WE'BIZ - MARÇO 2015

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De negócios às costas

Os empreendedores pelo mundo, a emigração de talento e os projetos de alto valor acrescentado que colocam Portugal na rota do movimento startup.

NOOCITY

ENTREVISTA

FENÓMENO GAFA

A startup que assegura a horta urbana do chefe Pedro Lemos

“Crescimento das exportações é a maior de todas as reformas estruturais” Daniel Bessa, Diretor-Geral da COTEC

Números, regras e lições das gigantes Google, Apple, Facebook e Amazon



EDITORIAL PROPRIEDADE ANJE -Associação Nacional de Jovens Empresários CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO João Rafael Koehler Francisco Fonseca DIRETOR Rafael Alves Rocha COORDENADORA Mónica Rodrigues Neto REDATORES André Amorim Costa Ricardo Vieira Melo Mónica Rodrigues Neto COLABORADORES NESTA EDIÇÃO Bruno Nunes Hugo Costa José Fontes Mónica Veloso Olga Machado Suzana Alípio GRAFISMO Garra Publicidade, S.A. DEPÓSITO LEGAL 388168/15 IMPRESSÃO Empresa Diário do Minho, Lda TIRAGEM 15.0000 PERIODICIDADE Mensal ANO DE EDIÇÃO 2015

Foi difícil, surpreendente, mas recompensador materializar este número da WE’BIZ. Há muito que tínhamos intenção de fazer um trabalho sobre os empreendedores pelo mundo, cujos ecos de sucesso já haviam sido escutados em múltiplos fóruns. A coincidência do lançamento, para consulta pública, do “Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020” e da abertura de candidaturas ao Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa só veio reforçar a pertinência e atualidade do tema. Começamos por procurar negócios 100% estrangeiros (ou seja, com sede além-fronteiras) e de competência 100% nacional, mas acabamos por concluir que a história dos empreendedores pelo mundo não podia ser contada apenas nesta perspetiva. Encontramos (e desencontramos, muitas vezes) jovens irrequietos, negócios de mochila às costas, startups com um pé lá e outro cá e chegamos a uma conclusão: o mundo, lá fora, é crucial para o lançamento destes negócios e a fuga das novas gerações de empreendedores qualificados tem, na maior parte dos casos, um só motivo. Não querendo cair em clichês, não diremos que “a culpa é do sistema”, mas também não poderemos fugir de “buzzwords” para fundamentar esta necessidade imposta aos negócios de alto valor acrescentado. Falamos do “ecossistema empreendedor”, um culpado que tantas conferências (pre)ocupa, tantas opiniões despoleta. Aliás, desse mesmo ecossistema nos fala Daniel Bessa, numa alargada entrevista onde há lugar para sublinhar diversos aspetos do mundo empresarial e da inovação. E de inovação não faltam exemplos nesta revista: desde a tecnológica (com a internet das coisas) à social (com o Manifesto para uma Economia de Valor Partilhado), passando pela criativa (com o projeto Locomotiva) ou, simplesmente, pela inovação de quem começa (com as hortas urbanas da startup Noocity). Tudo isto num número que analisa ainda as oportunidades do Portugal 2020, lança um olhar interessado sobre as estratégias GAFA (acrónimo das gigantes Google, Apple, Facebook e Amazon) e antecipa as asas que a ANJE quer dar aos empreendedores, com um programa de aceleração aqui divulgado em primeira mão. Rafael Alves Rocha Diretor Março 2015 WE’BIZ 3


SUMÁRIO

03 06 18 38 42 47 52 57 EDITORIAL

weFIRST › PRIMEIRA MÃO P. 06 ANJE dá ASAs a empreendedores P. 08 Sucesso dos GAFA visto à lupa pela Fabernovel

weZOOM › TEMA DE FUNDO P. 18 De negócios às costas – da fuga de talentos à descoberta dos novos empresários

weLEARNING › FORMAÇÃO

weCREATE › ECONOMIA CRIATIVA

P. 38 Estudos Gerais: a licenciatura três em um

P. 42 Locomotiva – O Porto criativo emerge a todo o vapor!

P. 40 Pós-Graduações, Masters e outras ofertas focadas nas necessidades das empresas e nas oportunidades dos empreendedores

weNOW › ATUALIDADE

P. 47 Capital europeia do empreendedorismo 2015 já tem programa definido P. 47 Crescimento das exportações prossegue mas é mais brando P. 48 Quatro ações, um objetivo comum: criar emprego em Portugal P. 49 Investe jovem confere oportunidades financeiras e estratégicas aos empreendedores desempregados

weNEXT › AGENDA

weSEARCH › LIVROS & SITES

P. 52 Março

P. 57 “O Capital no Século XXI” revela tendências para a distribuição de riqueza nos próximos 100 anos

P. 55 Abril

P. 58 Portal de empreendedorismo UP: transferir conhecimento num clique

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weFIND › OPORTUNIDADES

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weNUMBERS › FINANCIAMENTO

P. 10 Atrás de um grande fazedor há sempre um bom promotor P. 12 Business Roaming Agreement

weSTART › STARTUPS

P. 14 Portugal 2020 privilegia PME mas não a fundo perdido P. 16 + Inovação + Indústria = Smart Money

P. 28 NOOCITY – Está lançada a semente da startup que traz o campo à cidade

P. 30 Vencedores dos Green Project Awards mostram que há mais ecologia na inovação P. 31 EbankIT promete serviços bancários omnipresentes P. 32 Steve Blank propõe modelo de desenvolvimento para startups

weTECH › TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

weTALK › ENTREVISTA P. 34 “Crescimento das exportações é a maior de todas as reformas estruturais” Daniel Bessa, Diretor-Geral da COTEC

P. 45 Manifesto ESLIDER-Portugal – Para uma economia de valor partilhado

weTHINK › OPINIÃO

P. 51 José F. G. Mendes Vice-Reitor da Universidade do Minho Notas sobre inovação e empreendedorismo em Portugal

weSHARE › WEB & APPS

P. 59 Instagram: “Um excelente meio visual para marcas e negócios” P. 61 Namorados invisíveis mas sociais

weSOCIAL › EMPREENDEDORISMO SOCIAL

P. 43 “Internet das coisas” agita setor das TIC

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weTHINK › OPINIÃO P. 62 João Vasconcelos Diretor Executivo da Startup Lisboa O segredo já não é a alma do negócio

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weFIRST › PRIMEIRA MÃO

ANJE dá ASAs

a empreendedores A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários promove, em 2015, um programa de aceleração verdadeiramente inovador. Destinado a um máximo de 30 empreendedores, selecionados mediante candidatura, o ASA é o único programa que integra quer a componente de design thinking, quer a de business thinking, para assim ajudar os empreendedores a perceberem como criar valor para os seus clientes, desenvolvendo produtos e serviços centrados na experiência dos utilizadores. O ASA – ANJE Startup Accelerator é, como o nome indica, um programa de aceleração para empreendedores que a associação homónima vai promover em 2015. A ideia é familiarizar os jovens empreendedores com os desafios decorrentes da criação e desenvolvimento de um projeto empresarial, dando a conhecer conceitos, ferramentas e metodologias que os ajudem a validar as suas ideias de negócio num contexto de mercado. Isto significa que os candidatos selecionados vão,

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ao longo do programa, receber apoio especializado ao nível da definição do plano de negócio, do financiamento do projeto, do desenvolvimento de produto, da relação clientes/mercado, da gestão de equipas, da legislação aplicável à atividade económica, do marketing e da comunicação, entre outras áreas igualmente relevantes. Organizado no âmbito do PIP – Projeto Inovação Portugal, programa de empreendedorismo promovido pela ANJE e cofinanciado pelo COMPETE e QREN, o ASA apresenta

uma combinação inovadora de metodologias com provas dadas em programas de empreendedorismo com metodologias de estimulo à criatividade, desenvolvendo as competências pessoais dos empreendedores consideradas hoje como fundamentais. Para se ter uma ideia, o ASA contempla os princípios da LeanStartup desenvolvidos por Eric Ries, as Metodologias de Desenho de Modelos de Negócio de Alexander Osterwalder e ainda as Metodologias de Desenvolvimento de Clientes de Steve Blank.


PRIMEIRA MÃO ‹ weFIRST

METODOLOGIA INOVADORA Aliás, o ASA é o único programa de aceleração que integra quer a componente de design thinking, quer a de business thinking, para assim ajudar os empreendedores a perceberem como criar valor para os seus clientes, desenvolvendo produtos e serviços centrados na experiência dos utilizadores. Por outro lado, o ASA introduz uma escala para avaliar o progresso das equipas ao longo do programa. Trata-se do Investment Readiness Level (IRL), um método que permite os investidores avaliarem a maturidade de um projeto e quantificarem riscos. A utilização do IRL permite, pois, uma abordagem totalmente integrada entre o programa de aceleração e as ferramentas disponibilizadas na plataforma de mentores. De referir, a propósito, que o ASA prevê a configuração de uma plataforma por forma a facilitar a colaboração entre mentores e startups ao longo de todo o programa. Essa plataforma funcionará como um MVP/protótipo (Produto Minimamente Viável) para o desenvolvimento do Roadmap do Empreendedor na plataforma de mentores. Acrescente-se que o Roadmap do Empreendedor é inovador no sentido em que integra também duas abordagens com filosofias distintas: a Business Model Canvas e a Business Plan, cujo suporte existe normalmente em ferramentas separadas. De forma resumida, o ASA inclui várias sessões de workshops para as 30 candidaturas selecionadas, nas quais se abordam as metodologias destinadas aos empreendedores e correspondentes ferramentas de suporte. Para além de uma sessão de formação em Lean Startup, os workshops vão ser organizados em módulos de modo a fornecer às equipas os conhecimentos necessários sobre cada um dos níveis da escala IRL. Nos intervalos entre os workshops, os empreendedores vão ter de desenvolver trabalhos de aplicação, de forma a prepararem-se para a sessão seguinte. O trabalho desenvolvido quer nas sessões,

quer entre estas, permitirá aos mentores selecionar 10 equipas para participarem no programa ASA. Durante o programa de aceleração operacionalizado com o apoio da consultora B´TEN, os empreendedores farão uso de uma plataforma de colaboração, onde vão colocar as diversas iterações das ferramentas introduzidas nos workshops. Cada equipa disporá de dois quadros para acompanhamento presencial e remoto pelos mentores: um destinado a dar visibilidade aos testes de validação do respetivo modelo de negócio e correspondentes pivots; e outro destinado a dar visibilidade às atividades de desenvolvimento de um produto viável e às diversas iterações do mesmo.

MODELO DE EXECUÇÃO DO ASA

ROADMAP EMPREENDEDOR Plataforma Mentores

Startups

ROADMAP EMPREENDEDOR

PLATAFORMA ONLINE

(MVP) Plataforma Colaboração

Plataforma Mentores

ASA

Investment Readiness Level

Mentores

METODOLOGIA LEAN SUSTENTA ESTE VOO DOS EMPREENDEDORES A metodologia Lean Startup será aplicada em todo o programa de aceleração, assim como na filosofia de desenvolvimento das Ferramentas da Plataforma de Mentores. No programa de aceleração, será utilizada uma ferramenta de colaboração entre mentores e startups, que funcionará como MVP (Produto Minimamente Viável) até que a plataforma esteja desenvolvida e apta a ser usada em programas futuros. Os resultados da utilização do MVP alimentarão o desenvolvimento da Roadmap do Empreendedor e da Plataforma Online de Mentores.

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weFIRST › PRIMEIRA MÃO

Sucesso dos GAFA

visto à lupa pela Fabernovel

GAFA é o acrónimo das empresas Google, Apple, Facebook e Amazon “Redes Sociais”, “motores de busca”, “comércio eletrónico”, “smartphones”, “apps”, são expressões e palavras cada vez mais quotidianas.” E este prosaísmo deve-se, em grande medida, à força económica, social e cultural dos GAFA: Google, Apple, Facebook e Amazon. Estas quatro super empresas destacaram-se na nova economia por pensarem “fora da caixa”, ousadia empresarial que a Fabernovel procurou compreender com o estudo “GAFAnomics”. As conclusões estão disponíveis online e, segundo os autores, são replicáveis noutras empresas. GAFA é o acrónimo das empresas Google, Apple, Facebook e Amazon, quatro colossos da economia mundial que, com uma idade média de 22 anos, têm como denominador comum uma extraordinária capacidade de maximizarem as potencialidades das novas tecnologias de comunicação e informação. Assumem-se como porta-estandartes daquilo que se convencionou chamar de economia do conhecimento ou nova economia, sendo hoje responsáveis por mais de 300 mil milhões de dólares de receitas acumuladas. Aliás, a produtividade dos GAFA é três vezes superior à média e a sua base de clientes equivalente a 50% da população online. Há, portanto, razões bastante válidas e pertinentes para tentar compreender o sucesso dos GAFA, designadamente com o intuito de identificar modelos de negócio e boas práticas de negócio passíveis de serem replicados noutras empresas. Assim pensou a agência de inovação Fabernovel, que elaborou o estudo “GAFAnomics”, com o qual “procura explicar a coerência da história de quatro empresas (Google, Apple, Facebook e Amazon), abordar a trajetória de cada uma delas, descodificar as suas visões e os seus planos, demonstrar as engrenagens de motores de crescimento fora do comum”. Refirase que estudo se encontra online na página da Fabernovel (www. institutfabernovel.pt), podendo ser descarregado gratuitamente.

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FATORES-CHAVE DO SUCESSO Segundo os seus autores, o estudo “GAFAnomics” propõe-se “ver e compreender as diversas indústrias através dos olhos dos GAFA, descodificar a forma como eles vêm o mundo e alinhar esta análise com novas estratégias, à velocidade do digital”. Neste sentido, o estudo permite: “Identificar os fatores-chave do sucesso destes quatro fantásticos; entender como desenvolver uma estratégia de negócio na ‘era dos GAFA’; e conceber um dashboard à medida e repensar o negócio a partir do cliente”. Para melhor concretizar estes objetivos, o estudo inclui um framework ou grelha “para leitura simplificada dos modelos económicos e das alavancas de criação de valor dos GAFA, aplicável a qualquer empresa, seja qual for a sua indústria”. Do estudo que a Fabernovel realizou no âmbito do seu programa “Nova economia e os novos players” concluise, desde logo, que o sucesso das quatro empresas passa, em boa medida, pela capacidade de pensar “fora da caixa”, ou seja, de adotar modelos de negócio não tradicionais

ou atípicos. Por outro lado, os GAFA têm em comum o facto de não estarem focados no produto, mas sim no cliente. Mesmo que esta opção empresarial implique hipotecar os resultados a curto e médio prazo, como se verificou com alguns dos produtos e serviços destas empresas. As estratégias dos GAFA são, pois, de longo prazo. Além disto, os GAFA sabem identificar, captar e fixar talento. Não procuram grandes especialistas, mas antes profissionais com excelente capacidade de aprendizagem. Acresce que os GAFA sabem gerir esse talento, criando condições para extrair dos seus colaboradores o máximo de criatividade e capacidade de inovação. Por fim, o estudo “GAFAnomics” procura antecipar a evolução das quatro empresas analisadas. Prevê então que a Apple se desvie do desenvolvimento de hardware e software, para se centrar nos connective devices; a Facebook tenderá a tornar-se uma empresa de telecomunicações, deixando de ser apenas uma rede social; a Amazon evoluirá para um sofisticado serviço de entregas, com recurso, por exemplo, a drones; e a Google será uma infraestrutura de dados e informação, e não somente um motor de busca.


PRIMEIRA MÃO ‹ weFIRST

POTÊNCIAS GAFA CRIARAM E DOMINAM MERCADOS. E O FUTURO?

No panorama mundial atual E em 2020?

90%

45%

75%

6%

do tráfego de pesquisa

do tráfego webem smartphones

do share total dos social media

do share total das vendas online

Google será a infraestrutura da informação digital

Apple será a infraestrutura da “Internet das Coisas”

Facebook será infraestrutura das telecomunicações digitais.

Amazon será a infraestrutura de entregas físicas e digitais.

O MODELO CANVAS PROPOSTO PELO GAFANOMICS

Passo 1

Passo 2

Passo 3

Mudar a forma como definimos os clientes, valorizando os “free customers”.

Mudar a forma de criar valor, focando atenções no valor de utilidade.

Mudar a forma de gerir as organizações, aplicando uma “gestão de piratas”.

Os teus seguidores

Criar valor significativo

> Quem são?

> Em que medida o serviço oferecido altera os hábitos de vida dos consumidores?

> Como é que eles demonstram a sua atenção à marca? (visitam a loja, gostam da página nas redes sociais, testam o serviço) Os teus amigos > Quem são? > Quais as informações que dão à marca? (nome, idade, e-mail, etc) Os clientes que pagam

> Quanto tempo é que o cliente poupa ao utilizar o serviço? Captar valor de forma inteligente > Que parte da experiência ou produto/serviço comercializado é gratuita? > Que parte da experiência vai ser convertida em dinheiro a longo prazo e como?

Desempenho orientado para a tecnologia > Qual a percentagem de processos automatizados na atividade? > De que forma é que a informação é utilizada para tomar melhores decisões para a empresa? Propriedade e resultados > Como estão organizadas as equipas e os processos para adotar decisões baseadas na propriedade e nos factos?

> Quem são? > Neste grupo há clientes que compram recorrentemente?

Expandir com as necessidades do cliente > Quais são as outras necessidades detetadas junto dos clientes? Como resolver os novos problemas? > Qual é a estratégia? (construir, comprar, angariar parceiros)

Cultura de inovação e experiência > Como contrata aprendizes em detrimento de especialistas? > Qual o ambiente criado para ajudar a equipa a “inovar mais e melhor”?

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weFIND › OPORTUNIDADES PRÉMIOS EUROPEUS DE PROMOÇÃO EMPRESARIAL

ATRÁS DE UM GRANDE FAZEDOR HÁ SEMPRE UM BOM PROMOTOR COMPETIÇÃO RECONHECE A EXCELÊNCIA DE ENTIDADES E PROJETOS QUE APOIAM O EMPREENDEDORISMO A distinção das melhores práticas de empreendedorismo levadas a cabo em solo europeu é o principal desígnio dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial. Organizada pela Comissão Europeia, em estreita parceria com as entidades coordenadoras escolhidas pelos países associados, a competição lançada em 2005 pretende sensibilizar os cidadãos sobre a importância e o impacto social da atividade empresarial e da criação de novos projetos para o mercado global. A primeira etapa, de âmbito nacional, já está a decorrer e o período de entrega de candidaturas encerra no dia 30 de março. No ano em que cumprem dez anos de atividade, os Prémios Europeus de Promoção Empresarial lançam um novo desafio aos empreendedores e gestores do velho continente. De olhos postos nas prioridades definidas para a estratégia Europa 2020, a competição procura exemplos com contributos ativos para o crescimento económico sustentável e inclusivo na União Europeia. Para isso, os candidatos deverão possuir um projeto com dois anos de existência, no mínimo. A proposta é aberta a todas as entidades públicas a atuar na União Europeia e num conjunto de países associados, onde se incluem a Islândia, a Noruega, a Sérvia e a Turquia. As candidaturas 10 WE’BIZ Março 2015

podem remeter para ideias ou empresas beneficiárias dos fundos da União Europeia e deverão ser apresentadas por organizações nacionais, municípios, regiões e comunidades, parcerias públicoprivadas (compostas por entidades públicas e empreendedores), programas educativos e organizações empresariais. A estruturar as áreas de ação da competição estão seis categorias dedicadas a diferentes âmbitos, apesar da referência comum à prática empreendedora ou à atividade empresarial. “Promoção do espírito de empreendedorismo”, “Investimento nas competências empreendedoras”, “Desenvolvimento do ambiente empresarial”, “Apoio à internacionalização das empresas”, “Apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos e à eficiência dos recursos” e “Empreendedorismo responsável e inclusivo” são, por isso, os segmentos em foco nos Prémios Europeus de Promoção Empresarial. A materialização do concurso divide-se em duas fases, com uma primeira etapa desenvolvida à escala nacional e a segunda fase orientada para a distinção de projetos à escala europeia. Em território português, a coordenação das candidaturas está a ser assegurada pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento

(IAPMEI). As entidades interessadas concorrem para figurar entre os dois projetos nacionais eleitos para representar o país na etapa europeia. Portugal poderá, assim, ser representado por um número máximo de dois candidatos, que deverão competir em duas categorias diferentes dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial. Viabilidade, originalidade, impacto na economia, transferibilidade das ações em curso e a melhoria das relações entre os países e agentes intervenientes são alguns dos critérios definidos para a seleção dos vencedores portugueses. A dupla de candidatos distinguida na etapa nacional poderá beneficiar de uma campanha de comunicação alargada, que vai colocar em plano de destaque os projetos nomeados. Na etapa europeia, as candidaturas distinguidas nas diferentes categorias para a implementação criativa de práticas de empreendedorismo e o vencedor global do Grande Prémio do Júri poderão alargar a influência das campanhas de comunicação ao espaço e meios de comunicação social europeus. As entidades portuguesas interessadas na competição devem formalizar o seu interesse no site do IAPMEI (www.iapmei.pt) até ao dia 30 de março.


OPORTUNIDADES ‹ weFIND

Categorias dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial › Promoção do espírito de empreendedorismo

› Apoio à internacionalização das empresas

Distingue ações e iniciativas que fomentem o espírito empreendedor, especialmente entre os jovens e as mulheres.

Distingue políticas e iniciativas capazes de incentivar as empresas, particularmente as PME, a aproveitar as oportunidades oferecidas pelos mercados dentro e fora da União Europeia.

› Investimento nas competências empreendedoras Destaca iniciativas que melhorem as competências nos domínios do empreendedorismo e da gestão.

› Desenvolvimento do ambiente empresarial Foca atenções em políticas inovadoras que promovam a criação e o desenvolvimento empresarial, simplificando procedimentos legislativos e administrativos em domínios relacionados com a atividade das empresas. Valoriza ainda o princípio “Pensar primeiro em pequena escala” para as pequenas e médias empresas.

› Apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos e à eficiência dos recursos Pretende revelar políticas e iniciativas que apoiam o acesso das PME aos mercados ecológicos e ajudam a melhorar a eficiência dos seus recursos.

› Empreendedorismo responsável e inclusivo Destaca ações, levadas a cabo por autoridades ou parcerias público-privadas, que promovam a responsabilidade social nas PME, divulgando a prática empreendedora junto de grupos desfavorecidos (desempregados, imigrantes, pessoas com deficiência ou minorias étnicas).

Calçado português foi distinguido na última edição O projeto “Portuguese Shoes – The sexiest industry in Europe”, levado a cabo pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos - APICCAPS, em parceria com Academia do Design e Calçado, conquistou a distinção na categoria de internacionalização das empresas, na edição de 2013. Focado na promoção do calçado português, o projeto dedica atenções à imagem da indústria nos mercados internacionais e foi considerado vencedor na cerimónia de divulgação de resultados, que decorreu em Vilnius, na Lituânia.

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weFIND › OPORTUNIDADES

Business Roaming Agreement Programa de permutas entre clusters empresariais facilita processos de internacionalização PLATAFORMA POTENCIA TROCA DE INSTALAÇÕES, CONHECIMENTO E CONTACTOS ENTRE OPERADORES INTERNACIONAIS DE ATIVIDADE SIMILAR Não há limites para o conhecimento transferido na rede Business Roaming Agreement (BRA). A plataforma digital está disponível nos quatro cantos do mundo e facilita a internacionalização de negócios, através do estímulo à cooperação nos diferentes clusters. O processo de adesão é simples, a manutenção não acarreta custos e, caso não estejam satisfeitos com a resposta do serviço, os empresários podem abandonar a plataforma sem notificações oficiais. A partir do momento de integração, qualquer entidade portuguesa pode escolher outro membro da rede para visitar e utilizar as respetivas instalações, redes de contactos e conhecimento. Em sentido inverso, os agentes estrangeiros podem fazer uso das infraestruturas das empresas nacionais, numa lógica que tem como objetivo central facilitar a expansão de negócios alémfronteiras. O benefício mútuo é uma constante nas diferentes dinâmicas de relação possibilitadas pelo BRA. Sem custos anexados, a presença na plataforma de negócios confere acesso a um programa de partilha de conhecimento, infraestruturas e redes de contactos, especialmente útil para os gestores das pequenas e médias empresas. Como as vantagens são recíprocas, os membros tanto podem selecionar outros elementos da rede como ser escolhidos. As 12 WE’BIZ Março 2015

vantagens competitivas funcionam, igualmente, numa perspetiva bilateral, já que o acolhimento de novas empresas pressupõe a partilha da mesma atividade profissional e, consequentemente, a recolha de know-how ou contactos relevantes para o agente recetor. Na ótica do visitante, o acesso a mercados estrangeiros com custos reduzidos e o mentoring dos parceiros escolhidos para a conquista de novos consumidores fora de portas são dois benefícios práticos inerentes à experiência. Com espetro geográfico global, a lista de membros do Business Roaming Agreement já contabiliza 67 registos, distribuídos pelos seguintes continentes: Europa, Ásia, América e Oceânia. Em Portugal, atualmente, estão apenas inscritos sete locais, sediados em diferentes regiões do território continental (três no Porto, dois em Aveiro, um em Coimbra e outro em lisboa). No terreno, os organismos interessados em aderir ao BRA estão obrigados a conceder o livre acesso às suas instalações (escritórios, salas de conferência, entre outros espaços), pelo período máximo de cinco dias. Os agentes visitantes poderão garantir a presença gratuita nos eventos organizados pela entidade de acolhimento, que está ainda obrigada a nomear um responsável corporativo para responder diretamente às necessidades ou questões relacionadas com o programa de internacionalização e partilha de conhecimento.

A operacionalização das trocas previstas pelo serviço do Business Roaming Agreement não possui um período de requisição prévio definido e o contacto deve ser efetuado diretamente com o local a frequentar. Os membros da rede de negócios devem, no entanto, manifestar a intenção de frequentar as instalações de outro parceiro com algum período de antecedência, de forma a possibilitar a utilização adequada das infraestruturas.

VANTAGENS E OPORTUNIDADES › Os empresários em viagem podem beneficiar, durante cinco dias, das incubadoras e centros empresariais; › Os agentes visitantes podem garantir a presença gratuita nos eventos organizados pela entidade de acolhimento; › Acesso low cost a mercados internacionais; › Conhecimento detalhado do perfil dos clientes internacionais; › Expansão da rede de contactos; › Possibilidade de otimização dos processos produtivos (knowhow); › Deteção de potenciais sinergias entre negócios.


FINANCIAMENTO ‹ weNUMBERS

PORTUGAL

2020

privilegia PME mas não a fundo perdido Durante os próximos seis anos, Portugal vai receber um envelope financeiro superior a 25 mil milhões de euros, a que se somam 7.000 milhões em contrapartidas nacionais, públicas e privadas. É de facto “uma pipa de massa”, como lhe chamou Durão Barroso, e os principais beneficiados vão ser as PME. Contudo, não haverá investimento a fundo perdido para as empresas. Quem receber verbas do Portugal 2020 tem não só de contratualizar objetivos como de reembolsar o dinheiro do apoio. No entanto, se superar as metas contratualizadas, fica isento de uma parte do reembolso, que pode chegar a 50%. “Uma pipa de massa”. Foi assim, com este plebeísmo, que o então presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, enfatizou a dimensão dos fundos que Portugal terá à sua disposição nos próximos seis anos. Trata-se, de facto, de um envelope financeiro muito significativo: o nosso país vai receber, até 2020, mais de 25 mil milhões de euros, divididos por 16 programas operacionais e aplicados um pouco por todo o país. Mais: se acrescentarmos os 7.000 milhões em contrapartidas nacionais, públicas e privadas, o investimento poderá chegar aos 33 mil milhões de euros, segundo as contas do Governo. Todas estas verbas integram o denominado Portugal 2020, quadro de programação de fundos europeus que substitui o QREN (Quadro Estratégico de Referência Nacional), após o Acordo de Parceria estabelecido entre o nosso país e a Comissão Europeia. Acordo, esse, que define os princípios e objetivos da política de desenvolvimento económico, social e territorial que vai ser implementada em Portugal, com o apoio dos fundos europeus, até 2020.

Refira-se ainda que o Portugal 2020 está assente em quatro eixos temáticos: Competitividade e Internacionalização; Capital Humano; Inclusão Social e Emprego; Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos. Para financiar cada um destes eixos, o novo quadro comunitário de apoio reúne os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o Fundo de Coesão, o Fundo Social Europeu (FSE), o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP). As principais prioridades do Portugal 2020 são, segundo se pode ler no sítio do programa, o “estímulo à produção de bens e serviços transacionáveis”, o “incremento das exportações”, a “transferência de resultados do sistema científico para o tecido produtivo”, o “cumprimento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos”, a “redução dos níveis de abandono escolar precoce”, a “integração das pessoas em risco de

pobreza e combate à exclusão social”, a “promoção do desenvolvimento sustentável, numa óptica de eficiência no uso dos recursos”, o “reforço da coesão territorial, particularmente nas cidades e em zonas de baixa densidade” e, por fim, a “racionalização, modernização e capacitação da Administração Pública”. O eixo Competitividade e Internacionalização representa mais de 40% do Portugal 2020, o que reflete a aposta estratégica do Governo no apoio ao investimento das PME. A atual maioria PSDCDS/PP, mas também a Comissão Europeia, consideram que o ciclo de investimentos em infraestruturas está concluído, devendo agora privilegiar-se o apoio ao setor produtivo. Em entrevista ao jornal Público, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, afirma perentoriamente que, “hoje, o défice em Portugal não é de infraestruturas nem de equipamentos. Nem o nosso maior défice é o orçamental. É de competitividade das empresas”. Março 2015 WE’BIZ 13


weNUMBERS › FINANCIAMENTO Bonificação de 50% do incentivo As PME representam 99,8% do tecido empresarial português e 79,2% do emprego, pelo que se afiguram essenciais ao crescimento económico, à integração profissional, à competitividade e à internacionalização. Neste pressuposto, o Portugal 2020 vai apoiar preferencialmente as empresas que comercializem bens ou serviços transacionáveis, sobretudo se tiverem potencial de exportação ou permitam evitar importações. Tal não significa, contudo, que haja setores ou atividades produtivas privilegiadas. Por outro lado, serão os empresários a detetar as melhores oportunidades de criação ou de crescimento das empresas. Acontece, porém, que as empresas que receberem verbas do Portugal 2020 têm não só de contratualizar objetivos como de reembolsar o dinheiro do apoio. Ou seja, não há investimento a fundo perdido. No entanto, se a empresa superar os objetivos contratualizados, é recompensada com a isenção de uma parte do reembolso, podendo esta bonificação chegar a 50% do incentivo. “O que a administração vai contratar com os promotores

são resultados, não é volume de investimentos. Vamos avaliar se o promotor cumpriu ou não cumpriu, não é se gastou o dinheiro. O incentivo, por natureza, é reembolsável. Uma parte deixa de o ser se ultrapassar os resultados contratualizados”, garantiu Castro Almeida na mesma entrevista.

Candidaturas no Balcão 2020 Para se candidatarem a fundos do Portugal 2020, as empresas devem consultar online o Balcão 2020 (www. portugal2020.pt/Balcao2020.idp/ RequestLoginAndPassword.aspx), no qual se encontra informação relevante para as candidaturas a fundos, nomeadamente legislação, avisos de concurso, regulamentos e guias de apoio ao preenchimento dos formulários. Refira-se, a propósito, que as candidaturas têm obrigatoriamente de ser efetuadas por via eletrónica, mediante registo e autenticação no Balcão 2020. Este procedimento de acesso vem, aliás, ao encontro da intenção do Governo de simplificar a burocracia do Portugal 2020. Um esforço que é visível, igualmente, ao nível dos prazos de conclusão dos processos

Portugal 2020 em números:

de candidatura. As respostas às candidaturas têm de ser dadas, no máximo, em 60 dias e o pagamento de um fundo aprovado terá de ser realizado em 45 dias. Caso a autoridade de gestão dos programas operacionais viole estes prazos em mais de 20% da média anual, é automaticamente substituída, garante o Governo. “Primeiro: há uma porta de entrada dos fundos europeus – o portal do Portugal 2020, onde estão os diversos programas e projetos, onde está consagrada toda a legislação, a lista dos concursos, os calendários, os resultados dos concursos. Segundo: a desmaterialização completa – passa a ser tudo online. Terceiro: não vamos pedir ao promotor que faça a prova de situações que a administração pública já conhece (o caso mais típico é pedir a prova de que não deve nada ao fisco nem à Segurança Social). Sabemos que há pessoas que vão tender a abusar da confiança. Pois bem, aí haverá investigações. Se a pessoa fizer declarações falsas é severamente punido. Desde logo, é anulado o contrato e durante três anos não pode voltar a candidatar-se aos fundos, a não ser que o tribunal decrete um prazo superior de inibição aos fundos”, assegura Castro Almeida, refutando eventuais excessos burocráticos.

• Mais de 25 mil milhões de euros em fundos. • 7.000 milhões de euros em contrapartidas nacionais. • Quatro eixos temáticos e 16 programas operacionais. • 40% das verbas alocadas ao eixo Competitividade e Internacionalização. • Bonificação pode chegar a 50% do reembolso para quem superar as metas contratualizadas. • Resposta a candidaturas em 60 dias e pagamento dos fundos em 45 dias. • PME representam 99,8% do tecido empresarial português e 79,2% do emprego.

14 WE’BIZ Março 2015


FINANCIAMENTO ‹ weNUMBERS

DOTAÇÕES FINANCEIRAS POR PROGRAMA E POR FUNDO

PO Temáticos PO Competitividade e Internacionalização PO Inclusão Social e Emprego PO Capital Humano PO Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos Programa Desenvolvimento Rural – Continente PO Mar 2020

4.414 2.130 3.096 2.253 3.583 392

PO Regionais Continente PO Norte PO Centro PO Alentejo PO Lisboa PO Algarve

3.379 2.155 1.083 833 319

PO Regionais Continente PO Açores PO Madeira Programa Desenvolvimento Rural – Açores Programa Desenvolvimento Rural – Madeira PO Assistência Técnica

1.140 403 295 179

0

FEDER

FSE

IEJ (dotação específica)

1.000

FdC

2.000

FEADER

3.000

4.000

5.000

M€

FEAMP

Neste gráfico podemos ver como os mais de 25 mil milhões de euros que Portugal vai receber até 2020 vão ser distribuídos por cada um dos 16 programas operacionais, temáticos e regionais. Importa referir que, em termos de elegibilidades para os Fundos Europeus de Investimento (FEDER, Fundo de Coesão, FSE, FEADER e FEAMP), as sete regiões de Portugal dividem-se em regiões menos desenvolvidas (PIB per capita < 75% média UE): Norte, Centro, Alentejo e Açores (taxa de cofinanciamento de 85%); regiões em transição (PIB per capita entre 75% e 90%): Algarve (taxa de cofinanciamento de 80%); regiões mais desenvolvidas (PIB per capita > 90%): Lisboa e Madeira (taxa de cofinanciamento de 50% para Lisboa e 85% para a Madeira).

Março 2015 WE’BIZ 15

Fonte: portugal2020.pt

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weNUMBERS › FINANCIAMENTO

+ Inovação + Indústria = Smart Money Programa da Portugal Ventures quer injetar competitividade, através de apoios financeiros e suporte técnico. Modernizar, inovar, competir e financiar são quatro diretrizes inerentes à ação do +Inovação +Indústria. Dinamizado pela Portugal Ventures, este programa de investimento de capital de risco aponta os setores tradicionais da economia nacional como alvos prioritários e assume o propósito central de globalizar e melhorar os índices de competitividade e inovação do tecido empresarial português. O montante investido por projeto pode chegar até 1,5 milhões de euros e a janela de oportunidade para os projetos empresariais em fase seed, startup ou growth abre com o início de um novo período de candidaturas no dia 16 de março. A reindustrialização nacional foi a principal razão subjacente à aposta da Portugal Ventures na criação do +Inovação+Indústria. A operadora de capital de risco lançou a plataforma de investimento com vista à rápida progressão dos setores mais antigos da economia nas cadeias de valor, fomentando ainda a cooperação com o sistema científico e tecnológico

16 WE’BIZ Março 2015

nacional (SCTN). Trata-se, por isso, de um programa direcionado para atividades que, apesar do fraco grau de modernização e inovação nos equipamentos, produtos e processos, contribuem de forma significativa para o volume de exportação português. Nesta lista incluem-se projetos relacionados com as atividades “Agro – industrial”, “Florestal” ou “Química” e setores como a “Moda”, as “Tecnologias de Produção”, a “Mobilidade” e o “Habitat”. Acrescem ainda alguns serviços de suporte de valor acrescentado, entre os quais constam: “I&D”, “Energia”, “Design”, “Marketing” ou “Logística”, por exemplo. Para assegurar a elegibilidade de investimento, as candidaturas apresentadas devem incorporar uma ideia ou produto industrializável, com uma base de potenciais clientes definida, mas com escassez de fundos para arrancar um negócio (fase seed). Os projetos empresariais existentes, com gama de produtos estruturada e grupos de clientes estabilizados, mas sem capital para consolidar o negócio ou expandir para novos mercados (fase startup ou growth) também podem beneficiar desta oportunidade de acesso ao capital de

risco. O montante de investimento varia de acordo com as metas prédefinidas para cada candidatura, sendo que a Portugal Ventures está limitada ao investimento máximo de 1,5 milhões de euros por projeto ou ronda de investimento. A participação da operadora de capital de risco nas ideias ou empresas segue um plano de desenvolvimento e é efetuada por tranches. Com aberturas periódicas de janelas de investimento, o +Inovação+Indústria apresenta um conjunto de benefícios que excede a componente financeira. Além da viabilização económica, os promotores podem assegurar a valorização da Propriedade Intelectual, o acompanhamento do negócio por peritos empresariais e oportunidades de incubação e aceleração em polos de inovação internacionais. A soma de todos estes fatores entronca num programa de smart money (investimento financeiro acompanhado de conhecimento) especialmente útil para gestores de pequenas e médias empresas ou spin-offs e todos os empresários interessados em responder aos desafios da indústria nacional para a tornar mais global e competitiva.


FINANCIAMENTO ‹ weNUMBERS

QUAIS SÃO AS ETAPAS DO PROGRAMA?

QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA OS PROMOTORES?

QUAIS OS SETORES DE ATIVIDADE ABRANGIDOS?

1. SUBMISSÃO DE PROJETOS

› Investimento da Portugal Ventures até 1,5 milhões de euros;

Setores:

Efetuar a candidatura online, após a verificação das condições de elegibilidade. 2. PRÉ-AVALIAÇÃO O início do processo estruturado de análise. Pré-avaliação realizada pela Portugal Ventures.

› Valorização da Propriedade Intelectual; › Acompanhamento por peritos multidisciplinares; › Oportunidades de incubação e aceleração em polos de inovação internacionais.

5. INVESTIMENTO Os contratos serão negociados e redigidos para os projetos selecionados, incluindo possíveis coinvestidores. Após a etapa de investimento, o projeto está pronto para competir e lutar pelo sucesso no mercado global.

› Florestal (papel, madeiras e cortiças) › Habitat (cerâmica, mobiliário, produtos metálicos e construção)

› Tecnologias de Produção (maquinaria, sistemas produtivos e moldes)

› Mobilidade (componentes para veículos de transporte)

+

4. AVALIAÇÃO PELA PORTUGAL VENTURES Após recolher as recomendações dos painéis de peritos, a Portugal Ventures chama os projetos selecionados para uma segunda apresentação, de forma a avaliar a oportunidade de negócio e tomar a decisão de investimento.

› Moda (têxtil e calçado)

› Química (plásticos e matériasprimas para indústria)

3. PAINÉIS DE PERITOS Os projetos que passam a etapa de pré-avaliação são avaliados por painéis de peritos multidisciplinares. Esta fase prevê a avaliação com base na informação submetida e no desempenho dos promotores numa sessão de apresentação de projetos, seguida de um período para perguntas e respostas.

› Agro - industrial (produção agrícola, transformação, packaging e distribuição)

Serviços de suporte para atividades de valor acrescentado:

› Investigação & Desenvolvimento; › Engenharia e Desenvolvimento de Produto e Processos;

› Energia; › Ambiente; › Serviços integradores; › Design; › Marketing; › Logística.

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weZOOM › TEMA DE FUNDO

DE NEGÓCIOS ÀS COSTAS

DA FUGA DE TALENTOS À DESCOBERTA DOS NOVOS EMPRESÁRIOS Os jovens talentos também fogem para criar empresas. Os novos empresários da inovação procuram oportunidades internacionais, principalmente quando detêm ideias de negócio que não têm mercado em Portugal. Gostam do país de origem, mas dizem-se vítimas de um sistema empreendedor deficitário, a vários níveis. São esses ecossistemas mais favoráveis que os levam a dar o salto. Curiosamente, são várias as histórias dos que, ainda assim, fazem questão de ter um pé lá e outro cá. Entre fusos horários distintos, trocas de contactos surpreendentes, referências que nos conduzem a novos casos, telefonemas, videochamadas e diversos e-mails, encontramos uma nova geração de empreendedores pelo mundo. Fomos em busca dos fazedores emigrantes e descobrimos muitos negócios de origem portuguesa. Distantes das padarias e dos restaurantes que deram (tão boa) fama empreendedora às gerações lusas precedentes, estão agora negócios qualificados, lançados por jovens que se abalançam no universo startup. Mais: esta geração inquieta e global conduz-nos até historias de empresas que mantêm sede em Portugal, mas são do mundo, têm filiais e departamentos de desenvolvimento alémfronteiras e CEO’s cujo quotidiano é vivido em parte incerta. Aperte o cinto, a viagem é longa e repleta de surpresas. Em janeiro, o Governo colocou em consulta pública o “Plano Estratégico paras as Migrações 2015-2020”, um vasto documento aprovado pelo Conselho de Ministros, que propõe ações como “vistos talento” e programas de estímulo ao empreendedorismo. O objetivo? Fortalecer o papel das populações migrantes no desenvolvimento do país, procurando atrair o talento e os recursos da diáspora. Que há cada vez mais e melhor talento nacional disperso não há dúvidas. Quem não conhece a história de um enfermeiro, 18 WE’BIZ Março 2015

um engenheiro ou professor que partiu para conseguir emprego na área ou até para progredir na carreira? Mas há uma nova realidade entre a população migrante, para a qual começamos agora a despertar: a geração startup, que há muito tirou passaporte. Porque fogem os empreendedores? Ou melhor, será que fogem mesmo? Talvez a resposta esteja no afamado ecossistema empreendedor nacional, de que muito se fala, precisamente pelo défice que apresenta a vários níveis. “Uma boa ideia não chega e o talento não chega. É preciso chegar a ecossistemas favoráveis para conseguir levar essa ideia para o mercado”, afirma Marco Bravo, responsável pelo Global Startup Program, um programa que resulta de uma parceria entre o Governo português e o IC2 da Unidade do Texas, em Austin, onde trabalha em permanência como diretor de projeto. Especialista em empreendedorismo tecnológico e inovação internacional, este engenheiro português sustenta o seu discurso na área tecnológica: “uma das coisas mais difíceis nos negócios é lançar tecnologia que vai criar um mercado novo”. É deste modo que Marco Bravo alerta para a importância de os empresários portugueses detentores de soluções tecnológicas disruptivas irem em busca de “ecossistemas mais favoráveis”, como é o caso do norte-americano, pelo menos nesta área de negócio em particular. Business angel e mentor de empreendedores, que se orgulha de já

ter apoiado mais de 120 tecnológicas de vários países, sublinha que o problema não está na dificuldade de montar empresas em Portugal, facto que, pelo contrário, diz ser “muito fácil”. Ressalva também que “os portugueses são muito empreendedores”. “O que ainda não temos em Portugal, mas estamos a trabalhar nesse sentido, é tradição de criar negócios em setores de alto valor acrescentado”, nomeadamente “empresas tecnológicas”, diz Marco Bravo, em jeito de diagnóstico. A culpa cabe, uma vez mais, ao ecossistema: “tem que ver com a nossa economia, que é uma economia frágil, tem que ver com a dimensão do país, com a falta de casos de sucesso, que possam motivar outros”, sustenta. A opinião de Pedro Vieira, que se mudou para Silicon Valley com o objetivo de aumentar a sua graduação académica mas acabou por ali criar duas startups, vai também no sentido de que o ecossistema nacional é insuficiente para possibilitar o sucesso de alguns negócios. Segundo este empreendedor, “Silicon Valley tem todas as vantagens conhecidas para começar ‘ventures’ (pessoas inteligentes, vindas das melhores escolas do mundo; atitude de risco, suportada por muito capital e aceitação dos erros e das falhas; disponibilidade para partilha e colaboração, etc) mas Portugal tem também recursos humanos de nível mundial (nomeadamente, nas áreas de tecnologia, engenharia, design)”.


TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM O MELHOR DE DOIS MUNDOS Mas é precisamente quando chegamos a este retrato comparativo das duas realidades, a estrangeira (neste caso, norte-americana) e a portuguesa, que tanto Marco Bravo como Pedro Vieira se revelam defensores da conciliação entre o know-how nacional e as oportunidades do ecossistema internacional. “É bastante vantajoso para os empreendedores portugueses poderem usufruir do melhor dos dois mundos: ter presença em Silicon Valley onde conseguem ter acesso a algum capital, parcerias, clientes; e ter força de trabalho em Portugal, onde têm acesso a recursos humanos de alta qualidade e a custos muito competitivos”, afirma Pedro Vieira. Este português radicado nos EUA começou por criar uma empresa com sede nos EUA (a GoodGuide, que fez sucesso e foi vendida) e, mais recentemente, lançou a WiserGo, mas fez questão de a sediar em Portugal. “Eu vim para a Bay Area / Silicon Valley para fazer o meu doutoramento, porque é aqui que está a melhor escola do mundo na minha área de especialização (Engenharia Civil e do Ambiente). Aqui conheci as pessoas certas e, com a ideia certa e financiamento adequado, abrimos a empresa em Silicon Valley”, recorda o empreendedor. “Com a WiserGo a abordagem já é ligeiramente diferente. Embora se trate de uma empresa incorporada nos EUA, todos os recursos humanos (com exceção de mim) estão em Portugal”. As expectativas que deposita na importância desta ligação estão, inclusive, na origem de um projeto pessoal de Pedro Viera. “Estou na fase final de constituição de uma organização sem fins lucrativos para promover uma maior ligação entre o ecossistema empreendedor em Portugal e o de Silicon Valley”. Uma organização através da qual o empresário, que tem já apoiado vários empreendedores lusos, ligados à Portugal Ventures e à Startup Lisboa, espera ter três vertentes de ação: ajudar startups portuguesas que queiram ir para o Silicon Valley; criar uma rede forte de entreajuda para os empreendedores portugueses em Silicon Valley; criar mecanismos para portugueses que estão em Silicon Valley ajudarem outros empresários que, não querendo mudar-se para lá, querem aprender um pouco mais sobre a forma de empreender no conhecido polo tecnológico norte-americano.

A opinião de Marco Bravo vai no mesmo sentido. Além de reconhecer a facilidade inerente à criação de empresas em Portugal, diz que não vê “problema algum” na constituição formal de empresas no nosso país, desde que sejam criadas estratégias de gestão, desenvolvimento e marketing que tirem proveito da tal dualidade de mundos de que fala Pedro Vieira. “Portugal é um excelente país para se viver, sem dúvida, desde que se tenha uma atividade profissional para se sair frequentemente do país. Eu acho que ficar só em Portugal é redutor, é um país muito pequeno, falta-lhe dimensão. De resto, viver em Portugal, ter a base em Portugal, mas ter um pé sempre lá fora, acho que é uma solução espetacular”, afirma o coordenador do Global Startup Program, acrescentado que é também isso que este projeto proporciona. Cofundador, ele próprio, de duas startups, com sede nos EUA, Marco Bravo afirma que esta decisão de manter ou não a empresa em território nacional “depende muito de caso para caso, depende de onde está o mercado para essa empresa, para essa tecnologia”. O especialista da Universidade de Austin dá o exemplo de empresas portugueses que querem chegar ao mercado norte-americano e criam subsidiárias em Londres “ou num local mais charmoso do que Portugal”, apenas porque desse modo se vendem melhor.

afirma que o conceito de “sede (como fronteiras geográficas)” é, na verdade, “mais teórico do que prático, hoje em dia, principalmente para empresas com vocação internacional”. A primeira empresa que criou (InfluADS) tinha sede em Copenhaga e foi vendida a uma companhia norte-americana e o projeto que está agora a lançar tem sede na mesma cidade. “No nosso caso, faz muito sentido ter sede na Dinamarca, por questões contabilísticas e pessoais. Portugal está desfavorecido em termos legais, judiciais, contabilísticos e bancários. Existe também um deficit de competências ‘top-notch’ e de competências de índole internacional (fraco inglês, experiência de vendas internacionais, etc..)”, afirma o empreendedor. A nova empresa de Aníbal produz tendas insufláveis para barcos e é em Portugal que está a desenvolver uma unidade produtiva, área em que o empresário já reconhece de elevado potencial e “alta qualidade”. Por outro lado, histórias como a de André Jordão, emigrado há apenas dois anos, conduzem-nos até à realidade de empresas de sucesso, sem qualquer relação com o país de origem. A Wundercar, da qual é cofundador, foi pioneira na introdução do conceito de “ride sharing” (pedir boleia na cidade, com base numa app) e, apesar de ter sede em Hamburgo, não trabalha na

“É uma boa estratégia, não digo que esteja errada. Mas o que nós achamos é que as empresas portuguesas que realmente querem vir para o mercado americano devem abrir aqui uma filial, que pode ser uma filial, obviamente, detida pela empresa portuguesa”, aconselha. A explicação é simples e não reside, exatamente, no facto de Portugal ou a tecnologia portuguesa serem “mal vistos”, afirma Marco Bravo. Tem a ver com a identificação de “onde estão os assets da empresa”, explica, complementando que “para uma empresa ser credível, tem que ter uma base nos EUA”. O empresário Aníbal Damião, a residir desde 2007 em Copenhaga, onde está a lançar o projeto boatTENT,

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weZOOM › TEMA DE FUNDO Alemanha, está apenas em três cidades de Leste (Budapeste, Praga e Varsóvia). André integra o grupo de empreendedores que partem em busca de competências e networking, visto que foi selecionado “para uma aceleradora de startups muito reputada, a Startupbootcamp, em Berlim”, com a sua anterior startup (Foodzai). “Era uma oportunidade que não poderia deixar fugir porque sabia que iria criar uma rede de contactos muito valiosa, para além da incalculável aprendizagem”, refere. As suas expectativas concretizaramse, até porque o projeto que detinha acabou por não vingar, mas as dificuldades deram lugar a oportunidades e André Jordão acabou por juntar-se à equipa de que hoje é sócio, no lançamento da Wundercar. Porém, o empresário, que já angariou 500 mil euros em duas rondas de investimento, não esconde as dificuldades inerentes à constituição da empresa em Berlim: “a criação de uma empresa na Alemanha é extremamente burocrática, por incrível que possa parecer, muito atrás em relação a Portugal. Nem é só o próprio processo de criação, mas qualquer alteração tem que ir a notário, com custos, tempo e mais papéis”.

A CULPA É DO ECOSSISTEMA São vários os empresários a referilo e Marco Bravo, responsável pelo Global Startup Program, do alto da sua experiência no apoio aos empreendedores oriundos de diferentes países, confirma: os empreendedores saem do país em busca de um ecossistema mais favorável. O empresário Anibal Damião, que está a lançar, em Copenhaga, o seu segundo negócio, a boatTENT, afirma, igualmente neste sentido, que, no momento em que saiu do país, em 2006, não sentiu que havia “condições culturais para desenvolver um negócio próprio”. “Não saí de Portugal por causa disso. Mas quando a altura certa para criar a minha empresa chegou, não me mudei de volta para Portugal, apesar de a empresa ter 99% de clientes internacionais e de ser muito mais barato fazê-lo em Portugal”, sustenta o empresário. 20 WE’BIZ Março 2015

Marco Bravo Coordenador de um programa de soft-landing e aceleração na Universidade do Texas, business angel e cofundador de duas startups com sede nos EUA.

AUSTIN: O COORDENADOR DO GLOBAL STARTUP PROGRAM É PORTUGUÊS E TAMBÉM EMPREENDE A pesquisa de histórias de empreendedores pelo mundo conduziu-nos até Marco Bravo, um português integrado na Universidade do Texas, em Austin. Um contacto duplamente surpreendente e útil para esta reportagem. Marco é muito mais do que um académico ou investigador: coordena um programa de soft-landing, incubação e aceleração, ao abrigo do qual apoia empresários portugueses a desenvolverem os seus negócios nos EUA e é, também ele, um empreendedor emigrado, visto que tem duas startups com sede norteamericana. “Sou responsável por programas de empreendedorismo em mais do que um país, Portugal é um deles. É engraçado que quando vim para cá não tinha ideia de que iria trabalhar com Portugal e depois aconteceu, portanto é uma feliz coincidência”, introduz o diretor de projeto do IC2 Institute, da Universidade do Texas, a propósito das responsabilidades que assume no âmbito do Global Startup Program. Este programa, desenvolvido no quadro da University Technology Enterprise Network (UTEN), resulta de uma parceria com o Governo português e acolhe todos os anos entre 10 a 20 empresas portuguesas, trabalhando com elas a vários níveis. Além de ficarem instaladas gratuitamente na Austin Technology Incubator, as startups portuguesas usufruem do apoio de “uma equipa de business development , que ajuda as empresas a posicionarem o seu produto no mercado americano e nos mercados internacionais”, sublinha Marco Bravo. “Achamos que a melhor forma de ajudar as empresas portuguesas é arranjar-lhes clientes”, complementa o especialista em inovação e comercialização tecnológica, sustentando ainda que “o maior valor” que podem dar a estes negócios e “a maior contribuição para a economia portuguesa” é criar condições para que as empresas cresçam “organicamente com vendas”. Muitos destes empresários acabam por ficar, criando subsidiárias nos EUA, onde instalam equipas portuguesas de desenvolvimento. Marco Bravo é engenheiro de formação, contando com uma vasta experiência académica e profissional, composta por múltiplas referências internacionais. Integrou ainda o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre 2009 e 2011, onde coordenou a implementação de diversas parcerias internacionais na área da transferência de conhecimento, na lógica aliás do trabalho que hoje desenvolve. Conta no seu currículo com o apoio, enquanto mentor, a 120 startups tecnológicas e empreendedores de países tão distintos como Chile, Índia, Coreia do Sul, México ou Colômbia. É ainda um business angel e, como empreendedor, dedica-se, na atualidade, a duas startups na área das ciências da vida, que lançou com conjunto com americanos.


TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM CASOS

VÃO NUM PÉ, MAS DEIXAM CÁ O OUTRO WiserGo @ Silicon Valley: a afirmação portuguesa na terra das startups Pedro Vieira saiu de Portugal com o intuito de fazer um doutoramento e regressar, depois disso, à sua carreira de Assistente no Instituto Superior Técnico. Rapidamente percebeu que uma passagem fugaz por Silicon Valley não seria suficiente para adquirir o know-how necessário à transferência de conhecimento enquanto professor. Como o prolongamento da estadia não lhe foi permitido, escolheu permanecer naquela que é a meca das tecnológicas e acabou por criar um negócio que conquistou investidores e dominou o mercado. Vendida essa primeira empresa 100% americana, está a trabalhar na WiserGo, um projeto que quer afirmar globalmente como português. “A nossa primeira empresa – GoodGuide – tinha (e ainda tem) a missão de ajudar as pessoas a escolher produtos mais sustentáveis e saudáveis. A empresa começou com meia dúzia de pessoas de UC Berkeley, MIT e algumas empresas de tecnologia, como Google e Yahoo”, conta o empreendedor. Dois dos maiores investidores de risco do mundo (NEA, DFJ) financiaram o projeto que, cinco anos depois, foi adquirido pela Underwriter Labs, “o maior certificador de qualidade e segurança nos EUA e um dos maiores do mundo, equivalente ao ISQ em Portugal”, conta Pedro Vieira. O académico descobriu, assim, a sua vocação empreendedora. E orgulhase de ter conquistado experiência e sucesso capazes de conferir credibilidade e potencial a novos projetos. “A GoodGuide foi totalmente inovadora na sua abordagem, usando equipas multidisciplinares de cientistas e tecnólogos para construir uma plataforma que cobre hoje mais de 230 mil produtos, desde comida a automóveis, passando por higiene

pessoal e vestuário”, sublinha. “Não há ninguém a fazer o mesmo, nem passados cinco anos”, acrescenta ainda Pedro Vieira. O modelo de negócio tem por base o objetivo de ajudar o consumidor final, com um serviço grátis e as receitas provêm de grandes retalhistas (como Walmart ou Target), que selecionam o que é vendido nas lojas usando a informação proveniente da plataforma tecnológica, nomeadamente os dados em todas as cadeias logísticas. A WiserGo, por seu turno, está ainda a dar os primeiros passos. “Esta empresa tem muito a ver com Portugal, mas ao mesmo tempo tem a ambição de ser uma empresa global. Temos como missão permitir a qualquer pessoa no mundo desenhar itinerários de viagem para uma região que conhecem bem e vender esses itinerários a turistas do mundo inteiro. Somos uma espécie de Ebay para pacotes de viagem”, explica o empresário que quer agora dedicar-se também a apoiar outros empreendedores que pretendam ir para Silicon Valley. A ligação da WiserGo a Portugal está à vista: é deste lado do atlântico que se encontra toda a equipa (do cofundador aos designers, engenheiros, produtores de conteúdos e agentes de viagem) e é também no nosso país que o conceito está a ser testado. “Até gostava de ter também só financiamento português”, confessa Pedro Vieira. O empresário não esconde a ambição de, um dia, voltar. Para já, luta por fazer desta segunda empresa “um caso de sucesso 100% português”. Os indicadores auguram boas perspetivas nesse sentido: desde que abriu a empresa já recolheu centenas de pedidos de viagem, no valor de mais de um milhão de euros. “Com isto estamos a ajudar o país, o que sempre foi um dos meus objetivos depois de termos vendido a primeira empresa (que era toda ‘americana’)”, confessa o empresário.

230 MIL PRODUTOS E EXCLUSIVIDADE DE MERCADO Pedro Vieira começou por lançar a GoodGuide, projeto que recebeu financiamento de importantes capitais de risco mundiais e acabou por ser vendido a uma das mais importantes empresas do setor. Hoje, a plataforma que pretende ajudar as pessoas a fazerem escolhas de consumo saudáveis reúne mais de 230 mil produtos, continua sem concorrência e é financiada pelos mais importantes retalhistas americanos.

Pedro Vieira foi para Silicon Valley com intuito de fazer um doutoramento, duas startups depois, quer ser um apoio local para os empreendedores portugueses.

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weZOOM › TEMA DE FUNDO

BoatTEMP @ Copenhaga: a empresa que navega contra o ecossistema português mas vende tendas para barcos com mão-de-obra nacional Anibal Damião saiu de Portugal com 27 anos, em Agosto de 2006, criou uma empresa que vendeu posteriormente e está agora a lançar um segundo projeto. Não saiu do país com o intuito de empreender, mas levou consigo a noção clara de que Portugal não tinha condições favoráveis para isso. Quando, em 2010, criou a primeira empresa, escolheu fazê-lo em Copenhaga. Agora, está a introduzir no mercado a boatTENT, que também tem sede na capital dinamarquesa, mas conta com uma pequena unidade de produção em Portugal. “A boatTENT é uma tenda com estrutura insuflável, ao contrário de outras alternativas no mercado, que são permanentes, com estrutura metálica. Isto permite uma instalação e arrumação fácil, algo que é importante quando existe pouco espaço no interior do barco”, explica Anibal Damião sobre o projeto que tem agora em mãos. A

startup está a lançar-se no mercado, mas o empresário confessa que só o fez depois de ter angariado “várias dezenas de milhares de euros em vendas”. Crítico quanto ao ambiente de negócios português, o empresário diz que “Portugal faz muito sentido na produção de produtos têxteis de alta qualidade”. Esta será, por enquanto, a área de competência da unidade de produção criada no nosso país. Mais tarde, poderá vir a ser nacional o talento associado ao “design e suporte a negócio”, bem como às áreas “de vendas e business development”, que Aníbal Damião ainda vê como deficitárias em Portugal. Para trás, o empreendedor deixa uma colaboração na Siemens Portugal, como Engenheiro Informático. Em Copenhaga, decidiu despedir-se das suas funções diretivas numa agência de publicidade local para criar a InfluADS, uma rede de publicidade web que foi vendida, em 2013, a uma empresa americana.

Anibal Damião fez carreira numa agência de publicidade antes de criar a InfluAds, negócio que acabou por vender a uma empresa americana

N.Meravigli @ Lisboa: fiéis à capital portuguesa, mas rendidos à capital da moda Ana Almeida e Pedro Melo vivem em Milão, são talentos emigrados e empreendedores em fase incipiente. Mas têm uma história a contar, dificuldades para partilhar e referências a destacar. Ela fez uma pós-graduação e um mestrado numa das mais conceituadas escolas de moda do mundo e foi contratada para integrar a equipa da Giorgio Armani Spa. Ele, Engenheiro de Materiais, fez Erasmus na cidade italiana e, hoje, além de companheiro de vida, partilha com a designer o desafio de criar uma marca própria.

Pedro Melo e Ana Almeida A designer foi contratada pela Giorgio Armani Spa mas optou por lançar uma marca em conjunto com o namorado. 22 WE’BIZ Março 2015

A empresa N.Meravigli foi criada em maio de 2014 e a primeira coleção estará no mercado em setembro. Apaixonados por Milão e conscientes das oportunidades que ali encontram, os empreendedores adiantam que a produção será

dividida entre os dois países e, partilhando as dificuldades que um projeto tão recente sempre tem para contar, justificam a opção de “partilha do melhor dos dois mundos” (curiosamente, expressão proferida por outros empreendedores ao longo deste trabalho de reportagem) com questões burocráticas, mas também com a necessidade de permanecerem formalmente ligados ao país de origem. “Na nossa decisão para o local de criação da empresa, pesou não só o facto de sermos portugueses e querermos contribuir para com o nosso país, como o facto de conhecermos melhor alguns aspetos de natureza fiscal e jurídica de Portugal, comparativamente com Itália”, refere Ana Almeida.


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Ana Romero Collection @ Lisboa: estampados que falam português no Harrods e na série Gossip Girl Ana Romero escolheu Lisboa para formalizar a criação da empresa Ana Romero Collection, depois de ter conquistado Nova Iorque e diversas lojas de luxo mundiais com os seus estampados. Hoje, a viver em Genebra, e com escritórios em Nova Iorque, percorre o mundo a promover uma marca de acessórios de moda e lifestyle, continuando a ter por base os estampados que desenvolve e que são a sua assinatura. Saiu de Portugal em 2010, aos 29 anos, e rumou a Nova Iorque, onde viveu dois anos. A decisão teve por base o objetivo de acompanhar o marido, que lá estava a fazer carreira. A marca própria, criada em 2012, inclui uma coleção principal, mas abrange também o desenvolvimento de produtos exclusivos para clientes específicos e o licenciamento de desenhos para utilização noutros produtos. “A marca destina-se a um mercado de gama alta e tem especial enfoque no design e na qualidade. Neste momento, comercializamos lenços de luxo e capas para iphone. Em breve, vou lançar uma coleção de acessórios em pele estampada, que irá complementar a seleção de capas de iphone”, conta Ana Romero. “Para os projetos exclusivos, desenvolvemos e comercializamos notebooks, almofadas, caixas e tabuleiros,

acessórios de escritório, tecidos…”, exemplifica a empreendedora, procurando materializar uma área que diz ser pouco comum em Portugal. As referências neste segmento de luxo são sempre importantes e Ana Romero não se inibe de as partilhar: “quando vendia os estampados tinha como clientes marcas de renome como a Macy’s, Nicole Miller, Anthropologie, Rip Curl, Rebecca Taylor, Crate & Barrel, Dolce Vita, Parke & Ronen, PilyQ Swimwear, American Silk, entre outros”. No que diz respeito à minha marca, tive como primeiro cliente o retalhista de luxo Barneys NY, que encomendou uma seleção exclusiva de capas de iPhone para o Natal de 2012. Essa experiência correu bem e a minha relação com o retalhista deu origem a uma colaboração exclusiva, que estará disponível online e na flagship store da Madison Avenue, muito em breve”, adianta ainda. A oportunidade de ver alguns produtos da marca figurar na famosa série norte-americana Gossip Girl, pelas mãos da atriz Blake Lively acresce à lista de referências. Atualmente, a empresa está presente em países como EUA, Irlanda, Japão, Taiwan, Canadá e Reino Unido. Uma presença materializada “em pequenas boutiques de luxo e grandes retalhistas como o Harrods, em Londres”, acrescenta a empresária, dando nota de que, neste caso, conta com uma colaboração com a marca portuguesa Fine&Candy.

Pelo que sei, era a única designer portuguesa a apresentar-me nas feiras de estampados em Nova Iorque Ana Romero a propósito de explorar uma área que em Portugal é pouco trabalhada: a comercialização de design de estampados

Março 2015 WE’BIZ 23


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NEGÓCIOS QUE NOS ESCAPAM MAS TÊM DE ADN LUSO Ideias a Metro @ Maputo: a marca que conquistou a chancela do Governo de Moçambique Carla Pinto é um daqueles talentos que nos escapou por completo, visto que acabou por fazer negócios localmente, aproveitando e valorizando produtos locais. Em Maputo, lançou a Ideias a Metro, que foi a primeira marca de roupa moçambicana a receber o selo de qualidade do Ministério de Comércio e Indústria de Moçambique. E em Joanesburgo, onde agora vive, já deu sinais de vir a marcar a diferença com a marca African Style Story. Candidata aos Prémios Faz por convite da COTEC, Carla Pinto partilha o orgulho de ter sido reconhecida com o selo de qualidade “made in

Mozambique – Proudly Mozambican”. Trata-se de “uma chancela de qualidade, com o objetivo de enaltecer a cultura moçambicana”, explica. “Todas as nossas peças de roupa têm essa etiqueta, pois queremos que as pessoas que estão a comprar Ideias a Metro saibam que cada peça é única, que é confecionada manualmente em Moçambique por artesãos locais”, refere a empresária. A Ideias a Metro distingue-se ainda pela utilização de tecidos tradicionais africanos (em Moçambique chamados de “capulanas”). Materiais esses que estavam muito associados a fatos

formais. “O conceito de transferir para o dia-a-dia estes tecidos, dando-lhe uma nova vida, uma interpretação mais urbana e cosmopolita, era praticamente inexistente”, explica. Carla saiu de Portugal em 2014, com 27 anos, para acompanhar o namorado, então contratado por uma empresa de Maputo. Atualmente, é a partir de Joanesburgo, e em parceria com uma sócia, que gere os dois projetos de moda africana. Entre Maputo e Joanesburgo há uma passagem de dois anos pelos Estados Unidos da América, onde Carla estudou design de moda e viveu.

Carla Pinto lançou em Moçambique uma marca de vestuário assente em tecidos tradicionais que conquistou o mercado e prepara‑se para fazer o mesmo na África do Sul, onde está a lançar um outro projeto, também na área da moda. 24 WE’BIZ Março 2015


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Wundercar @ Hamburgo, Budapeste, Praga e Varsóvia: a velocidade furiosa de um negócio pioneiro que cresce 20% à semana Partiu para Berlim há apenas dois anos, para acelerar a startup Foodzai, mas hoje reside em Hamburgo e ocupa-se da Wundercar, que tem sede nesta cidade, mas opera apenas nas ruas de Budapeste, Praga e Varsóvia. Sim, literalmente nas ruas. André Jordão é cofundador de uma tecnológica que permite pedir uma boleia na cidade, de uma forma fácil e barata, ao abrigo do conceito de “ride sharing”. “Em 2013 conheci o fundador inicial da Wundercar, que na altura era diretor de operações do Airbnb na Europa. No final desse ano, depois de já nos conhecermos relativamente bem, começámos o projeto com mais outras três pessoas. Nessa altura a oferta de ‘ride sharing’ na Europa era pouca ou nenhuma e sabíamos que iria explodir e tornar-se numa grande trend mundial”, recorda o

empresário português radicado na Alemanha. A Wundercar é, de acordo com André Jordão, “suportada numa comunidade de condutores selecionados, pessoas com ocupações flexíveis como freelancers (não são condutores profissionais), com histórias interessantes e que se esforçam para que cada boleia seja uma experiência autêntica e simpática”. Mas o verdadeiro suporte da startup está na rede de business angels: inicialmente, os empreendedores contaram com um investimento de 100 mil euros, que possibilitou lançar as primeiras versões do produto e recolher as primeiras métricas de aceitação. “Este seed round foi reforçado poucos meses depois para 500k”, complementa André Jordão. A equipa de cinco pessoas que começou num apartamento deu

lugar às atuais 22 e, desde agosto de 2014, a empresa regista um crescimento de 20% por semana. “No ano passado, nos primeiros oito meses de operações, após lançarmos a primeira versão da app, fizemos 21.000 ‘rides’”, conta o empresário.

À BOLEIA DOS BUSINESS ANGELS A app que te permite pedir uma boleia na cidade já recebeu um total de 500 mil euros de investimento. Depois das duas rondas já concretizadas, a startup espera, com uma outra, de valor superior, conseguir expandir-se para mais 20 cidades europeias.

André Jordão saiu de Portugal para acelerar a Foodzai, startup que estava no TOP100 de tráfego web de startups no Reino Unido, mas acabou por ficar na Alemanha para criar outro projeto.

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weZOOM › TEMA DE FUNDO ESTÍMULOS

PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO PARA EMIGRANTES Entre as 102 medidas propostas pelo “Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020”, são várias as referências ao empreendedorismo. Tendo como pano de fundo o regresso dos jovens qualificados emigrados e a criação de condições para a “retenção e potenciação do capital humano” evidencia-se, particularmente, um programa de “Empreendedorismo para Emigrantes” e o lançamento de “vistos talento”. Eis as medidas que versam particularmente sobre a criação de empresas e respetivas ações, tal como estão descritas no documento que foi colocado em consulta pública, no final de janeiro.

MEDIDAS

Promoção de políticas de apoio à reintegração de emigrantes economicamente vulneráveis, não residentes em território nacional há mais de um ano

AÇÕES Apoiar a criação de pequenas e médias empresas por não residente Apoiar despesas de deslocação e estabelecimento em território nacional Apoiar a formação profissional e a ligação à plataforma de emprego nacional

Criação do Programa Mentores para Emigrantes

Promover experiências de troca de entreajuda e apoio entre cidadãos nacionais residentes e não residentes, com vista ao apoio ao regresso sustentado em projeto profissional

Lançamento do Programa Empreendedorismo para Emigrantes

Apoiar a criação de empresas por nacionais não residentes em território nacional

EXPECTATIVAS DOS EMPREENDEDORES Em vez de apoios, acredito em governos e outras entidades devam parar de ser um estorvo para os empreendedores: simplificando, criando leis competitivas com outros países, criando acesso a capital equivalente a outros, criando condições bases para que seja possível ser-se o melhor (acesso de qualidade a internet de banda larga, etc..). Sei bem que esta não é a visão típica, nem faz parte da agenda atual que está a considerar a ‘re-importação’ de portugueses empreendedores no estrangeiro, mas penso que um foco nos incentivos errados gerará uma má geração de empreendedores: o país estará melhor com poucos mas bons Aníbal Damião, fundador da boatTENT, com sede em Copenhaga (Dinamarca)

Parecem-me iniciativas interessantes, principalmente no que diz respeito a um programa de Empreendedorismo para Emigrantes, que ajude as pessoas a identificar oportunidades e a implementar as suas ideias. Ser empreendedor é uma forma de estar na vida que se pode ensinar e que não passa só necessariamente pela criação de uma empresa, mas pelo estímulo à iniciativa em diversas áreas da vida de um indivíduo. No estrangeiro, quando ainda não tinha uma empresa formalizada, senti-me excluída de todos os programas de apoio a empreendedores promovidos pelo estado Português. Não me refiro apenas a apoio financeiro, mas técnico também. Por exemplo, a AICEP não está preparada para apoiar empresários em nome individual Ana Romero, fundadora da Ana Romero Collection, empresa sediada em Lisboa.

As pessoas já não têm empregos para a vida, já nada é garantido. Hoje podem estar em Portugal mas amanhã na Ásia ou na América. Com este tipo de apoios o incentivo é muito maior para as pessoas procurarem uma vida melhor, abrirem horizontes, tornarem-se cidadãos do Mundo e levarem o nome de Portugal mais longe. É um tipo de inicitiava em que todos ganham! Não só os emigrantes mas também O nosso País! Carla Pinto, fundadora da Ideias a Metro, com sede em Maputo (Moçambique) e da African Style Story, sediada em Joanesburgo (África do Sul), onde reside atualmente. 26 26 WE’BIZ WE’BIZ Março Março 2015 2015

Em abstrato parece uma boa ideia mas sou um bocado cético em relação à implementação. 99% das medidas próempreendedorismo em Portugal são um fracasso por culpa de uma execução académica, burocrática e rígida André Jordão, cofundador da Wundercar, com sede em Hamburgo (Alemanha)


TEMA DE FUNDO ‹ weZOOM RECONHECIMENTOS

O GALARDÃO

que reconhece os fazedores da diáspora O FAZ - Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, promovido pela COTEC Portugal desde 2007, com o alto patrocínio do Presidente da República, está novamente a decorrer, recebendo inscrições até 31 de março. Em questão está um reconhecimento, sempre bem recebido por quem está longe e que, de modo quase invariável, responde “sim” à pergunta: “deseja voltar a Portugal?”. De acordo com Isabel Caetano, da COTEC Portugal, o objetivo do galardão é “distinguir e divulgar publicamente cidadãos portugueses que se tenham destacado pelo seu papel empreendedor e inovador no meio empresarial, mas também social ou cultural, no contexto das respetivas sociedades de acolhimento, onde se encontrem a residir há mais de cinco anos”. “Trata-se de uma iniciativa impulsionadora do papel que a diáspora pode desempenhar na economia portuguesa”, acrescenta a diretora de Dinamização da Inovação Empresarial. No total das sete edições do prémio, foram registadas 798 candidaturas, sendo que a última edição reuniu 176. “O número de candidaturas tem vindo a aumentar mas esperamos que, em articulação com outras instituições, em particular com a Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do programa FAZ, se alargue a abrangência desta iniciativa e se consiga mobilizar mais portugueses da nossa diáspora, divulgando casos empresariais, projetos empreendedores e experiências de vida com grande interesse e representativas dos mais diversos setores de atividade”, acrescenta a mesma responsável, em declarações à WE’BIZ. Sobre as áreas de negócio mais representadas, Isabel Caetano adianta que, na última edição, foi registado um “aumento da influência do setor empresarial/financeiro, com 39% das candidaturas”. Seguiramse as indústrias criativas, com 18%.

A coordenadora do prémio sublinha a diversidade de perfis dos candidatos, que provêm de setores tão variados como o alimentar, o dos transportes, o das tecnologias de informação e comunicação ou o do imobiliário.

PERFIL DE QUEM FAZ

SUB 35 Cerca de 20% dos candidatos da 7.ª edição do Prémio tinham, na altura da submissão das candidaturas, menos de 35 anos. Mas a organização esforça-se por estimular as candidaturas ainda mais jovens.

37 PAÍSES Os candidatos da 7.ª edição foram oriundos de 37 países, sendo que os países com maior participação continuaram a ser França (21%), EUA (16%), Brasil (10%), Canadá e Espanha (cada um com 5% das candidaturas).

IDEIAS SOCIAIS E MAIS JOVENS Complementarmente, o concurso FAZ - “Ideias de Origem Portuguesa”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em articulação com a COTEC Portugal procura projetos de Empreendedorismo Social que façam a diferença nas áreas do Ambiente e Sustentabilidade, do Diálogo Intercultural, do Envelhecimento e da Inclusão Social. Isabel Caetano, da COTEC, afirma que este galardão se esforça por “motivar as gerações mais jovens para, apesar da distância, contribuírem no desenvolvimento de Portugal, apresentando projetos de empreendedorismo social”.

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weSTART › STARTUPS

NOOCITY

Está lançada a semente da startup que traz o campo à cidade Empresa com sede no Porto ambiciona trazer para Portugal o movimento “Grow Your Own” (cultivo dos próprios alimentos) e revolucionar o conceito de hortas urbanas existente em outros países, com a introdução de uma solução que reduz, ao mínimo, o trabalho e os pré-requisitos de instalação e manutenção. Já imaginou uma pequena caixa onde as plantas crescem com um sistema de auto-rega e auto-nutrição? A Noocity – Urban Ecology imaginou e está a lança-la no mercado. Falta de tempo, espaço ou conhecimento já não são desculpa para ter uma horta em casa, nem mesmo em pleno centro da cidade. Numa altura em que os conceitos de “healthy food” e de cozinha de autor estão mais em voga do que nunca, a Noocity surpreende as urbes nacionais e internacionais com soluções práticas, eficientes e, sublinhe-se, diferentes de agricultura urbana. Por isso, já é possível ter sempre à mão, e com garantias de qualidade, aqueles legumes, frutas e ervas que podem fazer a diferença numa dieta saudável ou num jantar especial. “Queremos oferecer aos cidadãos urbanos a alternativa de criarem os próprios sistemas sustentáveis, mais parecidos com os processos cíclicos naturais, através de equipamentos eficientes e acessíveis, que permitem produzir alimentos na cidade, de forma simples e ecológica”, explica José Ruivo, cofundador do projeto.

Tudo parece conspirar a favor deste negócio: desde a imagem cuidada do site e do produto a todo o conceito de comunicação e marketing, perfeitamente adaptado às oportunidades que o mercado oferece. A questão que se impõe: o que traz de novo a Noocity? José Ruivo garante que a inovação do projeto reside no facto de oferecer um produto que “tem uma escala doméstica, mas já com dimensão para uma efetiva produção de alimentos, no quadro familiar ou de pequenas coletividades”. A Noocity conta já com um produto desenvolvido e tem um outro, mais evoluído e diferenciador em período de lançamento. “Nesta fase inicial, o produto que desenvolvemos é uma cama de cultivo (vaso de grandes dimensões) para a produção de alimentos em ambiente urbano, com um sistema de sub-irrigação incorporado”, explica o cofundador.

O objetivo é que este seja também o primeiro produto de uma gama capaz de criar pequenos ecossistemas. Ou seja, “para além da cama de cultivo (produção), um secador solar de alimentos (processamento) e um vermicompostor (reintegração de nutrientes)”, acrescenta o empresário. Outros ciclos, como por exemplo o da água, permanecem também na mira da Noocity. Designado Noocity Growbed, o segundo produto, em lançamento e em protótipo, é descrito como “um eficiente sistema de horta urbana com sistema de sub-irrigação e auto-rega”, ao qual será também anexado um sistema de auto-fertilização. Inovadora na forma e nas funções, a Noocity Growbed foi orientada para a venda online, facto que se materializa num produto leve, fácil de transportar e igualmente simples de montar.

NEGÓCIO LUSO‑BRASILEIRO GERMINOU NUM PÁTIO DA INVICTA

Pedro Monteiro e José Ruivo, confundadores da Noocity estão a apostar sobretudo na área da comunicação, gerida por Leonor Babo. 28 WE’BIZ Março 2015

Uma resposta completa a um conjunto de necessidades sentidas, na pele, pela equipa de fundadores, quando decidiram montar uma horta num pátio, mais concretamente num prédio instalado em pleno centro da cidade do Porto. “Por não encontrarmos no mercado produtos adequados para agricultura urbana, decidimos, com os nossos conhecimentos em arquitetura e permacultura, construir os nossos próprios equipamentos de cultivo”, explica José Ruivo.


STARTUPS ‹ weSTART

Apesar de ter formação base em gestão, o empreendedor nascido na invicta frequentou, em 2009, no Instituto Tibá, uma formação em agroecologia. Em Portugal, fundou, em 2010, a empresa 4Elements, especializada em atividades para crianças, com ênfase na natureza, e participou na fundação da Cooperativa Sítio. Aliás, esta Cooperativa é um dos pontos de ligação de José Ruivo com o sócio fundador da Noocity, Pedro Monteiro, que integrara também a equipa de trabalho do Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura - Tibá ,no Rio de Janeiro. A Cooperativa Sítio, que acaba por estar na génese da startup de que falamos, dedicava-se ao desenvolvimento de “tecnologias apropriáveis” e à agricultura e contava ainda com a participação de Samuel Rodrigues e Ana Ruivo. Natural de São Paulo, Pedro Monteiro tem 26 anos, mas no currículo transporta a experiência num gabinete de arquitetura e construção em madeira. O cansaço da metrópole e a paixão pelos temas da sustentabilidade e ecologia justificam a mudança para o Porto, em 2012. Atualmente, a equipa luso-brasileira aplica esta paixão no cumprimento de uma missão empresarial que vai além das hortas urbanas: “temos como objetivo a contribuição para uma sociedade cada vez mais consciente e autónoma, fornecendo as ferramentas necessárias para a ação, a reorganização da paisagem urbana, a relação com a alimentação e a vida em comunidade”. Por isso, aos equipamentos desenvolvidos, a Noocity junta “uma plataforma que compila ideias, sugestões e suporte técnico”, conta José Ruivo. Aqui se incluem informações detalhadas sobre o cultivo de plantas saudáveis e produtivas, bem como dicas para quem pretende “modificar o seu dia-a-dia e a sua relação com a comida e o ambiente”.

TUDO SOBRE A HORTA: DA MONTAGEM À AUTOSSUBSISTÊNCIA Montada em menos de meia hora, e com diferentes configurações possíveis, a horta da Noocity evidencia-se pela autonomia. Isto porque a startup desenvolveu um sistema de sub-irrigação (que resolve o problema da água) e de auto-fertilização (que soluciona a necessidade de nutrientes).

REFERÊNCIA COM ESTRELA MICHELIN Restaurante do chefe Pedro Lemos tem uma horta Noocity José Ruivo reconhece que o fenómeno televisivo “Masterchef” aumentou a consciência ecológica por parte dos consumidores, com implicações nos hábitos quotidianos e na adesão aos produtos orgânicos. Por isso, é com entusiasmo que Noocity comunica ter já como referência o restaurante do chefe Pedro Lemos.

À LUPA INVESTIMENTO INICIAL 50.000€ FUNDAÇÃO

CROWDFUNDING

Setembro de 2013

Campanha superou objetivo dos 30 mil em menos de uma semana

SEDE

Startup procura financiamento para lançar horta com sistema de subirrigação, auto-rega e auto-fertilização. A Noocity lançou uma campanha de crowdfunding na platafortma Indiegogo com o objetivo de angariar 30 mil euros, a aplicar no início da produção e no processo de internacionalização. Para isso contribui não apenas o potencial do projeto, mas também a completa oferta de benefícios que a empresa desenvolveu para dar em troca de investimento. Em destaque, por exemplo, uma linha de sacos orgânicos, com design alusivo ao mundo vegetal, tão úteis nos dias que correm.

COLABORADORES

Porto Seis (três a tempos inteiro, dois em part-time e uma estagiária) MERCADO O produto destina-se à população urbana em geral, onde se incluem particulares, mas também instituições como escolas, hotéis, restaurantes, centros comerciais, hospitais ou empresas. Como referência do potencial de negócio, o cofundador José Ruivo destaca que o consumo de produtos biológicos cresce a uma taxa de 20% ao ano. Segundo o empresário apurou, no Reino Unido, 14% dos lares cultivam alimentos, sendo que apenas na cidade de Londres existem 30 mil hortas urbanas. Março 2015 WE’BIZ 29


weSTART › STARTUPS SUCESSO

Vencedores dos Green Project Awards mostram que há mais ecologia na inovação Pranchas de surf ecológicas ou soluções tecnológicas para a poupança de água são apenas dois exemplos entre as oito candidaturas vencedoras das diferentes categorias e prémios integrados no concurso. A lista dos mais recentes vencedores do Green Project Awards, entregues em janeiro, aumentou nesta 7.ª edição da competição. O prémio criado pela Quercus, GCI e a Agência Portuguesa do Ambiente assume a missão de distinguir projetos empresariais, entidades ou ideias pela promoção da inovação, empreendedorismo e boas práticas ambientais. Após sete anos de atividade e mais de mil candidaturas recolhidas, o Green Project Awards premiou mais oito projetos capazes de aliar o potencial técnico à aplicabilidade prática e à utilização eficiente de recursos ambientais.

INICIATIVA JOVEM O projeto Surf na Serra do Caldeirão arrecadou a vitória entre a nova geração de empreendedores, com a produção de pranchas de surf em cortiça. AGRICULTURA MAR E TURISMO A Companhia das Lezírias foi o grande vencedor, batendo a concorrência com uma gestão florestal, agrícola e pecuária em prol da diversidade. PRODUTO OU SERVIÇO Neste segmento foi distinguido o sistema Waterbeep, desenvolvido pela EPAL. A solução permite que os utilizadores conheçam detalhadamente os seus consumos de água, medindo a taxa de eficiência e prevenindo os clientes (via sms ou e-mail) sobre consumos exagerados dos recursos hídricos. CIDADES SUSTENTÁVEIS A Câmara Municipal de Águeda foi também um dos vencedores

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desta edição, conquistando o primeiro posto na categoria de cidades sustentáveis devido ao desenvolvimento tecnológico, às parcerias e a um elevado investimento humano e financeiro, que mudou a cidade na sua forma de estar, comunicar e viver. CONSUMO SUSTENTÁVEL A competição de consumo sustentável distinguiu ainda o movimento Trokaki, levado a cabo pela cooperativa Horas de Sonho. Trata-se de uma iniciativa de consumo responsável que pretende terminar com o subaproveitamento dos recursos e saberes locais da freguesia de Carnide. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO No segmento de tecnologia de informação, o re:dy (solução desenvolvida pela EDP) conquistou o júri com a possibilidade de controlar o consumo de equipamentos ou circuitos elétricos a partir de

qualquer lugar, recorrendo apenas à internet ou a um smartphone. MOBILIZAÇÃO A Coopérnico, primeira cooperativa portuguesa de energias renováveis e cidadania, foi distinguida no âmbito da mobilização, pela capacidade de envolver os cidadãos e empresas na criação de um novo paradigma energético “renovável e descentralizado” em benefício da comunidade e do ambiente. OBRA ORIGINAL À distinção de projetos nas sete categorias referidas acresceu ainda um prémio de obra escrita original. Dalila Sepúlveda foi a vencedora com a divulgação de práticas promotoras do desenvolvimento sustentável no projeto “Pay-As-You-Throw”: proposta para a aplicação de um sistema de pagamento de deposição de resíduos que beneficia cidadãos promotores da reciclagem de resíduos indiferenciados.


INOVAÇÃO

STARTUPS ‹ weSTART

EbankIT

promete serviços bancários omnipresentes STARTUP DE ORIGEM PORTUGUESA CRIA PLATAFORMA INCORPORÁVEL NA INTERNET, NO FACEBOOK, NA TELEVISÃO E NOS DISPOSITIVOS MOBILE A resposta rápida e eficiente às necessidades dos utilizadores é a principal prioridade da ebankIT, startup portuguesa sediada em Londres responsável pela introdução de uma solução multicanal para a prestação de serviços bancários. Internet Banking, Mobile banking, Tv banking e FaceBankit são alguns dos produtos integrados no portefólio da empresa que pretende demonstrar todo o potencial da sinergia entre os bancos e a tecnologia. Na concretização deste propósito, os promotores da startup valorizam o design apelativo e a interatividade para proporcionar uma visão completa dos clientes e das respetivas interações com as instituições financeiras.

A compor a solução multicanal da ebankIT estão dez produtos/serviços distintos, a saber: “Internet Banking”, “TV Banking”, “Mobile Banking”, “FaceBankit”, “Contact Center”, “Commercial GPS”, “Kiosk”, “Account Management”, “Branch Front Office” e “Google Glass Banking”. No televisor, no smartphone, nos óculos da Google ou nas tradicionais filiais bancárias, a startup acrescenta valor à oferta atual do mercado através da omnipresença e da capacidade de coordenação da atividade dos clientes, numa plataforma que combina as componentes backoffice, frontoffice e comercial.

SUPORTE DE BACKOFFICE Core

Tesouraria

Comercio

Customer relationship management

Business process management

Document management system

ebanKIT Camada de integração

Centro de segurança multicanal

Serviços financeiros

Aplicações de negócios

Aplicações de suporte

Produtos ebanKIT

Mobile Banking FaceBankit

Internet Banking

Contact Center Quiosques

TV Banking

Abertura e gestão de contas

Ramo frontoffice

FACEBANKIT: O SEU BANCO EM TEMPO REAL NO FACEBOOK Aproximar os clientes das instituições bancárias é o principal propósito da FaceBankit, aplicação desenvolvida pela ebankIT para a concretização de operações bancárias no Facebook. As ações podem assumir diferentes tipologias, mas a segurança e a gestão em tempo real de todas as atividades executadas na rede social são condições associadas ao inovador serviço da empresa. Em poucos segundos, os utilizadores podem criar eventos com o propósito de dividir uma despesa, devendo apenas definir a quantia a pagar por cada membro e gerir as quantias aplicadas. Os pedidos ou envios de dinheiro são outras possibilidades associadas à FaceBankit, bastando apenas indicar os destinatários, os montantes a pagar ou a receber e executar a ação de pagamento ou recebimento.

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weSTART › STARTUPS

STEVE BLANK propõe modelo de desenvolvimento para startups Se as startups falham por falta de clientes e não por erros no desenvolvimento do produto, é por que têm um processo para gerir o desenvolvimento do produto e nenhum processo para gerir o desenvolvimento do cliente? Steve G. Blank In “The Four Steps to the Ephifany – Successful Strategies for Products that Win”

A taxa de mortalidade das empresas em estágios iniciais de desenvolvimento é muito grande, tanto em Portugal como no resto do mundo. Na verdade, muitas startups iniciam as suas atividades sem avaliarem cabalmente o mercado a que se dirigem. Em muitos casos, a principal preocupação é o produto/serviço, e não o cliente. Ou seja, as empresas early stage não procuram saber com rigor se os seus produtos/ serviços resolvem um problema ou satisfazem uma necessidade dos clientes. Ora, para evitar os insucessos empresariais que daí resultam, Steve Blank desenvolveu o Modelo Customer Development. A inadequação de um produto ou serviço ao mercado é um problema comum nas startups. Muitos empreendedores lançam projetos empresariais com base nas suas suposições do mercado ou pensando quase exclusivamente nas qualidades do produto ou serviço, esquecendo-se das necessidades dos clientes. É que um produto ou serviço só faz sentido se resolver um problema ou satisfizer uma necessidade do cliente. Daí que, por vezes, surjam ideias de negócio que são de facto disruptivas e muito inovadoras mas que, apesar isso, não são aceites pelo mercado. Ora, para evitar este fator de insucesso empresarial, o guru do empreendedorismo Steve Blank elaborou o Modelo de Desenvolvimento do Cliente (Customer Development). Esta metodologia contribuiu fortemente

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para o movimento denominado Lean Startup, que preconiza, justamente, a criação de protótipos para avaliar a reação do mercado a determinados produtos ou serviços. Blank considera que os problemas e soluções que uma ideia de negócio encerra são apenas hipóteses que necessitam ser testadas, validadas e renovadas. Por isso, o Customer Development propõe um processo de validação da ideia de negócio paralelo ao Modelo de Desenvolvimento do Produto (Product Development). No fundo, trata-se de criar um plano de negócios orientado para a avaliação das reais necessidades dos clientes. Desta forma, a empresa pode adaptar-se às necessidades do cliente, diminuindo os riscos dos seus produtos ou serviços não serem aceites pelo mercado.


STARTUPS ‹ weSTART QUATRO ETAPAS DO CUSTOMER DEVELOPMENT Com o Customer Development, as startups ganham uma maior flexibilidade para se adaptarem ao mercado e principalmente uma maior capacidade de interação com o cliente, durante o desenvolvimento do plano de negócios. Isto porque as hipóteses colocadas na modelação do negócio vão ao encontro de situações reais do mercado, evitando-se assim que os erros sejam descobertos já na fase de desenvolvimento da empresa e que o seu produto seja apenas mais um, sem clientes efetivos. O Modelo de Desenvolvimento do Cliente é composto por quatro etapas: descoberta do cliente (customer discovery), validação do cliente (customer validation), criação da procura (customer creation) e estruturação do negócio (company building). Na fase de customer discovery, a ideia é procurar identificar clientes para o produto ou serviço, verificando, ao mesmo tempo, se a empresa está de facto a resolver um problema ou a satisfazer uma necessidade real. Na fase customer creation são criados os materiais sobre o produto ou serviço para as equipas de marketing e vendas, escolhendo-se então os segmentos e posicionamento no

mercado, os canais de distribuição, as estratégias de comunicação, etc. A fase customer creation consiste, essencialmente, na definição da estratégia de vendas e de fidelização de clientes, o que implica conhecer muito bem os diferentes segmentos de mercado. Por fim, a fase company building dá-se quando a empresa faz a transição da informalidade (análise, aprendizagem, descoberta, teste, etc.) para a formalidade, criando uma estrutura orgânica. Por tudo isto se percebe como o Customer Development vai ao encontro dos preceitos do Lean Startup. O conceito proposto por Eric Ries possibilita aos empreendedores testar as potencialidades do seu negócio e, se for caso disso, ajustá-lo rapidamente às reais necessidades do mercado. Ora, numa altura em que as empresas precisam de inovar continuamente e de ter capacidade de reação às dinâmicas dos consumidores, a metodologia Lean afigura-se como uma ferramenta capaz de tornar as startups mais criativas nos seus produtos/serviços, mais científicas nos seus métodos, mais eficientes na sua gestão financeira, mais interativas com os seus clientes e mais expeditas no desenvolvimento das suas atividades.

Questões a ter em consideração no lançamento do negócio: › Como saber que uma necessidade do mercado vale a pena ser satisfeita, antes de definir uma solução empresarial? › Como encontrar os primeiros clientes? › Qual o momento ideal para financiar a empresa? › Como testar os preços? › Como decidir o que deve ser incluído na versão inicial do produto? › Como compreender e medir o que os clientes pretendem? › Como otimizar a análise, a aprendizagem e a segmentação do mercado? › Como ajustar o produto ao mercado? › Como potenciar a adaptação do produto ao mercado?

MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE CLIENTES

Descoberta do cliente (customer discovery)

Validação do cliente (customer validation)

Criação da procura (customer creation)

Estruturação do negócio (company building)

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weTALK › ENTREVISTA Daniel Bessa, Diretor-Geral da COTEC

“Crescimento das exportações é a maior de todas as reformas estruturais” O Diretor-Geral da COTEC Portugal vê a boa performance das exportações nacionais como a maior prova de sucesso do processo de reforma estrutural, mas alerta que ”este crescimento será insustentável se, mais cedo ou mais tarde, não se vir acompanhado dos necessários investimentos e aumento de capacidade instalada no setor exportador”. Apesar dos maus ventos que nos chegam de destinos tão cruciais para as nossas exportações como União Europeia e Angola, Daniel Bessa recorda que para os pequenos negócios o mercado é sempre “infinito”. O ex-ministro da economia reconhece que a emigração de talento pode vir a prejudicar a inovação nacional e recorda que a transferência de conhecimento, que é já um entrave a essa mesma inovação, seria potenciada por um modelo de financiamento “demand side”, ou seja, via empresas. Defende ainda que a qualificação dos nossos recursos humanos e o seu custo relativo devem ser mais aproveitados, salientando que o “mar” e os “dias de sol” são vantagens competitivas com muito potencial de negócio, por exemplo, ao nível do turismo de saúde. 34 WE’BIZ Março 2015


ENTREVISTA ‹ weTALK A emigração de talento prejudica a inovação nacional? A emigração de talento decorre da falta de oportunidades de emprego com que se confronta uma população jovem qualificada. A curto prazo pode dizer-se que sim, que a emigração de talento prejudica a inovação nacional (mesmo que esta afirmação tenha de ser moderada pela verificação de que as pessoas emigram porque se encontravam desocupadas, ou subocupadas). A prazo mais longo, talvez o efeito não seja negativo, se os emigrantes com talento, um dia, regressarem ao País, mais qualificados e com mais experiência. De que modo pode o empreendedorismo além‑fronteiras contribuir para a competitividade nacional? Julgo que a questão se refere ao empreendedorismo além fronteiras de portugueses que emigraram. Enquanto esta situação prevalecer, não vejo como possa contribuir muito para a competitividade nacional, leia-se, das empresas residentes – excepto, talvez, nos casos, que não serão muitos, em que a proximidade à oferta das empresas residentes possa contribuir para superar a “barreira de desconhecimento” com que esta tantas vezes se defronta. Considera que as medidas previstas pelo Plano Estratégico para as Migrações (com a atribuição de “vistos-talento” para migrantes e a criação de um programa de “Empreendedorismo para Emigrantes”) terão resultados nesse sentido? Julgo que estamos a falar de um conjunto de medidas recentemente aprovadas por Resolução do Conselho de Ministros e, ainda mais recentemente, em processo de consulta pública. Os “vistos-talento” dirigem-se a jovens de outras nacionalidades (extra-Comunitárias), facilitando o seu acesso ao País, sempre que se lhes reconheça especial talento. O programa de “Empreendedorismo para Emigrantes” dirige-se a portugueses residentes no exterior, ou lusodescendentes, incentivando-os a exercerem actividade empresarial dentro do nosso País. Trata-se, em ambos os casos, de medidas positivas, cujo impacto só poderá vir a ser revelado pela “prova da experiência”.

A inovação nacional é prejudicada pela escassa transferência de conhecimento entre o mundo académico e o mundo empresarial? Que medidas poderiam ser adotadas nesse sentido?

RADIOGRAFIA DO ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR NACIONAL

Estamos perante uma grande questão, em que a resposta só pode ser positiva: sim, a escassa transferência de conhecimento entre o mundo académico e o mundo empresarial prejudica a inovação nacional, de forma grave.

Como caracteriza o ecossistema empreendedor português?

Há muitas medidas que poderão ser tomadas para melhorar o nosso desempenho nesta matéria. Referirme-ei apenas a uma, talvez a que se me afigura de maior potencial: aproximar, desde início, a investigação académica do mundo empresarial, e do mercado em particular, por exemplo, financiando-a mais “demand side” e menos “supply side” (como aconteceria se, ainda por exemplo, uma parte crescente do dinheiro que financia a investigação e desenvolvimento levada a cabo nas Universidades do nosso País, em vez de ser “dada” às Universidades, fosse “dada” às empresas, com a obrigação de ser gasta, “por encomenda”, em I&D universitária). E o que podem as startups e PME, com todos os constrangimentos que caracterizam a realidade destes negócios, fazer, por iniciativa própria, para que a inovação seja uma aposta constante da sua atividade? Tenho muita dificuldade em aceitar que se fale em “constrangimentos” logo que se fala em startups e em PME – constrangimentos que, a existirem, e existem, seguramente, me parecem em tudo idênticos aos que poderão caracterizar a vida de todas as outras empresas, sejam elas médias ou mesmo grandes empresas. Pelo contrário, arriscarei mesmo a opinião de que é nas PME e nas startups, sobretudo nas de maior intensidade tecnológica, que se encontram os casos de maior intensidade de inovação entre todas as empresas do nosso País.

Diria que evoluiu imenso, nos últimos anos, afigurando-se-me, hoje, bastante integrado – se o abordarmos em termos de “cadeia de valor”, vejo mais ensino de empreendedorismo e mais motivação para o empreendedorismo no sistema de ensino, maior qualificação dos recursos humanos, sobretudo dos mais jovens, maior capacidade de investigação e de desenvolvimento nas Universidades e nos Institutos Politécnicos do País, mais unidades de transferência de tecnologia, mais incubadoras, mais parques de ciência e tecnologia, mais instrumentos de financiamento (por exemplo, todo o sistema de capital de risco público ou publicamente financiado), etc., etc. Pese embora este sentido de evolução, que, como referi, considero muito positivo, padece dos “males” que afectam toda a actividade económica no nosso País: dificuldades de financiamento, sobretudo em matéria de capitais próprios das empresas; dificuldades de organização e de planeamento e, em termos mais gerais, de tudo o que se torna necessário a estratégias de mais longo prazo, e mais sustentadas; uma função comercial que fica sempre aquém do que parece possível quando se olha para as capacidades de produção; debilidades de integração nas cadeias produtivas globais, que acabam por diminuir o potencial de internacionalização, e de crescimento das empresas. Considera que Portugal tem vantagens competitivas à escala global, que estão subaproveitadas por este ecossistema? Sim. Algumas dessas vantagens competitivas subaproveitadas parecem-me mesmo evidentes: o mar

A curto prazo a emigração de talento prejudica a inovação nacional Março 2015 WE’BIZ 35


weTALK › ENTREVISTA e a plataforma continental; os dias de sol; as condições ambientais, de qualificação dos recursos humanos e de custo relativo desses recursos humanos, sobretudo por comparação com os outros países da Área do Euro, que favorecem, em tudo, a actividade de turismo (por exemplo turismo de saúde); a localização geográfica, colocando o País numa situação única no que se refere à logística do comércio inter-continental (África, América, Europa), nomeadamente do comércio por via marítima. Não estou a referir, nestas matérias, nada que não seja do conhecimento colectivo. A emigração de empreendedores qualificados poderá estar associada a um défice deste ecossistema, do ponto de vista do seu dinamismo e promoção internacional? Sobre isso, não tenho a menor dúvida: Portugal dispõe de recursos humanos, sobretudo nas gerações mais jovens, que se apresentam em excesso, em particular em matéria de qualificações, relativamente ao que o sistema produtivo interno se mostra capaz de utilizar. Por isso emigram, a partir do momento em que constatam que o País não consegue realizar nem as suas expectativas nem, muito menos, as suas aspirações. Os empresários portugueses costumam afirmar que os recursos humanos do País não são tão qualificados como por vezes se imagina, e, por isso, não os empregam. O facto de esses mesmos recursos humanos parecerem não ter grande dificuldade em arranjar emprego noutras geografias (vejase o caso dos enfermeiros, ou dos informáticos, por exemplo em Londres) não abona muito em favor de capacidade de avaliação dos empresários que os consideram menos produtivos. É possível identificar áreas de negócio em que Portugal tem maior potencial de inovação e competitividade? Se, em economias menos desenvolvidas, as vantagens comparadas, e a especialização, são sobretudo inter-sectoriais, nas economias mais avançadas a especialização tende a ser intrasectorial – permitindo concluir que o País pode ter empresas competitivas em praticamente todos os sectores de actividade. Julgo que é esta a fase, ou o estádio, em que Portugal se encontra, hoje em dia. 36 WE’BIZ Março 2015

Realçaria, mesmo assim, o potencial em matéria de actividades de prestação de serviços, dirigidas ao mercado sobretudo europeu, em que a qualificação e o custo relativo dos nossos recursos humanos os tornam particularmente competitivos – acredito que haja no Mundo mãode-obra qualificada a custo mais baixo mas essa vantagem perde-se sempre que, para a fazermos actuar na Europa, temos de a fazer deslocar numa viagem intercontinental, envolvendo tempos de deslocação e custos de transporte muito elevados (diferentemente do que acontece com a deslocação de mercadorias, cujo custo de transporte tem vindo a diminuir consecutivamente e que tenderá a continuar a diminuir). Nas áreas de maior intensidade em conhecimento, o País apresenta nas áreas da biologia e das ciências da vida uma concentração de recursos humanos qualificados que compara relativamente bem com as de outros países europeus. Disse, recentemente, numa conferência que, em matéria de inovação, Portugal tem um melhor desempenho nos recursos do que nos resultados. O que significa isso exatamente? Significa que, tal como acontece com outros sistemas da nossa vida colectiva (sistemas de educação e de justiça, por exemplo), o nosso sistema de inovação se caracteriza por baixos níveis de produtividade e de eficiência: se, em termos relativos, por comparação com os outros países, estamos melhor nos recursos que utilizamos do que nos resultados que apresentamos... Por isso, numa terminologia criada pela COTEC, Portugal é apresentado como um “país cigarra” (ao contrário, por exemplo, da generalidade dos países asiáticos, caracterizados como “países formigas”). Que projetos tem a COTEC com vista à criação de um verdadeiro e eficiente sistema de inovação em Portugal? Será, sobretudo, uma intervenção estratégica, do ponto de vista institucional? Elaborámos um “top ten” de medidas que, do nosso ponto de vista, poderiam contribuir para, de forma decisiva, melhorarem o desempenho do nosso País em matéria de inovação (curiosamente, os nossos colegas espanhóis elaboraram um “decálogo”). Estas medidas distribuem-se por toda

a cadeia de valor da inovação de índole mais qualificada, começando no ensino básico e secundário e prolongando-se até diversos aspectos do comportamento das empresas. Muito se fala atualmente sobre a necessidade de diversificar o modelo de financiamento das PME. Que opinião tem sobre este tema? Ultrapassada a fase mais aguda de falta de recursos no sistema financeiro (na banca, cuja capacidade de concessão de crédito parece recuperada, acompanhando a recuperação das condições de financiamento do Estado Português), o problema encontra-se, agora, na falta de capitais próprios da generalidade das empresas portuguesas – comprometendo a sua capacidade de acesso a financiamento por terceiros (leiase, crédito, sobretudo bancário) e, no final, a sua capacidade de crescimento. Um problema desta natureza não se resolve com crédito bancário, “convocando” sobretudo transferências maciças de propriedade e de controlo das empresas, de que não faltam os exemplos, todos os dias. A interdependência entre a inovação e as necessidades de financiamento é uma falsa questão? Não, não é uma falsa questão. O financiamento não é condição suficiente para que haja inovação mas é seguramente uma das suas condições necessárias – diria mesmo, uma das suas condições mais necessárias. Que expectativas deposita na IFD – Instituição Financeira de Desenvolvimento? Como julgo ser publicamente conhecido, sou “tripeiro e dragão” (um defeito nunca vem só...) E, como “tripeiro e dragão”, reconheço-me inteiramente na máxima de bom senso enunciada pelo “meu capitão” João Pinto: “prognósticos, só no fim do jogo...”, por maioria de razão num País que, como Portugal (e esta máxima já tem outro autor), se distingue “por muitas iniciativas e poucas acabativas”. Dito isto: quero o melhor para a IFD, bater-me-ei para que tenha sucesso (não ao ponto de dizer que “estou pronto a morrer por ela”), desejando, sinceramente, que seja bem sucedida, para bem do


ENTREVISTA ‹ weTALK

Sou tripeiro e dragão” (um defeito nunca vem só...) E, como “tripeiro e dragão”, reconheço-me inteiramente na máxima de bom senso enunciada pelo “meu capitão” João Pinto: “prognósticos, só no fim do jogo...”, por maioria de razão num País que, como Portugal (e esta máxima já tem outro autor), se distingue “por muitas iniciativas e poucas acabativas” Afirmação a propósito das expectativas depositadas na IFD – Instituição Financeira de Desenvolvimento

nosso País; confio, em particular, na experiência (o dinheiro parece-me menos importante) do KfD, o banco de fomento alemão, que espero possa continuar a acompanhar de perto a actividade da nossa IFD.

AS EXPORTAÇÕES E A “ANEMIA” COMUNITÁRIA E ANGOLANA Ainda a propósito de expectativas, serão os dados recentemente revelados sobre o aumento das exportações em 2014 e sobre o aumento das intenções de investimento das empresas em 2015 sinais de que a economia portuguesa está, finalmente, a entrar num processo de recuperação? E como se enquadram estas perspetivas económicas no contexto da atual crise europeia? O crescimento das exportações é a maior de todas as reformas estruturais observadas pela economia portuguesa nos últimos anos, e a maior prova de que esse processo de reforma estrutural pode ser bem sucedido – mesmo se, apesar dos resultados observados, podemos querer sempre mais. Este crescimento será insustentável se, mais cedo ou mais tarde, não se vir acompanhado dos necessários investimento e aumento de capacidade instalada no sector exportador. Julgo que é este o momento em que nos encontramos e em que deposito as maiores

esperanças, no que se refere ao futuro mais próximo. Como é evidente, a anemia do crescimento dos principais mercados de destino das nossas exportações (na União Europeia, a que acresce, agora, a anunciada crise de pagamentos em Angola) não nos favorece. Mas, como costumava ensinar nos “básicos” de uma qualquer disciplina de Microeconomia, quando uma empresa é suficientemente pequena (e é seguramente o caso de todas as empresas portuguesas, quando operam no mercado global), o mercado apresenta-se-lhe como “infinito” (não precisando de crescer para se tornar maior, antes exigindo, isso sim, competitividade, quanta baste). Qual a sua opinião sobre o desmantelar das grandes empresas nacionais e sobre a investida de grupos estrangeiros nessas grandes empresas, nomeadamente na PT? Olhando para o passado, o que me custa mais, sobretudo no caso da PT, são os erros de gestão, nomeadamente o atropelo de todas as boas práticas em matéria de corporate governance, que determinaram o desfecho conhecido. Olhando para o futuro, preocupa-me sobretudo o impacto eventualmente negativo do desmantelamento de algumas dessas empresas, e da perda de controlo accionista em todas elas, sobre centros de competência e sobre novas actividades e novas empresas emergentes, em torno dessas grandes empresas cujo controlo accionista acaba de se ver alterado – por todas, a

PT Inovação, em cujo futuro depositava as maiores esperanças (ainda não inteiramente perdidas ainda que, seguramente, em novos moldes). O Plano Draghi é uma boa solução? Vai funcionar? O Plano Draghi parece a solução imposta pelas circunstâncias – cumprindo-me saudar tanto o Governador, como o próprio BCE, de onde, ao longo desta crise, nos chegaram sempre as surpresas mais positivas em matéria de capacidade de resposta através da política pública. Como um “velho economista” que tantas vezes “ensinou” estas matérias, sou o primeiro a ter a obrigação de conhecer as dificuldades por que, em contextos como os que atravessamos, caracterizam a política monetária («podemos levar o cavalo à fonte mas não podemos obrigá-lo a beber», como diziam os keynesianos mais advertidos, ou, como digo eu próprio, parafraseando-os, «podemos levar a água, leia-se o dinheiro, à boca do cavalo, leia-se as empresas, mas não podemos obrigá-lo, ao cavalo, a beber, nem, às empresas, a investir»). Trata-se, em suma, da questão já tantas vezes alegada da dificuldade, mais do que certa, de levar as empresas a investir, e a criar emprego, na sequência do “easing” da política monetária. Circunstâncias como as que vivemos, de uma recessão profunda, costumam apelar a mais política orçamental, leia-se gasto público “puro e duro”, do que a política monetária – nos países com contas públicas mais sólidas, não, seguramente, naqueles que já se encontram mais endividados. Concorda com as vozes críticas (entre as quais a própria Associação de Bancos) que dizem que a banca portuguesa já tem dinheiro para emprestar, mas faltam bons projetos para financiar? Em minha opinião, e peço desculpa pela sinceridade (ia a dizer pela “crueza”), mais do que de uma opinião, muito mais do que de uma ou mais “vozes críticas”, trata-se de uma evidência que, como tal, não admite discussão. Podemos discutir as suas causas, e o melhor modo de neutralizar as suas consequências mais negativas, mas não me parece que possamos discutir a evidência em si. Não posso discordar, nem tenho de concordar, limitando-me a reconhecer.

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weLEARNING › FORMAÇÃO

Estudos Gerais:

a licenciatura três em um Artes, Letras e Ciências são as áreas abrangidas pela licenciatura que permite conciliar disciplinas como bioquímica, linguística, geologia e artes plásticas O desejo de recolher competências em diferentes áreas de conhecimento, frequentando apenas uma licenciatura já é exequível na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Única na oferta do ensino universitário nacional, a licenciatura em Estudos Gerais propõe a integração de Artes, Humanidades e Ciências num curso programável de acordo com as áreas de interesse dos estudantes. Para além de viabilizar a continuidade do percurso académico, aquela que parece ser uma espécie de graduação em cultura geral despertou o interesse da WE’BIZ pelas suas potencialidades ao nível da integração no mercado de trabalho e da aquisição de competências transversais, particularmente úteis aos empreendedores. A impossibilidade de combinar saberes foi o ponto de partida para a criação do curso de Estudos Gerais. Com uma proposta de valor diferenciada, a licenciatura agrega disciplinas incluídas em diferentes cursos tradicionalmente oferecidos pelas Faculdades de Letras, BelasArtes e Ciências. A diferenciar a proposta de valor da licenciatura está ainda a possibilidade de escolher a especialização do curso após o contacto com as diferentes esferas de conhecimento. Os estudantes podem assim tomar opções com base na experiência letiva, anulando a pressão existente nas opções normais e a probabilidade de desistência ou troca de curso. A estrutura da licenciatura em Estudos Gerais pode obedecer a um tronco comum (com a escolha posterior de majors e minors) ou à frequência livre de disciplinas. Na primeira solução, os discentes cumprem um requisito de língua estrangeira, escolhem entre um leque de instrumentos, debatem questões pertinentes para os universos das artes, ciências e humanidades e leem textos essenciais no âmbito dos três domínios. No segundo regime, os estudantes têm, igualmente, que completar os requisitos do tronco 38 WE’BIZ Março 2015

comum (60 créditos), escolhendo os restantes 120 créditos sem restrições (à exceção das precedências), entre todas as disciplinas integradas no programa do curso. A amplitude temática do curso reflete-se na possibilidade de recolher competências em áreas tão distintas como: línguas, comunicação, filosofia, história, linguística, literatura, arqueologia, arte, cultura, biologia, bioquímica, físico-química, matemática, estatística, expressão plástica, física, geologia, informática e química. Após a conclusão da licenciatura, os estudantes de Estudos Gerais poderão aceder a mestrados lecionados nas três faculdades promotoras do curso e em outras instituições vinculadas à Universidade de Lisboa.

A composição de currículo é outra opção conferida pela licenciatura, que permite aos alunos do ensino superior reunir condições para ingressar em pós-graduações de índole vocacional ou com requisitos específicos de admissão. Para os licenciados interessados em transitar diretamente para o mercado de trabalho, o curso em Estudos Gerais abre portas para múltiplas atividades profissionais já que prepara os alunos para variadas solicitações do universo empresarial. A experiência formativa versátil e completa, com possibilidade adicional de concentração em áreas específicas de interesse, pode assim conferir uma mais-valia no processo de recrutamento.


FORMAÇÃO ‹ weLEARNING

COMO SE DESENHA O CURSO A licenciatura que permite conciliar a maior parte das áreas das Artes, das Ciências e das Humanidades funciona do seguinte modo: o tronco comum é completado pela frequência de outras disciplinas, selecionadas pelo aluno. Esta seleção pode ser organizada em torno de um leque vasto de áreas de concentração, apelidadas, na linguagem académica formal, como Majors e Minors. Na prática, os estudantes terão apenas de fazer algumas contas, no sentido de chegar às unidades de crédito necessárias para completar o grau de licenciatura, ao abrigo do chamado ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System).

OPÇÕES DE ESCOLHA Minors

Majors

(opções que valem 30 ECTS)

(opções que valem 60 ECTS)

› História de África

› História da Arte

› Língua e Linguística Espanholas

› Ciências Matemáticas

› Língua e Linguística Francesas

› Ciências Físico-Químicas

› Língua e Linguística Inglesas

› Estudos Africanos

CONTAS A FAZER PARA PERSONALIZAR A LICENCIATURA 180 ECTS - unidades globais necessárias para completar a licenciatura 120 ECTS - número total de unidades que o estudante pode gerir 30 ECTS – valor de créditos das disciplinas na categoria minor 60 ECTS - valor de créditos das disciplinas na categoria major

› Linguística Experimental › Literaturas e Culturas Africanas › Processamento de Língua Natural › Biologia

Majors e Minors

› Estatística e Investigação Operacional

(opções que podem assumir as duas tipologias e que podem, por isso, ter a valorização máxima de 60 ECTS)

› Física

› Expressão Plástica

› Geologia

› Tradução

› História e Filosofia das Ciências

› Português Língua Estrangeira/ Língua Segunda

› Bioquímica

› Informática › Matemática › Química › Tecnologias de Informação Geográfica

› História › Estudos Românicos › Estudos Portugueses › Estudos Norte-Americanos

› Culturas Africanas e Diálogos Interculturais

› Estudos Ingleses

› Edição

› Estudos Espanhóis

› Estudos Brasileiros

› Estudos Clássicos

› Estudos Eslavos

› Estudos Asiáticos

› Estudos Franceses

› Estudos Alemães

› Estudos Italianos

› Comunicação e Cultura

› Estudos Literários

› Comunicação em Língua Portuguesa

› Processamento de Língua Natural

› Estudos Filosóficos

› Artes e Culturas Comparadas › Artes do Espetáculo › Arqueologia

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weLEARNING › FORMAÇÃO FORMAÇÃO AVANÇADA

PÓS-GRADUAÇÕES, MASTERS E OUTRAS OFERTAS FOCADAS NAS NECESSIDADES DAS EMPRESAS E NAS OPORTUNIDADES DOS EMPREENDEDORES A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários acaba de lançar o novo plano de formação avançada para 2015. O programa Certified International Professional Coach, a Formação Avançada em Lean Management, o Master Executivo em Organização e Gestão de Eventos, a PósGraduação Executiva em Gestão e a Pós-Graduação em Sales Management são as cinco formações agendadas no calendário de programas avançados da associação para o presente ano. Reforçar competências, preparar a inserção no mercado laboral ou garantir a certificação para uma nova atividade profissional são três vantagens competitivas enquadradas neste plano de ofertas com foco geográfico na cidade do Porto. 40 WE’BIZ Março 2015

O pontapé de saída no calendário do novo ano foi dado pelo programa Certified International Professional Coach. Levada a cabo na sede nacional da associação, no Porto, entre os dias 20 de fevereiro e 3 de outubro, esta formação avançada organizada em parceria com International Coaching University confere aos formandos uma certificação de Coach Profissional. Seguiu-se a Formação Avançada em Lean Management, a decorrer desde o dia 3 e até 27 de março, no centro de formação empresarial da associação, no Porto. O mesmo local acolhe, entre 8 de abril e 5 de outubro, a estreia do

Master Executivo em Organização e Gestão de Eventos. Trata-se de uma formação executiva organizada pela associação, em parceria com Observatório de Investigação e Desenvolvimento de Comunicação, e desenhada para o desenvolvimento de competências essenciais ao planeamento e à implementação das decisões estratégicas e operacionais na gestão de eventos. A gestão, mas na vertente empresarial, será o tema em evidência na Pós-Graduação Executiva em Gestão, a decorrer entre os dias 29 abril e 18 de novembro. Contabilizando já quatro edições, este programa avançado promovido em

Vendas, Eventos, Gestão e Coaching são as temáticas em evidência num plano com créditos académicos superiores, que se diferencia das tradicionais ofertas universitárias pela proximidade com a realidade empresarial.


FORMAÇÃO ‹ weLEARNING parceria com o Instituto Universitário da Maia (ISMAI) apresenta novidades no plano formativo, de modo a responder às ameaças do mercado e explorar as oportunidades eminentes de crescimento, nomeadamente no universo da Economia Digital. A Pós-Graduação Executiva em Gestão concentra assim atenções nos processos inerentes à função de gestor empresarial (fiscalidade, logística, estratégia, inovação, marketing, liderança e vendas) e pode conferir um diploma de PósGraduação Executiva em Gestão e

CERTIFIED INTERNATIONAL PROFESSIONAL COACH Datas: A decorrer até ao dia 3 de outubro Local: Sede Nacional da ANJE (Rua Paulo da Gama - Porto) Vantagem: Os formandos ficarão habilitados, após aprovação em exame final, para exercer a atividade de Coach Profissional.

UTIVO MASTER EXEC ÇÃO A IZ EM ORGAN ENTOS EV E D E GESTÃO

o ril a 5 de outubr Datas: 8 de ab Formação Local: Centro de ANJE no Porto da l ia ar es pr Em Alegre - Porto) (Rua do Passeio Vantagem: petências Recolha de com renciadoras fe di essenciais e o e gestão çã za ni ga or a para cesso su m co s de evento e conta com numa oferta qu adores experientes form s. ai internacion

30 ECTS (European Credit Transfer System) a explorar nos mestrados do ISMAI. A encerrar o conjunto de formações avançadas previstas está a PósGraduação em Sales Management. “Marketing e Tendências de Consumo” (6 de maio a 29 de junho), “Novas Tendências nas Vendas” (7 de setembro a 26 de outubro) e “Gestão Estratégica da Equipa de Vendas” (9 de novembro a 28 de dezembro) são os três masters constituintes da pós-graduação, que pretende promover um desempenho comercial

PÓS-GRADUAÇÃO EM SALES MANAGEMENT

Datas: 6 de maio a 28 de dezembro

Local: Centro de Forma ção Empresarial da ANJE no Porto (Rua do Passeio Alegre - Porto) Vantagem: Obtenção de diploma de 30 ECTS (European Cre dit Transfer System) a exp lorar nos mestrados do ISMAI é ape nas a questão formal de uma oferta que aborda novas tendên cias de vendas, consumo e ges tão de equipas comerciais.

FORMAÇ ÃO AVANÇA DA EM LE AN MANAGE MENT

Datas: 3 a 27 de març o Local: Cen tro de Form ação Empresari al da ANJE no Porto (Rua do Pa sseio Aleg re - Porto) Vantagem : Redução d o desperd ício de valor n as empresa e criação s, com aumento d e produtiv idade e eficiência .

diferenciador, abordando diferentes dimensões estratégicas inerentes aos processos de Gestão de Vendas. No final, os formandos poderão, igualmente, obter um diploma de Pós-Graduação Executiva em Sales Management e ainda 30 ECTS (European Credit Transfer System) a explorar nos mestrados do ISMAI, entidade parceira da ANJE neste programa formativo.

PÓS-GR A EXECU DUAÇÃO TIVA EM GES TÃO

Datas: 29 novemb de abril a 18 de ro Local: C entro de Formaç Empres ão ari (Rua do al da ANJE no P o Passeio Alegre - rto Porto) Vantag em: Mais do que o dip lo ECTS (E uropean ma e as 30 Credit T System ransfer )a mestrad explorar nos os do IS M confere AI, este co cu voltada mpetências prá rso s para a s necess ticas, reais do idades s gestore s.

ÁREAS TEMÁTICAS PROGRAMA DE FORMAÇÃO AVANÇADA ANJE Vendas Eventos Gestão Coaching

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weCREATE › ECONOMIA CRIATIVA

O Porto criativo emerge a todo o vapor! O Porto continua a dar passos firmes rumo a uma afirmação global enquanto polo de indústrias criativas. O movimento emergente de projetos culturais e artísticos com potencial económico já não se fica pelas passadas seguras: há todo um motor a trabalhar a seu favor. O “LOCOMOTIVA” é

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um exemplo literal do que falamos. Trata-se de um projeto que tem como missão revitalizar o centro histórico da cidade invicta, mais concretamente o espaço circundante da estação de São Bento. Inaugurado em dezembro do ano passado, o projeto continuará a animar a baixa portuense até junho, com surpresas, transformações

estéticas e múltiplas linguagens em cena. Por agora, o “LOCOMOTIVA” já começou a “ESPIGAR” os criativos da cidade. É sob este mote que o projeto recebe candidaturas para os agentes interessados em dinamizar a programação cultural da Rua da Madeira, com um orçamento de 7.000 euros.


TECNOLOGIA E INOVAÇÃO ‹ weTECH

“Internet das coisas” agita setor das TIC É considerada a terceira onda da Internet e afigura-se como uma enorme oportunidade de negócio para as empresas de tecnologias, sobretudo pelas disrupções que introduz na forma de gerir dispositivos eletrónicos nas mais diversas áreas e com os mais diversos fins. Carros autónomos, casas inteligentes, cidades do futuro, sensores corporais, tecnologia wearable… Enfim, um admirável mundo novo a que foi dado o epíteto de “internet das coisas”. Estima-se que, em 2020, haja 50 mil milhões de dispositivos interligados. O avassalador desenvolvimento das novas tecnologias, em particular dos dispositivos móveis e das redes sem fios, conduziu à disseminação de uma miríade de sensores “inteligentes” nas mais diversas áreas. Sensores, esses, que passaram a produzir cada vez mais dados, promovendo o aparecimento da chamada “internet das coisas”. Este conceito permite-nos imaginar um mundo futurista em que todos os equipamentos (do fogão ao automóvel) estão ligados à internet, podem ser controlados à distância, comunicam entre si e são dotados de alguma inteligência artificial. Na verdade, não se trata propriamente de um conceito novo. Mas, nos últimos anos, tem havido uma reiterada aposta comercial na “internet das coisas” por parte das

grandes empresas de tecnologias, como a Microsoft, Apple, Cisco, Google, IBM, Intel ou Samsung. Estamos, pois, a caminhar para a massificação do conceito, movidos pelo aumento da oferta nesta área e pelo consequente abaixamento dos custos. Aliás, em domínios como a domótica (apps, smartphones e outros dispositivos eletrónicos para gerir os eletrodomésticos, os termóstatos, as luzes, as portas de garagem, os sensores de movimento, etc.), as cidades inteligentes (instalação de sensores para analisar dados e fazer uma gestão mais inteligente dos recursos, como o espaço e a energia), a indústria automóvel (automóveis cada vez mais autónomos, ligados à Internet e a interagirem com outros veículos e

elementos das estradas) ou a saúde (sensores para registo, em tempo real, de dados sobre a atividade corporal, para posteriores aplicações) a massificação é já uma realidade. Com as empresas a lançarem em tropel cada vez mais produtos e serviços para a “internet das coisas”, os analistas apontam para um crescimento significativo deste mercado ao longo dos próximos anos. Os números divulgados pela Cisco no Internet of Things World Forum, em 2014, indicam que existem já mais de 10 mil milhões de dispositivos ligados, com endereço IP, e que esse número vai crescer de forma exponencial, excedendo os 50 mil milhões de sensores e outros dispositivos até ao ano 2020.

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weTECH › TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Crescimento do mundo digital Num outro estudo, desta feita da consultora IDC, é dito que, em grande medida devido à “internet das coisas”, o mundo digital está a duplicar a cada dois anos e vai multiplicar-se dez vezes até 2020, passando de 4,4 zetabytes para 44 zetabytes. O estudo diz ainda que, em 2013, “apenas 22% da informação no universo digital foi considerada como dados úteis, mas menos de 5% desses dados úteis foi realmente analisado – deixando uma enorme quantidade de dados perdidos como matéria escura no universo digital. Em 2020, mais de 35% de todos os dados poderão ser considerados dados úteis, graças ao crescimento de dados da ‘Internet of Things’, mas caberá às empresas colocar esses dados em utilização”. Merece igualmente destaque, entre as conclusões do estudo, o crescimento das economias emergentes ao nível da produção de dados. Atualmente, 60% dos dados provêm de mercados maduros como a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos. Mas, em 2020, a percentagem vai alterar-se e os mercados emergentes – incluindo Brasil, China, Índia, México e Rússia – vão representar a maioria dos dados. De referir ainda que os dados vão superar a capacidade de armazenamento. Hoje em dia, a capacidade mundial de armazenamento disponível (ou seja, bytes não utilizados) em todos os tipos de media está a crescer mais lentamente do que o universo digital. Em 2013, a capacidade de armazenamento disponível era de apenas 33% do universo digital. Mas, em 2020, a capacidade de armazenar será inferior a 15%. Ainda que a maioria dos dados seja transitória, não requerendo armazenamento. Por outro lado, os dados na nuvem duplicam: em 2013, menos de 20% dos dados no universo digital foram armazenados na cloud. Em, 2020, essa percentagem vai duplicar para 40%. Acresce que dois terços dos bits são criados ou capturados pelos consumidores e trabalhadores, mas as empresas têm obrigações ou responsabilidade por 85% do universo digital.

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Coqueluche do Consumer Electronic Show De resto, a “internet das coisas” foi a coqueluche do Consumer Electronic Show 2015, a mais prestigiada feira de tecnologia, que se realiza todos os anos em Las Vegas. Automóveis que andam e estacionam sozinhos, máquinas de lavar inteligentes ou telemóveis que se transformam em chaves de casa foram algumas das novidades no mundo da “internet das coisas”. Durante o certame foi apresentado o Rollkers, um dispositivo de transporte que funciona preso às sapatilhas e permite ao utilizador caminhar mais rapidamente. Destaque também para o Activite Pop, da Withings, um relógio inteligente que, além de indicar as horas, possui sensores de monitorização. Acrescente-se ainda à lista de invenções mirabolantes o Invoxia, da Triby, um dispositivo que faz ligações telefónicas, recebe mensagens digitais, transmite música

e pode ser colocado em qualquer lugar da casa. Ou a escova de dentes Vigilant Rainbow, que, uma vez conectada a um smartphone, não só regista os hábitos do utilizador como ainda lhe propõe jogos. Refira-se ainda que, tal como na edição transata, os fabricantes de tecnologias apostaram fortemente nos wearable, dispositivos tecnológicos que se podem vestir. A “internet das coisas” está, pois, a transformar a nossa sociedade, os nossos modos de vida e os nossos modelos económicos, em particular no setor das TIC. A internet, tal como se encontra hoje, não tem capacidade para armazenar e processar em tempo real um volumes de dados tão grande como o que está previsto. Ora, para ultrapassar esta situação, terão de ser encontradas soluções tecnologicamente viáveis e comercializá-las de forma massificada. Isto significa novas oportunidades de negócio e, consequentemente, a emergências de novas empresas, produtos e serviços no setor das TIC.

CONCEITO: WEB, INTERAÇÃO, CONTROLO À DISTÂNCIA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O desenvolvimento dos dispositivos móveis e das redes sem fios conduziu à disseminação de uma miríade de sensores “inteligentes”, que passaram a produzir cada vez mais dados, promovendo o aparecimento da chamada “internet das coisas”. Este conceito permite-nos imaginar um mundo futurista em que todos os equipamentos (do fogão ao automóvel) estão ligados à internet, podem ser controlados à distância, comunicam entre si e são dotados de alguma inteligência artificial.


EMPREENDEDORISMO SOCIAL ‹ weSOCIAL

Maior rede de inovação social da Europa quer posicionar Portugal como país pioneiro na criação de um ecossistema de valor partilhado, envolvendo agentes económicos de diversos setores. A partilha é, de acordo com vários empreendedores e gurus empresariais, uma das tendências atuais de negócio. Mas da informalidade das tendências à exploração ética do conceito vai uma longa distância. Visionária e responsável, por matriz, a ESLIDER PORTUGAL, que se assume como a maior rede de inovação social da Europa, desenvolveu um o Manifesto para uma Economia de Valor Partilhado. Apresentado ao Presidente da República, em dezembro de 2013, como que em pré-lançamento, o projeto prepara-se este mês para se afirmar enquanto proposta formal, dirigida aos vários agentes económicos. “Propomos a criação de um ecossistema amigo do valor partilhado, gerador de processos de inovação horizontal e transversal participados por uma miríade

de atores. Propomos uma agenda audaciosa de valor partilhado capaz de ser assumida pelos vários agentes e setores da nossa sociedade”, refere o documento a que a WE’BIZ teve acesso. Tudo isto no pressuposto de que os vários agentes económicos podem cruzar as suas atividades, criando valor de forma partilhada e sustentável. O mesmo é dizer que se propõe aos agentes cuja ação é vocacionada para a criação de riqueza que passem a orientar essa ação por princípios de participação, responsabilização, colaboração e interdependência entre os vários setores: do público ao privado, passando pelo social e o académico. Na verdade, estes princípios envolvem diferentes níveis: “organizacional”, “societal”, “comportamental” e “individual”. Março 2015 WE’BIZ 45


weSOCIAL › EMPREENDEDORISMO SOCIAL POSICIONAMENTO GLOBAL E TRÊS PROPOSTAS INOVADORAS A visão deste manifesto é ambiciosa e vai de encontro a um posicionamento global, na medida em que traduz o desiderato de “fazer de Portugal um exemplo pioneiro na cooperação intersetorial, na eficiência no uso dos recursos, na ligação intergeracional, na inovação e no empreendedorismo para a sustentabilidade

A visão deste manifesto é ambiciosa e vai de encontro a um posicionamento global, na medida em que traduz o desiderato de “fazer de Portugal um exemplo pioneiro na cooperação intersetorial, na eficiência no uso dos recursos, na ligação intergeracional, na inovação e no empreendedorismo para a sustentabilidade”. A ESLIDER acrescenta ainda que com a concretização deste manifesto pretende que Portugal se imponha internacionalmente como uma nação capaz de “gerar, manter e desenvolver iniciativas inovadoras de valor partilhado com verdadeiro impacto na sociedade”. As propostas propriamente ditas envolvem três áreas temáticas: uma que vai no sentido da “educação segmentada” e da “aprendizagem integrada”, outra que visa “uma economia de usufruto e fluxo partilhado” e uma outra que vai

no sentido vulgarizar tudo isto, ou seja, deixar de ter a partilha “na margem”, como refere o documento, e convertê-la em algo “mainstream”, que faz parte do quotidiano de toda a sociedade. No campo da educação, cabem propostas específicas de intervenção nos planos curriculares, por exemplo, enquanto no âmbito do fluxo partilhado, que já envolve os diferentes agentes económicos, cabem sugestões tão variadas como joint ventures e redes colaborativas. No campo mais genérico que a ESLIDER apelida de “mainstream”, cabem medidas mais comportamentais, mas também, por exemplo, mecanismos que facilitem o investimento contra o impacto (de que são exemplos os títulos de impacto, descritos na caixa ao lado, como referências de boas práticas). A ESLIDER – Portugal é uma rede de líderes da sociedade civil que procuram gerar pontes entre os diferentes agentes da sociedade e soluções de colaboração, no sentido de resolver os problemas que a sociedade enfrenta.

“Community Bonds” – Biovilla – Portugal

EXEMPLOS DE PARTILHA DE VALOR

46 46 WE’BIZ WE’BIZ Março Março 2015 2015

A Biovilha foi pioneira na implementação de Títulos de Investimento Comunitário, uma ferramenta económica de financiamento comunitário que serve para unir investidores privados a organizações não lucrativas. O objetivo é desenvolver projetos na comunidade de forma participada e integrada, bem como realizar empréstimos com juros definidos de forma justa e transparente entre as partes.

“Social Impact Bond” – Lisboa – Portugal A Academia de Código Júnior é a primeira SIB – Social Impact Bond portuguesa, sendo por isso um exemplo nacional de boas práticas de partilha. Por SIB entende-se um mecanismo financeiro para a inovação social, com base em resultados. Mecanismo esse que implica o compromisso das entidades públicas pagarem aos investidores privados um retorno financeiro mediante comprovado impacto social. O projeto nacional de que falamos dedica-se ao ensino de programação informática a alunos do 1º ciclo e vai permitir perceber se é possível investir na solução de problemas sociais, neste caso a redução do insucesso escolar, de forma sustentável do ponto de vista financeiro.


ATUALIDADE ‹ weNOW

weNOW CAPITAL EUROPEIA DO EMPREENDEDORISMO 2015 JÁ TEM PROGRAMA DEFINIDO A estratégia desenhada pela cidade Lisboa para expandir o ecossistema empreendedor instalado no território geográfico da capital valeu a distinção de Capital Europeia do Empreendedorismo 2015. Atribuído pelo Comité das Regiões da União Europeia, o galardão foi recebido com entusiasmo pela Câmara Municipal de Lisboa, que aproveitou o marco para criar a maior incubadora pop up nacional durante um dia, no edifício dos Paços do Concelho. Startups, incubadoras, aceleradores de empresas e os principais players nacionais do empreendedorismo invadiram o espaço no mesmo dia (5 de fevereiro) em que o executivo camarário revelou o programa de iniciativas da Capital Europeia de Empreendedorismo para o ano de 2015. “Por cada má notícia, uma boa iniciativa” foi a ideia que motivou António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a mobilizar os agentes e empreendedores da cidade na criação de uma nova dinâmica de iniciativa empresarial para a capital. Os resultados não tardaram a aparecer e, desde 2011, a rede de incubadoras instalada na cidade foi responsável pela criação de mais de 800 postos de trabalho. Para os próximos meses, a Capital Europeia de Empreendedorismo já tem algumas iniciativas definidas, num calendário que deverá conhecer novos contributos no decorrer do presente ano. Concursos, programas de aceleração, inaugurações de espaços de incubação, programas intensivos de promoção da prática empreendedora, roadshows e sessões de investimento são algumas das iniciativas com perfil enquadrável no calendário de ações da Capital Europeia de Empreendedorismo 2015. No mês de abril, por exemplo, a capital vai acolher o terceiro espaço da Startup Lisboa e

será o palco do Lisbon Challenge 2015 EER Edition, programa internacional de aceleração para startups em fase de crescimento, provenientes de qualquer setor de atividade ou país. A programação prolonga-se até ao final do ano com o propósito de fomentar a cooperação e proximidade entre a autarquia, os empreendedores e a comunidade lisboeta. No final, a Câmara Municipal de Lisboa espera conseguir aproveitar o estatuto de Capital Europeia de Empreendedorismo 2015 para transformar a cidade num espaço mais atrativo e criativo aos olhos dos investidores e residentes, promovendo a criação de emprego na capital.

CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES PROSSEGUE MAS É MAIS BRANDO Um dos grandes objetivos do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro português era reduzir o défice externo, promovendo o aumento da competitividade internacional das nossas empresas e, consequentemente, fazendo crescer o seu volume de exportações. E, de facto, as exportações portuguesas duplicaram o seu valor no PIB durante as duas últimas décadas, tendo até ocorrido uma aceleração após a entrada da troika, em 2011. No início do século XXI, as exportações representavam pouco mais de 20% do PIB. E quando a crise financeira rebentou, em 2008, encontravam-se ligeiramente acima de 30% do PIB, mantendo-se nesse nível até à intervenção da troika. A partir de então, verificou-se uma nova aceleração das exportações, prevendo-se que, dentro de dois anos, estas possam já representar 42% do PIB. “O peso das exportações deduzidas do respetivo conteúdo importado, que traduz o contributo efetivo desta componente para a criação de valor acrescentado interno, deverá manter uma tendência

ascendente”, diz o Banco de Portugal. Apesar destes encorajadores números, Portugal continua longe da média de outros países e não é ainda uma economia verdadeiramente aberta. Para se ter uma ideia, noutro país intervencionado, a Irlanda, as exportações representam mais de 80% do PIB. Por outro lado, se forem descontados os produtos importados, o peso das exportações portuguesas deverá rondar os 25% do PIB. É que as exportações nacionais têm cerca de 42% de conteúdo importado. Ou seja, Portugal importa 42 euros por cada 100 euros que exporta. Isto significa que, na situação atual, o aumento das exportações obriga a mais importações e o seu impacto na economia nacional será, portanto, menor do que o esperado. Refira-se, a propósito, que o conteúdo importado das exportações tem aumentado continuamente, passando de 33% em 1986, ano de entrada na CEE, para 42% atualmente. O final de 2014 revelou uma dinâmica maior das exportações portuguesas de bens. O crescimento homólogo de 4,9% em dezembro foi o terceiro maior do ano, depois de outubro ter sido o melhor mês de 2014 (9,2%). No entanto, no total do ano, as vendas ao exterior registaram uma variação positiva de apenas 1,9%, o valor mais baixo desde 2009. No balanço de 2014, Portugal exportou 48,2 mil milhões de euros (os tais 1,9%) e importou 58,8 mil milhões (3,2%), o que resulta num saldo negativo de 10,6 mil milhões de euros. Importa agora perceber de que forma a crise angolana, motivada sobretudo pela baixa do preço do petróleo, vai afetar a evolução das exportações portuguesas. Na verdade, a tendência de desaceleração das vendas para Angola é muito anterior à crise, pois as exportações portuguesas para este país africano passaram de um crescimento de 28% em 2012 para 4% em 2013. No ano passado, o crescimento das exportações foi de apenas 2%, mas ocorreu essencialmente entre abril e agosto, e não no final do ano. Ou seja, verificouse quando os efeitos da quebra do preço do petróleo ainda não eram tão agudos. Março2015 2015WE’BIZ WE’BIZ47 47 Março


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QUATRO AÇÕES, UM OBJETIVO COMUM: CRIAR EMPREGO EM PORTUGAL A evolução favorável do número de desempregados e a retoma económica nacional continuam na agenda política do Governo para 2015 e os primeiros meses do novo ano têm colecionado medidas e programas com diferentes destinatários, mas com o propósito comum de gerar novos postos de trabalho no tecido empresarial nacional. Os programas Emprego Jovem Ativo e Reativar, o projeto piloto para a atribuição de compensações a privados que empreguem desempregados pelo prazo mínimo de três meses, e uma medida que permite acumular os rendimentos de uma atividade profissional com a receção de uma parcela do subsídio de desemprego são algumas ações em curso para combater a problemática do desemprego. Confira as condições específicas de cada medida nos quadros resumo dispostos abaixo.

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Programa Reativar Os desempregados de longa duração, com mais de 30 anos, têm uma nova oportunidade de acesso ao mercado de trabalho. O programa Reativar, desenvolvido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e discutido em janeiro na Comissão Permanente de Concertação Social, deverá ser aprovado ainda no primeiro trimestre de 2015 e não apresenta exigências de qualificação para o acesso aos estágios. DURAÇÃO Estágios de seis meses. DESTINATÁRIOS Desempregados com 31 anos (no mínimo), registados nos centros de emprego há pelo menos 12 meses, incluindo cidadãos inscritos noutros países e que 48 WE’BIZ Março 2015

estejam de regresso a Portugal. Os beneficiários não podem ter frequentado qualquer estágio ao abrigo do IEFP anteriormente. QUEM PODE RECEBER ESTAGIÁRIOS? Empresas ou instituições privadas sem fins lucrativos. No caso de já terem beneficiado de qualquer programa de estágios do IEFP, as entidades empregadoras deverão ter contratado no mínimo um em cada quatro estagiários acolhidos nos três anos anteriores à candidatura atual. BOLSAS Os estagiários recebem uma bolsa mensal, que varia entre os 419,22 euros e os 691,70 euros. Ao valor mencionado acresce ainda o subsídio de alimentação e, nos casos aplicáveis, o subsídio de transporte. VANTAGENS PARA O EMPREGADOR O IEFP comparticipa as bolsas em diferentes percentagens, de acordo com as especificidades da entidade candidata e do desempregado envolvido. Os apoios para as entidades empregadoras podem ser de: 65%, 80% ou 95%.

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Medida “Emprego jovem ativo” Os jovens desempregados com menos qualificações ou que possuam habilitações de nível superior contam também com uma medida de apoio à inserção no mercado de trabalho. Este é, por isso, o principal desígnio do “Emprego Jovem Ativo”, medida inserida no programa “Garantia Jovem”, responsável pela atribuição de incentivos a empresas que contribuam ativamente para a integração socioprofissional de jovens com condições desfavoráveis à empregabilidade. A gestão da medida é assegurada pelo IEFP.

DESTINATÁRIOS Jovens entre os 18 e os 29 anos, independentemente de terem cumprido a escolaridade mínima obrigatória (9º ano) ou de possuírem qualificações de nível superior. Os beneficiários deverão ainda estar inscritos no IEFP como desempregados, não possuindo histórico de salário ou descontos há mais de 12 meses. COMO FUNCIONA? As entidades promotoras devem formar equipas constituídas por dois ou três elementos, potenciando o trabalho conjunto entre cidadãos com menos qualificações ou possibilidades de obter um emprego e jovens com habilitações de nível superior. QUEM PODE EMPREGAR? Entidades públicas ou privadas e instituições particulares de solidariedade social. DURAÇÃO DOS PROJETOS Seis meses. BOLSAS A medida prevê o pagamento de uma bolsa mensal de 293,45 euros aos jovens com menores qualificações e de 544,99 euros para os beneficiários mais qualificados. Aos valores referidos acrescem ainda o subsídio de refeição e o seguro de acidentes pessoais. VANTAGENS PARA O EMPREGADOR As entidades que aderirem à medida poderão garantir o financiamento da bolsa mensal a 100%.

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Projeto-piloto para a concessão de incentivos a entidades privadas empregadoras No final de janeiro, o Governo anunciou que pretende avançar com um projeto-piloto para a


ATUALIDADE ‹ weNOW colocação de desempregados subsidiados por parte de agências privadas de colocação ou empresas de trabalho temporário (que cumpram os formalismos necessários) a troco de uma remuneração. A medida pretende estabelecer um elo de cooperação entre os serviços público e privado de emprego. A medida já havia sido anunciada em 2012, mas só agora conhece novos desenvolvimentos. Sem revelar os valores monetários envolvidos no projeto ou a respetiva data de arranque, o Governo acredita que esta iniciativa pode abranger 10 mil desempregados nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. DESTINATÁRIOS Desempregados inscritos nos centros de emprego há 12 meses ou há seis, no caso dos cidadãos com mais de 45 anos. COMO FUNCIONA? A cooperação entre agências privadas de colocação e o setor público de emprego permitirá angariar ofertas de emprego para responder a 10 mil desempregados de Porto e Lisboa. A responsabilidade das ofertas de oportunidades reais de trabalho está assim alocada às entidades privadas e contempla duas fases: › Fase de integração profissional - etapa que compreende a celebração de um contrato de trabalho (a tempo completo) sem termo ou a termo certo de, pelo menos, três meses. › Fase de acompanhamento pósinserção - corresponde à duração do contrato de trabalho e pode durar, no máximo, 12 meses.

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Nova medida para subsidiar baixos salários (parte do subsídio de desemprego + rendimento da atividade profissional)

Em fevereiro, a intenção de aliviar a problemática do desemprego conheceu uma nova etapa com a publicação em Diário da República de uma alteração à medida que incentiva os desempregados a aceitar empregos com rendimentos inferiores ao subsídio de desemprego. Válida desde o início de 2015, esta medida acolheu alterações sobre a primeira versão para alargar o espetro de beneficiários. DESTINATÁRIOS Desempregados a receber subsídio, inscritos nos centros de emprego há mais de três meses e que aceitem uma oferta de emprego onde obtenham níveis de rendimento inferiores à prestação de desemprego atual. Os cidadãos sem atividade profissional e com idade acima dos 45 anos não têm qualquer exigência sobre o tempo de inscrição. No início do contrato, os beneficiários têm ainda de ter direito a três meses de subsídio. DURAÇÃO E CONDIÇÕES DO APOIO O apoio tem uma duração máxima de 12 meses. Na primeira metade do período referido, os desempregados vão auferir 50% do montante total do respetivo subsídio de desemprego, até ao limite máximo de 500 euros. Nos restantes seis meses, a prestação reduz para 25%, estando limitada ao montante máximo de 250 euros. O apoio financeiro concedido está limitado ao período de duração da prestação de desemprego. APOIO CUMULATIVO O apoio pode ser acumulado com o Estímulo Emprego e a dispensa temporária do pagamento de contribuições para a Segurança Social. REQUISITOS DO CONTRATO Elegíveis para esta medida são apenas os contratos celebrados a partir de 1 de janeiro do presente ano, com duração igual ou superior a três meses e que garantam o salário mínimo (505 euros) ou o salário previsto em regime de contratação coletiva. Os contratos celebrados com uma entidade com

a qual o beneficiário manteve uma relação laboral e cuja cessação originou as prestações de desemprego estão excluídos. REGRAS DE SOLICITAÇÃO DO APOIO Esta solução de apoio deve ser requerida pelo beneficiário no prazo de 30 dias consecutivos após a data do início do contrato de trabalho. Nos casos dos contratos que iniciaram no período entre 1 de janeiro de 2015 e a data de entrada em vigor da Portaria regulamentadora, o prazo de 30 dias deve ser contabilizado a partir de 11 de fevereiro. No caso de renovação ou conversão de contratos a termo, a prorrogação do apoio deve ser solicitada no prazo de 15 dias consecutivos após a sua ocorrência.

INVESTE JOVEM CONFERE OPORTUNIDADES FINANCEIRAS E ESTRATÉGICAS AOS EMPREENDEDORES DESEMPREGADOS APOIOS AO INVESTIMENTO CHEGAM ATÉ 75% DO MONTANTE TOTAL ELEGÍVEL A viabilização de projetos empresariais inovadores é o principal resultado prático associado ao Investe Jovem, programa dinamizado pelo Instituto de Emprego e Formação Empresarial (IEFP), que concede apoios financeiros ao investimento e à criação do próprio emprego, bem como oportunidades para o reforço de competências na criação de negócios. Os destinatários principais são os jovens entre os 18 e 29 anos (inclusivamente) inscritos como desempregados, detentores de uma ideia de negócio viável e com nível de formação adequado para a respetiva implementação no mercado. O período de candidaturas encerra no dia 31 de dezembro. Março 2015 WE’BIZ 49


weNOW › ATUALIDADE A operacionalização do programa Investe Jovem segue uma tríade de propósitos centrais, a saber: estimular a criação de emprego, fomentar a prática empreendedora e contribuir ativamente para a recuperação económica regional e nacional. Com uma dotação avaliada em 11 milhões de euros, a solução para a implementação de projetos empreendedores idealizados por desempregados espera apoiar 400 novas iniciativas empresariais ao longo do ano 2015, gerando mil novos postos de trabalho. No próximo ano, o Governo deverá duplicar o montante disponibilizado para a implementação do Investe Jovem no terreno. Enquadrada no programa Garantia Jovem, esta medida confere apoios estratégicos e financeiros sob a forma de três modalidades: apoio financeiro ao investimento, incentivos monetários à criação do próprio emprego e apoio técnico na área do empreendedorismo, com reforço de competências que permitam estruturar e consolidar projetos empresariais. Na primeira tipologia, os incentivos ao investimento podem chegar até 75% do montante total elegível e variam entre 1 048 e 41 922 euros. Os promotores devem assegurar, no mínimo, 10% do investimento total elegível em capitais próprios e o apoio financeiro é atribuído sob a forma de empréstimo sem juros, amortizável no prazo de 54 meses (de acordo com as condições definidas inicialmente). Ainda em matéria de apoios financeiros, o programa Investe Jovem prevê a atribuição de benefícios para a criação do próprio emprego dos promotores. Esta modalidade de apoio estabelece a concessão de subsídios não reembolsáveis, até ao valor máximo de 2 515 euros por posto de trabalho criado (a tempo inteiro). Trata-se, no entanto, de um incentivo limitado a quatro profissionais contratados e à consequente ajuda financeira máxima de 10 061,28 euros. O apoio técnico está igualmente previsto no quadro de benefícios do programa, sob a forma de desenvolvimento de competências na área de empreendedorismo, estruturação e consolidação de projetos. A concretização do apoio técnico à consolidação de projetos deve ser assegurada por uma organização associada à Rede de Entidades Prestadoras de Apoio Técnico (EPAT) credenciada pelo IEFP. 50 WE’BIZ Março 2015

O processo de análise dos projetos submetidos vai recorrer a critérios baseados em conhecimentos de excelência, lecionados em estabelecimentos de ensino superior especializados nas áreas de contabilidade, gestão, economia e finanças. Para beneficiar dos apoios financeiro e estratégico da medida, os desempregados não podem incluir, no investimento a realizar, a compra de capital social de empresas existentes, devendo ainda comprovar a viabilidade técnica e financeira dos projetos sugeridos.

REQUISITOS DOS PROJETOS CANDIDATOS Os projetos para a criação de empresas devem respeitar os seguintes requisitos: › apresentar um investimento entre 2,5 e 100 x IAS (419,22 euros); › apresentar viabilidade técnica e financeira; › não incluir, no investimento a realizar, a compra de capital social de empresas existentes.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DOS APOIOS Apoios ao investimento › Apoio financeiro até 75% do investimento total elegível; › Este apoio só pode financiar o fundo de maneio indexado ao projeto até 50% do investimento elegível, no limite de 5 x IAS; › Os promotores devem assegurar, pelo menos, 10% do investimento total elegível, em capitais próprios; › O apoio financeiro é atribuído sob a forma de empréstimos sem juros, amortizável no prazo de 54 meses, de acordo com o investimento total aprovado. Apoios à criação do próprio emprego dos promotores › Apoio financeiro sob a forma de subsídio não reembolsável, até ao montante de 6 x IAS por destinatário promotor que crie o seu posto de trabalho a tempo inteiro; › Válido até ao limite de quatro postos de trabalho.

Apoio técnico › Para o desenvolvimento de competências na área do empreendedorismo e na estruturação do projeto (apoio assegurado por iniciativa e responsabilidade do IEFP); › Para consolidação de projetos – apoio assegurado pela Rede de Entidades Prestadoras de Apoio Técnico (EPAT), credenciadas pelo IEFP.

CONDIÇÕES DE ATRIBUIÇÃO DOS APOIOS › As novas empresas não podem ter iniciado a atividade à data da entrega do pedido de financiamento; Desde a data da contratualização dos apoios e até à extinção das obrigações associadas à execução do projeto, as novas empresas devem reunir, cumulativamente, os seguintes requisitos: › encontrarem-se regularmente constituídas e registadas; › disporem de licenciamento e demais requisitos legais exigidos para o exercício da atividade ou apresentarem comprovativo de terem iniciado o processo aplicável; › terem a situação contributiva regularizada perante a administração tributária e a segurança social; › não se encontrarem em situação de incumprimento no que respeita a apoios financeiros concedidos pelo IEFP; › terem a situação regularizada em matéria de restituições no âmbito dos Fundos Estruturais; › disporem de contabilidade organizada de acordo com o previsto na lei, quando aplicável.


OPINIÃO ‹ weTHINK

OPINIÃO José F. G. Mendes

Vice-Reitor da Universidade do Minho

NOTAS SOBRE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL De entre os múltiplos ângulos a partir dos quais se pode observar a temática da inovação & empreendedorismo na economia portuguesa, interessa-me a criação de valor através da incorporação de conhecimento e, em particular, as relações universidade-empresa. Assim, tomando esta perspetiva, podem elencar-se quatro questões que caracterizam a situação portuguesa: a desconfiança na relação entre universidade e empresas; a tendência para desfocar a ação das interfaces universidadeempresa; a aposta num modelo que alimenta a diversidade em detrimento do volume; e a sedução dos protoclusters em desfavor dos clusters tradicionais. Começando pela desconfiança, importa recordar que até há bem pouco tempo empresas e universidades falavam linguagens bem distintas, orientando a sua ação por objetivos que pouco ou nada tinham em comum. A verdade é que este relacionamento se tem alterado substancialmente nos últimos anos. As exigências de competitividade, quer das empresas quer das universidades, têm funcionado como um magnete para as atrair mutuamente. Do lado das políticas públicas, faz hoje sentido, mais do que nunca, financiar projetos conjuntos universidade-empresa, de forma a fazer convergir ambas as classes de instituições para objectivos comuns de criação de valor. As opções tomadas no contexto do Portugal 2020 refletem já este princípio de associar a Investigação & Desenvolvimento ao sector produtivo, nomeadamente as pequenas e médias empresas. O segundo problema é o enquadramento dos chamados Gabinetes de Transferência de Tecnologia (TTO – Technology Transfer Offices). Por muito que algumas universidades tentem conferir-lhes autonomia através de personalidades jurídicas privadas, a verdade é que continuam a existir forças que empurram os TTO para o interior das universidades, a começar pelo próprio Tribunal de Contas, cuja leitura da missão das universidades é, em meu entender, desajustada da realidade e dos textos estatutários das instituições de ensino superior.

A terceira questão é o modelo de inovação & empreendedorismo que tem sido adoptado pelos atores, quer académicos, quer empresariais. A tendência tem sido a promoção da diversidade, sobretudo através daquilo que designo por incubação de linha branca. Aquilo que proponho são incubadoras de nova geração, em que a diversidade se desenvolve em torno de áreas temáticas com o objetivo de desenvolver a respetiva cadeia de valor. Neste conceito cabe a incubadora da moda, a incubadora do turismo, a incubadora do habitat, ou outras, em que se apoia a criação de soluções e de startups que, para esse sector específico da economia, atuam nas áreas do design, do desenvolvimento de novos produtos, do marketing, da logística, dos sistemas de informação, etc. Mas, para além da diversidade, há o volume, que são os grandes projetos de inovação em que os centros de investigação das universidades se associam a empresas com capacidade de se constituírem como tomadoras de tecnologia e desenvolvem novas classes de produtos com potencial para conquistarem quotas de mercado significativas. As nossas melhores universidades nem sempre entendem que a sua primeira prioridade na inovação deve ser o volume, já que a diversidade pode acontecer por outros processos alheios à academia. Por fim, a questão dos clusters. Sem prejuízo do interesse em investir nos protoclusters, como as tecnologias de informação ou da saúde, é necessário desmontar a ideia de que os sectores tradicionais têm pouca apetência para a inovação. A moda, o habitat, a metalomecânica, o agroindustrial, o turismo e o mar são sectores que têm ganho quotas de mercado justamente pela sua capacidade de inovar no produto, pelo que têm de estar na linha da frente das políticas públicas.

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AGENDA DESTAQUE

weNEXT › AGENDA

Happy Conference

dissemina atitude vencedora no tecido empresarial nacional Confiança, produtividade, liderança e felicidade são alguns dos conceitos envolvidos na proposta de valor da Happy Conference 2015, agendada para 18 de março. Subordinada ao tema “The Winning Mindset: High-Achievers in Business and Life”, a conferência vai decorrer na reitoria da Universidade Nova, em Lisboa, e foca atenções na transformação da atitude dos empresários para assegurar a criação de um núcleo de organizações vencedoras. Ian Robertson é o nome do psicólogo doutorado em Neuropsicologia convidado para revelar o papel das neurociências na construção de percursos profissionais e projetos empresariais de sucesso. De olhos postos na transformação do pensamento estratégico e operacional das organizações portuguesas, a Happy Corporations Society chama a si a missão de apoiar e inspirar profissionais e empresas na criação de uma cultura de felicidade, produtividade e crescimento positivo e sustentável. Na perseguição deste objetivo, a Win World (entidade organizadora do certame) procura assim interagir com os pensadores, investigadores e palestrantes mais provocadores e disruptivos, que demonstrem capacidade para levar a cabo a transformação idealizada. Na Happy Conference 2015, o foco está direcionado para a atitude vencedora, de forma a potenciar o aumento dos níveis de crescimento, produtividade, sucesso e felicidade nas organizações portuguesas. Para abordar o tema “The Winning Mindset: High-Achievers in Business and Life”, a Win World convidou Ian Robertson, psicólogo doutorado em Neuropsicologia e diretor-fundador do Trinity College Institute of Neuroscience. Orador reconhecido internacionalmente pela capacidade comunicativa, Ian Robertson produziu mais de 200 artigos para publicações científicas, bem como o livro “The Winner Effect: How Power Affects Your Brain”. Ao longo das duas horas da conferência, o investigador vai trabalhar sobre o mindset dos participantes, explicando o método de funcionamento da motivação. A influência da química do cérebro sobre o comportamento humano será outra matéria abordada durante a conferência, sendo que no final os participantes poderão percecionar a 52 WE’BIZ Março 2015

relação estabelecida entre os dois elementos na definição e obtenção de objetivos ambiciosos. O conjunto de benefícios associado à proposta de valor da conferência não está, por isso, restringido à componente teórica, manifestando influência direta na produtividade e nas atividades operacionais de quadros e gestores empresariais. Os participantes poderão, assim, desenvolver competências com os seguintes propósitos: reconhecer a origem da motivação associada a uma postura vencedora, identificar estratégias para focar a atenção e compreender as hormonas e neurotransmissores envolvidos nas diferentes ações diárias. Após cinco edições realizadas com sucesso, a Win World prepara-se para abordar um novo tema associado à atividade empresarial. Psicologia positiva, criatividade, inovação, confiança, produtividade, “empowerment” e liderança com magia cedem agora o lugar à atitude vencedora para promover uma cultura empresarial positiva, baseada em resultados extraordinários e crescimento sustentável. A participação na Happy Conference 2015 tem um custo de 235 euros (mais IVA) e a inscrição pode ser efetuada em www. happycorporationssociety.com.

HAPPY CONFERENCE 2015 - “THE WINNING MINDSET: HIGH-ACHIEVERS IN BUSINESS AND LIFE” Cidade: Lisboa (Reitoria da Universidade Nova) Data: 18 de março Promotor: Win World Preços: 235 euros (acresce o valor do IVA) Inscrições: hcs@winworld.pt Contacto: www.happycorporationssociety.com


AGENDA ‹ weNEXT

MARÇO 2015 CONCURSO DO CENTRO DE FRUTOLOGIA COMPAL

Cidade: ---Data: 10 de março (termina o prazo de inscrições) Promotor: Compal Preços: ---Inscrições: www.centrofrutologiacompal.pt Contacto: www.centrofrutologiacompal.pt A academia do Centro de Frutologia Compal acaba de lançar um concurso para premiar três projetos levados a cabo por empreendedores que pretendam aumentar, reconverter ou instalar pela primeira vez a sua exploração agrícola. As candidaturas distinguidas conquistam um prémio monetário avaliado em 20 mil euros e a iniciativa pretende estimular a inovação na fruticultura nacional, consciencializando os agentes empresariais do setor sobre a relevância estratégica e económica dos negócios frutícolas.

CONFERÊNCIA “A REGIÃO NORTE NO PORTUGAL 2020”

Cidade: Santa Maria da Feira (Europarque - Rua Interior ao Europarque) Data: 11 de março Promotor: Comissão de Acompanhamento do NORTE 2020 Preços: ---Inscrições: www.norte2020.pt Contacto: www.norte2020.pt A apresentação das oportunidades de financiamento incluídas no NORTE 2020 - Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 é o principal objetivo da conferência “A Região Norte no Portugal 2020”. A iniciativa vai decorrer no próximo dia 11 de março, no Europarque, em Santa Maria da Feira. Durante a sessão, os participantes poderão obter informação sobre o método de funcionamento do programa e ainda identificar outras possibilidades de acesso ao capital, conferidas pelos programas temáticos de Competitividade e Internacionalização, Inclusão Social e Emprego, Capital Humano, Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos.

NOVABASE GAMESHIFTERS

Cidade: Lisboa (Rua Guiné, nº24 – Prior Velho) Data: 13 e 14 de março Promotor: Novabase

Preços: Gratuito Inscrições: www.gameshifters.novabase.pt Contacto: www.gameshifters.novabase.pt Como pode a tecnologia revolucionar o setor financeiro? Esta é a pergunta que motivou a criação da iniciativa Novabase Gameshifters. O objetivo é recolher ideias que aproximem os cidadãos da materialização de um Livebanking, conceito de banco vivo, que cresce, transforma e adapta facilmente as suas características às necessidades dos clientes, recorrendo apenas à tecnologia. O desafio é, por isso, criar o banco do futuro, apelando à criatividade dos participantes. A competição prevê a atribuição de prémios no valor total de 20 mil euros, a distribuir pelas três melhores ideias a concurso.

IDEALAB - LABORATÓRIO DE IDEIAS DE NEGÓCIO Cidade: ---Data: 13 de março (termina o prazo de inscrições) Promotores: TecMinho – Associação UniversidadeEmpresa para o Desenvolvimento e Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho Preços: ---Inscrições: www.tecminho.uminho.pt Contacto: www.tecminho.uminho.pt As inscrições para a 13ª edição do IdeaLab (laboratório de experimentação, de geração e desenvolvimento de ideias de negócio de base inovadora) já se encontram disponíveis. Levada a cabo pela TecMinho, em parceria com o Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho, esta iniciativa já potenciou o desenvolvimento de 180 ideias de negócio, viabilizando o desenvolvimento de competências empreendedoras dos promotores. O IdeaLab permite recolher conhecimentos, metodologias e instrumentos úteis para a conceção de produtos, serviços e negócios inovadores, capazes de cumprir os requisitos da viabilidade técnica exigidos pelo mercado. O período de candidaturas termina a 13 de março.

CONCURSO DE PROJETOS EMPRESARIAIS TAGUSVALLEY

Cidade: Região do Médio Tejo Data: 13 de março (termina o prazo de inscrições) Promotor: Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo Preços: ---Inscrições: www.tagusvalley.pt Contacto: www.tagusvalley.pt A terceira edição do Concurso de Projetos Empresariais Tagusvalley recebe candidaturas até ao dia 13 de março. Criada com o propósito de estimular

iniciativas empreendedoras de base tecnológica na região do Médio Tejo, a competição recolhe projetos nas seguintes categorias: Metalomecânica, AgroAlimentar, Energia, Tecnologias da Informação e da Comunicação e atividades com aplicabilidade de mercado. A competição está aberta à participação de pessoas singulares maiores de 18 anos e pessoas coletivas constituídas há menos de três anos, com atividade inovadora de base tecnológica.

DEBATE AO JANTAR “O FINANCIAMENTO, A CAPITALIZAÇÃO E O REDIMENSIONAMENTO DAS EMPRESAS”

Cidade: Aveiro (Auditório da Associação Industrial do Distrito de Aveiro) Data: 13 de março Promotor: Auditório da Associação Industrial do Distrito de Aveiro Preços: 35 euros Inscrições: aida.pt Contacto: aida@aida.pt O auditório da Associação Industrial do Distrito de Aveiro será o palco do debate “O Financiamento, a Capitalização e o Redimensionamento das Empresas”, agendado para o próximo dia 13 de março. A iniciativa contará com a presença de Miguel Cruz, presidente do IAPMEI, na qualidade de orador e José António de Barros, vice-presidente da CIP, que será responsável por moderar a conversa. O objetivo é proporcionar um momento de partilha e reflexão entre empresários sobre a necessidade atual de reformular ou ajustar os modelos de negócio em diferentes setores de atividade.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DA STARTUP BRAGA

Cidade: Braga Data: 15 de março (termina o prazo de inscrições) Promotor: Startup Braga Preços: ---Inscrições: www.investbraga.com Contacto: www.investbraga.com As candidaturas para o 2º programa de Aceleração da Startup Braga estão disponíveis até ao próximo dia 15 de março. Com uma duração estipulada de 12 semanas, o programa funciona em regime de tempo parcial e foi desenhado para apoiar startups que desenvolvem produtos inovadores nas áreas de Mobile/ E-commerce, MedTech e Nano Tecnologia. A primeira edição permitiu às sete equipas participantes angariar 1,7 milhões de euros em investimento. Os empreendedores interessados em Março 2015 WE’BIZ 53


weNEXT › AGENDA integrar a nova edição podem garantir o acesso facilitado a uma rede de apoio a startups, que incorpora workshops para o desenvolvimento de competências dos promotores.

PROGRAMA +INOVAÇÃO+INDÚSTRIA

Cidade: ---Data: 16 de março (termina o prazo de inscrições) Promotor: Portugal Ventures Preços: ---Inscrições: www.portugalventures.pt Contacto: www.portugalventures.pt Fomentar o investimento de capital de risco nos setores tradicionais da economia nacional é o principal propósito da Portugal Ventures com o lançamento do novo programa +Inovação+Indústria. Dinamizado pela operadora de capital de risco, este instrumento pretende viabilizar, nas vertentes estratégica e financeira, projetos relacionados com as atividades “Agro –industrial”, “Florestal” ou “Química” e setores como a “Moda”, as “Tecnologias de Produção”, a “Mobilidade” e o “Habitat”. Igualmente elegíveis para investimento são alguns serviços de suporte de valor acrescentado. O montante investido por projeto está limitado ao financiamento máximo de 1,5 milhões de euros.

MISSÃO EMPRESARIAL EM HANNOVER

Cidade: Hannover (Alemanha) Data: 17 a 20 de março Promotores: Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, Confederação Internacional dos Empresários Portugueses e Federação dos Empresários Portugueses na Alemanha (VPU) Preços: 1850 euros Inscrições: www.ccip.pt Contacto: www.ccip.pt A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, a Confederação Internacional dos Empresários Portugueses e a Federação dos Empresários Portugueses na Alemanha (VPU) estão a organizar uma Missão Empresarial à Feira CeBIT, em Hannover, entre os dias 17 e 20 de março. Destinado às empresas a atuar no ramo das tecnologias da informação, o certame é reconhecido como um barómetro internacional para a deteção das tendências mais atuais do setor, combinando palestras orientadas por oradores de topo, com painéis de discussão sobre o futuro desta atividade e a exposição de produtos inovadores provenientes de todo o mundo. Durante a missão empresarial, os participantes poderão conhecer o ambiente de negócios da Feira CeBIT e contactar com os principais operadores de mercado no setor de cada empresa. 54 WE’BIZ Março 2015

HAPPY CONFERENCE 2015 - “THE WINNING MINDSET: HIGH-ACHIEVERS IN BUSINESS AND LIFE”

Cidade: Lisboa (Reitoria da Universidade Nova) Data: 18 de março Promotor: Win World Preços: 235 euros Inscrições: hcs@winworld.pt Contacto: www.happycorporationssociety.com Confiança, produtividade, liderança e felicidade são alguns dos conceitos envolvidos na proposta de valor da Happy Conference 2015, agendada para o dia 18 de março. Subordinada ao tema “The Winning Mindset: High-Achievers in Business and Life”, a conferência vai decorrer na reitoria da Universidade Nova, em Lisboa, e foca atenções na transformação da atitude dos empresários para assegurar a criação de um núcleo de organizações vencedoras. Ian Robertson é o nome do psicólogo doutorado em Neuropsicologia convidado para revelar o papel das neurociências na construção de percursos profissionais e projetos empresariais de sucesso.

ALMOÇO-DEBATE COM RUI MOREIRA: “PORTO, UM ANO DEPOIS”

Cidade: Porto (Hotel InterContinental) Data: 19 de março Promotores: ANJE e Câmaras de Comércio bilaterais Luso-Alemã, Belga-Luxemburguesa, Britânica, Francesa, Finlandesa e Suíça em Portugal Preços: 47 euros Inscrições: www.anje.pt Contacto: www.anje.pt A ANJE promove, no próximo dia 19 de março, um almoço-debate com Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto. Subordinada ao tema “Porto, um ano depois”, a iniciativa vai decorrer no Hotel InterContinental, situado na baixa portuense. A organização do almoço ficará a cargo da associação, em parceria com diversas Câmaras de Comércio bilaterais (Luso-Alemã, Belga-Luxemburguesa, Britânica, Francesa, Finlandesa e Suíça em Portugal). Em debate estarão as principais ações e iniciativas levadas a cabo por Rui Moreira no primeiro ano de mandato enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto. O almoço afirma-se ainda como uma oportunidade para os participantes expandirem as respetivas redes de contactos.

CONCURSO INTERMUNICIPAL DE IDEIAS DA CIMRL Cidade: Região de Leiria

Data: 20 de março Promotor: Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria Preços: ---Inscrições: ---Contacto: www.cm-mgrande.pt Promover a iniciativa empresarial e o desenvolvimento de competências empreendedoras nos estabelecimentos de ensino da região de Leiria é o propósito central do Concurso Intermunicipal de Ideias, promovido pela CIMRL, no próximo dia 20 de março. As decisões da competição serão conhecidas pelas 21h00, no Cine Teatro de Pombal, sendo que esta competição servirá para apurar o melhor projeto a concurso entre as dez ideias vencedoras, escolhidas no conjunto de municípios associado à CIMRL.

CONCURSO DE IDEIAS INOVA! 2014/2015

Cidade: ---Data: 20 de março (termina o prazo de inscrições Promotores: Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, Instituto Português do Desporto e Juventude, Direção-Geral da Educação, Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Banco de Inovação Social Preços: ---Inscrições: www.iapmei.pt Contacto: www.iapmei.pt Difundir a prática empreendedora nos estabelecimentos de ensino portugueses é o principal propósito do Concurso de Ideias INOVA. Após quatro edições de sucesso, a competição chega com um novo desafio para os estudantes do ensino básico e secundário. O Concurso de Ideias INOVA! prevê a atribuição de prémios em cinco categorias distintas: “Prémio INOVA Atitude”, “Prémio INOVA Criatividade”, “Prémio INOVA Social”, “Prémio INOVA Negócio”, “Prémio INOVA 2015”, “Prémio INOVA Escola 2015”. O período de candidaturas termina a 20 de março.

MISSÃO EMPRESARIAL A MOÇAMBIQUE

Cidade: Maputo (Moçambique) Data: 22 a 28 de março Promotores: Associação Industrial do Distrito de Aveiro e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal Preços: 3200 euros (+IVA) Inscrições: aida.pt Contacto: aida.pt


AGENDA ‹ weNEXT A Associação Industrial do Distrito de Aveiro, com o apoio local da representação da AICEP, está a organizar uma Missão Empresarial a Moçambique, mais concretamente à província de Maputo. A viagem de negócios vai decorrer no período entre os dias 22 e 28 de março e prevê a identificação de potenciais oportunidades de negócio num núcleo alargado de setores de atividade, onde se incluem: agricultura, agro-indústria, energia, saúde e medicamentos, obras públicas e construção civil, formação profissional e educação, consultoria, novas tecnologias de informação e comunicação e turismo.

CONCURSO DE IDEIAS E PLANOS DE NEGÓCIO POLIEMPREENDE

Cidade: ---Data: 22 de março (termina o prazo de inscrições) Promotores: Competição promovida por todas as instituições politécnicas do país, escolas superiores não integradas e escolas politécnicas das universidades Preços: ---Inscrições: poliempreende.ipc.pt Contacto: poliempreende.ipc.pt O Poliempreende é uma iniciativa que pretende, através de um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e distinguir projetos desenvolvidos por alunos, diplomados ou docentes das instituições promotoras. A competição é ainda aberta à participação de outras pessoas, desde que integrem equipas constituídas por estudantes ou diplomados. O concurso é composto por uma etapa regional e outra nacional. Na primeira fase, cada instituto politécnico deve premiar as três melhores ideias apresentadas. As candidaturas distinguidas avançam posteriormente para a apreciação do júri, que será responsável por escolher os três melhores projetos nacionais. O período de candidaturas encerra no dia 22 de março.

STARTUP PIRATES PORTO

Cidade: Porto (Porto Design Factory) Data: 26 de março a 2 de abril Promotor: Startup Pirates Preços: 120 euros Inscrições: porto.startuppirates.org Contacto: porto.startuppirates.org A Startup Pirates organiza mais uma sessão de aceleração de negócios entre os dias 26 de março e 2 de abril, nas instalações do Porto Design Factory. O objetivo do evento é viabilizar projetos empresariais em fase incipiente. Para isso a Startup Pirates organiza um conjunto de workshops e proporciona serviços de mentoring aos participantes, de forma

a assegurar o desenvolvimento das suas ideias de negócio.

ABRIL 2015

MEDIDA COMÉRCIO INVESTE

Cidade: ---Data: 27 de março e 13 de abril (terminam os prazos de inscrição) Promotor: Governo de Portugal Preços: ---Inscrições: ---Contacto: www.anje.pt/portal/comercio-investe O apoio à atividade comercial em território português é o principal propósito do programa Comércio Investe. Estruturada no âmbito do Fundo de Modernização do Comércio, esta medida disponibiliza 20 milhões de euros para apoiar projetos individuais e coletivos focados na modernização do comércio tradicional. Os projetos de natureza individual podem ser apresentados entre os dias 13 de fevereiro e 27 de março, enquanto as candidaturas conjuntas (que reúnem vários operadores) estão abertas no período entre 13 de fevereiro e 13 de abril. Nos dois casos, o deadline está fixado para as 18h00 dos dias definidos. As empresas de micro ou pequena dimensão e as associações empresariais do setor comercial são apenas dois grupos de destinatários abrangidos por esta medida.

BOOTCAMP EMPRESARIAL DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Cidade: Lisboa (Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa - Rua das Portas de Santo Antão) Data: 31 de março Promotores: ANJE, Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa e Lisbon MBA Preços: 40 euros Inscrições: www.anje.pt/portal/anje-bootcampempresarial-de-internacionalizacao Contacto: www.anje.pt/portal/anje-bootcampempresarial-de-internacionalizacao A compreensão das estratégias e dos riscos associados à expansão de negócios fora de portas é o enfoque principal do Bootcamp Empresarial de Internacionalização, agendado para o dia 31 de março. A iniciativa vai decorrer nas instalações da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, e pretende lançar um debate alargado sobre a internacionalização de projetos empresariais. Durante o Bootcamp, os participantes terão oportunidade de abordar temas como os aspetos jurídicos e fiscais inerentes à internacionalização e os instrumentos financeiros de apoio à expansão de negócios alémfronteiras.

JORNADAS ENSINO DO EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL

Cidade: Coimbra (TecBIS – Aceleradora de Empresas do Instituto Pedro Nunes) Data: 8 de abril Promotores: Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade de Aveiro, Instituto Pedro Nunes, TecMinho, Universidades de Coimbra, Évora e Porto Preços: 60 euros Inscrições: http://jornadas.ipn.pt/ Contacto: vci@ipn.pt As primeiras Jornadas Ensino do Empreendedorismo em Portugal vão decorrer no dia 8 de abril, na TecBis – Aceleradora de Empresas do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra. A iniciativa servirá para promover o debate e a partilha de boas práticas entre docentes e investigadores com interesse na área de ensino do empreendedorismo. O objetivo principal é reforçar as competências dos docentes e assegurar a melhoria da qualidade e impacto no ensino do empreendedorismo.

SPEED NETWORKING PARA MULHERES EMPRESÁRIAS Cidade: Lisboa (AERLIS - Oeiras) Data: 16 de abril Promotor: Big Eventos Preços: 19 euros Inscrições: www.speednetworking.com.pt Contacto: info@speednetworking.com.pt A sede da AERLIS, em Oeiras, será o palco da terceira edição do Speed Networking para Mulheres Empresárias. A iniciativa pretende realçar e reconhecer o papel das mulheres no universo empresarial, sendo ainda uma oportunidade para expandir redes de contactos profissionais ou identificar potenciais sinergias entre negócios. O encontro de networking contará com uma palestra inicial sobre a “Gestão da Imagem Profissional”, que vai anteceder as reuniões de speednetworking. Em cinco minutos, os participantes terão oportunidade de conhecer novos profissionais e agendar futuros encontros para a definição de parcerias úteis para as empresas envolvidas.

Março 2015 WE’BIZ 55


weNEXT › AGENDA BETA-TALK LISBOA

Cidade: Lisboa (Beta-i - Central Station - Cais do Sodré) Data: 16 de abril Promotor: Beta-i Preços: Gratuito Inscrições: www.beta-talk.org Contacto: talk@beta-i.pt “Empreender e manter um estilo de vida saudável” é o mote da Beta-talk agendada para o próximo dia 16 de abril, nas instalações da Beta-i, no Cais do Sodré. Trata-se de mais uma sessão coordenada por dois empreendedores - Filipe Palma, criador da Filipe Palma Aventura, e Gonçalo Boavida, fundador da Puravida Sportski - que vão partir da sua experiência pessoal para falar de motivação e inspiração na criação de negócios associados à prática desportiva.

CONCURSO DE ESCOLAS EMPREENDEDORAS

Cidade: Concelho de Cascais Data: 17 de abril (termina o prazo de inscrições) Promotor: DNA Cascais Preços: ---Inscrições: www.dnacascais.pt Contacto: geral@dnacascais.pt Criar um projeto empresarial, através do desenvolvimento de um plano de negócios, é o principal propósito do Concurso de Escolas Empreendedoras. Promovida pela DNA Cascais, a competição lança um desafio a todos os alunos do concelho com idade até aos 23 anos, espectro que compreende discentes a frequentar o 9.º ano, o ensino secundário e profissional, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril ou a Escola Superior de Saúde de Alcoitão. Durante o concurso, os participantes serão questionados e postos à prova nas diferentes ações diretamente relacionadas com a criação de negócios. As candidaturas encerram no dia 17 de abril.

TEDXOPORTO

Cidade: Porto (Edifício da Alfândega do Porto) Data: 18 de abril Promotores: TED Preços: 60 euros Inscrições: http://tedxoporto.com/ Contacto: info@tedxoporto.com O TEDxOporto é uma conferência TEDx organizada por uma equipa local, de forma independente, que reúne pessoas numa partilha de conceitos, ideias e experiências entusiasmantes. A edição do ano 2015 está subordinada ao tema “The Main Thing” e vai decorrer no dia 18 de abril, no edifício da Alfândega 56 WE’BIZ Março 2015

do Porto. O objetivo é refletir sobre o que realmente importa nas nossas vidas, na sociedade, ciências e artes. Miguel Januário, responsável pelo projeto de intervenção ± maismenos ±, e Joe Santos, fundador da Associação Vencer Autismo, são dois dos oradores com presença confirmada.

GO YOUTH CONFERENCE

Cidade: Lisboa Data: 18 e 19 de abril Promotor: Go Youth Conference Preços: 45 euros Inscrições: www.goyouthconf.com Contacto: info@goyouthconf.com A Go Youth Conference está agendada para os dias 18 e 19 de abril. Com realização prevista nas instalações da LX Factory, a iniciativa pretende inspirar jovens cidadãos a criar o seu próprio futuro. Criatividade, inovação, talento jovem e empreendedorismo são, por isso, quatro conceitos intimamente associados à proposta de valor desta plataforma dedicada à reflexão e partilha que pretende colocar os jovens fazedores em contacto com conceitos e entidades capazes de acelerar as respetivas ideias para a implementação no mercado.

CONCURSO DE IDEIAS DE NEGÓCIO “WANTED BUSINESS IDEAS”

Cidade: Região Viseu Dão Lafões Data: 30 de abril (termina o prazo de inscrições) Promotor: Rede Regional de Empreendedorismo Viseu Dão Lafões Preços: ---Inscrições: www.empreendedaolafoes.pt/wanted Contacto: info@empreendedaolafoes.pt O “Wanted Business Ideas” tem como objetivo fomentar a inovação e a criatividade na região Viseu Dão Lafões, atraindo projetos inovadores e viáveis com possibilidade de implementação nesta zona geográfica. Oficinas de criatividade e um “BootCamp de imersão de ideias” são algumas das ações enquadradas nesta competição que prevê a atribuição de 10 mil euros ao projeto vencedor. Todas as ideias premiadas terão ainda oportunidade de se instalar numa incubadora do território, beneficiando gratuitamente de vários serviços e de um plano de capacitação individual, reforçando competências em internacionalização, finanças, marketing e outras áreas associadas à criação de novos negócios.

FESTIVAL IN – INOVAÇÃO & CRIATIVIDADE

Cidade: Lisboa (FIL - Feira Internacional de Lisboa) Data: 23 a 26 de abril Promotor: Fundação AIP Preços: Informação não divulgada Inscrições: www.festivalin.pt Contacto: festival-in@aip.pt O Festival IN- Inovação & Criatividade vai decorrer entre os dias 23 e 26 de abril, na Feira Internacional de Lisboa. Trata-se de um certame agregador das mais recentes tendências da economia criativa, que pretende ainda funcionar como uma plataforma de promoção da inovação e criatividade nas Indústrias Culturais e Criativas. O principal objetivo é internacionalizar a fileira criativa portuguesa, colocando os agentes representados em contacto com investidores e potenciadores variados - públicos, privados e do ensino.

PÓS-GRADUAÇÃO EXECUTIVA EM GESTÃO ANJE

Cidade: Porto (Rua do Passeio Alegre) Data: 29 de abril a 18 de novembro Promotores: ANJE e ISMAI Preços: 3000 euros Inscrições: www.anje.pt Contacto: focoanje@anje.pt A ANJE promove, em parceria com o Instituto Universitário da Maia (ISMAI), a Pós-Graduação Executiva em Gestão, com o propósito de orientar os participantes na implementação de uma gestão organizacional centrada na flexibilidade, inovação e capacidade para criar valor nos setores de mercado envolvidos. Trata-se, por isso, de uma formação avançada de carácter eminentemente prático. Contabilizando já quatro edições, o curso apresentase, em 2015, com novidades no plano formativo, de modo a responder às ameaças do mercado e explorar as oportunidades eminentes de crescimento, nomeadamente no universo da Economia Digital.


LIVROS & SITES ‹ weSEARCH LIVRO

“O Capital no Século XXI” revela tendências para a distribuição de riqueza nos próximos 100 anos Como tem evoluído a distribuição de riqueza desde o século XVIII até ao momento atual? Qual será a dinâmica de acumulação do capital privado no futuro próximo? Os ricos vão ficar cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres? Estas são as questões que intrigaram Thomas Piketty, economista francês, na produção da obra “O Capital no Século XXI”. Referenciado pelo The New York Times como o melhor livro de economia da década, este exemplar promete agitar as reflexões sobre riqueza e distribuição de capital das próximas gerações, recorrendo a dados que remontam a três séculos e mais de 20 países. As questões de partida do livro sugerem respostas imperfeitas e incompletas, mas Thomas Piketty apresenta soluções para a principal conclusão da obra: “o capitalismo produz de forma mecânica desigualdades insustentáveis, arbitrárias, voltando a pôr radicalmente em causa os valores meritocráticos nos quais se fundam as nossas sociedades meritocráticas”. A obra centra, por isso, atenções na definição de propostas que capacitem a democracia para lidar com as consequências da política capitalista, com base nas experiências históricas do passado. A compor a estrutura da obra estão quatro partes e 16 capítulos, com enfoque em matérias sensíveis da economia política, nomeadamente a evolução da desigualdade a longo prazo, a concentração da riqueza e as perspetivas de crescimento económico. No primeiro segmento do livro, “Rendimento e Capital” tomam conta do interesse de Thomas Piketty numa abordagem às noções fundamentais que servirão de base às conclusões do autor no seguimento da obra. Trata-se de uma parte introdutória sustentada em factos já conhecidos dos especialistas em matéria económica e que explicam a história do crescimento mundial deste o século XVIII. Os conceitos de rendimento nacional e capital e a relação estabelecida entre ambos assumem especial destaque nos dois primeiros capítulos, onde são analisadas as evoluções das taxas de crescimento da população e da produção, desde o período da revolução industrial. Após uma breve aproximação do leitor aos conceitos essenciais da esfera económica, Thomas Piketty apresenta algumas conclusões sobre a “Dinâmica da relação capital/rendimento” e estuda o desenvolvimento das

diferentes formas das fortunas (terras, imobiliários, máquinas, empresas, ações, obrigações, patentes, pecuária, ouros ou recursos naturais). Reino Unido, França, Alemanha, Estados Unidos da América e Canadá são estudos de casos selecionados pelo autor para avaliar as metamorfoses do capital desde o século XVIII e prever a evolução da relação capital/rendimento e da divisão capital-trabalho nas décadas futuras. A “Estrutura das Desigualdades” é o terceiro tema central do livro “O Capital no Século XXI”, trazendo para o quadro de análise “a desigualdade dos rendimentos e da propriedade dos patrimónios no plano individual”. Nesta parte, o economista francês revela a influência direta das guerras mundiais e das políticas públicas decorrentes dos conflitos na redução das desigualdades do século XX, anulando a teoria de espontaneidade defendida por especialistas como Simons Kuznets, economista condecorado com um prémio nobel. As desigualdades vigentes nas décadas de 1970 ou 1980 são outros tópicos em análise para fundamentar aquela que parece ser uma resposta cada vez mais clara e afirmativa à questão “Será o século XXI ainda mais desigualitário do que o século XIX - a não ser que o seja já?”. A quarta e última parte da obra pretende aproveitar os factos analisados e os ensinamentos políticos/ históricos retratados das três temáticas anteriores para ajudar a “Regular o capital no século XXI”. Enquanto o primeiro capítulo subordinado a este tema convida o leitor a conhecer um modelo de Estado social adaptado ao século atual, o segundo propõe o “repensamento do imposto progressivo ao rendimento à luz das experiências

passadas e das tendências recentes”. Thomas Piketty sugere ainda um imposto progressivo sobre o capital adaptado ao capitalismo do século XXI e compara esse instrumento com outras soluções de “regulação suscetíveis de emergir – do imposto europeu sobre a fortuna à detenção dos capitais à moda dos chineses, passando pela imigração à americana ou pelo regresso generalizado ao protecionismo”. TÍTULO “O Capital no Século XXI” AUTOR Thomas Piketty EDITORA Temas & Debates PUBLICAÇÃO outubro de 2014 NÚMERO DE PÁGINAS 910 PREÇO 24,40 euros Março 2015 WE’BIZ 57


weSEARCH › LIVROS & SITES SITE

PORTAL DE EMPREENDEDORISMO UP: TRANSFERIR CONHECIMENTO NUM CLIQUE O papel das universidades não está limitado à formação de profissionais por conta de outrem e o empreendedorismo surge como um fenómeno crescente e partilhado por diferentes áreas de ensino, motivo que levou a Universidade do Porto (UP) a criar um Portal de Empreendedorismo. A plataforma combina conteúdos informativos dedicados à iniciativa empresarial com oportunidades para criação, incubação, expansão e financiamento de novos negócios. Em poucos cliques, os empreendedores podem consultar as condições e infraestruturas proporcionadas pela universidade para o aceleração de novos negócios e selecionar os parceiros mais adequados de acordo com a área de atividade envolvida. O que pretende fazer? Quem o pode ajudar? Estas são apenas duas das múltiplas questões a que o Portal de Empreendedorismo da UP visa dar resposta. Com foco no ecossistema empreendedor universitário, o site apresenta soluções para as diferentes necessidades identificadas pelos fazedores universitários na criação de novos negócios. “Criar”, “Proteger”, “Capacitar”, “Incubar” e “Financiar” são

as cinco ações associadas ao menu principal da plataforma, responsável por encaminhar os utilizadores para as ofertas proporcionadas pela universidade e o núcleo de parceiros reunido no Portal de Empreendedorismo da UP. No âmbito criativo, os visitantes podem aceder a serviços com potencial para transformar os projetos de investigação e as novas ideias de negócio em valor económico. Em matéria de proteção, os investigadores podem valorizar os respetivos resultados de I&D, assegurando a transferência para o mundo empresarial, através das opções de licenciamento ou apoio à criação de spin-offs. A capacitação de recursos remete para a oferta formativa da Universidade do Porto nas áreas temáticas de empreendedorismo e inovação, com possibilidade de frequência de palestras, workshops, formações contínuas ou graduadas e um mestrado. A incubação é outra oportunidade a explorar pelos utilizadores, desde logo com a possibilidade de integração no ecossistema empreendedor do próprio Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). Para viabilizar financeiramente os negócios,

URL

1.1 - “Criar”

http://empreendedorismo.up.pt/

1.2 - “Proteger” 1.3 - “Capacitar”

ZOOM

1.4 - “Incubar”

› Plataforma de apoio para a criação, incubação, expansão e financiamento de negócios;

2 – QUEM O PODE AJUDAR?

1.5 - “Financiar”

› Sete funções essenciais, traduzidas em informação segmentada;

Secção dedicada à divulgação de parceiros que potenciam o lançamento ou a expansão de novos negócios.

› 15 parceiros operacionais.

3 - NOTÍCIAS

SECÇÕES

Espaço destinado à inserção de conteúdos noticiosos relevantes para os empreendedores.

1 – O QUE PRETENDE FAZER?

4 - EVENTOS

É um dos pontos fortes do site e permite segmentar a consulta de informação de acordo com cinco tipologias específicas de necessidades informativas:

Calendário mensal de iniciativas com interesse para os empreendedores universitários.

58 WE’BIZ Março 2015

o portal facilita o contacto com uma vasta rede de parceiros disposta a investir em negócios, de acordo com fase de desenvolvimento de cada projeto. No conjunto de entidades protocoladas com a Universidade do Porto e o respetivo portal incluem-se: business angels, empresas de capital de risco, bancos, entre outras fontes de financiamento públicas ou privadas. Os parceiros são, por isso, outro elemento relevante na plataforma de que falamos, com vista a responder à seguinte questão: “Quem o pode ajudar?”. A Startup Pirates, a Associação para o Empreendedorismo Social e a Sustentabilidade do Terceiro Setor (A3S) e o INESC Tecnologia e Ciência (INESC TEC) são três entidades em destaque num grupo de 15 parcerias orientadas para a implementação de novos projetos empresariais. A complementar as soluções da Universidade do Porto e a proposta de valor apresentada pelos parceiros estão ainda dois espaços com funcionalidades distintas: um dedicado à reprodução noticiosa de iniciativas e projetos com interesse para os empreendedores universitários e a agenda mensal para registar os próximos eventos com interesse para o público-alvo do portal.

ADICIONAR AOS FAVORITOS? › Fácil e rápido acesso a múltiplas oportunidades de apoio à aceleração e criação de novos negócios; › Possibilidade de consulta de conteúdos segmentados de acordo com as necessidades do empreendedor; › Acesso facilitado a uma rede de parceiros, capaz de responder a necessidades específicas de apoio, onde se incluem players como: INESC, Startup Pirates, Junior Achievement Alumni ou FEP Junior Consulting.


WEB & APPS ‹ weSHARE WEB

, daleno dia. Ivo Ma ocial Me S m e r o lt u cons

INSTAGRAM

“Um excelente meio visual para marcas e negócios” Vive de imagens e, cada vez mais, de “hashtags”. Nasceu em associação a setores específicos como fotografia, moda, fitness e gula (quem nunca viu, nem que seja no smartphone de um amigo, uma daquelas fotos de provocar água na boca?). Falamos do Instagram. A rede social que cresceu, e muito, a tal ponto que Ivo Madelo, um dos experts nacionais da plataforma, afirma que “neste momento, a grande maioria dos negócios pode beneficiar do Instagram”. O consultor e autor do site pinstagramguy.com (meio digital dedicado, em exclusivo, ao Instagram e ao Pinterest) não deixa de reconhecer que, “como em qualquer outra rede social ou investimento”, a utilização do Instagram deve ser “SEMPRE ponderada”. E nesta ponderação, que Ivo Madaleno, em entrevista escrita, salienta em maiúsculas, são várias as variáveis a ter em conta, nomeadamente os objetivos do negócio e os meios ao

dispor da empresa (incluindo recursos humanos dedicados e especializados). “O Instagram é das redes sociais em maior crescimento e tenho notado uma grande evolução em termos dos conteúdos publicados”, afirma o consultor. “Já não é uma rede social só de #selfies ou fotos de comida. Os utilizadores estão a consumir conteúdos dentro da plataforma e criam-se verdadeiras comunidades. É um excelente meio visual para as

marcas e negócios se relacionarem com os seus fãs’, mostrarem o seu lado mais humano e contarem a sua história por meio de imagens e pequenos vídeos apelativos e inspiradores”, sustenta Ivo Madaleno. Basta uma breve pesquisa pela rede social para encontrarmos perfis de Instagram que são verdadeiros fenómenos: dos espantosos 26,9 milhões de seguidores da socialite norte-americana Kim Kardashian aos Março 2015 WE’BIZ 59


weSHARE › WEB & APPS 12,7 milhões de Cristiano Ronaldo, passando pelos 10,7 milhões da famosa marca de lingerie Victoria’s Secrets, os 12,5 milhões da marca desportiva Nike ou pelos 3,7 milhões da Starbucks. Números que sustentam as resistências de marketeers e empresários no que concerne aos nichos de mercado desta plataforma. Mas o também formador e investigador insiste na expansão

FERRAMENTAS PARA PREPARAR IMAGENS

Ivo Madaleno sublinha a existência de “milhares de apps” úteis, mas destaca as quatro que se seguem por permitirem “criar, em poucos minutos, fantásticas imagens”.

que está a ocorrer a este nível: “basicamente, todos os tipos de negócio podem tirar partido do Instagram”, reafirma. Ivo Madaleno reconhece que “moda, fitness, desporto e comida” são “nichos óbvios” mas expande a importância da rede social e sublinha os serviços, de um modo geral, mas acaba por salientar áreas como “restauração, turismo e hotelaria”. A dimensão do

QUATRO CONSELHOS DO PINSTAGRAMGUY

1- Otimizar bem o seu perfil (bio na “terminologia” do Instagram): em dois segundos, ou menos, as pessoas decidem se vão seguir ou não a sua conta pelo que a bio lhes comunica.

Canva Wordswag PicPlayPost Flipagram

CRIAR VALOR A decisão de entrar ou não nesta rede social pode ter como ponto de partida a capacidade de a empresa acrescentar valor junto dos targets a que se direciona e de acordo com os objetivos a que se propõe.

60 WE’BIZ Março 2015

2 - Divulgue a sua conta de Instagram em TODO LADO: mostre ao mundo que está presente nesta plataforma, através de espaços físicos, site, outras redes sociais, email, viaturas, sacos, flyers,etc. 3 - Utilize “Hashtags” (#)! São muito importantes no Instagram e permitem classificar conteúdos e criar verdadeiras comunidades, aumentando muito o alcance dos seus posts. Defina uma boa estratégia de hashtags, de acordo com os seus conteúdos (pensando sempre em que deseja atrair). #atenção #não #exagere 4 - Publique bons conteúdos. Deixo aqui quatro tipos que funcionam: Informativos, Educativos, Inspiração ou Entretenimento.

negócio também não é, segundo o “pinstagramguy”, um impedimento à entrada no Instagram, que pode ser uma boa ferramenta de relacionamento com clientes atuais e potenciais, inclusive no caso de negócios pequenos e locais.

EXEMPLOS BONS E IMPROVÁVEIS

@paypal Empresa do setor financeiro que tem uma abordagem fantástica, mostrando boas experiências dos seus clientes, inspirando outros a utilizarem os serviços nos seus negócios também. @mercedesbenz Para lançamento do seu modelo GLA250, montou um mini-site dentro do Instagram, onde o utilizador podia customizar o carro à sua medida. Depois, era só entrar em contacto com o concessionário mais próximo. @conrahotels Perfil da cadeia Hilton permite fazer reserva nos seus hotéis, diretamente via Instagram.


WEB & APPS ‹ weSHARE APP

Namorados invisíveis mas sociais Os negócios podem surgir pelos motivos mais inusitados e na era mobile qualquer assunto, objeto ou ação podem ser o empurrão necessário para avançar com a criação de uma empresa. Invisible Boyfriend e Invisible Girlfriend são dois aplicativos que comprovam esta realidade e aparecem para satisfazer a curiosidade dos mais intrometidos na vida amorosa alheia ou dos círculos próximos. A ideia é convencer a família, os amigos e os alcoviteiros da existência de um namorado ou namorada real, que na verdade não passa de um serviço pago mensalmente e dotado das características necessárias para simular um relacionamento amoroso, recorrendo apenas a mensagens escritas e voz. A solução é simples e combina tecnologia com criatividade e inspiração de seres humanos pagos para responder e alimentar a conversa com os utilizadores das aplicações. Matt Homman é o nome do responsável pela materialização da Invisible Boyfriend e da Invisible Girlfriend. Após o processo de divórcio, o empreendedor sentiu a pressão familiar para entrar num novo relacionamento, contexto que serviu de inspiração para lançar dois aplicativos capazes de conferir uma prova social de relacionamento aos milhões de solteiros espalhados pelo mundo. O acesso não impõe restrições e os utilizadores devem apenas criar uma conta, escolher os traços físicos e psicológicos da sua cara-metade, efetuando posteriormente um pagamento mensal de 22 euros para que o parceiro virtual comece a enviar mensagens. O conceito envolve, por isso, a quebra do estigma social contra os solteiros e pretende convencer outros sobre a vida privada do utilizador. Invisible Boyfriend e Invisible Girlfriend podem ainda funcionar como uma ferramenta de treino para os cidadãos menos habituados a estabelecer relações interpessoais, mas que demonstrem interesse em conhecer e estabelecer laços com novas pessoas. As aplicações criam mesmo uma narrativa para sustentar o início do romance virtual, bastando apenas escolher um cenário para gerar toda a história.

A credibilizar a interação associada ao serviço das duas aplicações está o facto de toda a comunicação decorrer entre humanos, já que a resposta às mensagens enviadas para o parceiro virtual é pensada e elaborada por profissionais associados à Amazon Turk ou à Fiverr (plataformas virtuais onde podem ser requisitadas colaborações para trabalhos específicos). Apesar da distância conceptual dos relacionamentos outrora conhecidos em plataformas virtuais como o Second Life, a proposta de valor da Invisible Boyfriend e da Invisible Girlfriend conseguiu captar a atenção de vários mercados externos, tendo alcançado a meta de cinco mil utilizadores angariados em apenas um dia. A tendência é global, totaliza 45 mil utilizadores e já chegou a países com perfil mais conservador localizados nos continentes africano e europeu. Em versão beta, as aplicações deverão agora evoluir para novas funcionalidades de forma a credibilizar o relacionamento apregoado. O envio de flores para o local de trabalho é apenas um exemplo pensado para reforçar a prova social de relacionamento proporcionada pela dupla de aplicativos.

COMO CONSEGUIR UM RELACIONAMENTO VIRTUAL EM TRÊS PASSOS? 1º - Criar conta nos aplicativos; 2º - Selecionar o perfil físico e psicológico do parceiro virtual; 3º - Efetuar o pagamento de uma subscrição mensal que inclui 100 mensagens escritas, dez mensagens de voz e até uma carta escrita à mão.

CATEGORIA Lazer VERSÃO TABLET E WEB https://invisiblegirlfriend.com https://invisibleboyfriend.com PREÇO O serviço associado aos aplicativos Invisible Boyfriend e Invisible Girlfriend tem um custo mensal de 22 euros. Março 2015 WE’BIZ 61


weTHINK › OPINIÃO

OPINIÃO João Vasconcelos

Diretor Executivo da Startup Lisboa

O segredo já não é a alma do negócio A Startup Lisboa tem três anos de vida e desde o início muitas têm sido as pessoas que nos batem à porta à procura de ajuda para lançar o seu negócio. Normalmente explicamos o nosso modelo de incubação e informamos que os projectos que apoiamos são seleccionados através de candidatura. Acontece muitas vezes as pessoas dizerem-nos que têm uma ideia, mas não podem dizer qual é pois têm medo que a roubem. Isto é verídico. Este mindset, embora num contexto diferente, ainda está muito presente nos empresários portugueses, mesmo nos mais jovens. Há muito a ideia de que o produto tem de ser desenvolvido em sigilo e aperfeiçoado ao máximo antes de ser lançado cá para fora. Numa época em que assistimos à vivência da primeira geração global, em que os modelos de economia digital mais disruptivos e escaláveis têm a sua génese e crescimento no âmago da economia de partilha e de consumo colaborativo, essa atitude deixou de fazer sentido. Quanto mais cedo o promotor de uma ideia começar a falar do seu negócio com clientes, parceiros, empresários, melhor será a execução da ideia, melhor será o seu modelo de negócio e maior a probabilidade de sucesso. Um plano de negócios muito perfeito, cheio de tabelas e estimativas, que na maioria das vezes fica fechado numa gaveta, de nada vale se não for um instrumento de trabalho, de teste e de validação do negócio em permanente adaptação ao mercado. Nota-se também ainda por parte de alguns empresários portugueses pouca apetência para a partilha de casos de sucesso e de insucesso, para o envolvimento na comunidade de empreendedores que estão a dar os primeiros passos. A tradição anglo-saxónica é o oposto. Nos EUA, por exemplo, o mentoring é muito valorizado e é um dos factores críticos e de distinção no tecido empresarial e no espírito empreendedor que tantas startups de sucesso têm lançado para o mundo. Na Europa, e em particular em Portugal, partilhar casos de sucesso é visto como gabarolice e os casos de insucesso como falhanço. 62 WE’BIZ Março 2015

Tecnologia, consciência de comunidade, maior flexibilidade na gestão financeira, capacidade de correr riscos, partilha de conhecimento, inovação são o que agora define os empresários e as empresas do futuro, porque as empresas do futuro têm cada vez mais como clientes uma geração que decide o que consome com base na partilha, no que está referenciado por outros, no que é viral, na disseminação de tendências. Quem se fechar no seu escritório a desenvolver uma ideia de negócio sem noção de como os seus clientes usam (e querem usar) o seu produto corre o risco de chegar ao mercado e ter desperdiçado tempo e dinheiro que deviam ser aplicados no terreno. Na Startup Lisboa defendemos a cultura da partilha, porque criar um negócio é difícil e pode ser muito solitário. Para além de todo o mentoring, investidores e parcerias estratégicas que facilitamos aos empreendedores, a nossa motivação maior é criarmos um ambiente de incubação que promova a partilha de conhecimentos, sucessos, erros, soluções e criação de sinergias. Aquilo que queremos são empresas viradas para fora, para o mercado, para o que designamos genericamente de ecossistema – clientes, investidores, parceiros. E esta é a altura para o fazer. Há três anos não havia um ecossistema. Começámos finalmente a ter capital de risco - graças à Portugal Ventures, à Faber Ventures e à caixa Capital-, business angels, incubadoras, programas de aceleração, startups que começam a suceder e a escalar, empresários e profissionais interessados em ser mentores (na Startup Lisboa temos mais de 80), investidores estrangeiros que começam a incluir Lisboa no seus tours. Esta é a altura em Portugal para o empreendedor desde o primeiro momento do seu negócio (ideia) contar a sua história, ir ter com o seu cliente, falar com empresários do seu sector, sondar investidores, incorporar esses feedbacks na criação da sua empresa. O segredo só é a alma do negócio se for partilhado com quem sabe, quem compra e quem pode ajudar.



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