WE'BIZ - DEZEMBRO 2012

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Negócios

100%

ARQUITETURA

VÍDEO

Criativos

MÚSICA DESIGN

Os projeto

s, espaço s e apoios que suste a criativid ntam ade como core busi ness.

CINEMA

PUBLICIDADE SOFTWARE E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA SOFTWARE EDUCACIONAL E DE ENTRETENIMENTO JOALHARIA

AUDIOVISUAL

DESIGN DE MODA ANTIGUIDADES CINEMA

VÍDEO MÚSICA

PUBLICIDADE

ARTES VISUAIS DESIGN DE MODA

ARTES PERFORMATIVAS EDIÇÃO

JOALHARIA TELEVISÃO

DESIGN

ARQUITETURA ARTESANATO EDIÇÃO

ANTIGUIDADES

ARTES VISUAIS VÍDEO

AUDIOVISUAL RÁDIO



EDITORIAL Com este número se inicia a publicação da WE’BIZ, revista que, como o título indica, é dedicada aos negócios de nova geração e seus protagonistas. A WE’BIZ remete para o conceito de inovação, enquanto mudança de paradigmas na atividade empresarial e introdução de novas tecnologias no exercício da mesma.

PROPRIEDADE ANJE -Associação Nacional de Jovens Empresários CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Francisco Maria Balsemão Manuel Lopes Teixeira DIRETOR Rafael Alves Rocha COORDENADORA Mónica Rodrigues Neto REDATORES André Amorim Costa Ricardo Vieira Melo Mónica Rodrigues Neto COLABORADORES NESTA EDIÇÃO Bruno Nunes Hugo Costa José Fontes Mónica Pires da Silva Olga Machado Suzana Alípio GRAFISMO Garra Publicidade, S.A. TIRAGEM 15.000 PERIODICIDADE Trimestral ANO DE EDIÇÃO 2012

A WE’BIZ é, portanto, uma revista sobre negócios e empresas, ideias e projetos, pessoas e instituições que têm como denominador comum o empreendedorismo inovador. Tudo isto numa perspetiva não apenas informativa mas também pedagógica, uma vez que, entre os objetivos editoriais da WE’BIZ, estão também a sensibilização dos jovens para o empreendedorismo e o apoio à formação de uma nova geração de empresários. Na WE’BIZ cabem, pois, artigos sobre startups inovadoras, ideias de negócio arrojadas e empreendedores capazes de pensar “fora da caixa”. Queremos desta forma mostrar que é possível, em Portugal, romper com preconceitos e ter êxito em iniciativas empreendedoras de diferentes tipos, desde empresariais a sociais ou culturais. Por outro lado, é nossa intenção dar a conhecer oportunidades de negócio, meios de financiamento e ferramentas tecnológicas ao dispor de quem desenvolve a atividade empresarial. Deste modo, a WE’BIZ assume uma vertente mais utilitária e espera, por esta via, auxiliar os jovens empreendedores a encontrarem uma estratégia para a concretização dos seus projetos e ideias. Complementarmente, a nossa revista vai transmitir dicas e conselhos sobre gestão de negócios, funcionando assim como uma espécie de manual de boas práticas de empreendedorismo. Com a promoção do Projeto Inovação Portugal, no qual se insere a WE’BIZ, a ANJE acredita estar a realizar mais cabalmente a sua missão institucional de apoio ao empreendedorismo. Sem dúvida que a massa crítica e o capital de experiência que, ao longo de 27 anos, a associação foi acumulando na área empresarial encontram na WE’BIZ um excelente veículo de comunicação. Pretende-se, assim, que a revista vá ao encontro das necessidades informativas dos empreendedores portugueses. Da nossa parte, tudo faremos para informar, de forma rigorosa mas desempoeirada, quer empresários atuais e potenciais, quer o público habitualmente atento à dinâmica empresarial do país, quer ainda um público mais generalista. Rafael Alves Rocha Diretor Dezembro 2012 WE’BIZ 3


SUMÁRIO

03 04 21 22 37 28 38 42 50 54 EDITORIAL

weZOOM › TEMA DE FUNDO

O Porto de Partida das Indústrias Criativas A criatividade fez-se indústria. Acompanhe-nos neste roteiro pelos projetos, espaços, apoios e iniciativas.

weTHINK › OPINIÃO

weSTART › STARTUPS

O que não se mede, não se gere

P. 22 Ossos do ofício empreendedor P. 26 New Business Accelerator

Diamantino Costa

weFIND › OPORTUNIDADES

weTHINK › OPINIÃO

P. 28 Decisões e Soluções lança nova oportunidade de franchising

Inova!

P. 28 Douro premeia inovação

Manuel Lopes Teixeira

P. 29 EDP Starter

Oportunidades de incubação e aceleração no setor energético

weTECH › TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

weLEARNING › FORMAÇÃO

Andar literalmente nas nuvens

P. 42 Formadores e consultores ao serviço dos pequenos negócios

O que o cloudcomputing pode fazer pelo seu negócio.

P. 44 Prepare-se para o novo paradigma comercial

weNEXT › AGENDA

weSEARCH › LIVROS & SITES

P. 51 Janeiro

P. 54 All Desk: O site que permite alugar espaços de trabalho em mais de 30 países

P. 51 Fevereiro P. 52 Março

4 WE’BIZ Dezembro 2012

P. 55 Na nova era industrial triunfam os “makers”


14 5% 23.7

weFIRST › PRIMEIRA MÃO P. 14 Choque tecnológico no setor primário P. 15 Startup lusa em Silicon Valley para conquistar mercados dentro do Facebook

30 46

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weTALK › ENTREVISTA Francisco Maria Balsemão O presidente da ANJE acredita no empreendedorismo e aponta o caminho: investimento privado e exportações.

weNUMBERS › FINANCIAMENTO

P. 30 Apoios à contratação e ao empreendedorismo P. 36 Portugal Ventures lança primeira Call for Entrepreneurship

40

weSOCIAL › EMPREENDEDORISMO SOCIAL Start Up Me lança negócios na Ameixoeira Bolsa do Núcleo Empreendedor Ligate reúne serviços de 18 desempregados residentes na freguesia lisboeta.

weNOW › ATUALIDADE P. 46 Colômbia: Um mercado em aproximação P. 46 Forbes destaca portugal na lista dos melhores países para fazer negócios P. 47 Portugal continua a apostar no espaço P. 48 Pme digital aposta na aproximação entre pequenas e grandes empresas P. 48 Subsídio de desemprego para empresários chega em 2015 P. 49 Feira do empreendedor reuniu mais negócios qualificados

56

weSHARE › WEB & APPS P. 56 Redes Sociais: plano de ação em 8 passos P. 60 Duas “apps” no topo da produtividade

Dezembro 2012 WE’BIZ 5


weZOOM › TEMA DE FUNDO

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TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM

Roteiro pelo centro da economia criativa: projetos, espaços, apoios e iniciativas.

O PORTO DE PARTIDA DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS Dezembro 2012 WE’BIZ 7


weZOOM › TEMA DE FUNDO

Ao longo da história, muitos foram os génios pessoais, artísticos, culturais e, mais recentemente, tecnológicos que se destacaram nas respetivas áreas de atividade. Porém, pelo menos por cá, só recentemente esse talento criativo quebrou as barreiras que o enclausuravam num ecossistema quase que hermético e o alienavam de qualquer associação com o universo empresarial. Hoje, a criatividade está longe ser um ponto de partida para uma inovadora ideia de negócio. Com a emergência das indústrias criativas, ela é o cerne de um dos setores sobre as quais se depositam grandes expectativas no quadro de um processo de diversificação empresarial, com impacto no nosso crescimento económico. A região Norte é apontada como origem deste movimento empreendedor criativo, enquanto o Porto se distingue como centro nevrálgico das iniciativas empresariais desta área.

O conceito de Indústrias Criativas foi desenvolvido no Reino Unido pelo Department of Culture, Media and Sports (UK DCMS) há mais de 10 anos e hoje é visto por muitos países, inclusive o nosso, como driving force do crescimento económico. Assumindo o propósito de se distinguir como centro criativo mundial, o Reino Unido constitui, de resto, o melhor exemplo a nível global no que toca à implementação de estratégias de desenvolvimento assentes nas Indústrias Criativas. Manchester, Sheffield, Huddersfield, Birmingham e Londres são as principais cidades envolvidas neste “boom” de criatividade, havendo estudos a revelar que, nos últimos anos, o ritmo de crescimento das Indústrias Criativas no Reino Unido registou uma taxa duas vezes superior à economia global e potenciou a criação de cerca de 1,9 milhões de postos de trabalho.

ARQUITETURA

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ARTES VISUAIS E ANTIGUIDADES

ARTESANATO E JOALHARIA

DESIGN

DESIGN DE MODA


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Por cá, as Indústrias Criativas estão intrinsecamente associadas ao processo de renascimento do centro histórico da cidade do Porto e fervilham em cada esquina das ruas onde, todas as semanas, se assiste ao nascimento de um novo projeto. O experimentalismo das iniciativas mais concetuais surge agora complementado por uma estratégia, uma marca, uma expressão comercial, patente em ateliers, concept stores e eventos diversos, mas também em centros de investigação e tecnologia, espaços de coworking, incubadoras e fab labs. Cidade berço de grandes nomes como Siza Vieira e Souto Moura - graças aos quais é a única em todo o mundo a acumular dois Prémios Pritzker -, a Invicta continua a surpreender globalmente pelas linguagens arquitetónicas contemporâneas, pela irreverência das propostas de moda aqui concebidas e apresentadas, pela inovação tecnológica dos

SOFTWARE EDUCACIONAL E DE ENTRETENIMENTO

CINEMA, VÍDEO E AUDIOVISUAL MÚSICA

produtos e softwares que desenvolve, pelo modo diferenciador como afirma a sua gastronomia ou pela dinâmica que introduz nos circuitos cinematográficos e musicais. Com crescente apoio das universidades, do movimento associativo e de um conjunto diversificado de instituições públicas e privadas, as Indústrias Criativas têm vindo a ser canalizadas enquanto driving force do crescimento económico, envolvendo um número cada vez mais significativo de profissionais e empreendedores das mais variadas áreas de atividade.

SOFTWARE E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA

ARTES PERFORMATIVAS

EDIÇÃO

TELEVISÃO E RÁDIO

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CASOS Vamos aos exemplos. Filipa Carrêtas e Jorge Sá são testemunho de como um pequeno projeto de potencial diferenciador pode conquistar a atenção do capital. A ideia de construir mobiliário em cartão foi a primeira a ser apoiada pela também primeira plataforma de crowdfunding em Portugal, a Massivemov. Ângela Pires, por seu turno, convenceu o júri do Prémio SIM’12, um galardão de indústrias criativas no valor de 25 mil euros, que reconheceu o potencial do vestuário interativo desenvolvido pela sensorialFIT. Já o OPO’Lab, liderado por quatro jovens arquitetos, revela a expressão de um movimento crescente de suporte e estímulo à criatividade.

Os carpinteiros do cartão Unidos pelo cupido, Filipa Carrêtas e Jorge Sá casaram talentos e convicções num projeto criativo e sustentável, que se dedica à construção de mobiliário e adereços decorativos, a partir da reutilização de desperdícios de cartão. Ele é arquiteto, um ás em desenho e geometria descritiva, que em criança aspirava ser carpinteiro e construía os próprios brinquedos. Ela estudou tenologia, já trabalhou em turismo, tem um talento especial para os trabalhos manuais, anseia pelo equilíbrio social e diz que vê o mundo em tons de verde. O resultado do trabalho conjunto lavado a cabo por estes empreendedores criativos são surpreendentes propostas de candeeiros, mesas, estantes ou até bengaleiros, com a assinatura mo.ca. – mobiliário de cartão. “A construção é essencialmente artesanal e todas as peças são feitas à medida do cliente. No fundo, o mo.ca.mobiliário de cartão é um projeto de “carpintaria” em cartão, personalizada, moderna e, acima de tudo, consciente”, afirma Filipa Carrêtas. Acabar com a ideia de que o cartão é um “material fraco, pouco resistente e pouco nobre” é o desafio maior deste projeto, reconhece também a empreendedora, que contraria preconceitos argumentando, desde logo, que as peças mo.ca. “são mutáveis, leves e altamente resistentes”. Jorge Sá lembra que o “trabalho do mo.ca. é essencialmente artesanal”, beneficiando por isso de amplas potencialidades de customização, bem como de múltiplas garantias: qualidade de confeção, singularidade e exclusividade. Garantias essas que são um trunfo relativamente à concorrência da indústria, mas que, pela escassa valorização do mercado, não são, por ora, suficientes para constituírem efetivos fatores de competitividade. Um dos principais sucessos do projeto mo.ca. diz respeito aos resultados alcançados na Massivemov, a plataforma de Crowdfunding, que acompanha e divulga projetos criativos. Tudo aconteceu quase que por acaso, por sugestão de um amigo, mas o que é certo é que, após cinco dias de permanência na plataforma, conseguiram 82% do apoio pedido. 10 WE’BIZ Dezembro 2012

“Fomos os primeiros a conseguir apoio, na primeira plataforma de crowdfunding nacional”.


TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM

Roupa com sentido

Sucesso

Luzes, sons, zippers, molas, aromas e muitas cores compõem as inovadoras peças de vestuário infantil do projeto sensorialFIT. São roupas funcionais, fáceis de vestir e despir, que através destes acessórios interativos visam estimular o desenvolvimento sensório-motor das crianças com necessidades especiais. Um “mix” de design e tecnologia, proposto pela criadora de moda Ângela Pires. Apoiada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, no âmbito do projeto Tec-Empreende, a jovem de 27 anos conseguiu transformar a tese de mestrado num plano de negócios promissor e venceu o Prémio SIM’12, um galardão de indústrias criativas no valor de 25 mil euros. “Esta ideia surgiu quando fiz a tese de Mestrado em Design de Moda na UBI (2008) e procurei desenvolver um conceito de vestuário que pudesse intervir na melhoria da vida das pessoas. O ponto de partida foram as crianças com atrasos de desenvolvimento psicomotor que têm, por um lado, dificuldade em vestir-se sozinhas e, por outro, necessitam de uma intervenção terapêutica contínua”, afirma a jovem natural da Covilhã. Quatro anos mais tarde, e depois de ter iniciado uma carreira enquanto designer de moda na indústria de vestuário nacional, Ângela Pires retomou o projeto universitário através do IdeaMove, uma competição de empreendedorismo integrada no programa Tec-Empreende, levado a cabo pela ANJE em parceria com o INESC. Agora, a constituição da empresa está prestes a acontecer e a futura empresária empenha-se na procura de parceiros que possam apoiar a sensorialFIT “ao nível da produção e distribuição”. Argumentos não faltarão na hora de apresentar as vantagens competitivas do negócio. Ângela Pires está certa de que idealizou um “um produto inovador, sem concorrência direta no mercado”. De resto, as necessidades associadas a este produto são globais, pelo que é também significativo o potencial de internacionalização da empresa.

Projeto venceu o Prémio SIM’12, um galardão de indústrias criativas no valor de 25 mil euros. Ângela Pires acredita que “as novas tecnologias se assumem cada vez mais como um fator de inovação e diferenciação na moda”, mas defende a sua posição de criadora, alertando que estas “deverão sempre andar de ‘mão dada’ com o design”. “O designer de moda tem um papel fundamental em articular todas as componentes principais (tendências, matériasprimas, tecnologia, funcionalidade, conhecimento sobre o consumidor, etc.), de forma a criar um produto que seja interessante também do ponto de vista comercial”, complementa, revelando já uma visão mais empresarial do mercado. Uma visão que lhe terá valido a vitória na competição liderada pela Samsung. O plano de negócios de Ângela Pires distinguiu-se entre os demais projetos do setor das indústrias criativas candidatos ao SIM’12, não só pela inovação que lhe está associada, mas também pela viabilidade comprovada.

PEÇAS MODULARES, INTERATIVAS E TERAPÊUTICAS VESTUÁRIO EM MOVIMENTO Acessórios que visam estimular o desenvolvimento dos movimentos mais minuciosos, como um bolso com zippers, botões de vários tamanhos, molas de encaixe e atacadores. SENTIR A CAMISOLA Elementos que estimulam os sentidos através de cores, luzes, sons, aromas e texturas. APRENDER COM A ROUPA DO DIA Acessórios que assumem a forma de jogos, permitindo a associação de cores, formas ou números.

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weZOOM › TEMA DE FUNDO

Arquitetos de laboratório O OPO’Lab disponibiliza tecnologias digitais de conceção e fabrico, que complementa com acompanhamento técnico e criativo.

POLO DE CRIATIVIDADE Luis Sousa reconhece o potencial criativo do Porto enquanto polo de criatividade e confessa ser da opinião de que os apoios às indústrias criativas se devem efetivar pela via do empreendedorismo, pois só assim será garantido o impacto no “crescimento da economia nacional”.

São programadores culturais de Guimarães Capital Europeia da Cultura - onde também têm dinamizado iniciativas de suporte e estímulo à criatividade - mas foi pelo Porto que começaram e é precisamente na invicta que organizam anualmente o Get Set Festival, evento internacional de apoio aos jovens criadores. Falamos de quatro arquitetos que podemos até intitular de cientistas criativos, uma vez que é em laboratório que trabalham. OPO’Lab é o nome deste projeto de experimentação e exploração, que fomos conhecer através de Luís de Sousa, um “enfant terrible” de apenas 26 anos, que se diz movido “por uma irreverência quase absoluta”. “O OPO’Lab foi criado com o propósito de disponibilizar aos criativos, e também ao público em geral, algumas tecnologias digitais de conceção e fabrico normalmente apenas acessíveis à indústria” explica o jovem empreendedor.

Mas o que efetivamente o distingue das demais empresas de fabrico digital “é o facto de a oferta tecnológica de que dispõe ser completada por um acompanhamento técnico e criativo personalizado. Este projeto não foi criado com o intuito único de resolver desafios de ordem técnica, tendo também por objetivo aconselhar e orientar os criativos que procuram o seu apoio em áreas como a promoção e a valorização comercial do respetivo trabalho”, sustenta Luís de Sousa. É neste sentido que, muitas vezes, o projeto acaba mesmo por associar-se aos criativos como parceiro ativo no desenvolvimento de soluções para mercados como o da arquitetura ou do design de equipamento. “O OPO’Lab assume-se como uma entidade global e plural, que no diálogo com os seus clientes não se limita a prestar um serviço e procura também identificar e estabelecer sinergias e parcerias entre estes”, afirma o arquiteto. De resto, na sua abordagem ao mercado, o OPO’Lab disponibiliza serviços de curadoria e desenho de eventos, exposições e conferências. Inclui, assim, na carteira de clientes entidades públicas ligadas à cultura, mas também públicos empresariais, nomeadamente PME. É que as tecnologias e a criatividade dos quatro arquitetos também têm sido aplicadas na prestação de serviços de I&D para o mercado empresarial.

O automóvel que levita O OPO’Lab tem sede no centro da cidade do Porto, onde no começo do ano recebeu a visita do Presidente da República, no âmbito de um roteiro dedicado às Indústrias Criativas. Mas o envolvimento com a Capital Europeia da Cultura tem justificado uma divisão de atenções com Guimarães. No berço da nação, a empresa foi convidada para dinamizar um programa de promoção da criatividade, incluindo visitas de estudo, oficinas e workshops temáticos. De resto, tem vindo a colaborar na dinamização de concursos ao nível da arquitetura e do design e a trabalhar de perto com designers, assegurando o fabrico das propostas que também ajuda a desenvolver. Luís de Sousa destaca, por exemplo, a sinalética da cidade, trabalhada em conjunto com uma designer austríaca. Relativamente ao historial de trabalhos desenvolvidos pelo OPO’Lab o arquiteto destaca ainda a consultoria e produção técnica do projeto Bairros Criativos (Porto) e a curadoria de uma exposição comemorativa do Ano Internacional da Juventude (2011), iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com a Fundação da Juventude. No patamar empresarial, é inevitável referir o desenvolvimento de um protótipo de um carro que levita com balões de hélio e a organização da Exposição “20 Anos Autoeuropa”.

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TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM

ESPAÇOS INSERRALVES Situado em frente à Casa de Serralves, este espaço lançado em 2008 acolhe iniciativas empresariais inovadoras no âmbito das Indústrias Criativas, que promovam produtos e serviços com potencial comercial. Para além da valência de incubação física, disponibiliza serviços de incubação virtual. www.inserralves.pt/

UPTEC PINC Pólo de Indústrias Criativas do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC PINC). A incubadora procura responder aos desafios globais da nova economia criativa, agregando o conhecimento e as competências desenvolvidas na Universidade do Porto em diversas áreas das indústrias criativas e culturais. http://uptec.up.pt

CENTRO DE CRIATIVIDADE DIGITAL Reconhecido como um dos projetos âncora do Cluster das Indústrias Criativas no Norte de Portugal, assume-se como um centro de competência e excelência criativa, onde se destaca uma infraestrutura de produção com recurso a tecnologias avançadas e de última geração. Instalado na Escola das Artes da Católica Porto, com o Apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), este centro está intrinsecamente associado à rede de empresas ARTSpin, no âmbito do programa de incubação da Católica do Porto (Spinlogic). http://artes.ucp.pt/ccd

FORMAÇÃO

APOIO

MESTRADO EM GESTÃO DE INDÚSTRIAS CRIATIVAS

FUNDO DE INVESTIMENTO

Uma iniciativa conjunta da Escola das Artes e da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica no Porto, com o apoio da ADDICT Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas. O objetivo do curso passa por formar especialistas na aplicação de conhecimentos de gestão financeira, legal e operacional no setor criativo. http://artes.ucp.pt/ industriascriativas/

INICIATIVA PORTUGAL CRIATIVO Evento que aposta num conceito colaborativo, coordenado pela ADDICT - Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas. De periodicidade anual (teve lugar em junho deste ano), a iniciativa habitualmente realizada na cidade do Porto tem a missão de refletir, celebrar e manifestar a criatividade. O objetivo principal é lançar o desafio de desenvolver e apostar na qualidade e diferenciação dos próprios criativos e do setor em que trabalham. Este desafio traduz-se num programa direcionado para os agentes criativos, empreendedores, estudantes e interessados nas várias áreas de atuação das Indústrias Criativas.

DESIGN MANIFESTO Espaço expositivo integrado no Oporto Show, uma das feiras de design mais importantes a nível internacional, que se dedica à promoção de marcas e projetos de jovens talentos nacionais das Indústrias Criativas, sobretudo nas áreas do design e da arquitetura de interiores. Esta iniciativa visa estimular o empreendedorismo criativo, ajudar os jovens criadores a pôr o pé no mercado de trabalho e promove-los junto dos empresários do setor e da imprensa nacional e internacional.

Quarenta business angels associados do Invicta Angels, empresários e quadros superiores das principais empresas da região, em parceria com a Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, SA e o Compete, gerem um fundo de investimento dedicado às indústrias criativas. São evidenciadas como alvos preferenciais deste fundo de investimento as PME inovadoras das seguintes áreas: cinema, vídeo e audiovisual; software educacional e de entretenimento; software e serviços de informática; televisão e rádio; serviços e projetos especiais.

PRÉMIOS PRÉMIO NACIONAL DE INDÚSTRIAS CRIATIVAS Competição que tem como principais promotores a Unicer, através da marca Super Bock, e a Fundação de Serralves e visa apoiar e estimular iniciativas empresariais que contribuam para a afirmação da criatividade e da inovação portuguesas nos mercados nacional e internacional. Podem, por isso, candidatar-se ao galardão de 25 mil euros cidadãos maiores de 18 anos, individualmente ou em grupo, bem como pequenas e microempresas, com sede em território português, que se encontrem em fase de expansão. O Prémio Nacional de Indústrias Criativas aposta na seleção rigorosa de um conjunto finalistas, até 10, aos quais é dado apoio no processo de elaboração de planos de negócios. Planos esses que são avaliados na fase final da competição, ditando a escolha do vencedor. www.industriascriativas.com

PRÉMIO SIM Galardão promovido pela Samsung Electrónica Portuguesa com o objetivo de distinguir projetos inovadores na área das indústrias criativas com um prémio no valor de 25 mil euros. Criatividade, carácter disruptivo, integração tecnológica e viabilidade financeira são os critérios destacados pela competição. http://www.samsung.com/pt/ premiosim/ Dezembro 2012 WE’BIZ 13


weFIRST › PRIMEIRA MÃO

Choque tecnológico no setor primário “Tivemos pedidos e contactos dos quatro cantos do mundo. Ficaram espantados por sermos portugueses e admirados por nos termos lembrado de pormenores que fazem a diferença” conta Rui Valpaços a propósito da presença no gigante certame alemão EuroTier. A participação naquela que é uma das maiores e mais conceituadas feiras de produção animal implicou um investimento de milhares de euros, encarado pelo empresário de 32 anos como uma aposta promocional com vista ao lançamento global de um conjunto de integrado de soluções tecnologicamente inovadoras para a suinicultura. “O objetivo da marca ScrofaTech é comercializar um conjunto de soluções que irão automatizar procedimentos básicos na suinicultura, tais como a identificação de animais, a deteção e monitorização de partos, o controlo do ciclo reprodutor suíno e a higienização no interior da exploração”, conta o engenheiro mecânico de formação. A todas estas soluções soma-se ainda um software de controlo, que possibilita a “gestão e supervisão total da exploração”, estando inclusivamente disponível em versão mobile. Empresário desde os 18 anos, Rui Valpaços tem consciência da importância da diferenciação no mundo dos negócios, pelo que é perentório ao esclarecer que “este conjunto de soluções tecnológicas diferencia-se por ser único no setor pecuário, introduzindo tecnologias de ponta na área da radiofrequência, da visão artificial e da robótica industrial”. Vamos aos exemplos: a tecnologia RFID UHF é utilizada para identificar animais baia a baia; a tecnologia kinect possibilita a deteção de partos e a monitorização do crescimento dos leitões; e um robô autónomo assegura o controlo do ciclo reprodutor suíno, assim como a estação de tratamento de resíduos.

Polónia, Rússia e China”. Para a distribuição global, estão já estabelecidas parcerias internacionais, designadamente com as distribuidoras comerciais Magapor e Eurogan. Mais do que um nome de família, Valpaços é também a terra natal do jovem empreendedor, que cedo decidiu enveredar pelo mundo dos negócios. Foi aí que, ainda enquanto estudante, constituiu a sua primeira empresa: um centro de produção de leitões. Dedicou-se depois ao apuramento genético de uma raça própria, que desde 2008 pode ser degustada no restaurante Leitão e Coisas (Porto), o seu segundo projeto empresarial. A criação da RVLP Technologies - empresa detentora das soluções ScrofaTech - aconteceu em 2010, fruto do know-how adquirido, bem como de uma ambição empreendedora mais madura e adaptada às necessidades do mercado. Rui Valpaços licenciou-se em Engenharia Mecânica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo mais tarde frequentado o Programa de Direção de Empresas AESE (Lisboa) / IESE (Barcelona). Uma formação que contribuiu para a visão estratégica com que aborda os negócios. O futuro, diz, passará pela continuidade dos trabalhos de investigação e desenvolvimento de soluções tecnológicas da RVLP, cujo âmbito poderá extravasar o setor da suinicultura.

“Pretendemos comercializar a nossa tecnologia para o grupo de mercados que representa os maiores produtores mundiais de carne suína: EUA, Brasil, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Polónia, Rússia e China”.

SOLUÇÕES DA PORTUGUESA SCROFATECH FAZEM SUCESSO NO CERTAME ALEMÃO EUROTIER, UM DOS MAIS CONCEITUADOS EVENTOS GLOBAIS DE PRODUÇÃO ANIMAL.

Proposta ecológica para os maiores produtores mundiais A proposta de valor central para as explorações de todo o globo passa, obviamente, pela redução de despesas (com ração, materiais de inseminação, saúde, consumo energético, entre outros), mas as vantagens decorrentes destas soluções são também ecológicas. A ambição de Rui Valpaços passa, por isso, por “comercializar este conjunto tecnológico para o grupo de mercados que representa os maiores produtores mundiais de carne suína: EUA, Brasil, Espanha, Alemanha, Dinamarca, 14 WE’BIZ Dezembro 2012


PRIMEIRA MÃO ‹ weFIRST

Startup lusa em Silicon Valley para conquistar mercados dentro do Facebook Marco Barbosa não tem dúvidas: “as redes sociais vieram para ficar, quer seja o Facebook ou outra empresa qualquer”. Por agora, a plataforma criada por Mark Zuckerberg continua a dominar o globo, contando com mais de mil milhões de utilizadores ativos mensais. Um potencial imensurável que o empreendedor de 24 anos decidiu rentabilizar, reunindo uma equipa empreendedora em torno do desenvolvimento da solução Bewarket. Falamos de “um marketplace que funciona dentro do Facebook e que permite que pessoas comprem e vendam dentro da rede social”. Se tem potencial? Em Silicon Valley, dizem que sim. Marco Barbosa não esconde o orgulho pelos tempos passados no exigente e fervilhante polo tecnológico - onde estão empresas como o próprio Facebook, a Google ou a Apple - e confessa ainda que é a partir de lá que ambiciona conquistar dois mercados gigantes: o norteamericano e o brasileiro. A jovem startup encontra-se instalada desde outubro no “Portugal Inovador” da “Plug and Play Tech Center”, a maior incubadora de Silicon Valley. Desconfiar dos vendedores e dos compradores no comércio online é perfeitamente legítimo e comum. E se fosse possível pesquisar a rede de amigos ou pedir opiniões à comunidade digital antes de fechar um negócio? Este foi um dos pressupostos que levou Marco Barbosa a idealizar o Bewarket, durante a elaboração da sua tese

uma linha bidirecional entre vendedores e compradores”. Rapidamente, Marco Barbosa conseguiu dar provas da viabilidade desta teia, convencendo os responsáveis pela tecnológica Sétima, designadamente Miguel Veira, de 29 anos, e Rui Ramos, de 28. Também Afonso Barbosa, de 42 anos, designer e co-fundador da Edigma, integra esta equipa empreendedora, que em fevereiro de 2011 se reuniu em torno da Webankor, Lda - empresa detentora do projeto. Competição de empreendedorismo potenciou lançamento Da ideia à aplicação propriamente dita, foram muitos, mas rápidos, os passos dados. A competição empreendedora IdeaMove, promovida pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, em parceria com o INESC, constituiu um dos aceleradores desse percurso. “Até foi durante o IdeaMove que lançamos a versão beta”, recorda Marco. “Lembrome perfeitamente, um ambiente descontraído, pessoas bem-dispostas, que tornavam o processo de empreender interessante. Aprendi imenso, numa fase crítica do projeto e fiz contactos muito valiosos para o nosso crescimento agora”, complementa o jovem empresário. “A ANJE é uma parte essencial neste projeto”, conclui ainda. Na verdade, a Webankor está agora entre os finalistas da competição, encontrando-se a receber acompanhamento com vista ao lançamento da empresa nos mercados internacionais, bem como à conquista de investidores. Estas são, de resto, as prioridades atuais de Marco Barbosa. “Estamos na fase de internacionalização do projeto e procuramos investimento que nos permita dar o próximo passo. O investimento irá permitir que nos tornemos o líder de mercado do comércio social em dois anos”, refere convicto o empreendedor. Criada no início do ano, com cerca de 80 mil euros, a empresa beneficiou apenas de capitais próprios, até ao momento. Entre os apoios complementares inclui-se também a vitória num concurso para startups o GSI Accelerators AIDA Startup

BEWARKET É O NOME DA APLICAÇÃO QUE APOSTA NO CONCEITO DE COMÉRCIO SOCIAL, ISTO É, COMÉRCIO ELETRÓNICO OPERADO ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS. OS JOVENS EMPREENDEDORES RESPONSÁVEIS PELO PROJETO ENCONTRAM-SE EM SILICON VALLEY COM O PROPÓSITO DE ACELERAR O NEGÓCIO.

de mestrado. O projeto “mistura os conceitos sociais com os do e-commerce”, permitindo assim a recomendação de produtos por parte de amigos ou possibilitando a definição de comissões para quem conseguir angariar compradores. Entre outras funcionalidades, é ainda possível filtrar potenciais negócios pelo critério de proximidade, fazer doações e criar listas de interesses.

Challenge 2012, que valeu aos empreendedores um programa de aceleração em Silicon Valley, com duração de três meses. “É inexplicável, é muito intenso e a quantidade de oportunidades que existem e que surgem é gigantesca. É um ecossistema impressionante, onde nos é dada a oportunidade de estar nas maiores empresas que estão direta ou indiretamente relacionadas connosco”, sublinha Marco Barbosa.

De acordo com o jovem empreendedor, a aplicação instalada no Facebook torna “o e-commerce numa teia, em vez de Dezembro 2012 WE’BIZ 15


weTALK › ENTREVISTA

As exportações e o investimento privado são as únicas soluções para a crise 16 WE’BIZ Dezembro 2012


ENTREVISTA ‹ weTALK

FRANCISCO MARIA BALSEMÃO Presidente da Anje

O presidente da ANJE acredita nas potencialidades do empreendedorismo, sobretudo se materializado pela nova geração de jovens qualificados. Contudo, há ainda que eliminar um conjunto de obstáculos à iniciativa privada, designadamente de natureza fiscal. Neste capítulo, Francisco Maria Balsemão defende uma “redução drástica do IRC para novos negócios”. Considera ainda que as empresas devem apostar sobretudo em três fatores de competitividade: inovação, tecnologia e criatividade. À semelhança do que, na sua opinião, tem sido feito na Fileira Moda, para cujo desenvolvimento, diz, o Portugal Fashion deu um importante contributo.

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weTALK › ENTREVISTA A ANJE é uma das instituições portuguesas mais assertivas na promoção do empreendedorismo. Quais têm sido os resultados desta estratégia para a economia portuguesa? Os últimos dados do Global Entrepreneurship Monitor, o barómetro mais credível nesta matéria, apontam para uma taxa de atividade empreendedora de 4,5% em Portugal. Isto que significa que existem quatro a cinco empreendedores early-stage por cada 100 indivíduos em idade adulta. Se pensarmos no que estes números representam em termos de investimento, competitividade e emprego, então a conclusão é de que o empreendedorismo tem de facto impacto na economia do país. Além disso, os grandes exemplos de inovação surgem normalmente associados a projetos de empreendedorismo. Muitas das nossas PME mais inovadoras foram fundadas por jovens empreendedores, que aplicaram o seu conhecimento técnico-científico em empresas de base tecnológica. Mas, apesar de tudo, a atividade empreendedora nos países mais desenvolvidos é bem mais expressiva do que a nossa… Sim, sem dúvida. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Para ter uma ideia, apenas 4% do emprego em Portugal é criado por start-ups. Na Irlanda, o empreendedorismo gera 7% do emprego e nos Estados Unidos 8%. Portanto, em Portugal há ainda uma larga margem de crescimento da capacidade de criação de emprego por via do empreendedorismo. E o que é que está a impedir o crescimento do empreendedorismo em Portugal? Na verdade, não está ainda enraizada em Portugal uma cultura que valorize o espírito empreendedor e o êxito empresarial. Situação agravada por um conjunto de fatores que condicionam a atividade empreendedora, como a escassez de fontes de financiamento, a pesada carga fiscal, os custos de contexto, a burocracia, a baixa qualificação do tecido empresarial e as dificuldades de acesso aos mercados.

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Baixa do IRC O que é que a ANJE propõe para inverter este cenário? Para a ANJE, a estratégia de promoção do empreendedorismo deve ter um caráter estrutural – o que é diferente de reunir um conjunto de incentivos conjunturais. Neste sentido, era importante que a estratégia incidisse sobretudo nos custos de contexto, na burocracia e na qualificação. Mas, em termos de medidas concretas, o que é que propõem? Propomos, por exemplo, uma redução drástica do IRC e a extinção das derramas para novos negócios, a aplicação de um regime simplificado para micro e pequenas empresas, a suspensão do Pagamento Especial por Conta, a eliminação de procedimentos administrativos, a introdução do empreendedorismo nas escolas… As medidas que propõem têm incidência fiscal. Tendo em conta o estado financeiro do país, ainda há espaço para medidas de estímulo fiscal? Nós pensamos que sim. Portugal tem de criar condições de financiamento e de incentivo ao investimento privado, mesmo que isso signifique abdicar de receitas fiscais. É necessária uma fiscalidade mais simples, justa, competitiva e estável. Para tanto, parece-nos fundamental uma reforma do IRC que baixe significativamente os custos fiscais das empresas, reforçando assim a sua liquidez, a sua competitividade e a sua capacidade de criar empregos.

Vale a pena fazer um esforço fiscal se a empresas não são competitivas, têm uma elevada taxa de mortalidade e vivem na sua maioria do mercado doméstico? Não temos outra alternativa. As exportações e o investimento privado são as únicas soluções para a crise em que nos encontramos. Sem investimento privado não será possível sanear as finanças públicas, amortizar a dívida soberana, diminuir o défice externo e baixar o desemprego. De um ponto de vista social, esta necessidade de relançar o investimento tornar-se ainda mais premente. As cerca de 300.000 micro, pequenas e médias empresas portuguesas são responsáveis por quase dois milhões de postos de trabalho, o que diz bem da sua capacidade para criar emprego. O que fazer, então, para que as empresas portuguesas sejam competitivas e sustentáveis? Atualmente, os fatores tradicionais de competitividade – capital intensivo, matérias-primas, mão de obra, localização, acessos, etc. – já não se afiguram essenciais para o sucesso das empresas. Na chamada economia do conhecimento, os grandes fatores de competitividade são a inovação, a tecnologia e a criatividade. Como tal, as nossas empresas devem subir na cadeia de valor, incorporando mais inovação nos processos de fabrico, elevando o perfil tecnológico de bens e serviços, melhorando os modelos de gestão, valorizando o capital humano, apostando em elementos diferenciadores… Acontece que, na maioria dos casos, as empresas não estão qualificadas para desenvolverem atividades de I&D…

Portugal tem de criar condições de financiamento e de incentivo ao investimento privado, mesmo que isso signifique abdicar de receitas fiscais

Sim, isso é verdade. E não se muda um paradigma de desenvolvimento num piscar de olhos. Mas também é verdade que Portugal tem bons centros de produção de conhecimento convertível em valor empresarial, como universidades, unidades de I&D, institutos de interface e até as próprias associações empresariais. Importa, pois, aproximar estes centros de conhecimento das empresas, para que estas se qualifiquem com os novos fatores de competitividade. Empresas e centros de conhecimento devem cooperar mais intensa e proficuamente, em particular em atividades de inovação, no desenvolvimento de produtos e na criação de patentes.


ENTREVISTA ‹ weTALK Essa cooperação é mais fácil com os empreendedores jovens, à partida mais qualificados? Sem dúvida. Portugal tem um fabuloso ativo ao seu dispor: a geração mais qualificada de sempre. É nesta geração de jovens que o país deve apostar, dando-lhe condições para expressar o seu talento e materializar os seus sonhos. Naturalmente que tenho consciência dos entraves que se colocam hoje ao empreendedorismo: o crédito bancário é escasso e caro, o mercado doméstico está em forte contração, os mercados de destino das nossas exportações encontram-se em recessão e os custos de contexto não param de subir, nomeadamente a tão falada carga fiscal. Ainda assim, há janelas de oportunidade que podem ser abertas pelos nossos jovens qualificados, aproveitando os incentivos comunitários e públicos ao empreendedorismo, bem como as condições que as associações empresariais, as universidades e os organismos de apoio às empresas estão a dar para o lançamento de start-ups. E o que é que a ANJE tem feito para facilitar as iniciativas de empreendedorismo dos jovens qualificados? Estamos a criar condições para que os jovens portugueses desenvolvam o seu brainware e para que o apliquem em projetos empresariais inovadores, com potencial competitivo e vocação internacional. Para tanto, ANJE disponibiliza infraestruturas de incubação adequadas às áreas de negócio da economia do conhecimento e desenvolveu uma rede de networking entre empreendedores e investidores, de forma a facilitar o financiamento de negócios que necessitem de capital. Por outro lado, estamos a apoiar start-ups inovadoras através de serviços de formação e consultoria nas áreas da gestão, do coaching, do desenvolvimento de produto e da aplicação de tecnologias. Simultaneamente, a ANJE promove a internacionalização de empresas vocacionadas para o mercado externo. E fá-lo através de missões empresariais em mercados atrativos ou prestando serviços que facilitem a eliminação de barreiras logísticas, fiscais, culturais, linguísticas ou outras.

Estamos a criar condições para que os jovens portugueses desenvolvam o seu brainware e para que o apliquem em projetos empresariais inovadores, com potencial competitivo e vocação internacional Risco de espiral recessiva A internacionalização das empresas é uma questão de sobrevivência? Não diria que é uma questão de sobrevivência… Mas, de facto, o mercado interno português é bastante exíguo, pelo que, independentemente da conjuntura económica, as empresas portuguesas devem procurar comercializar os seus bens ou serviços no exterior e internacionalizar os seus investimentos. Quais são os setores melhor preparados para esta aposta na internacionalização? Há setores tradicionalmente exportadores e que continuam a apresentar potencial competitivo, como os têxteis, o calçado, a

maquinaria, o mobiliário, a cortiça, os veículos automóveis ou os plásticos, por exemplo, e setores onde Portugal vai ganhando alguma notoriedade internacional, como a biotecnologia, as TIC, o software ou os componentes eletrónicos. Nestes últimos setores, há ainda um trabalho de consolidação da competitividade que tem de ser feito. Mas, por outro lado, existe também muito potencial de internacionalização por materializar. As atuais medidas de austeridade não põem em causa o esforço de competitividade das empresas e, neste sentido, a própria recuperação económica do país? As medidas de austeridade constituem uma faca de dois gumes. Se de facto as medidas de austeridade são indispensáveis para sanear as finanças públicas, Dezembro 2012 WE’BIZ 19


weTALK › ENTREVISTA também é verdade que existe o risco de um estrangulamento da atividade económica. Ora menos atividade económica significa menos receitas fiscais e mais encargos sociais provocados pelo desemprego, o que conduz inevitavelmente a um agravamento das contas públicas. Existe, portanto, o risco de Portugal entrar numa espiral recessiva.

de indústria desejamos para Portugal e quais os setores estratégicos do novo paradigma de desenvolvimento industrial. A nosso ver, Portugal deve reforçar a aposta nos setores tradicionais, apoiando a sua subida na cadeia de valor e o aumento do nível tecnológico das suas atividades. Mas, simultaneamente, o nosso país tem de saber dinamizar novas indústrias ligadas à saúde e bem-estar, ao ambiente, às comunicações, ao software e à cultura, entretenimento e turismo.

Há setores tradicionalmente exportadores e que continuam a apresentar potencial competitivo, como os têxteis, o calçado, a maquinaria, o mobiliário, a cortiça, os veículos automóveis ou os plásticos, por exemplo, e setores onde Portugal vai ganhando alguma notoriedade internacional, como a biotecnologia, as TIC, o software ou os componentes eletrónicos

E, para agravar a situação, a austeridade está a ser imposta em toda a Europa, dificultando as nossas exportações… A estagnação económica da Europa e a crise em que se encontram os nossos principais parceiros comerciais estão a penalizar o setor exportador, como se confirma pelos últimos indicadores relativos às vendas ao exterior. As exportações correm o risco de deixar de ser o único fator de crescimento da economia portuguesa, pois não é possível, no curto prazo, as nossas empresas conquistarem novos mercados fora da Europa. Até porque o euro tem vindo a apreciar-se face a outras moedas, prejudicando a competitividade dos nossos bens e serviços nos mercados não europeus. Perante tudo isto, o investimento privado e, sobretudo, o investimento direto estrangeiro são fundamentais para combater a crise. Recentemente, o Governo anunciou a intenção de reindustrializar o país. Acha esta intenção exequível? Fomentar o crescimento da indústria de modo a que esta represente 20% do PIB nacional é, para nós, uma meta pertinente, exequível e mobilizadora. Importa, contudo, definir que tipo 20 WE’BIZ Dezembro 2012

Moda tem futuro Referiu na sua resposta os setores têxtil e do calçado, que muito dizem à ANJE, entidade organizadora do Portugal Fashion. Em que é que o Portugal Fashion tem contribuído para a competitividade da Fileira Moda? O Portugal Fashion contribuiu, substantivamente, para a mudança de paradigma de desenvolvimento da Fileira Moda. Com o nosso apoio, indústria e criadores evoluíram conjuntamente no sentido de uma aposta clara em novos fatores críticos de competitividade: qualidade, inovação, design, diferenciação, marketing... É claro que essa aposta não foi ainda inteiramente ganha. No entanto, a Fileira Moda encontrase hoje melhor apetrechada para competir no mercado internacional, o qual, como se sabe, foi alvo de um imparável processo de liberalização e consequente agudização da dinâmica concorrencial à escala do globo. As marcas portuguesas de vestuário e calçado apresentam atualmente, não apenas uma notória qualidade de produção, mas também um design cuidado e consentâneo com as tendências da moda.

Após 31 edições do Portugal Fashion, o que mais podemos esperar do evento? O Portugal Fashion tem sabido renovar-se constantemente, e muito por força da emergência de novos criadores, com outras linguagens estéticas e outras abordagens da moda. A aposta em jovens criadores é um dos pilares da estratégia do Portugal Fashion. O evento procura funcionar como alavanca de talentos emergentes, de modo a renovar o panorama da moda nacional, a facilitar a integração de novos designers no mercado de trabalho e a preencher eventuais lacunas que empresas do setor têxtil, vestuário e calçado tenham ao nível do design. Em 2010, o Portugal Fashion integrou no seu programa de desfiles o Espaço BLOOM, dedicado exclusivamente a novos criadores e que lhes possibilita a realização de performances de moda num ambiente informal, urbano e multiartístico. A moda portuguesa tem futuro, portanto. Sem dúvida. A moda portuguesa conheceu, na última década, um extraordinário salto qualitativo. E essa evolução decorreu, em boa medida, do aparecimento de novos criadores, que não só dignificaram o trabalho dos decanos da moda nacional como abriram outras perspetivas de trabalho, quer estéticas, quer comerciais. Temos hoje jovens criadores não apenas com boa preparação técnica, criatividade e sentido estético, mas também com abertura a novas tendências, cosmopolitismo e conhecimento do mercado.


OPINIÃO ‹ weTHINK

OPINIÃO Diamantino Costa

Membro da Direção Nacional da ANJE Cofundador da Critical Software e Managing Partner da DCVentures

O que não se mede, não se gere Na indústria do software, existe uma máxima: “se ainda não está testado (o software), não funciona”. No mundo da gestão o seu equivalente é o “o que não se mede, não se consegue gerir”. De facto, gerir é, como governar, tomar decisões. Desde as decisões estratégicas às do dia-a-dia. E para tomar (boas) decisões é fundamental ter acesso à informação relevante. É fundamental que o gestor materialize um conjunto de indicadores chave (ou métricas) e que os monitorize com o intervalo de frequência necessário para que possa intervir atempadamente. Por exemplo, se o objetivo de volume de vendas para o próximo ano é X, é importante que já no ano corrente se fixem objetivos de carteira de encomendas que assegurem a parte Y desse volume. E que se fixem objetivos com a equipa de vendas, trimestrais ou mensais, consoante o ciclo de vendas de cada negócio, para poder com tempo ter alternativas. Ter os indicadores adequados para o negócio e para a organização é fundamental – não pode ser ”copy & paste”, porque as empresas (e os países) não são iguais. Quando as decisões a tomar são estratégicas, por exemplo, a 5 ou 6 anos, mais importante é reunir as métricas adequadas, senão é “garbage in, garbage out”. Vem isto a propósito do próximo quadro europeu de fundos comunitários – o designado Horizonte 2020, e da forma como a organização Portugal está a preparar a sua estratégia. Para a nossa sustentabilidade, vamos ter de projetar orçamentos com super-avit e o caminho a seguir, consensual entre especialistas, é que terá de ser pela via do aumento das exportação e pela redução das importações. E, obviamente,

melhorando significativamente o valor acrescentado do que exportamos. Por isso seria lógico que a métrica que nos deve orientar deve ser o Valor Acrescentado (Bruto). Não podemos apenas usar os indicadores de maiores exportadores. Caso contrário podemos decidir por apoiar perfis exportadores que são também grandes importadores, logo de baixo valor acrescentado. Temos de decidir (e bem).

Para a nossa sustentabilidade, vamos ter de projetar orçamentos com super-avit e o caminho a seguir, consensual entre especialistas, é que terá de ser pela via do aumento das exportação e pela redução das importações

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weSTART › STARTUPS

Ossos do ofício empreendedor Espanha, Dinamarca Polónia, Kuwait, Cambodja, Hong Kong, Colômbia, África do Sul e Moçambique já utilizam os substitutos ósseos desenvolvidos pela Medbone. A empresa liderada por Claudia Ranito é mais um exemplo de inovação made in Portugal e com vocação global.

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weSTART › STARTUPS

Foto: Paulo Vaz Henriques

Utilizados na cirurgia ortopédica e dentária, os dispositivos médicos idealizados por Claudia Ranito têm propriedades únicas, o que faz da Medbone uma referência na área da regeneração óssea. Com um investimento de cerca de 600 mil euros, o negócio criado em 2008 continua a empenhar-se em I&D, um auspicioso sinal de que o sucesso não ficará por aqui.

Claudia Ranito explica que o patenteado processo de fabrico utilizado pela Medbone permite produzir “estruturas com propriedades semelhantes ao osso natural, com elevada porosidade e resistência mecânica”. A flexibilidade de todo este processo possibilita ainda o desenvolvimento de “implantes à medida dos pacientes”, complementa a empreendedora de 31 anos. São, por isso, múltiplas as utilizações possíveis destes dispositivos. “O médico pode optar por utilizar o nosso 24 WE’BIZ Dezembro 2012

20 PAÍSES A Medbone já exporta para duas dezenas de mercados, entre os quais Espanha, Dinamarca Polónia, Kuwait, Cambodja, Hong Kong, Colômbia, África do Sul e Moçambique.


STARTUPS ‹ weSTART

PERFIL EMPREENDEDOR

CLAUDIA RANITO À LUPA INVESTIMENTO 600 mil euros APOIOS Neotec - Criação de Empresas de Base Tecnológica da Agência de Inovação NATURALIDADE

PRÉMIO Prémio do Jovem Empreendedor da ANJE (2012)

África do Sul IDADE 31 anos O QUE FAZ CEO da Medbone FORMAÇÃO Licenciatura e Mestrado em Engenharia de Materiais Experiência pré-empreendedorismo 10 anos, dedicados a I&D na área dos Biomateriais

osso sintético em qualquer paciente, desde os casos de pequenas falhas ósseas, nomeadamente por motivos de fraturas, extrações de quistos, tumores, entre outros, até aos casos mais complexos de elevada perda óssea”, afirma a engenheira de materiais, com mestrado na mesma área. Tudo porque as soluções da Medbone são 100% sintéticas e não comportam riscos de transmissão de doenças. A empresária especifica ainda que estes substitutos podem também funcionar temporariamente, até serem substituídos por novo tecido ósseo, uma vez que “esse novo tecido ósseo vai crescer no interior do implante” e o implante acabará por ser “lentamente reabsorvido”. Quando questionada sobre as vantagens de introduzir esta tecnologia no sistema nacional de saúde, Claudia Ranito contextualiza: “as opções disponíveis e recorrentes para o tratamento de falhas ósseas passam por recorrer a banco de osso, osso doador humano ou osso doador animal.

“A utilização dos nossos substitutos ósseos sintéticos apresenta vantagens económicas relativamente às opções existentes, sem o risco de transmissão de doenças, o que tem um valor incalculável”.

PASSOS DE GIGANTE E CARTAS NA MANGA Estes foram os fatores decisivos para que os produtos da Medbone tenham conseguido penetrar no mercado mundial. A entrada nos Estados Unidos da América será o próximo passo de gigante a dar pela empresa. Na manga, a CEO natural da África do Sul diz guardar novos produtos e estar ainda a trabalhar no desenvolvimento novos dispositivos. Seis pessoas colaboram atualmente naquela que é a primeira iniciativa empresarial de Claudia Ranito. Depois de 10 anos de experiência na área da I&D de biomateriais, a empreendedora detetou esta oportunidade de negócio e tem vindo a conseguir munir-se dos apoios necessários para o lançamento da empresa, como foi o caso do programa Neotec – Criação de Empresas de Base Tecnológica. “Além disso, foram investidos capitais próprios, recorreu-se a um empréstimo bancário em situação muito vantajosa e temos interesse constante de Business Angels, capitais de risco e grupos de investimentos conceituados”, confessa. Elogiando a crescente aposta nacional no empreendedorismo, Claudia Ranito destaca a importância do reconhecimento do Prémio do Jovem Empreendedor, que arrecadou no início do ano, admitindo ainda que se trata também de “um estímulo e incentivo para que todos os jovens acreditem que é possível”.

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weSTART › STARTUPS

NEW BUSINESS ACCELERATOR

O programa que transforma ideias em projetos de investimento já identificou 9 projetos de elevado potencial. O New Business Accelerator é um acelerador de novos negócios que assume a missão de acompanhar jovens empreendedores de elevado potencial. A metodologia DSI - Dream, Start e Invest operacionaliza esse acompanhamento, desde a fase de formulação da ideia até à conquista de investidores. A primeira edição deste programa concebido pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empreendedores, no âmbito do Projeto Inovação Portugal, aconteceu em novembro, na Alfândega do Porto, tirando proveito da dinâmica gerada pela Feira do Empreendedor. O resultado passou pela identificação de 9 candidatos de elevado potencial, que posteriormente vão incorporar um “Master Coaching de Inovação e Empreendedorismo”, onde a metodologia DSI é aplicada de modo avançado, por uma equipa de experientes coachs. “O empreendedorismo nacional necessita de impulsos como este, programas que incentivem novas ideias e que apoiem a rápida transformação das mesmas em projetos empresariais viáveis. Programas que aproximem os jovens empreendedores e o capital, no sentido de tirar proveito de todo o potencial de inovação das novas gerações”, afirma 26 WE’BIZ Dezembro 2012

o coordenador da Unidade de Empreendedorismo da ANJE, José Fontes. “Foi com base nestes pressupostos que a ANJE lançou, no âmbito do Projeto Inovação Portugal, o New Business Accelerator, através do qual pretendemos identificar, estimular e apoiar projetos inovadores e qualificados, voltados para o mercado global e adaptados às exigências desse mercado”, complementa o mesmo responsável. Projetos esses que encontram no New Business Accelerator um ecossistema favorável ao seu desenvolvimento acelerado, constituído por um conjunto de instrumentos e de pessoas com know-how em matéria de criação e desenvolvimento de empresas. No caso concreto do programa organizado no decorrer da Feira do Empreendedor, a intenção da ANJE passou por “multiplicar as oportunidades e sinergias entre os participantes e os intervenientes nas várias iniciativas do certame, como expositores, visitantes e players com responsabilidades na dinamização do setor empresarial”, refere José Fontes.


STARTUPS ‹ weSTART

DESTINATÁRIOS O New Business Accelerator tem como destinatários jovens empreendedores, com idades entre os 18 e os 35 anos, que se encontrem em pelo menos uma das três situações: › Sejam detentores de uma boa ideia de negócio, suscetível de ser transformada num business plan; ›Sejam autores de um plano de negócios que pretendem testar e melhorar; ›Estejam em busca de financiamento para um plano de negócios viável, já elaborado.

Metodologia DSI Testada e afinada nesta primeira edição do New Business Accelerator, a metodologia DSI apresenta uma lógica tripartida de fomento da prática empreendedora. Cada uma das fases Dream, Start e Invest corresponde a uma jornada de preparação, tutoria e apoio informativo/consultivo, visando acelerar o desenvolvimento de ideias e planos de negócio, bem como o acesso a potenciais investidores. Em termos práticos, a metodologia DSI aposta, num primeiro momento, na capacitação dos empreendedores para a idealização de novos projetos, intervindo no campo da emoção, da motivação e, sobretudo, do pensamento criativo e diferenciador. O passo seguinte é preparar os empreendedores para a materialização das ideias, dando-lhes conta de todas as implicações associadas à constituição de uma empresa e das múltiplas preocupações que são hoje incontornáveis ao nível da iniciativa empresarial. E este começo é muito vasto e exigente, sendo objetivo da ANJE que, desde então, os futuros empresários sejam sensibilizados para a importância de matérias como o posicionamento no mercado global e as estratégias de marketing, comunicação e vendas. Por fim, na etapa “Invest”, é constituído um grupo muito restrito de projetos, selecionados pelo seu caráter inovador e previsível viabilidade, que são apresentados perante um painel de investidores, no sentido de angariar financiamento e eventuais parceiros de negócio.

Três métodos, três startpus Durante as três jornadas de New Business Accelerator, as tecnologias estiveram em destaque, evidenciando-se negócios com inovadoras soluções tecnológicas aplicadas em setores tão diversos como a Justiça, o Turismo, a Segurança Alimentar, a Proteção de Dados, o Marketing, o Comércio Eletrónico ou a Ecologia e a Sustentabilidade Ambiental. Motivados pela metodologia tripartida do programa, fomos conhecer melhor três dos negócios acelerados.

Deixar uma marca em cada local O projeto Taggeo assume-se como um conjunto de serviços web baseados em tecnologia de geolocalização. De forma simples, pode-se pensar no Taggeo como sendo a conjugação dos conceitos do Twitter e do Foursquare. Através de uma aplicação para smartphone, esta solução tecnológica permite que um utilizador deixe uma mensagem, em jeito de tweet, num qualquer local por onde passe. Quando outros utilizadores passarem pelo mesmo local, receberão a mensagem que foi deixada, através de um push-notification system. O propósito do Taggeo passa por abrir novas possibilidades no conceito de rede social geolocalizada, nomeadamente ao nível do Marketing.

Solução invisível que já conquistou a ESA Delusion é um produto de software inovador, cujo objetivo principal é fornecer um sistema de segurança invisível. Não sendo detetável por intrusos, esta solução é, ainda assim, capaz de monitorizar todas as atividades realizadas por eles, dando informações valiosas aos engenheiros de rede, responsáveis pelo bom funcionamento da rede de uma empresa. A comercialização do Delusion terá como primeiro grande impulso as proveitosas parcerias entre a VisionSpace Technologies e a Agencia Espacial Europeia. Outra aposta ao nível da comercialização será a RSA Conference, que permitirá ao Delusion uma maior exposição junto de potenciais clientes, numa das maiores conferências do mundo.

Alimentos controlados pela rede Construir um sistema de gestão de segurança alimentar, passo a passo, através de uma aplicação cloud, prática e económica é o propósito do projeto SGSA Software Gestão Segurança Alimentar. A inovação tecnológica reside, sobretudo, no elevado grau de automatização do software, o qual consegue monitorizar, em plataformas web, todos os indicadores relativos à qualidade dos produtos (salvaguardando questões legais, de certificação e de qualidade), em tempo real, sem intervenção humana e com a garantia de cumprimento das regras HACCP/ rastreabilidade. Os clientes - como cafés, restaurantes ou hotéis - beneficiam do capital intelectual que a aplicação disponibiliza para a gestão do seu negócio, pagando apenas o que usam durante o período contratualmente estabelecido.

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weFIND › OPORTUNIDADES

Decisões e Soluções lança nova oportunidade de franchising Os empreendedores nacionais podem montar uma loja própria ou partilhar espaços de trabalho com investimento inicial de 10 mil euros.

A recente campanha da Decisões e Soluções, promovida nos meses de novembro e dezembro, permite aos novos agentes aceder a todas as áreas de negócio da consultora financeira nacional, com o investimento inicial de 10 mil euros.

Números

› Rede de 100 agências › 800 colaboradores

Paulo Abrantes, diretor-geral da organização, descreve a nova campanha como uma oportunidade para “algumas pessoas em todo o país poderem criar o seu próprio negócio em parceria com a Decisões e Soluções, com um investimento total a partir de 10 mil euros”, que “inclui o acesso a todas as áreas de atividade da empresa”.

A iniciativa propõe a admissão de novos agentes nas áreas de consultoria financeira, mediação seguros, mediação imobiliária e mediação de obras, com investimento de dez mil euros, em detrimento dos habituais 15 mil euros iniciais. A montagem de uma loja própria ou a opção por um regime de partilha de espaço com outros agentes são outras vantagens oferecidas pela campanha.

os “encargos mensais” dos agentes, permitindo a “especialização em cada uma das áreas de atividade da empresa e um trabalho em equipa e complementaridade”.

Áreas de negócio

› Consultoria financeira › Mediação de seguros › Mediação de obras

Modelos de negócio

› Loja própria › Partilha de espaço com outros agentes O diretor-geral da Decisões e Soluções aponta as novas ofertas previstas como uma possibilidade para reduzir

Os agentes admitidos sem loja vão ser integrados numa das cerca de 100 agências da entidade espalhadas pelo país. A organização conta com mais de 800 colaboradores espalhados pela rede de agências de dimensão nacional, assumindo a liderança de mercado em consultoria financeira, mediação de seguros e mediação de obras.

Douro premeia inovação Rede Empreendouro distingue ideias inovadoras e cativa investidores para a região. O Prémio Douro Empreendedor, promovido pela Rede EmpreenDouro com apoio de 26 entidades públicas e privadas, pretende estimular a iniciativa empresarial através da divulgação de projetos e ideias inovadoras para potenciar o investimento na região. Os vencedores das três categorias do concurso vão ser premiadas com cinco mil euros. 28 WE’BIZ Dezembro 2012

A divulgação e distinção das melhores práticas de empreendedorismo, inovação e promoção do Douro, com vista à angariação de novos investidores para a região e ao lançamento de projetos empresariais sólidos e originais no mercado nacional e internacional são os principais objetivos da iniciativa. O Prémio Douro Empreendedor é

direcionado a todos os cidadãos, com mais de 18 anos, movidos pelo espírito empreendedor, e está estruturado em três categorias distintas.

Galardão

5 mil euros para cada uma das categorias


OPORTUNIDADES ‹ weFIND O segmento “Novas Empresas” vai premiar a organização que apresente a ideia ou projeto mais empreendedor da região. A originalidade e o potencial de internacionalização das entidades a concurso vão ser distinguidos na categoria “Empresas que Fazem o Douro”, enquanto os investidores externos ou naturais da região vão ser destacados no segmento “Douro Boa Região para Investir”. Além da seleção do vencedor nas categorias referidas, o júri da competição vai ser responsável pela eleição de uma personagem emblemática do Douro.

Douro e da EDP. O prazo para a apresentação de candidaturas termina a 4 de fevereiro do próximo ano e as ideias, empresas ou projetos vencedores vão ser anunciados em maio. As inscrições podem ser efetuadas no site da Rede EmpreenDouro (http://www.empreendouro.pt/premio/).

Categorias da competição NOVAS EMPRESAS › Novas ideias e projetos para a região. EMPRESAS QUE FAZEM O DOURO › Inovação e potencial global de negócios já existentes. DOURO BOA REGIÃO PARA INVESTIR › Novas oportunidades de investimento.

Integram o júri representantes de instituições com relevância no ensino universitário e no panorama empresarial português, como, por exemplo, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto

EDP Starter: oportunidades de incubação e aceleração no setor energético As valências de incubação são complementadas por serviços de mentoring, prototipagem e acesso a redes setoriais.

A EDP Starter apresenta um conceito inovador de incubação para os empreendedores nacionais com atividade na área da energia. Sediada em Sacavém, a plataforma promove o desenvolvimento de organizações com produtos inovadores e sustentáveis, através da criação de sinergias entre clientes, empreendedores, fontes de financiamento e a comunidade científica do setor. O principal objetivo deste programa de aceleração de negócios é o acompanhamento das iniciativas empresariais focadas na área da energia, desde a estruturação da ideia inicial até ao levantamento de fontes de financiamento junto das entidades de capital de risco. A oferta de serviços de mentoring, com aconselhamento de especialistas

em áreas técnicas e de gestão, aliada à promoção de workshops resultantes de parcerias com instituições de referência na área da energia evidenciam-se entre os mecanismos complementares à incubação do negócio. O acesso ao laboratório FabLabEDP para produção de novas peças e construção de protótipos, bem como a possibilidade de contactar com universidades e potenciais fontes de financiamento de negócios destacam-se também como benefícios ao alcance das startups ali incubadas. A EDP Starter constitui ainda, para os novos empresários, uma oportunidade de entrada no mercado, com transmissão de conhecimento, desenvolvimento de redes networking e preparação do crescimento dos projetos, não só a nível nacional, como também internacional. Os desafios globais no setor energético, com especial destaque

para a demografia, o aumento do consumo energético global, a escassez dos combustíveis fósseis e a defesa de uma postura mais sustentável para a sociedade são identificados como motivações centrais da EDP Starter.

FabLabEDP produz protótipos e faz a ponte entre startups, universidades e financiadores

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weNUMBERS › FINANCIAMENTO

Apoios à contratação e ao empreendedorismo

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FINANCIAMENTO ‹ weNUMBERS

23.75%

A contas com o Impulso Jovem, passamos o reembolso da TSU para a folha de cálculo e fizemos um tour pelos Passaportes Emprego e Empreendedorismo.

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weNUMBERS › FINANCIAMENTO

Não exigem validação aquando da passagem pela fronteira, mas são as mais recentes ferramentas de estímulo à contratação e à iniciativa empresarial. O Passaporte Emprego e o Passaporte Empreendedorismo, lançados pelo Governo no âmbito do programa Impulso Jovem, incluem reembolsos da TSU, bolsas mensais e apoio técnico. Antes de se fazer à estrada, sugerimos que nos acompanhe numa reflexão de secretária - regada com o café da praxe - a fim de perceber se estes apoios o podem ajudar a chegar mais longe. O Plano Estratégico de Iniciativas à Empregabilidade Jovem e de Apoios às PME, lançado pelo Governo sob o mote Impulso Jovem, envolve uma complexa oferta de apoios, estruturada em três eixos fundamentais: contratação e empreendedorismo, investimento e estágios profissionais. Centrados nas preocupações e necessidades de empresários, atuais e potenciais, destacamos as duas iniciativas que, desde logo, se afiguram com maior potencial de apoio: por um lado, o Passaporte Emprego e as medidas práticas de contratação, com implicações ao nível da economia fiscal; por outro, Passaporte Empreendedorismo, que financia os jovens desempregados ainda em fase de planeamento do negócio. O Apoio à Contratação via Reembolso da Taxa Social Única (TSU) consiste na possibilidade de acesso ao reembolso, integral ou parcial, das contribuições da entidade patronal à Segurança Social. Para tal acontecer, é necessário que seja celebrado um contrato de trabalho a tempo total com jovens entre os 18 e os 30 anos (verificados à data de celebração do contrato), desde que inscritos no centro de emprego há 12 meses consecutivos, sendo contabilizado para este prazo qualquer usufruto de outra medida ativa de emprego. O apoio financeiro praticado nesta medida varia entre os 75% e 100% de reembolso dos encargos com a TSU, mediante contratação com ou sem termo, respetivamente. Aliviando as empresas de um dos seus maiores encargos, esta medida é vista como um “balão de oxigénio”, com impacto fiscal direto de 23,75% sobre a remuneração base do trabalhador. No caso da contratação a termo, será vantajosa para o empresário a adesão cumulativa à medida Estímulo 2012, que permite completar o reembolso da TSU com uma comparticipação na remuneração a pagar ao trabalhador. O reembolso da TSU é limitado a 175 euros mensais, por trabalhador.

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TSU: Reembolso vs Dispensa A isenção de contribuições para a Segurança Social por parte da entidade que contrata afirma-se como um incentivo nuclear para a competitividade das empresas, aliviando-as de um encargo com impacto muito significativo na sua estrutura de custos. Com a introdução desta nova medida, no âmbito do programa Impulso Jovem, importa, no entanto, alertar o empresário para a diferença entre reembolso e dispensa de pagamento de tais encargos. Ainda que, verificando-se a integração através de contrato sem termo, o reembolso da TSU seja de 100%, a verdade é que este benefício se revela menos vantajoso do que a isenção integral da TSU concedida pela Segurança Social, ao abrigo da Dispensa de Pagamento de Contribuições – 1º Emprego e Desempregados de Longa Duração. Para além do diferencial existente entre um processo de reembolso, que implica liquidez, e um processo de dispensa, que envolve poupança fiscal imediata, colocase a questão da duração da isenção. Na verdade, o prazo de Reembolso da TSU (medida IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional) é limitado a um máximo de 18 meses, sendo que o prazo da Dispensa da TSU (medida da Segurança Social) é de 36 meses. Destaque-se, porém, que no caso da Segurança Social, a obrigação se prolonga durante 60 meses, a partir da data da contratação.


FINANCIAMENTO ‹ weNUMBERS

DISPENSA DA TSU SEGURANÇA SOCIAL

REEMBOLSO DA TSU IEFP

75% Contratos a termo

100% Contratos sem termo

100% Contratos sem termo

36 meses

18 meses

Quanto pode poupar com a TSU? CONTRATO A TERMO

CONTRATO SEM TERMO

Salário base de 750 euros

Salário base de 750 euros

Reembolso do IEFP: 75% da TSU (23,75%) durante 18 meses*

Reembolso do IEFP 100% da TSU (23,75%) durante 18 meses*

Dispensa da Segurança Social 100% da TSU (23,75%) Durante 36 meses

2362,5 €

3150 €

6412,5 €

Simulação da poupança fiscal associada à contratação de um jovem com o estatuto de primeiro emprego (que não tenha até à data celebrado qualquer contrato sem termo) ou de desempregados de longa duração (inscritos no centro de emprego há pelo menos 12 meses, mesmo que nesse período tenham sido contratados com termo, não superior a seis meses). *com o limite máximo de 175 euros mensais, ultrapassado neste exemplo

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Estágios comparticipados até 100% Tendo em vista a criação de emprego qualificado, o Passaporte Emprego, enquadrado no Programa Impulso Jovem, no eixo referente a Estágios Profissionais, traduz-se na promoção de estágios de seis meses de duração, em entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, de qualquer setor de atividade. São, no entanto, privilegiadas atividades associadas a bens e serviços transacionáveis. Os estágios são destinados a jovens à procura de emprego, com idade compreendida entre os 18 e os 25 anos, devidamente inscritos nos centros de emprego. O intervalo etário poderá ser prolongado até aos 30 anos, para jovens inscritos no centro de emprego há pelo menos quatro meses, desde que tenham obtido uma qualificação do Quadro Nacional de Qualificações, há menos de três anos. As bolsas mensais de estágio variam entre os 419,22€ e os 691,71€, mediante a qualificação do estagiário, acrescidas de subsídio de alimentação, seguro de trabalho e despesas de transporte, no caso de estagiários com deficiência e incapacidade. As comparticipações na bolsa de estágio variam entre os 80% e os 100%, sendo esta comparticipação máxima destinada apenas à candidatura referente ao primeiro estagiário. As empresas com mais de 10 colaboradores ficarão limitadas a uma comparticipação de 80%. A comparticipação é ainda alargada às despesas anteriormente mencionadas, de acordo com um conjunto de condições devidamente regulamentadas (Portaria nº 225-A/2012 de 31 de Julho). De referir ainda que esta categoria transversal de estágios é complementada por oportunidades mais específicas, nas seguintes áreas de atividade: Passaporte Economia Social, Passaporte Associações Juvenis/Desportivas, Passaporte Agricultura e Passaporte Administração Pública.

ESTÁGIOS PROFISSIONAIS PERFIL DAS EMPRESAS › Áreas de Atividade: não são determinados setores específicos, mas são evidenciados os setores de bens e serviços transacionáveis. › Âmbito geográfico: Norte, Centro, Alentejo e Algarve. PERFIL DOS ESTAGIÁRIOS › Jovens à procura de emprego, inscritos nos centros de emprego. › Idade: entre os 18 e os 25 anos, ou até aos 30 anos, caso tenham obtido uma qualificação profissional há menos de 3 anos; BOLSAS MENSAIS DE ESTÁGIO › De 419,22€ a 691,71€ › Acrescidas de subsídio de alimentação, seguro de trabalho e despesas de transporte (casos especificamente regulados). COMPARTICIPAÇÕES › Empresas com 10 ou menos trabalhadores: 100% do valor da bolsa para o 1.º estagiário; 70 % do valor da bolsa para o 2.º estagiário. › Empresas com mais de 10 trabalhadores: 70 % do valor da bolsa. › Comparticipação nas despesas, alimentação, transporte e prémio de seguro dos estagiários com deficiência e incapacidade.

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Bolsa mensal financia novos empreendedores O Passaporte para o Empreendedorismo é um conjunto de medidas articuladas, que visam proporcionar aos mais jovens as condições necessárias à criação do próprio emprego, disponibilizando suporte financeiro e acompanhamento especializado ao longo do desenvolvimento do projeto. Os apoios aqui incluídos resumem-se ao seguinte: uma bolsa mensal, mentoria de uma rede nacional e ainda assistência técnica especializada. A Bolsa do Passaporte para o Empreendedorismo consiste num incentivo mensal no valor de 691,70 euros, a atribuir durante um período mínimo de quatro meses e máximo de um ano, sendo que se prevê a apreciação de continuidade da bolsa no final do terceiro mês, após a atribuição da mesma. Os destinatários são os jovens que tenham em mãos um projeto de empreendedorismo, ainda em fase de ideia de negócio. Projeto esse que deverá primar pela inovação, pela vocação global, potencial de crescimento numa lógica de escalabilidade e pela resposta a uma necessidade de mercado. Entre as demais condições de acesso à bolsa destacam-se as ideias e as formações. Isto porque podem apresentar candidatura à bolsa jovens com idades até 30 anos, com licenciatura concluída há menos de três anos, ou detentores de licenciatura, mestrado ou doutoramento, concluídos há mais tempo, mas com inscrição nos centros de emprego, no mínimo há quatro meses. No caso dos detentores de mestrado e doutoramento, o limite de idade estabelecido é de 34 anos. Os beneficiários da bolsa Passaporte Empreendedorismo devem ainda residir ou deter grau académico obtido nas regiões Norte, Centro ou Alentejo, sendo que também o respetivo projeto empresarial deverá desenvolver atividade numa destas regiões.

BOLSA PASSAPORTE EMPREENDEDORISMO APOIO Bolsa mensal de 691,71 euros PERFIL DO EMPREENDEDOR Idade/Formação: › Jovens até 30 anos, detentores de licenciatura há menos de 3 anos; › Jovens até 30 anos, detentores de licenciatura, mestrado ou doutoramento, inscritos no centro de emprego há mais de 4 meses; › Jovens até 34 anos, detentores de mestrado ou doutoramento. › Residência ou frequência de grau académico numa das seguintes regiões: Norte, Centro ou Alentejo. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO PROJETO › Inovação (produto / processo / mercado / estratégia comercial); › Vocação Global; › Escalabilidade (negócios com potencial de crescimento sem aumento proporcional de fatores de produção, nomeadamente do capital ou trabalho, como é o caso dos projetos de base tecnológica, dos meios digitais e da inteligência tecnológica em atividades produtivas); › Impacto na Economia Local e Nacional.

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weNUMBERS › FINANCIAMENTO

PORTUGAL VENTURES LANÇA PRIMEIRA CALL FOR ENTREPRENEURSHIP Cerca de 400 empreendedores tentaram o apoio do fundo de capital de risco. Desafiando o talento e a ambição dos jovens empreendedores nacionais, a Portugal Ventures lançou em novembro a primeira Call For Entrepreneurship. Cerca de 400 jovens nacionais deram resposta a este desafio, vendo nela uma oportunidade de conquista de investimento para a materialização de um conjunto de 143 projetos. Afinal, esta chamada revela-se uma estratégica porta de entrada para o Ignition Programme da Portugal Ventures, um fundo de investimento de capital de risco.

A Call For Entrepreneurship é uma iniciativa liderada pela Portugal Ventures e parte integrante do Programa +e+i (mais empreendedorismo, mais inovação). Através de quatro chamadas anuais, que possibilitam a disponibilização de investimento quase que em permanência, o programa visa contribuir para o fortalecimento do ecossistema empreendedor de base tecnológica e, desse modo, fomentar o desenvolvimento de uma economia mais moderna e competitiva.

O programa aposta em projetos inovadores, nas fases “proof of concept” e “seed”, assentes em conhecimento específico e orientados para o mercado global. O objetivo é promover a valorização económica da ciência e da tecnologia nacional.

Iniciativa do programa +e+i prevê lançar quatro chamada anuais

Entre as áreas de negócio privilegiadas destacam-se as TICE (Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica), as Soluções WEB, as Ciências da Vida (Biotecnologias, Produtos e Serviços de Assistência Médica, Equipamentos Médicos, etc), os Recursos Endógenos (Energia e Agribusiness) e ainda a Nanotecnologia. Quanto a números, o fundo incorpora valores entre os 100 e os 750 mil euros, com um valor indicativo de 300 mil euros por projeto, até 85% do investimento total do negócio.

Para a dinamização da Call For Entrepreneurship e o apoio dos empreendedores na elaboração de candidaturas, a Portugal Ventures contou com o envolvimento de uma rede de parceiros, composta por entidades nacionais associadas ao empreendedorismo e à área da iniciativa empresarial tecnológica. É o caso da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, da DNA Cascais, da Cotec, da Universidade Nova ou da Universidade do Porto.

ÁREAS DE NEGÓCIO › TICE- Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica › Soluções WEB › Ciências da Vida (Biotecnologias, Produtos e Serviços de Assistência Médica, Equipamentos Médicos, etc) › Recursos Endógenos (Energia e Agribusiness) › Nanotecnologia.

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OPINIÃO ‹ weTHINK

OPINIÃO MANUEL LOPES TEIXEIRA

Presidente da Comissão Executiva da ANJE

Inova! Pioneira na introdução lexical daquela que é a buzzword do momento - o empreendedorismo - a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) aplica agora as suas três décadas de experiência num programa que reinventa toda a lógica de promoção da iniciativa empresarial. Trata-se do Projeto Inovação Portugal (PIP), no âmbito do qual nasce a revista WE’BIZ. Apostando numa estratégia disruptiva, agregadora de múltiplos contributos das mais recentes estratégias e metodologias de apoio ao empreendedorismo, o PIP assume o desígnio de transferir conhecimento crucial para o desenvolvimento sustentável das PME, assim como para o estímulo do empreendedorismo qualificado (startups) e de novos negócios de elevado potencial. Um desiderato que se materializa na disponibilização de ferramentas próprias para a aceleração de projetos empresariais, na construção de redes de cooperação, envolvendo mentores e técnicos especializados, na promoção de programas de coaching avançado e de ações de networking e, numa perspetiva aglutinadora de tudo isto, na publicação de conteúdos informativos e formativos, nos mais diversificados formatos e âmbitos temáticos. O projeto cujo mote foi lançado pelo Congresso do Empreendedor Lusófono, com o patrocínio da Presidência da República, entende a internacionalização como agente catalisador e janela de oportunidade para a economia nacional, em particular para as startups portuguesas, o que se evidencia em vários inputs das ações e plataformas desenvolvidas. Acresce, pois, ao intento do PIP a missão evangelizadora do empreendedorismo de vocação global, através do apoio às gerações mais jovens na conceção de negócios inovadores, com viabilidade nos mercados nacionais e internacionais.

Mais do que um projeto, o PIP materializa o novo desafio que se coloca ao empreendedorismo português. Um movimento que vai muito além dos estímulos e das provocações e aposta na construção de alicerces, sustentando-se no conhecimento e na capacidade dos “fazedores”. E a WE’BIZ não poderia ser melhor veículo para esse desafio. Jovem, otimista, informal, criativa e prática, a WE’BIZ dirige-se ao empreendedor com uma resposta integrada às suas necessidades informativas, pautando pela pertinência e rigor dos conteúdos, mas também pela irreverência e dinamismo do tratamento que lhes é dado. Suprimindo a lacuna atual do mercado, onde a oferta de publicações especificamente dirigidas para empreendedores é muito escassa, a WE’BIZ não teme a ditadura do mundo digital, com o qual, de resto, pretende interligar-se de um modo muito particular. É, por isso, inevitável partilhar a convicção que decorre de toda esta ousadia: com a WE’BIZ germina uma nova forma de comunicar o empreendedorismo inovador em Portugal.

a WE’BIZ dirigese ao empreendedor com uma resposta integrada às suas necessidades informativas Dezembro 2012 WE’BIZ 37


weTECH › TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Andar literalmente nas nuvens

Nuvem – concentração espessa de pequenas gotas de água em resultado da condensação de vapor na atmosfera. Bom, hoje já não significa só isso. Depois de inspirarem poetas, fascinarem meteorologistas, intrigarem crianças e arreliarem adultos quando anunciam chuva, as nuvens assumiram um significado bem mais tecnológico. Falamos, claro, de uma das mais recentes tendências da informática: o cloud computing (computação em nuvem), cujas potencialidades prometem revolucionar o modo como nos relacionamos com os computadores. 38 weBiz Dezembro 2012


A definição canónica de cloud computing diz-nos que se trata de um conjunto de servidores remotos alojados na internet, nos quais podemos armazenar, gerir e processar dados. Ou seja, em vez de utilizarmos exclusivamente a capacidade de armazenagem e de processamento de dados dos nossos computadores pessoais, temos hoje ao nosso dispor uma miríade de servidores partilhados e interligados através da internet, segundo o paradigma da computação em rede (GRID). No mais remoto lugar do mundo e na mais inusitada hora do dia, um utilizador pode aceder aos dados armazenados nos servidores da computação em nuvem, sem necessidade de instalação de programas e independentemente da plataforma adotada. Daí a imagem de uma nuvem ubíqua, pairando sobre nós, à qual acedemos sem restrições para abrir programas, consultar arquivos ou usufruir de serviços. Para estar ligado à “nuvem”, basta possuir um computador compatível com os recursos disponíveis na internet, apetrechado com dispositivos de entrada (teclado e rato) e de saída (monitor). Por aqui já se percebe que este ambiente, o da “nuvem”, é mais eficiente e viável que o uso de unidades físicas. Com o cloud computing, as aplicações, arquivos e dados não precisam de estar instalados ou armazenados nos computadores pessoais ou em servidores locais. O conteúdo fica integralmente disponível nas “nuvens”, cabendo ao fornecedor do serviço realizar todas as tarefas de armazenamento, manutenção, atualização, backups, desenvolvimento, escalonamento, etc. Isto significa que o utilizador do serviço não precisa de se preocupar com nenhuma destas tarefas: só tem mesmo de aceder e usufruir das potencialidades tecnológicas ao seu dispor. Os exemplos de serviços que se

enquadram no conceito de cloud computing são já muitos e variados, abarcando desde as vulgares contas de correio eletrónico (como o gmail e o hotmail) até ao Google Apps (pacote de aplicações que a Google oferece), passando pela Amazon (uma das maiores empresas de comércio eletrónico do mundo), pelos discos virtuais na internet (como o Dropbox), pelos sites de armazenamento e partilha de fotos ou vídeos (como o Flickr, o Instagram ou o YouTube) e pelas próprias redes sociais (Facebook ou Twitter). A emergência do cloud computing decorre da evolução da tecnologia computacional e das telecomunicações. A capacidade dos web browsers e a facilidade de acesso à internet aumentaram exponencialmente, ao mesmo tempo que o uso de computadores pessoais possibilitou um modelo de computação completamente descentralizado. A mobilidade é, aliás, o conceito mais em voga nas novas tecnologias, como se percebe pela rápida expansão dos notebooks, smartphones e tablets. Agora, com o cloud computing, os equipamentos tenderão ainda a ser mais leves e mais pequenos, sem que isso penalize a sua eficiência. Teremos, pois, equipamentos mais compactos, de baixo custo e com mais aplicações web.

Prós e alguns contras Como vimos, a grande vantagem do cloud computing é a possibilidade de aceder a aplicações, arquivos e dados diretamente na internet, sem que estes estejam instalados nos nossos computadores pessoais. Acresce que o utilizar do serviço não necessita de se preocupar com tarefas por vezes tão aborrecidas como fazer backups, controlar a segurança, gerir a manutenção ou proceder às atualizações de software, pois tudo isso está a cargo do fornecedor da “nuvem”. Outra vantagem que salta a vista é a partilha de dados, que, como vimos, sai bastante favorecida com o cloud computing. O trabalho em conjunto e o intercâmbio de informação

tornam-se muito mais fáceis, uma vez que todos os utilizadores do serviço acedem às aplicações e aos dados a partir do mesmo servidor: a “nuvem”. Tanto mais que, na maioria dos casos, as aplicações em cloud computing são gratuitas e, quando isso não acontece, o utilizador só tem de pagar os recursos que usa ou o seu tempo de utilização. Não é, portanto, necessário pagar uma licença integral de uso, como acontece com o software tradicional. Diga-se ainda, a propósito de benefícios, que, quando um servidor por qualquer razão fica inoperacional, os demais que compõem a estrutura da “nuvem” continuam a garantir o seu funcionamento, não deixando o utilizador apeado. O cloud computing assegura, portanto, uma elevada disponibilidade e fiabilidade ao utilizador. Quanto às desvantagens do cloud computing, elas decorrem essencialmente da ligação à internet. As ligações com baixa largura de banda podem, de facto, limitar bastante o funcionamento dos serviços em “nuvem”, quando se trata, por exemplo, da partilha de ficheiros de grande dimensão. Aliás, os serviços em “nuvem” ainda apresentam, em muitos casos, menor velocidade, menor capacidade e menos funcionalidades que o software desktop – algo que a evolução tecnológica tenderá, certamente, a esbater. Depois, há todo um conjunto de preocupações que se prendem com a privacidade e segurança dos serviços de cloud computing. Contudo, são apenas preocupações, sendo certo, por outro lado, que da credibilidade dos serviços fornecidos depende em boa medida o sucesso deste tipo de negócios. E, como se vê pelas polémicas em torno do Facebook, os utilizadores ainda são sensíveis a quebras de privacidade e ao (des) controlo da informação.

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weSOCIAL › EMPREENDEDORISMO SOCIAL

START UP ME LANÇA NEGÓCIOS NA AMEIXOEIRA

Bolsa solidária promove os serviços de 18 profissionais residentes na freguesia lisboeta. 40 WE’BIZ Dezembro 2012


EMPREENDEDORISMO SOCIAL ‹ weSOCIAL A Bolsa de Serviços Start Up Me é um projeto de cariz social que reúne um conjunto de prestadores de serviços recorrentemente adjudicados por empresas e famílias, como é o caso dos serviços de limpeza, canalização ou até de apoio e acompanhamento de idosos ou crianças. O objetivo é ajudar profissionais carentes de integração no mercado de trabalho. Esta é uma iniciativa associada ao Núcleo Empreendedor Liga-te, um programa de empreendedorismo social que nasceu no Centro de Desenvolvimento Comunitário da Ameixoeira. São 18 os desempregados residentes nesta freguesia lisboeta a integrar a bolsa Start Up Me. Apesar de detentores de experiências e percursos diversos, os profissionais em causa têm em comum o facto de se encontrarem atualmente desempregados ou em situação de trabalho precário.

À distância de um click O projeto, que se encontra ainda em fase de arranque, visa apostar na qualidade e transparência do serviço, bem como na garantia de preços competitivos. Por isso, os serviços poderão ser contratados online, no site www.startupme.com.pt, onde será também possível aceder à ficha de cada um dos profissionais disponíveis para trabalhar nas cinco áreas da bolsa Start Up Me.

A Bolsa de Serviços Start Up Me é promovida pela Salamandra Dourada, a SOS Racismo e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o apoio da empresa de gestão de condomínios Yellow City e o financiamento do Programa BIP/ZIP da Câmara Municipal de Lisboa.

LIGADOS À INICIATIVA EMPRESARIAL O empreendedorismo não novidade na Ameixoeira. Os problemas socioeconómicos daquela que é uma das freguesias mais jovens do concelho de Lisboa ditaram a criação, em 2008, do Núcleo Empreendedor Liga-te, um espaço de apoio e de estímulo às iniciativas locais de negócio e emprego, que tem por missão contribuir para o desenvolvimento económico local, através da inserção profissional e social, aliada à requalificação urbana. Liderada pela Junta de Freguesia da Ameixoeira, a iniciativa reúne parceiros como o K’Cidade - Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano, a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, a Associação Raízes, a Gebalis – Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, o Centro de Emprego de Benfica e o SOS Racismo. Apostando numa lógica de parceria, concertação e otimização de recursos, o Liga-te incentiva, desde a sua génese, o trabalho em rede entre as empresas e instituições sociais locais. Tem igualmente por missão potenciar a articulação entre a educação, a formação e a inserção social e profissional. Aumentar os níveis de formação junto de uma população altamente carenciada no que toca à qualificação profissional e ao acesso às oportunidades de emprego e de negócio é também um dos propósitos do projeto. A Ameixoeira debate-se com elevadas taxas de desemprego e acentuada falta de investimento no tecido económico, para além de um eminente desajustamento entre a procura, os recursos formativos e as necessidades do tecido empresarial. Situação esta que justificou, aliás, a intervenção do projeto K’Cidade nesta freguesia, uma iniciativa desenvolvida pela Fundação Aga Khan que tem por propósito intervir na implementação de respostas sustentáveis em zonas urbanas desfavorecidas. O Liga-te tem, inclusive, definidas áreas prioritárias de atuação, nomeadamente o Bairro das Galinheiras, onde se pretendem aliar as oportunidades de negócio latentes à requalificação urbanística.

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weLEARNING › FORMAÇÃO Formação PME

Formadores e consultores ao serviço dos pequenos negócios Programa de formação-ação financiado, destinado às micro, pequenas e médias empresas, disponibiliza ações de formação e consultoria.

O Programa Formação-PME está de volta e as empresas podem por estes dias efetuar as respetivas candidaturas junto das diversas entidades formadoras. Reforçar as competências dos recursos humanos e melhorar os processos de gestão das micro, pequenas e médias empresas é o objetivo deste projeto financiado. Tudo isto num regime de formação-ação, com intervenção de um conjunto de consultores e formadores empresariais, que pretendem também contribuir para o reforço das vantagens competitivas das PME, o crescimento dos seus negócios e a implementação de boas práticas. Até fevereiro de 2014, o programa Formação PME irá intervir em 1351 empresas. Ambas as modalidades de intervenção, formação e consultoria, implicam apoio no diagnóstico de gestão e na elaboração de um plano de desenvolvimento da empresa, sendo que a componente formativa é viável para colaboradores e gestores. Enquanto programa de formação-ação, o Formação PME acarreta então para as empresas um conjunto de benefícios que vai muito além do reforço das qualificações dos seus recursos. O plano estratégico de desenvolvimento, concebido à medida de cada empresa, inclui ações de assistência e consultoria que não se circunscrevem a meros serviços formais de apoio. Conhecedores da realidade empresarial, os consultores especializados do programa acabam por aconselhar e orientar a atividade do empresário, facilitando o desenvolvimento de estratégias e a resolução de problemas associados à gestão do negócio. O programa Formação PME tem como Organismo Intermédio a AEP – Associação Empresarial de Portugal, sendo levado a cabo nas regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve, por um conjunto de entidades parceiras, nomeadamente associações empresariais, como a ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, a ATP – Associação Têxtil de Portugal ou a Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais. Informações adicionais na página http://pme.aeportugal.pt.

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Do que beneficiam as empresas? › Apoio no diagnóstico de gestão e na elaboração de um plano de desenvolvimento; › Apoio na execução de medidas de desenvolvimento; › Consultoria individualizada na empresa; › Formação à medida para gestores e colaboradores a realizar na empresa (poderão ser contabilizadas para o cumprimento do requisito legal, que impõe a realização, anualmente, de um mínimo de 35 horas de formação certificada por colaborador); › Apoio na implementação de sistemas de Qualidade, Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho.


DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

PLANO DE DESENVOLVIMENTO

IMPLEMENTAÇÃO

Reflexão sobre a situação actual e definição de objetivos

Definição de medidas a implementar

Intervenção dos consultores especialistas

O objetivo é intervir nas empresas produzindo resultados e gerando impacto nas suas diversas áreas operacionais e estratégicas para aumentar a rentabilidade dos negócios, tornar a gestão mais eficiente, optimizar a utilização dos recursos, tornar a gestão mais eficiente e otimizar a gestão dos recursos

PROGRAMA OPERACIONAL DO POTENCIAL HUMANO

1A9 TRABALHADORES

10 A 49 TRABALHADORES

70H de Consultoria

+

50 A 100 TRABALHADORES

INTREGRAL:

INTREGRAL:

140H de Consultoria

140H de Consultoria

+

+

160H de Formação

200H de Formação

80H de Formação ESPECIALIZAÇÃO:

ESPECIALIZAÇÃO:

70H de Consultoria

140H de Consultoria

+

+

80H de Formação

160H de Formação

+ PARA EMPRESÁRIOS 12H de Formação em áreas de Gestão: Estratégia; Liderança Organização do Trabalho; Instrumentos de Apoio à Gestão

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weLEARNING › FORMAÇÃO Masters em Gestão da Força de Vendas

Prepare-se para o novo paradigma comercial São três os cursos, a decorrer a partir de fevereiro, no Porto. A frequência desta tríade de formações avançadas confere aos participantes o diploma de pós-graduação. A ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários promove, entre os meses de fevereiro e novembro, três Masters em Gestão da Força de Vendas. Marketing e Vendas (de 18 de fevereiro a 10 de abril), Direção Estratégica de Vendas (22 de abril a 13 de junho) e Gestão Inovadora de Equipa de Vendas (2 de setembro a 13 de novembro) são os três cursos avançados, que decorrerão em horário pós-laboral, no Centro de Formação Empresarial da associação, no Porto. A frequência das três ofertas formativas confere aos participantes o diploma de pós-graduação. Empresários, gestores e outros quadros de empresas podem simplesmente selecionar o master mais adequado à respetiva atividade profissional e ao nível de competências individual ou optar por frequentar os três masters. Os cursos são independentes e foram cuidadosamente arquitetados, de modo a primarem pela complementaridade entre si, sem descurar uma abordagem coesa e completa de cada uma das três temáticas focadas. A frequência e aproveitamento positivo em todos os masters confere aos participantes o diploma de Pós-Graduação em Gestão da Força de Vendas (30 ECTS - European Credit Transfer System), bem como um plano de equivalências no Mestrado de Marketing do ISMAI, instituição de ensino superior parceira da ANJE neste projeto. Os programas de conteúdos, os métodos pedagógicos e o corpo docente de cada um dos masters pautam-se pelas guidelines do ensino superior, distanciando-se no entanto da tradicional oferta formativa nesta área pelo cunho prático e incisivo que a ANJE sempre imprime nas suas atividades de formação. Recorrendo aos mais recentes contributos de académicos e profissionais com experiência no domínio da gestão comercial, cada um dos três masters parte do pressuposto de que os tradicionais sistemas de vendas (“selling oriented”) necessitam agora de evoluir para um enfoque consultivo orientado para a criação de valor junto dos clientes (“customer oriented”). Neste sentido, os masters abordam a gestão empresarial desde a sua dimensão mais estratégica até à operacionalização das coordenadas comerciais. O primeiro centra-se sobretudo na associação entre o marketing e as vendas, o segundo foca atenções na formulação da estratégia, bem como na gestão da distribuição e da performance, ao passo que o último se debruça sobre os mais inovadores métodos de coordenação de equipas.

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Recorde-se que, da formação avançada de dirigentes e altos quadros ao reforço da qualificação de colaboradores, a ANJE tem uma resposta formativa completa, perfeitamente adaptável às características do tecido empresarial português. A ambição de integrar no seu plano formativo todos os públicos do universo das empresas justifica uma oferta que culmina com o ensino pósgraduado e que inclui também uma Pós-graduação em Gestão, cuja terceira edição tem início em março de 2013. Informações adicionais e inscrições no site www.anje.pt


FORMAÇÃO ‹ weLEARNING Marketing e Vendas 18 de fevereiro a 10 de abril Do marketing relacional às técnicas de negociação.

Direção Estratégica de Vendas 22 de abril a 13 de junho Da formulação da estratégia à gestão da distribuição e da performance.

Gestão Inovadora de Equipa de Vendas 2 de setembro a 13 de novembro Os mais inovadores métodos de coordenação de equipas comerciais.

“Costumer Oriented” › Os estilos, as estratégias e as táticas de negociação › As operações comerciais no âmbito dos atuais desafios da distribuição, › Os meios logísticos › A estratégia territorial › A gestão do tempo › As vendas consultivas e adaptativa › O desenho da rede de vendas

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weNOW › ATUALIDADE COLÔMBIA: UM MERCADO EM APROXIMAÇÃO Governo português assinou protocolos de cooperação com o congénere colombiano, incrementando as oportunidades de negócio entre os empresários lusos e o emergente mercado latino-americano. Reconhecendo que a Colômbia “representa um mundo de oportunidades para as empresas portuguesas”, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assinou, no passado dia 15 de novembro, um conjunto de acordos de cooperação com o Governo do emergente país sul-americano. Os protocolos firmados também pelo Presidente da República colombiana, Juan Manuel Santo, no âmbito da sua visita ao nosso país, envolvem compromissos de colaboração nas áreas fiscal, da educação e dos transportes. “O impacto destes acordos comerciais, que têm uma componente institucional muito forte e uma abrangência muito grande, é extremamente relevante no médio e longo prazo” já que “a Colômbia representa uma abertura para outros mercados no Pacífico e na América Latina”, afirmou também Passos Coelho. Os acordos em causa não evidenciam áreas de investimento, nem envolvem negociações concretas, visando uma intervenção genérica de estímulo à aproximação entre os mercados português e colombiano. O Governo destacou, inclusive, o interesse de algumas empresas colombianas na participação em processos de privatização, ressalvando, porém, tratar-se de um processo autónomo, que não é politicamente negociável. As exportações portuguesas para a Colômbia têm vindo a crescer desde 2009. Em 2011, as vendas acumuladas de bens/serviços nacionais para este país sul-americano atingiram os 18,7 milhões de euros, valor substancialmente superior aos 13,3 milhões de 2010 e aos 6,5 milhões de 2009. Acrescente-se ainda que, no primeiro trimestre de 2012, as exportações portuguesas para a Colômbia triplicaram de valor face a igual período de 2011, atingindo os 8,7 milhões de euros (2,7 milhões em 2011).

FORBES DESTACA PORTUGAL NA LISTA DOS MELHORES PAÍSES PARA FAZER NEGÓCIOS O ranking anual da publicação americana é liderado pela Nova Zelândia A revista Forbes publicou a lista anual dos melhores países para fazer negócios e Portugal surge na 24ª posição. O ranking de 141 países é liderado pela Nova Zelândia. Para classificar o ambiente favorável à atividade empresarial, a publicação norte-americana obedeceu a 11 critérios principais: direitos de propriedade, inovação, impostos, tecnologia, corrupção, liberdade (individual, comercial e monetária), burocracia, proteção dos investidores e desempenho do mercado acionista das nações consideradas. A Nova Zelândia, depois de ter ficado em segundo lugar na edição passada, assume a liderança da lista, devido à “transparência e clima de negócios estável” do país “que encoraja o empreendedorismo”, segundo revela a revista norte-americana. Apesar de ser a economia mais pequena do top dez, a Nova Zelância apresenta baixos níveis de corrupção e cumpre, com os melhores resultados, os 11 critérios avaliados pela publicação. Portugal surge na 24ª posição do ranking, próximo da França e da Alemanha, classificadas na 20ª e 21ª posições, respetivamente. Em contraste com o destaque positivo da nação portuguesa estão os Estados Unidos da América. A perda contínua de posições ao longo dos últimos anos leva os americanos a ocupar o 12º lugar.

BENS DE CONSUMO E BENS DE EQUIPAMENTO A economia colombiana está em crescimento, com reflexos no consumo doméstico, e o país tem vindo a implementar uma política de modernização das suas estruturas produtivas. Por conseguinte, há oportunidades de negócio para as empresas portuguesas ao nível dos bens de consumo e dos bens de equipamento. Aliás, o grosso das exportações portuguesas refere-se a metais comuns, máquinas e aparelhos, papel e celulose. Oportunidades essas que começam também a atrair as pequenas empresas, nomeadamente dos setores do vestuário, das tecnologias, da engenharia e da construção, que seguem o caminho aberto já por grandes grupos, como Mota-Engil e Jerónimo Martins.

CRITÉRIOS PARA UM BOM AMBIENTE NEGOCIAL › Respeito pelos direitos de propriedade › Mercado inovador › Impostos favoráveis à atividade empresarial › Desenvolvimento tecnológico › Reduzidos níveis de corrupção, › Respeito pelas liberdades individual, comercial e monetária › Reduzidas obrigações burocráticas › Proteção dos investidores › Bom desempenho do mercado acionista

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ATUALIDADE ‹ weNOW PORTUGAL CONTINUA A APOSTAR NO ESPAÇO Empresas e universidades respiram de alívio com o reforço da participação portuguesa nos programas da ESA. Com a manutenção da participação portuguesa na Agência Espacial Europeia (ESA) e a subscrição de diversos programas por ela desenvolvidos, o Governo português assegurou a continuidade de uma indústria nacional que se distingue por ser 100% exportadora. O investimento de 17,5 milhões de euros, mais 20% do que o valor de 2008, foi definido na Conferência Ministerial da ESA, que aconteceu em Itália, no dia 21 de novembro, com o objetivo de fechar o orçamento para os próximos quatro anos. “A decisão de manter a nossa quota fixa e a participação em diversos programas da Agência foi ainda motivada pelo retorno obtido em encomendas da ESA a empresas e universidades portuguesas e pela sua importância estratégica para os nossos utilizadores”, segundo pode ler-se no site do Governo português. Ao nível dos serviços de que Portugal beneficia merece destaque a monitorização do mar. No campo da investigação, salientam-se as telecomunicações e a robótica, ao passo que na indústria, embora as atividades sejam diversas, o enfoque principal será a área do software. A mesma fonte oficial garante que “cada euro investido nestes programas permite um retorno equivalente, ou ligeiramente superior, de acordo com as ultimas avaliações da participação do nosso país, para além do desenvolvimento da indústria, da ciência e da tecnologia em Portugal”. Portugal garantiu a subscrição de um conjunto de seis programas opcionais, selecionados pela sua importância estratégica. É o caso do Programa de Tecnologia (General Support Technology Programme – GSTP), bem como dos programas de Telecomunicações e Aplicações Integradas e de Navegação e Observação da Terra. INVESTIMENTO PORTUGUÊS

17,5 milhões de euros (mais 20% do que em 2008) Dias antes da conferência que reuniu representantes dos diversos Estados-membros na cidade de Nápoles, a Proespaço Associação Portuguesa de Indústrias do Espaço havia alertado para as consequências de um eventual desinvestimento do país na participação da ESA, nomeadamente a perda de cerca de 250 profissionais altamente qualificados. Salientando que esta indústria se distingue pelo facto de ser 100% exportadora e por exportar apenas valor acrescentado, a Proespaço defende a importância estratégica das atividades espaciais para a economia nacional, sublinhando ainda a alta elasticidade de rendimento que as mesmas possuem.

PRINCIPAIS ÁREAS BENEFICIADAS

SERVIÇOS › Monitorização do mar INVESTIGAÇÃO › Telecomunicações e robótica, INDÚSTRIA › Software

As contribuições portuguesas para o programa espacial europeu são asseguradas por uma Comissão Inter-Ministerial, coordenada pelo Ministério da Educação e Ciência, na qual também participam o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Economia e do Emprego e o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.

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weNOW › ATUALIDADE PME DIGITAL APOSTA NA APROXIMAÇÃO ENTRE PEQUENAS E GRANDES EMPRESAS Programa visa estimular a introdução das TIC nos pequenos negócios, facilitando o acesso a um conjunto de ferramentas e serviços de última geração. Do simples site ou endereço de e-mail personalizado a ferramentas mais avançadas, como softwares de gestão de negócio ou de clientes, muitas são soluções que o programa PME Digital pretende proporcionar às empresas de micro, pequena e média dimensão. A iniciativa, lançada em novembro pelo Ministério da Economia e Emprego, assume-se como um estímulo à produtividade e competitividade. O programa “está desenhado para os próximos três anos e abrangerá cerca de 30 mil empresas, numa base de mais de 350 mil”, explicou o Ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, na sessão de apresentação do PME Digital. “Trata-se de uma iniciativa que poderá ter um impacto significativo nas nossas empresas ao permitir reduzir o fosso digital existente entre as empresas maiores e as de menor dimensão”, complementou o mesmo responsável. Através do PME Digital, as tecnologias de informação e comunicação são colocadas ao serviço da gestão empresarial, visando simplificar o acesso das empresas a novos mercados e proporcionar-lhes os mais recentes trunfos digitais ao nível do relacionamento com clientes e fornecedores. A oferta disponível estrutura-se em oito pacotes de serviços (ver caixa), que integram conjuntos diversificados de opções tecnológicas, disponibilizados por um grupo de fornecedores pré-selecionado pelo programa, que assumem o compromisso de praticar condições e preços mais acessíveis do que aqueles que é possível encontrar no mercado. Esta é uma iniciativa do Ministério da Economia e do Emprego, no âmbito do Programa Estratégico para o Empreendedorismo e Inovação e da Agenda Digital Nacional, sendo promovida pelo IAPMEI e pela Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa (ACEPI), com apoio de 15 parceiros privados na área da economia digital. Informações adicionais no site www. pmedigital.pt ou através do número 800 100 763.

PACOTES DE SERVIÇOS DISPONÍVEIS › Presença online

› Compra e venda

› Loja online

› Solução de gestão de negócio

› Produtividade

› Gestão de clientes

› Serviço acesso

› Certificação

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARA EMPRESÁRIOS CHEGA EM 2015 Medida que poderá beneficiar cerca de 250 mil pessoas deverá vigorar a partir de 2013, mas com um prazo de garantia de dois anos. O regime jurídico da proteção social de desemprego para trabalhadores independentes e empresários em nome individual foi aprovado em Conselho de Ministros. O decreto-lei tem aplicação prevista para o início de 2013, mas obriga os cidadãos ao cumprimento do prazo de garantia, com cerca de dois anos de duração. Deverão usufruir de subsídio de desemprego os sócios gerentes de empresas, os empresários em nome individual com rendimentos de atividade comercial ou industrial, os titulares de estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada e os cônjuges dos trabalhadores independentes que com eles exerçam atividade profissional regular. O prazo de garantia para obtenção do subsídio de desemprego está fixado em 720 dias de descontos, a iniciar na data de publicação de diploma, prevista para janeiro de 2013, segundo o Orçamento de Estado. O valor do montante a atribuir corresponde a 65 % do salário de referência e o acesso ao subsídio de desemprego é permitido aos cidadãos em situação de perda de rendimentos, após encerramento de empresa ou cessação de atividade profissional involuntária, desde que estejam inscritos em centros de emprego e tenham cumprido o prazo de garantia. A aplicação da medida, aprovada em Conselho de Ministros, obriga os trabalhadores visados ao pagamento da taxa contributiva prevista no mecanismo de proteção social, fixada em 34,75%, a partir do próximo ano. Pedro Mota Soares, Ministro da Solidariedade e Segurança Social, realça o carácter “especialmente importante” da decisão “numa altura em que o nosso tecido económico se encontra com grandes dificuldades”. No total, beneficiam da aprovação da nova medida mais de 250 mil cidadãos, entre empresários individuais, comerciantes e pequenos agentes. No Conselho de Ministros do dia 11 de dezembro foi também aprovada a modificação nos regimes jurídicos de proteção social no desemprego, morte, dependência, rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos e complemento por cônjuge, a cargo do sistema de segurança social, no sentido da convergência com a Caixa Geral de Aposentações. O Governo considerou ainda a possibilidade de proteção no desemprego para os trabalhadores qualificados que, através de acordo, terminem o contrato de trabalho sem prejuízo do nível de emprego da organização envolvida.

EXIGÊNCIAS DO NOVO SUBSÍDIO › 720 dias de descontos, a partir da data de publicação do decreto-lei › Pagamento de uma taxa contributiva de 34,75% MONTANTE 65 % do salário de referência

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ATUALIDADE ‹ weNOW Entre os expositores encontravam-se consultoras, empresas de recursos humanos e formação profissional, instituições financeiras, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos diversos, franchisadores, imobiliárias, órgãos de comunicação social, associações empresariais, institutos públicos de apoio ao investimento e à criação de emprego, estabelecimentos de ensino, autarquias e incubadoras de empresas. Para além dos quatro salões temáticos, que distribuíram no terreno empresas e entidades públicas e privadas com relevância para o exercício empresarial, a promoção do empreendedorismo, o apoio ao emprego e a qualificação profissional, a Feira do Empreendedor integrou a Mostra New Franchising, a Mostra de Soluções e Financiamento, a Mostra Eco Biz e a Mostra Tecnológica. Empreendedoras assumem protagonismo

BENEFICIÁRIOS › Sócios gerentes de empresas › Empresários em nome individual com rendimentos de atividade comercial ou industrial › Titulares de estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada › Cônjuges dos trabalhadores independentes que com eles exerçam atividade profissional regular

Entre os destaques do vasto programa de atividades paralelas da Feira do Empreendedor incluem-se as sessões com investidores, diversos workshops sobre “como criar um negócio específico”, um ciclo de 24 conferências práticas e ainda a iniciativa Women Inov, onde jovens empreendedoras de elevado potencial tiveram a possibilidade de partilhar o seu testemunho empresarial inovador, num formato relativamente informal e de proximidade com a plateia. O desafio da iniciativa consistia em deitar por terra todos os pressupostos das desigualdades entre géneros e estimular a criação de empresas lideradas por mulheres. A sessão Women Inov é já um dos principais pontos de atração da Feira do Empreendedor. A introdução desta conferência no programa do certame teve por base a crescente afluência do público feminino, que nos últimos dois anos constituiu 40% dos visitantes.

FEIRA DO EMPREENDEDOR REUNIU MAIS NEGÓCIOS QUALIFICADOS Startups inovadoras, baseadas no conhecimento e na internacionalização invadiram o certame organizado pela ANJE, na Alfândega do Porto. Cerca de 20 mil pessoas passaram, entre os dias 22 e 24 de novembro, pela 15ª edição da Feira do Empreendedor, organizada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, com o apoio do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. Em destaque estiveram, sobretudo, os empreendedores qualificados, promotores de negócios que têm por base o conhecimento e que procuram gerar valor acrescentado a partir de uma forte aposta na inovação e na internacionalização. A Loja do Empreendedor voltou a revelarse ponto de paragem obrigatório para quem ali se deslocou em busca de acompanhamento consultivo nas áreas de criação e desenvolvimento de empresas.

“Negócios com pedalada” foi o mote da irreverente campanha de comunicação lançada pela ANJE. Centenas de oportunidades de negócio, inúmeras possibilidades de networking e diversificadas formas de aprendizagem e apoio resumem a oferta disponível durante as três jornadas do certame, subordinado este ano ao tema “Made in Portugal”.

YES WE HELP O acesso à Feira do Empreendedor é gratuito, mas a ANJE solicitou, este ano, um contributo solidário a cada participante. Tratou-se da primeira ação “Yes We Help”, marca da ANJE responsável por ações de responsabilidade social e pela promoção dos valores sociais e eticamente responsáveis no contexto empresarial. A recolha de alimentos e donativos monetários reverteu a favor de três causas: o Banco Alimentar Contra a Fome Porto, a Associação Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, a Socialis Associação de Solidariedade Social e a associação Estrelinha Azul.

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weNEXT › AGENDA AGENDA DESTAQUE

PORTO BUSINESS SCHOOL ORGANIZA LEADERSHIP GRAND CONFERENCE A Porto Business School promove a 4ª edição da Leadership Grand Conference no próximo dia 5 de fevereiro, entre as 14h00 e as 18h40, na Casa da Música, no Porto. “Great Leaders on Leadership” é o mote da conferência que conta com testemunhos de liderança da empresária americana Linda Rottenberg, do líder da Tesco, Terry Leahy, e do ex-capitão da equipa de rugby sul-africana, François Pienaar. A Porto Business School Leadership Grand Conference procura, através da partilha de histórias de liderança autêntica, criar uma visão de futuro, promover uma mudança concertada, bem como alinhar e comprometer equipas na construção de um caminho comum. O programa da conferência, centrado em três intervenções, inicia com o testemunho de Linda Rottenberg, CEO e co-fundadora da Endeavor 50 WE’BIZ Dezembro 2012

– rede de empreendedorismo de alto impacto que já criou 200.000 empregos e gerou lucros anuais de 5 mil milhões de dólares. O testemunho da empresária americana vai realçar e debater a importância de uma liderança inovadora, propulsora do empreendedorismo. Em seguida, Sir Terry Leahy, responsável pela transformação da Tesco numa das maiores redes de retalho alimentar do mundo, vai apresentar as dez lições de gestão aplicadas na mudança intensiva que liderou na organização. François Pienaar, capitão da equipa de rugby que uniu a África do Sul na taça do mundo de 1995, vai encerrar o período de intervenções com uma história de liderança marcada pela coragem. A figura icónica da África do Sul explicará ainda o papel do desporto na pacificação e união do país.

Porto Business School Leadership Grand Conference

Cidade: Porto Data: 5 de fevereiro Promotor: Porto Business School Preço: 380 euros / 275 euros – alunos, ex alunos e docentes da Porto Business School Inscrições: http://leadershipgrandconference.com/2013/ Contacto: lgc@winworld.pt A Porto Business School promove a 4ª edição da Leadership Grand Conference no próximo dia 5 de fevereiro, entre as 14h00 e as 18h40, na Casa da Música, no Porto. Great Leaders on Leadership é o mote da conferência que conta com testemunhos de liderança de Linda Rottenberg, Terry Leahy e François Pienaar.


AGENDA ‹ weNEXT

JANEIRO 2013 INFORMAL BUSINESS DRINK NO CLUBE INGLÊS Cidade: Porto Data: 9 de janeiro Promotores: Associação Nacional de Jovens Empresários em parceria com as Câmaras de Comércio bilaterais Luso-Britânica, Alemã, BelgaLuxemburguesa, Sueca, Sul-Africana, PortugalHolanda Preço: Gratuito Inscrições: www.anje.pt Contacto: associados@anje.pt O primeiro Informal Business Drink do ano acontece no dia 9 de Janeiro, entre as 18h30 e as 21h00, no Clube Inglês, no Porto. O objetivo é promover o networking entre empresários portugueses e cidadãos estrangeiros radicados em Portugal.

Workshop “Como Gerar Ideias de Negócio” Cidade: Porto Data: 12 e 13 de janeiro Promotores: Acredita Portugal Inscrições: formacao@acreditaportugal.pt Contacto: formacao@acreditaportugal.pt A Acredita Portugal organiza, nos dias 12 e 13 de janeiro, um workshop online sob o tema “Como Gerar Ideias de Negócio” com o intuito de testar ideias para a criação de novos projetos.

Conferência Prémio Portugal PME Cidade: Porto Data: 15 de janeiro Promotores: Cofina Eventos/ Caixa Geral de Depósitos Inscrições: http://www.eiseverywhere.com/ Contacto: cofinaeventos@cofina.pt Num contexto marcado por enormes desafios para a economia nacional, o evento pretende identificar, reconhecer e premiar as PME que se destacam pela solidez, crescimento, inovação, criação de emprego e capacidade exportadora na cidade do Porto.

TEDxVianadoCastelo Cidade: Viana do Castelo Data: 19 de janeiro Promotores: TED Preço: 35 euros Inscrições: tedxvianadocastelo.com/ Contacto: info@tedxvianadocastelo.com O TedxVianadoCastelo acontece no Forte de Santiago da Barra e oferece quatro painéis temáticos para incentivar os participantes a estimular uma atitude criativa e empreendedora.

Laboratório de ideias (workshop) Cidade: Lisboa Data: 22 de janeiro Promotores: João Sem Medo e Tree Institute Preço: Gratuito Inscrições: eventbrite.pt Contacto: eventbrite.pt A organização João Sem Medo e a Tree Institute promovem, no dia 22 janeiro, um workshop que pretende explicar o processo de transformação de uma ideia, num modelo de negócio concreto.

Seminário “Eco-inovação: a sustentabilidade como fator de competitividade” Cidade: Porto Data: 23 de janeiro Promotor: Associação Nacional de Jovens Empresários Preço: 10 euros Inscrições: http://www.anje.pt/ Contacto: focoanje@anje.pt O seminário “Eco-inovação: a sustentabilidade como fator de competitividade” é uma sessão de sensibilização e esclarecimento, que pretende dar a conhecer novas oportunidades empresariais, apontando caminhos concretos, com múltiplas vantagens, internas e de mercado, para as empresas nacionais.

Inscrições: http://mf24.org Contacto: braga@mf24.org O MeuFuturo24 Braga é um ciclo de palestras, workshops e networking que decorre de 25 para 26 de janeiro e tem como objetivo dotar os participantes com informações úteis na procura ou criação de emprego.

5º Fórum Empreendedorismo da Garantia Mútua – “Uma Nova Economia para Portugal - A Audácia de Mudar” Cidade: Santa Maria da Feira Data: 31 de janeiro Promotores: SPGM e Sociedades de Garantia Mútua Inscrições: http://www.forumempreendedorismo.org/ Contacto: suzy.cordeiro@agrogarante.pt O 5º Fórum Empreendedorismo da Garantia Mútua – “Uma Nova Economia para Portugal - A Audácia de Mudar” decorre no dia 31 de janeiro, no Europarque, em Santa Maria da Feira e pretende debater as novas medidas de relançamento da economia nacional.

FEVEREIRO 2013 TEDxVitória

Cidade: Porto Data: 2 de fevereiro Promotores: TED Preço: 15 euros Inscrições: http://tedxvitoria.com/inscricoes/ Contacto: info@tedxvitoria.com O TedxVitória vai decorrer no Porto, no dia 2 de fevereiro, e pretende fomentar a partilha de ideias em torno da temática “Cidade Criativa e Inclusiva”, promovendo o networking entre os participantes, enquanto se assume como ponto de ligação entre agentes criativos, residentes e empresários.

Startup Pirates Porto 2013

Ciclo de Palestras “MeuFuturo24” Cidade: Braga Data: 25 e 26 de janeiro Promotores: SPGM e Sociedades de Garantia Mútua Preço: Gratuito

Cidade: Porto Datas: 2 a 9 de fevereiro Promotores: Startup Pirates Inscrições: http://startuppirates.org/porto/ Contacto: cofinaeventos@cofina.pt A Startup Pirates organiza mais uma sessão de aceleração de negócios entre os dias 2 e 9 de fevereiro. O objetivo do evento é desenvolver e Dezembro 2012 WE’BIZ 51


weNEXT › AGENDA viabilizar ideias de negócio propostas por jovens empreendedores, oferecendo ações formativas e serviços de mentoring aos participantes.

Conferência Prémio Portugal PME

Cidade: Lisboa Data: 5 de fevereiro Promotores: Cofina Eventos/ Caixa Geral de Depósitos Inscrições: http://www.eiseverywhere.com/ Contacto: cofinaeventos@cofina.pt Num contexto marcado por enormes desafios para a economia nacional, o evento pretende identificar, reconhecer e premiar as PME que se destacam pela solidez, crescimento, inovação, criação de emprego e capacidade exportadora na cidade do Porto.

Conferência internacional “Brazil & Angola @ Porto”

Cidade: Porto Datas: 7 e 8 de fevereiro Promotor: World Office Forum Inscrições: http://www.worldofficeforum.com/index. php/en/ Contacto: gmf@worldofficeforum.com O World Office Fórum realiza, nos dias 7 e 8 de Fevereiro, no Porto Palácio Congress Hotel & Spa, a conferência internacional “Brazil & Angola @ Porto”, com o objetivo de apresentar as informações sobre os mercados de escritórios de São Paulo e Luanda, a empresários europeus e outros com interesse em investir nos dois mercados.

“EXPORT HOME – Mobiliário, Iluminação e Artigos de Casa para Exportação”

Cidade: Matosinhos Datas: 7 a 10 de fevereiro Promotor: Exponor Inscrições: http://www.exporthome.exponor.pt/ Contacto: exporthom@exponor.pt A 25 ª edição da EXPORT HOME decorre entre os dias 7 e 10 de fevereiro e permite aos fabricantes de mobiliário e iluminação recriar o espaço perfeito para se relacionarem com clientes e potenciais clientes nacionais e estrangeiros.

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Curso “Como elaborar um plano de negócios?”

Cidade: Porto Datas: 19, 21 e 26 de fevereiro Promotor: Associação Nacional de Jovens Empresários Preço: 140 euros Inscrições: http://www.anje.pt/ Contacto: focoanje@anje.pt O plano de negócios é a primeira dor de cabeça de muitos empreendedores e muitos são os métodos, as teorias e até os mitos que o circundam. A ferramenta empreendedora é o tema central do curso “Como elaborar um plano de negócios?”.

Evento: 2ª edição - “Squadra Marketing & Sales Forum”

Cidade: Porto Data: 22 de fevereiro Promotor: Squadra Preço: 150 euros Inscrições: http://www.squadra.com.pt/forum/ Contacto: forum@squadra.com.pt A segunda edição do Squadra Marketing Sales & Fórum vai decorrer no próximo dia 22 de Fevereiro, nas instalações do auditório do ANF Business Center, no Porto. O evento abordará as áreas mais importantes da gestão comercial e vai analisar o papel real de cada disciplina na gestão empresarial.

3 Day Startup Coimbra

Cidade: Coimbra Data: 22 a 24 de fevereiro Promotor: 3 Day Startup Preço: Gratuito Inscrições: http://coimbra.3daystartup.org/apply/ ( o prazo de inscrições encerra a 31 de janeiro e o evento está limitado a 40 vagas) Contacto: coimbra@3daystartup.org O encontro de estudantes universitários e recémlicenciados 3 Day Startup decorre em Coimbra, entre os dias 22 e 24 de fevereiro, e pretende concretizar as ideias de negócios de jovens empreendedores. A iniciativa é gratuita, tem inscrições limitadas e já impulsionou a criação de mais de 20 empresas por todo o mundo.

SISAB Portugal 2013

Cidades: Lisboa Datas: 25 a 27 de fevereiro Promotor: Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

Inscrições: http://www.sisab.org/website/pt/ form_nac.html Contacto: sisab@sisab.org O SISAB Portugal 2013 decorre entre 25 e 27 fevereiro. O evento assume-se como a maior convenção anual de empresas e empresários líderes na exportação.

“Como Vender na África do Sul”

Cidades: Lisboa e Porto Datas: 25 e 26 de fevereiro (Lisboa), 27 de fevereiro a 1 de março (Porto) Promotor: Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Preço: 123 euros Inscrições: http://www.portugalglobal.pt/ (até 24 de Janeiro) Contacto: http://www.portugalglobal.pt/PT/Paginas/ Contactos.aspx A AICEP organiza a ação “Como Vender na África do Sul”, em Lisboa, nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2013 e, no Porto, de 27 de Fevereiro a 1 de março de 2013. O evento pretende aumentar o nível de exportações e investimento dos empresários nacionais.

MARÇO 2013 Startup Pirates Lisboa 2013

Cidade: Lisboa Datas: 2 a 9 de março Promotores: Startup Pirates Preço: ---Inscrições: http://lisboa.startuppirates.org/event/ the-event/ (inscrições limitadas) Contacto: lisboa@startuppirates.org A Startup Pirates organiza mais uma sessão de aceleração de negócios em Lisboa, entre os dias 2 e 9 de março. O objetivo do evento é desenvolver e viabilizar ideias de negócio propostas por jovens empreendedores, oferecendo ações formativas e serviços de mentoring aos participantes.

QSP Summit 2013 - “ What Consumers Want (But Don´t know Yet!)”

Cidade: Matosinhos Data: 7 de março Promotor: QSP Marketing Preço: Individual – 480 euros; Corporate – 1300 euros;


Premium – 4100 euros (até 10 de Fevereiro) Inscrições: http://www.qspmarketing.pt/summit/ inscricoes.html Contacto: conferencia@qspmarketing.pt A QSP Summit 2013 “ What Consumers Want (But Don´t know Yet!)” é reconhecido como um dos principais eventos mundiais do setor e reúne cerca de um milhar de conferencistas em torno de grandes pensadores e especialistas em marketing.

2º Workshop Lisboa Empreende

Cidade: Lisboa Data: 13 de março Promotores: Câmara Municipal de Lisboa e Cooperativa António Sérgio para a Economia Social Preço: Gratuito Inscrições: http://www.cm-lisboa.pt/ (inscrições limitadas) Contacto: jpmarques@gebalis.pt O 2º workshop do programa Lisboa Empreende, a decorrer no próximo dia 13 de março, integra um projeto que pretende explicar o conceito empreendedorismo, possibilitando o contato com casos de sucesso e a obtenção informações sobre os apoios existentes na área.

Go Youth Conference 2013

Cidade: Lisboa Data: 16 de março Promotor: Go Youth Conference Preço: 35 euros Inscrições: http://goyouthconf.eventbrite.com/ Contacto: info@goyouthconf.com A Go Youth Conference 2013 realiza-se no dia 16 de março e visa difundir a prática empreendedora entre as faixas etárias mais jovens.

“Happy Conference 2013 Execution and Productivity – Achieving Breakthrough Results”

Cidade: Lisboa Data: 21 de março Promotor: WIN World Preço: 150 euros + IVA Inscrições: http://happyconference.org/schedule.php Contacto: hc@winworld.pt A quarta edição da Happy Conference tem lugar no Teatro Tivoli BBVA Lisboa, próximo dia 21 de março, e pretende preparar líderes, equipas e organizações para atuar num mercado empresarial exigente, complexo e imprevisível.

“ENERGYLIVEEXPO – Eficiência Energética, Energias”

Cidade: Lisboa Data: 23 de março Promotor: Associação Industrial Portuguesa Feiras, Congressos e Eventos Inscrições: http://www.energyliveexpo.fil.pt/ Contacto: fil@aip.pt A “ENERGYLIVEEXPO – Eficiência Energética, Energias” vai decorrer no dia 23 de março e assume-se como uma oportunidade para os empresários e empreendedores do setor energético exporem o trabalho desenvolvido perante potenciais investidores.

Seminário de Coach e Empreendedorismo

Cidade: Braga Data: 20 de março Promotores: Internacional School of Professional Coaching ,Instituto de Soldadura e Qualidade Inscrições: http://liftoff.aaum.pt/index.php/formacao/ Contacto: liftoff@aaum.pt O seminário sobre Coach e Empreendedorismo tem lugar na Universidade do Minho, no dia 20 de março, e oferece aos estudantes ações formativas nas áreas envolvidas e momentos de networking.

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weSEARCH › LIVROS & SITES

All Desk: O site que permite alugar espaços de trabalho em mais de 30 países

trinta países, desempenha o papel de mediador nos processos de aluguer ou anúncio de espaços e arrecada uma comissão em cada negócio viabilizado na plataforma. O site não restringe possibilidades aos empresários, que podem efetuar reservas para a realização de diversas atividades profissionais. O mercado empresarial é o principal alvo do All Desk, no entanto, a essência do projeto empreendedor está direcionada para a difusão de novos hábitos no mercado laboral e para o fomento da prática do coworking no contexto empresarial.

A plataforma online representa uma oportunidade low cost para o mercado empresarial, fazendo a ponte entre a oferta e a procura de salas de reuniões ou secretárias de coworking. De origem portuguesa, mas de utilização global, o All Desk anuncia oportunidades para aluguer temporário de espaços de trabalho destinados a empresários de todo o mundo. Graças a este website, a possibilidade de agendar reuniões, workshops e conferências em Nova Iorque, Londres ou Paris é uma realidade de baixo custo, à distância de um clique. O projeto surgiu em 2011, através da ação de Pedro Santos e Rui Aires, e reúne anúncios de todo o mundo, permitindo aos freelancers e novas empresas, sem capacidade financeira ou disponibilidade para suportar uma renda fixa de espaço de trabalho, encontrar soluções temporárias que satisfaçam as necessidades produtivas das entidades envolvidas. DA REUNIÃO À SECRETÁRIA Nova Iorque, Londres ou Paris são algumas das cidades onde é possível agendar reuniões, workshops e conferências à distância de um clique. Se é fã do coworking, este é também o site onde, facilmente, reserva a sua secretária de trabalho.

Ao mesmo tempo, o All Desk é também a solução ideal para cidadãos ou instituições interessados em transformar espaços físicos desocupados em fontes de rendimento, disponibilizando os mesmos em formato de pequenos escritórios, salas de reuniões ou salas para a realização de conferências e workshops. O All Desk, presente em mais de 54 WE’BIZ Dezembro 2012

Cerca de 13 mil salas de reunião

A inclusão de um anúncio online obriga ao cumprimento de alguns requisitos, comprovados através do envio de fotografias dos locais sugeridos. O espaço está sujeito a aprovação pela organização e, após a integração na plataforma, pode ser requisitado para aluguer, nas datas e horas pretendidas, sendo o pagamento efetuado online. A qualidade do serviço é assegurada pela possibilidade de o cliente comentar o grau de satisfação com o local disponibilizado, em relação à proposta de valor que lhe fora apresentada.

SECÇÕES

DE INQUILINO A SENHORIO

“Find meeting room”

Qualquer utilizador, de qualquer parte do mundo, pode entrar neste negócio, rentabilizando espaços físicos desocupados. Basta registar-se na plataforma e submeter a sua proposta online. Cumprindo os requisitos, os seus escritórios, salas e secretárias passarão também a integrar a oferta do All Desk.

URL http://all-desk.com ZOOM Mais de 30 países Mais de 3000 localidades

Permite a consulta dos espaços para aluguer, orientando a pesquisa de acordo com a distância (em km) do centro de uma determinada localidade. “List your meeting room” Secção destinada ao envio de sugestões de locais e espaços para acrescentar às ofertas do All Desk, com possibilidade de submissão de imagens, contactos e descrições. “How it Works” Explicação detalhada dos processos de aluguer e disponibilização de espaços para arrendamento.

ADICIONAR AOS FAVORITOS? › Fácil e rápido acesso a ofertas de todo o mundo; › Oferta de espaços para múltiplas finalidades, sem imposição de restrições ao cliente e com custo reduzido; › Disponibilização de informação escrita e fotográfica detalhada sobre os espaços anunciados; › Definição do tempo de aluguer de acordo com as necessidades individuais de cada organização ou empresário.

O modelo de negócio inovador e diferenciado lançado pelo site português já valeu aos seus promotores um prémio de 100 mil euros no concurso de empreendedorismo ISCTE-IUL MIT Venture Competition (uma parceria entre o Massachusetts Institute of Technology e o Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa). O valor contribuiu para o investimento inicial do projeto, que assume já uma dimensão internacional, com perspetivas de crescimento no futuro próximo.


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Na nova era industrial triunfam os “makers”

como tema central de um livro narrado num estilo direto. Os novos agentes industriais

As novidades no paradigma empresarial, potenciadas pelas novas tecnologias, inspiram a obra “Makers: The New Industrial Revolution”, lançada por Chris Anderson. O autor e empreendedor denuncia uma nova era na sociedade e na indústria internacional, onde a iniciativa empresarial e os “fazedores” de negócio ganham protagonismo. A experiência pessoal e profissional do reconhecido escritor americano Chris Anderson, agora empreendedor a tempo inteiro na Robotics 3D, motivam a conceção do livro “Makers: The New Industrial Revolution”, uma obra que desvenda os renovados princípios orientadores do mercado e o crescimento do fenómeno recente dos “fazedores de negócio”, originário dos Estados Unidos da América.

TÍTULO “Makers: The New Industrial Revolution” AUTOR Chris Anderson Editora : Random House

UMA NOVA GERAÇÃO

ANO

“Makers” parte do exemplo particular do autor para defender a emergência de uma nova geração de empresários, que criam pequenos negócios através do desenvolvimento tecnológico.

2012

“Makers” parte do exemplo particular do autor, motivado por uma situação do quotidiano na criação de um negócio sobre drones, para justificar a emergência de uma nova geração de empresários, que criam pequenos projetos através do desenvolvimento tecnológico. As possibilidades introduzidas por novos aparelhos facilitam a criação de novos negócios e sustentam a Revolução Industrial, com a produção de objetos a baixo custo, baseados na inovação. A obra sugere a desvalorização da massificação e das empresas standardizadas perante um cenário de crescimento de pequenos “átomos” industriais, onde as maquinarias pesadas e as grandes estruturas perdem terreno para as “fábricas de garagem”, movidas pelo conceito “do it yourself” ou “faça você mesmo”. A elevação dos “makers” ou “fazedores de negócios” no aproveitamento eficiente de recursos, para a construção de novos negócios e produção de bens nos diferentes setores, apresenta-se, deste modo,

LÍNGUA Inglês

OS DOIS RUMOS DOS “FAZEDORES” As facilidades tecnológicas atuais, proporcionam dois rumos distintos no contexto empresarial. De acordo com Chris Anderson, os empreendedores podem escolher entre: 1 - Negócios pequenos e customizados A criação de novos negócios com dimensão mais reduzida e desenvolvimento de produtos customizados, orientados aos desejos individuais do consumidor. 2 – Projetos com respostas globais O desenvolvimento de projetos orientados para as necessidades globais e estereotipadas, com produção em larga escala.

A impressora 3D assume-se como o rosto da revolução industrial e da produção de baixo custo, típica dos novos agentes industriais (“makers”), permitindo a materialização de imensas ideias de negócio, sem grande conhecimento técnico. O autor enquadra a vivência pessoal na divulgação da nova era industrial e reforça a importância da cultura colaborativa na criação da Robotics 3D, quer na perspetiva financeira, quer na perspetiva funcional. Ainda no âmbito funcional, cortadores, lasers, softwares de design e outros equipamentos juntam-se à impressora 3D, como ferramentas empreendedoras que permitem, segundo o autor, além da concretização da referida Revolução Industrial, maior rapidez no processo de materialização de um negócio. “DO IT YOUR SELF” Chris Anderson alerta para o surgimento de pequenos “átomos” industriais, onde as maquinarias pesadas e as grandes estruturas perdem terreno para as “fábricas de garagem”, movidas pelo conceito “do it yourself” ou “faça você mesmo”. A quantidade de recursos financeiros e temporais exigidos na pesquisa e conceção de um produto diminuiu de forma abrupta, em relação aos tempos passados, e o panorama atual oferece dois rumos distintos, de acordo com o livro. Por um lado, a criação de novos negócios com dimensão mais reduzida e desenvolvimento de produtos customizados, orientados aos desejos individuais do consumidor. Por outro, os empreendedores podem conceber projetos mais orientados para as necessidades globais e estereotipadas, envolvendo produção em larga escala. Sustentando estas ideias com outros exemplos empreendedores, Chris Anderson transforma o livro “Makers” num instrumento de sensibilização para as oportunidades de negócio facilitadas pela evolução tecnológica e pela nova era industrial vivenciada atualmente. Trata-se também de um incentivo à canalização destas possibilidades tecnológicas em prol do desenvolvimento pessoal e da capacidade para reconhecer, no quotidiano, momentos e situações que permitam aplicar uma atitude e pensamento “fazedores”.

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Redes Sociais Plano de ação em 8 passos Síntese das melhores dicas e conselhos para planear a entrada de uma empresa no universo social da web 3.0.

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Partilhar um evento no Facebook ou promover um vídeo institucional no Youtube são hoje ações de comunicação incontornáveis no mundo dos negócios. Ações essas que, fruto do fácil acesso às diferentes plataformas, são muitas vezes operacionalizadas sem qualquer sentido estratégico. Numa altura em que aos sucessos de “likes” e partilhas se somam também polémicas virais, associados à presença de marcas e empresas nas redes sociais, o melhor será assegurar que a entrada no universo dos tweets, dos murais, páginas, grupos e afins obedeça a um planeamento prévio. Não querendo complicar o que até aqui sempre lhe pareceu fácil, fizemos uma pesquisa pelos melhores tutoriais do mercado, que aqui sintetizamos num guia de 8 passos.

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Selecionar as plataformas

Qual o interesse de estar em todas as plataformas se os seus atuais e potenciais clientes não passam por lá? O importante é concentrar esforços nas redes sociais mais adequadas ao target e posicionamento da empresa, bem como à sua efetiva capacidade de produção de informação e de dinamização da presença online. Por exemplo, se o negócio não tem expressão em formato vídeo, se a empresa não tem capacidade de investimento para o desenvolvimento de conteúdos multimédia ou até se não tem reportagens televisivas para partilhar, não se justifica a criação de um canal no youtube. O sucesso das estratégias de social media marketing está na atualização periódica das plataformas. Quando as marcas não conseguem acompanhar esse ritmo frenético, a entrada nas redes sociais pode revelar-se um tiro no pé.

Desenvolver um manual de procedimentos

A elaboração de um manual de procedimentos, onde constam as diferentes normas de estilo e os processos de “workflow”, é essencial para que os planos inicialmente estabelecidos sejam, efetivamente, colocados em prática. Este guia é tanto mais útil quanto mais dispersa for a presença de uma determinada marca nas redes sociais. Trata-se, pois, de uma garantia de coerência e unicidade da comunicação. De resto, será importante que o manual inclua um conjunto de boas práticas, que orientem a associação dos colaboradores à marca.

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2

Definir um Estilo

As redes sociais devem dar voz e personalidade à empresa, através de um registo de comunicação coerente, direto e genuíno. Registo esse que deverá ser pensado à luz do posicionamento ambicionado. Por isso, um dos pontos de partida será a definição cuidadosa de um estilo próprio, ainda que devidamente adaptado às especificidades de cada plataforma.

6

Fomentar o “engagement”

“Engagement” é o chavão do social media marketing utilizado para descrever o envolvimento entre a marca e os seus seguidores, em resultado de uma comunicação interativa e cativante. Para fomentar a criação de laços online e conquistar a simpatia de consumidores, urge ter presente que as redes sociais vieram por termo à comunicação unidirecional (um erro ainda frequente na era da Internet). Por isso, a atenção da audiência impõe às marcas uma moeda de troca: é necessário ler e responder! As redes sociais devem ser utilizadas pela empresa para facilitar e estimular a colaboração entre clientes, fornecedores, colaboradores, parceiros, acionistas e sociedade em geral - os murais uma empresa devem ser espaços colaborativos.


3

Criar um plano de conteúdos

4

Construir um “workflow”

Estabilizado o tom da comunicação e definida a linha editorial orientadora das múltiplas publicações, importa determinar o conteúdo propriamente dito, não caindo na tentação de vender. Aposte na promoção, em detrimento de uma estratégia visivelmente comercial, e aproveite para demonstrar know-how setorial, partilhando com o seu público informações interessantes relativas à sua área de negócio.

Distribuir tarefas e definir métodos de trabalho é o passo complementar ao planeamento de conteúdos, possibilitando determinar a periodicidade das publicações. A atualização frequente das redes sociais é um dos critérios mais valorizados pelos seguidores, mas será importante não cair em excessos, sob pena de cansar a audiência, fazendo com que a presença online tenha efeitos nefastos para a marca. Os especialistas não são consensuais quanto ao número ideal de publicações, mas um estudo especializado, que analisou a frequência com que grandes marcas publicavam no Facebook, concluiu que a média ideal será de 4 a 5 “posts” por semana, ou seja, um “post” por dia.

7

8

Recompensar

A entrada nas redes sociais deve também ser acompanhada de uma reflexão muito prática em torno daqueles que são os benefícios que a empresa poderá conceder ao seu público online. Neste universo, é crucial recompensar os seguidores pela sua aproximação à marca. Partilhe promoções e descontos especiais, revele informações em primeira mão, dinamize concursos e estimule a fidelização, valorizando os contributos dos seguidores.

Antecipar a crise

A democratização possibilitada pelas redes sociais expõe as empresas ao risco da crítica em espaço público. Também para este tipo de situações é importante a criação de um manual de procedimentos, um plano de comunicação de crise que determine normas de atuação.

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Duas “apps” no topo da produtividade A produtividade é uma das categorias mais concorridas do universo das aplicações mobile, não apenas na perspetiva da gestão do tempo e das tarefas pessoais, mas também - e sobretudo - na ótica da performance profissional e da construção de ambientes colaborativos no seio das empresas. As aplicações que aqui sugerimos são instrumentos de fácil e rápida utilização, destacadas em diversos rankings da especialidade e adequadas ao ritmo de atividade dos empreendedores.

FUNCIONALIDADES

Skitch Comunicar com cores, formas e setas Comprada pelo sucesso mundial Evernote, a aplicação Skitch posiciona-se como uma ferramenta de utilização rápida, que permite poupar nas palavras, nos e-mails e até nas reuniões. O conceito é simples: sobre qualquer imagem, tela, mapa ou página web é possível usar formas, setas, esboços e anotações. Depois, é só partilhar com os seus colaboradores.

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TIRAR NOTAS Adicionar setas, formas e texto sobre imagens existentes é a nova forma de tirar notas proposta pelo Skitch. No fundo, trata-se de transpor para o universo digital tudo aquilo que, rapidamente, conseguimos fazer com um papel e uma caneta. CRIAR E EDITAR A opção de desenhar algo novo (como um esquema) é complementada pela possibilidade de remover ou modificar as anotações já feitas. PARTILHAR Todas as tarefas são passíveis de partilha. As possibilidades são inúmeras: desde enviar à sua equipa uma secção do site da concorrência a destacar num mapa o local da reunião que terão no dia seguinte.

VERSÕES DISPONÍVEIS MOBILE iPad, iPhone, iPad Touch e Android. COMPUTADOR Mac, Windows Desktop e Windows 8.


FUNCIONALIDADES CRIAR LISTAS Pode dividir as empreitadas por áreas, através de listas temáticas. Para adicionar uma tarefa, basta começar a escrever e, para remover, é só arrastá-la para o lado direito.

Clear Resolver listas de tarefas de forma clara (literalmente). A simplificação da execução de afazeres é levada ao extremo por esta aplicação, que surge com o intuito específico de simplificar a vida dos seus utilizadores, especialmente os mais ocupados.

VERSÕES DISPONÍVEIS MOBILE iPhone, iPod touch, iPad e Android.

Mac.

COMPUTADOR

DEFINIR PRIORIDADES Criadas as listas, seja a de livros para ler ou a de reuniões por agendar, pode ainda definir prioridades, marcando a ordem de concretização de cada item. O uso de cores dá uma ajuda na definição das tarefas mais urgentes. Depois, há ainda as pinças, que possibilitam subir os níveis de menu e facilitam a utilização da aplicação. De resto, toda a solução opera num formato simples e, contrariamente a outros gestores de tarefas, não implica aceder a várias telas com diferentes estilos de organização.

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