC BIBLIOTECA VIRTUAL DE DIREITOS HUMANOS COPYLEFT PEARSON EDUCATION CURRICULO + ESCOLA DIGITAL FGV ONLINE LABORATÓRIO DIDÁTICO VIRTUAL
http://www.senai.br/recursosdidaticos/ http://www.teses.usp.br/ http://bndigital.bn.gov.br/ http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a6081.htm&testeira=386 http://www.direitoshumanos.usp.br/ http://www.copyleftpearson.com.br/home.aspx http://curriculomais.educacao.sp.gov.br http://escoladigital.org.br http://www5.fgv.br/fgvonline/ http://www.labvirt.fe.usp.br/
MOCHO – PORTAL DE ENSINO DAS http://www.mocho.pt/ CIÊNCIAS E DE CULTURA CIENTÍFICA PORTAL DO PROFESSOR PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO RIVED UNIVERSIA – BRASIL UNIVERSIDADE VIRTUAL AFRICANA (UVA)
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http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ http://www.dominiopublico.gov.br http://rived.mec.gov.br http://docentes.universia.com.br/biblioteca-recursos/ http://oer.avu.org/
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REFLEXÃO O que você tem feito para diversificar e inovar no material que você tem produzido? Seus alunos se sentem cansados e desmotivados com os materiais disponibilizados, ou suas ideias têm surpreendido seus estudantes? Quais ideias você poderia sugerir para melhorar estes aspectos no Material digital oferecido?
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2.11 Colaborativo
Esta característica possibilita a construção coletiva, por meio da contribuição dos estudantes para o aperfeiçoamento e complemento do material utilizado. Assim, é possível que várias pessoas reúnam suas ideias sobre determinados assuntos produzindo um material robusto, que envolva a flexibilidade e a participação dos envolvidos, e com isso pode além de proporcionar a construção do conhecimento de forma coletiva, gerar um sentimento de utilidade e satisfação dos estudantes por sentirem-se mais valorizados.
SUGESTÕES! Você pode disponibilizar arquivos editáveis, ou espaços para as contribuições dos estudantes, gerar discussões entre eles, fazer mediação de debates, pedir sugestões, incentivá-los a participar, mostrar que suas sugestões estão sendo incorporadas e enfatizar a importância de sua participação. Assim eles se sentirão parte desta construção e, possivelmente, valorizarão mais aquele produto que também foi feito por eles.
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2.12 Disponibilidade
A disponibilização dos materiais deve estar adequada às possibilidades de acesso do estudante, para que estejam disponíveis no momento em que ele necessite. As formas de acesso aos materiais de um curso devem ser analisadas para que o estudante sempre possa ter disponível o MED necessário para seus estudos, seja através de uma plataforma na internet, ou outro meio virtual, ou mesmo através de outras possibilidades tecnológicas que consigam levar este material até ele.
QUESTIONE-SE! Os seus estudantes possuem acesso à internet? Através da estrutura de internet disponível para eles é possível ter acesso aos materiais digitais que você fornece? Onde você disponibiliza esses materiais? Todos possuem acesso a este local? Os alunos reclamam da disponibilidade do material? Já pensou em disponibilizar em mais de um local?
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2.13 Contribuir para o aprendizado Este indicador se torna uma das mais importantes características de um bom material, seja ele impresso ou digital, pois é fundamental que o material possa colaborar para a construção do conhecimento do aluno. Palloff e Pratt (2004) compreendem que o material didático para EAD requer mudanças, adaptações e práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem do aluno. Assim, o professor deve ter a capacidade de analisar quais estratégias pedagógicas são mais vantajosas e contribuem em maior proporção para a aprendizagem dos estudantes.
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APRENDER
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PENSAR
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EXPLORAR
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COMUNICAR
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2.14 Acessibilidade Ao produzir ou escolher um MED é importante analisar se este atende às necessidades dos alunos que possuam alguma deficiência física ou mental e, sempre que possível, produzir, escolher ou adaptar os materiais ao estudante, proporcionando sua inclusão ao meio em que ele está inserido, seu desenvolvimento acadêmico e a construção do seu conhecimento. Para fundamentar esta necessidade, os Referenciais de qualidade na Educação Superior a Distância - Ministério da Educação e Cultura, podem ser perfeitamente interpretados à luz do ensino técnico, enfatizando, com bastante clareza, que os materiais produzidos devem também dispor de esquemas alternativos para atendimento a estudantes com deficiência, para assim, suprir a demanda educacional existente.
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ARTIGO! Convidamos você a ler este artigo que trata da
temática
“acessibilidade
no
contexto
educacional”, este material tem o objetivo de apresentar uma visão contemporânea para o conceito de acessibilidade, tratando dos aspectos legais e normativos envolvidos em sua promoção, além de discutir sobre os recursos e orientações tendo em vista contribuições da Computação para a Educação Inclusiva.
ATENÇÃO! Este material ainda não está totalmente adaptado para atender a todas as necessidades de uma pessoa com deficiência, contudo almejamos elaborar uma nova versão que contemple tais estratégias, para que assim este material fique completamente adequado ao uso por qualquer pessoa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir destes indicadores, criados com base na visão de diversos autores que estudam a eficiência dos materiais didáticos, será possível oferecer ferramentas de suporte ao ensino-aprendizagem que estejam em consonância com o perfil e a demanda dos estudantes, enfatizando características que tornam o material a ser produzido ou escolhido mais eficiente e dinâmico, potencializando suas possibilidades educativas. Assim, para sintetizarmos a ideia fundamental deste e-book, segue abaixo um mapa que mostra, de forma holística, a utilização das ideias explanadas aqui:
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Esperamos que este e-book favoreça a produção e escolha de materiais na EAD, proporcionando uma melhor qualidade para a utilização, complementação e aperfeiçoamento dos materiais adotados na EAD ou no ensino presencial, e que, além disso, possa fazer os educadores refletirem sobre suas práticas pedagógicas e desenvolverem uma visão crítica sobre suas próprias ações no contexto educativo.
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REFERÊNCIAS 1. BELISÁRIO, A. O material didático na educação a distância e a constituição de propostas interativas. In: SILVA, Marco (Org.). Educação online. São Paulo: Loyola, 2003, p.137-148. 2. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância. 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf - Acesso em: 10 jan. 2015. 3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais para elaboração de materiais didáticos para a EaD no ensino profissional e tecnológico. Brasília, 2007b. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ ABAAAA23IAL/referencial-material-didatico-mec
- Acesso
em: 25 Jan. 2016. 4. BRASIL. Ministério da Educação. Multimídia educacional acessível a todos. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32336 - Acesso em: 20. Mai. 2016. 5. GOSCIOLA, Vicente. Roteiro para as novas mídias. 2. ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2003. 6. MERCADO, L. P. L.; FREITAS, M. A. S. Avaliação de materiais didáticos para educação online dos cursos da UAB/UFAL: perspectiva analítica e reconstrutiva. E-curriculum, v.11, n.2 (2013). Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curricu-
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lum/article/ - Acesso em: 26 mar. 2016. 7. NOTARE, Márcia Rodrigues. Desenvolvimento de material educacional digital: um dos pilares da educação a distância. XVII Congresso Internacional de Informática Educativa, TISE. J. Sánchez, Editor, Santiago, Chile, 2012. Disponível em: http:// www.tise.cl/volumen8/TISE2012/35.pdf - Acesso em: 15. Jan. 2016. 8. PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004. 9. PASSOS, P. C. S. J.; BEHAR, P. A. Interação e Interatividade através das interfaces de materiais educacionais digitais. Novas tecnologias na Educação. V. 9 Nº 1, julho, 2011. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/21886 - Acesso em: 26 mar. 2016. 10. SANTOS, C. R. A construção do material didático para a educação a distância: a experiência do Setor de Educação a Distância da UNESC. Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre, v.4, n.1, julho 2006. 11. TORREZANN, C. A.W; BEHAR, P. A. Parâmetros para a construção de materiais educacionais digitais do ponto de vista do design pedagógico. In: Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Porto Alegre, Artmed, 2009, p. 33-65. 52 12. VICTORINO, A. L..; HABUENAUER, C. J. Avaliação em EAD apoiada por Ambientes Colaborativos de Aprendizagem no
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programa de capacitação para a Qualidade da COPPE/UFRJ. 2004.
Disponível
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http://www.abed.org.br/congres-
so2004/por/htm/159-TC-D3.htm - Acesso em: 20 Mar. 2016. 13. VIDAL, Odaléa Feitosa; MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Reflexões teóricas acerca da produção de material didático para educação a distância. ESUD 2014 – XI Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância. Disponível em: http://esud2014. nute.ufsc.br/anais-esud2014/files/pdf/126816.pdf - Data do Acesso: 10 Jul. 2016. 14. ZANETT, Alexsandra. Elaboração de materiais didáticos para educação a distância. Biblioteca Virtual do NEAD/UFRJ, 2015. Disponível em: http://www.cead.ufjf.br/wp-content/ uploads/2015/05/media_biblioteca_elaboracao_materiais. pdf - Data do acesso: 10 jul. 2016.
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STÉRIO DA MINISTÉRIO DO DA MINISTÉRIO DA MINISTÉRIO DO ESPORTE ESPORTE SAÚDE EDUCAÇÃO SAÚDE
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INSTITUTO FEDERAL Piauí