Especial Aniversário 9 de março de 2017
No caderno especial de aniversário de 166 anos da cidade, relembre fatos, histórias e personagens que marcaram o pioneirismo, a liderança, a representatividade e o destaque da cidade em diferentes áreas
S
Parabéns, Joinville!
ão tantas as conquistas nestes 166 anos de Joinville, que foi fácil elencar temas para os dez capítulos deste caderno. Haveria muito mais fatos, locais, eventos e pessoas que poderiam estar citados aqui. A tradicional Festa das Flores, que neste ano chega à 79ª edição, é também uma conquista; a Harmonia-Lyra, a sociedade mais antiga de Santa Catarina e sua rica memória cultural e de costumes, é também uma conquista; o jornal “A Notícia” e seus 94 anos de história, sendo o jornal mais antigo do Estado em circulação, também é uma conquista (ao lado, você confere a reprodução da primeira edição do “AN”). Felizmente, meu trabalho como jornalista foi o de escolher, entre tantas histórias relevantes, algumas para detalhar a você, leitor, neste dia do aniversário de nossa querida cidade. Se você conseguir se emociar, um pouquinho
que seja, e enxergar estas grandes conquistas que eu percebi ao longo da pesquisa, produção e escrita destes textos, já me sentirei realizada. Nas conversas com colegas e leitores, enquanto ainda estava na fase de decidir os temas que iríamos tratar, senti uma alegria, um orgulho de cada pessoa com quem troquei ideias. Alguns são joinvilenses nascidos aqui, outros, assim como eu, adotaram a cidade que os acolheu com oportunidades. A minha cidade me emociona, me orgulha a cada dia. E quando tem alguma coisa errada, me sinto no direito de cobrar melhorias e soluções. Mas, hoje, o objetivo é celebrar as grandes conquistas do passado que podem nos tornar ainda maiores no futuro! Parabéns, Joinville! Boa leitura! Genara Rigotti, editora do “AN”
Passado, Presente, Futuro os estudantes Carlos Gabriel, Julia bastian Miiller, victor Felipe lourenço sampaio, Gabrielly bilk, Camila anderle, vitoria Marques de lima e Caroline Morais, dos 1º e 2º anos do ensino médio do Colégio Conexão, com orientação do professor Franzoi, buscaram colocar no papel algumas reflexões sobre as conquistas da cidade e como elas podem impactar o futuro. a editora Genara rigotti apresentou a pesquisa que deu vida a este caderno aos adolescentes no dia 23 de fevereiro e eles colocaram a criatividade para funcionar. o resultado são os desenhos que você vê abaixo. as escolas que tiverem interesse em levar a discussão deste caderno para a sala de aula podem entrar em contato com a editora no telefone (47) 3419-2187.
exPediente • pesquisa, textos e edição Genara riGotti • texto Força política jefferson saavedra • design Juliano souza revisão aldo brasil • Fotos Maykon laMMerhirt, salMo duarte, divulgação, arquivo histórico e banco de dados an
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PARABÉNS, JOINVILLE pelos 166 anos! Seu crescimento e pujança nos inspiram diariamente.
Dr. Bráulio Barbosa Diretor Técnico
CRM-SC 3379
pioneira
Medicina
Primeira separação de gêmeos xifópagos (aqueles que nascem unidos por uma parte do corpo), primeiro transplante de órgãos e primeiro bebê de proveta que nasceu em Santa Catarina. São apenas alguns dos feitos de Joinville na área médica
“an” registra o nascimento do primeiro bebê de proveta de Sc em 27 de junho de 1990; o primeiro transplante de órgãos em 22 de julho de 1978; e a segunda cirurgia de gêmeos xifópagos na cidade em janeiro de 2001, realizada pelos mesmos médicos que fizeram o primeiro procedimento lá em 1977
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Suelen, hoje com 26 anos, comemora a vida ao lado dos pais, Sírio e Mirna, que fizeram de tudo para tê-la nos braços
Um novo jeito de vir ao mundo Em 27 de junho de 1990 nascia o primeiro bebê de proveta de SC, em Joinville. Suelen Camila Cardoso nasceu com mais de três quilos, por meio de uma cesariana feita na Maternidade Darcy Vargas pelas mãos do médico obstetra Gerhard Miers, já falecido. Santa Catarina foi o quinto Estado brasileiro a ter um bebê de proveta. Mãe de dois filhos, Mirna Cardoso decidiu por uma nova gravidez quando perdeu o caçula, que morreu eletrocutado com dois anos e meio. Como teve problemas de saúde nas outras gestações e havia recorrido a uma laqueadura, não tinha mais condições naturais para engravidar. Por meio do procedimento, ela engravidou de gêmeos, mas logo no início da gestação sofreu um aborto e perdeu um dos bebês, um menino. – Eu queria muito ter outro filho. Não suportava a dor da perda. Ganhei este presente de
Deus – diz ela, emocionada, e com olhar carinhoso para a filha Suelen, hoje com 26 anos. Para poder pagar a inseminação, o marido de Mirna, Sírio Cardoso Filho, 57 anos, chegou a vender o carro. Suelen cursou direito e agora está estudando para prestar concursos para a Polícia Civil, seu grande sonho, e para a prova da OAB. No trabalho de conclusão de curso da faculdade, falou sobre a falta de legislação específica no País para casos de inseminação artificial e fertilização in vitro, quando o óvulo e o espermatozoide são retirados do casal, fecundados em laboratório, tornam-se um embrião e são transferidos para o útero. – Ainda existe muito desconhecimento das pessoas. Quando eu era criança, sempre tinha aquelas brincadeiras de que eu fui feita em laboratório. Os colegas chegavam a me beliscar
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para saber se eu era de verdade. Mas isso continuou na vida adulta – conta ela, que até hoje não conheceu ninguém que tenha nascido por fertilização em laboratório. Reportagens publicadas pelo jornal “A Notícia” contam que havia um temor de que a técnica gerasse aberrações. Mas o anúncio do nascimento de Suelen, um bebê saudável, ajudou a desmistificar o assunto. Na época, o médico responsável pelo procedimento foi o curitibano especialista em reprodução humana Karam Abou Saab. Louise Brown foi o primeiro bebê de proveta do mundo, nascida em 25 de julho de 1978, na Inglaterra. Seis anos depois, nascia Ana Paula Bettencourt Caldeira, em São José dos Pinhais (PR), a primeira brasileira nascida pelo método da fertilização in vitro.
DIEGO REDEL, BANCO DE DADOS
Uma cirurgia ousada e cheia de riscos separou irmãs siamesas de São Bento do Sul em 1977. Foi o primeiro procedimento do gênero no Estado. Quase 25 anos depois, em janeiro de 2001, os mesmos médicos fizeram uma nova cirurgia para separar os gêmeos xifópagos (ou siameses) Lucas e Gabriel Perazza, que nasceram unidos pelo abdômen e acabaram sendo notícia em diferentes veículos do Brasil. Os gêmeos entraram na sala de cirurgia do Hospital Dona Helena unidos pelo corpo e saíram como dois irmãos independentes. Os grandes desafios da carreira dos cirurgiões pediátricos Mauro César D’Aquino Silveira e Percy Sandoval Ribera pesavam juntos 8,5 quilos. Os xifópagos de Brusque tinham apenas um mês e 17 dias quando passaram pela cirurgia de separação. – O primeiro caso, de 1977, foi mais dramático. Como na época não existia ultrassom, nem raio X, foi uma ousadia. Não tínhamos visto nada disso na faculdade ou residência. Acompanhamos ambos os casos enquanto os pacientes eram crianças. Depois, seguiram a vida com saúde. As meninas de São Bento do Sul já são mães, inclusive – contou Mauro Silveira. A intervenção em Lucas e Gabriel durou seis horas. Uma equipe de dez pessoas esteve na sala de cirurgia. Na época, os médicos contaram que a parte mais complicada foi recompor o abdômen dos bebês. Embora cada bebê tivesse um fígado próprio, os órgãos estavam ligados. Não houve sangramentos, nem incidentes por causa da anestesia. Eles ficaram internados na UTI neonatal do Dona Helena até que pudessem respirar normalmente e que órgãos como o intestino estivessem em funcionamento. Leonita, a mãe dos gêmeos, preferiu não acompanhar a cirurgia pelo telão. Em 15 dias, eles já estavam recuperados. A união mais comum de xifópagos são gêmeos idênticos, mas separados, que se unem em algum momento da gestação pela cabeça ou abdômen. Em casos mais complicados, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por apenas uma parte do corpo ou têm uma parte comum aos dois.
JAKSSON ZANCO, BANCO DE DADOS
Eles nasceram de novo
25 anos depois da primeira cirurgia do gênero, das gêmeas de São Bento, o cirurgião Percy Ribera participa da separação de Lucas e Gabriel. No alto, a mãe Leonita com os bebês
Segunda chance para a vida
Em 30 anos de história, a Fundação Pró-Rim realizou mais de 1,4 mil cirurgias em parceria com o SUS e hospitais públicos e particulares
O primeiro transplante de Santa Catarina aconteceu em Joinville, em 22 de julho de 1978, no Hospital Municipal São José. Um jovem de 22 anos, que faleceu em um acidente de trânsito na BR-101, foi o doador do rim que salvou a vida de Maria de Souza Assumpção, 55 anos. A cirurgia durou cerca de nove horas e a paciente viveu por oito anos após o procedimento. – Foi um grande feito para a medicina catarinense. Fazer o primeiro transplante em Joinville foi uma batalha. Dar continuidade, uma guerra. O Hospital Municipal São José, de Joinville, foi o primeiro hospital não universitário a fazer um transplante e não havia processos criados para este tipo de procedimento. A equipe médica trabalhava por puro idealismo. Naquela época, não havia muitos medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição. As doses dos remédios eram elevadas. Os pacientes sofriam várias infecções por causa dos efeitos colaterais dos medicamentos – conta o médico nefrologista
José Aluísio Vieira, que liderou a equipe que fez o primeiro transplante e esteve à frente da criação da Fundação Pró-Rim, uma das instituições que mais realizam este tipo de cirurgia no Brasil. A Fundação Pró-Rim, que completa 30 anos de fundação neste ano, também é pioneira nos procedimentos de hemodiálise em Santa Catarina. Ao longo da história, mais de 1,4 mil cirurgias foram feitas em pacientes de diferentes regiões do Brasil, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os hospitais públicos e particulares de Joinville. A equipe da Pró-Rim é composta por médicos cirurgiões, urologistas e nefrologistas especializados no País e no exterior. A fundação tem mais de 500 funcionários e também tem um grupo multidisciplinar de enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais, que trabalham no ambulatório de transplantes e são responsáveis pelo tratamento clínico do paciente no pré e pós-cirúrgico.
nos protege
Uma corporação qUe O primeiro corpo de bombeiros voluntários do Brasil, criado em 13 de julho de 1892, é de Joinville. Prestes a comemorar 125 anos, a associação também foi a primeira de SC a unificar o atendimento com a Polícia Militar e o Samu
Na comemoração do centenário de criação do corpo de Bombeiros Voluntários, “aN” fez um caderno especial. Nas fotos antigas, os caminhões usados nos anos de 1940 (acima); a inauguração da segunda sede da corporação (ao lado); e a atual sede, construída nos anos de 1950 (abaixo)
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Sistema voluntário inédito no Brasil
Neste ano, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville completa 125 anos de existência. São mais de 1,7 mil pessoas envolvidas com a corporação, que atendem a 35 chamadas por dia
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As ruas ainda eram de terra, e postes de energia elétrica não faziam parte do cenário. Carroças circulavam nas largas ruas da área central de Joinville. A cidade somava seus 15 mil moradores nos anos de 1890, quando completava quatro décadas de história. Nesta época, a língua alemã era predominante. Os casarões eram construídos com madeira, barro ou cimento, em enxaimel. Tanto os casarões quanto as pequenas casas de madeira estavam suscetíveis ao fogo, que aparecia com frequência e destruía as construções. No dia 4 de julho de 1891, na então rua do Meio, hoje rua 15 de Novembro, um incêndio consumiu o comércio da família Trinks. As chamas foram apagadas com muito custo pelos moradores, que usavam baldes e panelas, como descreve o historiador Apolinário Ternes no livro Voluntários do Imprevisível. Mas foi somente um ano depois, em 29 de junho de 1892, após um incêndio que destruiu a casa e o comércio de Henrique Walter, que a comunidade se mobilizou. Então, em 13 de julho de 1892 foi criado em Joinville o primeiro corpo de bombeiros voluntários do Brasil. No mesmo dia, ficou definido o primeiro presidente, o imigrante alemão Victor Mueller, e os primeiros 39 bombeiros foram nomeados. Os moradores de Joinville dormiam às 4 horas da manhã de 11 de fevereiro de 1895, quando um tumulto tomou a madrugada. A casa comercial de Carlos Schneider, na esquina das ruas do Príncipe e 9 de Março, pegava fogo. Quase dois anos depois da criação dos bombeiros voluntários, este era o primeiro incêndio registrado na cidade. Segundo texto publicado em 1942, o fogo foi apagado às 7 horas da manhã. O primeiro incêndio trouxe à tona um problema para os voluntários: alguns moradores não colaboraram com o trabalho dos bombeiros. Foi preciso o Conselho Municipal promulgar uma resolução para autorizar a entrada dos voluntários em prédios vizinhos de onde ocorria o incêndio; proibir o trânsito no entorno; e até prender os curiosos que atrapalhassem os trabalhos. A resolução foi assinada em 25 de fevereiro de 1895. E como avisar os bombeiros sobre um incêndio, se naquela época não havia telefone? Com um sopro de solidariedade – literalmente. Como a população ainda era pequena na área urbana de Joinville, os moradores avisavam uns aos outros com cornetas. Eram necessários três sopros para confirmar a ocorrência. As casas eram escolhidas e havia uma placa na parede que indicava: “Aviso de incêndio – Feuermeldestelle”. O jornalista Egos Godinho relatou o aviso em reportagem publicada na revista Vida Nova, em 1951. Quem ficava sabendo de um incêndio e não tinha corneta em casa precisava correr à procura de uma plaquinha. As cornetas funcionaram até a década de 1940, quando foi adotado um sistema de sirene central, que funcionou até 1970. Quando elas soavam, quem ouvia ia avisando os voluntários, que corriam ao quartel. Voluntários podiam sair no meio do trabalho para atender a um incêndio. As empresas os liberavam, desde que os funcionários cumprissem o horário mais tarde. E taxistas não cobravam as corridas para chegar até o local da ocorrência. Nos primeiros 50 anos de vida dos voluntários, ocorreram aproximadamente 50 grandes incêndios, outros menores e diversos alarmes falsos. O ano de 1913 foi de instalação na sede própria dos bombeiros voluntários, onde está localizada até hoje, na rua Jaguaruna. Em abril de 1925, a corporação ganhou a primeira bomba a motor, e, no ano seguinte, chegou o primeiro caminhão: um Chevrolet usado do ano de 1923. Em 1927, a Prefeitura comprou o segundo veículo de combate a incêndio. E se os primeiros 50 anos foram difíceis, a fase que vai de 1942 ao centenário foi de mudanças administrativas e de reestruturação. Depois disso, a corporação apertou o passo para acompanhar as transformações econômicas e sociais de Joinville. Mas ser um bombeiro voluntário se tornava cada vez mais motivo de honra para qualquer cidadão joinvilense. O Corpo de Bombeiros Voluntários, que comemora 125 anos de existência em 2017, também foi o primeiro do Estado a unificar o atendimento com a Polícia Militar e o Samu. Hoje, a corporação, que tem cerca 1,7 mil pessoas, entre bombeiros e funcionários administrativos, e atende em torno de 35 chamadas por dia, é uma associação sem fins lucrativos de prestação de serviços de socorro em situação de emergência, ações comunitárias, educação e defesa civil.
Além de ser um município com um forte potencial econômico, a Cidade dos Príncipes atrai e encanta a todos pela beleza contida em seus 166 anos de história. Foi justamente por isso, que após 42 anos de crescimento no Paraná, e uma rede de lojas consolidadas, que o Condor decidiu dar mais um importante passo para a sua expansão e abriu assim a primeira loja fora do seu estado de origem, inaugurando em 18/05/2016 o Hiper Condor Joinville.
Veja um pouco dessa trajetória juntos Muitas são as ações que comprovam a conexão do Hiper Condor Joinville com a cidade. A Rede, sempre preocupada e cuidadosa com a comunidade local, faz questão de estar ao lado do joinvillense, oferecendo sempre a melhor relação custo-benefício, além de prestar apoio a diversas ações regionais. Dessa forma, o Condor não só contribui para o completo bem estar das famílias joinvillenses, bem como para o desenvolvimento da cidade. Confira algumas ações patrocinadas pelo Hiper Condor Joinville ao longo de 2016: Ponto de arrecadação do projeto Árvore do Bem
Realização do Palco Aberto, do Festival de Dança de Joinville
Campanha Solidária, que beneficiou a instituição dos Bombeiros Voluntários de Joinville
Patrocínio ao JEC (Joinville Esporte Clube) e ao lançamento do álbum de figurinhas do JEC Patrocínio de projetos e ações dos Bombeiros Voluntários de Joinville (como o lançamento da 2ª edição do gibi “Liga dos Bombeiros Voluntários de Joinville” e a 8ª Edição Yakisoba do Bombeiro Mirim)
Sempre preocupados em atender a todos com a excelência merecida, o Hiper Condor Joinville é uma loja de alto padrão de qualidade e tem os seus 36 mil m² pensados estrategicamente nas necessidades e conforto de cada um de seus clientes. São 6.500 m² de área de vendas, e seções especializadas de mercearia, bazar, hortifrúti, “Açougue Nota 10”, padaria e confeitaria, friambreria, adega e ampla seção têxtil, com cama, mesa e banho e vestuário, sapatos e acessórios para toda a família. O Hiper Condor Joinville dispõe, ainda, de uma linha completa de eletros, com eletrodomésticos, eletrônicos, portáteis e celulares. Na Cidade das Flores, o setor de floricultura da loja conta com a chancela da empresa Esalflores, uma homenagem à população, que pode adquirir uma variedade incrível de flores e plantas. E em muitos outros detalhes peculiares, a loja mostra que foi pensada especialmente para a cidade, como por exemplo os painéis de madeira entrelaçadas, que dão elegância e aconchego ao ambiente e lembra a técnica construtiva Enxaimel, presente na arquitetura germânica de Joinville. Alguns símbolos da cidade também foram incorporados na comunicação visual da loja, como o moinho de vento na seção de pães embalados e uma bailarina e um soldadinho de chumbo no setor de brinquedos, que fazem referência à forte presença da dança na cultura do município. Anexo ao Hiper Condor Joinville, fica a Galeria das Flores, que conta com 61 lojas de apoio e uma Praça de Alimentação com 8 opções de estabelecimentos gastronômicos. Toda essa diversificação é para que os clientes possam encontrar tudo o que precisam em um mesmo lugar, otimizando tempo e melhorando a qualidade de vida, com a certeza de muita economia, melhor atendimento e conforto! O Hiper Condor Joinville fica na Rua Florianópolis, nº 100, com acesso também pela Rua São Paulo, nº 1.701.
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A força
política de Joinville
Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira, consagrados na história política da cidade mais populosa do Estado, também se tornariam referência em Santa Catarina, com repercussão nacional
três capas históricas: a edição de 17 de novembro de 1986, que mostra pedro ivo eleito governador de Sc; a edição de 28 de outubro de 2002, que mostra a primeira vitória de luiz Henrique da Silveira ao governo do estado; e a edição de 30 de outubroo de 2006, com a cobertura da reeleição de lHS como governador. acima, fotos de pedro ivo em discurso na rua do príncipe em 1970 e lHS em entrevista na sua casa, em Joinville, em abril de 2010
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Dois governadores joinvilenses Foi para entrar para a história. No início de 1986, os dois ex-prefeitos de Joinville se enfrentaram em prévias partidárias e em poucos meses, um deles se tornaria o primeiro governador da história do PMDB em Santa Catarina, já na segunda disputa após a volta da eleição direta para os governos estaduais. Dezesseis anos depois, o outro participante daquele confronto interno peemedebista deixaria a Prefeitura de Joinville para se lançar à disputa pelo Estado. Também triunfaria. E juntos, Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira, consagrados na história política da cidade mais populosa do Estado, também se tornariam referência em Santa Catarina, com repercussão nacional. Pedro Ivo Campos já tinha provado do pioneirismo ao dar ao então MDB a primeira vitória do partido na Prefeitura de Joinville, em 1972, ao derrotar os três candidatos da Arena. Foi uma desforra para as derrotas nas duas eleições anteriores, sendo que na última por uma pequena margem. Naquele ano, Pedro Ivo, nascido em Florianópolis e em Joinville desde os 22 anos de idade, já tinha exercido mandatos de deputado estadual e de deputado federal. Antes da carreira política, o aspirante formado nas Agulhas Negras já havia alcançado a patente de coronel. As prévias vencidas por ele contra Luiz Henrique não foram as
primeiras: em 1982, Pedro Ivo havia sido derrotado por Jaison Barreto na convenção do PMDB. O obstinado Pedro Ivo atingia o topo de sua carreira política ao governar Santa Catarina. Em balanço da administração, marcada por turbulências políticas, o peemedebista conseguira o saneamento financeiro do Estado, conforme apontou o jornalista Moacir Pereira em “Pedro Ivo, um Coronel Democrata”. Mas a doença que já se manifestara anteriormente não o deixaria cumprir o mandato até o final: após vários afastamentos para tratamento de saúde, Pedro Ivo morreria em fevereiro de 1990, aos 59 anos, com o vice Casildo Maldaner assumindo o cargo. Como diria Luiz Henrique, Pedro Ivo teve liderança na persistência, na luta e também no sacrifício. Nascido em Blumenau e vindo para Joinville para “advogar a partir do nada”, Luiz Henrique foi o sucessor de Pedro Ivo na Prefeitura, com vitória na eleição de 1976. Após cinco mandatos como deputado federal, o peemedebista voltaria ao comando municipal em 1996 – após amargar sua única derrota em cargos eletivos, na disputa por Joinville quatro anos antes – disposto a dar o que chamou de “choque de modernidade”. Na prática, um avanço em infraestrutura para permitir um novo modelo de desenvolvimento não dependente apenas da indústria. Em 2000, Luiz
Henrique ganharia novamente a eleição municipal, se transformando no primeiro prefeito reeleito de Joinville (a possibilidade de reeleição para cargos no Executivo fora aprovada em 1997). Naquele momento de conquista do segundo mandato, já era sabido o interesse em tentar o governo do Estado, o sonho desde os anos 80. Em abril de 2002, justamente no símbolo de sua gestão, o Centreventos Cau Hansen, Luiz Henrique renunciaria ao cargo de prefeito (uma imposição legal) para se lançar na dura luta pelo governo do Estado. A diferença de votos, 20,7 mil de vantagem no segundo turno, mostraria o patamar de dificuldade da eleição. No comando de Santa Catarina, o foco da atuação seria a descentralização, marcada pela criação das secretarias de Desenvolvimento Regional. Primeiro prefeito reeleito de Joinville, LHS também seria o primeiro governador de Santa Catarina a conquistar o segundo mandato consecutivo. As articulações do peemedebista seriam também decisivas para a eleição de Raimundo Colombo e a reeleição dele em 2014. E quando Luiz Henrique começava os movimentos para a disputa de 2018, teve a trajetória interrompida aos 75 anos, vítima de parada cardíaca, em 2015. Ao lado de Pedro Ivo, Luiz Henrique também estava consagrado como o prefeito de Joinville capaz de conquistar também o cargo máximo no Estado.
coração
O time dO
de jOinville
América e Caxias se uniram para criar um time forte e que levasse o nome da cidade para todos os cantos. E o JEC foi vitorioso já na estreia e, em sua trajetória, passou por altos e baixos, mas sempre com o apoio dos torcedores
As capas do “An” retratam os momentos mais importantes do time: o primeiro campeonato, em 1976; o octacampeonato, em 1985; o acesso para a elite do futebol brasileiro; e o caderno especial com 40 histórias gloriosas em comemoração aos 40 anos do jeC, publicado em janeiro de 2016
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O Tricolor nasceu campeão Nascido da fusão de América e Caxias, o JEC é produto de uma grande rivalidade. Os dois times uniram forças em favor do crescimento do futebol da cidade. E a ideia deu certo. Prova disso é que o Tricolor conquistou o título do estadual já no ano de sua fundação. Foi um time que nasceu campeão. O texto publicado na edição do dia 12 de outubro de 1976 estava cheio de descrições sobre esta festa.“A torcida fez uma ruidosa, mas ordeira manifestação: uma passeata e até um improvisado Carnaval na rua do Príncipe. A bandeira tricolor aparecia nos prédios e casas. No Centro e nos bairros, não se falava em outra coisa. Os ingressos estavam esgotados e as arquibancadas, lotadas. Na hora da vitória, um foguetório ensurdecedor fez a festa dos mascotes que pisaram no gramado. Técnicos, jogadores e diretores foram carregados em triunfo. Em uma única voz: JEC fazia ressoar.” O ano de fundação foi um período de muitas outras partidas memoráveis, começando pelo jogo com o Vasco da Gama, que acabou em 1 a 1, com gols de Tonho, para o JEC, e Roberto Dinamite, para o Vasco. Foi também em 1976 que o Joinville aplicou a maior goleada de sua trajetória em amistosos. No jogo em Tangará, no Oeste catarinense, o Tricolor venceu o Ipiranga FC por 11 a 1. O JEC continuou a trilhar seu caminho, com a marca de oito títulos catarinenses consecutivos entre 1978 e 1985. Na primeira década da criação do time, foram nove títulos. No cenário nacional, disputou muitos campeonatos da Série A. A melhor campanha foi em 1985, quando ficou na oitava posição. Já em 1986, o JEC ficou na décima segunda posição. Foi nesta época que o time contava com Reinaldo Antônio Baldessin, o Nardela, que jogou com a camisa do clube 680 vezes, tornando-se um dos maiores artilheiros do time, com 130 gols. Só o atacante Lima, João Maria Lima do Nascimento, marcou mais gols. Entre as temporadas de 2008 e 2013, ajudou no acesso à Segundona de 2012 e comemorou o título de ser o maior goleador do JEC com 140 gols.
Em reportagens do “AN”, Nardela descrevia sua trajetória com o JEC como surpreendente. – Quando cheguei a Joinville, mal conhecia a cidade. Comecei a ter um envolvimento forte com o clube e logo tive um destaque muito grande, profissionalmente. Houve uma identificação forte com o clube e com a cidade, e acredito que fui correspondido. Em 11 anos e meio no JEC, Nardela lembra que a relação com a cidade ultrapassa os gramados. – Minha família foi constituída aqui, meus filhos nasceram aqui. Com este tempo, eu criei uma raiz muito forte. Sempre fui tratado com muito carinho e respeito. Sou de Piracicaba (SP), mas me considero um joinvilense. Na última década, o JEC passou por momentos gloriosos, como a arrancada que levou um time sem série para a elite do futebol brasileiro, até a queda para a Série C, novamente, no ano passado. Nos anos 2000, o JEC começou a enfrentar um período turbulento que culminou em rebaixamento da Série B para a C. Enquanto a cidade ganhava a Arena Joinville, o Tricolor não conseguia recuperar o prestígio no cenário nacional. Em 2008 e 2009, chegou a ficar sem calendário de jogos, para tristeza dos torcedores. Mas em 2009 conquistou a Copa SC e ganhou o direito de disputar a Série D do Brasileiro. Foi para a Terceira Divisão. Em 2011, conquistou a Série C e voltou para a Segunda Divisão após oito anos em baixa. Em 2014, teve uma campanha que entrou para a história. E após três anos disputando a Série B, conquistou o acesso à elite. Para tristeza da torcida, após um ano na Série A, o JEC voltou para a B, em 2016, e acabou na disputa da Terceira Divisão em 2017. Ficou a vontade de quero mais! Lá no início foi fácil para o Tricolor cair no gosto dos torcedores e facilitou muito o fato de a equipe levar o nome da cidade para as disputas em campo. Agora, o time conta com a mesma torcida para impulsionar a retomada de um futebol glorioso. Afinal, há 41 anos o JEC é, sim, o time do coração dos joinvilenses.
De cima para baixo, fotos da comemoração do gol do primeiro título do JEC, contra o Juventus; a primeira formação do Tricolor em amistoso com o Vasco; e Joinville heptacamepão do Catarinense (78, 79, 80, 81, 82, 83 e 84)
liderança
MArCAs dE
Algumas das empresas e marcas joinvilenses que se tornaram líderes nos seus mercados de atuação surgiram da visão de futuro de seus criadores; outras, pela necessidade daquele momento histórico. Mas o que todas têm em comum é o orgulho de terem nascido aqui
Nas páginas de “AN”, o anúncio da criação da Tupy, em 9 de março de 1938, e mais recente, sobre a instalação da primeira fábrica fora do Brasil. A história de Willy Holderegger, um dos fundadores da Consul, foi tema de reportagem do Anexo no lançamento do livro sobre o personagem em 2007. E ainda sobre a Consul, uma reportagem do período de expansão das exportações de geladeira. O Perini Business Park foi tema de uma reportagem especial em 2012. E o anúncio da morte de Cau Hansen, presidente do conselho de administração da Tigre, em um acidente de avião, ganhou as manchetes em 24 de março de 1994
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Döhler
A primeira tecelagem Quando Carl Göttlieb Döhler chegou à Colônia Dona Francisca em 1881, tentou se dedicar à lavoura, mas Joinville, naquele momento, era um grande manguezal e, diante do solo úmido, a ideia de cultivar a terra foi sendo deixada para trás. Logo nos primeiros meses, decidiu dedicar-se à produção de tecido, ofício que conhecia. Mas não havia equipamentos. Então, ele mesmo construiu o mais antigo tear manual de Santa Catarina, com o qual a família começou a fabricar tecidos xadrezes e de brim. Em 6 de dezembro de 1881, dia em que Carl completava 36 anos, a primeira
amostra de tecido ficou pronta. Dias depois, ele recebeu os primeiros fios de algodão em branco e azul, por meio de agenciamento de Hermann August Lepper. A confecção da primeira peça ficou pronta em 1882. Dez anos depois, ele e o filho Alexandre importaram da Inglaterra o primeiro tear de ferro da colônia, que foi instalado na Albertstrasse – hoje rua Alexandre Döhler – onde a família morava e mantinha o negócio. Com 135 anos, a Döhler é uma das maiores e mais importantes fabricantes brasileiras de produtos têxteis para cama, mesa, banho, decoração e tecidos industriais.
TUpy
Uma gigante do ferro Um anúncio na capa do jornal “A Notícia” de 9 de março de 1938 trazia a boa nova. Era criada a Tupy S.A. De modesta oficina de reparos de carroças, instalada no Centro da cidade, a empresa se transformou na atual líder global no mercado de blocos e cabeçotes de ferro para motores. A história da Tupy segue de perto os passos da industrialização do Brasil. Os fundadores, Albano Schmidt, Hermann Metz e Arno Schwarz, eram descendentes de imigrantes. Albano era um homem de negócios, e os sócios, pessoas que já se
perINI
dedicavam a fabricar artefatos de ferro, utilizando conhecimentos rudimentares de fundição. Albano morreu em 1958 e a presidência da empresa foi ocupada pelo filho Hans Dieter Schmidt, então com 26 anos. Homem de ideias arrojadas e visão empreendedora, Dieter criou em 1959 a Escola Técnica Tupy, com o objetivo de qualificar mão de obra para fazer frente aos desafios da indústria automobilística. A década de 1970 marca o início da internacionalização da Tupy. Hoje, com mais de 11 mil funcionários, atua em 40 países.
Maior condomínio do país O Perini Business Park, inaugurado oficialmente em 8 de março de 2001, é o maior condomínio multissetorial do Brasil. Com mais de 2,8 milhões de metros quadrados, no coração do Distrito Industrial de Joinville, o Perini tem 290 mil metros quadrados já construídos e abriga dezenas de empresas nacionais e multinacionais, de pequeno, médio e grande portes, sendo algumas líderes mundiais de mercado. O condomínio conta com 142 empresas, representando 13 nacionalidades (Alemanha, Áustria, Bahrein, Bélgica, Brasil,
Canadá, China, Dinamarca, EUA, França, Itália, Portugal e Suíça) e 13 segmentos da economia. Se fosse um município, ocuparia a 10ª posição de SC em arrecadação. 20% do PIB de Joinville e 3% do PIB de SC: é o que representa o faturamento das empresas instaladas no condomínio. A maior fabricante de barcos de lazer do mundo, Brunswick, por exemplo, inaugurou em 2012 a primeira fábrica no Brasil, que fica no Perini. O condomínio também é a casa da Pollux, empresa que se destaca na área de inovação da indústria 4.0.
CONSUL
A primeira é de Joinville A marca Consul ainda é a preferida dos brasileiros e um dos orgulhos joinvilenses. As geladeiras da marca estão presentes em mais de 50% dos lares. Mas a história começa em 1950, quando os pioneiros Willy Holderegger e Rudolfo Stutzer deixaram a oficina em Brusque para se unirem a Wittich Freitag, em Joinville, e darem início ao sonho de fabricar os primeiros refrigeradores de absorção do Brasil, que sugam calor para fabricar gelo. Alugaram um galpão de 680 metros quadrados na rua Jaraguá e a fábrica logo teve um crescimento monstruoso. De 1950 a 1962, a Consul fabricou cem mil geladeiras. Três anos depois, saía da linha de montagem o refrigerador de número 200 mil. A história está contada no livro Willy Holderegger – Sangue Suíço... Coração Brasileiro!, de Wilson Gelbcke, que durante 30 anos trabalhou como publicitário na empresa. Em 1994, houve a fusão entre a Brastemp e a Consul para formar a Multibrás. Nos anos 2000, ela foi adquirida pelo maior fabricante de eletrodomésticos do mundo, o grupo norte-americano Whirlpool. O nome Consul faz referência ao estímulo financeiro cedido pelo cônsul e industrial Carlos Renaux.
tIGRE
Um ousado negócio A Tigre nasceu da ousadia do jovem João Hansen Júnior. Nascido em 1915, ele conseguiu o primeiro emprego como officeboy da Perfumaria Jasmin. Aos 19 anos, foi promovido a guarda-livros e começou o curso de contabilidade. O dono da Perfumaria, Guilherme Urban, começou a indicar os serviços do jovem para empresários com dificuldades em assuntos contábeis e fiscais. Em 1941, aos 25 anos, conseguiu um empréstimo com o próprio Guilherme Urban para comprar uma firma que fabricava pentes de chifre de boi da marca Tigre. Em plena
Segunda Guerra Mundial, assumiu o controle da empresa e foi diversificando o negócio, com produção de cachimbos e leques pintados, até chegar ao plástico, em 1946. Em 1958, após uma viagem à Europa, voltou com a ideia de implantar com pioneirismo no Brasil as mangueiras de PVC flexível e os tubos e conexões de PVC para instalações hidráulicas. Foi assim que a Tigre se tornou líder no mercado brasileiro de tubos e conexões em PVC para água e esgoto. João se afastou dos negócios em 1991, passando ao sucessor Cau Hansen, e faleceu em 1995.
EMBRACO
O coração da geladeira Quem tem uma geladeira, possivelmente tem Embraco dentro de casa. A geladeira não funciona se não tiver um compressor hermético. É o coração do produto. O compressor hermético é essencial para a refrigeração de geladeiras, freezers, balcões frigoríficos, bebedouros e outros produtos. A função dele é bombear o gás refrigerante dentro do equipamento. E é isso que faz da Embraco hoje, líder mundial no mercado de compressores herméticos. Fundada em 10 de março de 1971, graças a um acordo entre Consul, Prosdócimo e
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Springer, a Embraco nascia a partir de um contrato de transfrência de tecnologia com a dinamarquesa Danfoss. Inicialmente, a Embraco pretendia suprir a indústria brasileira, mas, na década seguinte, alcançou autonomia tecnológica e diferencial em inovação que a fizeram ganhar o mundo. A partir dos anos 1980, comercializava compressores nos cinco continentes. Um dos responsáveis pelo surgimento da Embraco – que começou a produzir compressores em 1974 – foi Wittich Freitag, sem dúvidas, um grande visionário.
Acij à frente de
grandes causas
Fundada em 1911, a Associação Empresarial de Joinville sempre defendeu interesses comunitários. Bandeiras como a duplicação da BR-101, a instalação do ILS no aeroporto e a luta por menos impostos são marcas da entidade centenária
na reportagem de 2011, “An” festejou o centenário da Acij, que teve lançamento do livro Um Século Singular de joel Gehlen. nos detalhes, o jornal acompanhou passo a passo a instalação do sistema iLS no aeroporto, fez reportagem destacando a atuação da entidade no sesquicentenário da cidade e acompanhou as obras de duplicação da Br-101 norte, uma bandeira defendida pela associação há décadas
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Relação estreita com a comunidade Criada em 16 de fevereiro de 1911, a Associação Empresarial de Joinville (Acij) tem uma trajetória que se confunde com a própria história de desenvolvimento da cidade. Em 106 anos de atividades, não foram poucas as crises econômicas que abalaram o mundo. Das mudanças no perfil do consumo aos novos fluxos de capital, criação de tecnologias e atenção ao meio ambiente, os empresários viram empresas locais – algumas que surgiram no galpão de casa – se tornarem líderes ou referências em suas áreas de atuação. E a cidade pulou dos cerca de 25 mil habitantes, lá na primeira década do século 20, para os atuais 570 mil. Lá, o cenário já apontava para um País em constante transformação. Joinville vivia o crescimento da área de serviços. Com a construção da Estrada Dona Francisca, a economia da erva-mate ganhava novo fôlego na sua distribuição. Os empresários sentiam a necessidade de formar um grupo que discutisse essas realidades e tendências de futuro. Tecer a história da Acij é entrelaçar economia, sociedade e infraestrutura. A entidade já nasceu com objetivos modernos e que, até hoje, ainda são bandeiras. A luta pela redução de impostos, por melhores condições para o transporte e para o bemestar dos joinvilenses ganhou força desde os primeiros sinais de união entre a classe empresarial da cidade. Mas nem todos os desejos seriam atendidos ao
longo do primeiro século de história. A luta contra os impostos, por exemplo, permanece até hoje. Em 1911, Joinville tinha a terceira maior arrecadação catarinense, atrás de Florianópolis e Blumenau. Na época, não havia infraestrutura, nem estradas e a linha férrea era disputada com Curitiba. “Era uma vastidão de carências. Tudo era insuficiente, tanto do ponto de vista humano, da formação e do conhecimento, quanto do estrutural”, ressalta trecho do livro O Século Singular, de Joel Gehlen, sobre a participação empresarial na formação de Joinville. Foi neste cenário que a Acij ganhou vida. Em 1917, aconteceu a primeira greve dos trabalhadores, que durou três dias e paralisou fábricas e comércios. O principal motivo era o alto custo de vida em Joinvile, que superava os valores da Capital. A Acij apoiou as reivindicações dos grevistas, discutiu e buscou alternativas para o que via como maior problema naquele momento: a falta de moradias. Nos anos de 1940, a entidade incentivou a vinda e implantação do sistema Senai, Sesc, Senac e Sesi em Joinville, uma forma de melhorar o atendimento ao trabalhador. Mais tarde, incentivaria também a criação de universidades e escolas técnicas. Ainda nos anos 40, teve como bandeira a ampliação da rede de abastecimento de água do município. A partir de 1964, com a gestão de Hans Dieter Schmidt, a Acij vive uma fase de modernização. Os
debates sobre questões relevantes deixam de ser apenas para o município e ampliam seu foco para o Estado e até para o País. No fim da década de 1960, o aeroporto e a obra de pavimentação da BR-101 Norte eram prioridades entre as lutas abraçadas pela associação. Dez anos mais tarde, a Acij se instalava no Edifício Manchester, que, com 11 andares, era o mais alto de Joinville, na época, e o único com elevador. O momento de boom da população obrigava a cidade a melhorar estruturas como a distribuição de água e energia elétrica, telefonia, voos, rodovias e segurança. Sempre envolvida com o impacto das decisões políticas nas áreas econômica e social, na década de 1990, a Acij lançava a campanha “Vote certo. Vote por Joinville” para aumentar a representatividade política. A campanha trouxe resultados como o aumento do número de eleitores e deputados da região eleitos e a diminuição do número de votos brancos e nulos. Nos anos 90, uma grande bandeira da Acij foi a duplicação do trecho Norte da BR-101. Em 1999, depois da obra pronta, a entidade entregou um laudo técnico ao governo apontando erros na obra e cobrando revisão e solução para os pontos. A estimativa é de que a duplicação no Norte tenha trazido mais de R$ 3 bilhões em investimentos na primeira década dos anos 2000. A implantação do sistema ILS no aeroporto, permitindo operações de pouso em condições de mau tempo, é outra bandeira de destaque da Acij.
A melhor
cerveja do Brasil A Antarctica joinvilense era facilmente identificada. O segredo da bebida, que era um pouco mais escura, encorpada e tinha gosto de fabricação artesanal, diziam os mestres-cervejeiros, era a água de qualidade
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reportagens do “aN” contam as histórias da cervejaria antarctica e sobre o sonho de um espaço totalmente revitalizado e voltado para a cultura. Nas fotos, imagens da fábrica na década de 1970 (alto), uma potência que levava o nome de joinville para o País em seus rótulos; imagem da fachada em 1960 (centro); e uma imagem atual que mostra um dos usos do prédio, com órgãos públicos (acima)
Um lugar cheio de memórias A Antarctica de Joinville chegou a ser considerada a melhor cerveja do Brasil. A indicação era sutil. Nas pequenas letras escritas na tampinha da garrafa era possível identificar o endereço da rua 15 de Novembro. E isso era uma senha de qualidade. Os mestres-cervejeiros confirmam a tese de que, antigamente, a água pura era o ingrediente mais importante na fabricação da cerveja. Hoje, o diferencial não é mais a água, mas o processo químico e a procedência da matéria-prima. Mas este histórico contribuiu para Santa Catarina se destacar como reduto de excelentes cervejas. As fontes de água para a produção da bebida em Joinville eram três poços que existiam desde antes dos anos de 1940, quando a Antarctica comprou a Cervejaria Catharinense (em 1948). Aquele líquido tirado dali não precisava nem mesmo ser tratado, pois tinha toda a química necessária para a fabricação. Era principalmente a água de qualidade que sustentava a fama e a história de sucesso da Companhia Sulina de Bebidas Antarctica. Mas o sucesso, argumentavam os funcionários, em reportagens antigas do “AN”, só foi conquistado com muito trabalho. A Antarctica joinvilense era facilmente identificada. Era um pouco mais escura e encorpada, conservando o gostinho da fabricação artesanal. Possivelmente isso acontecia porque o maquinário da fábrica
era antigo, herdado da Catharinense, e alguns equipamentos eram ainda do início do século. Por isso, havia características de um processo quase artesanal de produção na bebida. A Antarctica ficou em Joinville até a década de 1990. O objetivo era permanecer na cidade, em área de mais de 2 mil metros quadrados, no distrito de Pirabeiraba, mas logo a empresa integrou-se à AmBev e a nova fábrica nunca saiu do papel. Em 1995, a produção da marca, na fábrica da rua 15 de Novembro, era de apenas 211 mil dúzias por mês, conforme registros. Essa produção não dava conta nem mesmo da demanda estadual. Em 1998, a fábrica fechou as portas. Em março de 2009, o “AN” promoveu um reencontro de Curt Zastrow, mestre-cervejeiro que dedicou 37 anos de sua vida à Antarctica joinvilense, com a antiga fábrica localizada na rua 15 de Novembro. Foi um momento belo e ao mesmo tempo triste, pois a situação do local era de completo abandono. Mas Curt guardava na memória todas as lembranças de um passado glorioso vivido ali. Com a descrição do cervejeiro, era possível imaginar aquele lugar funcionando a todo vapor. Em 2001, a Prefeitura de Joinville comprou o prédio que abrigava a Cervejaria Antarctica. O Ippuj e a Fundação Cultural desenvolveram um projeto de ocupação do local que o transformaria
em um expressivo centro cultural. Ainda hoje, um sonho da classe artística de Joinville. A proposta foi reformulada em 2006, mantendo o que já estava previsto e incluindo novas implantações, mas até agora nem a metade do que estava no papel virou realidade. Durante estes mais de 15 anos, alguns pontos da Cidadela chegaram a ser interditados pela Vigilância Sanitária porque corriam o risco de desabar. E, atualmente, funcionam ali dois anexos do Museu de Arte de Joinville, o galpão de teatro da Ajote, a Aaplaj e órgãos públicos como o Seprot, o Detrans e a Defesa Civil. Nem todo mundo sabe, mas Joinville produziu também a primeira cerveja do País, quando a cidade ainda era Colônia Dona Francisca. A Bohemia, que anuncia ser a primeira do País, é de 1853. Em Joinville, a primeira fábrica produzia cerveja à base de milho, e o improviso surgiu da falta de cevada na região. Era 1852, quando o suíço Gabriel Schmalz trouxe a ideia de seu país de origem. No livro Santa Catarina à Mesa, o jornalista e sommelier João Alexandre Lombardo apresenta uma linha do tempo que revela ser de Joinville a primeira cervejaria de Santa Catarina, a Schmalz. Seis anos depois, surgiria a segunda: a Cervejaria Kühne. Ficava na atual rua Jaguaruna, na época batizada de Bierstrasse, ou rua da Cerveja.
#INOVAÇÃO #EDUCAÇÃO # C U LT U R A
Criado para atuar no aprimoramento da Inovação, Educação e Cultura, o Instituto Core é uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de capacitar para um futuro promissor, ampliando as oportunidades por meio da formação.
INICIATIVAS
Parabéns, Joinville! Pelos 166 anos de exemplo em crescimento e educação.
Rua Gothard Kaesemodel, 833 - Anita Garibaldi Joinville - SC - Fone (47) 3461-0500
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dança
Capital da
Com o maior festival de dança do mundo acontecendo todos os anos e a única escola do Bolshoi fora da Rússia instalada na cidade há quase 17 anos, Joinville se consolida como palco desta arte e tradição
Nestas páginas, algumas das capas encantadoras produzidas ao longo da cobertura do Festival de dança de Joinville, que em 2017 chega à 35ª edição. O detalhe mais antigo é do registro do primeiro Festival, lá em 1983, um evento tímido que foi ganhando força e respaldo na cidade e se tornou gigante. a Escola do teatro Bolshoi no Brasil também aparece em várias reportagens ao longo destes mais de 16 anos de existência
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Cecília Kerche, uma espécie de fada madrinha do Festival de Dança de Joinville, durante a abertura do evento em 2008, com o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, interpretando O Lago do Cisnes
Centenas de apresentações, milhares de apaixonados Quando se trata do Festival de Dança de Joinville, tudo ganha grandes proporções. Até hoje, o evento já reuniu um público de 4,2 milhões de pessoas para assistir aos espetáculos, teve a participação de 6,3 mil grupos de dança e 135 mil participantes, incluindo bailarinos estudantes e profissionais, professores, especialistas, coreógrafos, diretores, jurados e convidados. Tudo isso garantiu ao evento o título de maior do mundo em número de participantes, pelo Guinness Book, desde 2005. Somente em 2016, foram 7.800 participantes, entre estudantes e profissionais da dança que passaram pela cidade nos 11 dias de evento no mês de julho, um recorde. Os 437 grupos e escolas participantes vieram de 22 Estados, do Distrito Federal, do Paraguai e da Argentina e apresentaram 1.188 coreografias, nos sete gêneros que compõem a programação: balé neoclássico, balé clássico de repertório, dança contemporânea, jazz, sapateado, danças populares e danças urbanas. A tradição da dança fez a cidade receber em 2016 o título de Capital Nacional da Dança, com base no projeto de lei nº 88/2015, aprovado pelo Congresso Nacional e pelo Senado. Na primeira edição, em 1983, o acontecimento ganhou um registro em “A Notícia” do dia 10 de julho. O texto dizia: “Joinville sedia o primeiro Festival Nacional de Dança, que será aberto pelo prefeito Wittich Freitag, às 18 horas de hoje, na Sociedade Harmonia-Lyra”. As inscrições tinham superado as expectativas: enquanto a organização esperava cerca de 150 participantes, recebeu 600 inscrições. A programação abria com uma palestra sobre a história da dança, seminário e apresentações intercaladas entre o Ginásio Ivan Rodrigues e a Lyra. Havia apresentação dos grupos vencedores e entrega de prêmios em quatro dias. Ao final, o Festival de Dança organizou um espetáculo para reverter a renda aos flagelados catarinenses, pois em 1983 uma grande enchente havia atingido o Estado. Depois de 15 anos, o evento ganhava casa própria: o Centreventos Cau Hansen. A partir de 1998, o local passou a ser o principal palco da dança joinvilense e o Festival teve
mudanças significativas na sua estrutura, com a criação do Instituto Festival de Dança, que desde então vem respondendo pela organização do evento e imprimindo um perfil profissional à captação e à gestão de recursos. Todas as decisões artísticas também passaram a ser tomadas com orientação de uma curadoria artística, formada por reconhecidos especialistas em diferentes áreas da dança, como permanece até hoje. Em 15 de março de 2000, o Centreventos também passou a ser a casa da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. A primeira e única escola do Bolshoi fora da Rússia. Tudo começou em 1995, quando o diretor artístico do Teatro Bolshoi, Alexander Bogatyrev, desenvolveu um projeto que reproduzia as mesmas características da Escola Coreográfica de Moscou. Em 1996, a Cia. do Teatro Bolshoi realizou uma turnê no Brasil e Joinville foi incluída no programa. O espetáculo ocorreu no 14º Festival de Dança. Os russos ficaram impressionados com a receptividade do público. Depois disso, Bogatyrev esboçou propostas para montar uma unidade da escola no Brasil. No dia 20 de julho de 1999, na abertura do 17º Festival de Dança, Alla Mikhalchenko, primeira-bailarina do Teatro Bolshoi, assinou o protocolo de intenções com o então prefeito Luiz Henrique da Silveira. Entre os fatores decisivos para a escolha de Joinville estava a profunda ligação da cidade com a dança, em função de seu tradicional festival. Além disso, o então prefeito empenhou-se pessoalmente nos processos institucionais entre o Brasil e a Rússia e disponibilizou uma área no Centreventos para instalação da sede. A inauguração ocorreu em 15 de março de 2000, com o diretor do Teatro Bolshoi Vladimir Vasiliev e o prefeito de Joinville, Luiz Henrique da Silveira, sendo os patronosfundadores da instituição. Em 2016, a Escola Bolshoi tinha 22 Estados brasileiros representados pelos 232 alunos matriculados. A escola já formou oito turmas, e 66% dos bailarinos formados atuam em companhias do Brasil e do exterior. Um público de 680 mil pessoas, de cem cidades e 21 Estados, já prestigiou algum espetáculo do Bolshoi Brasil.
da arte
CinCo mestres
Juarez Machado, Fritz Alt, Luiz Henrique Schwanke, Liselott Trinks e Fausto Rocha Júnior são apenas alguns dos tantos artistas joinvilenses que conquistaram espaço local, nacional e internacional e continuam inspirando as novas gerações
As reportagens do jornal “A notícia” sempre destacaram momentos importantes: no caderno especial para a inauguração do instituto Juarez machado, o resgate da história e da memória do aclamado artista; na primeira década do instituto schwanke, o Anexo fez uma série de reportagens para relembrar a importância deste ousado artista joinvilense; e Fritz Alt foi homenageado em caderno que lembrou os 150 anos da HarmoniaLyra e também quando ganhou reconhecimento nacional ao ser incluído no Dicionário da escultura no Brasil
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O que acOntece nO mundO vOcê lê em qualquer lugar.
o que acontece no seu mundo você lê aqui. Parabéns,
Joinville!
O jOrnal de jOinville
juArEz mAchAdO
Bicicleta como inspiração No caderno especial que marcou a abertura do instituto que leva o nome do artista, em 2014, ele escreveu: “Nasci artista e fui ser Juarez Machado no mundo”. Na época, estava determinado a reunir num único espaço a produção dos últimos 50 anos. Juarez é pintor, escultor, desenhista, caricaturista, ilustrador e cartunista. Nasceu em Joinville em 16 de março de 1941. Filho de um caixeiro-viajante que gostava de esculturas e fotografia, passou a maior parte da infância ao lado da mãe, que pintava leques de seda para a Companhia
Hansen, e do irmão. Começou a desenhar ainda pequeno, mas foi entre 1961 e 1965, estudando na Escola de Música e Belas-artes do Paraná, que aprimorou sua arte. Em 1964, realizou sua primeira mostra individual. Em 1966, foi morar no Rio de Janeiro. Foi chargista dos principais jornais e teve um quadro no Fantástico, tornando-se conhecido no País e fora dele. Anos depois, fixou residência em Paris. Em Joinville, produziu o mural O Grande Circo no Centreventos Cau Hansen e inaugurou o instituto na antiga casa da família.
SchwAnkE
Potência contemporânea Um dos artistas visuais mais aclamados das décadas de 1970 e 80, Luiz Henrique Schwanke expôs parte das 5 mil obras que produziu em mais de 130 exposições, entre individuais e coletivas, e participou dos mais importantes salões nacionais, recebendo mais de 30 premiações. O primeiro reconhecimento nas artes foi com um desenho, em 1962, quando cursava o primário no Grupo Escolar Rui Barbosa. Ele nasceu em 1951. O desenho participou do 11º Salão Nacional de Arte Infantil, promovido pela Folha de S. Paulo.
A primeira mostra individual foi em 1969, na Exposição de Flores e Artes de Joinville. Autor de desenhos, pinturas, instalações com luz, escultura e telas a óleo, uns dos marcos de sua carreira foi a participação na 21ª Bienal Internacional de São Paulo com a obra Cubo de Luz – Antinomia, sendo o único catarinense no evento. Em 1994, cinco obras dele integraram A Atualidade (1980 aos Nossos Dias), da Bienal Brasil Século 20, que contava a história da arte brasileira no século 20. Formado em comunicação social, Schwanke faleceu em 1992.
fritz Alt
O primeiro artista Nascido em Lich, na Alemanha, Fritz Alt chegou ao Brasil em 1921 – certamente sem saber que 30 anos mais tarde esculpiria o Monumento aos Imigrantes, que fica na praça da Bandeira, em comemoração ao centenário de Joinville. No prédio da Sociedade Harmonia-Lyra, construído naquela década, é possível ver as esculturas de Fritz Alt nas janelas e fachadas. Na casa onde ele viveu e que hoje abriga o museu que leva seu nome, estão várias outras obras, entre elas, a Pietà. A escultura é o molde de uma encomenda feita para o 28/29 • Especial Aniversário • 9 de março de 2017
cemitério da cidade na década de 1950. Mas por falta de recursos, não pôde ser fundida em bronze e ficou no ateliê até a morte do artista. Ele levou dois anos para fazer a escultura e não chegou a ver a obra pronta. Na Cidade das Bicicletas, ele faleceu de ataque cardíaco em 1968, utilizando o meio de transporte que deu fama à cidade. Quarenta anos depois de sua morte, o artista, que gostava de filosofia e compositores alemães, entrou para o Dicionário da Escultura no Brasil, uma publicação que é referência nacional.
liselott trinks
Ícone da dança joinvilense
Fausto roCha
nome da Casa da Cultura Figura que dá nome à Casa da Cultura de Joinville, Fausto Rocha Júnior iniciou a carreira artística aos 12 anos como operador de estúdio na Rádio Difusora de Joinville. De 1960 a 1970, esteve à frente do programa de auditório Os Brotos Comandam, um sucesso entre os jovens joinvilenses. Lançou o conjunto Os Dinâmicos e, por causa deles, conheceu o cantor Agnaldo Rayol, que levou todo o grupo para São Paulo. Lá, foi convidado a integrar o elenco da novela A Gordinha, exibida na extinta TV Tupi. Em 1971, fez par romântico com Bete
Mendes em Meu Pé de Laranja Lima. Nos anos 1970 de 80, foi um dos mais queridos galãs da televisão. Atuou em 11 filmes e 17 novelas nas principais redes abertas do Brasil, como o SBT, a TV Globo e a Bandeirantes. A carreira terminou em 1984. Depois, comandou a Secretaria de Turismo de Barra Velha, cidade onde nasceu em 1943. Lá, conheceu Dircéia Cordeiro, com quem se casou em 1997. No mesmo ano, descobriu ser portador de esclerose lateral amiotrófica, uma rara doença degenerativa que o levou em 2001, aos 57 anos.
O palco sempre fez parte da vida da bela Liselott Trinks, afinal, foram os seus pais, Adolf e Eva, que ajudaram a idealizar a Sociedade Harmonia-Lyra. Amantes da cultura, sempre viajavam atrás da efervescência cultural. Foi vivendo nesse universo que ela sonhou se tornar bailarina, estudou piano, dramaturgia e foi até a Europa ampliar seus conhecimentos. Voltou para um momento histórico: a apresentação da ópera Yara, escrita em Joinville, e da qual fez parte no corpo de baile, e seus pais, da produção. Quando Elvis Presley começou a fazer sucesso, Liselott criou uma coreografia de rock para seus alunos. Na mesma época em que a dança experimental era difundida na Europa, a joinvilense já trazia a técnica da dança contemporânea para a cidade. Quando um novo espetáculo chegava aos palcos, sua assinatura ia da coreografia e direção à cenografia aos figurinos. Em 1965, ela passou a trabalhar também na Sociedade Ginástica de Joinville, onde fundou a Escola de Ballet e criou o Festival de Bailados, em 1974, que teve três edições – um precursor do Festival de Dança. Liselott continuou atuando na dança até fins dos anos 70 e faleceu em maio de 1987.
perto de casa
universidade Na década de 1960, a cidade vivia um momento de desenvolvimento da indústria e expansão populacional. A primeira faculdade surgia neste cenário. Há dez anos, a bandeira de entidades e da comunidade é pela construção do campus da UFSC
em capa antiga de “an”, o registro da aula inaugural da Faculdade de Ciências econômicas, o primeiro curso superior da cidade. Outra reportagem, de 2001, mostra o crescimento da demanda por formação na cidade e, acima, um dos conteúdos sobre a aclamada vinda da uFsC para Joinville. nas fotos, a casa que abrigava a sede da Fundaje, em 1967, e o terreno do campus da univille, em 1971
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Ensino superior veio com a industrialização Um futuro promissor acenava para a Joinville da década de 1960, que à época experimentava o boom da indústria local, com mais de 500 fábricas, que empregavam perto de 25 mil pessoas. A cidade estava vivendo um período de expansão populacional, e em duas décadas (anos 60 e 70) passou de 70 mil para 235 mil moradores, recebendo muita gente que vinha em busca de oportunidades. Mas a cidade precisava – cada vez mais – de profissionais qualificados, e a formação profissional só era possível em outras cidades. É neste cenário que um grupo de joinvilenses inicia estudos para a implantação do ensino superior no município. Nascia, assim, o embrião que mais tarde daria origem à atual Universidade da Região de Joinville (Univille), a primeira faculdade de Joinville e que representa a conquista do ensino superior pertinho de casa. Em 15 de março de 1965 acontecia a aula inaugural da Faculdade de Ciências Econômicas de Joinville, no salão da Harmonia-Lyra, com o palestrante Alcides Abreu. A reportagem do “AN” descrevia como substanciosa e interessante a palestra. Alcides falou sobre o aproveitamento das reservas de capitais legais, naturais e humanos. Ressaltou a necessidade de adequação de todos estes fatores na conjuntura socioeconômica do País em 1965. Naquele mesmo ano, acontecia também o primeiro vestibular para a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) para engenharia de operação, que iniciou em 1º de agosto.
Hoje, com campus em três cidades da região – Joinville, São Bento do Sul e São Francisco do Sul – e cerca de 10 mil estudantes, da educação infantil ao doutorado, a Univille se prepara para a chamada “terceira revolução acadêmica”, que é baseada no conceito de “universidade empreendedora”. Focando neste cenário, a universidade criou o primeiro Parque de Inovação Tecnológica de Santa Catarina fora da Capital, o Inovaparq, e doou uma área de 8,5 mil metros quadrados ao Estado para a construção do Centro de Inovação de Joinville, um dos 13 previstos para SC. O Inovaparq conta hoje com cerca de 40 empresas, entre instaladas, não residentes, incubadas e préincubadas, além de um amplo portfólio de empresas e instituições de ensino e pesquisa conveniadas. A ideia é preparar a cidade para atrair mais indústrias do conhecimento, criativas, voltadas a tecnologias limpas e que gerem produtos de elevado valor agregado. O Inovaparq funciona em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Udesc. A reconhecida inserção da Univille na comunidade ao longo de mais de 50 anos de história só foi possível graças ao empenho de muita gente, mas duas personalidades se destacam pela liderança e pioneirismo com que conduziram o processo desse passo importante para o desenvolvimento da cidade, que foi a criação da primeira universidade: os professores Ana Maria Harger e Hamilton Sidney
Alves Carvalho, mais antigo professor da Univille em atividade. Na linha do tempo, a Faculdade de Ciências Econômicas foi implantada em 1965 e, primeiro, mantida pela Comunidade Evangélica Luterana. Dois anos depois, Nilson Wilson Bender cria a Fundação Joinvilense de Ensino (Fundaje), que em 1968 incorporou a Faculdade de Ciências Econômicas, garantindo à nova instituição 1% da receita municipal. Em 1971, a denominação Fundaje é alterada para Fundação Universitária do Norte Catarinense, Func. Em 1977, é instituída a Fundação Educacional da Região de Joinville (Furj), até hoje mantenedora da Univille, que em 1996 seria oficialmente reconhecida como universidade pelo Ministério da Educação. Uma bandeira bem mais recente de entidades e da comunidade joinvilenses foi pela vinda de um campus da UFSC para o município. As discussões começaram já faz uma década e os primeiros cursos começaram a funcionar em agosto de 2009, sempre em espaços emprestados ou alugados. O local permanente está sendo construído em um terreno às margens da BR101, mas não há previsão para o fim das obras. Enquanto o campus da universidade federal espera por um modelo viável de parceria público-privada para finalmente ser entregue à comunidade, a cidade percebe o crescimento de cursos e vagas oferecidas por mais de uma dezena de instituições particulares, que focam cada vez mais num ensino customizado para cada aluno.
UNIVILLE ORGULHO DE SER JOINVILENSE. Universidade e comunidade, uma parceria que deu certo. PIONEIRA
COMUNITÁRIA
A Univille foi a primeira instituição de ensino superior em Joinville, ao iniciar em 15 de março de 1965 a faculdade de Ciências Econômicas. Hoje tem mais de 40 cursos de graduação, mais de 20 cursos de especialização, 5 programas de mestrado e 1 de doutorado.
Com portas abertas para a comunidade, a Univille possui 45 projetos de extensão e programas de atendimento à população, contemplando cerca de 300 mil pessoas por ano.
ENGAJADA
SOLIDÁRIA
Com cerca de 200 projetos de pesquisa científica, abrangendo todas as áreas do conhecimento, a Univille cria e compartilha conhecimento com milhares de estudantes e com a comunidade.
Por acreditar no poder de transformação da educação, a Univille oferece bolsas de estudo parciais e integrais, que, somadas, representam o volume anual de R$ 26 milhões de investimento em futuros profissionais para o mercado.
EMPREENDEDORA A Univille apoia a Fundação Softville e o Inovaparq, primeiro parque tecnológico do norte/nordeste catarinense, estimulando o espírito empreendedor dos estudantes e impulsionando a criação de startups e o desenvolvimento econômico da região.
CAMPUS BOM RETIRO.
UMA HOMENAGEM DA UNIVILLE AO 166º ANIVERSÁRIO DE JOINVILLE E 52º ANO DO ENSINO SUPERIOR NO MUNICÍPIO.
univille.br