Tossed Into Love - Fluke My Life

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Tradução: Margarida, Nina, Márcia, Cássia, Cris, Monica Revisão inicial: DeaS Revisão final: DeaS Leitura Inicial: Jaqueline/ Hígia Leitura Final: Mitra/Anfitrite Formatação: Kytzia /Cibele Disponibilização:

Sweet Club Book´s & |Grupo Rhealeza Traduções 12/2018


Sinopse Libby Reed supere isso. Ou é o que ela diz a si. Ela é cobiçada por um dos mais valentes de Nova York há anos, mas o bombeiro Antonio Moretti despertou seu interesse pela última vez. Por mais que queira o idiota arrogante (de um jeito ruim, muito ruim), eles nem podem estar na mesma sala sem se provocar... o que pode ser um problema agora que ela se oferece para ajudar no restaurante de sua família. Antonio já se deu mal antes. Agora sabe mais do que confiar em um rosto bonito e seguir outro par de longas e belas pernas para dentro do coração partido. Mas enquanto Libby pode irritá-lo do jeito errado, não pode negar o calor entre eles. E incendeia quando ela se aproxima num momento de necessidade. Quanto mais perto eles chegam,

mais ele percebe que pode tê-la julgado mal. Então, novamente, não sabe o segredo que Libby mantém, que pode acabar com o relacionamento deles antes mesmo de começar.


Capítulo 1 EU QUERIA TER PODERES MÁGICOS LIBBY

Escuto a porta da frente abrir, então ouço como minha irmã, Mackenzie, tenta ser silenciosa quando entra em nosso apartamento. O barulho alto das dobradiças faz com que falhe miseravelmente. Rolo na cama e olho para o relógio. É cedo, nem cinco da manhã. Não sei onde ela ficou na noite passada, mas sei que não foi aqui. Também sei que se perguntar onde estava a noite toda ela não vai me contar. Ela nunca mais me disse nada, o que é irritante e altamente

frustrante. Havia

um

tempo

em

que

compartilhávamos tudo uma com a outra, uma época em que minhas irmãs, Mac e Fawn, compartilhavam tudo comigo. Tudo mudou em torno do Halloween, quando Fawn começou a namorar Levi. Não sei por que as coisas mudaram depois, mas sei que elas mudaram. Rolo de volta e fecho meus olhos, ignorando-a quando entra no quarto e se atrapalha no escuro. Continuo ignorando-a quando sua cama range quando deita nela. Eu a ouço se mover um pouco mais como se não pudesse ficar confortável. “Lib, você está acordada?” Ela sussurra no escuro. Seguro um suspiro de frustração. Sempre tive um problema em voltar a dormir depois de acordar.


“Talvez”, sussurro de volta. “Tony teve um ataque cardíaco.” “O quê?” Eu me sento e acendo a lâmpada, pisco enquanto meus olhos se ajustam à luz. “Tony teve um ataque cardíaco”, ela repete. Meu coração aperta. Tony é o dono da Tony's Pizzaria, a apenas alguns quarteirões do nosso apartamento. Quando me mudei para a cidade de Nova York para ir à escola, há seis anos, a Tony's Pizzaria foi o primeiro lugar que me senti um pouco em casa. A primeira vez que entrei na pizzaria, Tony me recebeu de braços abertos. Toda vez depois disso, ele me cumprimentava como se me conhecesse por toda a minha vida, como se eu fosse parte de sua família. Estava sempre lá com um sorriso caloroso e um abraço amigável. Tony‟s tornou-se o lugar para onde vou quando preciso de um momento para pensar ou alguém para conversar, e esse alguém é a esposa de Tony, Martina, uma mulher por quem tenho uma profunda consideração. Ela sempre, mais sempre, me deu seu tempo, seu ouvido e seu conselho. Ela e o

marido

são

conheço. Eles

duas

das

lembram-me

pessoas meus

mais pais

amáveis de

que

várias

maneiras. Tony tem uma certa ternura nele, e Martina é totalmente doce e generosa com conselhos. Mesmo quando o conselho não é exatamente o que você está procurando. “Quando...? É... Ele está bem? Martina está bem?”


“Foi

alguns

dias. Ele

está

bem. Fez

uma

cirurgia. Antonio disse que vai começar fisioterapia em breve. Martina está com ele.” Claro que ela está com ele. Martina está sempre ao lado do marido, aonde ele vai, ela vai. “Oh

Deus”,

sussurro. “Quem

está

cuidando

da

pizzaria?” Se Tony teve um ataque cardíaco, ele não pode fazer isso; Martina não pode porque não vai deixar o lado do marido. E Antonio? Bem, Antonio, seu único filho, já tem um emprego em tempo integral como bombeiro e odeia a pizzaria. Não posso imaginá-lo querendo administrá-la para seus pais. “Antonio está cuidando das coisas”, ela diz. Sacudo minha cabeça. Martina disse-me um tempo atrás, quando perguntei por que Antonio não trabalhava na pizzaria, que ele tinha um ressentimento por ela, que achava que o negócio estava matando lentamente seu pai. Tenho certeza que o seu pai ter um ataque cardíaco só o fez odiar o lugar ainda mais agora. “Ele está se esforçando, então vou tentar ajudar quando puder.” Suas palavras me puxam

dos meus

pensamentos. Olho para ela mais uma vez. “Vou ajudar também”, digo instantaneamente. Pode ser estranho, já que tenho uma queda por Antonio há três anos e ele não parece gostar muito de mim. Toda vez que estive


perto dele, ele resmungava olhando para mim por qualquer motivo. Pessoalmente, acho que é um idiota, um idiota gostoso, mas ainda assim um idiota. Mesmo assim, adoro seus pais e não seria capaz de me olhar no espelho se não tentasse ajudá-los de alguma forma enquanto estivessem lidando com uma situação tão difícil. “Eu sei que Martina vai gostar disso”, ela diz. Percebo que seus olhos estão cansados e seu rosto vermelho, como se estivesse chorando. Quero perguntar a ela o que está errado, mas luto contra o desejo, apago a luz e me deito. Não sou uma vaca sem coração; tentei falar com Mackenzie até a exaustão, mas não importa o que eu diga ou faça, ela se recusa a se abrir para mim. Como o bebê da família,

estou

acostumada

Mimando-me. Ainda

assim,

com é

as

pessoas... bem...

frustrante

quando

isso

acontece. Posso ser mais jovem que minhas irmãs, mas sou uma mulher adulta que tem a capacidade de pensar, dar conselhos e ajudar quando necessário. Gostaria que vissem isso. Vinte minutos depois, com o sono indo embora e Mac roncando baixinho, saio da cama e vou para o banheiro para me preparar para o trabalho. Uma vez que saio do banho, me

envolvo

no

meu

roupão

e

faço

minha

rotina

matinal. Enrolo meu cabelo castanho-escuro, puxando da parte superior afastando-o do meu rosto e prendo com grampos, depois pulverizo spray de cabelo suficiente para segurá-lo durante todo o dia. Então encho meu rosto de


maquiagem, incluindo um batom vermelho escuro. Saio do banheiro em silêncio para me vestir na sala de estar, onde está meu guarda-roupa. Nosso apartamento é minúsculo. O quarto é grande o suficiente para nossas camas de solteiro, a cômoda de Mac e nossa mesa de cabeceira compartilhada. A sala de estar e a pequena cozinha estão separadas por uma parede com um recorte. Nosso sofá fica sob essa abertura, e nossa TV de tela plana pendurada na parede oposta, sobre um pequeno rack preto. Meu guarda roupa fica onde a mesa da sala de jantar estaria se tivéssemos uma. Graças a Deus nós não temos, e digo isso porque tenho uma obsessão em comprar roupas, bolsas e sapatos. Com tudo isso, minha cama é elevada do chão, para que eu tenha espaço para guardar minhas roupas sazonais em três bolsas de plástico embaixo. Depois de vasculhar minhas coisas, coloco uma calça de lã azul marinho com pernas largas e cintura alta, e uma blusa de seda azul-marinho com bolinhas brancas. Eu combino com um sapato Mary Janes azul-marinho que tem um salto largo de sete centímetros. Depois de me vestir, arrumo uma tigela de cereal de flocos Frosted, que como enquanto fico encostada ao balcão e examino meu celular em

busca

de

uma

floricultura

perto

do

meu

trabalho. Termino meu cereal, lavo a tigela e limpo os balcões antes de pegar meu casaco preto de lã, minha bolsa carteiro “um presente de meus pais quando fiz 21 anos” e minhas chaves. Não estou com vontade de pegar o trem, então pego um táxi para o trabalho.


Entro no salão da Madison Avenue um pouco antes das oito e tranco a porta atrás de mim. Palo, o dono, não estará aqui por mais uma ou duas horas, depende do cronograma do cliente, e todo mundo não estará até próximo do horário de abrir. Dois meses atrás, Palo me promoveu a assistente de gerência. É meu trabalho preparar as coisas de manhã, como ligar as máquinas de cera, garantir que todos os suprimentos estejam estocados e deixar a equipe de limpeza entrar. Palo's é um dos melhores salões da cidade, não apenas porque algumas das pessoas mais talentosas do ramo trabalham aqui, mas porque o espaço grita luxo. Antes mesmo de entrar no salão, você sabe que vai conseguir um serviço de primeira classe... apenas por causa da localização, na Madison Avenue. Quando entra no salão, percebe que todo o espaço é aberto, para que os clientes possam ver os outros penteados ou maquiagens em um dos sofás de couro preto na frente. Temos uma estação de maquiagem, que é minha, e seis estações de estilistas. Todas as estações têm cadeiras de couro branco na frente de prateleiras de vidro flutuantes e espelhos de moldura preta em pé. Não há arte nas paredes, porque quem precisa de arte quando a está criando? Pelo

menos

é

o

que

Palo

diz. Pessoalmente,

adoraria ver alguma cor por aqui. Trabalho no Palo há três anos. Comecei como aprendiz logo depois de me formar na Aveda, que é, em minha opinião, uma das melhores escolas de cosmetologia do


mundo. Meu

objetivo

era

fazer

maquiagem

teatral

na

Broadway ou em uma das gravações de shows matinais de Nova York. Mas desde que comecei no salão, não tentei fazer nenhuma maquiagem

dessas e

coisas,

cabelo

são

sinceramente, o

que

quero

não

sei

fazer

se para

sempre. Costumava pensar que era. Sempre achei que porque amava maquiagem e cabelo, adoraria ser estilista para viver. Agora...Não tenho tanta certeza. Gosto do meu trabalho. Sou muito boa nisso, o dinheiro é ótimo, e fiz alguns amigos incríveis ao longo do tempo, mas não me sinto mais satisfeita. Sinto que falta algo, apenas estou com muito medo de descobrir o que é essa coisa. Empurrando para longe essa compreensão deprimente, sigo pelo chão de mármore preto até o escritório, tiro meu casaco e arrumo minha mochila antes de entrar e começar a trabalhar. *** Mais de nove horas depois, meus pés estão cansados, minha cabeça lateja por inalar produtos de cabelo o dia todo, e meu estômago está resmungando por não ter tido tempo para almoçar. Vou para o hospital e tento me concentrar em mandar uma mensagem para minha irmã Fawn para que ela saiba que a verei mais tarde hoje à noite. Minhas irmãs e eu temos planos de ir a um exposição de arte no SoHo, onde uma das peças de um amigo de Fawn estará exposta. Não é algo que esteja realmente ansiosa, depois de ficar em pé o dia todo, mas sinto falta das minhas irmãs. Vai valer a pena


passar algum tempo com elas. Pego o elevador até o terceiro andar e sigo as instruções que a senhora da recepção me deu. Meus sapatos clicam alto, o som ecoa nas paredes a cada passo. Desloco minha bolsa e o enorme buquê de lírios e rosas que estou segurando em meus braços, examino o número de cada quarto até que finalmente chego ao que estive procurando. Mudo o buquê de novo, em seguida, pego a maçaneta da porta assim que começa se abrir. Quando olho por cima das flores, um par familiar de olhos castanhoescuros se fixa aos meus. Meu coração começa a bater mais rápido. “Princesa.” A voz áspera de Antonio me cumprimenta com o apelido irritante que usa para mim. Ele preenche meu espaço,

forçando-me

a

me

afastar

para

evitar

ser

pressionada contra ele. (Eu realmente não quero isso.) Uma vez que estou em pé no meio do corredor vazio a alguns passos dele, ele fecha a porta atrás de si, cruza os braços sobre o peito e planta os pés calçados com botas bem separados. Abaixo as flores para poder vê-lo, desejo “não pela primeira vez” ter poderes mágicos para fazê-lo parecer grotesco. Infelizmente, não tenho

esses

poderes.

Ele

parece ficar mais bonito a cada vez que o vejo. Seu cabelo escuro é preguiçosamente estiloso, de uma forma que faz parecer que apenas passou os dedos por ele, e sua pele morena, que nem foi bronzeada pelo sol, é um presente do sangue italiano fluindo em suas veias. As maçãs do rosto


perfeitamente esculpidas, uma mandíbula forte e quadrada, lábios carnudos e olhos escuros acompanhados por cílios espessos e escuros. Por último, mas não menos importante, o corpo dele, alto, magro e poderoso. Eu o odeio... Ou realmente gostaria de poder odiá-lo. “Papai não pode receber flores”, ele afirma, desviando os olhos de mim para o buquê que estou segurando. Meu ânimo afunda. “O-O quê?” “Ele não pode receber flores. Acabou de fazer uma cirurgia, então não querem flores em seu quarto.” “Oh.” Olho para ele e para as flores, me sentindo desapontada. Deveria

ter

perguntado

antes

de

comprar. Apenas pensei que alguém que estivesse em um hospital frio e estéril merecesse ter flores para olhar. “Eu vou...” Ele me interrompe. “Vou levá-las para casa.” Meu olhar volta para o dele, e posso jurar que vejo um lampejo

de

arrependimento. Sei

que

imagino

isso,

no

entanto. Ele nunca, nunca, é bom para mim. Por que se arrependeria de ser malvado agora? “Mamãe vai gostar de olhar para elas quando estiver em casa.”


Ele

tem

razão. Sua

mãe vai apreciá-las. Ela

adora

flores, e sei disso porque, embora a casa não tenha muito espaço verde, a cada primavera ela planta flores nos vasos pendurados do lado de fora de suas janelas e em grandes vasos de cada lado da porta da frente. Ela tem flores até do lado de fora da pizzaria, em uma das grandes floreiras perto da rua, que em outros blocos, normalmente coleciona uma quantidade razoável de lixo dos transeuntes. “Obrigada.” Mordo meu lábio enquanto estendo as flores em direção a ele. Seus olhos caem para minha boca e ficam furiosos quando ele as pega. Sua aparência irritada realmente

não

me

surpreende

mais. Enquanto

tenho

cobiçado ele, desejando poder odiá-lo, ele faz um ótimo trabalho em me odiar. Não sei o que fiz para que ele não goste de mim dessa forma, mas não há como negar que ele realmente não gosta de mim. “Vai entrar e vê-lo?” “Sim”, respondo, mas não me movo. Não me movo porque ele parece cansado, realmente exausto. Posso ver que está tentando manter-se firme e forte para seus pais. “Você está bem?” Pergunto baixinho, dando um passo em direção a ele. Sem pensar, descanso minha mão no seu braço. Seu olhar vai para a minha mão, e então para o meu. Soltando-o quando vejo o olhar em seus olhos, eu me preparo. Melhor coisa que faço, porque as próximas palavras que saem de sua boca são como um soco no estômago.


“Meu pai teve um ataque cardíaco, fez uma cirurgia, não pode trabalhar, tenho que cuidar da pizzaria, e a mamãe está péssima. Como acha que estou indo?” Ele responde em um tom de voz cortante. Dou um passo para trás e respiro fundo para não fazer algo estúpido, como chorar na frente dele. “Por que” ─ puxo outra respiração pelo nariz, lutando contra as lágrimas ─ “Por que você é sempre um idiota comigo?” Levanto a mão para interrompê-lo quando vejo sua boca aberta. “Deixa pra lá. Não me importo.” Eu me afasto dele, coloco minha mão na maçaneta da porta, empurro para baixo e entro no quarto sem bater. Fecho a porta atrás de mim. Quando entro no quarto, a visão que me recebe faz meu estômago revirar. Tony está deitado na cama do hospital dormindo, parece pálido e magro. Martina está sentada em uma cadeira ao lado de sua cama, segurando a mão dele, com a cabeça baixa e os olhos fechados. Ver Tony naquela cama e Martina ao seu lado, faz um tipo diferente de dor tomar conta do meu peito. “Cara.” A voz de Martina me assusta e eu me concentro nela. “Ei.” Ando mais para dentro do quarto e chego perto dela. Apoio minha mão em seu ombro, depois me inclino para beijar sua bochecha.


“Cara.” Ela repete a palavra italiana para “querida”, e meus olhos começam a arder novamente. Posso ouvir a dor em sua voz. “Como você está se sentindo?” Pergunto, inclinando-me para olhar para ela. Seus

olhos

se

fecham

enquanto

ela

balança

a

cabeça. Quando abre os olhos novamente, vira a cabeça na direção de Tony, que ainda está dormindo. “Os médicos dizem que ele vai ficar bem, então vou ficar bem”, ela responde. Meu coração aperta novamente. Não há dúvida de que ela ama o marido, e sei que o ama de uma forma que, Deus não permita, se ele morrer, ela seguirá atrás dele. Isso é o quão forte é o amor deles. Não acho que nenhum deles sobreviveria sem o outro. De jeito nenhum. “Eu teria vindo antes, mas Mackenzie me contou esta manhã”, digo. Ela solta um longo suspiro. Seus olhos deixam o marido e voltam para mim. “Eu...” Ela dá uma respiração instável e lágrimas enchem seus olhos. “Eu não tenho pensado muito em nada desde que ele me disse que seu peito estava doendo e forceio a ir ao hospital. Desculpe-me por não ter pensado em ligar.”


“Por favor, não se desculpe”, sussurro, observando seus olhos se fecharem. Uma única lágrima desliza por sua face pálida. “Vai ficar tudo bem.” Sento-me na cadeira vazia ao lado dela. “Eu sei, cara, estou preocupada não só com o Tony, mas com o Antonio. Ele está se esforçando para trabalhar na pizzaria, e ainda vai para o quartel dos bombeiros. É demais para uma pessoa sozinha. Não sei o que fazer.” “Ele vai ficar bem, contanto que você e Tony estejam bem.” Asseguro a ela, pego sua mão e aperto. “Eu reorganizei minhas horas no salão hoje para poder ajudar na pizzaria por algumas horas à noite, e Mackenzie disse que vai ajudar também.” “Você é uma boa menina.” Ela cobre minha mão com a sua própria, dando-lhe um aperto. “Um dia Antonio vai abrir os olhos e ver isso também.” Sua declaração não me surpreende. Ela colocou na cabeça que seu filho e eu devíamos ficar juntos. Costumava dizer a ela que nunca aconteceria enquanto secretamente esperava. Agora eu não desejo secretamente nada que tenha a ver com o filho dela. “Você está bonita hoje. Fez alguma coisa divertida?” “Apenas trabalho.” “Você trabalha demais.”


Isso é falado em voz baixa e áspera. Meus olhos vão rapidamente para a cama. Os olhos cansados de Tony estão abertos e em mim. “Ei, você.” Eu me levanto e ando para o lado oposto da cama para poder me inclinar sobre ele e beijar sua bochecha. “Como você está se sentindo?” Pergunto quando me endireito novamente. Ele revira os olhos. “Estou bem. Só queria que todos parassem de se preocupar tanto”, ele diz. Eu sorrio baixinho. “Ele quer sair daqui”, Martina diz. Meus olhos vão para ela. “Ele

continua

reclamando

para

os médicos

sobre

quantos exames estão realizando, quantas drogas estão dando a ele, e quanto tempo ele ainda tem que estar aqui.” Ela balança a cabeça. “Eu deveria ter permissão para sair quando quiser”, ele resmunga. “Acho

que

os

médicos

sabem

o

que

estão

fazendo. Talvez você devesse ouvi-los”, sugiro. Ele aperta os lábios bem juntos. “Eles querem que eu vá para a reabilitação em algum lugar elegante no norte do estado. Não tenho tempo para fazer isso. Tenho um negócio para administrar.”


“Você vai”, Martina diz com firmeza. Tony olha para ela. “Se os médicos dizem que você precisa ir, você vai. Fim da discussão.” Ela abana a mão no ar e ele suspira. “Um homem deve ter permissão para fazer suas próprias escolhas.” “Que tal se concentrar em ficar bem?” Eu digo. Ele olha para mim. “Não acho que tenho uma escolha no assunto.” “Acho que você está certo sobre isso”, concordo. Seguro uma gargalhada quando ele dirige um olhar irritado para sua esposa. Sim, Tony e Martina se amam, mas eles brigam o tempo todo. Ouço uma batida na porta e viro minha cabeça. Um homem de uniforme azul-escuro entra na sala, empurrando uma cadeira de rodas. Ele cumprimenta a todos com um sorriso. “Estou aqui para levá-lo para o seu ultrassom, Sr. Moretti.” Tony resmunga: “Ótimo, mais exames.” Ele olha para mim. “Obrigado por ter vindo nos ver.” “A qualquer hora.” Beijo sua bochecha novamente, em seguida vou até Martina, que agora está de pé no final da cama.


Envolvo meus braços ao redor dela, abraçando-a. Quando começo a me afastar, ela aperta seu abraço e sussurra em meu ouvido: “Cuide de Antonio por mim.” Aceno com a cabeça, então a abraço com mais força. “Venho visitar novamente em breve. Você tem meu número. Entre em contato se precisar de alguma coisa.” “Eu vou, cara.” Ela beija minha bochecha, então me deixa ir. Olho para eles por cima do meu ombro, dando-lhes um aceno antes de sair do quarto. Eu me pergunto o quão difícil será manter minha promessa para Martina.


Capítulo 2 VOCÊ ESTÁ... VOCÊ ESTÁ SENDO AGRADÁVEL COMIGO? LIBBY

Enfio a cabeça no escritório de Palo e sorrio quando seu olhar se encontra com o meu. Vejo seus lábios cheios se transformarem em um sorriso. Palo é um homem portoriquenho lindo com cabelos escuros, pele cor de caramelo e olhos castanhos que parecem quase dourados nas luzes brilhantes do salão. Ele é um dos homens mais legais que já conheci, além de talentoso. Ele tem sido destaque em várias de revistas de moda e jornais por seu trabalho como estilista. Tão jovem como é - apenas 33 anos - fez um nome para si mesmo, não só com pessoas comuns em Manhattan, mas também com estrelas da Broadway no cinema. As pessoas reservam com meses de antecedência para ter suas mãos mágicas no cabelo. “Você acabou, amor?” Ele gira sua cadeira ao redor, então fica mais perto de mim. “Sim. Meu último cliente acabou de sair”, digo a ele enquanto coloco meu casaco sobre uma camisa preta de botões com um decote de babados e mangas longas


esvoaçantes que uso sobre jeans skinny pretos e botas pretas de bico fino com um salto de sete centímetros. “Como está o namorado da sua irmã?” Meus dedos param nos botões do meu casaco. Duas noites atrás, quando saí com Mackenzie e Fawn para a exposição de arte, o namorado de Fawn, Levi -um detetive da polícia- foi baleado. Felizmente está bem, mas ainda é muito irritante ver minha irmã preocupada em pensar que pode perder o amor de sua vida. Também descobri mais cedo naquela noite o segredo que Mackenzie mantinha não apenas de mim, mas de todos. Ela está secretamente vendo o parceiro de Levi, Wesley. Mackenzie nos disse que eles se conheceram em um bar pouco antes do Dia de Ação de Graças, quando seu encontro real a deixou a pé. Eles ficaram juntos naquela noite e depois novamente alguns dias depois; nas duas vezes ela fez algumas suposições sobre ele e partiu, pensando que nunca mais o veria. Então ele apareceu no Dia de Ação de Graças, sem ter ideia de que a namorada de seu parceiro era a irmã de Mackenzie. Acho que depois disso, como dizem, o resto é história. Agora minha

família

sabe

sobre

eles. Mamãe

é

claro,

está

extremamente feliz que não apenas uma, mas duas de suas filhas estão realmente namorando homens sérios que têm o potencial de colocar anéis em seus dedos e dar-lhe netos para adorar. “Ei.”


Sinto uma mão no meu braço, volto para o presente e pisco para Palo. “Desculpe. Sim, ele está bem. Está realmente indo muito bem”, murmuro. Sua cabeça inclina para o lado, e seus olhos estudam meu rosto enquanto termino de abotoar o meu casaco. “Você está bem?” “Sim, apenas um pouco cansada.” Na verdade, não estou realmente cansada, mesmo que devesse estar. Durante todo o dia me senti como se tivesse bebido muito café; todo o meu corpo está cheio de adrenalina e ansiedade. Hoje à noite começo a ajudar na Tony's Pizzaria - para o desalento de Antonio - que não ficou muito feliz quando liguei para dizer que estaria ajudando nesta noite. Ainda assim, não me disse para não ir, o que serve para mostrar o quanto precisa da ajuda agora. “Você

precisa

relaxar

mais”,

Palo

repreende

gentilmente. Pego minha bolsa na gaveta, então me inclino para beijar sua mandíbula barbeada. “No meu próximo dia de folga, não vou sair do sofá.” Isso não é mentira. Sempre que tenho um dia inteiro de folga, visto moletom, deito no sofá, assisto qualquer filme de terror que possa encontrar e como nada além de porcarias.


“Bom. E espero você para uma bebida logo. Também tenho alguém que quero que você conheça.” Oh senhor. “Palo...” Suspiro. “Vai ser casual. Prometo.” Ele sorri, tentando disfarçar sua mentira. Com Palo, nada é casual. Ele está sempre tentando encontrar um homem para mim. “Você não está armando de novo.” “Por que não?” Pergunta, parecendo ofendido. Eu me pergunto se soei como ele quando tentei arranjar alguém para Fawn e ela me disse que não. “Porque...” “Porque não é uma resposta, amor.” “É!” Eu insisto. “É minha resposta. Isso porque a última vez que você armou, o cara me deixou com uma conta de cem dólares no bar. Ou porque a última vez que me arranjou um encontro, o cara era velho o suficiente para ser meu pai. Ou porque...” “Já entendi.” Ele balança a cabeça e agarra a minha mão, seus lábios se inclinam em um sorriso divertido por um momento antes de sua expressão ficar séria. “Você é uma mulher bonita, Libby. É jovem. Deveria estar namorando.”


Concordo. Eu deveria estar namorando, mas toda vez que saí com um homem nesta cidade, acabou mal. Os homens que namorei ou esperavam que eu fosse realmente estúpida ou muito fácil, e não sou nenhuma dessas coisas. Posso não saber o que quero fazer com o resto da minha vida, mas sei que quero ser bem sucedida. Quero ser mais do que apenas um objeto bonito no braço de um homem, e não quero fazer sexo casual com homens aleatórios até encontrar O Único. Quero compartilhar meu corpo com alguém que me interessa e que se importe comigo. Eu simplesmente ainda tenho que encontrar um cara que atenda aos meus critérios. “Vou te ver amanhã”, digo a ele, precisando terminar essa conversa. “Você está fora amanhã”, ele me lembra. Reviro meus olhos. Esqueci totalmente. Amanhã é dia de folga. “Certo. Esqueci, já que amanhã vou passar a maior parte do dia procurando vestidos por toda a cidade.” Ele sabe tudo sobre o meu negócio a parte. Dois anos atrás, estava fazendo uma visita domiciliar para uma das minhas clientes muito ricas que participaria de um baile beneficente naquela noite. Ela me mostrou todos os seus vestidos de grife, que só usava uma vez. Tudo que consegui pensar foi que aquilo era um desperdício. De jeito nenhum um Michael Kors, Vera Wang, Tom Ford ou Phillip Lim


deveria ser esquecido no guarda-roupa de alguém. Foi quando surgiu minha ideia de negócio. Falei com ela e algumas das minhas outras clientes. Surpreendentemente, não

levei

muito

tempo

para

convencê-las

a

se

juntarem. Quando consegui que concordassem, tirei fotos de seus vestidos e acessórios que não se importariam de emprestar. Foi assim que comecei o Designer Closet. Alugo itens de guarda-roupas de outras pessoas. Os clientes me dizem o que estão procurando e eu encontro. Pagam um preço fixo; então devolvem o item ou itens para mim quando terminam de usá-los. Mando limpar os itens antes de devolvê-los aos seus proprietários. Não faço milhões no negócio,

mas

faço

uma

quantia

decente

de

dinheiro. Suficiente para pagar um valor considerável em um apartamento na cidade. “Certifique-se

de

também

passar

algum

tempo

descansando.” “Eu vou. Vejo você no dia seguinte.” Beijo a bochecha de

Palo

mais

escritório. Andando

uma pelo

vez salão,

antes sorrio

de

deixá-lo

para

os

no

outros

estilistas, mas não paro para falar, já que todos têm clientes. “Até mais, Libby “, diz Max, nosso recepcionista. Ele é mais bonito que a maioria das mulheres que conheço. Eu me viro para encontrá-lo encostado na mesa da recepção com um sorriso no rosto. Seus lábios cheios estão brilhantes, e seus olhos cobertos com lápis escuro, fazendo-os sobressair contra sua pele pálida.


“Vejo você, Max. Tenha uma boa noite.” Sorrio de volta, então me viro e abro a porta. Estremeço ao sair para o frio. Paro e puxo meu chapéu e luvas da minha bolsa, e coloco ambos antes de descer o quarteirão. Por mais que queira pegar um táxi pela cidade, não pego. Neste momento, o trânsito é ridículo; todo mundo tentando chegar em casa. Vou para a estação de metrô na esquina, desço as escadas até a plataforma lotada. Dois trens passam antes de conseguir finalmente entrar em um. Quando chego ao meu lado da cidade, são cinco e meia, trinta minutos depois que disse a Antonio que estaria no Tony's. Não vou para casa trocar de roupa porque não tenho tempo. Apenas vou direto para a pizzaria. Entro no Tony's e tomo uma lufada de ar quente. Cheira a massa de pizza e conforto. Peggy está no balcão da frente recebendo pedidos, e Hector e Marco, que parecem sobrecarregados, estão fazendo pizzas. Corro através da multidão de pessoas esperando na fila para fazer seus pedidos e vou para o escritório. Eu não bato, eu entro, depois paro no caminho quando vejo as costas musculosas e nuas de Antonio. Meu estômago revira e afunda ao vê-lo antes dele puxar uma camiseta azulmarinho simples por cima de sua cabeça. “Uh...” Eu pigarreio e evito seus olhos enquanto coloco minha bolsa no canto da sala, então tiro meu casaco e coloco sobre a minha bolsa. “Você não pode usar essa camisa lá fora”, ele diz.


Desde que sou a única pessoa na sala, sei que ele está falando comigo. Eu me viro para olhar para ele. “Aqui.” Estende uma camiseta da mesma cor que a sua, com TONY‟S escrito em amarelo na frente. “Você não vai discutir comigo?” Ele arqueia uma sobrancelha, parecendo surpreso. “Esta camisa custou quase duzentos dólares”, digo como uma resposta, vendo sua mandíbula apertar. “Certo. Vejo você na frente.” Ele sai sem olhar para mim novamente. Vejo

a

porta

se

fechar

e

balanço

minha

cabeça. Eu não sei qual é o problema dele, mas sei que precisa superar isso. Troco para a camiseta que ele me deu e dou um nó na cintura ao lado, já que é muito longa para deixar solta ou dobrar. Quando estou pronta, saio do escritório e sigo pela porta que liga a parte de trás da pizzaria à frente. “Onde você me quer?” Pergunto a Antonio. Ele está amassando grandes bolas de massa de pizza em uma superfície plana de aço inoxidável coberta de farinha. “O que sabe fazer?” Pergunta, sem sequer olhar para mim. “Tudo”, digo.


Seus olhos cheios de dúvida se movem para mim. Ele me examina da cabeça aos pés, e luto contra a vontade de me irritar. Não estou mentindo. Quando fiz dezesseis anos, queria dinheiro para comprar toda a maquiagem e roupas que minha mãe não comprava para mim, então consegui um emprego em uma pizzaria na rua da casa dos meus pais em Long

Island. Trabalhei

até

me

formar

no

ensino

médio. Adorava aquele trabalho, e era tão boa nisso que os donos me ofereceram uma vaga de gerente em tempo integral se decidisse ficar na faculdade. “Tudo bem, pode me ajudar a fazer pizzas”, Antonio finalmente diz. Aceno, vou para a pia e lavo minhas mãos, então fico ao lado dele. Todos trabalham em sincronia e estou lado a lado com Antonio. Ele abre as bolas de massa em formato redondo com as mãos, eu as pego e acrescento as coberturas, e Hector e Marco colocam as pizzas no forno de pedra e depois em caixas quando terminam. Por volta das oito horas, a fila dentro da pizzaria chega ao fim e o telefone para de tocar de cinco em cinco minutos com pessoas fazendo pedidos. Finalmente sou capaz de respirar um pouco. “Não sei como está usando esses sapatos agora”, Peggy diz quando passo a Hector outra pizza para colocar no forno. Viro para encará-la, sorrio e levanto o calcanhar de sete centímetros do meu sapato para inspecioná-lo.


“Ando de saltos desde os quatro anos, quando convenci minha mãe a me comprar um par de plásticos do supermercado”, digo a ela com o que sei ser um sorriso nostálgico

no

rosto. “Eu

os

usava

em

todos

os

lugares. Quando finalmente parei de usá-los, deixei minha mãe louca, implorando a ela todo dia que me comprasse um par de verdade. Ela resistiu até que eu completei treze anos, mas uma vez que comprou, nunca usei sapatos baixos novamente.” “Caramba”, murmura Peggy. “Tenho quarenta e dois anos, e só usei saltos duas vezes na minha vida.” Ela levanta dois dedos. “Uma vez quando me casei com Hector”, ela levanta o queixo apontando para Hector, “e quando nossa filha foi batizada. Meus pés ainda doem, lembrando a dor de estar usando aqueles sapatos malditos.” Hector é mexicano-americano e ainda é bonito aos quarenta e três anos. Ele é baixo, com cabelos negros que começam a ficar grisalhos em suas têmporas e um cavanhaque preto que aposto que tinge para evitar que fique grisalho como o cabelo. Ele é simpático, e ele e Peggy formam

um

avermelhados

casal

fofo. Ela

escuros,

pele

tem

cabelos

pálida

e

castanhoum

porte

pequeno. Aposto que a filha deles é linda. Sei que ela é inteligente, acabou de começar o ensino médio este ano em uma escola particular no Bronx - e é por isso que Peggy começou a trabalhar aqui em tempo parcial. Sua filha tinha uma bolsa integral, mas ainda precisa de dinheiro para


atividades extracurriculares, que em uma escola particular não são baratas. “Acho que estou apenas acostumada com eles.” Dou de ombros. “Realmente não deveria estar usando saltos aqui na cozinha”,

Antonio

diz,

interrompendo

a

nossa

conversa. Quando me viro para olhá-lo, noto uma carranca no rosto. “São um perigo para a saúde”, afirma. Cerro meus dentes. “Eu gosto dos saltos”, Marco diz, um sorriso insolente em seu rosto bonito. “Gosto muito deles.” Ele pisca e eu reviro meus olhos. Ele flerta com todas as mulheres que entram na pizzaria. “Marco...” Antonio rosna. Marco encolhe os ombros largos. Marco é meio italiano, meio afro-americano. Está perto de quarenta anos, mas passa por uns trinta e cinco. É um pouco mais alto do que eu, com cabelos escuros, olhos castanho-esverdeados e um sorriso matador que atrai muita atenção das mulheres que entram. Também é muito bem casado com uma mulher chamada Lola, que não se importa que o marido flerte porque sabe que ele nunca vai deixá-la, se ele a deixar seus três irmãos mais velhos o matam. “Pessoalmente não me importo com que tipo de sapatos você usa, chiquita”, Hector interrompe, acariciando meu


ombro. “Você é rápida, não cedeu sob pressão e todos os pedidos foram feitos corretamente. Na minha opinião, pode usar qualquer tipo de sapato que quiser.” “Você arrasou hoje à noite, garota. Tony e Martina ficariam orgulhosos”, Marco diz. Deixo suas palavras serem absorvidas dentro de mim. Hector e Marco trabalham aqui desde antes de eu começar a vir aqui, anos atrás. Tony confiou a pizzaria a eles mais de uma vez, então eles acharem que fiz um bom trabalho esta noite me faz sentir bem. “Obrigada, pessoal”, digo baixinho. “Quer colocar coberturas nessas pizzas, princesa, ou quer continuar conversando?” Antonio pergunta. Volto para o balcão atrás de mim e descubro que estou atrasada com três pizzas. Não respondo a ele, apenas volto ao trabalho. Eu me questiono se deveria perguntar aos namorados das minhas irmãs se eles me investigariam se de repente Antonio desaparecesse. Sério. Um dia, posso apenas matá-lo. ***

“Posso terminar isso para você”, Antonio diz três horas depois.


Levanto meu olhar da mesa que estou limpando para olhar para ele. “Entendi.” Volto a limpar e bocejar; a adrenalina que senti hoje cedo já passou há muito tempo e a exaustão toma seu lugar com firmeza. “Você está cansada. Vá descansar no escritório até eu terminar, então vou levá-la para casa”, ele diz enquanto caminha

pela

pizzaria

agora

fechada

em

direção

a

mim. Marco e Hector saíram há cerca de uma hora, porque os dois voltarão lá pelas onze da manhã para abrir as portas e preparar as coisas para o almoço. Peggy saiu com o marido,

depois

de

limpar

a

cozinha

e

guardar

as

coisas. Decidi ficar já que posso dormir amanhã de manhã antes de começar a pegar vestidos pela cidade. “Estou quase terminando e não preciso que me acompanhe até em casa.” Mudo para outra mesa, limpo as cadeiras e o tampo da mesa e endireito o galheteiro e o porta guardanapos. “E eu posso terminar”, ele me diz, tentando tirar o pano do meu alcance. Eu puxo de sua mão com um puxão forte. “Sim, e eu também posso.” Olho para ele antes de me mover para outra mesa. “Estou tentando ser legal com você.”


“Legal? Você nunca é legal comigo. Só para saber, se está tentando ser legal, pode fazer isso apenas dizendo obrigado.” “Não pedi a você para vir.” Sério? Eu me pergunto quanto tempo você fica preso por cometer assassinato se realmente gastou tempo planejando a morte de alguém. “Está certo. Você não pediu minha ajuda”, concordo. “Mas estou aqui porque gosto deste lugar, e amo seus pais.” Fixo os olhos com os dele e inclino a cabeça para o lado. “Por que você está tão infeliz o tempo todo?” “Não estou.” Ele cruza os braços sobre o peito. Tento não notar como seus músculos flexionam ou como sua camisa fica confortável contra seu peitoral e abdominais quando tensionam. Aborrecida comigo por achá-lo atraente quando é um idiota, balanço minha cabeça. “Você está.” “Eu não sou infeliz.” Ele franze a testa. Reviro meus olhos e me movo para outra mesa. “Claro que você não é.” Solto uma risada sarcástica. “Mesmo agora, está de cara feia.” Olho para baixo e começo a limpar outra mesa.


“Não faço cara feia”, ele nega. Olho para ele e reviro os olhos novamente quando vejo que ainda está de cara feia. “Claro que não.” “Eu não faço.” “Tanto faz. Essa conversa é completamente inútil”, digo, olhando para longe dele. “Você não tem nada para fazer?” Olho para cima quando ele não sai. Quando meu olhar encontra o dele, o ar ao nosso redor parece mudar. Vejo algo em seu olhar que faz o meu estômago se contrair. Não sei quanto tempo ficamos olhando um para o outro, mas parece uma eternidade antes que ele pigarreie e finalmente desvie o olhar. “Vou terminar de desligar tudo.” “Certo.” Eu o vejo ir, imaginando que merda aconteceu. Termino de limpar as mesas e varro o chão rapidamente. Por volta das onze, volto para o escritório. Alguns segundos depois, ele vem atrás de mim. Decido não me incomodar em voltar a vestir a camisa que usava antes, eu a dobro e guardo na minha

bolsa. Então

coloco

meu

casaco,

chapéu

e

luvas. Quando viro, vejo que ele veste uma jaqueta preta e um gorro. Não quero pensar que ele fica bem usando um


gorro, mas fica. Isso faz com que suas maçãs do rosto já fortes pareçam mais fortes, seus olhos mais escuros e ele, no geral, mais misterioso. Afasto esses pensamentos estúpidos, deixo-o no escritório e vou para a porta da frente. Enquanto me afasto, ouço ele chegando atrás de mim. “Tenha uma boa noite”, murmuro sem olhar para trás. Paro quando sinto sua mão envolver meu pulso, entre a manga do casaco e a luva. Uma sensação que só pode ser descrita como eletricidade corre através do meu sistema com seu toque, carregando todas as células do meu corpo. Isso me assusta. “Vou levá-la para casa”, ele diz. Eu me viro para olhar para ele. “Estou bem andando sozinha.” Tento me afastar de seu alcance, mas seus dedos apenas me apertam mais. “Vou te levar para casa”, repete com mais firmeza. Luto contra um suspiro de frustração. Se não fosse um idiota, pensar que se preocupa comigo indo para casa em segurança,

seria

doce. Infelizmente,

ele

prova

ser

principalmente um idiota. “Estou muito bem para andar sozinha. Não são nem dois quarteirões”, digo, tentando mais uma vez tirar meu pulso de seus dedos.


Ele não me deixa ir e nem responde. Em vez disso, abre a

porta,

me

empurra

para

fora,

depois

fecha

e

tranca. Colocando-me mais para o lado, usa a chave para abrir uma caixa de metal, coloca a chave e gira o mostrador. As persianas de metal que cobrem as janelas de vidro deslizam para baixo. “Agora, como disse, estou te levando para casa”, ele me diz uma vez que tranca a caixa de volta. Eu mal resisto à vontade de chutá-lo na canela. Ele finalmente solta o meu pulso, e eu cerro os dentes quando me afasto dele e me dirijo para o meu bloco. Tento não parecer que estou pisando duro, mas é exatamente isso que estou fazendo. Quando finalmente chego a minha casa, subo os degraus e abro a porta da frente do meu prédio. “Obrigado por toda sua ajuda hoje à noite, Libby”, ele diz. Eu me viro, sabendo que minha boca provavelmente está aberta. “Agradeço,

e

sei

que

mamãe

e

papai

também

apreciam. Você realmente fez um ótimo trabalho.” “Você

está...

Você

está

sendo agradável comigo?”

Aponto para mim. Juro que vejo seus lábios se contorcerem, mas sei que tem que ser uma invenção da minha imaginação, assim como devo ter imaginado ele me agradecer.


“Vá em frente.” Ele levanta o queixo para indicar a porta atrás de mim. “Acenda as luzes quando estiver no andar de cima, então sei que você está bem.” “Acender as luzes...?” Repito, sentindo meu estômago se revirando. “Sim.” “Estou bem. Você pode ir.” “Lib, entre e acenda as luzes”, repete, soando como um idiota mais uma vez. Suspiro. “Isso não durou muito tempo”, murmuro baixinho quando me viro e vou para dentro. Juro que o ouço rir enquanto fecho a porta atrás de mim. Acho que não vai matá-lo esperar alguns minutos, então paro e recolho todas as correspondências. Enfio debaixo do braço antes de ir para o segundo andar e usar a chave para entrar no apartamento. Sem saber exatamente por que faço isso, deixo a luz apagada

e

atravesso

o

apartamento

para

olhar

pela

janela. Eu me pergunto se Antonio realmente se importa o suficiente

para

ter

esperado

para

ver

que

cheguei

bem. Quando espreito e o vejo em pé na calçada, olhando para as janelas do meu apartamento, meu estômago se aperta. Corro rapidamente de volta pela sala, quase caindo


de cara para chegar ao interruptor de luz. Depois de piscar as luzes, volto para a janela e olho para fora novamente. Eu o vejo andar pela calรงada com as mรฃos enfiadas nos bolsos da jaqueta. Balanรงo a cabeรงa, sem saber como lidar com o fato de que agora sei que ele tem a capacidade de ser doce.


Capítulo 3 PRINCIPALMENTE UM IDIOTA LIBBY

Estou deitada no meu sofá com um moletom velho e surrado, uma regata e uma camisa de flanela grande de homem. Meu cabelo está em um coque no topo da minha cabeça. Há uma caixa meio vazia de yakisoba na mesa de café na minha frente, junto com um saco aberto de batatas fritas e os doces da meia do Natal que minha mãe me deu. Olho para a TV, vejo uma mulher tentar se afastar de um fantasma, o mesmo fantasma que tentou matá-la pelo menos três vezes, desde que o filme começou. “Não vá lá”, sussurro para a TV enquanto a mulher coloca a mão na maçaneta da porta do quarto onde o fantasma atualmente está. Estou tão absorta no filme que pulo quando alguém bate

na

porta

rapidamente,

do

fazendo

meu com

apartamento. Eu que

pequenas

me

sento

embalagens

prateadas de chocolate voem ao meu redor. Olho para a porta, meu coração dispara. “Libby?”


Ouço a voz familiar de Antonio, olho para a porta sem acreditar. “Libby?” Ele chama enquanto me levanto do sofá. Olho para o relógio para ver que já passa das oito horas. Cheguei da casa dos meus pais em Long Island esta manhã depois de passar o Natal e alguns dias com eles. Foi bom fugir, mas estou feliz por estar em casa. Olho pelo olho mágico quando chego à porta. Com certeza, Antonio está do outro lado. Balanço a cabeça, destravo o ferrolho e abro a porta. “Antonio, o que...” “Liguei para você.” Ele me interrompe enquanto entra no meu apartamento. “O quê?” Meus olhos vão do corredor para ele. “Liguei para você pelo menos uma dúzia de vezes, se não mais”, ele diz. Pisco para ele. “O quê...? Por quê?” “Você precisa trabalhar hoje à noite.” “Perdão?” Assobio, sem dizer o que realmente quero dizer. O que seria que realmente não trabalho no Tony's, e que, se eu vou ajudar, faço isso como um favor para os pais


dele e para ele. Sim, posso estar sendo paga pelo tempo que estou lá, mas ainda não trabalho oficialmente na pizzaria. “Eles precisam de mim no quartel. Um dos caras ligou e estão com um homem a menos. Isso normalmente não seria uma grande coisa, mas Marco está de folga hoje à noite, Peggy acabou de ir para casa para ficar com Valeria, e Hector não pode fechar a pizzaria sozinho.” “Então precisa da minha ajuda?” “Sim.” “Poderia ter apenas pedido por favor”, digo a ele. Ele enfia as mãos nos bolsos da frente da calça jeans, parecendo desconfortável. “Você pode por favor me ajudar?” “Sim.” “Realmente?” Ele pergunta surpreso. “Sim.” Reviro meus olhos, então vou para o meu guarda-roupa. “Só preciso ficar pronta.” “Vou esperar e acompanhar você.” “Posso encontrar o meu próprio caminho depois que terminar de me arrumar”, indico. “Você não precisa ir para o quartel?”


“Vou esperar”, ele repete, indo para o meu sofá e sentando-se. Tento

ignorar

o

fato

de

que

um

homem

extremamente bonito no meu apartamento, pego um jeans do meu guarda-roupa, junto com a camiseta que ele me deu com o logotipo do Tony‟s na frente. Levo tudo comigo para o meu quarto e fecho a porta. Eu me troco rapidamente, então vou para o banheiro para escovar meus dentes e meu cabelo. Quando termino, volto para a sala e pego um par de meias da minha gaveta. Pego minhas botas e me sento no sofá ao lado dele para colocá-las. “Isso é um monte de porcarias...”, Diz, parecendo um pouco horrorizado. Percebo que pegou todas as embalagens de doces que comi hoje à noite e os embolou em uma bola na mão. “Não, não é”, minto e olho para ele. Sua cabeça inclina para o lado. “Nunca vi você sem maquiagem”, diz de repente. Espero que ele adicione algo que me faça querer chutálo, então me preparo. “Você não precisa disso.” Ok, não esperava que ele dissesse isso.


Ouvindo um grito vindo da TV, nós dois olhamos para ela. “Filme de terror?” “Sim.” Pego o controle remoto e desligo a televisão, em seguida, pego minha caixa de yakisoba comido pela metade e coloco na geladeira para poder comê-lo mais tarde. “Não parece o tipo de garota que assiste a filmes de terror sozinha”, ele afirma enquanto se levanta do sofá e me observa colocar meu casaco, chapéu e luvas. “E exatamente que tipo de filmes acha que poderia assistir?” “Aqueles com muito romance”, ele responde. Meu nariz se enruga em desgosto. “Odeio filmes de romance. São

sempre

tão

clichês. Cara

e

garota

se

encontram, o cara é um idiota, a garota é uma idiota para ele mesmo quando ele é um idiota. Ainda assim, a garota sempre se apaixona por ele, esquecendo que é um idiota para começar, e no final isso volta a incomodá-la quando é um idiota ainda maior. Ela chora, geralmente muito. Ele percebe em algum momento o que perdeu e, finalmente, implora por perdão. Sempre, mas sempre, ela o aceita de volta, mesmo quando não deveria.” “Você realmente não gosta de filmes de romance.” Seus lábios se contraem e reviro meus olhos novamente. “Estou


aprendendo muito sobre você hoje à noite, Princesa.” Ele ri, e olho para ele. “Não me aborreça, Antonio.” Abro a porta do meu apartamento e aponto a mão para fora, indicando que ele deve sair na minha frente. “Mesmo irritada, você ainda é bonita”, diz, olhando para mim. Meu estômago afunda, depois se contrai de um jeito que nunca fez antes. “Definitivamente bonita”, murmura enquanto sai pela porta. Com um aceno de cabeça, saio atrás dele e tranco a porta atrás de mim. Sigo até o primeiro andar, meu interior ainda em nós, olho para suas costas. Eu me pergunto que merda está acontecendo com ele. Quando chegamos à calçada, andamos lado a lado, tão perto que nossos braços roçam. “Aqui.” Ele me entrega uma chave e aceito. “Hector vai ficar com você hoje à noite, mas não tem a chave dele. Então você terá que usar a minha. De manhã, vou pegar com você.” “Tenho trabalho amanhã.” “Que horas?”


“Tenho que sair às sete e meia.” “Estarei antes disso.” Achando

que

é

inútil

discutir

sobre

isso,

eu

suspiro. “Ok.” “Vou ficar com o meu celular ligado se precisar de alguma coisa”, ele diz quando paramos do lado de fora da porta do Tony‟s. Olho para ele quando abaixa a cabeça em minha direção. “Vai ficar tudo bem”, digo em voz baixa, vendo que parece preocupado. “Eu sei que vai.” Seus olhos analisam meu rosto, fazendo-me sentir desconfortável. “Ligue para mim quando chegar a sua casa hoje à noite.” “Não vou ligar para você”, murmuro. Seus lábios se contorcem em um sorriso antes dele balançar a cabeça e se afastar pela calçada. “Você vem, chiquita?” Hector pergunta, me assustando. Viro-me

para

encará-lo,

sinto

minhas

bochechas

esquentarem ao saber que estou de pé na calçada como uma protagonista feminina idiota em um filme de romance assistindo o idiota que está desejando depois de ir embora.


“Vamos.” Hector puxa minha mão e me arrasta para dentro. Eu o sigo, deixo minhas coisas no escritório e começo a trabalhar. **** Ouço o meu celular tocar e estico o braço, com meus olhos ainda fechados, tateio a minha mesa de cabeceira até a minha mão cair sobre ele. Pego, abro os olhos, passo o dedo pela tela e coloco no meu ouvido. “Sim”, respondo meio adormecida. “Você

não

ligou”,

Antonio

diz,

sua

voz

soando

áspera. Como se tivesse acabado de acordar. “Eu lhe disse que não ligaria.” “Você chegou bem em casa?” Ele pergunta, ignorando o meu comentário. Suspiro. “Sim...” “Foi tudo bem ontem à noite?” “Sim.” “Tudo bem, querida. Volte a dormir.” Ele desliga e puxo meu telefone da minha orelha e olho para ele.


“Querida? Agora, que merda foi isso?” Sussurro minha pergunta no escuro, mas é claro que não recebo resposta em troca. Deixo meu celular de volta na minha mesa de cabeceira, mas me leva uma eternidade para voltar a dormir. O replay da voz profunda de Antonio me chamando de “querida” está em um loop contínuo em minha mente. ***

Ouço uma batida na porta do meu apartamento na manhã seguinte, corro para ela, amarro meu robe enquanto vou. Levanto na ponta dos pés para ver no olho mágico, em seguida, sinto meu coração começar a bater um ritmo engraçado no meu peito quando vejo Antonio do lado de fora. Sua cabeça está virada para a esquerda e inclinada para baixo como se olhasse para alguma coisa. Olho para mim no espelho pendurado ao lado da porta e me encolho. Meu cabelo está uma bagunça porque fui dormir ontem à noite com ele molhado. Há bolsas sob meus olhos por não dormir o suficiente. Olho para o meu quarto, imaginando em vão se tenho tempo para passar um pouco de corretivo sob os olhos ou pentear o cabelo. “Libby?” Ele chama pela porta, batendo de novo. Pulo. Sem outra escolha, abro uma fresta da porta e olho para fora.


“Ei...” Digo, me odiando um pouco por soar tão ofegante. “Libby Reed, o que esse homem está fazendo para te ver a esta hora da manhã?” Estremeço, então enfio a cabeça para fora da porta e olho para as escadas. É a senhorita Ina, a velha que mora no primeiro andar. Está parada no final da escada, vestida com um manto, o cabelo branco liso de um lado como se tivesse acabado de acordar. “Senhorita Ina, tudo bem. É só o Antonio. Pode voltar para a cama.” “Voltar para a cama?” Ela coloca as mãos nos quadris e suspiro. Até alguns dias atrás, nunca compartilhei mais do que um punhado de palavras com a mulher, honestamente, ela me assusta. Então Mac fez amizade com ela e a convidou para a casa dos nossos pais para o jantar de Natal. Foi durante a viagem para Long Island que soube que ela é realmente gentil de uma maneira meio rabugenta. Também estou começando a descobrir que ela é intrometida. Ok, já sabia que era intrometida, mas agora que começamos a conversar, ficou ainda mais intrometida. “Não posso voltar para a cama agora que sei que vai ficar sozinha em seu apartamento com um homem enquanto está vestindo nada além de um roupão.”


“Senhorita Ina, ele só está pegando uma chave. Minha virtude está segura”, murmuro. Seus olhos vão para Antonio e se estreitam. Olho para ele para vê-lo lutar contra um sorriso. “Isso não é engraçado.” “É um pouco engraçado, princesa”, diz, olhando para mim. Reviro os olhos, olho para a senhorita Ina nas escadas. “Ele não vai nem entrar. Pode voltar para a cama.” “Tudo bem, mas vou ligar para sua mãe sobre isso mais tarde”, diz. Não respondo, apenas a observo mancar com seu andador. Quando está fora de vista, olho para Antonio. “Já volto.” Deixo a porta aberta e vou para o meu quarto. Acho a chave dele no jeans que eu estava na noite passada. Agarro e volto para a sala de estar, então paro de repente quando encontro Antonio na minha cozinha e a porta da geladeira aberta. “O que está fazendo?” “Não tive a chance de tomar café da manhã”, ele me diz. Pisco para ele.


“Você não tomou café da manhã?” “São apenas seis. Nada está aberto.” Ele encolhe os ombros, depois olha para a geladeira mais uma vez. “Ok... Então pegue alguma coisa quando sair”, sugiro. Seus

olhos

se

movem

de

volta

para

mim. “Por

quê? Estou aqui agora.” “Antonio...” “Você já comeu?” Ele pergunta, me interrompendo. Sinto minha cabeça se contorcer. “Não...” “Então, vou fazer o café da manhã enquanto se prepara para o trabalho”, afirma. Olho para ele, imaginando se foi sequestrado por alienígenas. Primeiro me diz que sou bonita, então me chama de “querida”, e agora está oferecendo para me fazer o café da manhã? “Querida, você deveria ir em frente. Precisa se preparar para sair”, diz. Olho dele para o relógio, depois sinto meus olhos se arregalarem quando vejo que está certo. Não tenho muito tempo antes de precisar sair para o trabalho. Vai levar uma eternidade para arrumar meu cabelo. Sem tempo para lidar com o que acontece com ele, deixo sua chave do restaurante na cozinha e pego uma roupa do meu guarda-roupa. Entro


no meu quarto e fecho a porta atrás de mim. No piloto automático, tomo banho, faço meu cabelo e maquiagem, e me visto. Escolho uma calça preta e um suéter de gola preta com um laço que amarra atrás do meu pescoço que tem uma fita creme que combina com minhas botas. Quando termino, abro a porta do quarto e descubro que Antonio não está mais na cozinha. Está sentado no meu sofá com dois pratos de ovos mexidos e torradas na frente dele na mesa de café, junto com duas xícaras de café. “Você vai ficar olhando para isto, ou vai comer?” Diante de suas palavras, encontro seu olhar, atravesso a sala e sento. “Obrigada”, murmuro e pego meu prato. “Você não tem nada além de porcarias em sua geladeira. Como maldição tem esse corpo?” Ele pergunta enquanto dou uma mordida na torrada. Quase engasgo com isso quando tento engolir. “Sempre fui magra. Também tenho comida saudável...” “Onde?” Ele responde. Olho para ele e estreito meu olhar. “Há alguns vegetais enlatados no armário, e você encontrou os ovos”, indico. “Certo...

Vegetais

enlatados

e

ovos.”

Seus

lábios

franzem, e meu estômago faz aquela coisa estranha que tem feito muito ultimamente.


“Trabalho

muito. Não

tenho

tempo

para

cozinhar

refeições de três pratos o tempo todo, então normalmente como na rua”, digo em defesa própria enquanto pego o controle remoto e ligo a TV. Eu me viro para encontrar o noticiário da manhã. “Você ganha bem fazendo maquiagem e cabelo?” Mesmo que a pergunta tenha sido feita casualmente, ainda me faz sentir um pouco estranha, como se houvesse uma questão mais profunda escondida por trás dela. “Posso te perguntar por que está me perguntando isso?” “Você me disse no outro dia que a blusa que usava custou duzentos dólares. Só estou curioso para saber se comprou ou se alguém comprou para você.” “Se alguém comprou pra mim?” Repito. Seu olhar vaga por mim de um jeito que tento dizer a mim que não gosto tanto assim. “Sim. Um homem levou você para fazer compras ou comprou sozinha?” “Um homem comprou para mim”, lanço de volta para ele, apreciando ver seus olhos arregalarem e sua mandíbula apertar. “Esse homem é meu pai. Foi meu presente de aniversário ofendida.

do

ano

passado”,

afirmo

completamente


De repente, percebo exatamente que tipo de garota ele pensa que sou. Solto meu pedaço de torrada no meu prato e pego minha xícara de café, levo os dois para a cozinha e jogo na pia. Nem me incomodo em jogar os ovos no lixo. “Libby...” Ele chama, mas não olho para ele. “Se terminou, preciso começar a trabalhar.” Pego meu casaco do braço do sofá e o coloco, junto com o meu cachecol. Então pego minha bolsa. “Não quis dizer nada com a minha pergunta.” “Você quis”, afirmo, finalmente olho para ele. Ele recua. Tanto faz. “Preciso sair. Você terminou?” Pergunto, vendo que não se moveu de seu lugar no sofá. “Lib...” “Bem. Apenas tranque antes de sair.” Eu o interrompo quando abro a porta e saio. Não bato a porta atrás de mim mesmo que eu queira, mas desço as escadas. “Pensei que ele não ia entrar”, diz a senhorita Ina, me assustando. Pulo no lugar, agarrando meu peito. “Senhorita Ina, não agora. Por favor.”


“Eu sei, eu sei.” Ela acena uma mão para mim. “Você não tem tempo para conversar porque precisa ir trabalhar, mas espero você para um chá, para que possamos conversar sobre

o

motivo

de

você

estar

pronta

para

cometer

assassinato.” “Como se sente em me ajudar a esconder um corpo?” “Sou velha, garota, mas ainda tenho uma vida para viver. Não posso ir para a prisão.” “Certo”, suspiro, derrotada. Meus olhos se arregalam quando

ouço

a

porta

do

meu

apartamento

abrir

e

fechar. “Merda”, sussurro. Corro para a senhorita Ina e a empurro de volta em seu apartamento. Eu

a

sigo

e

fecho

a

porta

o

mais

silenciosamente que posso enquanto ela pergunta em voz alta: “Que merda está fazendo?” Coloco meu dedo em minha boca em um pedido silencioso, então levanto meus pés para olhar através de seu olho mágico até ver Antonio passar pela porta dela. Deixo escapar uma respiração aliviada e meus ombros caem. “Parece que você está mal com aquele menino”, ela murmura. Olho para ela. “Eu o odeio.” “Aposto que você odeia.” “Não, sério. É verdade. Eu o odeio.”


“Ok.” Seus lábios se contraem, e luto contra o desejo de bater o pé para enfatizar o meu ponto. “Ele se foi?” Ela pergunta. “Sim.” “Bem, então o que você está fazendo? Não precisa ir trabalhar?” “E se ele estiver lá fora?” “Se está do lado de fora, então você saberá que ele também odeia você”, ela me diz. “Ele me odeia mais do que eu o odeio.” “Claro que ele odeia”, ela murmura, me tirando do caminho e abrindo a porta. “Agora, vá em frente.” “Por que Mac insistiu em fazer amizade com você?” Questiono. Ela franze o nariz. “Não sei, mas você precisa ir. Tenho coisas para fazer.” “Tudo bem.” Engulo, em seguida, espreito para o corredor. Vendo ele vazio, saio e volto para agradecer a ela por deixar eu me esconder em seu apartamento. Antes disso, ela bate a porta e me tranca para fora. “Velha rabugenta.” “Eu ouvi isso!” Ela grita.


Rebato “eu ouvi isso”, então me viro e abro a porta da frente do prédio. Vejo Antonio em pé na calçada e cerro os dentes. “Libby!” Ele chama, mas eu o ignoro enquanto vou para a beira da calçada para pegar um táxi para o trabalho. “Eu sinto muito.” “Bom.” “Não deveria ter te perguntado aquilo.” “Não, você não deveria”, concordo, sentindo-o chegar perto de onde estou. “Pode olhar pra mim?” “Não precisa estar em algum lugar?” Rosno, chateada com ele e comigo. Estou com raiva de mim por gostar dele quando não deveria e com raiva dele por ser um idiota num minuto e doce no próximo. “Sim, mas primeiro preciso saber que me perdoa por ser um idiota.” “Eu te perdoo”, digo imediatamente, esperando que isso o faça ir embora. Meus olhos voam para encontrar os dele quando seus dedos envolvem meu queixo. “Realmente sinto muito”, ele repete.


Engulo em cima do caroço repentino que se forma na minha garganta. “Ok.” “Você me perdoa?” Olho em seus olhos e vejo arrependimento lá, respiro fundo e solto a ar enquanto aceno. “Posso ouvir você dizer isso?” Ele pergunta suavemente. “Eu te perdoo”, sussurro. Seus dedos tocam minha mandíbula enquanto seu polegar percorre meu lábio inferior tão levemente que me pergunto se imaginei isso. Ele recua. “Tenha um bom dia no trabalho, princesa.” Ele pisa na rua e levanta um braço. Um táxi para e estaciona no meiofio. Ele abre a porta para mim, e deslizo para o banco de trás sem olhar para ele novamente quando bate a porta atrás de mim. “Para onde?” Pergunta o motorista do táxi. Dou a ele o endereço para o salão enquanto me viro para olhar por cima do ombro para Antonio. Ele está de pé com as mãos enfiadas nos bolsos da frente da calça jeans, os olhos no meu táxi. ***


Você tem planos amanhã à noite? Olho para a mensagem de Palo enquanto estou no escritório do Tony‟s e fico imaginando exatamente como responder a pergunta dele. Às vezes um cliente entra e pergunta se alguém pode fazer o cabelo ou a maquiagem para um evento. Então pode ser isso, mas também pode ser outra coisa. Talvez... Digito de volta e pressiono “Enviar.” Estou tomando isso como um não, o que significa que vai sair em um encontro amanhã à noite. Acho que conheci o cara perfeito para você. Raios. Palo, realmente preciso te lembrar dos últimos cinco encontros em que me colocou? Não, e esse cara é diferente. Como ele é diferente? Ele é jovem, tem boas maneiras e é RICO. Suspiro alto enquanto digito. Não me importo com dinheiro, Palo. Toda mulher se importa com dinheiro, Libby.


Ele

está

errado. Eu não

me

importo

com

dinheiro. Nunca me importei. Sim, gosto de coisas legais como a maioria das mulheres, mas não preciso delas. Meus pais não nadavam em dinheiro quando eu estava crescendo, mas sempre fomos felizes. Cresci em uma casa cheia de risos e amor, que sei que é muito mais importante do que coisas materiais. Palo... Deixo

apenas

seu

nome,

pensando

que

diz

tudo. Realmente funciona. Por favor? Por mim? Apenas esta última vez. Se não der certo, nunca mais vou te importunar. Okay, certo. Como se eu acreditasse nisso por um segundo. Gahhhh! Bom. Largo o celular na bolsa, me viro e saio do escritório. “O que está acontecendo com você?” Peggy pergunta assim que me vê. Eu me pergunto se é tão óbvio que estou irritada. “Tenho um encontro amanhã à noite”, digo a ela, parecendo tão irritada quanto me sinto sobre a ideia. Ela olha para mim e por cima do meu ombro. Vejo um sorriso conhecedor em seus lábios. Penso sobre o que é isso e olho para trás. Perco o fôlego quando percebo que Antonio


está perto o suficiente para provavelmente ter me ouvido dizer que tenho um encontro. “Um encontro! Isso é bom. Quem é o cara?” Peggy pergunta. Olho para ela e desejo que o chão se abra debaixo de mim e me engula inteira. “Eu... Eu... Não sei. É um encontro às cegas.” “Oh,

esses

são

sempre

divertidos. O

mistério,

a

excitação....”. Ela diz melancolicamente. Sim, realmente quero que o chão me engula inteira. “De qualquer forma”, ela bate as mãos tão alto que quase morro de susto, “hora de voltar ao trabalho.” “Certo”, sussurro antes de correr para a porta que vai para a parte de trás da pizzaria, em seguida, atravesso a porta de vaivém para a cozinha. Preciso me afastar de todos. Começo a me ocupar com a lavagem das grandes tigelas de metal, utensílios e panelas que estão na pia. Já que a panela é quase tão grande quanto eu, deixo para o final. Eu me viro para olhar por cima do meu ombro quando ouço a risada profunda de Antonio atrás de mim. Posso vê-lo através da pequena abertura na porta que leva à frente da pizzaria, em pé no balcão. Vejo uma mulher atraente com cabelo loiro curto inclinada sobre o balcão em


direção a ele. Meu estômago aperta, depois afunda ainda mais quando a vejo pegar uma caneta do pote ao lado do caixa, pegar sua mão e anotar o que estou supondo ser o número dela na palma da mão aberta. Viro as costas e cerro meus dentes. Não deveria me incomodar que ele acabou de receber o número de uma mulher. Isso não deveria me incomodar de jeito nenhum, mas ainda assim acontece. Termino com os outros pratos, apoio a panela na pia e esfrego com força, até meu braço doer. Respiro

profundamente

várias

vezes

seguidas,

tentando controlar minhas emoções confusas. Gostaria de não ter uma queda por Antonio, que pudesse odiá-lo como digo que odeio. Gostaria de não ter que ver seu rosto bonito, não ter que ouvir sua voz profunda, e particularmente desejo não ter que vê-lo flertando com mulheres. Ok, então realmente não vejo ele flertando com as mulheres, mas definitivamente vejo mulheres flertarem com ele, o que é irritante. “O que você fez no Natal?” Peggy interrompe meus pensamentos. Desvio meu olhar da panela que estou esfregando e olho para ela. “Fui a Long Island para passar um tempo com meus pais por alguns dias. E você?” pergunto, tentando parecer casual.


“Hector tem uma família enorme e todos foram lá em casa para jantar na véspera de Natal. Então, no dia de Natal, todos nós fomos para a casa dos seus pais, abrimos presentes, e as crianças e os rapazes foram todos para o parque jogar futebol enquanto as esposas cozinhavam.” “Isso soa divertido.” Sorrio para ela. “Foi.” Ela sorri de volta, limpando os balcões que realmente não precisam ser limpos. “Sou filha única. Hector tem três irmãos e seis irmãs, então é sempre barulhento e louco, mas é legal.” “Parece bom”, digo. Seus olhos me estudam por um longo tempo, tanto tempo que começo a me sentir desconfortável. “Não

deixe

isso

te

afetar,

querida”,

ela

diz

suavemente. Meu coração bate forte. “Essa é apenas a reação dele ao saber que você tem um encontro.” “O quê?” Respiro. Ela se aproxima de mim e abaixa a voz. “Os homens às vezes são completos idiotas. Veem algo que querem, mas não vão atrás porque acham que sempre estará lá esperando por eles até que estejam finalmente prontos para dar um passo. Você acabou de mostrar a Antonio que não está esperando”, ela diz, me assustando.


“Eu acho...” Começo a dizer que entendeu tudo errado, mas ela não me deixa terminar. “Não.” Balança a cabeça. “Pode mentir para si mesma o quanto quiser, mas eu vejo. Vejo quando ele olha para você. Vejo quando você olha para ele. Um dia, um de vocês vai

ceder

e

imagino

que

esse

dia

será

em

breve. Ele não gostou de ouvir que você tem planos com outro homem. Não sei qual é o problema dele, mas imagino que tenha algo a ver com a mulher que veio antes de você.” Ok, eu estava apavorada antes, mas agora estou totalmente apavorada. Ela

está

certa? Antonio

gosta

de

mim? Sou

tão

transparente quando se trata de meus sentimentos por ele? “Vá no seu encontro. Divirta-se, flerte e ore a Deus para que aquele garoto finalmente coloque a cabeça no lugar, como a mãe dele diz para fazer há anos.” Meu Deus. “Peggy, odeio te dizer isso. Por mais que eu ame Martina e odeie matar o sonho dela, ambas precisam saber que ele mal consegue me suportar. Realmente acho que ele pode até me odiar”, digo a ela. Ela começa a rir tanto que se curva pelo esforço. Olho para ela. “Isso não é engraçado.”


“É.” Ela se ergue e agarra meu braço. “Querida, esse menino não te odeia.” “Ele odeia.” “Ele pode querer, mas não te odeia mais do que odeio sorvete com calda de chocolate, dias chuvosos em casa com minha família, pôr do sol na praia e o homem que amo me dando tudo o que quero.” Coração batendo forte, imploro por oxigênio para encher meus pulmões. A ideia de que ela pode estar certa é quase demais para lidar. “Tudo vai dar certo. Você acabou de puxar o véu, e ele está vendo claramente agora. Às vezes os homens precisam de um alerta. Acho que você acabou de dar a ele.” “Ele é um idiota, Peggy...”, digo a ela enquanto me lembro desse fato. Ok, então ele pode ser doce de vez em quando... Mas na maior parte, é nada além de um idiota para mim. “Posso ver porque você acha isso.” Não acho, eu sei, mas não digo. “Não

posso

esperar

para

ver

como

isso

se

desenrola. Leio romances há muito tempo. Será bom ver um jogo da vida real bem na frente dos meus olhos.”


Piscando, eu me pergunto se ela está louca. Na verdade, não me admiro, sei que deve estar. “Agora pare de se esconder aqui. Preciso de você lá fora comigo. Há muita testosterona neste lugar e não gosto de estar em desvantagem.” “Estou lavando os pratos”, indico, não pronta para voltar lá. Ainda não e talvez nunca mais. “Não se esconda.”

Suas

palavras

ditas

duramente

fazem minhas costas ficarem tensas. “Não se esconda. Você não fez nada de errado.” “Eu... Eu

não

estou

me

escondendo,

Peggy”,

minto. “Estou lavando os pratos.” Chegando ainda mais perto, tão perto que não tenho escolha a não ser me afastar, ela liga a água, pega a esponja da minha mão, enxagua e depois coloca a panela para secar. “Agora você acabou.” Olhando para ela e depois para panela, balanço minha cabeça. Ligo a água de volta para lavar minhas mãos. Vendo que Peggy vai ficar até que eu obedeça, a sigo até a frente da pizzaria. A loira bonita se foi, mas infelizmente Antonio está. Quando seus olhos cheios de raiva me encontram, luto contra o desejo de morder meu lábio.


“Tenho que ir para o quartel em cerca de uma hora. Você se importa em ajudar Hector a fechar de novo hoje à noite?” Pergunta. “Tudo bem.” “Amanhã vou falar com o papai sobre contratar alguém para ajudar, então não precisa estar aqui”, diz. A náusea revira meu estômago enquanto as lágrimas começam a arder nos meus olhos. “Quer dizer que está se livrando de mim?” Eu não posso acreditar nele. Sério, não posso acreditar nele. Estou feliz aqui. Eu me sinto realizada. E é o tipo de realização que vem do trabalho duro. Não tenho esse sentimento há muito tempo, e ele quer tirar isso de mim. Se Peggy estiver certa, quer tirar isso de mim porque tenho um encontro. Um encontro que nem quero ir. “Você não trabalha aqui, Libby. Sabe disso”, afirma. Meu estômago revira e minha garganta se contrai. “Gosto de estar aqui”, digo a ele e observo sua mandíbula apertar. “Sei que não entende isso porque você ” aponto para ele “obviamente não gosta. Mas eu”, aponto o polegar

no

não. Você não vai

peito falar

“gosto com

seu

de estar pai

sobre

aqui. Então encontrar

alguém. Ele não precisa se preocupar com isso agora, e nem


sua mãe. E se você não gosta disso, então que pena. Precisa superar isso, porque não vou a lugar nenhum, Antonio.” “Libby...” “Basta parar.” Assobio e inclino para ele. “Deus... simplesmente pare de ser idiota.” Desvio meu olhar do dele e sinto os olhares de todos em mim. Eu

os

ignoro

e

vou

ao

balcão

onde

fazemos

pizzas. Verifico todos os suprimentos. Percebo que algumas coisas estão faltando, começo a reabastecer; então faço uma lista de coisas que precisam ser encomendadas, algo que Martina normalmente faz. Eventualmente, volto à frente da pizzaria e limpo as mesas e cadeiras. “Ele se foi, querida”, Peggy diz. Levanto o olhar de outra mesa que estou limpando e a encontro,

Marco e

Hector

me

observam

atentamente,

parecendo preocupados. “Libby...”, Marco chama. Meus olhos encontram os dele. “Nós amamos ter você aqui”, diz. Essas lágrimas estúpidas contra as quais estou lutando de repente enchem meus olhos. “Chiquita”, diz Hector. Olho para ele, vendo através das minhas lágrimas. “Marco está certo. Nós adoramos ter você aqui.”


“Obrigada, pessoal”, digo trêmula enquanto limpo minhas bochechas. Abaixo minha cabeça, volto a trabalhar e tento com toda a minha força não pensar em Antonio.


Capítulo 4 FERVENDO LIBBY

Depois de bater na porta da frente de Martina e Tony, espio pelo vidro lateral e sorrio quando os olhos de Martina me encontram. Ela me ligou no Natal para dizer que ela e Tony estão em casa, então fiz planos para vê-la antes do meu encontro às escuras esta noite. “Cara!” Ela me cumprimenta com um sorriso quando abre a porta, em seguida, estende a mão e me segura para puxar para um abraço. “Como está?” “Estou bem. Como você está?” Pergunto, abraçando-a de volta com a mesma força. “Estamos em casa, então estou feliz”, ela responde enquanto se inclina para trás para sorrir para mim. “Entre. Tony está tirando uma soneca, mas podemos tomar uma xícara de chá na cozinha.” “Parece bom.” Eu a sigo por um corredor curto, passo por uma sala de estar à direita e um lavabo à esquerda. Quando chegamos à cozinha no final do corredor, ela nos faz uma xícara de chá e


depois me leva para a sala de jantar. Puxando uma cadeira da mesa da sala de jantar, ela senta-se perto de mim. “Açúcar? Leite?” Pergunta. Pego os dois dela, adiciono uma pitada de leite e uma colher de açúcar ao meu chá. “Obrigada.” Mexo o meu chá, em seguida, sento na minha cadeira. “Como as coisas estão indo na pizzaria?” “Ocupadas como sempre, mas entre Antonio, Peggy, Hector e Marco, as coisas estão indo bem”, respondo, na esperança de tranquilizá-la. “Antonio disse que você tem sido uma grande ajuda”, ela diz baixinho. Suas palavras me surpreendem. “Eu...” “Ele tem sido legal com você?” Não. “Sim”, minto. “Tem sido bom. Não há nada para você e Tony se preocupar.” “Estamos vendendo a pizzaria”, ela diz de repente, pegando-me desprevenida. Tusso um gole de chá que engulo pelo lugar errado.


“O quê?” Pergunto enquanto ela dá um tapinha nas minhas costas com força. “Os médicos não querem que Tony volte ao trabalho, não por um tempo. Eles ainda estão muito preocupados com ele.” “Pensei que ele estava bem”, sussurro. Seu rosto suaviza quando ela estende a mão e pega a minha. “Ele está bem, cara, mas ser dono de um negócio é estressante. Ele não pode ter esse tipo de estresse em sua vida. Agora não. Nunca mais.” “Compreendo. O que Antonio acha?” “Tony queria entregar a pizzaria para Antonio para trabalhar em tempo integral.” Ela faz uma pausa, respira fundo. “Mas nosso filho nunca se interessou em administrála. Ele ama seu trabalho como bombeiro. Nunca seria feliz administrando o negócio. Além disso, viu o preço que o negócio trouxe para o pai.” Aperto sua mão, odiando a luta que vejo em seus olhos. “E

não

somos

mais

jovens. Nós

temos

planos...

Planejamos viajar e conhecer o mundo, mas não fizemos nada disso. Tony ficar doente me fez perceber o que perdemos. Não quero que a gente perca mais nada.” “Então vai mesmo vender?”


“Sim, temos uma reunião com um corretor de imóveis em alguns dias. Alugamos o espaço no prédio, mas somos donos de tudo na pizzaria. Espero que não demore muito para encontrar um comprador.” “Como Tony se sente sobre isso?” “Ele está arrasado, mas sabe que se continuar como está, não estará mais por perto. Mais do que quer a pizzaria, quer ver Antonio encontrar uma mulher e começar sua própria família algum dia.” “Odeio que não haverá mais o Tony‟s. Que não vou entrar na pizzaria para conversar com você”, digo a ela suavemente, e a umidade toma conta de seus olhos. “Só porque não haverá um Tony's não significa que nosso relacionamento chegará ao fim. Ainda espero você para chá e fofoca regularmente.” Dou risada. “Pode contar com isso”, concordo, tomo outro gole de chá enquanto ela faz o mesmo. “Peggy disse que tem um encontro hoje à noite.” Ok, Peggy tem uma boca grande. “Eu tenho.” Mudo desconfortavelmente na cadeira, não quero falar com ela sobre isso. “Ela também mencionou que Antonio não parecia muito feliz por você ter esse encontro.”


“Martina...” Suspiro e ela sorri antes de tomar um gole de chá. “Sou velha, cara. Não esmague meus sonhos ainda. Deixe-me fingir que meu filho está finalmente vendo o que vi há anos.” Sim, Peggy tem uma boca muito grande, e sim, ela e Martina são loucas por pensar que algo vai acontecer entre Antonio e eu. “Não tenha esperanças.” “Uma coisa que eu sei, cara, é que há sempre esperança”, ela diz baixinho. Suspiro novamente, então ouço sua risada. Felizmente, depois disso, ela fala sobre Antonio. Eu a atualizo sobre a vida e as situações de Fawn e Mackenzie porque muita coisa aconteceu no último mês com minhas duas irmãs, incluindo Fawn se envolvendo com um cara no natal, e Mackenzie estar saindo com

Wesley, que é

completamente louco por ela.

*** De pé na calçada do lado de fora do restaurante onde foi marcado meu encontro, vejo meu reflexo na janela. Inalo profundamente e depois solto um longo suspiro. Não estou nervosa com o jantar. Sei por experiência que não devo ter


grandes esperanças de como a noite será. Também aprendi há muito tempo a não me esforçar muito para me vestir... Toda vez que volto para casa de um desses encontros, fico aborrecida comigo por gastar tanto tempo com minha aparência. Uso uma calça preta apertada e uma blusa preta simples e transparente. Coloquei dentro da minha calça, então fica claro que o meu cinto vermelho combina com os meus saltos vermelhos. Mantenho a minha maquiagem simples, apenas com brilho labial nos meus lábios. Uso meu cabelo em um coque, com algumas mechas emoldurando meu rosto. Entro no restaurante e examino a multidão. Palo disse que meu encontro, Walter, me encontraria no bar. Ele jurou que eu não poderia não encontrá-lo, porque é uma estrela de cinema, bonito e muito alto, com cabelos loiros e olhos azuis marcantes. "Libby?” Uma mão quente toca meu braço e olho para um par de olhos azuis... muito azuis. Ok, então Palo está certo. O cara é bonito e muito alto; mesmo nos meus saltos, ele se eleva sobre mim. Cheira bem, como colônia sutil e sabonete, e seu terno cinza-azulado assassino o veste como se tivesse sido feito para ele. A julgar pela qualidade, provavelmente é.


"Oi.” Sorrio para ele. “Bem, Palo não desapontou. Você é tão linda quanto ele disse que era. OK. Uau. Ele é bonito e doce. “Obrigada.”

Abaixo

minha

cabeça,

sinto

minhas

bochechas esquentarem. Ele ri. “Nossa mesa deve estar pronta.” Ele coloca a mão contra as minhas costas e me leva em direção a hostess1. “Mesa para Yorks”, diz. A mulher em pé atrás do balcão olha para o iPad na mão, toca alguns botões na tela e sorri para nós dois. “Sigam-me.” Ela pega três menus, em seguida, leva-nos através do restaurante lotado. O lugar é bom, talvez melhor do que qualquer outro restaurante que já estive antes. O ambiente é romântico, com belas obras de arte em molduras bonitas penduradas nas

paredes,

cada

peça

individualmente

iluminada. A

iluminação do teto é reduzida para criar intimidade e as mesas são cobertas por toalhas de linho branco. “Aqui está.” A hostess para em uma pequena mesa na parte de trás do restaurante.

1

Hostess é o nome dado às recepcionistas e anfitriãs de estabelecimentos ou eventos, como: casamentos, aniversários, bodas, entre outros.


“Obrigada”, digo baixinho, e ela sorri para mim e depois para Walter. Tiro meu casaco e o penduro no gancho perto da nossa mesa, então sinto meus lábios ficarem surpresos quando Walter

se

aproxima

mim. Quando

sento,

e

segura vejo-o

minha

cadeira

sentar-se

à

para minha

frente. Percebo que me dá a visão „boa‟... Onde posso ver a sala inteira. Penso nisso e começo a me perguntar se talvez esse encontro possa ser uma boa ideia, afinal. Assim que tenho

esse

pensamento,

Antonio

surge

no

meu

pensamento. Cerro os dentes e afasto-o de volta. “A lista de vinhos.” A recepcionista acena enquanto coloca na mesa, depois faz o mesmo com os cardápios do jantar. “Seu garçom estará com vocês em breve.” “Obrigado”, Walter e eu dizemos ao mesmo tempo antes de vê-la desaparecer. “Palo me diz que você faz maquiagem e cabelo”, Walter diz, pega o guardanapo e o coloca em seu colo. “Eu faço.” Pego meu guardanapo e faço o mesmo, tentando lembrar se já comi em um lugar com guardanapos dobrados antes. “Você gosta disso?” “Costumava gostar. Agora não sei. Não realmente, de qualquer maneira.” Admito a verdade antes de pensar melhor. "Eu...”


“Por que isso?” Ele me estuda, e me inclino sobre a mesa apoiando os cotovelos para responder, em seguida, rapidamente os puxo de volta quando o vejo sorrir. Posso nunca ter comido em um lugar tão legal como este, mas tenho certeza que existe uma regra em algum lugar sobre os cotovelos na mesa. E em um lugar como este, tenho certeza que os cotovelos são desaprovados. “Não tenho certeza.” Dou de ombros. “Costumava adorá-lo. Agora simplesmente não me sinto assim. Não me entenda mal... Gosto do meu trabalho. Amo trabalhar para Palo. Só não sei se é o que quero fazer pelo resto da minha vida.” “Então, o que acha que quer fazer pelo resto da sua vida?” Ele pergunta. Sentada na minha cadeira, percebo que duas vezes na minha vida me senti realizada e verdadeiramente feliz. E que ambos os tempos eram quando estava trabalhando em uma pizzaria. “Talvez ser dona de uma pizzaria?” Admito. Sua cabeça inclina para o lado. “São duas coisas muito diferentes... Fazer pizzas e fazer maquiagem.” “Eu

sei”,

concordo,

garganta. “Então, o que você faz?”

então

limpo

minha


“Sou um cirurgião plástico.” Posso ver totalmente isso. Ele tem uma aparência perfeita, toda beleza e classe... do cabelo ao terno personalizado, ao relógio caro em seu pulso e seus sapatos polidos. Por que, por que não posso ter uma queda por ternos elegantes e sapatos polidos? Por que tenho que ficar obcecada com camisetas desgastadas, jeans desbotados e botas? “Você gosta?” Pergunto, empurrando Antonio para fora dos meus pensamentos mais uma vez. “Eu gosto”, diz. Posso dizer pela luz que faz seus olhos brilhar que há mais do que apenas ser um cirurgião plástico para socialites. “Por quê?” Questiono. Sua expressão suaviza. “Eu me especializei em cirurgia reconstrutiva para crianças. Não há nada melhor do que mudar a vida de uma criança com deformidade, sabendo que ajudei a fazê-la sentir-se melhor consigo mesma.” “Isso é incrível”, digo baixinho, sabendo que é um eufemismo. No mundo de hoje, aparência pode ser tudo, e tenho certeza que ele está fazendo uma enorme diferença na vida das crianças que ajuda. “Obrigado.” “Então me conte... Como conhece Palo?”


“Ele faz o cabelo da minha mãe há anos. A última vez que eu vim para a cidade, conversamos e ele me disse que havia uma mulher que eu precisava conhecer da próxima vez que estivesse na cidade. Aqui estamos.” “Você não mora aqui?” “Vivo em Los Angeles.” Claro que ele vive. É claro que o primeiro encontro às cegas que tenho que não me faz querer me esgueirar pela janela do banheiro, é com um homem que vive em outro estado. “Você já esteve lá?” “Não, vivi minha vida inteira em Nova York. Cresci em Long Island e meu pai é policial. Ele trabalhava muito, então não viajávamos muito quando era mais jovem.” “Você precisa ir a LA pelo menos uma vez na vida.” “Por quê?” “O clima é melhor, as praias são lindas e temos alguns dos melhores restaurantes do mundo.” “E estrelas de cinema?” Digo, observando-o rir. “Também tem isso”, ele concorda. “Talvez um dia eu vá até lá.”


Seu rosto suaviza antes do garçom se aproximar para atender nossos pedidos de bebida.

***

“Obrigada pelo jantar”, digo a Walter quando saímos do restaurante. “Eu me diverti muito.” “Por que sinto que não vou ver você de novo?” Ele pergunta. Mordo o interior da minha bochecha. "Eu...” Deus, eu me diverti muito com ele. Ele é tão fácil de conversar, tão fácil de estar por perto. Mas sei que ele não é o que eu quero. “Sinto muito.” Abaixo minha cabeça. "Eu... tem um cara.” Sinto o corpo dele tenso e olho para ele. “Ele me odeia.” Eu dou uma risada sem humor quando as lágrimas enchem meus olhos. “Bem, tenho certeza que ele me odeia, de qualquer forma, e tenho uma queda por ele desde sempre. É estúpido porque ele é um idiota. Ainda...” “Merda”, ele murmura.


Pressiono

meus

lábios

juntos. “Eu

sei

que

é

estúpido. Acredite em mim, sei que é.” Balanço a cabeça e olho para a calçada. “Eu só...” “Siga seu coração, Libby.” Suas palavras suavemente faladas me interrompem e chamam minha atenção de volta para ele. “Dizer isso me mata depois de sentar à sua frente e desfrutar de sua companhia pelas últimas duas horas, mas siga

seu

coração.”

Ele

toca

seus

lábios

na

minha

bochecha. “Se esse cara não vê o quão incrível você é, fodase ele. Você pode encontrar alguém melhor.” “Obrigada, Walter.” Sorrio para ele, e seus olhos examinam meu rosto por um longo momento antes dele balançar a cabeça e pegar gentilmente meu cotovelo em sua mão. Ele me leva para a beira da calçada; então acena para um táxi. Quando um para, me ajuda e entrar no banco de trás e me dá outro beijo suave na bochecha antes de fechar minha porta. Aceno pela janela e dou-lhe um sorriso desajeitado antes que o táxi se afaste do meio-fio. Inclinando para frente, me pergunto o que há de errado comigo. O encontro foi incrível. Não, melhor que incrível. Ainda assim, houve cem momentos durante o jantar que pensei em Antonio. Não conseguia nem pensar em explorar coisas com o Walter. Quando o táxi estaciona do lado de fora do meu prédio, saio e vou para o meu apartamento vazio. O espaço parece


ainda mais silencioso desde que Mac começou a passar a noite com Wesley. Isso me faz sentir subitamente solitária. Penso em tomar um longo banho quente, mas em vez disso, coloco meu pijama, pego uma taça de vinho e me coloco na frente da TV. Assisto a um filme de terror até que eventualmente adormeço.

*** “Então...?” Peggy pergunta assim que Hector e Antonio estão fora do alcance da voz. “Então... o quê?” Dou uma de boba e entrego a um cliente a pizza que ele pediu. Revirando

os

olhos,

ela

balança

a

cabeça. “Seu

encontro às cegas! Como foi?” “Foi bom.” Dou de ombros. “Bom”, ela cutuca, inclina a cabeça para o lado e me estuda. “Walter é bom e doce... e... bem...” Paro, encolho os ombros novamente. “O encontro foi ótimo, mas ele mora em LA e...” “E Antonio?” Ela adivinha. Concordo com a cabeça e, por algum motivo estúpido, sinto que vou chorar.


“Oh querida.” “Estou bem.” Ignoro o sentimento, recusando-me a ceder a isso. Nem tenho certeza quando comecei a me importar tanto com ele. “Certo...”, ela diz, mas posso dizer que realmente não acredita em mim. “Tudo vai dar certo.” “Sim”, concordo. Não querendo mais falar sobre isso, pego um pano e me ocupo com a limpeza das mesas. Depois disso, ajudo Hector a fazer pizzas e encomendas até fecharmos. Por volta das dez, Antonio finalmente sai do escritório para fechar. Entro na cozinha dos fundos para começar a lavar os pratos que se acumularam na pia durante a noite. "Vejo você amanhã.” Peggy enfia a cabeça pela porta da cozinha dos fundos e sorrio para ela. “Te vejo amanhã. Tenha uma boa noite.” “Você também, querida" “Até mais, chiquita!”, Hector grita em voz alta. “Até mais, Hector!” Grito de volta. Peggy sorri mais uma vez, depois desaparece da porta. “Você pode ir também”, Antonio diz, entrando na cozinha onde ainda estou lavando pratos.


“Estou quase terminando”, indico desnecessariamente já que ele pode ver que só tenho mais algumas coisas para lavar. “Posso lidar com o resto.” “E eu também posso.” Viro de costas para ele e volto a lavar, faço isso de propósito e bato os pratos na pia de metal enquanto lavo. “Como foi seu encontro?” “Foi bom. Walter é legal.” “Walter?” Ele cospe o nome, e me viro para olhar para ele. “Sim. Walter”, repito, fixando meu olhar com o dele e sinto meu coração começar a bater estranhamente contra as minhas costelas. Meus joelhos ficam fracos quando o ar ao nosso redor muda. Parece encher-se de eletricidade que faz com que os pequenos cabelos da minha nuca fiquem em pé. “Você dormiu com ele?” “Isso é da sua conta?” Assobio, inclinando em direção a ele. “Você dormiu?” Ele rosna. A raiva... junto com outra coisa que não consigo identificar... me toma por dentro.


“Isso não é da sua conta.” Jogo a esponja da minha mão para ele, e ela cai contra seu peito com um baque molhado antes de cair no chão. Seus olhos vão para onde ela pousa,

então

lentamente levantam

para

encontrar

os

meus. Eles escurecem. Recuo e olho em volta procurando uma maneira de escapar. Droga. “Não há para onde correr”, ele diz. Meus olhos voam para os dele novamente. “Fique para trás.” Pego o bocal da torneira extensível da pia e levanto em direção a ele com meus dedos no gatilho. “Abaixe isso, Libby.” “Não.” “Coloque isso para baixo”, ele exige. Aperto o gatilho e a água bate no seu peito. Seus olhos estreitam; então ele avança para mim. Eu juro... juro que não sei o que acontece a seguir... em um segundo nós dois lutamos para conseguir o controle da água, e no outro, tudo transborda. Nos movemos ao mesmo tempo. Seus braços vem ao meu redor, os meus fazem o mesmo. Sua língua empurra em minha boca e sigo sua liderança. Nossas bocas beliscam,


lambem, mordem, lutam pela supremacia. Nossas mãos exploram,

a

minha

na

camisa

dele

e

a

dele

na

minha. Minhas costas atingem a parede ao lado da porta, e sua boca sai da minha e começa a viajar pelo meu pescoço. Com um choramingo profundo em minha garganta, inclino minha cabeça para o lado para dar-lhe mais acesso, enquanto minhas mãos viajam até a pele lisa, dura e quente de suas costas. “Porra. Você cheira bem, mas tem um gosto melhor.” Ele morde meu pescoço e raspo minhas unhas em suas costas e o escuto gemer em aprovação. Suas mãos se movem para minha bunda e me levanta do chão. Abraço-o com minhas pernas, colocando minha boca de volta na dele enquanto ele me leva, atravessando a pizzaria mal iluminada em direção ao escritório. Deitando-me no sofá, ele desce em cima de mim. As coisas vão do selvagem ao frenético. Suas mãos se movem sob minha camiseta; então tira. Faço o mesmo com a dele, jogando no chão. Recostando, ele traça a borda de renda do meu sutiã com os dedos e, em seguida, puxa para baixo, inclina a cabeça e suga meu mamilo em sua boca quente, chupando com força. Grito, levanto meus quadris nos dele e me esfrego contra ele enquanto ele pega meu peito negligenciado e puxa meu mamilo através do material rendado. Meu núcleo aperta, e minha mente começa a acompanhar o que acontece enquanto ele beija meu abdômen até a beira da calça jeans que estou usando.


“Antonio”, sussurro. Ele levanta a cabeça, seus olhos negros cheios de luxúria encontram os meus. Solta o botão do meu jeans, puxa o zíper e, em seguida, puxa minha calça jeans e calcinha pelos meus quadris. Oh Deus. Minha mente fica em branco. Esqueço tudo e arqueio para ele quando seus dedos me tocam onde ninguém nunca tocou. “Molhada”, ele rosna, deslizando os dedos pelas minhas dobras. Meu corpo trava quando ele começa a deslizar um dedo dentro de mim. "Eu sou virgem”, sussurro. Assisto com horror quando todo o seu corpo fica tenso. Seus olhos se fecham bem diante dos meus. “O quê?” Ele levanta do sofá rapidamente. De pé, olha para mim, seu peito e abdômen ofegantes com cada respiração profunda que dá. “Eu... oh Deus.” Cubro meu rosto com minhas mãos e desejo poder desaparecer. “Sinto muito... eu...” “Jesus”, ele diz suavemente. Puxo minhas mãos do meu rosto e me sento, puxando meus jeans de volta para cima dos meus quadris. Lágrimas começam a encher meus olhos


quando ele vira as costas para mim e ergue as mãos no cabelo, puxando-o. “Porra. Que merda eu estava pensando?” O que ele estava pensando? Oh Deus. Humilhada, olho em volta. Pego a primeira camiseta que vejo, então a atiro como se estivesse pegando fogo quando vejo que é dele. Acho a minha e coloco na minha cabeça. Fico em pé e procuro as minhas coisas. Visto meu casaco e pego minha bolsa, então me movimento o mais rápido possível para a porta. Não olho para trás. Não paro para falar com ele. Saio de lá, correndo tão rápido quanto minhas pernas me levam. Quando chego à porta, me atrapalho com a fechadura e lamento quando não consigo abrir. Sinto Antonio chegar perto, e volto três passos quando ele estende a mão para mim. “Libby.” “Não.” Escondo meus olhos dos dele, fixando-os no chão, perto de seus pés. “Por favor não faça. Por favor, apenas abra a porta para que eu possa ir”, sussurro enquanto as lágrimas começam a rolar pelas minhas bochechas. “Princesa”, ele diz suavemente, estende a mão para mim novamente. Dou outro passo apressado para trás. “Não.” Olho para ele, e ele recua. “Não.”


“Vou te levar para casa.” “Não preciso de você para me levar para casa.” “Querida, deixe-me pegar meu casaco. Deixe-me te levar pra casa. Podemos conversar.” “Abra a porta!” Grito, sabendo que pareço insana, mas não

me

importo. Estou

tão

envergonhada,

tão

humilhada. Preciso sair daqui agora. “Por favor, abra a porta para que eu possa ir.” Deixo cair meu olhar e vejo ele se mover, então ouço a porta se abrir. Com

cuidado

para

restaurante. Quando

chego

não em

tocá-lo,

casa,

fico

saio no

do

saguão

respirando pesadamente antes de subir correndo para o meu apartamento. Sirvo um copo de vinho para acalmar meus nervos e o levo para o banheiro. Encho a banheira e entro, na esperança de esquecer que esta noite aconteceu.


Capítulo 5 DESAFIO ANTONIO

Recosto-me na velha cadeira do escritório do meu pai em frente à sua desgastada mesa de madeira, olho em volta para as fotos e recortes de jornal emoldurados nas paredes. Adorava esse lugar quando era criança, mas quando comecei a crescer, passei a me ressentir. Costumava odiar passar meus dias depois da escola bem aqui, nesta cadeira, fazendo minha lição de casa. Odiava não poder ir para casa depois da escola como uma criança normal ou jantar em casa com meus pais como todas as outras crianças que eu conhecia. Com o passar dos anos eu e meu pai começamos a envelhecer, meu ressentimento em relação a esse lugar só ficou mais forte. Podia ver o efeito que a pizzaria causava no meu pai. Ele era muito teimoso para contratar mais pessoas para ajudá-lo. Acho que não vou ter que me preocupar mais com isso, já que agora será vendido para outra pessoa e será problema de outra pessoa para lidar. Porra... Por mais aliviado que esteja por saber que não vou ter que assistir a este lugar lentamente matar meu pai, ainda


vou sentir falta dele. É uma parte de mim. É parte de quase todas as lembranças que tenho. Esfrego minha mão pela minha barba desalinhada, meu olhar pousa no sofá contra a parede. Recuo. Sim, há muitas memórias neste lugar... algumas melhores que outras. Libby... Libby, a mulher mais sexy que já conheci na vida, é virgem. Quando essa informação saiu de sua boca, juro por Deus que minha mente gritou: Minha! Isso me assustou pra caralho. Eu a quero desde o momento em que nos conhecemos, mas achei que nunca poderia ser, não com ela. Conheço mulheres como ela. Estive apaixonado por uma mulher como ela. Uma que precisa do melhor de tudo. Alguém que quer coisas que não posso dar a ela... incluindo uma vida que não quero para mim. Quando ela terminou as coisas entre nós, me disse que meus sonhos não eram seus sonhos, que ela não podia ser feliz com a vida que eu poderia fornecer para nós, que queria mais. Ela me implorou para assumir a pizzaria do meu pai quando nos ouviu falando sobre isso. Queria que eu abrisse uma franquia, para construir o negócio da família para poder lhe dar uma casa na cidade e uma quantidade infinita de dinheiro para comprar qualquer coisa de designer que achasse que precisava. Eu nunca quis a pizzaria. Quero ser bombeiro. Quero ajudar a proteger a cidade que amo. Descobri algumas semanas depois que nós terminamos que ela se


encontrava com um advogado, um homem que tinha o tipo de dinheiro para dar a ela, a vida que queria. Infelizmente para ela o cara já era casado e não estava interessado em se divorciar de sua esposa por sua amante. Na minha opinião, ela teve o que merecia. Balanço a cabeça, esfrego as mãos no rosto e depois as afasto quando a porta do escritório se abre. Libby entra. Seus grandes olhos cheios de surpresa se fixam com os meus. Minha respiração congela nos meus pulmões. Eu me forço a ficar onde estou quando tudo que quero fazer é ir atrás dela, prendê-la no sofá e terminar o que começamos. Não a vejo desde a noite que tudo entre nós deu errado. Eu a segui para casa... sem sequer colocar uma jaqueta ou trancar a pizzaria... para ter certeza de que chegaria em casa bem. Ela estava tão chateada que nem percebeu que eu estava lá. “Ei”, ela diz baixinho. Observo com admiração enquanto suas bochechas se tornam um tom adorável de rosa. Porra, ela é linda. Tão incrível que quase não parece real. Tem o tipo de beleza que você espera ver na capa de uma revista ou na TV, não trabalhando em um salão de beleza ou em uma pizzaria. Eu me inclino para frente na cadeira, fazendo-a ranger. Ela pula levemente com o barulho. “Você não retornou nenhuma das minhas ligações.”


Porra! Por que eu disse isso, mesmo que seja a verdade? Estou frustrado nos últimos dias por não poder entrar em contato com ela quando tudo que quero saber é se ela está bem. “Não acho que temos nada para falar.” “Você está errada.” Engulo um gemido de frustração quando ela se afasta de mim, deixa cair sua bolsa no sofá, e tira a jaqueta. Ando em torno da beirada da mesa e me inclino contra ela, cruzando os braços sobre o peito em uma tentativa de tentar me controlar. “Devemos falar sobre o que aconteceu.” “Nós não devemos.” Ela gira para me encarar. “Eu não quero falar sobre isso. Nem agora, nem nunca.” “Vamos falar sobre isso, Libby”, digo baixinho. “Não, não vamos”, ela promete. Então noto seus sapatos. “Onde estão seus saltos?” Levanto a cabeça para olhar para ela. “O quê?” Suas sobrancelhas perfeitamente formadas se franzem sobre seus lindos olhos. “Seus saltos. Por que está usando tênis? “Bem. Uma garota não pode usar tênis sem que todos a questionem?” Ela pergunta.


Eu me pergunto com ciúmes quem mais pode ter apontado que ela está usando tênis em vez dos saltos que estão sempre em seus pés. “Preciso ir lá para frente. Peggy precisa de ajuda.” Ela vai para a porta, mas passo na frente dela e bloqueio seu caminho. Vejo seu rosto pálido e seu peito começa a subir e descer rapidamente. Meu olhar se fixa em sua boca e dou um passo em direção a ela. Ela dá um passo para trás, colocando a mão para cima enquanto o calor crepita entre nós. “Antonio...” “Sim?” “O que você está fazendo?” Ela sussurra. Meus olhos se concentram em seus olhos cheios de preocupação. “Estou querendo saber o que acontecerá se eu te beijar novamente.” “Você não vai me beijar de novo”, ela diz com firmeza com um aceno de cabeça. Dá outro passo para trás. “Eu vou.” Dou outro passo em direção a ela. “A menos que use essa sua boca para falar comigo.” “Nós não vamos falar, tampouco.” “Então vou beijar você.”


“Não, você não vai.” Ela olha em volta do escritório, tentando encontrar uma maneira de ficar longe de mim. “Então fale comigo”, rosno. Sua mandíbula aperta. “Sobre o que quer conversar?” Ela finalmente pergunta, vendo que não há saída. “Você sabe o que eu quero falar.” “Sim, eu sei. Mas em vez disso, acho que devemos falar sobre o jeito que foi tão idiota comigo. O jeito que me fez sentir uma merda porquê... por causa do jeito que me visto, porque uso maquiagem e saltos. Ou talvez queira falar sobre como me tratou depois...” Suas bochechas ficam mais vermelhas. “Depois que te contei o que disse. Que tal falarmos sobre tudo isso?” Ela sugere. Meu peito fica apertado. Sim, estraguei tudo de forma magnífica com ela. Nenhuma dúvida sobre isso. “Libby...” Eu a alcanço, mas ela pisa para o lado antes que eu possa tocá-la. “Como eu disse, não acho que tenhamos nada para conversar.” “Nós temos. Você me pegou desprevenido e...”


“Pare.” Ela balança a cabeça, me interrompendo. “Não quero fazer isso hoje à noite. Por favor”, ela sussurra. Vendo o cansaço e derrota em seus olhos, meu interior aperta junto com meu peito. “Vou te dar tempo”, concordo. “Mas nós vamos conversar, Libby.” “Tudo bem.” Ela balança a cabeça. “Agora saia do meu caminho para eu poder trabalhar? É véspera de Ano Novo, e já existe uma fila de pessoas do lado de fora.” Saio de lado e a deixo ir, embora todo o instinto me diga para não deixar. Quando a porta se fecha atrás dela, corro meus dedos pelo meu cabelo. Porra. Eu a quero. Eu a quero há muito tempo, mas não fiz nada sobre isso a não ser afastá-la. Agora preciso ver se consigo de alguma forma desfazer esse dano. Com esse pensamento, sorrio. Sempre amei um bom desafio... e sei que Libby será exatamente isso. Abro a porta do escritório, tranco-a atrás de mim e vou para o fundo da pizzaria, onde Libby faz pizzas com Hector. Encontro o olhar de Hector e aceno para ele. "Eu faço isso, se quiser ajudar Marco.” Vejo seus olhos irem para Libby. Ele olha para ela com uma pergunta em seus olhos.


“Tudo bem”, ela diz a ele. Minha mandíbula aperta quando ele levanta o queixo e depois se move para o lado oposto de Libby. Como acontece toda vez que trabalho com ela, nós entramos em sincronia. Sua irmã, Mackenzie, me dizia que Libby era uma trabalhadora, mas não acreditei nela. Tudo o que via eram as roupas caras de Libby e seu cabelo e maquiagem perfeitamente estilizados. Pensei que ela era exatamente como a minha ex, que tudo com o que se importava era dinheiro. Estava errado sobre ela. De maneira nenhuma minha ex algum dia entraria para ajudar como Libby fez. Se ela fosse forçada a ajudar, reclamaria o tempo todo. Nunca ouvi Libby reclamar, nem sequer uma vez. Nunca reclamou de lavar pratos, servir mesas ou fazer pizzas. Não diz que está cansada, mas sei que deve estar trabalhando em dois empregos na maioria dos dias. Em vez disso, está sempre sorrindo, sempre feliz. Como se não preferisse estar em nenhum outro lugar do que aqui, trabalhando e sujando as mãos. Olho para seu perfil e a carranca que coloquei em seu rosto e luto contra a vontade de suspirar. Sim, eu estava errado sobre ela. Agora preciso provar a ela que não sou o idiota que mostrei ser mais de uma vez. Tenho muito trabalho pela frente. Se alguém me tratasse da maneira como eu a tratei, veria minhas costas e nada mais. Só espero que ela não seja tão amarga e fodida quanto eu. A primeira vez que a vi na pizzaria, ela estava com as irmãs. Estavam sentadas em uma das mesas lá atrás. Não


conseguia tirar meus olhos dela. Percebi que ela estava tendo o mesmo problema de olhar para mim. Estava prestes a fazer a minha abordagem e me apresentar quando a ouvi conversar com suas irmãs sobre uma bolsa de grife que queria. Ouvir isso foi como um balde de água fria me atingindo no rosto. Depois disso, eu a empurrei na mesma caixa da minha ex. Olho para ela mais uma vez agora e só espero poder encontrar uma maneira de convencê-la a me perdoar. Vejo um sorriso iluminar seu rosto, e fico surpreso quando ela de repente interrompe o que está fazendo e desliza uma pizza meio feita para Hector terminar. “Volto logo”, diz a ele enquanto gira ao redor. “Lucas! Madeline!” Grita feliz enquanto passa pelo balcão. Uma menininha de provavelmente quatro ou cinco se joga nos braços de Libby e ri enquanto um homem da minha idade ou talvez alguns anos mais velho fica para trás, observando-as se abraçarem com um sorriso no rosto. No momento em que a garotinha solta, os olhos de Libby vão para o cara. Sua expressão assume uma doçura que não vi antes. Ela envolve os braços em volta da cintura dele. Ciúme, quente e feio, revira meu estômago e aquece meu sangue enquanto os observo. “Você está bem, amigo?” Hector pergunta. Desvio meu olhar de Libby para olhar para ele. “Eu estou bem.”


“Tem certeza?” Ele olha para as minhas mãos, e percebo que a bola de massa que tenho ao meu alcance está destroçada pelos meus punhos cerrados. Aperto minhas mãos e estreito meus olhos para Hector e Marco, que estão sorrindo para mim. “O quê?” Nenhum deles diz nada, e voltam ao trabalho. Pressiono outra massa, olho por cima do ombro para Libby. Ela está voltando para trás do balcão, e o homem e a menina saindo pela porta com uma pizza que devem ter pedido para pegar. “Quem

era?”

Pergunto

quando

nossos

olhos

se

encontram e seu passo vacila. “É o irmão do noivo de Fawn e sua filha.” Suas palavras me pegam desprevenido, e olho para ela por um longo momento. Conheço as duas irmãs dela há anos, mas até recentemente nem sabia que qualquer uma delas estava namorando alguém sério. “Fawn está noiva?” Pergunto. Seus olhos assustados disparam da pizza que está espalhando queijo para encontrar os meus. “Ela ficou noiva no Natal.” “O quê?” Eu pergunto, observando-a sorrir.


“Levi, o namorado de Fawn, pediu-lhe em casamento na manhã de Natal”, diz, baixando os olhos para a pizza na frente dela. “Eles não acabaram de começar a namorar?” Pergunto, lembrando-me de Libby e de um cara vindo comer pizza pouco depois do Halloween. “Sim.” “Você não acha que é um pouco rápido, de repente ficar noivo?” “Eles estão apaixonados. O que importa se envolverem agora ou daqui a um ano? Acho que quando você quer passar o resto da sua vida com alguém, deve passar o resto da sua vida com essa pessoa... especialmente quando não sabe quanto tempo sua vida tem.” “Isso soa como uma frase de um filme de romance”, digo, lembrando sua aversão aos filmes românticos e como é inflexível em não gostar deles. Ela olha para mim e encolhe os ombros. “Eu acho que sim.” “Então você gosta de romance?” Cutuco meu ombro contra o dela, e ela esfrega os lábios. “Posso não gostar de filmes de romance, mas ainda sou uma garota. Gosto da cor rosa, saltos, maquiagem e roupas de grife. Também gosto da ideia de me apaixonar e encontrar


meu próprio príncipe encantado para construir uma vida algum dia. Quem não quer se apaixonar e viver feliz para sempre?” “Eu já estive apaixonado antes. Não é tudo o que dizem que é.” Ela lambe o lábio inferior. “Talvez não estivesse apaixonado pela pessoa certa.” Olho em seus olhos, depois pigarreou. "Sim, talvez.” Desvio meu olhar dela. Realmente, não há talvez sobre isso. Não deveria ter me apaixonado pela minha ex. Só vi o que queria ver. Estupidamente pensei que, com o tempo, ela mudaria seus modos. Que se eu pudesse apenas amá-la o suficiente, ela veria que as coisas materiais não eram importantes, que a família era tudo o que importava. Realmente acreditei que ela acabaria sendo feliz com a vida que eu tentava construir para nós. No final, nunca fui o suficiente.

***

“Dois minutos para a meia-noite!” Peggy grita enquanto tranco a porta atrás do último cliente da noite e vou em direção à cozinha.


Marco pega uma garrafa de champanhe. Lola tira dele e começa a encher taças de plástico com champanhe. Vendo meus pais de pé lá com os braços em volta um do outro, sorrio. Meu pai parece bem... melhor do que em semanas. As linhas de preocupação ao redor dos olhos da minha mãe começam a desaparecer. Ambos parecem felizes, o que é um alívio. O ataque cardíaco de papai assustou os dois. Nunca vi minha mãe chorar tanto ou meu pai parecer fraco. Ele sempre foi forte. Estando juntos desde os dezoito anos, nenhum deles sabe como funcionar sem o outro. “Posso beber um pouco, mãe?” Valeria a filha de Peggy e Hector, pergunta enquanto contempla a garrafa de champanhe que Lola está segurando. “Quando eu deixo você beber álcool?” Peggy pergunta com uma carranca. “Papai me deixou tomar um gole de sua cerveja antes.” “Ele deixou?” Peggy olha para Hector e arqueia uma sobrancelha. “Foi apenas uma vez”, ele murmura, envolvendo o braço volumoso em torno do ombro de Valeria. “Há cidra espumante para você.” “Tudo bem”, ela resmunga e pega uma taça de seu pai. Sorrio para eles, então me dirijo para a cozinha dos fundos. Pego uma taça de champanhe cheia do balcão enquanto a contagem regressiva na TV toca em voz alta no


fundo. Movendo-me ao lado de Libby, vejo seus olhos se iluminarem enquanto ela conta, junto com a TV e todos na sala. “Nove. Oito. Sete. Seis. Cinco. Quatro. Três. Dois. Um... Feliz Ano Novo!” Gritam todos, tilintando os copos juntos antes de tomarem goles e beijos. Olho para Libby, sinto seus olhos em mim. Meu estômago dá um nó quando nossos olhares se fixam. “Feliz Ano Novo”, ela sussurra. Eu me inclino e toco meus lábios no canto da sua boca. Ela engasga antes de eu me afastar, murmurando "Feliz Ano Novo, Princesa.” Sem outra palavra para ela, vou até meus pais e dou um abraço em cada um deles. “Vou sentir falta deste lugar”, mamãe diz calmamente, olhando em volta do espaço e para as pessoas que fizeram do Tony‟s o que é. “Sei que você vai. E sei que meu pai também, mas é hora de seguirem em frente. É hora de relaxarem e curtirem a vida. É hora de vocês dois fazerem todas as viagens das quais você está falando”, digo enquanto meu pai envolve seu braço em volta do meu ombro. “Você está certo.”


Papai sorri e tristeza enche meu peito. Posso nĂŁo gostar deste lugar ou querer passar o resto da minha vida administrando uma pizzaria, mas estou orgulhoso de meus pais pelo que realizaram e pela vida que puderam me proporcionar trabalhando aqui.


Capítulo 6 PRINCESA LIBBY

“O quê?” Eu sento-me na cama com meu celular no ouvido, piscando contra a luz brilhante da minha lâmpada quando ligo. “Eu me casei!” Fawn repete, parecendo animada. “Pensei que estava em Vegas”, digo, tentando acordar o suficiente para entender exatamente o que ela tenta me dizer. “Nós estamos em Las Vegas.” Ela ri. "Nós também nos casamos.” “Oh meu Deus”, sussurro. “Eu sei”, ela sussurra de volta. Posso realmente ouvir a felicidade em sua voz. “Gostaria que você e Mac estivessem aqui.” “Eu também”, concordo, ainda em choque. “Por favor, me diga que você tem fotos.” “Inúmeras. Até temos algumas com Elvis.”


“Elvis casou vocês?” Pergunto-me como ela pôde ser capaz de envolver o fodão Levi nisso. “Não. Levi

não

aceitaria

isso,

então

tivemos

um

casamento normal em uma capela comum. Mas parei um imitador de Elvis na Strip e o fiz tirar uma foto conosco.” Ela ri e um sorriso contorce meus lábios. Posso apenas vê-la arrastando Levi para fazer isso. “Deus, agora você está casada e Mac está grávida”, digo sem pensar. Meus olhos se arregalam quando cubro minha boca, esperando poder de alguma forma empurrar as palavras de volta para dentro. “O quê?” Ela grita a plenos pulmões. Bato minha palma contra a minha testa. “Eu...merda. Não deveria ser eu a lhe dizer isso, porque é notícia da Mac. Ela descobriu ontem que ela e Wesley estão grávidos.” “Puta merda.” Ela pode dizer isso de novo. Quando cheguei em casa para fazer o cabelo e maquiagem para o baile de véspera de Ano Novo que ela e Wesley iriam, eu a encontrei trancada no banheiro

com

cinco

testes

positivos

de

gravidez

no

balcão. Ela estava sentada no chão em estado de choque. “Mamãe vai explodir de alegria. Um genro e um neto... Tudo em um ano...” murmuro, puxando um fio no meu


edredom. Secretamente, estou um pouco deprimida porque minhas irmãs estão seguindo em frente com suas vidas enquanto estou presa sem fazer nada com a minha. “Puta merda”, ela repete. Suspiro. Realmente devia ter mantido minha boca fechada. “Mac está bem?” Fecho meus olhos, lembrando de Mac descansando a mão contra sua barriga e já com olhar de amor. “Sim. Está assustada, mas feliz com a notícia. Está preocupada em contar a Wesley”, admito suavemente. “Por que está preocupada? Ele ficará feliz com o bebê.” “Eu sei, mas ainda é recente o relacionamento deles.” “Verdade. Mas,

novamente,

tudo

acontece

quando

deve”, ela diz baixinho. Eu inspiro fortemente. “Você está certa”, concordo. “Devo deixar você voltar a dormir. Tenho certeza de que precisa levantar cedo para o trabalho.” “Sim. Eu te amo. Dê um abraço em Levi e diga que mandei parabéns.” “Eu vou. Quando chegarmos em casa, vamos ter uma grande festa para comemorar.”


“Parece bom. Não se divirta muito em Vegas”, digo. Levi diz algo para ela no fundo que a faz começar a rir. Sorrio para o telefone, então dou risada quando fica mudo na minha mão. Desligo minha lâmpada e me deito, segurando meu celular. Eu me pergunto quando raios foi que minhas irmãs e eu crescemos. Não parece que faz muito tempo que estávamos todas vivendo neste apartamento, um beliche e uma cama de solteiro espremida neste pequeno quarto, cada uma de nós brigando pelo banheiro de manhã para nos prepararmos para o trabalho ou para a escola. Nunca paramos para pensar sobre o que o futuro traria. Aposto que nem Mac nem Fawn adivinhariam que em poucos anos estariam se estabelecendo e começando suas próprias famílias. Sei que eu não imaginava que estaria deitada aqui contemplando minha vida e o que devo fazer com o resto. Costumava pensar que porque eu amava tudo sobre beleza, ficaria feliz fazendo maquiagem e cabelo. Agora sei que não vou estar. Sei que eventualmente vou acabar odiando meu trabalho, não importa quanto dinheiro eu faça. Não quero isso. Não quero passar o resto da minha vida infeliz só para poder viver confortavelmente. Então, novamente, tudo acontece quando deve. As palavras de Fawn ecoam em minha mente. “É ano novo, Libby. Talvez seja hora de arriscar tudo e ir até o fim”, digo no escuro.


Meu interior se contorce de excitação e nervosismo. Sim, penso quando fecho meus olhos e um sorriso curva meus lábios. É hora de arriscar algo novo.

***

“Cara! Que surpresa agradável.” Martina me dá um sorriso caloroso depois de abrir a porta. “Sei que devia ter ligado antes de aparecer, mas preciso falar com você e Tony. Ele está por aqui?” “Está tudo bem?” Ela me estuda, o sorriso que tinha momentos atrás se desfaz de seu rosto. Preocupação enche seus olhos. “Sim, está tudo ótimo.” Sorrio, esperando tranquilizála. “Só quero discutir algo com vocês dois, se tiver tempo.” “Ok, entre. Tony está na sala de jantar.” Ela me deixa entrar na casa e fecha a porta antes de me levar até Tony, que está sentado com uma xícara de chá na frente dele, junto com um jornal aberto. “Ei, Tony”, digo quando ele me vê. Ele sorri, levanta-se para beijar minha bochecha e me dar um abraço. “O que te traz aqui?” Ele pergunta enquanto me sento em frente a ele e a Martina.


Sentindo-me subitamente nervosa, deixo escapar meu motivo. “Quero comprar o Tony‟s.” Tony olha para mim, atordoado, enquanto a boca de Martina se abre. Ontem à noite, não consegui parar de pensar no que quero, o que me fará feliz. Quando me levantei esta manhã, liguei para o corretor de imóveis que está anunciando o Tony's

e

descobri

por

quanto

estavam

vendendo

o

negócio. Em seguida, fiz mais alguns telefonemas e descobri que tenho dinheiro suficiente para pagar a entrada e o aluguel

do

espaço,

mas

ainda

preciso

de

um

patrocinador. Meu pai sempre foi meu maior defensor, então liguei para ele com a minha ideia e perguntei se pode me ajudar. Ele me disse que ajudará de qualquer maneira que eu precise. Depois que desliguei o telefone, peguei um táxi e vim direto para cá. “Você o quê?” Tony pergunta, tentando se certificar de que me ouviu corretamente. Olho em volta da aconchegante sala de jantar amarela, coloco meus pensamentos em ordem antes de deixar escapar qualquer outra coisa. “Quero comprar o Tony‟s de você e Martina.” “Cara,

você

trabalha

como

cabeleireira”,

aponta, parecendo preocupada comigo.

Martina


“Eu trabalho,

mas

não

gosto

muito disso.

Amo

trabalhar no Tony's. Estou feliz lá. Eu me sinto bem toda vez que passo pela porta. Sinto-me orgulhosa e animada. Sei que pode parecer estranho por causa da carreira que construí para mim como maquiadora, mas adoro sua pizzaria. Amo fazer pizzas. Quero continuar trabalhando lá. Quero continuar me sentindo bem e feliz, e estou feliz lá.” Sei que estou divagando e que não pareço muito sofisticada, como provavelmente deveria estar em um momento como esse. “Ser dono de um negócio é muita responsabilidade”, Tony destaca gentilmente. "Eu sei que é. Como a Martina pode lhe dizer, já tenho um negócio próprio. Comecei com apenas uma ideia. Sei que isso não vai ser fácil, e nem pensaria em correr o risco se não soubesse que posso lidar com isso.” Quando termino, os olhos de Tony vão para Martina antes de voltar para mim. “Tem certeza disso, cara?” Martina pergunta. “Sim tenho certeza. Nunca tive mais certeza sobre qualquer coisa na minha vida.” Mesmo quando decidi me mudar para a cidade para ir à escola de cosmetologia, tive dúvidas sobre o que estava fazendo. Mas não tenho dúvidas sobre isso. “Ok”, Tony afirma. “Teremos que conversar com nosso corretor de imóveis, e você terá que falar com o proprietário


do prédio e ver a parte financeira. Se realmente quiser, é seu.” “Sério?” Pergunto, incrédula. “Sério”, ele concorda. Lágrimas começam a encher meus olhos. “Devo dizer a Antonio”, Martina diz, me estudando. Pânico inesperado toma conta do meu peito. “Não!” Grito, fazendo-a pular na cadeira. “Quero dizer”, diminuindo minha voz, “ainda não. Não até depois de tudo estar resolvido. Por favor. Não quero azarar isso.” A verdade é que não quero que Antonio tente me convencer a não comprar por causa de seu sentimento pessoal sobre o negócio. “Ele sabe que estamos vendendo, cara. Vai ficar feliz em saber que você vai ser a compradora”, Martina diz. Inspiro. “Por favor, ainda não. Podemos esperar até que tudo seja feito?” Pergunto. Ela olha para o marido, que me estuda com um olhar estranho nos olhos. “Quando a hora certa chegar, você pode dizer a ele”, Tony diz, colocando ênfase na palavra você.


O pânico no meu peito volta com força total. “Ok, vou dizer a ele”, concordo, talvez não mentindo. Digo a mim mesma que posso enviar um e-mail ou uma mensagem para que ele saiba, quando tudo estiver pronto. “Gosto da ideia do Tony‟s ficar na família”, Martina diz. Sorrio calorosamente para ela, gostando da ideia de ela pensar em mim como família. Meus olhos se arregalam quando ela continua. “Quem sabe? Talvez um dia tenha o sobrenome Moretti.” “Martina...” Tony suspira...” deixe a pobre garota em paz.” “Dizem que a pessoa que você toca no Ano Novo será aquela com quem passa o ano.” Penso

em

Antonio

me

dizendo

que

precisamos

conversar, depois beijando o lado da minha boca. "Você está apavorando-a.” Tony revira os olhos para sua esposa, e me mexo desconfortavelmente. Martina não está me apavorando, estou acostumada a ela ver algo que não existe entre Antonio e eu. Eu me pergunto exatamente o que ele quer de mim, e o que acha que precisamos falar. Agora isso me apavora totalmente.


“Não a estou apavorando”, Martina nega. “Ela está apavorando você?” Tony pergunta. Sacudo minha cabeça. Seus olhares vão para o meu cabelo, e percebo um pouco tarde demais que estou torcendo um fio de cabelo em volta do meu dedo. Merda. Sempre faço isso quando estou mentindo. Quando era mais nova, achava que meus pais tinham poderes mágicos porque sempre sabiam quando eu mentia. Não tinha ideia de que era realmente porque giro meu cabelo sempre que não estou dizendo a verdade. “Ela vai ficar bem.” Martina sorri para mim. “De qualquer forma, tem tempo para ficar para o café da manhã? Ia fazer umas claras de ovo e torradas.” Devo ter feito uma careta, porque Tony começa a rir. “Acredite em mim, são muito ruins.” “Tenho certeza que não são. Aposto que a Martina faz claras de ovo fantásticas, mas preciso ir ao salão. Trabalho hoje.” “Quem me dera ter uma desculpa. Sinto falta de verdadeiros ovos e café”, Tony diz. Martina olha para ele.


“O quê? Não disse que vou sair e comê-los. Mas sinto falta deles.” “Que pena”, ela resmunga. Dando-lhe um abraço, digo: “Mais uma vez, sinto muito por ter vindo sem ligar. Estava muito animada em te perguntar isso quando acordei esta manhã.” “Você é sempre bem-vinda em nossa casa, cara.” “Obrigada.” Eu a solto, então dou um rápido abraço em Tony antes de ir para a porta da frente. Quando estou fora, pego um táxi pela cidade para trabalhar... com um grande sorriso no rosto.

***

Acabou o tempo. Olho para a mensagem de texto que acabei de receber de Antonio, sinto meu pulso acelerar. Que merda isso significa? Sei que vou ter que falar com ele eventualmente, mas não acho que esteja pronta. Ainda não. O que eu estava pensando?


Suas palavras daquela noite em que quase transamos ainda me machucam toda vez que passam pela minha mente. “Deus. Que merda eu estava pensando?” Sussurro. "O que você está pensando sobre o quê?” Palo pergunta, me fazendo pular. Giro em torno da cadeira de maquiagem para encará-lo. "Nada.” Deixo meu celular na minha bolsa. “Amor, você é a pior mentirosa do mundo.” Ele bate na minha mão, e percebo que estou brincando com um pedaço do meu cabelo. Droga. “Então me conte. O que está acontecendo?” “Eu...” Começo a dizer a ele que não é nada. Então percebo que talvez, como homem, ele possa me dar uma ideia do que está acontecendo na cabeça de Antonio. “Bem...você se lembra do Antonio?” Ele balança a cabeça, cruza os braços sobre o peito. “Sabe que tenho uma queda por ele desde sempre.” Ele assente de novo, o olhar de Palo se estreita ligeiramente. Ele

não

gosta

de

Antonio

porque

contei


histórias sobre como Antonio agiu em relação a mim no passado. Como Palo é meu amigo, e um bom, ele acha ridículo eu ainda

ser

apaixonada

por

ele. Deixa

isso

perfeitamente claro tentando me ajudar com todos os homens disponíveis na cidade. “Bem... Nós meio que nos beijamos.” “Você meio que beijou?” Seu olhar se estreita mais. “Bem... fizemos mais do que um tipo de beijo”, admito com relutância. Ele de repente me puxa da cadeira pela minha mão. “O que você está fazendo?” “Nós vamos conversar... no escritório.” Ele me arrasta pelo salão até o escritório, onde fecha a porta atrás de nós. Leva-me a uma das cadeiras, me força a sentar e depois senta-se à minha frente. Ele se inclina com os

cotovelos

nos

joelhos. “Diga-me exatamente

o que

aconteceu.” “Nós nos beijamos.” “Você disse isso.” Ele acena com a mão, indicando que quer que eu chegue ao ponto. Eu mordo meu lábio. “Bem... nós nos beijamos. Nem sei quem começou. Um minuto estávamos discutindo; então no próximo estávamos nos beijando forte e excitados. Ele me


pegou e levou para o escritório na pizzaria. Ele me deitou no sofá e tirou minha blusa”, digo rapidamente. Seus olhos se arregalam. “Umm”, inspiro, em seguida, olho para longe dele antes de sussurrar, “Eu disse a ele que sou virgem e ele parou. Desligou completamente e disse, „O que eu estou pensando?‟ Fiquei tão envergonhada com a forma como respondeu que eu meio que perdi a cabeça e me assustei.” “Jesus”, ele murmura. Levanto minha cabeça. “Quando foi isso?” “Alguns dias antes do Ano Novo.” “Você falou com ele desde então?” “Sim.” Aceno e sinto minhas bochechas esquentarem enquanto penso nele dizendo que ia me beijar novamente no escritório e então me beijando na véspera de Ano Novo na frente de todos. Não que alguém notou. “Mas não falei com ele

sobre

o

que

aconteceu. Disse

que

precisava

de

tempo. Hoje me enviou um texto que diz „O tempo acabou'.” “O tempo acabou?” Ele repete. Aceno e balanço a cabeça. "Não sei o que isso exatamente significa.” “Meu palpite é que o seu tempo acabou.” Pisco para ele. “Ok, então o que isso significa?”


“Espero que signifique que ele está com a cabeça no lugar. Se isso não acontecer, significa que vou visitá-lo.” “Palo...” Suspiro. Ele balança a cabeça e pega minhas mãos entre as dele. “Eu te amo. Escuto você falar sobre esse cara desde o dia em que começou a trabalhar para mim. Sei que tem uma queda por ele, e sei que ele é um idiota com você... O que é estúpido, já que você é uma das mulheres mais doces que conheço.” “Palo”, sussurro, sentindo meu peito aquecer com suas palavras. “Juro que se não gostasse de homens, você seria minha. Minha mãe ficaria excitada se levasse uma garota como você para casa, mas isso nunca vai acontecer. Ainda assim, esse cara é um idiota por não aproveitar nada que está disposta a dar a ele”, ele diz. Meu peito fica mais aquecido. “Ele está com o coração partido”, digo a ele, sem nem saber por que isso importa exatamente. É a única defesa que tenho. “Será que você partiu seu coração?” “Bem... não.”


“Então ele é apenas um idiota. Não foi você que o machucou. Você é Libby! Doce, linda Libby. Ele é um idiota por te tratar como lixo.” “Eu te amo”, digo. Suas mãos apertam em volta das minhas. “Idem, amor, e é por isso que estou preocupado com você.” “Vou ficar bem”, asseguro a ele e não tenho certeza se estou mentindo ou não. “Eu sei, no final, ficará. Mas estou preocupado com o tempo entre agora e o final. Você gosta desse cara. Há muito tempo.” “Eu sei... também sei que provavelmente não deveria gostar dele”, admito. “Não, você não deveria”, ele concorda. Isso faz meu interior apertar. Ele pega minhas mãos, me puxa mais perto. “Tanto quanto me mata dizer, você precisa explorar isso. Estou preocupado com o que vai acontecer, mas sei que, se não explorar essa coisa entre os dois, vai se arrepender e não conseguirá seguir em frente. Então, se ele vir até você, ouça o que ele tem a dizer, e então decida a partir daí o que fazer.”


Mordo meu lábio, pensando no que acabou de dizer. Sei que ele está certo. Não vou poder seguir em frente até descobrir o que acontece entre Antonio e eu. Também estou com medo de ouvir o que ele tem a dizer. “Vou ouvi-lo.” “Bom.” Ele aperta as minhas mãos. “Agora preciso voltar ao trabalho antes que o cabelo de Josie caia. Deixei-a com papel alumínio na minha cadeira.” Suspiro. Ele nunca deixa uma cliente. “Ela vai ficar bem.” Ele foge do meu olhar preocupado e fica em pé. "Está pronta para o dia?” “Acabei por aqui. Ainda preciso passar alguns vestidos para devolver às clientes”, digo quando estou de pé. Ele acena em compreensão. “Chegue em casa segura. Se conversar com Antonio hoje à noite, espero que me conte tudo o que ele disser quando te ver amanhã.” “Vou ligar”, digo quando ele se inclina para beijar minha bochecha antes de sair do escritório. Depois de sair do salão, vou para um dos meus clientes que mora no mesmo quarteirão. Deixo dois vestidos que ela alugou para o Ano Novo. Então vou para o East Side e deixo mais três vestidos para outro cliente. No momento em que meu táxi estaciona do lado de fora da minha casa, já passa


das

oito

da

noite. Não

estou

apenas

cansada,

estou

exausta. Não dormi bem nestes últimos dias. Não com tudo o que aconteceu. Destranco a porta e entro no apartamento e paro quando vejo Mackenzie deitada no sofá com um moletom e uma camiseta folgada. “Ei.” Ela levanta a cabeça do braço do sofá. Percebo que seus olhos estão vermelhos e inchados. Então vejo a pilha de lenços em cima da mesa de café. “O que está acontecendo?” Fecho a porta. Ela começa a soluçar, cobrindo o rosto com as mãos. “O bebê está bem?” Pergunto enquanto me encho de preocupação por dentro. “O bebê está bem”, ela choraminga e tira as mãos de seu rosto. “É Wesley?” Pergunto. Ela cobre o rosto mais uma vez e chora mais forte, fazendo-me ficar preocupada com a reação de Wesley por ela estar grávida. Espero que não tenha dito algo sobre não querer o bebê. Resolvo que se ele fez, vou entrar em um táxi para ir dar-lhe uma surra.


Tiro o casaco, sento no sofá ao lado dela e a puxo para os meus braços. “O que aconteceu?” Eu a acaricio e escuto me falar sobre a briga que ela e Wesley tiveram nesta manhã. Uma briga baseada nele dizer que quer se casar com ela, mas se recusa a se abrir com ela sobre seu passado. Depois que termina de me contar, eu a seguro

enquanto

ela

chora.

Tento

consolá-la.

Eventualmente, a ajudo e a levo para a cama. Então deito com ela, ouvindo enquanto continua a chorar. No fundo, sei que

ela

e

Wesley

ficarão

bem...

eles

se

amam.

Eventualmente, encontrarão uma maneira de resolver isso. Wesley vai encontrar uma maneira de fazer isso direito. Ele olha para minha irmã como se ela fosse a razão pela qual ele respira então ele fará o que precisa fazer. Odeio que tenham que passar por isso agora... especialmente depois de descobrir que estão grávidos. Uma vez que Mac finalmente dorme, cuidadosamente saio de sua cama e vou ao banheiro. Mudo para um pijama, lavo meu rosto e escovo meu cabelo. Saio do quarto, fecho a porta e pego meu celular para pedir comida. Vejo uma mensagem de texto de Antonio, clico nela quando meu pulso acelera. Não me mandou uma mensagem de volta. Está tudo bem? Desculpe, está tudo bem. Estava apenas ocupada com o trabalho.


Tudo bem. Estou de plantão esta semana no quartel, mas quero saber se você janta comigo na próxima sexta? Às sete? Olho a mensagem, sem saber como responder. Parte de mim quer aproveitar a chance de jantar com ele. A outra parte está apavorada com a perspectiva de jantar com ele. Não quero que ele faça ou diga algo que me machuque de novo. Arriscar tudo... Lembro tranquilamente enquanto digito minha resposta. Claro, onde quer me encontrar? Vou buscá-la na sua casa. Nós vamos de lá para o restaurante. Prefiro te encontrar no restaurante. E eu prefiro te buscar. Você é irritante... Tudo bem, vou te ver às sete. Pressiono "Enviar" e vejo uma pequena bolha aparecer, me dizendo que ele está me escrevendo de volta. Vejo você então, princesa. Bons sonhos. Não me chame de princesa. Digito isso rapidamente e pressiono "Enviar" antes de ligar para pedir arroz frito com camarão. Tenho outra


mensagem dele quando desligo minha ligação. Meu coração bate ainda mais quando leio. Você é uma garota que gosta da cor rosa, saltos, maquiagem e roupas de grife. Uma garota que quer se apaixonar por seu próprio príncipe encantado. Você é a definição de uma princesa. Meu Deus. Ele se lembrou do que eu disse... quase palavra por palavra. Não tenho resposta, então digito uma mensagem vaga rapidamente. Boa noite, Antonio. Fique seguro no trabalho. Obrigado, baby. Baby...?

Olho para aquela palavra enquanto meu estômago se contorce de ansiedade. Sei que posso lidar com Antonio... lido com ele há anos. Só não sei se tenho forças para lidar com ele sendo doce, então me decepcionar por ser um idiota mais uma vez. Mordo meu lábio, vou até a geladeira e me sirvo de uma taça de vinho. Depois que sento-me no sofá, ligo a TV e percorro os canais para ver algo enquanto espero minha comida chegar. De alguma forma acabo cativada por uma comédia romântica estúpida. Enquanto assisto, torço para que o cara descubra que está apaixonado pela garota


rapidamente para que possam ser felizes para sempre sem o drama. Não é de surpreender que isso não aconteça. Ainda assim, no final, tudo funciona.


Capítulo 7 VOU MANTÊ-LA OCUPADA... OH SENHOR LIBBY

Ouço uma batida na porta do meu apartamento, olho para o relógio na parede do banheiro e vejo que são 18:20. Antonio está adiantado ― realmente adiantado. Oh senhor. Meu coração começa a bater forte e minhas palmas começam a suar. Sei que agora é muito tarde para desistir do jantar, pego meu robe e amarro firmemente em torno da minha cintura. A última semana voou em um piscar de olhos com tudo o que aconteceu. Lidei com clientes do Designer Closet, trabalhei no salão, encontrei o corretor de imóveis e o dono do prédio em que a pizzaria está, falei com um advogado e conversei com o banco. Também levei Mac para o sua consulta pré-natal e me fiz de intermediária para ela e Wesley. Felizmente,

estão

juntos

novamente.

Também

trabalhei no Tony‟s algumas vezes, e jantei com Palo na noite passada para dizer a ele que em dois meses, quando oficialmente fechar com a pizzaria, não vou mais trabalhar no salão.


Palo ficou chateado com a minha partida, mas feliz por mim mesmo assim. Também tomei chá com a Srta. Ina hoje de manhã, que é engraçada e doce em seu jeito de mulher mal-humorada. “Entre!” Grito, afastando meus pensamentos. Nem me incomodo em olhar pelo olho mágico; apenas destravo a fechadura e abro. Começo a dizer a Antonio que não estou vestida, que terá que esperar por mim. Minha boca se abre quando vejo minha mãe parada do lado de fora da minha porta. “Mãe?” Franzo a testa. O que ela está fazendo aqui? Ela mora em Long Island, então não é como se simplesmente aparecesse. “Libby.” Ela passa por mim, joga a bolsa no sofá, depois tira o casaco e o joga também, antes de cruzar os braços sobre o peito coberto com um suéter bordado de flocos de neve. “O

que

está

acontecendo? O

que

está

fazendo

aqui? Está tudo bem? Onde está o papai?” Pergunto, cada pergunta em rápida sucessão. Nem paro para respirar. “Aparentemente,

há muita

coisa acontecendo. Estou

aqui porque minha filha mais nova está guardando segredos de mim. Não está tudo bem, mas seu pai está em casa, na frente da TV, onde o deixei.”


“Isso é sobre a pizzaria?” Pergunto, imagino que é a única coisa que guardei dela. Certo... então não contei a ela sobre Antonio, mas tecnicamente não há nada para contar. “Sim, é sobre a pizzaria!” Grita, descruzando os braços e colocando as mãos nos quadris. “Mamãe...” “Não me chame de 'mamãe', Libby Alice Reed. Você foi ao seu pai e pediu que te ajudasse, e nem mencionou nada sobre isso para mim.” “Ia dizer a você”, falo, mexendo desconfortavelmente. “Quando? Sei há uma semana, e você não mencionou isso, apesar de termos conversado todos os dias!” Ela grita a última palavra. “Sinto

muito. Estou

um

pouco

ocupada.”

Coloco

minhas mãos na minha frente de uma forma apaziguadora, esperando acalmá-la. Seu olhar vai para as minhas mãos, depois segue pelo meu corpo e se estreita. “Ocupada

fazendo

o

quê? E

por

que

está

se

arrumando? Onde você vai?” Oh senhor. Não quero dizer a minha mãe que tenho um encontro hoje à noite. Vendo como está em pé na minha sala de estar


e Antonio deve estar aqui em breve, percebo, porém, que provavelmente não terei escolha. “Argh...” “Isso não é resposta.” “Tenho um encontro.” Mordo o interior da minha bochecha. “Um encontro?” “Sim, um encontro. E ele deve estar aqui em breve, então se pudesse, por favor, falar o que precisa sobre a pizzaria antes dele chegar, será maravilhoso. Ele não sabe que vou comprá-la ― e não quero que saiba ainda.” “Por que não quer que ele saiba?” Merda. “Eu... bem... é a pizzaria dos pais dele. E....” paro, tentando colocar meus pensamentos em ordem. “Tudo é um pouco estranho entre nós. Não quero dizer a ele que estou comprando a pizzaria e estragar as coisas. Sei como ele sente-se sobre a pizzaria, e não quero que tente me convencer disso.” “Parece-me que você é boa em guardar segredos das pessoas.” Sou?


Não tenho certeza. Sei que ultimamente estou mais fechada com as coisas acontecendo na minha vida, mas não acho que estou guardando segredos. “Mãe, me desculpe por não ter contado sobre a pizzaria. Prometo que vou contar a você.” “Você sempre foi aberta comigo sobre tudo”, ela diz. Culpa me enche por dentro. Sempre falei com ela sobre qualquer coisa e tudo o que acontece na minha vida. Ela nunca me fez sentir como se não pudesse compartilhar, não importa o que aconteça ou o quão envergonhada isso possa me fazer sentir. “Você está certa”, sussurro. “E...” ela para de falar quando as lágrimas enchem seus olhos. “Sinto que estou perdendo vocês.” “Você não está nos perdendo, mãe.” Chego próxima dela e envolvo meus braços ao seu redor. “Fawn

se

casou

em

Vegas. Vegas,

de

todos

os

lugares! E então Mac descobre que está grávida e não me diz. Enquanto você... compra uma pizzaria e nem menciona para mim.” “Não comprei ainda, mãe. É um processo longo. Há muita papelada antes de ser oficialmente minha.”


“Tanto faz. Sabe o que quero dizer”, ela resmunga, fungando. “Acho que estamos apenas tentando descobrir quem somos por nossa conta. Não me entenda mal, amamos você. Mas às vezes você pode ser um pouco dominadora quando se trata de nossas vidas e suas opiniões sobre elas.” “Dominadora?” Sussurra, parecendo ofendida. Encolhome, sabendo que não é a palavra certa para usar com ela, mesmo que seja a palavra correta. “Você nos ama. É normal que uma mãe que se preocupa com seus filhos seja dominadora”, digo, tentando acalmá-la. Ela suspira. “Amo vocês, garotas. Só quero que sejam felizes.” “Estamos trabalhando nisso, mãe. Cada uma de nós está apenas tentando descobrir nossa própria versão de felicidade.” “E fazer pizzas vai fazer você feliz? Achei que gostasse de maquiar e pentear.” “Maquiagem e cabelo é algo que sou boa, mas não me sinto realizada fazendo isso. Não mais. Não é um desafio para mim. Amo trabalhar no Tony's. Cada vez que passo pelas portas, fico empolgada.” “É só pizza...”, ela diz parecendo confusa.


“Eu sei, mas também é a ideia de começar algo por conta própria, fazer as coisas do meu jeito e construir um negócio do qual tenha orgulho, um que me orgulhe de ter meu nome nele.” “Você sempre foi determinada a fazer um nome para si mesma neste mundo.” “Recebi de você. Você me ensinou a ser independente, a ir atrás do que quero. Ter confiança em quem eu sou.” “Eu te ensinei isso, não foi?” Ela murmura, parecendo satisfeita consigo mesma. Sorrio. “Sim, você ensinou.” “Então realmente vai ter uma pizzaria em Nova York?” “Esperançosamente...” falo baixinho. Sua expressão muda e o calor enche seus olhos. Ela descansa sua mão na minha bochecha. “Sempre me orgulhei de você. E também seu pai.” “Sei que vocês dois se orgulham.” “Te amo, querida.” “Também te amo, mamãe”, sussurro de volta sobre o nó que se forma na minha garganta. Ela envolve seus braços em volta de mim novamente, e sua mão acaricia minhas costas. Eventualmente, ela se inclina para olhar meu rosto.


“Agora me fale sobre o cara com quem vai sair hoje à noite.” Dou risada balançando minha cabeça. “Ele é apenas um cara.” “Só um cara?” Ela estreita os olhos e suspiro. “Ele é um cara que tenho uma paixão estúpida desde sempre.” “Antonio?” Ela diz, parecendo animada e surpresa. Percebo então o quanto costumava compartilhar com minha mãe. Talvez ela esteja certa ― talvez tenha me tornado boa em manter as coisas para mim mesma. “Sim.” “Oh”, sussurra. Seus olhos vão para o relógio na parede da cozinha. “Que horas ele vem?” “Sete”, digo, percebendo que agora só tenho alguns minutos para terminar de me arrumar antes que ele chegue. “Você não está vestida.” “Eu sei. Estava me vestindo quando você apareceu.” Aceno minha mão para o robe no meu corpo. “Vá. Vá se vestir. Se ele aparecer vou mantê-lo ocupado enquanto espera.” Oh senhor.


“Mamãe...” “Vai ficar tudo bem. Prometo.” Ela dá um passo para trás e acena para o meu olhar preocupado. “Mamãe...”, repito. “Vá. Depressa, você não tem muito tempo. Não quer mantê-lo esperando quando ele chegar aqui.” “Não

precisa

voltar

para

o

papai?”

Pergunto

esperançosa. “Não, vou jantar com a Srta. Ina hoje, às sete. Só vou descer as escadas, então tenho tempo para esperar que seu acompanhante chegue antes de encontrar-me com ela.” Não tenho tempo para perguntar quando ela e a Srta. Ina ficaram tão próximas. Sei que não vou conseguir convencê-la a sair, então suspiro. “Bem. Serei rápida.” Vou para o quarto e fecho a porta. Deixei a roupa para hoje à noite na minha cama. Tiro meu robe, coloco uma calcinha

preta

e

um

sutiã

combinando,

então

pego

minha calça jeans azul de cintura alta que é tão apertada que tenho dificuldade em colocá-la. Combino-a com uma blusa preta de mangas compridas que enfio no meu jeans. Passo um cinto preto pelas presilhas da calça e prendo a fivela de design sofisticado antes de me sentar na beira da minha cama. Fecho minhas botas de camurça de bico fino e


saltos de dez centímetros, depois pego um suéter longo cor de camelo. Não ouço vozes na sala de estar, então volto para o banheiro para me olhar no espelho. Pergunto-me o que Antonio vai pensar. Não quero me arrumar muito, porque ele não parece o tipo de cara que me levará para um restaurante chique. Ainda quero parecer bem e sexy, no entanto. Pareço sexy, com o meu cabelo escuro solto em torno de meus ombros em uma massa de ondas elegantes, minha maquiagem mais forte do que uso todos os dias. Fiz um olho esfumaçado e acrescentei cílios falsos para fazer meus olhos destacarem

ainda

mais. Adiciono

um

batom

leve,

de

cobertura brilhante. O nervosismo começa a surgir, fazendo meu coração disparar. Esta noite pode ser o começo de algo que pode ser incrível ou o fim da minha paixão por Antonio. Deus... estou realmente esperando pelo primeiro. Puxo uma respiração após a outra, dou um passo em direção ao espelho e me olho nos olhos. “Libby Reed, você saiu em encontros antes. Sabe que não deve ter esperanças”, sussurro para o meu reflexo antes de desligar a luz no banheiro e caminhar pelo meu quarto. Abro a porta para encontrar Antonio de pé dentro da minha sala de estar, vestindo um casaco preto sobre um suéter bege. O colarinho alto acentua sua mandíbula forte. Ele também está usando jeans escuro que fica ótimo


nele. E, claro, suas botas sempre presentes. Vejo o sorriso divertido que ele dá a minha mãe e me pergunto o que ela está dizendo a ele. “Desculpe, você teve que esperar”, falo. Sua cabeça gira em minha direção, e seus olhos me examinam das botas aos cabelos antes de trancarem com os meus. No momento em que fazem, a intensidade que vejo faz meu estômago fazer um tipo diferente de reviravolta. O espaço entre minhas pernas formiga. “Oh, querida, você está linda! Ela não está linda, Antonio?” Mamãe pergunta a ele com um cotovelo em seu lado. Mordo meu lábio. “Sim, Katie, ela está linda”, concorda em voz baixa. Pergunto-me se minha mãe pode sentir a súbita carga no ar ao nosso redor, uma carga que sinto toda vez que estou perto dele. “Obrigada.” Sinto minhas bochechas esquentarem, e preciso de tudo em mim para tirar os olhos dele e olhar para minha mãe. “Você deve encontrar a Srta. Ina, mãe...” lembro-a.


“Oh, certo. Devo fazer isso e deixar vocês dois irem para o seu encontro.” Ela corre para o sofá para pegar suas coisas. Pego meu casaco, só para Antonio tirá-lo de mim e segurar. Viro as costas para ele e o coloco. Meus olhos encontram os da minha mãe felizes. Balanço a cabeça um pouco, não quero que ela tenha esperanças sobre isso, mas ela apenas sorri para mim como a mulher louca que é. “Antonio, foi muito bom conhecê-lo. Terá que vir para Long Island com Libby em algum momento para um jantar.” “Mamãe...” aviso, mas ela me ignora e continua. “Ou brunch2. Realmente, o que quer que funcione em sua agenda.” “Mamãe.” “Gostaria disso, Katie”, ele diz a ela. Pergunto-me se ela disse a ele para chamá-la pelo primeiro nome ou se fez isso sozinho. “Bem então. Está marcado. Da próxima vez que tiverem tempo, planejaremos isso”, minha mãe diz. Minha mandíbula aperta. Isso deve ser o que Mac e Fawn sentiram quando mamãe estava se metendo em suas vidas.

2

Refeição matinal que serve ao mesmo tempo de café da manhã e almoço


“Parece bom”, Antonio concorda. Pego minha bolsa de couro preta descolada de franjas e coloco a alça por cima do ombro. “Bom.” Mamãe se move ao meu redor para dar um abraço em Antonio e reviro meus olhos para a sua nuca. Dou um suspiro quando ela se vira para mim. “Ligueme quando chegar em casa.” “Eu te ligo amanhã.” “Talvez eu deva ficar aqui hoje à noite. Sabe... podemos ter uma festa do pijama. Isso seria divertido. Nós nunca fizemos isso antes.” Oh Deus. “Mãe, você precisa voltar para casa para o papai. Ele não ficará bem com você tendo uma festa do pijama.” “Ele ficaria bem com isso.” “Quando foi a última vez que dormiu em uma cama sem ele?” Ela olha para o celular, tentando encontrar uma resposta para essa pergunta. “Certo. Como eu disse... você precisa ir para casa depois do jantar com a Srta. Ina.” “Bem. Mas você ainda precisa me ligar hoje à noite quando chegar em casa.”


“Lembra-se do que falamos antes?” Pergunto baixinho. Seu olhar se estreita no meu e ela grita, “Sim...” “Eu te ligo amanhã”, digo, repetindo minha declaração anterior. “Bem. Ligue-me amanhã.” Ela solta um bufada antes de colocar um sorriso no rosto que aponta para Antonio. “Ela pode ser um pouco teimosa às vezes.” “Mamãe!” “O quê?” Ela se vira para olhar para mim, e olho para ela. “É a verdade, querida. Você é doce quando quer ser, mas é realmente teimosa.” Ouço Antonio rir, transfiro meu olhar para ele. Ele sorri para mim. Tanto faz. “Devemos ir”, murmuro. Ele envolve seus dedos ao redor dos meus, dando-lhes um aperto antes de abrir a porta. “Amo você”, diz mamãe e beija minha bochecha. “Estou querendo saber se isso é verdade”, resmungo baixinho. Ela sorri, depois desce os degraus. Sigo-a para fora, espero até que Antonio saia do meu apartamento antes de


fechar a porta e começar a descer as escadas com ele nas minhas costas. Quando chegamos ao primeiro andar, ele pega minha mão. Isso me assusta e olho para ele. “Você realmente está linda”, ele diz. “Obrigada.” “E realmente gosto de suas botas.” O elogio dito de repente me dá um arrepio na espinha, e um tipo diferente de arrepio, em meu núcleo. “Hã... obrigada”, repito. Ele balança a cabeça e sorri. Ouço alguém pigarrear, olho para a direita e vejo a Srta. Ina e minha mãe esperando dentro do apartamento da Srta. Ina. Ambas assistindo Antonio e eu com olhares completamente opostos em seus rostos. Mamãe parece que está assistindo uma estrela de cinema da vida real levar sua mulher pelo tapete vermelho em um evento de Hollywood, e Srta. Ina parece que desejaria poder correr, me pegar de Antonio, levar para o apartamento dela, e colocar um cinto de castidade em mim antes de jogar fora a chave. “Divirtam-se hoje à noite, garotos!” Mamãe grita. Luto contra a vontade de revirar os olhos com o som excessivamente lento de sua voz.


“Não tão divertido, Libby Reed!”, Diz a Srta. Ina. Seus olhos vão para Antonio e estreitam com um olhar de velha assustadora. Claramente, ela o derreteria em uma poça se tivesse essa habilidade. "Tchau! Tenham um bom jantar hoje à noite.” Aceno para elas por cima do meu ombro enquanto puxo com força a mão de Antonio para fazê-lo se apressar. Já tive que lidar com ele e minha mãe no mesmo espaço, não quero saber o que a Srta. Ina dirá se tiver uma chance de falar com ele. “Com pressa?” Ele pergunta e ri. Quando estamos fora, olho para ele uma vez. Percebo que, mesmo nos meus saltos, ele ainda é muito, muito mais alto do que eu. “Você conheceu minha mãe.” “Conheci.” Ele sorri. “Isso é ruim, mas não tão ruim quanto poderia ser. Mamãe está em seu melhor comportamento.” “Tudo bem.” Suas sobrancelhas franzem levemente. “Srta. Ina é imprevisível. Se tivéssemos parado para conversar com ela, provavelmente exigiria jantar hoje à noite, só para garantir que eu mantenha minha virtude intacta.”


“Entendo.” Seus olhos mudam. Não de um jeito ruim, mas de uma maneira que não entendo exatamente, até que ele se vira para mim, descansa as mãos na minha cintura e aproxima nossos quadris. “Sua virtude está segura esta noite”, diz em uma voz profunda que faz meus dedos enrolarem. “Eu... certo.” Engulo. “Depois desta noite, tudo pode acontecer”, ele rosna. Sinto a vibração dessas palavras deslizar sobre mim como mel. Meu Deus. Meus joelhos ficam realmente fracos, então agarro sua jaqueta para ficar em pé. “Antonio...”, respiro. “Aviso justo.” Ele inclina a cabeça e beija a ponta do meu nariz, depois se afasta e acena o braço na rua. Um táxi para depois de meio segundo, e ele abre a porta e me ajuda a entrar, depois entra comigo. Eu o escuto dar ao motorista o endereço do restaurante e meus olhos se arregalam um pouco. É o mesmo lugar onde jantei com Walter.


“Você está bem?” Ele pergunta, chamando minha atenção para ele. “Tudo bem.” Tento sorrir, mas seu olhar se fixa em minha boca. “O que é?” “Nada.” Mantenho o meu sorriso estranho no lugar, enquanto entrelaço meus dedos no meu colo para não torcer o meu cabelo. “Já esteve no Keens antes?” “Eu... sim.” “Aquele cara levou você até lá?” Olho para ele, pergunto-me se devo mentir sobre isso. Então acho que provavelmente não. “Sim...?” Respondo baixinho, minha admissão soa mais como uma pergunta. Os músculos de sua mandíbula saltam e ele vira a cabeça para olhar pela janela. Inclino-me para ele, descanso minha mão em sua coxa. Tento ignorar exatamente o quão dura parece na palma da minha mão. Leva um segundo para seu olhar voltar para mim, mas quando faz, falo baixinho. “Fiquei pensando em você quando estava no jantar com ele”, admito por algum motivo estúpido. Seus olhos brilham de surpresa.


“Eu... sabia, mesmo antes do jantar, que nunca haveria outro encontro com ele, não importa o quão bom fosse. Por alguma razão estúpida, tenho uma queda por você desde sempre.” “O quê?” Ele sussurra. Pergunto-me por que maldição acabei de dizer isso a ele, e porque não mantenho minha boca fechada, pelo menos sobre isso de ter uma queda por ele. “Tenha uma boa noite. Vou pular do táxi para o tráfego, agora”, sussurro de volta. Começo a desviar o olhar, mas antes que possa, sua mão envolve o lado do meu pescoço. Em seguida, seus dedos deslizam

para

o

meu

cabelo,

torcendo. Os

arrepios

atravessam meu couro cabeludo quando sua boca cai sobre a minha. Suspiro de surpresa quando sua língua empurra entre meus lábios entreabertos e o gosto familiar dele explode na minha língua. Precisando me manter aqui na Terra e não flutuar, aperto meus dedos no seu suéter. Beijo de volta, gostando de ouvi-lo gemer quando minha língua toca a dele. Deus, esqueci como é bom beijá-lo, como é bom quando belisca meus lábios e lambe minha boca. Esqueci como ele pode me excitar com apenas sua boca na minha. Gemo, deslizo uma mão em seu peito e agarro seu cabelo. Ouço-o gemer em aprovação.


“Porra, você sabe beijar”, diz assim que deixa minha boca e descansa a testa contra a minha. “Idem”, respiro enquanto ofego, implorando a meus pulmões para encherem de oxigênio. Lentamente abro meus olhos para encontrá-lo olhando para mim. “Tão fofa”, ele geme, fecha os olhos e toca os lábios nos meus suavemente. “Você não vai saltar do táxi, Libby. Não dou a mínima se aquele cara te levou para o Keens, vamos jantar lá esta noite já que deveria ser eu levando você para lá em primeiro lugar.” Ele solta meu cabelo, em seguida, envolve seus braços em volta da minha cintura e me puxa pelo assento de couro mais para perto dele. Meu estômago dança e meu coração pula. Sou chamada de linda a minha vida toda, então isso não significa mais nada para mim. Sei que sou bonita, mas sempre quis ser mais do que isso para alguém. Então ele me dizer que sou fofa é provavelmente a coisa mais fofa que ele poderia dizer. Também disse que deveria ser ele a me levar para o Keens, o que espero realmente que signifique que ele queria me levar até lá quando eu achava que ele não gostava de mim. Com um novo tipo de esperança no meu peito, sento perto dele e tento não sorrir como uma idiota, mesmo que seja exatamente o que quero fazer.


Uma vez que chegamos ao restaurante, ele paga o taxista e me ajuda a sair do banco de trás, pega minha mão e segura. Quando entramos, ele me conduz pela multidão reunida perto da porta e vai até a hostess. É a mesma que estava aqui na noite em que jantei com Walter. Pergunto-me se ela se lembra de mim, então pergunto se ela se lembra de que estive aqui com um homem diferente. Então perguntome se ela acha que sou um pouco solta por estar aqui com dois homens diferentes com apenas algumas semanas de intervalo. “Amo o seu cinto.” Ela me assusta, deixo meus pensamentos e me concentro nela. “E suas botas. Você conseguiu elas na Nordstrom?” “Não, encontrei os dois online, de segunda mão”, admito. “Sério?” Ela ofega com os olhos arregalados, como se eu tivesse acabado de dizer que Papai Noel é real e vai deixar um saco de diamantes em sua casa hoje à noite. “Sim. Eu...Quer o site?” “Deus, sim. Sei que o cinto custa quatrocentos dólares e as botas perto disso, então, se puder comprá-los com um desconto, será incrível.” Ok, então ela conhece designers de olhar, o que é impressionante.


Sinto Antonio tenso ao meu lado, gostaria que ela parasse de dizer o quanto meu traje custa no varejo, mesmo que não tenha pago perto disso pelo cinto ou pelas botas. “Tem uma caneta que posso usar?” Ela puxa uma de trás do suporte e me entrega junto com um guardanapo. Rapidamente escrevo o site e o entrego de volta para ela. “Eles tem material novo toda semana, então só precisa ficar de olho se estiver procurando algo específico.” “Incrível.” Ela sorri e sorrio de volta. “Reserva para Moretti”, Antonio diz em uma voz tensa. Seus olhos voam dos meus para ele e se arregalam mais uma vez, desta vez com nervosismo. “Certo. Desculpe por isso.” Ela enfia o guardanapo no bolso e depois olha para o iPad e faz alguns cliques antes de pegar os menus. “Podem me seguir?” Ela sorri para nós, então entra no restaurante. A mão de Antonio se acomoda nas minhas costas enquanto andamos, e solto um suspiro aliviado ao seu toque. Está começando a ficar claro que ele tem um problema com dinheiro, ou com dinheiro sendo gasto em roupas e sapatos. Isso provavelmente não é um bom presságio para nós, já que gosto de gastar dinheiro em roupas e sapatos. Então, novamente, trabalho duro para as


coisas que tenho. Quando chegamos à parte de trás do restaurante, me pergunto se alguém está fazendo algum tipo de piada de mau gosto comigo, é a mesma mesa que Walter e eu sentamos quando estivemos aqui. “Deixe-me ajudá-la com isso”, Antonio diz quando começo a tirar o meu casaco. Mordo meu lábio quando ele desliza dos meus ombros. “Obrigada.” “Sem problemas.” Ele pendura no gancho perto da mesa, depois faz o mesmo com o seu antes de puxar a cadeira que não está de frente para o restaurante para mim. Uma vez que estamos sentados, a recepcionista sorri para

nós

dois

enquanto

coloca

nossos

cardápios

na

mesa. “Seu garçom estará com vocês em breve.” “Obrigada.” Dou-lhe um pequeno sorriso, e ela sorri de volta antes de sair. Olho em volta e mordo meu lábio inferior, tudo em que consigo pensar é que não estou sentada de frente para o restaurante. “Este

não

é

um

bom

lugar”,

deixo

estupidamente. Os olhos de Antonio encontram os meus.

escapar


“O quê?” Ele pergunta e coloca o guardanapo no colo. Suspiro. “Eu... bem, todo mundo sabe que um bom lugar é o assento com a vista do restaurante.” Aceno minha mão ao redor da sala. “Você está no assento seguro”, ele diz. Inclino minha cabeça para o lado em confusão e, em seguida, pergunto, “o assento seguro?” “Tenho a visão do salão. Se algo acontecer, saberei primeiro e terei tempo para te levar a um lugar seguro antes que qualquer coisa possa acontecer com você.” Puta merda. “Ah”, murmuro. “Jesus, você sempre foi tão fofa?” Pergunta. Meu peito começa a ficar quente com sua pergunta. “Hãã...” “Você é. Foda-me por ser tão estúpido e não ver isso.” “Hã...” repito. Ele sorri para mim, então pega meu guardanapo e me entrega. Coloco no meu colo. Pedimos bebidas quando o garçom vem. Peço uma taça de vinho; ele pede uma cerveja.


“Estou faminto. Espero que realmente tenham porções de tamanho humano neste lugar”, diz, pegando o cardápio e olhando para ele quando o garçom se afasta. “Não esteve aqui antes?” "Não. Mamãe recomendou quando disse a ela que iria sair com você.” “O quê?” Sinto meus olhos arregalarem. “Disse a ela que iria sair com você e ela disse que deveria te trazer aqui. Disse que a comida é boa, que você gostaria.” “Sua mãe sabe que estamos saindo em um encontro?” Sussurro. “Sim...” “Oh meu Deus”, continuo a sussurrar. Seu riso se transforma em um sorriso. “Ela está feliz.” “Aposto que está”, murmuro. Ele joga a cabeça para trás e ri, alto. Ver isso faz o calor no meu peito se espalhar. Acho que nunca o vi rir tão livremente, então saber que eu o fiz fazer isso me faz querer fazer de novo e de novo.


“Amo sua mãe, mas ela pode ser tão ruim quanto a minha”, informo-o enquanto pego meu copo de água e tomo um gole. “Não tenho certeza sobre isso, princesa”, diz, uma vez que seu riso morre. “Eu tenho.” “Baby, sua mãe não me conheceu do Jack, que trabalha na loja da esquina, mas me convidou para ir a Long Island para jantar ou um brunch.” “Isso é verdade”, concordo. “Por outro lado, minha mãe sabe que eu tinha uma queda por você.” “Tinha?” “O quê?” “Duas vezes você disse que tinha uma queda por mim. Pretérito. Significa que não tem mais uma”, explica ele. “Eu... você...eu...” gaguejo. “Você

meio

que

foi

um

idiota.” Minhas palavras suavemente faladas diminuem quando o músculo em sua mandíbula tenciona. Merda. Agora, por que maldição disse isso? “Certo”, ele diz.


Olho para o cardápio na minha frente e desejo que pudéssemos voltar no tempo por alguns minutos. “Eu fui um babaca”, diz. Minha cabeça se levanta rapidamente e nossos olhares se fixam. “Fiz suposições que não deveria ter feito. Desculpeme por isso”, diz. Vejo a honestidade em seus olhos, meu corpo relaxa mais uma vez. “Está bem.” “Não está bem. Não farei isso de novo”, diz com firmeza. “O que mudou?” Pergunto, percebendo que seus olhos se tornam intensos quando faço. “Quis

você

desde

o

momento

em

que

te

vi,

Libby. Porra. Imaginei você em todas as posições possíveis, mas não me deixaria ir lá porque...” ele passa a mão pelo cabelo, desvia o olhar antes de olhar para mim. “Essas razões são para outro momento. Não essa noite. Mas, como disse, fiz suposições e estava errado.” “Certo, mas o que mudou?” Pergunto novamente. O que acabou de dizer faz parecer que tudo que quer é dormir comigo. “Tudo”, ele diz.


Isso responde a minha pergunta. Não, então pisco para ele. “Tudo?” “Há muitas coisas sobre você que não percebi até que começou a ajudar na pizzaria.” “Ah”, falo, sentindo-me desapontada. Fixo meu olhar no meu cardápio. “Você é a pessoa mais trabalhadora que conheço.” Ele pega minha mão. “Dá tudo de si para todos ao seu redor. Faz cada pizza como se estivesse criando uma obra de arte. É boa para meus pais e obviamente boa para você e suas irmãs. É totalmente doce. Inferno, até mesmo sua vizinha parece

que

quer

protegê-la

do

mundo

mesmo

que

provavelmente quebraria o quadril se tentasse.” “Srta. Ina é imprevisível”, sussurro, sem mais nada a dizer. Suas palavras me balançam, me desequilibram. “Não, ela se importa com você. Quer protegê-la de qualquer coisa que possa lhe causar danos. Pessoas como você são raras hoje em dia. Aqueles que sabem quão raras são as qualidades que tem dentro de você, sempre farão grandes esforços para protegê-las.” “Acho que você pode parar de falar agora”, digo a ele, sinto-me tão cheia de calor por suas doces palavras que tenho medo de explodir.


“Vou parar de falar assim que me disser que sabe que quero mais do que apenas transar com você.” “O quê?” Sussurro quando minha boca se abre em surpresa com suas palavras grosseiras. “Vi o olhar em seu rosto, baby. Sei exatamente o que estava pensando. Agora preciso que me diga que me ouve quando digo que quero mais do que isso de você.” “Ouço você”, concordo quando meu coração troveja no meu peito e minha mente grita. Por favor, não deixe isso ser bom demais para ser verdade.


Capítulo 8 ACASO LIBBY

“Ouvi dizer que você foi a um encontro com Antonio na noite passada?” Peggy diz, entrando na cozinha dos fundos, onde estou mexendo uma panela de molho marinara que cozinha a maior parte do dia. “Eu fui.” Sei que não adianta tentar esconder o sorriso que está no meu rosto desde a noite passada, quando Antonio me deixou na minha porta com um beijo suave e uma promessa de passar algum tempo comigo depois que sairmos do trabalho hoje à noite. “E...” ela pergunta, inclina o quadril contra o balcão ao meu lado, cruza os braços sobre o peito e arqueia uma sobrancelha. “E nós jantamos. Foi legal”, respondo vagamente, não quero que nada volte para Martina. “Só legal?” Ela franze a testa. O jantar foi além do prazer. Descobri que Antonio pode ser mais amável que idiota quando quer ser. Que é fácil de


conversar

e

rápido

para

rir. Que

é

gentil

e

carinhoso. Durante todo o jantar, encontrou razões para me tocar, segurar minha mão ou acariciar meu rosto. Depois que saímos do restaurante, andamos sem ter um destino em mente. Então

paramos

em

um

pequeno

café

e

compartilhamos uma fatia de bolo de chocolate. Foi a noite perfeita, o primeiro encontro perfeito. Até o jeito que me deixou na minha porta com um beijo suave e nada mais, foi mais que perfeito. “Tive um grande momento.” “Certo, então vai sair com ele de novo?” Pergunta. “Temos planos esta noite”, admito. Seus olhos se iluminam. “Não

pode

dizer

a

Martina”,

acrescento

rapidamente quando ela começa a abrir a boca. “Sei que se falam o tempo todo, mas não quero que ela saiba que estamos nos vendo de novo. Ainda não.” “Por que não?” “Porque se as coisas não correrem bem esta noite, não quero que fique desapontada.” “Por que as coisas não correriam bem?” Ela pergunta, parecendo repentinamente preocupada. “Porque a noite passada pode ter sido um acaso”, digo, desviando o olhar dela e volto a mexer a panela no fogão.


Como eu disse, a noite passada foi perfeita. Mas nada pode permanecer perfeito para sempre, e é por isso que há uma demanda tão alta por filmes românticos e sorvetes. “A noite passada não foi um acaso.” Uma voz profunda que conheço muito bem ressoa atrás de mim, me fazendo pular. Giro em torno de Antonio, que em algum momento entrou silenciosamente na cozinha. “Pode dizer a minha mãe que Libby e eu estamos passando um tempo juntos hoje à noite, e depois novamente amanhã, e no dia seguinte depois desse”, ele diz e olha para Peggy. “Antonio...”, assobio. Seu olhar encontra o meu. “Não estamos passando um tempo juntos?” Ele cruza os braços sobre o peito. “Bem... sim?” É novidade para mim que estamos passando os próximos dias juntos, boa notícia, mas ainda novidade. “Então ela pode saber sobre isso.” “Não que...” “Eu quero.” Ele me interrompe antes de poder dizer a ele que ainda não acho que é uma boa ideia.


“Bem, acho que um cliente acabou de chegar. Vou verificar”, Peggy mente antes de sair correndo da cozinha de volta para a frente da pizzaria. Antonio e eu ficamos nos olhando fixamente. “Acho que devemos falar sobre o que diremos às pessoas sobre nós”, digo depois de um longo momento. Ele balança a cabeça e dá um passo em minha direção. Sua mão vem para envolver o lado do meu pescoço. “Não precisamos falar sobre isso.” “Acho que precisamos.” Tento não me distrair com o quão boa a mão dele é no meu pescoço, com o polegar dele suavemente contra o meu pulso. “Se eu não achasse que daríamos certo, concordaria com você.” O quê? “O quê?” Sussurro em voz alta. “Você gosta de mim, certo?” “Eu...” “Você gosta de mim e eu gosto de você.” “Você gosta de mim?” Pergunto estupidamente. Sua cabeça balança.


“Sim.” “Oh.” “Porra, mas você é fofa quando não tem noção.” Ele inclina-se para tocar sua boca na minha rapidamente; então se afasta, encontra meu olhar mais uma vez. “Mamãe já sabe que temos planos para hoje à noite. Contei a ela sobre eles.” “Você disse a sua mãe?” “Ela está feliz com a ideia de eu e você juntos. Então sim, eu disse a ela. Ela precisa de coisas boas para pensar agora.” “Oh meu Deus”, sussurro. “Porque fez isso? E se as coisas não funcionarem?” “Ligou

para

sua

mãe

hoje?”

Ele

pergunta,

me

interrompendo. Olho para o lado. “Você não disse a ela que temos planos hoje à noite?” “Não”, admito. Ele franze a testa. “Por que não?” “Minha mãe é louca.” “O quê?” “Se lhe disser que temos planos para esta noite, ela provavelmente ligará para o juiz mais próximo e perguntará


quando pode encaixar um casamento. Então ela jogará fora meus anticoncepcionais na esperança de que eu fique grávida, então você terá uma razão para ficar por aqui depois que nos obrigarem a casar.” “Baby...” seus lábios se contraem como se achasse que estou sendo engraçada, e balança a cabeça. “Você acha que estou brincando, mas não estou.” Descanso minhas mãos contra seu peito sólido. “Você está usando anticoncepcionais?” Pergunta de repente, mudando de assunto. Meu corpo balança. “O quê?” “Você

disse

que

ela

jogaria

fora

seus

anticoncepcionais.” “Eu... bem... sim,

estou

usando

anticoncepcionais”,

digo, sentindo minhas bochechas esquentarem com a admissão de algo tão pessoal. “Por quê?” “Por quê?” Repito. “Sim. Por que está tomando anticoncepcional?” “Porque...”


“Baby,

você

é

virgem. Por

que

está

usando

anticoncepcionais se é virgem?” Meu Deus. Essa conversa passou completamente do ponto de vista embaraçoso para humilhante. “Nós

realmente

precisamos

falar

sobre

isso?”

Questiono. “Sim”, ele responde com firmeza, me puxa mais perto dele e envolve a mão em volta do meu quadril. “Certo. Mas

realmente

precisamos

falar

sobre

este assunto agora e aqui?” Eu me oponho. Ele olha em volta como se acabasse de perceber onde estamos. “Certo. Vamos conversar sobre isso hoje à noite.” “Ótimo. Algo que não posso esperar”, murmuro. Ele ri, depois se inclina e toca seus lábios nos meus antes de me soltar e dar um passo para trás. “Precisa de ajuda aqui?” “Não, tenho tudo sob controle.” Suspiro. “Tudo bem. Tenho algumas coisas para cuidar no escritório.”


“Tudo bem”, falo, penso que devo pedir a Martina ou Tony para passar o lado administrativo do negócio para mim um dia para que eu saiba o que fazer quando chegar a hora. Sei tudo sobre o funcionamento na frente na pizzaria, mas sou ignorante sobre tudo o que acontece nos bastidores. "É só você e eu fechando esta noite.” Ele me tira dos meus

pensamentos,

e

me

concentro

nele. “Antes

de

fecharmos tudo, vou fazer uma pizza para levar para o seu apartamento.” “Parece bom”, concordo. Ele me dá um pequeno sorriso e sai da cozinha. Quando termino o molho marinara, tiro do fogo para esfriar. Então

pego

o

lixo

e

vou

para

a

porta

dos

fundos. Assim que saio, um pequeno clarão branco passa por mim e desaparece sob o contêiner de lixo. Vivendo em Nova York, estou acostumada a ratos. Pelo vislumbre que peguei, acho que seja um gatinho. Pego meu celular do bolso e ligo a lanterna, depois me inclino para ver se consigo enxergar o gato. Um par de olhos arregalados olha de volta para mim e meu coração se derrete no meu peito. Tenho razão; é um gatinho. Um branco minúsculo, ou parece que uma vez foi branco, mas está coberto de sujeira e terra.


“Vem cá, gatinho, gatinho”, sussurro. Recuo. “Prometo que não vou machucar você.” Ele dá um passo em minha direção, então salta para trás quando um baque alto vem de algum

lugar

perto. “Está

bem... Não

nada

a

temer. Prometo que não vou te machucar.” Vejo que minha insistência não vai tirá-lo de seu esconderijo e volto para dentro. Lavo minhas mãos e, em seguida, pego um prato de papel e vou para a frente, onde fazemos as pizzas. “Pode colocar um pouco de presunto aqui?” Pergunto a Hector. Ele olha para o prato e depois para mim. Encolhe os ombros antes de colocar alguns pedaços de presunto no prato sem questionar. Volto para fora e coloco o prato no chão, depois viro a lanterna de volta para o gatinho e vejo que está bem onde o deixei. “Trouxe-lhe um pouco de comida”, digo ao gatinho. Ele olha para mim e depois para o prato. Empurro para baixo do lixo. “Vem cá, bebê. Está tudo bem.” Ele

não

faz

um

movimento

em

direção

à

comida. Imagino que terei que ganhar sua confiança então deixo o prato e volto para dentro, esperando que minha ausência o tire do esconderijo. “O que está acontecendo?” Hector pergunta depois que lavo minhas mãos novamente.


“Há um gatinho debaixo da lixeira. Estou tentando tirar ele do esconderijo com comida.” “Chiquita, há um milhão de animais vadios na cidade”, Hector diz. Antonio vem para o meu lado com uma caneta e papel na mão. “Por que vocês dois estão falando sobre vadios?” Antonio pergunta. “Libby viu um gato perdido debaixo da lixeira nos fundos.” “Há bandos lá atrás o tempo todo, princesa.” Reviro meus olhos. “Eu sei, mas esse não é um gato, é um gatinho. Um minúsculo gatinho.” “Quer

resgatá-lo?”

Antonio

pergunta. Eu

concordo. “Baby, provavelmente é selvagem. Apenas chame o controle de animais.” “Eu vou, se não puder atraí-lo.” “Se não puder atraí-lo?” Ele repete e suas sobrancelhas franzem. “Sim.” “O que vai fazer com ele se conseguir convencê-lo?”


Dou de ombros. “Não sei. Dar um banho e levar para casa...?” “Levar para casa?” “Por que está repetindo tudo o que falo?” “Porque está falando sobre levar um gato selvagem para casa.” “É apenas um gatinho”, lembro. “Também é selvagem.” “Tanto faz. Não sei porque estamos discutindo isso. Não estou pedindo ajuda para atraí-lo ou cuidar dele.” “Cuidar dele?” Ele olha para mim como se eu tivesse alguns parafusos soltos. “Sim, cuidar dele, se eu puder tirá-lo de lá. Vou levá-lo para casa, limpá-lo e levá-lo ao veterinário para ter certeza de que está tudo bem.” “Então vai ficar com ele?” “Bem, sim, se eu puder.” “E se não puder ficar com ele?” “Então vou encontrar um bom lar.” “Você está falando sério?”


Ele parece surpreso, e eu realmente não sei porque, só disse a ele qual é o meu plano. “Vou pegar meu casaco, então descer o quarteirão até a loja da esquina para pegar um pouco de leite.” “Porra. Você está falando sério.” “Já disse que estou falando sério”, retruco, e seu rosto suaviza de uma forma que tenho que dizer que gosto muito. “Vou pegar um pouco de leite para você.” “Posso pegar.” “E eu também posso. Você fica aqui onde está quente. Vou pegar um pouco de leite para o seu gato selvagem”, ele diz, me fazendo pensar como é possível que seja um idiota e doce ao mesmo tempo. “Tanto faz”, resmungo. Ele sorri para mim antes de sair. Observo sua bunda em seu jeans enquanto ele vai e concluo que realmente ele tem uma bunda grande, ótimas pernas e as costas amplas. “Já era hora”, Hector resmunga. Viro para olhá-lo, percebendo mais uma vez que estava observando Antonio como uma idiota apaixonada em um filme de romance. “Estou feliz por vocês dois.”


“Eu...obrigada”, murmuro e abaixo a cabeça para esconder o rubor que sei que está cobrindo minhas bochechas. “Tony disse a mim e ao Marco sobre você comprar a pizzaria.” Meu estômago se contorce com esta notícia, e meu coração começa a bater. “Esperamos que queira que a gente fique por aqui depois que tudo estiver acertado.” “Sim”, sussurro. “É claro que quero que vocês dois fiquem por perto.” “Bom. Sabemos que não é para falar sobre isso com Antonio, embora não entenda por que está escondendo isso dele.” “Hã...” mordo meu lábio, não quero explicar minhas razões para não contar a Antonio. Sei que preciso contar a ele sobre comprar a pizzaria antes que as coisas entre nós continuem. “São

suas

compartilhar, chiquita. Vamos fechadas.” “Obrigada.”

novidades manter

nossas

para bocas


“Disponha.” Ele dá um tapinha no meu ombro antes de se afastar e voltar ao trabalho. Agarro um pano, limpo uma mesa e começo a convencer-me sobre contar a Antonio que estou comprando o negócio de seus pais.


Capítulo 9 PIZZA FRIA LIBBY

“Onde está?” Olho em volta do beco procurando o gatinho, que não está mais em lugar algum para ser encontrado. Procurei antes, quando Antonio apareceu com o leite para ele, mas também não o encontrei. “Ele provavelmente está com todos os outros vadios, onde quer que fiquem”, Antonio diz da porta dos fundos da pizzaria. Olho para ele por cima do meu ombro, então começo a descer pelo beco para ver se consigo achar o gatinho andando em volta de uma das outras lixeiras. “Está frio, Libby. Você nem está com um casaco. Volte aqui.” “Sei que está frio, Antonio. É por isso que estou tentando

encontrar

o

gatinho. É

um

bebê

e

está

congelando. Pode morrer aqui fora.” “Não vai morrer.” Ele agarra a minha mão para me impedir de andar mais longe no beco escuro. “Vamos deixar o leite para ele. Com alguma sorte, vai chegar antes dos ratos.”


“Você não tem um lado positivo?” Suspiro. Ele ri enquanto envolve o braço em volta do meu ombro para me levar de volta para dentro. Não posso exatamente passar

minha

noite

procurando

o

gatinho,

então

relutantemente deixo me levar de volta para dentro da pizzaria. “Você

pode

tentar

pegar

seu

gatinho

novamente

amanhã”, ele me diz enquanto pega a pizza que fez para levarmos para minha casa. Olho para a porta de trás e pergunto-me se devo olhar mais uma vez antes de sairmos para a noite. “Vai dar tudo certo”, diz ele, colocando os dedos sob o meu queixo, então vou focar nele. “Se você não o pegar até amanhã, vou chamar um amigo meu que faz controle de animais para a cidade e pedi-lo para vir preparar uma armadilha para você.” “Sério?” Pergunto e me inclino para ele. Seu rosto suaviza. “Sim, princesa.” “Obrigada.” Ele toca seus lábios na minha testa, depois solta meu queixo. “Vamos. Vamos pegar nossos casacos e ir para sua casa.”


Ele coloca a mão nas minhas costas e começa a me levar para o escritório. Borboletas nervosas agitam na minha barriga enquanto coloco meu casaco e pego minha bolsa. Realmente não tive tempo para pensar em ficar sozinha com Antonio no meu apartamento mais cedo por causa da distração do trabalho, o gatinho, e então tentar encontrar uma maneira de contar a Antonio sobre a pizzaria. Agora, com Antonio abaixando as persianas e meu apartamento a apenas alguns quarteirões de distância, minha mente é subitamente consumida pelo que pode acontecer, e o que quero que aconteça. Não sei se estou pronta para fazer sexo, mas com certeza estou pronta para passar muito tempo curtindo com ele. “Como estão suas irmãs?” Ele pergunta e invade meus pensamentos enquanto caminhamos em direção ao meu apartamento de mãos dadas. “Elas estão bem. Ambas estão bastante ocupadas, então não vejo nenhuma delas há um tempo.” Admito que estou um pouco chateada com isso. “Vocês são próximas, certo?” “Houve uma época em que éramos inseparáveis, mas agora tenho sorte se falar com elas todos os dias”, digo, sei que provavelmente soa amargo. “Não pense que não estou feliz por elas, estou. Gostaria que pudéssemos passar algum tempo juntas.”


“Talvez você deva fazer planos com elas”, ele diz e aperta meus dedos. Dou de ombros. “Talvez, mas agora que Fawn está casada, duvido que queira sair à noite. E agora que Mac está grávida, duvido que esteja disposta a ir.” “E o almoço?” “Talvez. Entre o meu trabalho na maioria dos dias no salão, trabalhar no Designer Closet, e ajudar na pizzaria, minha agenda também está meio louca agora.” “Designer Closet?” Ele pergunta. Paro para olhar para ele, percebo que nunca disse a ele sobre o meu negócio. “Alugo itens de guarda-roupas de outras pessoas.” “Você aluga itens dos guarda-roupas das pessoas?” Ele repete. Sorrio. Ele tem o mesmo olhar em seu rosto que meu pai teve quando contei a ele sobre minha ideia. “Sim. Um vestido de grife pode custar milhares de dólares, e a maioria das pessoas não pode gastar esse valor em um vestido que só usará uma vez. É aí que eu entro. Digamos que tem um baile para ir. Você me diz o seu tamanho, o tipo de vestido que está procurando, e vou te ajudar. Você

paga

uma

taxa

porcentagem ao dono do vestido.”

para

mim

e

dou

uma


“Uau.” Ele parece impressionado, e sorrio para ele. “Se está muito ocupada, pode sempre chamar suas irmãs para irem na pizzaria. Vou fazer uma pizza para vocês. Pode passar algum tempo com elas lá.” “Se Mac sentir um cheiro de pizza, ela estará pronta para vomitar, então não acho que isso será muito bom para os outros clientes. Mas é gentil de sua parte oferecer”, digo a ele

enquanto

subimos

as

escadas

para

o

meu

apartamento. “Talvez veja se elas querem assistir a um filme na semana que vem.” Deixo-nos entrar e acendo a luz. “Meus pais e eu realmente apreciamos você estar na pizzaria e ajudar, Princesa, mas o lugar não vai desmoronar se não vier todos os dias”, ele me diz enquanto coloca a pizza no balcão da cozinha. Tiro meu casaco. “Eu sei...”, concordo, me afasto dele e penso que esta seria a conversa de abertura perfeita para dizer a ele porque tenho trabalhado tanto lá. “Porra. Se não tivesse que estar lá, eu não estaria.” Meu estômago se contorce com suas palavras. Começo a abrir minha boca, mas antes disso, seu grande corpo está na frente do meu. Quando vejo o calor em seus olhos, aquele nó no meu estômago se transforma em formigamento dançando entre as minhas pernas.


“Preciso te dizer uma coisa”, falo quando ele começa a me arrastar para o sofá com as mãos nos meus quadris. “Conte-me.” “A pizzaria. Eu...” “Não estamos falando sobre a pizzaria.” Ele me corta quando meus joelhos batem nas almofadas do sofá. “Antonio.” Tento de novo enquanto ele me empurra de volta. Desço no sofá com ele em cima de mim. “Não estamos falando sobre a pizzaria”, ele repete. Olho em seus olhos, então os vejo seguirem para a minha boca e escurecerem. “Certo, não vamos falar sobre isso.” Ele sorri, desliza as costas de seus dedos ao longo da minha bochecha e no meu cabelo. “Estou morrendo de vontade de ter a minha boca na sua a noite toda”, diz antes de esmagar a boca na minha, fazendo-me esquecer tudo, menos ele. Perco-me em seu beijo e seu toque. Aproveito cada detalhe em uma tentativa de memorizá-lo, não quero esquecer qualquer parte. Quando afasta sua boca, mantenho meus olhos fechados e ofego enquanto ele faz o mesmo.


“Você é muito bom em beijar”, falo, em seguida, gemo quando sinto o corpo dele começar a tremer em cima do meu com uma risada silenciosa. “Aarghh. Acho que você deu um curto-circuito no meu cérebro. Não consigo me impedir de dizer coisas que não devo dizer a você.” “Eu gosto”, diz provocativamente. Abro meus olhos para olhar para ele. “É refrescante.” “Também é embaraçoso.” “Não deve ficar envergonhada, princesa. Prefiro que seja excessivamente honesta a esconder algo de mim.” Meu coração bate forte. Abro minha boca mais uma vez para falar sobre a pizzaria, então fecho quando as próximas palavras saem de sua boca. “Agora

me

diga, por

que está

usando

anticoncepcionais?” “Pensei que tinha esquecido sobre isso.” “Como esqueceria disso? Acabamos de falar sobre isso esta noite.” Ele franze a testa. “Certo. Bem, então, pensei que fosse deixar pra lá”, tento. Ele sacode a cabeça. “Deixei pra lá enquanto estávamos na pizzaria. Mas não estamos mais lá.”


“Estou com fome”, tento de novo enquanto empurro seu peito para que ele saia de cima de mim. “Pode comer em um minuto.” Ele me nega. “Preciso ir ao banheiro.” “Pode fazer xixi em um minuto”, diz, envolvendo as mãos em volta dos meus pulsos e os puxando para longe de seu peito, onde estou empurrando inutilmente. “Não posso esperar para fazer xixi. Tenho uma bexiga fraca”, minto. Ele senta-se um pouco para trás. “Por que não quer falar sobre isso?” “Porque é da minha conta.” “Se isso está indo para onde sei que está, Libby, vai ser da minha conta.” “Meu Deus. Você é tão chato. Saia de cima de mim.” Viro-me contra ele, mas ainda não se move. “Diga-me o que quero saber, e vou”, diz. Meu temperamento se inflama. “Tudo bem”, bufo e olho para

ele. “Passo

muito

mal

nos

meus

períodos

menstruais. Isto é, eu costumava até que comecei com os anticoncepcionais para regulá-los. Perdia pelo menos um dia de trabalho por mês porque não conseguia sair da cama no primeiro dia do meu ciclo. Agora, se tomar dois Advil e um


banho quente, isso geralmente é suficiente para aliviar a dor”, termino. Então pergunto sarcasticamente, “Está feliz agora?” “Não estou feliz que sinta tanta dor que tem que perder o trabalho, mas estou feliz em saber que, se algo assim acontecer, posso te ajudar”, diz suavemente, passando os dedos por meu cabelo. “Não fique chateada comigo por perguntar.” “Não estou chateada”, minto. “Quero

saber

tudo

sobre

você,

Libby. E

quero

dizer tudo”, diz, sua voz macia. “Acha que talvez possamos começar a falar sobre esse tipo de coisa... digo... no encontro número doze?” “Não.” Ele balança a cabeça, e volto a encará-lo. “Sabe, você é seriamente irritante.” “Você mencionou isso antes, princesa.” “Bem, não quero que esqueça isso, então vou te dizer de novo. Você é irritante, seriamente irritante.” “Mas você gosta de mim.” “Não tenho mais certeza sobre isso.” “Sério?” Ele arqueia uma sobrancelha. “Sua língua na minha boca e aqueles pequenos e doces sons que estava fazendo há alguns minutos dizem de forma diferente.”


“Isso foi há alguns minutos.” “Então, se te beijar agora, não vai me beijar de volta?” “Não.” Balanço minha cabeça. Ele sorri, então abaixa a boca na minha, morde meu lábio inferior. “Beije-me”, ele pede, beija meu lábio superior e depois o inferior antes de mordê-los. “Não.” Tento não ceder. Realmente, realmente faço. Mas quando sua mão se move para cima ao meu lado e seu polegar roça meu seio, perco todo pensamento racional, abro minha boca e o beijo de volta. “Precisamos parar”, ele diz, afastando a boca da minha algum tempo depois. Mais uma vez, levo alguns segundos para abrir meus olhos. Movo-me sob ele, sinto o contorno duro de seu pau através de sua calça jeans e da minha. Eu tremo. “Sim,

nós

realmente

precisamos

parar”,

ele

murmura. Mas em vez de parar, me beija mais uma vez. Isso significa que no momento em que paramos de nos agarrar no meu sofá, acabamos comendo uma pizza muito fria. Ainda assim, tenho certeza que é a melhor pizza que já comi. ***


“Libby Reed, atenda essa porta agora mesmo.” Forço um olho aberto, depois o outro. Olho para o relógio ao lado da minha cama. Oito. Muito cedo para acordar quando não consegui dormir até depois das duas, quando Antonio foi embora. “Libby!” A Srta. Ina grita mais uma vez e bate, não, não bate, dá pancadas na porta. “Vá embora”, gemo, colocando meu travesseiro sobre a minha cabeça em uma tentativa de silenciá-la. “Atenda essa porta”, ela grita de volta, bate ainda mais e usa um objeto duro para fazer isso. Como sei que ela não vai embora até que eu me levante, afasto as cobertas, rolo para fora da cama, e vou na direção da porta. “Srta. Ina, são apenas oito da manhã”, digo assim que abro a porta. Eu a encontro com uma bengala no ar, pronta para começar a bater de novo. “Sei que horas são, criança.” Ela empurra para o meu apartamento. “Esperei até as sete e cinquenta e cinco para vir até aqui porque sabia que levaria uns bons cinco minutos para subir as escadas até sua porta.” “Poderia ter me chamado. Eu teria descido até você”, digo a ela e esfrego minhas mãos pelo meu rosto cansado.


“Você teria ignorado o seu telefone até que finalmente conseguisse sair da cama.” Ela me pegou, eu teria. “Certo, então o que é tão urgente?” Ela estreita os olhos para mim. “Aquele seu amigo, Antonio, veio para casa com você na noite passada e saiu mais cedo hoje de manhã?” Ela pergunta. “Como sabe que ele esteve aqui ontem à noite e estava obviamente nos espionando, você sabe a resposta para essa pergunta,

Srta.

Ina.”

Suspiro

e

vou

em

direção

à

cozinha. Preciso de café se vou lidar com ela. “Não estava

espionando. Posso

ouvir

tudo

o que

acontece neste edifício, até as coisas que não quero ouvir. Agora responda a minha pergunta.” “Se fizer, você vai embora para que eu possa voltar a dormir?” “Não.” “Acho que não”, murmuro para mim mesma, enchendo a cafeteira com água. “Você não precisa fazer café. Vamos tomar café da manhã juntas depois que me contar o que aconteceu ontem à noite.”


“O quê?” Franzo a testa, meu cérebro cansado demais para lidar com ela agora. “Tenho o café da manhã no forno no andar de baixo. Fiz uma caçarola.” Oh senhor. Porquê, por que Mac fez amizade com ela e por quê, porquê achei que era uma boa ideia fazer o mesmo? “Agora me diga.” “Antonio veio ontem à noite.” “Já sei essa parte. Agora me diga o que aconteceu”, ela diz. “Comemos pizza e assistimos a um filme”, falo, deixando de fora o fato de que nenhum de nós realmente assistiu ao filme porque nossos rostos estavam colados durante maior parte dele. “Isso é tudo que fez? Acabou por assistir a um filme?” “Sim, foi tudo muito calmo. Nossas roupas ficaram o tempo todo.” É uma meia verdade, já que perdi minha blusa em algum momento...mas mantive meu sutiã. “Humm.” Ela olha para mim, e olho de volta para seus olhos escuros quase negros. Pergunto-me se pode realmente ler o que está escrito na minha alma. “Bom.” Ela aprova o que vê. “Agora coloque algumas roupas e me ajude a descer


as escadas. E se apresse com isso. Estou com fome. Estou esperando desde sempre por você para comer.” “Poderia comer sem mim”, a informo, deixando de fora o fato de que, já que não sabia que comeríamos juntas esta manhã, não é minha culpa que ela teve que esperar. “Deixa pra lá, vou me apressar.” Levanto a minha mão quando vejo os olhos dela se tornarem retesados; depois solto um suspiro exagerado. Deixo a cafeteira como está e vou para o meu quarto. Escovo os dentes, lavo o rosto, coloco um moletom, um sutiã

e um

suéter. Enfio meus

pés em

um

par

de

chinelos. Quando estou pronta, encontro a Srta. Ina sentada no sofá. Ela olha para mim como se a tivesse feito esperar um ano, em vez dos cinco minutos que levei para me vestir. “Vamos lá, velha senhora.” Ajudo-a do sofá, depois desço as escadas até o apartamento dela. Quando entramos, o cheiro da comida faz meu estômago roncar. Sorrio para a mesa. “Você erroneamente me convidou em vez da rainha?” Pergunto enquanto entra na cozinha. “Não.” Ela revira os olhos para mim, e contenho uma risada. A

mesa

está

arrumada

com

prataria

chique,

porcelana linda, copos de cristal cheios de suco de laranja e um lindo bule com xícaras combinando. “Sente-se”, ela ordena, traz uma caçarola para a mesa e coloca em um descanso. Levanta a tampa em outro prato e vejo que fez torrada.


“Estou começando a pensar que pode gostar de mim, Srta. Ina”, digo a ela enquanto pega dois pedaços de torrada e coloca no prato na minha frente. “Não fique muito animada. Prometi a sua mãe que descobriria o que está acontecendo com você e aquele garoto. Ela disse que não está dizendo nada a ela.” “Você está me subornando com café da manhã para obter informações para a minha mãe?” “Ela está preocupada com você”, resmunga e serve uma grande colherada de batata com queijo, ovo e caçarola de presunto no meu prato. “Não estou dizendo a ela o que está acontecendo porque, a partir de agora, não há nada para contar.” “Aquele garoto deixando seu apartamento no meio da noite diz outra coisa.” “Acabamos de assistir a um filme.” Suspiro. “Você já disse isso. Vai vê-lo de novo?” “Sim.” “Quando?” “Hoje.” Dou de ombros. Nós trabalhamos hoje à noite, então ele me pediu para ir até sua casa quando saímos. Estou


animada para ver isso e ainda mais animada para passar mais tempo com ele. “Serão três encontros seguidos. Acho que isso significa que tem novidades para sua mãe, não é?” “Não”, respondo e dou uma mordida na caçarola. “Isso está delicioso, a propósito.” “Eu sei que está. Eu que fiz.” Sorrio em meio a outra garfada. “Quantas vezes precisa ver esse garoto antes de falar com sua mãe sobre ele?” “Não sei. Provavelmente um milhão.” Dou de ombros e ela balança a cabeça. “Srta. Ina, estamos apenas nos conhecendo. Não quero falar com minha mãe sobre ele até me sentir mais firme no que está acontecendo entre nós.” “Não entendo os filhos hoje em dia.” “Nem eu”, concordo, pego o copo de suco de laranja e tomo um gole. “Você gosta dele?” Ela cutuca depois de alguns minutos de silêncio. Meu estômago aperta. Gosto dele, provavelmente mais do que devia neste momento. Também estou morrendo de medo. “Bem...?” Ela pergunta.


“Gosto dele.” “Então qual é o problema?” “Tenho uma queda por ele há muito tempo.” “Sua mãe mencionou isso.” Tenho certeza de que minha mãe encheu a Srta. Ina com um monte de coisas quando esteve aqui para o jantar na outra noite. “Tenho certeza que ele sabe disso... todo mundo aparentemente sabe”, digo a ela, olho para o meu prato enquanto empurro minha comida ao redor. “E agora, de repente, ele quer passar um tempo comigo e me diz que gosta de mim. Só não sei se estou pronta para acreditar nele.” “Isso é provavelmente inteligente”, diz suavemente. Levanto meus olhos para ela. “É provavelmente inteligente levar as coisas devagar. Se ele realmente gosta de você, vai esperar que você descubra seus sentimentos.” “Espero que sim.” “Se não fizer isso, ele que sai perdendo. Não você.” Não tenho certeza se está certa. Agora que sei o quão doce Antonio pode ser, estou começando a pensar que eu que realmente sairia perdendo.


Capítulo 10 FOFO ANTONIO

Chego em casa da minha corrida matinal, passo pelo corredor

até a

minha

cozinha

e vou direto para

a

geladeira. Pego uma garrafa de água, que esvazio em alguns goles. Quando a campainha da porta da frente toca, jogo a garrafa vazia na lixeira e vou até a porta. “Mãe?” Franzo a testa, surpreso por vê-la lá. “Oi, querido.” Ela inclina a cabeça para o lado para que possa beijar a sua bochecha. “O que está fazendo aqui?” Pergunto, vendo que está carregando várias sacolas grandes de compras. “A Macy's está em liquidação. Peguei uma nova colcha, lençóis e alguns travesseiros” ela diz por cima do ombro enquanto entra no meu apartamento. Olho para suas costas, fecho a porta e desço o curto corredor. Ela deixa as sacolas no meu sofá de couro marrom e começa a tirar o casaco. “Não preciso de lençóis novos ou de uma colcha nova.” Vou até a cozinha para fazer uma xícara de café.


“Todo mundo precisa de lençóis novos de vez em quando.” Pendura o casaco nas costas de uma das duas cadeiras de madeira que fica na minha mesa de jantar, situada entre a cozinha e a sala de estar. “Se eu precisasse deles, compraria.” “Ok, então Libby vai gostar de você ter lençóis novos e uma colcha nova quando vier até aqui.” Ela revira os olhos. “O quê?” Franzo a testa enquanto coloco café na cafeteira. “Nenhuma mulher quer dormir em lençóis que outra mulher dormiu, Antonio.” Ela diz como se eu fosse um idiota. “Ninguém além de mim esteve na minha cama ou nos meus lençóis desde que me mudei para este lugar”, digo a ela. Seus olhos se arregalam de surpresa. “O quê?” “Não falarei sobre essa parte da minha vida com você.” Realmente, não tenho ideia do porquê mencionei isso. A verdade é que não parecia certo foder outra garota enquanto penso em Libby, e tenho pensado em Libby desde o momento em que a conheci. “Você não tem...”


“Mãe, nunca vou falar disso com você. Então deixe isso”, resmungo. Ela pressiona os lábios e murmura: “Não consigo acreditar nisso.” “Jesus.” “Antonio Enzo Moretti, não use o nome do senhor em vão”, ela dispara, me lançando um olhar mortal enquanto faz o sinal da cruz. “Devolva as coisas que comprou para a loja. Não preciso disso”, digo, voltando para a conversa. “Não vou devolver. Comprei para você. Além disso, fiz um ótimo negócio.” Ela puxa um conjunto de lençóis que são cobertos

de

flores. Flores

de merda

brilhantes

e

coloridas. Então puxa um edredom coberto com o mesmo padrão floral. Que merda? “Sério?”

Olho

dos

lençóis,

edredom

e

jogo

de

travesseiros que minha mãe está colocando no sofá para ela. “Não são bonitos?” Ela pega um dos travesseiros corde-rosa, que também tem a forma de uma flor. “Devolva isso”, exijo e pego duas canecas do armário. “Libby vai gostar deles.” “Libby não mora comigo.”


“Ela pode, um dia.” Olho para

ela. Libby estava

certa. Deveríamos ter

mantido as coisas entre nós por um tempo. Só não quis porque, com todas as coisas ruins na vida da minha mãe, queria

que

ela

tivesse

algo

bom

para

pensar. Estou

começando a ver o erro da minha decisão. “Talvez, mas esse dia não é hoje.” “Estava apenas tentando ajudar”, ela diz, parecendo desanimada. Ela entra na cozinha e suspiro quando dou um abraço nela. “Você gosta dela?” Ela inclina a cabeça para trás para olhar para mim. Sinto

o

meu

interior

ficar

desconfortavelmente

apertado, mas me esforço para responder: “Sim.” Ela acena com a cabeça. “Ela é uma boa menina.” “Ela é”, concordo. Não sabia disso antes. Não podia saber antes, porque nem tentei descobrir. Mas agora sei que ela é uma boa mulher, uma mulher doce, uma mulher trabalhadora. Sim, gosto dela... talvez demais. “Espero que funcione entre vocês dois. Quero um neto.” Olho para o teto.


“Posso sair com ela por um mês antes de você e a mãe dela começarem a trabalhar para nos fazer dar netos a vocês?” “Parece que devo conhecer a mãe dela.” “Isso não vai acontecer.” “Por que não?” Ela empurra meu peito de brincadeira. “Porque você é ruim o suficiente por conta própria. Se tiver alguém para tramar, estaria fora de controle.” “Você não é mais um jovem, Antonio.” “Acho que tenho um tempo antes de precisar começar a me preocupar que a minha idade afete a minha capacidade de ter filhos.” “Um tempo?” Ela repete. “Um tempo”, concordo, rindo quando os seus olhos se enchem de decepção. Sim, Libby estava certa. Deveria ter mantido minha boca fechada.

***

Enquanto levo o lixo para fora do restaurante, paro e olho para o pequeno gatinho cujo rosto está na tigela de leite


que Libby colocou no início da noite. Quando o gatinho finalmente me percebe, decido que é um “ele” por algum motivo, sua cabeça sai da tigela. Ele pisca os seus olhos azuis brilhantes. Mesmo coberto de sujeira, o carinha é fofo. “Ei, amigo.” Eu me agacho e ele dá um passo para trás. “Está tudo bem.” Lentamente estendo a minha mão em direção a ele. “Não vou te machucar.” Ele dá um passo em minha direção, e depois outro e outro até que seu nariz frio e úmido esteja pressionado contra as pontas dos meus dedos. “Você é meio fofo.” Deixo-o cheirar os meus dedos antes de correr o dedo indicador da ponte do nariz até o topo de sua cabeça. As suas costas arqueiam e eu sorrio e deslizo os meus dedos ao longo de suas costas. “Você acha que me deixaria te pegar sem me morder?” Pergunto enquanto ele esfrega o rosto contra a minha mão, me forçando a acariciálo. “Você vai fazer a minha garota feliz. Acho que pode me fazer ganhar algum terreno com ela.” Cuidadosamente o pego. Espero que comece a sibilar, morder e arranhar, mas em vez disso olha para mim e pisca novamente. Inclina a cabeça para o lado. Sorrio, pego o lixo e o jogo na lixeira, em seguida, o levo pela porta dos fundos e vou para o escritório, sei que Libby está lá. Quando chego, a encontro vestindo o casaco. “Tenho uma surpresa para você”, digo. Os seus olhos são atraídos para o meu peito, onde o gatinho descansa em uma das minhas mãos. “Oh

meu

Deus.”

Ela

vem

lentamente. “Como você o pegou?”

em

minha

direção


“Ele estava bebendo o leite que você deixou lá fora. Ele não fugiu quando me viu.” Ela dá outro passo, então lentamente estende a mão em direção ao gatinho e toca um dedo no topo da cabeça dele. “Ele te mordeu ou algo assim?” Ela olha para mim, mas balanço minha cabeça em negação. “Então ele não é selvagem.” “Não disse isso, princesa”, murmuro. Ela sorri, depois volta a olhar para o gatinho e começa a acariciá-lo mais uma vez. “Você é tão fofo, Sr. Olhos Azuis”, ela murmura e coça atrás de suas pequenas orelhas. “Você também está muito sujo.” Seu nariz se contrai. “Vamos dar-lhe um banho na minha casa.” “Precisamos dar-lhe um pouco de comida.” “Podemos parar na loja da esquina no caminho.” “Você quer que eu o segure enquanto pega o seu casaco?” Ela pergunta esperançosa. Dou risada. “Sim.” Eu o transfiro para ela e sorrio quando ele não briga. “Como vai chamá-lo?” “Eu não sei. Não sei se é um menino ou uma menina. Ela o segura até o rosto para poder olhar nos olhos


dele. “Você é um menino?” Ela pergunta. O gatinho inclina a cabeça para o lado. “Ou você é uma menina?” O gatinho pisca, em seguida, levanta a pata e passa no nariz. “Acho que ele é um menino, baby.” “Por que acha isso?” Ela pergunta e olha para mim. “Porque ele tem bolas.” “Ele tem?” Ela o levanta para olhar a parte inferior de sua

barriga. “Oh. Bem,

então,

que

tal chamarmos de

Catsanova?” “Catsanova?” Repito e fecho o meu casaco e sorrindo. “Sim.” “Tente de novo.” Balanço a minha cabeça. “Catzilla?” Balanço a minha cabeça novamente. “JustKitten, Kit Kat, Purrfect, Santa Claws, Catsup, Catillac?” “Você tem pensado nesses nomes há muito tempo?” Pergunto, rindo dela. Ela sorri para mim. “Pesquisei nomes engraçados de gatos um tempo atrás, quando estava pensando em comprar um gato para mim.”


“Eu vejo.” Eu a levo para fora do escritório, em seguida, pela porta da frente. Trancando-a atrás de nós. “Como você acha

que

deveríamos

chamá-lo?”

Ela

pergunta quando coloco a chave no cofre e fecho as venezianas. “Pool”, respondo. Ela olha para mim, confusa. “Seus olhos são azuis, da cor de uma piscina.” “Gosto disso.” Ela sorri, em seguida, levanta o gato novamente. Para um gatinho selvagem, ele está bem com toda essa atenção. “O que acha, Pool?” Ela pergunta. O gato dá outro golpe em seu nariz. “Boa. Que bom que você gosta.” Ela coloca o gato de novo contra o peito. “Vamos lá.” Eu a levo do outro lado da rua para a loja da esquina, onde pego algumas latas de comida de gato molhada junto com areia para gatos e algumas coisas para o café da manhã antes de entrar em um táxi para irmos para a minha casa. Libby ainda não sabe, mas hoje passará a noite comigo. Queria ficar com ela na noite passada, mas quando vi que dorme em uma cama de solteiro, sabia que seria impossível. Não durmo em um colchão de solteiro desde que estava no ensino médio. Tenho certeza de que poderia encontrar algumas maneiras criativas de nos encaixar na


cama dela, mas também sei que ela não está pronta para as maneiras em que eu faria isso. Honestamente, também não sei se estou pronto. Eu quero Libby? Sim, mas sei que ela é virgem e quero ter certeza de que temos uma base sólida antes de levar o nosso relacionamento para o próximo nível. Não quero dormir com ela, ter um presente que ela só pode dar uma vez, e depois as coisas ficarem ruins entre nós. Então, novamente, a ideia de outro homem tirar a sua virgindade faz meu estômago revirar com ciúmes. “Você está bem?” Ouço

a

sua

pergunta

falada

suavemente

e

me

concentro nela novamente. “Sim, princesa.” “Você parecia longe.” “Só pensando.” Deslizo uma mecha de seu cabelo do ombro e corro os meus dedos por ela. “Você tem certeza?” Ela pergunta enquanto o táxi para em frente ao meu prédio. “Tenho certeza”, digo antes de pagar o táxi e ajudá-la a sair do banco de trás. “Isso é bom.” Ela olha em volta, e sigo o seu olhar para cima e para baixo no meu bloco silencioso. Eu vivo na seção Riverdale do Bronx nos últimos dois anos. É uma área tranquila com uma sensação de cidade


pequena, apesar de estar a apenas quinze minutos de Manhattan. Escolhi esta parte da cidade porque preciso de calma depois de trabalhar na cidade por dias a fio. Amo o meu trabalho, mas é muito estressante. Ter a calma desse lugar para voltar para casa me ajuda a relaxar. Além disso, as

pessoas

me

conhecem. Todo

mundo

conhece

todo

mundo. Se você for tomar o café da manhã no café local, eles lhe perguntarão o seu nome e, em seguida, o tratarão pelo seu nome cada vez que entrar. É refrescante depois de viver na cidade por tanto tempo e ser apenas outro rosto. “Vamos. Vamos colocar o Pool para dentro, o limpar e alimentar.” Eu a levo até a porta da frente; ela se abre automaticamente quando a alcançamos. “Como vai, Antonio?” Carson, o porteiro, pergunta quando Libby e eu entramos no saguão do prédio. “Tudo bem. Recebi alguma encomenda?” “Não, hoje não”, ele responde. Seus olhos vão para Libby, e ele sorri antes de voltar sua atenção para o que quer que estivesse fazendo antes de entrarmos. “Este é um belo edifício”, Libby diz quando entramos no elevador. Eu aperto o botão do meu andar, em seguida, envolvo a minha mão em torno de seu quadril e a trago para mais perto de mim.


Acaricio o topo da cabeça do gatinho que está entre nós e concordo. “Esse é. Também é muito mais barato morar aqui do que na cidade.” “É?” “Sim. Eu tinha um buraco com um quarto no lado oeste antes de me mudar para cá, e meu aluguel era o triplo do que é agora.” “Viver na cidade é caro.” “É.” Deslizo a minha mão para descansar em sua parte inferior das costas e levá-la para fora do elevador. O

meu

apartamento

corredor. Puxo

a

minha

é

no

chave,

final

de

destranco

um a

longo

porta

e

entramos. Largo a sacola com comida de gato e mantimentos no balcão da cozinha. “Nem perguntei se tem coisas que podemos usar para dar-lhe um banho”, ela diz enquanto esvazio as sacolas de compras e termino de guardar as coisas. “Tenho

um

xampu

que

podemos

usar

hoje

à

noite. Qualquer outra coisa que ele precisar, podemos conseguir amanhã.” Pego uma toalha velha do guarda-roupa e um frasco de xampu do meu chuveiro, depois volto para a cozinha. Libby ainda está em pé com o Pool em seus braços, agora sem o casaco.


“Não acho que ele vai gostar muito disso”, Libby diz quando ligo a água para encher a pia. “Provavelmente não”, concordo. “Mas ele precisa de um banho mesmo assim.” “Ok, Pool. Você tem sido um gatinho muito bom, então, por favor, não nos morda agora” Libby diz e o entrega para mim assim que a pia está meio cheia. Cuidadosamente pego Pool dela e o coloco na pia. Ele começa a surtar. Ele não morde, mia ou arranha, mas faz tudo que está ao seu alcance para escapar da pia e de nós. “Isso é divertido”, Libby diz. Olho para ela e dou risada quando vejo como está molhada. A sua camisa está encharcada e até mesmo um pouco do cabelo dela está molhado. “Isso não é exatamente o que eu chamaria de diversão, baby”, digo a ela quando coloco Pool de volta sob a água para lavar a segunda rodada de shampoo de sua pele. “Bem, pelo menos ele não nos mordeu”, ela murmura, pegando a toalha do balcão e a segura para que eu possa entregar Pool a ela. Ele tem uma cara de “gatinho chateado” no rosto. “Vê? Você está pronto. Aposto que está se sentindo melhor, não é?” Ela pergunta para Pool.


Ele tira uma das patas da toalha e bate no queixo dela. “Deixe ele andar, baby. Vamos pegar algo seco para você usar”, digo a ela. Os seus olhos encontram os meus e ela olha ao redor da sala. “E se ele se perder?” “Este

lugar

tem

menos

de

noventa

metros

quadrados. Nós vamos encontrá-lo. Tiro Pool dela e o coloco no chão, então pego a sua mão. Eu a levo para o meu quarto e ligo a luz, depois vou até a cômoda e pego camisetas para nós dois. Quando me viro, a encontro curvada e tirando as botas. Os meus olhos automaticamente se concentram em sua bunda em forma de coração. Silenciosamente digo ao meu pau para se acalmar e ir para baixo e entrego a ela uma das camisetas. “Meus jeans estão encharcados também”, ela me diz com um sorriso. Volto para minha cômoda e pego um moletom que será grandes demais para ela e entrego também. Espero que peça para usar o banheiro, então quando ela tira a blusa bem ali e a deixa cair no chão, minha boca fica seca e meus pés me levam direto para ela. O sutiã que usa é de renda preta, sexy para caramba. Eu a puxo para mim e encontro seu olhar.


“Sabe o quão perfeita você é?” Pergunto. O seu rosto fica suave enquanto as suas mãos se movem para descansar contra o meu peito. “Você é muito perfeito também, sabe”, ela diz. Abaixo

a

minha

boca

para

a

dela

e

a

beijo

suavemente. As suas mãos deslizam por baixo da minha camisa, e ela a empurra até que fique acima da minha cabeça. Pressiona o peito coberto com o sutiã em mim enquanto se levanta na ponta dos pés para aprofundar o beijo. “Precisamos ir mais devagar”, digo a ela enquanto as suas unhas raspam sobre o meu peitoral e abdômen. “Eu sei”, ela concorda e me empurra para trás. Caio na minha cama e ela desce em cima de mim. Sua boca bate na minha assim que aterrissamos. “Porra, quero você.” Eu a viro de costas, em seguida, lambo e belisco o seu pescoço e, em seguida, o topo de seu peito. Gosto de ouvir os sons que ela faz. “Antonio, por favor, me toque”, ela implora e levanta os quadris. A minha mandíbula aperta, e luto uma batalha interna enquanto olho para seus lindos olhos cheios de necessidade. “Por favor.”


“Porra.” Habilmente solto o seu sutiã e o deslizo de seus ombros, em seguida, abro o botão do jeans e abaixo o zíper. Ela levanta os quadris da cama e me ajuda a puxar a calça jeans para baixo, em seguida, tira. Sem perder tempo posiciono-me entre as suas pernas quando ela as abre para mim. Deslizo as minhas mãos sob a sua bunda e a levo em minha boca. O primeiro gosto dela na minha língua é o suficiente para me deixar em frenesi. Lambo, belisco, chupo, mordo... Eu a saboreio como um homem faminto. As suas unhas cravam no meu couro cabeludo, e os seus dedos puxam o meu cabelo enquanto ela se mexe contra mim. Cuidadosamente, deslizo um dedo dentro dela. Os seus quadris se levantam da cama, o que a coloca mais profundamente

em

minha

boca.

Sinto-a

começar

a

convulsionar em torno do meu dedo, puxo o seu clitóris na minha boca e chupo. O seu corpo se acalma e as suas costas se arqueiam quando ela goza forte. Porra, a ouvir e ver gozar é o suficiente para quase me fazer chegar ao êxtase. Descanso a minha testa contra o seu osso pélvico e puxo algumas respirações profundas para tentar me controlar. “Acho que vi a luz”, ela sussurra. Eu sorrio. “Talvez tenha realmente morrido”, ela continua.


Dou risada e olho para o corpo dela. Os seus olhos estão fechados e as suas bochechas coradas. Ela está linda, linda demais. “Você vai passar à noite”, a informo. Os seus olhos se abrem e o seu queixo abaixa para que possa olhar para mim. “Você vai pasar à noite”, repito quando os nossos olhares se conectam. “Eu...” Preocupação enche os seus olhos. Lentamente deslizo o meu dedo para fora dela, a ouço ofegar assim como eu, então subo pelo seu corpo até que estou sobre ela e olho para baixo em seus olhos saciados. “Baby, ainda não vamos para isso. Ainda não. Você vai me dizer quando estiver pronta. Eu só quero te abraçar esta noite.” “Mesmo?” “Realmente.” Corro os meus dedos pelo lado do rosto dela. “Tudo bem”, ela sussurra. “Vou ficar esta noite.” “Bom.” Beijo a sua testa, então me inclino para olhar para ela mais uma vez. “Está sentindo-se bem?” “Sim.” mandíbula.

Ela

levanta

a

mão

para

tocar

a

minha


“Bom.” Eu me inclino e a beijo suavemente mais uma vez. “Isso foi lindo, baby. Provavelmente a coisa mais linda que já experimentei.” Os seus olhos ficam ardentes. Porra, ver aquele olhar de contentamento em seus olhos... Sei que posso facilmente me apaixonar por ela. “Não sei se devo agradecer ou não.” Começo a rir. “Não, sem agradecimentos, obrigado.” Eu sorrio. “Foi o meu prazer.” As suas bochechas ficam vermelhas, e dou risada de novo. “Nós provavelmente devemos levantar e verificar Pool.” “E vo...” “Estou

bem.”

Eu

a

corto,

pois

sei

o

que

vai

perguntar. Eu não tenho a capacidade de pensar sobre isso agora. Não com ela ainda nua, as suas bochechas ainda coradas, o cheiro de seu sexo ainda nas minhas narinas e o gosto dela na minha língua. “Mas...” “Estou bem.” Aperto sua cintura e a beijo mais uma vez antes de ajudá-la a sair da cama. Olho para ela uma vez que está de pé e sorrio. “Você é baixa sem os seus saltos.” “Sempre vou ser baixa comparada a você”, ela me diz enquanto sorri. “É bom não ter que me preocupar com o quão alto meus saltos são quando estou com você.”


“Ficava preocupada com isso antes?” “Bem, se tivesse um encontro com um cara que fosse baixo ou da mesma altura que eu, não podia usar os saltos que queria, tinha que considerar a sua vulnerabilidade emocional em relação à sua altura”, ela diz. Eu inclino a minha cabeça para trás e dou risada. “Que bom que não tem que pensar sobre isso quando está comigo, baby.” Eu beijo a ponta do seu nariz e depois a deixo ir para que poder entregar-lhe a camisa que dei a ela mais cedo. Por mais que goste de olhar para o corpo bonito dela, não há como ser capaz de manter o meu controle se ela não colocar algo. “Se vista. Vou ver se consigo encontrar Pool. Dar-lhe um pouco de comida, então vou encontrar algo para nós comermos enquanto assistimos a um filme.” “Você tem pipoca?” Ela pergunta. Penso nisso por um minuto, então balanço a minha cabeça negando. “Droga. Ok, sairei assim que me vestir.” Pego a minha camisa e a coloco, então a deixo no meu quarto. Quando chego à sala de estar, encontro Pool deitado no sofá. Quando ele me vê, pula e me segue para a cozinha. Pego uma forma velha de bolo da gaveta embaixo do fogão e a encho com areia para gatos, depois a coloco no chão. Faço uma anotação mental para arrumar uma caixa de areia amanhã. Então despejo uma lata de comida de gato em uma tigela e a coloco no chão, junto com uma tigela de


água. Pool fareja a areia de gato e, em seguida, vai para a comida e começa a comer. Libby sai do meu quarto, usando a minha camisa e o meu moletom, o que a faz parecer adorável. “É melhor vir me beijar antes de mexer com o Pool”, digo a ela. Ela sorri para mim e para de caminhar. Uma vez que está perto, toca seus lábios nos meus. “Melhor?” Olho nos olhos dela. “Sim, baby”, digo a ela, sabendo que ela não tem ideia do quanto estou melhor. “Bom.” Ela vai para o Pool enquanto procuro algo para fazermos um lanche. Encontro algumas bolachas no armário, e não muito mais, vou ao freezer e pego um saco de batatas fritas e brócolis, depois ligo o forno. “Entendo que você não é fã de comer porcarias”, ela diz enquanto me observa despejar algumas batatas fritas em uma assadeira e a colocar no forno. “Com o que faço, tento ficar em forma. Parte de manter em forma é colocar coisas boas no meu corpo. Então, não, não como muitas porcarias.” Ela acena com a cabeça.


“E você?” “Viu o meu banquete algumas semanas atrás, quando veio ao meu apartamento.” Eu vi o banquete dela: batatas fritas, doces, comida encomendada fora. Não me importo de comer porcaria de vez em quando, mas não faço isso com frequência. “Eu gosto de comer porcarias.” “Você malha?” Pergunto. Ela se encolhe. “Não, acho que sou alérgica.” “Desculpe, princesa, mas ninguém é alérgico a malhar.” “Isto é o que você pensa. Eu suo e fico toda vermelha e manchada, tenho certeza que é uma reação alérgica.” Gargalho alto, a abraço em torno da cintura e a puxo para mim. “Isso é o que acontece quando se exercita.” “OK...” Ela concorda e baixa os olhos para a minha boca. “Você fica suada e vermelha durante o sexo também, baby. E mesmo se for alérgica a isso, terá que superar, porque planejo muito deixar você toda suada e vermelha.” “Oh...” Ela suspira. Toco a minha boca na dela, depois me inclino para trás e sorrio. “Deus, você é fofa.”


Os seus lábios se separam e seu corpo se derrete contra o meu. “Gosto que você ache que eu sou fofa”, ela sussurra, deslizando as mãos pelo meu peito. “Sim?” “Sim.” “Você é fofa e você é doce.” “Fico feliz que você pense isso também”, diz. Sacudo minha cabeça. A maioria das mulheres quer ouvir que é bonita, sexy ou gostosa. Mas então há Libby, feliz por dizer que ela é fofa. Não apenas feliz, posso ver o jeito que seu rosto fica suave toda vez que digo isso, significa muito mais para ela. “Qual filme quer assistir?” “O que tem?” Abro o armário embaixo da TV onde guardo meus DVDs. “Você gosta de filmes de terror também!” Ela diz. Sorrio para ela enquanto ela fica de joelhos e começa a vê-los. “Meu pai me levou para ver o filme It quando estava passando na Times Square, quando era criança. Fiquei


apavorado por uma semana inteira depois de assisti-lo, mas queria vê-lo de novo e de novo. Depois disso, fiquei obcecado por filmes de terror.” Digo quando seu olhar encontra o meu. “Sério?” Ela pergunta. “Sério o quê?” “Esse foi o meu primeiro filme de terror também.” “Mesmo?” “Sim, amo esse filme. Ainda assisto de vez em quando, mas não é tão assustador como foi a primeira vez que vi.” Ela sorri, depois volta a olhar para a minha coleção. Ela segura um filme e pega Pool quando ele vagueia até ela. Enfia-o sob o queixo e beija o topo de sua cabeça enquanto coloco o filme no DVD. Nos acomodamos no sofá. Quando

as

batatas

fritas

estão

prontas,

Libby

acrescenta queijo por cima das suas. Comemos no meu sofá enquanto assistimos The Blair Witch Project3. Quando o filme chega ao fim, conseguimos que Pool use a areia, depois escovamos os dentes no banheiro, lado a lado, antes de irmos para a cama. “Antonio?” Libby diz baixinho. Dou-lhe um aperto no quadril.

3

A Bruxa de Blair


“Sim, princesa?” Pergunto quando ela não diz mais nada. “Você trabalha amanhã à noite no corpo de bombeiros, certo?” Pergunta suavemente. Olho para ela no escuro, não sou realmente capaz de ver sua expressão facial. “Sim, amanhã e na noite seguinte. Depois vou ter mais algumas noites de folga. Está tudo bem?” “O

seu

trabalho

não

é

exatamente

seguro”,

diz

baixinho. O meu peito aperta. “Eu...” “O meu trabalho não é seguro, Libby.” Eu a interrompo e puxo o seu corpo até que o seu rosto esteja mais perto do meu. “A vida não é segura. Nada é garantido, baby. É por isso que precisa apreciar cada momento. Dito isso, trabalho com pessoas boas que estão na minha retaguarda. Posso não estar seguro... mas estou tão seguro quanto posso estar.” “Tudo bem”, ela sussurra e descansa a mão no lado do meu pescoço. “Eu... Eu só quero que saiba que não deve fazer nada louco como correr para um prédio em chamas para resgatar um gato. Posso sentir a sua falta se algo acontecer e você não conseguir voltar.”


Porra. Os meus braços se apertam em torno dela. Além de meus pais, ninguém mais se importa comigo faz um longo tempo. Isso é bom. Realmente bom para caralho. “Não vou correr para qualquer edifício em chamas para resgatar um gato”, digo-lhe com a voz rouca. “Bom.” Ela senta-se ao meu lado, então sinto os seus lábios tocarem levemente contra o meu peito. “Boa noite, Antonio.” “Boa noite, princesa.” Rolo em direção a ela, de modo que estamos frente a frente, jogo a minha perna sobre a dela e a envolvo em meus braços. Sinto Pool, que está deitado na cama aos nossos pés, levanto e vou para o outro lado antes de me acomodar novamente. Não sei quanto tempo fico acordado abraçado a ela, mas sei que me leva um tempo para encontrar o sono. Tudo o que posso pensar é que deveria ter aberto os meus malditos olhos mais cedo e visto o que estava bem na minha frente. Se tivesse, poderia ter tido isso o tempo todo.


Capítulo 11 PARECE MUITO COM... COM LIBBY

“Mãe, estamos aqui!” Grito enquanto entro na casa dos meus pais. Srta. Ina, que veio comigo para o jantar, me lança um olhar infeliz. “O quê?” “É rude uma mulher gritar.” “Estou na cozinha!” Mamãe grita. Sorrio para a senhorita Ina, que revira os olhos. Largo a minha bolsa em cima da mesinha perto da porta da frente, tiro meu casaco e o penduro no armário. Começo a ajudar a senhorita Ina com o seu casaco, mas tenho que me afastar dela quando começa a bater nas minhas mãos. “Pare de se preocupar toda a maldita vez”, diz com voz rouca. “Estou apenas tentando ajudá-la”, digo e escondo o meu sorriso quando olha para mim. Eu não sei o que é, mas realmente gosto de incomodar a mulher. Está se tornando meu passatempo favorito. “Havia muito trânsito?” Mamãe pergunta enquanto entramos na cozinha. É onde ela gosta de passar a maior


parte do tempo. Está sempre andando pela cozinha fazendo alguma coisa, sentada em frente à ilha escrevendo listas ou conversando on-line com as amigas em seu laptop. “Sim”, Srta. Ina responde. Simultaneamente, respondo: “Não.” “Eu vejo.” Mamãe sorri, olhando entre nós duas. “Agora me diga de novo por que não pode convidar o seu namorado para vir junto com você?” “Ele está trabalhando nos próximos dois dias”, digo, lembrando-a exatamente do que disse a ela no telefone naquela mesma tarde, quando me pediu para ir a Long Island para jantar com ela e meu pai. “Como vão as coisas entre vocês dois?” Encolho os meus ombros. “Ela não voltou para casa ontem à noite. Eu diria que estão bem”, Srta. Ina informa a minha mãe. Olho para ela e estreito os meus olhos. “Vai parar de me espionar?” Estalo para ela. Ela sorri. “Você não dormiu em casa ontem à noite?” Mamãe sussurra. Cerro os meus dentes. “Fiquei na casa do Antonio.”


“Tiveram um comportamento recatado?” Srta. Ina questiona. Eu não olho para ela novamente. “Sim. Muito, muito recatado”, minto abertamente. O que fizemos antes de assistirmos a um filme não foi nada que exigisse censura, e o que fizemos quando ele me acordou esta manhã foi tudo, menos recatado. Também foi incrível. Ainda assim, mesmo com o quão incrível os orgasmos foram, dormir em seus braços e acordar com ele foi a melhor parte da noite inteira. “Você

parece

estar

apaixonada. Está

apaixonada?”

Mamãe pergunta esperançosa. O meu estômago aperta. Estou apaixonada? Acho que não, mas nunca me apaixonei antes, então não sei como é. “Ugh”, respondo lamentavelmente. “Eu acho que é amor”, Srta. Ina contribui, indo ao redor da ilha para ficar ao lado de mamãe, do outro lado de onde me sentei em uma das três banquetas no balcão. “Acho que agora estou na dele.” “Está na dele?” Mamãe franze a testa e parece confusa. “Parece que estou.” Digo, acenando com a cabeça.


Mamãe olha para a senhorita Ina. “Você sabe o que significa estar 'na dele'?” “Não acho que isso significa passar a noite juntos”, diz ela. Suspiro. “Podemos não falar sobre isso agora?” “Você está começando a ser tão fechada quanto as suas irmãs são sobre seus relacionamentos”, diz mamãe e parece desapontada. “Quando houver algo para saber, será a primeira pessoa a quem contarei, mamãe. Mas a partir de agora, Antonio e eu estamos nos vendo. Não sei o que vai acontecer entre nós e estou tentando não pensar muito sobre isso. Gosto dele e acho que ele gosta de mim, agora isso é tudo o que sei.” “Tudo bem”, ela resmunga e se vira para mexer o que está cozinhando no fogão. “Mamãe...” Gemo. Ela olha para mim. “Você tem um novo genro e um neto vindo. Deveria estar feliz com isso.” “Estou feliz, mas quero todas as minhas garotas felizes e estabelecidas.” “Estou feliz, mãe. Muito feliz”, digo gentilmente. Seu rosto suaviza. “Tudo bem”, ela sussurra. “Ok”, sussurro de volta.


“Agora me fale sobre o Pool”, ela diz. Sorrio. Esta manhã, Antonio foi comigo ao veterinário, que disse que Pool está com perfeita saúde para um viralata. Quando saímos do veterinário, ele me levou para a loja de animais para pegar todas as coisas que precisava, como uma

caixa

de

areia,

comida,

uma

coleira

e

alguns

brinquedos. Contei a mamãe sobre Pool quando ela ligou para me convidar para jantar. Ok. Realmente não me convidou... ela me disse que era melhor eu estar lá e que precisava levar a senhorita Ina para tirá-la do apartamento. “Ele é adorável. Queria trazê-lo comigo, mas achei que seria melhor deixá-lo se acostumar com a sua nova casa.” “Do que vocês duas estão falando?” Srta. Ina olha entre mamãe e eu. “Tenho um gatinho”, digo a ela. Ela franze a testa para mim. “Gatos não são permitidos no prédio.” “Como os proprietários saberão se eu não contar a ele?” Pergunto. As

suas

sobrancelhas

se

juntam

quando

ela

responde. “Eu sou a proprietária, criança, e você acabou de me contar sobre isso.” “Você não é a proprietária.”


“Sim, eu sou”, ela diz tão veementemente que sei que não está mentindo. “Você é?” “Sim. O meu marido e eu compramos aquele imóvel logo depois de nos casarmos.” “Mas pago aluguel a uma agência.” “Não tenho tempo para lidar com todos os problemas que surgem de ser um proprietário, então aluguei”, ela me informa, acenando com a mão. “E não permito animais no meu prédio.” “Então vai me fazer mudar porque tenho um gato?” Pergunto a ela. Ela franze a testa. “E se lhe pagar uma taxa para ter um animal de estimação?” “Por que pegou um gato quando sabe que não são permitidos no prédio?” “Não fui a uma loja e não o comprei nem o adotei. Eu o vi atrás da pizzaria no beco há algumas noites. Tentei resgatá-lo, mas ele desapareceu. Ontem à noite Antonio o pegou, então o levamos para a sua casa e o limpamos. Esta manhã o levei ao veterinário para ter certeza de que estava bem. Ele está, então o trouxe para casa.” “Então ele é um gato selvagem?” Ela diz, parecendo perturbada.


“Ele

é

apenas

um

gatinho. É

realmente

muito

doce. Nem tentou morder ou arranhar a mim ou a Antonio quando lhe demos um banho.” “Se a senhorita Ina não permitir que você o mantenha, pode trazê-lo aqui. Seu pai e eu ficamos com ele”, diz a mãe. Decepção me enche por dentro. Não quero me livrar dele. Já me apaixonei pelo carinha. Foi legal ter outro ser vivo no apartamento comigo quando estava em casa hoje. Além disso, ele me segue por toda parte, mesmo quando fazia minha maquiagem e cabelo. Ele se sentou bem ali no assento fechado da privada, me observando. “Senhorita Ina, por favor, não me faça entregá-lo”, imploro. Juro que vejo a sua expressão excitada. “Por favor? Prometo que vou me certificar de que não faça nada para destruir o apartamento. Pagarei qualquer taxa que você queira que eu pague.” “Tudo bem, criança. Pare de pedir. Pode ficar com o gato”, ela concorda com um aceno desdenhoso. Rapidamente saio do meu banquinho e a envolvo em um abraço apertado. “Obrigada.” Pulo, a abraçando forte. “Pare de me abraçar. Você está amassando as minhas roupas,” ela reclama, tentando me empurrar. Não me movo. Eu a abraço mais forte. Finalmente, ela deixa os braços caírem para os lados e cede ao meu abraço. Sorrio e


beijo o topo de sua cabeça rapidamente. Então a solto e fujo quando tenta me bater. “Você realmente gosta de mim, não é, senhorita Ina?” Sorrio enquanto ela passa as mãos pela frente de sua blusa e calças. Então os seus olhos encontram os meus e ela encara. “Não me faça mudar de ideia.” “Você gosta de mim. Acho que quero te abraçar de novo” digo a ela e ouço mamãe rir. “O que está acontecendo aqui?” Papai entra na cozinha, e envolvo os meus braços em volta de sua cintura. Sinto os seus lábios tocarem o topo da minha cabeça enquanto ele me dá um abraço. “Oi, querida.” “Ei, papai.” Olho para ele, e ele sorri. “Você quer uma cerveja?” Mamãe pergunta. Ele balança a cabeça, envolve um braço em volta dos meus ombros e me puxa para o lado dele. “Como vão as coisas com a pizzaria?”, Ele me pergunta. “Boa. Estamos nos aproximando. Devemos fechar em algumas semanas se tudo correr como planejado. Vou avisálo com alguns dias de antecedência para que possa agendar a folga para estar lá quando for a hora de assinar os papéis.” “Bom.” Ele sorri para mim.


“Já pensou em um nome?” Mamãe pergunta. “Princess Pizza”, digo, e ela ri. “Estou falando sério. Já comecei os projetos para o logotipo, e planejo fechar a pizzaria por uma semana e fazer algumas alterações no interior depois de assinarmos os papéis.” “Que tipo de mudanças?” Pergunta a senhorita Ina. “Há uma grande sala de armazenamento na parte de trás da pizzaria que quero reformar. Pretendo tornar um espaço disponível para aluguel. Os pais podem alugá-lo para uma festa de aniversário, por exemplo, ou podem fazer um pacote onde as crianças poderão fazer as suas próprias pizzas lá.” “Isso é realmente uma ótima ideia”, diz mamãe com um sorriso orgulhoso. “Estou animada. Assustada, mas muito animada com isso.” “Estamos orgulhosos de você”, diz o papai. Eu inclino a minha cabeça para trás para sorrir para ele, que dá um aperto no meu ombro. “Você disse a Antonio?” Pergunta mamãe. Balanço a cabeça e odeio a decepção que vejo nos olhos dela. “Querida, precisa contar a ele.” “Eu sei. Vou dizer a ele quando o vir da próxima vez.”


“Acho que deveria dizer a ele antes disso”, papai diz. A senhorita Ina acena com a cabeça. “Ele está trabalhando nos próximos dois dias. Não é algo que queira contar a ele pelo telefone, mas planejo dizer a ele assim que o vir de novo.” “Espero que saiba o que está fazendo”, mamãe diz baixinho. O

medo

enche

o

meu

estômago

e

o

meu

peito. Eu não tenho ideia do que estou fazendo. Deveria ter contado a ele depois do nosso primeiro encontro, mas estupidamente não contei. Toda a vez que tentei contar a ele desde então, me distraí com os seus beijos e toques. Ou ele se fecha completamente quando tento falar da pizzaria. “Tudo vai dar certo. Ele vai entender por que não disse a ele antes”, digo, esperando que proferir essas palavras em voz alta as torne verdade. “OK...”, mamãe concorda com relutância. “Você quer que coloque a mesa?” Pergunto, preciso de algo para fazer. Ela acena com a cabeça. Aperto a cintura do meu pai, então deixo ele ir para que possa arrumar a mesa. Ajudo a mamãe a colocar a comida. Depois do jantar, a Srta. Ina insiste em pegar um


táxi de volta à cidade e chego à pizzaria a tempo de ajudar Hector a fechá-la.

***

“Olá?” Respondo o meu celular e o levo para debaixo das cobertas comigo. Entrei na cama há um tempo. Embora esteja além de cansada, estou com dificuldade em encontrar o sono. “Olá, baby.” Antonio. “Ei”, digo, sentindo o meu interior ficar quente. “Está tudo bem?” “Está tudo bem. Apenas senti falta do som da sua voz.” Meu Deus. “Você sentiu?” “Sim”, ele diz. Posso ouvir o sorriso em sua voz. Eu também senti falta do som da voz dele, o que é ridículo, já que só faz um dia desde que o ouvi. Na verdade, sendo sincera, sinto a falta dele. “Sinto a sua falta... Quero dizer... Eu... uh ...”


“Está tudo bem.” Ele ri, mas gemo e cubro o meu rosto com a minha mão. “É bom saber que nem preciso estar no mesmo lugar que você para causar um curto-circuito em seu cérebro.” “Não sei se é uma coisa boa”, murmuro e sinto Pool subir pelo meu corpo e depois parar no meu peito. Abro os meus olhos e o vejo no escuro olhando para mim. Ele sentase antes de se deitar. “Como está o nosso gato?” Nosso gato? Gosto da ideia de Pool ser nosso gato. “Ele está bem. Aconchegando-se. Deixei-o só hoje para jantar com meus pais e quando cheguei em casa, estava assim como deixei, então é uma boa notícia. Além disso, descobri que a senhorita Ina é de fato proprietária de onde moro. Ela disse que posso ficar com ele, então não tenho que me preocupar em desistir dele ou encontrar um novo lugar para morar. Não acho que poderia desistir dele agora que o tenho. “Eu o teria mantido em minha casa se fosse um problema para você. Animais de estimação são permitidos no meu prédio sem uma taxa muito elevada.” “É bom saber disso.” “Vou ter que pagar de qualquer maneira já que gostei de ter você na minha casa. Quando você ficar mais, pode trazê-lo com você.”


“Oh”,

sussurro,

não

sabendo

o que dizer

sobre

isso. Também gostei de ficar na casa dele e gosto da ideia de ficar com ele novamente. “O que é esse 'oh'?”, ele pergunta em voz baixa. “Acho que nunca pensei em ficar lá mais de uma vez. Eu... Eu gosto da ideia. Foi bom ir para a cama e acordar com você.” “Bom”, ele diz, e me aconchego mais em minhas cobertas. “Está na cama agora?” “Sim. Tenho que abrir o salão amanhã, então estou tentando dormir.” “Descanse um pouco, princesa. Vou ligar para você amanhã à noite quando tiver uma chance.” “Fique seguro”, sussurro. “Sempre”,

ele

sussurra

de

volta

antes

de

desligar. Coloco o meu celular na minha mesa lateral e fecho os olhos. “Pool, realmente gosto muito dele. Você acha que sou uma idiota?” Pergunto, correndo meus dedos por sua pele macia. Ele começa a ronronar. “Preciso dizer a ele o que está acontecendo antes que isso acabe como um filme de romance muito ruim e o meu coração salpique em todo o lugar”, digo a ele, não tendo ideia de como estou certa sobre isso.


Capítulo 12 TENTAR PROVAR UM PONTO LIBBY

Quando ouço a batida na porta, o meu estômago se agita. Mesmo que tenham passado apenas dois dias desde que vi Antonio, senti a sua falta como um louca. Abro a porta, não o recebo nem dou tempo para abrir a boca. Pulo em seus braços. Felizmente, ele é rápido, então me pega. As suas mãos pegam a minha bunda enquanto envolvo as minhas pernas em torno de seus quadris e os meus braços ao redor de seus ombros. Então coloco a minha boca na dele enquanto nos leva de volta para o meu apartamento, chutando a porta quando entramos. Ele me carrega para o sofá, e nos sentamos, comigo ainda ligada a ele. “Senti falta disso”, digo a ele enquanto sua boca deixa a minha e desce pelo meu pescoço até o topo do meu peito. “Eu também.” Sinto-o sorrir contra a minha pele, então vejo quando se afasta um pouco para trás para olhar para mim. “Esse é o tipo de saudação com o qual posso me acostumar”, diz. Começo a rir. “Eu meio que perdi todo o pensamento sobre ser elegante e normal quando ouvi você bater na


porta. Tenho certeza de que a senhorita Ina faria uma careta se soubesse disso.” “E eu meio que não dou a mínima. Adorei.” Ele sorri e corre os dedos pelo meu cabelo. “Você já comeu?” “Mais cedo.” “Qualquer coisa além de porcarias?” Ele pergunta. Olho por cima do ombro dele brevemente enquanto dou de ombros. Ele sorri, em seguida, ri quando Pool pula no sofá ao lado da minha cabeça e empurra a sua cabeça onde os dedos de Antonio estão correndo pelo meu cabelo para que ele possa ter algum carinho também. “Acho que ele sentiu a sua falta”, digo enquanto ele senta-se e pega Pool. Ele o segura contra o peito. “Ele ganhou peso.” “Eu também acho que sim, mas não tenho certeza.” Corro os meus dedos ao longo do topo da cabeça de Pool. “Eu sei que ele gosta de comer. Já aperfeiçoou um beicinho fofo para receber petiscos sempre que quer.” “Ele tem sido bom?” “Sim, muito bom. Ele é doce.” Sorrio para ele enquanto ele sobe a camisa de Antonio para o seu ombro, então fica lá,


olhando em volta. “É bom tê-lo por perto para me fazer companhia.” O

meu

celular

toca. Pego

na

mesa

de

café

e

respondo. “Alô?” “Libby Reed?” Pergunta um homem. “É ela.” Sorrio para Antonio quando Pool pula de seu ombro e depois para o fundo do sofá. “Estamos no andar de baixo com a sua entrega.” “Impressionante. Entre. A porta está aberta, apenas suba as escadas”, digo a ele. Ele desliga. “Quem é?” Antonio pergunta. Um sorriso animado ilumina o meu rosto. “A minha nova cama.” Corro para a porta enquanto dois homens sobem as escadas com um colchão. “Cama nova?” Antonio pergunta do sofá. Os meus olhos voltam para ele. “Com a Mac agora morando com Wesley, consigo o quarto

inteiro

para

mim. O

que

significa

que

posso

finalmente parar de dormir no quarto com duas camas de solteiro. Hoje algumas pessoas passaram aqui e compraram as camas de solteiro, e agora a minha nova cama está aqui”, explico animadamente.


Recuo para deixar os caras passarem pela porta aberta. “Onde quer que coloque?” Pergunta um deles, olhando para mim. “Bem ali.” Aponto para o quarto. Eles se dirigem para lá e saem alguns segundos depois. “Voltamos já com o resto. Enquanto estamos fazendo isso, se importa de preencher isso?” “Não tem problema.” Pego o papel dele e preencho as informações em destaque. Quando voltam para cima, trazem a armação da caixa e a armação de metal. Não comprei uma cabeceira porque achei que poderia ser online e pedir uma quando souber o que quero. Quando eles saem depois de montar a cama, corro para o meu quarto e pulo nela, pulo uma vez e dou risada quando Antonio desce em cima de mim. “Isso é muito melhor”, ele diz. Sorrio. “Pensei que você apreciaria isto.” “Sim.” Ele toca a sua boca na minha. “Quer que eu ajude você a fazer isso?” “Se você não se importa.” Ele se levanta e me puxa com ele, então ordena: “Pegue os lençóis.”


Reviro os olhos, vou até a sala e pego as sacolas que deixei lá antes. Trago para o quarto. Ouço-o rir e olho para ele. “O quê?” Pergunto. “Minha mãe...” Ele balança a cabeça. “O quê?” Franzo a testa, não entendendo o que sua mãe tem a ver com os meus novos lençóis ou por que acha isso tão engraçado. “A minha mãe deu isso para você?” Pergunta. Minha carranca fica mais profunda. “Não.” “Sério?” A sua carranca coincide com a do meu rosto. “Sim com certeza. Por quê?” “A minha mãe apareceu na minha casa há alguns dias com exatamente essa colcha e conjunto de lençóis. Ela disse que achava que você gostaria deles. Tentou me convencer a colocá-los na minha cama.” “Sua mãe comprou lençóis que achou que eu gostaria de ter na sua cama?” Repito horrorizada. Ele me ignora e continua: “Recusei-me a ficar com eles. De jeito nenhum vou dormir em flores.” “Você não vai dormir em flores?” Repito quando olho para os lençóis e edredons florais, depois de volta para ele,


arqueando uma sobrancelha. “Acha que não será capaz... sabe”, meus olhos vão para o zíper, “funcionar em lençóis florais?” “Vamos colocar os lençóis na cama e descobrir”, ele rosna e vem em minha direção. Eu dou risada e recuo. “Não quero prejudicar a sua masculinidade co...” Dou uma gargalhada quando ele me agarra pela cintura, interrompendo as minhas palavras com a sua boca na minha e empurra a sua língua entre os meus lábios para um beijo muito profundo e muito molhado que acaba rapidamente. “Agora tenho um ponto a fazer, Princesa.” Ele pega o conjunto de lençóis da minha mão e abre o pacote. Fazemos o trabalho rápido de fazer

a

minha

cama; então ele me joga em cima dela e cai em cima de mim mais uma vez. “Você sente isso?” Ele pergunta e empurra os seus quadris nos meus. Eu me contorço sob ele quando a sua ereção roça contra o meu clitóris. “Parece que estou incapacitado para você?” “Não...”

Engulo

em

seco,

pensando

que

ele

definitivamente não parece incapacitado. “Fico duro só de pensar em você.” A sua mão desliza pelo o meu lado, sob a minha camisa, e ele cobre o meu


peito sobre o meu sutiã. “Tudo o que posso pensar é ficar dentro de você.” Ele me beija novamente enquanto o polegar e o dedo médio puxam meu mamilo. As minhas costas arqueiam e as minhas pernas envolvem os seus quadris para o puxar para mais perto. Ele sorri contra a minha boca, liberta o meu mamilo e se inclina para trás rapidamente para me ajudar a sair do meu top e sutiã. No momento em que os seus lábios quentes envolvem meu mamilo, gemo “Antonio.” “Bem aqui.” Ele se move para o meu outro seio enquanto as minhas mãos exploram seu peito e abdômen sob a sua camisa. Preciso sentir a sua pele contra a minha e puxo a sua camisa para cima. Ele se inclina para trás até que a puxa pela cabeça. “Sim”, sussurro enquanto o seu peso se instala em mim. “Não pare”, imploro, sentindo os dedos deslizarem pelo meu abdômen até ao topo dos meus jeans e direto em minha calcinha. O primeiro toque de seus dedos contra o meu clitóris faz os meus olhos revirarem. “Olhe para mim, princesa”, ele exige. Abro os meus olhos para me focar nele. “Você quer gozar?” O seu polegar ainda está circulando no meu clitóris, dois dedos me trabalham, me dão nada e tudo ao mesmo tempo. “Sim”, grito.


“Vamos tirar esses jeans de você.” Ele se inclina para trás e me ajuda a me livrar deles; então está de volta sobre mim com a mão entre as minhas pernas. “Molhada”, geme contra a minha boca. Deslizo a minha mão pelo seu peito, então solto sua calça jeans. Quando coloco a minha mão em volta do seu pau, a minha boceta pulsa. “Antonio.” Abro os meus olhos para encontrar os seus já em mim. “Por favor. Estou pronta.” Os seus olhos brilham e a sua mandíbula fica apertada. “Baby, eu não...” “Por favor”, eu o interrompo. Libero-o e deslizo as minhas mãos pelo seu peito e seguro seu rosto entre minhas palmas. “Estou pronta.” “Você tem certeza?” Pergunta e descansa a testa na minha. Deus, ele é tão doce e tão perfeito. Eu amo que ele quer ter certeza de que estou pronta. Amo que não esteja me pressionando. “Sim, tenho certeza.” Levanto a minha cabeça e toco a minha boca na dele. Sussurro contra os seus lábios: “Por favor, faça amor comigo.” os seus olhos se iluminam com a palavra amor; então a sua boca está na minha e ele está me


beijando com força. Tão forte que me sinto marcada por seus lábios. Quando a sua boca sai da minha, ele tira a carteira do bolso de trás e pega um preservativo. Coloca na cama perto da minha cabeça, em seguida, tira as botas e o jeans. Ao vêlo pela primeira vez, a minha boca fica seca. Ele é realmente perfeito,

desde

o

seu

rosto

bonito

até

a

clavícula

marcada, peitoral duro, abdômen malhado, o V da cintura que leva ao seu pau. Está duro e grosso. “Pare de olhar para isso assim”, diz. Os meus olhos seguem rapidamente para encontrar os dele. “Você vai dar a ele ansiedade de desempenho.” “Isso é uma coisa real?” Pergunto. Ele ri, agarra o meu tornozelo e me puxa para baixo na cama. “Se for, não quero descobrir agora.” Os seus quadris se estabelecem entre os meus enquanto o seu corpo quente vem descansar sobre mim. “Tem certeza disso?” Pergunta gentilmente e desliza os dedos pelo meu cabelo. Olho nos olhos dele, sei que isso está certo. “Isso é o que tenho esperado... quero dizer, estive esperando por você...Deus.” Cubro o meu rosto com minhas mãos, me sentindo uma idiota. Sinto o corpo dele tremer sobre o meu.


“Tão

fofa.”

Ele

tira

as

minhas

mãos

do

meu

rosto. “Respire para mim, princesa.” Respirar? Como diabos espera que eu respire quando ele está por perto? “Prometo que vou cuidar de você”, diz suavemente. A minha garganta começa a ficar apertada. “Beije-me”, ele insiste e inclina a cabeça para mais perto da minha. Arqueio o meu pescoço, toco a sua boca com a minha, então grito quando os seus dedos deslizam entre minhas dobras molhadas. “Sim”, respiro em sua boca enquanto um dedo desliza dentro de mim. “Circule os seus quadris em sincronia com o meu dedo”, ele diz. Faço, e então ele adiciona outro dedo à pressão, fazendo as minhas costas se arquearem da cama enquanto o seu polegar rola contra o meu clitóris sensível. “Eu estou...” Começo a sentir que vou gozar, mas ele tira a mão. Os meus olhos se abrem e olho para ele enquanto pega o preservativo, rasga o pacote com os dentes, então usa uma mão para o deslizar habilmente. “Você está pronta”, ele geme, desliza a cabeça de seu pau sobre o meu clitóris e a minha entrada antes de colocar a ponta no interior e lentamente deslizar para dentro.


Envolvo as minhas pernas em torno de seus quadris, os meus dedos cravam em seus ombros enquanto ele me enche lentamente. Não há dor de verdade, mas há pressão e sensação de estar cheia... bem cheia. “Oh”, respiro e olho em seus olhos enquanto ele fica imóvel, profundamente dentro de mim. Está tão profundo que sei que sempre o sentirei lá. “Você está bem?” “Sim”, sussurro. Ele entrelaça os nossos dedos e os leva para descansar ao lado da minha cabeça. Acomoda os seus quadris mais profundamente nos meus antes de sair e deslizar devagar para dentro. “Você é tão gostosa.” A sua boca toma a minha em outro beijo brutal enquanto ele mantém o ritmo lento e sensual de deslizar para dentro e para fora de mim. Quando a sua boca deixa a minha novamente ele se inclina para trás para olhar para mim, juro que sinto o meu coração voar para fora do meu peito em direção ao dele como se pertencesse a ele. O seu olhar vai para onde estamos conectados, e observo antes que ele olhe para mim mais uma vez. “Nunca vi nada mais bonito do que você estar em mim.” O meu aperto sobre ele fica mais forte em todos os sentidos, e circulo os meus quadris. Preciso de mais, só não tenho certeza do que é isso. A sua mão puxa a minha para


baixo entre nós, e ele usa os dois dedos para girar sobre o meu clitóris. “Oh Deus”, suspiro e a minha boceta se contrai. Ele sorri. “Jesus, você é tão sensível ao menor toque.” O que ele diz que não é uma coisa ruim, mas ainda assim sinto as minhas bochechas esquentarem. Ele circula o meu clitóris cada vez mais rápido, e um nó começa a se formar na minha barriga e as minhas pernas começam a tremer. “Goze, princesa.” Ele morde o lóbulo da minha orelha, e faço isso. O meu corpo fica parado, e gozo, caindo em êxtase. Olhos fechados, pescoço arqueado, ele solta a minha mão e começa a se mover mais rápido dentro de mim. Os ruídos vindos dele e de mim, os ofegos e os gemidos, o som da pele molhada batendo na pele molhada, são suficientes para me causar uma sobrecarga sensorial. Quando os seus quadris param de empurrar e seu corpo sacode, envolvo os meus braços em volta de seus ombros e levo o meu rosto para o seu pescoço. Não quero que ele veja as lágrimas que estão ameaçando transbordar.

Nunca

tive nenhuma

expectativa

para a

primeira vez. Mas foi perfeita, além de perfeita. No reino do mágico. E ser com Antonio fez isso muito melhor, muito mais especial. Ele aconchega o seu rosto no meu pescoço e nos rola até que estou esparramada em cima dele. Os seus dedos deslizam suavemente para cima e para baixo nas minhas costas.


“Você está bem?” Pergunta gentilmente. Aceno com a cabeça, não confiando em mim para falar, ainda

não. Tantas emoções ameaçam fechar a minha

garganta. Nunca pensei sobre a conexão que sentiria com a pessoa com quem compartilharia a minha primeira vez. “Tem certeza disso?” “Sim”, digo baixinho. Os seus braços apertam em volta de mim. Deus, quero ficar aqui para sempre. Bem em seus braços, onde me sinto segura e desejada, livre para ser eu mesma, quando ser eu é ser um pouco desajeitada. “Que tal um banho?” Diz ele pensativo. Essas lágrimas estúpidas que sinto acumulando em meus olhos começam a transbordar. “Baby...” Ele usa o meu cabelo para afastar o meu rosto de onde está firmemente enfiado no pescoço dele. “Porque você está chorando?” “Eu... então você... então... isso foi lindo. E você é tão doce”, falo. Ele senta-se comigo ainda me abraçando e se inclina contra a parede. “Desculpe, estou arruinando isso.”


“Não está arruinando nada, princesa.” Ele alisa o meu cabelo para longe do meu rosto e olha nos meus olhos. “Nós compartilhamos algo bonito. É um pouco esmagador. Entendo.” “Você não está chorando como um idiota.” Limpo as minhas bochechas, e ele sorri suave para mim, em seguida, beija os meus lábios. “Ah. Nem sei porque você gosta de mim”, resmungo. A sua expressão fica séria. “Gosto que você seja um pouco idiota. Gosto que não pense antes de dizer coisas para mim. Gosto que pareça tão bonita tanto sem maquiagem como com ela. Gosto que resgate gatos selvagens e tenha uma obsessão mais profunda por filmes de terror do que eu. Gosto de você por muitas razões, princesa”, ele diz. O meu corpo fica imóvel enquanto o meu peito começa a ficar apertado. Oh Deus. Talvez minha mãe estivesse certa. Talvez eu o ame. Não,

não,

é

cedo

demais. Isso

seria

loucura. Eu

saberia. Eu realmente saberia se estivesse apaixonada. Certo? “Eu...” “Você

pode

pensar

no

que

vai

dizer

enquanto

começamos a tomar banho.” Ele cuidadosamente me tira de cima dele, e choramingo quando desliza para fora. Ele dá um beijo suave em meus


lábios, em seguida, puxa o lençol para cima de mim antes de me deixar na cama e ir direto para o meu banheiro. Eu o ouço dar descarga no vaso sanitário, depois ouço a água na banheira ligar. Rolo para o meu lado e tento fazer a minha mente começar a funcionar corretamente. Sei logicamente que sexo não significa amor, mas o que nós compartilhamos parecia mais do que apenas sexo. Ele disse que gosta de mim, me deu uma lista de razões pelas quais gosta. Gosto dele também, muito mais do que já gostei de alguém. Não só porque é lindo, mas porque me faz sentir especial e cuidada. Porque é doce e gentil. Percebo que ainda preciso contar a ele sobre a pizzaria. Preciso fazer isso agora. Não posso deixar passar mais tempo. Quando volta do banheiro, ele me puxa para fora da cama e segura contra seu peito enquanto me leva para a banheira. “Tenho algo para lhe dizer”, digo. O seus olhos vêm para mim quando entra na banheira. “Diga-me”, diz suavemente. Eu me pergunto o que devo dizer, como devo dizer isso. “É sobre a pizzaria”, murmuro. O seu corpo fica tenso atrás do meu quando ele nos acomoda na água quente.


“Nós não vamos falar sobre a pizzaria hoje à noite”, ele diz com firmeza. “Eu...” “Libby, não esta noite.” “Ok”, concordo com relutância enquanto me puxa de volta para descansar em seu peito na banheira. “Só quero te abraçar. Não quero pensar em nada a ver com o trabalho”, ele diz gentilmente. Os meus olhos se fecham. “Certo. Eu... Nós vamos falar sobre isso outra hora”, concordo enquanto meu estômago se contorce desconfortavelmente. “Você

está dolorida?”

Ele

pergunta,

mudando

de

assunto enquanto desliza a mão pelo meu abdômen e acaricia suavemente entre as minhas pernas. Sacudo a minha cabeça. “Tem certeza disso?” “Sim”, sussurro e sinto os seus lábios descansar contra o meu ombro. Sei que deveria fazer a coisa certa. Deveria abrir a minha boca e contar a verdade, de uma vez por todas. Mas não. Em vez disso, tomo um banho com ele, peço comida, depois fico deitada no sofá, assistindo a um filme de terror até a hora de ir para a cama. Então vou dormir em seus braços, entre lençóis florais.


Capítulo 13 A PRÁTICA LEVA À PERFEIÇÃO LIBBY

“Bom dia, princesa.” Antonio me cumprimenta com um sorriso caloroso quando saio do meu quarto ainda meio adormecida. Quando acordo com o meu alarme e ele não está ao meu lado, sou atingida por uma inesperada onda de decepção. Penso que foi embora. Então sinto o cheiro de bacon e não consigo sair da cama rápido o suficiente. Quero ter certeza de que ele está realmente aqui. “Bom dia”, digo baixinho. Pego Pool para dar a ele um abraço antes de ir para onde

Antonio

está,

fogão. Aconchego-me na

sem sua

camisa, frente,

em

frente

ao

sinto seus lábios

tocarem o topo da minha cabeça enquanto seus braços me dão um abraço. “Dormiu bem?” Ele pergunta. Inclino a cabeça para trás para olhar o seu rosto bonito e a mandíbula forte, agora coberta por uma espessa camada de barba por fazer.


Dormi melhor do que nos últimos dois dias. Não digo isso. Em vez disso, respondo baixinho: “Sim.” “Você está dolorida?” Ele pergunta gentilmente. Sinto minhas bochechas esquentarem. “Não muito.” “Vou pegar um ibuprofeno depois de comer alguma coisa.” Seus dedos deslizam pelo meu pescoço, e seu polegar e indicador capturam meu queixo e puxam minha cabeça para trás para que ele possa tocar sua boca na minha. O

beijo

é

suave

e

doce,

mas

ainda

me

deixa

desequilibrada. Quando sua boca se afasta da minha, tenho que mais uma vez forçar meus olhos a abrirem. “Então...” Pigarreio. “O que está em sua agenda hoje?” Solto-o e passo em volta dele para pegar uma xícara de café. “Preciso ir para casa e cuidar de algumas coisas, então vou trabalhar hoje à noite com você. Pensei em arrumar uma mala enquanto estou em casa. Podemos ficar aqui depois de fecharmos a pizzaria, se isso estiver bem para você.” “Isso está bem para mim”, concordo imediatamente. Ele sorri. Coloco um pouco de creme no meu café, depois acrescento um pouco de açúcar antes de pular no balcão e tomar um gole da minha xícara de café.


“Onde conseguiu bacon e ovos?” Pergunto a ele quando vai até a geladeira e pega uma caixa de ovos que não estava lá na noite passada. “Fui até a loja da esquina quando acordei”, diz, quebrando dois ovos em uma panela. “Você realmente precisa começar a comer mais do que comida de viagem, princesa.” “Comida para viagem é fácil quando estou trabalhando o tempo todo. Não tenho que trazer sacolas até aqui ou cozinhar. Tudo o que tenho que fazer é pegar meu telefone e discar um número para conseguir o que quiser.” “Sim, mas quando seu homem quer fazer o café da manhã e tudo o que tem para trabalhar é pizza amanhecida e comida chinesa, torna isso difícil.” Meu homem? Puta merda, ele é meu.... Quero dizer, sim, já sabia disso. Mas ouvi-lo se chamar de meu homem torna real. “O quê?” Ele pergunta, me estudando. “Eu... Eu acho que realmente caiu a ficha de que estamos juntos”, admito. Seu rosto suaviza. “É estranho depois”, paro para respirar “é estranho depois de tudo o que aconteceu entre nós.”


Chegando onde estou sentada, ele afasta meus joelhos e

se

instala

entre

minhas

coxas. Segura

meu

rosto,

gentilmente, entre suas grandes palmas. “Isso vai funcionar”, diz, olhando nos meus olhos. “Eu sei como te tratei no passado, e não mereço nada de você, mas preciso que saiba que estou comprometido. Isso é o que quero. Você é o que quero. Se não tivesse certeza sobre nós, não teria feito amor com você ontem.” “Tudo bem”, concordo calmamente. Meu peito começa a ficar quente e meu coração começa a se encher de esperança e outra coisa... algo que é um pouco assustador pensar considerando que isso é tão novo. “Isso vai funcionar”, ele repete, me beijando com força. “Isso vai funcionar”, concordo quando ele afasta a boca da minha. Ele sorri antes de me deixar e voltar para o fogão. Assisto ele nos preparar o café da manhã, tudo o que posso pensar é que realmente espero que ele esteja certo. Realmente espero que isso funcione.

***


Com a língua e os dentes lambendo e beliscando o pescoço de Antonio, suspiro. Sinto suas mãos vagarem sobre o meu traseiro e seu pau empurrar para cima em mim. Já se passaram duas semanas desde que introduzimos o sexo em nosso

relacionamento

e,

nesse

período,

me

tornei

ninfomaníaca. “Porra, você é gostosa”, ele geme enquanto usa seu aperto na minha bunda para me levantar e me trazer para baixo em seu pau. “Eu quero sua boca, Libby.” Puxo minha boca de seu pescoço e olho para ele, provoco seu lábio inferior com a minha língua e observo de perto enquanto seu olhar se aquece e se estreita. “Dê-me sua boca.” Ele empurra com força, me fazendo ofegar, e mordo seu lábio inferior. “Antonio”, choramingo em angústia quando ele se guia para dentro de mim, segurando a ponta do seu pau na minha entrada. “Por favor, não pare.” “Dê-me

o

que

quero”,

ele

ordena. Minha

boceta

aperta. “Agora, Libby”, adverte. Deslizo minha língua em sua boca para brincar com a dele. Afasto minhas costas para longe da parede, ele me carrega para o outro lado da sala e me acomoda em cima da mesa em sua cozinha, sua boca nunca deixa a minha. Cruzo meus calcanhares em suas costas e deslizo meus dedos nas


suas costas até sua bunda, puxando-o contra mim para dizer a ele em silêncio o que preciso. Quando ele puxa de volta e sorri para mim, minha boceta se contrai novamente. “Você quer meu pau?” Ignoro o tom arrogante em sua voz, levanto a cabeça da mesa e sussurro: “Por favor.” Ele não me faz pedir novamente. Desliza para fora e depois para dentro, com força. Tão forte que a mesa balança. “Tão apertada. Cristo.” Ele empurra a língua de volta para minha boca enquanto sua mão desliza ao redor do meu quadril e seu polegar rola sobre o meu clitóris. “Sua boceta já está tentando me prender”, diz, inclinando-se para olhar onde estamos conectados. “Amo ver você me levar. Amo sentir sua boceta me agarrar como se estivesse com medo de que meu pau desapareça.” Seus olhos encontram os meus enquanto os músculos da minha barriga começam a ficar tensos. Estrelas começam a dançar na minha visão. “Oh Deus.” “Sinto isso. Goze, princesa.

Eu seguro você”, diz

rispidamente. Entrego-me

ao

sentimento. Os

meus

calcanhares

cavam em suas costas, e meu aperto sobre ele aumenta quando me separo de seus braços. Seu ritmo aumenta quando gozo, e ouço o som de seu orgasmo quando me segue. Ele deixa cair a testa no meu peito.


Respirando pesado, envolvo meus braços ao redor dele e mantenho minhas pernas apertadas ao redor de seus quadris. Não estou pronta para perder nossa conexão de nenhuma forma. “Gosto

quando

você

está

todo

suado”,

sussurro

enquanto minha respiração vem curta e agitada. “Eu meio que entendo isso. Pulou em mim assim que entrei pela porta.” Ele se inclina para trás para olhar para mim, e dou-lhe um sorriso satisfeito. “Aposto que você deu, pelo menos a dez mulheres um orgasmo improvisado enquanto estava correndo lá fora”, digo, acariciando meus dedos ao longo da parte inferior de sua mandíbula forte. “Eu só me importo com seus orgasmos.” Ele empurra meu cabelo para longe do meu rosto e me estuda por um longo

momento

antes

de

olhar

para

o

que

estou

vestindo. “Vejo que encontrou outra camisa. Ficou com ela, como todas as outras que roubou?” “Não é roubar se você sabe que eu as tenho. E sim. Acho que essa é a minha favorita. É macia.” “Gosto de você vestindo minha camisa e nada mais na minha

casa. E

realmente gosto

do

jeito

que

me

cumprimentou usando nada além da minha camisa. Mas posso perguntar como maldição ficou tão molhada antes mesmo de eu tocar em você?”


“Tive um vislumbre de você pela janela antes de chegar da sua corrida. Já estava molhada quando subiu as escadas”, admito com um encolher de ombros e uma risada. “Você me transformou nisso”, digo. Perco de vista o rosto dele quando ele leva a boca na minha para um beijo profundo. “Não vai me ouvir reclamar sobre isso.” Ele me levanta da mesa. “Preciso de um banho.” “Eu também. Estou toda molhada.” Escuto-o gemer, e sorrio quando me leva para o banheiro e me põe no chão para poder ligar a água. Puxo sua camiseta sobre a minha cabeça, não a deixo cair em suas roupas. Eu a levo para a minha bolsa e enfio dentro. Acho que toda vez que fico na casa dele pego uma camisa. Estou começando a formar uma coleção. “Se continuar pegando minhas camisas, não vou ter mais nenhuma para usar”, diz, pega minha mão e me puxa para o chuveiro com ele. “Você

tem

um

milhão

de

camisas. Levarei

uma

eternidade para pegar todas elas.” Sorrio enquanto suas mãos

começam

a

vagar

sobre

minha

pele

com

um

sabonete que cheira como ele. “Além disso, quando está trabalhando e não consigo dormir com você, gosto de tê-las para usar na cama à noite”, digo. Ele sorri baixinho antes de tocar seus lábios nos meus.


“Você me tem por mais duas noites.” “Eu sei.” Ontem à noite foi a primeira que esteve em casa em quatro dias. Senti falta de dormir ao lado dele, sentindo-o enrolado em volta de mim a noite toda. Realmente, senti falta dele. Fiquei acostumada a tê-lo por perto, acordar e tomar café da manhã com ele, trabalhar com ele na pizzaria à noite, depois ir para sua casa ou a minha. Tem sido bom, mais que legal. É loucura a rapidez em que entramos em um padrão de passar todo o nosso tempo juntos. Ele estava certo semanas atrás: essa coisa entre nós está funcionando perfeitamente. Bem, ainda preciso contar a ele sobre a compra da pizzaria. Toda vez que tento falar sobre isso, ele me cala. Então parei de falar sobre isso. “Você está pronto para jantar com os meus pais amanhã?” Pergunto quando tomo o sabonete de sua mão e começo a correr sobre os cumes e vales do seu abdômen. “Sim. Eu que deveria perguntar se você está pronta.” “Provavelmente será terrivelmente embaraçoso, mas estou ansiosa para você conhecer Levi e Wesley. Acho que vocês vão se dar bem.” Olho para ele e acrescento: “Minha mãe provavelmente vai sugerir casamento e bebês e todos os tipos de coisas que são muito cedo para falar agora, então


não enlouqueça quando isso acontecer e saia fugindo correndo.” “Não vou correr. Gostaria de lembrar a você sobre minha mãe, não é como se não tivesse mencionado netos algumas dúzias de vezes desde que nós ficamos juntos.” “É verdade.” Martina claramente decidiu que, como Antonio e eu estamos juntos, precisamos começar a produzir netos, quanto mais cedo melhor. “Nossas famílias são loucas”, murmuro, voltando meu olhar para as minhas mãos enquanto elas percorrem sua pele lisa. “Elas são”, ele concorda enquanto seus dedos roçam meus mamilos. “Isso não significa que não podemos fazer um favor a ambos os nossos pais e começar a praticar esses netos”, diz. Minha barriga contrai. “A prática leva à perfeição”, sussurro contra seus lábios quando sua boca toca a minha, e ele sorri enquanto me beija. Passamos

o

resto

da

manhã

e

da

tarde

praticando. Quando terminamos e temos que trabalhar na pizzaria, tenho certeza de que somos ambos profissionais.


Capítulo 14 JANTAR ANTONIO

Recostando-me na cadeira, sorrio. O jantar com a família de Libby transcorre sem problemas. O marido de Fawn, Levi, e o namorado de Mac, Wesley, são homens com os quais eu posso me ver sendo amigo. Eles parecem descontraídos e legais. O pai de Libby também parece um bom homem, e posso dizer que ele ama suas filhas e sua esposa. “Realmente pensei que Aiden ia cortar suas bolas quando descobriu que você fugiu para Vegas para se casar com sua filha”, Wesley diz para Levi com um sorriso. Levi

estreita

o

olhar

para

seu

parceiro

e

amigo. “Sério? Engravidar sua filha sem casar com ela é melhor?” Ele questiona com um sorriso. “Eu não quero me casar com ele”, Mac diz. Wesley muda seu olhar estreitado para sua namorada grávida. Rindo, eu me inclino para trás em minha cadeira e deslizo meu braço por trás de Libby, descansando nas costas de sua cadeira.


“Então, por que você odiava Libby?” Com a pergunta de Fawn, todo mundo ao redor da mesa de jantar parece estar parado. Todos os olhos se concentram em mim. Mudo desconfortavelmente, então olho para ela na mesa, pensando no que dizer. Mudo meu olhar para Aiden e me contorço. A julgar pelo olhar em seus olhos, penso que está prestes a mudar de ideia sobre gostar de mim. “Eu não a odiava”, falo, dando um aperto no joelho de Libby. “Sério?” Ela diz, cruzando as mãos sobre o peito. “Você não me odiava?” Ela revira os olhos, quero me inclinar e beijar sua boca para mostrar que realmente não a odiava. “Você tinha uma maneira muito estranha de mostrar isso”, Libby diz. Olho para ela e percebo que franze a testa. “Você sempre foi tão mal comigo, sempre um idiota quando estávamos perto um do outro.” Estudo

sua

expressão,

solto

um

suspiro

pesado. “Minha ex aprontou comigo, e despejei em você”, admito.” Sua carranca se aprofunda. “Então você foi malvado com ela por causa da sua ex”, a Srta. Ina diz. Olho para o outro lado da mesa para a


mulher mais velha. “Você é louco?” Luto contra um sorriso, balanço minha cabeça. “Você deixa o seu passado decidir o seu futuro.” “Minha ex era materialista. Nada que eu fizesse para ela parecia ser o suficiente. Ela só se importava com dinheiro e grifes. Quando conheci Libby, ouvi ela falando de uma bolsa e...” “Assumiu que Libby era exatamente como ela.” A senhorita Ina me interrompe, seus olhos se tornam ásperos, seu lábio com uma expressão de desgosto. “Acho que ele estava com medo porque sabia de alguma forma que iria se apaixonar por Libby”, Fawn diz. Meu coração bate forte porque suas palavras soam verdadeiras. Realmente me apaixonei por Libby nas últimas semanas, e sei que agora estou apaixonado por ela. “Os caras estão sempre fugindo do amor.” “Não eu”, Levi diz. Ela olha para ele e sorri melancolicamente. “Não, você não. Você correu para o amor comigo enquanto eu tentava fugir.” “E eu ainda peguei você”, ele diz. Eu o vejo brincar com os anéis em seu dedo. “Como exatamente foi um idiota com a minha menina?” Aiden pergunta, sua voz um profundo estrondo.


Meu corpo fica tenso. Merda. “Eu...” “Não posso acreditar que era um idiota comigo só porque me ouviu falando sobre uma bolsa que eu queria comprar”, Libby diz, parecendo chateada. Movo meu olhar para ela. “Sério? Esse foi o seu raciocínio para me tratar como lixo? Trabalho duro por tudo que tenho. Sempre trabalhei duro para as coisas que quero.” Ela balança a cabeça. Ela parece que vai jogar o guardanapo na mesa e me dar um soco. “Eu te disse que fiz muitas suposições sobre você.” “Sim.” Ela balança a cabeça, desviando os olhos dos meus. “Obviamente,

o

tempo

mostrou

o

quanto

sou

materialista, né? Quer dizer, eu estava apenas desfilando roupas de grife, certo? Gostaria que soubesse que nunca paguei o preço total por qualquer coisa que possuo. Sempre procuro uma promoção.” “E ainda gostaria de saber como você a tratou”, Aiden diz. Do

meu

lado,

Wesley

fala

em

“Abortar! Abortar!” Ouço Mac começar a rir.

voz

baixa:


“Quem quer sobremesa?” Katie pergunta de repente, empurrando a cadeira. “Eu fiz um bolo.” “Vou te ajudar.” Libby começa a se levantar, mas aperto sua coxa antes que ela possa ficar de pé. “Sinto muito por como te tratei. Não deveria ter assumido

que

era

como

ela. Deveria

ter

usado

a

oportunidade e ter conhecido você melhor.” “Sim, deveria”, ela concorda, tentando se levantar mais uma vez. “Não fique chateada.” “Os jantares em família são sempre muito divertidos”, Mac brinca. Libby olha por cima do meu ombro para a irmã com um olhar intenso. “Princesa”, chamo, e o olhar de Libby encontra o meu. “Sinto muito”, digo a ela. Sua mandíbula aperta. “Eu era um idiota. A maneira como tratei você não teve nada a ver com você e tudo a ver comigo, minha cabeça estava mal.” Ela solta um suspiro, relaxa em sua cadeira. “Desculpe-me.” Eu me inclino para beijar o lado de sua cabeça. E a ouço suspirar. “Você tem sorte que provou que pode ser doce”, ela me diz e olha nos meus olhos. “Caso contrário, sairia da mesa e deixaria meu pai ter algumas palavras com você.”


“Você não faria isso.” “Ah sim eu faria.” “Seu pai é assustador”, digo alto o suficiente para apenas ela ouvir. Ela sorri. “Ele também possui mais de uma arma. Você provavelmente deveria se lembrar disso.” Ela dá um tapinha na minha bochecha. “Grandes e pequenas.” Engulo o nó na garganta e olho para o pai dela. Ele realmente atiraria em mim? Lembro do olhar que me deu. Ele atiraria em mim sem pensar duas vezes. “Do que vocês estão falando? Falem para que o resto de nós possa ouvir”, a Srta. Ina diz. Começo a rir e vejo Libby fazer o mesmo. “Nada, senhorita Ina”, Libby diz logo antes de se inclinar para me beijar, deixando claro que estamos bem.

***

“Tem algo que eu quero te dizer”, Libby diz. Estou saindo do banheiro, onde acabei de me livrar do preservativo que usamos. Olho para o relógio para ver quanto tempo temos antes que ela precise se preparar para o trabalho e eu precise sair para a minha corrida.


“O que é?” Volto para a cama, então a arrasto pelo colchão para mim e puxo os cobertores para cima de nós. “É sobre a pizzaria”, ela começa. Sinto cada músculo do meu corpo ficar tenso, e meus braços se apertam ao redor dela. Ela falou sobre a pizzaria mais do que algumas vezes nas últimas duas semanas. E não importa quantas vezes expliquei meus sentimentos sobre a pizzaria, não sou capaz de impedi-la de mencionar uma vez ou outra. Sei que ela ama o lugar, e sei que odeia a ideia de outra pessoa comprá-la. Ela provavelmente quer falar comigo sobre reconsiderar e assumir o lugar dos meus pais. “Libby...” “Por favor, me ouça”, ela pede, vira para mim e descansa as mãos contra o meu peito nu. “Eu

não

quero

nada

com

a

pizzaria”,

eu

a

interrompo. “E também não quero falar sobre isso”, protesto com os dentes cerrados. “Mas...” “Mas nada, princesa”, digo, tentando não deixar minha voz subir o som. Decido que finalmente preciso fazê-la entender. “Você não cresceu com seus pais trabalhando lá sete dias por semana, doze horas por dia, Libby. Não passava a maior parte dos seus finais de semana atendendo telefones e recebendo pedidos. Não precisava dormir no


quarto dos fundos em um saco de dormir porque o restaurante não fechava na sexta-feira e você não tinha escolha a não ser ficar com seus pais. Não perdeu tempo com

seus

pais

porque

tinham

um

negócio

para

administrar. Seu pai não perdeu seus jogos porque não conseguia encontrar ninguém para ficar no lugar dele na pizzaria. Não assistiu aquele lugar lentamente matar seu pai ao longo dos anos.” “Eu...” “Não.” A interrompo novamente. E lanço os cobertores e saio da cama. “Nós não vamos falar sobre isso.” Ando em direção à cadeira onde estão minhas roupas. “Onde está indo?” Ela pergunta, levantando-se de joelhos, seus olhos arregalados em espanto. “Vou sair para uma corrida”, digo, vestindo meu moletom e uma camiseta. “Mas...” “Você precisa se preparar para o trabalho. Tem que pegar um táxi em breve.” “Nós precisamos falar sobre a pizzaria.” Ela pega a minha mão e balanço a cabeça para negar o seu desejo. “Nós não precisamos falar sobre a pizzaria. Não é mais problema meu. Está feito, Libby. Alguém está comprando. Deixe assim de uma vez.”


“Eu ...” ela começa. Eu a interrompo com um beijo rápido. “Eu te vejo em alguns dias. Te ligo hoje à noite quando tiver uma chance.” Viro e saio do quarto, ignorando-a quando me chama de novo. Pego minha chave e celular do balcão na cozinha, enfio os dois no bolso antes de colocar meus tênis e sair do meu apartamento. Uma vez que estou fora do prédio, corro até parecer que minhas pernas estão prestes a desistir de mim antes de ir para casa. Quando volto ao meu apartamento, Libby se foi. Sabia que ela iria, o que é bom. Não queria que ela fosse embora assim, deixando-me chateado, saído quando ela provavelmente está chateada também. Sei que o sentimento dela em relação à pizzaria é diferente do meu, mas ela não cresceu como eu. Ela só precisa esquecer isso. Espero que uma vez que o novo proprietário assuma, não tenhamos que falar sobre isso novamente.


Capítulo 15 DEVO ESTAR MORRENDO LIBBY

“Estou procurando por Libby.” A voz masculina parece familiar. Franzo a testa, tentando descobrir de onde conheço essa voz e por que tem um homem aqui procurando por mim. “E você é?” Peggy pergunta. Rapidamente lavo minhas mãos e as enxaguo, então pego uma toalha de papel e começo a secá-las. “Walter”, a voz responde quando empurro a porta vai e vem. Chego parando quando um familiar par de olhos azuis repousa sobre mim. “Walter”, sussurro em choque ao vê-lo novamente. Especialmente aqui, de todos os lugares. “Ei.” Ele sorri, enfiando as mãos nos bolsos da frente da calça, parecendo um pouco desconfortável. “Sei que devia ter ligado, mas quando falei com Palo hoje de manhã, ele me disse

que

estava

comprando

parabenizá-la.” “Comprando a pizzaria?”

a

pizzaria. Quis

vir

e


Meu coração afunda e meu estômago contorce. Viro para olhar para Antonio, cuja voz está cheia de tensão. Já se passaram três dias desde que deixei seu apartamento em lágrimas depois de tentar dizer a ele que eu era a compradora. Nós

conversamos

desde

então,

mas

as

conversas sempre foram curtas. “Eu...” “Você

é quem está comprando

a

pizzaria?”

Ele

pergunta, sua mandíbula aperta e abre enquanto espera pela minha resposta. “Sim”, sussurro. “Que porra é essa?” Ele grita e me faz pular. “Eu ia dizer a você”, digo rapidamente enquanto dou um passo em direção a ele. Ele dá um passo para trás, levantando a mão entre nós. “Eu tentei te dizer”, falo baixinho, segurando minhas mãos

juntas. Lágrimas

começam

a

arder

nos

meus

olhos. “Você sempre me calava.” “Faz semanas que meus pais me disseram que tinham uma oferta pela pizzaria. Semanas, Libby. Nessa época, passei quase todos os dias com você.”


“Eu sei. Tentei te contar”, repito suavemente enquanto meu peito começa a ficar apertado. “Sinto muito... Eu tentei.” “Sente muito? Por que sente muito, exatamente?” “Sinto muito por não ter lhe dito antes. Deveria ter contado mais cedo.” “Você não me disse nada”, ele rosna, seus olhos disparam para atrás de mim para onde sei que Walter está de pé. “Eu sei. Eu ia...” paro minhas palavras quando seus olhos

endurecem. “Podemos

conversar

sobre

isso

em

particular?” Pergunto, sentindo os olhos de todos em nós. “Acho que sua hora de falar acabou.” “Antonio...” Tento impedi-lo, mas ele passa por mim. Eu o sigo. Quando ele entra no escritório, fecho a porta atrás de mim. “Só por favor, me escute”, imploro quando o vejo colocar o casaco e o chapéu. “Por que devo ouvir você agora?” Ele se vira para mim, e a raiva que vejo em seu olhar faz minha respiração congelar em meus pulmões. “Sinto muito. Sei que devia ter contado antes. Sei que devia, mas no começo não achei que entenderia porque eu quero

este

lugar. Pensei que tentaria

me

impedir

de


comprar. Então você não me ouviu sempre que eu tentei falar sobre isso.” “Acho que agora você nunca saberá o que eu diria ou faria.” Ele se move para a porta, mas eu me movo para frente dele. “Saia do meu caminho, Libby.” “Antonio, por favor. Somente... vamos nos acalmar e conversar sobre isso.” “É tarde demais. Nós não temos mais nada sobre o que falar. Nunca mais”, ele rosna. Meu coração não apenas dói; Ele se dilacera no meu peito, ficando exposto. “Boa sorte, Libby. E até nunca mais!” Ele abre a porta e sai, fechando-a. Começo a respirar pesadamente e as lágrimas borram minha visão. Sei que não posso deixá-lo sair sem falar comigo. Abro a porta e corro atrás dele. “Chiquita, dê-lhe tempo para esfriar a cabeça.” Hector me para na porta da frente da pizzaria, e finalmente deixo o soluço sair. Eu me viro para ele e enterro meu rosto contra seu peito largo.


“Dê-me ela aqui, querido. E pegue meu casaco para mim. Vou levá-la para casa”, Peggy diz, tira-me de Hector e envolve os braços em minha volta. “Acalme-se, Libby. Tudo vai dar certo.” “Estraguei

tudo”,

choramingo. Seus

braços

se

apertam. “Arruinei tudo.” “Vai ficar tudo bem”, repete suavemente. Ela me solta e segura meu casaco para poder colocá-lo. “Vamos, vamos para casa. Você verá. Tudo ficará bem.” “Não vai ficar bem”, nego, olhando para ela. Seus olhos se enchem de simpatia. “Ficará. Apenas dê tempo a ele”, diz gentilmente. Balanço minha cabeça. “Vou te levar para casa.” “Não, estou bem. Ficarei bem.” A preocupação toma seus traços enquanto limpo as lágrimas das minhas bochechas. “Realmente, estou bem.” Respiro profundamente, disposta a parar de chorar. “Libby, me desculpe. Eu não sabia”, Walter diz. Meus olhos vão para onde ele está, ainda com as mãos enfiadas nos bolsos da frente da calça. “Está tudo bem. Isso ia acontecer de um jeito ou de outro.” “Eu...”


“Está tudo bem”, repito, interrompendo-o. Viro para a porta e saio correndo. Vou direto para casa. Assim que entro, um soluço sai do meu peito. Paro, afasto meu cabelo para longe do meu rosto e tento respirar. “Libby?” Giro ao redor, e encontro a Srta. Ina de pé na porta

aberta

do

apartamento. “Que

merda

aconteceu,

criança?” Ela sussurra com os olhos cheios de preocupação. Cubro meu rosto com as duas mãos e choro mais forte. “Venha.” Ela agarra meu braço e me leva lentamente para o seu apartamento, onde me obriga a sentar no sofá antes de sentar-se ao meu lado. “Agora me diga o que aconteceu”, pede, envolvendo o braço desajeitadamente em volta do meu ombro. “Antonio descobriu que estou comprando a pizzaria.” “Ele ficou furioso por estar comprando?” Pergunta, soando um pouco confusa. Balanço a minha cabeça. “Não... ele”, minha cabeça balança de um lado para o outro “ele ficou bravo por não contar a ele sobre isso... por não dizer a ele que iria comprar.” “Oh céus.” “Sim.” Tento respirar, mas é difícil com o quão apertado meu peito está. “Ele disse: „Boa sorte e até nunca mais'. Até


nunca mais... Deus...terminamos, e é tudo culpa minha por não

dizer

a

ele

algo

que

eu

deveria

ter

dito

semanas. Antes que as coisas entre nós ficassem sérias.” “Dê-lhe tempo para se acalmar. Ele vai voltar a si. Foi apenas um choque, só isso.” “Ele não vai. Sei que não vai.” “Ele vai, criança. Tudo vai ficar bem.” “Ele nem quis me ouvir quando tentei falar com ele.” “Os homens são teimosos assim, Libby. É melhor aprender isso agora. Ele voltará atrás, e quando isso acontecer, vocês dois resolverão isso.” “Por que meu peito doí tanto?” Sussurro, olhando nos olhos escuros da senhorita Ina. Seu

rosto

suaviza. Ela

não

responde

a

minha

pergunta; apenas envolve seus braços em torno de mim e me dá um abraço. “Estou morrendo?” Pergunto, abraço ela de volta. “O quê?” Ela se afasta para olhar para mim. “Está me abraçando e meu peito está doendo. Devo estar morrendo de um ataque cardíaco.” “Você não está morrendo, criança. Chama-se coração partido.”


“Ótimo.”

Mais

lágrimas

caem

pelas

minhas

bochechas. “Coração partido é uma merda. Lembre-me de nunca mais me apaixonar”, digo, então sinto meus olhos se arregalarem. “Não.” Balanço minha cabeça quando seus olhos se voltam conhecedores. “Não estou apaixonada por ele. Eu não estou. Não posso estar. É muito cedo.” “Silêncio.” Ela cobre minha boca com a mão. “O amor nem sempre acontece quando esperamos. Nem sempre acontece com fogos de artifício e explosões. Às vezes, você se surpreende silenciosamente quando menos espera.” “Eu não estou.” Tento de novo, minha voz abafada pela mão dela. Ela balança a cabeça. “Você está, e vai ficar tudo bem”, diz suavemente. Quero acreditar nela, realmente quero. Mas vi o olhar em seus olhos antes de ele sair. Não foi só eu não lhe contar sobre a compra da pizzaria, é algo mais profundo que isso. “Tudo vai dar certo. De um jeito ou de outro, tudo bem, Libby. Isso eu posso te prometer.” Agarro a mão dela, puxo para longe da minha boca. “E se ele não me perdoar?” “Então ele não te merece e você encontrará alguém que a mereça. Alguém que vai te amar exatamente como merece.”


“E se...” “Chega com esse E se, criança.” Ela me deixa e se levanta. “Agora vou fazer um chá para você. Então vá lá para cima, e lave essa maquiagem que está escorrendo do seu rosto e vá para a cama. Amanhã vai começar um novo dia sabendo que, de um jeito ou de outro, as coisas vão dar certo.” “Tudo bem”, concordo, observando ela andar devagar até a cozinha. Quando volta, entrega uma xícara de chá que cheira a hortelã. Bebo enquanto ela assiste em silêncio. Minha mente está em crise.

***

“Ela está dormindo?” Juro que ouço minha irmã Fawn, mas sei que devo estar sonhando. “Os olhos dela estão fechados, então meu palpite é sim”, Mac responde. Franzo a testa. Por que estou sonhando com minhas irmãs? “Devemos acordá-la?” Naquela pergunta, pisco os olhos e olho para minhas irmãs, que estão de pé acima da minha


cama. “Deixa pra lá. Ela está acordada agora”, Fawn diz, e seu rosto suaviza. “Ei.” “O que estão fazendo aqui?” Pergunto e olho entre minhas irmãs. Ambas têm olhares preocupados em seus rostos. “Mamãe nos chamou”, Mac responde, sentando na cama. Ela pula um segundo depois quando acidentalmente senta-se em Pool, que estava debaixo dos cobertores. “Você tem um gato.” Fawn pega o gatinho e o segura contra o peito. “Esse é o Pool”, digo a ela, sentindo meu peito ficar apertado. Por que deixei Antonio escolher o nome? Agora vou ser lembrada dele toda vez que disser o nome. “Ele é fofo”, Mac diz, tirando-o de Fawn. “Por que mamãe ligou para vocês?” Pergunto, trazendo a situação de volta ao foco. Ambos olham para mim. “A senhorita Ina ligou para ela ontem à noite e contou o que aconteceu.” “Ótimo.” Fecho meus olhos, desejando poder voltar a dormir e acordar com a noite passada sendo nada além de um sonho realmente ruim.


“Como você está?” Fawn pergunta e afasta meu cabelo para longe do meu rosto. Meu coração parece que foi arrancado do meu corpo e pisado em todos os lugares, depois atropelado algumas vezes. Abro meus olhos e sento. “Estou bem. Vocês não precisavam vir.” “Somos suas irmãs. É claro que precisávamos vir.” Mac suspira quando Fawn se aproxima para sentar ao meu lado na cama. “Sabemos que fomos péssimas ultimamente. Sentimos muito por não estar aqui por você.” “Vocês

duas

têm

suas

vidas

para

viver. Eu

entendo. Tudo bem”, digo baixinho quando minha garganta começa a ficar apertada. “Não está tudo bem que ficamos tão envolvidas com o que está acontecendo em nossas vidas que negligenciamos nossa irmãzinha”, Mac diz, pega minha mão e aperta. “O que aconteceu?” Pergunta. Deixo cair minha cabeça para frente e olho para a mão dela segurando a minha. Então conto a elas tudo o que aconteceu entre Antonio e eu, incluindo o fato de que dei a ele a minha virgindade. “Realmente

sou

uma

idiota”,

Fawn

diz

quando

termino. “Não tinha ideia de que estava passando por tudo isso.”


“Não contei a ninguém.” Dou de ombros, e ela se inclina para ao meu lado enquanto mantenho meus olhos no meu colo. “Eu sei. Mas também não perguntei. Sinto muito”, diz baixinho. “Está tudo bem.” “Não está tudo bem”, Mac diz. Levanto meus olhos para ela quando ouço o tom irritado em sua voz. “Sabia que algo estava acontecendo com você e Antonio, e não perguntei sobre isso. Devia ter perguntado a você sobre isso.” “Não sei se diria a você alguma coisa, mesmo que tivesse perguntado”, admito. Seu rosto suaviza. “Agora, não acho que isso importe de qualquer maneira, já que duvido que eu o veja novamente.” Ouço Fawn bufar e olho para ela. “Depois que se acalmar, ele vai voltar.” “Ele estava realmente muito furioso.” “Sim, e tem motivo para ficar bravo. Mas vai perceber que exagerou e voltar. Apenas dê a ele algum tempo.” Não acredito que ela esteja certa. Ele foi bom em fingir que me odiava por anos e isso foi antes de lhe dar uma


verdadeira razão para não gostar de mim. Agora que tem munição e nenhuma razão para confiar em mim, tenho a sensação de que vai usar isso para ficar longe de mim para sempre. Não sei exatamente o que sua ex fez, mas tenho certeza que, de uma forma ou de outra, ela mentiu para ele e escondeu as coisas. Ele provavelmente me colocou na mesma caixa em que ela. “Acho que você precisa de álcool”, Mac diz. Olho para o alarme na minha mesa de cabeceira. “São nove da manhã.” “São cinco horas em algum lugar”, Fawn canta, e sorrio. “Vamos. Vista-se. Vou procurar e ver o que posso encontrar na sua cozinha.” Ela me empurra para fora da cama e vem atrás de mim. Pego uma calça de moletom e uma das minhas camisas velhas, entro no banheiro e fecho a porta atrás de mim. Quando olho no espelho, gemo. Não fiz o que a senhorita Ina sugeriu e lavei meu rosto quando cheguei em casa ontem à noite. Em vez disso, fui para a cama e segurei Pool enquanto chorava mais um pouco. Pego um lenço de limpeza facial, limpo minha maquiagem velha do rosto e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo antes de me vestir. Vou para a sala e encontro Fawn na cozinha, cozinhando. Mac está abrindo a garrafa de vinho zinfandel branco que estava na minha geladeira. Olho para baixo


quando Pool circula meus pés, sorrio, e o pego e beijo o topo de sua cabeça. “Aqui.” Mac me entrega uma taça cheia até o topo com vinho. Tiro dela e arqueio uma sobrancelha. “Beba, irmã.” “Provavelmente devo ligar para Martina antes de ficar bêbada e explicar o que aconteceu”, digo antes de tomar um grande gole de vinho gelado. “Você acha que ela vai incomodá-lo mais se falar com ela?” Fawn pergunta, parecendo perturbada. Balanço minha cabeça. “Ela sabia que não queria contar a Antonio sobre a compra da pizzaria. Pedi a ela e a Tony que não contassem a ele. Não quero que ele chegue a eles antes que eu tenha a chance de dizer que ele sabe e que está chateado, apesar de tudo.” “Ainda não entendi por que não queria contar a ele”, Mac diz, me estudando. “Isso porque minhas razões eram totalmente estúpidas, em retrospectiva.” Abaixo minha taça de vinho e pego meu celular da minha bolsa. Quando ligo a tela, vejo que tenho algumas chamadas perdidas da minha mãe e das minhas irmãs. Ignoro as chamadas da minha mãe por enquanto, ligo no número de Martina. Coloco meu telefone no ouvido enquanto me sento no sofá, segurando Pool. “Eu sabia que isso ia acontecer”, Martina diz quando responde. Meus olhos se fecham. “Você está bem?”


“Não”, sussurro. “Oh, cara. Sinto muito.” “Está tudo bem.” “Não está, mas vai ficar”, diz enquanto enterro meu rosto contra o pelo macio de Pool. “Você o viu? Ele está bem?” “Ele veio essa manhã para conversar comigo e com o pai dele. Não estava com vontade de ouvir nada do que tínhamos a dizer, então foi embora.” “Desculpe-me por ter arrastado você e Tony nessa bagunça estúpida.” Suspiro. “Tudo bem. Ainda não entendo por que não queria contar a ele, mas Tony diz que sim. Talvez eu faça ele me explicar.” “Talvez

ele

possa

explicar

para

mim

também”,

murmuro. Ela ri. “Você vai ficar bem, cara? Quer que eu vá até você?” “Minhas irmãs estão aqui comigo, mas obrigada. Estou feliz que não esteja com raiva de mim.” “Claro que não estou com raiva de você. Nós, mulheres, precisamos nos unir. Meu filho vai voltar, apenas dê tempo a ele.”


Dar-lhe tempo... Juro que se ouvir isso mais uma vez, posso perder a cabeça. “Vou dar tempo a ele”, concordo, pensando que ele tem todo o tempo do mundo. Eu fiz errado. Errei, escondendo algo dele. Mas ele não devia pelo menos ter tido tempo para me ouvir quando tentei explicar as coisas para ele? Ele devia saber, depois de todas as vezes que tentei falar com ele sobre a pizzaria, que eu tinha uma boa razão para fazer isso. “Vamos conversar em breve, cara.” “Em breve.” Desligo e, em seguida, disco o número da minha mãe. “Querida”,

mamãe

sussurra. Aperto

meus

olhos

fechados. “Você está bem?” “Fawn e Mac estão aqui”, digo sem responder. “Bom. Estou indo para a cidade. Estou me preparando para sair agora.” “Mãe, você não precisa fazer isso.” “Sim, eu preciso”, afirma. “Eu te amo. Estarei ai em breve. E vamos conversar.” Ótimo. “Tudo bem”, concordo. “Eu também te amo.” Desligo, então olho para Fawn e Mac. “Mamãe está a caminho.”


“Você vai precisar de mais álcool”, Mac murmura, pega minha taça de vinho ainda cheia e traz para mim. Ouço batidas na porta e meu coração pula no meu peito. Ele volta quando a Srta. Ina grita: “Abra a porta!” “Ótimo. Isso está melhorando a cada segundo.” “Pelo menos você sabe que é amada”, Fawn diz, entregando-me um prato de panquecas. Mac abre a porta para deixar a senhorita Ina entrar. “Demorou demais”, Srta. Ina reclama para Mac. “Demorei meio segundo para abrir a porta”, Mac responde com um revirar de olhos. “Tanto faz”, Srta. Ina resmunga. Então seus olhos se movem para mim. “Você está bem?” “Ótima.” Levanto minha taça de vinho. “Bebendo

de

manhã. Senhor. Está

pior

do

que

pensava.” “Vai me abraçar de novo para melhorar?” Pergunto a ela, e seus olhos escuros se estreitam. “Só perguntando.” “Sua mãe está a caminho. Quando ela chegar aqui, todas iremos para a Bloomingdale's 4.” 4

Loja de departamentos


“O quê?” “Terapia, criança. Vou até comprar alguma coisa para você.” Realmente devo estar destruída, porque pela primeira vez na minha vida, fazer compras não é algo que quero fazer. “Prefiro ficar em casa.” “E o quê? Ficar bêbada e assistir TV?” Ela balança a cabeça. “Estamos tirando você deste apartamento, tirando sua mente desse drama.” Ela desvia os olhos de mim antes que eu possa dizer a ela que realmente prefiro não sair. Olha para Fawn. “Onde está o meu café?” “Não sabia que queria café.” Fawn pisca um sorriso divertido para a velha. “Você não perguntou. O que há com vocês, crianças, hoje em dia e sua falta de educação?” “Srta. Ina, pare de ser uma resmungona”, falo para ela antes de tomar um grande gole de vinho. “E não vou a lugar nenhum. Vou ficar tomando vinho, assistindo a filmes e vou para a cama cedo, já que tenho que trabalhar no salão amanhã.” “Tudo bem”, bufa quando Fawn lhe traz uma xícara de café. Sorrio para as minhas irmãs, então me recosto no sofá com minhas panquecas.


Uma hora depois, mamãe aparece. Quando digo a ela que não sinto vontade de sair, ela sai para comprar o almoço. Comemos em frente à televisão, até a senhorita Ina come seu sanduíche sentada no sofá ao meu lado. Ok, ela reclama o tempo todo sobre comer na frente da TV, mas ignoro isso e me concentro na parte boa. A parte do ser cercada por amor. Também bebo mais vinho. Minha taça de vinho

nunca

fica

vazia. Assistimos

a

filmes,

todos

assustadores, e quando todos saem, vou para a cama e mais uma vez choro para dormir enquanto abraço Pool. Ele não parece se importar com o fato de seu pelo estar molhado.


Capítulo 16 ENGOLINDO MEU ORGULHO ANTONIO

Quando meu táxi passa pela pizzaria, não consigo me controlar. Olho pela janela e vejo a nova placa sobre a loja: PRINCESS PIZZA. Ela mudou o nome para Princess Pizza, com a merda de um letreiro rosa brilhante... Porra... Meu peito aperta e náusea revira meu estômago. Ver o novo nome na pizzaria não faz mal, me mata. Já faz duas semanas, duas semanas, desde que vi Libby. Nesse tempo, deixei de ficar chateado com ela para ficar chateado comigo. Estraguei tudo. Deixei minha raiva ganhar, e fui embora quando devia ficar por perto. Devia ter deixado ela explicar. Maldição, eu devia ter deixado ela explicar todas as vezes que tentou falar comigo sobre a pizzaria antes de eu descobrir que ela estava comprando. Nunca deixei. Toda vez que ela começava a falar sobre a pizzaria, eu a interrompia. Não queria ouvi-la dizer que achava que eu devia assumir no lugar dos meus pais, que achava que eu cometia um erro. Eu a coloquei na mesma caixa que a minha ex e fechei a porra da tampa nas duas novamente.


Esfrego minha palma contra o peito para tentar me livrar da dor ali, mesmo sabendo que é inútil. De alguma forma acabei me apaixonando por Libby. Não sei como isso aconteceu ou quando aconteceu, mas não há como negar que eu a amo. Eu a amo. E agora... agora não sei como voltar para onde estávamos antes de eu realmente foder as coisas entre nós. Honestamente, estou com medo de que ela não me queira de volta quando finalmente tiver coragem de ir até ela. "Chegamos", meu taxista diz quando para na frente da casa dos meus pais. Não evitei somente Libby nas últimas duas semanas, também evitei meus pais. Sempre senti que a pizzaria era a única coisa na vida que meus pais e eu discordamos. Meu pai e minha mãe sempre a amaram, e eu sempre me ressenti por tê-los tirado de mim quando estava crescendo. Ao longo dos anos, me tornei tão focado no mal que esqueci os bons momentos que tive na pizzaria quando criança. Esqueci do meu pai me ensinando a fazer pizzas, esqueci da minha mãe me dando festas de aniversário lá, esqueci sobre qualquer time esportivo que comia de graça depois de cada jogo. Também sei que meu pai está desapontado comigo por não seguir seus passos. Essa culpa que carrego só pareceu ficar mais pesada quando ele teve seu ataque cardíaco. Ele disse que entendia minhas razões para recusar sua oferta, mas ainda podia ver a derrota em seus olhos quando me disse que ele e mamãe venderiam a pizzaria.


Subo os degraus de tijolos, toco a campainha. Espero com as mãos enfiadas nos bolsos da frente da minha calça jeans. Minha mãe espia pela janela lateral e um sorriso aliviado ilumina seu rosto. “Sabe que não precisa bater ou tocar a campainha. Eu te dei uma chave por um motivo”, ela diz assim que abre a porta. "Deixei minha chave em casa", explico enquanto me inclino para beijar sua bochecha. "Papai está por aqui?” "Sim. Está aqui. Está na sala de estar, gritando com a televisão.” "Quem está jogando?” “Uma equipe vermelha e uma equipe azul, é tudo o que sei.” ela diz com uma risada enquanto a sigo para a sala de estar. Meu pai está realmente gritando com um jogo de futebol na TV. Assim que entro na sala, ele alcança o controle remoto e desliga. "Demorou o suficiente para chegar aqui", ele diz numa saudação. A

tensão

que

tenho

acumulado

instantaneamente. “Desculpe. Devia ter vindo mais cedo.”

se

libera


"Devia", ele concorda. Ele se levanta da poltrona e caminha na minha direção. Encontro-o no meio do quarto e envolvo meus braços nele. "Eu sinto muito.” "Não sou eu com quem você precisa se desculpar", diz rudemente, batendo com o punho nas minhas costas. "Eu sei", concordo quando ele me deixa ir. “Ela é uma boa menina. Espero que descubra uma maneira de perdoá-la por não ter contado, mas quero que saiba agora que entendo por que ela não fez. Você não é a pessoa mais fácil de conversar quando se trata de discutir a pizzaria. ” “Ela tentou me dizer. Eu só não queria ouvir”, admito. Ele balança a cabeça e se recosta na poltrona reclinável. Eu me sento em frente, no sofá. "O que vai fazer para reconquistá-la?” "Eu não sei, porra.” Esfrego minhas mãos pelo meu rosto. “Eu fodi tudo, grande momento. Estive me escondendo como um covarde desde então.” "Meu

filho

não

é

um

covarde",

afirma

com

firmeza. Encontro seu olhar. "Você precisa ir até ela.” “E se ela disser que não quer me ver de novo? Pior, e se me disser para ir me foder?”


"Não posso imaginar Libby dizer isso", Mamãe oferece quando entra na sala e senta ao meu lado. "Você já a viu?” Pergunto, olhando para ela. “Eu a vi hoje de manhã. Fui à pizzaria para ajudá-la com algumas coisas no escritório que ela não sabe como fazer”, ela diz. Ela alcança, pega minha mão na dela. "Ela está indo tão bem quanto se pode esperar.” "Sinto falta dela", digo e luto contra o desejo de esfregar a palma da minha mão contra o meu peito bem sobre o meu coração. "Eu a amo.” "Eu sei que você ama", minha mãe diz com simpatia, dando a minha mão um aperto. “Ela mudou o nome da pizzaria para Princess Pizza. Acho que isso também lhe diz algo sobre o que ela sente por você.” "Eu vi a nova placa", admito. "É realmente rosa.” Dou risada e soa áspero e estranho. “Esta é a Libby que estamos falando. É toda sobre ser uma garota. Acho que vai ser um sucesso. Ela está trazendo algo novo para o bairro e os negócios. Seu pai e eu ficamos realmente impressionados com os planos dela.” Não estou surpreso. Ela tem uma boa cabeça e é muito trabalhadora. Sei que com ela administrando, a pizzaria será bem sucedida.


“Vá até ela. Fale com ela”, papai diz. Olho para ele. “Ela provavelmente está na pizzaria agora. Está lá todos os dias, preparando as coisas para a grande reabertura.” “Quando é?” "Em dois dias", mamãe diz. “Ela está dando uma grande festa para comemorar. Seu pai e eu vamos dar nosso apoio. Talvez você possa ir.” “Talvez seja melhor falar com ela antes disso. Não quero emboscá-la em sua festa e estragar tudo para ela.” "De qualquer forma, tenho certeza que ela gostaria de ver você", ela diz solenemente. Solto uma respiração profunda. "Estamos bem?” Pergunto e olho entre meus pais. Meu pai franze a testa enquanto as sobrancelhas da mamãe se juntam. “Sei que vocês ficaram desapontados comigo por não querer assumir a pizzaria.” Odeio deixar os dois para baixo. “Você não nos decepcionou. Estamos orgulhosos de você, orgulhosos do tipo de homem que é. Tudo o que queremos é te ver feliz, Antonio. Nós nunca tentaríamos forçar nossos próprios sonhos para você.” "Estou feliz, ou estava.” Eu estava feliz até arruinar as coisas com Libby, até que provei a ela mais uma vez que babaca posso ser.


"Vá pegar Libby de volta e encontrar a felicidade de novo, filho", papai diz baixinho. Porra, espero que ele esteja certo. Se não estiver, não sei o que vou fazer. Pensei que amava minha ex, mas não parecia assim. Estou apaixonado por Libby. Sei disso, se não conseguir encontrar uma maneira de recuperá-la, nunca encontrarei o tipo de felicidade e amor que ela me deu de novo. "Vou falar com ela.” Eu me levanto e abraço meus pais antes de sair pela porta e pegar um táxi. Quando o motorista estaciona do outro lado da rua da pizzaria, começo a pagar minha viagem, mas então vejo Libby sair de lá usando um jeans apertado e uma simples camiseta de manga comprida. Seu cabelo está amarrado em um coque e seu rosto sem maquiagem. Ela olha por cima do ombro para um homem que sai da pizzaria atrás dela e sorri para ele. Walter...? O que diabos ele está fazendo com ela, e que caralho ela está sorrindo para ele? Luto contra a vontade de sair do táxi e bater no rosto dele. Distraidamente esfrego meu peito sobre o meu coração enquanto eles descem o quarteirão.


Ela seguiu em frente. Já seguiu em frente. Deixei passar muito tempo, e ela começou a ver outra pessoa. Como maldição eu já perdi? "Você vai sair, cara?” Pergunta o motorista do táxi. Afasto minha atenção de Libby e balanço minha cabeça. "Não, mudei de ideia.” Dou instruções de volta para a minha casa. Quando chego em casa, coloco um moletom e uma camiseta e saio para uma corrida. Preciso liberar um pouco da raiva correndo através de mim. Sei que se não me livrar disso provavelmente farei algo completamente estúpido, como ir ao apartamento de Libby, sequestrá-la, trazê-la de volta para minha casa e amarrá-la na cama até que esqueça tudo sobre a porra do estúpido do Walter.

***

Dois dias depois, estou estacionado em frente à Princess Pizza me perguntando que merda estou fazendo. Os últimos dois dias foram um inferno. Não dormi e quase não comi. Passei a maior parte do meu tempo tentando me convencer de que se Libby me superou, então preciso superar ela. Mas não importa o que diga, não posso fazer


isso. Estou apaixonado por ela e é hora de provar isso lutando por nós. Chamei minha mãe esta tarde e perguntei a ela que horas a festa seria esta noite. Pago o taxista, desço e entro na pizzaria. O espaço parece completamente diferente da última vez que estive aqui. As paredes pintadas em dois tons diferentes de rosa, e há novas mesas com tampos pretos e assentos cromados. Pinturas coloridas emolduradas, penduradas ao redor

da

sala,

parecem

feitas

por

crianças

pequenas. Castelos de contos de fadas, dragões, princesas e príncipes, cavalos e unicórnios. Desvio meu olhar da nova arte nas paredes e olho todos os rostos felizes no local. Não tenho ideia de por que maldição me convenci disso. Certo... por Libby. Meus olhos se concentram nela assim que se afasta de um cavalheiro mais velho. Meu coração começa a bater forte contra meu peito. Ela está linda esta noite. Usando um longo vestido preto amarrado na cintura. Seu cabelo escuro em volta de seus ombros, e seu rosto maquiado quase como se fosse a noite em que a levei para o nosso primeiro encontro. Respiro fundo algumas vezes para criar a coragem que preciso para fazer isso. Ela deve sentir meu olhar nela, porque seu olhar vem diretamente para mim. Seus olhos se arregalam, depois se enchem de preocupação e medo.


"Antonio.” Eu a ouço sussurrar meu nome mesmo com o barulho na sala. Parece que o tempo para, pois não fazemos nada além de olhar um para o outro. Sem dizer aos meus pés para fazer isso, dou um passo em direção a ela. Minhas mãos começam a tremer. Com o canto do olho, vejo Walter em pé com um grupo de pessoas. Eu me viro para olhar para ele, ignoro o sorriso que ele tem antes de voltar minha atenção para Libby. “Antonio. O que está fazendo aqui?” "Estamos na parte em que preciso implorar pelo seu perdão", digo. Seu corpo fica parado e até sua respiração parece parar. Fecho a distância entre nós, vou até ela e me ajoelho. Pego as duas mãos dela nas minhas. Não dou a mínima para que todos na sala parem de falar. Tudo o que me importa é a mulher na minha frente. “Tem um cara. Ele conheceu uma garota, uma garota perfeita. A garota perfeita para ele, e ele foi um idiota para ela.” "Antonio.” Seus olhos se fecham enquanto suas mãos começam a tremer, então eu as seguro com mais firmeza. “Aquela garota se apaixonou por esse cara, apesar do fato de que ele não a merece.”


"Ela

se

apaixonou.”

Seus

olhos

se

abrem

para

encontrar os meus. "Aquele cara é um idiota.” Balanço minha cabeça. “Ele é egocêntrico, egoísta e, no final, foi idiota ainda maior para a garota. Ele devia ter cuidado melhor dela.” Lágrimas começam a encher seus lindos olhos. "Ele provavelmente a fez chorar muito.” "Ele fez", ela me diz. "Ele também me fez beber muito", diz com um sorriso tímido. "Odeio isso, princesa", sussurro. “Odeio ter feito você chorar. Odeio que estraguei tudo. Odiei me afastar de você.” Minha garganta começa a ficar tensa com a emoção. “Sinto muito, princesa. Estava tão fodido que não escutei quando tentou falar comigo. Desculpe por não confiar em você como devia. Eu te amo, Libby. Por favor, me perdoe por ser um idiota.” "Sinto muito, você sabe", ela diz enquanto as lágrimas começam a correr em suas bochechas. “E é claro que eu te perdoo. É meu trabalho te aceitar de volta mesmo quando não deveria.” Ela sussurra a última parte, e enterro meu rosto contra sua barriga enquanto envolvo meus braços firmemente em torno de sua cintura. Seu corpo se enrola ao redor do meu e sua boca repousa contra o topo da minha cabeça. "Eu te amo, Antonio.”


“Eu também te amo, princesa. Porra, tanto.” Eu me levanto e a seguro contra meu peito quando a ouço soluçar e a sinto enfiar o rosto no meu pescoço. "O show acabou", alguém diz em voz alta. Eu a pego e a levo para o escritório, atravessando a multidão de pessoas. Chuto a porta com o pé uma vez que estamos dentro. Não olho em volta para ver as mudanças que ela fez; apenas sento-me no sofá e a seguro em meu colo, correndo minha mão para cima e para baixo em suas costas. "Princess Pizza?” Murmuro. Ela ri e o som desliza sobre mim, alisa todas as cicatrizes irregulares que as últimas duas semanas cortaram em mim. "Estou apaixonada por um cara que me chama de princesa, então pensei que era o nome perfeito para a pizzaria", diz. Olho para o rosto sorridente dela. Deus, eu a amo pra caralho. "Walter

não

pode

ter

você",

rosno

sem

pensar,

apertando meu domínio sobre ela. "O quê?” Ela franze a testa, e o pequeno sorriso em seu rosto desaparece com a minha declaração.


"Você é minha.” "Eu sei que sou sua", ela concorda. "Por que está falando sobre Walter?” "Eu vi você com ele.” "Você

me

viu

com

ele?”

Ela

repete,

parecendo

confusa. "Ele está aqui com o Palo.” "Não essa noite. Alguns dias atrás. Vi você com ele aqui na pizzaria. Você estava saindo e ele estava com você.” “Oh...” Realização toma conta de seus lindos olhos. "Ele não pode ter você", repito. Seus olhos suavizam quando a mão dela descansa no meu queixo. “Ele estava apenas vendo como eu estava. A última vez que me viu, eu tinha acabado de tirar meu coração do meu peito, lembra? Estava preocupado, mas não estamos...” Ela sacode a cabeça. “Eu não faria. Não quero ninguém além de você.” Ouço isso e fecho meus olhos. “Eu pensei...” “Nunca”,

ela

afirma

com

firmeza. Nossos

olhos

travam. “Não quero estar com mais ninguém além de você.” “Não posso acreditar que me ama.”


“Bem, eu sei. Então não seja um idiota. Walter é apenas um amigo e nada mais.” “Um amigo?” Resmungo, e ela ri. “Sim, ele é um amigo.” “Você está dizendo que posso ter que vê-lo mais do que apenas esta noite?” “Ele mora em Los Angeles. Duvido que o veja muito, mas ele é um cara legal. Gostaria que ele conhecesse você.” “Não acho que gosto disso.” “Você me ama?” Ela pergunta suavemente, passando a mão pelo meu cabelo. Eu me concentro nela. “Mais do que tudo no mundo.” “Então vai lidar.” “Se

precisar”,

concordo

com

relutância

enquanto

estudo a maneira como o cabelo dela desliza por cima do ombro. “Senti

sua

falta,

princesa. Estas

últimas

duas

semanas foram um inferno.” “Podia ter terminado a tortura a qualquer momento.” “Eu devia ter engolido meu orgulho e ter vindo até você mais cedo. Desculpe por não ter escutado quando tentou falar comigo. Sinto muito que fiquei te calando quando falava da pizzaria.


“Vai ficar bem comigo sendo dona da pizzaria?” Ela pergunta, parecendo nervosa. Deslizo meus dedos pelo lado do rosto dela. “Vai levar tempo para me acostumar com você sendo dona da pizzaria, e nós vamos ter que falar sobre as coisas”, digo a ela. Ela fica rígida no meu colo. “O que quer dizer, falar sobre as coisas?” Ela meio que se vira, e parece que vai se levantar, mas eu só a forço de volta para baixo. “O que quero dizer é que não vou sentar e ver esse lugar tomar conta de sua vida, nossa vida. Não vou me sentar e ver isso te derrubar.” “Antonio...”, ela diz suavemente. Desta vez a mão dela sai e cobre meu rosto. “Prometo a você, aqui e agora, que nunca colocarei este lugar antes de você. Prometo que você e eu viremos antes da Princess Pizza.” “Quando tivermos filhos...”, murmuro, ignorando seus olhos se arregalando e seu corpo tenso. “Quando tivermos filhos?” “Não faço ideia. Mas quando for...” Começo a dizer enquanto ela coloca os dedos nos meus lábios.


“Quando tivermos filhos, meu foco principal serão eles. Sempre.” Ela me diz. “Estou feliz que esteja aqui agora”, diz,

em

seguida,

seus

olhos

seguem

para

a

minha

boca. “Sabe que esqueceu uma grande parte do seu pedido de desculpas.” “O que é?” “Nos filmes, o cara sempre, mas sempre, beija a garota quando ela o perdoa.” “Então é melhor chegar a essa parte.” Inclino minha cabeça e a beijo intensa e longamente, tanto que pelo menos cinco pessoas diferentes batem na porta antes de finalmente pararmos de beijar. E quando voltamos para a festa dela, fazemos isso de mãos dadas.


Capítulo 17 “Talvez os romances dos filmes não sejam estúpidos afinal” LIBBY

“Achei que te encontraria aqui”, Peggy diz quando entra no escritório. Olho para ela com um sorriso tímido. “Desculpe.” Coloco para baixo o telefone que acabei de desligar. “Recebi uma ligação sobre uma festa e tive que atender. Estou chegando, só preciso colocar a reserva no computador. Abro o programa no meu laptop, depois olho para ela novamente. “Pode dizer a todos que vou sair em um minuto?” “É véspera de Ano Novo e as pessoas ainda estão ligando para fazer reservas?” “Sim, e não vamos reclamar disso também.” “Hector e eu recebemos o bônus de Natal. Se soou como se estivesse reclamando, me entendeu mal”, ela diz. Sorrio para ela. “De qualquer forma, vou deixar todo mundo saber que você vai sair em breve.” Ela sorri antes de fechar a porta atrás de si.


Eu rapidamente adiciono a reserva para um aniversário no computador, depois me inclino de volta na cadeira e estico meus braços sobre a cabeça. Já faz quase um ano desde que a Princess Pizza foi inaugurada e, nesse período, a pizzaria pagou por si mesma. Está tão ocupada que precisei contratar mais três funcionários para ajudar nas noites de sexta e domingo. Não faz mal que fomos notícia no Times, de New Yorker, e um par de outros jornais menores ao redor da cidade. Pessoas de todos os cinco distritos vêm aqui para comemorar os aniversários de seus filhos e estão constantemente dando recomendações para seus amigos e familiares. As festas de faça-sua-própria-pizza se tornaram um sucesso, e estamos reservados quase todo fim de semana desde a abertura. Antonio e eu também estamos nos tornando incríveis, tão incríveis que há apenas uma semana decidimos que era hora de parar de viajar entre a sua casa e a minha e morar juntos. Neste momento, estamos olhando para apartamentos em sua vizinhança, mas sinceramente não me importo onde moramos, desde que eu durma com ele à noite e acorde com ele de manhã. Ouço

o

som

da

música

começar,

limpo

meus

pensamentos e sorrio enquanto me dirijo à porta. Esta noite vamos

fechar

a

pizzaria

cedo

para

celebrar

o

Ano

Novo. Infelizmente, Antonio tem que trabalhar, então não vou conseguir falar com ele, mas meus amigos estão aqui,


junto com meus pais, minhas irmãs, seus maridos e meu sobrinho. Ainda será uma noite para recordar. Quando chego na frente da pizzaria e vejo todo mundo em pé usando chapéus engraçados e óculos idiotas, sorrio. “Você também precisa de um chapéu”, Fawn diz, aproximando-se de mim e me entrega uma cartola com as palavras ANO NOVO escritas em letras douradas. Pego dela, então estendo a mão para acariciar sua barriga redonda. “Está sentindo-se bem?” “Sim.” Ela inspira profundamente. “Não posso esperar até que ela chegue aqui.” “Não posso esperar, também”, concordo, e ela revira os olhos. “Só quer ser capaz de fazer compras para ela.” “Verdade.” Não nego isso. Adorei fazer compras para o meu sobrinho, mas as roupas das meninas são muito mais bonitas que as dos meninos. “Quando você e Antonio vão começar?” Ela pergunta, me estudando. Mudo de um pé para o outro. “Não sei.” Antonio e eu conversamos sobre crianças. Sabemos que queremos e sabemos que queremos pelo menos dois, mas agora apenas aproveitamos nosso tempo juntos. E não quero ter nenhum bebê até ter um anel no meu dedo. Me chame de antiquada.


“Vocês vão fazer bebês lindos”, ela diz depois de um momento, quando não falo mais nada. “Você parece a mamãe.” “Oh Deus.” Seu nariz se franze em horror. “Pareço a mamãe.” Rindo, balanço minha cabeça para ela, então sinto meus lábios amolecerem em um sorriso quando Mac vem com meu adorável sobrinho, Dustin. Tiro dela, acaricio seu peito e beijo o topo de sua cabeça minúscula, que está coberta por uma touca fina. “Bebês ficam bem em você.” Mac sorri. “Pode ser.” Reviro meus olhos, em seguida, beijo o topo da

cabeça

de

Dustin

novamente. Não

posso

me

impedir. “Provavelmente devia devolvê-lo antes que mamãe ou Martina me vejam”, digo. Tanto Fawn quanto Mac riem. “Seria engraçado, mas não estou brincando.” Tanto Martina quanto minha mãe foram de gentilmente questionar a mim e a Antonio sobre nossos planos para nos assediar diretamente sobre nos casarmos e começarmos nossa própria família. “Dois minutos até a meia-noite!” Ouço Hector gritar. Olho para ver Peggy começar a encher taças de champanhe.


“Aqui. Vou pegar uma bebida.” Entrego Dustin de volta para Mac depois de beijar sua cabeça mais uma vez, então abraço minhas duas irmãs. “Amo vocês, caras.” “Também te amo”, dizem em uníssono. Sorrio quando elas saem. Assisto Fawn ir para Levi, que a

coloca

debaixo do braço assim que

ela

está

perto. Então vejo Mac curvar-se contra Wesley, que diz algo para fazê-la sorrir antes de beijar o topo de sua cabeça. Ver minhas duas irmãs com seus homens, enche meu coração de felicidade por elas. Ainda assim, gostaria que Antonio estivesse aqui. “Um minuto!” Hector grita enquanto pego uma taça de champanhe e tomo um gole. Uma brisa fresca enche a sala, o que significa que alguém abriu a porta da frente. Eu me viro para ver quem está

entrando.

Meu

corpo

congela

quando

vejo

Antonio entrar e começar a andar na minha direção, com o uniforme dele e o rádio no colarinho. Olho para ele e vejo que todo o seu esquadrão está com ele. “O que está fazendo aqui?” Pergunto. Ele sorri, envolve uma mão em minhas costas enquanto a outra cobre a minha nuca. “Não

podia

deixar

você

virar

o

Ano

Novo

sem

mim. Então troquei favores com os caras e todos viemos.”


Ele conecta sua boca na minha e me dá um beijo profundo e molhado. As pessoas começam a contagem regressiva em torno de nós. Quando ele afasta a boca e todo mundo grita: “Feliz Ano Novo”, meus olhos se abrem para encontrar os dele. Olho em volta para ver todos abraçando e beijando. Aproveito o momento por apenas um segundo. Eu fiz isso. Olho para Antonio, e se ele quer admitir ou não, me ajudou mais do que sabe. “Feliz Ano Novo.” Eu me inclino na ponta dos pés e tento beijá-lo novamente, mas ele se afasta antes, fazendome franzir a testa. “Princesa...” ele levanta a minha mão esquerda na sua e desliza lentamente um belo anel de diamante solitário no meu dedo. “Você vai passar este ano e o resto da sua vida comigo?” “O

quê?”

Respiro,

não

acreditando

que

o

ouvi

corretamente, embora sei que eu ouvi. Sinto o peso do anel que ele apenas deslizou no meu dedo. Movo meu olhar dele para o anel, pisco em choque. “O quê?” Eu o escuto rir. “Poupe o cara do sofrimento”, ouço um dos bombeiros dizerem. Olho para o seu esquadrão. Estão todos assistindo.


Minha família e minhas irmãs estão sorrindo enquanto enxugam as lágrimas dos cantos dos olhos. Seus maridos abraçam por trás enquanto beijam seus pescoços. “O que diz, princesa? Gostaria de adicionar mais alguns capítulos à nossa história?” Pergunta. Eu me lanço contra ele, envolvendo meus braços em volta do seu pescoço. Desta vez, com minhas próprias lágrimas caindo, respondo: “Sim.” Dou risada quando ouço um grito alto ao nosso redor. Seus membros do esquadrão se cumprimentam e minhas irmãs levantam as mãos em comemoração. “Sim”, repito contra seus lábios, sorrindo. “Talvez filmes de romance não sejam tão idiotas, afinal”, digo. Ele inclina a cabeça para o lado, e sua boca rindo cobre a minha e depois me beija de novo, dessa vez mais profundo do que antes.

***

Seguro minha mão na minha frente, vejo como a luz do amanhecer que entra pelas cortinas abertas bate no meu anel de noivado.


Eu estou noiva. Ainda não consigo acreditar que estou casando com o cara que secretamente amei por muito tempo. Não apenas isso... ele me ama. “Bom dia, princesa.” A voz áspera de Antonio me cumprimenta no meu ouvido. Sorrio, pressionando minhas costas nele enquanto sua mão desliza para cima da minha coxa e sobre o meu quadril nu. “Bom dia.” Eu me viro para olhar para ele por cima do meu ombro. Estudo seu cabelo bagunçado, seus olhos ainda inchados do sono e sua mandíbula coberta por uma espessa camada de barba por fazer. Deus, eu o amo muito. Mais do que jamais pensei ser possível. “Você está bem?” Ele beija meu ombro nu e sorrio. “Mais do que bem”, respondo enquanto sua mão quente cobre meu peito. Ele sorri antes de puxar meu mamilo com força suficiente para enviar um arrepio de prazer em mim. “Tudo bem?” Ele pergunta.


Eu me viro em seus braços e deslizo minhas mãos em seu peito, em seguida, o empurro de costas. Subo em cima dele, olho para seu rosto bonito. “Melhor do que bem”, respiro. Ele envolve uma mão em torno de seu pau e a outra ao redor do meu quadril. Sinto a cabeça dele na minha entrada, me preparo com minhas mãos contra o peito dele. Minha cabeça cai para trás quando começo a afundar lentamente em seu pau. “Muito melhor do que bem.” Continuo com ele dentro de mim por um momento, para absorver o sentimento de nossa conexão. Ele ri e meus olhos se abrem para encontrar os dele. Ele geme. “Linda pra caralho.” O tom de sua voz me enche de uma sensação de poder, e levanto e depois caio, lenta e firme, antes de acelerar e montá-lo com força e rapidez, batendo sobre ele. Deslizando as mãos pelo meu abdômen, ele cobre meus seios e se inclina para pegar um dos meus seios em sua boca enquanto brinca com o mamilo do outro. Meus olhos se fecham e um sim silencioso deixa minha boca enquanto chego mais perto do êxtase.


“Cristo”, ele geme, empurra seus quadris para os meus cada vez que caio ao longo de seu pau. “Tão molhada... tão bonita tomando meu pau.” “Oh Deus”, choramingo quando sua mão no meu peito desliza para baixo sobre o meu abdômen e seu polegar começa a rolar sobre o meu clitóris. “Beije-me, princesa”, ele ordena. Minha cabeça cai para frente e nossos olhos se fecham. Eu me inclino mais perto dele e meu cabelo cai em cascata ao nosso redor. Coloco minha boca contra a dele e beijo, gozando. Antes de descer do alto do meu orgasmo, ou mesmo perto de me recuperar, ele me vira de costas, não saindo de mim. Envolvo minhas pernas ao redor de sua cintura, seguro seus ombros enquanto ele bate em mim repetidamente,

tão

forte

que

minha

respiração

engata. Sentindo meu interior começar a ficar tenso e meus músculos começarem a se espasmar mais uma vez, eu grito. “Toque-se”, ele ordena. Sem ter a capacidade de pensar sobre o que ele está me dizendo para fazer, eu deslizo minha mão entre nós e sinto nossa conexão quando meus dedos roçam meu clitóris. Minha boceta aperta em torno de seu pau e minhas costas se arqueiam para cima da cama. “Antonio!" Grito quando eu gozo novamente.


Eu o escuto gemer quando ele goza comigo. Sua cabeça cai para o meu ombro e sinto seus lábios quando ele vira a cabeça para beijar meu pescoço. Respirando pesado, absorvo a sensação de seu peso em cima de mim e nossos corações batem em uníssono. Eu o seguro ainda mais apertado. “Eu amo a boceta da minha noiva.” Meus olhos se fecham mais uma vez, e minhas pernas e braços se contraem enquanto dou risada. “Ela ama seu pau.” “Acho que percebi isso quando ela tentou estrangulálo.” “Eu não tentei estrangular ele”, digo através de uma risada quando ele se inclina para trás para olhar para mim, sorrindo. “Senti como se você estivesse tentando estrangular ele.” “Você está reclamando?” Estreito meu olhar, e seu sorriso suaviza. Ele nos rola de novo, então eu estou em cima, e ele passa os dedos pelo meu cabelo. “Nunca vou reclamar do jeito que você me fode. Acho que vi estrelas naquele momento.” “Tanto faz”, eu resmungo. Seu corpo treme quando ele começa a rir.


Não posso segurar meu sorriso. "Você vai se casar comigo”, ele diz de repente, o humor deixando

sua

voz. Minha

garganta

começa

a

ficar

apertada. “Libby Moretti. Eu realmente gosto do som disso.” “Eu também", sussurro, inclino e toco minha boca na dele. “Estamos nos casando”, digo quando afasto minha boca da dele e sua expressão suaviza. “Nós estamos.” “Quanto tempo você acha que temos antes de nossas mães começarem a bater na porta, exigindo saber quando e onde?” Pergunto e descanso minha cabeça contra seu peito. “Como minha mãe mandou uma mensagem esta manhã antes do sol nascer, eu diria não muito tempo.” “Não penso assim.” Sorrio quando sinto seus dedos deslizarem levemente pelas minhas costas. “Podemos fugir”, ele sugere. Eu me afasto para olhar para ele e franzo a testa. “De jeito nenhum.” “Então, Vegas está fora de questão?” “Vegas nem é uma opção. Quero um vestido, um vestido grande e fofo. E uma igreja. Quero que meu pai me acompanhe pelo corredor, e quero ver você esperando por


mim no final do corredor. Onde você me dirá que sou a pessoa mais linda que já viu. Onde nós prometeremos amar um ao outro na frente de nossas famílias.” “O que você quiser, princesa.” Ele sorri, envolve a mão em volta da minha nuca e me puxa para outro beijo. Quando me inclino para trás e olho em seus olhos, posso dizer que ele sempre fará o que puder para me deixar feliz. Nós dois podemos ter jogado algumas vezes, mas no final, nos encontramos. Isso é tudo que importa.


Epílogo ANTONIO Um ano depois

Observo minha esposa do outro lado da sala, sorrindo para algo que Palo está dizendo a ela, meu peito se enche de orgulho, amor e possessividade. Seis meses depois que pedi a ela que se casasse comigo, fizemos uma pequena cerimônia em uma igreja da cidade. O evento foi elegante e reservado, e surpreendi Libby naquele dia com um passeio de cavalo e carruagem até a igreja para lhe dar um pouco mais de seu conto de fadas. Aprendi durante o último ano e meio que minha esposa pode gostar de coisas boas, mas ela não faz nada exagerado a menos que possa ser feito em um orçamento. Ela

é

perfeita

para

mim

em

todos

os

sentidos. Não posso ter mais sorte. “Dois minutos até a meia-noite!”, alguém grita. O olhar de Libby encontra o meu à distância. Vou ao encontro dela enquanto pego uma cerveja para mim e uma taça de champanhe para ela na mesa. “Já te disse o quão bonita você é?” Pergunto quando ela está na minha frente e ela sorri para mim.


“Você pode ter mencionado uma ou duas vezes.” Ela pega a taça de champanhe que entrego a ela e segura-a ao seu lado. “Realmente amo este vestido.” Meu olhar percorre o vestido vermelho apertado que abraça cada centímetro bonito de seu corpo enquanto minha mão desliza ao redor de seu quadril para suas costas, puxando-a para mais perto de mim. “Você mencionou isso também.” Seus dedos cavam em meus lados enquanto ela agarra a minha camisa. “Um minuto!”, Hector grita na sala cheia de pessoas. São nossos amigos e familiares, um grupo de pessoas que parece que cresceu no último ano. “Tanto quanto eu o amo, realmente não posso esperar para levá-la para casa e tirá-lo”, sussurro contra seu ouvido, sentindo-a tremer. “Dez!” As pessoas começam a contar ao nosso redor. “Cinco...”, digo enquanto abro minha boca na dela. “Um... Feliz Ano Novo!” Todo mundo grita enquanto beijo minha esposa. Ela afasta a boca da minha e eu vejo seus olhos quando eles se abrem. “Feliz Ano Novo, papai.”


Essas quatro palavras pronunciadas contra meus lábios fazem todo o ar sair dos meus pulmões, junto com meu aperto nela. “Você está grávida?” Procuro seu olhar enquanto olho para ela em descrença. “Sim.” Ela sorri enquanto balança a cabeça. Levanto ela do chão, giro em um círculo e ouço sua risada. “Nós estamos grávidos?” “Sim.” Eu a vejo acenar de novo quando as lágrimas enchem seus lindos olhos. “Você está feliz?” “Deus, sim.” Eu a puxo contra mim e sinto minha garganta fechar. Nunca imaginaria que a mulher em meus braços me daria tudo o que precisava e depois um pouco mais. Que me mostraria o que é o amor, que não há problema em confiar em outra pessoa, que está tudo bem ir atrás dos meus próprios sonhos. “Amo você, baby”, sussurro. “Eu também te amo”, ela sussurra de volta, olhando nos meus olhos. Ela me ama. Como ou porque, não sei. Mas eu sou um cara de sorte.


Sete anos depois ANTONIO

“Assim, papai?” Olho para a minha linda filha, Esmeralda, e sorrio. “Sim, querida. Assim mesmo,” encorajo quando ela pressiona uma bola de massa sobre a superfície plana de metal. O cabelo dela, da mesma cor da mãe, está amarrado em um rabo de cavalo. Sua língua saindo de sua boca. “Vai me ensinar a jogar isso no ar?” Ela pergunta esperançosa. Eu dou risada. “Quer que eu te ensine a jogar isso no ar?” “Sim! Essa é a parte mais engraçada.” “Tudo bem.” Pego uma massa de pizza que já apertei e jogo no ar, mostrando-lhe como fazer. Então eu a vejo tentar, com um sorriso divertido no meu rosto. “Mamãe, olhe”, Esmeralda diz. Viro para olhar para minha esposa e a vejo caminhar em nossa direção. Vejo o olhar em seus olhos e acho quase difícil respirar. Olho para a nossa filha, observando-a jogar a bola de massa no ar e rodopiá-la.


“Se ficar melhor nisso, querida, vou colocar você para trabalhar.” Libby sorri para a nossa garota antes de descansar a mão no meu braço. Olho para seus olhos e sorrio. Então coloco minha boca na dela para um beijo rápido. “Penso que deveria tirar o dia de folga”, digo. Ela revira os olhos. “Eu dormi. Estou bem agora”, ela diz. Movo meu olhar para a barriga dela. Ela está grávida de nove meses e essa gravidez foi mais difícil do que a anterior. “Você

precisa

estar

em

casa,

princesa. Precisa

descansar.” “Quero estar aqui, passar tempo com minha família”, ela responde. Suspiro,

sei

que

estou

lutando

uma

batalha

perdida. Ela ama a pizzaria. É o bebê dela também, e arrastá-la para longe disso é como arrancar dentes. “Vamos todos para casa juntos assim que nossas pizzas estiverem prontas.” “Tenho algumas coisas para cuidar no escritório.” “Não me faça falar com Hector”, sussurro. Ela estreita o olhar. Na semana seguinte, que descobriu que estava grávida de Esmeralda, ofereceu a Hector e Marco


uma parte da Princess Pizza. Mesmo que seja a bebê dela, ela sabia que eles iriam amar e cuidar tanto quanto ela. Então eles resolveram que cada um dos três trabalharia alguns dias por semana e contratariam pessoas extras para ajudar a tomar conta. Agora minha esposa trabalha apenas dois dias por semana e faz a maior parte da papelada. “Bem. Vamos

todos

para

casa

quando

as

pizzas

estiverem prontas”, ela cede. Luto para conter um sorriso, sabendo que ela não vai gostar muito. “Não

faça

essa

cara,

princesa. Estou

apenas

preocupado com você e nosso menino.” “Eu sei”, ela concorda em voz baixa, esfregando a barriga, meu filho, sem dúvida, está chutando. Dou outro beijo suave em seus lábios, e voltamos nossa atenção para nossa filha. Nós a observamos atirar a massa de pizza para o ar e girar ao redor antes de acrescentar suas coberturas nela e colocá-la no forno.

***

“Oh Deus!" Libby chora, enfiando o rosto contra o meu peito.


Desvio meu olhar da TV e franzo a testa. Ela nunca fica assustada quando assistimos a filmes de terror. “Está acontecendo.” “O quê?” Puxo seu rosto para longe do meu peito e olho em seus olhos arregalados. “Eu...” ela para e agarra as mãos na barriga. Sinto meus olhos se arregalarem. “Merda.” Saio do sofá e me inclino sobre ela. “Respire, baby.” “Estou respirando.” Sua boca aperta e seus olhos se enchem de preocupação. "Eu sinto...sinto...ele está vindo.” “Vou pegar Esmeralda e a bolsa. Apenas fique aqui e respire”, ordeno. Ela acena com a cabeça. “Volto logo.” Dou um beijo rápido no topo de sua cabeça, então corro para o quarto de Esmeralda. Ligo a luz para não me matar tropeçando em um dos brinquedos espalhados pelo chão do quarto dela. “Papai ...” “Você precisa se levantar e se vestir, baby. Mamãe vai ter seu irmão em breve,” digo a ela. Um belo sorriso ilumina seu rosto antes de sair da cama e começar a correr pelo quarto.


Sabendo que está se preparando, vou para a nossa suíte e pego a bolsa de hospital de Libby do guarda-roupa. Jogo na cama antes de pegar um jeans e vestir, então pego uma camisa e coloco também. Vestido, pego algumas roupas para Libby e volto para a sala de estar. Ela agora está ajoelhada no sofá, com o rosto enfiado em um travesseiro. “Algo está errado”, ela choraminga, levantando a cabeça. “Você deve chamar uma ambulância.” "Nós vamos chegar ao hospital mais rápido do que uma ambulância pode chegar aqui, princesa”, digo a ela, alisando o cabelo para longe de sua testa úmida Ela sacode a cabeça. “Não, ele está vindo. Posso senti-lo...” “Você pode senti-lo...” Repito quando meu estômago se contorce. “Sim!” Ela chora enquanto enfia o rosto de volta no sofá e seu corpo arqueia desajeitadamente. Vendo que ela está sentindo muita dor, rapidamente ligo para o 911. Desligo quando eles me dizem que estão a caminho. “Antonio, ele está vindo!”


“Vai ficar tudo bem, princesa.” Puxo as calças para baixo sobre os quadris e quase desmaio quando vejo a coroa da cabeça do meu filho. “Porra.” Corro para o banheiro e pego algumas toalhas, em seguida, volto para ela e a ajudo a deitar de costas. “Papai...?” A voz cheia de preocupação de Esmeralda preenche a sala silenciosa. Olho para a nossa garota, que está no corredor. “Está tudo bem, querida. Preciso que você me traga uma tigela de água morna,” digo a ela. Ela corre para a cozinha. “Estou com tanto medo, Antonio”, Libby sussurra. Meus olhos travam com os dela. “Vai ficar tudo bem”, asseguro a ela, colocando algumas toalhas debaixo de seu traseiro. “Uma ambulância está a caminho.” Sei que não conseguirão chegar a tempo, nosso menino está quase aqui. “Empurre se você sentir que precisa empurrar”, encorajo quando ela arfa. Ao vê-la acenar com a cabeça, rezo para poder lembrar tudo o que aprendi no treinamento. “Oh Deus.” Ela se encolhe em sua barriga.


Seguro suas pernas abertas e sinto meu coração disparar contra as minhas costelas enquanto a cabeça do nosso filho aparece. "„O bebê está coroando”, digo a ela. Quando Esmeralda volta com uma tigela de água, eu pego. “Vá esperar na porta, baby. Uma ambulância estará aqui em breve. Quando chegarem aqui, basta deixá-los entrar.” “Mamãe está bem?” Ela pergunta. “Estou apertado,

bem,

em

querida.” Libby

seguida,

fecha

os

lhe dá olhos

um

quando

sorriso outra

contração rasga através dela. Ela solta um longo gemido. “Vá, baby.” “Ok”, Esmeralda sussurra antes de correr para a porta da frente. “Preciso empurrar de novo”, Libby choraminga de dor. “Está vindo, Antonio”, ela diz para mim, enquanto medo transparece em seus olhos. “Tudo bem, princesa. Empurre. Você está indo muito bem.” Esfrego sua coxa. Olho para baixo entre suas pernas, vejo a cabeça do nosso filho saindo um pouco mais. “Estou com tanto medo”, ela diz ela, ofegante.


“Eu sei, baby. Mas prometo que tudo vai ficar bem.” Tento manter minha voz calma, mas meu corpo está quase tremendo

de

medo. “Preciso

que

você

abaixe. Você

consegue.” “Ok.” Seus olhos se fecham enquanto ela se encolhe em volta da barriga mais uma vez. Envolvo minhas mãos ao redor da cabeça do nosso filho e solto um suspiro de alívio quando seus ombros deslizam para fora, então o resto do seu corpo. Rapidamente o envolvo em uma toalha limpa e seca e o coloco contra seu peito. O som de seu choro agora enche a sala enquanto minha esposa o segura. “Ele é tão lindo.” Ela olha para mim, soluçando baixinho. “Eles estão aqui!"!” Esmeralda grita da porta da frente. Olho para minha esposa e vejo seus olhos em nosso filho. “Eles estão aqui!” Esmeralda corre para a sala, seguida por dois paramédicos. “Bom trabalho, baby”, digo a ela. Ela sorri para mim antes de ir para a mãe e descansar a cabeça ao lado do irmão no peito de Libby. Libby abre os braços para poder manter nossos filhos juntos. Vendo minha família toda, saudável, viva e respirando, sei que tudo ficará bem.


Anos depois VOVÓ INA

“Vovó Ina, você pode me contar uma história?” Olivia, filha de Fawn e Levi pergunta quando ela senta-se ao meu lado no sofá. Sorrio para a doce menina. Tento dizer a todas as mães das crianças que eu não quero ser chamada de vovó Ina, mas como sempre, elas me ignoram. Nunca vou admitir isso para ninguém, mas eu amo isso. Especialmente porque não tenho netos próprios para estragar. “Que história você gostaria que eu lhe conte, querida?” “Aquela sobre mamãe e papai.” “Oh, quero ouvir a história da minha mamãe e papai”, Esmeralda diz animadamente, vindo para se sentar ao lado de sua prima. “Eu não quero ouvir sobre minha mãe e meu pai. Já tenho que vê-los se beijando e coisas assim. É tão nojento”, diz Dustin, o filho de Mackenzie e Wesley, e faz uma careta que faz meus lábios tremerem. Ainda assim, ele não sai, até fica um pouco mais perto quando começo.


Tranquilamente, conto as histórias de como cada um dos pais encontrou o amor, e termino suavemente com o que digo toda vez que pedem para ouvir a história: “Se você topar, tropeçar ou for jogado nele, o amor tem um jeito de encontrar você.” “Espero que o amor me encontre um dia. Quero casar com um príncipe”, Olivia diz com um suspiro sonhador. “Quero casar com um policial”, Esmeralda diz com um sorriso. “Dessa forma posso atirar com sua arma.” Oh céus. “Nunca quero me casar. As garotas são nojentas”, reclama Dustin. As primas olham para ele com os olhos semicerrados. “Meninas não são nojentas. Os meninos são nojentos. Eles fedem”, Olivia diz, saindo do sofá “Sim, e fazem coisas estranhas como comer cola”, acrescenta Esmeralda. “Não cheiro mal ou como cola”, Dustin diz, defendendo seu gênero. Começo a rir. Sim, eu amo isso. Tenho sorte de ter tido a chance de experimentar a beleza do amor e da família, mesmo depois de pensar que nunca mais o faria.


Mas, como digo, o amor acontece quando vocĂŞ menos espera. AtĂŠ para mulheres velhas.

Fim


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